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Arte e Estética Aula 7 – Arte Medieval Preparações para o Renascimento Prof. Ms. Elizeu N. Silva

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Page 1: Aula 07 arte medieval   preparações para o renascimento

Arte e EstéticaAula 7 – Arte Medieval

Preparações para o Renascimento

Prof. Ms. Elizeu N. Silva

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Arte Medieval – Preparações para o

Renascimento

Ainda no século III, Plotino (205–270) criará as bases

para a ideia do ser triunitário (corpo, alma e espírito)

defendida por Santo Agostinho (354–430) nos séculos IV

e V.

Segundo esta visão, a alma desprendida da matéria

(corpo) tende para a beleza suprema, que é também o

Bem supremo – Deus. A esta tendência, Plotino dá o

nome de intuição, que é uma contemplação mística e

que se opõe à apreciação racional. Trata-se de uma

visão interna, “com os olhos da alma”.

“A alma não vê a beleza se não se tornou ela própria

bela”. O fim desta visão é o êxtase.

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Arte Medieval – Preparações para o

Renascimento

“A alma não vê a beleza se não se tornou ela própria

bela”.

São os “olhos da alma”, ou a intuição de Plotino, que que nos fazem atribuir valores estéticos ao comportamento dócil e fiel dos animais domésticos.

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Arte Medieval – Preparações para o

Renascimento

Desta forma, Plotino permite à estética superar o

mundo finito da Arte Clássica com sua ideia de beleza

baseada em:

Ordem > harmonia, equilíbrio;

Simetria > proporção;

Limite > medida e conveniência).

Abre-se um mundo de possibilidades infinitas – porque a

beleza passa a ser um atributo perceptível com a alma

(portanto, místico), e não com os olhos.

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Arte Medieval – Preparações para o

Renascimento

Mais que isso, cria as condições para o

desenvolvimento, séculos adiante, da Arte Moderna.

• A beleza deixa de estar vinculada ao belo absoluto.

Torna-se relativa. Ex.: Comparado ao homem, o

macaco pode ser considerado feio. No entanto, uma

pintura ou escultura que o reproduza com perfeição

podem ser consideradas belas.

Combinado ao restabelecimento da razão promovida

por Santo Agostinho (que preferia a Arquitetura, à

Pintura), o pensamento de Plotino criará bases

consideráveis para as grandes transformações que a

arte conheceria nos séculos seguintes.

Page 6: Aula 07 arte medieval   preparações para o renascimento

Arte Medieval – Preparações para o

RenascimentoNo século XIII, São Tomás de

Aquino (1225–1274) defenderá a

superioridade da visão e da

audição sobre outros sentidos

como força de aquisição de

conhecimento. Considerará,

também, a fantasia e a

imaginação como depósito de

formas recebidas pelos sentidos.

São Tomás exalta o valor dos

sentidos.

Page 7: Aula 07 arte medieval   preparações para o renascimento

Arte Medieval – Preparações para o

RenascimentoSimultaneamente às mudanças no pensamento, no século

XI começam a ocorrer transformações importantes também

no campo social:

• O sistema feudal começa a dar sinais de cansaço, e com

ele a estética românica também perde espaço.• As cidades começam a

ganhar nova força,

recuperando muito da

pujança das antigas

cidades gregas e romanas.

O centro de decisões

começa a transferir-se

novamente do campo

(feudos e mosteiros) para

as cidades.

Page 8: Aula 07 arte medieval   preparações para o renascimento

Arte Medieval – Preparações para o

Renascimento• A vida urbana, embora incipiente nos séculos XI e XII

proporcionam um início de liberdade para os artistas, que

gradualmente passa a contar com novos clientes que se

somam aos antigos senhores feudais e bispos dos

mosteiros e das igrejas.

• O comércio coloca moedas em circulação, até então

retidas nas igrejas, e cria o conceito de bens móveis

(estoque de mercadorias comerciáveis) – em oposição

aos bens imóveis típicos da economia feudal. Isso facilita

a mobilidade social e cria as bases para o surgimento da

burguesia – que futuramente se tornará na classe

patrocinadora das artes.

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Arte Medieval – Preparações para o

Renascimento• O comércio coloca moedas em circulação, até então

retidas nas igrejas, e cria o conceito de bens móveis

(estoque de mercadorias comerciáveis) – em oposição

aos bens imóveis típicos da economiafeudal. Isso facilita

a mobilidade social

e cria as bases para

o surgimento da

burguesia – que

futuramente se

tornará na classe

patrocinadora das

artes.

Page 10: Aula 07 arte medieval   preparações para o renascimento

Arte Medieval – Preparações para o

Renascimento• Os próprios senhores feudais passaram a produzir além

das necessidades domésticas visando o comércio, para

fazer face a novos padrões de vida: o gosto por

vestuários, armaduras, ornamentos e moradias entre os

senhores feudais cresceu vigorosamente, pressionados

pelas fortunas que começavam a surgir entre os

comerciantes.

• Contudo, os burgueses eram mais ágeis nos negócios e

logo passaram a adquirir as antigas propriedades como

afirmação de status.

Page 11: Aula 07 arte medieval   preparações para o renascimento

Arte Medieval – Preparações para o

Renascimento• A arte das catedrais góticas já é uma arte burguesa e

urbana, sintoma da crescente participação dos leigos na

construção das grandes catedrais. A influência do clero

decresce na mesma medida em que passa a depender do

dinheiro dos novos-ricos para as construções.

• A influência burguesa aparece de forma mais explícita na

secularização da cultura. A arte deixa de ser uma

linguagem particular dominada por uma camada exígua

de iniciados, para se tornar quase universal.

• O próprio cristianismo deixa de ser uma religião do clero

e das casas feudais para se tornar cada vez mais uma

religião de massa.

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Arte Medieval – Preparações para o

Renascimento• No fim do século XII começa a esboçar-se um comércio

de obras de arte na Europa. A posse de obras de arte já

não é mais privilégio dos senhores feudais e dos

mosteiros.

• A burguesia acaba reconhecida pelos antigos senhores

feudais – estes, geralmente decadentes. Por meio de

casamentos de interesse, as duas classes acabam se

fundindo e criando uma classe economicamente

poderosa e legitimada por títulos de nobreza.

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Arte Medieval – Preparações para o

Renascimento

Jan van Eyck (Holanda, 1390 – 1441)Considerado o fundador da escola realista flamenga, especialista na recém-criada técnica da pintura a óleo.O casamento de Giovanni Arnolfini e Giovanna Cenami. Tela produzida em 1434 revela importantes valores da sociedade burguesa renascentista.

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Bibliografia

FERNÁNDEZ, A.; BARNECHEA, E.; HARO, J. Historia del arte.

Barcelona, Ed. Vicens-Vives, 1998

GOMBRICH, E H. A história da arte. 16. ed. Rio de Janeiro: LTC,

1999

HAUSER, Arnold. História social da arte e da literatura. São Paulo,

Martins Fontes, 2000

VENTURI, Lionello. História da crítica de arte. Lisboa, Ed. 70,

2007