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Todos os direitos reservados ao Master Juris. www.masterjuris.com.br Página1 Curso/Disciplina: Direito Empresarial Aula: Direito Empresarial Extensivo – Aula 29 Professor(a): Priscilla Menezes Monitor(a): Analia Freitas Aula nº 29. Comissão de Valores Mobiliários - CVM – Lei 6385/76 1. Conceito de Valores Mobiliários: De acordo com o art. 2º da Lei 6385/76, que dispõe sobre o mercado de valores mobiliários e cria a Comissão de Valores Mobiliários, são considerados valores mobiliários: I - as ações, debêntures e bônus de subscrição; II - os cupons, direitos, recibos de subscrição e certificados de desdobramento relativos aos valores mobiliários referidos no inciso II; III - os certificados de depósito de valores mobiliários; IV - as cédulas de debêntures; V - as cotas de fundos de investimento em valores mobiliários ou de clubes de investimento em quaisquer ativos; VI - as notas comerciais; VII - os contratos futuros, de opções e outros derivativos, cujos ativos subjacentes sejam valores mobiliários; VIII - outros contratos derivativos, independentemente dos ativos subjacentes; e IX - quando ofertados publicamente, quaisquer outros títulos ou contratos de investimento coletivo que gerem direito de participação, de parceria ou de remuneração, inclusive resultante de prestação de serviços, cujos rendimentos advêm do esforço do empreendedor ou de terceiros. 1.1. Investimentos Coletivos – crowdfunding. O crowdfunding 1 é um fundo com fim específico, também conhecido como uma vaquinha virtual. Existem quatro modalidades de crowdfunding, uma delas, a Equiy Crowdfunding, é regulamentada pela CVM. Ainda acerca das plataformas eletrônicas de participação coletiva, é fundamental destacar a seguinte característica, quanto ao registro: 1 Saiba mais sobre crowdfunding: http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/entenda-o-que-e- crowdfunding,8a733374edc2f410VgnVCM1000004c00210aRCRD

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Curso/Disciplina: Direito Empresarial

Aula: Direito Empresarial Extensivo – Aula 29

Professor(a): Priscilla Menezes

Monitor(a): Analia Freitas

Aula nº 29.

Comissão de Valores Mobiliários - CVM – Lei 6385/76

1. Conceito de Valores Mobiliários:

De acordo com o art. 2º da Lei 6385/76, que dispõe sobre o mercado de valores

mobiliários e cria a Comissão de Valores Mobiliários, são considerados valores mobiliários:

I - as ações, debêntures e bônus de subscrição; II - os cupons, direitos, recibos de subscrição e certificados de desdobramento relativos aos valores mobiliários referidos no inciso II; III - os certificados de depósito de valores mobiliários; IV - as cédulas de debêntures; V - as cotas de fundos de investimento em valores mobiliários ou de clubes de investimento em quaisquer ativos; VI - as notas comerciais; VII - os contratos futuros, de opções e outros derivativos, cujos ativos subjacentes sejam valores mobiliários; VIII - outros contratos derivativos, independentemente dos ativos subjacentes; e IX - quando ofertados publicamente, quaisquer outros títulos ou contratos de investimento coletivo que gerem direito de participação, de parceria ou de remuneração, inclusive resultante de prestação de serviços, cujos rendimentos advêm do esforço do empreendedor ou de terceiros.

1.1. Investimentos Coletivos – crowdfunding.

O crowdfunding1 é um fundo com fim específico, também conhecido como uma vaquinha virtual.

Existem quatro modalidades de crowdfunding, uma delas, a Equiy Crowdfunding, é regulamentada pela CVM.

Ainda acerca das plataformas eletrônicas de participação coletiva, é fundamental destacar a seguinte característica, quanto ao registro:

1 Saiba mais sobre crowdfunding: http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/entenda-o-que-e-

crowdfunding,8a733374edc2f410VgnVCM1000004c00210aRCRD

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Leve para a prova:

1.2. Tipos de Valores Mobiliários previstos na Lei 6404/76.

1.2.1. Ações: De acordo com a Lei 6404/76, as ações2 podem ser ordinárias, preferências ou de

fruição.

1.2.1.1. Ações Ordinárias: As ações ordinárias3 são as que dão direito a voto. Diante desta definição, podemos

inferir que o voto não é direito essencial, ou seja, para se ter direito a voto deve-se, necessariamente, obter ações ordinárias.

O art. 16 da lei 6404/76 define que as ações ordinárias de companhia fechada poderão ser de classes diversas, em função de: I - conversibilidade em ações preferenciais; II - exigência de nacionalidade brasileira do acionista; III - direito de voto em separado para o preenchimento de determinados cargos de órgãos administrativos.

2 Lei 6404/76, Art. 1 - As ações, conforme a natureza dos direitos ou vantagens que confiram a seus titulares, são

ordinárias, preferenciais, ou de fruição. § 1º As ações ordinárias da companhia fechada e as ações preferenciais da companhia aberta e fechada poderão ser de uma ou mais classes. § 2º O número de ações preferenciais sem direito a voto, ou sujeitas a restrição no exercício desse direito, não pode ultrapassar 50% (cinquenta por cento) do total das ações emitidas. (Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001). 3 Lei 6404/76, Art. 110 - A cada ação ordinária corresponde 1 (um) voto nas deliberações da assembleia-geral.

§ 1º O estatuto pode estabelecer limitação ao número de votos de cada acionista. § 2º É vedado atribuir voto plural a qualquer classe de ações.

DEVE SER

REGISTRADA NA CVM

NÃO PRECISA DE REGISTRO NA CVM

ATÉ 5

MILHÕES

> 5

MILHÕES

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Parágrafo único. A alteração do estatuto na parte em que regula a diversidade de classes, se não for expressamente prevista, e regulada, requererá a concordância de todos os titulares das ações atingidas.

1.2.1.2. Ações Preferenciais:

Já nas ações preferenciais4, há vantagens financeiras (dividendo fixo, mínimo ou

cumulativo) em detrimento dos ônus políticos (não votar ou votar com restrições). O art. 17 da lei 6404/76 define que as ações preferenciais ou vantagens das ações

preferenciais podem consistir: I - em prioridade na distribuição de dividendo, fixo ou mínimo;

II - em prioridade no reembolso do capital, com prêmio ou sem ele; ou III - na acumulação das preferências e vantagens de que tratam os incisos I e II. (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001) § 1º Independentemente do direito de receber ou não o valor de reembolso do capital com prêmio ou sem ele, as ações preferenciais sem direito de voto ou com restrição ao exercício deste direito, somente serão admitidas à negociação no mercado de valores mobiliários se a elas for atribuída pelo menos uma das seguintes preferências ou vantagens: I - direito de participar do dividendo a ser distribuído, correspondente a, pelo menos, 25% (vinte e cinco por cento) do lucro líquido do exercício, calculado na forma do art. 202, de acordo com o seguinte critério: a) prioridade no recebimento dos dividendos mencionados neste inciso correspondente a, no mínimo, 3% (três por cento) do valor do patrimônio líquido da ação; e b) direito de participar dos lucros distribuídos em igualdade de condições com as ordinárias, depois de a estas assegurado dividendo igual ao mínimo prioritário estabelecido em conformidade com a alínea a; ou II - direito ao recebimento de dividendo, por ação preferencial, pelo menos 10% (dez por cento) maior do que o atribuído a cada ação ordinária; ou III - direito de serem incluídas na oferta pública de alienação de controle, nas condições previstas no art. 254-A, assegurado o dividendo pelo menos igual ao das ações ordinárias. § 2º Deverão constar do estatuto, com precisão e minúcia, outras preferências ou vantagens que sejam atribuídas aos acionistas sem direito a voto, ou com voto restrito, além das previstas neste artigo. § 3º Os dividendos, ainda que fixos ou cumulativos, não poderão ser distribuídos em prejuízo do capital social, salvo quando, em caso de liquidação da companhia, essa vantagem tiver sido expressamente assegurada. § 4º Salvo disposição em contrário no estatuto, o dividendo prioritário não é cumulativo, a ação com dividendo fixo não participa dos lucros remanescentes e a ação com dividendo mínimo participa dos lucros distribuídos em igualdade de condições com as ordinárias, depois de a estas assegurado dividendo igual ao mínimo. § 5º Salvo no caso de ações com dividendo fixo, o estatuto não pode excluir ou restringir o direito das ações preferenciais de participar dos aumentos de capital decorrentes da capitalização de reservas ou lucros (art. 169).

4 Lei 6404/76, Art. 111- O estatuto poderá deixar de conferir às ações preferenciais algum ou alguns dos direitos

reconhecidos às ações ordinárias, inclusive o de voto, ou conferi-lo com restrições, observado o disposto no artigo 109.

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§ 6º O estatuto pode conferir às ações preferenciais com prioridade na distribuição de dividendo cumulativo, o direito de recebê-lo, no exercício em que o lucro for insuficiente, à conta das reservas de capital de que trata o § 1º do art. 182. § 7º Nas companhias objeto de desestatização poderá ser criada ação preferencial de classe especial, de propriedade exclusiva do ente desestatizante, à qual o estatuto social poderá conferir os poderes que especificar, inclusive o poder de veto às deliberações da assembleia-geral nas matérias que especificar. Além do previsto no citado artigo, há um limite5 de até 50% das ações, para a emissão de ações preferenciais previsto na Lei 6404/76, Art. 15, parágrafo 2º.

Leve para a prova:

Cia Aberta mesma classe pode ter mais de uma classe

Cia Fechada pode ter mais de uma classe pode ter mais de uma classe

Uma das características do Novo Mercado é justamente a obtenção de ações exclusivamente ordinárias.

5 Lei 6404/76, Art 15, § 2º - O número de ações preferenciais sem direito a voto, ou sujeitas a restrição no exercício

desse direito, não pode ultrapassar 50% (cinquenta por cento) do total das ações emitidas

NM

(apenas

ações ordinárias)

N2

N1

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Na hipótese de falta6 de distribuição de dividendos o acionista preferencial adquire direito a voto, exceto quando da implantação do empreendimento, no que se aplica o previsto no parágrafo 3º, do art. 111 da Lei 6404/74, desde que previsto no estatuto.

participar dos lucros sociais;

participar do acervo da companhia, em caso de liquidação; fiscalizar, na forma prevista nesta Lei, a gestão dos negócios sociais;

preferência para a subscrição de ações, partes beneficiárias conversíveis em

ações, debêntures conversíveis em ações e bônus de subscrição, observado o

disposto nos artigos 171 e 172;

retirar-se da sociedade nos casos previstos nesta Lei.

Daí pode-se extrair que o acionista tem direito a participar nos resultados sociais, o

que significa dizer que ele deverá receber a parcela de lucros referente ao seu capital social e também deve participar do acervo da companhia em caso de liquidação. Porém, de acordo com o artigo 52 da Lei n° 8.212/91, este direito não poderá ser exercido caso a sociedade esteja em débito com o INSS.

São também direitos do acionista fiscalizar a gestão dos negócios sociais e ter preferência na subscrição de ações e valores mobiliários que possam ser convertidos em ação. Existe também o direito de retirada da sociedade devendo receber reembolso no valor de suas ações.

Os acionistas minoritários possuem alguns direitos específicos na LSA, pois a discriminação desses direitos foi a melhor forma encontrada pelo legislador como maneira de proteger as minorias societárias. Como exemplos destes direitos, podem-se citar: o direito de recesso (previsto nos artigos 136 e 137 da LSA); o direito ao tag along no caso de alienação do controle (previsto no artigo 254-A da LSA); direito de solicitar aumento de prazo para convocação de assembleia ou sua interrupção na companhia aberta (previsto no artigo 124 da LSA).

Além destes direitos, a LSA também prevê outros mecanismos eficazes para a proteção das minorias, tais como: as ações preferenciais (disciplinadas pelos artigos 15 e 17 da LSA); a proteção do minoritário no caso de fechamento do capital de companhia aberta (prevista nos artigos 4 e 4-A da LSA); a participação dos acionistas minoritários e preferenciais na composição do conselho de administração e do conselho fiscal (disposta nos artigos 141, 161, 163, 164 e 165 da LSA); a previsão de arbitragem na solução de conflitos (disposta no parágrafo 3º do artigo 109 da LSA); o acordo de acionistas (disciplinado pelo art. 118 da LSA).

6 Lei 6404/76, Art. 111- § 1º As ações preferenciais sem direito de voto adquirirão o exercício desse direito se a

companhia, pelo prazo previsto no estatuto, não superior a 3 (três) exercícios consecutivos, deixar de pagar os dividendos fixos ou mínimos a que fizerem jus, direito que conservarão até o pagamento, se tais dividendos não forem cumulativos, ou até que sejam pagos os cumulativos em atraso. § 2º Na mesma hipótese e sob a mesma condição do § 1º, as ações preferenciais com direito de voto restrito terão suspensas as limitações ao exercício desse direito. § 3º O estatuto poderá estipular que o disposto nos §§ 1º e 2º vigorará a partir do término da implantação do empreendimento inicial da companhia.

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Neste contexto, surgiu a golden share, prevista na LSA no parágrafo 7º do artigo 17, que traz os seguintes termos: “Nas companhias objeto de desestatização poderá ser criada ação preferencial de classe especial, de propriedade exclusiva do ente desestatizante, à qual o estatuto social poderá conferir os poderes que especificar, inclusive o poder de veto às deliberações da assembleia-geral nas matérias que especificar."

Por esse dispositivo, a União e os Estados, apesar de alienarem o controle de diversas empresas nas quais detinham a maioria do capital com direito a voto, conservaram uma ação preferencial de classe especial – a golden share – por meio da qual ficaram com o direito de vetar determinadas deliberações dos novos acionistas, nos termos estabelecidos nos respectivos estatutos sociais.

A princípio, essa prerrogativa foi assegurada apenas aos entes desestatizantes, leia-se, a União e os Estados. Entretanto, nada obsta a que essa espécie de ação preferencial seja utilizada também em benefício dos controladores das empresas privadas que alienarem a maioria do capital votante.

Esse entendimento tem apoio no parágrafo 2º do artigo 17 da LSA (que cuida das ações preferenciais) o qual determina que "deverão constar do estatuto, com precisão e minúcia, outras preferências ou vantagens que sejam atribuídas aos acionistas sem direito a voto, ou com voto restrito, além das previstas neste artigo".

1.2.1.3. Ações de Fruição

Segundo o professor da UNIP, Sidney Morbidelli7, as ações de Fruição “são atribuídas

aos acionistas cujas ordinárias ou preferenciais foram totalmente amortizadas”. Por amortização, nas palavras de Fábio Ulhoa Coelho, entende-se: “a antecipação ao

sócio do valor que ele provavelmente receberia, na hipótese de liquidação da companhia”. O art. 109, inc. II, da LSA, diz ser um direito essencial do acionista, participar do

acervo da companhia, em caso de liquidação, podendo ser exercido em dois momentos: na efetivação da partilha, ou por antecipação, na amortização das ações.

Por esse motivo, no momento da liquidação, os acionistas com ações, total ou parcialmente amortizadas, não podem concorrer em igualdade com os demais acionistas, podendo, contudo, participar da distribuição líquida do capital social da companhia dissolvida, somente depois de assegurado o direito dos acionistas com ações não amortizadas e valor correspondente a estas, corrigido monetariamente, conforme prescreve o art. 44, § 5º, da LSA.

Quanto ao direito de voto dos titulares dessa espécie de ações, este depende do que deliberar a assembleia geral.

Segundo a doutrina, citada por Gecivaldo Vasconcelos: Há, contudo, três hipóteses de restrição dos direitos societários dos acionistas com

ações de fruição que não dependem de previsão estatutária ou deliberação em assembleia, ou seja, restrições que alcançam todos os acionistas com ações integralmente amortizadas:

a) concorrem ao acervo líquido da sociedade somente após a compensação em favor das ações não amortizadas;

b) ao exercerem o direito de recesso, o reembolso das ações também é objeto de compensação;

c) não têm direito ao recebimento de juros sobre o capital próprio.

7 Aprofundando o estudo: https://tudodireito.wordpress.com/2012/03/13/acoes-sa/

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A possibilidade de adquirir ações de fruição se dá quando a companhia, ao invés de distribuir dividendos, resolve amortizar um lote de ações. Isso ocorre geralmente por sorteio, pagando o valor nominal a seus titulares. Em seguida, permite-se que aqueles antigos titulares adquiram outras ações em substituição, as de gozo ou fruição. Tais ações não representam o capital da empresa, e terão apenas os direitos que forem fixados nos estatutos ou nas assembleias.

Leve para a prova:

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As ações podem ser nominativas8 ou escriturais9. Não há mais ações endossáveis nem

ao portador, de acordo com a Lei 8021/90 – Lei Collor.

Leve para a prova:

8 Lei 6404/76, Art. 31 - A propriedade das ações nominativas presume-se pela inscrição do nome do acionista no livro

de "Registro de Ações Nominativas" ou pelo extrato que seja fornecido pela instituição custodiante, na qualidade de proprietária fiduciária das ações. (Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001) § 1º A transferência das ações nominativas opera-se por termo lavrado no livro de "Transferência de Ações Nominativas", datado e assinado pelo cedente e pelo cessionário, ou seus legítimos representantes. § 2º A transferência das ações nominativas em virtude de transmissão por sucessão universal ou legado, de arrematação, adjudicação ou outro ato judicial, ou por qualquer outro título, somente se fará mediante averbação no livro de "Registro de Ações Nominativas", à vista de documento hábil, que ficará em poder da companhia. § 3º Na transferência das ações nominativas adquiridas em bolsa de valores, o cessionário será representado, independentemente de instrumento de procuração, pela sociedade corretora, ou pela caixa de liquidação da bolsa de valores. 9 Lei 6404/76, Art. 35. A propriedade da ação escritural presume-se pelo registro na conta de depósito das ações,

aberta em nome do acionista nos livros da instituição depositária. § 1º A transferência da ação escritural opera-se pelo lançamento efetuado pela instituição depositária em seus livros, a débito da conta de ações do alienante e a crédito da conta de ações do adquirente, à vista de ordem escrita do alienante, ou de autorização ou ordem judicial, em documento hábil que ficará em poder da instituição. § 2º A instituição depositária fornecerá ao acionista extrato da conta de depósito das ações escriturais, sempre que solicitado, ao término de todo mês em que for movimentada e, ainda que não haja movimentação, ao menos uma vez por ano. § 3º O estatuto pode autorizar a instituição depositária a cobrar do acionista o custo do serviço de transferência da propriedade das ações escriturais, observados os limites máximos fixados pela Comissão de Valores Mobiliários.

AÇÕES

Nominativas

Art 31 Lei 6404/76

Escriturais

Art 35 Lei 6404/76

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2. Considerações Finais:

As ações podem ser objeto de penhora10, ou seja, podem ser dadas como garantia. O artigo 39 da lei 6404/76, permite que seja efetuado o penhor da ação, que se constitui pela averbação no “Livro de Registro de Ações Nominativas”.

No entanto, por terem natureza jurídica de bens móveis, podem as ações representar garantias reais, além do penhor, sendo objeto de usufruto, fideicomisso e alienação fiduciária em garantia, desde que averbadas nos respectivos livros da companhia, em se tratando de ações nominativas, ou da instituição financeira, no caso de ação escritural.

10

Lei 6404/76, Art. 39 - O penhor ou caução de ações se constitui pela averbação do respectivo instrumento no livro

de Registro de Ações Nominativas. § 1º O penhor da ação escritural se constitui pela averbação do respectivo instrumento nos livros da instituição financeira, a qual será anotada no extrato da conta de depósito fornecido ao acionista. § 2º Em qualquer caso, a companhia, ou a instituição financeira, tem o direito de exigir, para seu arquivo, um exemplar do instrumento de penhor.