aula 03 Ética

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Nandia Torres da Silva Bo65081145904 ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO P/ AGENTE PENITENCIÁRIO DEPEN PROFESSOR: IGOR MOREIRA 1 Prof. Igor Moreira www.pontodosconcursos.com.br Amigos, brasileiros, concurseiros, saudações! Chegamos a nossa aula número 3, onde trataremos de um assunto importante, relacionado à ética no Serviço Público: atos de improbidade administrativa. Sei o que você está pensando: mas professor, isso não está no edital. Realmente não está. Mas te digo que já vi o Cespe cobrar esse assunto em provas de ética mesmo não constando explicitamente no edital. Foi uma surpresa pra mim e para os alunos. Olha, eu prefiro deixar vocês preparados para um evento desses do que ficar depois tendo de correr atrás com recursos! Afinal, não custa nada, só vai acrescentar! Vamos então dar início à nossa segunda aula. Hoje estudaremos a lei de improbidade administrativa, a lei 8429/92. Como salientado no aviso postado a vocês e seguindo o recém publicado edital desse maravilhoso concurso que é o de Agente Penitenciário do DEPEN, não esgotaremos todo o conteúdo da lei de improbidade administrativa. Antes, veremos apenas o que o Cespe/UnB geralmente cobra nesses casos: disposições gerais; atos de improbidade administrativa.” Café forte na mesa, respire fundo e vamos que vamos! Lei 8429/92 – Lei de Improbidadade Administrativa Introdução A lei 8429 de 1992 trata da chamada improbidade administrativa. E o que seria exatamente improbidade. Pelo dicionário, improbidade é desonestidade, falta de retidão. O conceito, digamos, jurídico, o que importa para efeitos de nosso estudo não diverge do conceito dicionário. A diferença entre a improbidade como conceito como simples ato de desonestidade e a improbidade administrativa, que é objeto desta lei é o fato de que esta é punida.

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Ética Ponto

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    Amigos, brasileiros, concurseiros, saudaes!

    Chegamos a nossa aula nmero 3, onde trataremos de um assunto importante, relacionado tica no Servio Pblico: atos de improbidade administrativa.

    Sei o que voc est pensando: mas professor, isso no est no edital. Realmente no est. Mas te digo que j vi o Cespe cobrar esse assunto em provas de tica mesmo no constando explicitamente no edital. Foi uma surpresa pra mim e para os alunos.

    Olha, eu prefiro deixar vocs preparados para um evento desses do que ficar depois tendo de correr atrs com recursos! Afinal, no custa nada, s vai acrescentar!

    Vamos ento dar incio nossa segunda aula. Hoje estudaremos a lei de improbidade administrativa, a lei 8429/92.

    Como salientado no aviso postado a vocs e seguindo o recm publicado edital desse maravilhoso concurso que o de Agente Penitencirio do DEPEN, no esgotaremos todo o contedo da lei de improbidade administrativa. Antes, veremos apenas o que o Cespe/UnB geralmente cobra nesses casos: disposies gerais; atos de improbidade administrativa.

    Caf forte na mesa, respire fundo e vamos que vamos!

    Lei 8429/92 Lei de Improbidadade Administrativa

    Introduo

    A lei 8429 de 1992 trata da chamada improbidade administrativa. E o que seria exatamente improbidade. Pelo dicionrio, improbidade desonestidade, falta de retido.

    O conceito, digamos, jurdico, o que importa para efeitos de nosso estudo no diverge do conceito dicionrio. A diferena entre a improbidade como conceito como simples ato de desonestidade e a improbidade administrativa, que objeto desta lei o fato de que esta punida.

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    O conceito de improbidade administrativa se conforma com o conceito de moralidade administrativa. Vocs com certeza estudaro isso quando virem os princpios da Administrao Pblica. Mas s para no passar em branco, a moralidade como princpio aplicado a toda a Administrao Pblica torna juridicamente exigvel que essa Administrao atue de forma tica. Tal exigncia foi consagrada primeiramente na Constituio Federal que, ao tratar da Administrao Pblica em seu art. 37, 4, determinou que os atos que forem praticados contra a moralidade/probidade administrativa sero punidos com a suspenso dos direitos polticos, a perda da funo pblica, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao errio, na forma e gradao previstas em lei, sem prejuzo da ao penal cabvel.

    Nesse mesmo esprito, seguindo o mandamento constitucional, a lei 8429/92, logo em seu primeiro artigo dispe que sero punidos com as penas previstas nesta lei todos os atos de improbidade praticados contra a Administrao Pblica (em sentido amplo) e contra o patrimnio de empresas que so custeadas pelo errio (num total de menos de 50%).

    A preservao da probidade, como forma de preservao tambm da moralidade administrativa, passa por mecanismos de fiscalizao da conduta do servidor. Vejamos um desses mecanismos de que trata a lei de improbidade administrativa.

    Declarao de bens

    Como forma de facilitar o controle patrimonial dos servidores, a declarao de bens contnua instituda, no s na lei 8429, mas tambm no Estatuto dos Servidores Federais.

    O art. 13 enftico ao dispor da declarao de bens, ao ditar que a posse e o exerccio dependero da apresentao de declarao de bens e valores que compem o seu patrimnio.

    Em seu pargrafo 1, encontramos a composio dessa declarao. A declarao de bens e valores compreender:

    Bens mveis

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    Bens imveis

    No Brasil ou no Exterior

    Dinheiro

    Semoventes (animais)

    Aes

    Ttulos

    Etc. (qualquer bem patrimonial)

    Na declarao de bens e valores dever estar disposto todo o patrimnio do agente e, se for o caso, de seu cnjuge, filhos e quaisquer pessoas que vivam sob suas expensas. Mas nem tudo entra na declarao. Excluem-se somente os objetos e utenslios de uso domstico (1, art. 13, lei 8429/93).

    Essa declarao de bens acompanha toda a vida funcional do servidor pblico, sendo feita:

    1. No incio da vida funcional Posse e Exerccio

    2. No decorrer anualmente atualizada, que poder ser substituda pela declarao anual de rendimentos feita Receita Federal.

    3. No fim na data em que o agente pblico deixar o exerccio do mandato, cargo, emprego ou funo.

    OBS.: veja que a lei fala em mandato. Logo, os ocupantes de cargos eletivos tambm esto submetidos a prestao de contas por meio da declarao dos bens. Parece lgico de deduzir, mas bom enfatizar!

    OBS: o servidor que se recusar a prestar declarao de bens dentro do prazo determinado ou que prestar declarao falsa ser demitido a bem do servio pblico, alm das demais sanes cabveis.

    Vamos ento comear nossa anlise da lei 8429/90 (que est redigida no final desse material), comeando pelas disposies gerais, onde veremos o objeto das punies da lei, os conceitos de agente pblico entre outras coisas.

    Mas antes acho vlido resolvermos uma questo-exemplo para firmarmos nosso conhecimento recm adquirido.

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    1 - (ESAF/SMF-RJ/2010 - adaptada) Analise as assertivas abaixo relativas improbidade administrativa, nos termos da Lei n. 8.429/92, assinalando a correta.

    c) Ser punido com a pena de suspenso o agente pblico que se recusa a prestar declarao dos bens, dentro do prazo determinado, ou que a prestar falsamente.

    Errada.

    Como vimos, o agente que se nega a prestar contas por meio da declarao de bens e valores apenado com nada menos do que a demisso a bem do servio pblico.

    Quem pode ser punido

    Segundo consta no art. 1 da lei 8429, sofrero as punies ali previstas os atos de improbidade praticados por qualquer agente pblico, servidor ou no. Quer dizer, qualquer pessoa que se ache a servio da Administrao Pblica, permanente ou temporariamente, recebendo ou no remunerao, tendo ou no feito concurso, poder ser enquadrado e punido pela lei de improbidade administrativa. Se cometer quaisquer das condutas aqui previstas, sofrer as devidas penas.

    A prpria lei j esclarece a questo do agente pblico, quando em seu art. 2 diz que considerar-se- agente pblico, para os efeitos dessa lei, todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remunerao, por eleio, nomeao, designao, contratao ou qualquer outra forma de investidura ou vnculo, mandato, cargo, emprego ou funo nas entidades da Administrao Direta, Indireta ou Fundacional, ou ainda, em entidades que recebam qualquer tipo de verba ou custeio do errio.

    Perceba que o conceito amplo e abrangente. No h como se eximir, como escapar. Tem vinculo com a Administrao Pblica, est sujeito lei de improbidade administrativa.

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    Alm dos agentes pblicos, tambm so responsabilizados e podero se submeter s penas nela previstas qualquer pessoa que induza ou concorra para a prtica do ato de improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma direta ou indireta. Ou seja, seria correto dizer que para efeitos de atos de improbidade administrativa, admite-se co-autoria.

    Sabendo disso, responda a seguinte questo-exemplo:

    2 - (TCE-AL/2008/FCC-adaptada) Para a configurao de ato de improbidade necessrio, dentre outros requisitos, que tenha

    e) gerado prejuzo concreto ao errio, ainda que praticado exclusivamente por particular.

    Errado

    Muita ateno. Para caracterizar um ato de improbidade administrativa necessrio que o agente principal, o autor do ato de improbidade seja um agente pblico. Como dissemos, h possibilidade de co-autoria, mas se a ao no praticada principalmente por agente pblico no h que se falar em Improbidade Administrativa. A lei prev a punio do particular mas to somente quando este induz, concorre ou se aproveita do ato de improbidade.

    Falando mais sobre a abrangncia dessa proibio, esse agente pblico ser responsabilizado se praticar ato de improbidade contra

    1. A Administrao Direta

    2. A Administrao Indireta

    3. Qualquer entidade que receba do errio, verba, custeio, subveno, etc.

    3.1. Aqui h de se fazer uma observao. H uma diferena na punio dependendo do quanto a entidade vtima do ato de improbidade recebe da Administrao Pblica.

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    3.1.1. Se a entidade recebe mais de 50% a sano patrimonial compreende o ressarcimento do dano e a perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimnio.

    3.1.2. Se a entidade recebe menos de 50% o agente causador responde somente pelo ressarcimento do dano. Ainda, nesse caso, o ressarcimento se limita repercusso do ilcito sobre o patrimnio pblico.

    Veja que da mesma forma que o conceito de agente pblico amplo, o elenco de entidades que podem ser vtimas de atos de improbidade igualmente abrangente.

    Agora eu pergunto, voc entendeu bem o caso das entidades que so parcialmente custeadas pelo errio? Resolva ento essa questo-exemplo:

    3 - (TRT-4R/FCC/2011) Em conformidade com a Lei de Improbidade Administrativa, (Lei n 8.429/92), INCORRETO afirmar que esto sujeitos s penalidades previstas nesse diploma legal, dentre outros, os atos praticados contra o patrimnio de entidade

    a) que receba benefcio de rgo pblico, bem como da entidade cuja criao o errio concorra com menos de cinquenta por cento do patrimnio ou da receita anual.

    b) que receba subveno de rgo pblico, bem como de entidade cujo custeio o errio haja concorrido com menos de cinquenta por cento da receita anual.

    c) para cuja criao ou custeio o errio concorra com percentual inferior a cinquenta por cento do patrimnio ou do oramento, inexistindo, nesse caso, limitaes sano patrimonial.

    d) que recebe incentivo fiscal de rgo pblico, bem como de entidade cuja criao ou custeio o errio haja concorrido ou concorra com menos de cinquenta por cento do patrimnio.

    e) que recebe incentivo creditcio de rgo pblico, bem como de entidades cujo custeio o errio haja concorrido com menos de cinquenta por cento do patrimnio.

    E a, qual o gabarito? Veja l, queremos a questo incorreta, certo? ento, qual alternativa apresenta uma afirmao errada? A letra c. Quando a Administrao concorre com menos de 50% na formao do capital de uma entidade, o ressarcimento do dano causado por um ato de improbidade administrativa a esta entidade tem, sim, um limite. O limite aqui a repercusso desse ato de improbidade sobre o errio, sobre os cofres pblicos.

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    Se, por outro lado, a entidade lesada tem mais de 50% de seu patrimnio custeado pelo dinheiro pblico, o ressarcimento que lhe ser devido ser integral, no se limitando ao que foi malbaratado do errio, mas tambm haver ressarcimento de todos os danos que a prpria entidade sofreu.

    Atos de improbidade em espcie

    oportuno, antes de tratarmos das penas impostas aos responsveis por atos de improbidade, esclarecermos quais so os atos. No poderia a lei punir algo que ela prpria no define. Para se considerar um ato como mprobo necessrio que a lei 8429/93 expressamente o preveja.

    Em termos gerais, so atos de improbidade administrativa os que:

    1. Geram enriquecimento ilcito, assim entendidos os que permitam a aferio de qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em razo do exerccio de cargo, mandato, funo, emprego ou atividade.

    2. Causam prejuzo ao errio. Ou seja, qualquer ao ou omisso dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriao, malbaratamento ou dilapidao dos bens ou haveres das entidades da Administrao Pblica.

    3. Atentam contra os princpios da Administrao Pblica: qualquer ao ou omisso que viole os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade s instituies.

    Vejamos agora cada um desses tipos de atos de improbidade. necessrio que se perceba a ligao entre os tipos de atos de improbidade administrativa, principalmente entre os atos que importam enriquecimento ilcito e os que causam leso a

    o patrimnio pblico. Garanto a vocs que se vocs pescarem essa ligao que estou falando vocs vo saber diferenciar um do outro.

    Da leitura da lei, nos artigos 9, 10 e 11, encontramos elencados, especificados e individualizados os atos de improbidade administrativa. no art. 9 encontramos os atos que importam enriquecimento ilcito, no art. 10, os que geram leso ao patrimnio pblico, e no 11 os que atentam contra os princpios da administrao pblica. Vamos ver primeiro os que atentam contra

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    os princpios pois so em menor nmero, assim deixamos para falar com mais calma dos outros, pois demandaro nossa maior ateno. Vamos l.

    Atos que Atentam Contra os Princpios da Administrao Pblica

    J sabemos que estes so os atos que violam os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade s instituies. Voc agora ver que cada um dos 7 atos especificados nos incisos do art. 11 se relacionam com esses princpios.

    1. Praticar ato visando fim proibido em lei ou regulamento ou diverso daquele previsto, na regra de competncia;

    Vamos l, reviso de direito administrativo, rs... que princpio foi aqui violado? Quando um agente pratica ato com fim diverso ou proibido em lei ou regulamento que princpio ele est ferindo? Podemos enquadrar esse ato como violao ao princpio da legalidade (como se encontra no caput) ou da finalidade.

    2. Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofcio;

    Aqui verificamos que ocorreu uma violao ao princpio da eficincia. O agente pblico eficiente quando cumpre com todos os seus deveres funcionais. Retardar ou deixar de praticar ato de ofcio tambm pode configurar crime de prevaricao, conforme se encontra no art. 319 do Cdigo Penal.

    3. Revelar fato ou circunstncia de que tem cincia em razo das atribuies e que deva permanecer em segredo;

    4. Negar publicidade aos atos oficiais;

    Veja que esses dois atos dizem respeito, direta e indiretamente ao princpio da publicidade. O nmero 4 uma violao direta ao princpio da publicidade na medida em que, via de regra, todos os atos devem ser pblicos e acessveis ao pblico. J o nmero 5 tambm no deixa de violar a publicidade, afinal, nem todos os atos podem ser publicados, alguns fatos devem permanecer em sigilo. E como no h um princpio do sigilo, mas sim uma exceo ao princpio da publicidade, juntei os dois como violao a este princpio.

    5. Frustrar a licitude de concurso pblico;

    O concurso pblico um dos melhores exemplos de aplicao do princpio da isonomia, ou, como a lei tratou, da imparcialidade. E frustrar a licitude do concurso uma grave violao a este princpio.

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    6. deixar de prestar contas quando esteja obrigado a faz-lo;

    7. revelar ou permitir que chegue ao conhecimento de terceiro, antes da respectiva divulgao oficial, teor de medida poltica ou econmica capaz de afetar o preo de mercadoria, bem ou servio.

    Essas duas condutas afetam tanto a moralidade (ou a honestidade, como consta na lei) e a lealdade s instituies.

    bom fazer esses paralelos, mas no se preocupem em memorizar quais princpios esses atos violam, melhor memorizar os atos. Essas relaes servem para fazer conexes em seu crebro para ajudar na memorizao. Outra coisa que ajuda na memorizao so os nossos esquemas.

    Muito bem, agora que vimos os atos que atentam contra os princpios, vejamos os que geram enriquecimento ilcito e leso ao patrimnio pblico.

    Atos de Improbidade que Importam Enriquecimento Ilcito

    As condutas tipificadas no art. 9 da lei 8429 podem ser divididas em cinco grupos separados pelos verbos que as iniciam (receber, utilizar, aceitar, adquirir e incorporar). Recomendo a leitura da lei que consta no final dessa aula, pois o que faremos agora um resumo, pois a lei expe exaustivamente todas as vertentes da conduta de modo a no deixar nada escapar, o que deixa a leitura um tanto cansativa. Ento, leia o resumo e depois leia o art. 9, ou vice-versa, assim voc ter um melhor aproveitamento.

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    Dessa forma, considerado ato de improbidade que gera enriquecimento ilcito:

    *Os termos receber e perceber foram usados como sinnimos. Da mesma forma como os termos usar e utilizar.

    Atos que Causam Prejuzo ao Errio

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    Novamente iremos separar o rol de atos elencados no art. 10 em sees, grupos, que tm o mesmo verbo de ao em comum para facilitar a assimilao e deix-la mais didtica, mais esquematizada... para facilitar a leitura que a lei apresenta. Apesar de, novamente, indicar a leitura da lei tambm. Tudo fixao.

    Aqui separamos os atos de improbidade em 7 grupos, com os verbos permitir, facilitar, agir, celebrar, conceder, frustrar e liberar.

    Mas antes de vermos fazermos os esquemas, gostaria de chamar sua ateno para um ponto importante em relao a esse artigo. H uma relao importante entre os atos que geram enriquecimento ilcito e os que causam leso ao patrimnio pblico. Essa relao est bem sintetizada no inciso XII, que vale a pena ser transcrito: Constitui ato de improbidade administrativa que causa leso ao errio:

    XII - permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro se enriquea ilicitamente;

    Vocs percebero que os atos que causam leso muitas vezes tem esse carter de, digamos, acessrio, de coautoria em relao aos que geram enriquecimento ilcito. Para que algum se enriquea ilicitamente, geralmente (para no dizer sempre) necessrio que outrem gere leso aos cofres pblicos. Afinal, o dinheiro tem de sair de algum lugar! rs

    Vamos, ento, ver esses esquemas...

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    *Veja que enquanto a frustrao de concurso um ato de improbidade que atenta contra os princpios da administrao pblica, a frustrao a processo licitatrio gera leso ao patrimnio pblico, aos cofres pblicos. Afinal, uma licitao fraudada far com que a Administrao deixe de contratar licitante que ofereceria a oferta mais vantajosa para atender a um interesse individual qualquer.

    Agora que j vimos os atos de improbidade em espcie, bom resolvermos alguns exerccios para fixar a matria, no ?

    4 - (PONTUA/TRE-SC/2011) Marque V (Verdadeiro) e F (Falso). Constituem atos de Improbidade Administrativa que importam enriquecimento ilcito do Agente Pblico, nos termos da lei: ( ) Perceber vantagem econmica, direta ou indireta, para facilitar a aquisio, permuta ou locao de bem mvel ou imvel, ou a contratao desses servios por preo superior ao de mercado. ( ) Adquirir para si ou para outrem, no exerccio de mandato, cargo, emprego

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    ou funo pblica, bens de qualquer natureza cujo valor seja proporcional evoluo do patrimnio ou renda do agente pblico. ( ) Omitir ato de ofcio, providncia ou declarao a que esteja obrigado em troca de vantagem econmica de qualquer natureza, direta ou indiretamente. ( ) Usar bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial da administrao pblica direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da Unio, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municpios, de Territrios, de empresa incorporada ao patrimnio pblico ou de entidade para cuja criao ou custeio o errio haja concorrido ou concorra com mais de 50% do patrimnio ou da receita anual. A sequncia CORRETA, de cima para baixo, :

    Vamos l. H um modo de resolver questes como essa de maneira bem rpida, de forma a te dar uns preciosos minutos de crdito na hora da prova. bem simples. Vamos ver a primeira assertiva: Perceber vantagem econmica, direta ou indireta, para facilitar a aquisio, permuta ou locao de bem mvel ou imvel, ou a contratao desses servios por preo superior ao de mercado gera enriquecimento ilcito? Veja bem, a ao aqui exposta direta, imediata, algum que recebe um valor para fazer alguma coisa. Ento sim, um ato que gera enriquecimento ilcito.

    Assim, voc j elimina duas alternativas:

    a) F F V V.

    b) V F V F.

    c) F V V F.

    d) V F F V.

    Nem precisa ver as outras, voc j viu que a primeira verdadeira. Agora eu te pergunto, precisamos ver a segunda afirmao? No, veja que tanto na letra b quanto na d a segunda alternativa aparece como falsa. Isso no chute, galera, tcnica!

    Prosseguindo, a terceira alternativa: Omitir ato de ofcio, providncia ou declarao a que esteja obrigado em troca de vantagem econmica de qualquer natureza, direta ou indiretamente no gera enriquecimento ilcito, tal atitude se refere a um atentado contra o princpio da publicidade, que norteia toda a atuao da Administrao pblica.

    Com isso veja s como ficam as alternativas:

    a) F F V V.

    b) V F V F.

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    c) F V V F.

    d) V F F V.

    O que sobrou? Letra d. Ento marque a letra d, seja feliz, v e no olhes para trs, irmo! rs...

    Gente, brincadeiras a parte, meu objetivo no formar especialistas em improbidade administrativa, mas sim especialistas em fazer provas de improbidade. Vocs vo ver que independente do nvel da prova ou da banca, os meios de fazer o candidato errar so quase os mesmos. E pra isso estamos aqui, para voc aprender a driblar esses meios. Veja s, voc respondeu a um tipo cansativo de questo, ganhando tempo pois em vez de ler 4 alternativas, voc leu s duas!

    Mas cuidado ao utilizar essa tcnica, pra eliminar voc tem de ter certeza da falsidade ou da veracidade das afirmativas.

    5 - (INSS/2012/FCC) Constitui ato de improbidade administrativa, que atenta contra os princpios da administrao pblica, nos termos da Lei no 8.429/92, o seguinte ilcito:

    a) receber gratificao ou presente de quem tenha interesse, direto ou indireto, que possa ser atingido por ao ou omisso decorrente das atribuies do agente pblico.

    b) revelar fato ou circunstncia de que tem cincia em razo das atribuies e que deva permanecer em segredo.

    c) adquirir, para si ou para outrem, no exerccio de cargo pblico, bens de qualquer natureza cujo valor seja desproporcional evoluo do patrimnio ou renda do agente pblico.

    d) conceder benefcio administrativo ou fiscal sem a observncia das formalidades legais ou regulamentares aplicveis espcie.

    e) permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro se enriquea ilicitamente.

    Voc j viu no viu? a letra b. O princpio contra o qual o ato descrito atenta o da lealdade s instituies, segundo consta no art. 11, caput.

    S pra no deixar dvidas pairando, vamos ver que tipo de ato de improbidade se encontram nas outras alternativas:

    As letras a e c aludem a atos de improbidade que geram enriquecimento ilcito. Perceba que, em ambos os casos, a ao descrita direta, imediata, se encerra no prprio agente. Este receber a gratificao

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    para agir de forma a beneficiar que lhe deu tal gratificao ou ir adquirir indevidamente o bem de valor desproporcional evoluo do seu patrimnio e ponto. Acabou aqui.

    Diferentemente do que ocorre nas lets d e e. aqui a ao no indica um encerramento, uma imediatidade. Pode - claro - ocorrer um acrscimo patrimonial, mas este no direto, imediato. O ato lesivo por excelncia o que se encontra disposto na alternativa e. em resumo, a diferena entre um ato que gera enriquecimento ilcito e um que causa leso ao patrimnio que neste ltimo o agente responsvel permite, facilita ou concorre para que terceiro enriquea ilicitamente. uma infrao degrau, mediata, que prepara outro, em regra.

    Como os responsveis so punidos?

    Agora vamos ver quais so as penas impostas aos agentes pblicos e aos terceiros que cometerem atos de improbidade administrativa. J sabemos quais so eles, ento vejamos as penas cabveis em cada caso.

    Antes de tratar dos trs tipos, preciso dizer algumas coisas que lhes so comuns, que so a possibilidade de cumulao das responsabilidades e os critrios adotados pelo juiz na fixao da penas.

    No art. 12, caput, encontramos que a aplicao das sanes previstas na lei de improbidade no excluem as sanes penais, civis e administrativas previstas em lei especfica. Ou seja, o agente que cometa atos de improbidade administrativa pode, por exemplo, responder com base na lei 8429 e por algum crime, no juzo criminal.

    E no pargrafo nico do mesmo art. 12, nos diz a lei que o juiz dever levar em conta, ao fixar as penas previstas nessa lei, a extenso do dano causado e o proveito patrimonial que o agente obteve.

    Vejamos, ento, caso a caso, as penas previstas. Eu preciso que vocs prestem muita ateno agora, pois parece, num primeiro momento, que as penas so todas iguais, mas as diferenas so muito pequenas. Bem do tipo que pode ser cobrado na prova de vocs. Vamos l.

    1. Em caso de enriquecimento ilcito

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    Nesse caso, o agente pblico ou terceiro (co-autor), segundo o art. 6, perder tudo o que se acresceu em seu patrimnio em decorrncia do ato de improbidade.

    Entretanto, a lei, ao dispor das penas, no art. 12 estabelece que, em caso de Enriquecimento Ilcito, so cabveis as seguintes penas:

    1. Perda dos bens ou valores ilicitamente acrescidos ao patrimnio do agente ou terceiro;

    2. Ressarcimento integral do dano, quando houver;

    3. Perda da funo pblica, no caso do agente pblico, claro;

    4. Suspenso dos direitos polticos por um perodo de oito a dez anos,

    5. Pagamento de multa civil de at trs vezes o valor do acrscimo patrimonial resultante do ilcito;

    6. Proibio de contratar com o Poder Pblico ou de receber benefcios ou incentivos fiscais ou creditcios, direta ou indiretamente, ainda que por intermdio de pessoa jurdica da qual seja scio majoritrio, pelo prazo de dez anos.

    2. Em caso de leso ao patrimnio pblico

    Se ocorrer leso ao patrimnio pblico, o art. 5 obriga-se, o responsvel, a ressarcir integralmente o dano. Nesse caso e nos casos de enriquecimento ilcito, a obrigao de ressarcir o dano passa aos herdeiros, at o limite do valor da herana. Os herdeiros respondem pelas dvidas do de cujus com o patrimnio que era deste, no com o patrimnio deles.

    Ainda, em ambos os casos, a lei comina como pena a indisponibilidade dos bens do acusado para a garantia do ressarcimento do dano causado pelo ato de improbidade. Essa indisponibilidade ser representada ao Ministrio Pblico pela autoridade administrativa responsvel pelo inqurito, para proceder mesma.

    E no art. 12 a lei traz outras penas que podero ser impostas aos responsveis pela leso ao errio. So elas:

    1. Ressarcimento integral do dano, que aqui certo, afinal, estamos falando de um ato de improbidade que causou leso ao errio.

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    2. Perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimnio, se concorrer esta circunstncia, pois pode ser que o agente fez crescer o patrimnio de terceiro, caso em que este que perder os bens;

    3. Perda da funo pblica;

    4. Suspenso dos direitos polticos de cinco a oito anos. Observe que a suspenso menor do que nos casos de enriquecimento ilcito;

    5. Pagamento de multa civil de at duas vezes o valor do dano. Ateno, aqui o limite da multa at duas vezes o valor do dano, e no trs como no caso de enriquecimento ilcito; e

    6. Proibio de contratar com o Poder Pblico ou receber benefcios ou incentivos fiscais ou creditcios, direta ou indiretamente, ainda que por intermdio de pessoa jurdica da qual seja scio majoritrio, pelo prazo de cinco anos. Novamente, ateno para a diminuio do prazo.

    3. Em caso de atentado aos princpios da Administrao Pblica

    Alm da gerao de enriquecimento ilcito e de leso aos cofres pblicos, uma ao ou omisso que viole os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade s instituies, constitui ato de improbidade administrativa.

    Em tais casos, a lei 8429/92 estabelece como sano:

    1. ressarcimento integral do dano, quando for o caso. Perceba, a regra se mantm e lgica quebrou-pagou: causou dano ressarciu.

    2. perda da funo pblica.

    3. suspenso dos direitos polticos de trs a cinco anos. o menor dentre os prazos de suspenso.

    4. pagamento de multa civil de at cem vezes (isso mesmo, 100 vezes) o valor da remunerao percebida pelo agente. Opa, aposto que voc tomou um susto agora. Depois da multa de duas vezes do valor do dano no caso de leso, voc espera uma multa ainda menor pra c, no ? Pois . Eu disse que voc precisava prestar ateno. No ligue o automtico. Mas tambm no reclame dizendo que ter de decorar isso, vamos entender. Por que a multa de at cem vezes a remunerao? O objetivo, apesar de parecer, no punir mais severamente, mas sim igualar as sanes. Veja bem, nos casos de

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    enriquecimento ilcito e de leso ao patrimnio pblico, o agente responsvel a pagar multa de tantas vezes o valor do que houver percebido ilicitamente, enquanto nesse caso a multa calculada em razo da remunerao do agente. Por que essa diferena? Simples: normalmente o que percebido ilicitamente em decorrncia de atos de improbidade uma grande soma de dinheiro, em regra muito maior do que a remunerao do agente. Assim, a multa pode ser multiplicada poucas vezes e j ter cumprido com seu carter sancionatrio. Por outro lado, nesse caso como no h uma percepo indevida para servir de base de clculo, usa-se a remunerao do agente; e como essa remunerao representa um valor monetrio to grande quanto aquela percepo indevida, essa remunerao pode ser multiplicada por muitas vezes, para que essa multa tenha carter de sano. Imagine que um agente envolvido num ato de improbidade administrativa que atentou contra os princpios da administrao pblica receba remunerao de R$ 1.000,00. Se ele soubesse que a multa fosse calculada, por exemplo, em duas vezes a remunerao como no caso de leso ao errio, essa no lhe causaria temor coercitivo algum.

    5. proibio de contratar com o Poder Pblico ou receber benefcios ou incentivos fiscais ou creditcios, direta ou indiretamente, ainda que por intermdio de pessoa jurdica da qual seja scio majoritrio, pelo prazo de trs anos. Aqui a regra a da diminuio, como vinha normalmente ocorrendo.

    ... muita informao. Acho melhor resumir tudo num esquema.

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    O c o n t e d o d e s t e c u r s o d e u s o e x c l u s i v o d e N a n d i a T o r r e s d a S i l v a B o 6 5 0 8 1 1 4 5 9 0 4 , v e d a d a , p o r q u a i s q u e r m e i o s e a q u a l q u e r t t u l o , a s u a

    r e p r o d u o , c p i a , d i v u l g a o e d i s t r i b u i o , s u j e i t a n d o - s e o s i n f r a t o r e s r e s p o n s a b i l i z a o c i v i l e c r i m i n a l .

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    Muito bem, pessoal, por hoje s. Chegamos ao final de nossa aula sobre a lei de improbidade administrativa. Espero que a aula tenha servido para clarear e esclarecer aqueles pontos que ainda estavam obscuros nessa matria. Espero, tambm, que todas as nossas aulas sejam assim.

    Como sempre aconselho, nunca deixe uma dvida, por menor que seja, guardada em seu corao. Mesmo que voc tenha vergonha de expor seu questionamento no frum, o que, apesar de no aconselhvel entendvel, me mande um email ([email protected]), prometo que no conto pra ningum! rs

    Um beijo do semi-gordo.

    At a prxima aula!

    Relao das questes comentadas

    1 - (ESAF/SMF-RJ/2010 - adaptada) Analise as assertivas abaixo relativas improbidade administrativa, nos termos da Lei n. 8.429/92, assinalando a correta.

    c) Ser punido com a pena de suspenso o agente pblico que se recusa a prestar declarao dos bens, dentro do prazo determinado, ou que a prestar falsamente.

    2 - (TCE-AL/2008/FCC-adaptada) Para a configurao de ato de improbidade necessrio, dentre outros requisitos, que tenha

    e) gerado prejuzo concreto ao errio, ainda que praticado exclusivamente por particular.

    3 - (TRT-4R/FCC/2011) Em conformidade com a Lei de Improbidade Administrativa, (Lei n 8.429/92), INCORRETO afirmar que esto sujeitos s penalidades previstas nesse diploma legal, dentre outros, os atos praticados contra o patrimnio de entidade

    a) que receba benefcio de rgo pblico, bem como da entidade cuja criao o errio concorra com menos de cinquenta por cento do patrimnio ou da receita anual.

    b) que receba subveno de rgo pblico, bem como de entidade cujo custeio o errio haja concorrido com menos de cinquenta por cento da receita anual.

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    c) para cuja criao ou custeio o errio concorra com percentual inferior a cinquenta por cento do patrimnio ou do oramento, inexistindo, nesse caso, limitaes sano patrimonial.

    d) que recebe incentivo fiscal de rgo pblico, bem como de entidade cuja criao ou custeio o errio haja concorrido ou concorra com menos de cinquenta por cento do patrimnio.

    e) que recebe incentivo creditcio de rgo pblico, bem como de entidades cujo custeio o errio haja concorrido com menos de cinquenta por cento do patrimnio.

    4 - (PONTUA/TRE-SC/2011) Marque V (Verdadeiro) e F (Falso). Constituem atos de Improbidade Administrativa que importam enriquecimento ilcito do Agente Pblico, nos termos da lei: ( ) Perceber vantagem econmica, direta ou indireta, para facilitar a aquisio, permuta ou locao de bem mvel ou imvel, ou a contratao desses servios por preo superior ao de mercado. ( ) Adquirir para si ou para outrem, no exerccio de mandato, cargo, emprego ou funo pblica, bens de qualquer natureza cujo valor seja proporcional evoluo do patrimnio ou renda do agente pblico. ( ) Omitir ato de ofcio, providncia ou declarao a que esteja obrigado em troca de vantagem econmica de qualquer natureza, direta ou indiretamente. ( ) Usar bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial da administrao pblica direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da Unio, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municpios, de Territrios, de empresa incorporada ao patrimnio pblico ou de entidade para cuja criao ou custeio o errio haja concorrido ou concorra com mais de 50% do patrimnio ou da receita anual. A sequncia CORRETA, de cima para baixo, :

    a) F F V V.

    b) V F V F.

    c) F V V F.

    d) V F F V.

    5 - (INSS/2012/FCC) Constitui ato de improbidade administrativa, que atenta contra os princpios da administrao pblica, nos termos da Lei no 8.429/92, o seguinte ilcito:

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    a) receber gratificao ou presente de quem tenha interesse, direto ou indireto, que possa ser atingido por ao ou omisso decorrente das atribuies do agente pblico.

    b) revelar fato ou circunstncia de que tem cincia em razo das atribuies e que deva permanecer em segredo.

    c) adquirir, para si ou para outrem, no exerccio de cargo pblico, bens de qualquer natureza cujo valor seja desproporcional evoluo do patrimnio ou renda do agente pblico.

    d) conceder benefcio administrativo ou fiscal sem a observncia das formalidades legais ou regulamentares aplicveis espcie.

    e) permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro se enriquea ilicitamente.

    Gabarito

    1 - E

    2 - E

    3 - C

    4 - B

    5 - B

    Exerccios no comentados

    1 (MMA/2011/CESPE) Considere que um servidor pblico requisite, seguidamente, para proveito pessoal, os servios de funcionrios de uma empresa terceirizada de servios de limpeza, contratada pelo rgo em que o servidor exerce funo de chefia. Nessa situao, esse fato caracterizado como ato de improbidade administrativa que importa enriquecimento ilcito.

    2 (CESPE - 2010 - TRT - 21 Regio (RN) - Analista Judicirio - Contabilidade)A lei considera atos de improbidade administrativa os que gerem enriquecimento ilcito, os que causem prejuzo ao errio e os que atentem contra os princpios da administrao pblica.

    3 (CESPE - 2010 - BRB - Escriturrio) Os atos de improbidade administrativa importam suspenso dos direitos polticos, perda da funo pblica,

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    indisponibilidade dos bens e ressarcimento ao errio, na forma e gradao previstas em lei, com prejuzo da ao penal cabvel.

    4 (CESPE - 2011 - TJ-ES - Analista Judicirio - Direito - rea Judiciria - especficos) As sanes penais, civis e administrativas previstas em lei podem ser aplicadas aos responsveis pelos atos de improbidade, de forma isolada ou cumulativa, de acordo com a gravidade do fato.

    5 - (CESPE - 2011 - TJ-ES - Analista Judicirio - Direito - rea Judiciria - especficos) Os atos de improbidade administrativa esto taxativamente previstos em lei, no sendo possvel compreender que sua enumerao seja meramente exemplificativa.

    6 - CESPE - 2011 - TJ-ES - Analista Judicirio - Direito - rea Judiciria - especficos) De acordo com a CF, os atos de improbidade administrativa, entre outras consequncias, importaram a cassao dos direitos polticos.

    7 (CESPE - 2010 - TCE-BA - Procurador) Atos de improbidade administrativa so os que geram enriquecimento ilcito ao agente pblico ou causam prejuzo material administrao pblica. Quem pratica esses atos pode ser punido com sanes de natureza civil e poltica - mas no penal - como o ressarcimento ao errio, a indisponibilidade dos bens e a perda da funo pblica.

    8 (CESPE - 2009 - TRE-MG - Tcnico Judicirio - Programao de Sistemas) Com base na Lei n. 8.429/1992, assinale a opo correta acerca dos atos de improbidade administrativa.

    a) Frustrar a licitude de processo licitatrio ou dispens-lo indevidamente constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princpios da administrao pblica.

    b) Perceber vantagem econmica para intermediar a liberao ou aplicao de verba pblica de qualquer natureza constitui ato de improbidade administrativa que causa prejuzo ao errio.

    c) Frustrar a licitude de concurso pblico constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princpios da administrao pblica.

    d) Liberar verba pblica sem que haja estrita observncia das normas pertinentes ou influir na aplicao irregular dessa verba constitui ato de improbidade administrativa que importa enriquecimento ilcito.

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    e) Deixar de prestar contas quando se est obrigado a faz-lo constitui ato de improbidade administrativa que causa prejuzo ao errio.

    9 (CESPE - 2009 - DPE-AL - Defensor Pblico) Negar publicidade aos atos oficiais constitui ato de improbidade administrativa que causa leso ao errio.

    10 (CESPE - 2009 - SECONT-ES - Auditor do Estado Direito) Caso o empregado de uma sociedade de economia mista perceba vantagem econmica para intermediar a liberao ou aplicao de verba pblica de qualquer natureza, estar ele praticando um ato de improbidade administrativa e, se condenado judicialmente, o sujeitar perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao seu patrimnio, entre outras penalidades.

    11 (CESPE - 2008 - ABIN - Agente de Inteligncia) As sanes aplicveis aos atos de improbidade tm natureza civil e, no, penal.

    12 (CESPE/TRE-MG/2009) No constitui ato de improbidade administrativa, considerado pela Lei n. 8.429/1992 como atentatrio aos princpios da administrao pblica,

    a) praticar ato administrativo que dispense ou declare a inexigibilidade de processo licitatrio.

    b) retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofcio.

    c) revelar ou permitir que chegue ao conhecimento de terceiro, antes da respectiva divulgao oficial, teor de medida poltica ou econmica capaz de afetar o preo de mercadoria, bem ou servio.

    d) negar publicidade aos atos oficiais.

    e) deixar de prestar contas quando for legalmente obrigado a faz-lo.

    13 (CESPE/AGU/2009) De acordo com a legislao respectiva, cabvel a transao penal nas aes destinadas a apurar atos de improbidade.

    14 (PRF/2008/CESPE) Durante abordagem a um carro, um PRF, ao revistar o porta malas do automvel, verificou que mercadorias de comercializao proibida no territrio nacional haviam sido importadas pelo condutor e estavam sendo transportadas. O condutor informou que era desempregado e fizera viagem a pas vizinho porque pretendia vender as mercadorias no DF e, ato contnuo, ofereceu ao PRF R$ 1.000,00 para que este possibilitasse a

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    continuidade da viagem, livre de qualquer represso. Diante dessa situao hipottica e levando em considerao os ditames da Lei de Improbidade Administrativa, assinale a opo correta.

    a) Caso o PRF aceitasse a oferta do condutor, estaria configurada a prtica de improbidade administrativa na modalidade dos atos que importam enriquecimento ilcito.

    b) Caso o PRF aceitasse a vantagem econmica oferecida, o condutor poderia responder criminalmente, mas no responderia por improbidade administrativa, j que particular, ou seja, no ocupa funo pblica.

    c) Caso o PRF aceitasse a vantagem econmica oferecida, estaria sujeito s cominaes previstas na lei em questo, as quais impedem, para evitar a dupla penalizao, a aplicao de outras sanes civis e administrativas

    d) Caso o PRF aceitasse a propina oferecida, qualquer pessoa que viesse a ter cincia do fato poderia representar autoridade administrativa competente para a instaurao de investigao destinada a apurar a prtica do ato de improbidade. Caso a representao atendesse aos requisitos legais, a apurao dos fatos seria processada na forma do procedimento previsto no CPC.

    e) No caso de o PRF praticar o ato mprobo, qualquer ao destinada a aplicar sanes previstas na lei em apreo poderia ser proposta at cinco anos aps o trmino do exerccio do mandato do PRF.

    15 (STF/2008/CESPE) Os atos de improbidade administrativa devem ter por pressuposto a ocorrncia de dano ao errio pblico.

    GABARITOS

    1 - C

    2 - C

    3 - E

    4 - C

    5 - E

    6 - E

    7 - E

    8 - C

    9 - E

    10 - C

    11 - E

    12 A

    13 E

    14 A

  • N a n d i a T o r r e s d a S i l v a B o 6 5 0 8 1 1 4 5 9 0 4

    N a n d i a T o r r e s d a S i l v a B o 6 5 0 8 1 1 4 5 9 0 4

    TICA NO SERVIO PBLICO P/ ANALISTA MCTI PROFESSOR: IGOR MOREIRA

    Prof. Igor Moreira

    www.pontodosconcursos.com.br

    15 E