aula 04 crÉditos adicionais

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CURSOS ON-LINE – AFO – CURSO REGULAR PROFESSOR DEUSVALDO CARVALHO www.pontodosconcursos.com.br 1 AULA 04: CRÉDITOS ADICIONAIS Caros colegas concursandos! Espero que todos estejam conseguindo um bom aproveitamento em nossas aulas e que tenham paz e tranqüilidade para enfrentar essa jornada de estudos. Uma dica! Aproveite a oportunidade de não existir nenhum edital de concurso para estudar com calma e aprender o conteúdo Administração Financeira e Orçamentária. O motivo de não ter edital prestes a sair ou já publicado ajuda bastante, posto que você poderá estudar sem ansiedade e tirar proveito dessa situação. Não se esqueça! Curso regular é para quem quer “andar na frente” dos outros candidatos. Portanto, aproveite para aprender as matérias como se estivesse trabalhando, ocupando o cargo desejado. Os assuntos que estamos abordando são os mais exigidos em concursos para o TCU, CGU, STN, MPOG, Tribunais (TRT, TRE, TRF, MPU) Tribunais de Contas Estaduais etc. Portanto, se você pretende ocupar um cargo nesses órgãos e está estudando, realizando este curso, será um forte candidato à conquista de uma vaga. Lembre-se de que o edital do concurso é apenas um prêmio para quem já está estudando com antecedência. Geralmente o candidato aprovado num grande concurso é aquele que conhece o conteúdo a ponto de discutir detalhes e ainda ensinar. O conteúdo a ser abordado nesta aula é importante, posto que é um dos tópicos de AFO mais exigidos em concursos na área de finanças públicas. Vamos à nossa aula de hoje!

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AULA 04: CRÉDITOS ADICIONAIS

Caros colegas concursandos!

Espero que todos estejam conseguindo um bom aproveitamento em nossas aulas e que tenham paz e tranqüilidade para enfrentar essa jornada de estudos.

Uma dica! Aproveite a oportunidade de não existir nenhum edital de concurso para estudar com calma e aprender o conteúdo Administração Financeira e Orçamentária.

O motivo de não ter edital prestes a sair ou já publicado ajuda bastante, posto que você poderá estudar sem ansiedade e tirar proveito dessa situação.

Não se esqueça! Curso regular é para quem quer “andar na frente” dos outros candidatos. Portanto, aproveite para aprender as matérias como se estivesse trabalhando, ocupando o cargo desejado.

Os assuntos que estamos abordando são os mais exigidos em concursos para o TCU, CGU, STN, MPOG, Tribunais (TRT, TRE, TRF, MPU) Tribunais de Contas Estaduais etc. Portanto, se você pretende ocupar um cargo nesses órgãos e está estudando, realizando este curso, será um forte candidato à conquista de uma vaga.

Lembre-se de que o edital do concurso é apenas um prêmio para quem já está estudando com antecedência.

Geralmente o candidato aprovado num grande concurso é aquele que conhece o conteúdo a ponto de discutir detalhes e ainda ensinar.

O conteúdo a ser abordado nesta aula é importante, posto que é um dos tópicos de AFO mais exigidos em concursos na área de finanças públicas.

Vamos à nossa aula de hoje!

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Boa aula!

1. INTRODUÇÃO:

Durante a execução do orçamento (LOA), ao longo do exercício financeiro podem ocorrer diversos fatores que refletem direta ou indiretamente na arrecadação das receitas ou na execução das despesas públicas.

Entre outras, podemos citar algumas distorções orçamentárias que podem ser constatadas e que podem comprometer a execução orçamentária:

◊ Planejamento mal formulado;

◊ Variação de preço dos bens e serviços;

◊ Fatos imprevisíveis e urgentes, tais como, calamidade pública, comoção interna, guerra, etc.;

◊ Ineficiência na administração tributária (arrecadação de receitas e recuperação de créditos);

◊ Inflação desordenada ou estagnação econômica;

◊ Subestimação ou superestimação das receitas;

◊ Não inclusão de programas de trabalho ou de algumas despesas na LOA.

Para corrigir ou ajustar as distorções orçamentárias existem alguns mecanismos ou procedimentos legais que podem ser colocadas em prática.

Em virtude das distorções orçamentárias, a LOA pode ser alterada durante a execução do orçamento (exercício financeiro). Devemos entender que a Lei Orçamentária não é uma peça “imexível! (plagiando o ex-ministro Magri).

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O orçamento público é um processo contínuo, dinâmico e pode ser alterado, dentro de certos limites ou parâmetros previstos legalmente, objetivando evitar que o orçamento aprovado pelo Congresso Nacional seja completamente desconfigurado.

Assim sendo, para corrigir ou ajustar as distorções orçamentárias a LOA pode ser modificada ou alterada ao longo do exercício financeiro.

As alterações ou modificações do orçamento são possíveis através da abertura de créditos adicionais e das reestimativas das receitas.

Atenção! As alterações ou modificações do orçamento só podem ocorrer mediante autorização do Congresso Nacional. As autorizações podem ser na própria lei orçamentária ou através de lei especial.

Exemplo de autorização na LOA: Quando o Legislativo aprova a lei orçamentária e insere artigo que autoriza o Poder executivo a abrir créditos adicionais suplementares até determinado valor. Essa autorização é denominada de genérica.

Exemplo de autorização em lei especial: Quando, durante o exercício financeiro, o Executivo solicita ao Legislativo, mediante projeto de lei ou Medida Provisória, a abertura de créditos adicionais. Essa é a denominada autorização específica.

Medida Provisória é somente para a abertura de créditos extraordinários. Em caso de despesas urgentes e imprevisíveis, a CF permite que o Chefe do Poder Executivo possa realizar despesas, de imediato, até que o Legislativo aprove a MP.

A autorização na própria LOA para a abertura de créditos adicionais suplementares é para que o Executivo tenha mais agilidade na execução do orçamento.

Exemplo: Suponhamos que exista um programa de trabalho na LOA que prevê a construção de um centro de pesquisa de uma universidade federal no valor de $ 10 milhões. Ao realizar a construção, a obra ficou quase acabada e foi gasto todo o valor fixado ($ 10 milhões). Verificou-

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se que para concluir a obra precisaria de mais $ 500 mil. Diante dessa situação o governo realizou a abertura de um crédito adicional suplementar com esse valor ($ 500 mil). Esse crédito suplementar já estava genericamente autorizado na lei orçamentária.

Assim sendo, em situações como essa, o executivo possui mais agilidade na execução orçamentária. Se assim não fosse, a obra iria ficar parada esperando os trâmites legais para que o Executivo conseguisse autorização do Legislativo, através de lei especial para a suplementação dos $ 500 mil.

Porém, a utilização “desenfreada” da técnica (abertura de créditos adicionais) pode desconfigurar o orçamento e com isso fugir ao controle do Legislativo.

Entendemos que a utilização imoderada dos créditos adicionais pode ocasionar diversos sub-orçamentos dentro da LOA e ao término do exercício financeiro verificar que foi executado um orçamento completamente diferente do aprovado pelo Poder Legislativo.

2. Espécies de créditos adicionais

O que são créditos adicionais?

Atenção! Às vezes é cobrado em concurso apenas o conceito de créditos adicionais, tentando confundir o candidato com as suas espécies.

O art. 40 da Lei 4.320/64 conceitua créditos adicionais da seguinte forma:

“Art.40. São créditos adicionais, as autorizações de despesa não computadas ou insuficientemente dotadas na Lei de Orçamento”.

Portanto, os créditos adicionais são autorizações para a realização de despesa que não foram incluídas na LOA ou que foram incluídas, porém, de forma insuficiente.

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Importante! Não confundir o conceito do gênero (créditos adicionais) com quaisquer uns de suas espécies (suplementares, especiais e extraordinários).

Doutrinariamente podemos considerar que os créditos adicionais são instrumentos de ajustes orçamentários, que visam a correção de falhas da Lei Orçamentária.

Recentemente vivemos esse momento! A operação “tapa buracos” (despesas para manutenção da malha rodoviária) foi utilizada pelo atual Governo Federal como um exemplo de situação imprevisível e urgente.

A imprevisibilidade foi justificada pelo fato de ter iniciado o exercício financeiro de 2006 e a LOA ainda não havia sido aprovada. Neste ano de 2006 a LOA foi publicada somente em 16 de maio.

Esse Parlamento brasileiro! Não merecemos! (rs...).

A urgência foi justificada pelas condições quase intrafegáveis de muitas rodovias federais e estaduais. Como não somos tão bobos assim, sabemos também que essa operação teve cunho eleitoreiro.

Sabe-se que o governo federal já havia transferido, em anos anteriores, muitos recursos a alguns estados para manutenção de rodovias estaduais ou federais. Sabe o que aconteceu? O dinheiro sumiu e ninguém viu!

Quem acompanhou as notícias pode perceber que as rodovias ficaram em péssimo estado de conservação por falta ou inadequado planejamento de manutenção. Assim sendo, o governo realiza despesas à medida que vão surgindo ou que causam repercussão nacional, principalmente através da mídia.

Diante de situações como essa o governo realiza a abertura de créditos adicionais para realizar gastos, muitos deles nem mesmo estavam previstos na LOA.

Continuando o foco de nosso estudo...

Os créditos adicionais são classificados em três tipos:

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√ Suplementares;

√ Especiais;

√ Extraordinários.

Portanto, poderíamos dizer que crédito adicional é o gênero e as espécies são os suplementares, especiais e extraordinários, conforme demonstrado abaixo:

Conceito de crédito: Em linguagem técnica de orçamento o termo “crédito” significa uma autorização para realizar gastos ou despesas públicas e não se confunde com recursos financeiros.

O crédito, quando disponível no Sistema Integrado de Administração Financeira para uma unidade orçamentária qualquer, significa que os procedimentos para a realização das despesas já podem ser iniciados.

No Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal – SIAFI, dentre os diversos documentos existentes, há um documento denominado Nota de Crédito – NC, destinado à transferência de crédito para as Unidades Orçamentárias e um outro denominado de Ordem Bancária – OB, cuja finalidade é transferir recursos entre as unidades integrantes do sistema.

Créditos adicionais

Suplementares Especiais Extraordinários

Gênero

Espécies

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Portanto, quando uma unidade orçamentária recebe uma nota de crédito no SIAFI, a partir daí iniciam-se os procedimentos para realização das despesas, ou seja, se não for o caso de dispensa ou inexigibilidade de licitação, instaura-se o procedimento licitatório.

Concluído o procedimento licitatório, os próximos passos são empenhar e liquidar as despesas. A partir da liquidação, a despesa entra em compasso de espera, aguardando a ordem bancária (recurso financeiro) para que seja realizado o pagamento ao credor.

Após essas poucas considerações acerca dos créditos adicionais passaremos a bordar cada uma de suas espécies.

2.1. Primeira espécie de crédito adicional:

Créditos adicionais suplementares: São os créditos destinados a reforço de dotação orçamentária (art. 41, I, da Lei nº 4.320/64).

Esses créditos possuem relação direta com o orçamento, já que suplementam dotações existentes na lei orçamentária anual.

Nunca é demais lembrar! Conforme visto em aulas anteriores, o Poder Legislativo pode autorizar a abertura de crédito adicional suplementar na própria LOA, até determinado valor.

Exemplo: na LOA para 2006, Lei nº 11.306, de 16 de maio de 2006, os artigos 4º e 5º estabelecem as formas, procedimentos e percentuais para o Chefe do Poder Executivo realizar abertura de créditos adicionais suplementares. Os percentuais variam de acordo com o tipo de gasto.

Essa autorização está prevista na Constituição Federal/88 e constitui exceção ao princípio da exclusividade, onde, “em tese”, a LOA não pode tratar de dispositivos estranhos à previsão de receita e à fixação de despesa (art. 165, § 8º, da CF).

Portanto, a abertura de crédito adicional suplementar somente poderá ser realizada quando a despesa estava fixada na lei orçamentária, porém, a receita não foi suficiente para cobrir o total do gasto.

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Exemplo:

Em um programa de trabalho (construção de uma sala de aula) de uma unidade orçamentária “X” do Poder Executivo foram fixados os seguintes gastos:

Material de construção 10.000,00

Material elétrico 5.000,00

Material hidráulico 4.000,00

Janelas e persianas 3.000,00

Ar-condicionado 10.000,00

Kit audiovisual 30.000,00

Total 62.000,00

Durante o exercício financeiro, ao executar o projeto (obra) verificou-se que o valor de $ 62.000,00 foi insuficiente e havia necessidade de mais $ 3.000,00. Assim sendo, para concluir a obra o gestor solicitou ao Poder Executivo um crédito suplementar de $ 3.000,00.

É importante observar que, caso não existisse a possibilidade do Legislativo autorizar a abertura de crédito suplementar na própria LAO, numa situação semelhante à apresentada, o Poder Executivo teria que pedir autorização ao Legislativo, através de projeto de lei para suplementar os $ 3.000,00 da obra. Veja que seria muita “burocracia”.

Pode-se observar que a técnica de autorização para abertura de crédito suplementar na lei orçamentária torna bem mais ágil e dinâmica a gestão dos recursos públicos.

Como o próprio nome indica, créditos suplementares suplementam (acrescentam) recursos aos programas de trabalho (despesas) previstos na LOA que ficaram quase concluídos.

O que ocorre quando o Executivo esgota o limite dos créditos suplementares previstos na LOA?

Depois de esgotados os créditos suplementares autorizados na LOA, aí sim, toda vez que for necessário suplementar uma obra ou serviço o

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Executivo terá que pedir autorização ao Legislativo através de projeto de lei, posto que é este Poder que tem competência para dispor sobre orçamento, ou seja, autorizar despesas.

O crédito suplementar é autorizado por lei e aberto por decreto do Poder Executivo. A sua abertura depende da existência de recursos disponíveis para ocorrer à despesa e será precedida de exposição fundamentada ou justificada.

Portanto, existem duas formas ou possibilidades do Executivo abrir créditos suplementares:

◊ através de autorização na própria LOA – autorização genérica;

◊ através de lei especial – autorização específica.

Importante!

Cada projeto de lei de crédito adicional deverá restringir-se a uma única espécie de crédito adicional.

Por exemplo:

O Governo Federal não pode enviar um projeto de lei solicitando autorização para abertura de $ 15 milhões de créditos adicionais, sendo $ 10 milhões de créditos suplementares e $ 5 milhões de créditos especiais. Deverá encaminhar um projeto de lei para cada espécie de crédito adicional.

Os créditos adicionais aprovados pelo Congresso Nacional serão considerados automaticamente abertos com a sanção e publicação da respectiva lei (art. 65, § 8º, do Projeto de Lei – LDO 2006).

Portanto, conforme a LDO, os créditos adicionais aprovados pelo Congresso Nacional serão considerados automaticamente abertos com a sanção e publicação da respectiva lei especial.

O art. 73 da LDO/06 repete as normas da LDO/05, estabelecendo que a reabertura dos créditos especiais e extraordinários, conforme disposto no art. 167, § 2o, da Constituição será efetivada, quando necessária,

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mediante decreto do Presidente da República, até trinta dias após a publicação da Lei Orçamentária.

Atenção! Mais um princípio orçamentário inserido no Projeto de Lei da LDO/06. A ESAF e o CESPE gostam de novidades!

Princípio da impessoalidade orçamentária: Esse princípio estabelece que a execução da Lei Orçamentária e de seus créditos adicionais obedecerá ao princípio constitucional da impessoalidade na Administração Pública, não podendo ser utilizada para influir na apreciação de proposições legislativas em tramitação no Congresso Nacional (art. 81).

Ficou constatado em diversas Comissões Parlamentares de Inquérito que era muito comum a liberação de recursos, inclusive através de créditos adicionais, para as emendas parlamentares com o intuito de influir nos anseios do Executivo e, em conseqüência, conseguir aprovação de polêmicos projetos de lei.

Para coibir essa prática está sendo inserido artigo na LDO vedando a execução orçamentária direcionada, ou seja, para beneficiar aliados ou para influir nas proposições legislativas.

Resumindo, atualmente a abertura dos créditos adicionais ocorrerá da seguinte forma:

Créditos adicionais suplementares autorizados na própria LOA.

Serão abertos por decreto do executivo.

Reabertura de créditos especiais ou extraordinários (somente para os abertos nos últimos 4 meses do exercício financeiro e que ainda existem saldos)

Serão reabertos, no ano seguinte, por decreto do executivo em até 30 dias após a publicação da Lei Orçamentária.

Abertura de créditos suplementares (após esgotados os limites da LOA) ou especiais

Serão abertos automaticamente com a sanção e publicação da respectiva lei especial.

Repetindo uma questão da aula 03 que foi cobrada no concurso do TCU/2004:

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Considere a seguinte situação hipotética. Um prefeito municipal encaminhou projeto de lei orçamentária à Câmara Municipal. No projeto, consta dispositivo que autoriza o Poder Executivo a abrir créditos adicionais até o correspondente a 20% da despesa total autorizada. Nessa situação, a solicitação do prefeito municipal tem amparo legal, podendo a Câmara Municipal, entretanto, autorizar outro percentual ou mesmo rejeitar o dispositivo.

Comentários:

Dentre os créditos adicionais (suplementares, especiais e extraordinários), a CF permite que o Poder Legislativo autorize somente a abertura de créditos suplementares (art. 165, § 8º).

Assim sendo, a questão está incorreta.

Importante! O crédito adicional suplementar tem sempre vigência dentro do exercício financeiro, portanto, não pode passar saldo para o ano subseqüente.

Características dos créditos suplementares:

◊ A despesa deverá estar prevista no orçamento, porém, o crédito não foi suficiente;

◊ A abertura do crédito depende de indicação prévia da fonte de recursos para suportar a despesa;

◊ Os previstos na LOA são abertos por Decreto do Executivo, após esgotados, serão automaticamente abertos com a sanção e publicação da lei especial;

◊ Não podem ser reabertos no exercício financeiro seguinte. Sua vigência está adstrita ao ano de sua abertura;

◊ Para os Estados, Distrito Federal e Municípios, os procedimentos para realização são os mesmo da União.

2.2. Segunda espécie de crédito adicional:

�Créditos adicionais especiais: são destinados a atender despesas para as quais não haja dotação ou categoria de programação orçamentária específica na LOA (art. 41, inciso II, da Lei nº 4.320/64).

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Visam a atender despesas novas, não previstas na lei orçamentária anual, mas que surgiram durante a execução do orçamento. Essa situação ocorre em função de erros de planejamento (não inclusão da despesa na LOA) ou de novas despesas surgidas durante a execução orçamentária.

Portanto, o crédito especial cria novo item de despesa e se destina a atender um objetivo não previsto quando da elaboração da proposta orçamentária.

Exemplo: Uma ponte foi destruída na BR 153 em virtude das chuvas torrenciais. Para a construção de uma nova ponte o governo deverá abrir crédito especial, haja vista que esta despesa não estava prevista na LOA.

A abertura de crédito especial não pode ser autorizada na LOA, mas sim, em lei especial. O crédito especial é autorizado por lei e aberto automaticamente com a sanção e publicação da lei especial.

Em princípio, os créditos especiais terão vigência dentro do exercício financeiro em que foram abertos, salvo se o ato de autorização for promulgado nos últimos quatro meses daquele exercício, caso em que, reabertos nos limites de seus saldos, serão incorporados ao orçamento do exercício financeiro subseqüente (art. 167, § 3º, da CF).

Importante! Se a lei de autorização do crédito especial for promulgada nos últimos quatro meses do exercício financeiro e ainda existir saldo não utilizado, em 31 de dezembro, este valor será reaberto no exercício subseqüente e incorporado ao orçamento.

Atenção! Essa reabertura gera um saldo financeiro e, em conseqüência, aumenta o superávit ou diminui o déficit financeiro. Portanto, essa receita incorporada ao orçamento subseqüente é extra-orçamentária.

Exemplo 1: Suponha-se que o governo solicitou abertura de um crédito especial de $ 2 milhões para a construção de um centro de controle de zoonozes não previsto na LOA. A lei de autorização foi sancionada e publicada em 20 de setembro de 2005. Os procedimentos de gastos foram realizados e em 31 de dezembro deste mesmo ano ainda não havia sido totalmente construída a obra e restava um saldo de $ 500 mil.

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Supondo que houve superávit financeiro no exercício de 2005, esse saldo de $ 500 mil fez aumentar as disponibilidades financeiras em 31/12. Assim sendo, em 2006, até 30 dias após a publicação da LOA, o governo irá reabrir o saldo remanescente (não utilizado em 2005) de $ 500 mil. O valor supracitado é uma receita extra-orçamentária, haja vista que no exercício anterior “entrou” como receita orçamentária.

Exemplo 2: Em 30 de novembro de 2004 foi promulgada uma lei especial autorizando a Presidência da República a abrir um crédito especial no valor de $ 250.000.000. Em 31 de dezembro de 2004 ainda restava um saldo de $ 50.000.000

No ano de 2004, em 30/12 foi apurado um superávit financeiro de $ 850.000.000 sem o cômputo dos $ 50.000.000. Em 31/12, em função do saldo do crédito especial não utilizado, o superávit financeiro apurado foi de $ 900.000.000.

O valor de $ 50.000.000 poderá ser reaberto em até 30 dias após a publicação da LOA, ou seja, em 2005.

Atenção! A reabertura dos créditos especiais não é obrigatória, exceto quando a obra pela qual surgiu a despesa não foi concluída.

Caso não tenha sido concluída a obra, a reabertura do crédito especial é obrigatória e a despesa deverá ser empregada no mesmo projeto de gasto.

O crédito especial aberto no exercício financeiro altera a despesa prevista na LOA porque é uma dotação que não estava prevista no orçamento.

Características dos créditos especiais:

◊ A despesa não está prevista no orçamento;

◊ A abertura do crédito depende da indicação prévia da fonte de recursos para a realização da despesa;

◊ São abertos automaticamente com a sanção e publicação da lei de autorização;

◊ Os saldos remanescentes dos créditos abertos nos últimos 4 meses do exercício financeiro deverão ser reabertos por Decreto do Executivo, caso a obra não tenha sido concluída, em até 30 dias após a publicação da lei orçamentária;

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◊ Os saldos remanescentes dos créditos abertos nos últimos 4 meses do exercício financeiro poderão ser reabertos por Decreto do Executivo, caso a obra tenha sido concluída, em até 30 dias após a publicação da lei orçamentária.

2.3. Terceira espécie de crédito adicional:

�Créditos adicionais extraordinários: desatinam-se a atender somente despesas imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes de guerra, comoção interna ou calamidade pública (art. 167, § 3º da CF e art. 41, inciso III, da Lei nº 4.320/64).

Atenção! O termo “como as decorrentes de guerra, comoção interna ou calamidade pública” significa que esses fatos imprevisíveis são apenas exemplificativos, ou seja, admite-se outros fatos não previstos na CF.

Importante! Os créditos extraordinários, como o próprio nome indica, pela urgência que os motiva não necessitam de autorização legislativa prévia para a sua abertura.

Os créditos extraordinários são abertos por medida provisória e submetidos imediatamente ao Poder Legislativo (art. 167, § 3º, c/c art. 62 da CF).

Esse procedimento é inverso aos realizados para a abertura dos créditos suplementares e especiais. Isto é, no caso de despesas imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes de guerra, comoção interna ou calamidade pública, o Presidente da República realiza a abertura de créditos extraordinários por Medida Provisória e enquanto ainda não apreciada pelo CN, o governo inicia a realização dos gastos necessários.

No caso dos créditos suplementares e especiais, primeiro existe a autorização do Congresso Nacional, em seguida, o governo realiza a abertura dos respectivos créditos.

Em princípio, os créditos extraordinários terão vigência dentro do exercício financeiro em que foram abertos, salvo se o ato de autorização for promulgado nos últimos quatro meses daquele exercício, caso em

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que, reabertos nos limites de seus saldos, serão incorporados ao orçamento do exercício financeiro subseqüente (art. 167, § 2º, da CF).

Portanto:

Créditos suplementares: terão vigência sempre dentro do exercício financeiro;

Créditos especiais e extraordinários: em princípio, terão vigência dentro do exercício financeiro, caso o ato de autorização seja publicado nos últimos 4 meses do exercício financeiro, poderão ser reabertos pelos seus saldos no exercício subseqüente.

Características dos créditos extraordinários:

◊ Imprevisibilidade do fato, que requer ação urgente do poder público;

◊ A despesa não está prevista no orçamento;

◊ A abertura do crédito independe da indicação prévia da fonte de recursos para correr a despesa;

◊ Abertos por Medida Provisória na União e nos Estados onde existe previsão de edição de MP em suas constituições. Nos Municípios e nos Estados onde não existe previsão de edição de MP, a abertura será por Decreto do Poder Executivo;

◊ Se o ato de autorização for publicado nos últimos 4 meses do exercício financeiro, os saldos remanescentes em 31 de dezembro podem ser reabertos (transferidos) para o exercício seguinte.

Importante! Não há necessidade de que o Governo indique a fonte de recursos para a abertura dos créditos extraordinários. Essa é uma faculdade do chefe do Poder Executivo, mas não há vedação para que ele indique, ou seja, se quiser indicar, pode.

Tenho observado que o Governo Federal indica a fonte de recursos.

Caso o governo não indique a fonte de recursos para a abertura dos créditos extraordinários, quando for abrir créditos suplementares ou especiais indicando como fonte de recursos o excesso de arrecadação, terá que deduzir importância dos créditos extraordinários abertos no exercício (art. 43, § 4°, da Lei nº 4.320/64).

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Exemplo:

Suponha-se que em setembro e outubro de 2005 a Prefeitura Municipal de Guarapari realizou abertura de créditos extraordinários totalizando $10.000,00 e não indicou a fonte de recursos. Em dezembro do mesmo ano resolveu abrir um crédito especial no valor de $ 40.000,00 e indicou como fonte de recursos o excesso de arrecadação apurado no valor de $ 60.000,00.

Na situação apresentada, qual o valor que essa prefeitura poderá utilizar para abrir crédito suplementar ou especial?

Cálculo:

Excesso de arrecadação apurado 60.000,00

(-) Valor utilizado na abertura de créditos extraordinários (10.000,00)

= Saldo do excesso de arrecadação 50.000,00

(-) Crédito especial aberto em dezembro (40.000,00)

= Saldo disponível para abertura de crédito suplementar ou especial

10.000,00

Caiu no concurso do TCU/2004!

Considere a seguinte situação hipotética. Para atender despesas urgentes, que decorreram de situação de calamidade pública, um prefeito municipal editou decreto abrindo crédito extraordinário, sem, no entanto, indicar os recursos compensatórios. Nessa situação, a solução adotada tem amparo legal, havendo a obrigatoriedade, entretanto, de que o valor do crédito extraordinário seja compensado quando da utilização de recursos provenientes de excesso de arrecadação para a abertura de créditos adicionais.

Comentários:

1. O instrumento normativo para a abertura de créditos extraordinários que tem sido utilizado pelas prefeituras é o Decreto.

Importante! Apesar de não constar de forma explicita na Constituição Federal, há entendimento doutrinário de que Estados e Municípios podem editar medidas provisórias. Existem constituições estaduais com essa previsão, a exemplo das dos Estados do Tocantins, Santa Catarina,

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Piauí etc. Entretanto, no caso dos municípios, há que existir a previsão na constituição estadual e na lei orgânica municipal (in Direito Constitucional, 16ª edição, p. 580).

Porém, Para fins de concurso tem sido considerada correta a afirmação de que prefeitos e governadores abrem créditos extraordinários por meio de decreto.

2. Conforme demonstrado no quadro acima, o Prefeito deverá compensar o valor dos créditos extraordinários abertos, caso tenha realizado.

3. Acho que essa parte final é do conhecimento de poucos. Um alerta! Nunca se descuide de dar uma lida nos artigos da Lei nº 4.320/64, principalmente dos tópicos mais solicitados em concurso (princípios gerais, orçamento, receita, despesa, balanços públicos, etc).

Portanto, existe a obrigatoriedade de que o valor do crédito extraordinário seja compensado quando da utilização de recursos provenientes de excesso de arrecadação para a abertura de créditos adicionais. Não se esqueça! Essa compensação só existe quando a fonte de recursos indicada for o excesso de arrecadação.

Pelo exposto, a opção está corretíssima!

Nunca é demais repetir!

Se a lei de autorização do crédito extraordinário for promulgada nos últimos quatro meses do exercício financeiro, esses créditos poderão ser reabertos no exercício subseqüente, pelos saldos remanescentes.

Atenção! A reabertura dos créditos extraordinários será efetivada, quando necessária, mediante decreto do Presidente da República, até trinta dias após a publicação da lei orçamentária.

É muita informação? Está cansado(a)? A nota de aula está chata? Vai ter que agüentar se quiser ganhar bem! Ainda estamos no meio da nota de aula!

Olha os mais de R$ 10.000,00 iniciais! Por favor, vá tomar um copo de água ou um cafezinho porque o próximo tópico terá que aprender na “marra”! (rs).

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3. Fontes de recursos para a abertura de créditos adicionais

Importantíssimo! Quais são as fontes de recursos possíveis para a abertura de créditos adicionais?

A abertura dos créditos suplementares e especiais depende da existência de recursos disponíveis para ocorrer a despesa e será precedida de exposição justificativa (art. 43, da Lei nº 4.320/64).

A Constituição Federal veda a abertura de crédito suplementar ou especial sem prévia autorização legislativa e sem indicação dos recursos correspondentes (art. 167, V).

Portanto, a abertura dos créditos suplementares e especiais deverá ser justificada e indicar as fontes de recursos, conforme estabelecidos na Constituição Federal, na Lei nº 4.320/64, LOA e na LRF.

Fontes de recursos:

� Superávit financeiro apurado em balanço patrimonial do exercício anterior, encerrado em 31/12 (art. 43, § 1º, inciso I, da Lei nº 4.320/64).

� Os provenientes de excesso de arrecadação (art. 43, § 1º, inciso II, da Lei nº 4.320/64).

� Os resultantes de anulação parcial ou total de dotações orçamentárias ou de créditos adicionais, autorizados em Lei (art. 43, § 1º, inciso III, da Lei nº 4.320/64);

� O produto de operações de credito autorizadas, em forma que juridicamente possibilite ao poder executivo realizá-las (art. 43, § 1º, inciso IV, da Lei nº 4.320/64).

� Os resultantes da reserva para contingências, estabelecido na LOA (art. 5º, inciso III, alínea b, da LRF).

� Os recursos que, em decorrência de veto, emenda ou rejeição do projeto de lei orçamentária anual, ficarem sem despesas correspondentes, desde que haja prévia e específica autorização legislativa (art. 166, § 8º, da CF).

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Demonstraremos os conceitos e como deverão ser indicadas as fontes de recursos para a abertura de créditos adicionais.

3.1. Superávit financeiro:

O que é superávit financeiro?

O superávit financeiro a diferença positiva entre o ativo financeiro e o passivo financeiro, conjugando-se, ainda, os saldos dos créditos adicionais transferidos e as operações de credito a eles vinculadas.

Exemplo:

BALANÇO PATRIMONIAL EM 31/12/2006 – ÓRGÃO X

ATIVO PASSIVO

Ativo financeiro Passivo financeiro

Caixa 3.000 Restos a pagar 5.000

Bancos 10.000 Depósitos 2.000

Aplicações financeiras 7.000 Impostos a recolher 3.000

Ativo Permanente Passivo permanente

Imóveis 10.000 Dívida fundada 15.000

Saldo patrimonial 5.000

Total do ativo 30.000 Total do passivo 30.000

Cálculo do superávit financeiro:

Total do Ativo financeiro 20.000

(-) Total do passivo financeiro (10.000)

= Superávit financeiro em 31/12/2006 10.000

Comentários:

1. O superávit ou déficit financeiro é apurado no Balanço Patrimonial.

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Cuidado nº 1! As bancas de concursos tentam “pegar” os candidatos desavisados ou “afoitos”, informando que esse superávit ou o déficit é apurado no balanço financeiro.

2. Esse superávit é considerado uma fonte de recursos para a abertura créditos suplementares e especiais.

Cuidado nº 2! O superávit considerado como fonte de recursos é o apurado no balanço patrimonial de encerramento do exercício anterior, em 31/12.

3. superávit financeiro evidencia a liquidez financeira ou a sobra de caixa apurada no exercício anterior, geralmente essa sobra é proveniente das despesas não pagas e que foram inscritas em restos a pagar ou dos créditos especiais ou extraordinários abertos nos últimos 4 meses do exercício financeiro que não foram totalmente utilizados.

3.2. Excesso de arrecadação:

O que é excesso de arrecadação?

Excesso de arrecadação é o saldo positivo das diferenças acumuladas mês a mês entre a arrecadação prevista e a realizada, considerando-se, ainda, a tendência do exercício.

Exemplo:

ORÇAMENTO PARA 2006 – ÓRGÃO X

RECEITA PREVISTA DESPESA FIXADA

Receitas Correntes Despesas correntes

Tributária 3.000 Pessoal e Encargos Sociais 5.000

De serviços 10.000 Serviços de terceiros 2.000

Patrimonial 7.000 Material de consumo 3.000

Receitas de capital Despesas de Capital

Operações de crédito 10.000 Investimentos 15.000

Inversões financeiras 5.000

Total das receitas 30.000 Total das despesas 30.000

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Vamos supor que no exercício financeiro, de janeiro a junho de 2006, houve apenas abertura de um crédito extraordinário de $ 2.000.

Excesso de arrecadação até junho de 2005:

Mês Receita prevista para 2006

Receita arrecadada em 2006

Receita arrecadada em 2005

Janeiro 2.500 3.000 2.000

Fevereiro 2.500 3.000 3.000

Março 2.500 3.000 2.500

Abril 2.500 4.000 3.000

Maio 2.500 4.000 2.500

Junho 2.500 3.000 20.000 2.000 15.000

Julho 2.500 1.000

Agosto 2.500 1.000

Setembro 2.500 2.000

Outubro 2.500 3.000

Novembro 2.500 2.000

Dezembro 2.500 3.000 12.000

Total 30.000 27.000

Cálculo do excesso de arrecadação:

Taxa de incremento:

1º período de 2006/1º período de 2005 =

20.000/15.000 = 1,3333, ou seja, 33,33%

Considerando que não houve inflação no período.

12.000 X 33,33% = 4.000, donde 12.000 + 4.000 = 16.000.

Demonstrativo do excesso de arrecadação:

Situação em 2006:

Receitas arrecadadas de 01/01 a 30/06 20.000

(+) Previsão de arrecadação de 01/06 a 31/12 16.000

(-) Crédito extraordinário aberto (2.000)

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(-) Receitas previstas para o ano (30.000)

= Excesso de arrecadação projetado 4.000

Comentários:

1. Com base nos cálculos apresentados o Executivo poderia fundamentar o pedido de abertura de crédito adicional suplementar ou especial, justificando e indicando como fonte de recursos o excesso de arrecadação ocorrido no primeiro semestre e mais a tendência para o segundo semestre, conforme demonstrado acima.

2. Deve ser descontado do cálculo os créditos extraordinários abertos no período.

3. Na situação apresentada o governo ainda teria $ 4.000 de saldo para justificar a abertura de crédito adicional, indicando como fonte de recursos o excesso de arrecadação.

4. A abertura de crédito adicional com base no excesso de arrecadação altera o orçamento porque há aumento de receitas.

3.3. Recursos resultantes de anulação parcial ou total de dotações orçamentárias:

O que significa anulação parcial ou total de dotações orçamentárias?

São fatos meramente permutativos, onde se anulam total ou parcialmente determinadas dotações orçamentárias e remaneja os recursos para outra categoria de programação, desde que tais remanejamentos sejam permitidos na LDO ou que haja autorização legislativa.

A CF veda a transposição, o remanejamento ou a transferência de recursos de uma categoria de programação para outra ou de um órgão para outro, sem prévia autorização legislativa. Portanto, só se realiza remanejamento de recursos quando autorizado pelo Legislativo.

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Exemplo:

ORÇAMENTO PARA 2006 – ÓRGÃO X

RECEITA PREVISTA DESPESA FIXADA

Receitas Correntes Despesas correntes

Tributária 3.000 Pessoal e Encargos Sociais 5.000

De serviços 10.000 Serviços de terceiros 2.000

Patrimonial 7.000 Material de consumo 3.000

Receitas de capital Despesas de Capital

Operações de crédito 10.000 Investimentos 15.000

Inversões financeiras 5.000

Total das receitas 30.000 Total das despesas 30.000

Anulação parcial ou total de dotações orçamentárias:

Dotação inicial da despesa Necessidade real de gasto

Dotação atualizada

Pessoal e Enc. Sociais 5.000 +1.000 6.000

Serviços de terceiros 2.000 -1.000 1.000

Material de consumo 3.000 -1.000 2.000

Investimentos 15.000 +6.000 21.000

Inversões financeiras 5.000 -5.000 0,00

Total 30.000 0,00 30.000

Comentários:

1. Pode-se verificar que a abertura de créditos adicionais através de anulações parciais ou totais de despesas não há alteração na Lei Orçamentária.

2. Como demonstrado acima, pode-se verificar que houve um crédito adicional para realizar mais despesas com investimentos, no total de $ 6.000, ou seja, a dotação inicial para investimentos que era de $ 15.000, depois do remanejamento a dotação atualizada passou para $ 21.000.

3. Para o remanejamento de recursos foi realizada anulação total de inversões financeiras ($ 5.000) e parcial de e material de consumo ($ 1.000) para adicionar aos investimentos. Pode-se verificar que esse fato não altera a LOA, o total de recursos permanece o mesmo.

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4. Consideramos também a anulação de $ 1.000 de despesa com serviços de terceiros e aberto um crédito adicional suplementar de $ 1.000 para Pessoal e Encargos Sociais.

5. Observa-se que todos os créditos adicionais abertos, conforme demonstrado, são suplementares, tendo em vista que as dotações orçamentárias constavam na LOA.

6. O valor total do orçamento permaneceu em $ 30.000.

3.4. Operações de crédito autorizadas:

O que são operações de crédito?

O conceito de operação de crédito é bastante amplo e está inserido na LRF da seguinte forma:

“operação de crédito: compromisso financeiro assumido em razão de mútuo, abertura de crédito, emissão e aceite de título, aquisição financiada de bens, recebimento antecipado de valores provenientes da venda a termo de bens e serviços, arrendamento mercantil e outras operações assemelhadas, inclusive com o uso de derivativos financeiros” (art. 29, III).

Geralmente são receitas obtidas através de empréstimos internos ou externos com prazo para resgate superior a doze meses (longo prazo). Esses empréstimos compõem a dívida fundada ou consolidada do ente.

A Lei nº 4.320/64 estabelece ainda que são operações de crédito com possibilidade jurídica de serem realizadas (art. 43, IV).

Exemplo:

ORÇAMENTO PARA 2006 – ÓRGÃO X

RECEITA PREVISTA DESPESA FIXADA

Receitas Correntes Despesas correntes

Tributária 3.000 Pessoal e Enc. Sociais 5.000

De serviços 10.000 Serviços de terceiros 2.000

Patrimonial 7.000 Material de consumo 3.000

Receitas de capital Despesas de Capital

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Operações de crédito 10.000 Investimentos 15.000

Inversões financeiras 5.000

Total das receitas 30.000 Total das despesas 30.000

Vamos supor que na aprovação da LOA foi autorizado o Executivo a realizar empréstimo (operações de crédito) de $ 10.000 para fins de suplementar as despesas com pessoal.

Vamos considerar ainda que durante a execução do orçamento o Executivo foi autorizado pelo CN a realizar mais $ 5.000 de operações de crédito e que essa foi a única alteração realizada no orçamento durante o exercício financeiro.

BALANÇO ORÇAMENTÁRIO – 31/12/2006 – ÓRGÃO X

RECEITA PREVISTA DESPESA FIXADA

Receitas Correntes Despesas correntes

Tributária 3.000 Pessoal e Encargos Sociais (2)

10.000

De serviços 10.000 Serviços de terceiros 2.000

Patrimonial 7.000 Material de consumo 3.000

Receitas de capital Despesas de Capital

Operações de crédito (1)

15.000 Investimentos 15.000

Inversões financeiras 5.000

Total das receitas 35.000 Total das despesas 35.000

Comentários:

(1). Observando o lado das receitas verifica-se que as receitas de capital aumentaram em mais $5.000 em função do empréstimo realizado.

(2). Do lado das despesas, a dotação para Pessoal e Encargos Sociais aumentou para $ 10.000, ou seja, mais $ 5.000, em função do crédito adicional suplementar com a fonte de recursos – operações de créditos autorizdas.

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3. Verifica-se que as receitas previstas e as despesas fixadas totalizavam $ 30.000. Entretanto, no balanço orçamentário em 31/12/06, a receita e despesa atualizada foi alterado para $ 35.000. Assim sendo, podemos comprovar que a abertura de crédito adicional suplementar, através da fonte de recurso operações de crédito, altera o orçamento.

3.5. Recursos resultantes da reserva para contingências:

A abertura de créditos adicionais utilizando como fonte de recursos a reserva para contingências tem procedimento igual ao da anulação parcial ou total de dotações orçamentárias. Portanto, os procedimentos são os mesmos, fatos meramente permutativos que não alteram o orçamento, haja vista que a reserva para contingências deve constar na LOA como uma dotação global.

O que é a reserva para contingências?

A reserva para contingência é uma dotação orçamentária não especificada e não destinada a órgão, fundo ou despesa. Deverá estar prevista na LOA e sua forma de utilização e montante serão definidos com base na receita corrente líquida.

Atenção! A forma de utilização e montante deverá ser estabelecida na LDO e será destinada ao atendimento de passivos contingentes e outros riscos e eventos fiscais imprevistos.

Os riscos fiscais são classificados em dois grupos:

◊ Riscos orçamentários;

◊ E os riscos da dívida.

Portanto, os riscos fiscais são divididos em riscos orçamentários e da dívida.

Os riscos orçamentários referem-se à possibilidade de as receitas previstas não se realizarem ou a necessidade de execução de despesas inicialmente não fixadas ou orçadas a menor durante a execução do Orçamento.

Resumindo:

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Possibilidade de algumas receitas previstas na LOA não se realizarem;

Riscos orçamentários Necessidade de execução de despesas não fixadas na LOA ou orçadas a menor.

Exemplo de riscos orçamentários:

◊ Arrecadação de tributos menor do que o previsto na lei orçamentária – frustração na arrecadação, devido a fatos ocorridos posterior à elaboração da LOA ou restituição de determinado tributo não previsto.

◊ Restituição de tributos maior que o prevista nas deduções da receita orçamentária.

◊ Ocorrência de epidemias, enchentes, abalos sísmicos e outras situações de calamidade pública que demandem do estado ações emergenciais.

Os riscos da dívida referem-se a possíveis ocorrências, externas à administração, caso sejam efetivadas resultarão em aumento do serviço da dívida pública no ano de referência.

Ocorrem, geralmente, a partir de dois tipos de eventos.

O primeiro deles está relacionado com a gestão da dívida, ou seja, decorrem de fatos como a variação das taxas de juros e de câmbio em títulos vincendos.

O segundo tipo são os passivos contingentes que representam dívidas cuja existência depende de fatores imprevisíveis, tais como resultados dos julgamentos de processos judiciais.

Resumindo:

◊ Variação relevante das taxas de juros e de câmbio em títulos vincendos. Cuidado! Não são títulos vencidos.

Riscos da dívida ◊ Passivos contingentes que representam dívidas cuja existência depende de fatores imprevisíveis, a exemplo dos resultados de julgamentos de processos judiciais.

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Atenção! Importante! Os precatórios judiciais não se enquadram no conceito de risco fiscal porque se trata de passivos alocados no orçamento. Os precatórios judiciais são previsíveis e deverão constar na LOA.

3.6. Recursos que, em decorrência de veto, emenda ou rejeição do projeto de lei orçamentária anual, ficarem sem despesas correspondentes, desde que haja prévia e específica autorização legislativa:

A situação acima está prevista no § 8º do artigo 166 da constituição Federal.

Vejamos um exemplo:

Suponha a seguinte situação hipotética:

O Projeto de Lei da LOA foi encaminhado ao CN da seguinte forma:

Receitas previstas 100

Tributária 50

De contribuições 30

Operações de crédito 20

Despesa fixada 100

Pessoal e encargos sociais 50

Obras públicas 20

Inversões financeiras 20

Pagamento de dívidas 10

Vamos supor que o projeto de lei foi alterado, sendo rejeitado o pagamento de dívidas de $ 10 e aprovado assim:

Assim, a LOA foi aprovada e encaminhada para o Presidente da República seguinte forma:

Receitas previstas 100

Tributária 50

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De contribuições 30

Operações de crédito 20

Despesa fixada 90

Pessoal e encargos sociais 50

Obras públicas 20

Inversões financeiras 20

Nessa situação, a receita ficou maior, ou seja, existe uma sobra de recursos de $ 10. Conforme o art. 166, § 8º da CF, esse valor poderá ser utilizado como fonte de recursos para a abertura de créditos especiais ou suplementares, com prévia e específica aprovação legislativa.

Se o governo resolver utilizar essa fonte de recursos para utilização em obras públicas e supondo que não houve nenhuma outra alteração na LOA, no momento da abertura, o orçamento ficaria assim:

Receitas previstas 100

Tributária 50

De contribuições 30

Operações de crédito 20

Despesa fixada (dotação atualizada) 100

Pessoal e encargos sociais 50

Obras públicas 30

Inversões financeiras 20

Observem que a dotação para obras públicas era de $ 20, com a abertura do crédito adicional suplementar dos $ 10 que ficaram sem despesas, essa dotação passou para $ 30.

Atenção! O termo “com prévia e específica aprovação legislativa” significa que o Executivo deverá obter do legislativo específica autorização para utilizar essa sobra de recursos, ou seja, na autorização deverá ser especificado onde o governo deverá realizar o gasto.

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Essa fonte de recursos altera o orçamento?

O assunto é polêmico! Entretanto entendo que não há alteração da LOA, mas apenas recomposição da situação anterior (projeto de lei).

Pode-se verificar que com a alteração da LOA no CN, o orçamento ficou desequilibrado. Também, o governo não está obrigado a utilizar essa fonte de recurso.

Entendo que para fins de concurso dificilmente será cobrado um questionamento não pacífico na doutrina.

Faça seu julgamento!

Recordando!

A abertura de crédito adicional através das fontes de recursos abaixo enumeradas não altera o orçamento, haja vista que são fatos permutativos, ou seja, retira recurso de uma fonte e acrescenta em outra.

Fontes de recursos que não alteram o orçamento:

� Anulação parcial ou total de dotações orçamentárias;

� Os resultantes da reserva para contingências;

� Recursos que em decorrência de veto, emenda ou rejeição do projeto de lei orçamentária anual ficarem sem despesas correspondentes.

4. Classificação da despesa na abertura de crédito adicional:

O ato normativo que abrir crédito adicional indicará a importância, a espécie do mesmo e a classificação da despesa, até onde for possível.

O art. 6º da Portaria STN nº 163/01 determina que na lei orçamentária, a discriminação da despesa, quanto à sua natureza, far-se-á, no mínimo, por categoria econômica, grupo de natureza de despesa e modalidade de aplicação.

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O quadro seguinte sintetiza as principais características das três espécies de crédito adicional:

Características dos créditos adicionais:

Espécie decrédito

Suplementar

Especial

Extraordinário

Finalidade

Reforço de dotaçãoorçamentária existentena LOA.

Atender à categoriade programação nãocontemplada naLOA.

Atender a despesasimprevisíveis eurgentes.

Autorização

Prévia, podendo serincluída na própria LOAou em lei especial.

Prévia, em leiespecial.

Sem necessidadeprévia.

Forma deAbertura

Decreto do PE, para asautorizações na LOA,até o limiteestabelecido em lei.

Automaticamente após a sanção epublicação daautorização Legislativa, até olimite estabelecidoem lei.

Por meio de MedidaProvisória (União)ou Decreto (Estadose Municípios).

Recursos

Indicação obrigatória

Indicação obrigatória

Independe deindicação, ou seja, éfacultativa.

Valor/Limite

Obrigatório, indicadona lei de autorização eno decreto de abertura.

Obrigatório, indicado na lei deautorização.

Obrigatório, indicado na medidaprovisória (União)ou no Decreto(Estados eMunicípios).

Vigência

Sempre no exercíciofinanceiro em que foiaberto.

Em princípio, noexercício financeiroem que foi aberto.

Em princípio, noexercício financeiroem que foi aberto.

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Prorrogação

Não permitida.

Quando autorizadonos últimos 4 mesesdo exercíciofinanceiro.

Quando autorizadonos últimos 4 mesesdo exercíciofinanceiro.

PE = Poder Executivo. LOA = Lei Orçamentária Anual.

Síntese pertinente aos créditos adicionais:

CLASSIFICAÇÃO:

Créditos adicionais

suplementares

especiais

extraordinários

Créditos suplementares Reforço de dotação

Créditos especiais e extraordinários Dotações novas

Fonte de recursos

Superávit financeiro

Excesso de arrecadação

Reserva de contingência

Anulação parcial ou total de despesa

Fontes de recursos que alteram o orçamento

Fontes de recursos que não alteram o orçamento

finalidade

finalidade

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5. Exercícios e questões de concursos públicos:

1. (CESPE – MJ/Perito Criminal Federal/2004) Os créditos adicionais distinguem-se dos orçamentários propriamente ditos por alterarem a lei orçamentária anual. Tanto os créditos suplementares e especiais como os extraordinários requerem a existência de recursos e a indicação de sua fonte. Nesse último caso — dos créditos extraordinários —, embora o presidente da República possa abri-los sem autorização prévia do Congresso Nacional, sua utilização está condicionada à existência prévia de recursos especificamente identificados.

2. (CESPE – 2004 – Contador – TERRACAP - adaptada) No exercício de 2003, uma entidade da administração pública recebeu dotação orçamentária para a execução de um programa de combate a uma doença que ataca a agricultura cafeeira. A dotação previa dispêndio com despesas correntes para diversas ações e de capital para a aquisição de um prédio. Com referência à situação hipotética acima descrita, julgue os itens a seguir.

No caso de se verificar, durante a execução do orçamento, que a dotação foi insuficiente para o combate à doença, deverá ser feito, para aumentar a dotação inicial, um crédito adicional classificado como crédito especial.

3. Em relação aos créditos adicionais é correto afirmar:

(A) A abertura de crédito especial independente da existência de recursos disponíveis para ocorrer a despesa, porém será precedida de exposição justificada.

(B) Os créditos extraordinários são destinados a despesas para as quais não haja dotação orçamentária específica, sendo aberto por lei específica.

Operações de crédito

Recursos que ficaram sem despesas

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(C) São classificados como suplementares quando destinados a reforço de dotação orçamentária e especiais quando destinados a atender despesas urgentes e imprevistas, em caso de guerra e calamidade pública.

(D) Os créditos extraordinários serão autorizados por lei e abertos por decreto, destinando-se às despesas urgentes e imprevistas em caso de guerra e comoção intestina.

(E) Somente os créditos suplementares e especiais dependem da existência de recursos disponíveis para a ocorrência de despesa pública.

4. (FCC – TRT 2ª Região – Analista Judiciário – Contabilidade – 2006) Créditos adicionais são autorizações de despesas não-computadas ou insuficientemente dotadas na Lei Orçamentária Anual. Créditos adicionais especiais, extraordinários e suplementares, respectivamente, são autorizações para:

(A) Despesas não consideradas na Lei Orçamentárias; atender a despesas imprevisíveis e urgentes; reforço de dotações orçamentárias que se acrescem aos valores das dotações orçamentárias que se acrescem aos valores das dotações constantes da Lei Orçamentária.

(B) Atender a despesas imprevisíveis e urgentes; reforço de dotações orçamentárias que se acrescem aos valores das dotações constantes da Lei Orçamentária; cobertura de despesas eventuais não consideradas na Lei Orçamentária.

(C) Cobertura de despesas eventuais não consideradas na Lei Orçamentária; reforço de dotações orçamentária que se acrescem aos valores das dotações constantes da Lei Orçamentária; atender a despesas imprevisíveis e urgentes.

(D) Reforço de dotações orçamentárias que se acrescem aos valores das dotações constantes da Lei Orçamentária; atender a despesas imprevisíveis e urgentes; despesas eventuais não consideradas na Lei Orçamentária.

(E) Reforço de dotações orçamentárias que se acrescem aos valores das dotações constantes da Lei Orçamentária; cobertura de despesas eventuais não consideradas na Lei Orçamentária; atender a despesas imprevisíveis e urgentes.

5. (FCC – TRT 2ª Região – Analista Judiciário – Contabilidade – 2006) Não são considerados recursos para cobertura e créditos adicionais os provenientes de:

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(A) Operação de crédito realizada para atender insuficiência de caixa, possuindo natureza extra-orçamentária.

(B) Anulação parcial ou total de dotações orçamentárias ou de créditos autorizados em lei.

(C) Superávit financeiro do exercício anterior apurado em balanço patrimonial.

(D) Excesso de arrecadação.

(E) Empréstimos e financiamentos de natureza orçamentária.

6. (FCC – TRT 11ª Região – Analista Judiciário – Contabilidade 2005) Não é recurso hábil para abertura de créditos adicionais:

(A) A anulação de crédito extraordinário.

(B) Os provenientes do excesso de arrecadação.

(C) Os resultantes de anulação parcial ou total de dotações orçamentárias.

(D) O produto de operações de crédito autorizadas em lei.

(E) O superávit financeiro apurado em balanço patrimonial do exercício anterior.

7. (ESAF ACE – TCU/2006) De acordo com os tipos de créditos orçamentários, assinale a única opção falsa.

a) O crédito suplementar é destinado ao reforço de dotação já existente no orçamento em vigor.

b) O crédito especial destina-se à despesa para o qual não haja previsão orçamentária específica.

c) O crédito extraordinário é autorizado por lei e aberto por decreto do Poder Executivo.

d) Os créditos adicionais são autorizações de despesa não computadas ou insuficientemente dotadas na lei de orçamento.

e) A abertura dos créditos suplementares e especiais depende da existência de recursos disponíveis para acorrer à despesa e será precedida de exposição justificada.

8. (CESPE – 2004 – Contador - Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará adaptada) Os créditos suplementares configuram uma

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das modalidades de créditos adicionais, mecanismos de retificação do orçamento durante sua execução.

9. A reserva para contingência é uma dotação orçamentária não especificada e não destinada a órgão, fundo ou despesa. Deverá estar prevista na LOA e sua forma de utilização e montante serão definidos com base na receita corrente líquida. È uma das fontes de recursos utilizadas para a abertura de créditos adicionais.

10. Os créditos especiais são abertos automaticamente com a sanção e publicação da lei de autorização.

11. O superávit financeiro é uma das fontes de recursos para a abertura de créditos adicionais. O superávit financeiro é apurado no balanço financeiro de encerramento do exercício anterior, em 31/12.

12. Os créditos especiais possuem relação direta com o orçamento, já que acrescentam dotações não existentes na lei orçamentária anual.

Resolução:

1. Opção incorreta. Não há necessidade de indicação da fonte de recursos para a abertura de créditos extraordinários. Pode ser indicada, fica a critério de cada Governo. No Governo Federal é costume a indicação. Os créditos adicionais alteram a lei orçamentária, mesmo que a fonte de recursos seja por anulação ou da reserva para contingências. O termo alteração da lei orçamentária está sendo utilizado em sentido amplo, ou seja, toda e quaisquer alteração de elementos de gasto.

2. Opção incorreta. Como já havia dotação orçamentária específica, o crédito adicional a ser aberto é o suplementar. Seria o caso de crédito adicional se não houvesse dotação orçamentária para o programa de trabalho e tivesse ocorrido uma epidemia que atacasse a agricultura cafeeira. Nessa situação, o Executivo deveria abrir crédito especial.

3. Em relação aos créditos adicionais é correto afirmar:

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(A) Incorreta. A abertura de crédito especial dependente da existência de recursos disponíveis para ocorrer a despesa e será precedida de exposição justificada.

(B) Incorreta. A primeira parte está correta, porém, a segunda está errada porque os créditos extraordinários são abertos por Medida Provisória ou por Decreto do Poder Executivo.

(C) Incorreta. Os créditos suplementares são destinados a reforço de dotação orçamentária e os especiais são destinados a atender despesas para as quais não haja dotação específica na leio orçamentária.

(D) Incorreta. Os créditos extraordinários são abertos por Medida Provisória ou Decreto e são destinados às despesas urgentes e imprevistas em caso de guerra e comoção intestina.

(E) Correta. Os créditos suplementares e especiais dependem da existência de recursos disponíveis para a ocorrência de despesa pública.

4. (FCC – TRT 2ª Região – Analista Judiciário – Contabilidade – 2006) Créditos adicionais são autorizações de despesas não-computadas ou insuficientemente dotadas na Lei Orçamentária Anual. Créditos adicionais especiais, extraordinários e suplementares, respectivamente, são autorizações para:

(A) Correta. Na parte inicial está o conceito literal do gênero crédito adicional. Os créditos especiais são abertos para despesas não consideradas na Lei Orçamentária; os extraordinários, para atender despesas imprevisíveis e urgentes e os suplementares, são destinados a reforço de dotações orçamentárias. Portanto, somente essa opção apresenta a seqüência solicitada no comando da questão.

5. (FCC – TRT 2ª Região – Analista Judiciário – Contabilidade – 2006) Não são considerados recursos para cobertura e créditos adicionais os provenientes de:

(A) Correta. Todas as opções apresentam as fontes de recursos que podem ser utilizadas para a abertura de créditos adicionais suplementares e especiais. Para os créditos extraordinários não há necessidade de indicação de fonte de recursos. Operação de crédito realizada para atender insuficiência de caixa possui natureza extra-

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orçamentária e não é fonte de recursos para a abertura de créditos adicionais.

Operação de crédito realizada para atender insuficiência de caixa são as AROs (antecipações de receitas orçamentárias), faz parte da dívida flutuante e são denominadas de débitos de tesouraria.

Na opção “E” é utilizada a frase “Empréstimos e financiamentos de natureza orçamentária” é sinônimo de produto de operações de credito autorizadas, em forma que juridicamente possibilite ao poder executivo realizá-las (art. 43, IV, da Lei nº 4.320/64).

Em realidade, o termo foi sintetizado, haja vista que o produto de operações de credito autorizadas são empréstimos e financiamentos de natureza orçamentária.

6. (FCC – TRT 11ª Região – Analista Judiciário – Contabilidade 2005) Não é recurso hábil para abertura de créditos adicionais:

(A) Correta. A anulação de crédito extraordinário não é recurso hábil para a abertura de créditos adicionais.

Esse fato, “anulação de crédito extraordinário” significa que foi aberto um crédito extraordinário e posteriormente verificou-se que não havia necessidade ou que não era o caso. Assim sendo, pode ser anulado o crédito aberto.

Todas as outras opções apresentam recursos que podem ser utilizados para a abertura de créditos adicionais suplementares e especiais.

7. (ESAF ACE – TCU/2006) De acordo com os tipos de créditos orçamentários, assinale a única opção falsa.

O comando da questão pede a opção falsa em relação aos tipos de créditos orçamentários.

a) Essa opção é verdadeira porque os créditos suplementares são destinados ao reforço de dotação já existente no orçamento em vigor.

b) Essa opção é verdadeira porque os créditos especiais destinam-se à despesas para os quais não haja previsão orçamentária específica.

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c) Essa opção é falsa porque os créditos extraordinários são abertos por Medida Provisória na União e também nos Estados/DF que possuem esse instrumento normativo previsto em suas constituições. Nos Municípios são abertos por Decreto.

Após a abertura é que será feita a solicitação ao Poder Legislativo.

d) Essa opção é verdadeira porque os créditos adicionais são autorizações de despesa não computadas ou insuficientemente dotadas na lei de orçamento. Quando a despesa for insuficientemente dotada é o caso de solicitação de crédito adicional suplementar, se for o caso despesas não computadas, o crédito adicional a ser solicitado é o especial ou extraordinário.

e) Essa opção é verdadeira porque com exceção dos créditos extraordinários, a abertura dos créditos (suplementares e especiais) depende da existência de recursos disponíveis para acorrer à despesa e será precedida de exposição justificada.

8. Correta. Os créditos suplementares configuram uma das modalidades ou espécie de créditos adicionais e constituem mecanismos de retificação ou ajuste do orçamento durante sua execução. Isso ocorre porque essa espécie de crédito apenas suplementa as dotações orçamentárias existentes.

9. Correta. A reserva de contingência é uma das fontes de recursos que pode ser utilizada para a abertura de créditos adicionais e não altera o valor total do orçamento, haja vista que é um fato permutativo. É uma dotação orçamentária não especificada e não destinada a órgão, fundo ou despesa. Deverá estar prevista na LOA e sua forma de utilização e montante serão definidos com base na receita corrente líquida.

10. Correto. Os créditos especiais são abertos automaticamente com a sanção e publicação da lei de autorização. Porém, quando abertos nos últimos 4 meses do exercício financeiro e havendo saldo não utilizado em 31/12, o valor remanescente poderá ser reaberto, por Decreto, em até 30 dias após a publicação da LOA.

11. Incorreta. O superávit financeiro é uma das fontes de recursos para a abertura de créditos adicionais. Porém, ele será apurado no balanço patrimonial de encerramento do exercício anterior, em 31/12.

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12. Incorreta. Os créditos especiais não possuem relação direta com o orçamento. Quem possui relação direta com o orçamento são os créditos suplementares, posto que suplementam dotações existentes na lei orçamentária anual.

Por enquanto é só!

Espero que tenha conseguido uma excelente assimilação do conteúdo.

Se acertou mais de 80% dos questionamentos é um bom sinal de aprendizado.

Um forte abraço