aula 6 - drogas alucinogénicas
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CANABINÓIDES
Universidade da Beira Interior
Eugenia Gallardo
Principais problemas (em relação à busca por tratamento), 2005*
*Or latest year available
4.5 milhões de pessoas foramtratadas em 2005
0
200
400
600
800
1,000
1,200
1990
1992
1994
1996
1998
2000
2002
2004
2006
Met
ric
ton
s
Colombia Peru Bolivia
Produção global de coca, 1990 - 2006
1,008980 984950
Revised data
33100 32100
4210045000
42000
2620021700
0
10,000
20,000
30,000
40,000
50,000
1988/89 1992 1999 2001/02 2003 2004 2005
Metr
ic t
on
s
Cannabis: produção mundial, 1988 - 2005
Tráfico de maconha em 2005(países que registraram apreensões de mais de 100
kg)
Apreensões globais de maconha: 4,680 tons em 20007,152 tons em 2004 4,644 tons em 2005
(-35%)
Adulto - (45-65 anos)
Cannabis Sativa
� Cannabis é a mais popular das drogas ilícitas
� É uma erva natural da qual derivam os canabinóides
que são drogas psicadélicas (leves), alucinogénicas ou
depressoras
� O composto activo da erva é o ∆9-tetrahidrocanabinol
(THC)
Cannabis Sativa
� Canabinol (CBN) - < actividade farmacológica
� Canabidiol (CBD) – actividade farmacológica escassa
� Isómeros do THC – ∆8 e ∆6 , carecem de efeitos, mas
depois adquirem-nos
� Ácidos carboxílicos – que têm actividade farmacológica
ao queimar-se
Formas de preparação
� "marijuana ou erva" - preparada a partir das folhas secas, flores e pequenos troncos da C. Sativa (quanto maior a quantidade de THC, mais forte).
É fumada, v.o. (em bolos) – 1% THC. Potência média
� "haxixe" – preparado a partir da resina da planta, a qual étransformada numa barra de cor castanha, com o nome coloquial de "chamom". É potencialmente mais tóxico do que a marijuana.O conteúdo em THC é até 20%. Potência alta
� "óleo de cannabis ou óleo de haxixe" – preparado a partir da mistura da resina com um solvente (acetona, álcool ou gasolina), que se evapora em grande medida e dá lugar a uma mistura viscosa, cujas quantidades em THC são muito elevadas (até 85%). Potência máxima
THC – Características
� É uma resina (sólida) pegajosa
� Altamente lipofílico e não solúvel na água
� Peso Molecular: 314 g/mol
� Fotosensível
%THC+ %CBD%CBN
R = > 1
THC – Características
A maior concentração de THC localiza-se nas inflorescências
femininas, com níveis decrescentes nas folhas, não sendo
encontrado nem nas raízes nem nas sementes.
Na planta da canabis, 95% dos canabinóides encontram-se na
forma de ácidos (inactiva), sendo activados durante a secagem e
principalmente durante a pirólise.
O conteúdo de THC na marijuana ronda os 0,5% a 5,0%,
enquanto que o haxixe é um pouco mais forte (2-20%).
THC – Características
Um cigarro de marijuana contém, normalmente, entre 0,5g a 1g de
planta seca que veicula cerca de 19 mg de THC.
TOXICOCINÉTICA - Absorção
� A ingestão da droga (THC) pode ser por inalação,
oralmente através de comida ou dissolvido em
compostos farmacêuticos
� Cerca de 10 a 50% é absorvido por via pulmonar
� Pelo tracto gastrointestinal é absorvido com rapidez
� A penetração nos tecidos vascularizados é rápida
TOXICOCINÉTICA - Absorção
VIA PULMONAR
� A flora intestinal destrói o p.a.
� Por v.o. o ∆9 é transformado em ∆8
� Pela combustão os ácidos já possuem actividade
TOXICOCINÉTICA - Distribuição
� A distribuição do THC dá-se cerca de 10% nos glóbulos vermelhos e 90% no plasma, destes, 99% estão ligados a proteínas plasmáticas.
� A substância vai para os pulmões e de seguida entra na corrente sanguínea dirigindo-se para o fígado.
� No SNC, o THC actua sobre um receptor cerebral específico, sendo a maior concentração nos gânglios basais, hipocampo e cerebelo.
TOXICOCINÉTICA - Distribuição
� Não existe correlação entre os níveis plasmáticos e o efeito.
� Os níveis plasmáticos descem rapidamente afinidade a proteínas.
� O THC é biotransformado no fígado pelo CYP450
� Formam-se dois metabolitos.
� O metabolito produzido mais rapidamente é o THC-COOH, por hidroxilação e oxidação, que não é psicoactivo. Este é detectado poucos minutos após o consumo de cannabis;
� O outro metabolito é o 11-HO-delta-9-THC,obtido por hidroxilação. Tem actividade e cerca de 20 % mais potente que o THC
TOXICOCINÉTICA - Biotransformação
� Os metabolitos têm afinidade pelo tec. adiposo (20 dias) nomeadamente, o cérebro e órgãos sexuais, onde ficam acumulados podendo provocar esterilidade
� Estes ficam retidos durante longos períodos de tempo, promovendo o fenómeno de baixa eliminação dos canabinóides do corpo
TOXICOCINÉTICA - Excreção
� 75 % são eliminado nas fezes e cerca de 25% na urina (sob a forma de éster de ácido glucurónico )
� Alguns metabolitos carboxi-inactivos têm tempos de meia vida terminais de 50 horas a 6 dias, ou mais, e servem como marcadores persistentes do uso prévio de cannabis em testes de urina.
TOXICOCINÉTICA - Excreção MECANISMO DE ACÇÃO
� O receptor canabinóide CB1, é o único expresso no cérebro;
� Os receptores canabinóides são predominantemente pré-sinápticos, o que éconsistente com a função dos canabinóides como moduladores de neurotransmissores a partir dos axónios terminais
� O segundo receptor canabinóide, CB2, éexpresso apenas nos tecidos periféricos, principalmente, no sistema imunitário
� O THC e outros canabinóides sintéticos actuam como agonistas dos receptores CB1 e CB2
� Ambos os receptores canabinóides são membros da classe da proteína-G acoplada e a sua activação estáligada à inibição da actividade da adenilciclase
MECANISMO DE ACÇÃO
� Os canabinóides bloqueiam as mensagens de dor promovendo a inibição a nível celular
� Quando a mensagem de dor chega ao neurónio pré-sináptico, é estimulada a abertura dos canais de cálcio que resulta na libertação de neurotransmissores
� Esta libertação promove a passagem da mensagem para o neurónio pós-sináptico
MECANISMO DE ACÇÃO
� A activação do neurónio pós-sináptico liberta a anandamida que se difunde no receptor CB1 pré-sináptico.
� Este vai activar a proteína G acoplada que inibe os canais de cálcio, que por sua vez, inibe a libertação de neurotransmissores.
� Redução da transmissão da dor.
MECANISMO DE ACÇÃO
� Efeitos inibitórios do THC e de outros canabinóides na libertação de variados neurotransmissores do sistema nervoso central (SNC) foram observados em muitos estudos
� Os neurotransmissores envolvidos incluem o L-glutamato, GABA, noradrenalina, dopamina, 5-HT e acetilcolina.
� O mecanismo celular envolvido na inibição da libertação de neurotransmissores pelos canabinóides continua desconhecido.
MECANISMO DE ACÇÃO
Canabinóides endógenos
� Derivados do ácido araquidónico com uma potente acção nos receptores canabinóides;
� Estão presentes em pequenas quantidades no cérebro e outros tecidos;
� A anandamida foi o endocanabinóide mais estudado.
� Este e outros canabinóides endógenos, são rapidamente inactivados através da combinação de um mecanismo de transporte e pela enzima amido-hidrolase dos ácidos gordos (FAAH)
MECANISMO DE ACÇÃO
� Canabinóides têm pouco potencial para a adição e apresentam poucos sintomas de absentismo.
� Geralmente, os dependentes fazem uso compulsivo da droga mas não desenvolvem dependência fisiológica à substância.
� O uso crónico leva a tolerância à droga, teoricamente é necessário doses maiores para se ter o mesmo efeito com o passar do tempo.
� Consumidores pesados precisam de ingerir quantidades até 8 vezes maiores da substância do que os ocasionais para obter os mesmos efeitos psicoactivos.
Efeito Dose/Resposta
Duração de efeitos
0 2 4 6 8 10 12 14 16
D ias
� Alguns consumidores crónicos que param de usar a substância podem apresentar sintomas de abstinência, como, inquietação ou ansiedade, irritabilidade, tremores, transpiração, náusea e perturbações no sono.
Efeito Dose/Resposta
� Estes sintomas duram apenas de 2 a 4 dias.
� Níveis plasmáticos máximos são observados poucos minutos após as primeiras “Passas” e os efeitos farmacológicos após 20 minutos.
� A droga ingerida tem efeitos mais tardios, cerca de 2 horas depois.
Efeito Dose/Resposta
• O efeito mais imediato da ingestão da cannabis é o rápido aumento dos batimentos do coração, que podechegar a 160 batidas por minuto. Ocorrebroncodilatação que persiste por uma hora.
• Comprometimento da coordenação motora. Normalmente perde-se também o equilíbrio.
• Os distúrbios oculares são: congestão da conjuntiva(olhos vermelhos) e redução da pressão intra-ocular –PIO (pupilas dilatadas).
• Aumento do apetite com secura da boca e garganta.
Efeitos Imediatos da Droga
Efeito Dose/Resposta
• A pessoa experimenta uma inesperada sensação de bem estar e felicidade, seguido de relaxamento e sonolência
• A noção de tempo e espaço é distorcida. Muitas vezes o consumidor tem a impressão de que um minuto dura uma hora.
• Alteração da memória recente e falha nas funções intelectuais e cognitivas. Em contrapartida, ocorre um aumento do fluxo das ideias.
• As emoções são sentidas com maior intensidade. Os efeitos variam muito de consumidor para consumidor e dependem da sua personalidade.
Efeito Dose/Resposta
Efeitos Psíquicos
� Maior risco de desenvolver cancro de pulmão. O haxixe possui um alto teor de alcatrão, superior até mesmo à contida no cigarro comum.
� Diminuição das defesas do organismo, facilitando o surgimento de infecções, dores de garganta e tosse crónica.
� Aumento dos riscos de sofrer de isquémia (diminuição do fluxo sanguíneo) no coração.
� Diminuição da quantidade de espermatozóides, o que pode levar o homem à infertilidade.
� Perda de memória que se pode agravar com o tempo.
Efeito Dose/Resposta
Efeitos a Longo Prazo
10,0%6,4 %Tachycardia
7,6%7,5%Panic/Fear
12,8%7,5%Orthostatic
11,6%10,7%Fantasizing
22,8%15,9%Perceptual
13,2%18,1%Depressed
18,8%20,2%Anxiety
31,6%26,6%Confusion
24,4%26,6%Elated mood
12,8%27,1%Ataxia
26,8%33,1%Dizziness
64,0%52,1%Sedation
44,8 %56,5%Dry mouth
Oral THC (n=257)Smoked Cannabis (n=98)Adverse Event
Side Effects Observed in a State Clinical Trial on Oral THC and Smoked Cannabis Conducted in California in the 1970s
Efeito Dose/Resposta
A doses habituais (15 -20 mg v.i.) não há alucinações
� Dose: quantidade de p.a.
� Via de administração: < toxicidade v.o.
� Frequência de uso: efeitos indesejáveis 1ª vez
� Estado físico e fisiológico
� Associação com outras drogas
Toxicidade Toxicidade
� A toxicidade aguda do THC é muito baixa
� A dose letal para o homem não é ainda conhecida
� A toxicidade crónica é dificil
� Efeitos no sistema imunitário e endócrino, no tracto respiratório (o THC é um broncodilatador), na performance psicomotora, na cognição e efeitos psicóticos
� Terapeuticamente pode ser utilizado como antiemético oral para tratar as náuseas provocadas pela quimioterapia; como relaxante ou analgésico (alívio da dor)
� Existem moléculas sintetizadas que activam CB1, assim como outras moléculas bloqueiam CB1 (impedem a activação do receptor e as suas consequências).
Utilização na Clínica
� Ansiedade moderada
� Depressão
� Transtornos do sono
� Fadiga, sudação
� Debilidade muscular
� Tremor fino
Dependência e Abstinência
� Ao aumentar a dose deveria aumentar o efeito
Indução enzimática
Maior experiência ao fumar
Factores psicossociais
Tolerância Inversa Conforme os níveis de metabolitos dos canabinóides
encontrados na urina pode-se interpretar os resultados do
seguinte modo:
a) <20 ng/mL: negativo
b) 20-50 ng/mL: pode não distinguir um uso recente por um
utilizador ocasional de um uso passado de um utilizador
regular
c) > 50 ng/mL: pode ser detectado em utilizadores regulares
mais do que 2 semanas após a última utilização
d) > 400 ng/mL: indica recente uso de uma elevada
quantidade de droga.
Anfetaminas e designer drugs
Drogas de abuso
Drogas sintéticas:
Universidade da Beira Interior
Eugenia Gallardo
Substâncias psicoactivas obtidas por síntese química, com uma estrutura química análoga a alguns fármacos que são ou foram utilizados na terapêutica. Os seus princípios activos não se encontram na natureza.
Drogas sintéticas
� Relacionada estruturalmente com a efedrina, um estimulante natural encontrado em plantas do género Ephedra.
� Relacionada estruturalmente com a adrenalina (epinefrina).
Anfetamina
R2
R3
R4
R5
R6Rα
Rβ
Rn
CH3
Anfetamina(N, α –metilfeniletilamina;
1-metil-2-feniletilamina)
(CAS-300-62-9) (CAS-537-46-2)
Metanfetamina(N,α-dimetilfeniletilamina; N-metilanfetamina)
MDMA
Anfetaminas: Feniletilaminas
MDA
Reduzem a fadiga;
Aumentam o estado de alerta;
Produzem sensações de euforia, aumento daconfiança.
…um pouco de história
Sintetizada por Edeleano, na Alemanha, em 1887 1920´s são conhecidos os
efeitos psicoestimulantes: uso clínico.
1928, Smith, Kline e French introduzem o inalador de Benzedrina(dl-anfetamina ) utilizado como descongestionante nasal.
Anfetamina
Substituido pela propilhexedrina, e em 1971 todos foram retirados do mercado
Utilizações terapêuticas antes aprovadas
Narcolepsia
Hiperactividade e deficit de atenção
Controlo do apetite (Anorexígeno)
Metanfetamina (speed, crank, meth, ice, crystal)
Sintetizada no Japão, em 1919
Utilizada na segunda guerra mundial
…Para aumentar a vigília e a agressividade e para diminuir a fadiga
MDA (3,4-metilenodioxianfetamina)
Sintetizada na Alemanha pela Merck, em 1910
Supressor de apetite…nunca foi comercializado
(Love drug)
MDMA (3,4-metilenodioximetanfetamina)
Patenteada na Alemanha pela Merck, em 1914 Supressor de apetite…nunca foi comercializado
Anos 50’s utilização experimental:psicoterapia
Ecstasy , “E”, “X”, “XTC” e “ADAM”
Anos 60’s uso recreativo
1985 Classe I DEA
Entactogen “touching within”
A primeira comunicação científica sobre efeitos fisiológicos no Homem data de 1976 e foi efectuada por Alexander Shulgin.
No léxico das drogas de abuso e, em particular, no das drogas sintéticas, referem-se ainda as drogas de desenho (do inglês, designer drugs).
Estes compostos sintéticos são análogos químicos de drogas ilícitas. A designação advém do facto de serem especialmente desenhadas e constantemente modificadas pelos produtores. A estrutura molecular de uma substância cujo consumo é ilegal éalterada tendo como objectivo a obtenção de efeitos psicoactivos similares, ou ainda mais potentes e muito mais aditivas, e evitando, deste modo, o ilícito criminal e as consequentes sanções penais.
e.g. os análogos sintéticos da fenciclidina, meperidina e fentanil, da feniletilamina e triptamina .
Drogas de desenho
Sal (sulfato de anfetamina)
Base livre
Anfetamina
(Líquida, volátil, insolúvel em água)
(CAS-51-57-0)
Sal (cloridrato de metanfetamina)
Base livre
Metanfetamina
(Líquida, volátil, insolúvel em água)
Speed (anfetamina)
Anfetaminas: Formas de apresentação
Pó, cápsulas e comprimidos
Oral, inalada (ice), aspirada, i.v. (speed)
Vias de administração
Metanfetamina: Formas de apresentação
Pó, comprimidos
Oral, inalada (fumada), aspiração nasal, i.v.
Vias de administração
Pó
MDMA: Formas de apresentação
Pó, cápsulas, comprimidos
Oral, inalada, i.v.Vias de administração
Consumo combinado ou alternado de substâncias diversas,lícitas e ilícitas, sintéticas ou não.
Policonsumo
Deste modo, pretende-se maximizar e minimizar os efeitos positivos e negativos respectivamente, e suprimir os efeitos adversos de outras substâncias psicoactivas.
e.g. Speed balls (heroína e cocaína)Benzilpiperazina (BZP) e MDMA
A BZP, por exemplo, é consumida como substituto de drogas ilícitas (e.g. MDMA) mas também é utilizada em associação com elas, para intensificar os seus efeitos, promover o aumento da vigília e diminuir os efeitos depressores do álcool e/ou cannabis.
Cafeína(11.8%)MDE (5.9%)Metanfetamina (58.8%)MDMA (23.5%)
MDMA (100%)
Cafeína (64.5%)Metanfetamina (3.2%)MDMA (32.3%)
Cafeína (20.0%)MDMA (80.0%)
Composição diversa
(www.safeorg.com)
Parâmetros farmacocinéticos
Tmax vs via administração
Anfetamina, oral: 2,2 hMetanfetamina, oral: 7,5 hMetanfetamina,fumada: 2,5 hMetanfetamina, Aspiração nasal: 2,7 hMDMA, oral:1,5-2 h (1)
Anfetamina, t1/2: 4-8 h (ácida); t1/2::12 h(básica)
Metanfetamina, t1/2: 9 hMDMA, t1/2: 6-7 h
(1)A Comprehensive Review of MDMA and GHB: Two Common Club Drugs
T1/2
Distribuição
AnfetaminaMetanfetaminaMDMA
São lipossolúveis pelo que atravessam facilmente a barreira hematoencefálica e placentária. Apresenta uma semi-vida de aproximadamente 8 horas levando a que sejam necessárias 40 horas para eliminar 95% da concentração plasmática (isto é especialmente grave em intoxicações em que o processo de cura inclui internamento em cuidados intensivos por 2 dias).
Metabolização
Fase I: desmetilação, N-desalquilação, hidroxilaçãoaromática
Fase II: conjugação com ácido glucurónico e sulfatos
CitP450: CYP2D6,CYP3A4,CYP1A2 polimorfismo CYP2D6 Anfetamina
Metanfetamina
N-desmetilação
p-hidroximetanfetaminahidroxilação
Anfetaminap-hidroxianfetamina
hidroxilação
oxidação
Hidroxilação
Norefedrina
o-hidroxinorefedrina
p-hidroxinorefedrina
Glucuronido da p-hidroxianfetamina
hidroxilação
glucuronização
3,4-dihidroximetanfetamina (HHMA)
O-Desmetilação (CYP2D6)
O-metilação
4-hidroxi-3-metoximetanfetamina (HMMA)
N-desmetilação
4-hidroxi-3-metoxianfetamina (HMA)
N-desmetilação
3,4-metilenodioxianfetamina (MDA)
3,4-metilenodioximetanfetamina (MDMA)
O-Desmetilação (CYP2D6)
3,4-dihidroxianfetamina
(HHA)
O-metilação
(Green et al., 2003).
Selegilina Fenproporex
Clobenzorex
Metanfetamina Anfetamina
desmetilselegilina
CYP2B6,CYP2C8
CYP2B6
CYP2B6,CYP2C8, CYP2C19,CYP1A2
Polimorfismo: CYP2D6
Na generalidade, os metabolizadores lentos (PMs) apresentam concentrações mais elevadas de drogas e, deste modo, podem apresentar no sangue concentrações tóxicas com doses “normais”.
Já os metabolizadores ultra-rápidos eliminam os substratos CYP2D6 muito rapidamente de tal forma que as “concentrações terapêuticas” não são atingidas com doses ditas normais.
O metabolismo da droga é muito rápido
Não existe resposta àdroga nas
concentrações “normais”
Na presença de pró-farmacos ocorre um fenómeno oposto: os metabolizadores ultra-rápidos podem sofrer efeitos adversos e os metabolizadores lentos podem não responder.
Metabolizadores
ultra-rápidos (1)
Metabolizadores
rápidos (2)
A resposta obtida é a
esperada para a dose normal
Metabolizadores lentos (1)
O metabolismo da droga é muito lento ou inexistente
Nas concentrações “normais”os níveis plasmáticos são MUITO ELEVADOS
Risco elevado de efeitos adversos
Eliminação: Renal
metanfetamina anfetamina
MDMA HMMA (++, >20%),HHMA (15%), MDMA(20%), MDA (<2%)
Anfetamina: 5-55,5%
Metanfetamina: 15- 55%
anfetamina anfetamina
ANF/MET ≤ 0,1
?
?MDA 10-15 % > MDMA Consumo de
MDA e MDMA
2-3 dias na urina
MDA MDA
Ao contrário da cocaína estas drogas são eliminadas em elevada % na forma inalterada.
Dependente do pH da urina
pH básicopH ácido
> % droga sob a forma inalterada< % droga sob a forma inalterada
↑ hidrossolubilidade↑ lipossolubilidade… ↑ reabsorção renal
Farmacodinâmica
Farmacodinâmica:mecanismo de acção
NA
DA 5-HT
As anfetaminas apresentam uma relação estrutural com a noradrenalina (NA), dopamina (DA) e serotonina (5-HT)….
Noradrenalina
Serotonina
Dopamina
Aumentam a libertação e bloqueiam o metabolismo das catecolaminas (noradrenalina, DA, adrenalina) e da 5-HT no SNC e nos nervos simpáticos
Farmacodinâmica: anfetaminas
A anfetamina e metanfetamina são substratos para os transportadores da dopamina e noradrenalina, diferente da cocaína que apenas inibe a recaptação.
Actuam na sinapse como falsos NT substituindo a NA e a DA
Libertador potente e inibidor da recaptação da serotonina (5-HT)Facilita a libertação de 5-HT através dos canais de Ca2+-dependentes e independentemente do SERT´s
Menor afinidade para os NET’s e DAT’s
Doses > 10mg/kg � neurotóxicas para os neurónios serotoninéricos (5-HT)
Resultado � 5-HT, NA e DA disponíveis para agir no receptores pos-sinápticos
Farmacodinâmica: MDMA Farmacodinâmica: efeitos farmacológicos
EFEITOS IMEDIATOS
�Euforia, excitação nervosa, aumento do estado de alerta (insónia), loquacidade, aumento da confiança, da satisfação, empatia;
�Aumento da concentração e da atenção;
�Agressividade, diminuição do apetite (anorexia), diminuição da fadiga, hiperactividade, agitação, irritabilidade, ansiedade;
�Sede, sudorese, taquicardia, aumento da pressão arterial, náuseas, mádisposição, cefaleias e vertigens;
�Movimentos estereotipados (“tiques”), bruxismo;
�Impotência, alterações libido, retenção urinária.
overdose
�Hipertermia, irritabilidade, taquicardia, náuseas, vómitos;
�Alucinações, insuficiência respiratória, cianose, convulsões,…morte.
Alguns dos efeitos mais ou menos imediatos após a sua administração são derivados da libertação de serotonina: sinais de euforia, dilatação das pupilas (midríase), perda de controlo dos músculos de um ou ambos os olhos (que começa a vibrar ao tentar focar um ponto), perda de sensibilidade (o que provoca a ausência de sede e em caso mais graves a desidratação), empatia ou sentimentos de amizade, aumento da temperatura corporal, hipertensão e perda de controlo dos músculos do maxilar inferior.
EFEITOS
EFEITOS A LONGO PRAZO
�Hipertrofia cardíaca
�Psicose paranóide (paranóia)
�Alterações humor
�Agressividade, irritabilidade
�Espasmos vasculares difusos
�Ansiedade, pânico
�Depressão
�Comportamento obsessivo compulsivo
�Disfunção cognitiva
�Insónias
�Irritabilidade
�Perda energia, fatiga
E ainda com a MDMA:
Alucinações visuais
flasbacks
Efeitos no sistema dopaminérgico de
reforço
� Hipertensão
� Hipertermia (e.g. 43ºC)
� Taquicardia
� Arritmias cardíacas graves
� Desidratação
� Coagulação intravascular disseminada
� Convulsões
� Síndrome serotoninérgico
Sintomas de uma overdose
EFEITOS
Intenso esforço físico, temperaturas elevadas, exaustão…desidratação; hipertermia
(e.g. dançar, desporto)
Rabdomiólise Falência renal
Coagulação intravascular disseminada
Convulsões…morte
A questão do exercício físico intenso não deve portanto ser menosprezada, estas drogas são consumidas para conceder energia, não só visando a diversão mas também para obter maior rendimento em actividades desportivas
EFEITOS
Hipertermia (dose-dependente)
Na Na Na
Hemodiluição com hiponatrémia
(diminuição do sódio)
Excesso de água Na Na NaNa Na Na
A perda de calor é dificultada pela acção vasoconstritora cutânea provocada pela MDMA.
E a ingestão de álcool agrava os riscos potenciais dado que o etanol colabora com a desidratação.
Mortes relacionadas com o consumo de drogas: o termo designa as mortes directamente provocadas pelo consumo de uma ou mais drogas psicoactivas e que simultaneamente ocorrem num curto espaço de tempo após o consumo (OEDT ).
Portanto são atribuídas ao consumo excessivo e aos efeitos imediatos da(s) droga(s).
Mortes indirectamente relacionadas com o consumo de drogas: a morte resultante de causas naturais ou as situações de morte violenta, e.g. patologias agudas ou crónicas associadas ao consumo (e.g. infecciosas, cardíacas); as provocadas por agentes externos, homicídios, suicídios e acidentes, por exemplo, sob a influência de drogas de abuso.
� Euforia� Diminuição do estado de alerta� Diminuição do estado de fadiga � Após o efeito psicoestimulante segue-se exaustão física, �sonolência e diminuição da capacidade de concentração.
� Aumento da autoconfiança
ALTERAÇÕES NA CAPACIDADE PARA CONDUZIR PROVOCADAS PELAS ANFETAMINAS
Normal Ex-consumidor de ecstasy
Normal 2 semanas após consumo ecstasy
7 anos após consumo ecstasy
KETAMINA
Droga anestésica desenvolvida em 1965 pelos laboratórios norte-americanos Parke & Davis, tendo como objectivo principal a sua utilização em anestesias humanas e veterinárias
O seu uso tornou-se constante entre os jovens, sendo consumida em festas como um potente alucinogénio
Existem diversos nomes comuns dados à ketamina: K, especial K, ket, kit kat, vitamina K, super ácido, super K e ketaject
O hidrocloreto de ketamina é também conhecido pelos nomes Comerciais de Ketalar, Ketaset e Ketave
É produzida comercialmente sob duas formas; como pó branco ou líquido sem odor, insípido e incolor
2-(2-clorofenil)-2-(metilamino)-ciclohexanona
Fórmula molecular: (C13H16ClNO)
Peso molecular: 238 g/mol
pH: 3 5 5 5
Alta solubilidade lipídica
Parcialmente solúvel em água
A ketamina é uma mistura racémica, contendo partes iguais de S-ketamina e R-ketamina.
O isómero levógiro é 1,5 a 4 vezes mais potente do que a mistura racémica
Derivado da fenciclidina - PCP também conhecido por “pó dos anjos”
Classificação:- Analgésico- Anestésico dissociativo- Antagonista de receptores de aminoácidos excitatórios
Pertence a uma classe de drogas denominadas “anestésicos dissociativos” que separam a percepção da sensação
A ketamina e a PCP distorcem a percepção visual e sonora e produzem um sentimento de separação – dissociação – do indivíduo do meio que o rodeia.
Alteração na distribuição do glutamato pelo cérebro
Utilização Clínica
Em traumas e em procedimentos cirúrgicos de emergência, bem como na medicina veterinária
A ketamina produz alguma dilatação dos brônquios, característica que a torna numa droga anestésica útil em pacientes com asma
É o único anestésico completo pois permite uma anestesia geral que inclui hipnose, analgesia poderosa e protecção neuroendócrina, além de uma amnésia considerável.
Em Portugal, o fármaco para consumo humano é o Ketalar®, solução injectável 200 mg/20mLou 500mg/10mL, administração intramuscular ou intravenosa — MSRM, sendo apenas permitido o seu uso em meio hospitalar, por pessoal especializado
Tem vindo a ser usada num contexto recreativo como droga de abuso e em “crimes sexuais” devido às sexuais suas características sedativas e dissociativas
Ocorre principalmente em “raves”, discotecas, bares nocturnos e festas privadas
Droga de Abuso
AbsorçãoAnestésico administrado por injecção intravenosa, infusão intravenosa ou injecção intramuscular, mas pode ser igualmente tomada de forma oral, rectal ou nasal
DisposiçãoAtravessa facilmente a placenta e as concentrações no feto são aproximadamente iguais às da mãe
DistribuiçãoTem uma elevada biodisponibilidade depois da sua administração intravenosa ou intramuscular Volume de distribuição relativamente alto e uma rápida redistribuição desde os tecidos centrais até aos tecidos periféricos
A farmacocinética segue um declínio exponencial, com uma vida média de distribuição de 24,1seg, uma vida média de redistribuição de 4,68 min e uma vida média de eliminação de 2,17horas.
Farmacocinética
É metabolizada no fígado pelo sistema citocromo P450Na primeira fase, a via mais importante, é uma N-desmetilação
Farmacocinética
via de biotransformação mais importante começa com a N-desalquilação pelo citocromo P450 no metabolito activo (norketamina), que é hidroxilado e conjugado com o ácido glucorónico originando compostos hidrossolúveis, que são excretados pela urina
O anel de ciclohexanona é submetido ao metabolismo oxidativo paraformar o segundo metabolito, a desidronorketamina
Farmacocinética
A desidronorketamina é posteriormente conjugada com o ácido glucurónico
Eliminação
Urina sobre a forma de compostos mais hidrossolúveis
Mecanismo de Acção
Bloqueio dos receptores para glutamato N-metil-D-aspartato (NMDA) e não-NMDA e antagoniza os receptores de acetilcolina nicotínicos e muscarínicos, bem como os receptores de opióides
O canal é permeável ao cálcio e, em menor grau, ao sódio e ao potássio. A ligação simultânea do glutamato com a glicina, um co-agonista, éobrigatória Receptores NMDA co para a activação do receptor
A ketamina liga-se ao local de ligação do PCP no receptor NMDA, inibindo a activação pelo glutamato de maneira não-competitiva
Exerce efeitos inibitórios uma vez que bloqueia o canal dos receptores NMDA excitatórios, impedindo a entrada do Ca2+ para a célula
Bloqueia a produção do óxido nítrico (NO) a partir do complexo Ca2+-calmodulina
Z O impedimento da entrada de Ca2+ para a célula evitaria a activação excessiva da proteína cinase C, que juntamente com a inibição da produção de NO explicariam os mecanismos de inibição dos fenómenos de facilitação sináptica e d ç p e protecção contra a excitotoxicidadeneuronal (“mecanismo neuroprotector”)
Z Este impedimento produz um relaxamento
Mecanismo de Acção
A R-ketamina inibe a captação neuronal de noradrenalina e a S-ketamina além disso, inibe também a captação extra neuronal, produzindo uma resposta sináptica prolongada e um aumento da transferência da noradrenalina para dentro da circulação
A captação da dopamina e da 5-HT é inibida, o que poderia levar a um aumento da actividade dopaminérgica central conduzindo a uma sensação de prazer.
Mecanismo de Acção
� Excesso de neurotransmissores na fenda
� O potencial de membrana não érestaurado
� Transmissões posteriores não são possíveis
� Destruição de transmissão do impulso nervoso� Paralisia e morte
CONSEQUÊNCIAS
Trabalhos realizados recentemente têm demonstrado o uso como indutora de sintomas positivos e negativos similares àqueles associados com a esquizofrenia(Keilhoff et al., 2004; Pietraszek, 2003) tanto em humanos (Keilhoff et al., 2004; Bressan e Pilowskv, 2003) quanto em animais, sendo proposto como um possível modelo de esquizofrenia (Becker et al., 2003; Keilhoff et al., 2004)
Existem evidências sugerindo a importância do receptor NMDA na indução e na manutenção da sensibilização central durante estados de dor, como por exemplo, em voluntários submetidos a queimaduras, a ketamina racémica reduziu a sensibilização central.
Estudos toxicológicosDoses baixas (10-75mg)Produz melhoria no humor e sintomas psiquiátricos como perda da realidade, despersonalização, alucinações visuais, sonhos agradáveis, perda de atenção, de habilidade de aprendizagem e de memória
Doses médias (60-125mg)Movimento lento, zumbido nos ouvidos, desconexão do meio, perda da coordenação e em menos de dez minutos ocorre perda completa de movimentação
Doses mais elevadas (100-250mg)vómitos, fala arrastada, amnésia, redução da função motora, delírio com ou sem agitação psicomotora, movimentos tónicos repetidos, taquicardia, hipertensão e depressão respiratória
Efeitos agudos (semelhantes à Fenciclidina, com menor duração e intensidade)- Melhoria no humor- Despersonalização- Alucinações visuais- Leveza, sonhos- Dificuldade na aprendizagem- Falta de atenção, habilidade e memória
Intoxicação
Efeitos a longo prazo- Dificuldades cognitivas: atenção, aprendizagem e memória
Efeitos tóxicos- Taquicardia/hipertensão- Bradicardia/hipotensão- Dificuldades cognitivas e psicomotoras- Depressão respiratória- Náusea- Convulsões e mal-estar intenso- Ansiedade/depressão- Amnésia- Flashbacks (dias/semanas)- Sensação de saída do próprio corpo ou proximidade à morte- Delírio, sintomas de esquizofrenia, psicose, paranóia- Hiperexcitabilidade, agitação severa
Intoxicação
A Ketamina é muito perigosa quando misturada com ecstasy ou anfetaminas. Isto pode levar a um aumento da pressão arterial.
Doses elevadas principalmente com outras substâncias depressoras como o álcool, podem suprimir perigosamente a respiração e a função cardíaca podendo levar à inconsciência
Se são consumidas doses suficientemente elevadas, o efeito anestésico pode culminar na morte
É contra-indicada em pessoas nas quais um aumento da pressão sanguínea possa constituir um problema, e nas pessoas que demonstrem hipersensibilidade à substância
Interacções Tratamento
Medidas de suporte (respiração artificial)
Benzodiazepínicos nos casos de agitação ou ansiedade, pois estes, em particular o Midazolam, têm demonstrado ser os agentes mais eficazes na prevenção das manifestações adversas.
Estudos clínicos comparativos entre o Diazepam e o Midazolam, verifica-se maior eficácia neste último, além do que permite diminuir o tempo de recuperação dos pacientes
Cuidados para a hipertermia, convulsão, rabdomiólise.
Não há antídoto para overdose
LSD
LSD
•Foi descoberto por Albert Hoffman em 1938 que inadvertidamente engoliu o produto em vez de outro. Teve sensações estranhas e ensaiou a droga nele e em outros colegas.
•Nos anos sessenta era uma substância de culto entre os estudantes, bandas musicais e Intelectuais.
•Lucy in the Sky with Diamonds
•Nas esferas militares houve quem pensasse que se tratava de uma excelente “lavagem” ao cérebro de inimigo.
LSD
� Cravagem do centeio, parasita cereais: milho, arroz, centeio, trigo, cevada e aveia.
LSD
� Contem uma mistura de alcalóides, extremamente variáveis dependendo das condições geográficas:
� A ergolina e a amida do ácido lisérgico: são muito visionarias e de escassa toxicidade.
� A ergotamina e a ergotoxina sobretudo são venenos mortais.
LSD
Os alcalóides da cravagem do centeio, nas quantidadespresentes nas plantas, podem afectar negativamente a saúde de vários mamíferos bem como alguns insectosherbívoros.
Ergotismo ou “fuego sagrado, mensaje divino fuego
de San Antonio o fuego de San Marcial”
LSDTipo gangrenoso:
Inflamação dolorosa das extremidades, Entorpecimento, Arrefecimento, Queda espontânea de membros pelas articulações.
Tipo convulsivo:
Agitação mental, delírio, e perturbações sensoriais.
A toxicidade a doses terapêuticas ou em overdose:
- Espasmos arteriais locais;- Isquemia das extremidades ou órgãos.
Overdose aguda pode também causar:- Náuseas, - Vómitos, - Coma, - Convulsões,- Aborto espontâneo.
Insuficiência vascular pode resultar na gangrena das extremidades ou enfartede um órgão.
A duração dos sintomas é variável:-Sintomas de isquemia (p. e. mãos e pés a ficarem frios e pálidos) podem ser atrasados 12 a 24 horas depois de uma overdose aguda.- Espasmos arteriais podem persistir durante 3 dias. - Dores musculares podem ocorrer com a actividade ou durante o descanso.
Deficiência isquémica neuronal pode ser permanente ou resolvida de forma devagar durante semanas ou meses.
LSD
� O principio activo alucinógenico dos alcalóides da cravagem do centeio é o ácido lisérgico.
� 1938, Albert Hofman adicionou um grupo dietilamida ao ácido lisérgico, conseguindo a Dietilamida do Ácido Lisérgico, ou LSD, obtendo assim um dos alucinógenosmais potentes
� Em tabletas, cápsulas e, as vezes, em líquido.
� Inodoro, incolor com sabor ligeiramente amargo.
Absorção cutânea, ingestão oral ou por via intravenosa
Toxicocinética
Completamente absorvido pela área do tracto gastrointestinal
Metabolizado pelo fígado
Efeitos começam após 15 a 30 minutos depois da ingestão e duram até 12 horas
Hidroxilação e conjugação com ácido glucuronico
Distribuído ao longo do organismo
Toxicocinética
A concentração mais baixa é encontrada no cérebro
Desaparece muito rapidamente da circulação sanguínea
A eliminação é feita pelas fezes e pela urina
1 a 10 % LSD inalterado
Uma análise à urina após o consumo de LSD, revela a presença de LSD, iso-LSD, 2- oxo-3-hidroxi-LSD (O-H-LSD), Nor-iso-LSD, etilamida do ácido lisérgico (LAE), LSD trioxilado, ácido etill-2-hidroxietilamida lisérgico (LEO) e 13 e 14-hidroxi-LSD
LSD
�Flashback – se não consumir durante semanas ou meses começa a sentir os mesmos efeitos de como se estivesse a consumir.
�Intoxicação física
�Consequências psíquicas
�Comportamento violento
�Depressão
�Danos cerebrais irreversíveis
�Distorções no funcionamento do cérebro, alterando as funções específicas = alucinações
�Pode trazer satisfação ( Boa Viagem)
�Pode deixar a pessoa amedrontada (Má Viagem)
�Delírios
�Juízos falsos da realidade – pensar que faz coisas impossíveis como andar na água, voar, etc.
�Pulsação acelerada
�Pupilas dilatadas
�Suor excessivo
�Excitação
�Convulsões
CONSEQUÊNCIASEFEITOS
Flashback:
• É um efeito a longo prazo;• Desencadeado pelo uso abusivo de drogas (LSD)• É uma revivência psíquica muito dolorosa de uma experiência tida com a droga, mesmo após dias ou meses sem ser ingerida;• Acredita-se que os flashbacks sejam provocados por uma parte do ácido que demora a ser eliminado e permanece no cérebro.
EFEITOS TÓXICOS
O consumo de LSD aumenta as concentrações de:
� dopamina (que alivia as dores)
� serotonina (ligada ao prazer e sensação de bem-estar)
MECANISMOS DE ACÇÃO
LSD e a serotonina têm o mesmo receptor no cérebro como alvo;
Respostas diferentes no interior da célula porque actua como inibidor parcial do receptor de serotonina (5-HT2).
Agonista do receptor de 5-HT
� O LSD é eficaz em quantidades notavelmente pequenas, a dose media dos consumidores de LSD é de 50 a 75 µg;
� Estudos feitos para a toxicidade do LSD, tendo como padrão o LD50 (dose letal média) demonstram que o peso não tem grande influência na dose, uma vez que a dose letal de um elefante (0,06 mg/Kg) é 1.000 vezes menor do que a do rato (16,5 mg/ Kg);
DEFINIÇÃO DOSE/RESPOSTA
O principal perigo no consumo de LSD reside na imprevisibilidade dos seus efeitos a nível psíquico
Uma pequena quantidade é o suficiente para provocar graves efeitos secundários ao nível do foro psiquiátrico
O consumo de LSD leva a alterações na percepção, principalmente de carácter visual e auditivo
O fenómeno de flashback pode ser extremamente assustador, provocando por vezes problemas de saúde mental
LSD
INALANTES E SOLVENTES•Estão presentes em muitos produtos comerciais:
- EterVoláteis - clorofórmio
- benzina
- colas- tintas- vernizes
Solventes - removedores- limpa chamas- esmaltes
•Passaram a ser utilizados como droga nos E.U.A. Por volta de 1960
•Hoje consome-se mais em países do 3º Mundo
•São utilizados por meninos de rua como forma de sanar a fome
INALANTES E SOLVENTES
INALANTES E SOLVENTES
EFEITOS
Excitação:•Tonturas•Náuseas•Tosse•Espirros•Saliva excessiva
Depressão leve:•Confusão•Desorientação•Dificuldade na fala e visão•Perda de autocontrole•Início de alucinações
Depressão profunda: Depressão tardia:•Redução da consciência . Baixa da tensão arterial •Falta de coordenação motora . Convulsões•Lentidão de reflexos . Coma ou MORTE•Alucinações
INALANTES E SOLVENTESCONSEQUÊNCIAS
•Deprime o Sistema Nervoso Central•Baixa a tensão arterial•Diminuição da respiração•Diminuição dos batimentos cardíacos•Paragem cardíaca•Problemas renais•Uso prolongado – tentativas de suicídio•Destruição de neurónios• Apatia•Dificuldade de concentração•Déficit de memória•Lesões na medula, fígado, rins e nervos periféricos•Danos na molécula óssea
Eugenia Gallardo
Sumission chimique (SC)
Administração de substâncias psicoactivas a uma pessoa, sem o seu conhecimento, com fins delitivos e/ou criminais
Agressão sexual é a mais comum
Drug-facilitated sexual assault (DFSA)
Agressão sexual facilitada por drogas e/ou fármacos
Outros crimes: roubos, crimes com crianças, …
� Almost 62 percent of sexual assaults were found to be drug facilitated,
� and almost 5 percent of the victims were given classic 'date-rape' drugs
NIDA OEDT
� Up to 20% of women in Europe have experienced some form of sexual assault during adulthood
Legislação Inglesa 1861 (Offences against the person act)
Legislação Inglesa 1956 (Sexual offences act)
Legislação USA 1996 (Drug-induced rape prevention andpunishment act)
Drug-facilitated sexual assault (DFSA)
- Ingestão involuntária de substâncias incapacitantes
- Ingestão voluntária e involuntária de substâncias incapacitantes
- Consumo voluntário de substâncias incapacitantes, que o agressor aproveita em seu próprio benefício
Sumission chimique (SC)
Termo mais amplo, que designa também ….
- Uso de substâncias químicas para cometer roubos ou burlas enquanto as vítimas permanecem inconscientes
- Uso de drogas e/ou fármacos para conseguir sedação em crianças
Epidemiologia
Canadá (1993-2002) – 1594 casos de agressão sexual
246 (15,4%) DFSA
95,5 % jovens 15-19 anos
Aumento progressivo de casos diagnosticados:
a) Aumento da informação às vitimas
b) Aumento da formação ao pessoal sanitário
c) Aumento da incidência real
Epidemiologia
USA (Maryland) – idade ≥ 13 anos
117 por 100.000
70 % jovens <30 anos
Circunstâncias:
Durante um passeio (27 %)
Visita a casa de um amigo (24%)
53 % positivas a álcool e/ou drogas
Epidemiologia
Paris (2003-2004) – 128 casos de suspeita
18 % confirmaram analiticamente (zolpidem e clonazepam)
50 % consumo prévio de narcóticos, drogas de abuso e fármacos
Epidemiologia
França 2003 (Agence Française de Securité Sanitaire des produits de Santé)
Implementação de um dispositivo nacional de seguimento
2003-2005: 258 casos notificados (119 DFSA)
60 % mulheres e 13 % crianças
Benzodiazepinas
Factor de vulnerabilidade: consumo álcool e cannabis
Epidemiologia
UK 2006 (Operação Matisse)
Implicava serviços médico-legais, toxicologistas e polícias
Amostras biológicas para análises toxicológicas, questionário para as vítimas, avaliação do estado clínico, circunstâncias, …
120 notificações - 52 % álcool, 48 % fármacos
Drogas: 20% cannabis, 17 % cocaína
Flunitrazepam e GHB 2 casos
Vítima
- Mulher jovem < 30 anos
- > 60 anos
- CriançasPedófilos
Familiares
Conhecidos da família
Agressor
- Homem (70 %)
- Conhecido da vitima, amigo, ex-companheiro
- Desconhecido
- Familiares, pessoal sanitário
� Are these perpetrators generally organized or disorganized?
� High functioning� Grandiose, self-absorbed� Narcissistic� Appear to be functioning well� Two groups
� College students� Men > 30 years of age
� Often single (never married or divorced)
Agressor
Modus Operandi
Situação social ou laboral aparentemente segura
Festas, restaurantes, casas de conhecidos
� Good verbal social skills
� Charming
� Can quickly establish “trust”
� “Wine and dine”
� In the morning, dares her to tell someone� Victim may have
voluntarily consumed some type of illicit drug
Modus Operandi
Substância Química
Rápida acção e curta duração
Originam sintomas pouco característicos
De fácil aquisição – etanol, medicamentos, internet
Administração discreta, mascarada com bebidas
Difícil detecção – sem características organolépticas marcadas
Activas a baixas doses
Efeitos
Amnésia anterógrada
Incapacidade de memorizar factos recentes, e.g. aprender, mas que não afecta histórias passadas
DFSA – SÍNDROME DE AMNÉSIA AUTOMATISMO
Problemas de comportamento, estado confuso, atitude de consentimento e conduta automática
Amnésia anterógrada total ou quase total
Efeitos
Sedação
Perturbação da capacidade de vigília, de atenção e de resposta
Desorientação temporal e espacial
Vantagem para o agressor
Efeitos alucinogénicos
Desinibição
Substâncias
ÁLCOOL
SUSBTÂNCIA IDEAL
Valores elevados, até 1.1 g/L
Discrepância entre os valores encontrados em sangue e a quantidade supostamente consumida
85 % casos DFSA
No momento da agressão até 2.5 g/L
Substâncias
ÁLCOOL
Adição de mais álcool (agressor)
Vítima não consciente da quantidade ingerida
FACTOR DE RISCO, ATÉ 75 % CASOS POSITIVOS DFSA
Substâncias
Benzodiazepinas
Fácil aquisição
Fármacos sedantes mais prescritos
Vantagem dos efeitos secundários:
Automatismo
Desinibição
Amnésia anterógrada
� Librium clordiazepóxido� Xanax alprazolam� Tranxene clorazepato� Valium diazepam� Morfex flurazepam� Halcion triazolam� Normison temazepam
Substâncias
Benzodiazepinas
Oxazepam, lorazepam, bromazepam, clonazepam
Rohypnol
� Rohypnol – flunitrazepam� 10 vezes mais potente que
o diazepam� Comercilizado na Europa a
partir da década de 70� Nunca foi aprovado pela
FDA nos EUA
Rohypnol
� Vida média de um dia� Efeitos clínicos curtos� Acção rápida� Forte amnésia
Rohypnol
Detecção em sangue e urina (240 h após v.o.)
0.3 – 3 % amostras de urina de vitimas de DFSA
GHB
� Ácido gama-hidroxibutírico� Utilizado na clínica como
anestésico e hipnótico (anos60)
� Fácil de sintetizar
GHB
� Pó branco� Líquido incolor� Cheiro suave a
caramelo
GHB
Internet
GBL (solvente industrial) e NaOH
Diferentes concentrações -variam efeitos SNC
Concentração ideal -20%
venda em forma de pó, garrafas ou cápsulas
GHB
� Efeito curto e rápido(20-45’)
� Desaparecerapidamente
� Concentraçõesfisiológicas em sangueem 6-8 h e até 12 h emurina
� USA - 2-4 % DFSA
GHB
As vítimas raramentechegam a tempo aohospital
Em caso de suspeita de DFSA o tempo é a chave!
GHB
Quando consumido em pequenas doses, os efeitos são semelhantes aos do álcool ou do ecstasy (daí o nome de ecstasy líquido).
O indivíduo pode sentir mais energia, sensação de bem-estar, euforia, relaxamento, aumento da confiança, desinibição, sensualidade, tonturas ou abrandamento do ritmo cardíaco.
GHB
Efeitos menos positivos como náuseas, vómitos, dores de cabeça, sonolência, tonturas, amnésia, perda de controlo muscular, problemas respiratórios, perda de consciência, incapacidade de se movimentar apesar de estar consciente, ou mesmo morte.
GHB
Doses mais elevadas podem provocar agitação, alucinações, desorientação, sonolência, sedação, discurso incoerente, enjoo, dificuldade de concentração, dificuldade em focar a visão, perda de coordenação, relaxamento muscular, desmaio e morte.
Em overdose pode experimentar perda de consciência, sono ou sedação forte, do qual não consegue ser acordada num período de cerca de 3 horas. Em casos mais graves, é possível o estado de coma e morte. A respiração pode abrandar até 4 ou 6 inspirações por minuto.
GHB
0
0,5
1
1,5
2
2,5
3
3,5
0 0,3 0,6 0,9 1,2 1,5 1,8 2,1 2,4 2,7 3
cm (segmentos)
ng
/mg GHB
(ng/mg)
P. Kintz, 2004 Annual Meeting of the SoHT, Chicago
“The Party's Never Over:While the days of THC are past, the days of
ecstasy and GHB are peaking”
Outras substâncias
Canabinóides
Cocaína
Zolpidem e zopiclone
Derivados MDMA
Hidrato de cloral
Ketamina
LSD
Atropina e escopolamina
Solventes orgânicos
…. até mais de 30 substâncias
Exame Clínico
Sintomas inespecíficos
Normalmente neurológicos, angústia e anamnese complicada
Amnésia total ou parcial, desorientação, problemas de vigília e comportamento e confusão
Relatada sensação de encontrar-se mal depois de ingestão da bebida, lembranças confusas
Exame Clínico
Após acordar, desorientação, incapacidade de reagir e de mexer, sem roupa em lugar desconhecido
“Sensação de ter tido relações sexuais”
Sensação de náuseas e vómitos
Exame Clínico
A vítima tarda uma média de 20 h em solicitar auxílio
…. Efeitos da própria substância
…. Sentimentos de culpa e vergonha
Exame Clínico
Exploração física – escassas lesões sexuais
…. Falta de resistência ao agressor
…. Efeito das substâncias
Diagnóstico toxicológico
Consenso quanto à recolha de amostras –Societé Francaise de Toxicologie Analytique
Sangue
4 tubos de sangue total com EDTA como anticoagulante (evita formação de GHB in vitro)
2 tubos de sangue total com NaF como anticoagulante
Diagnóstico toxicológico
Sangue
Enviar em condições de refrigeração
Correlação directa com o estado clínico
Desvantagem – desaparecimento da substância administrada
Diagnóstico toxicológico
Urina
2 tubos com 30 mL (mínimo)
Informação acerca do consumo recente, janelas de detecção superiores ao sangue
Enviar em condições de refrigeração
Diagnóstico toxicológico
Cabelo
Chamar a vítima 3-5 semanas depois da agressão
Indicar a raíz e a extremidade – análise por segmentos
Recolha de duas amostras
Diagnóstico toxicológico
Cabelo
Diferenciação de exposição única vs. crónica
Útil dispor de uma madeixa de cabelo da vítima na primeira consulta - conhecer o historial de consumo
Ampla janela de detecção
Desvantagem – baixas concentrações da substância após uma única exposição
Diagnóstico toxicológico
SOFT
Amostras de suor (3-7 dias após a agressão)
GARANTIR A CADEIA DE CUSTÓDIA
Amostras de bebida ou alimentos suspeitos
Amostras acompanhadas de …
Dados da vítima
Dados da data e local da agressão
Sintomas e sinais de suspeita
Dados sobre o consumo de substâncias químicas
- Consumo voluntário (adequada anamnese)
- Consumo involuntário (suspeita de exposição, data, hora, circunstâncias, …)
- Tratamento administrado (fármacos e doses)
Papel do laboratório de Toxicologia
Determinar as substâncias presentes mesmo a baixas concentrações
Dispor de técnicas sensíveis e adequadas à detecção e determinação deste tipo de compostos
Metodologias adequadamente validadas segundo critérios de validação estritos
Dispor de pessoal capacitado e qualificado
Deve existir uma adequada e estreita colaboração entre o toxicologista e o médico
Introdução
� O termo alucinogénio é empregue para designar todas as
substâncias capazes de provocar alterações do estado de consciência
de um modo muitas vezes dramático e imprevisível.
� A maior parte dos cogumelos mágicos contêm os alucinogénios
psilocina e psilocibina, pertencentes à classe das indolalquilaminas.
� Diferenças no conteúdo em psilocina e psilocibina depende de
factores como a espécie, o estádio de desenvolvimento, as
condições climáticas e a disponibilidade de azoto e fósforo no solo.
Estrutura base:
� sistema de dois anéis indólicos com um grupo aminoetil na posição 3.
A descarboxilação do carbono β converte o triptofano em
triptamina. O facto de todas as triptaminas conterem o anel indólico
é indicativo de que são estruturalmente semelhantes à serotonina.
Relação estrutura/actividade
Figura 1- Biossíntese da psilocina e psilocibina. Comparação com a serotonina.
� A psilocina é o metabolito desfosforilado activo da psilocibina.
Embora a psilocibina seja a substância mais consumida, os
efeitos metabólicos que ocorrem no organismo são
desencadeados pelo seu metabolito, a psilocina.
� Absorção:
� Administração oral da psilocibina é efectuada sob a forma de cogumelos crus, secos, ou
infusões;
� Após a ingestão da psilocibina, as fosfatases alcalinas no sistema digestivo clivam esta
substância gerando o seu metabolito lipofílico, a psilocina.
� Distribuição:
� A psilocina atravessa a barreira encefálica e concentrasse no cérebro, onde está em altas
concentrações no neocórtex, hipocampo, sistema motor extra piramidal e na formação
reticular;
� Excreção:
� A nível urinário é excretado conjugado com glucoronidos.
Biotransformação
� A psilocibina é caracterizada por induzir uma farmacologia serotonérgica, uma
vez que é um agonista dos receptores 5-HT2A, havendo no entanto evidências
que apontam para efeitos agonistas em outros sub-tipos de receptores da 5-HT.
Ao ligar-se a estes receptores, há a activação da fosfolipase C.
Mecanismos de toxicidade
Figura 2- Acção de diversasdrogas nos receptores daserotonina. Drogas que agem como
agonistas estão indicadas com setas a cheio enquanto que as antagonistasestão indicadas com setas a tracejado.
� O início de acção ocorre tipicamente após 20-30 min, e os seus
efeitos, que dependem da dose ingerida, da expectativa em relação ao
consumo, da personalidade, da sensibilidade individual do
consumidor e desaparecem completamente dentro de cerca de 4-6 h. David E. Nichols, 2004
Definição dose/resposta
Efeitos
náuseas aumento da temperatura
aumento da frequência do pulso
aumento da pressão sanguínea
dilatação das pupilas
desorientação distorção da noção de tempo
alucinações e ilusões visuais
alterações do humor
desorganização do pensamento
sensação de plenitude sentimento de pertença a um grupo
desinibição aumento do desejo sexual, angústia, pânico
perda de apetite sensibilidade aumentada às cores, sons, sabores, texturas
� A identificação dos cogumelos mágicos através de análises
morfológicas e microscópicas é algo complicada, de modo que é
necessário recorrer a métodos cromatográficos.
Técnicas de determinação do tóxico
Técnicas
HPLC Cromatografia em camada fina
Cromatografia gasosa cromatografia líquida acoplada a espectroscopia massa
espectroscopiamassa
espectrometria de mobilidade iónica
eletroforese capilar quimioluminescência
Plantas Naturais Alucinogénicas:
Absinto e Beladona
Avaliação do Risco do Absinto
1. Identificação e Propriedades
� O absinto, Artemisia absinthium, é uma planta que teve origem na Ásia e
Europa, e foi muito popular nos séculos XIX e XX, principalmente em França.
� Acreditava-se que a utilização dita “crónica” de absinto provocava um
síndrome conhecido como absintismo, que se caracterizava por
dependência, hiperexcitabilidade e alucinações.
� A bebida absinto é um destilado alcoólico das folhas e
da parte superior da planta Artemisia absinthium, e
também de outras plantas e ervas para aprimorar o seu
sabor, tais como o anis, funcho e hissopo.
Avaliação do Risco do Absinto
1. Identificação e Propriedades
� A tujona é o composto biologicamente activo mais
importante presente no absinto, sendo que provém de duas
fontes: Artemisia absinthium e Artemisia pontica.
� A tujona é um composto quiral, possuindo dois estereoisomeros: (+) -3-
tujona, também conhecida como α-tujona, e (-)-3 -isotujona (β-tujona).
� O diastereoisómero α é o principal responsável pela
toxicidade. Todavia o conteúdo de β-tujona pode ser
superior ao de α-tujona, mas o isómero β tem menor
toxicidade.
Avaliação do Risco do Absinto
2. Mecanismo de acção
� Verificou-se que a α-tujona actua como um bloqueador não competitivo do
canal de cloretos acoplado ao receptor GABA (ácido gama-aminobutírico) do
subtipo A.
� Quando o receptor se encontra bloqueado, há uma
hiperexcitabilidade neuronal e a sinalização fica descontrolada.
� Pensa-se que a acção convulsionante da tujona
deriva da modelação do receptor GABA A.
� Outro mecanismo pelo qual a tujona pode actuar é através da interacção
com o receptor da serotonina.
Avaliação do Risco do Absinto
2. Mecanismo de acção
Há uma redução da actividade dos receptores serotonérgicos do
tipo 3, mas não se sabe se a sua acção inibitória nas respostas
serotonérgicas contribui para os efeitos comportamentais da
tujona.
� São também conhecidos os efeitos anti-nociceptivos da α-tujona.
� Outros compostos presentes no absinto são também biologicamente
activos. A absintina é considerada um analgésico narcótico.
Avaliação do Risco do Absinto
3. Mecanismo de toxicidade
� Os consumidores de absinto estão expostos a uma dupla acção tóxica: a
correspondente ao álcool e a atribuída à tujona.
� Outras das possibilidades para a toxicidade da tujona é o efeito dos seus
metabolitos.
Apesar do metabolismo da tujona em humanos não ser conhecido,
estudos em ratos e em coelhos sugerem que a α-tujona é
rapidamente metabolizada no cérebro e no fígado.
� Estudos feitos em ratos revelaram que o citocromo P 450 converte
rapidamente, por oxidação, a α-tujona em maioritariamente 7-hidroxi-α-tujona.
Avaliação do Risco do Absinto
3. Mecanismo de toxicidade
� Sendo assim existem dois candidatos principais a exercerem
neurotoxicidade: α-tujona e a 7-hidroxi-α-tujona.
Isto sugere que os metabolitos, são produtos menos tóxicos que α-
tujona. No entanto, os seus elevados níveis cerebrais são um
contributo para a toxicidade.
� A α-tujona quando comparada com a 7-hidroxi-α-tujona é 56 vezes mais
potente e mais tóxica.
� As várias hidroxitujonas não são metabolitos terminais, sofrendo
provavelmente conjugação e excreção. Contudo a presença destas no
cérebro sugere o seu importante papel na neutotoxicidade
Avaliação do Risco do Absinto
4. Intoxicação
� Os compostos presentes no absinto passíveis de interagirem, são
principalmente o etanol (maior quantidade) e a tujona.
� A intoxicação devido ao absinto (tujona) ocorre raramente.
� Actualmente são consumidos cerca de 2 a 4 mg de tujona por copo, estando
esta quantidade muito longe da dose capaz de provocar efeitos
farmacológicos agudos.
� Devido ao elevado nível de etanol, o absinto apresenta todas as interacções
reportadas às bebidas alcoólicas.
� No que concerne à tujona esta apresenta interacções com o etanol,
benzodiazepinas, barbitúricos, tendo acções antagónicas a estes compostos.
Enquanto a tujona tem uma acção excitatória, os compostos
anteriormente mencionados possuem uma acção depressora.
Avaliação do Risco do Absinto
4. Intoxicação
Avaliação do Risco do Absinto
5. Sintomas
Efeitos agudos Efeitos crónicos
Sensação de estímulo da percepção falta de apetite
Sensação de bem-estar Gastrite
Alucinações visuais e auditivas Vómitos repetidos
Agitação Deterioração e desordens mentais progressivas
Vómitos Psicose
Vertigens Pesadelos
distúrbios musculares e convulsões Perda de memória
Impulsos violentos Reminiscências dolorosas
Paranóia Enfraquecimento do intelecto
--- Tremores
--- Coma
Avaliação do Risco da Beladona
1. Identificação e Propriedades
� A Atropa belladonna ou simplesmente Beladona é uma planta rara
que pertence ao género Atropa e ao grupo das drogas alucinogénicas.
� Apesar do seu elevado potencial de toxicidade, esta planta é utilizada na
produção de alguns medicamentos, devido à presença de alcalóides
tropânicos na raiz, folhas e bagas.
� A raiz da planta geralmente é a parte mais
tóxica. No entanto, todas as partes da planta
contêm alcalóides.
Avaliação do Risco da Beladona
1. Identificação e Propriedades
� Esta planta possui bagos que também têm um
elevado perigo devido ao facto de serem atractivas,
brilhantes e terem um sabor adocicado
� A ingestão de quantidades superiores a cinco bagas pode ser mortal. Esta
planta é usada por muitas pessoas como droga, devido aos seus efeitos
psico-activos.
� A toxicidade Atropa Belladonna é devido essencialmente a atropina. No
entanto a Atropa possui mais constituintes, nomeadamente a escopolamina
que também é tóxica, e por isso aumenta a sua toxicidade.
Avaliação do Risco da Beladona
2. Mecanismo de Acção
� A atropina é um alcalóide encontrado na planta da Atropa Belladonna,
que interfere na acção da acetilcolina no organismo.
� É formada por ésteres orgânicos, pela
combinação de um ácido aromático (ácido
trópico) e bases orgânicas complexas (tropina).
Avaliação do Risco da Beladona
2. Mecanismo de Acção
� Os alcalóides da beladona são muito conhecidos devido à sua capacidade
de bloquear os receptores muscarínicos.
Atropina actua, sobretudo, através do
bloqueio dos receptores muscarínicos no SNP.
A escopolamina possui maior
acção ao nível do SNC.
� Como o antagonismo da atropina é competitivo, ele pode ser anulado se
a concentração da acetilcolina ou de agonistas colinérgicos nos locais do
receptor for suficientemente aumentada.
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3. Farmacocinética (ADME)
� Os alcalóides da beladona são absorvidos
rapidamente no tracto gastrointestinal. Também
entram na corrente sanguínea quando aplicados
localmente nas superfícies mucosas do corpo.
� A absorção pela pele é muito pequena, embora seja
eficiente na região retroauricular.
Absorção
� A atropina é muito bem absorvida, desaparecendo
rapidamente da corrente sanguínea para ser
distribuída pelos vários tecidos e fluidos do corpo.
� A atropina atravessa facilmente a barreira
placentária, entrando assim na circulação fetal.
Avaliação do Risco da Beladona
3. Farmacocinética (ADME)
Distribuição
Metabolização � Nos humanos, o tempo de semi-vida dos alcalóides
no plasma situa-se entre 13 e 38 horas.
� A metabolização dos alcalóides ocorre, sobretudo, a
nível hepático através de hidrólise enzimática.
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Excreção � O metabolismo hepático permite a eliminação de
cerca de 50% da dose ingerida e a restante é
excretada de forma inalterada pela urina. São também
encontrados vestígios no leite materno e em várias
outras secreções.
� Os alcalóides são eliminados do corpo entre 72 a 96
horas.
3. Farmacocinética (ADME)
Avaliação do Risco da Beladona
4. Intoxicação
� A gravidade da intoxicação varia consoante o modo como nos expomos à
Atropa Belladonna.
� A dose letal média (LD50) para humanos adultos, citada por Polson, Verde
e Lee, está entre 90 e 130 mg.
� No caso de se tratar de escopolamina, uma dose oral de 10 mg poderá
ser letal para um adulto.
� A ingestão de 5 a 10 bagas nas crianças, bem como 20 bagas nos adultos
poderá ser letal .
Avaliação do Risco da Beladona
5. Sintomas
� Os sintomas de envenenamento por beladona são os mesmos que se
observam, sobretudo, para a atropina, apesar da escopolamina também
provocar efeitos semelhantes.
Sistema Nervoso Central
Doses tóxicas: inquietação, irritabilidade, desorientação,
alucinações e delírios.
Aumento das doses: depressão, levando ao colapso
circulatório e falência respiratória, após um período de
paralisia e coma.
Doses elevadas de atropina e escopolamina: amnésia.
� As mortes são raras mas a recuperação pode demorar vários dias.
Olho A dilatação pupilar exagerada resulta em fotofobia.
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5. Sintomas
Sistema Cardiovascular
Doses elevadas de atropina: aumento da taquicardia.
Doses elevadas de escopolamina: a cardioaceleração
acontece inicialmente, mas como tem um tempo de
semi-vida curto, os 30 minutos seguintes são de ritmo
cardíaco normal ou mesmo bradicardia.
Doses tóxicas de atropina: dilata os vasos sanguíneos
cutâneos, especialmente os da face.
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5. Sintomas
Tracto gastrointestinal
A boca fica seca a fala torna-se difícil.
Glândulas Sudoríparas e temperatura
Baixas doses de atropina ou escopolamina: inibição da
actividade das glândulas sudoríparas e a pele torna-se
quente e seca.
Elevadas doses de atropina: A sudação diminui o
suficiente para aumentar a temperatura corporal.