aula 12 _ fisiologia renal

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    Aula 12 Fisiologia Renal

    A primeira etapa da formao de urina a filtrao glomerular, que :- Passiva- No h transportadores

    - No h regulaoIndependente da vontade do organismo, toda substncia que for permevel pelamembrana de filtrao vai acabar passando para a cpsula de bowmann.O processo de filtrao depende muito da permeabilidade da membrana de filtrao. Aonvel do glomrulo, o capilar glomerular diferente dos outros por nascer de umaarterola e terminar em uma arterola, ele est ladeado por 2 arterolas. Ele comea naarterola aferente e termina na arterola eferente, que possui uma grossa camada demsculo liso e uma resistncia muito grande. Devido a presso elevada na arterolaeferente, a presso no capilar glomerular vai ser muito alta e por isso que nesse capilarsemprevai ocorrer o processo de filtrao.Capilares glomerulares -Membrana de filtrao:

    - Endotlio capilar descontnuo com fenestraes de 750A.- Membrana basal: rica em glicoprotenas que possuem carga negativa, entosubstncias carregadas negativamente tem mais dificuldade de passar por essamembrana do que as substncias neutras ou carregadas positivamente (barreira eltrica).Obs: essa barreira tambm no permite normalmente a passagem de macromolculas,substncias de alto peso molecular.O capilar glomerular ao invs de filtrar para o meio intersticial, ele vai se encostar naclulas renais que so as clulas da cpsula de bowmann, para realizar a filtrao. ??Capsula de bowmann:- compe a barreira de filtrao- a primeira parte do nfron- elemento puramente renal- constitudas de clulas que vem do rimObs: Glomrulo parte do sistema vascularEnto, o endotlio vascular e a membrana basal vo encostar nas clulas renais, asclulas da cpsula de bowmann. A cpsula de Bowmann forma um clice que recebe oglomrulo, que um enovelado de capilares. As clulas da cpsula de Bowmann so ospodcitos, que no se encostam diretamente na membrana basal do capilar glomerular,fica a uma certa distncia do capilar. O podcito vai se conectar a membrana basalatravs de projees que ele vai enviar que so chamadas de pediclios. Entre ospediclios h um espao chamado de fenda de filtrao. Ento uma substncia quando

    passa pelo endotlio e pela membrana basal do capilar glomerular, ela vai cair nacpsula e bowmann pela fenda de filtrao. Ento a filtrao vai acontecer atravsdessas fendas de filtrao. A fenda de filtrao constituda por protenas e muitasdoenas que acometem a fenda de filtrao (doenas auto-imunes, por exemplo), podemcomprometer as protenas dessa barreira de filtrao, tornando essa barreira maispermevel do que o habitual deixando passar protenas (proteinria). Uma das protenasque compe a fenda de filtrao a nefrina, que forma uma rede na fenda e vaicontrolar tambm o que vai ou no ser filtrado. Vrias protenas localizadas nosprprios pediclios no pertencem a fenda de filtrao, mas so protenas de ancoragemda fenda, como por exemplo a podocina.A barreira de filtrao permevel a praticamente todas as substncias que compem o

    plasma. O sangue constitudo do plasma e das clulas (glbulos brancos e glbulosvermelhos), porm as clulas do sangue no vo passar por essa barreira, portanto quem

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    vai ser filtrado o plasma, exceto as protenas plasmticas o resto tudo filtrado, entoo que cai na cpsula de bowmann chamado de ultrafiltrado do plasma, formadopor: glicose, aminocidos, sdio, potssio, cloro, ou seja, tudo que tem no plasmaexceto protenas (albumina, fibrinognio, globulina) e qualquer substncia ligada a essasprotenas. Na barreira de filtrao, filtrado 180L de gua por dia, 26 mil mEq de sdio,

    porm desses 26 mil mEq excretado +-150mEq, por isso deve haver um grandetrabalho para que ocorra a reabsoro.O processo da filtrao glomerular tem um ritmo denominado ritmo ou taxa defiltrao glomerular. Essa taxa importante para a fisiologia renal, pois o rim trabalhacom as substncias que foram filtradas (as que foram secretadas, so em bem menoresquantidades), exemplo: a filtrao que oferece a oportunidade para o tbulo renalpegar a creatinina e elimin-la, pois no se quer reabsorv-la para o organismo,diferente da glicose que filtrada e se quer reabsorver. Se h uma reduo na taxa defiltrao glomerular muito grande, isso vai levar a uma insuficincia renal, pois o rimno vai conseguir excretar a creatinina, a uria, no vai poder exercer sua funo decontrole. A taxa de filtrao glomerular em torno de 125mL/min, na fisiologia normal,

    tenta se manter os valores da TFG prximas a esse, objetivo do nosso organismocontrolar a TFG para que no haja grandes variaes. Ns filtramos aproximadamente20% do fluxo plasmtico renal, que chega ao rim atravs da artria renal, que deaproximadamente 600mL/min.

    Quais os determinantes da taxa de filtrao glomerular?

    Kf:constante de filtrao. A TFG diretamente proporcional ao Kf. O kf depende dapermeabilidade e da superfcie da membrana de filtrao

    ..isso depende dos nfrons e dos capilares glomerulares funcionantes. Essa constante defiltrao, o kf, muito mais afetada por patologia do que por fisiologia, ou seja, comose pode mudar a estrutura histolgica de uma membrana de filtrao? Por uma leso danefrina ou da podocina, uma doena glomerular que acometeu as cargas negativas namembrana (que formam uma barreira a determinadas substncias como a albumina,carregadas negativamente) = tudo isso compromete o Kf, pois ele est relacionado compermeabilidade e ele muito afetado por doenas que mechem com a integridade damembrana.- Se houver uma reduo da permeabilidade:vai ocorrer espessamento da membranade filtrao, diminuio do Kf e diminuio da TFG (dificulta a filtrao). Acontecemuito em processos inflamatrios que acometem o rim.

    - Se houver um aumento da permeabilidade, como por exemplo, por uma leso damembrana glomerular, vai aumentar o Kf e a TFG. Isso no bom, pois substncias quenormalmente no permeariam vo atravessar a membrana de filtrao, como porexemplo a albumina = proteinria.

    Pesquisa:Sndrome Nefrtica:Sndrome Nefrtica:

    O kf pode ser alterado na fisiologia normal, por uma alterao fisiolgica, umhormnio, uma substncia que o nosso organismo esteja endogenamente liberando. A

    membrana de filtrao que formada por endotlio, membrana basal, pedicelio epodcitos, obstculos que a substncia tem que passar no seu caminho do glomrulo

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    para a cpsula de bowmann, possui um terceiro tipo celular que so as clulasmesangeais.Essas clulas no pertencem exatamente a barreira de filtrao, elas noformam uma barreira passagem das substncias. As clulas mesangeais sosemelhantes aos moncitos e se localizam nos capilares, clulas mesangeaisglomerulares, e h tambm as clulas mesangeais extra-glomerulares. A nvel do nfron

    essas clulas possuem as seguintes funes:- ao fagoctica- secretora (secretam prostaglandinas e alguns hormnios locais, ajudando no controleda funo renal)- sustentao ao capilares glomerulares, principalmente os que esto prximos aosglomrulos- fazem contrao e relaxamento, pois possuem msculo liso

    Como as clulas mesangeais encontram-se justapostas aos capilares glomerulares,quando elas contraem, elas apertam a fenda de filtrao, diminuindo o Kf e a TFG. Osistema nervoso simptico liberando a NOR vai fazer a contrao das clulas

    mesangeais. J a atriopeptina (hormnio natriurtico atrial), que um hormniocardaco, atua no rim causando o relaxamento das clulas mesangeais, o que aumenta oKf e a TFG (aumenta a eliminao de sdio e gua, hormnio diurtico).

    Para determinar a TFG deve haver uma fora propulsora que empurre a gua de dentrodo capilar glomerular para a cpsula de bowmann. O que define o movimento defiltrao, ou seja, o movimento de dentro do vaso para a cpsula, um balano deforas: presso hidrosttica, presso coloidosmtica que vo interferir na presso efetivade filtrao. A presso resultante aproximadamente 10mmHg, por isso que a TFG d125mL/min (12,5 x 10), o produto do Kf vezes a presso efetiva de filtrao que igual a 10:

    TFG: Kf (12,5mL/min/1mmHg) x presso efetiva de filtrao (10mmHg)

    A presso efetiva de filtrao depende de variveis hemodinmicas, como por exemplo:presso hidrosttica do capilar, que depende da presso de todo territrio arterial. Sehouver uma reduo do fluxo sanguneo renal, obviamente vai ser reduzida a pressocapilar glomerular. As arterolas aferentes e eferentes interferem muito nessa presso.Um dos fatores que interferem no capilar glomerular o fato da presso capilarglomerular ser extremamente elevada. A presso capilar mdia dos capilares sistmicos em torno de 17,3 mmHg, j a presso capilar glomerular muito maior,

    aproximadamente 60mmHg. A presso hidrosttica capilar uma presso de filtrao.Mesmo que haja outras presses opondo-se a presso hidrosttica capilar, muito difcilque ganhem dessa presso pr-filtrao.

    Porque a presso capilar glomerular to alta?- O fluxo sanguneo renal alto, 25% do dbito cardaco vai para o rim- Alta resistncia da arterola eferente. Depois do capilar glomerular no h

    uma vnula, mas sim uma arterola. Ele inicia e termina com uma arterola, ao invs determinar com uma vnula. O sangue entra pela arterola aferente e sai pela arterolaeferente. Geralmente quando o sangue sai pelo capilar, ele sai tranquilamente, porqueele vai para uma veia que possui baixa resistncia, porm como o capilar glomerular

    termina na arterola eferente, h uma grande resistncia dessa arterola, dificultando a

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    sada do sangue da rede de capilares. Como a resistncia na arterola eferente alta, apresso retrgrada, no capilar glomerular, aumenta muito.Obs:A arterola eferente d uma segunda rede de capilares que so os capilaresperitubulares. Se h uma contrao na arterola eferente, a presso capilar glomerularvai ser muito alta, mas presso capilar peritubular vai ser mais baixa, por isso no

    capilarglomerular sempre hfiltrao e no capilar peritubular h reabsoro.

    Foras favorveis a filtrao:

    Presso hidrosttica capilar glomerular: 60mmHgOutra presso que seria favorvel a presso coloidosmtica da cpsula de Bowmann,porm no h protena na cpsula de Bowman, pois essa no filtrada pelo glomrulo,ento a presso equivale a 0mmHg. Portanto a nica presso de filtrao a hidrostticacapilar glomerular.Fora de filtrao = 60mmHg

    Foras que se ope a filtrao, foras de reabsoro:- Presso hidrosttica da cpsula de bowman 18mmHg- Presso coloidosmtica do plasma 32mmHgFora de reabsoro = 18 + 32 = 50mmHg

    Essas duas foras somadas no conseguem suplantar a fora de filtrao. FR = 60 50 =10mmHg (presso efetiva de filtrao). No existe reabsoro no glomerular.

    Qualquer coisa que aumenta a fora que se ope a filtrao vai diminuir a filtraoglomerular:- Aumento da presso hidrosttica da cpsula de Bowman (na fisiologia normal isso noocorre): obstruo da sada da urina formada causada por clculo, cncer de bexiga,hiperplasia prosttica, dificulta a drenagem da urina. Qualquer uropatia obstrutiva queobstrua o fluxo de urina pelos tbulos renais ou pelo ureter ou bexiga vai ocasionarretrogradamente um acmulo de gua aumentando a presso hidrosttica da cpsula debowman. Portanto pode haver uma diminuio ou at mesmo um bloqueio total da TFG,levando a ausncia da formao da urina. Ento uma doena urolgica obstrutiva podelevar a uma insuficincia renal ps renal (que quando h por exemplo um clculo nasvias urinrias que interfere com a filtrao da urina). Soluo: cirurgia descompressiva.

    Conforme o sangue passa da arterola aferente atravs dos capilares glomerulares para

    as arterolas eferentes, a concentrao de protenas plasmticas aumenta cerca de 20%.A razo para isso que aproximadamente um quinto do lquido nos capilares passa porfiltrao pra o interior da cpsula de bowman, concentrando as protenas plasmticasglomerulares que no so filtradas. Assumindo-se que a presso coloidosmtica doplasma que entra nos capilares glomerulares seja de 28mmHg, este valor geralmenteaumenta para cerca de 36mmHg quando o sangue alcana a terminao eferente doscapilares. Se houver uma contrao muito forte da arterola eferente:inicialmentefaz com que a presso capilar glomerular aumente, aumentando a frao de filtrao,porm por outro lado essa contrao vai estar diminuindo o fluxo sanguneo renal, poiso fluxo vai encontrar uma resistncia muito elevada na arterola eferente, dificultando adrenagem do rim. A frao de filtrao vai aumentar, vai ser filtrado mais do que se est

    recebendo e isso vai acabar aumentando a concentrao de protenas no vasocomeando a haver reteno de gua no vaso, h aumento da presso coloidosmtica do

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    plasma. Aumentando a presso coloidosmtica do plasma, aumenta-se uma fora que seope a filtrao, ou seja, uma contrao muito forte da eferente vai acabar diminuindo afiltrao glomerular, por, primeiramente, aumentar muito a perda de gua e aconcentrao da protena que no filtrada. Quando a protena concentra ela puxa guade volta para o vaso, no deixa a gua sair do vaso, dificultando a filtrao, diminuindo

    a TFG. (2 explicao: Aumenta-se a filtrao de gua, mas no a de protena,ento a protena se concentra dentro do vaso, porque se est perdendo mais gua.A frao de filtrao normal geralmente de 20%, se h aumento da pressocapilar glomerular, aumenta-se a frao de filtrao e isso leva a perda de muitagua e no est aumentando o fluxo sanguneo renal compensatoriamente, porqueuma das resistncias renais est muito elevada, ento a perda de gua concentra aprotena no vaso, isso aumenta a presso coloidosmtica e consequentemente essagua deixa de ser perdida e passa a ser puxada de volta para o vaso para diluir aprotena).

    Variaes da arterola aferente:

    - Dilatao da arterola aferente:o sangue vai ter uma maior facilidade de ir para oglomrulo:

    * aumentando o fluxo sanguneo renal (mais sangue chega ao glomrulo)* aumentando a presso capilar glomerular* aumentando a TFG.

    Fatores que dilatam a arterola aferente (vaso-dilatadores):* dopamina, usada para aumentar a TFG em uma paciente chocado, que teve

    uma hemorragia, que teve a funo renal comprometida. Usada para melhorar formaoda urina e a funo renal.

    * prostaglandinas* atriopeptina* NO (xido ntrico)

    - Contrao da arterola aferente:* diminui o fluxo sanguneo renal* diminui a presso capilar glomerular* diminui a TFG

    Fatores que contraem a arterola aferente:

    * SNS: libera NOR e ADR pela supra-renal que ativam alfa-1 que tem naarterola, contraindo a aferente* angiotensina II* endotelina (produzida pelo endotlio vascular)* adenosina (relembrando que no corao tem uma ao vaso-dilatadora, porm

    nos rins = vaso-constritora)

    Obs:- angiotensina II sistmica:faz parte do sistema renina-angiotensina-aldosterona que ativado no organismo quando h queda da presso arterial. Ela atua na arterolaaferente, mas tambm em outras artrias do corpo.

    -angiotensina II parcrina:formada em pequenas quantidades pelo sistema reninaangiotensina local (hormnio local), liberada localmente e visa fazer o controle intra-

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    renal, controle da fisiologia renal. Ela atua mais na arterolaeferente, que possuimais receptores para a angiontensina II, vai atuar mais do que na arterola aferente.Quando se liga a angiotensina II parcrina vai fazer uma vaso-constrico moderada daarterola eferente. Essa constrico vai aumentar a presso capilar glomerular e aumentaa taxa de filtrao glomerular.

    A angiotensina II vai ter 2 efeitos renais completamente distintos: um quando ela squer controlar o fluxo renal, sendo liberada por um sistema renina local, ou seja, ela vaiperceber que a TFG caiu, o rim vai liberar renina = formao angiotensina II = vai atuarpreferencialmente na arterola eferente (parcrina).A angiotensina II sistmica formada em grandes quantidades e que vem da correntesangunea vai atuar mais na arterola aferente, diminuindo a taxa de filtraoglomerular.Angio II:- Sistmica: atua preferencialmente na arterola aferente: diminui a TFG- Parcrina: atua preferencialmente na arterola eferente: aumenta a TFG

    Pacientes com estenose bilateral da artria renal: o fluxo sanguneo renal tende acair, proporcional a estenose das artrias renais. Para manter a presso glomerularconstante e para manter a TFG, esses pacientes aumentam a produo local de renina(mecanismo de defesa local do rim), ativando o sistema renina angiotensina local quevai liberar angiotensina II parcrina que vai aumentar a TFG (no vai realmenteaumentar, na verdade vai controlar para que no haja a diminuio da TFG, para tentarmant-la constante j que essa doena tende a diminu-la, a angiotensina II garante amanuteno da TFG). Nesses pacientes se for utilizado um inibidor da eca, vai impedira formao da angiotensina II, se no houver angiotensina II no vai ocorrer amanuteno da TFG, por isso contra-indicado a esses pacientes com estenose bilateralda artria renal o uso de inibidor da eca. O paciente com essa doena urina graas aangiotensina II, se ela impedida de ser formada pelo inibidor da eca, ele perder omecanismo que o faz urinar.

    Quando as substncias vaso-constritoras renais da arterola aferente so liberadas, verificado na fisiologia normal que mesmo quando se quer contrair a arterola aferentepara poder se diminuir o fluxo sanguneo renal h evidencias que juntamente pode haverliberao de NO (xido ntrico) que dilata a arterola, para que ela no sofra umacontrao muito intensa, um mecanismo quase que de regulao para se evitar umaisquemia renal, pois quando h contrao da aferente, h diminuio do fluxosanguneo renal e o rim , tambm, nutrido por esse sangue que vai para os capilares

    peritubulares para nutrir a clula renal.Os AINES (anti-inflamatrios no esteroidais) inibem a COX o que automaticamentediminui as prostaglandinas renais (hormnios locais, vaso dilatadores). Ela pode serproduzida na arterola aferente, no endotlio dos vasos, das clulas mesangeais(importante para garantir uma boa filtrao). Quando se usa prolongadamente o AINESpode ocorrer uma leso renal.A TFG no organismo mantida mais ou menos constante. Quando h uma variao daPA, h uma tendncia de variao do fluxo sanguneo renal e a presso capilarglomerular:-Aumento da presso arterial: aumenta a presso capilar glomerular = aumentoda TFG

    - Queda da presso arterial: diminui a presso capilar glomerular = diminuio daTFG

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    Paciente Hipertenso: o aumento da PA tende a aumentar a formao de urina, paraeliminar gua e corrigir a presso.Paciente com choque circulatrio:a presso cai muito e o paciente povde estar comquadro de oligria ou at mesmo anria, pois a TFG pode cair muito.

    H uma faixa de presso arterial de 75-180mmHg em que se possvel evitar que oaumento ou diminuio da PA interfira na TFG. a faixa na qual o organismo conseguemanter a TFG apesar das variaes de presso.

    Como o rim consegue manter a faixa de filtrao?

    1 Mecanismo: Miognico:distenso do msculo liso vascular = quanto maiora distenso h o fechamento dos canais SOC do msculo liso, que leva adespolarizao e entrada de clcio na clula que resulta na contrao. A contrao nodeixa a TFG aumentar, mantm ela constante.* Quando a PA aumenta, a tendncia do organismo aumentar a presso capilar

    glomerular e aumentar a taxa de filtrao glomerular, porm se quer manter a TFGconstante apesar da variao da presso. Quando PA aumenta, aumenta a distenso domsculo liso vascular, aumenta fechamento dos canais, aumenta despolarizao,aumenta a entrada de clcio e a arterola aferente contrai. Quando ela contrai, diminui aTFG, no deixa a TFG aumentar, ou seja, na medida que a PA aumenta, o rim faz umavaso-constrico para evitar o aumento da taxa de filtrao, para mant-la constante.* Quando a PA cai, o organismo dilata a artria renal para aumentar a TFG, para evitarque a presso cai ainda mais. (mecanismo de auto-regulao)

    2 Mecanismo: Reflexo tubuloglomerular (usa aparelho justaglomerular):- A medida que a arterola aferente vai chegando perto do glomrulo, ela vai produzirumas clulas diferentes: as clulas granulares ou justaglomerulares, que so asclulas produtoras de renina.- O tbulo distal se encontra na juno da arterola aferente com a eferente. O - tbulodistal o final do nfron, ento o final do nfron se encontra com o incio do nfron,eles se encostam fisicamente. O tbulo distal possui clulas tubulares, porm eletambm sofre diferenciao e alm delas possui as clulas da mcula densa.O aparelho justaglomerular a juno da mcula densa (do TDC) com as clulas

    justaglomerulares (da arterola aferente).A mcula densa um sensor da concentrao de Nacl do tbulo. Ela mede aquantidade de Nacl da luz tubular do tbulo distal. Ela vai avaliar a TFG pela

    concentrao de Nacl.- Se a mcula densa percebe uma alta concentrao de Nacl no tbulo distal, quer dizerque est havendo uma maior filtrao, a TFG est alta. Quanto maior a concentrao deNacl no TCD, maior a concentrao de Nacl na mcula densa, pois ela coloca o Naclpra dentro da clula.- Se houver uma reduo na leitura pela mcula densa, h pouco Nacl no tbulo distal,quer dizer que a TFG est baixa.A mcula densa quem toma medidas para aumentar ou diminuir a TFG dependendo danecessidade: ela se comunica com as clulas granulares produtoras de renina, portantoela pode interferir na produo de renina, ela se comunica com as clulas mesangeaisextraglomerulares (que fabricam hormnios) e ela pode fabricar hormnios. O

    hormnio produzido pela mcula densa um hormnio local que vai atuar no prprioglomrulo para interferir na TFG, ele vai atuar na arterola aferente.

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    - Concentrao de Nacl alta: TFG vai estar elevada, mcula densa faz a leitura e tomamedidas para normalizar a TFG.

    FB tubuloglomerular:

    Objetivo: manter a filtrao glomerular constante apesar da elevao da PA. Aumento da PA Aumento da presso capilar glomerular Aumento da TFG: isso aumenta a concentrao de Nacl na mcula densa e essa

    elevao faz com que ela libere adenosina.

    A adenosina: Faz vaso constrio da arterola aferentediminui o fluxo plasmtico renal

    diminui a TFG (evita que ela aumente) Diminui a liberao de renina pelas clulas justaglomerularesdiminui

    angiotensina II local (que essencial para contrair moderadamente a arterolaeferente e aumentar TFG)diminui a presso capilar glomerulardiminuiTFG

    FB tubuloglomerular:

    Diminuio da PA Diminuio da presso capilar glomerular Diminuio da TFG Diminuio de Nacl na mcula densasensoresliberao de

    prostaglandinas (produzidas pelas clulas mesangeais).

    As prostaglandinas: Vasodilatao aferenteaumenta FPR (fluxo plasmtico renal)aumenta

    TFG Aumenta liberao de renina pelas clulas justaglomerularesaumenta

    angiotensina II localvaso constrio da arterola eferenteaumenta TFG

    Obs: quando h uma queda da presso arterial, o simptico quer diminuir a TFG,isquemiando o rim, esse mecanismo local atenua esse processo.

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    REABSORO

    Uma vez filtrado nos glomrulos renais, o ultrafiltrado cai na cpsula de bowman e vaipassar pela primeira poro do nfron, o tbulo proximal. O tbulo proximal divididoem trs segmentos: S1, S2, S3, diviso puramente didtica para separar os tbulos em

    relao a suas polaridades e algumas outras caractersticas. A funo do tbulo renal reabsorver quantidade, de reabsorver grande quantidade de massa, no tem muitasfunes reguladoras, no muito controlada por hormnios. Quase todos os elementosdo ultrafiltrado so reabsorvidos em maiores quantidades no tbulo proximal, exceto omagnsio que mais reabsorvido nas alas de henle.

    Analisando o processo de reabsoro, na luz tubular vai ser encontrado o que foifiltrado. A substncia pode ser reabsorvida, ao nvel do tbulo proximal, atravessando aprimeira (luminal) e a segunda membrana (basolateral), caindo depois no interstcio eaps na corrente sangunea. A membrana luminal est voltada para o lmen, para a luzdo tbulo renal. Muitas vezes preciso ter transportadores na membrana luminal e nabasolateral para poder jogar a substncia da luz para a clula, da clula para o interstcioe dali para o sangue. Essa reabsoro chamada de reabsoro transcelular, pois asubstncia est sendo reabsorvida atravs da passagem dela pelas membranas da clula.A reabsoro transcelular tem como caracterstica a presena de transportadores,carreadores, e a possibilidade de uma modulao.

    A reabsoro pode ser feita tambm pela via paracelular. Essa reabsoro muitomenos modulada, j que ela vai ser entre as clulas, uma substncia vai passar por entreas clulas do tbulo proximal. Uma das caractersticas do tbulo proximal, como eletem muitas substncias para reabsorver, que as junes entre as clulas so bemfrouxas, possibilitando que muitas substncias passem via paracelular para seremreabsorvidas. Uma substncia quando ela vai pela via paracelular, ela pode ir por elamesma, por exemplo, sendo puxada por um gradiente de concentrao ou eltrico, oupode ir por outro mecanismo chamado solvent drag, no qual h um arraste pela gua, ouseja, alguma coisa puxa a gua e quando ela passa ela carrega junto um clcio, umcloro, algum on que estava por ali, o on sai arrastado e no por uma fora que operasobre ele.

    Toda reabsoro que vai ocorrer no tbulo contorcido proximal, seja ela transcelular ouparacelular, vai jogar um soluto no meio intersticial e posteriormente no sangue. Esse

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    soluto sai da luz e vai para a corrente sangunea e a gua que est presente na luz vaientrar rapidamente para o nosso organismo, ou seja, a reabsoro em todo o tbuloproximal, seja no segmento S1, S2 ou S3, isosmtica. Reabsoro isosmtica areabsoro em que se reabsorve soluto e gua. Ento a gua pode passar pela viaparacelular ou pela transcelular, pois tanto na membrana luminal quanto na basolateral

    h aquaporinas do tipo 1 (AQP-1). Essas aquaporinas no dependem do ADH, soconstitutivas, ou seja, a reabsoro de gua no tbulo proximal independe do ADH. Se opaciente tem diabete insipitus e no possui ADH ou se tem uma diabete insipitusnefrognica e o rim no responde ao ADH, o tbulo proximal vai continuar da mesmaforma reabsorvendo 67% da gua independente do ADH. A fora que puxa a gua paraser reabsorvida a reabsoro do soluto (sdio, glicose). Ento como se estreabsorvendo em iguais concentraes o soluto e a gua, a osmolaridade no varia.

    Segmento S1 do tbulo proximal:Na poro inicial do tbulo proximal vai ocorrer reabsoro basicamente dos nutrientes.

    A carga filtrada de sdio muito alta, o sdio o principal ction extracelular. Ele estligado ao cloro, o cloreto de sdio muito abundante, ligado ao bicarbonato, ao citrato,ao lactato, ao fosfato. O sdio tem uma vantagem no processo de reabsoro, aconcentrao dele no lmen do vaso muito alta, porque a carga filtrada muitogrande: aprox.: 26.000mEq de Na+ so filtrados por dia, j a concentrao de sdiodentro da clula sempre muito pequena, ento o sdio tem uma grande tendncia aentrar na clula tubular. A concentrao de sdio intracelular sempre muito baixadevido a presena na membrana basolateral (na luminal no tem bomba) da clula dabomba Na+/K ATPase, que joga ele pra fora da clula e coloca o potssio pra dentro. Orim gasta 70 a 80% da sua energia, do seu O2, para formar ATP, para gastar com abomba sdio/potssio. O sdio entra na clula passivamente pela membrana luminal e

    sai da clula, pela membrana basolateral, para o interstcio ativamente (pela bombaNa+/k), isso ocorre em todo tbulo proximal (em todo nfron). Como o sdio tem

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    facilidade de passar do lmen para o meio intracelular, a primeira reabsoro de sdioque se vai ter no tbulo proximal, o sdio ajudando outras substncias a seremtransportadas, ele vai fazer vrios simportes:- Simporte sdio/glicose: no segmento S1 h o transportador SGLUT-2 que joga aglicose para dentro da clula

    - Simporte sdio/aminocido: no h nome para o transportador de aminocidosO simporte um transporte ativo secundrio.Dentro da clula comea a haver acmulo de glicose e aminocido. A clula tubularrenal no usa glicose como fonte de energia (nem os aminocidos). Para a produo deenergia na clula usada a glutamina, um aminocido que transportado para a clulae utilizado para formao de ATP. O organismo no quer que a clula tubular use aglicose e os aminocidos como fonte de energia, pois preciso que elas se concentremdentro da clula, uma vez que o transportador da membrana basolateral transportefacilitado (que a favor de um gradiente de concentrao). Ento a glicose eaminocidos so jogadas para o interstcio pelo transporte facilitado: a glicose vai sertransportada pelo GLUT-2.

    A inteno do segmento S1 limpar o tbulo proximal dos nutrientes, ento hreabsoro de glicose e aminocidos nessa primeira poro. A glicose reabsorvida emoutra poro, porm a maior parte da glicose reabsorvida no segmento S1.

    Reabsoro de bicarbonato, fosfato, lactato, citrato no segmento S1:

    O sdio na luz tubular vai ajudar o fostato, lactato e citrato a entrarem na clula (co-transporte). O fosfato, porm, pode ser inibido pelo PTH (paratormnio) que promove ainternalizao do co-transportador sdio-fosfato, ento quando o fosfato chega na luztubular no encontra seu transportador. Se o PTH internalizo o transportador, todo ofosfato filtrado vai ser eliminado na urina. Ento o PTH aumenta a eliminao renalde fosfato e diminui a reabsoro tubular de fosfato (modulao hormonal do

    tbulo proximal).O sdio entra na clula e sai pela bomba Na+/k+ e os sais fosfato, lactato, citrato podemsair por vrios mecanismos: transporte facilitado, contra-transportes com nios(mecanismos que no so muito importantes e que no tem modulao).

    Bicarbonato:tem que ser filtrado e quase que totalmente reabsorvido, porque o nossoorganismo produz mais cidos do que bases no metabolismo e preciso poupar otampo bicarbonato para manter o equilbrio cido-bsico, dessa forma a urina acabasendo um pouco mais cida.

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    No h um transportador sdio/bicarbonato. O bicarbonato no tem afinidade comnenhum carreador presente na membrana luminal, porm h na membrana umtransportador que sdio/H+, que um transporte ativo secundrio, porm um anti-porte (contra-transporte), vai entrar sdio na clula e sair hidrognio para a luz tubular.Esse hidrognio originado pela reao de hidratao do CO2, que catalisada pelaanidrase carbnica (sem ela no h a hidratao de CO2). A hidratao de CO2 forma oH2CO3 que vai se dissociar em H+ e HCO3-. O bicarbonato sai pela membranabasolateral para o interstcio por contra-transporte com o cloro, transporte associado ao

    sdio... Ento h reabsoro de bicarbonato e sdio (sdio mandado pra interstcio pelabomba NaK. O hidrognio formado pela dissociao de H2CO3 na clula, vai sersecretado para a luz tubular em troca com o sdio que entrou. O HCO3- na luz tubularque no consegue entrar na clula, vai se juntar com esse hidrognio jogado pra fora daclula por contra-transporte com o Na+. O bicarbonato mais o H+ quando se juntamformam o H2CO3 e pela ao da anidrase carbnica vai se dissociar em CO2 e H2O queentra na clula e vai servir de matria prima para formar o bicarbonato dentro da clulatubular que vai atravessar a membrana basolateral (h transportador nela, no h naluminal).Se usar num paciente um inibidor de anidrase carbnica, o que acontece?Aanidrase carbnica encontra-se na membrana luminal e dentro da clula tubular. Osinibidores da anidrase carbnico atuam mais na membrana luminal do que naintracitoplasmtica. Como a anidrase interfere na dissociao do H2CO3 em CO2 eH2O, se ela bloqueada no h dissociao e o bicarbonato no reabsorvido. Ento osinibidores de anidrase carbnica so frmacos que vo fazer com que o bicarbonatopermanea na urina, portanto a urina vai ser alcalina. Se menos bicarbonato ta sendoreabsorvido vai se ter uma acidose metablica. Um frmaco que inibe a anidrasecarbnica a acetazolamida,que interfere com a reabsoro de bicarbonato e com aproduo de hidrognio que interfere na troca sdio/hidrognio (que tem em todos ossegmentos S1, S2 e S3). Se h diminuio da reabsoro sdio, acaba tendo mais sdiotambm na luz tubular, podendo deixar gua na luz tubular. A acetazolamida foi criada

    farmacologicamente para ser um diurtico, porque a inteno era produzir uma diurese,impedindo reabsoro de sdio que ficaria na luz tubular e ele puxaria gua o que dariaum efeito diurtico. Tudo que aumenta sdio na luz tubular faz efeito diurtico (porqueo sdio quem possui maior fora osmtica). Porm o sdio tem vrias maneiras de serreabsorvido e ao longo do nfron h vrias maneiras de compensar essa reabsoro,ento foi verificado que apesar de que pelo mecanismo de ao a acetazolamida ser umdiurtico, a potencia diurtica fraqussima, portanto ela no usada como diurtico. Aacetazolamida atua no incio do tbulo proximal, ento o sdio que ali no reabsorvido ainda vai passar pela ala de henle, pelo tbulo distal, portanto tem muitaoportunidade de ser reabsorvido. Ento a acetazolamida no usada como diurtico,mas sim quando:

    - se quer alcalinizar a urina, como por exemplo quando se quer aumentar a eliminaorenal de uma substncia cida

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    - se quer produzir uma acidose metablica para tratamento de um paciente que est comum quadro de alcalose- se quer interferir com a reabsoro de bicarbonato ou com o movimento debicarbonato em outros lquidos corporais, como por exemplo na formao do humoraquoso. A acetazolamida utilizada no tratamento do glaucoma, pois ela diminui a

    formao do humor aquoso.- se quer diminui um edema cerebral: diminuindo a produo de lquor excessivaObs: a acetazolamida no usada em pacientes hipertensos, porque a diurese queproduz muito fraca, leva rapidamente a tolerncia

    No segmento S1 ento reabsorvido:- glicose- aminocidos- fosfato- citrato- lactato

    - bicarbonato- sdio

    O sdio tem carga positiva, e quando se est reabsorvendo sdio, o lmen est ficandonegativo. Muitas vezes esse sdio reabsorvido com uma substncia neutra como, porexemplo, a glicose (que no tem carga), ento essa reabsoro acaba deixando o lmennegativo. A medida que est se saindo do segmento S1 e entrando no segmento S2, olmen est ficando negativo, devido a grande reabsoro de sdio com substnciasneutras. Quando troca sdio/hidrognio no muda a eletricidade.O principal sal filtrado o NaCl, porm no segmento S1 no h nenhum carreador,nenhum movimento especfico para o cloro ser transportado. A medida que est sendoreabsorvido sdio, gua est sendo reabsorvida junto (tanto pela via transcelular atravsdas AQP-1) quanto pela via paracelular, e ela est diminuindo na luz tubular, e o quefica na luz vai concentrando. Ento na transio de S1 pra S2 est havendo umanegatividade do lmen e uma concentrao das substncias que no foramreabsorvidas, como o Cloro. Medindo a concentrao de cloro no segmento S1 h105mEq de Cl- j no final de S1 e incio de S2 h 140mEq de cloro, a concentrao decloro aumentou pela reabsoro de gua e por ele no ser reabsorvido. No segmento S2como o lmen est negativo e o cloro est mais concentrado, tudo isso favorece areabsoro de cloro. No segmento S2 prevalece a reabsoro do cloro, essareabsoro puxa mais o sdio, h mais reabsoro de sdio, tambm.

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    O Cloro pode entrar por via paracelular, ele est muito concentrado no lmen e o lmense encontra negativo, ento ele repelido, reabsorvido, para a via paracelular. Viatranscelular: O cloro pode, tambm, ir com o sdio para dentro da clula (co-transporte).Na membrana basolateral ele pode sair atravs de um canal de cloro ou trocado (contra-trasporte) com nions. Como a reabsoro de cloro pode ser feita com sdio, mas

    tambm sozinha atravs de canal, vai ser em grandes quantidades no segmento S2, issovai alterar a polaridade do lmen. O lmen que estava negativo, com a reabsoro decloro vai ficar positivo, ento quando se entra nos segmento S3 o lmen j est positivo.(O lmen comeou neutro S1 fico negativo S2 fico positivo S3).

    Segmento S3

    Agora que o lmen ficou positivo, a via paracelular vai reabsorver clcio e potssio emgrande escala. O magnsio ainda no est concentrado o suficiente para se ter nessemomento sua maior taxa de reabsoro.Saldo no final do tbulo proximal:- 67% H2O- 67% NaCl- 70% Ca++- 70% K+- 20-30% Mg++- 100% glicose- 100% aminocidos- 98% HCO3-

    Na fisiologia normal a glicose na corrente sangunea de at +-180mg%; toda a glicosefiltrada totalmente reabsorvida. Os carreadores na fisiologia normal podem transportara glicose para dentro da clula tubular, no segmento S1, enquanto a carga filtrada foratender uma glicemia de at 180mg%. Quando a glicemia aumenta no diabtico (porfalta de insulina ou por falta da resposta insulnica) vai haver saturao dostransportadores da membrana luminal, ocorrendo glicosria(devido a hiperglicemia).Como a glicose muito osmtica, sua eliminao na urina causa uma diurese, a guatambm vai aumentar para diluir essa glicose, havendo um aumento do dbito urinrio:poliria, um dos principais sintomas do diabtico. Dessa forma esse paciente comglicemia muito elevada vai ter, alm da glicosria e da poliria, uma desidratao, pois

    o dbito urinrio aumenta muito e ele perde muita gua na urina.

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    Aula final renal

    O processo de filtrao glomerular caracterizado por ser altamente inespecfico,altamente no controlado e grandes quantidades de substncias que se encontram noplasma (exceto as protenas e substncias ligadas a elas) vo ser lanadas na cpsula de

    bowman. A primeira funo do tbulo proximal fazer uma reabsoro de quantidade.O tbulo proximal devido a sua histologia: a borda em escova, os grande nmero detransportadores, as junes entre as clulas facilitando a via paracelular, um tbuloaltamente permevel e faz com que ele seja o de maior reabsoro. O tbulo proximalvai reabsorver muita gua (67%) e essa reabsoro vai acontecer pela via transcelularpela aquaporina-1 (AQP-1), alm da via paracelular. A AQP-1 no mediada peloADH, ela constitutiva, existe na membrana luminal e basolateral e ela completamente independente do ADH. Ento a reabsoro de 67% de gua completamente no controlada pelo ADH, portanto se um paciente tiver uma diabeteinsipitus, uma ausncia de ADH nefrognica ou neurognica, essa reabsoro de guano tbulo proximal vai continuar acontecendo normalmente. A fora propulsora nos

    tbulos proximais para que gua seja reabsorvida so os solutos, a gua reabsorvidacom os solutos, ento todo o processo de reabsoro no tbulo proximal chamado deisosmtico, ou seja, a reabsoro de gua sempre acompanha a reabsoro do soluto. o soluto que fora a gua atravs da aquaporinas-1 e atravs da via paracelular, fazendocom que a osmolaridade do fluido tubular seja a mesma do plasma. A osmolaridade, aproporo entre gua e soluto, ao longo do tbulo proximal se mantm constante,porque no houve maior reabsoro de solutos, nem maior reabsoro de gua, ereabsoro foi igual.Em termos de mecanismo de controle, o tbulo proximal no tem grande controle nataxa de reabsoro que ele vai apresentar. Hormnios relevantes que atuam no tbuloproximal:

    PTH:inibe a reabsoro de fosfato Angiotensina II: ativa o contra-transporte Na+/H+:aumenta a reabsoro de sdio.

    A maior carga de reabsoro ocorre ento no tbulo proximal. O sdio o principalction do meio extracelular e quando reabsorvido ele puxa muita gua, devido suagrande fora osmtica. Se h impedimento na reabsoro de sdio, h impedimento dareabsoro de gua, est ocorrendo o efeito natriurtico. Analisando a carga tubularreabsorvida no tbulo proximal, 60% de sdio e 67% de gua so reabsorvidos ali, e porisso de se imaginar que um bom diurtico deveria atuar nessa rea, pois estariaatuando numa taxa maior de reabsoro, porm isso no acontece. Isso no ocorre

    porque a Ala de Henle, principalmente, tem uma grande capacidade de reabsoro e areabsoro de cloreto de sdio pode ser aumentada na presena de uma grande cargatubular de cloreto de sdio, ou seja, se a reabsoro de cloreto de sdio fosse bloqueadano tbulo proximal, os tbulos finais do nfron (ala de Henle, tbulo distal) poderiamcompensar reabsorvendo mais o cloreto de sdio e acabaria no ocorrendo o efeitodiurtico desejado. Idealmente, ento, os diurticos vo atuar na parte mais final donfron, no atuam onde a carga tubular maior.

    Ala de Henle

    A ala de Henle separada em 3 segmentos:

    - Segmento fino descendente (vem do tbulo proximal)- Segmento fino ascendente

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    - Segmento espesso ascendente

    A maioria dos nfrons so nfrons corticais e o restante so nfrons justamedulares.Todas as alas de Henle, dos dois tipos de nfrons, encontram-se na medula. A medularenal sempre hipertnicaem relao a crtex e ao plasma. No fundo da medula h

    uma osmolaridade em torno de 1400mOsm, enquanto que na crtex em torno de280mOsm. Essa hiperosmolaridade da medula renal, se deve a grande presena de NaCle uria que se concentram na medula renal. A medida que a vai se andando da crtex medula interna, que a parte mais profunda da medula, a osmolaridade do interstciomedular (no do fluido tubular) vai aumentando gradativamente, pois a medula temmecanismos de acmulo de solutos ao nvel da medula interna e isso faz com que aosmolaridade seja alta.

    Segmento fino descendente:Histologicamente h uma grande transio entre as clulas do tbulo proximal e asclulas da ala de Henle descendente. O tbulo proximal possui clulas com borda em

    escova, caracterstica de clulas com alta capacidade de reabsoro, e com um grandenmero de mitocndrias que produzem grandes quantidades de ATP para os transportesatravs das membranas no tbulo proximal. J a clula da ala de Henle uma clulapobre, que possui uma quantidade muito pequena de mitocndrias e o segmento finodescendente no tem praticamente capacidade de reabsorver de solutos. Porm asclulas do segmento fino descendente so ricas em aquaporinas-1, ou seja, essesegmento vai reabsorver gua. A fora que puxa a gua a fora osmtica. No tbuloproximal a fora que puxava a gua eram os solutos que estavam sendo reabsorvidos,porm na ala de Henle no est havendo reabsoro de solutos, ento como a gua puxada para ser reabsorvida? A medula hipertnica. Ento a reabsoro de gua nosegmento fino descendente ocorre devido presena de solutos na medula renal que apuxam. Ento o segmento fino descendente: altamente permevel a gua Quase no reabsorve solutos Tem poucas mitocndrias

    Ento a presena de aquaporinas-1 na membrana luminal faz com que a gua sejapuxada da luz tubular para o interstcio tubular renal. E os solutos presentes na medularenal que esto puxando a gua em direo ao interstcio. No tbulo proximal areabsoro isosmtica, porm no segmento fino descendente no , pois s est sendoreabsorvida gua e no solutos. A medida que a gua est sendo reabsorvida no

    segmento fino descendente, os solutos que no esto sendo reabsorvidos juntos da guaesto se concentrando na luz tubular, aumentando a osmolaridade do lquidotubular:

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    Quanto maior for a osmolaridade mais gua vai ser puxada, a urina vai ficarconcentrada. Se o nfron acabasse na ala de henle no haveria modulao daconcentrao da urina, porque a reabsoro de gua ali ADH independente, e amodulao pelo ADH importante pois:- Se a pessoa encontra-se no frio, ele quem controla a maior eliminao de gua, j que

    a gua no est sendo eliminada pelo suor- Se a pessoa encontra-se em um lugar onde faa calor intenso, ele faz com que o rimretenha gua para segurar a gua corporal.

    Segmento fino ascendenteNo h reabsoro de gua, no h aquaporinas, esse segmento pode reabsorver algunssolutos, porm no reabsorve NADA de gua. Isso tambm caracterstica do segmentoespesso ascendente. Devido a essas caractersticas, esses segmentos (fino e espessoascendente) vo fazer com que o lquido tubular que no final do segmento finodescendente equivalia 1400mOsm, seja diludo a medida que o soluto aos poucos vaisendo reabsorvido e a gua vai ficando na ala (o lquido vai ficando hiposmtico, a

    osmolaridade ao final do espesso ascendente cai mais do que a do plasma). Essessegmentos so chamados de segmentos diluidores do lquido tubular. Ento o lquidotubular foi concentrado no segmento fino descendente e depois diludo no finoascendente e espesso ascendente. O rim concentra e depois dilui o lquido tubular paradar a oportunidade do ADH poder fazer o que quiser sobre a gua. Ele dilui o fluidopara o tbulo coletor, onde o ADH pode controlar a gua.No segmento fino ascendente h reabsoro de NaCl que vai ser reabsorvido pela viaparacelular, e uma reabsoro completamente passiva. A via paracelular no umburaco, pois se no a gua passaria tambm atravs dela, ela um espao entre asclulas dos tbulos renais que tem permeabilidade. A gua NO passa pela viaparacelular.

    Segmento fino ascendente:- Impermevel a gua segmento diluidorosmolaridade cai para200mOsm- Altamente permevel a uria e NaCl- NaCl reabsorvidos por via paracelular passivamente- Uria secretada passivamente

    Segmento espesso ascendente Faz a maior reabsoro de Magnsio.

    Nele h um transportador de cloreto/sdio/potssio, chamado de transportadortrplice que vai ser alvo da ao da furosemida (lasix), dos diurticos chamados dediurticos da ala.Diurtico de alas atua no segmento espesso das alas dehenle. Eles atuam bloqueando a reabsoro dos 25% de sdio feita no segmentoespesso ascendente.

    Esse segmento rico em mitocndrias e transportadores. 25% da carga de sdio vai ser reabsorvida nele: geralmente os diurticos que atuam

    nesse segmento so os mais potentes, porque trabalham com uma porcentagem dereabsoro de sdio que ainda alta (lembrando que 26.000mEq so filtrados) e osmecanismos de compensao pra frente (TCD e tbulo coletor) vo ser muito

    pequenos. Se fosse usado um diurtico para inibir a reabsoro de 67% de sdio notbulo contorcido proximal (S1) no seria bom, pois no segmento espesso ascendente

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    aumentaria compensatoriamente a reabsoro de sdio e iria reabsorver tudo que notivesse sido reabsorvido no TCP, no haveria diurese. No segmento espessoascendente ocorre a maior compensao de sdio.

    Transportador trplice 2Cl-/1Na+/1K+: simporter triplo, dessa forma que o sdiovai ser reabsorvido. Ele reabsorve 2 cloros, um sdio e um potssio, portanto ele

    eletricamente neutro. Esse transportador (transporte ativo 2 - simporte) usa a forada reabsoro do sdio. O sdio, como mais concentrado no meio extracelular ecomo a clula em repouso possui internamente um potencial negativo, possui umagrande tendncia de entrar na clula e com ele vai puxar o Cl- e o K+. O cloreto desdio que est sendo reabsorvido ajuda a criar a hiperosmolaridade da medula.Ento esse transportador importante por 2 coisas:

    - Ele reabsorve da carga de sdio filtrada- Grande parte do cloreto de sdio reabsorvido vai ficar na medula renal, criando

    uma condio de hiperosmolaridade. Se ela no for hipertnica no vai haver aoposterior do ADH.

    Reabsorve solutos mas no reabsorve gua, a gua se concentra na luz tubular. A

    medida que a gua vai se concentrando o fludo tubular vai ficando cada vez maishiposmtico, diludo.

    O ADH vai atuar nos nfrons, principalmente no tbulo coletor, porm parte da aodo ADH vai ser ativar o transportador trplice. O transportador trplice ativadopelo ADH. Ento pela ao do ADH o transportador est jogando cloreto de sdio namedula, deixando-a hiperosmolar, contribuindo para deix-la mais hipertnica.Quando o lquido tubular chegar no tbulo coletor e o ADH colocar as aquaporinasna membrana, quem vai puxar gua a hiperomolaridade da medula. Quanto maisADH mais hipertnica a medula fica e mais gua reabsorvida, menos ADHmais hipotnica a medula fica, menos gua reabsorvida. Se a medula ficarhipotnica, mesmo que o ADH insira aquaporinas no tbulo coletor, no vai haverfora para puxar a gua, ento menos gua vai ser reabsorvida. Portanto a ao plenado ADH depende da hipertonicidade da medula.

    O transportador trplice encontra-se na membrana luminal. Ento a membrana luminalvai reabsorver sdio, cloro e potssio. Os transportadores trplice so estimulados peloADH e so inibidos pelos diurticos de ala, como por exemplo a furosemida (ela

    bloqueia o transportador trplice)

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    O transportador quando estimulado pelo ADH: Coloca sdio, cloro e potssio pradentro da clula: o cloro e o sdio so ons extracelulares, encontram-se em maiorquantidade no meio extracelular, j o potssio se encontra em maior quantidade no meiointracelular, por isso que o transporte tem que ser ativo, pois o potssio est indo domeio menos concentrado para o meio mais concentrado. Ento:

    - Na+: o sdio vai entrar passivamente na clula, ele a parte passiva do simporte,vai do meio mais concentrado para o meio menos concentrado. Ele vai sair para ointerstcio pela bomba NaK presente na membrana basolateral.

    - Cloro: o cloro entra na clula pela membrana luminal e sai para o interstcio pelamembrana basolateral co-transportado com o potssio.Obs: O potssio volta pra dentro da clula pela bomba NaK. Sdio + cloro no interstcio= cloreto de sdio.

    Quanto mais o simporter trabalha, mais sdio ele coloca dentro da clula, mais ele ativaa bomba sdio potssio e mais potssio volta pra dentro da clula. Com o aumento daconcentrao de potssio, o potssio vai sair para o lmen pelo canal de potssio

    presente na membrana luminal. O transportador 19rplice eletricamente neutro, poisele est jogando 2 ctions e 2 cloros pra dentro da clula, porm como ele manteve osdio e o cloro no interstcio e o potssio voltou para o lmen, como se o potssio notivesse entrado e o lmen vai ficar positivo (pela sada de potssio da clula). Se houveuma sada de potssio da clula para o lmen, o lmen vai ficar positivo. Se o lmenfica positivo o magnsio, que altamente permevel na juno paracelular, na qual huma protena chamada de paracelina que possui grande afinidade pelo clcio eprincipalmente pelo MAGNSIO, vai ser atrado para via paracelular pela paracelina. preciso que o lmen esteja positivo para que o clcio e o magnsio sejam repelidos epassem pela via paracelular para serem reabsorvidos. No lmen h mais magnsio doque clcio, pois 60% do clcio foi reabsorvido no TCP e somente 20% do magnsio foireabsorvido no TCP. Ento, devido as caractersticas da juno e pela concentrao demagnsio ser maior, vai haver no segmento ascendente espesso maior reabsoro demagnsio. Fisiologicamente esse segmento vai reabsorver: cloreto de sdio,magnsio (80%) e clcio.

    Ento tudo que ativa o simporter trplice:- Aumenta a reabsoro de NaCl- Aumenta a osmolaridade do lquido do interstcio renal- Estimula a reabsoro de clcio e magnsio (80%)

    Quais os efeitos observados no uso da furosemida (lasix)?- Inibe simporter trplice- diminui a reabsoro de cloreto de sdio (mais cloreto de sdio vai ficar no lmen). Oaumento da carga tubular de NaCL vai segurar a gua dentro dos tbulos do segmentoespesso ascendente pra frente. Diminui a reabsoro futura de gua, por isso que se temo efeito diurtico.- efeito diurtico- diminui a osmolaridade do interstcio medular: menos gua vai ser reabsorvida notbulo coletor, afetando a ao do ADH no tbulo coletor, porque quanto maishipotnica for a medula renal menos o ADH vai atuar.- aumenta a eliminao de magnsio e clcio: como 80% do magnsio reabsorvido

    nessa poro da ala de henle, por isso a furosemida no pode ser utilizadacronicamente (ela acaba fazendo uma grande expoliao renal de magnsio)

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    - aumenta eliminao de potssio (conseqncia indireta no final do nfron)

    A furosemida geralmente usada agudamente: no tratamento de uma crise hipertensiva,no tratamento emergencial de um edema (edema agudo de pulmo).A furosemida atua no nfron um pouco antes da mcula densa, ento a carga de NaCl

    que est chegando na mcula densa vai estar aumentada ou diminuda? Se o simportertrplice foi inibido vai haver mais sdio no segmento ascendente da ala de henle, poisele no consegue ser reabsorvido, e esse sdio vai estar diludo porque esse segmentono perde gua. Portanto, a carga tubular de NaCl vai estar aumentada pois afurosemida est impedindo sua reabsoro. A mcula densa s consegue perceber aquantidade de NaCl que est dentro dela e no a que encontra-se no lmen, por isso quea carga tubular de NaCl tem que entrar nela para ser percebida. Porm o simporter queleva o NaCl para dentro da mcula densa o mesmo simporter trplice atuante nosegmento espesso ascedente, pois a mcula densa encontra-se na juno do final da alade henle e incio do tbulo distal. Ento dentro da mcula densa a carga de NaCl vaiestar DIMINUIDA, porque o NaCl do lmen no consegue entrar na mcula densa

    devido a inibio do simporter trplice.A mcula densa vai tomar providncias comose a filtrao glomerular estivesse pequena, ou seja, ela vai aumentar a taxa de filtraoglomerular. Quanto maior a filtrao, maior a eliminao. Todas as aes dafurosemida so para aumentar a excreo renal, ou seja, ela aumenta a filtraoglomerular indiretamente.Obs: A medida que o segmento espesso muito ativo na reabsoro de cloreto de sdio,porm ele no reabsorve gua, o lquido tubular fica muito rico em gua, nessemomento ele hiposmtico

    - Reabsoro no tbulo proximal:isosmtica(no muda osmolaridade, pois hreabsoro da mesma quantidade de gua e solutos)- Reabsoro no ramo descendente da ala de henle: hiperosmtica (s h reabsorode gua e no de solutos)- Reabsoro no ramo ascendente da ala de henle: hiposmtico (s reabsorve soluto,no reabsorve gua)

    Ento no segmento espesso ascendente:

    - Rico em mitocndrias e muitos transportadores- Reabsorve 25% de sdio pode aumentar compensatoriamente- Transportador 20rplice: 2Cl-/1Na+/1K+

    - Impermevel gua e uria- Reabsorve solutos, mas no gua segmento diluidor- ADH aumenta a reabsoro de NaCl por aumentar o Ampc mantm amedula hipertnica. Ele ativa, tambm, o transportador trplice.- Reabsoro de Na+/K+/Cl-- Sada de K+ para a luz tubular- Potencial positivo tubular- Reabsoro paracelular de Ca+ e Mg+ (80%)- Furosemida inibe o transportador trplice (se liga ao stio do cloro) =forte diurese com expoliao de sdio/potssio/clcio/cloro/magnsio.

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    Tbulo Distal inicial ou convoluto

    O lquido que chega ao tbulo distal inicial hiposmolar.O tbulo distal inicialmorfologicamente igual ao proximal, convoluto (enovelado).No tbulo distal inicial ocorre transporte ativo de cloreto de sdio (co-transporte). Esseco-transportador de Na+/Cl- reabsorve 5-10% da carga filtrada e ele alvo da ao dosdiurticos tiazdicos (ex: hidroclorotiazida).Esses diurticos so muitos usados naprtica, pois no so to expoliantes de ons como a furosemida, so menos potentes eso usados mais cronicamente como, por exemplo, para tratar uma hipertenso arterial(uso dirio). A furosemida s usada num paciente diariamente quando ele tem umainsuficincia cardaca grau 4, um quadro intenso que no possvel controlar. Dentro dopossvel procura-se no usar a furosemida diariamente pois ela expolia muito clcio,potssio, magnsio.Esse segmento tambm impermevel a gua, no h reabsoro de gua, ento:

    - segmento fino ascendente, segmento espesso ascendente e tbulo distal inicial socompletamente impermeveis a gua = diluem lquido tubular = Osmolaridade dolquido tubular fica muito baixa (em torno de 100mOsm) em relao a osmolaridade doplasma (+- 280mOsm)Hiposmolar.- tbulo proximal e segmento fino descendente so altamente permeveis a gua(presena de aquaporinas-1).

    Na membrana luminal do tbulo distal inicial h o co-transportador Na+/Cl-:- O Na+ ajuda o Cl- a entrar na clula. Ele entra passivamente na membrana luminal poresse co-transporte e sai pela membrana basolateral atravs da bomba Na+/K+.- O Cl- entra por co-transporte com o sdio na membrana luminal e possui vriasformas de sada: canal de cloro, co-transporte de cloro e potssio.Resultado: reabsoro de cloreto de sdio (5-10%).Obs: Os diurticos tiazdicos bloqueiam o co-transportador Na+/Cl-. Eles atuam depoisda mcula densa, ento a ao desses diurticos sobre o NaCl no percebido pelamcula densa.Na membrana luminal ainda h presena de canais de clcio. O clcio j foi reabsorvido

    quantitativamente no tbulo proximal, na ala de henle ascendente pela via paracelular,ento a carga tubular de clcio no tbulo distal de aproximadamente 10% da carga

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    filtrada, porm esse canal vai ser importante, pois ele modulado peloparatormnio. O paratormnio atua tambm no tbulo proximal, porm ele atua nofosfato e no interfere na reabsoro do clcio (no tbulo proximal a reabsoro declcio paracelular, no h transportador envolvido). O PTH vai aumentar a reabsorode clcio no tbulo distal inicial. O PTH se liga ao seu receptor na membrana

    basolateral da clula tubular e estimula a expresso dos canais de clcio na membranaluminal, portanto na presena do PTH h aumento da transferncia de clcio pra dentroda clula. O PTH est aumentando a entrada de clcio na clula porque ele coloca ocanal de clcio, porm no diretamente ele quem aumenta a absoro de clcio, oclcio para entrar na clula tem que ter uma fora que o puxe (a fora dada pelogradiente de concentrao). A concentrao de clcio dentro de uma clula sempremuito baixa em relao ao meio extracelular, essa a razo pela qual o clcio puxadopara dentro da clula, e na membrana basolateral h um transportador que garante que aconcentrao de clcio intracelular seja sempre baixa:- Contra-transporte Ca2+/Na+(presente tambm no corao): Joga clcio para fora daclula e sdio pra dentro.

    Quanto menor a concentrao de sdio na clula, mais ativo vai ser esse transportador,mais gradiente ele vai ter para puxar o sdio pra dentro da clula e mais clcio vai serreabsorvido.O PTH ento estimulando a insero de canais de clcio na membrana luminal e halgumas evidncias que o PTH possa ativar esse trocador Ca2+/Na+ (no comprovado). Tudo que ativa o trocador vai aumentar a reabsoro de clcio.Quanto mais clcio reabsorvido, menor a concentrao de clcio intracelular fica emaior quantidade de clcio entra pelos canais de clcio na clula.H evidncias, tambm, na clula tubular, da presena de protenas intracelulares (queesto presentes muito mais intensamente na clula do TGI) que podem se fixar aoclcio, diminuindo a concentrao de clcio dentro da clula para favorecer areabsoro de clcio. Essa protena chamada de calbindina existe principalmente naabsoro intestinal de clcio e a vitamina D aumenta muito a expresso dessa protenano TGI.Outra via de reabsoro de clcio uma bomba Ca2+/K+, porm no to importantecomo o trocador Ca2+/Na+.Se um diurtico tiazdico for usado, ele vai inibir o simporter sdio/Cloro no tbuloproximal, quais as conseqncias?- Diminuio da reabsoro de cloreto de sdio- Efeito diurtico- Aumento do cloreto de sdio no lmen

    - Aumenta a reabsoro de clcio- Diminui a excreo de clcio

    Obs: A hidroclorotiazida no interfere com a ao do paratormnio, portanto ele vaiinserir normalmente os canais de clcio na membrana luminal e o clcio vai poder serreabsorvido. Porm com o uso da hidroclorotiazida menos sdio est sendo reabsorvido,portanto menos sdio vai estar dentro da clula tubular, o que vai estimular o trocadorsdio/clcio, que vai aumentar o sdio dentro da clula e aumentar a sada de clciopara o sangue. Dessa forma, a concentrao de clcio intracelular vai ficar muito baixa,o que puxa mais clcio do lmen para a clula e da clula para o sangue, ou seja,aumenta a reabsoro de clcio.

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    Furosemida x Hidroclorotiazida

    - Os dois aumentam excreo de cloreto de sdio- Os dois so diurticos natriurticos (como todos diurticos)- Em relao aos efeitos eletrolticos eles possuem algumas diferenas:

    - A hidroclorotiazida menos potente, pois trabalha numa regio do nfron onde hreabsoro de apenas 5-10% de cloreto de sdio. J os diurticos de alas, como afurosemida, so mais potentes, pois trabalham numa regio do nfron onde reabsorvido 25% da carga tubular de cloreto de sdio.- Os diurtico de ala expoliam alm de clcio, magnsio. J a hidroclorotiazida noexpolia clcio, pelo contrrio ela aumenta a reabsoro e no interfere na reabsoro demagnsio.Efeito em comum:- Aumentam a concentrao de NaCl no lmen = efeito natriurtico: Nas partes maisfinais dos nfrons esse aumento na concentrao de cloreto de sdio, deixa mais guanos tbulos para ser ter o efeito diurtico.- Mais NaCl concentrado no lmen interfere na secreo de potssio, fazem aexpoliao do potssio. Tanto a hidroclorotiazida quanto a furosemida fazem a pessoaperder potssio na urina (so expoliadores de potssio). Quanto mais sdio no lmen,mais vai ser secretado potssio no final do nfron. A furosemida expolia mais potssiodo que a hidroclorotiazida, pois ela deixa mais NaCl no lmen.

    Tbulo Distal Final

    Possui dois tipos celulares:- Clulas principais (70% das clulas)- Clulas intercaladas (30% das clulas), divididas em:Alfa = representam o tipo fisiolgicoBeta = so expressas na alcalose

    Clulas Principais:

    - No expressam transportadores na membrana luminal, mas expressam canal de sdio

    e canal de potssio. Lembrando que canal uma protena que transporta umasubstncia a favor de um gradiente qumica, ento o sdio vai passar do lmen para a

    Furosemida Hidroclorotiazida- Aumenta a excreo de clcio- Diminui a reabsoro de clcio

    - Diminui excreo de clcio- Aumenta a reabsoro de clcio

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    clula e o potssio vai passar da clula para o lmen (esto indo a favor de seu gradientede concentrao).- Reabsoro do sdio:na luz tubular distal final ele tem uma concentraorelativamente pequena. A abertura de um canal vai fazer com que o sdio entre naclula principal, deixando o lmen negativo. Quando ele deixa o lmen fica negativo, o

    cloro repelido, pela negatividade do lmen, para a via paracelular. J o potssio vai seratrado. Ento o canal de sdio:Vai aumentar a reabsoro de sdio (consequentemente o lmen fica negativo)Aumenta a reabsoro de cloroAumenta a secreo de potssio

    Quanto mais sdio estiver presente no lmen, mais sdio vai entrar, pois a entrada desdio na clula principal ocorre por um gradiente de concentrao. Ento tudo queaumenta o sdio no lmen vai produzir o aumenta da entrada de sdio na clulaprincipal, por outro lado isso aumenta, tambm, a reabsoro de cloro e a secreo depotssio.Por isso que todo diurtico acaba aumentando a secreo do potssio e aperda urinria de potssio (todos diurticos, como a furosemida e a

    hidroclorotiazida, que atuam antes do tbulo distal final so expoliadores depotssio).Quando usado um diurtico que impede em uma determinada regio de fazera reabsoro de sdio, essa reabsoro vai ser compensada no tbulo distal final, pormessa compensao no total, ela minimiza a perda do cloreto de sdio, se no o efeitodiurtico no ocorreria.

    Obs: Em casos de insuficincia muito grave comum usar diurticos associados, poiscomo eles atuam em locais diferentes do nfron h um bloqueio seqencial, aumentandoa potncia da resposta diurtica. comum associar a furosemida com ahidroclorotiazida no tratamento de um edema refratrio, uma insuficincia cardaca numgrau mais avanado. Nesse caso preciso se preocupar com o potssio que est sendoexcretado compensatoriamente.

    A reabsoro do sdio e do cloro so completamente passivas na membrana luminal,pois o cloro vai por via paracelular e o sdio entra a favor de seu grandiente deconcentrao e sai pela bomba Na/K (via transcelular). Obs: o sdio no nfron inteiroentrou passivamente pela membrana luminal e saiu atravs da bomba Na/K.O canal de sdio das clulas tubulares, assim como as bombas de sdio e potssio dasclulas principais do tbulo distal final so moduladas pela aldosterona. A aldosterona,ento, atua no tbulo distal final. A aldosterona um mineralocorticide, um hormnioesteroidal da zona glomerulosa da supra-renal e como tal, ela capaz de entrar na clula

    sem problema nenhum, pois altamente permevel. No citoplasma da clula principalh um receptor para a aldosterona, a ligao da aldosterona ao seu receptor, vai aoncleo da clula e produz uma alterao da sntese protica, o que vai levar a umaumento da expresso de canais de sdio na membrana luminal e a ativao da bombaNaK. Ento os efeitos moleculares da aldosterona so:- Aumentar a expresso do canal de sdio- Aumentar a atividade da bomba NaKConsequentemente a aldosterona:- Aumenta a reabsoro de sdio: ela insere o canal de sdio d fora para ele entrarna clula = ela ta ativando a bomba sdio e potssio e ta fazendo o sdio sair da clulaem maiores quantidades, quanto menos sdio na clula, mais sdio vai ser puxado do

    lmen para dentro da clula atravs do canal de sdio.- Aumenta a reabsoro de cloro

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    - Aumenta excreo de potssioEfeito final =a aldosterona est reabsorvendo cloreto de sdio, o que aumenta avolemia, pois mantm a gua no sangue. Diminui a excreo de gua. A aldosterona fazo controle fisiolgico.

    O canal de sdio presente na membrana luminal da clula principal pode ser alvo daao de diurticos, ento um diurtico que atuar nessa rea vai estar atuando em 2% dacarga tubular de sdio, vai atuar em uma rea onde pouco sdio reabsorvido, vaiimpedir que pouco sdio seja reabsorvido = so diurticos fraqussimos.Apesar deserem diurticos fracos, eles so super importantes:

    - H diurticos que vo atuar na membrana luminal e vo fazer o bloqueio de canais desdio. Se h bloqueio, o sdio no entra na clula, mesmo com a insero de canais desdio pela aldosterona (cuja ao preservada), e isso diminui a reabsoro de sdio econsequentemente o lmen no vai ficar negativo. Menos negativo o lmen, menoscloro vai ser reabsorvido. Ento um diurtico que atue no tbulo distal final bloqueando

    o canal de sdio, vai diminuir a reabsoro de cloreto de sdio. Dessa forma o cloretode sdio vai ficar na luz tubular e dessa forma mais gua vai ficar tambm = efeitodiurtico. Porm a diurese fraqussima, o que interessa mesmo desse diurtico aoutra ao dele: no que eles impedem diretamente a reabsoro de sdio e indiretamentea reabsoro de cloro, eles vo impedir, tambm, a secreo tubular de potssio.Portanto esses diurticos so importantes, pois mantm o potssio no organismo. Essesdiurticos so denominados diurticos poupadores de potssio. Os diurticospoupadores de potssio so usados em associao a um diurtico potente, para diminuiro efeito que os outros diurticos tm de expoliar o potssio. Os diurticos poupadores depotssio que atuam no canal impedindo a reabsoro so:Bloqueadores de canal de sdio: amilorida (mais usado) e triantereno

    O canal de sdio alm de farmacologicamente, pode ser bloqueado fisiologicamente.Fisiologicamente h dois hormnios que podem bloquear o canal de sdio:Atriopeptina: hormnio endcrino produzido pelo trio direitoUrodilatina:hormnio local produzido pelas prprias clulas tubulares

    Outra forma de interferir no processo de reabsoro de sdio bloqueando o receptor daaldosterona, pois ela quem insere o canal de sdio na membrana luminal, por isso como se estivesse bloqueando o canal de sdio. Sem aldosterona no h insero decanal de sdio e nem ativao da bomba NaK, o efeito o mesmo: bloqueia a

    reabsoro de sdio, indiretamente bloqueia a reabsoro de cloro e diminui a secreode potssio. Mesmo perfil de efeito eletroltico e hemodinmico. Frmacosbloqueadores do receptor de aldosterona:- Espironolactona:muito usada em pacientes com hiperaldosteronismo primrio esecundrio, com insuficincia cardaca. Bloqueia o receptor de aldosterona, impedindoque ela produza seus efeitos de reteno hidrosalina e de excreo de potssio- Eplerenona

    Exemplo: Paciente em tratamento para a insuficincia cardaca vai estar usado lasix(furosemida), hidroclorotiazida, e com isso estaria expoliando muito potssio, porm

    junto desses medicamentos vai estar associada uma espironolactona, ento o potssio

    vai estar sendo poupado. A espironolactona no bloqueia o canal de sdio, pormimpede sua expresso na membrana, o que d no mesmo.

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    Clula Intercalada do tipo alfa

    Na membrana luminal elas apresentam 2 transportadores ativos:- um que vai secretar o hidrognio para a luz tubular e vai fazer a reabsoro de potssio- um que vai secretar s hidrognio

    A importncia dessa clula correo do equilbrio cido-bsico:- Poupar bicarbonato: h um transportador de bicarbonato/Cloro na membranabasolateral, igual ao do tbulo proximal.- Secretar hidrognio

    A clula intercalada do tipo alfa ento acidifica a urina, pois ela est jogando hidrogniona luz tubular, ele excretado na urina, e reabsorve bicarbonato (semelhante ao queestava acontecendo no tbulo proximal).Essa clula possui uma bomba de hidrognio na membrana luminal, ento o hidrognioque formado dentro da clula pela combinao de gua e CO2, que formam H2CO3 ese dissociam em H+ e HCO3-, jogado fora na urina (que vai ser mais cida),

    poupando o tampo bicarbonato (o bicarbonato vai ser reabsorvido pro sangue).Fisiologicamente no nosso organismo produzimos mais cidos do que bases, por issoque preciso formar uma urina mais cida. Portanto preciso ter a bomba dehidrognio na membrana luminal, para que esse hidrognio seja excretado na urina.

    CO2 mais gua ta formando H2CO3 que se dissocia em HCO3- e H+, isso estacontecendo dentro da clula. A clula tubular possui duas membranas, uma voltadapara a luz e a outra para o sangue, onde o H+ vai ser enviado para a luz tubular para sereliminado e o HCO3- para o sangue para ser reabsorvido. A clula intercalada do tipoalfa predomina na fisiologia normal, porque na fisiologia normal produzido maiscido do que base, por isso que ela possui o transportador de H+ na membrana luminal,para que o H+ seja jogado fora na urina, e o transportador de bicarbonato na membranabasolateral, para que o HCO3- seja jogado no sangue. H eliminao de cido pela urinae bicarbonato poupado para evitar uma acidose, j que mais cido produzido do quebase.No caso de uma alcalose metablica (doena), o nosso organismo vai querer excretar

    bicarbonato na urina e poupar hidrognio, para isso acontecer ele vai mudar a expressodo transportador da membrana. Na alcalose a clula do tipo alfa vai virar uma clula

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    intercalada do tipo beta, onde os transportadores vo estar invertidos, o de hidrogniovai estar na membrana basolateral e o de bicarbonato na membrana luminal. Dessaforma bicarbonato jogado na urina (urina alcalina) e hidrognio poupado, corrigindoa alcalose.Ento no nosso organismo na fisiologia normal predomina a clula alfa, pois nosso

    metabolismo todo voltado para a acidose. Na fisiologia normal o pH da urina maiscido que o pH do plasma. Se a pessoa possui uma doena que aumente a acidose, no preciso modificar a clula alfa, porque o rim j se encontra preparado para combater aacidose, porm se o paciente possui uma alcalose preciso trocar o mdulo operante dorim. Essa troca ocorre com a mudana da clula alfa para o tipo beta, onde troca ostransportadores de lugar para combater a alcalose.Obs: A aldosterona atua na clula intercalar do tipo alfa estimulando o transportador dehidrognio, aumentando a secreo tubular de hidrognio.

    Tbulo Coletor

    A finalidade do tbulo coletor controlar a gua corporal.A osmolaridade do lquido intratubular foi aumentando medida em que chegou na alade henle, depois a osmolaridade diminui a medida que o lquido passou pelos segmentosdiluidores e no tbulo distal inicial vai chegar com a osmolaridade extremamente baixa,porque nesse segmento do nfron solutos foram reabsorvidos, sem reabsorver gua e aconseqncia disso foi a diluio do lquido intratubular. Qual a finalidade de se ter um

    lquido tubular to diludo? oferecer ao tbulo coletor a possibilidade de excretar umaurina que pode ser 100mOsm at 1000/1400mOsm. O tbulo coletor faz o que elequiser com a osmolaridade, ele tem uma larga faixa de opo. Se houver uma ausnciade ADH total, o tbulo coletor no tem como reabsorver gua, porque tanto o distalfinal como o coletor tem aquaporinas do tipo-2. Ento a aquaporina do tipo-2 expressapelo ADH, ento sem ADH no tem como reabsorver gua no tbulo distal final e notbulo coletor. Em termos de gua:Tbulo proximal:permevel a gua, presena de aquaporinas tipo 1 (no depende doADH)Ala de henle descendente:permevel a gua, presena de aquaporinas tipo 1 (nodepende do ADH)

    Ala de henle ascendente: impermevel a guaTbulo distal inicial:impermevel a gua

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    Tbulo distal final e coletor: permeabilidade da gua depende do ADH

    A aquaporina do tipo 2 inserida na membrana luminal. O ADH, quando liberado naneuro-hipfise vem da corrente sangunea para os rins, sai do sangue e chega nointerstcio renal onde encontra seu receptor na membrana basolateral da clula tubular:ADH se combina ao receptor. Na ala de henle tambm h receptor para o ADH, masnela, ele no aumenta a reabsoro de gua, aumenta a reabsoro de cloro e de sdio,atravs da ativao do simporte trplice. No tbulo distal final e coletor haquaporinas para serem inseridas, j na ala de henle no h.As aquaporinas tipo-2encontram-se no citoplasma, internalizadas nas clulas tubulares do tbulo distal final ecoletor. Quando o ADH combina-se com o receptor, ele joga a AQP-2 para a membranaluminal, aumentando a expresso de aquaporinas. A membrana basolateral possuiaquaporina constitutivamente, a aquaporina tipo 3. A AQP-3 no inserida peloADH, ela j se encontra na membrana. No adiante ter AQP-3 sem ter AQP-2 inseridas,pois a gua tem que entrar da luz tubular para a clula pelas AQP-2 para depois poderpassar para o interstcio pela AQP-3. O ADH aumenta a reabsoro de gua, inserindoAQP-2 na membrana luminal do final do nfron (tbulo distal final e tbulo coletor).Quem puxa a gua para o interstcio renal, j que o ADH s insere a AQP-2? Ahipertonicidade da medula. Ento a quantidade de gua que vai ser reabsorvidadepende:- da quantidade de ADH que foi liberado; depende da quantidade de AQP-2 que foram

    inseridas- da tonicidade da medula. Se a medula no for hipertnica a gua no vai sair.Se no tiver hipertonicidade no adianta o ADH atuar; se tiver hipertonicidade e notiver ADH, tambm no adianta porque a gua no vai entrar na clula tubular.

    Quanto mais ADH, mais hipertnica a medula, ele aumenta a secreo de NaCl na alade henle pra manter a tonicidade, mais NaCl entra na medula. Na verdade o ADHquando atua na ala de henle, ele prepara o territrio para ele atuar. Ele, na ala dehenle, ativa o simporte trplice, joga NaCl na medula, mantendo ela hipertnica para quedepois quando ele atuar no final do nfron e inserir as aquaporinas na membranaluminal, a medula continue hipertnica e a gua possa ser puxada em direo a ela.

    Parte da hipertonicidade da medula criada por esse movimento do NaCl secretado pela

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    ala de henle ascendente, por isso o simporte trplice muito importante para a ao doADH, pois ele quem joga NaCl na medula e garante que ela seja hipertnica.Esse mesmo NaCl que se encontra na medula hipertnica pode ser secretado na ala dehenle ascendente, pode voltar ao lquido tubular, isso cria um sistema chamado desistema de multiplicao: uma mesma molcula de NaCl que foi filtrada pelo

    glomrulo e caiu no sistema tubular, ela pode atuar vrias vezes para manter atonicidade da medula por causa dessa forma que a ala de henle tem. Ento o NaCl filtrado no glomrulo, reabsorvido na ala de Henle ascedente, secretado na ala deHenle descendente, reabsorvido na ascedente, secretado na descendente, essarecirculao do NaCl chamada de sistema contra-corrente. O sistema de contra-corrente o sistema atravs do qual o NaCl reabsorvido pela Ala de Henle pode voltarpara a luz tubular para fazer novamente efeito, o NaCl volta no fino descendente, ele reabsorvido, atravs do simporte trplice, no ramo espesso ascendente e secretado na luztubular no fino descendente. Isso importante, pois uma mesma molcula de NaCl faz oefeito de vrias na manuteno da hipertonicidade da medula. O ADH aumenta osimporte trplice, consequentemente aumenta o sistema de contra-corrente, que

    mantm a medula hipertnica e garante que, quando o lquido tubular chegar aotbulo coletor e as AQP-2 forem inseridas pelo ADH, a medula esteja hipertnica ea gua seja puxada para ser reabsorvida.O sistema de contra-corrente omecanismo mais importante da manuteno da hipertonicidade da medula, porm houtro mecanismo que tambm ajuda nessa manuteno que atravs da uria.

    A uria quem cria o sistema de contra-corrente, quem faz, juntamente a NaCl, amedula ser hipertnica. A uria vai ser reabsorvida no tbulo coletor por umtransportador. A uria no precisaria de um transportador para ser reabsorvida, pois ela uma molcula pequena e altamente difusvel na maioria dos segmentos do nfron,porm a presena de um transportador confere a possibilidade de uma modulao (otransportador pode ser modulado), uma molcula que passa sozinha pela membrana, nopode ser controlada. A uria muito reabsorvida no tbulo proximal (50%), porm suaimportncia no tbulo coletor. O transportador de uria no tbulo coletor ativadopelo ADH. O transportador joga a uria no interstcio e ela volta no segmento fino daala de Henle, assim como o NaCl, a uria tambm faz recirculao, a mesma molculade uria pode voltar para a luz tubular e fazer novamente seu efeito. Ento quem gera ahipertonicidade da medula, que essencial para a ao do ADH, :- O simporter trplice da ala de Henle ascendente que joga NaCl na medula- O transportador de uria no tbulo coletor que joga uria na medulaOs 2 transportadores so ativados pelo ADH.

    Para multiplicar o NaCl e a uria eles voltam para o tbulo atravs do segmento fino daala de Henle. Ento a hipertonicidade da medula mantida pela uria e pelo NaCl e osdois mecanismos de manuteno dependem do ADH. Alm de criar a hipertonicidadeda medula preciso mant-la. Quanto mais profundo o nfron mais hipertnica amedula, ento para manter essa tonicidade como feita a vascularizao dessaregio do nfron? Pelos vasos retos= vasa recta. Porque a vasa recta mantem a uriae o NaCl na medula? Porque o fluxo sanguneo nos vasos retos muito lento e pequeno.A osmolaridade do plasma de +-280 - 300mOsm e a osmolaridade da medula de1200-1400mOsm, a medula hipertnica em relao ao plasma. O sangue quando entranos vasos retos medida que ele est descendo pelos vasos, ele est ganhando soluto eperde gua. Se o sangue ganha soluto e perde gua de se imaginar que o vaso reto no

    est contribuindo em nada porque ele est lavando a medula, diluindo a medula, masisso no verdade. O ramo descendente do vaso reto se concentra e lava a medula,

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    realmente no contribui em nada, porm quando o sangue passa pelo ramo ascendentedo vaso reto, ele pega a gua que lavou a medula e joga o soluto de volta para a medula.Ento quando o sangue passa pelos vasos retos lentamente e em pouca quantidade, elemantem a hipertonicidade da medula e mantm sua osmolaridade, pois se no quando osangue passa-se pelo rim voltaria hiperosmolar. Ento o sangue que entra no vaso reto

    chega com uma osmolaridade de +-300mOsm e sai com umas osmolaridade de +-300mOsm.Obs: Quando fisiologicamente a concentrao da urina alterada porque foi alterada aliberao do ADH. Se a liberao do ADH alterada, a osmolaridade da medula alterada, porque o ADH define essa osmolaridade, e as aquaporinas-2 esto sendoalteradas. O efeito mais importante do ADH o da insero das aquoporinas no final donfron. Se no tiver ADH a tonicidade da medula vai ser menor.