aula 04.09.12 - anotações paulo chaves
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Aula do dia 04/09/12
Compensação é mais uma das formas de cumprimento da obrigação sem que haja, necessariamente, o seu pagamento propriamente dito, dentro dos padrões estabelecidos contratualmente. Consiste num encontro recíproco de créditos e débitos, entre credores e devedores, dentro da mesma proporção (vide Art. 368 CC - Se duas pessoas forem ao mesmo tempo credor e devedor uma da outra, as duas obrigações extinguem-se, até onde se compensarem.). Possui um caráter prático, economizando transações desnecessárias e aumentando as garantias para ambas as partes.
A compensação legal dispensa a prática de atos por qualquer uma das partes, operando-se de pleno direito quando presentes as condições do Art. 369.CC - A compensação efetua-se entre dívidas líquidas, vencidas e de coisas fungíveis.
Diferente ocorre na doutrina estrangeira, como a alemã, ou a portuguesa, por exemplo, na qual essa situação de dívidas mútuas, líquidas, vencidas e de coisas fungíveis, converte-se em um direito potestativo - aquele que pode ser imposto a uma das partes, mediante declaração de vontade da outra, ou por meio da realização de uma condição preestabelecida, ficando aquela num estado de sujeição.
Compensação convencional - aquela estabelecida pelas partes nos termos e condições de um contrato.
A compensação judicial é obtida por meio da tutela jurisdicional. Manifesta-se em duas vertentes:
1. judicialmente pleiteia-se uma compensação entre débitos reconhecidos, porém que não estejam plenamente enquadradas nas condições para a compensação legal. V.g. débitos mútuos de bens infungíveis.
2. o judiciário é acionado para reconhecer, ou melhor dizendo, constituir um débito, proposto em ação de reconvenção no decorrer de um processo executório.
Exceções à reciprocidade na compensação:
1. Art. 371. O devedor somente pode compensar com o credor o que este lhe dever; mas o fiador pode compensar sua dívida com a de seu credor ao afiançado.
2. Art. 376. Obrigando-se por terceiro uma pessoa, não pode compensar essa dívida com a que o credor dele lhe dever.
3. Art. 377. O devedor que, notificado, nada opõe à cessão que o credor faz a terceiros dos seus direitos, não pode opor ao cessionário a compensação, que antes da cessão teria podido opor ao cedente. Se, porém, a cessão lhe não tiver sido notificada, poderá opor ao cessionário compensação do crédito que antes tinha contra o cedente.
O decurso de prazos de favor (prazos estendidos de bom grado pelo credor), não impedem que haja compensação. Ou seja, uma vez extrapolado o prazo convencional, correndo, portanto, o prazo
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de favor, caso o credor incorra em débito com seu devedor, dar-se-á a compensação normalmente. Vide Art. 372.CC - Os prazos de favor, embora consagrados pelo uso geral, não obstam a
compensação.
A compensação tributária não segue os padrões da compensação civil, no que tange à sua parte operacional.
Casos nos quais a compensação não é permitida:
1. Art. 373. CC - A diferença de causa nas dívidas não impede a compensação, exceto:
I - se provier de esbulho, furto ou roubo;
II - se uma se originar de comodato, depósito ou alimentos;
III - se uma for de coisa não suscetível de penhora.
2. Art. 380. CC - Não se admite a compensação em prejuízo de direito de terceiro. O devedor que se torne credor do seu credor, depois de penhorado o crédito deste, não pode opor ao exequente a compensação, de que contra o próprio credor disporia.
3. Quando for contratualmente vedada pelas partes - vedação contratual.