aula 2 - direito administrativo ii

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  • 7/24/2019 Aula 2 - Direito Administrativo II

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    CARREIRAS JURDICAS 2013Direito Administrativo

    Matheus Carvalho

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    *INTERVENO ESTATAL NAPROPRIEDADE*

    16.Direito de Propriedade:

    S atingido pelo Estado emcarter excepcional, quando previsto naConstituio Federal de 1988 ou em Lei, s aser possvel a interveno do Estado napropriedade. Mas, de Regra, no hinterveno.

    o direito de gozar, dispor, usar,usufruir, reaver. Tem carter: Absoluto,Perptuo e Exclusivo.

    Obs.:Na interveno ora seratingido seu carter perptuo, ora o absoluto,ora o carter exclusivo. Na interveno doEstado o proprietrio no perder apropriedade, salvo na desapropriao, onde ha transferncia da propriedade.

    17.Fundamentos para a Interveno(motivos):

    Supremacia do Interesse Pblico.Prtica de ilegalidade, art.243 da CF:Desapropriao Expropriatria, Confiscatria,em virtude de plantao de psicotrpicosproibidos na propriedade. uma pena.

    18. Poder de Polcia:

    Maioria da Doutrina: Poder dePolcia est sempre presente na limitaoadministrativa. Alguns doutrinadores entendemque s na Desapropriao no est presente o

    Poder de Polcia.

    19.LIMITAO ADMINISTRATIVA:

    Atuao geral e abstrata do PoderPblico. O proprietrio indeterminado. RegraGeral: No h indenizao.

    Finalidade: Busca do bem-estarsocial, que ser buscado atravs do Poder dePolcia, quando a propriedade do particular

    ser restringida p/ satisfazer o interessecoletivo. Atinge o carter absoluto da

    propriedade, j que restringe a liberdade doproprietrio.

    Efeitos: Ex nunc, para o futuro,no atingindo situaes j formadas.

    20.SERVIDO ADMINISTRATIVA:

    Utilizao do patrimnio doparticular pelo Estado para prestar serviopblico. Regra: individual, concreta e comproprietrio determinado.

    Relao de Dominao: O ServioPblico o Dominante, e a propriedade do

    particular o Serviente. H a dominao doservio pblico sobre um bem.

    Obs.# Da Servido no Direito Civil,onde h a dominao de um bem sobre outrobem.

    Indenizao: S se houver danoefetivo.

    Obs. Jurisprudncia: Fios de altatenso impedem o exerccio da propriedade,portanto no h servido neste caso, e simDesapropriao indireta.

    21.REQUISIO (Art.5, Inc. XXV,Constituio Federal de 1988):

    Ocorrer quando h iminenteperigo, o Poder Pblico poder requisitar opatrimnio do particular pelo Tempo que fornecessrio, at que cesse o iminente perigo.Obs. possvel a requisio tanto em tempode paz, como em tempo de guerra.

    Indenizao: S se houver dano ao

    patrimnio do particular. Obs: H apossibilidade de reintegrao do patrimnio navia judicial, se o Poder Pblico no devolv-lo.

    Objeto: Pode recair sobre bensMveis ou Imveis. Atinge o carter exclusivoda propriedade. Obs: Quando tratar-se debens fungveis, ainda que o dono deixe de serdono, haver requisio. Ex. Estado requisitaroupas e frangos de uma fbrica.

    Sempre que houver bens fungveis,

    e tratar-se de iminente perigo, haverrequisio, e no desapropriao, j que opoder pblico pode devolver objetos iguais.

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    22.OCUPAO TEMPORRIA:

    Hipteses mais comuns:

    Uso do Patrimnio no edificado aolado da obra pblica para guardar os materiaisda obra. Para Evitar desapropriaodesnecessria: quando o Poder Pblico ocupao imvel para pesquisa de minrios earqueologia, em havendo minrios ou objetosarqueolgicos o poder pblico desapropria area.

    Indenizao: Se houver Dano

    Indenizao Ulterior.

    Natureza Jurdica: H divergnciana doutrina.

    Maria Sylvia: Ocupao prevista naLei 8666/93, decorrente de ContratoAdministrativo: Se o particular descumpre ocontrato administrativo ProcessoAdministrativo Administrao extingue ocontrato, rescinde-o (ato administrativo).

    Durante o processo administrativo aAdministrao assume a prestao do servioque era prestado pela empresa por contratoadministrativo, utilizando-se dos bens daempresa que so necessrios prestao doservio. Maria Sylvia entende que h ocupaotemporria nestes casos. Ao final do Processoa Administrao poder devolver os bens empresa, ou adquiri-los atravs da Reverso,com direito ou no indenizao. No desapropriao.

    Para alguns doutrinadores no hocupao temporria na situao trazida porMaria Sylvia, e sim, ocupao decorrente docontrato (clusula exorbitante). Mesmo que noesteja no contrato, ainda assim, no serocupao temporria.

    23.TOMBAMENTO (Decreto Lei 25/37):

    Conservao do PatrimnioHistrico, Cultural, Artstico e Paisagstico.

    Objeto Tantobens mveis, como os

    imveis, inclusive os Bens Pblicos.

    O Tombamento atinge o Carter

    Absoluto da Propriedade.

    H corrente minoritria, liderada porJos dos S.C. Filho sustentando que s possvel haver tombamento de bem pblicoquando guardada uma hierarquia, do mesmomodo que na desapropriao. Ex A uniopode tombar bens dos Estados e Municpios,os Estados podem tombar bens dosMunicpios.

    Competncia para Tombar:

    Patrimnio de Interesse Nacional Unio Patrimnio de Interesse Regional Estado Patrimnio de Interesse Local Municpio.

    Obs. Pode haver tombamento deBem da Unio por um Municpio, porque o queimporta o interesse, no a hierarquia,diferentemente da desapropriao.

    Obs. Bem Pblico TombadoInalienabilidade Absoluta. Normalmente, osbens pblicos so relativamente inalienveis.

    Obrigaes Positivas do Patrimniotombado:

    Dever de Conservao do bem peloDono.

    Obs.Se o dono no tiver condieseconmicas de conservar o bem, devercomunicar entidade que o tombou para queela tome as devidas providncias. Toda equalquer conservao tem que ter Autorizaodo Instituto prprio.

    Obs. O proprietrio que fazconservao sem autorizao: destruio dopatrimnio, crime do art.165 do CP. A Uniotem preferncia na compra do imvel tombado,se o particular quiser vend-lo.

    Obs. Poder haver tombamentototal ou parcial: O Tombamento pode ser feito

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    s da fachada do imvel; quando otombamento for sobre todo o imvel, poderser hiptese de desapropriao indireta.

    Obrigaes Negativas:

    No danificar, No destruir opatrimnio tombado; impossibilidade de retir-lo do pas, exceto por curto espao de tempo.

    O vizinho ao patrimnio tombadono pode colocar cartazes, ou qualquer outroinstrumento que prejudica a visibilidade dopatrimnio tombado.

    Obrigao de tolerar, suportar afiscalizao.

    Procedimento do Tombamento:

    Tombamento Provisrio: Enquantoestiver em andamento o procedimentoadministrativo de tombamento. Depois dejulgado o processo, o tombamento tornar-se-Definitivo.

    Tombamento Voluntrio: Acontece apedido do proprietrio.

    Tombamento Compulsrio: AAdministrao determina.

    Obs. o Tombamento no dependedo registro na escritura do imvel, basta oregistro no Livro do Tombo, depois disso eleser vlido. Entretanto, se o Estado noregistra o Tombamento na escritura do imvel,no ter a preferncia numa eventual venda do

    imvel.Indenizao: O Tombamento, por si

    s, no gera direito indenizao. Poderhaver indenizao dentro do Tombamento, seconstituda uma obrigao de fazer, se houverdano.

    24.DESAPROPRIAO

    nica forma de interveno em queo Estado toma o direito de propriedade do

    antigo proprietrio.

    forma de aquisio originria dapropriedade, no h vnculo, nem relaojurdica com o antigo proprietrio, a vontade

    dele no interessa.

    Objeto Bens Mveis e Imveis,inclusive os Bens Pblicos.Defeito no Objeto:Vcio no Objeto. Ex. Municpio desapropria bemda Unio.

    Regra Geral: Todos os bens podemser desapropriados. Exceo: Vedada aDesapropriao aos Direitos da Personalidade.Direitos autorais, direito imagem, alimentos,direito vida, no podem ser desapropriados.

    Competncia Regra Geral -Todos os entes, a depender da rbita deinteresse. Para Bens Pblicos, respeita-se ahierarquia Unio desapropria de Estados eMunicpios; Estado desapropria dosMunicpios. Obs. Defeito na competncia: Vciona competncia.

    9.1. DESAPROPRIAO COMUM ouORDINRIA

    Por Necessidade e UtilidadePblica (D.Lei 3365/41) Rol taxativo. ODec. Lei no distingue necessidade de utilidadepblica, entretanto, a doutrina faz essadistino: Necessidade h quando a situaoexija urgncia; Utilidade h quando no hurgncia.

    Por Interesse Social (Dec.Lei4132/62) Rol Taxativo.

    Obs Art.5, inc.XXIV daConstituio Federal de 1988 justifica essasduas modalidades.

    Competncia: Todos os entespodem, a depender da rbita de interesses.Obs. No h vcio de competncia.

    Indenizao: Prvia, Justa e emDinheiro.

    Objeto: Qualquer bem pode ser

    objeto de Desapropriao Ordinria, excetonos casos previstos no Dec.Lei. Obs.S cai navia judicial em algumas circunstncias.

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    9.2. DESAPROPRIAO SANCIONATRIA

    Tem natureza de penalidade, desano.

    1 Hiptese: Decorre doDescumprimento da Funo Social daPropriedade:

    a) Reforma Agrria (LC 76/93e Art.191 da CF):

    - Proprietrio no cumpre funo social dapropriedade.Obs.O Poder Pblico pode fazer

    reforma agrria mesmo sem natureza depenalidade, c/ fundamento no interesse social.

    - Competncia S a Unio. Neste casopode haver vcio de competncia.

    - Objeto S sobre bens imveis rurais.

    - Indenizao TDAs (Ttulos da DvidaAgrria, resgatveis em at 20 anos),indenizam a terra nua. As benfeitorias tm queser pagas em dinheiro.

    -Vedao Desapropriao SancionatriaPropriedades pequenas ou mdias, que seja

    a nica do particular e que seja produtiva.

    b) Plano Diretor: Lei queorganiza o Municpio, Lei 10257/01 (Estatutoda Cidade).

    - Quando h desobedincia ao plano diretor,fere-se a funo social da propriedade.

    - CompetnciaMunicpios e DF.

    - ObjetoBens Imveis Urbanos.

    - IndenizaoTDP (ttulos da dvida pblica,resgatveis em at 10 anos).

    - ProcedimentoNotificao do proprietrio,pela prefeitura, para que este proceda edificao (01 ano para o projeto e mais 02para a construo) ou ao parcelamento da

    propriedade. Se no edificada ou parcelada:IPTU com alquotaprogressiva (at 15% por

    ano). Se no cumprir as obrigaes Desapropriao Sancionatria, aplicada emltimo caso.

    - Obs. Desapropriao instituda pelo CC/02,no diz respeito Desapropriao do DireitoPblico.

    2 Hiptese: DesapropriaoExpropriatria (confiscatria, expropriao).

    - Pode haver expropriao apenas da rea ondehouve plantao ilegal.

    - Hipteses:

    a) Plantao dePsicotrpicos Proibidos. Destinar a readesapropriada para o assentamento decolonos.

    b) Outros bens de valoreconmico que sejam utilizados para o trfico.A Destinao do bem expropriado ser para aimplementao da investigao do crime ouajuda s casas de recuperao de viciados.

    - Indenizao: No h. Da ser chamada deexpropriao, espcie de desapropriaosancionatria.

    - Competncia: Unio.

    9.3. DESAPROPRIAO INDIRETA:

    Acontece quando o Poder Pblicono observa formalidades necessrias,simplesmente entra no Bem. Ex. servido etombamento disfarados. chamado de

    esbulho administrativo. Ex. quando o particular nada mais

    pode fazer em sua propriedade.

    9.4. NOES COMUNS A TODAS ASMODALIDADES

    Desapropriao possveltotalmente na via administrativa, o que noocorrer, apenas, se o particular no aceitar ovalor da desapropriao ou se o proprietrio for

    desconhecido.

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    PROCESSO ADMINISTRATIVO DADESAPROPRIAO:

    a) Fase Declaratria:

    - Poder Pblico declara a desapropriao viaDecreto Expropriatrio emitido sempre peloChefe do Executivo.

    - ExceoPoder Legislativo: Atravs de Leide Efeitos concretos, que lei com cara de atoadministrativo, j que produz efeitos concretose individuais. O Legislativo pode declar-la,mas no a executa.

    - Obs. Concessionrias e Permissionriastambm podem desapropriar, mas somente apartir da Fase Executiva, nunca na FaseDeclaratria.

    b) Fase Executiva:

    - O Poder Pblico vai efetivamente entrar noBem.

    - Condio para fase executiva para entrarno bem, o poder pblico deve pagar o valor. Seo particular no aceita o valor, necessria a viajudicial.

    - O que Deve Constar no DecretoExpropriatrio:

    1. Demonstrao do Interesse pblico naDesapropriao, determinada a sua Destinao(Ex. Escola, Hospital, Estrada). Obs. Se oPoder Pblico mudar a destinao dadesapropriao, esse fenmeno chamado de

    Tredestinao. Tal fato possvel, desde quese mantenha o interesse pblico.

    2. Descrio do Bem c/ todas asbenfeitorias. Obs. Aps o Dec. Expropriatrios sero indenizadas as benfeitoriasnecessrias e as teis autorizadas.

    c) Prazo de Caducidade do ProcessoAdministrativo:

    - Prazo de tolerncia entre a declarao, em

    decreto expropriatrio, e a execuo daexpropriao.

    - Necessidade ou Utilidade Pblica: 05 anos.Se neste perodo, o poder pblico no pagar aindenizao e ainda no entrou no bem, s

    poder repetir o Decreto expropriatrio 01 anodepois. (perodo de carncia).

    - Desapropriao por Interesse Social: 02anos. Neste caso, no h a possibilidade derepetio do decreto expropriatrio.

    d) Ao Judicial deDesapropriao: S ser obrigatria em 02circunstancias:

    - Quando o proprietrio desconhecido, ou

    h dvida quanto ao proprietrio.

    - Quando o proprietriono est de acordo c/o valor da indenizao.

    - A Ao de desapropriao de procedimentoespecial. No pode discutir outra coisa seno ovalor e eventuais nulidades do procedimentoexpropriatrio. Qualquer outra discusso sser possvel em ao prpria.- Antecipao da Prova Pericial:Diferentemente do que ocorre nos outrosprocedimentos, onde a prova pericial no feita no inicio do processo, na Ao deDesapropriao o juiz j determina a realizaoda percia no incio do processo.

    - Incidente de Imisso Provisria na Posse(diferente de imisso na posse) incidentena ao de desapropriao, que serve paraantecipar a entrada do poder pblico no bem,antes do julgamento final da ao.

    - Requisitos para concesso da Imisso:1. Urgncia da situao;2. Depsito do Valor daIndenizao Valor estipulado pelo PoderPblico. Obs. A Jurisprudncia vementendendo que se o valor depositado forirrisrio, o juiz poder determinar acomplementao do valor.

    - O Proprietrio poder levantar at 80% dovalor depositado pelo Poder Pblico. Ex.

    Imisso Provisria (01/01/04)----------------Sent.Final (01/01/05)

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    100.000 depositadosDeciso Judicial: 200.000

    80.000 levantados pelo

    particular (+ 100.000)

    Obs. Em relao aos 100.000 que a decisojudicial estabeleceu a mais, esses serocobrados da Administrao por meio deprecatrio.

    - Juros CompensatriosIncidiro sobre adiferena entre o valor levantado pelo particulare o valor determinado pela justia (120.000), edurante o perodo entre 01/01/04 e 01/01/05.

    - Dec.Lei 3365/41, Art.15-A (objeto de ADIN):Determinou a suspenso da parte quedeterminava os juros compensatrios de at06%. Atualmente o valor dos juroscompensatrios de 12% ao ano. Essa ADINfez valer novamente a Smula 618 do STF,que determinava os juros compensatrios de12% a partir do depsito at a sentena.

    - Juros Moratrios Art.15-B, Dec.Lei3365/41: Para recompor perdas relativas aoatraso no pagamento. Comearo a correr apartir de 1 de janeiro do exerccio financeiroem que deveria ter sido pago, seguinte ao anoem que foi proferida a sentena de mrito.OBS. No h necessidade de a sentena havertransitado em julgado.

    - ExSentena proferida em 01/01/04Jurosa partir de 01/01/06 (em 2005 entra noprecatrio). Ex. Sentena proferida em31/07/04 juros a partir 01/01/07 (precatriosem 2006).