aula 5 -unidades eletrocirurugicas_ apresentação

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IA748 - Curso de Instrumentação Biomédica Professor Antonio Quevedo Alunos : Luiz Paulo Serôa Tavares de Campos Luiz Alberto Cannetieri Unidade Eletrocirúrgica e Bisturi Ultrassônico 1

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Trabalho de Instrumentação Biomédica - Unidades Electrocirúrgicas e Bisturis Ultrasônicos

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  • IA748 - Curso de Instrumentao Biomdica

    Professor Antonio Quevedo

    Alunos : Luiz Paulo Sera Tavares de Campos

    Luiz Alberto Cannetieri

    Unidade Eletrocirrgica

    e

    Bisturi Ultrassnico

    1

  • 1) Unidades Eletrocirrgicas

    a) Introduo

    b) Histrico

    c) Princpios de Funcionamento

    d) Principais Efeitos Cirrgicos da Eletrocirurgia

    e) Efeitos Fisiolgicos da Corrente Eltrica no Corpo Humano

    f) Diagrama em Bloco do Bisturi Eltrico

    g) Configuraes de Sada

    h) Coagulao com feixe de Argnio

    2) Bisturis Harmnicos

    a) Introduo

    b) Princpios de Funcionamento

    c) Caractersticas

    3) Normas Tcnicas

    4) Bibliografia

    2

    Estrutura da Apresentao

  • Unidades

    Eletrocirrgicas

    3

  • 4

    As vantagens da unidade eletrocirurgica sobre o bisturi convencional so:

    Unidades Eletrocirrgicas

    Introduo

    Corte e coagulao do sangue (hemostasia) simultneos, se desejado;

    Acesso mais fcil a determinados locais cirrgicos (em endocirurgia ou Laparoscopia);

    Destruio pelo calor das clulas no local da cirurgia, contribuindo para minimizar o risco de disseminao de clulas doentes.

  • 2. Em 1891: d'Arsonval documentou a passagem de corrente eltrica de alta frequncia (gerada por centelhamento) pelo corpo humano sem a

    manifestao de dor ou estimulao neuromuscular;

    1. O calor j vinha sendo utilizado desde 3000 A.C atravs de ferramentas aquecidas no fogo para tratar de hemorragias decorrentes de leses

    acidentais ;

    3. Em 1908: foi construdo o primeiro oscilador eletrnico usando vlvulas termoinicas;

    4. Em 1929: Bovie construiu o primeiro equipamento comercial de corte e hemostasia utilizando correntes eltricas de alta frequncia;

    5. Dcada de 70: o advento dos transistores permitiu a construo de equipamentos de eletrocirurgia menores, compactos e melhor

    adaptados aos centros cirrgicos e ambulatrios

    6. Dcada de 90: os circuitos usando microprocessadores permitem monitorar e controlar continuamente a potncia que circula pelo

    paciente, aumentando a segurana e a eficincia dos equipamentos;

    Unidades Eletrocirrgicas

    Histrico

    5

  • As unidades de eletrocirurgia so equipamentos eletrnicos portteis

    destinados a gerar e aplicar correntes eltricas de alta frequncia e alta

    potncia, com o objetivo de produzir aquecimento local instantneo e

    controlado e com isso realizar corte e, ou hemostasia controlada. Para tanto,

    necessrio que as correntes eltricas atravessem o corpo (ou ao menos

    uma parte dele)

    O termo hemostasia refere-se ao conjunto de

    mecanismos pelos quais se mantm a fluidez

    do sangue pelos vasos, sem coagular

    (trombose) nem extravasar (hemorragia). A

    hemostasia pode ser dividida em 3 etapas:

    Hemostasia

    Unidades Eletrocirrgicas

    Princpio de Funcionamento

    6

    Hesmotasia responsvel

    pelo sangue no coagular e

    nem extravasar

  • 7

    Unidades Eletrocirrgicas

    1. Hemostasia primria - Tem-se a vasoconstrio local, adeso e agregao plaquetria com conseqente formao de um tampo

    plaquetrio inicial.

    2. Hemostasia secundria (coagulao) - Compreende uma srie de reaes em cascata cujo resultado final a formao de fibrina a partir

    do fibrinognio que confere estabilidade ao cogulo.

    3. Hemostasia terciria ou fibrinlise - ativada na mesma ocasio da coagulao, existindo um equilbrio fisiolgico entre as mesmas, onde a

    plasmina atua degradando a fibrina e desfazendo o cogulo formado.

    Princpio de Funcionamento

    7

  • Unidades Eletrocirrgicas

    Princpio de Funcionamento

    8

    A totalidade dos processos envolvidos nestas etapas depende de elementos

    independentes, porm interativos, tais como:

    - Vasos sanguneos (particularmente o endotlio);

    - Elementos celulares sanguneos (particularmente plaquetas);

    - Protenas procoagulantes do plasma (fatores de coagulao);

    - Sistema fibrinoltico,

    - Protenas inibitrias e anticoagulantes.

    Grosseiramente, os eventos da hemostasia podem ser esquematizados da

    seguinte forma:

  • Na eletrocirurgia, o efeito trmico no produzido pela transferncia de calor

    pelo contato do tecido com um material aquecido, e sim pelo calor produzido

    pela passagem de corrente eltrica pelo tecido.

    Esta converso resulta nos seguintes fenmenos:

    Entre 43 C e 45 C ocorre retrao dos tecidos;

    As atividades enzimticas se reduzem aps os 50 C;

    A coagulao das protenas ocorre entre 50 C e 60 C;

    De 90C a 100 C o tecido completamente desidratado (dessecado) e a gua contida nos tecidos evapora sob temperaturas superiores a

    100 C;

    A carbonizao ocorre com temperaturas acima de 150 C;

    A vaporizao dos tecidos ocorre em temperaturas superiores a 300C.

    Unidades Eletrocirrgicas

    Princpio de Funcionamento

    9

    Inferior a 43 C (nenhum efeito continuado observado). As clulas retornam ao seu estado normal quando o aquecimento removido;

    Acima de 45C ocorrem mudanas irreversveis que inibem o funcionamento normal das clulas, levando-as a morte ;

  • 1. Dessecao Eletrocirrgica (secagem trmica)

    Efeito trmico gerado pela passagem da corrente de alta frequncia;

    Aquecimento vai eliminando a gua, com formao de bolhas;

    Pode ser utilizada qualquer forma de onda com baixos nveis de energia eltrica;

    Importante manter o eletrodo limpo, pois a eficincia depende do bom contato eltrico com o tecido (no h centelhamento). Usam-se

    eletrodos com grande superfcie.

    Unidades Eletrocirrgicas

    Principais Efeitos Cirrgicos da Eletrocirurgia

    10

  • 2. Corte Eletrocirrgico

    As clulas so aquecidas to rapidamente que explodem devido ao calor, deixando uma cavidade;

    O calor dissipado pelo vapor, no se propagando s vizinhanas;

    O corte do tecido obtido pelo centelhamento (eletrodo no toca o tecido). Usam-se eletrodos de pequena rea, para aumentar a

    densidade de corrente e concentrar o calor em um ponto.

    Corte de tecido muscular com

    eletrodo tipo lmina (a lmina

    no afiada e nem toca o tecido).

    Corte de vilosidade com

    eletrodo tipo loop de fio,

    em laparoscopia

    Unidades Eletrocirrgicas

    11

    Principais Efeitos Cirrgicos da Eletrocirurgia

  • 3. Fulgurao Eletrocirrgica (coagulao)

    Aplicao de pacotes de energia (alta frequncia) provocando centelhamento;

    O aquecimento intermitente, as fascas (linhas claras na figura ao

    lado) so longas dispersando mais o

    calor. Neste caso, o eletrodo tambm

    no toca o tecido;

    A temperatura no chega a provocar exploso das clulas, que se desidratam mais lentamente sem produzir corte;

    A coagulao superficial, formando uma capa marrom clara que impede hemorragia.

    Unidades Eletrocirrgicas

    12

    Principais Efeitos Cirrgicos da Eletrocirurgia

  • 4. Blend (corte misto)

    Situao intermediria entre corte e coagulao, com pacotes de energia mais intensos, produzindo corte e fulgurao das regies

    vizinhas, com efeito hemosttico moderado;

    Pode-se fazer cortes com diferentes nveis de coagulao com um mesmo eletrodo e mesma potncia.

    Vrios cortes. Coagulao

    aumenta da esquerda para direita

    Unidades Eletrocirrgicas

    13

    Principais Efeitos Cirrgicos da Eletrocirurgia

  • Os cortes ao lado so resultantes de uma

    combinao de senides (formas de onda da

    corrente eltrica).

    Corte - Forma senoidal contnua , pela elevao rpida da temperatura e vaporizao

    celular. A tenso eltrica tem que ser suficientemente alta para produzir centelhamento

    entre o eletrodo de aplicao e o tecido vivo (aproximadamente, 1.000 V). As clulas

    explodem deixando uma cavidade que forma a inciso.

    Coagulao - A corrente eltrica consiste de curtos "pacotes" de ondas senoidais,

    intercalados de perodos de pausa eltrica. Isso produz um aumento gradual da

    temperatura (uma vez que o gerador no entrega energia na maior parte do tempo),

    permitindo a evaporao dos fluidos intra e extracelulares, resultando em uma retrao

    dos tecidos.

    Unidades Eletrocirrgicas

    14

    Principais Efeitos Cirrgicos da Eletrocirurgia

  • Blend (misto) - Durante os perodos em que o gerador est atuando, a tenso eltrica

    pode alcanar valores mais elevados do que no modo corte, mas com intervalos de pausa

    menores do que no modo coagulao.

    As formas de onda podem ser modificadas dependendo das caractersticas do tecido.

    Unidades Eletrocirrgicas

    15

    Principais Efeitos Cirrgicos da Eletrocirurgia

  • Unidades Eletrocirrgicas

    16

    http://www.youtube.com/watch?v=pOW--UPVzdE.

  • Para que seja causado algum efeito fisiolgico, o corpo deve fazer parte do

    circuito eltrico, ou seja a corrente deve circular de um ponto a outro pelo

    corpo humano.

    I = V / R

    A magnitude da corrente (pela lei de ohm) igual diferenca de potencial

    aplicada dividida pela soma das impedncias em srie dos tecidos do corpo

    e das duas interfaces nos pontos de contato.

    Impedancia o nome que se d a resistencia quando ela varia de acordo

    com a frequencia da tenso aplicada. A resistencia do corpo humano varia

    bastante com a frequencia, como veremos a seguir (tem caractersticas

    capacitiva).

    A figura ao lado ilustra uma analogia da

    corrente eltrica com a hidrulica. A

    diferena de potencial eltrica comparada

    com a diferena de altura (energia potencial),

    a resistencia eltrica comparada com o grau

    de abertura da torneira e a corrente eltrica

    com a corrente de gua no sistema.

    Unidades Eletrocirrgicas

    Efeitos Fisiolgicos da Corrente Eltrica no Corpo Humano

    17

  • A imagem ao lado ilustra de uma forma bem humorada que a diferena de

    potencial (VOLT) empurra a corrente enquanto a resistencia (OHM) a

    limita .

    A impedncia mais alta no corpo usualmente a resistncia da pele no

    contato de superfcie mas a impedncia total entre os eletrodos a que

    de fato impede a circulao da corrente no organismo.

    I = V / R

    Unidades Eletrocirrgicas

    Efeitos Fisiolgicos da Corrente Eltrica no Corpo Humano

    18

  • Trs fenmenos podem ocorrer quando a corrente eltrica flui atravs de tecidos biolgicos :

    muito importante conhecer os parmetros seguros de aplicao de

    correntes ao corpo humano para que elas possam ser utilizadas em

    tratamento ou diagnstico de doenas.

    Como exemplo disso podemos citar a corrente introduzida no corpo

    humano pelos equipamentos de ECG para identificar eletrodos soltos dos

    equipamentos.

    Estimulao eltrica de tecidos excitveis (nervos e msculos)

    Dano no tecido atravs de destruio eletroqumica pela altas correntes.

    Aquecimento resistivo do tecido

    Unidades Eletrocirrgicas

    Efeitos Fisiolgicos da Corrente Eltrica no Corpo Humano

    19

  • A figura abaixo mostra as faixas estudadas de amplitude da corrente

    alternada de 60hz aplicada por 1 a 3 segundos pessoas de 70kg que

    seguram fios 8AWG com as mos humedecidas.

    Esses valores so estatsticos e variam de pessoa a pessoa. Por essa razo

    o grfico possui faixas ao invs de valores definidos.

    Unidades Eletrocirrgicas

    Efeitos Fisiolgicos da Corrente Eltrica no Corpo Humano

    20

  • Limiar da percepo (Threshold of perception)

    Quando a corrente suficientemente alta para

    provocar formigamento pelo corpo. Corrente no

    limiar da percepo a corrente mnima que um

    individuo pode perceber. Esse limiar varia

    consideravelmente entre indivduos e condies de

    medidas (umidade das mos ou presso feita pelas

    mos). A corrente mnima do estudo de 0,5 mA.

    Corrente de perda de controle motor (Let-go Current)

    Valor mximo de corrente que flui atravs de um corpo humano que

    permite que uma pessoa submetida mesma possa se desvencilhar e se

    proteger. O limiar anotado pelo estudo de 6mA.

    Unidades Eletrocirrgicas

    Efeitos Fisiolgicos da Corrente Eltrica no Corpo Humano

    21

  • Correntes ainda superiores aos do casos anteriores podem causar

    contrao involuntria dos msculos respiratrios. Essas contraes

    podem ser suficientemente severas de forma a causar asfixia se a corrente

    no for interrompida a tempo. As fortes contraes involuntrias dos

    msculos do corpo e a estimulao dos nervos podem ser dolorosos e

    provocar dor e fadiga dependendo do tempo de aplicao. O limite mnimo

    estatstico verificado para esses fenmenos de 18 mA.

    Paralisia respiratria, dor e fadiga (Respiratory Paralysis, pain and fatigue)

    Unidades Eletrocirrgicas

    Efeitos Fisiolgicos da Corrente Eltrica no Corpo Humano

    22

    Fibrilao Ventricular (Ventricular Fibrilation)

    Parte da corrente aplicada pode passar atravs do

    corao. A magnitude dessa corrente pode ser

    suficiente para modificar o normal funcionamento

    do corao causando a fibrilao. A fibrilao no

    cessa quando a corrente que a causou

    interrompida. Ela a maior causa de morte devido a

    choques eltricos nos EUA (cerca de 1000 por ano).

    O limite eststico para fibrilao est entre 75 a

    400mA

  • Muito pouco se sabe sobre os efeitos de correntes acima de 10A. Nesses

    casos a resistividade eltrica causa queimaduras, normalmente na pele

    onde a corrente aplicada, porque nesse ponto a resistncia maior. O

    crebro e outros tecidos nervosos perdem totalmente a excitabilidade

    funcionais. Corrente muito altas podem contrair os musculos a ponto de

    separ-los dos ossos.

    Contrao Miocrdica Sustentvel

    (Sustained Myocardial Contraction)

    Quando a corrente suficientemente alta, o

    msculo inteiro do corao se contrai. O corao

    para de bater durante a aplicao desse tipo de

    corrente mas ele retorna ao seu ritmo normal

    quando a corrente suspensa, caso o tempo de

    aplicao for pequeno.

    Queimaduras e Danos Fsicos (Burns And Physical Injury)

    Unidades Eletrocirrgicas

    Efeitos Fisiolgicos da Corrente Eltrica no Corpo Humano

    23

  • 0 efeito da corrente aplicada sobre o corpo humano depende tambm

    diretamente da sua densidade (intensidade da corrente / rea onde essa

    corrente aplicada).

    Influencia da Densidade da Corrente

    Unidades Eletrocirrgicas

    Efeitos Fisiolgicos da Corrente Eltrica no Corpo Humano

    24

    DENSIDADE DE CORRENTE EFEITO NO CORPO HUMANO

    Abaixo de 10mA/mm2 Em geral no so observadas alteraes na

    regio de contato.

    Entre 10 e 20 mA/mm2 Vermelhido da pele na regio de contato.

    Entre 20 e 50 mA/mm2

    Colorao marrom na pele na regio de contato.

    No caso de periodos maiores que 10s, podem

    ser observadas ocorrncia de pequenas bolhas

    na regio de contato.

    Acima de 50 mA/mm2 Possibilidade de carbonizao de tecidos.

  • Influencia da Densidade da Corrente

    Unidades Eletrocirrgicas

    Efeitos Fisiolgicos da Corrente Eltrica no Corpo Humano

    25

    Cabe salientar que essa anlise dos efeitos da densidade de corrente s

    leva em conta os efeitos ocorridos no local de contato da aplicao, no

    considerando portanto os efeitos em estruturas internas do corpo

    humano.

    Esses dados so fundamentais para o entendimento do funcionamento

    correto e seguro das unidades eletrocirrgicas a ser abordado neste

    trabalho.

    Esse talvez seja o fator de maior importncia ao entendimento e

    utilizao segura da eletrocirurgia, pois determina os limites onde haver

    destruio do tecido devido ao efeito trmico, assim como estabelece

    referncias para a circulao de corrente pelas regies onde no se

    deseja qualquer efeito trmico no paciente.

  • Anlise do Limiar da Percepo e da Perda de Controle Motor

    por Gnero Humano

    Unidades Eletrocirrgicas

    Efeitos Fisiolgicos da Corrente Eltrica no Corpo Humano

    26

  • No primeiro grfico esto distribudas as amostras

    das experincias do limiar da percepo para

    homens e mulheres.

    No segundo e terceiro grfico esto apresentados

    os resultados das experincias dos limiares de

    perda de controle motor para homens e mulheres.

    Unidades Eletrocirrgicas

    Efeitos Fisiolgicos da Corrente Eltrica no Corpo Humano

    Pode ser observado que os dados esto prximos de uma linha reta. Podemos

    assumir por essa razo uma distribuio gaussiana.

    Para homens o valor mdio para o limiar de percepo 1,1 mA enquanto que para as

    mulheres esse valor de 0,7mA. O menor valor detectado do limiar de percepo foi

    de 0,5mA. Se a corrente for aplicada atravs de eletrodos do tipo utilizados por ECG

    com GEL a mdia do limite da percepo cai para 0.083 mA com uma faixa de 0,03

    mA a 0,2 mA.

    27

  • Para homens o valor mdio para o limiar de percepo 1,1 mA enquanto

    que para as mulheres esse valor de 0,7mA. O menor valor detectado do

    limiar de percepo foi de 0,5mA. Se a corrente for aplicada atravs de

    eletrodos do tipo utilizados por ECG com GEL a mdia do limite da

    percepo cai para 0.083 mA com uma faixa de 0,03 a 0,2 mA.

    A corrente de perda de controle motor tambm tem a forma de uma

    distribuio gaussiana com mdia de 16mA para homens e 10,5 mA para as

    mulheres. A corrente mnima de perda de controle motor identificada foi 9,5

    mA para homens e 6mA para mulheres. Observe que a faixa de distribuio

    das medidas limite de correntes de perda de controle motor muito maior

    que a faixa de limite de corrente de percepo.

    Unidades Eletrocirrgicas

    Efeitos Fisiolgicos da Corrente Eltrica no Corpo Humano

    28

  • A figura ao lado mostra um grfico que

    relaciona medidas de limiar de corrente

    de perda de controle motor versus

    frequncia da corrente aplicada.

    Infelizmente o patamar de correntes

    mnimas necessrias ocorre para a faixa

    de frequncias da rede de alimentao,

    (50 60) hz.

    Para frequncias abaixo de 10hz a

    corrente mnima sobe, provavelmente

    devido a possibilidade do msculo poder

    relaxar parcialmente durante cada ciclo

    da corrente.

    Limiar da percepo e Perda de Controle Motor versus

    frequencia da corrente eltrica

    Unidades Eletrocirrgicas

    Efeitos Fisiolgicos da Corrente Eltrica no Corpo Humano

    29

  • Em frequncias acima de algumas centenas de ciclos por segundo (Hz) o limiar de

    corrente volta a subir novamente. As experincias realizadas indicam que correntes

    eltricas que estejam na frequencia acima de 10kHz no produzem sensao de dor

    ou estimulao neuromuscular, porm podem provocar efeitos trmicos nos

    tecidos.

    Segundo as prescries da clausula 6, capitulo 4 da Norma IEC 479, 1994, no se

    tem registros de estimulao neuromuscular causadas por correntes eltricas cujas

    frequencias sejam superiores a 100khz.

    Essa descoberta permite a utilizao de frequencias nessa faixa em equipamentos,

    como as unidades eletrocirrgicas, quando se deseja obter apenas o efeito de

    aquecimento (efeito joule, trmico) no corpo humano.

    Unidades Eletrocirrgicas

    Efeitos Fisiolgicos da Corrente Eltrica no Corpo Humano

    30

  • Um simples pulso de estimulo pode

    induzir VF se aplicado exatamente

    durante o perodo vulnervel da

    depolarizao cardaca que

    corresponde a onda T do ECG.

    Para corrente de 60hz aplicado nas

    extremidades do corpo o limiar das

    correntes que podem causar a

    fibrilao aumenta fortemente

    quando a durao menor que 1

    segundo como mostrado na figura

    ao lado.

    Para provocar a fibrilao as

    correntes devem permanecer por

    perodos maiores para estar

    acontecendo durante a onde T do

    ciclo cardaco do corao atingido.

    Durao da aplicao da corrente eltrica

    Unidades Eletrocirrgicas

    Efeitos Fisiolgicos da Corrente Eltrica no Corpo Humano

    31

  • Um estudo da durao da aplicao com corrente contnua mostrado na

    figura ao lado que relaciona amplitude de corrente aplicada (ordenada) e

    durao da aplicao (abcissa) e traa regies de risco de fenmenos

    fisiolgicos. Esse estudo foi feito com a aplicao de corrente entre as

    mos e ps de um ser humano.

    Durao da aplicao da corrente eltrica

    Unidades Eletrocirrgicas

    Efeitos Fisiolgicos da Corrente Eltrica no Corpo Humano

    32

  • As regies so as seguintes

    DC1 Geralmente no so detectadas reaes

    DC2 Usualmente no so detectados efeitos fisiolgicos prejudiciais

    DC3 Ocorrncia de efeitos fisiolgicos reversveis

    DC4-1 Probabilidade de 5% de fibrilao ventricular

    DC4-2 Probabilidade de 50% de fibrilao ventricular

    DC4-3 probabilidade de mais de 50% de fibrilao ventricular

    DC4-4 Efeitos fisiolgicos perigosos como graves queimaduras em

    tecidos biolgicos.

    Durao da aplicao da corrente eltrica

    Unidades Eletrocirrgicas

    Efeitos Fisiolgicos da Corrente Eltrica no Corpo Humano

    33

  • A figura ao lado a curva que separa a regio estatstica de segurana da regio de

    risco de fibrilao ventricular.

    Ela indica claramente que o risco de fibrilao depende da amplitude da corrente e do

    tempo de durao do choque.

    Durao da aplicao da corrente eltrica

    Unidades Eletrocirrgicas

    Efeitos Fisiolgicos da Corrente Eltrica no Corpo Humano

    34

  • Vrios estudos utilizando animais

    de vrios tamanhos nos mostra

    que a corrente limite de fibrilao

    aumenta tambm com o peso do

    corpo.

    Os valores vo de 50mA para ces

    de 6kg e de 130mA para ces de

    24 kg.

    Esses dados precisam ser melhor

    estudados dado que eles devem

    ser usados para uma extrapolao

    do comportamento de correntes

    em seres humanos.

    Influencia do peso do corpo nos efeitos fisiolgicos

    Unidades Eletrocirrgicas

    Efeitos Fisiolgicos da Corrente Eltrica no Corpo Humano

    35

  • Correntes (choques) aplicados externamente ao corpo humano so

    chamados de macrochoques, enquanto que choques aplicados atravs de

    dispositivos ou fendas no corpo humano so chamados de microchoques.

    Quando a corrente aplicada entre dois pontos da superfcie do corpo,

    somente uma pequena frao da corrente total passa pelo corao, como

    mostrado na figura. Por essa razo a amplitude da corrente necessria para

    fibrilar o corao muito maior do que a corrente aplicada proximo ao

    corao.

    Influencia dos pontos de aplicao da corrente nos efeitos fisiolgicos

    Unidades Eletrocirrgicas

    Efeitos Fisiolgicos da Corrente Eltrica no Corpo Humano

    36

  • Se a aplicao da corrente feita atravs

    de fendas ou dispositivos invasivos, a

    resistncia da pele superada. Nesse

    caso muito menor voltagem necessria

    para produzir correntes suficientes para

    cada efeito fisiolgico.

    A proteo realizada pela resistncia da pele (de 15Kohms a 1Mohms por

    centmetro quadrado) eliminada pelos procedimentos que requer a

    insero de dispositivos condutores em aberturas naturais, corte de pele

    ou abrases ou arranhes na pele e gel para eletrodos.

    Pacientes so particularmente vulnerveis a choques eltricos quando

    esses tipos de dispositivos so colocados diretamente sobre os msculos

    cardacos.

    Unidades Eletrocirrgicas

    Efeitos Fisiolgicos da Corrente Eltrica no Corpo Humano

    37

  • Se um dispositivo (cateter, por exemplo)

    prov um caminho de conduo,

    correntes muito pequenas (chamadas

    microchoques) podem causar VF. A figura

    (b) mostra como se daria o fluxo da

    corrente atravs desse dispositivo.

    Fibrilao em cachorros na mesmas condies podem ser induzidas com

    correntes da ordem de 0,02mA. A corrente mxima segura de micro

    choque definida como de 0,01mA

    Unidades Eletrocirrgicas

    Efeitos Fisiolgicos da Corrente Eltrica no Corpo Humano

    38

    A importncia da localizao do pontos onde o macrochoque

    aplicado constantemente minimizado. Se os dois pontos de

    aplicao estiverem na mesma extremidade do corpo (mesmo brao

    ou perna), o risco de fibrilao pequeno mesmo quando as correntes

    circulantes forem altas pois a quantidade de corrente que pode

    circular no corao ainda menor.

  • Por outro lado correntes que no se limitam a um lado do corpo trazem

    maiores riscos devido a que o fluxo de corrente incluem reas mais

    prximas ao mesmo.

    Para cachorros a corrente limiar mdia necessria para a fibrilao

    maior quando a corrente aplicado entre o brao esquerdo e o brao

    direito (LA RA). As outras alternativas de aplicao do corrente trazem menores riscos: entre perna esquerda e brao direito (LL-RA) e entre perna

    esquerda e brao esquerdo (LL-RA).

    Unidades Eletrocirrgicas

    Efeitos Fisiolgicos da Corrente Eltrica no Corpo Humano

    39

  • 40

    Abaixo apresentamos um diagrama de blocos genrico comum a todos

    os bisturis eltricos:

    O gerador de RF gera um sinal senoidal de frequncia fixa. A forma de onda (corte, coagulao ou blend) definida pelo controle

    da forma de onda a partir de escolha do operador atravs do circuito

    de controle.

    O amplificador de RF fornece ao sinal a potencia necessria para ser aplicada ao paciente conforme escolha do operador.

    Os controle de operao (manual e atravs do pedal) podem ligar ou desligar a saida do sistema.

    Unidades Eletrocirrgicas

    Diagrama em Bloco do Bisturi Eltrico

  • 41

    O amplificador de potncia entrega at 400 W (dependendo do modelo), com graduaes tanto na potncia mxima quanto nos

    intervalos de blend. A potncia geralmente no ultrapassa 50 W nos

    coaguladores bipolares;

    O circuito de proteo (REM) passou a obrigatrio somente aps a publicao da reviso da norma NBR-IEC 60601-2-2, e portanto, no

    est presente em todos os modelos. Sua funo verificar a correta

    aderncia das placas de retorno, deligando a sada do equipamento

    caso haja algum problema. Em alguns modelos mais sofisticados

    (veja bloco do prximo slide) h tambm um circuito de

    realimentao que fornece ao bloco controlador informaes da

    potencia fornecida na sada do bisturi para que ela seja mantida

    estvel atravs de realimentao adequada no controle.

    Unidades Eletrocirrgicas

    Diagrama em Bloco do Bisturi Eltrico

  • 42

    O diagrama de blocos ao lado de um

    prottipo de um bisturi eltrico desenvolvido

    pelo Grupo de Biotelemetria CPGEI/CEFET-PR

    e publicado pela Revista Brasileira de

    Engenharia Biomdica em abril 2005.

    Com mais detalhes podemos observar um

    gerador de frequencia fixa de 400KHz, com

    ganho e modulao controlados por um VCA

    (Voltage Controlled Amplifier).

    A sada do VCA amplificada e aplicada ao

    paciente atravs de um transformador de

    radio frequencia.

    Unidades Eletrocirrgicas

    Diagrama em Bloco do Bisturi Eltrico

  • 43

    Um circuito de monitorao faz a verificao

    dos seguintes parmetros :

    a corrente atravs do paciente, em fase com a tenso de referncia;

    a integridade da condutividade das placas e conexes dos eletrodos;

    A integridade do contato do paciente com as placas duplas;

    o curto circuito entre eletrodos ou cabos; circuito aberto entre os mesmos; limites de corrente e tenso; impedncia do paciente e deficincia da alimentao da rede eltrica.

    Unidades Eletrocirrgicas

    Diagrama em Bloco do Bisturi Eltrico

  • 44

    Os dados monitorados so realmentados para

    a unidade de processamento que muda

    conforme as necessidades o controle do DAC,

    alterando a forma de onda e potencia aplicada

    ao paciente.

    A unidade de controle, teclado e display so

    os mdulos de interao com o operador do

    equipamento.

    Unidades Eletrocirrgicas

    Diagrama em Bloco do Bisturi Eltrico

  • Existem duas possveis configuraes aplicadas as Unidades

    eletrocirrgicas em funo do tipo de eletrodo utilizado e da configurao

    dos circuitos eltricos de sada:

    Unidades Eletrocirrgicas

    Configurao de Sada

    45

    Monopolar

    Bipolar

    Configurao Monopolar A corrente aplicada na regio onde se deseja realizar o procedimento

    por meio de um eletrodo de pequena rea de contato (eletrodo ativo),

    resultando em uma elevada densidade de corrente.

    Para corte a potncia limitada a 400W, de acordo com as prescries da Norma NBR IEC 60601-2-2

    Para coagulao a potncia limitada a 120W, por questes de consenso e mercado.

    Eletrodo de Retorno Sendo a corrente de entrada igual a corrente de sada (ideal) o eletrodo de retorno deve apresentar uma grande rea de

    disperso de corrente para evitar o efeito trmico na sada.

    Apresentar baixa densidade de corrente < 10 mA/mm2

    Normas NBR IEC 60601-2-2 de 2001 e a AAMI HF-18 preconizavam reas mnimas de 100 cm2 e 64 cm2

  • Unidades Eletrocirrgicas

    Configurao Monopolar

    46

    Corte Podem ser realizados por eletrodos ativos de diversas configuraes, montados em

    suportes denominados canetas porta-eletrodos,

    ou com o uso de pinas monopolares que

    apresentam ao mecnica de sustentao do

    tecido sob procedimento.

    Hemostasia Monopolar Pode ser obtida por meio de processos de fulgurao (coagulao)

    ou dessecao (secagem trmica).

    Dessecao O eletrodo entra em contato fsico com o tecido e a corrente aplicada promovendo o efeito trmico tanto nas

    camadas superficiais quanto nas camadas mais profundas do

    tecido

    Fulgurao o eletrodo no toca no tecido, o que leva a tenso existente entre eletrodo e tecido ultrapassar o valor limite da

    rigidez dieltrica da camada de ar entre esses, produzindo um

    efeito conhecido com Spray o qual ir promover efeito trmico em regies mais superficiais do tecido.

  • 47

    Unidades Eletrocirrgicas

    Configurao Monopolar

    De forma a garantir segurana e eficcia na utilizao das Unidades

    Eletrocirrgicas na configurao monopolar , se faz necessrio a

    identificao correta das placas de retorno que podem ser:

    Permanentes podem ser rgidas confeccionadas em ao inox, ou flexveis, quando construdas em silicone ou borracha grafitada

    Descartveis so flexveis e adesivas, cujo o adesivo um gel condutor que reduz a impedncia de contato entre a pele e o elemento

    condutor da placa. Podem ser inteiras, bipartidas ( quando utilizadas

    em sistemas de monitorao da impedncia de contato placa x

    paciente) ou universais.

    Para garantir um maior segurana na utilizao das UE na configurao

    monopolar, as placas de retorno devem possuir:

    rea efetiva de contato O importante a rea da placa efetivamente em contato com o paciente, evitando-se elementos isolantes entre

    placa e paciente, como bolhas de ar

    Distribuio de temperatura na regio da placa A distribuio no uniforme de acordo com estudos feitos por Edrich and Cookson (1987),

    Tan e Hindeberg (1993) Frize e Poussard (1986), o que no garante a

    segurana contra queimaduras devido ao tamanho da placa.

  • Unidades Eletrocirrgicas

    Configurao Monopolar

    48

    Fatores que afetam o desempenho trmico do eletrodo:

    Geometria do Eletrodo As correntes de alta frequencia utilizada nas UE tendem a se concentrar nas extremidades e cantos pontiagudos dos

    condutores por ela percorrido. Sendo assim as placas de retorno devem

    ser arredondadas minimizando esse efeito que poderia acarretar um

    aumento na temperatura do tecido (rgidas). Nas placas descartveis

    deve-se atentar-se para correta adeso no paciente de forma a evitar

    falhas na colocao podendo resultar em irregularidades na rea efetiva

    de contato ocasionando o surgimento de cantos vivos e a penetrao de

    lquidos que comprometam a adesividade da placa e por consequncia a

    dimunuio da rea efetiva de contato.

    Intensidade e durao da corrente aplicada ao paciente Valores elevados de corrente ( 800 ma a 1000 ma) por perodos contnuos de 60s

    podem ser aplicados ao paciente por meio do eletrodo ativo aumentando

    o risco de queimaduras. Para reduzir o risco de queimadura, existe um

    tempo de resfriamento do eletrodo de retorno aps o uso intermitente.

  • 49

    Unidades Eletrocirrgicas

    Configurao Monopolar

    Impedncia eltrica do contato eletrodo-paciente

    Estrutura anatmica do tecido sob o eletrdo relacionado a impedncia do tecido ( muscular, adiposo, sseo..etc)

    Vascularizao do tecido sob o eletrodo funciona como fludo refrigerante, reduzindo a temperatura do tecido sob a placa.

    PRECAUES

    A placa de retorno deve possuir uma rea efetiva de contato que assegure baixa densidade d

    corrente na regio da placa de retorno (boa

    disperso de corrente);

    A placa de retorno deve colocada sobre superfcies lisas, regulares e bem vascularizadas,

    evitando regies sseas, cicatrizes e calosidades

    de forma a garantir a circulao de correntes de

    retorno de RF por meio de caminhos de menor

    impedncia;

  • Unidades Eletrocirrgicas

    Configurao Monopolar

    50

    PRECAUES

    Colocar a placa de retorno o mais prximo possvel do local de aplicao do eletrodo ativo, promovendo a circulao de corrente de RF por

    menores volumes de tecido;

    Para placas de retorno adesivas, posicion-las na parte anterior do local de aplicao , como por exemplo , se a coxa for definida como melhor

    parte para a aplicao , a parte anterior deve ser escolhida em virtude da

    melhor vascularizao do tecido;

  • 51

    Unidades Eletrocirrgicas

    Configurao Monopolar

    PRECAUES

    Colocar a placa de retorno com a maior face voltada para o lado do procedimento , assim existir maior disperso de corrente, resultando em

    densidades de corrente mais baixas no primeiro contatodas correntes com a placa e , consequentemente, em menores temperaturas da pele na

    regio de aplicao da placa;

    Evite caminhos de corrente entre o eletrodo ativo e o de retorno que passem pelo corao, pelos eletrodos de ECG e por prteses metlicas.

  • Unidades Eletrocirrgicas

    Configurao Bipolar

    52

    Configurao Bipolar Consiste na tilizao de um acessrio denominado

    pina bipolar. A corrente circula entre um

    brao e outro do dispositivo, no sendo

    necessrio o uso de placas de retorno,

    uma vez que o caminho da corrente fica

    direcionado para o tecido entre as hastes

    da pina.

    Esta configurao apresenta maior nvel

    de segurana que a monopolar, visto que

    emprega valores mais baixos de potncia

    (potncia mxima na faixa de 70W), e a

    corrente circula por pequenas regies do

    corpo do paciente reduzindo o risco de

    queimadura devido circulao de

    corrente por caminhos adversos.

  • 53

    Unidades Eletrocirrgicas

    http://www.youtube.com/watch?v=7LW78yoaEe0

  • Unidades Eletrocirrgicas

    Coagulao com Feixe de Argnio

    54

    A coagulao normal depende de centelhamento (ionizao do ar, que passa a conduzir a corrente, como em minsculas descargas

    atmosfricas). O problema que este centelhamento pode iniciar

    labaredas nos tecidos gordurosos, irregular (no pode ser dirigido) e

    resulta em tecido coagulado de espessura varivel, que pode voltar a

    sangrar;

    Sistemas de coagulao monopolares podem ser melhorados com a adio de um feixe de argnio no local do centelhamento, pois este gs

    nobre se ioniza sob tenses mais baixas que o ar, sem aumento de

    temperatura, formando um verdadeiro "pincel" de corrente eltrica;

    O resultado uma coagulao rpida e homognea, ideal para grandes reas de sangramento em tecidos muito vascularizados e em grandes

    cirurgias;

    O sistema de argnio pode ser independente do equipamento de eletrocirurgia, ou fazer parte do mesmo equipamento. O fluxo de gs pode

    ser automtico (controlado pelo disparo do gerador, com fluxo ajustvel

    de acordo com a potncia eltrica empregada) ou manual, onde o

    operador ajusta um fluxo independente do gerador;

  • 55

    Unidades Eletrocirrgicas

    Coagulao com Feixe de Argnio

    So necessrias canetas especiais, para acoplar a sada do gs e os seus controles;

    O fluxo de argnio promove a formao de um canal de corrente cilndrico estvel e fcil de controlar. Ajuda a manter limpa a rea da cirurgia (livre

    de fumaa, melhorando a visibilidade do cirurgio) e melhorando a

    formao da escara.

    A figura abaixo mostra a coagulao por feixe de argnio; detalhe construtivo da caneta, com seus contatos eltricos, conector de gs e

    controles; equipamento acessrio que permite adicionar a funo

    "coagulao por argnio" em um equipamento de eletrocirurgia comum.

  • 56

    Bisturi

    Harmnico

  • 57

    O bisturi ultrassnico (ou como tambm

    chamado, bisturi harmnico) um

    equipamento usado em procedimentos

    cirrgicos como uma opo ao bisturi

    convencional e ao bisturi eltrico.

    Ele composto do bisturi propriamente dito

    que possui os controles para a mo, uma

    unidade de controle e gerao de alta

    frequencia e um controle acessvel para os

    ps.

    57

    O bisturi harmnico utiliza a tecnologia de ultrassom para cortar tecidos enquanto sela

    as bordas do corte.

    O dispositivo utiliza um transdutor piezoeltrico entre dois cilindros de metal,

    que converte a energia eltrica gerada pela unidade de controle em movimento

    mecnico.

    O transdutor vibra fazendo com que as lminas vibrem tambm em uma frequencia

    entre 20KHz e 60 KHz provocando a denaturao das fibras de colgeno entre os

    tecidos, causando a sua ruptura e gerando a coagulao atravs de gerao de calor

    interno s clulas.

    A intensidade para corte e coagulao pode ser ajustada na unida de controle.

    Bisturi Ultrassnico Introduo

  • 58

    Enquanto o bisturi eltrico atua atravs de corrente eltrica ( e

    produo de calor ), o bisturi harmnico corta atravs de vibrao.

    Talvez a grande vantagem desse aparelho numa comparao com os

    bisturis eltricos que ele no transfere corrente eltrica atravs do

    paciente, o que lhe confere maior segurana quando o cirurgio

    est prximo a estruturas como cateteres vasculares ou quando a

    interveno se d em um portador de marca passo.

    Alguns procedimentos nos quais j so utilizados o bisturi harmnico

    so : bipsia de pulmes, tiroidectomia, amigdalectomia e cancer

    ginecolgico. Eles tambm so muito utilizados em cirurgias plsticas.

    Bisturi Ultrassnico Princpio de Funcionamento

  • 59 59

    VANTAGENS

    No transmite corrente eltrica atravs do corpo do paciente e provoca menos dano lateral trmico que o bisturi eltrico

    Realiza corte e coagulao simultneamente, causando menos sangramento.

    Menor tempo de recuperao do paciente

    No carboniza o tecido ,

    No produz fumaa ou odores no campo operatrio .

    factvel a coagulao de vasos de at 5 mm sem necessidade do uso de outro tipo de ligadura.

    Pode ser utilizada tanto em cirurgias abertas quanto laparoscpicas

    Permite o corte de tecidos mais espessos.

    Permite maior preciso no corte.

    Requer menos mudanas de instrumentao que outras tcnicas durante a cirurgia.

    Bisturi Ultrassnico Caractersticas

    DESVANTAGENS

    Maior demora no corte dos tecidos

    S conseguem coagular enquanto est fazendo o corte

    Maior dificuldade na sua utilizao.

  • 60 60

    Bisturi Ultrassnico

    http://www.youtube.com/watch?v=MtFkQyK-cPU

  • 61

    NORMAS TCNICAS

    Como todos demais equipamentos eletromdicos, os equipamentos de

    eletrocirurgia esto cobertos pelas normas da International

    Electrotechnical Commission (IEC), algumas j com verso brasileira da

    ABNT (NBR).

    Existem tambm normas nacionais estrangeiras, como o caso da

    American Association for Medical Instrumentation (AAMI).

    So elas:

    ABNT NBR IEC 60601-1-1:2004 - Equipamento eletromdico - Parte 1: Prescries gerais para segurana;

    ABNT NBR IEC 60601-2-2:2001 - Equipamento eletromdico - Parte 2: Prescries particulares de segurana para equipamento

    cirrgico de alta freqncia", 1998;

    IEC/TR3 61289-2: "High frequency surgical equipment - Part 2: Maintenance", 1994;

    ANSI/AAMI HF18: "Electro surgical devices", 2001.

  • 62

    Medical Instrumentation Application and Design John G. Webster Quarta Edio 2010

    Unidades Eletrocirrgicas Conceitos e Bases de Operao de Sistemas Eletrocirrgicos Alexandre H. Hermini 2008

    Eletrocirurgia - Noes Bsicas WEM Equipamentos - 1997

    Biomedical Equipment Joseph J. Carr 1992

    Instrumentao Mdico-Hospitalar Luis Carlos Carvalho 2008

    Desenvolvimento de um Equipamento Eletrocirrgico com Sada no Chaveada - Revista Brasileira de Engenharia Biomdica, v. 21, n.

    1, p. 15-24, abril 2005

    Application of a New Integrated Bipolar and Ultrasonic Energy Device in Laparoscopic Hysterectomies - 2012

    62

    BIBLIOGRAFIA