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Prof. Guilherme Carneiro Montes
Rio de Janeiro
2013
Ansiolíticos
INTRODUÇÃO
Ansiedade é um dos mais prevalentes distúrbios
psiquiátricos (ALMEIDA FILHO et al., 1992; DUPONT et al., 1996; GREENBERG et al.,
1999)
Sensação decorrente de excessiva excitação do
SNC consequente à interpretação de uma situação
de perigo (GRAEFF; BRANDÃO, 1997)
Montes, G. C.
INTRODUÇÃO
Montes, G. C.
INTRODUÇÃO
Montes, G. C.
INTRODUÇÃO
Ansiedade
normal
Ansiedade
patológica
Favorece desempenho e
adaptação
resposta antecipada
independente dos eventos
externos
Montes, G. C.
(Rang et al., 2004)
INTRODUÇÃO
SINTOMAS - ANSIEDADE
PSÍQUICOS
(BALLONE, 2005)
SOMÁTICOS
sudorese, taquicardia,
tremores, opressão no tórax,
tensão muscular, cefaléia
preocupação, nervosismo,
irritabilidade, insônia, dificuldade
de concentração
INTRODUÇÃO
Montes, G. C.
Ansiedade generalizada
• Um dos transtornos mais frequentes na população
• Ansiedade excessiva sem razão nenhuma
Síndrome do pânico
• Ataques de medo opressivo
• Concomitante ao sintomas somáticos
• Ex: pessoa pensa pensa que está morrendo, tendo
um ataque cardíaco (Hollander e Simeon, 2004)
Distúrbios de ansiedade clinicamente reconhecidos
INTRODUÇÃO
Montes, G. C.
Fobias
• Medos intensos de coisas ou situações específicas
• Exemplo: cobras, espaços abertos. Fobia social
Distúrbios de ansiedade clinicamente reconhecidos
Estresse pós-traumático
• Ansiedade ativada por lembranças insistentes de
experiências passadas estressantes
Desordem compulsiva-obsessiva
INTRODUÇÃO
Por que estudar
fármacos para o
tratamento da
ansiedade
Montes, G. C.
INTRODUÇÃO
Fármacos ansiolíticos
Classe de medicamentos mais consumida no
mundo
Ansiedade no Brasil, atinge mais de dez
milhões de pessoas, manifestam, em média, duas
vezes mais na população feminina
Montes, G. C.
INTRODUÇÃO
Fármacos ansiolíticos
Agentes farmacológicos empregados no
tratamento da ansiedade patológica promovendo o
alívio dos sintomas
SUBSTÂNCIAS PSICOTRÓPICAS receita cor
azul (Sujeitas a Notificação de Receita B) Portaria
344
(LEITE; SIQUEIRA, 2006)
Montes, G. C.
INTRODUÇÃO
Fármacos ansiolíticos
Benzodiazepínicos
Antagonistas do receptor -adrenérgico
Agonistas parciais dos receptores de serotonina
5-HT1A
Montes, G. C.
Montes, G. C.
Histórico
Clorodiazepóxido - 1959
Diazepam - 1963
Anel benzodiazepínico
Metila ligada N1
Fenila posição 5
Benzodiazepínicos
Anel triazólico
Triazolam
Núcleo BZD
Montes, G. C.
Benzodiazepínicos
Benzodiazepínicos
Montes, G. C.
Receptores Gabaérgicos
Receptor GABAA (JACOB et al., 2008)
GABAA e GABAC: ionotrópicos
GABAB: metabotrópico
Subunidades de GABAA: 6 α, 3 β, 3
γ 1 δ π θ ε
Benzodiazepínicos
Montes, G. C.
GABA
ácido gama-aminobutírico
Inibitório
É sintetizado a partir do L-
glutamato
GABA
BZD
SANTOS, C. C. M. P.
Cl-
Cl-
Cl-
Cl-
Cl-
Cl-
Cl-
Cl-
Cl-
Cl-
Cl-
Cl-
Cl-
Cl-
Cl-
Cl-
Cl-
Cl-
Cl-
Cl-
Cl-
Cl-
Benzodiazepínicos
Farmacodinâmica
Benzodiazepínicos
Montes, G. C.
Farmadinâmica
Os BZP potencializam ação a resposta ao GABA
Facilitarem abertura dos canais de cloro (+) pelo
GABA
Aumenta frequência de abertura do canal para uma
dada concentração de GABA
Não altera condutância ou tempo médio de abertura
Não afetam receptores de outros aminoácidos
Benzodiazepínicos
Montes, G. C.
Farmacocinética
Bem absorvidos por via oral, pico de conc. máx. em 1
hora
Oxazepam e lorazepam são absorvidos mais
lentamente
Todos os BZP são metabolizados e depois conjugados
ao ácido glicurônico e excretados
Vários BZP ao serem metabolizados formam
compostos ativos
Benzodiazepínicos
Montes, G. C.
Farmacocinética
Farmáco Via de administração
Meia-vida (h)
Metabólito ativo
Meia-vida metabólito (h)
Duração total de ação
Diazepam Oral, IM, IV 20-40 Nordazepam 60 Longa (24-
48h)
Clonazepam Oral 23-28 Não Longa
Alprazolam Oral 6-12 Derivado
hidroxilado
6 Média (24h)
Oxazepam Oral 8-12 Não Curta (12-
18h)
Lorazepam Oral, IM, IV 8-12 Não Curta (12-
18h)
Midazolam IV, IM 2-4 Derivado
hidroxilado
2 Ultracurta
(<6h)
Benzodiazepínicos
Montes, G. C.
Farmacocinética
t1/2 = 60 h
t1/2 = 40 h
t1/2 = 11 h
t1/2 = 8 h
Opção para
tratamento
de idosos e
com
pacientes
deficiência
hepática
Benzodiazepínicos
Montes, G. C.
Farmacocinética
Benzodiazepínicos
Montes, G. C.
Principais efeitos
Hipnótico tempo para o início e duração total
BZP afeta
menos que
outros
hipnóticos
Benzodiazepínicos
Montes, G. C.
Estágios do sono
Benzodiazepínicos
Montes, G. C.
Principais efeitos
Redução da ansiedade e agressão
Relaxante muscular:
tônus muscular somático no estado ansioso
Ação anticonvulsivante
Benzodiazepínicos
Montes, G. C.
Principais efeitos colaterais
Cardiovasculares: hipotensão em indivíduos idosos
ou hipovolêmicos
Em geral não interferem com função respiratória
Relaxante muscular, ataxia, sedação, amnésia,
tolerância e dependência
Benzodiazepínicos
Montes, G. C.
Flumazenil
Ant. benzodiazepínico
Não antagoniza os efeitos
depressores por etanol, barbitúricos,
meprobamato com mesma eficácia
Via i.v em solução de NaCl a 0.9%
Ligação ptns plasmáticas 50%
Meia-vida de 53 min
Eliminação : 99% sofre
biotransformação e eliminado pela
urina
Antagonistas dos receptores β-adrenérgico
Montes, G. C.
•Sintomas físicos sudoreses, taquicardia e
tremor •Sua eficácia depende do bloqueio das respostas
simpáticas periféricas e não de efeitos centrais.
(CHATURVEDI, 1985; RANG et al, 2004)
CaV
Ca2+
Ca2+
Ca2+
Ca2+
Ca2+
Ca2+ Ca2+
PKA c
c
NA
AC
ATP AMPc
P
Ca2+
Ca2+
Ca2+
Ca2+
Ca2+
Ca2+
Ca2+
Ca2+
Ca2+
Ca2+
Ca2+
Ca2+
Via serotoninérgica
Montes, G. C.
Azapironas
Agonista parcial do 5HT1A – pré e pós
Ansiolítico Efeitos colaterias
Agonistas parciais dos receptores de serotonina 5-HT1A (BLOOM, 2005; DEAKIN, 1993)
Via serotoninérgica
Buspirona
(www.cnsforum.com/imagebank modificada) Montes, G. C.
Via serotoninérgica
Buspirona
Tratamento da ansiedade generalizada
Efeitos colaterais: náuseas, vertigens, cefaléia,
agitação
Não produz dependência e sedação
Vantagem : Não interagem com álcool ou outro
sedativo e pacientes com história prévia de abuso de
drogas
Desvantagem : retardo do inicio de ação
Montes, G. C.
Hipnóticos
Montes, G. C.
Barbitúricos
Montes, G. C.
Curva dose X resposta
Barbitúricos
Montes, G. C.
Usados por muito tempo como
agentes sedativos-hipnóticos
Atividade depressora reversível no
SNC
Exibem atividade anticonvulsivante e
anestésica
Não é usado na clínica como
ansiolítico
Não possui efeito analgésico
Formula geral dos
barbitúricos
Barbitúricos
Montes, G. C.
Tiopental
Amobarbital
Pentobarbital
Barbitúricos
Montes, G. C.
Farmacodinâmica
Potencializa a ação GABAérgica aumentando o tempo de
abertura do canal de cloreto induzida pelo GABA (α e β)
Inibe liberação de neurotransmissores dependentes de Ca2+
Ação alostérica e podem inibir receptores AMPA excitatórios
Farmacocinética
Boa absorção via oral e boa distribuição
Lipossolubilidade X Barreira HematoEncefálica (BHC)
Ligação ptns plasmáticas (tiopental 80%; fentobarbital 20%)
Indutores enzimáticos (varfarina, anticoncepcionais)
Barbitúricos
Montes, G. C.
Principais efeitos
Ultra curta – Tiopental – coadjuvante em anestesias
Anticonvulsivantes –fenobarbital
Sedativo-Hipnótico – pentobarbital , v.o
Efeitos adversos
Tolerância
Abuso e dependência
Depressão respiratória
Ligeira redução da PA e da frequência cardíaca em doses
sedativa-hipnótica
Barbitúricos
Montes, G. C.
Efeitos adversos
Redução tônus da musculatura do TGI e amplitude das
contrações rítmicas
Interferem na biotransformação de outros fármacos
Náuseas, vômitos
Excitação paradoxal pacientes idosos
Barbitúricos
Montes, G. C.
Efeitos adversos
Redução tônus da musculatura do TGI e amplitude das
contrações rítmicas
Interferem na biotransformação de outros fármacos
Náuseas, vômitos
Excitação paradoxal pacientes idosos
Zolpidem
Fármaco hipnóticos (zaleplona)
Não tem estrutura semelhante aos BZP
Agonista no receptor de benzodiazepínicos
Baixo risco de dependência em relação ao BZP
Não é ansiolítico, anticonvulsivantes ou
miorrelaxante
Pode ocorrer efeitos amnésicos
Montes, G. C.
Zolpidem
1º hipnótico não BZP ômega-1
Boa absorção oral
Meia vida – 2h
Liga-se ptns plasmáticas 92%
Biotransformado no fígado
Induz e mantém o sono
Sedação diurna mínima Montes, G. C.
imidazopiridinas
Oxidação
Zolpidem
1º hipnótico não BZP ômega-1
Boa absorção oral
Meia vida – 2h
Liga-se ptns plasmáticas 92%
Biotransformado no fígado
Induz e mantém o sono
Sedação diurna mínima Montes, G. C.
imidazopiridinas
Zaleplona
hipnótico não BZP ômega-1
Boa absorção oral
Ação rápida
Curta duração ( t1/2 1h)
Sedação residual mínima
Montes, G. C.
pirazolopirimidinas