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x x x x x x x x N 0 50 100 meters x x x x x x x x Oxisol Ultisol Eduardo Guimarães Couto Universidade Federal de Mato Grosso(UFMT) Solos III- Classificação e Levantamento de Solos

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o que é solo

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Oxisol

Ultisol

Eduardo Guimarães Couto

Universidade Federal de Mato Grosso(UFMT)

Solos III- Classificação e Levantamento de Solos

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Nós estudamos os solos por que ele é um ...

Grande Integrador

Produtor e absorvedor de gases

Meio para o crescimento das plantas

Meio para a produção das culturas

Abrigo para os organismos (plantas, animais e outros)

Decompositor de dejetos

Instantâneo da história geológica, climática, biológica e humana

Fonte de material para a construção, medicina, artes, etc.

Filtro de água e de resíduos

Recurso natural essencial

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O solo é um dos mais importantes materiais que encontramos na superfície da Terra, mas sua definição é difícil.

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Conceitos de SoloConceitos de Solo1. O solo como uma rocha intemperizada ou

regolito Usado por engenheiros, geólogos, cientistas

espaciais, e oceanógrafos. Solo neste conceito inclui todo material solto e rocha inconsolidada sobre a superfície da terra, e mesmo em outros planetas e corpos celestiais (lua).

4. Solo como um meio para o crescimento das plantas

A relação muito próxima entre plantas e solos tem sido usada desde a pré-história, desde que o homem passou a cultivar. A primeira classificação neste sentido foi desenvolvida na China entre 4.000 e 5.000 anos atrás.

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1. Solo como um corpo natural organizado Dokuchaev, no fim do século XIX, considerado o

pai da pedologia, foi quem mostrou que os solos tinham horizontes formados por processos pedogenéticos , e que eram diferentes da rocha de origem ou sedimentos. As características dos solos eram determinadas pela combinação dos fatores de formação do solo (material de origem, clima, organismos, relevo, e tempo).

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1. Definição de solo pela Soil Taxonomy Coleção de corpos naturais sobre a superfície da

terra, em alguns lugares modificado e até mesmo feito pelo homem, utilizando a terra, contendo matéria viva e sustentando ou capaz de sustentar plantas ao ar livre

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Unidade de pedopaisagem Um polipedon

Solum exclui

C Perfil inclui C Bt

E A

C Pedon

(3 dimensões Unidade de mapeamento

x

y z

Bi dimensional

Pedon

Perfil

Tri dimensional

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• Os solos são formados pela atuação das forças bioclimáticas sobre a rocha de origem em determinado tempo. O tempo é importante fator, mas sua aplicação em Pedologia é complexa, pois solo é um corpo renovável. Imagine-se um solo cujo perfil apresente os horizontes A, B e C e a rocha de origem R.

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• Supondo que as forças bioclimáticas sejam constantes: se sob uma cobertura vegetal exuberante forem retirados, pela erosão natural (e sempre há erosão), quantidade de solo equivalente a

uma camada de 1 mm por ano.

• Este 1 mm equivale a 1 litro por metro quadrado ou 10 mil litros por hectare. Se a densidade do solo (Ds) for igual a uma tonelada por metro cúbico (ou 1 por centímetro cúbico, 1 g.cm-3), isso equivale a 10 toneladas por hectare (10 t.ha-1).

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• Será isso muito ou pouco? Essa não é uma pergunta que possa ser respondida facilmente. Como em todos os fenômenos naturais, a compreensão e a avaliação do que significa dependem do contexto.

• Em primeiro lugar é preciso recordar que a erosão é um fenômeno natural: sempre existiu e tem papel importante para a vida. Se os solos não tivessem alguma erosão, eles ficariam cada vez mais velhos.

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• No processo de envelhecimento, o solo perde sílica e bases (nutrientes) e retém óxidos de ferro e de alumínio. Esses óxidos de ferro e de alumínio (Fe2O3 e Al2O3) são chamados de sesquióxidos (óxidos que contêm uma vez e meia mais oxigênio que o outro elemento).

• Assim, caso um solo envelhecesse sempre, ficaria, no final, um produto sesquioxídico estéril onde não haveria nutrientes para as plantas. Não há, em parte alguma do mundo, solo sem vegetação por ser demasiado pobre em nutrientes

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Intemperismo e formação dos solos

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• As forças bioclimáticas atuam de cima para baixo, no perfil . Quanto mais próxima da superfície estiver, por exemplo, um pedaço de rocha que esteja se intemperizando, mais rapidamente isso se fará. Se a mesma rocha estiver a grande profundidade no solo profundo, ela sofrerá pequenas alterações, mesmo durante um tempo muito longo.

• Isso significa que nas partes mais profundas de solos muito profundos pode existir ainda algum nutriente, mesmo num solo muito velho. As raízes mais profundas podem, nesse caso, absorver nutrientes das camadas mais profundas, colocando-os em circulação.

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• Além de tudo isso, há outro fator: a crosta terrestre não é estável. Seria preciso um tempo muito longo, de bioclima estável, sem erosão, para que esse envelhecimento extremo pudesse ocorrer.

• O rejuvenescimento pelos movimentos tectônicos, criando desníveis e as mudanças climáticas desprotegendo o solo, aceleram o processo de erosão, renovando a capa mais velha e expondo a novo ciclo de formação do solo a rocha fresca, rica em nutrientes.

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• Parte do território brasileiro, notadamente no Sudeste, haviam extensas áreas de solos de relevo suave e muito profundos. A mudança climática para clima mais seco enfraqueceu a cobertura vegetal, expondo um solo profundo, solto, a um verdadeiro desmonte às chuvas raras, mas de alta intensidade que caracterizam as regiões secas.

• Independentemente de mudanças climáticas, os desníveis provocados, por exemplo, por falhas tectônicas ou abaixamento do nível do mar liberaram energias para o processo erosivo.

• A frente erosiva veio da costa para o interior, da parte mais baixa para a mais alta. Ela começou ao longo dos rios retirando o material velho, rebaixando o solo e expondo o material mais novo à pedogênese.

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As cachoeiras, como a do Véu de Noiva em Chapada dos Guimarães (MT), demonstram que os rios estão se aprofundando, rejuvenescendo a paisagem.

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• Todo esse processo de rejuvenescimento pode ocorrer sem que haja destruição da vegetação.

• Se num perfil com horizontes A, B e C houver a remoção de uma camada média de 1 mm de espessura, isso significa que a superfície do horizonte A ao perder uma camada dessa espessura, está 1 mm mais próxima do horizonte B.

• A base do horizonte B está, agora, 1 mm mais próxima da superfície: isso faz com que o horizonte B se aprofunde 1 mm onde era o topo do horizonte C. O horizonte C, seguindo o mesmo raciocínio, aprofunda-se 1 mm na rocha fresca.

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• Em resumo: todo o perfil do solo abaixa 1 mm sem que nada mais seja alterado. Assumindo que a espessura do solo não mude: para cada 1 mm retirado da superfície, todos os horizontes se aprofundam 1 mm, apenas são rebaixados, todos, 1 mm.

• Nessa situação pedogênese = erosão. A profundidade do solo não muda. Imaginando agora que o processo erosivo se acelere ou porque o desnível do relevo aumenta (pelo aprofundamento do leito do rio, por exemplo) ou porque a vegetação protege menos o solo (clima mais seco, por exemplo), agora para cada 2 mm removidos pela erosão, os horizontes se aprofundam apenas 1 mm.

• Resultado: o solo vai ficando menos espesso. A rocha fresca vai se aproximando da superfície.

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• Isso acelera o processo de alteração, pois quanto mais próximo da superfície estiver a rocha, mais acelerado é o processo de intemperização. Disso tudo resulta que:

• 1 - O solo pode rejuvenescer sem que haja destruição da vegetação.

• 2 - Sob as mesmas condições bioclimáticas, o solo mais raso tem maior taxa de pedogênese do que o solo mais profundo.

• 3 - Isso funciona como um processo valioso, evitando que o solo se envelheça muito e também que haja ausência de solo.

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Diversidade dos Solos: O solo é um corpo histórico

No solo as mudanças não seguem todas a mesma velocidade. Algumas, como o escurecimento da camada superficial, são de alguns anos ou décadas; a coloração da parte amarelada (horizonte B) requer um tempo bem maior.

A profundidade do solo, com dezenas de metros até a rocha fresca, exige um tempo muito maior. Não pode ser explicada pelas as condições atuais, mostrando que o solo é um corpo histórico.

A cor escura da superfície (horizonte A) é dada pelo acúmulo de matéria orgânica. Esse processo pode ser relativamente rápido, como ocorre num aterro coberto por grama, por exemplo na próxima Figura.

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Latossolo Vermelho-Amarelo com horizonte A húmico que ocorre na região de Mantenópolis e São José do Calçado (ES)

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• O horizonte B, para se formar, exige um tempo muito maior. Ele tende a estar ausente nos solos ao longo dos rios porque, neste caso, a taxa de remoção ou deposição de material pelas enchentes, ainda que ocorram raramente, é maior do que a taxa de formação do horizonte B.

• O horizonte B também tende a estar ausente nos solos muito declivosos. Neste caso a taxa de erosão acelerada, em função do declive acentuado, impede a formação de horizonte B: é mais acelerada do que a de formação do horizonte (Figura abaixo).

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. Ausência de horizonte B em solos muito declivosos

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• Tudo estaria bem não fosse a clara contradição: os solos do sudeste brasileiro na região serrana, são muito profundos, mesmo quando muito declivosos.

• Não dá para entender a origem destes solos só com as condições presentes. Há que se imaginar o que deve ter havido para que tal coisa ocorresse. Isso é um convite à imaginação.

• O que deve ter acontecido? O pensamento é livre. Cada qual imagina como quer ou pode, mas os modelos, a idéia explicativa não pode contradizer nada do que se conhece. Se tal ocorrer, deve-se procurar nova explicação, aperfeiçoando as idéias, sempre.

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• Essa idéia provisória, hipótese, é o que se chama freqüentemente de modelo. O modelo não é a verdade final. É uma aproximação dela. Nem é intocável. Todo modelo é descartável; está apenas esperando que um melhor apareça. Como pode ter acontecido?

• Para explicar os fatos delineados anteriormente, supõe-se que a região onde está hoje, já foi uma área muito plana e sob condições muito secas. Com a mudança para clima mais úmido houve a formação de um solo profundo e pobre, enquanto o processo erosivo, vindo da costa para o interior, não chegava com muita intensidade nessas áreas.

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• Com o acentuamento da erosão natural sob condições úmidas, alternadas com climas mais secos que desprotegiam de vegetação, houve um intenso processo de erosão. Ao longo dos vales maiores e mais próximo da costa houve remoção de muito do material de solo, relíquia do antigo chapadão.

• Com isso a rocha fresca ficou mais próxima da superfície, formando solos mais rasos e mais ricos em nutrientes, como ao longo dos rios.

• E os solos dos tabuleiros, terciário ou platôs litorâneos, que estão também nas partes baixas, por que não são também ricos em nutrientes?

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• Neste caso a história é mais complexa. Conforme foi visto, um solo originado de uma rocha rica em nutrientes, com um tempo muito longo, sob condições bioclimáticas úmidas e quentes, pode se empobrecer em nutrientes. Resulta um solo profundo e pobre. Isso foi o que aconteceu com os solos das elevações.

• Acontece que o clima e as condições bioclimáticas mudaram. Numa dessas mudanças para clima mais seco, houve a desproteção da vegetação e o solo profundo e solto sofreu um grande processo de remoção das partes elevadas, depositando-se mais próximo ao mar, então mais afastado da costa atual.

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• Esse material terroso já chegou pobre em nutrientes e originou o solo plano e pobre dos platôs litorâneos.

• Os solos das áreas acidentadas são profundos, exceto, localmente, próximos dos pontões (ou outros grandes afloramentos rochosos), nas partes mais elevadas; podem ser bem mais rasos nas partes mais rebaixadas.

• Existem, nas áreas elevadas e acidentadas, alguns solos rasos e nas partes baixas e acidentadas, alguns solos profundos.

• Como explicar essas ocorrências?

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• Esse material terroso já chegou pobre em nutrientes e originou o solo plano e pobre dos platôs litorâneos.

• Os solos das áreas acidentadas são profundos, exceto, localmente, próximos dos pontões (ou outros grandes afloramentos rochosos), nas partes mais elevadas; podem ser bem mais rasos nas partes mais rebaixadas.

• Existem, nas áreas elevadas e acidentadas, alguns solos rasos e nas partes baixas e acidentadas, alguns solos profundos.

• Como explicar essas ocorrências?

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• A presença de um solo profundo com relevo acidentado não é esperada em condições comuns.

• Num solo com relevo acidentado, a erosão natural (sem interferência humana) é muito acentuada:

• o solo tende a ser raso. Assim, a idéia que se tem é de que as áreas hoje acidentadas já foram bem mais suaves. Acredita-se que tenham sido em alguma época tão planas como os chapadões do Planalto Central de hoje, como Brasília. Para realizar esse aplainamento assim tão extenso, são necessárias duas coisas: clima seco e muito tempo.

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• O clima seco é necessário porque sob condições de clima úmido há formação de uma drenagem organizada, e os cursos d’água, que fluem o tempo todo, estão se aprofundando cada vez mais.

• O nível de base tende a ser mais claramente o nível do mar, pois a erosão que vem do mar para o interior vai avançando, erodindo, acidentando o solo. Sob condições muito secas, sem drenagem organizada, ainda há chuvas (e freqüentemente mais intensas do que as de regiões úmidas) que retiram os sedimentos das partes mais altas, depositando-os nas partes mais baixas, aplainando os solos.

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• Nesse caso, o que conta mais é o nível de base local, pois os sedimentos erodidos das elevações não deixam o sistema, não são retirados da área pela erosão.

• Sob essas condições de bioclima seco sem vegetação exuberante, o solo é raso, jovem e com

• muito afloramento de rocha.

• E como é que o solo se torna profundo?

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SOLOS PROFUNDOS, DE RELEVO ACIDENTADO E POBRES

• Para que haja aprofundamento dos solos é preciso que o clima seja mais úmido, que a atividade bioclimática seja intensa. A atuação dos organismos é essencial para formar o solo, e este, essencial para sustentar a maioria das formas de vida terrestre e ceder nutrientes para alimentar, pelo menos em parte, os ecossistemas aquáticos.

• Um clima seco pode mudar para úmido e viceversa; e um clima quente pode se transformar num clima frio e vice-versa. Isso sempre aconteceu. Está na ordem natural das coisas.

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SOLOS PROFUNDOS, DE RELEVO ACIDENTADO E POBRES

• Com a mudança de um bioclima seco para um chuvoso, a primeira coisa a acontecer é a formação de lagoas temporárias. O solo fica encharcado. A drenagem, nessa transição, ainda não é muito bem organizada; à medida que o clima úmido vai se configurando mais claramente, o volume de água armazenado nessas depressões rasas vai aumentando.

• Chega a um ponto em que os filetes d’água começam a sair do sistema e a drenagem, a se organizar: melhora a drenagem.

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SOLOS PROFUNDOS, DE RELEVO ACIDENTADO E POBRES

• Com a organização e aprofundamento da linha de drenagem, a água, antes empoçada no solo, retardando os processos de amadurecimento dele, agora tem condições de remover íons em solução para fora do sistema. Acelera o processo do intemperismo, de aprofundamento do solo.

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• Com o passar do tempo, o relevo já não é mais tão plano. A água já não empoça com tanta facilidade: primeiro porque já há uma linha de drenagem organizada; segundo porque o solo já está ligeiramente inclinado.

• Nessas condições, ele começa a se aprofundar muito. Isso resulta de um equilíbrio de forças opostas. Pedogênese e erosão, juntas, esculpem ou modelam a paisagem

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• Numa condição de solos com declive suave e vegetação exuberante, cobrindo-os totalmente, a erosão é diminuta e o processo de pedogênese, muito acentuado. O solo torna-se muito profundo: forma-se um Latossolo. A natureza não pára. Ela continua nos seus processos de configurar novos cenários à vida .

A natureza não pára. Presença de material jovem (rochas) ao lado de solos velhos (Latossolos).

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• Com a drenagem organizada, os cursos d’água atingem o mar: o nível de base geral. O aplainamento sob clima seco não depende do nível do mar, pois ainda não há cursos d’água.

• Com a organização da drenagem, o processo erosivo prossegue. Os cursos d’água continuam aprofundando o seu leito. Esse aprofundamento vem da costa, da parte mais baixa, para o interior. O aprofundamento de um curso d’água é transmitido para todos os seus afluentes .