aula 06 - eletricidade ca

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  • 1

    ELETRICIDADE CA

    Aula 06 Potncia em corrente

    alternada

    Prof. Jos Daniel de Alencar Santos

    [email protected]

    Escola Tcnica Aberta do Brasil (ETEC)

    Instituto Federal do Cear (IFCE)

    Fortaleza - CE

    2015

  • 2

    Sumrio

    Apresentao ....................................................................... 03

    Tpico 1 - Para comeo de conversa ................................... 04

    Tpico 2 - Conceitos ............................................................. 05

    2.1 Potncia Complexa ......................................................... 05

    2.2 Conservao de Potncia ............................................... 09

    Tpico 3 - Correo do Fator de Potncia ............................ 10

    Tpico 4 - Exemplos e Aplicaes ........................................ 14

    Concluso ............................................................................. 18

    Referncias ........................................................................... 19

  • 3

    Apresentao

    Nesta aula, ampliaremos nosso conhecimento sobre potncia em

    corrente alternada de circuitos monofsicos. Isso ocorrer,

    primeiramente, atravs do estudo da definio de potncia

    complexa e sua relao com os outros conceitos de potncia

    vistos at aqui. Em seguida, trataremos do processo de correo

    do fator de potncia e, por ltimo, veremos alguns exemplos

    prticos de potncia em circuitos CA.

    Objetivos

    Compreender o conceito de potncia complexa e o princpio da

    conservao de potncia em circuitos CA.

    Conhecer o processo de correo do fator de potncia em

    circuitos monofsicos.

    Entender alguns exemplos de aplicaes prticas de potncia

    em circuitos CA.

  • 4

    Tpico 1 - Para comeo de conversa

    Na ltima aula, iniciamos a discusso sobre a potncia CA em

    circuitos monofsicos. Trabalhamos primeiramente com os

    conceitos de potncia instantnea e potncia mdia. Depois

    analisamos o circuito do ponto de vista das cargas, definindo

    ento a potncia ativa, reativa e aparente, e fechamos com o

    conceito de fator de potncia.

    Nesta aula, concluiremos o estudo da potncia monofsica em

    circuitos CA. Com os fundamentos da aula 05 bem consolidados,

    avanaremos nesse tema focando alguns tpicos de grande

    importncia. Comearemos com as definies de potncia

    complexa e do princpio da conservao de potncia. Na

    sequncia, veremos a correo do fator de potncia e alguns

    exemplos numricos da teoria estudada.

    Objetivo

    Contextualizar o contedo visto na ltima aula com os

    conceitos de potncia complexa, conservao de

    potncia e fator de potncia.

  • 5

    Tpico 2 - Conceitos

    2.1 Potncia Complexa

    O termo potncia complexa em circuitos CA foi criado para

    determinar o efeito total da associao de cargas. Ela contm

    todas as informaes relativas potncia absorvida por uma

    determinada carga.

    Consideremos a carga CA mostrada na Figura 6.1, em que os

    fasores e representam as tenses e

    , respectivamente.

    Fig. 6.1 Carga em um circuito CA.

    Objetivo

    Entender o conceito de potncia complexa em circuitos

    CA, bem como o princpio da conservao de potncia.

  • 6

    A potncia complexa S absorvida pela carga definida como o

    produto entre a tenso e o complexo conjugado da corrente, e

    expressa por:

    Podemos escrever a potncia complexa em termos dos valores

    rms da tenso e da corrente como sendo:

    onde:

    e

    Podemos ainda escrever:

    A potncia S tambm pode ser expressa em funo da

    impedncia Z da carga, que pode ser escrita como:

  • 7

    Portanto,

    Substituindo esse valor na equao de S, teremos:

    Como , a equao logo acima torna-se:

    Com a expresso , podemos

    fazer algumas consideraes importantes:

    a potncia mdia (ativa), em

    watts, transmitida carga. Esta a nica potncia

    utilizada, sendo a potncia que realmente dissipada pela

    carga.

    a potncia reativa, em VAR, e a

    medida da energia trocada entre a fonte e a parte reativa

    da carga.

    Da ltima aula,

    sabemos que:

    Q = 0 para cargas

    resistivas (FP

    unitrio);

    Q < 0 para cargas

    capacitivas (FP

    adiantado);

    Q > 0 para cargas

    indutivas (FP

    atrasado).

  • 8

    Conclumos ento que a potncia complexa um conceito bem

    geral, que nos permite obter as potncias ativa e reativa

    diretamente dos fasores de tenso e corrente, alm do fator de

    potncia (FP).

    A seguir, temos um resumo geral das principais relaes entre

    todos os conceitos de potncia estudados, alm do fator de

    potncia (FP):

    Potncia complexa:

    Potncia aparente:

    Potncia real:

    Potncia reativa:

    Fator de potncia =

  • 9

    2.2 Conservao da Potncia

    O princpio da conservao de potncia aplicvel tanto a

    circuitos CC como tambm em circuitos CA. Assim, em um

    circuito ideal, independentemente de como as cargas estejam

    conectadas (em srie, em paralelo ou nenhum dos dois) a

    potncia total fornecida pela fonte igual potncia total

    transmitida carga.

    Portanto, de maneira geral, para uma fonte conectada a N cargas,

    podemos escrever:

    O que significa que a potncia complexa total em um circuito a

    soma das potncias complexas individuais de cada componente.

    Essa afirmao tambm vlida para as potncias ativa e

    reativa, mas no para a potncia aparente. A expresso anterior

    expressa o princpio da conservao da potncia CA.

    Podemos concluir que a potncia real (ou reativa) que flui das

    fontes em um circuito igual potncia real (ou reativa) que flui

    para dentro dos outros elementos no circuito.

    As potncias

    complexa, real e

    reativa das fontes

    so iguais s

    respectivas somas

    das potncias

    complexa, real e

    reativa das cargas

    individuais.

  • 10

    Tpico 3 - Correo do fator de potncia

    A grande maioria dos eletrodomsticos (geladeiras, TVs,

    condicionadores de ar, etc.), alm das cargas industriais

    (principalmente os motores de induo) so cargas indutivas e

    trabalham com um baixo fator de potncia (FP) atrasado.

    claro que no podemos alterar a natureza indutiva de uma

    carga, mas podemos aumentar o seu fator de potncia. Isso

    conseguido atravs da insero de dispositivos com potncia

    reativa, normalmente capacitiva, para alcanar nveis desejados

    do fator de potncia. Essa ao chama-se correo do fator de

    potncia.

    De outra forma, podemos definir a correo do fator de potncia

    com sendo o processo de aumentar o FP, sem alterar a tenso ou

    corrente originais de uma carga.

    O aumento da potncia reativa nas instalaes eltricas (e

    consequentemente a reduo do fator de potncia), em geral,

    consequncia de vrios fatores. Dentre eles, podemos citar:

    Objetivo

    Conhecer e compreender como se d a correo do fator

    de potncia (FP) em circuitos CA.

  • 11

    Transformadores operando a vazio ou com cargas

    reduzidas, durante longos perodos de tempo;

    Motores eltricos operando em regime de baixo

    carregamento;

    Utilizao de grande nmero de motores de pequena

    potncia;

    Instalaes de lmpadas de descarga;

    Capacitores ligados nas instalaes das unidades

    consumidoras horosazonais no perodo da madrugada.

    Como a maioria das cargas indutiva, o FP da carga

    aumentado ou corrigido pela insero de um capacitor (chamado

    capacitor em derivao ou shunt) em paralelo com a carga, como

    mostra a figura 6.2.

    Fig. 6.2 Correo do FP: (a)carga indutiva original, (b) carga indutiva com FP

    melhorado - ref. [1], pag.413

  • 12

    Para melhor entender a correo do FP, consideremos agora o

    tringulo das potncias para as situaes mostradas nos casos a

    (sem correo do FP) e b (com correo do FP) da Fig. 6.2.

    Fig. 6.3 Tringulo de potncias na correo do FP - ref. [2], pag.76

    Observaes importantes!

    Pode-se perceber que a adio de um capacitor causou

    uma reduo no ngulo de fase entre tenso e corrente de 1

    para 2., consequentemente aumentando o FP;

    A potncia reativa capacitiva, sendo oposta indutiva,

    tende a reduzir a potncia reativa total da carga de Q1 para

    Q2, alterando o tringulo de potncias;

    Precisamos conhecer ento a potncia reativa capacitiva

    Qc necessria para a correo do FP;

    Para a determinao de Qc precisamos conhecer o FP

    atual (cos1), a potncia ativa da carga (P), bem como o fator

    de potncia desejado (cos2);

    Fazendo uma escolha adequada do capacitor, a corrente

    pode ser mantida completamente em fase com a tenso,

    implicando em um FP unitrio;

    Baixos fatores de potncia causam reduo da

    capacidade de fornecimento das concessionrias de energia

    eltrica;

    As concessionrias cobram ento taxas adicionais para

    aqueles consumidores que mantm cargas com FP

  • 13

    Matematicamente, podemos expressar a correo do FP ilustrada

    no tringulo de potncias da Fig. 6.3, como:

    Onde:

    P Potncia ativa da carga;

    Qc Potncia reativa do capacitor;

    Q1 Potncia reativa antes da correo do fator de potncia;

    Q2 Potncia reativa depois da correo do fator de potncia;

    Uma eficiente correo do FP implica em vantagens para os

    sistemas eltricos, entre as quais podemos citar:

    Liberao da capacidade do sistema: quando os

    capacitores esto em operao em um sistema eltrico,

    estes funcionam como fonte de energia reativa e fornecem

    corrente magnetizante para os motores, transformadores,

    etc., reduzindo assim a corrente solicitada da fonte de

    alimentao.

    Reduo de perdas: diminuindo-se a energia reativa

    fornecida pelo sistema carga, tambm reduzida a

    corrente eltrica nos condutores de alimentao. Assim, as

    perdas por efeito Joule diminuem, uma vez que so

    proporcionais ao quadrado da corrente.

    Outras vantagens:

    Melhoria nos nveis de tenso: geralmente as quedas de

    tenso esto relacionadas com as perdas nos condutores.

  • 14

    A correo do FP reduz as perdas e, consequentemente,

    melhora os nveis de tenso.

    Eliminao de multas: a legislao vigente permite a

    cobrana de multas sob a forma de consumo reativo para

    instalaes com FP abaixo de 0,92. Desta forma a

    eliminao de multas, atravs da correo do FP, aumenta

    a lucratividade de uma empresa.

    Tpico 4 - Exemplos e aplicaes

    Veremos agora alguns exemplos numricos dos conceitos vistos

    nas duas ltimas aulas. Ento vamos l!

    01-) Calcule a potncia mdia absorvida por uma carga Z = 30

    j70 quando a tenso V = 120 0V aplicada a ela.

    A corrente que circula pela impedncia dada por:

    e a potncia mdia calculada como:

    Objetivo

    Compreender e fixar os conceitos e definies estudados

    ao longo da aula.

  • 15

    02-) Para o circuito mostrado abaixo, determine a potncia mdia

    fornecida pela fonte e a potncia absorvida pelo resistor:

    A corrente I mostrada no circuito calculada como:

    Calcularemos agora a potncia mdia fornecida pela fonte de

    tenso:

    A corrente atravs do resistor :

    E a tenso no resistor :

    Portanto, a potncia mdia absorvida pelo resistor :

  • 16

    a qual a mesma potncia mdia fornecida pela fonte, pois

    nenhuma potncia mdia absorvida pelo capacitor.

    03-) Uma carga em srie drena uma corrente i(t) = 4cos(100t +

    10)A quando uma tenso de v(t) = 120cos(100t - 20)V

    aplicada. Determine a potncia aparente e o fator de potncia da

    carga. Determine tambm os valores dos elementos para formar a

    carga em srie.

    A potncia aparente :

    O fator de potncia :

    O FP est adiantado porque a corrente est adiantada em relao

    tenso. O FP tambm pode ser obtido a partir da impedncia de

    carga.

    Assim, podemos escrever:

  • 17

    A impedncia de carga Z pode ser modelada por um resistor de

    25,98 em srie com um capacitor de reatncia:

    E, portanto:

  • 18

    Concluso

    Nessa aula, ampliamos nosso conhecimento sobre a potncia em

    circuitos CA monofsicos. Primeiramente, trabalhamos com a

    definio geral do que vem a ser potncia complexa. Depois,

    tratamos da correo do FP e de algumas aplicaes prticas de

    potncia CA com exemplos numricos.

    A partir da prxima aula, trataremos dos conceitos e definies

    vistas at aqui em nossa disciplina, entretanto voltados para os

    circuitos trifsicos. Mas claro que antes precisamos estudar o

    material dessa aula e fazermos todas as atividades, para que

    possamos entrar na reta final da disciplina. Ento, vamos l!

    Bons estudos!

  • 19

    Referncias

    [1] ALEXANDER, C. K.; SADIKU, M. N. Fundamentos de

    Circuitos Eltricos. 1 ed. So Paulo: Bookman, 2003.

    [2] FREITAS, J. A. L.; ZANCAN M. D. Eletricidade. Santa Maria:

    Universidade Federal: Colgio Tcnico Industrial de Santa Maria,

    2008.

    [3] PEREIRA, A. H. Eletricidade CA. Apostila, 2010.

    [4] ALBUQUERQUE, R. O. Anlise de Circuitos em Corrente

    Alternada. 2 ed. So Paulo: Editora rica, 2010.