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Aula 2 Didática: histórico e abordagens pedagógicas Profª. M.e Cláudia Benedetti

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Aula 2

Didática: histórico e abordagens pedagógicas

Profª. M.e Cláudia Benedetti

Profa. M.e Cláudia Benedetti

Graduada em Ciências Sociais pela Universidade Estadual Paulista

Júlio de Mesquita Filho (1998).

Mestre em Ciências Sociais pela Pontifícia Universidade Católica de

São Paulo (2001).

Atualmente é Coordenadora de Cursos EaD na Anhanguera

Educacional.

Professora Universitária há mais de dez anos com experiência nas

áreas de Sociologia, Educação, Metodologia, Antropologia, Geografia,

Análise do Discurso e Midia.

A história da Didática: panorama e contextos

A Didática foi, até o fim do século XIX, tema essencialmente tratado

pela filosofia, somente a partir da ampliação do processo de

industrialização e das necessidades criadas por ele é que a Didática

ganha a perspectiva das ciências sociais aplicadas.

A história da Didática: panorama e contextos

A massificação da Escola e da Educação Formal, exige a criação e

organização de novas formas de ensinar, tornando relevante a

elaboração de estudos e teorias que expliquem os processos de

ensino e de aprendizagem.

Comênio

a ordem natural das coisas deveria ser respeitada nos processos

educativos, por isso a didática consistiria em garantir que o ensino

respeitasse tal encadeamento

o conhecimento não ocorre de forma instantânea, para que o

aprendizado ocorra a experiência de os sentidos são fundamentais.

Comênio

a didática consistira em planejar o ensino de forma a obedecer o

desenvolvimento natural da criança.

Século XVII

início de uma grande mudança sócio-histórica;

insurgência da ciência e da cultura modernas;

necessidade de educar as forças produtivas;

marcado pelo individualismo e pela produtividade, o sistema

capitalista educa as novas gerações de trabalhadores.

A educação formal ganha uma projeção nunca antes alcançada, e a

didática uma importância cada vez maior.

Rousseau

secularização do conhecimento;

o ensino deve ser baseado nas necessidades imediatas do

aprendiz;

conhecido por sua concepção filosófica do bom selvagem, alegoria

que explica a adaptação do homem ao meio social em que vive;

Rousseau

é o processo de socialização que “molda” o homem, que o faz agir

de determinadas formas;

o homem é bom, mas a sociedade o corrompe;

Tais idéias contribuem para a concepção de que a educação é um

importante instrumento para a formação do homem.

Herbart

suas concepções fundamentam práticas docentes ainda aplicadas,

como por exemplo a idéia de preparar os conteúdos e apresentá-los

com clareza;

associar ideais antigas com as novas, construindo um contexto para

compreensão;

sistematização de conhecimentos e da aplicação de exercícios que

confiram os conhecimentos adquiridos

Teorias deram origem aos cinco passos didáticos mais utilizados

pelos professores ainda hoje: preparação, apresentação,

assimilação, generalização e aplicação.

Pedagogia Tradicional

pressupõe o aluno com um depositário de conhecimento e o

professor como o responsável por deitar em seus cérebros todos os

conteúdos programados;

a educação possui uma única direção.

Pedagogia Renovada

inaugura uma outra visão do processo educativo e, assim, propõe

novas práticas e teorias sobre o ensino, a principal transformação

consiste em compreender que o aluno é sujeito de sua

aprendizagem;

concebe a educação como um processo em que o aluno é

também agente, e não um mero depósito de informações;

John Dewey

experiência como condutora do conhecimento;

consagra a educação pela ação, estabelecendo que a didática deve

valorizar os espaços de aprendizagem que estimulem o

pensamento crítico, e promovam experiências socializadoras, para

que o aluno veja sentido naquilo que desenvolve e, assim, aprenda.

O aluno é então o centro do processo educativo.

Século XX

Durante todo o século XX, a didática conheceu inúmeras abordagens e

teorias, algumas com enfoque mais técnico e instrumental,

preocupadas com a prática de ensino e a aprendizagem, outras mais

teóricas;

Mais atualmente, concepções que culminaram da chamada Didática

Fundamental, preocupada com o processo como um todo, em sua

complexidade, vislumbrando o ensino e a aprendizagem em conjunto,

e não de forma dissociada como a maioria das concepções fazia até

então.

Concepções didáticas: o instrumento e o fundamento

A aprendizagem possui várias dimensões, que se apresentam em

conjunto, mas que podem, por determinadas circunstâncias ganhar

maior destaque, são elas as dimensões: técnica, sócio-política e

humana.

Tais dimensões são relevantes para didática pois são fatores

condicionantes do processo de aprendizagem.

Concepções didáticas: o instrumento e o fundamento

corresponde à constatação de que a aprendizagem é um

processo consciente e planejado, há uma intencionalidade no

fato de traçar objetivos orientadores e em garantir as condições

necessárias para que o aluno aprenda.

A utilização de recursos, métodos e avaliações para ensinar,

obedece à dimensão técnica da aprendizagem.

Dimensão Técnica

instituição escolar: subordinada a regras e normatizações

governamentais e internas;

obedece a critérios impostos pelo corpo de funcionários e respeita

processos educativos organizados por parâmetros curriculares;

Dimensão sócio-política

a Escola está inserida em um contexto histórico e social específico;

qualquer proposta didática tem de considerar que estes aspectos

influenciam diretamente o processo de aprendizagem;

Dimensão sócio-política

relacionamento interpessoal;

o contato entre pessoas produz vínculos afetivos essenciais para a

aprendizagem;

Dimensão humana

As dimensões articulam-se no processo de ensino e formam a

Didática Fundamental, uma concepção contemporânea que

compreende o processo educativo como algo integrado.

Didática Fundamental

didática tecnicista e conservadora;

baseada em uma neutralidade científica inexistente que deveria

ser transportada para os bancos escolares;

como se o conhecimento tivesse explicação em si mesmo e

dissociado de todas as outras dimensões que compõem o

processo educativo;

reduz o ensino em técnicas que restringem a atuação do

professor a “receitas” de “como ensinar”;

Didática Instrumental

postura crítica;

concebe a educação e suas práticas como necessariamente

engajadas à realidade social;

censuram a “neutralidade” da didática instrumental e comprometem

a Educação com a transformação.

Didática Fundamental

Referências Bibliográficas

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TAVARES, W. R. Gestão Pedagógica: gerindo escolas para a cidadania

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TEDESCO, J. C. O novo pacto educativo: educação, competitividade e

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2004.