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DIREITO DO TRABALHO I Curso de Direito Faculdade São Lucas 1

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DIREITO DO TRABALHO ICurso de Direito

Faculdade São Lucas

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DURAÇÃO DO TRABALHO E PERIODOS DE DESCANSO

A guerra travada entre capital e trabalho desde seus primórdios envolve melhoria da qualidade de vida , onde os patrões buscam a maior produção é os trabalhadores buscam melhores condições de vida , incluindo uma menor jornada de trabalho.

Buscam com isto a divisão das horas do dia entre o trabalho e os momentos de lazer.

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A divisão lógica da duração do trabalho e dos períodos de descanso tem três justificativas básicas;

a) biológica , em função do descanso permitir a recomposição física e mental do trabalhador.

b) Social . Permite a convivência familiar e social do trabalhador

c) econômico – permite uma justa divisão do trabalho , obrigando o empregador a contratar mais empregados de acordo com a sua vontade de permanecer funcionando.

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Para que se possa firmar entendimento acerca do assunto é necessário entendimento de 3( três) expressões utilizadas .

Duração do trabalho – é o tempo de trabalho efetivo oferecido ,

Jornada de trabalho - é o tempo que o empregado permanece a disposição do empregado durante o dia.

Horário de trabalho – é a duração do trabalho com seus limites bem especificados .

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Há de se buscar a definição do que seria horas de serviço efetivo e horas de serviço ficta( horas in intinere).

Atribui-se a serviço efetivo real todo período em que o empregado esta disposição do empregador , dentro do horário de trabalho. ( art. 4 da CLT) .

E como trabalho efetivo ficto o tempo em que o trabalhador esta a disposição do empregador , mesmo fora do horário de trabalho , em função do deslocamento caso/trabalho e vice versa.

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Se analisado a luz puramente da CLT o tempo de deslocamento não seria utilizado como jornada de trabalho.( § 2º do art. 58 da CLT) .

Entretanto tal situação somente se configura se o local de trabalho for atendido por transporte público regular , ou de fácil acesso.

O acréscimo do período de deslocamento somente se configura se ocorrer a inexistência de transporte regular público ou for de difícil acesso o local.

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SUM-90 HORAS "IN ITINERE". TEMPO DE SERVIÇO (incorporadas as Súmulas nº s 324 e 325 e as Orientações Jurisprudenciais nº s 50 e 236 da SBDI-1) - Res.

129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005 I - O tempo despendido pelo empregado, em condução fornecida pelo empregador,

até o local de trabalho de difícil acesso, ou não servido por transporte público regular, e para o seu retorno é computável na jornada de trabalho. (ex-Súmula nº 90 - RA 80/1978, DJ 10.11.1978)Súmula A-27

II - A incompatibilidade entre os horários de início e término da jornada do empregado e os do transporte público regular é circunstância que também gera o direito às horas "in itinere". (ex-OJ nº 50 da SBDI-1 - inserida em 01.02.1995)

III - A mera insuficiência de transporte público não enseja o pagamento de horas "in itinere". (ex-Súmula nº 324 – Res. 16/1993, DJ 21.12.1993) IV - Se houver transporte público regular em parte do trajeto percorrido em

condução da empresa, as horas "in itinere" remuneradas limitam-se ao trecho não alcançado pelo transporte público. (ex-Súmula nº 325 – Res. 17/1993, DJ

21.12.1993) V - Considerando que as horas "in itinere" são computáveis na jornada de trabalho,

o tempo que extrapola a jornada legal é considerado como extraordinário e sobre ele deve incidir o adicional respectivo. (ex-OJ nº 236 da SBDI-1 - inserida em 20.06.2001)H

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Portanto obedecido os requisitos contidos na Súmula 90 passa o Trabalhador a ser credor de horas de itinerário .

Portanto , quando for o local de difícil acesso ou não servido por transporte público regular faz jus o trabalhador a receber o tempo despendido no trajeto como computado na jornada de trabalho ou de serviço efetivo.

Ressalvando que existindo em parte do trajeto transporte regular a jornada in tinere somente se efetivara na parte não provida pelo transporte.

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TRABALHO DE DURAÇÃO NORMAL

A CF/88 no art. 7ª XIII define “duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho “.

Ou seja , a definição traduz o trabalho normal sem acréscimos ou vantagens principalmente de natureza pecuniária ao trabalhador.

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Ou seja , o legislador definiu constitucionalmente o que seria o horário padrão de trabalho “ oito horas diárias ou 44 horas semanais “ , ou seja o trabalho normal previamente contratado não pode extrapolar tal parâmetro.

Admitindo-se entretanto uma jornada inferior a esta quando se busca uma melhoria na qualidade de vida do trabalhador , desde qua ocorra sem qualquer redução ou diminuição da remuneração percebida.

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A jornada regular ordinariamente fora distribuída no horário de 8 as 12 e das 14 as 18:00hs e aos sábados de 8 as 12 , sempre obedecendo aos intervalos previstos no art. 71 e §§ da CLT , nunca devendo o intervalo ser inferior a 1 hora ou superior a 2 horas .

Quando adotado intervalo intrajornada maior que duas horas, e se esta condição foi prévia e expressamente estabelecida no contrato de trabalho escrito firmado pelo empregado , não há que se falar em horas extras.

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VALOR DA HORA TRABALHADA

Divide-se o valor do salário estipulado por 220 hs , que constitui a media das horas trabalhadas normal.

Desta forma o divisor 220 atinge-se tomando por base a definição do art. 64 da CLT , ou seja ,” O salário-hora normal, no caso de empregado mensalista, será obtido dividindo-se o salário mensal correspondente à duração do trabalho, a que se refere o art. 58, por 30 (trinta) vezes o número de horas dessa duração.”

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Desta forma , dividindo-se 44 horas semanais de trabalho por 6 dias que é a semana obtém-se o resultado de R$ 7,33hs , que multiplicado por 30 , que é o numero médio de dias que tem um mês o resultado é 220 hs.

Para saber o divisor de outras jornadas de trabalho o processo é o mesmo , ou seja , basta dividir o numero de horas correspondente pelo numero de dias e multiplicar por 30 .

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A exceção a esta regra são os bancários que o TST por força da Súmula 124 definiu como sendo 180 o divisor , ou seja , considera o sábado como dia de repouso, portanto , não inclui como dia trabalhado na equação

O trabalho de duração especial , demonstra um trabalho com dimensão de tempo menor.

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Regime de tempo parcial Considera-se trabalho em regime de

tempo parcial (part time) aquele cuja duração não exceda a vinte e cinco horas semanais.  

Destaque-se que o salário a ser pago aos empregados sob o regime de tempo parcial será proporcional a sua jornada, em relação aos empregados que cumprem, nas mesmas funções, tempo integral (jull time).

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A opção por tem parcial esta prevista no art. 58-A § 2º da CLT via opção expressa ao empregador e mediante negociação coletiva .

Assim, diante do teor da Orientação Jurisprudencial 358 da SDI-l do TSTI4, havendo contratação para cumprimento de jornada reduzida, inferior à previsão constitucional de oito horas diárias ou quarenta e quatro semanais,é lícito o pagamento do piso salarial ou do salário mínimo proporcional ao tempo trabalha- do. ( salário mínimo hora)

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TURNOS INITERRUPTOS DE REVEZAMENTO

O art. 7º XIV da CF/88 determinou que a nos trabalhos em turno ininterruptos a jornada de trabalho seria de 6(seis) horas , salvo negociação coletiva.

Entretanto , a jurisprudência dominante tem firmado entendimento , Súmula 675 do STF , corroborado pela Súmula 360 do TST que o conceito de ininterrupto não implica a inexistência de intervalos intrajornada , sendo que a noção em tela implica.

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É aquele que submete o trabalhador a horário variados a cada período semanal ou quinzenal ou até mesmo mensal trabalhando um período diurno outro noturno, agredindo sobre maneira os ritmos biológicos do trabalhador.

Desta forma há posicionamento no sentido que basta o labor em alternância de horários ou seja , um período durante o dia e outro a noite para fazer jus a jornada ininterrupta de trabalho .

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OJ Nº 360 - TURNO ININTERRUPTO DE REVEZAMENTO. DOIS TURNOS. HORÁRIO DIURNO E NOTURNO. CARACTERIZAÇÃO.Faz jus à jornada especial prevista no art. 7º, XIV, da CF/1988 o trabalhador que exerce suas atividades em sistema de alternância de turnos, ainda que em dois turnos de trabalho, que compreendam, no todo ou em parte, o horário diurno e o noturno, pois submetido à alternância de horário prejudicial à saúde, sendo irrelevante que a atividade da empresa se desenvolva de forma ininterrupta.