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AULA DE APRESENTAÇÃO DO CURSO E INÍCIO DA AULA 01 PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA 1

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AULA DE APRESENTAÇÃO DO CURSO E INÍCIO DA AULA 01

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

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• Erro médico: ginecologia e cirurgia plástica lideram as

especialidades com mais processos em SP.

• Dados do Cremesp mostram que muitas queixas de

promessas não cumpridas pelo médico

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Aula 01 – Curso de Pós-Graduação em Direitoda Saúde

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Estrutura da Petição Inicial por Erro Médico

Processo de Conhecimento – Procedimento Comum

Petição Inicial – Artigo 319 do Código de Processo Civil

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Art. 319 do CPC

A petição inicial indicará:

I - o juízo a que é dirigida;

II - os nomes, os prenomes, o estado civil, a existência de união estável, a

profissão, o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro

Nacional da Pessoa Jurídica, o endereço eletrônico, o domicílio e a residência do

autor e do réu;

III - o fato e os fundamentos jurídicos do pedido;

IV - o pedido com as suas especificações;

V - o valor da causa;

VI - as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos

alegados;

VII - a opção do autor pela realização ou não de audiência de conciliação

ou de mediação.

Requisitos da Petição Inicial – Erro Médico

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Resumo da aula n. 01

• Informações sobre as diretrizes do curso da pós

• Apresentação do conteúdo programático

• Introdução à Responsabilidade Civil na Saúde

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Art. 319 do CPC

A petição inicial indicará:

I - o juízo a que é dirigida;

II - os nomes, os prenomes, o estado civil, a existência de união estável, a

profissão, o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro

Nacional da Pessoa Jurídica, o endereço eletrônico, o domicílio e a residência do

autor e do réu;

III - o fato e os fundamentos jurídicos do pedido;

IV - o pedido com as suas especificações;

V - o valor da causa;

VI - as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos

alegados;

VII - a opção do autor pela realização ou não de audiência de conciliação

ou de mediação.

Requisitos da Petição Inicial – Erro Médico

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1- Competência (Operadora de plano de saúde/Hospital/Médico)

Vara Cível

2 – Foro competente

Domicílio do autor (art. 101, inciso I, do CDC)

Na ação de responsabilidade civil do fornecedor de produtos e serviços, sem

prejuízo do disposto nos Capítulos I e II deste título, serão observadas as

seguintes normas: I - a ação pode ser proposta no domicílio do autor.

3 – Prazo prescricional

5 anos a partir do conhecimento do ato ilícito – Artigo 27 do CDC

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Art. 27 da Lei n. 8.078/90 (Código de Defesa do Consumidor)

Prescreve em cinco anos a pretensão à reparação pelos danos

causados por fato do produto ou do serviço prevista na Seção II deste

Capítulo, iniciando-se a contagem do prazo a partir do conhecimento do

dano e de sua autoria.

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Requisitos da Petição Inicial – Erro Médico

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• Fato e fundamentos jurídicos do pedido

• Fundamento legal

• Artigo 927 do Código Civil

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Responsabilidade civil – Obrigação de indenizar

Conceito de responsabilidade civil

Art. 927do Código Civil

Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica

obrigado a repará-lo.

Responsabilidade civil – prejuízo – dano material e/ou dano moral

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1. Conceito de responsabilidade civil médica

A responsabilidade civil médica é obrigação imposta pela

legislação aos facultativos que, no exercício da profissão, em razão da

negligência, imprudência ou imperícia, causaram danos aos seus

pacientes.

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Conceito de ato ilícito no erro do médico

Ato ilícito médico é todo ato do médico praticado culposamente

em desconformidade com a norma destinada a proteger interesses do

paciente, causando-lhe danos materiais e morais.

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Pressupostos da Responsabilidade Civil - Ato ilícito

Artigo 186 do Código Civil

Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência,

violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral,

comete ato ilícito.

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• Existência de uma ação ou omissão

• Ocorrência de um dano moral ou patrimonial

• Nexo de causalidade

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Adolescente perde parte do intestino após gaze de parto ficar

dentro do corpo, na Maternidade de Patos.

http://maispatos.com/noticias/Cotidiano/p2_articleid/11236

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AGRAVO REGIMENTAL - AGRAVO DE INSTRUMENTO - RESPONSABILIDADE CIVIL -

ERRO MÉDICO - GAZE DEIXADA NO INTERIOR DO ABDOME DO AUTOR - REEXAME

DO CONJUNTO FÁTICO-PROBATÓRIO - IMPOSSIBILIDADE - SÚMULA 7/STJ -

QUANTUM INDENIZATÓRIO - RAZOABILIDADE. 1.- O Tribunal estadual, analisando o

conjunto de provas carreado aos autos, concluiu que o resultado lesivo foi provocado por

erro médico. Ultrapassar os fundamentos do Acórdão recorrido demandaria, inevitavelmente,

o reexame de provas, incidindo, à espécie, o óbice da Súmula 7 desta Corte. 2.- A

intervenção do STJ, Corte de Caráter nacional, destinada a firmar interpretação geral do

Direito Federal para todo o país e não para a revisão de questões de interesse individual, no

caso de questionamento do valor fixado para o dano moral, somente é admissível quando o

valor fixado pelo Tribunal de origem, cumprindo o duplo grau de jurisdição, se mostre

teratológico, por irrisório ou abusivo. 3.- Inocorrência de teratologia no caso concreto, em

que, para o erro médico provocado pelo Agravante, foi fixado, em 28.09.2010, o valor da

indenização em R$ 15.000,00 (quinze mil reais) a título de dano moral, consideradas as

forças econômicas do autor da lesão. 4.- Agravo Regimental improvido. (AgRg no AREsp

105.831/SC, Rel. Ministro SIDNEI BENETI, TERCEIRA TURMA, julgado em 26/06/2012,

DJe 29/06/2012)

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Indenização

Art. 951do Código Civil

O disposto nos arts. 948, 949 e 950 aplica-se ainda no caso de

indenização devida por aquele que, no exercício de atividade profissional,

por negligência, imprudência ou imperícia, causar a morte do paciente,

agravar-lhe o mal, causar-lhe lesão, ou inabilitá-lo para o trabalho.

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• Negligência

• Imprudência

• Imperícia

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Dano material

Culpa: perdas e danos

• Dano emergente

• Lucros cessantes

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Art. 949 do Código Civil

No caso de lesão ou outra ofensa à saúde, o ofensor indenizará o

ofendido das despesas do tratamento e dos lucros cessantes até ao fim

da convalescença, além de algum outro prejuízo que o ofendido prove

haver sofrido.

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• Despesas com o tratamento (dano emergente)

• Lucros cessantes (aquilo que deixou de ganhar - professor de

educação física que tem a carreira frustrada por erro do médico que

paralisa a perna direita)

• Algum outro prejuízo sofrido

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Art. 402 do Código Civil

Salvo as exceções expressamente previstas em lei, as perdas e

danos devidas ao credor abrangem, além do que ele efetivamente

perdeu [dano emergente], o que razoavelmente deixou de lucrar [lucro

cessante].

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O dano material é o prejuízo financeiro efetivamente sofrido

pelo ofendido ou vítima e que lhe causa diminuição do seu patrimônio.

Referido dano pode consistir naquilo que o ofendido efetivamente

perdeu (dano emergente) e no que razoavelmente deixou de ganhar

(lucro cessante).

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A prova sobre o lucro cessante/dano emergente deve ser

robusta e cabal, demonstrando que o erro médico trouxe consequências

que impactariam economicamente, justamente por não poder exercer

seu labor de modo regular.

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Somente é possível a formulação de pedido genérico quando for

extremamente difícil a imediata mensuração do quantum devido a título

de dano material. Entretanto, a pretensão deve ser devidamente

individualizada de modo a permitir sua correta compreensão para que não

haja prejuízo ao direito de defesa da parte adversa. Precedentes.

(Agravo interno a que se dá parcial provimento. (AgInt nos EDcl no REsp 1390086/PR, Rel.

Ministro LÁZARO GUIMARÃES (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TRF 5ª REGIÃO),

QUARTA TURMA, julgado em 14/08/2018, DJe 20/08/2018)

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O dano emergente consiste no prejuízo causado em direitos já

existentes na titularidade da vítima por ocasião do evento danoso.

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O lucro cessante abrange os danos alusivos a direitos ainda não

pertencentes ao lesado a essa data.

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Art. 950 do Código Civil

Se da ofensa resultar defeito pelo qual o ofendido não possa

exercer o seu ofício ou profissão, ou se lhe diminua a capacidade de

trabalho, a indenização, além das despesas do tratamento e lucros

cessantes até ao fim da convalescença, incluirá pensão correspondente à

importância do trabalho para que se inabilitou, ou da depreciação que ele

sofreu.

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RESPONSABILIDADE CIVIL – Erro médico – Criança com paralisia dos membros inferiores após

punção de "liquor lombar" – Internação em UTI pediátrica que descartou outras patologias –

Quadro que permaneceu – Laudo pericial que não afastou por completa o erro na conduta do réu –

Prepostos que não orientaram os pais do menor à conduta de repouso pós procedimento –

Necessidade de repouso por 24 hs, não seguida – Demandada que não se desincumbiu do ônus

de demonstrar fato modificativo, impeditivo ou extintivo do direito do autor – Proceder inadequado

da equipe médica evidenciado na prova técnica, bem como o nexo de causalidade entre a conduta

dos prepostos do réu e o resultado lesivo – Culpa presumida do hospital réu pelos atos culposos de

seus prepostos – Art. 932, III, do Código Civil – Indenização devida pelos danos materiais – Gastos

comprovados – dano material a ser pago com correção monetária incidente deste o desembolso e

aplicação de juros de mora desde a citação – Entendimento do art. 405 do CC e da súmula 43 do

C. STJ – Responsabilidade civil contratual – Dano moral sofrido pelo demandante, que é presumido

– Montante indenizatório fixado em 200 salários mínimos – Precedentes desta Câmara – Elevação

do valor para atender às finalidades punitiva e pedagógica do instituto, e adequar à realidade

econômica do autor e do réu – Dano moral a ser pago com correção monetária incidente deste o

arbitramento e aplicação de juros de mora desde a citação – Entendimento do art. 405 do CC e da

súmula 362 do C. STJ – Responsabilidade civil contratual – Pensão vitalícia a ser paga ao autor –

Cabimento – Sem previsão de reversibilidade do dano físico – Precedentes – Valor mensal de um

salário mínimo – Termo inicial com o inicio da vida laborativa do menor, aos 18 anos – Indenização

pelos danos materiais futuros – Pagamento das despesas médicas, devido – Custos decorrentes

do desdobramento do dano – Recurso do réu desprovido e provido o do autor.

(TJSP; Apelação 4013596-19.2013.8.26.0554; Relator (a): Rui Cascaldi; Órgão Julgador: 1ª

Câmara de Direito Privado; Foro de Santo André - 6ª Vara Cível; Data do Julgamento: 04/12/2018;

Data de Registro: 04/12/2018)

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ATENÇÃO:

A ação indenizatória por erro médico ou erro de qualquer

profissional da saúde não pode ser distribuída no Juizado Especial Cível,

uma vez que haverá perícia para indicar se houve por parte do facultativo

negligência, imprudência ou imperícia.

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1. Conceito

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Anuência do paciente para testar medicamentoexperimental

Exercício normal de um direito - lesionar o corpodo paciente para curá-lo

Estado de necessidade - amputar o pé diabético dopaciente

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As essas excludentes, vamos acrescentar:

Nexo de causalidade

Culpa exclusiva do paciente

Fato de terceiro (infraestrutura do hospital)

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ATENDIMENTO ELETIVO

ATENDIMENTO DE EMERGÊNCIA

ATENDIMENTO DE URGÊNCIA

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Resolução CFM n. 2.077/14

Resolução CFM n. 1.451/95 - Define os conceitos de emergência e urgência.

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Define-se por URGÊNCIA a ocorrência imprevista de agravo àsaúde com ou sem risco potencial de vida, cujo portadornecessita de assistência médica imediata.

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Define-se por EMERGÊNCIA a constatação médica decondições de agravo à saúde que impliquem em riscoiminente de vida ou sofrimento intenso, portanto, tratamentomédico imediato.

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A primeira informação prática que se constata é a de que a relação

médico/paciente é regida pelo Código do Consumidor.

O prazo prescricional das ações indenizatórias por erro médico é de

05 (cinco) anos cuja contagem se inicia a partir do dano e de sua

autoria (Ar. 27 do CDC).

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Foro Competente para Distribuir a Ação

Indenizatória por Erro Médico

a) Foro do Domicílio do Autor (Art. 101, I, CDC)

b) Foro do domicílio do réu ( Art. 46 do CPC)

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Polo Ativo: paciente/familiares são substitutos processuais.

Polo Passivo: médico/hospital/plano de saúde (Pode-se

eleger o foro, ou seja, escolher qualquer um deles, quando o

autor quiser propor a ação no domicílio do réu)

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Tratando-se de reparação de danos materiais e moraisdecorrentes de prestação defeituosa de serviços médicos, nãocabe denunciação da lide (Art. 88 do CDC)

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Art. 948 do Código Civil: No caso de homicídio, a indenização

consiste, sem excluir outras prestações:

I – pagamento com as despesas do tratamento da vítima, seu

funeral e o luto da família;

II – prestação de alimentos aos familiares ou dependentes.

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REsp 86450/MG – STJ

2/3 – salário-mínimo em relação à vítima maior

2/3 – salário-mínimo em relação à vítima menor

até completar 25 anos; após 25 anos até os 65

anos 1/3.

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A natureza da responsabilidade das instituições hospitalares porerros médicos deve ser examinada à luz da natureza do vínculoexistente entre as referidas instituições e os profissionais a que seimputa o ato danoso. Responde o hospital pelo ato culposopraticado por profissional de sua equipe médica, mesmo que semvínculo empregatício com a instituição. A circunstância de osserviços médicos terem sido prestados gratuitamente, ouremunerados pelo SUS, não isenta o profissional e a instituição daresponsabilidade civil por erro médico.

RECURSO ESPECIAL Nº 774.963 - RJ (2005/0137527-1)

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Não se esquecer de requerer tutela de urgência nas ações de erro

médico (pensão mensal, pagamento de despesas em razão do erro

médico etc.) – Tutela de Urgência – Art. 300 do CPC

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Cliente tem perna direita amputada, quando deveria ter sido a

esquerda.

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1. Tabela SUSEP

2. Condições financeiras do paciente antes do erro

médico

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1. Tabela SUSEP

2. Condições financeiras do paciente antes do erro

médico

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O PRONTUÁRIO MÉDICO DEVE SER JUNTADO AOS AUTOS DO

PROCESSO.

COMO O PRONTUÁRIO MÉDICO PERTENCE AO PACIENTE E É

SIGILOSO, REQUERER SEGREDO DE JUSTIÇA.

Art. 189, III, do CPC: dados protegidos pelo direito constitucional à

intimidade.

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Se o cliente estiver convalescendo, requerer prioridade:

Art. 1.048, inc. I, do CPC (acrescentou também o inciso XIV,

da Lei n. 7.713/88 – Legislação do Imposto de Renda)

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AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. RESPONSABILIDADE

CIVIL. ACIDENTE DE TRÂNSITO CAUSADO POR AUTOMÓVEL QUE INVADIU

REPENTINAMENTE A PREFERENCIAL. MOTOCICLISTA ATINGIDO QUE SOFREU

AMPUTAÇÃO DA PERNA DIREITA. CULPA EXCLUSIVA E CONCORRENTE DA VÍTIMA.

NÃO OCORRÊNCIA. REEXAME DE FATOS E PROVAS. IMPOSSIBILIDADE. PENSÃO

VITALÍCIA. AFERIÇÃO DO PERCENTUAL DE REDUÇÃO PERMANENTE. INCIDÊNCIA

DA SÚMULA 7/STJ. DECISÃO MANTIDA. RECURSO DESPROVIDO. 1. Não configura

ofensa ao art. 535 do Código de Processo Civil de 1973 o fato de o Tribunal de origem,

embora sem examinar individualmente cada um dos argumentos suscitados, adotar

fundamentação contrária à pretensão da parte recorrente, suficiente para decidir

integralmente a controvérsia. 2. O acórdão recorrido afastou a ocorrência de culpa

concorrente ou exclusiva da vítima, observando que a causa preponderante do acidente foi

praticada pelo condutor do automóvel que, de forma imprudente, invadiu repentinamente a

preferencial, sem observar o trânsito da via, e obstruiu a passagem do motociclista, autor da

ação indenizatória. 3. A reforma do julgado, quanto à responsabilidade pelo acidente,

demandaria, necessariamente, o reexame do conjunto fático-probatório dos autos,

providência vedada no recurso especial, nos termos da Súmula 7 do STJ.

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4. A vítima do evento danoso, que sofre redução parcial e permanente da sua capacidade

laborativa, tem direito ao pensionamento vitalício previsto no artigo 950 do Código Civil,

independentemente da existência de capacidade para o exercício de outras atividades, em

razão do maior sacrifício para a realização do serviço. Precedentes. 5. Para rever o

percentual de redução permanente da capacidade laborativa e reavaliar o valor da pensão

fixada no primeiro grau, seria necessário o reexame de fatos e provas, o que é inviável no

recurso especial, a teor da Súmula 7 do STJ. 6. Agravo interno não provido.

(AgInt nos EDcl no AREsp 239.129/PR, Rel. Ministro LÁZARO GUIMARÃES

(DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TRF 5ª REGIÃO), QUARTA TURMA, julgado em

19/10/2017, DJe 26/10/2017)

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AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS, MORAIS E ESTÉTICOS. Erro

médico. Acidente de motocicleta. Atendimento emergencial inadequado, prestado pela ré,

que resultou em amputação da perna direita. Pedido de indenização por danos físicos

(amputação de perna direita) Custos de manutenção do autor, danos morais e estéticos.

Pedido de pensão, dada a incapacidade laboral do autor. Sentença de parcial

procedência, condenando a ré ao pagamento de R$250.000,00 de danos morais e

estéticos, estipulando pensão de 2/3 do salário mínimo, até o autor completar 65 anos de

vida. Apela a ré, alegando decisão ultra petita por falta de pedido, uma vez que a pensão

requerida seria devida somente até ele completar 25 anos de idade. Cabimento parcial do

recurso da ré. O artigo 492 do Código de Processo Civil (CPC) determina que o

magistrado deve se ater aos parâmetros estabelecidos pelo autor ao formular seus

pedidos na inicial. Caracterizada a decisão ultra petita na fixação de pensão mensal ao

autor. O pedido de pensão seria até que ele completasse 25 anos de idade, e a sentença

deu até 65 anos de idade. No mérito, a demonstração do erro é inequívoca, a indenização

devida e a pensão mensal igualmente, mas nos limites do pedido. Danos morais e

estéticos fixados com moderação em R$ 250.000,00. Recurso da ré parcialmente provido

para adequar a sentença ao pedido do autor quanto à fixação de pensão mensal até que

complete 25 anos de idade. TJSP; Apelação 0004715-66.2009.8.26.0068; Relator

(a): James Siano; Órgão Julgador: 20ª Câmara Extraordinária de Direito Privado; Foro de

Carapicuíba - 3ª Vara Cível; Data do Julgamento: 05/09/2017; Data de Registro:

05/09/2017)

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1. Conceito

2. Classificação

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Intercorrência médica é o termo que define a ocorrência deum evento inesperado em um procedimento médico, que nãopoderia ser em geral previsto ou alertado ao paciente.

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ERRO MÉDICO

IATROGENIA

INTERCORRÊNCIA MÉDICA

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ERRO MÉDICO. RESPONSABILIDADE CIVIL. Ação deindenização por danos morais. Pretensão indenizatóriafundada em fratura de fêmur em recém-nascido durante oparto cesárea. Dificuldade na extração fetal. Fratura de fêmurconsiderada um risco inerente ao procedimento. Iatrogenia.Prova pericial que afasta a ocorrência de erro médico.Ausência de demora no tratamento ortopédico. Inexistênciade qualquer sequela para a criança. Ausência da obrigaçãode indenizar. Ação improcedente. Sentença mantida.RECURSO DESPROVIDO. (Relator(a): Alexandre Marcondes;Comarca: São José do Rio Preto; Órgão julgador: 3ª Câmarade Direito Privado; Data do julgamento: 21/03/2017; Data deregistro: 21/03/2017)

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Ação de indenização por danos materiais e morais –Responsabilidade objetiva de clínicas e hospitais –Responsabilidade subjetiva dos profissionais liberais(denunciação) – Prova documental e pericial que afasta acaracterização de vício na prestação de serviços –Intercorrência representada pela ruptura uterina que éimprevisível – Índices medidos que não indicavam aocorrência – Ausência de sintomas que pudessem indicar oevento – Extração do útero que teve como objetivo salvar avida da paciente – Criança que veio a óbito – Inexistência dequalquer liame com a conduta dos médicos assistentes –Afastamento do dever de indenizar -Sentença deimprocedência confirmada - Recurso não provido. (Relator(a):Marcia Dalla Déa Barone; Comarca: Mirassol; Órgão julgador:3ª Câmara de Direito Privado; Data do julgamento:06/06/2017; Data de registro: 06/06/2017)

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Conceito de dano moral

O dano moral consiste na lesão de direitos nãopatrimoniais, isto é, dignidade da pessoa humana edireitos da personalidade.

Exemplos: vida privada, intimidade, honra,imagem, nome etc.

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“Qualquer lesão que alguém sofra no objeto de seudireito repercutirá, necessariamente, em seu interesse; porisso, quando se distingue o dano patrimonial do moral, ocritério da distinção não poderá ater-se à natureza ou índoledo direito subjetivo atingido, mas ao interesse, que épressuposto desse direito, ou ao efeito da lesão jurídica, istoé, ao caráter de sua repercussão sobre o lesado, poissomente desse modo se poderia falar em dano moral,oriundo de uma ofensa a um bem material, ou em danopatrimonial indireto, que decorre de evento que lesa direitoextrapatrimonial, como, p. ex., direito à vida, à saúde,provocando também um prejuízo patrimonial, comoincapacidade para o trabalho, despesas com o tratamento”.(DINIZ, Maria Helena. Curso de direito civil brasileiro. 21. ed.São Paulo: Saraiva, 2007, pp. 88-89, v. 7)

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Conceito de dano moral

Dano moral consiste na lesão de direitos nãopatrimoniais, isto é, dignidade da pessoa humana edireitos da personalidade. É caracterizado pela dor,sofrimento, desequilíbrio emocional e abalopsicológico.

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Responsabilidade Civil e o dano moral noerro médico

Artigo 927 do Código Civil

“Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e187), causar dano a outrem, fica obrigado arepará-lo.”

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Diferença entre dano material e dano moral

Artigo 186 do Código Civil

“Aquele que, por ação ou omissão

voluntária, negligência ou imprudência,violar direito e causar dano a outrem, aindaque exclusivamente moral, comete atoilícito.”

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Artigo 1º, inciso III, da Constituição Federal

A República Federativa do Brasil, formada pela

união indissolúvel dos Estados e Municípios e doDistrito Federal, constitui-se em EstadoDemocrático de Direito e tem como fundamentos:III - a dignidade da pessoa humana.

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O professor Ingo Wolfgang Sarlet define o que é dignidade da

pessoa humana: “Temos por dignidade da pessoa humana a qualidade

intrínseca e distintiva de cada ser humano que o faz merecedor do

mesmo respeito e consideração por parte do Estado e da comunidade,

implicando, neste sentido, um complexo de direitos e deveres

fundamentais que assegurem a pessoa tanto contra todo e qualquer ato

de cunho degradante e desumano, como venham a lhe garantir as

condições existenciais mínimas para uma vida saudável, além de

propiciar e promover sua participação ativa corresponsável nos destinos

da própria existência e da vida em comunhão dos demais seres

humanos.” (In A eficácia dos direitos fundamentais. 2. ed. Porto Alegre:

Livraria do Advogado, 2001, p. 60).

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Ao tratar da proteção aos direitos da personalidade, Carlos

Roberto Gonçalves afirma que a pessoa pode mover imediatamente

ação indenizatória “por danos materiais e morais, de natureza

repressiva, com pedido de antecipação de tutela, como tem sido

admitido. Em ação movida contra administradora de plano de saúde,

que negava a autorizar tratamento médico-hospitalar do associado,

decidiu o Tribunal de Justiça de São Paulo”. (In Direito civil brasileiro.

10. ed. São Paulo: Saraiva, 2012, p. 192).

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A personalidade consiste no conjunto de caracteres

próprios da pessoa. É objeto de direito por ser alusivo a

tudo que se referir à natureza do ser humano.

Exemplos: vida, integridade física, liberdade,

sociabilidade etc. (Prof. Maria Helena Diniz)

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Artigo 12 do Código Civil (TUTELAPROVISÓRIA DE URGÊNCIA - ART. 303 DOCPC)

Pode-se exigir que cesse a ameaça, ou a lesão,

a direito da personalidade, e reclamar perdas edanos, sem prejuízo de outras sanções previstasem lei.

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RESPONSABILIDADE CIVIL - Erro médico - Autor acometido de sequelas

físicas em virtude de infecção manifestada após cirurgia - Laudo pericial a

atestar que a demora no tratamento do quadro infeccioso contribuiu para seu

agravamento - Negligência caracterizada - Comprovado o nexo de causalidade

entre o resultado danoso e a conduta médica - Configuradas, portanto, a culpa e

a responsabilidade do médico que acompanhava o autor - Responsabilidade

solidária da clínica onde o médico realiza as consultas, do hospital onde o

atendimento foi realizado e do plano de saúde que colocou o profissional à

disposição dos seus beneficiários - Danos morais e estéticos evidentes -

Ressarcimento devido - Valor da indenização que não comporta redução - Juros

a incidir desde a citação - Devido, também, o pagamento de pensão mensal

vitalícia, ante a total e definitiva incapacidade laborativa - Sentença mantida -

RECURSOS NÃO PROVIDOS. (TJSP; Apelação 0005640-06.2013.8.26.0009;

Relator (a): Elcio Trujillo; Órgão Julgador: 10ª Câmara de Direito Privado; Foro

Regional IX - Vila Prudente - 1ª Vara Cível; Data do Julgamento: 27/11/2018;

Data de Registro: 28/11/2018)

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APELAÇÃO CÍVEL. Ação de indenização por danos morais fundada em erro

médico. Sentença que julgou a demanda parcialmente procedente.

Responsabilidade do hospital que em regra é objetiva. Apuração da

responsabilidade mediante a verificação de culpa do profissional envolvido no

atendimento médico-hospitalar. Laudo pericial que é claro e conclusivo no

sentido da relação de causalidade entre a conduta médica e os alegados danos

sofridos pela vítima. Responsabilidade evidenciada. Danos morais. Ocorrência.

Juízo "a quo" analisou corretamente as questões suscitadas e o conjunto

probatório. Incidência do artigo 252 do Regimento Interno do Tribunal de Justiça

do Estado de São Paulo. Desnecessária repetição dos adequados fundamentos

expendidos pela r. sentença recorrida. Quantum indenizatório mantido.

Manutenção dos ônus sucumbenciais. Decaimento de parte do pedido pelo

autor. Recursos improvidos. (TJSP; Apelação 4001847-91.2013.8.26.0008;

Relator (a): José Joaquim dos Santos; Órgão Julgador: 2ª Câmara de Direito

Privado; Foro Regional VIII - Tatuapé - 5ª Vara Cível; Data do Julgamento:

11/12/2018; Data de Registro: 12/12/2018)

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Art. 951 do Código Civil

O disposto nos arts. 948, 949 e 950 aplica-se ainda

no caso de indenização devida por aquele que, no exercício

de atividade profissional, por negligência, imprudência ou

imperícia, causar a morte do paciente, agravar-lhe o mal,

causar-lhe lesão, ou inabilitá-lo para o trabalho.

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Conceito de dano moral

O dano moral consiste na lesão de direitos nãopatrimoniais, isto é, dignidade da pessoa humana edireitos da personalidade.

Exemplos: vida privada, intimidade, honra,imagem, nome etc.

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“Qualquer lesão que alguém sofra no objeto de seudireito repercutirá, necessariamente, em seu interesse; porisso, quando se distingue o dano patrimonial do moral, ocritério da distinção não poderá ater-se à natureza ou índoledo direito subjetivo atingido, mas ao interesse, que épressuposto desse direito, ou ao efeito da lesão jurídica, istoé, ao caráter de sua repercussão sobre o lesado, poissomente desse modo se poderia falar em dano moral,oriundo de uma ofensa a um bem material, ou em danopatrimonial indireto, que decorre de evento que lesa direitoextrapatrimonial, como, p. ex., direito à vida, à saúde,provocando também um prejuízo patrimonial, comoincapacidade para o trabalho, despesas com o tratamento”.(DINIZ, Maria Helena. Curso de direito civil brasileiro. 21. ed.São Paulo: Saraiva, 2007, pp. 88-89, v. 7)

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Conceito de dano moral

Dano moral consiste na lesão de direitos nãopatrimoniais, isto é, dignidade da pessoa humana edireitos da personalidade. É caracterizado pela dor,sofrimento, desequilíbrio emocional e abalopsicológico.

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Responsabilidade Civil e o dano moral noerro médico

Artigo 927 do Código Civil

“Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e187), causar dano a outrem, fica obrigado arepará-lo.”

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Diferença entre dano material e dano moral

Artigo 186 do Código Civil

“Aquele que, por ação ou omissão

voluntária, negligência ou imprudência,violar direito e causar dano a outrem, aindaque exclusivamente moral, comete atoilícito.”

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Artigo 1º, inciso III, da Constituição Federal

A República Federativa do Brasil, formada pela

união indissolúvel dos Estados e Municípios e doDistrito Federal, constitui-se em EstadoDemocrático de Direito e tem como fundamentos:III - a dignidade da pessoa humana.

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A personalidade consiste no conjunto de caracteres

próprios da pessoa. É objeto de direito por ser alusivo a

tudo que se referir à natureza do ser humano.

Exemplos: vida, integridade física, liberdade,

sociabilidade etc. (Prof. Maria Helena Diniz)

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Artigo 12 do Código Civil (TUTELAPROVISÓRIA DE URGÊNCIA - ART. 303 DOCPC)

Pode-se exigir que cesse a ameaça, ou a lesão,

a direito da personalidade, e reclamar perdas edanos, sem prejuízo de outras sanções previstasem lei.

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RESPONSABILIDADE CIVIL - Erro médico - Autor acometido de sequelas

físicas em virtude de infecção manifestada após cirurgia - Laudo pericial a

atestar que a demora no tratamento do quadro infeccioso contribuiu para seu

agravamento - Negligência caracterizada - Comprovado o nexo de causalidade

entre o resultado danoso e a conduta médica - Configuradas, portanto, a culpa e

a responsabilidade do médico que acompanhava o autor - Responsabilidade

solidária da clínica onde o médico realiza as consultas, do hospital onde o

atendimento foi realizado e do plano de saúde que colocou o profissional à

disposição dos seus beneficiários - Danos morais e estéticos evidentes -

Ressarcimento devido - Valor da indenização que não comporta redução - Juros

a incidir desde a citação - Devido, também, o pagamento de pensão mensal

vitalícia, ante a total e definitiva incapacidade laborativa - Sentença mantida -

RECURSOS NÃO PROVIDOS. (TJSP; Apelação 0005640-06.2013.8.26.0009;

Relator (a): Elcio Trujillo; Órgão Julgador: 10ª Câmara de Direito Privado; Foro

Regional IX - Vila Prudente - 1ª Vara Cível; Data do Julgamento: 27/11/2018;

Data de Registro: 28/11/2018)

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APELAÇÃO CÍVEL. Ação de indenização por danos morais fundada em erro

médico. Sentença que julgou a demanda parcialmente procedente.

Responsabilidade do hospital que em regra é objetiva. Apuração da

responsabilidade mediante a verificação de culpa do profissional envolvido no

atendimento médico-hospitalar. Laudo pericial que é claro e conclusivo no

sentido da relação de causalidade entre a conduta médica e os alegados danos

sofridos pela vítima. Responsabilidade evidenciada. Danos morais. Ocorrência.

Juízo "a quo" analisou corretamente as questões suscitadas e o conjunto

probatório. Incidência do artigo 252 do Regimento Interno do Tribunal de Justiça

do Estado de São Paulo. Desnecessária repetição dos adequados fundamentos

expendidos pela r. sentença recorrida. Quantum indenizatório mantido.

Manutenção dos ônus sucumbenciais. Decaimento de parte do pedido pelo

autor. Recursos improvidos. (TJSP; Apelação 4001847-91.2013.8.26.0008;

Relator (a): José Joaquim dos Santos; Órgão Julgador: 2ª Câmara de Direito

Privado; Foro Regional VIII - Tatuapé - 5ª Vara Cível; Data do Julgamento:

11/12/2018; Data de Registro: 12/12/2018)

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Art. 951 do Código Civil

O disposto nos arts. 948, 949 e 950 aplica-se ainda

no caso de indenização devida por aquele que, no exercício

de atividade profissional, por negligência, imprudência ou

imperícia, causar a morte do paciente, agravar-lhe o mal,

causar-lhe lesão, ou inabilitá-lo para o trabalho.

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1. Conceito de diagnóstico

2. Conceito de prognóstico

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Diagnóstico é a avaliação de um médico emrelação a uma doença ou condição física oumental com base nos sintomas observados.

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Prognóstico é conhecimento prévio, realizado pelo

médico, baseado necessariamente no diagnóstico

médico e nas possibilidades terapêuticas, segundo

o estado da arte, acerca da duração, da evolução e

do eventual termo de uma doença ou quadro

clínico sob seu cuidado ou orientação.

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Tipos de erro nesta ação

a) Erro de diagnóstico e acerto de prognóstico

b) Acerto de diagnóstico e erro de prognóstico

c) Erro de diagnóstico e de prognóstico

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Há responsabilidade solidária e objetiva do

Hospital, na reparação do dano, por defeito na prestação

do serviço, desde que comprovada a culpa dos médicos

ou de qualquer outro profissional ligado à área da

saúde, que com ele mantenha vínculo laboral ou de

credenciamento, e o nexo de causalidade.

(Apelação/Erro Médico - Tribunal de Justiça de São

Paulo 0016568-55.2009.8.26.0009

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Art. 932 do Código Civil:

São também responsáveis pela reparação civil:

III - o empregador ou comitente, por seus

empregados, serviçais e prepostos, no

exercício do trabalho que lhes competir, ou em

razão dele;

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Súmula 341 - STF

É presumida a culpa do patrão ou comitente

pelo ato culposo do empregado ou preposto.

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A situação jurídica é diferente quando um

médico reserva as dependências de um hospital,

levando o próprio paciente para a realização de

procedimento.

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Conforme mencionado pelo Ministro CARLOS ALBERTO

MENEZES DIREITO: “Dano Moral - Lição de Aguiar Dias: o dano moral

é o efeito não patrimonial da lesão de direito e não a própria lesão

abstratamente considerada. Lição de Savatier: dano moral é todo

sofrimento humano que não é causado por uma perda pecuniária. Lição

de Pontes de Miranda: nos danos morais a esfera ética da pessoa é

que é ofendida; o dano não patrimonial é o que, só atingindo o devedor

como ser humano, não lhe atinge o patrimônio” (TJRJ 1ª. Câmara

julgado em 19.11.1991 RDP 185/198, mencionado por RUI STOCO, em

“Tratado de Responsabilidade Civil”, Ed. RT, 6ª. ed., p. 1666).

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Não é possível, assim, falar-se de erro de

diagnóstico, quando a questão ainda caracterizava

mera suspeita de determinada enfermidade.

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O exame ultrassonográfico para controle de

gravidez implica em obrigação de resultado,

caracterizada pela responsabilidade objetiva (CDC, art.

14)

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Não oferecimento ao consumidor da

segurança esperada, quanto ao modo de fornecimento

da prestação do serviço (CDC, art. 14, § 1º, I)

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Caso de criança com síndrome de Down

Se o médico não informar que á criança tem

síndrome de Down, haverá dano moral, devendo o

facultativo indenizar os pais. Valor da indenização: em

média R$ 20.000,00 (vinte mil reais)

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I - O exame ultrassonográfico para controle de

gravidez implica em obrigação de resultado,

caracterizada pela responsabilidade objetiva.

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II - O erro no diagnóstico de gestação gemelar,

quando existente um único nascituro, resulta em danos

morais passíveis de indenização. Agravo regimental

improvido.” (AgRg no Ag 744.181, 3ª Turma, rel. min. Sidnei

Beneti, j. 11/11/2008 grifei).

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A satisfação pecuniária por dano extrapatrimonial

é pautada por dois critérios principais:

1) o compensatório, que visa a anestesiar a lesão

causada ao bem jurídico, e não a “indenizar”

(que significa “desfazer o dano”), pois o dano

à dignidade da pessoa humana, aos direitos

da personalidade, não se rescinde;

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2) o punitivo, com finalidades preventiva, inibitória e

pedagógica.

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É importante salientar que a palavra “indenizar”

vem do Francês INDEMNISER, “ressarcir uma

pessoa de perdas que teve”, derivado do latim IN,

negativo, mais DAMNUM, “perda, dano, prejuízo”.

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O primeiro critério (retributivo), ligado ao ofendido, é

balizado:

(i) pelo subprincípio da dignidade da pessoa humana violado

(liberdade, igualdade, solidariedade, ou integridade

psicofísica) ou, em outras palavras, pelo tipo de direito da

personalidade lesado (nome, imagem, honra etc);

(ii) pela modificação na situação pessoal da vítima causada pela

lesão, isto é, pelo desnível entre a condição do ofendido antes

e depois do evento danoso.

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O segundo critério (repressivo-censório),

relacionado ao ofensor, é regido

(i) pelo motivo da conduta;

(ii) pelo tipo de elemento subjetivo (culpa, dolo etc);

(iii) pela intensidade do elemento subjetivo.

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PETIÇÃO INICIAL

I - DOS FATOS

Indicar os fatos e fundamentos jurídicos

do pedido. A exposição deve ser clara e objetiva,

a fim de que o juiz não determine que o autor

emende ou complete a petição inicial (art. 321 do

Código de Processo Civil)

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II - DOS FUNDAMENTOS LEGAIS

Os fundamentos legais não vinculam o juiz. Dá-

me os fatos e eu te darei o direito.

a) Aplicação do Código de Defesa do Consumidor

(artigos 2º e 6º, I, do CDC)

b) Artigo 949 do CC - prestação de serviços

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“Art. 949 do Código Civil

“No caso de lesão ou outra ofensa à saúde, o

ofensor indenizará o ofendido das despesas do

tratamento e dos lucros cessantes até ao fim da

convalescença, além de algum outro prejuízo que o

ofendido prove haver sofrido.”

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Conceito da Dignidade da Pessoa Humana pelo Professor Dr. Ingo Wolfgang

Sarlet

(…) por dignidade da pessoa humana a qualidade intrínseca e distintiva

de cada ser humano que o faz merecedor do mesmo respeito e

consideração por parte do Estado e da comunidade, implicando, neste

sentido, um complexo de direitos e deveres fundamentais que

assegurem a pessoa tanto contra todo e qualquer ato de cunho

degradante e desumano, como venham a lhe garantir as condições

existenciais mínimas para uma vida saudável, além de propiciar e

promover sua participação ativa e corresponsável nos destinos da

própria existência e da vida em comunhão com os demais seres

humano (…).

SARLET, Ingo Wolfgang. Dignidade da pessoa humana e os direitos

fundamentais na Constituição Federal de 1988. Porto Alegre: Livraria do

Advogado, 2004.

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