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Ponto dos Concursos - Analista Administrativo – MPU Direito Administrativo - Prof. Fabiano Pereira __________________________________________________________________________________ 1 Olá! Na aula de hoje iremos comentar algumas questões sobre a Lei 9.784/99 (Lei do Processo Administrativo Federal) e Lei 8.429/92 (Lei de Improbidade Administrativa). Bons estudos! Fabiano Pereira. [email protected] "Nunca é tarde para tentar o desconhecido. Nunca é tarde para ir mais além." ( Gabriele D Annunzio )

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Olá!

Na aula de hoje iremos comentar algumas questões sobre a Lei 9.784/99 (Lei do Processo Administrativo Federal) e Lei 8.429/92 (Lei de Improbidade Administrativa).

Bons estudos!

Fabiano Pereira.

[email protected]

"Nunca é tarde para tentar o desconhecido. Nunca é tarde para ir mais além." ( Gabriele D Annunzio )

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LEI DE PROCESSO ADMINISTRATIVO FEDERAL – 9.784/99 LEI DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA – LEI 8.429/92

01. (Analista de Recursos Humanos / MCT – FINEP / CESPE 2009 adaptada) Quanto ao processo administrativo no âmbito da administração pública federal, julgue as assertivas abaixo:

I. Um órgão administrativo e seu titular podem, na ausência de impedimento legal, delegar a sua competência a outros órgãos ou titulares, desde que estes lhe sejam hierarquicamente subordinados, em razão de circunstâncias de índole técnica, social, econômica, jurídica ou territorial.

A delegação pode ser definida como o ato administrativo, sempre respaldado em lei, que desloca a competência para a prática de um determinado ato para outro órgão e seu titular. A Lei 9.784/99, em seu artigo 12, apresenta expressamente a possibilidade de delegação de competência de um órgão administrativo e seu titular a outros órgãos e titulares.

Entretanto, é importante esclarecer que a segunda parte da assertiva não está em conformidade com o texto legal, pois afirma que a delegação somente poderia ser feita entre órgãos hierarquicamente subordinados.

Apesar de ser de difícil aplicação, fique atento ao responder as questões de concursos, pois a delegação de competências, na esfera federal, também pode ser realizada entre órgãos em que não haja relação hierárquica, desde que em razão de circunstâncias de índole técnica, social, econômica, jurídica ou territorial.

A título de exemplo, podemos citar uma delegação ocorrida entre órgãos distintos, que se encontrem no mesmo patamar hierárquico, baseada no critério territorial. Às vezes, em razão da distância, um órgão administrativo inicialmente competente para a prática de um ato pode ter dificuldades de atender ao administrado de forma eficiente. Neste caso, poderia então delegar a prática do ato para um outro órgão administrativo que estivesse situado em local mais próximo ao administrado. Assertiva incorreta.

II. Em respeito à supremacia do interesse público, quando a matéria do processo envolver assunto de interesse geral, é obrigatório ao órgão competente, mediante despacho motivado, abrir período de consulta pública para manifestação de terceiros, antes da decisão do pedido, mesmo que haja prejuízo para a parte interessada.

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Quando a matéria do processo administrativo envolver assunto de interesse geral, o órgão competente poderá abrir período de consulta pública para a manifestação de terceiros, não existindo obrigação legal para a realização da consulta pública. Trata-se de uma decisão discricionária do administrador público, que, mediante despacho motivado e anteriormente à decisão, poderá convocá-la caso entenda conveniente, desde que não cause prejuízo para a parte interessada. Assertiva incorreta.

III. O direito da administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em 2 anos, contados da data em que foram praticados, mesmo que comprovada a má-fé do beneficiário.

Salvo comprovada má-fé, o direito de a Administração anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em cinco anos, contados da data em que foram praticados, e não em dois anos. Assertiva incorreta.

IV. O órgão competente para decidir o recurso administrativo pode confirmar, modificar, anular ou revogar, total ou parcialmente, a decisão recorrida, se a matéria for de sua competência, mas não pode agravar a situação do recorrente.

O processo administrativo deve sempre vislumbrar a verdade material, ou seja, a verdade real dos fatos que estão sendo apurados. Assim, o órgão competente para decidir um eventual recurso administrativo poderá confirmar, modificar, anular ou revogar, total ou parcialmente, a decisão recorrida, se a matéria for de sua competência.

O órgão competente poderá até mesmo proferir decisão que agrave ainda mais a situação do recorrente (reformatio in pejus), desde que este seja cientificado, antes da decisão, para que apresente as suas alegações. É imprescindível que sejam assegurados, nesse caso, os princípios constitucionais do contraditório e da ampla defesa. Incorreta a assertiva.

V. Em decisão, na qual se evidencie não acarretar lesão ao interesse público nem prejuízo a terceiros, os atos que apresentarem defeitos sanáveis podem ser revalidados pela própria administração.

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Nesta assertiva a banca examinadora tentou confundir o candidato trocando a expressão “convalidação” por “revalidação”. Entretanto, essa troca não invalida o conteúdo da afirmativa, já que as expressões possuem significados semelhantes.

O dicionário Larousse da língua portuguesa informa que “revalidar” significa “confirmar a validade de”, “legitimar de novo”. Por outro lado, a convalidação pode ser definida como a “correção” de um ato administrativo que possui vício sanável, o que significa, na prática, a confirmação da validade.

O artigo 55 da Lei 9.784/99 estabelece que “em decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão ao interesse público nem prejuízo a terceiros, os atos que apresentarem defeitos sanáveis poderão ser convalidados pela própria Administração”, o que torna a assertiva correta.

02. (Técnico Federal de Controle / TCU / CESPE 2009) Acerca da Lei n.º 9.784/1999 — marco legal referente ao processo administrativo — e de aspectos relacionados a esse tema, julgue os itens abaixo:

I. A lei em apreço regulamenta o processo administrativo no âmbito da União, dos estados e dos municípios, visando, entre outros aspectos, à proteção dos direitos dos administrados e ao melhor cumprimento dos fins da administração.

A Lei 9.784/99 estabelece normas básicas sobre o processo administrativo no âmbito da Administração Pública Federal direta e indireta, visando, em especial, à proteção dos direitos dos administrados e ao melhor cumprimento dos fins da Administração, aplicando-se também aos órgãos dos poderes Legislativo e Judiciário quando no exercício da função administrativa.

Os Estados, Distrito Federal e Municípios possuem autonomia para criarem as suas respectivas legislações sobre o processo administrativo, conseqüência da capacidade de auto-organização, auto-governo, auto-administração e, é claro, autolegislação. Portanto, a assertiva está incorreta.

II. A competência é irrenunciável e se exerce pelos órgãos administrativos a que foi atribuída como própria. Como exceção, pode ser objeto de delegação a decisão a ser proferida em recursos administrativos.

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A competência realmente possui como uma de suas características a irrenunciabilidade, que está fundamentada na indisponibilidade do interesse público. Isso significa que o agente público não pode deixar de exercer a competência que lhe foi atribuída, já que prevista diretamente em lei.

Apesar da irrenunciabilidade, o artigo 11 da Lei 9.784/99 estabelece a ressalva de que poderão ser realizadas delegações e avocações de competência, desde que legalmente admitidas. Entretanto, o artigo 13 do mesmo dispositivo legal prevê que não podem ser objeto de delegação a edição de atos de caráter normativo, as matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade e a decisão de recursos administrativos, o que invalida a assertiva.

III. Segundo jurisprudência recente do STF, é inconstitucional a exigência de depósito prévio da multa aplicada pela administração pública como condição de admissibilidade do recurso na esfera administrativa.

No julgamento conjunto dos recursos extraordinários 388359/PE, 389383/SP e 390513/SP, de relatoria do Ministro Marco Aurélio de Mello, o Supremo Tribunal Federal afirmou a inconstitucionalidade da exigência de depósito prévio como condição de admissibilidade de recurso na esfera administrativa, já que inviabilizaria o direito de defesa do recorrente.

IV. Considere a seguinte situação hipotética.

A administração pública concedeu ascensão funcional a servidor público federal em janeiro de 2002. Em dezembro de 2008, o TCU determinou a anulação do ato administrativo, sem garantir ao referido servidor o contraditório e a ampla defesa. Nessa situação, o STF entende que o ato do TCU não é passível de nulidade, pois o ato concessivo somente produziria efeitos a partir do exame pelo referido órgão de controle.

O Supremo Tribunal Federal, no julgamento do mandado de segurança nº 26.117/DF, em 20/05/2009, reafirmou que “o direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em cinco anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé”.

No citado exemplo, o Tribunal de Contas da União somente determinou a anulação do ato administrativo mais de 06 (seis) anos

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após a sua prática, violando frontalmente o princípio da segurança jurídica.

Ademais, sequer foram garantidos ao servidor o contraditório e a ampla defesa, violando-se assim o teor da súmula vinculante nº 3, que é clara ao afirmar que “nos processos perante o Tribunal de Contas da União asseguram-se o contraditório e a ampla defesa quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato administrativo que beneficie o interessado, excetuada a apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão”.

Desse modo, o ato do Tribunal de Contas da União que determinou a anulação da ascensão profissional é passível de nulidade e, portanto, a assertiva está incorreta.

03. (Analista Judiciário / TRT 17ª Região / CESPE 2009) Acerca das disposições que regulam o processo administrativo no âmbito da administração pública federal, julgue os seguintes itens segundo a Lei nº 9.784/99:

I. Titular de órgão administrativo que delegar parte de sua competência a outro órgão não poderá revogar o ato de delegação.

Ao contrário do que foi afirmado na assertiva, o ato de delegação é revogável a qualquer tempo pela autoridade delegante, que pode voltar a praticar os atos que anteriormente havia delegado.

II. Órgão é unidade de atuação integrante da estrutura da administração direta e indireta; entidade é unidade não dotada de personalidade jurídica.

O professor Hely Lopes Meirelles define os órgãos públicos como “centros de competência instituídos para o desempenho de funções estatais, através de seus agentes, cuja atuação é imputada à pessoa jurídica a que pertencem”. No mesmo sentido, o § 2º do artigo 1º da Lei 9.784/99 conceitua órgão público como “a unidade de atuação integrante da estrutura da Administração direta e da estrutura da Administração indireta”, desprovida de personalidade jurídica.

Por outro lado, diferentemente do que foi exposto na assertiva, entidade é expressão que representa uma unidade de atuação dotada de personalidade jurídica, podendo, portanto, contrair direitos e obrigações em nome próprio.

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III. Os processos administrativos de que resultem sanções poderão ser revistos, a qualquer tempo, a pedido ou de ofício, quando surgirem fatos novos; entretanto, dessa revisão não poderá resultar agravamento da sanção.

O artigo 65 da Lei 9.784/99 prevê que “os processos administrativos de que resultem sanções poderão ser revistos, a qualquer tempo, a pedido ou de ofício, quando surgirem fatos novos ou circunstâncias relevantes suscetíveis de justificar a inadequação da sanção aplicada”. Por outro lado, prevê ainda o texto legal, nos moldes do que foi afirmado na assertiva, que “da revisão do processo não poderá resultar agravamento da sanção”.

Assim, perceba que nos pedidos de revisão não pode haver a reformatio in pejus, ou seja, o agravamento da sanção imposta ao administrado. O agravamento somente será admitido em decisão proferida em recurso administrativo, respaldado no princípio da autotutela. Desse modo, está correto o texto da assertiva.

04. (Analista Ambiental / IBAMA / CESPE 2009) Julgue os próximos itens acerca do processo administrativo no âmbito da administração pública federal, conforme regras estabelecidas pela Lei n.º 9.784/1999.

I. Os processos administrativos devem ser guiados por critérios que observem as formalidades essenciais à garantia dos direitos dos administrados, adotadas de formas simples e desburocratizadas, suficientes para garantir grau de certeza, segurança e respeito a esses direitos.

O artigo 2º da Lei 9.784/99 apresenta um rol de princípios que devem ser observados pela Administração Pública federal durante a tramitação de um processo administrativo. Esses princípios são reafirmados no parágrafo único do mesmo artigo, que prevê os critériosque também devem ser observados nos processos administrativos.

Dentre esses critérios está a observância das formalidades essenciais à garantia dos direitos dos administrados e, ainda, a adoção de formas simples, suficientes para propiciar adequado grau de certeza, segurança e respeito aos direitos dos administrados. Desse modo, está correto o texto da assertiva.

II. O direito do administrado de ter ciência da tramitação dos processos administrativos em que figure na qualidade de interessado e de neles atuar peticionando, juntando documentos,

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fazendo requerimentos e recursos, não ilide o fato de que a administração deve, por si mesma, dar impulso, de ofício, ao processo administrativo.

O princípio da oficialidade está previsto no inciso XII, parágrafo único, do artigo 2º da Lei 9.784/99, que estabelece como um dos critérios a ser observado nos processos administrativos a “impulsão, de ofício, do processo administrativo, sem prejuízo da atuação dos interessados”.

Isso significa que a Administração pode instaurar e dar andamento (impulsionar) ao processo administrativo independentemente da vontade do interessado, o que assegura aos agentes públicos encarregados do processo a possibilidade de atuação ex officio, como acontece, por exemplo, na inspeção de determinados locais, na oitiva de testemunhas e na realização de diligências. Correta a assertiva.

III. A elaboração de modelos ou formulários padronizados que atinjam pretensões equivalentes no tratamento de um mesmo assunto no âmbito da administração pública é medida burocratizante, que deve ser evitada, porque, com isso, desconsidera-se a peculiaridade de cada situação.

A Lei 9.784/99 impõe que nos processos administrativos devem ser adotadas formas simples, suficientes para propiciar adequado grau de certeza, segurança e respeito aos direitos dos administrados. Assim, a elaboração de modelos ou formulários padronizados não pode ser considerada uma medida burocratizante, pois visa facilitar a execução da atividade administrativa e aumentar a agilidade e eficiência durante a tramitação do processo.

IV. A delegação de competência em razão de circunstâncias de índole técnica apenas pode ocorrer dentro do próprio órgão administrativo, sendo incabível delegação para este fim mediante transferência de competência a outros órgãos ou titulares, que não estejam na mesma linha de hierarquia e subordinação.

O artigo 12 da Lei 9.784/99 estabelece que “um órgão administrativo e seu titular poderão, se não houver impedimento legal, delegar parte da sua competência a outros órgãos ou titulares, ainda que estes não lhe sejam hierarquicamente subordinados, quando for conveniente, em razão de circunstâncias de índole técnica, social, econômica, jurídica ou territorial”.

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Perceba que o próprio texto legal prevê a possibilidade de delegação para outros órgãos ou titulares que não estejam na mesma linha de hierarquia e subordinação. Não existe a obrigatoriedade de que a delegação seja feita apenas para outros órgãos ou titulares que estejam subordinados ao delegante, o que torna a assertiva incorreta.

05. (Analista do Seguro Social / INSS / CESPE 2008) Acerca do procedimento administrativo previsto na Lei n.º 9.784/1999, julgue os itens a seguir.

I. A avocação de procedimentos administrativos decorre do poder hierárquico.

Como conseqüência do poder hierárquico órgãos e agentes superiores podem controlar e fiscalizar a atuação de órgãos e agentes que lhes são subordinados. Dentre os instrumentos utilizados para esse controle está a avocação, que pode ser entendida como o ato pelo qual o superior, em caráter excepcional, chama para si o exercício de uma competência que a lei outorgou (sem exclusividade) a um servidor que lhe é subordinado.

Nesses termos, está correta a assertiva quando afirma que a avocação decorre do poder hierárquico, pois é utilizada por uma autoridade ou órgão superior em face de órgãos ou entidades que lhes são subordinados.

II. Os órgãos administrativos, ao contrário das entidades, têm personalidade jurídica própria e podem postular em juízo.

Os órgãos administrativos são meros “centros de competência” e, portanto, não possuem personalidade jurídica. Por outro lado, diferentemente do que foi afirmado na assertiva, tanto as entidades políticas (União, Estados, Municípios e Distrito Federal) quanto as entidades administrativas (autarquias, fundações públicas, empresas públicas, sociedades de economia mista e consórcios públicos de direito públicos) possuem personalidade jurídica.

III. É vedado à administração recusar, de forma imotivada, o recebimento de documentos, devendo o servidor orientar o interessado quanto ao cumprimento de eventuais falhas.

O texto da assertiva está em conformidade com o § 2º do artigo 38 da Lei 9.784/99, que é expresso ao afirmar que “somente poderão ser recusadas, mediante decisão fundamentada, as provas propostas

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pelos interessados quando sejam ilícitas, impertinentes, desnecessárias ou protelatórias”.

IV. A decisão de recurso administrativo é indelegável.

Além da decisão em recurso administrativo, também são indelegáveis a edição de atos de caráter normativo e as matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade. Portanto, está correta a assertiva.

06. (Agente Técnico-Jurídico / MPE AM / CESPE 2008) Acerca da Lei n.º 9.784/1999, que estabelece normas a respeito do processo administrativo, julgue os próximos itens.

I. Como regra geral, são considerados capazes, para fins de processo administrativo, os maiores de dezoito anos.

Esse é o teor do artigo 10 da Lei do Processo Administrativo federal ao afirmar que “são capazes, para fins de processo administrativo, os maiores de dezoito anos, ressalvada previsão especial em ato normativo próprio”. Portanto, está correta a assertiva.

II. Considere que um servidor que responde a um processo administrativo tenha sido intimado em uma quinta-feira para a oitiva de testemunhas que se realizaria na segunda-feira próxima. Nesse caso, a intimação deve ser considerada como válida, já que atendeu ao prazo de 3 dias estabelecido na lei.

De início, é importante esclarecer que a intimação observará a antecedência mínima de três dias úteis quanto à data de comparecimento. Ademais, os prazos no processo administrativo federal começam a correr a partir da data da cientificação oficial, excluindo-se da contagem o dia do começo e incluindo-se o do vencimento.

No exemplo apresentado, como o servidor foi intimado na quinta-feira, o prazo somente começaria a ser contado na sexta e finalizado na terça-feira. Isso porque a lei informa que o prazo é de três dias úteis e, portanto, não poderão ser computados no prazo o sábado e o domingo (dias não-úteis). Portanto, o texto da assertiva está incorreto.

07. (Analista de Controle Externo / TCE-AC / CESPE 2009 - adaptada) Em relação à improbidade administrativa, julgue os itens a seguir:

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I. A rejeição de representação de improbidade realizada por uma autoridade administrativa impede um particular de requerê-la pelos mesmos fatos ao MP.

O artigo 14 da Lei 8.429/92 prevê que “qualquer pessoa poderá representar à autoridade administrativa competente para que seja instaurada investigação destinada a apurar a prática de ato de improbidade”. Entretanto, é necessário que sejam obedecidas algumas formalidades legais, a exemplo da qualificação do representante, da necessidade de apresentação das informações sobre o fato e sua autoria e a indicação das provas de que tenha conhecimento.

Caso essas formalidades não sejam atendidas, a autoridade administrativa rejeitará a representação, em despacho fundamentado, o que não impede o particular de requerer a investigação junto ao Ministério Público pelos mesmos fatos. Portanto, está incorreta a assertiva.

II. Uma vez recebida a ação de improbidade proposta contra um indivíduo e determinada sua citação, ele pode apelar ao tribunal para tentar reformar a decisão.

O recurso cabível contra a decisão que receber a petição inicial da ação de improbidade é o agravo de instrumento (artigos 522 e seguintes do Código de Processo Civil) e não a apelação. Assertiva incorreta.

III. É legal a conduta de um indivíduo que, arrependido de ter praticado ato de improbidade, procure o promotor de justiça da cidade para dispor-se a transação em que seja proposta à autoridade a recomposição do dano como forma de evitar o prosseguimento da ação que já fora proposta e, por consequência, a aplicação de pena.

Em razão do princípio da indisponibilidade do interesse público, é proibida a realização de transação, acordo ou conciliação nas ações de improbidade administrativa. Incorreta a assertiva.

IV. Ação de improbidade proposta contra ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) será neste processada e julgada.

No julgamento da Petição 3211 (PET 3211), em 13/03/2008, o Supremo Tribunal Federal, por maioria, decidiu que é competente para julgar todos os processos judiciais que envolvam seus ministros

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(inclusive as ações de improbidade administrativa), com exceção dos crimes de responsabilidade, cuja competência é do Senado Federal, nos termos do inciso II do artigo 52 da CF/88. Portanto, correta a assertiva.

V. Considere a seguinte situação hipotética.

Francisco ocupava exclusivamente cargo comissionado em tribunal de justiça e foi responsável pela licitação da obra de reforma do fórum da capital ocorrida no período de 30/6/2003 a 12/9/2003. Em 30/6/2004, ele foi exonerado do cargo. Após regular processo administrativo, foi constatada a prática de ato de improbidade, razão pela qual, em fevereiro de 2009, foi ajuizada ação de improbidade contra Francisco. Nessa situação, está prescrita a aplicação da pena por ato de improbidade.

As ações que tenham por objetivo garantir a aplicação das sanções previstas na Lei de Improbidade Administrativa podem ser propostas até cinco anos após o término do exercício de mandato eletivo, de cargo em comissão ou de função de confiança.

Nesses termos, como Francisco foi exonerado do cargo em 30/06/2004, o prazo prescricional de 05 (cinco) anos somente se finalizaria em 30/06/2009. Como a ação de improbidade foi ajuizada contra Francisco em fevereiro de 2009, ainda não havia ocorrido a prescrição. Assertiva incorreta.

08. (Procurador do Estado de Alagoas / PGE – AL / CESPE 2009) Acerca da improbidade administrativa e do princípio da moralidade, julgue os itens a seguir:

I. Considere a seguinte situação hipotética. O prefeito de determinado município resolveu mudar-se de sua casa de campo para a cidade com o propósito de ficar mais perto dos problemas urbanos. Para isso, utilizou um caminhão da municipalidade para transportar móveis de seu uso particular. Após a instauração de ação de improbidade, o prefeito admitiu os fatos, mas alegou que não teria agido com culpa, pois mudou de domicílio para atender ao interesse público. Além disso, comprovou o ressarcimento aos cofres públicos da importância de nove reais referente ao combustível utilizado. Nessa situação, ao julgar a demanda apresentada, o juiz pode-se valer do princípio da insignificância para absolver o prefeito, uma vez que a lesão ao bem jurídico protegido pela lei foi mínima.

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No julgamento do recurso especial nº 892.818/RS, em 11/11/2008, o Superior Tribunal de Justiça decidiu que “o princípio da insignificância não pode ser aplicado para afastar as condutas judicialmente reconhecidas como ímprobas”, o que torna a assertiva incorreta.

O fato ocorreu em um determinado município gaúcho e, na oportunidade, o Ministério Público do Estado do Rio Grande do Sul ajuizou uma ação civil pública contra o chefe de gabinete do município, por utilização indevida do carro oficial e o do trabalho de três membros da Guarda Municipal para transportar utensílios e bens pessoais.

Entretanto, o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul havia aplicado o princípio da insignificância ao caso, tendo em vista que o dano foi apurado em R$ 8,47, equivalente ao valor do combustível consumido no percurso.

Insatisfeito com a decisão, o Ministério Público recorreu ao STJ que, nas palavras do Ministro Herman Benjamin, manifestou-se no sentido de que “o princípio da moralidade está umbilicalmente ligado ao conceito de boa administração, ao elemento ético, à honestidade, ao interesse público e à noção de bem comum”. Dessa forma, concluiu o ministro, não se pode conceber que uma conduta ofenda “só um pouco” a moralidade, sendo impossível a aplicação do princípio da insignificância.

II. O STJ fixou entendimento no sentido de que a contratação de agentes públicos sem a realização de concurso público enseja violação ao princípio da moralidade. Isso não quer dizer, contudo, que os responsáveis pela contratação devam ser condenados a ressarcir o erário, pois essa condenação depende da demonstração do enriquecimento ilícito e do prejuízo para a administração.

Esse realmente foi o entendimento manifestado pelo Superior Tribunal de Justiça no julgamento do recurso especial nº 737.279/PR, relatado pelo Ministro Castro Meira. Portanto, a assertiva está correta.

III. Em ação de improbidade administrativa, se verificado que o ato praticado pelo agente público ou beneficiário caracteriza-se como culposo, não pode o juiz da causa condená-los a ressarcir o dano ao erário.

O texto da assertiva contraria expressamente o artigo 5º da Lei 8.429/92, que é expresso ao afirmar que “ocorrendo lesão ao patrimônio público por ação ou omissão, dolosa ou culposa, do agente ou de

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terceiro, dar-se-á o integral ressarcimento do dano”. Portanto, deve ser considerada incorreta.

IV. Segundo orientação do STF, os agentes políticos respondem por improbidade administrativa com base na Lei n.º 8.429/1992 independentemente da sujeição dos mesmos aos crimes de responsabilidade tipificados nas respectivas leis especiais.

No julgamento da Reclamação 2138, o Plenário do Supremo Tribunal Federal decidiu que os agentes políticos, por serem regidos por normas especiais de responsabilidade, inscritas no art. 102, I, 'c', da Constituição da República de 1988 e regulado pela Lei 1.079/50, não respondem por improbidade administrativa com base no art. 37, § 4º, da CR/88, regulado pela Lei 8.429/92, mas apenas por crime de responsabilidade perante o STF ou Senado Federal. Assertiva incorreta.

V. Nos termos da Lei n.º 8.429/1992, as ações de improbidade podem ser propostas em até 5 anos após o conhecimento do fato pela administração pública.

Nos termos do artigo 26 da Lei 8.429/92, as ações destinadas a levar a efeitos as sanções previstas em seu texto podem ser propostas em até cinco anos após o término do exercício de mandato, de cargo em comissão ou de função de confiança. Portanto, incorreta a assertiva.

09. (Administrador / HEMOBRÁS / CESPE 2008) Acerca da improbidade administrativa, julgue os seguintes itens.

I. A Lei da improbidade administrativa cuida dos atos de improbidade praticados por agentes públicos contra o Poder Público na esfera federal.

É necessário ficar muito atento ao responder esta assertiva, pois, em momento algum, foi afirmado que a Lei de improbidade administrativa cuida apenas dos atos de improbidade praticados contra o Poder Público na esfera federal.

O texto da assertiva está em conformidade com o teor do artigo 1º da Lei 8.429/92, que declara que “os atos de improbidade praticados por qualquer agente público, servidor ou não, contra a administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios, de Território, de empresa incorporada ao patrimônio público ou de entidade para cuja criação ou

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custeio o erário haja concorrido ou concorra com mais de cinqüenta por cento do patrimônio ou da receita anual”, serão punidos na forma prevista em seu texto.

II. Mesmo que não importe em enriquecimento ilícito ou não cause prejuízo ao erário, poderá um ato administrativo ser considerado ato de improbidade administrativa.

Está correto o texto da assertiva, pois também constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições públicas ou que possuem participação do poder público.

III. É restrito ao Ministério Público (MP) a competência de representar à autoridade administrativa competente para que seja instaurada a investigação destinada a apurar a prática de ato de improbidade.

Ao contrário do que consta no texto da assertiva, qualquer pessoa poderá representar à autoridade administrativa competente para que seja instaurada investigação destinada a apurar a prática de ato de improbidade. Ademais, caso a representação seja rejeitada pela autoridade administrativa, mediante despacho fundamentado, ainda será possível renová-la junto ao Ministério Público.

IV. A perda da função pública e a suspensão dos direitos políticos só se efetivam com o trânsito em julgado da sentença condenatória.

O artigo 20 da Lei 8.429/92 realmente prevê que a perda da função pública e a suspensão dos direitos políticos só se efetivam com o trânsito em julgado da sentença condenatória. Entretanto, caso seja necessário à instrução processual, a autoridade judicial ou administrativa competente poderá determinar o afastamento do agente público do exercício do cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração. Correta a assertiva.

V. A aplicação das sanções legais depende da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público em função da improbidade administrativa desenvolvida.

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Diferentemente do que foi afirmado na assertiva, a aplicação das sanções previstas na Lei de Improbidade Administrativa independe da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público, salvo quanto à pena de ressarcimento.

VI. As ações civis de ressarcimento ao erário são imprescritíveis.

O § 5º do artigo 37 da CF/88 prevê que a lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos praticados por qualquer agente, servidor ou não, que causem prejuízos ao erário, ressalvadas as respectivas ações de ressarcimento. Assim, como é possível constatar, as ações civis de ressarcimento ao erário são imprescritíveis, ao contrários das ações penais e administrativas. Correta a assertiva.

VII. É legitimado o MP para propor transação, acordo ou conciliação nas ações de improbidade administrativa.

A afirmativa está em desacordo com o teor do § 1º do artigo 17 da Lei 8.429/92, que, expressamente, proíbe a transação, acordo ou conciliação nas ações de improbidade administrativa.

VIII. Os atos de improbidade administrativa que importem em enriquecimento ilícito podem acarretar o pagamento de multa civil até o valor do acréscimo patrimonial ocorrido.

Independentemente das sanções penais, civis e administrativas previstas na legislação específica, aquele que praticar atos de improbidade administrativa que importem em enriquecimento ilícito ainda estará sujeito ao “ressarcimento integral do dano, quando houver, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de oito a dez anos, pagamento de multa civil de até três vezes o valor do acréscimo patrimonial e proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de dez anos”, nos termos do inciso I do artigo 12 da Lei 8.429/92.

Portanto, como é possível constatar, o texto da assertiva está incorreto, pois informou que o valor da multa civil terá como limite o valor do acréscimo patrimonial ocorrido.

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10. (Analista Judiciário / TRT 5ª Região / CESPE 2008) Um oficial de justiça de determinado tribunal dirigiu-se à residência de um rico empresário a fim de dar cumprimento a uma ordem judicial. A ordem do juiz determinava que fossem apreendidos bens móveis de valor, tais como dinheiro em espécie, títulos de crédito, jóias, obras de arte etc. O empresário, contudo, pediu ao oficial que não desse cumprimento à ordem, visto que estava falido e que os únicos bens que lhe restavam eram suas obras de arte. O oficial, sensibilizado com a situação, não deu cumprimento ao mandado, atestando que não havia encontrado bens móveis de valor na residência. Considerando a situação hipotética descrita, julgue os itens a seguir à luz da Lei n.º 8.429/1992.

I. A situação não configura ato de improbidade administrativa, visto que o oficial não recebeu vantagem econômica indevida para deixar de dar cumprimento à decisão.

O texto da assertiva não está em conformidade com o artigo 11 da Lei 8.429/92, que estabelece constituir ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições, e notadamente, retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício.

II. O oficial poderá ser punido com pena de perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de oito a dez anos e proibição de contratar com o poder público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de dez anos.

A penalidade exposta no texto da assertiva se aplica àqueles que praticarem atos de improbidade administrativa que importarem em enriquecimento ilícito.

No caso do oficial de justiça, que praticou ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da Administração Pública, poderá ser aplicada a penalidade de ressarcimento integral do dano, se houver, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de três a cinco anos, pagamento de multa civil de até cem vezes o valor da remuneração percebida pelo agente e proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da

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qual seja sócio majoritário, pelo prazo de três anos. Desse modo, está incorreto o texto da assertiva.

III. O empresário beneficiado não pode ser réu em ação de improbidade visto que não se enquadra no conceito de agente público.

A própria Lei 8.429/92, em seu artigo 3º, afirma que seus dispositivos são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo não sendo agente público, induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma direta ou indireta, o que invalida o texto da assertiva.

11. (Oficial de Justiça / Tribunal de Justiça do Ceará / CESPE 2008) Em relação à improbidade administrativa, julgue os itens que se seguem.

I. Considere a seguinte situação hipotética.

Antônio ocupou, de 1.º/1/2001 a 31/12/2006, exclusivamente, o cargo comissionado de diretor de empresa pública, responsável direto por todas as licitações. Em janeiro de 2007, o MP ajuizou ação de improbidade administrativa contra Antônio, por ilegalidade cometida em concorrência realizada no dia 20/2/2002. Nessa situação, em face da prescrição, a ação de improbidade não deve ser conhecida pelo juízo a que couber tal matéria.

Questões envolvendo prazo prescricional para o ajuizamento de ação de improbidade administrativa são muito freqüentes nas provas elaboradas pelo CESPE, conforme você já percebeu. Para respondê-las corretamente, lembre-se de que essas ações podem ser propostas atécinco anos após o término do exercício de mandato, de cargo em comissão ou de função de confiança.

Sendo assim, como Antônio somente deixou o cargo comissionado de diretor de empresa pública em 31/12/2006, o Ministério Público poderia ajuizar a ação de improbidade administrativa até 31/12/2011, o que torna o texto da assertiva incorreto.

II. Contra decisão que não receba a petição inicial da ação de improbidade cabe apelação para o autor.

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Nesta assertiva o candidato deve ficar bastante atento. Isso porque o § 10 do artigo 17 da Lei 8.429/92 afirma que contra a decisão que receber a petição inicial, caberá agravo de instrumento.

Todavia, no presente caso a decisão não recebeu a petição inicial da ação de improbidade administrativa, e, portanto, o recurso cabível será a apelação e não o agravo de instrumento. Por isso está correto o texto da assertiva.

III. A aprovação das contas do agente público por tribunal de contas afasta a possibilidade de incidência em ato ímprobo pelo servidor que o praticou.

Não é esse o teor do inciso II do artigo 21 da Lei 8.429/92, ao afirmar que a aplicação das sanções previstas na Lei de Improbidade Administrativa independe da aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de controle interno ou pelo Tribunal ou Conselho de Contas. Portanto, está incorreta a assertiva.

IV. O juiz, antes do recebimento da ação de improbidade administrativa, deverá mandar notificar o requerido para que, dentro de quinze dias, apresente manifestação escrita.

A assertiva está em conformidade com o teor do § 7º da Lei 8.429/92, que afirma que se a petição inicial estiver em devida forma, “o juiz mandará autuá-la e ordenará a notificação do requerido, para oferecer manifestação por escrito, que poderá ser instruída com documentos e justificações, dentro do prazo de quinze dias”.

12. (Analista Judiciário / TRE-BA 2010 / CESPE) Julgue o próximo item, relativo ao instituto da improbidade administrativa.

I. A aplicação das medidas punitivas previstas na Lei de Improbidade Administrativa pressupõe a ocorrência de dolo como o único elemento subjetivo, pois o ato de improbidade administrativa implica enriquecimento ilícito para o sujeito ativo, prejuízo para o erário ou afronta aos princípios da administração pública, circunstâncias que afastam a configuração de culpa.

No julgamento do recurso especial nº 766.231/PR, sob a relatoria da Ministra Denise Arruda, o Superior Tribunal de Justiça decidiu ser indispensável a presença de dolo ou culpa do agente público ao praticar o suposto ato de improbidade administrativa.

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Entretanto, é importante esclarecer que a forma culposa somente é admitida nos atos de improbidade administrativa que causam prejuízos ao erário (artigo 10 da Lei 8.429/92), não sendo aplicável às hipóteses previstas no artigo 9º (atos que importam enriquecimento ilícito) e às hipóteses descritas no artigo 11 (atos de improbidade administrativa que atentam contra os princípios da Administração Pública). Nestes casos, para que seja configurada a improbidade administrativa, é necessário que esteja presente o elemento subjetivo doloso.

Sendo assim, está incorreto o texto da assertiva, pois afirmou que a aplicação das medidas punitivas previstas na Lei 8.429/92 pressupõe a ocorrência de dolo como o único elemento subjetivo, o que não é verdade.

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RELAÇÃO DE QUESTÕES COMENTADAS

01. (Analista de Recursos Humanos / MCT – FINEP / CESPE 2009 adaptada) Quanto ao processo administrativo no âmbito da administração pública federal, julgue as assertivas abaixo:

I. Um órgão administrativo e seu titular podem, na ausência de impedimento legal, delegar a sua competência a outros órgãos ou titulares, desde que estes lhe sejam hierarquicamente subordinados, em razão de circunstâncias de índole técnica, social, econômica, jurídica ou territorial.

II. Em respeito à supremacia do interesse público, quando a matéria do processo envolver assunto de interesse geral, é obrigatório ao órgão competente, mediante despacho motivado, abrir período de consulta pública para manifestação de terceiros, antes da decisão do pedido, mesmo que haja prejuízo para a parte interessada.

III. O direito da administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em 2 anos, contados da data em que foram praticados, mesmo que comprovada a má-fé do beneficiário.

IV. O órgão competente para decidir o recurso administrativo pode confirmar, modificar, anular ou revogar, total ou parcialmente, a decisão recorrida, se a matéria for de sua competência, mas não pode agravar a situação do recorrente.

V. Em decisão, na qual se evidencie não acarretar lesão ao interesse público nem prejuízo a terceiros, os atos que apresentarem defeitos sanáveis podem ser revalidados pela própria administração.

02. (Técnico Federal de Controle / TCU / CESPE 2009) Acerca da Lei n.º 9.784/1999 — marco legal referente ao processo administrativo — e de aspectos relacionados a esse tema, julgue os itens abaixo:

I. A lei em apreço regulamenta o processo administrativo no âmbito da União, dos estados e dos municípios, visando, entre outros aspectos, à proteção dos direitos dos administrados e ao melhor cumprimento dos fins da administração.

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II. A competência é irrenunciável e se exerce pelos órgãos administrativos a que foi atribuída como própria. Como exceção, pode ser objeto de delegação a decisão a ser proferida em recursos administrativos.

III. Segundo jurisprudência recente do STF, é inconstitucional a exigência de depósito prévio da multa aplicada pela administração pública como condição de admissibilidade do recurso na esfera administrativa.

IV. Considere a seguinte situação hipotética.

A administração pública concedeu ascensão funcional a servidor público federal em janeiro de 2002. Em dezembro de 2008, o TCU determinou a anulação do ato administrativo, sem garantir ao referido servidor o contraditório e a ampla defesa. Nessa situação, o STF entende que o ato do TCU não é passível de nulidade, pois o ato concessivo somente produziria efeitos a partir do exame pelo referido órgão de controle.

03. (Analista Judiciário / TRT 17ª Região / CESPE 2009) Acerca das disposições que regulam o processo administrativo no âmbito da administração pública federal, julgue os seguintes itens segundo a Lei nº 9.784/99:

I. Titular de órgão administrativo que delegar parte de sua competência a outro órgão não poderá revogar o ato de delegação.

II. Órgão é unidade de atuação integrante da estrutura da administração direta e indireta; entidade é unidade não dotada de personalidade jurídica.

III. Os processos administrativos de que resultem sanções poderão ser revistos, a qualquer tempo, a pedido ou de ofício, quando surgirem fatos novos; entretanto, dessa revisão não poderá resultar agravamento da sanção.

04. (Analista Ambiental / IBAMA / CESPE 2009) Julgue os próximos itens acerca do processo administrativo no âmbito da administração pública federal, conforme regras estabelecidas pela Lei n.º 9.784/1999.

I. Os processos administrativos devem ser guiados por critérios que observem as formalidades essenciais à garantia dos direitos dos administrados, adotadas de formas simples e

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desburocratizadas, suficientes para garantir grau de certeza, segurança e respeito a esses direitos.

II. O direito do administrado de ter ciência da tramitação dos processos administrativos em que figure na qualidade de interessado e de neles atuar peticionando, juntando documentos, fazendo requerimentos e recursos, não ilide o fato de que a administração deve, por si mesma, dar impulso, de ofício, ao processo administrativo.

III. A elaboração de modelos ou formulários padronizados que atinjam pretensões equivalentes no tratamento de um mesmo assunto no âmbito da administração pública é medida burocratizante, que deve ser evitada, porque, com isso, desconsidera-se a peculiaridade de cada situação.

IV. A delegação de competência em razão de circunstâncias de índole técnica apenas pode ocorrer dentro do próprio órgão administrativo, sendo incabível delegação para este fim mediante transferência de competência a outros órgãos ou titulares, que não estejam na mesma linha de hierarquia e subordinação.

05. (Analista do Seguro Social / INSS / CESPE 2008) Acerca do procedimento administrativo previsto na Lei n.º 9.784/1999, julgue os itens a seguir.

I. A avocação de procedimentos administrativos decorre do poder hierárquico.

II. Os órgãos administrativos, ao contrário das entidades, têm personalidade jurídica própria e podem postular em juízo.

III. É vedado à administração recusar, de forma imotivada, o recebimento de documentos, devendo o servidor orientar o interessado quanto ao cumprimento de eventuais falhas.

IV. A decisão de recurso administrativo é indelegável.

06. (Agente Técnico-Jurídico / MPE AM / CESPE 2008) Acerca da Lei n.º 9.784/1999, que estabelece normas a respeito do processo administrativo, julgue os próximos itens.

I. Como regra geral, são considerados capazes, para fins de processo administrativo, os maiores de dezoito anos.

II. Considere que um servidor que responde a um processo administrativo tenha sido intimado em uma quinta-feira para a

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oitiva de testemunhas que se realizaria na segunda-feira próxima. Nesse caso, a intimação deve ser considerada como válida, já que atendeu ao prazo de 3 dias estabelecido na lei.

07. (Analista de Controle Externo / TCE-AC / CESPE 2009 - adaptada) Em relação à improbidade administrativa, julgue os itens a seguir:

I. A rejeição de representação de improbidade realizada por uma autoridade administrativa impede um particular de requerê-la pelos mesmos fatos ao MP.

II. Uma vez recebida a ação de improbidade proposta contra um indivíduo e determinada sua citação, ele pode apelar ao tribunal para tentar reformar a decisão.

III. É legal a conduta de um indivíduo que, arrependido de ter praticado ato de improbidade, procure o promotor de justiça da cidade para dispor-se a transação em que seja proposta à autoridade a recomposição do dano como forma de evitar o prosseguimento da ação que já fora proposta e, por consequência, a aplicação de pena.

IV. Ação de improbidade proposta contra ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) será neste processada e julgada.

V. Considere a seguinte situação hipotética.

Francisco ocupava exclusivamente cargo comissionado em tribunal de justiça e foi responsável pela licitação da obra de reforma do fórum da capital ocorrida no período de 30/6/2003 a 12/9/2003. Em 30/6/2004, ele foi exonerado do cargo. Após regular processo administrativo, foi constatada a prática de ato de improbidade, razão pela qual, em fevereiro de 2009, foi ajuizada ação de improbidade contra Francisco. Nessa situação, está prescrita a aplicação da pena por ato de improbidade.

08. (Procurador do Estado de Alagoas / PGE – AL / CESPE 2009) Acerca da improbidade administrativa e do princípio da moralidade, julgue os itens a seguir:

I. Considere a seguinte situação hipotética. O prefeito de determinado município resolveu mudar-se de sua casa de campo para a cidade com o propósito de ficar mais perto dos problemas urbanos. Para isso, utilizou um caminhão da municipalidade para

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transportar móveis de seu uso particular. Após a instauração de ação de improbidade, o prefeito admitiu os fatos, mas alegou que não teria agido com culpa, pois mudou de domicílio para atender ao interesse público. Além disso, comprovou o ressarcimento aos cofres públicos da importância de nove reais referente ao combustível utilizado. Nessa situação, ao julgar a demanda apresentada, o juiz pode-se valer do princípio da insignificância para absolver o prefeito, uma vez que a lesão ao bem jurídico protegido pela lei foi mínima.

II. O STJ fixou entendimento no sentido de que a contratação de agentes públicos sem a realização de concurso público enseja violação ao princípio da moralidade. Isso não quer dizer, contudo, que os responsáveis pela contratação devam ser condenados a ressarcir o erário, pois essa condenação depende da demonstração do enriquecimento ilícito e do prejuízo para a administração.

III. Em ação de improbidade administrativa, se verificado que o ato praticado pelo agente público ou beneficiário caracteriza-se como culposo, não pode o juiz da causa condená-los a ressarcir o dano ao erário.

IV. Segundo orientação do STF, os agentes políticos respondem por improbidade administrativa com base na Lei n.º 8.429/1992 independentemente da sujeição dos mesmos aos crimes de responsabilidade tipificados nas respectivas leis especiais.

V. Nos termos da Lei n.º 8.429/1992, as ações de improbidade podem ser propostas em até 5 anos após o conhecimento do fato pela administração pública.

09. (Administrador / HEMOBRÁS / CESPE 2008) Acerca da improbidade administrativa, julgue os seguintes itens.

I. A Lei da improbidade administrativa cuida dos atos de improbidade praticados por agentes públicos contra o Poder Público na esfera federal.

II. Mesmo que não importe em enriquecimento ilícito ou não cause prejuízo ao erário, poderá um ato administrativo ser considerado ato de improbidade administrativa.

III. É restrito ao Ministério Público (MP) a competência de representar à autoridade administrativa competente para que seja instaurada a investigação destinada a apurar a prática de ato de improbidade.

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IV. A perda da função pública e a suspensão dos direitos políticos só se efetivam com o trânsito em julgado da sentença condenatória.

V. A aplicação das sanções legais depende da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público em função da improbidade administrativa desenvolvida.

VI. As ações civis de ressarcimento ao erário são imprescritíveis.

VII. É legitimado o MP para propor transação, acordo ou conciliação nas ações de improbidade administrativa.

VIII. Os atos de improbidade administrativa que importem em enriquecimento ilícito podem acarretar o pagamento de multa civil até o valor do acréscimo patrimonial ocorrido.

10. (Analista Judiciário / TRT 5ª Região / CESPE 2008) Um oficial de justiça de determinado tribunal dirigiu-se à residência de um rico empresário a fim de dar cumprimento a uma ordem judicial. A ordem do juiz determinava que fossem apreendidos bens móveis de valor, tais como dinheiro em espécie, títulos de crédito, jóias, obras de arte etc. O empresário, contudo, pediu ao oficial que não desse cumprimento à ordem, visto que estava falido e que os únicos bens que lhe restavam eram suas obras de arte. O oficial, sensibilizado com a situação, não deu cumprimento ao mandado, atestando que não havia encontrado bens móveis de valor na residência. Considerando a situação hipotética descrita, julgue os itens a seguir à luz da Lei n.º 8.429/1992.

I. A situação não configura ato de improbidade administrativa, visto que o oficial não recebeu vantagem econômica indevida para deixar de dar cumprimento à decisão.

II. O oficial poderá ser punido com pena de perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de oito a dez anos e proibição de contratar com o poder público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de dez anos.

III. O empresário beneficiado não pode ser réu em ação de improbidade visto que não se enquadra no conceito de agente público.

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11. (Oficial de Justiça / Tribunal de Justiça do Ceará / CESPE 2008) Em relação à improbidade administrativa, julgue os itens que se seguem.

I. Considere a seguinte situação hipotética.

Antônio ocupou, de 1.º/1/2001 a 31/12/2006, exclusivamente, o cargo comissionado de diretor de empresa pública, responsável direto por todas as licitações. Em janeiro de 2007, o MP ajuizou ação de improbidade administrativa contra Antônio, por ilegalidade cometida em concorrência realizada no dia 20/2/2002. Nessa situação, em face da prescrição, a ação de improbidade não deve ser conhecida pelo juízo a que couber tal matéria.

II. Contra decisão que não receba a petição inicial da ação de improbidade cabe apelação para o autor.

III. A aprovação das contas do agente público por tribunal de contas afasta a possibilidade de incidência em ato ímprobo pelo servidor que o praticou.

IV. O juiz, antes do recebimento da ação de improbidade administrativa, deverá mandar notificar o requerido para que, dentro de quinze dias, apresente manifestação escrita.

12. (Analista Judiciário / TRE-BA 2010 / CESPE) Julgue o próximo item, relativo ao instituto da improbidade administrativa.

I. A aplicação das medidas punitivas previstas na Lei de Improbidade Administrativa pressupõe a ocorrência de dolo como o único elemento subjetivo, pois o ato de improbidade administrativa implica enriquecimento ilícito para o sujeito ativo, prejuízo para o erário ou afronta aos princípios da administração pública, circunstâncias que afastam a configuração de culpa.

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GABARITO

1) I.F II.F III.F IV.F V.C

2) I.F II.F III.C IV.F

3) I.F II.F III.C

4) I.C II.C III.F IV.F

5) I.C II.F III.C IV.C

6) I.C II.F 7) I.F II.F III.F IV.C V.F

8) I.F II.C III.F IV.F V.F

9) I.C II.C III.F IV.C V.F

VI.C VII.F VIII.F

10) I.F II.F III.F

11) I.F II.C III.F IV.C

12) I.F