aula 03 (2)-direito constitucional

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Direito Constitucional AFRFB Aula 3- TG dos Direitos Fundamentais Prof. Vítor Cruz e Rodrigo Duarte Fala pessoal, tudo certo com vocês? Hoje vamos começar a adentrar nos assuntos que considero mais importantes em qualquer concurso: os direitos fundamentais, gênero que engloba 5 espécies: os direitos individuais, os sociais, os da nacionalidade, os políticos e os dos partidos políticos. Antes de dissecarmos e analisarmos todas as células de cada uma dessas espécies nesse nosso "laboratório", veremos agora uma teoria geral desse gênero "direitos fundamentais". Preparados? Então vamos ao trabalho! Teoria Geral dos Direitos e Garantias Fundamentais: Mas qual a diferença entre direitos e garantias? Diz-se que direito é uma faculdade de agir, exercer, fazer ou deixar de fazer algo, ou até mesmo possuir, trata-se de uma liberdade positiva. As garantias não se referem às ações ou "posses", mas sim às proteções que as pessoas possuem frente ao Estado ou mesmo frente às demais pessoas, de modo que possam proteger seus direitos, ou até mesmo os meios para reivindicar tais direitos. Por isso, diz-se que as garantias são proteções para que se possa exercer um direito 1 . José Afonso da Silva faz o delineamento da diferença com uma frase exaustivamente usada pelas bancas de concurso: "Em suma (...) os direitos são bens e vantagens conferidos pela norma, enquanto as garantias são os meios destinados a fazer valer esses direitos, são instrumentos pelos quais se asseguram o exercício e o gozo daqueles bens e vantagens" 2 . 1. (CESPE/Analista Processual - MPU/2010) Considerando que os direitos sejam bens e vantagens prescritos no texto constitucional e as garantias sejam os instrumentos que asseguram o exercício de tais direitos, a garantia do contraditório e da ampla 1 CRUZ, Vítor. Vou Ter que Estudar Direito Constitucional! E Agora? São Paulo: Método. 2011. Pg. 30. 2 Silva, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. São Paulo: Malheiros, pg. 412. 1 Prof. Vítor Cruz e Rodrigo Duarte WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

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Fala pessoal, tudo certo com vocês? Hoje vamos começar a adentrar nos assuntos que considero mais importantes em qualquer concurso: os direitos fundamentais, gênero que engloba 5 espécies: os direitos individuais, os sociais, os da nacionalidade, os políticos e os dos partidos políticos.

Antes de dissecarmos e analisarmos todas as células de cada uma dessas espécies nesse nosso "laboratório", veremos agora uma teoria geral desse gênero "direitos fundamentais".

Preparados? Então vamos ao trabalho!

Teoria Geral dos Direitos e Garantias Fundamentais:

Mas qual a diferença entre direitos e garantias? Diz-se que direito é uma faculdade de agir, exercer, fazer ou deixar de fazer algo, ou até mesmo possuir, trata-se de uma liberdade positiva. As garantias não se referem às ações ou "posses", mas sim às proteções que as pessoas possuem frente ao Estado ou mesmo frente às demais pessoas, de modo que possam proteger seus direitos, ou até mesmo os meios para reivindicar tais direitos. Por isso, diz-se que as garantias são proteções para que se possa exercer um direito1.

José Afonso da Silva faz o delineamento da diferença com uma frase exaustivamente usada pelas bancas de concurso: "Em suma ( . . . ) os direitos são bens e vantagens conferidos pela norma, enquanto as garantias são os meios destinados a fazer valer esses direitos, são instrumentos pelos quais se asseguram o exercício e o gozo daqueles bens e vantagens"2.

1. (CESPE/Analista Processual - MPU/2010) Considerando que os direitos sejam bens e vantagens prescritos no texto constitucional e as garantias sejam os instrumentos que asseguram o exercício de tais direitos, a garantia do contraditório e da ampla

1 CRUZ, Vítor. Vou Ter que Estudar Direito Constitucional! E Agora? São Paulo: Método. 2011. Pg. 30. 2 Silva, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. São Paulo: Malheiros, pg. 412.

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defesa ocorre nos processos judiciais de natureza criminal de forma exclusiva.

Comentários: A consideração inicial da questão está correta: direitos são bens e vantagens prescritos no texto constitucional e as garantias são os instrumentos que asseguram o exercício de tais direitos, é isso que importa neste momento. A questão erra ao dizer que a garantia do contraditório e da ampla defesa ocorre nos processos judiciais de natureza criminal de forma exclusiva. Veremos que o contraditório e a ampla defesa (CF, art. 5o , LV) são garantias asseguradas em qualquer processo judicial ou administrativo.

Gabarito: Errado.

2. (CESPE/Contador-AGU/2010) Embora se saliente, nas garantias fundamentais, o caráter instrumental de proteção a direitos, tais garantias também são direitos, pois se revelam na faculdade dos cidadãos de exigir dos poderes públicos a proteção de outros direitos, ou no reconhecimento dos meios processuais adequados a essa finalidade.

Comentários: É isso aí. . . Essa é uma questão doutrinária. Nos mostra o papel das garantias constitucionais: "exigir dos poderes públicos a proteção de outros direitos ( . . . e) reconhecimento dos meios processuais adequados a essa finalidade".

Gabarito: Correto.

Qual o campo de abrangência da expressão "Direitos e Garantias Fundamentais?

A Constituição Federal de 1988 estabeleceu cinco espécies de direitos e garantias fundamentais:

• 1ª - direitos e deveres individuais e coletivos (CF, art. 5 o ) ;

• 2a - direitos sociais (CF, art. 6o ao 11);

• 3a - direitos de nacionalidade (CF, art. 12 e 13);

• 4a - direitos políticos (CF, art. 14 a 16); e

• 5a - direitos relativos à existência e funcionamento dos partidos políticos (CF, art. 17).

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Importante ainda é salientar que esses direitos e garantias nãose constituem em uma relação fechada, exaustiva, mas simem um rol exemplificativo, aberto para novas conquistas e reconhecimentos futuros. Vejamos:

Art. 5o, § 2o - Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte.

A doutrina faz a seguinte classificação:

Direitos Formalmente Fundamentais: São todos Direitos Fundamentais que se encontram arrolados do art. 5o ao art. 17 da Constituição. A Constituição expressamente estabeleceu tais direitos sob o título de "Direitos Fundamentais".

Direitos Materialmente Fundamentais -> São os Direitos que, independentemente de onde estão elencados, possuem conteúdo de direito fundamental, protegendo os particulares contra o arbítrio do Estado. Exemplo: as limitações ao poder de tributar do art. 150 da Constituição.

Pessoal, guarde essa dica pois isso é bem fácil... Sempre que estiver na dúvida entre "formal x material", lembre-se que "formal" é tudo aquilo que tem "aparência", "jeito", "forma" de alguma coisa! "Material" seria tudo aqui que tem "matéria", "teor", "conteúdo"inerente a alguma coisa...

3. (CESPE/ AJAJ- Oficial Avaliador- TRT-17/ 2013) As normas definidoras dos direitos individuais são especificamente determinadas em números fechados e não admitem interpretação extensiva ou ampliativa. Comentários:

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Errado, o rol de direitos e garantias é aberto, e admitem interpretação extensiva ampliativa. Lembrando ainda que o art. 5o § 2o , os direitos e garantias expressos na Constituição não excluem os outros que decorrerem do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte. Gabarito: Errado.

4. (CESPE/TJAA-STM/2011) Os direitos e as garantias expressos na Constituição Federal de 1988 (CF) excluem outros de caráter constitucional decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, uma vez que a enumeração constante no artigo 5.° da CF é taxativa.

Comentários:

Não, trata-se de um rol aberto, não taxativo, já que segundo o art. 5o §2° , eles não excluem outros direitos e garantias decorrentes dos regimes e princípios adotados pela constituição ou decorrentes de tratados internacionais em que o Brasil seja parte.

Gabarito: Errado.

5. (ESAF/ATRFB/2009) A Constituição Federal de 1988 não previu os direitos sociais como direitos fundamentais. Comentários: Temos na Constituição 5 espécies de direitos fundamentais: 1-Direitos e deveres individuais e coletivos; 2- Direitos Sociais; 3-Direitos da Nacionalidade; 4- Direitos Políticos; e 5- Direitos relativos à existência e funcionamento dos partidos políticos. Gabarito: Errado.

6. (ESAF/SEFAZ-CE/2007) A Constituição Federal de 1988 estabeleceu cinco espécies de direitos e garantias fundamentais: direitos e garantias individuais e coletivos; direitos sociais; direitos de nacionalidade; direitos políticos; e direitos relativos à existência e funcionamento dos partidos políticos.

Comentários: A única observação é que a ESAF "escorregou" e colocou direitos e garantias individuais e coletivos,quando o certo seria direitos e deveres individuais e coletivos, o que não seria suficiente para anular a questão.

Gabarito: Correto.

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7. (ESAF/AFPS/2002) Todos os direitos previstos na Constituição, por causa da hierarquia dela no ordenamento jurídico, recebem o nome e o tratamento de direitos fundamentais. Comentários: Não são todos os direitos constitucionais que são fundamentais. Os direitos fundamentais são os direitos essênciais à condição humana positivados em uma Constituição. Na Constituição de 1988 temos cinco espécies de direitos e garantias fundamentais: direitos e deveres individuais e coletivos; direitos sociais; direitos de nacionalidade; direitos políticos; e direitos relativos à existência e funcionamento dos partidos políticos. Gabarito: Errado.

8. (ESAF/Técnico ANEEL/2004) A Constituição enumera exaustivamente os direitos e garantias dos indivíduos, sendo inconstitucional o tratado que institua outros, não previstos pelo constituinte.

Comentários: Segundo a Constituição em seu art. 5o § 2o , os direitos e garantias expressos na Constituição não excluem os outros que decorrerem do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte.

Gabarito: Errado.

A doutrina costuma salientar que: embora "direitos humanos" e "direitos fundamentais" sejam termos comumente utilizados como sinônimos, a distinção ocorre pelo fato de que o termo "direitos humanos" é de aspecto universal, supranacional, enquanto "direitos fundamentais" são aqueles direitos do ser humano que foram efetivamente reconhecidos e positivados na Constituição de um determinado Estado.

A doutrina também costuma elencar como características destes direitos:

• Historicidade e mutabilidade -São históricos porque que foram conquistados ao longo dos tempos. Esse caráter histórico também remete a uma idéia cíclica de nascimento, modificação e desaparecimento, o que nos impede de considerar tais direitos como imutáveis.

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• inalienabilidade - pois são intransferíveis e inegociáveis;

• imprescritibilidade - podem ser invocados independentemente de lapso temporal, eles não prescrevem com o tempo;

• irrenunciabilidade -podem até não estar sendo exercidos, mas não poderão ser renunciados;

• universalidade - são aplicáveis a todos, sem distinção.

• relatividade ou limitabilidade - Os direitos fundamentais não são absolutos, são relativos, pois existem limites ao seu exercício. Este limite pode ser de ordem constitucional (decretação de Estado de Sítio ou de Defesa) ou encontrar-se no dever de respeitar o direito da outra pessoa.

• indivisibilidade, concorrência e complementaridade - Os direitos fundamentais formam um conjunto que deve ser garantido como um todo, e não de forma parcial. Um direito não excluiu o outro, eles são complementares, se somam, concorrendo para dotar o indivíduo da ampla proteção;

• Interdependência - Pode ser empregada em dois sentidos:

1º - Em um primeiro momento levaria à noção de indivisibilidade, já que a garantia de um direito fundamental dependeria da garantia conjunta de outro direito fundamental (exemplo: não se pode querer garantir os direitos sociais, sem garantir os direitos econômicos);

2o - Em uma segunda acepção também é lembrada como a relação que deve existir entre as normas (sejam elas constitucionais ou infraconstitucionais) e os direitos fundamentais, de forma que as primeiras (normas constitucionais e infraconstitucionais) devem traçar os caminhos para que efetivamente se concretizem tais direitos.

9. (ESAF/ATRFB/2012) Os direitos fundamentais se revestem de caráter absoluto, não se admitindo, portanto, qualquer restrição.

Comentários: Nenhum direito fundamental é absoluto, devendo o seu exercício ser harmonizado com diversos aspectos condicionadores, como, por exemplo, em face dos direitos fundamentais de outras pessoas.

Gabarito: Errado.

10. (ESAF/Analista Administrativo- DNIT/2013) Os direitos fundamentais não têm caráter absoluto e, por isso, não podem ser

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utilizados para justificar atividades ilícitas ou afastar as penalidades delas decorrentes.

Comentários: Os direitos fundamentais não são absolutos, são relativos, pois existem limites ao seu exercício. Esse limite pode ser de ordem constitucional (decretação de Estado de Sítio ou de Defesa) ou quando em colisão com os direitos de outro particular. Além disso, é pacífico no Supremo que nenhum direito fundamental pode ser utilizado para acobertar atividades ilícitas, motivo pelo qual o STF considerou lícita a instalação de escutas ambientais em período noturno em escritório de advocacia que estava servindo de reduto para práticas criminosas.

Gabarito: Correto.

11. (ESAF/ATRFB/2012) O estatuto constitucional das liberdades públicas, ao delinear o regime jurídico a que estas estão sujeitas, permite que sobre elas incidam limitações de ordem jurídica, destinadas, de um lado, a proteger a integridade do interesse social e, de outro, a assegurar a coexistência harmoniosa das liberdades, pois nenhum direito ou garantia pode ser exercido em detrimento da ordem pública ou com desrespeito aos direitos e garantias de terceiros.

Comentários: Correto. O item reafirma a relatividade dos direitos fundamentais, ao passo que expõe que nenhum direito fundamental é absoluto, devendo o seu exercício ser harmonizado com diversos aspectos condicionadores, como, por exemplo, em face dos direitos fundamentais de outras pessoas.

12. (ESAF/PGFN/2007) Entre as características funcionais dos direitos fundamentais encontra-se a legitimidade que conferem à ordem constitucional e o seu caráter irrenunciável e absoluto, que converge para o sentido da imutabilidade.

Comentários: Como vimos, os direitos fundamentais não são absolutos, são relativos, pois existem limites ao seu exercício. Este limite pode ser de ordem constitucional ou encontrar-se no dever de respeitar o direito da outra pessoa. Outro erro também é o da conversão para imutabilidade. Os direitos fundamentais são conquistas históricas, com o passar do tempo se faz necessário novas conquistas pois são

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novos os anseios da sociedade, assim, não podemos considerá-los como imutáveis.

Gabarito: Errado.

É importante salientar que estes direitos não se restringem a particulares, podendo, alguns, ser garantidos também a pessoas jurídicas, até mesmo de direito público, como, por exemplo, o direito de propriedade.

E importante que citemos ainda que a pessoa jurídica faz jus inclusive ao direito à honra, ou seja, à sua reputação, bom nome... Na jurisprudência do STJ -S ú m u l a n ° 2 2 7 : " A pessoa jurídica pode sofrer d a n o m o r a l " .

13. (ESAF/ATRFB/2009 - Adaptada) Pessoas jurídicas de direito público não podem ser titulares de direitos fundamentais.

Comentários: Vários deles que são extensíveis às pessoas jurídicas, inclusive de direito público, como o direito ao sigilo bancário, sigilo fiscal, direito de propriedade, entre outros.

Gabarito: Errado.

14. (ESAF/Procurador - PGDF/2007) Pessoas jurídicas de direito público podem ser titulares de direitos fundamentais.

Comentários:

Tem horas que os concursos são muito manjados né?! Essa banca fez pelo menos outras 5 questões idênticas a essa.

Gabarito: Correto.

15. (ESAF/Técnico Receita Federal - T I /2006) A proteção da honra, prevista no texto constitucional brasileiro, que se materializa no direito a indenização por danos morais, aplica-se apenas à pessoa

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física, uma vez que a honra, como conjunto de qualidades que caracterizam a dignidade da pessoa, é qualidade humana.

Comentários: Honra se refere ao bom nome, reputação e etc.. É assegurada às pessoas jurídicas.

Gabarito: Errado.

Historicamente, estes direitos se constituem em uma conquista de uma proteção do cidadão em face do poder autoritário do Estado (daí serem classificado como elementos limitativos da Constituição). Porém, atualmente, já se vislumbra o uso de tais direitos nas relações entre os próprios particulares, no que chamamos de eficácia horizontal dos direitos fundamentais. Desta forma, temos:

Eficácia vertical Proteção do particular em face do Estado.

Eficácia horizontal Proteção do particular em face de outro particular.

16. (CESPE/ Superior- TCE-ES/ 2013) A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal firmou o entendimento de que os direitos e garantias fundamentais se aplicam apenas às relações entre o particular e o Poder Público, e são inaplicáveis às relações privadas. Comentários: Errado, o STF já reconhece a eficácia de tais direitos nas relações entre os próprios particulares, no que chamamos de eficácia horizontal dos direitos fundamentais. Gabarito: Errado.

17. (ESAF/Analista Administrativo- DNIT/2013) A eficácia horizontal dos direitos fundamentais pressupõe plena incidência desses direitos nas relações entre particulares.

Comentários: Correto, tal ideia rompe com o paradigma de que os direitos fundamentais somente tem eficácia nas relações entre particular e Estado, considerando que o STF vem reiteradamente reconhecendo sua eficácia perante particulares (eficácia horizontal, privada ou

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externa), como por exemplo, as célebres decisões nos casos da Air France, reconhecendo a discriminação de empregado brasileiro em relação ao francês na empresa, que mesmo realizando atividades idênticas tinham os salários diferentes, determinando assim a observância do princípio da isonomia (RE 161.243-6) e no RE 201.819 — exclusão de membro de sociedade sem a possibilidade de sua defesa — violação do devido processo legal, contraditório e ampla defesa.

18. (ESAF/ATRFB/2009) As violações a direitos fundamentais não ocorrem somente no âmbito das relações entre o cidadão e o Estado, mas igualmente nas relações travadas entre pessoas físicas e jurídicas de direito privado. Assim, os direitos fundamentais assegurados pela Constituição vinculam diretamente não apenas os poderes públicos, estando direcionados também à proteção dos particulares em face dos poderes privados.

Comentários: Isso aí, é o que chamamos de eficácia horizontal dos direitos fundamentais.

Gabarito: Correto.

É comum que a doutrina classifique os direitos fundamentais em dimensões, principalmente em 1ª, 2a e 3a

dimensões (antes o termo usado era gerações, mas atualmente o uso deste termo é repudiado pelo fato de induzir ao pensamento de que uma geração acabaria por substituir a outra - o que é incorreto - e, ainda, que os direitos foram conquistados exatamente na ordem exposta, o que não é exatamente verdade em muitos países).

É importante que revisemos aqui um pouco da "evolução do Estado" para entendermos melhor a questão dos direitos fundamentais:

"Junto com o constitucionalismo temos a evolução do conceito de Estado. Com a Revolução Francesa e pela Independência dos Estados Unidos temos o início do Estado Liberal, já que se asseguraram as liberdades individuais, que vieram a ser chamadas de "direitos de primeira geração". Segundo os conceitos do liberalismo, o homem é naturalmente livre, então, buscou-se limitar o poder de atuação dos Estados para dotar de maior força a autonomia privada e deixar o

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Estado apenas como força de harmonização e consecução dos direitos. Na Constituição mexicana de 1917 e na de Weimar (Alemanha) em 1919, que nascem logo após a 1ª Guerra Mundial, temos um estilo de Constituição que prega não mais os direitos individuais em sentido estrito, mas uma visão mais ampla, do indivíduo em sociedade. Não podemos associá-la, do ponto de vista histórico, ao conceito de "constituição liberal" expresso pela Revolução Francesa. Ela vai além do "Estado liberal". A Constituição Mexicana de 1917 passa a trazer em seu texto mais do que simples liberdades (direitos de 1ª geração - liberdades individuais - direitos políticos e civis). Ela traz os direitos econômicos, culturais e sociais (direitos de segunda geração -relacionados à igualdade), surgindo então o conceito de " E s t a d o Social". Desta forma, possui como característica a mudança da concepção de constituição sintética para uma constituição analítica, mais extensa, capaz de melhor conter os abusos da discricionariedade. Aumenta assim a intervenção do Estado na ordem econômica e social, dizendo-se que a democracia liberal-econômica passa a ser substituída pela democracia social.

Esse estado social é superado com o fim da 2 a Guerra Mundial, temos então o surgimento do Estado Democrático de Direito marcado pelas iniciativas relacionadas à solidariedade e aos direitos coletivos". Grosso modo, podemos fazer uma correlação de que forma esses direitos foram surgindo e a fase pela qual o mundo passava.

Fase Marco Mundial

Dimensão dos direitos

Direitos Marco no Brasil

Estado Liberal

Revolução Francesa e Independê ncia dos EUA

1ª Liberdade: Direitos civis e políticos

Incipiente na CF/1824 e fortalecido na CF/1891

Estado Social

Pós 1ª Guerra Mundial Constituiçã o Mexicana (1917) e

2 a Igualdade: Direitos Sociais, Econômicos e Culturais.

CF/1934

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Weimar (1919).

Estado Democrático

Pós 2 a

Guerra Mundial.

3 a Solidariedade (fraternidade): Direitos coletivos e difusos.

CF/1988

A primeira dimensão dos direitos são as chamadas liberdades negativas, clássicas ou formais, pois foram as primeiras conquistas de libertação do povo em face do Estado. Eram protetoras. Eram formais pois via o homem como um ser genérico, abstrato, todos iguais, mas sem enxergar as verdadeiras diferenças materiais (econômica, cultural...) entre as pessoas.

A segunda dimensão reflete a busca da igualdade material, é também o que se chama das liberdades positivas, pois pressupõem não só uma proteção individual em face do Estado, mas uma efetiva ação estatal para que se concretizassem a igualdade econômica, social e cultural.

A terceira dimensão enxerga o homem em sociedade. Desta forma, se preocupa com os direitos coletivos (pertencentes a um grupo determinado de pessoas) e os direitos difusos (pertencentes a uma coletividade indeterminada). São exemplos destes direitos o direito à paz, ao meio ambiente equilibrado, ao progresso e desenvolvimento, o direito de propriedade ao patrimônio comum da humanidade, o direito de comunicação, entre outros.

Nesta 3a dimensão podemos incluir ainda o que se chama de "direitos republicanos". Estes seriam os direitos do cidadão pensando no patrimônio público comum (res publica - coisa pública). Assim, o cidadão age ativamente para defender as instituições da sociedade

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• As dimensões estão na ordem do lema da Revolução Francesa: liberdade, igualdade, e fraternidade.

• Os direitos Políticos são os de Primeira dimensão.

• Os direitos Sociais, Econômicos e Culturais (SEC - Lembre-se de "second") são os de segunda dimensão.

• Os direitos de "Todos" (difusos e coletivos) - seriam os de Terceira dimensão.

Pulo do Gato:

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reprimindo danos ao meio ambiente, ao patrimônio histórico-cultural, praticas de corrupção, nepotismo, e imoralidades administrativas. O principal instrumento deste exercício é a ação popular que veremos à frente.

Podemos expor aqui, ainda, posicionamentos sobre a quarta e quinta dimensões: 4 a dimensão - O professor Paulo Bonavides também propôs que já existiria a 4a dimensão dos direitos, ou seja, os direitos que se vinculam à idéia de democracia, especialmente a democracia direta, incluindo o direito à informação e o direito ao pluralismo. Esta dimensão foi alcançada através da universalização dos direitos promovida pela globalização. Noberto Bobbio também já faz alusão a uma possível quarta dimensão dos direitos fundamentais, mas, de forma diversa de Bonavides. Para o autor, a quarta dimensão estaria materializada nos direitos relativos à biotecnologia e ao patrimônio genético dos indivíduos.

5 a dimensão - O professor Bonavides ainda vislumbra a quinta dimensão dos direitos fundamentais, segundo ele, pela necessidade de se colocar em maior destaque o direito à paz, principalmente devido aos recentes atentados terroristas a partir do 11 de Setembro nos Estados Unidos. Outros diversos autores tratam dos direitos de quinta geração como os direitos ''virtuais" ou "cibernéticos", ou seja, aqueles relativos ao comércio e contratos eletrônicos, publicidade virtual, e os interligados à defesa da honra e da dignidade da pessoa humana no meio da internet, entre outros correlatos.

Questões sobre dimensões/gerações dos direitos:

19. (CESPE/AJAA-TJAL/2012) São direitos de quarta geração o direito à democracia, o direito à informação e o direito ao pluralismo.

Comentários: O CESPE, nesta questão, segue a doutrina do professor Paulo Bonavides que apresenta a 4a dimensão dos direitos como sendo aqueles que se vinculam à idéia de democracia, especialmente a democracia direta, incluindo o direito à informação e o direito ao

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pluralismo. Esta dimensão foi alcançada através da universalização dos direitos promovida pela globalização.

Gabarito: Correto.

20. (ESAF/ATRFB/2012) Enquanto os direitos de primeira geração realçam o princípio da igualdade, os direitos de segunda geração acentuam o princípio da liberdade.

Comentários: Errado. Os direitos de primeira dimensão compreendem as liberdades clássicas, negativas ou formais e não os direitos de igualdade. A igualdade seria a segunda dimensão dos direitos. Lembre-se que as três dimensões estão na ordem do lema da Revolução Francesa: Liberdade, Igualdade e Fraternidade.

21. (ESAF/ATRFB/2012) Os direitos fundamentais de defesa geram uma obrigação para o Estado de se abster, ou seja, implicam numa postura de natureza negativa do Poder Público. Assim, impõe-se ao Estado um dever de abstenção em relação à liberdade, à intimidade e à propriedade do cidadão, permitindo-se a intervenção estatal apenas em situações excepcionais, onde haja, ainda, o pleno atendimento dos requisitos previamente estabelecidos nas normas.

Comentários: Correto. Os direitos de defesa são os direitos negativos, as liberdades em sentido estrito. Tais liberdades referem-se à visão clássica dos direitos fundamentais, aqueles da 1ª dimensão, onde o Estado deveria "não fazer" algo contra o particular. Depois, com a 2a

dimensão surgiram os prestacionais, onde o estado além de "não fazer" certas coisas, deveria agir com prestando certas políticas à sociedade. A questão falou somente dos de defesa, ou seja, da 1ª dimensão.

22. (ESAF/Analista Administrativo- DNIT/2013) Os direitos fundamentais de primeira geração são titularizados pelos indivíduos em oposição ao Estado, sendo eles, entre outros, o direito à vida, à liberdade e à propriedade.

Comentários:

Correto. Os direitos de primeira dimensão ou geração compreendem as liberdades clássicas, negativas ou formais, são aqueles direitos individuais civis e políticos que se consubstanciam em uma abstenção do Estado em interferir na esfera privada.

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23. (ESAF/PGFN/2007) Apenas com o processo de redemocratização do país, implementado por meio da Constituição de 1946, é que tomou assento a ideologia do Estado do Bem-Estar Social, sob a influência da Constituição Alemã de Weimar, tendo sido a primeira vez que houve inserção de um título expressamente destinado à ordem econômica e social.

Comentários: A questão estaria perfeita se dissesse 1934 em vez de 1946.

Gabarito: Errada.

Teoria dos limites e o núcelo essencial dos direitos fundamentais:

É pacífico, na doutrina e na jurisprudência, que os direitos e garantias fundamentais não são absolutos, todos eles são relativos. Diz-se que são relativos, pois estão sujeitos a restrições, tais restrições ora serão impostas pelo legilslador (nos casos em que a Constituição autorize, expressa ou implicitamente), ora serão impostas por outros direitos que poderão com eles colidir no caso concreto, devendo, neste caso, ser harmonizados, para descobrir qual prevalecerá, o intérprete (juiz) fará então uso do princípio da harmonização (ou concordância prática, ou ainda ponderação de interesses).

Permite-se, então, para se proteger o teor de certos direitos fundamentais, que o legislador crie restrições a algum desses direitos. Essas restrições legais deverão decorrer de autorização da Constituição, porém, estas autorizações podem estar expressas na Constituição (limitações expressamente constitucionais) ou de forma implícita (limitações tacitamente constitucionais).

Quando a Constituição permite a restrição de um direito através de lei, surge o que a doutrina chama de "reserva legal". Ou seja, reservou-se à lei o direito de estabelecer uma limitação. Essa reserva legal será chamada de:

• Reserva legal simples - quando a Constituição se limita a autorizar a restrição (Ex. Art. 5o VII - é assegurada, "nos termos da lei", a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva); ou

• Reserva legal qualificada - quando, além de autorizar a restrição, a Constituição estabelece o que a lei fará (Ex. Art. 5o , XII -autoriza que a lei venha a trazer hipóteses de interceptação telefônica, mas somente para atender aos fins de investigação criminal ou instrução processual penal).

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É importante salientar que o legislador possui limites no seu exercício de limitação do direito fundamental, o que se tem chamado de os "limites dos limites". E qual seria tal limite? Seria a preservação do "núcleo essencial" do direito fundamental.

O núcleo essencial é a essência do direito fundamental, o seu conteúdo intocável, protegido de forma que o direito o qual está sofrendo a restrição não fique descaracterizado e perca a sua efetividade. Embora não seja expresso na Constituição, a doutrina e a jurisprudência, adotam a proteção ao núcleo essencial como implícito em nosso ordenamento jurídico. Segundo a doutrina, podemos basicamente estabelecer 2 teorias sobre o núcleo essencial dos direitos fundamentais:

• Teoria Absoluta - Independente do caso concreto, o núcleo existencial, ou seja, o limite imposto será sempre o mesmo, fixo.

• Teoria Relativa - Deve-se observar o caso concreto para só então verificar qual será o limite de restrição.

24. (ESAF/Analista Administrativo- DNIT/2013) Não há hierarquia entre os direitos fundamentais e, portanto, havendo conflito entre eles, a solução é aplicação do princípio da concordância prática ou da harmonização.

Comentários: Diante dessa "colisão", indispensável será a "ponderação de interesses" à luz da razoabilidade, usando-se o método interpretativo da concordância prática ou harmonização, em que se busca o cumprimento de ambos, embora em graus diferentes de concretização.

Gabarito: Correto.

25. (ESAF/ATRFB/2012) O conteúdo do princípio da dignidade da pessoa humana se identifica necessariamente com o núcleo essencial dos direitos fundamentais.

Comentários: O núcleo essencial dos direitos fundamentais é a essência do direito fundamental, o seu conteúdo intocável, protegido de forma que o direito o qual está sofrendo a restrição não fique descaracterizado e perca a sua efetividade. Embora não seja expresso na Constituição, a doutrina e a jurisprudência adotam a proteção ao núcleo essencial como implícito em nosso ordenamento jurídico. A dignidade da pessoa humana é um importante direcionador para se averiguar qual

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é esse conteúdo intocável dos direitos fundamentais, mas não se pode dizer que eles se confundem, não há relação de identidade entre eles.

Gabarito: Errado.

26. (ESAF/Analista Administrativo- DNIT/2013) As restrições a direitos fundamentais decorrentes de cláusulas de reserva legal previstas constitucionalmente têm efeito retroativo.

Comentários: Reserva legal é, grosso modo, situações previstas constitucionalmente para que leis infraconstitucionais possam disciplinar ou conter o alcance de normas constitucionais. Ao se elaborar estas leis com base em cláusulas de reserva legal, estas leis serão em regra irretroativas. Em diversas hipóteses a Constituição expressamente veda a retroatividade da lei, como por exemplo, no art. 5o , XL, "a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu"; e XXXVI, "a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada".

Gabarito: Errado.

27. (ESAF/PGFN/2007) O direito de livre locomoção (é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens)pode sofrer restrição, conforme previsto na Constituição, por meio da chamada reserva legal qualificada.

Comentários: Seria uma reserva legal "simples" pois a Constituição limitou-se a prever que será "nos termos da lei" sem se preocupar em dizer quais seriam estes termos.

Gabarito: Errado.

28. (ESAF/ATRFB/2009) A Constituição Federal de 1988 previu expressamente a garantia de proteção ao núcleo essencial dos direitos fundamentais.

Comentários:

Essa garantia é implícita e não expressa.

Gabarito: Errado.

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29. (ESAF/ATRFB/2009) Quanto à delimitação do conteúdo essencial dos direitos fundamentais, a doutrina se divide entre as teorias absoluta e relativa. De acordo com a teoria relativa, o núcleo essencial do direito fundamental é insuscetível de qualquer medida restritiva, independentemente das peculiaridades que o caso concreto possa fornecer.

Comentários: A teoria relativa é a que defende que o delineamento do núcleo essencial dependerá da análise do caso concreto.

Gabarito: Errado.

30. (ESAF/Procurador da Fazenda Nacional/2006) O fenômeno da colisão dos direitos fundamentais não é admitido como possível no ordenamento jurídico brasileiro, já que a Constituição não pode abrigar normas que conduzam a soluções contraditórias na sua aplicação prática.

Comentários: É admitido sim. Os direitos fundamentais podem "colidir", o que não pode é haver "contradição". Caso haja uma colisão, eles deverão ser harmonizados, para descobrir qual prevalecerá.

Gabarito: Errado.

Dimensão Subjetiva X Dimensão Objetiva dos Direitos Fundamentais: A doutrina atual do Direito Constitucional aceita uma visão dos Direitos Fundamentais sob duas diferentes óticas:

• Dimensão subjetiva - é a visão clássica dos Direitos Fundamentais. Consiste em enxergá-los como um direito da pessoa em face do Estado, o qual deve exercer um papel negativo (abstenção de intervir para que não viole os direitos previstos, notadamente os direitos e garantias individuais) ou positivo (prestações que o Estado faz para as pessoas de forma a garantir condições mais dignas de sobrevivência, notadamente os direitos sociais).

• Dimensão objetiva - É a nova visão, onde os Direitos Fundamentais elevem ser enxergados não só sob a ótica dos ''direitos das pessoas frente ao Estado", mas como enunciados que contém alta carga valorativa. Valores, princípios, regras que norteiam a aplicação do ordenamento jurídico e assumem

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um papel central no constitucionalismo. Podemos desmembrá-la da seguinte forma3:

1- Direitos fundamentais não são meros enunciados, são valores, princípios, possuem carga axiológica que deve ser usada para fins de aplicação, ainda que não estejam sendo titularizados por uma pessoa específica.

2- Os direitos fundamentais se "irradiam" pelo ordenamento jurídico levando a uma ideia de "interpretação conforme os direitos fundamentais". O Estado passa ainda a ter um dever de proteção dos valores contidos em tais direitos.

3- Eles possuem aplicação imediata, devendo sempre que possível serem aplicados "de pronto'".

4- Os direitos fundamentais possuem caráter mandamental, imperativo e, em especial aqueles de prestações positivas, como os Direitos Sociais, possuem eficácia dirigente, enunciando normas que impõem uma efetiva atuação do Estado, legislativa e administrativa, com o fim de regulamentá-los e concretizá-los.

5- Os direitos fundamentais podem ser reciprocamente condicionados, uns pelos outros, para que seja viável o convívio em sociedade. Lembrando que nesse condicionamento (harmonização, conformação), restringem-se direitos, mas devem ser preservados, ao menos, os núcleos essenciais de cada um.

6- Surge a ideia de que tais direitos devem ser enxergados com eficácia horizontal (proteção do indivíduo em face dos outros indivíduos).

31. (ESAF/ATRFB/2012) Sob a perspectiva objetiva, os direitos fundamentais outorgam aos indivíduos posições jurídicas exigíveis do Estado, ao passo que, na perspectiva subjetiva, os direitos fundamentais representam uma matriz diretiva de todo o ordenamento jurídico, bem como vinculam atuação do Poder Público em todas as esferas.

Comentários: Errado. Sempre que tivermos o uso do termo "subjetivo", lembre-se de que estamos nos referindo ao "sujeito" possuidor de direitos.

3Sobre o tema: DIMOULIS, Dimitri; MARTINS, Leonardo. Teoria Geral dos Direitos Fundamentais. 2a tiragem. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2008, e BONAVIDES, Paulo. Curso de Direito Constitucional. 21a edição. São Paulo:Malheiros, 2007.

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Assim, a questão trocou a perspectiva objetiva pela subjetiva, por isso erro.

A visão subjetiva é a visão clássica dos Direitos Fundamentais. Consiste em enxergá-los como um direito da pessoa em face do Estado, o qual deve exercer um papel negativo (abstenção de intervir para que não viole os direitos previstos, notadamente os direitos e garantias individuais) ou positivo (prestações que o Estado faz para as pessoas de forma a garantir condições mais dignas de sobrevivência, notadamente os direitos sociais).

Já na dimensão objetiva, estamos falando da nova visão, onde os Direitos Fundamentais devem ser enxergados não só sob a ótica dos "direitos das pessoas frente ao Estado", mas como enunciados que contém alta carga valorativa. Valores, princípios, regras que norteiam a aplicação do ordenamento jurídico e assumem um papel central no constitucionalismo.

DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS APLICÁVEIS AOS DIREITOS FUNDAMENTAIS EM GERAL:

O art. 5o da Constituição nos traz 4 parágrafos com disposições aplicáveis aos direitos fundamentais. Sabemos, pelo §2° deste art. 5 o , que os direitos e garantias expressos na Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte. Agora vamos estudar os outros 3 parágrafos:

Sobre as normas dos direitos e garantias fundamentais: Art. 5o § Io - As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata.

Este dispositivo mostra a preocupação com a efetividade dos direitos e garantias fundamentais. O que ele quer dizer na verdade, Vítor?

Quer dizer que "em regra" devemos aplicar imediatamente todos dos direitos e garantias, não ficando parados, sentados, dormindo, esperando que venha uma lei para regulamentá-los.

Pode haver regulamentação legal? Sim, mas esta não é essencial para a sua efetividade quando for possível aplicar desde logo o direito.

Isso não quer dizer que as normas ali sejam todas de eficácia plena. Na verdade, trata-se apenas um apelo para que se busque

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efetivamente aplicá-las e assim não sejam frustrados os anseios da sociedade.

32. (ESAF/Auditor Fiscal - SEFAZ-CE/2007) As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata e eficácia plena. Comentários: É errado dizer que possuem eficácia plena. Gabarito: Errado.

33. (ESAF/Gestor-SEFAZ-MG/2005) Como regra geral, os direitos fundamentais somente podem ser invocados em juízo depois de minudenciados pelo legislador ordinário.

Comentários: A regra geral é que eles podem ser invocados imediatamente.

Gabarito: Errado.

Tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos: § 3o Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais. (Incluído pela EC 45/04)

A EC 45/04 abriu a possibilidade de ampliar a relação dos direitos fundamentais de status constitucional através da aprovação de tratados internacionais pelo mesmo rito de emendas constitucionais. Vamos entender melhor isso:

• A regra é que os tratados internacionais são equivalentes às leis ordinárias.

• A exceção é essa acima - eles vão estar equiparados às Emendas Constitucionais caso cumpram estes requisitos acima, ou seja, versem sobre direitos humanos e o decreto legislativo relativo a ele seja aprovado pelo mesmo rito exigido para as emendas à Constituição.

• Ainda que não aprovados pelo rito das Emendas, se versarem sobre direitos humanos, o STF entende que possuem "supralegalidade" podendo revogar leis anteriores e devendo ser observados pelas leis futuras. É assim, por exemplo, que

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vigora em nosso ordenamento o "Pacto de San Jose da Costa Rica" - status acima das leis e abaixo da Constituição.

• Lembrando que (CF, art. 49, I e 84, VI I ) cabe ao Congresso Nacional - por meio de Decreto Legislativo - resolver definitivamente sobre tratados internacionais (seja sobre direitos humanos ou não), referendando-os e, após isso, estes passarão a integrar o ordenamento jurídico nacional entrando em vigor após a edição de um decreto presidencial.

Esquematizando, um tratado pode adquirir 3 status hierárquicos: 1- Regra: Status de lei ordinária. Caso seja um tratado que não verse sobre direitos humanos.

2- Exceção 1: Status Supralegal. Caso seja um tratado sobre direitos humanos não votado pelo rito de emendas constitucionais, mas pelo rito ordinário;

3- Exceção 2: Status constitucional. Caso seja um tratado sobre direitos humanos votado pelo rito de emendas constitucionais (3/5 dos votos, em 2 turnos de votação em cada Casa). Essa possibilidade só passou a existir com a EC 45/04.

Mais observações:

• Com base neste parágrafo, vigora com força de Emenda Constitucional o Decreto Legislativo n° 186/08 que ratificou o texto da convenção sobre os direitos das pessoas com deficiência e de seu protocolo facultativo, assinados em Nova Iorque, em 30 de março de 2007.

• Não precisa necessariamente ser direito individual, perceba que a norma fala direitos humanos.

• Segundo o STF, como os tratados internacionais são equiparados às leis ordinárias, não podem versar matéria sob reserva constitucional de lei complementar, pois em tal situação, a própria Carta Política subordina o tratamento legislativo de determinado tema ao exclusivo domínio nor-mativo da Lei Complementar.

34. (FCC/Técnico Judiciário - Área Administrativa/2012) Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por dois quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais.

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Comentários: Para que alcancem esse status precisam de 3/5 dos votos e não 2/5.

Gabarito: Errado.

35. (ESAF/TFC-CGU/2008) A respeito dos direitos e garantias fundamentais, é possível afirmar que os tratados e convenções sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às (aos)

a) emendas constitucionais.

b) leis ordinárias.

c) leis complementares.

d) decretos legislativos.

e) leis delegadas.

Comentários: Como cumpriu os requisitos: Direitos Humanos + Rito de emenda, eles serão equivalentes às emendas constitucionais.

Gabarito: Letra A.

36. (ESAF/ATA-MF/2009) Os tratados e convenções internacionais sobre direitos fundamentais que forem aprovados, no Congresso Nacional, serão equivalentes às emendas constitucionais.

Comentários: Não basta que os tratados e convenções internacionais sejam aprovados no Congresso Nacional para serem equivalentes às emendas constitucionais. Eles serão equivalentes às emendas constitucionais somente se forem sobre direitos humanos e aprovados por 3/5 dos membros em 2 turnos, ou seja, com o mesmo procedimento exigido para a aprovação de uma emenda constitucional (CF, art. 5o §3°) .

Gabarito: Errado.

37. (ESAF/Procurador PGFN/2012) Sobre a relação entre direitos expressos na Constituição de 1988 e tratados internacionais, especialmente à luz da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, é incorreto afirmar que:

a) as normas de direitos humanos contidas em convenções internacionais pactuadas no âmbito da Organização das Nações

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Unidas, mesmo que a República Federativa do Brasil delas não seja parte, se incorporam ao direito pátrio de forma equivalente às emendas constitucionais.

b) os direitos e garantias expressos na Constituição não excluem outros decorrentes dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte.

c) da disposição contida no § 2o do art. 5o da Constituição não resulta que os direitos e garantias decorrentes dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte ostentem o nível hierárquico de norma constitucional.

d) da disposição contida no § 3o do art. 5o da Constituição, decorrente da Emenda Constitucional n. 45 de 2004, resulta que as normas de direitos humanos contidas em convenções internacionais de que a República Federativa do Brasil seja parte, quando aprovadas pelo Congresso Nacional na forma ali disposta, sejam formalmente equivalentes àquelas decorrentes de emendas constitucionais.

e) especialmente da disposição contida no § 2o do art. 5o da Constituição resulta que as normas de direitos humanos contidas em convenções internacionais de que a República Federativa do Brasil seja parte, mesmo quando não aprovadas pelo Congresso Nacional na forma disposta no § 3o do mesmo dispositivo, tenham status de normas jurídicas supralegais.

Comentários:

a) Errado, se o Brasil não fizer parte da convenção, não se incorporarão ao nosso direito.

b) Correto. É o que diz o § 2o do Art. 5o da CF-88, vejamos: "Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte".

c) Correto. Veja que a questão fala que não serão de nível hierárquico de norma constitucional. Para que tais direitos sejam elevados à status constitucional é necessário o quórum de aprovação de emenda à Constituição, aprovada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros

d)Correto, este é o teor do art. 5 o , § 3o .

e) Correto. Este é o entendimento atual do Supremo, que decidiu os tratados sobre direitos humanos, ainda que não aprovados pelo rito das emendas constitucionais, se versarem sobre direitos humanos, o atual entendimento da corte é que tais tratados teriam status de "supralegalidade", podendo revogar leis anteriores e devendo ser

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observados pelas leis futuras. É assim, por exemplo, que vigora em nosso ordenamento o "Pacto de San Jose da Costa Rica" status acima das leis e abaixo da Constituição.

Gabarito: Letra A.

38. (ESAF/ATRFB/2009) Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em turno único, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais.

Comentários: Para que sejam equivalentes às emendas constitucionais, eles precisam de dois turnos, ou seja, o mesmo rito que se exige de uma emenda constitucional. (CF, art. 5o , § 3o )

Gabarito: Errado.

39. (ESAF/ANA/2009) Relativo ao tratamento dado pela jurisprudência que atualmente prevalece no STF, ao interpretar a Constituição Federal, relativa aos tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos ratificados pelo Brasil: A legislação infraconstitucional anterior ou posterior ao ato de ratificação que com eles seja conflitante é inaplicável, tendo em vista o status normativo supralegal dos tratados internacionais sobre direitos humanos subscritos pelo Brasil.

Comentários: Na jurisprudência do STF, o tratado sobre direitos humanos que não foi votado pelo rito de emenda constitucional possui status supralegal (superior às leis e inferior à Constituição), revogando as leis anteriores e devendo ser observado pelas leis futuras.

Gabarito: Correto.

Tribunal Penal Internacional: § 4o O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a cuja criação tenha manifestado adesão. (Incluído pela EC 45/04)

Outra inovação da EC 45/04. Esse dispositivo tem sido cobrado apenas literalmente nos concursos, independente do nível.

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40. (CESPE/Técnico-TJ-TJ/2008) A submissão do Brasil ao Tribunal Penal Internacional depende da regulamentação por meio de lei complementar.

Comentários: Não há necessidade de lei complementar.

Gabarito: Errado.

41. (ESAF/AFRFB/2009) Nos termos da Constituição Federal de 1988, o Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Constitucional Internacional a cuja criação tenha manifestado adesão.

Comentários: A submissão é ao tribunal penal internacional a cuja criação tenha manifestado adesão, e não ao tribunal constitucional internacional (CF, art. 5°§4°) .

Gabarito: Errado.

Esses direitos estão presentes no art. 5o da Constituição Federal.

A Constituição dá o nome de "Direitos e Deveres", porém, não há "deveres individuais" propriamente ditos expressos no texto, os deveres são, na verdade, o de respeitar o direito do outro.

Também não há segregação expressa daqueles que seriam direitos individuais e os que seriam direitos coletivos.

cláusula pétrea de nossa Constituição (CF, art. 60 §4°) - isso quer dizer que não podem ser abolidos ou ter a sua eficácia reduzida por uma emenda constitucional. Eles são "de pedra", permanentes, uma modificação poderá fortalecê-los, mas nunca enfraquecê-los.

Sabemos que a relação não é exaustiva, pois por força do § 2o do art. 5o , não se excluem outros direitos decorrentes dos regimes e princípios adotados pela Constituição ou decorrentes de tratados internacionais em que o Brasil seja parte. Assim, existem diversos outros direitos individuais e coletivos também protegidos como cláusula pétrea, espalhados ao longo do texto constitucional, como, por exemplo, as limitações ao poder de tributar do art. 150.

Os direitos individuais são uma

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42. (CESPE/Agente-Hemobrás/2008) Dos direitos fundamentais, apenas os direitos e garantias individuais podem ser considerados como cláusulas pétreas.

Comentários: Não existe exata delimitação das cláusulas pétreas formadas pelos direitos e garantias fundamentais. Alguns autores defendem que os direitos sociais também seriam cláusulas pétreas, outros defendem que não. Nos afastando desta polêmica, a questão se resolve pelo fato de o voto direto, secreto, universal e periódico também ser um direito fundamental (CF, art. 14) e também ser uma cláusula pétrea, que segundo o art. 60 §4° , são:

I - a forma federativa de Estado;

II - o voto direto, secreto, universal e periódico;

I I I - a separação dos Poderes;

IV - os direitos e garantias individuais. Gabarito: Errado.

43. (CESPE/AJAA-STF/2008) Todos os direitos e garantias fundamentais previstos na CF foram inseridos no rol das cláusulas pétreas.

Comentários: Dentre os direitos e garantias fundamentais, a CF só previu como cláusula pétrea os direitos e garantias individuais e o voto com as suas características de ser "direto, secreto, universal e periódico".

Gabarito: Errado.

Caput do art. 5 o:

Todos são iguais perante a lei sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, á liberdade, â igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

Doutrina:

Segundo o prof. Manuel Gonçalves Ferreira Filho, o critério usado para classificar os direitos do art. 5o (direitos e deveres individuais e coletivos) foi o critério do objeto imediato do direito

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assegurado4.Isso quer dizer que eles foram divididos em 5 "objetos imediatos": vida,liberdade, igualdade, segurança e propriedade. Assim, os diversos incisos presentes no art. 5o são usados para definir direitos e garantias que, não obstante tenham um fim traçado na norma, possuem como "objeto imediato" o alcance do direito à vida, da liberdade, da igualdade, da segurança ou da propriedade.

Podemos assim agrupar cada um dos incisos de acordo com o seu objeto imediato. Ex . :

Direitos cujo objeto imediato é a "liberdade" - Direito de locomoção (CF, art. 5o , XV e LXVIII) , Liberdade de pensamento e religião (CF, art. 5°, IV, VI , VI I , V I I I , IX) , liberdade de reunião (CF, art. 5º, XVI) , etc.

Jurisprudência:

- Segundo o Supremo, as pesquisas com células-tronco embrionárias não violam o direito à vida ou o princípio da dignidade da pessoa humana5.

- No mesmo julgado, que se referia proteção do direito à vida, e a constitucionalidade da lei de Biossegurança (Lei 11.105/2005), o STF entendeu que a Constituição Federal, quando se refere à "dignidade da pessoa humana" e à proteção dos direitos e garantias individuais não se estaria se referindo a todo e qualquer estágio da vida humana, mas da vida que já é própria de uma concreta pessoa, porque nativiva, e que a inviolabilidade de que trata o art. 5o diria respeito exclusivamente a um indivíduo já personalizado6.

44. (FCC/AJ-Arquivologia-TRT-19/2011) A Constituição Federal, ao classificar os direitos enunciados no artigo 5o , quando assegura a inviolabilidade do direito à vida, à dignidade, à liberdade, à segurança e à propriedade, adota o critério do

a) perigo subjetivo do direito assegurado.

b) objeto imediato do direito assegurado.

c) alcance relativo do direito assegurado.

d) plano mediato do direito assegurado.

e) alcance subjetivo do direito assegurado.

4Manuel Gonçalves Ferreira Filho apud José Afonso da Silva, Curso de Direito Constitucional Positivo (33^ Ed.), pg. 194. 5ADI 3.510, Rei. Min. Carlos Britto, julgamento em 28 e 29-5-08, Plenário, Informativo 508 6ADI 3.510, Rei. Min. Carlos Britto, julgamento em 28 e 29-5-08, Plenário, Informativo 508

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Comentário: O critério foi o do objeto imediato do direito assegurado. Eles foram divididos em 5 "objetos imediatos": vida,liberdade, igualdade, segurança e propriedade. Assim, os diversos incisos presentes no art. 5o são usados para definir direitos e garantias que, não obstante tenham um fim traçado na norma, possuem como "objeto imediato" o alcance do direito à vida, da liberdade, da igualdade, da segurança ou da propriedade.

Gabarito: Letra B.

Extensão da expressão "residentes País" do art. S°:

i m p o f l a n t e !

Embora a literalidade do caput expresse o termo "residente", o STF promoveu uma mutação constitucional, ampliando o escopo desses direitos. O Supremo decidiu que deve ser entendido como todo estrangeiro que estiver em território brasileiro e sob as leis brasileiras, mesmo que em trânsito. Assim o estrangeiro em trânsito estará amparado pelos direitos individuais, e poderá inclusive fazer uso de "remédios constitucionais" como habeas corpus e mandado de segurança. Ressalva-se que o estrangeiro não poderá fazer uso de todos os direitos, pois alguns são privativos de brasileiros como, por exemplo, o uso da ação popular.

Vale dizer que esta extensão não deve ser entendida como apenas aos direitos individuais, mas todos os direitos fundamentais, na medida em que forem possíveis de serem aplicados.

45. (CESPE/AJAJ-TRE-MS/2013) O estrangeiro residente no Brasil, por não ser cidadão brasileiro, não possui o direito de votar e de impetrar habeas corpus. Comentários: Embora realmente o estrangeiro não tenha direito a voto, pois é ato privativo de brasileiros (natos ou naturalizados), no que tange à impetração de habeas corpus não é possível negar tal direito aos estrangeiros, visto ser pacífico no STF que o estrangeiro, ainda que em mero trânsito em território brasileiro, faz jus aos direitos fundamentais expressos na Magna Carta, com exceção apenas daqueles privativos de brasileiros tal como o de impetrar ação popular e votar.

Gabarito: Errado.

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46. (ESAF/ATRFB/2012) O súdito estrangeiro, mesmo aquele sem domicílio no Brasil, tem direito a todas as prerrogativas básicas que lhe assegurem a preservação da liberdade e a observância, pelo Poder Público, da cláusula constitucional do devido processo legal.

Comentários: Correto. Embora a literalidade do caput do art. 5o expresse o termo ''residente", o STF decidiu que deve ser entendido como todo estrangeiro que estiver em território brasileiro e sob as leis brasileiras, mesmo que em trânsito. Perfeito o item.

Gabarito: Correto.

47. (ESAF/AFC-CGU/2012) A Constituição assegura aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no país, em igualdade de condições, os direitos e garantias individuais tais como: a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, mas aos estrangeiros não se estende os direitos sociais destinados aos brasileiros.

Comentários: Segundo o STF, o estrangeiro, que estiver sob as leis brasileiras, ainda que em mero trânsito pelo país, teria os mesmos direitos, garantias e deveres individuais que os brasileiros possuem, salvo aqueles direitos que a Constituição reserva somente a brasileiros, como o caso da impetração de ação popular, e esta extensão não deve ser entendida como apenas aos direitos individuais, mas todos os direitos fundamentais, na medida em que forem possíveis de serem aplicados.

Assim, erra a questão ao dizer que os direitos sociais não podem ser aplicados aos estrangeiros.

Gabarito: Errado.

48. (ESAF/Analista-SUSEP/2010) A Constituição Federal garante a inviolabilidade dos direitos à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, além de outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte. Os direitos configurados nos incisos do art. 5 da Constituição não são, em verdade, concretização e desdobramento dos direitos genericamente previstos no caput.

Comentários:

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O caput do art. 5o traz os 5 direitos individuais básicos: vida, liberdade, igualdade, segurança e propriedade. Estes direitos se desdobram em diversos outros ao longo dos diversos incisos do art. 5o . Por ex. : O direito à propriedade se desdobra no direito de propriedade industrial, direitos autorais, inviolabilidade de domicílio, não-desapropriação, salvo nos casos previstos no texto constitucional e etc.

Gabarito: Errado.

49. (ESAF/ATRFB/2009) O direito fundamental à vida, por ser mais importante que os outros direitos fundamentais, tem caráter absoluto, não se admitindo qualquer restrição.

Comentários:

Não existem quaisquer direitos fundamentais absolutos, todos são relativos, inclusive o direito à vida. Não há também o que se falar em qualquer hierarquia entre eles. Não há hierarquia entre princípios constitucionais, nem entre quaisquer das normas constitucionais.

Gabarito: Errado.

50. (ESAF/ATRFB/2009) Apesar de o art. 5o , caput, da Constituição Federal de 1988 fazer menção apenas aos brasileiros e aos estrangeiros residentes, pode-se afirmar que os estrangeiros não-residentes também podem invocar a proteção de direitos fundamentais.

Comentários:

Isso aí. Segundo o STF, o estrangeiro, que estiver sob as leis brasileiras, ainda que em mero trânsito pelo país, teria os mesmos direitos, garantias e deveres individuais que os brasileiros possuem, salvo aqueles direitos que a Constituição reserva somente a brasileiros, como o caso da impetração de ação popular.

Gabarito: Correto.

51. (ESAF/Analista Jur. - SEFAZ-CE/2007) Os dispositivos relativos aos direitos e garantias individuais, por se constituírem cláusulas pétreas, não podem sofrer modificações que lhe alterem a substância. Mesmo status não foi conferido aos direitos sociais, que podem ser objeto de emenda à Constituição, tendente à sua abolição.

Comentários: O erro foi dizer que "não podem sofrer modificações que lhe alterem a substância". A proteção dos direitos individuais como cláusulas

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pétreas protege apenas a abolição ou redução dos direitos. Nada impede porém que eles sejam ampliados ou fortalecidos.

Gabarito: Errado.

52. (ESAF/Analista Jur. - SEFAZ-CE/2007) A Constituição Federal de 1988 garante apenas aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à propriedade. Nesse sentido, a autoridade policial poderá determinar o ingresso em imóvel de estrangeiro, que não resida do País, sem que sejam observadas as limitações constitucionais.

Comentários: Está errado, pois o estrangeiro, embora não tenha residência fixa no país, está albergado pelos direitos fundamentais. Isso devido a mutação constitucional promovida pelo STF ampliando a abrangência do caput do art. 5o .

Gabarito: Errado.

Igualdade (ou Isonomia): Art. 5o , I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição;

O caput também faz menção a este princípio, quando diz: todos são iguais perante a lei.

Este princípio pode ser entendido como: "a lei não pode fazer distinção, deve tratar de forma igual os iguais e de forma desigual os desiguais na medida de suas desigualdades''. Desta forma, temos dois diferentes tipos de isonomia:

Isonomia formal Todos poderão igualmente buscar os direitos expressos na lei.

Isonomia material

É a igualdade real, vai além da igualdade formal. A busca da igualdade material acontece quando são tratadas desigualmente as pessoas que estejam em situações desiguais. Geralmente usada para favorecer alguns grupos que estejam em posição de desvantagem. Obviamente ela só será válida se for pautada em um motivo lógico e justificável. Ex. Destinação de vagas especiais para deficientes físicos em concursos públicos.

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Discriminação Reversa - A isonomia material acaba gerando uma discussão sobre a chamada "discriminação reversa". Este tema foi muito debatido no caso de cotas raciais em faculdades públicas. A adoção do sistema de cotas iria, para alguns, gerar uma "discriminação reversa" na medida que uma ação estatal com objetivo de ajudar uma parcela da população a alcançar a isonomia material acabaria por gerar um preterimento de uma outra parcela, que seria, assim, prejudicada.

A doutrina também costuma diferenciar outras duas formas de isonomia (ambas comportadas pela Constituição):

Igualdade perante a lei

Com a lei já elaborada, esta igualdade direciona o aplicador da lei para que a aplique sem fazer distinções (isonomia formal).

Igualdade na lei

É o princípio que direciona o legislador a não fazer distinções entre as pessoas no momento de se elaborar uma lei.

Jurisprudência:

STF - Súmula n° 339 - Não cabe ao Poder Judiciário, que não tem função legislativa, aumentar vencimentos dos servidores públicos sob fundamento de isonomia.

Não afronta o princípio da isonomia a adoção de critérios distintos para a promoção de integrantes do corpo feminino e masculino da Aeronáutica7.

53. (CESPE/Analista-EBC/2011) O Poder Judiciário não pode, sob a alegação do direito a isonomia, estender a determinada categoria de servidores públicos vantagens concedidas a outras por lei.

Comentários:

É pacífico na jurisprudência do Supremo a impossibilidade do Poder Judiciário atuar como legislador positivo, ou seja, basear-se na isonomia para estender a categorias não contempladas benefícios

Al 443.315-AgR, Relatora a Ministra Cármen Lúcia, DJ de 16.02.07 e RE 316.882-AgR, Relator o Ministro Carlos Velloso, DJ de 30.09.05

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que deveriam ser veiculados por lei. Assim, nos termos da Súmula 339 do STF - Não cabe ao Poder Judiciário, que não tem função legislativa, aumentar vencimentos dos servidores públicos sob fundamento de isonomia.

Gabarito: Correto.

54. (ESAF/ATRFB/2012) Segundo a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, o foro especial para a mulher nas ações de separação judicial e de conversão da separação judicial em divórcio ofende o princípio da isonomia entre homens e mulheres ou da igualdade entre os cônjuges.

Comentários: Trata-se de uma busca pela igualdade material (tratar desigualmente os desiguais para igualar condições).

Gabarito: Errado.

55. (ESAF/ATRFB/2012) A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal firmou entendimento no sentido de que afronta o princípio da isonomia a adoção de critérios distintos para a promoção de integrantes do corpo feminino e masculino da Aeronáutica.

Comentários: A jurisprudência do Supremo está firmada no sentido oposto, já tendo se manifestado sobre o tema em diversas oportunidades. (AI 443.315-AgR, Relatora a Ministra Cármen Lúcia, DJ de 16.02.07 e RE 316.882-AgR, Relator o Ministro Carlos Velloso, DJ de 30.09.05).

Gabarito: Errado.

56. (ESAF/ATRFB/2012) O princípio da isonomia, que se reveste de autoaplicabilidade, não é suscetível de regulamentação ou de complementação normativa. Esse princípio deve ser considerado sob duplo aspecto: (i) o da igualdade na lei; e (ii) o da igualdade perante a lei.

Comentários: O princípio da isonomia é autoaplicável e pode ser entendido como: "a lei não pode fazer distinção, deve tratar de forma igual os iguais e de forma desigual os desiguais na medida de suas desigualdades". Desta forma, temos dois diferentes tipos de isonomia: Isonomia formal- Todos poderão igualmente buscar os direitos expressos na lei. Isonomia material - É a igualdade real, vai além da igualdade formal. A busca da igualdade material acontece quando são tratadas

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desigualmente as pessoas que estejam em situações desiguais. Geralmente usada para favorecer alguns grupos que estejam em posição de desvantagem. Obviamente ela só será válida se for pautada em um motivo lógico e justificável. Ex. Destinação de vagas especiais para deficientes físicos em concursos públicos.

A doutrina também costuma diferenciar outras duas formas de isonomia (ambas comportadas pela Constituição) e que foram cobradas na prova: Igualdade perante a lei - Com a lei já elaborada, esta igualdade direciona o aplicador da lei para que a aplique sem fazer distinções (isonomia formal). Igualdade na lei - É o princípio que direciona o legislador a não fazer distinções entre as pessoas no momento de se elaborar uma lei.

Gabarito: Correto.

57. (ESAF/Técnico Receita Federal - T I /2006) A doutrina e a jurisprudência reconhecem que a igualdade de homens e mulheres em direitos e obrigações, prevista no texto constitucional brasileiro, é absoluta, não admitindo exceções destinadas a compensar juridicamente os desníveis materiais existentes ou atendimento de questões socioculturais.

Comentários: No caso de busca de nivelamento de desigualdade (isonomia material), não há qualquer violação ao princípio.

Gabarito: Errado.

58. (ESAF/Juiz Substituto TRT 7°/2005) A Constituição veda todo tratamento diferenciado entre brasileiros que tome como critério o sexo, a etnia ou a idade dos indivíduos.

Comentários: Poderá ocorrer tratamento diferenciado para que se possa alcançar a chamada isonomia material, ou seja, tratar de forma desigual os desiguais para que possamos reduzir as desigualdades.

Gabarito: Errado.

Liberdade (legalidade na visão do cidadão): Art. 5o, II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei;

Doutrinariamente, chama-se de "liberdade" (uma de suas faces) o princípio que está expresso no art. 5o , I I , já que somente a lei

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(legítima) pode obrigar que alguém faça ou deixe de fazer algo contra sua vontade.

Este princípio também é conhecido como a faceta da legalidade para o cidadão, isso porque a legalidade pode ser entendida de 2 formas:

• Para o cidadão - O particular pode fazer tudo aquilo que a lei não proíba;

• Para o administrador público - O administrador público só pode fazer aquilo que a lei autorize ou permita.

Doutrina: Cabe-nos agora, expor uma outra discussão doutrinária relevante para concursos: a diferenciação dos termos "legalidade" e "reserva legal" (reserva de lei). Embora, não seja pacífico tal distinção, muitos juristas (inclusive o próprio STF8) consideram importante diferenciar tais institutos:

1- Reserva legal - É um termo mais específico. Ocorre quando a Constituição estabelece um comando, mas faz uma "reserva" para que uma lei (necessariamente uma lei formal - emanada pelo Poder Legislativo - ou então, uma lei delegada ou medida provisória) estabeleça algumas situações. Ex. Art. 5o , X I I I - É livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer. Veja que a Constituição garantiu uma liberdade, porém, reservou à lei, e somente à lei (formal), a possibilidade de estabelecer restrições à norma. Esta reserva feita à lei, pode ocorrer de duas formas:

• Reserva legal absoluta - Quando será a própria lei que irá atender o mandamento. Ex. Os casos constitucionais que

" a lei disporá"... veja que é a própria lei, diretamente, que atenderá o comando constitucional;

• Reserva legal relativa - Quando não é a lei que irá, diretamente, atender ao comando constitucional, mas estabelecerá os limites, ou os termos, dentro dos quais um ato infralegal irá atuar. Ex. Os casos constitucionais que venham com as expressões "nos termos da lei", "na forma da lei", "nos limites estabelecidos pela lei"... veja que não será a lei que atenderá ao comando, porém, esta estará traçando os limites para tal.

2- Legalidade - É um termo mais genérico, também conhecido como "reserva da norma". Grosso modo, a legalidade (reserva de

8HC 85.060, Rei. Min. Eros Grau, julgamento em 23-9-2008, Primeira Turma, DJE de 13-2-2009. 36

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norma) pode ser atendida tanto com o uso de leis formais, quanto pelo uso de atos infralegais emanados nos limites da lei. Legalidade, então, seria simplesmente "andar dentro dos limites traçados pelo Legislador". Seja com o uso direto de uma lei, seja o uso de um ato, nos limites da lei, ambos conseguiriam perfeitamente cumprir o comando da "legalidade".

Jurisprudência:

O STF tem entendido que o princípio da legalidade expresso no art. 5 o , II da Constituição seria meramente uma "reserva de norma", ou seja, uma legalidade ampla e não uma reserva de lei (formal) em sentido estrito9. Assim, tal dispositivo poderia ser cumprido tanto através de uma lei formal como também por outros atos expressa ou implicitamente autorizados por ela.

59. ( C E S P E / T F C E - T C U / 2 0 1 2 ) Quando se afirma que a regulamentação de determinadas matérias há de se fazer necessariamente por lei formal, há referência expressa ao princípio da legalidade lato sensu.

Comentários: Quando se diz "necessariamente por lei formal" estamos falando sobre a legalidade em sentido "estrito" (stricto sensu) e não sobre a legalidade em sentido amplo (lato sensu), que seria atendida tanto c o m o uso de leis formais , quanto pelo uso de atos infralegais e m a n a d o s nos limites da lei.

Gabarito: Errado.

60. (CESPE/Oficial de Inteligência- ABIIN/2010) O preceito constitucional que estabelece que ninguém é obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei veicula a noção genérica do princípio da legalidade.

Comentários:

Trata-se da norma do art. 5o , I I , que traz o chamado princípio da liberdade, ou o princípio da legalidade na visão do cidadão. Este princípio é conhecido como a faceta da legalidade para o cidadão porque a legalidade pode ser entendida de 2 formas:

• Para o cidadão - O particular pode fazer tudo aquilo que a lei não proíba;

HC 85.060, Rei. Min. Eros Grau, julgamento em 23-9-2008, Primeira Turma, DJE de 13-2-2009.

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• Para o administrador público - O administrador público só pode fazer aquilo que a lei autorize ou permita.

Gabarito: Correto.

61. (ESAF/Técnico - Receita Federal/2006) Com relação ao direito, a todos assegurado, de não ser obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa, senão em virtude de lei, o sentido do termo "lei" é restrito, não contemplando nenhuma outra espécie de ato normativo primário.

Comentários: A questão citou no enunciado o teor do art. 5o , II da Constituição. Em julgado de 2008, o STF citou o fato de que a legalidade expressa neste art. 5o , II da Constituição seria meramente uma "reserva de norma", ou seja, uma legalidade ampla e não uma reserva de lei (formal) em sentido estrito10. Assim, tal dispositivo poderia ser cumprido através de uma lei formal, e também por outros atos expressa ou implicitamente autorizados por ela.

Gabarito: Errado.

t t o m e n o t a !

Nas palavras do Supremo: ninguém é obrigado a cumprir ordem ilegal, ou a ela se submeter, ainda que emanada de autoridade judicial. É dever da cidadania opor-se à ordem ilegal; caso contrário, nega-se o Estado de Direito11.

62. (ESAF/ANA/2009) Ninguém é obrigado a cumprir ordem ilegal, ou a ela se submeter, por isso que é dever de cidadania opor-se à ordem ilegal, ainda que emanada de autoridade judicial; caso contrário, nega-se o Estado de Direito.

Comentários: Este é o pensamento do STF em cima do dispositivo Constitucional do art. 5o , II (ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei). Assim o Supremo decidiu: "Ninguém é obrigado a cumprir ordem ilegal, ou a ela se submeter, ainda que emanada de autoridade judicial. Mais: é dever de cidadania opor-se à

1010HC 85.060, Rei. Min. Eros Grau, julgamento em 23-9-2008, Primeira Turma, DJE de 13-2-2009. n H C 73.454, Rei. Min. Maurício Corrêa, julgamento em 22-4-96, 2§ Turma, DJ de 7-6-96

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ordem ilegal; caso contrário, nega-se o Estado de Direito." (HC 73.454, Rei. Min. Maurício Corrêa, julgamento em 22-4-96, 2a

Turma, DJ de 7-6-96)

Gabarito: Correto.

63. (ESAF/AFT/2003) Aplicado o princípio da reserva legal a uma determinada matéria constante do texto constitucional, a sua regulamentação só poderá ser feita por meio de lei em sentido formal, não sendo possível discipliná-la por meio de medida provisória ou lei delegada.

Comentários: A reserva legal é cumprida pela lei ou ato com força de lei, assim, observa-se a reserva legal pelo uso de lei formal - emanada pelo Poder Legislativo - ou então, lei delegada ou medida provisória.

Gabarito: Errado.

Desdobramento da dignidade da pessoa humana: Art. 5o , III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante;

Súmula Vinculante n° 11 Só é lícito o uso de algemas em casos de resistência e de fundado receio de fuga ou de perigo à integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade e de nulidade da prisão ou do ato processual a que se refere, sem prejuízo da responsabilidade civil do Estado.

64. (CESPE/AJAA-TJES/2011) O princípio da dignidade da pessoa humana possui um caráter absoluto, sendo um princípio primordial presente na Constituição Federal de 1988.

Comentários: A dignidade da pessoa humana é um princípio fundamental de nosso ordenamento. Este princípio, bem como qualquer outro direito fundamental previsto na Constituição não pode ser considerado absoluto. A característica da "relatividade" é inerente a eles, pois ainda que aparentem ser absolutos, eles poderão, diante de um caso

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concreto, colidir com outros direitos fundamentais, e assim serem relativizados.

Gabarito: Errado.

65. (ESAF/ANA/2009 - Adaptada) O uso de algemas só é lícito em casos de resistência e de fundado receio de fuga ou de perigo à integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, justificada previamente a excepcionalidade por escrito.

Comentários: Segundo a Súmula Vinculante de n° 11 ("Só é lícito o uso de algemas em casos de resistência e de fundado receio de fuga ou de perigo à integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade e de nulidade da prisão ou do ato processual a que se refere, sem prejuízo da responsabilidade civil do Estado'') precisa haver justificação por escrito para que se possa usar algemas em uma prisão, porém, esta justificação, obviamente, não precisa ser prévia, podendo ocorrer em momento posterior.

Gabarito:Errado.

66. (ESAF/Juiz Substituto TRT 7°/2005) O direito à incolumidade física expressa caso de direito fundamental absoluto. Comentários: Não existe direito fundamental absoluto, pois todos podem ser ponderados no caso concreto.

Gabarito: Errado.

Manifestação do pensamento:

Art. 5o , IV - é livre a manifestação do pensamento; sendo vedado o anonimato;

Obviamente, a manifestação do pensamento não é absoluta, deve-se respeitar os outros princípios, como a intimidade, privacidade etc.

Segundo o STF, não é possível a utilização da denúncia anônima como ato formal de instauração do procedimento investigatório, quando isoladamente consideradas, já que as peças futuras não poderiam, em regra, ser incorporadas formalmente ao processo. Nada impede, porém, que o Poder Público seja provocado pela delação anônima e, com isso, adote medidas informais para que se

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apure a possível ocorrência da ilicitude penal12. E ratifica:não serve à persecução criminal notícia de prática criminosa sem identificação da autoria, consideradas a vedação constitucional do anonimato e a necessidade de haver parâmetros próprios à responsabilidade, nos campos cível e penal, de quem a implemente13.

O STF também decidiu, sobre a manifestação do pensamento, que a defesa da legalização das drogas em espaços públicos constitui exercício legítimo do direito à livre manifestação do pensamento, sendo, portanto, permitida pelo ordenamento jurídico pátrio14.

67. (CESPE/AJAJ - STM/2011) Com fundamento no dispositivo constitucional que assegura a liberdade de manifestação de pensamento e veda o anonimato, o Supremo Tribunal Federal (STF) entende que os escritos anônimos não podem justificar, por si só, desde que isoladamente considerados, a imediata instauração de procedimento investigatório.

Comentários: Tipo de questão que o CESPE usa muito: jurisprudências recentes e relevantes. Segundo o STF, não é possível a utilização da denúncia anônima como ato formal de instauração do procedimento investigatório , quando isoladamente consideradas.

Gabarito: Correto.

68- (CESPE/AUFCE-TCU/2011) Se indícios da prática de ilícito penal por determinada pessoa constarem de escritos anônimos, a peça apócrifa, por si só, em regra, não será suficiente para a instauração de procedimento investigatório, haja vista a vedação ao anonimato prevista na CF.

Comentários: Apócrifo significa "origem desconhecida", "sem assinatura". Assim, não se pode usar escritos cuja origem incerta (anônima) para instaurar processo. Decidiu então o STF, em 2007, no HC 84827/ TO Não serve à persecução criminal notícia de prática criminosa sem identificação da autoria, consideradas a vedação constitucional do anonimato e a necessidade de haver parâmetros próprios à responsabilidade, nos campos cível e penal, de quem a implemente.

Gabarito: Correto.

12lnq 1.957, Rei. Min.Carlos Velloso, voto do Min. Celso de Mello, julgamento em 11-5-05, Plenário, DJ de 11-11-05. 13STF, O HC 84827 / TO , em 2007. 14 ADPF 187/DF, rei. Min. Celso de Mello, 15.6.2011.

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69. (ESAF/ Analista de Finanças- STN/ 2013) É livre a manifestação de pensamento, permitindo-se inclusive o anonimato. Comentários: Errado, contraria o preceito do inciso IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato; do art. 5o da Constituição, confira: IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato. Gabarito: Errado.

70. (ESAF/ATRFB/2012) É livre a manifestação do pensamento, sendo permitido o anonimato.

Comentários: O art. 5o , IV veda o anonimato na manifestação de pensamento.

Gabarito: Errado.

71. (ESAF/ATRFB/2012) A defesa da legalização das drogas em espaços públicos não constitui exercício legítimo do direito à livre manifestação do pensamento, sendo, portanto, vedada pelo ordenamento jurídico pátrio.

Comentários: No julgamento da ADPF 187/DF (rei. Min. Celso de Mello, 15.6.2011) o Supremo entendeu que tal manifestação não contraria o ordenamento jurídico, assim, a defesa da legalização das drogas em espaços públicos constitui exercício legítimo do direito à livre manifestação do pensamento.

Gabarito: Errado.

72. (ESAF/ATRFB/2012) O exercício concreto da liberdade de expressão assegura ao jornalista o direito de expender críticas a qualquer pessoa, ainda que em tom áspero, contundente, sarcástico, irônico ou irreverente, especialmente contra as autoridades e aparelhos de Estado. No entanto, deve responder penal e civilmente pelos abusos que cometer, e sujeitar-se ao direito de resposta previsto no texto constitucional.

Comentários:

Item chega a ser engraçado, pois falou várias coisas que levavam a pensar no "abuso do direito" e depois o item realmente afirmou isso -ele pode, mas deve responder pelos abusos! Está correto o item.

Gabarito: Correto.

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73. (ESAF/Advogado-IRB/2006) A liberdade de manifestação do pensamento, nos termos em que foi definida no texto constitucional, só sofre restrições em razão de eventual colisão com o direito à intimidade, vida privada, honra e imagem.

Comentários: Está errado já que expressamente a Constituição (CF, art. 5o , IV) prevê outra limitação, quando veda o anonimato. Não podemos dizer o termo "só".

Gabarito: Errado.

Direito de resposta e inviolabilidade de honra, imagem e vida privada:

Art. 5o, V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem;

Pois é, vimos que todo mundo tem a liberdade de se manifestar... Obviamente essa liberdade não é absoluta e se abusar do direito, vem esse dispositivo aqui! O ofendido tem direitos de resposta, ainda podendo cumular uma forma tríplice de indenização pela ofensa: material, moral e imagem.

Isso porque temos o seguinte dispositivo:

Art. 5o , X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;

Embora seja assegurado o direito de resposta, não se pode, nesta, violar a intimidade, a vida privada e a honra do agressor. Exemplo: A mulher não pode vingar-se do namorado, que publicou fotos suas desrespeitosas na internet, fazendo o mesmo com as dele, alegando direito de resposta.

Princípio da exclusividade:

É de se destacar que a intimidade e a vida privada são regidas "princípio da exclusividade". Isso significa que cada pessoa deve ter garantido o seu direito ao acesso de seus dados e a sua vida particular de forma exclusiva, sem que tenha ingerências externas ou

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tenha essa sua exclusividade devassada. Diante disso, decorrem aqueles diversos sigilos: bancário, fiscal, telefônico...

Honra x imagem:

Intimidade e vida privada são conceitos de fácil visualização. Porém, é necessário que façamos aqui uma distinção dos conceitos de honra e imagem, para fins dessa proteção:

• honra - aspecto interno; reputação do indivíduo, bom nome.

• Imagem - aspecto externo, exposição de sua figura.

Desta forma, vemos que honra e imagem são coisas dissociadas. No entendimento do STF, se alguém fizer uso indevido da imagem de alguém, a simples exposição desta imagem já gera o direito de indenizar, ainda que isso não tenha gerado nenhuma ofensa à sua reputação.

Ainda nos cabe diferenciar a questão dos danos:

Dano material - Quando existe ofensa, direta ou indireta (lucros cessantes), ao patrimônio das pessoas físicas ou jurídicas.

Dano moral - Quando existe ofensa à algo interno, subjetivo. Conceito amplo que abrange ofensa à reputação de alguém, ou quando se refere ao fato de ter provocado violação ao lado emocional, psíquico, mental da pessoa.

Dano à imagem - Segundo o art. 20 do Código Civil, são aqueles que denigrem, através da exposição indevida, não autorizada ou reprovável, a imagem das pessoas físicas, ou seja, a publicação de seus escritos, a transmissão de sua palavra, ou a utilização não autorizada de sua imagem, bem como, a utilização indevida do conjunto de elementos como marca, logotipo ou insígnia, entre outros, das pessoas jurídicas.

Lembrando ainda que:STJ - súmula - 227 —>a pessoa jurídica pode sofrer dano moral.

Jurisprudência relevante:

Segundo o STF: a divulgação dos vencimentos brutos de servidores, com seus respectivos nomes e matrículas funcionais, a ser realizada oficialmente - em portal de transparência constituiria interesse coletivo, sem implicar violação à intimidade e à segurança deles, não

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se podendo fazer divulgação de outros dados pessoais como endereço residencial, CPF e RG de cada um15.

74. (CESPE/ Auditor - SEFAZ-ES/ 2013) A CF assegura a liberdade de manifestação de pensamento, sem excluir a responsabilidade pelos danos materiais e morais decorrentes do seu exercício e sem afastar o direito de resposta para rebater qualquer tipo de ofensa, e não apenas aquelas configuradoras de ilícitos penais. Comentários: Correto, conforme disposto no art. 5o , V da CF, que prevê direito de resposta no caso de violação dos direitos patrimoniais e da personalidade. Gabarito: Correto.

75. (ESAF/EPPGG-MPOG/2009) São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem decorrente de sua violação.

Comentários: Exato. É o que preceitua o art. 5o , X da Constituição. São os direitos subjetivos que as pessoas possuem de proteção à sua privacidade, honra e imagem. Estes direitos além de garantirem seu próprio núcleo expresso na Constituição, ainda são o respaldo para outros como o direito ao sigilo bancário e fiscal.

Gabarito: Correto.

76. (ESAF/Técnico ANEEL/2004) Pela ofensa à sua honra, a vítima pode receber indenização por dano moral, mas não por danos materiais.

Comentários: A indenização por danos materiais também é assegurada (CF, art. 5o , X). Gabarito: Errado.

15Informativo - 630 - SS 3902 Segundo AgR/SP, rei. Min. Ayres Britto, 9.6.2011.

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77. (ESAF/Juiz Substituto TRT 7°/2005) A publicação da fotografia de alguém, que causa constrangimento e aborrecimento, pode ensejar indenização por danos morais.

Comentários: Não se pode invocar o exercício de um direito para prejudicar outro. Desta forma, no caso exposto não se poderia invocar a liberdade de manifestação ou de publicidade pois deveria respeitar a intimidade e vida privada da pessoa. Assim, poderia sujeitar o infrator à indenização por dano moral, material e imagem.

Gabarito: Correto.

Sigilo bancário e fiscal: Segundo o STF, o art. 5o , X, que vimos anteriormente, também é o respaldo constitucional para o sigilo bancário e fiscal das pessoas. Pois a intimidade e a vida privada são regidas "princípio da exclusividade". A pessoa deve ter o direito exclusivo ao acesso de seus dados e a sua vida particular.

Estes sigilos só podem ser relativizados, com a devida fundamentação, por:

• decisão judicial; • CPI - somente pelo voto da maioria da comissão e por decisão

fundamentada, não pode estar apoiada em fatos genéricos;

• Ministério Público - muito excepcionalmente. Somente quando estiver tratando de aplicação das verbas públicas devido ao princípio da publicidade.

Obs.: A LC 105/01 fornece respaldo para que a quebra do sigilo bancário seja feita por autoridade fiscal. Porém, embora exista essa previsão legal, ela é alvo de muitas críticas, inclusive a posição atual do STF16

indica que seria inconstitucional, já que o sigilo possui um pilar na própria Constituição Federal, não podendo ser relativizado por leis infraconstitucionais - sejam elas ordinárias ou complementares -. Assim, somente as autoridades judiciais - e a CPI, que possui os mesmo poderes investigativos daquelas (CF, art. 58 §3° ) - é que poderiam relativizar estes sigilos.

No entanto, até o momento, ainda não houve decisão do STF neste sentido que se revista de caráter vinculante, já que a decisão do STF se deu em sede de recurso extraordinário e não em uma ação direta.

16 RE 389.808/PR -15-12-2010

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Lembramos ainda que a quebra por parte do Ministério Público é muito excepcional, somente podendo ser feita no caso citado anteriormente. Assim, a quebra de sigilos, em regra, só pode ser feita por Juiz e CPI.

78. (ESAF/ATRFB/2012) As Comissões Parlamentares de Inquérito podem decretar a quebra do sigilo bancário ou fiscal, independentemente de qualquer motivação, uma vez que tal exigência está restrita às decisões judiciais.

Comentários: Errado. O Supremo já consagrou o entendimento que a decisão sobre a quebra deve ser tomada pela maioria da CPI e ser fundamentada, não podendo se apoiar em fatos genéricos.

Gabarito: Errado.

79. (ESAF/ATRFB/2009) Comissão Parlamentar de Inquérito não pode decretar a quebra do sigilo fiscal, bancário e telefônico do investigado.

Comentários:

Ela pode sim, desde que por maioria absoluta e sem estar apoiada em fatos genéricos.

Importante ressaltar que, conforme será visto, essa quebra de sigilo telefônico se refere somente aos dados telefônicos (para quem ligou, quando ligou, etc.). Não se trata de interceptação da conversa telefônica, isso só o juiz poderá ordenar.

Gabarito: Errado.

80. (ESAF/ANA/2009) Em obediência ao princípio da publicidade, instituição financeira não pode invocar sigilo bancário para negar ao Ministério Público informações e documentos sobre nomes de beneficiários de empréstimos concedidos com recursos subsidiados pelo erário, em se tratando de requisição para instruir procedimento administrativo instaurado em defesa do patrimônio público.

Comentários: Trata-se da hipótese excepcional, em que se admite quebra de sigilo pelo Ministério Público, segundo jurisprudência do STF. Esta hipótese excepcional só é admitida quando estiver se tratando de verbas públicas, devido o princípio da publicidade. Em regra, não poderá haver quebra do sigilo pelo ministério público, apenas por:

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• Decisão judicial;

• CPI;

Resposta: Correto.

Liberdade de crença religiosa e filosófica O Brasil é um país laico, não possui uma religião oficial, embora proteja a liberdade de crença como uma das faces da não discriminação.

Art. 5o , VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias; (Entenda-se por liturgias: celebrações, rituais...)

Art. 5o, VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva;

81. (CESPE/Assistente - CNPq/2011) Ao assegurar a liberdade de consciência e crença, a CF reafirmou ser o Brasil um país laico, apesar de admitir a prestação de assistência religiosa nas entidades civis de internação coletiva.

Comentários: Exatamente, sabemos que o Brasil é um país laico, ou leigo, que é aquele país que não possui religião oficial, não impõe nenhuma religião. Porém, o Brasil adota a proteção às religiões, seus cultos e liturgias, como uma de suas bases, de forma a impedir a não discriminação e favorecendo uma pluralidade de opiniões e etc..

A Constituição prevê como uma das faces dessa "proteção religiosa" a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva (CF, art. 5o , VI I ) .

Gabarito: Correto.

82. (ESAF/EPPGG-MPOG/2009) É inviolável a liberdade de consciência e de crença, assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida de forma absoluta a proteção aos locais de culto e a suas liturgias.

Comentários: Nenhum direito fundamental é absoluto, pois, ao usufruir de um direito também deve-se respeitar outros como, por exemplo, a

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intimidade e a vida privada das pessoas. Assim, a liberdade de culto também não pode ser considerada absoluta, e tal garantia se fará apenas na forma da lei (CF, art. 5o , VI) .

Gabarito: Errado.

83. (ESAF/AFRFB/2009) Segundo a Constituição de 1988, é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e militares de internação privada ou pública.

Comentários: A assistência é assegurada nas entidades de internação coletiva (CF, art. 50, VI I ) .

Gabarito: Errado.

84. (ESAF/SEFAZ-CE/2007) De acordo com a Constituição Federal de 1988, deve o Poder Público proporcionar a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva, contribuindo, inclusive, com recursos materiais e financeiros.

Comentários: Não existe previsão para a contribuição de recusos matérias e financeiros (CF, art. 5 o , VI I ) .

Gabarito: Errado.

Imperativo de Consciência Art. 5o, VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei;

O imperativo de consciência pode ser alegado, por exemplo, em tempo de paz, no caso do serviço militar obrigatório, mas não poderá a pessoa recusar-se a cumprir a prestação alternativa imposta, conforme dispõe o art. 143, § I o .

Art. 15, IV No caso de recusa de se cumprir obrigação legal a todos imposta ou prestação alternativa, ensejará a suspensão dos direitos políticos do cidadão.

85. (CESPE/AJAJ-TRE-MS/2013) A objeção de consciência é protegida constitucionalmente, podendo o cidadão invocá-la para

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eximir-se de obrigação legal a todos imposta e para se recusar a cumprir prestação alternativa fixada em lei.

Comentários: A Constituição em seu art. 5o , inciso VI I I , prevê que ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei, veja que a Constituição respeita os imperativos de consciência, no entanto, não se utilizada com o fim de permitir que alguém se exima de obrigação e nem admite a recusa de prestação alternativa.

Gabarito: Errado.

86. (CESPE/Analista - CNPq/2011) Pessoa que se exima de obrigação legal a todos imposta por motivo de crença religiosa deve sofrer as consequências legais por seu ato, já que o Brasil é um país laico.

Comentários: O Brasil é um país laico, ou leigo, que é aquele país que não possui religião oficial, não impõe nenhuma religião. Porém, o Brasil adota a proteção às religiões, seus cultos e liturgias, como uma de suas bases, de forma a impedir a não discriminação e favorecendo uma pluralidade de opiniões e etc.

Assim, o Brasil admite (expressamente na CF,art. 5o , V I I I ) que ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei. Ou seja, ela pode invocar a sua crença para eximir-se de obrigação, e ainda assim não sofrerá consequências. Essa punição só ocorrerá caso haja uma prestação alternativa fixada em lei que também seja objeto de recusa por parte da pessoa. Gabarito: Errado.

87. (ESAF/EPPGG-MPOG/2009) Poderá ser privado de direitos quem invocar motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei.

Comentários: Segundo a Constituição em seu art. 5o , VI I I , ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica

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ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei. Gabarito: Correto.

Liberdade de pensamento e a censura

Art. 5o , IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença;

Art. 220 —>A manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação, sob qualquer forma, processo ou veículo não sofrerão qualquer restrição, observado o disposto na CF.

• Nenhuma lei conterá dispositivo que possa constituir embaraço à plena liberdade de informação jornalística em qualquer veículo de comunicação social.

• É vedada toda e qualquer censura de natureza política, ideológica e artística.

• A publicação de veículo impresso de comunicação independe de licença de autoridade.

88. (ESAF/EPPGG-MPOG/2009) É livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença, assim como a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato.

Comentários: Questão literal que faz combinação das disposições constitucionais do art. 50, IV e IX.

Gabarito: Correto.

89. (ESAF/Analista Administrativo - ANEEL/2006) Por ser a liberdade de expressão livre de censura, pacificou-se o entendimento de que não se pode punir a opinião divulgada que seja agressiva à honra de terceiros.

Comentários: Segundo a doutrina e jurisprudência, os direitos individuais devem ser ponderados e não ao se exercer um direito deve-se observar os limites impostos pelos outros direitos.

Gabarito: Errado.

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90. (ESAF/PFN/2006) A liberdade de expressão está entre os direitos fundamentais absolutos da Constituição em vigor.

Comentários: Não existe direito fundamental aboluto, já que no caso concreto ele poderá colidir com outros, quando então deveremos usar o princípio da harmonização ou concordância prática para verificar qual irá prevalecer. Dessa forma, por exemplo, ao usar a sua liberdade de expressão, a pessoa deve se preocupar em não ferir a honra ou a imagem de pessoas.

Gabarito: Errado.

Art. 5o, XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação

Esquematizando este inciso, vemos que, o domicílio não possui uma inviolabilidade absoluta, poderá alguém adentrar no recinto se:

• Tiver o consentimento do morador;

• Ainda que sem o consentimento do morador, se o motivo for:

• Flagrante delito;

• Desastre;

• Prestar Socorro;

• Ordem judicial, mas neste caso, somente durante o dia.

Baseado na doutrina constitucionalista, entendemos que a expressão "durante o dia" significa o lapso temporal que vai da aurora ao crepúsculo, sem determinação de horário fixo, devido às peculiaridades do Brasil (horário de verão e etc.), ou seja, "durante o dia" é o período em que a terra está sendo iluminada pelo sol.

Algumas questões de concurso insistem em "fixar horários", quando isso acontecer, o candidato deverá utilizar o período das 6h às 18h como o período referente ao dia, embora não achemos que seja o correto.

Inviolabilidade de domicílio

Expressão "durante o dia":

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Termo "casa":

"Casa", segundo o STF, tem sentido amplo, aplica-se ao escritório, consultório etc. (qualquer recinto privado não aberto ao público). Porém, nenhum direito fundamental é absoluto, desta forma, o STF decidiu pela não ilicitude das provas obtidas com violação noturna de escritório de advogados para que fossem instalados equipamentos de escuta ambiental, já que os próprios advogados estavam praticando atividades ilícitas em seu interior. Assim, a inviolabilidade profissional do advogado, bem como do seu escritório, serve para resguardar o seu cliente para que não se frustre a ampla defesa, mas, se o investigado é o próprio advogado, ele não poderá invocar a inviolabilidade profissional ou de seu escritório, já que a Constituição não fornece guarida para a prática de crimes no interior de recinto17.

A prisão de traficante, em sua residência, durante o período noturno, não constitui prova ilícita, já que se trata de crime permanente18

91. (ESAF/ATRFB/2012) Ressalvadas as situações excepcionais taxativamente previstas no texto constitucional, nenhum agente público, ainda que vinculado à administração tributária do Estado, poderá, contra a vontade de quem de direito, ingressar, durante o dia, sem mandado judicial, em espaço privado não aberto ao público, onde alguém exerce sua atividade profissional, sob pena de a prova resultante da diligência de busca e apreensão assim executada reputar-se inadmissível.

Comentários:

Correto. Trata-se do conceito amplo do termo "casa" para fins da proteção prevista na Constituição Federal. Qualquer espaço privado não aberto ao público só poderá ser violado contra a vontade da pessoa nos casos de flagrante delito, desastre, para prestar socorro, ou durante o dia por ordem judicial. A Jurisprudência do STF não admite a possibilidade de violação por nenhum outro agente público, ainda que vinculado à administração tributária do Estado, fora destes casos.

92. (ESAF/ATRFB/2012) O sigilo profissional constitucionalmente determinado exclui a possibilidade de cumprimento de mandado de busca e apreensão em escritório de advocacia.

17lnq 2.424, Rei. Min. Cezar Peluso, julgamento em 19 e 20-11-08, Plenário, Informativo 529. 18HC 84.772, Rei. Min. Eilen Gracie, julgamento em 19-10-04, 2? Turma, DJ de 12-11-04.

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Comentários: Errado. Nenhum direito fundamental é absoluto. Os escritórios de advocacia, embora sejam realmente protegidos pela inviolabilidade de domicílio prevista na Constituição, podem ser violados para cumprimento de mandados judiciais, desde que durante o dia. Além disso, em caso de suspeita de ilícitos, o Supremo já decidiu até que seria possível a instalação de escutas ambientais durante à noite (Inq. 2.424, rei Min. César Peluso).

93. (ESAF/ Ministério da Integração Nacional/2012) a casa do indivíduo, enquanto seu domicílio, é violável durante a noite mediante ordem judicial

Comentários:

O erro está em afirmar que mediante ordem judicial é possível invadir o domicílio do cidadão à noite. Segundo o art. 5o , XI , por ordem judicial somente autoriza a violação do domicílio no período diurno

Gabarito: Errado

94. (ESAF/ Ministério da Integração Nacional/2012) a casa do indivíduo, enquanto seu domicílio, é violável, porém somente durante o dia, em caso de flagrante delito ou desastre. Comentários:

A casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro a qualquer hora do dia ou da noite. Lembre-se que mediante ordem judicial, somente de dia.

Gabarito: Errado.

95. (ESAF/ATA-MF/2009 )A casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo, por determinação judicial após as 18 horas e durante o dia para prestar socorro, em caso de flagrante delito ou desastre.

Comentários: No caso de mandado judicial, poderá apenas durante o dia (CF art. 5 o , XI) . Durante a noite, só pode entrar na casa se for:

• com consentimento do morador, ou

• para prestar socorro ou

• no caso de flagrante delito; ou

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• no caso de desastre.

Gabarito: Errado.

96. (ESAF/Analista Administrativo - ANEEL/2006) A sala alugada, mas não aberta ao público, em que o indivíduo exerce a sua profissão, mesmo que ali não resida, recebe a proteção do direito constitucional da inviolabilidade de domicílio.

Comentários: O conceito de "casa" previsto no art. 5o , XI da Constituição tem sentido amplo, compreende qualquer recinto fechado, não aberto ao público tais como escritórios de advocacia, consultórios médico e etc.

Gabarito: Correto.

97. (ESAF/ATRFB/2009) A garantia constitucional da inviolabilidade de domicílio não inclui escritórios de advocacia.

Comentários: Sabemos que o conceito de "casa" previsto no art. 5o , XI da Constituição tem sentido amplo, compreende qualquer recinto fechado, não aberto ao público tais como escritórios de advocacia, consultórios médico e etc.

Assim, a resposta a ser marcada seriaerrado.Irá incluir sim os escritórios de advocacia.

Gabarito: Errado.

98. (ESAF/ATRFB/2009) A casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial ou da autoridade policial competente.

Comentários: Jogou-se com a inviolabilidade do domicílio prevista na Constituição em seu art. 5o , XI , porém, erroneamente incluiu-se a "autoridade policial" como competente para adentrar no domicílio sem permissão do morador.

Gabarito: Errado.

Inviolabilidades de comunicações:

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Art. 5o, XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas; de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal;

A literalidade deste dispositivo deve ser muito bem observada, pois nos traz 2 coisas muito cobradas em concursos:

1º - Dos três sigilos ali previstos (correspondência e comunicações telegráficas, sigilo de dados e comunicações telefônicas) só o último deles é que permite relativização por ordem judicial: o sigilo telefônico. 2o - Ainda que permitida a quebra do sigilo telefônico por ordem judicial, isso não é ilimitado, deve atender a dois requisitos:

- ser feita na forma que a lei estabelecer;

- ter como finalidade investigação criminal ou instrução processual penal. Assim, não será permitida a quebra para instaurações de processos cíveis sem consequências criminais.

Jurisprudência:

• É relevante observar que é necessária a edição de lei para regulamentar a interceptação telefônica. Esta lei foi criada somente em 1996 (Lei n° 9.296/96), antes disso o STF entendia que nem por ordem judicial poderia se afastar este sigilo, já que estava pendente de regulamentação.

• Embora a literalidade da Constituição refira-se expressamente à possibilidade de relativização apenas das comunicações telefônicas, o STF já decidiu que as outras inviolabilidades (correspondência, dados e telegráficas) também poderão ser afastadas, já que nenhum direito fundamental é absoluto e não pode ser invocado para acobertar ilícitos. Destarte, estas inviolabilidades poderão ser quebradas quando se abordar outro interesse de igual ou maior relevância. Por exemplo: É perfeitamente lícito que uma carta enviada a um presidiário seja aberta para coibir a prática de certas condutas, já que a disciplina prisional e a segurança são interesses mais fortes do que a privacidade da comunicação do preso. Essas hipóteses já foram cobradas em concurso do CESPE e ESAF.

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99. (ESAF/ATRFB/2012) Os dados obtidos em interceptação de comunicações telefônicas, judicialmente autorizadas para produção de prova em investigação criminal ou em instrução processual penal, não podem ser usados em procedimento administrativo disciplinar instaurado contra a mesma pessoa investigada, haja vista que prevalece no texto constitucional o regime da independência das instâncias.

Comentários: A licitude ou ilicitude das provas obtidas em interceptação telefônica deve ser apurada no momento da obtenção da prova. Se a prova foi obtida de forma regular, com autorização judicial, trata-se de prova válida, seja em processo criminal, ou em um decorrente processo administrativo.

Gabarito: Errado.

100. (ESAF/MDIC - Analista de Comércio Exterior/2012) a interceptação telefônica tem exceção criada pela Constituição para a violação das comunicações telefônicas, quais sejam, ordem judicial, finalidade de investigação criminal e instrução processual penal ou nas hipóteses e na forma que a lei complementar estabelecer.

Comentários: Contraria o art. 5o , XI I que não prevê extensão das hipóteses por lei complementar. Observe o teor do art. 5o , XI I "é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal".

Gabarito: Errado.

101. (ESAF/ATA-MF/2009) É inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo o sigilo da correspondência, por ordem judicial.

Comentários: Pela Constituição (art. 5o X I I ) infere-se que somente poderá se excepcionalizar por ordem judicial o sigilo telefônico e, ainda assim, nos termos da lei. A Constituição não permite que ordem judicial venha excepcionalizar o sigilo de correspondências.

Gabarito: Errado.

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102. (ESAF/ATRFB/2009) As Comissões Parlamentares de Inquérito podem determinar a interceptação de comunicações telefônicas de indivíduos envolvidos em crimes graves.

Comentários: Somente os juízes podem determinar interceptações telefônicas. As CPI 's podem, no máximo, quebrar o sigilo dos "dados" telefônicos (para quem ligou, quando ligou, etc.).

Gabarito: Errado.

103. (ESAF/ATRFB/2009) É cabível a interceptação de comunicações telefônicas por ordem judicial a fim de instruir processo administrativo disciplinar.

Comentários:

Segundo a Constituição (CF, art. 5o , X I I ) , a interceptação só poderá ocorrer, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer (lei 9.296/1996), e com o objetivo de:

• investigação criminal; ou

• instrução processual penal. Gabarito: Errado.

Provas ilícitas Art. 5o , LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos;

Daqui, decorre o princípio dos "frutos da árvore envenenada" (fruits of the poisoned tree)f o qual diz que a admissão no processo de uma prova ilícita, irá contaminar, tornando igualmente nulo, todos os atos processuais que decorrerem dela.

Vamos fazer uma relação do inciso X I I da Constituição (inviolabilidade das comunicações) com as provas ilícitas: Quando alguém se manifesta através de um telefone, suas palavras tem destinatário certo: o outro interlocutor, não podendo ser, sem a sua autorização, interceptadas e usadas contra ele. Estamos diante de uma conversa telefônica, privada, protegida pelos princípios constitucionais da intimidade, privacidade e etc.

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1- Interceptação telefônica: Alguém vai "interceptar" essa conversa, obtendo os dados de forma que nenhum deles saiba:

A interceptação é ilícita, não pode ser aproveitada em processo, a não ser que aconteça com respeito à Constituição (CF, art. 5o , X I I ) , ou seja:

• Seja nos termos da lei (lei 9.296/96);

• Seja autorizada por uma autoridade judicial

• Seja usada para investigação criminal ou instrução de processos penais (não pode ser investigação ou processos cíveis e administrativos)

2- Escuta telefônica: Alguém vai "escutar" essa conversa, mas um dos interlocutores sabe que tem alguém na escuta, vamos supor que o interlocutor "A" seja quem saiba.

3- Gravação telefônica (gravação clandestina):

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A gravação de conversa telefônica pode ocorrer de 3 diferentes modos:

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Neste caso não há uma terceira pessoa. Um dos interlocutores é que grava a conversa sem o outro saber.

O inciso XII da Constituição, que fornece a inviolabilidade das comunicações está protegendo a conversa telefônica de ser interceptada, não está falando da "escuta" nem da "gravação clandestina", assim, somente a interceptação é que precisa seguir os requisitos constitucionais para ser considerada válida. O STF já decidiu a respeito, veja:

• Para o STF, é lícita a gravação de conversa telefônica feita por um dos interlocutores, ou com sua autorização, sem ciência do outro, quando há investida criminosa deste último19 (não há interceptação telefônica quando a conversa é gravada por um dos interlocutores, ainda que com a ajuda de um repórter20).

• Também é lícita a utilização de conversa telefônica feita por terceiros com autorização de um dos interlocutores sem o conhecimento do outro, quando há, para essa utilização, excludente da antijuridicidade21 (no caso, legitima defesa).

Observação: Se uma conversa foi gravada com a devida autorização judicial ou nos outros casos acima (escuta ou gravação clandestina), a sua interceptação é lícita, válida no processo, e o seu conteúdo pode ser usado para fins penais. Assim, ainda que acidentalmente se descubra outra informação ou outro crime cometido, diverso daquele que tentava se descobrir, continua sendo lícito o uso deste conteúdo, pois a interceptação (quebra do direito de intimidade da pessoa) foi feita regularmente.

Esses termos "escuta", "gravação", "interceptação" são muitas vezes trocados em concursos. Ao resolver uma questão, fique atento não nessas formalidades de nomenclatura, mas sim no fundamento da questão:

19 HC 75.338, Rei. Min. Nelson Jobim, julgamento em 11-3-98, Plenário, DJ de 25-9-98. 20RE 453.562-AgR, Rei. Min. Joaquim Barbosa, julgamento em 23-9-08. 21HC 74.678, Rei. Min. Moreira Alves, julgamento em 10-6-97, Turma, DJ de 15-8-97.

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Exemplo: Ministério público pode determinar "escuta" telefônica? Não! Isso será, na verdade, uma interceptação ilícita, pois só o Juiz pode determinar que se faça uma gravação que independa da ciência dos interlocutores.

104. (CESPE/Advogado-SDA-AC/2008) Considere que, no curso de uma investigação criminal, um juiz de direito tenha determinado a quebra do sigilo telefônico dos investigados, e que a escuta telefônica realizada em decorrência dessa decisão tenha revelado dados que comprovam a ocorrência de atos de corrupção que envolviam servidores públicos estaduais que não estavam sendo diretamente investigados. Nessa situação, tais provas poderiam ser utilizadas para embasar processo administrativo disciplinar contra os referidos servidores.

Comentários: O que tornaria a prova ilícita seria uma obtenção irregular. A obtenção da gravação foi válida, logo, o que foi gravado também será.

Gabarito: Correto.

105. (ESAF/ATRFB/2012) A gravação de conversa telefônica feita por um dos interlocutores, sem conhecimento do outro, é considerada prova ilícita.

Comentários: O Supremo já tem o entendimento consolidado da licitude acerca de gravação de conversa telefônica feita por um dos interlocutores, ou com sua autorização, sem ciência do outro, quando há investida criminosa deste último.

Gabarito: Errado.

106. (ESAF/ANA/2009) A prova ilícita pode prevalecer em nome do princípio da proporcionalidade, do interesse público na eficácia da repressão penal em geral ou, em particular, na de determinados crimes; a dignidade humana não serve de salvaguarda à proscrição da prova ilícita.

Comentários:

A prova ilícita contamina toda parte do processo que for decorrente dela. A prova ilícita não será admitida no processo não podendo prevalecer, ainda que amparada pela proporcionalidade (CF, art. 5o

LVI).

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Gabarito: Errado.

107. (ESAF/Analista ANEEL/2006) Assinale a opção correta.

a) Constitui prova ilícita a gravação, por um dos interlocutores, sem autorização judicial, de conversa telefônica, em que esteja sendo vítima de crime de extorsão.

b) É necessariamente nulo todo o processo em que se descobre uma prova ilícita.

c) É válida a prova de um crime descoberta acidentalmente durante a escuta telefônica autorizada judicialmente para apuração de crime diverso.

d) A proibição do uso de prova ilícita não opera no âmbito do processo administrativo.

e) A escuta telefônica determinada por membro do Ministério Público para apuração de crime hediondo não constitui prova ilícita.

Comentários: Letra A - Errado. Para o STF, é lícita a gravação de conversa telefônica feita por um dos interlocutores, ou com sua autorização, sem ciência do outro, quando há investida criminosa deste último.

Letra B - Errado. Só é nula a parte do processo que decorre da prova ilícita, e não "todo" o processo.

Letra C - Correto. Se uma conversa foi gravada com a devida autorização judicial ou nos outros aceitos pelo STF, a sua interceptação é lícita e o seu conteúdo pode ser usado para fins penais. Assim, ainda que acidentalmente se descubra outra informação ou outro crime cometido, diverso daquele que tentava se descobrir, continua sendo lícito o uso deste conteúdo, pois a interceptação (quebra do direito de intimidade da pessoa) foi feita regularmente.

Letra D - Errado. As provas ilícitas são inadmissíveis em qualquer processo, seja ele judicial ou administrativo.

Letra E - Errado. O Ministério Público não pode ordenar escuta telefônica, ainda que para apurar crimes hediondos. A conversa telefônica só pode ser interceptada por autoridade judicial.

Gabarito: Letra C.

108. (ESAF/Juiz Substituto TRT 7°/2005) É nulo o processo em que se produz prova ilícita, mesmo que nele haja outras provas, não

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decorrentes da prova ilícita, que permitam a formação de um juízo de convicção sobre a causa.

Comentários: O processo não se torna nulo, mas apenas a parte do processo que foi decorrente da prova ilícita.

Gabarito: Errado.

Liberdade profissional: XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer;

Este inciso é muito cobrado, não pelo seu conteúdo em si, mas, por ser um bom exemplo de "norma de eficácia contida".

Jurisprudência: • O Supremo decidiu pela inconstitucionalidade da exigência do

diploma de jornalismo e da obrigatoriedade de registro profissional para exercer a profissão de jornalista22.

• O STF também entendeu pela inconstitucionalidade da exigência legal de inscrição na ordem dos músicos do Brasil e de pagamento de anuidade, para efeito de atuação profissional do músico, e a fundamentação foi a de que a música é uma forma de manifestação artística, estando protegida pela garantia da liberdade de expressão23.

109. (ESAF/Técnico Administrativo-DNIT/2013) É livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer.

Comentários: Expõe a literalidade prevista no art. 5 o , X I I I da Constituição, que prever ser livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer.

Gabarito: Correto.

110. (ESAF/ATRFB/2012) O Supremo Tribunal Federal reconheceu a necessidade do diploma de curso superior para o exercício da profissão de jornalista.

Comentários:

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(RE)))11961 RE 635023 ED / DF - DISTRITO FEDERAL

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O Supremo, no julgamento do Recurso Extraordinário (RE) 511961, discutiu a constitucionalidade da exigência do diploma de jornalismo e a obrigatoriedade de registro profissional para exercer a profissão de jornalista. Por maioria votou pela inconstitucionalidade do dispositivo do DL 972.

Gabarito: Errado.

111. (ESAF/ATRFB/2012) A atividade de músico deve ser condicionada ao cumprimento de condições legais para o seu exercício, não sendo cabível a alegação de que, por ser manifestação artística, estaria protegida pela garantia da liberdade de expressão.

Comentários: O Supremo, no julgamento do RE 635023 ED / DF - DISTRITO FEDERAL, entendeu pela inconstitucionalidade da exigência legal de inscrição na ordem dos músicos do Brasil e de pagamento de anuidade, para efeito de atuação profissional do músico, e a fundamentação foi justamente esta apresentada no item, ou seja, a música é uma forma de manifestação artística, estando protegida pela garantia da liberdade de expressão.

Gabarito: Errado.

Informação e publicidade: XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional;

Este princípio não vai de encontro à vedação do anonimato visto anteriormente, apenas se resguarda a origem e a forma que tal pessoa, não anônima, conseguiu a informação.

No inciso XXXIII percebe-se que em órgãos públicos também se assegura a todos informações de interesse particular; coletivo ou geral, a não ser que essas informações sejam de sigilo imprescindível à preservação da segurança da sociedade e do estado.

CF, art. 37, § Io —• A publicidade de atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos, terão caráter educativo, informativo ou de orientação social, não podendo constar nomes, símbolos, ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores.

CF, art. 93, IX ->Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e todas as decisões serão fundamentadas, sob pena

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de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação.

No inciso LX vemos outra face desse direito e sua relativização —• Os atos processuais também são públicos, mas caso seja necessário preservar a intimidade ou interesse social, a lei poderá restringir sua publicidade.

112. (FCC/Técnico- TRT 15 a /2009) É assegurado, em qualquer hipótese, o acesso à informação e a sua fonte.

Comentários: Segundo o art. 5o , XIV da Constituição, embora seja assegurado a todos o acesso à informação, é resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional.

Gabarito: Errado.

113. (CESPE/Auditor-TCU/2009) Ao tratar dos direitos e garantias fundamentais, a CF dispõe expressamente que é assegurado a todos o acesso à informação, vedado o sigilo da fonte, mesmo quando necessário ao exercício profissional.

Comentários: A Constituição é clara ao estabelecer em seu art. 5o , XIV que é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional. Gabarito: Errado.

Direito de ir e vir XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar; permanecer ou dele sair com seus bens;

A não observância desse direito enseja a ação de Habeas Corpus (remédio constitucional que será visto à frente), e note que este direito protege não só as pessoas, mas também seus bens, desde que se cumpram as exigências da lei e estejamos em tempo de paz.

CF, art. 49, II e 84, XXII —• Forças estrangeiras não estão amparadas por este direito, somente podendo transitar no território nacional ou nele permanecer, ainda que temporariamente, se permitido pelo

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Presidente da República, nos casos previstos em LC, ou fora destes casos, se autorizado pelo CN.

114. (CESGRANRIO/Técnico de Defesa Aérea - MD/2006) A inviolabilidade do direito à liberdade abrange a livre locomoção no território nacional em tempo de paz e constitui direito fundamental previsto na Constituição Federal integrante do grupo de direitos:

a) políticos.

b) sociais.

c) solidários.

d) individuais.

e) à nacionalidade.

Comentários:

Questão simples. Para resolvê-la bastasva que o candidato soubesse que tal direito encontra-se no art. 5o da Constituição, artigo este que dispõe sobre os direitos e deveres individuais e coletivos.

A não observância desse direito enseja a ação de Habeas Corpus, e protege não só as pessoas, mas também seus bens, desde que se cumpram as exigências da lei e estejamos em tempo de paz.

CF, art. 49, II e 84, XXII —• Forças estrangeiras não estão amparadas por este direito, somente podendo transitar no território nacional ou nele permanecer, ainda que temporariamente, se permitido pelo Presidente da República, nos casos previstos em LC, ou fora destes casos, se autorizado pelo CN.

Gabarito: Letra D.

Direito de reunião: XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público; independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente;

Inciso muito cobrado em provas. Deve-se atentar aos seguintes requisitos:

• seja pacificamente;

• sem armas;

• não frustre outra reunião anteriormente convocada para o local;

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• avise a autoridade competente.

Veja que dispensa autorização, basta simples aviso;

Doutrinariamente, entende-se que este direito também tutela o direito individual de não ser obrigado a reunir-se contra a própria vontade.

115. (ESAF/Técnico Administrativo-DNIT/2013) Havendo prévio aviso à autoridade competente e desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, todos podem reunir-se pacificamente em locais abertos, sem armas, independentemente de autorização.

Comentários: Trata-se da previsão do direito constitucional de reunião previsto no 5 o , XVI da Constituição Federal.

Gabarito: Correto.

116. (ESAF/ Ministério da Integração Nacional/2012) o direito de reunião pacífica não contempla, sem prévia anuência expressa da autoridade pública de trânsito, a realização de manifestação coletiva, com objetivo de protesto contra a carga tributária, em via pública de circulação automobilística.

Comentários:

O texto constitucional não traz tal restrição, é possível a reunião em qualquer espaço público, desde que previamente comunicada às autoridades competentes.

Gabarito: Errado.

117. (ESAF/ATRFB/2009) Todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo exigida, no entanto, autorização prévia da autoridade competente.

Comentários: Não é exigida autorização do poder público, apenas prévio aviso (CF, art. 5o , XVI).

Gabarito: Errado

118. (ESAF/ATA-MF/2009) Todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, entretanto, exige-se prévio aviso à autoridade competente.

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Comentários: Exatamente o que dispõe a Constituição em seu art. 5o , XVI. Trata-se da cobrança clássica deste dispositivo em concursos trocando-se o termo "aviso" pelo termo "autorização". A autoridade não precisa autorizar para que se possa exercer este direito, basta que ela fique ciente através de um simples aviso.

Gabarito: Correto.

119. (ESAF/PGFN/2007) O direito constitucional de reunião não protege pretensão do indivíduo de não se reunir a outros.

Comentários: Segundo a doutrina, o direito de reunião é um direito reflexo, pois ele garante a liberdade de que as pessoas possam se reunir em locais abertos ao público e ao mesmo tempo tutela o direito de não ser obrigado a participar de uma reunião.

Gabarito: Errado

Direito de associação: XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar; XVIII - a criação de associações e, na forma da leia de cooperativas independem de autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento;

XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado;

XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado;

XXI - as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm legitimidade para representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente;

Temos que gravar que: 1. É livre a associação somente para fins LÍCITOS, sendo vedada a paramilitar;

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2. É vedada a interferência estatal em seu funcionamento e nem mesmo precisa-se de autorização para criá-las;

3. Ninguém pode ser compelido a associar-se ou permanecer associado; 4. Paralisação compulsória (independente da vontade dos sócios) das atividades:

• Para que tenham suas atividades SUSPENSAS - Só por decisão judicial ("simples")

• Para serem DISSOLVIDAS^ Só por decisão judicial TRANSITADA EM JULGADO

5. Podem, desde que EXPRESSAMENTE autorizadas, representar seus associados: • Judicialmente; ou

• Extrajudicialmente.

Caráter paramilitar:

Organizações paramilitares são agrupamentos ilícitos de pessoas. São entidades que se "espelham" em princípios das forças armadas para atuarem em fins distintos do interesse público. Exemplos dessas associações são as milícias, as "FARC" colombianas, entre outros.

A Constituição, tanto no art. 42 ao dispor sobre os "militares do Estado" (polícia militar e corpo de bombeiros), quanto no art. 142 ao falar das "forças armadas", dispõe que os militares são organizados pelos princípios da hierarquia e disciplina.

Assim, podemos concluir que seria caracterizada como paramilitar qualquer aquela não fosse constituída pelo Poder Público e que, organizada sob os princípios da hierarquia e disciplina, fizesse uso de armas para o alcance de interesses próprios.

120. (CESPE/TJAA-CNJ/2013) Considere que determinada associação seja ré em ação judicial que pleiteie a suspensão de suas atividades. Nessa situação hipotética, caso o juiz competente julgue procedente o pleito, será necessário aguardar o trânsito em julgado da decisão judicial para que a referida associação tenha suas atividades suspensas.

Comentários:

O item erra ao afirmar que a suspensão das atividades de uma associação é necessário o trânsito em julgado da decisão, o que contraria o disposto no art. 5o , XIX- "as associações só poderão ser

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compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado". Veja que somente para a dissolução a sentença precisa transitar em julgado. Gabarito: Errado.

121. (CESPE/DETRAN-DF/2009) A norma constitucional que estabelece que as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por decisão judicial exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado, tem aplicação imediata.

Comentários: Esta é a regra trazida pelo art. 5o XIX da Constituição Federal. Em regra, as normas definidoras de direitos e garantias fundamentais devem ser entendidas como imediatamente aplicáveis (CF, art. 5o

§1° ) , a não ser que não seja possível vislumbrar a sua produção de efeitos sem que haja uma regulamentação por lei, o que não é o caso.

Gabarito: Correto.

122. (CESPE/Auditor-TCU/2009) A administração pública, no exercício do seu poder de fiscalização, quando estiver diante de uma ilegalidade, poderá, independentemente de decisão judicial, dissolver compulsoriamente ou suspender as atividades das associações.

Comentários:

O Estado não pode influir no exercício das associações, para que se suspenda ou se dissolva associações de forma compulsória, precisa-se sempre de ordem judicial, e que no caso de dissolução deverá ainda transitar em julgado (CF, art. 5o , XVII I ) .

Gabarito: Errado.

123. (ESAF/ATRFB/2012) As associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por decisão do Ministro da Justiça.

Comentários: Errado. Contraria o disposto no Art. 5o , XIX, que assim dispõe: as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado. Ministro da Justiça não profere decisão judicial.

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124. (ESAF/ATRFB/2012) Ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado, salvo quando houver previsão específica em lei.

Comentários: Errado. Segundo a Constituição, em seu art. 5o , XX, ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado.

125. (ESAF/Técnico Administrativo-DNIT/2013) As associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por decisão final em processo administrativo no qual tenham sido garantidos o contraditório e a ampla defesa. Comentários: Errado. Decisão em processo administrativo não pode nem suspender o funcionamento nem dissolver associação, já que segundo o art. 5o , XIX da Constituição, as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado.

Gabarito: Errado.

126. (ESAF/EPPGG-MPOG/2009) As associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas por decisão judicial transitada em julgado.

Comentários: Note que se está falando de dissolução compulsória, ou seja, aquela dissolução que não decorre de vontade dos associados (voluntária). O trânsito em julgado da decisão judicial é exigido pela Constituição no caso de "dissolução" (CF, art. 5o , XIX). Nos casos de mera "suspensão", basta ordem judicial sem necessidade de transitar em julgado.

Gabarito: Correto.

127. (ESAF/ATA-MF/2009) Exige-se o trânsito em julgado da decisão judicial para que as associações tenham suas atividades suspensas.

Comentários: O trânsito em julgado só se faz necessário para a "dissolução'' compulsória. Para "suspensão" compulsória basta simples ordem judicial sem necessidade de transitar em julgado. (CF, em seu art. 5°, XIX).

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Gabarito: Errado.

Regime Constitucional do Direito de Propriedade Garantia e relativização:

XXII - é garantido o direito de propriedade;

XXIII - a propriedade atenderá a sua função social;

Veja que estamos diante de uma norma de eficácia contida. Garante-se o direito de propriedade e logo abaixo se cria uma condição, o atendimento da função social. Mas o que é isso?

Segundo a própria constituição (CF, art. 182 e 186), a função social é cumprida, em se tratando de:

• propriedade urbana: quando atende às exigências fundamentais de ordenação da cidade expressas no plano diretor. (Plano Diretor é o instrumento aprovado pela Câmara Municipal que serve para nortear o desenvolvimento e a expansão urbana, e é obrigatório se o município tiver mais de 20 mil habitantes)

• propriedade rural: quando atende, simultaneamente, segundo critérios e graus de exigência estabelecidos em lei, aos seguintes requisitos:

• aproveitamento racional e adequado;

• utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio ambiente;

• observância das disposições que regulam as relações de trabalho;

• exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores.

Desapropriação Ordinária de Imóvel Urbano: Art. 5o , XIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constituição;

Requisição administrativa da propriedade: Art. 5o, XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade

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particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano;

A indenização será ulterior, após o ato, e só se houver dano à propriedade.

Não se trata de forma de desapropriação, pois diferentemente do que ocorre nesta, na requisição, o dono da propriedade não perde sua titularidade, mas, apenas fornece a mesma à autoridade competente para que use temporariamente o imóvel no caso de perigo público iminente.

Pequena propriedade rural: Art. 5o , XXVI - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família, não será objeto de penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento;

• Se trabalhada pela família Não pode ser objeto de penhora para o pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva

• Se o proprietário não possuir outra:

• CF, art. 153, § 4o —• Será imune ao Imposto Territorial Rural ( ITR) ;

• CF, art. 185, I -» Não poderá ser desapropriada para fins de reforma agrária (extensível à média propriedade).

Note que é errado falar, simplesmente, que "a pequena e a média propriedade rural não podem ser objeto de desapropriação para fim de reforma agrária", pois isso só será efetivamente garantido caso o proprietário não possua outra.

1- CF: art. 5°, XXIV

Se houver: necessidade ou utilidade ~> pública; ou

interesse-» social.

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Necessita ainda de uma lei para estabelecer o procedimento de desapropriação.

Indenização:

• justa;

• prévia; e

• em dinheiro.

• Essa é a desapropriação ordinária.

• O Poder competente será o Executivo de qualquer esfera de poder.

• É bom prestar atenção na literalidade: por "interesse social" e lembrar-se que a indenização precisa conter esses três requisitos: ser justa, prévia e em dinheiro, senão padecerá de vício de inconstitucionalidade.

• Desapropriação por interesse social: ocorre para trazer melhorias às classes mais pobres, como dar assentamento a pessoas.

• Necessidade pública: A desapropriação é imprescindível para alcançar o interesse público.

• Utilidade pública: Não é imprescindível, mas, será vantajosa para se alcançar o interesse público.

• Imissão provisória na posse ou imissão prévia na posse: O ente expropriante toma antecipadamente a posse do bem, com a condição de que haja urgência (que não poderá ser renovada) e pagamento de quantia arbitrada pelo juiz. Essa quantia refere-se a um depósito apenas provisório, não importando no pagamento definitivo e justo visto acima, conforme jurisprudência do STF.

2 - CF, art. 182. S 4 No caso de solo urbano não edificado ou subutilizado.

Competente: poder municipal.

Precisa de lei específica municipal nos termos de lei federal.

A área deve estar incluída no Plano Diretor. A desapropriação é o último remédio após o Município

promover:

• parcelamento ou edificação compulsórios do terreno;

• IPTU progressivo no tempo até alcançar certo limite estabelecido na lei.

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Indenização:

• mediante títulos da divida pública com prazo de resgate de até 10 anos.

• a emissão dos títulos deve ser previamente aprovada pelo Senado Federal;

• as parcelas devem ser anuais, iguais e sucessivas.

• Essa é a desapropriação extraordinária de imóvel urbano.

• A regra acima é apenas para o imóvel não edificado ou subutilizado, regra geral: As desapropriações de imóveis urbanos serão feitas com prévia e justa indenização em dinheiro.

3- CF, art. 184

Para fins de reforma agrária:

competente: União;

também é por interesse social;

• somente se aplica ao imóvel que não estiver cumprindo sua função social.

Indenização:

• justa;

• prévia; • em títulos da dívida agrária resgatáveis em até 20

anos; • se houver benfeitorias úteis ou necessárias, estas

devem ser indenizadas em dinheiro;

• o resgate dos títulos é a partir do segundo ano de sua emissão.

• Essa é a desapropriação extraordinária de imóvel rural.

• As operações de transferência de imóveis que são desapropriados para fins de reforma agrária são imunes a quaisquer impostos (não abrange todos os tributos, apenas os impostos, que são uma das espécies do gênero tributo), sejam eles federais, estaduais ou municipais - trata-se de uma imunidade constitucional - CF, art. 184, § 5o .

4 - CF: art. 243

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Se houver cultivo ilegal de plantas psicotrópicas, haverá expropriação imediata sem direito a qualquer indenização;

Finalidade: As "glebas" serão especificadamente destinadas ao assentamento de colonos para que cultivem produtos alimentícios ou medicamentosos.

• Essa desapropriação é chamada por alguns de confisco e é regulada pela Lei n° 8.257/91.

• Para que ocorra a expropriação, o cultivo deve ser ilegal, ou seja, não estar autorizado pelo órgão competente do Ministério da Saúde, e não atendendo exclusivamente a finalidades terapêuticas e científicas.

• Art. 243, parágrafo único —> Qualquer bem de valor econômico que seja apreendido em decorrência do tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins será revertido para tratamento e recuperação de viciados e para custeio das atividades de fiscalização, controle, prevenção e repressão ao tráfico.

• Segundo o STF, toda a gleba deverá ser expropriada e não apenas a parte que era usada para o plantio24.

Observações Gerais:

Vimos que tanto na desapropriação ordinária quanto na extraordinária precisamos de lei que regulamente a execução. A competência para legislar sobre desapropriação é privativa da União. Somente uma lei federal poderá regulamentar o procedimento de desapropriação ordinária ou servir de base para a lei específica municipal na desapropriação extraordinária de imóvel urbano.

Dica:

Não confunda essa competência privativa para legislar sobre desapropriação com a competência para promover a desapropriação. Para promovê-la, como visto acima poderá caber:

• à União, Estado/DF ou Mun. —• na desapropriação ordinária;

• ao Município na desapropriação extraordinária de imóvel urbano;

• â União —> na desapropriação extraordinária de imóvel rural.

24RE 543974/MG - 2009

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128. (CESPE/Especialista Reg.-ANAC/2012) Apesar de a propriedade ser protegida pela CF, admite-se o uso pela administração pública de propriedade particular em caso de iminente perigo público.

Comentários: A questão é bem simples e cobrou do candidato apenas saber que a Constituição permite a "requisição administrativa" da propriedade, a qual poderá acontecer em caso de iminente perigo público, e só haverá indenização posteriormente, caso haja dano à propriedade requisitada.

Gabarito: Correto.

129. (CESPE/AJEP-TJES/2011) A requisição, como forma de intervenção pública no direito de propriedade que se dá em razão de iminente perigo público, não configura forma de autoexecução administrativa na medida em que pressupõe autorização do Poder Judiciário.

Comentários: A requisição administrativa ocorre nos termos do art. 5 o , XXV, quando a Constituição autoriza que, no caso de iminente perigo público, a autoridade competente use a propriedade particular, assegurando ao proprietário indenização ulterior, se houver dano.

Ora, estamos diante de um iminente perigo público, e a autoridade administrativa terá que pedir autorização ao Judiciário??? Não há lógica nenhuma nisso. A autoridade possui esse poder de forma autoexecutável.

Gabarito: Errado.

130. (CESPE/Escrivão - PC-ES/2011) A propriedade poderá ser desapropriada por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mas sempre mediante justa e prévia indenização em dinheiro.

Comentários: A questão erra pelo fato de que a Constituição prevê outros modos de indenização para a desapropriação por interesse social. Embora quando ocorra necessidade ou utilidade pública, ou interesse social, em regra o proprietário seja indenizado de forma prévia e em dinheiro, a Constituição estabelece no seu art. 184 a desapropriação para reforma agrária, que também se caracteriza como "interesse social" e a sua indenização se dá mediante títulos da dívida agrária.

Gabarito: Errado.

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131. (CESPE/Técnico Administrativo - PREVIC/2011) De acordo com a CF, com o objetivo de fomentar a produção e a renda, a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família, não será objeto de penhora para pagamento de qualquer tipo de débito adquirido. Comentários:

Ela não está imune de penhora a qualquer tipo de débito. Apenas os débitos decorrentes da sua atividade produtiva (CF, art. 5 o , XXVI).

Gabarito: Errado.

132. (CESPE/Analista-EBC/2011) Será garantida indenização por benfeitorias necessárias nos casos de desapropriação de fazenda que sedie cultura de plantas psicotrópicas.

Comentários: Segundo o art. 243 da Constituição,se houver cultivo ilegal de plantas psicotrópicas, haverá expropriação imediata sem direito a qualquer indenização.

Gabarito: Errado.

133. (ESAF/ Procurador PGFN/2012) Sobre o regime constitucional da propriedade, é incorreto afirmar:

a) que, no bojo dos direitos fundamentais contemplados na Constituição Federal de 1988, é, concomitantemente, garantido o direito de propriedade e exigido que a propriedade atenda à sua função social.

b) que a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por utilidade pública, mediante justa e prévia indenização em dinheiro ou bens da União.

c) que, no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade privada independentemente de prévia disciplina legal ou ato de desapropriação, assegurado ao proprietário apenas indenização ulterior se houver dano.

d) que no contexto da política de desenvolvimento urbano, o poder público municipal pode, nos termos de lei específica local e observados os termos de lei federal, exigir do proprietário de área incluída no plano diretor que promova o seu adequado aproveitamento sob pena, como medida derradeira, de sua desapropriação mediante justa e prévia indenização com pagamento em títulos da dívida pública.

e) a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que 78

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trabalhada pela família, é insusceptível tanto de penhora para o pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva quanto, desde que seu proprietário não possua outra, de desapropriação para fins de reforma agrária.

Comentários: a)Correto, por várias vezes a Constituição vincula o direito de liberdade a sua função social, desdobrando o art. 5o , XXI I I , que dispõe que a propriedade atenderá a sua função social.

b) O erro está em afirmar que a indenização decorrente de desapropriação por utilidade pública poderá ser paga por meio de bens da União, considerando que só há previsão para pagamento em dinheiro. c)É o que está previsto no art. 5 o , XXV. Item correto.

d) Correto, é o disposto no art. 182, §4°.

e) É o previsto no Art. 5, XXVI da CF-88

Gabarito: Letra B

134. (ESAF/ATRFB/2009) No caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade particular. No entanto, se houver dano, não será cabível indenização ao proprietário.

Comentários:

Caberá indenização ulterior no caso de dano. (CF, art. 5o , XXV).

Gabarito: Errado

135. (ESAF/Técnico Administrativo - MPU/2004) Por força de disposição constitucional, a desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, dar-se-á sempre mediante justa e prévia indenização em dinheiro.

Comentários: A desapropração para fins de reforma agrária disposta no art. 184 da CF, também ocorre por interesse social, porém o pagamento é feito em títulos da dívida agrária, salvo as benfeitorias úteis e necessárias que serão indenizadas em dinheiro (CF, art. 184 § 1º). Desta forma, encontra-se errada a questão.

Gabarito: Errado

Direito autoral:

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Art. 5o, XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação ou reprodução de suas obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar;

É um privilégio vitalício e ainda vai poder ser transmitido aos herdeiros, mas só pelo tempo que a lei fixar. Após esse tempo cairá no domínio público.

136. (FCC/TJAA-TRE-PE/2011 )No tocante aos Direitos e Garantias Fundamentais, ao autor

a) compete o exercício solidário do direito de utilização de sua obra com a sociedade face o interesse público que se sobrepõe ao privado, independentemente de prazo.

b) compete o exercício solidário do direito de publicação de sua obra com a sociedade face o interesse público, independentemente de prazo.

c) pertence o direito exclusivo de publicação de sua obra, intransmissível aos herdeiros.

d) pertence o direito exclusivo de utilização de sua obra, intransmissível aos herdeiros.

e) pertence o direito exclusivo de reprodução de sua obra, transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar.

Comentários: A questão se limitou a cobrar a literalidade do art. 5o , XXVII da Constituição: aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação ou reprodução de suas obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar.

Gabarito: Letra E.

Direito de imagem e de fiscalização:

XXVIII - são assegurados, nos termos da lei:

a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e à reprodução da imagem e voz humanas, inclusive nas atividades desportivas;

b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das obras que criarem ou de que participarem aos criadores, aos intérpretes e às respectivas representações sindicais e associativas;

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Propriedade Industrial XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio temporário para sua utilização, bem como proteção às criações industriais, á propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econômico do País;

Perceba que, diferentemente do direito autoral, a propriedade industrial é um privilégio temporário:

• Direito autoral - Privilégio vitalício e ainda transmissível aos herdeiros;

• Direito de propriedade industrial - Privi légio temporár io .

137. (CESPE/Assistente - CNPq/2011) A CF garante o direito de propriedade intelectual e assegura aos autores de inventos industriais privilégio permanente para a sua utilização, além de proteção às criações industriais, à propriedade das marcas, aos nomes de empresas e outros signos distintivos, considerando o interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econômico do Brasil.

Comentários: A propriedade industrial, diferentemente do "direito autoral", é um privilégio temporário, e não um privilégio permanente.

A propriedade industrial, as famosas "patentes", possuem um prazo definido em lei (9279/96) para serem utilizadas (15 ou 20 anos, caso a caso).

Gabarito: Errado.

138. (ESAF/ Analista de Finanças- STN/ 2013) A lei assegurará aos autores de invento industriais privilégio permanente para sua utilização. Comentários: O erro está em afirmar que o privilégio será permanente, haja vista que este será temporário, reveja o que diz a Constituição: Art. 5o ,

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XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio temporário para sua utilização, bem como proteção às criações industriais, à propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econômico do País; Gabarito: Errado.

Herança XXX - é garantido o direito de herança;

XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do "de cu jus";

Facilitando: "de cujus" é o falecido. Assim, quando algum estrangeiro falecer deixando bens situados no Brasil, esta sucessão de bens (recebimento da herança) será regulada pela lei brasileira de forma a beneficiar o cônjuge ou seus filhos brasileiros, a não ser que a lei do país do falecido seja ainda mais favorável a estes.

139. (FCC/AJAA - Contabilidade - TRE-AM/2010) a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do de cujus.

Comentários: Teor do art. 5o , XXXI: "a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do "de cujus"

Gabarito: Correto.

140. (FCC/Técnico - TCE-MG/2007) a sucessão de bens de estrangeiros situados no país será sempre regulada pela lei brasileira, independentemente do que estabelecer a lei pessoal do de cujus.

Comentários: O termo "de cujus" é usado como sinônimo de "falecido". Assim, de acordo com a Constituição (CF, art. 5o , XXXI) , a sucessão de bens (transmissão da herança) pertencentes à estrangeiros, quando os bens estejam situados no Brasil, será regulada pela lei BRASILEIRA, de modo que venha a beneficiar o seu cônjuge ou seus filhos brasileiros. Esta regra não é aplicável se a lei do país do falecido (de

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cujus) for mais benéfica do que a lei brasileira para o cônjuge ou filhos brasileiros.

Gabarito: Errado.

141. (CESPE/Analista-TJ-RJ/2008) A garantia ao direito de herança é um direito fundamental, que não pode ser restringido pela legislação infraconstitucional. Comentários: Os direitos fundamentais, em regra, estão sujeitos a uma regulamentação legal, embora muitas vezes não esteja expresso no texto. Assim o código civil regulamenta a herança e impõe os limites e o modo através do qual ocorrerá.

Gabarito: Errado.

142. (ESAF/ATRFB/2009) A sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada pela lei do país do de cujus, ainda que a lei brasileira seja mais benéfica ao cônjuge ou aos filhos brasileiros.

Comentários: A regra é ser pela lei brasileira, salvo se a lei do de cujos for mais benéfica ao cônjuge ou aos filhos brasileiros.(CF, art. 5o , XXXI) .

Gabarito: Errado

143. (FGV/Analista de Gestão Administrativa - SAD -PE/2009) A sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada pela lei estrangeira pessoal do "de cujus" sempre que esta for mais favorável ao cônjuge ou aos filhos brasileiros do que a lei brasileira.

Comentários: O termo "de cujus" é usado como sinônimo de "falecido". Assim, de acordo com a Constituição (CF, art. 5 .° , XXXI) , a sucessão de bens (transmissão da herança) pertencentes a estrangeiros, quando os bens estejam situados no Brasil, será regulada pela lei brasileira, de modo que venha a beneficiar o seu cônjuge ou seus filhos brasileiros. Esta regra não é aplicável se a lei do país do falecido (de cujus) for mais benéfica do que a lei brasileira para o cônjuge ou filhos brasileiros.

Gabarito: Correto.

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Defesa do consumidor XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor;

ADCT, art. 48 - A CF ordenou que o congresso elaborasse o Código de Defesa do Consumidor dentro de 120 dias após a promulgação da Constituição.

Além do CDC, outras leis se enquadram na defesa ao consumidor, como, por exemplo, o Estatuto do Torcedor e lei de infrações à ordem econômica.

Uffaaa... Terminamos... por hoje... na aula que vem temos mais direitos e deveres individuais e coletivos.

Um abraço e bons estudos.

Vítor Cruz

LISTA DAS QUESTÕES DA AULA:

1. (CESPE/Analista Processual - MPU/2010) Considerando que os direitos sejam bens e vantagens prescritos no texto constitucional e as garantias sejam os instrumentos que asseguram o exercício de tais direitos, a garantia do contraditório e da ampla defesa ocorre nos processos judiciais de natureza criminal de forma exclusiva.

2. (CESPE/Contador-AGU/2010) Embora se saliente, nas garantias fundamentais, o caráter instrumental de proteção a direitos, tais garantias também são direitos, pois se revelam na faculdade dos cidadãos de exigir dos poderes públicos a proteção de outros direitos, ou no reconhecimento dos meios processuais adequados a essa finalidade.

3. (CESPE/ AJAJ- Oficial Avaliador- TRT-17/ 2013) As normas definidoras dos direitos individuais são especificamente determinadas em números fechados e não admitem interpretação extensiva ou ampliativa. 4. (CESPE/TJAA-STM/2011) Os direitos e as garantias expressos na Constituição Federal de 1988 (CF) excluem outros de caráter constitucional decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, uma vez que a enumeração constante no artigo 5.° da CF é taxativa.

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5. (ESAF/ATRFB/2009) A Constituição Federal de 1988 não previu os direitos sociais como direitos fundamentais. 6. (ESAF/SEFAZ-CE/2007) A Constituição Federal de 1988 estabeleceu cinco espécies de direitos e garantias fundamentais: direitos e garantias individuais e coletivos; direitos sociais; direitos de nacionalidade; direitos políticos; e direitos relativos à existência e funcionamento dos partidos políticos.

7. (ESAF/AFPS/2002) Todos os direitos previstos na Constituição, por causa da hierarquia dela no ordenamento jurídico, recebem o nome e o tratamento de direitos fundamentais. 8. (ESAF/Técnico ANEEL/2004) A Constituição enumera exaustivamente os direitos e garantias dos indivíduos, sendo inconstitucional o tratado que institua outros, não previstos pelo constituinte.

9. (ESAF/ATRFB/2012) Os direitos fundamentais se revestem de caráter absoluto, não se admitindo, portanto, qualquer restrição.

10. (ESAF/Analista Administrativo- DNIT/2013) Os direitos fundamentais não têm caráter absoluto e, por isso, não podem ser utilizados para justificar atividades ilícitas ou afastar as penalidades delas decorrentes.

11. (ESAF/ATRFB/2012) O estatuto constitucional das liberdades públicas, ao delinear o regime jurídico a que estas estão sujeitas, permite que sobre elas incidam limitações de ordem jurídica, destinadas, de um lado, a proteger a integridade do interesse social e, de outro, a assegurar a coexistência harmoniosa das liberdades, pois nenhum direito ou garantia pode ser exercido em detrimento da ordem pública ou com desrespeito aos direitos e garantias de terceiros.

12. (ESAF/PGFN/2007) Entre as características funcionais dos direitos fundamentais encontra-se a legitimidade que conferem à ordem constitucional e o seu caráter irrenunciável e absoluto, que converge para o sentido da imutabilidade.

13. (ESAF/ATRFB/2009 - Adaptada) Pessoas jurídicas de direito público não podem ser titulares de direitos fundamentais.

14. (ESAF/Procurador - PGDF/2007) Pessoas jurídicas de direito público podem ser titulares de direitos fundamentais.

15. (ESAF/Técnico Receita Federal - T I /2006) A proteção da honra, prevista no texto constitucional brasileiro, que se materializa no direito a indenização por danos morais, aplica-se apenas à pessoa física, uma vez que a honra, como conjunto de qualidades que caracterizam a dignidade da pessoa, é qualidade humana.

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16. (CESPE/ Superior- TCE-ES/ 2013) A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal firmou o entendimento de que os direitos e garantias fundamentais se aplicam apenas às relações entre o particular e o Poder Público, e são inaplicáveis às relações privadas. 17. (ESAF/Analista Administrativo- DNIT/2013) A eficácia horizontal dos direitos fundamentais pressupõe plena incidência desses direitos nas relações entre particulares. 18. (ESAF/ATRFB/2009) As violações a direitos fundamentais não ocorrem somente no âmbito das relações entre o cidadão e o Estado, mas igualmente nas relações travadas entre pessoas físicas e jurídicas de direito privado. Assim, os direitos fundamentais assegurados pela Constituição vinculam diretamente não apenas os poderes públicos, estando direcionados também à proteção dos particulares em face dos poderes privados.

19. (CESPE/AJAA-TJAL/2012) São direitos de quarta geração o direito à democracia, o direito à informação e o direito ao pluralismo.

20. (ESAF/ATRFB/2012) Enquanto os direitos de primeira geração realçam o princípio da igualdade, os direitos de segunda geração acentuam o princípio da liberdade.

21. (ESAF/ATRFB/2012) Os direitos fundamentais de defesa geram uma obrigação para o Estado de se abster, ou seja, implicam numa postura de natureza negativa do Poder Público. Assim, impõe-se ao Estado um dever de abstenção em relação à liberdade, à intimidade e à propriedade do cidadão, permitindo-se a intervenção estatal apenas em situações excepcionais, onde haja, ainda, o pleno atendimento dos requisitos previamente estabelecidos nas normas.

22. (ESAF/Analista Administrativo- DNIT/2013) Os direitos fundamentais de primeira geração são titularizados pelos indivíduos em oposição ao Estado, sendo eles, entre outros, o direito à vida, à liberdade e à propriedade.

23. (ESAF/PGFN/2007) Apenas com o processo de redemocratização do país, implementado por meio da Constituição de 1946, é que tomou assento a ideologia do Estado do Bem-Estar Social, sob a influência da Constituição Alemã de Weimar, tendo sido a primeira vez que houve inserção de um título expressamente destinado à ordem econômica e social.

24. (ESAF/Analista Administrativo- DNIT/2013) Não há hierarquia entre os direitos fundamentais e, portanto, havendo conflito entre eles, a solução é aplicação do princípio da concordância prática ou da harmonização.

25. (ESAF/ATRFB/2012) O conteúdo do princípio da dignidade da pessoa humana se identifica necessariamente com o núcleo essencial dos direitos fundamentais.

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26. (ESAF/Analista Administrativo- DNIT/2013) As restrições a direitos fundamentais decorrentes de cláusulas de reserva legal previstas constitucionalmente têm efeito retroativo.

27. (ESAF/PGFN/2007) O direito de livre locomoção (é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens)pode sofrer restrição, conforme previsto na Constituição, por meio da chamada reserva legal qualificada.

28. (ESAF/ATRFB/2009) A Constituição Federal de 1988 previu expressamente a garantia de proteção ao núcleo essencial dos direitos fundamentais.

29. (ESAF/ATRFB/2009) Quanto à delimitação do conteúdo essencial dos direitos fundamentais, a doutrina se divide entre as teorias absoluta e relativa. De acordo com a teoria relativa, o núcleo essencial do direito fundamental é insuscetível de qualquer medida restritiva, independentemente das peculiaridades que o caso concreto possa fornecer.

30. (ESAF/Procurador da Fazenda Nacional/2006) O fenômeno da colisão dos direitos fundamentais não é admitido como possível no ordenamento jurídico brasileiro, já que a Constituição não pode abrigar normas que conduzam a soluções contraditórias na sua aplicação prática.

31. (ESAF/ATRFB/2012) Sob a perspectiva objetiva, os direitos fundamentais outorgam aos indivíduos posições jurídicas exigíveis do Estado, ao passo que, na perspectiva subjetiva, os direitos fundamentais representam uma matriz diretiva de todo o ordenamento jurídico, bem como vinculam atuação do Poder Público em todas as esferas.

32. (ESAF/Auditor Fiscal - SEFAZ-CE/2007) As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata e eficácia plena.

33. (ESAF/Gestor-SEFAZ-MG/2005) Como regra geral, os direitos fundamentais somente podem ser invocados em juízo depois de minudenciados pelo legislador ordinário.

34. (FCC/Técnico Judiciário - Área Administrativa/2012) Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por dois quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais.

35. (ESAF/TFC-CGU/2008) A respeito dos direitos e garantias fundamentais, é possível afirmar que os tratados e convenções sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada casa do Congresso

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Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às (aos)

a) emendas constitucionais.

b) leis ordinárias.

c) leis complementares.

d) decretos legislativos.

e) leis delegadas.

36. (ESAF/ATA-MF/2009) Os tratados e convenções internacionais sobre direitos fundamentais que forem aprovados, no Congresso Nacional, serão equivalentes às emendas constitucionais.

37. (ESAF/Procurador PGFN/2012) Sobre a relação entre direitos expressos na Constituição de 1988 e tratados internacionais, especialmente à luz da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, é incorreto afirmar que:

a) as normas de direitos humanos contidas em convenções internacionais pactuadas no âmbito da Organização das Nações Unidas, mesmo que a República Federativa do Brasil delas não seja parte, se incorporam ao direito pátrio de forma equivalente às emendas constitucionais.

b) os direitos e garantias expressos na Constituição não excluem outros decorrentes dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte.

c) da disposição contida no § 2o do art. 5o da Constituição não resulta que os direitos e garantias decorrentes dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte ostentem o nível hierárquico de norma constitucional.

d) da disposição contida no § 3o do art. 5o da Constituição, decorrente da Emenda Constitucional n. 45 de 2004, resulta que as normas de direitos humanos contidas em convenções internacionais de que a República Federativa do Brasil seja parte, quando aprovadas pelo Congresso Nacional na forma ali disposta, sejam formalmente equivalentes àquelas decorrentes de emendas constitucionais.

e) especialmente da disposição contida no § 2o do art. 5o da Constituição resulta que as normas de direitos humanos contidas em convenções internacionais de que a República Federativa do Brasil seja parte, mesmo quando não aprovadas pelo Congresso Nacional na forma disposta no § 3o do mesmo dispositivo, tenham status de normas jurídicas supralegais.

38. (ESAF/ATRFB/2009) Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do

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Congresso Nacional, em turno único, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais.

39. (ESAF/ANA/2009) Relativo ao tratamento dado pela jurisprudência que atualmente prevalece no STF, ao interpretar a Constituição Federal, relativa aos tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos ratificados pelo Brasil: A legislação infraconstitucional anterior ou posterior ao ato de ratificação que com eles seja conflitante é inaplicável, tendo em vista o status normativo supralegal dos tratados internacionais sobre direitos humanos subscritos pelo Brasil.

40. (CESPE/Técnico-TJ-TJ/2008) A submissão do Brasil ao Tribunal Penal Internacional depende da regulamentação por meio de lei complementar.

41. (ESAF/AFRFB/2009) Nos termos da Constituição Federal de 1988, o Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Constitucional Internacional a cuja criação tenha manifestado adesão.

42. (CESPE/Agente-Hemobrás/2008) Dos direitos fundamentais, apenas os direitos e garantias individuais podem ser considerados como cláusulas pétreas.

43. (CESPE/AJAA-STF/2008) Todos os direitos e garantias fundamentais previstos na CF foram inseridos no rol das cláusulas pétreas.

44. (FCC/AJ-Arquivologia-TRT-19/2011) A Constituição Federal, ao classificar os direitos enunciados no artigo 5o , quando assegura a inviolabilidade do direito à vida, à dignidade, à liberdade, à segurança e à propriedade, adota o critério do

a) perigo subjetivo do direito assegurado.

b) objeto imediato do direito assegurado.

c) alcance relativo do direito assegurado.

d) plano mediato do direito assegurado.

e) alcance subjetivo do direito assegurado.

45. (CESPE/AJAJ-TRE-MS/2013) O estrangeiro residente no Brasil, por não ser cidadão brasileiro, não possui o direito de votar e de impetrar habeas corpus.

46. (ESAF/ATRFB/2012) O súdito estrangeiro, mesmo aquele sem domicílio no Brasil, tem direito a todas as prerrogativas básicas que lhe assegurem a preservação da liberdade e a observância, pelo Poder Público, da cláusula constitucional do devido processo legal.

47. (ESAF/AFC-CGU/2012) A Constituição assegura aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no país, em igualdade de

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condições, os direitos e garantias individuais tais como: a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, mas aos estrangeiros não se estende os direitos sociais destinados aos brasileiros.

48. (ESAF/Analista-SUSEP/2010) A Constituição Federal garante a inviolabilidade dos direitos à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, além de outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte. Os direitos configurados nos incisos do art. 5 da Constituição não são, em verdade, concretização e desdobramento dos direitos genericamente previstos no caput.

49. (ESAF/ATRFB/2009) O direito fundamental à vida, por ser mais importante que os outros direitos fundamentais, tem caráter absoluto, não se admitindo qualquer restrição.

50. (ESAF/ATRFB/2009) Apesar de o art. 5o , caput, da Constituição Federal de 1988 fazer menção apenas aos brasileiros e aos estrangeiros residentes, pode-se afirmar que os estrangeiros não-residentes também podem invocar a proteção de direitos fundamentais.

51. (ESAF/Analista Jur. - SEFAZ-CE/2007) Os dispositivos relativos aos direitos e garantias individuais, por se constituírem cláusulas pétreas, não podem sofrer modificações que lhe alterem a substância. Mesmo status não foi conferido aos direitos sociais, que podem ser objeto de emenda à Constituição, tendente à sua abolição.

52. (ESAF/Analista Jur. - SEFAZ-CE/2007) A Constituição Federal de 1988 garante apenas aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à propriedade. Nesse sentido, a autoridade policial poderá determinar o ingresso em imóvel de estrangeiro, que não resida do País, sem que sejam observadas as limitações constitucionais.

53. (CESPE/Analista-EBC/2011) O Poder Judiciário não pode, sob a alegação do direito a isonomia, estender a determinada categoria de servidores públicos vantagens concedidas a outras por lei.

54. (ESAF/ATRFB/2012) Segundo a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, o foro especial para a mulher nas ações de separação judicial e de conversão da separação judicial em divórcio ofende o princípio da isonomia entre homens e mulheres ou da igualdade entre os cônjuges.

55. (ESAF/ATRFB/2012) A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal firmou entendimento no sentido de que afronta o princípio da

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isonomia a adoção de critérios distintos para a promoção de integrantes do corpo feminino e masculino da Aeronáutica.

56. (ESAF/ATRFB/2012) O princípio da isonomia, que se reveste de autoaplicabilidade, não é suscetível de regulamentação ou de complementação normativa. Esse princípio deve ser considerado sob duplo aspecto: (i) o da igualdade na lei; e (ii) o da igualdade perante a lei.

57. (ESAF/Técnico Receita Federal - T I /2006) A doutrina e a jurisprudência reconhecem que a igualdade de homens e mulheres em direitos e obrigações, prevista no texto constitucional brasileiro, é absoluta, não admitindo exceções destinadas a compensar juridicamente os desníveis materiais existentes ou atendimento de questões socioculturais.

58. (ESAF/Juiz Substituto TRT 7°/2005) A Constituição veda todo tratamento diferenciado entre brasileiros que tome como critério o sexo, a etnia ou a idade dos indivíduos.

59. ( C E S P E / T F C E - T C U / 2 0 1 2 ) Quando se afirma que a regulamentação de determinadas matérias há de se fazer necessariamente por lei formal, há referência expressa ao princípio da legalidade lato sensu.

60. (CESPE/Oficial de Inteligência- ABIN/2010) O preceito constitucional que estabelece que ninguém é obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei veicula a noção genérica do princípio da legalidade.

61. (ESAF/Técnico - Receita Federal/2006) Com relação ao direito, a todos assegurado, de não ser obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa, senão em virtude de lei, o sentido do termo "lei" é restrito, não contemplando nenhuma outra espécie de ato normativo primário.

62. (ESAF/ANA/2009) Ninguém é obrigado a cumprir ordem ilegal, ou a ela se submeter, por isso que é dever de cidadania opor-se à ordem ilegal, ainda que emanada de autoridade judicial; caso contrário, nega-se o Estado de Direito.

63. (ESAF/AFT/2003) Aplicado o princípio da reserva legal a uma determinada matéria constante do texto constitucional, a sua regulamentação só poderá ser feita por meio de lei em sentido formal, não sendo possível discipliná-la por meio de medida provisória ou lei delegada.

64. (CESPE/AJAA-TJES/2011) O princípio da dignidade da pessoa humana possui um caráter absoluto, sendo um princípio primordial presente na Constituição Federal de 1988.

65. (ESAF/ANA/2009 - Adaptada) O uso de algemas só é lícito em casos de resistência e de fundado receio de fuga ou de perigo à

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integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, justificada previamente a excepcionalidade por escrito.

66. (ESAF/Juiz Substituto TRT 7°/2005) O direito à incolumidade física expressa caso de direito fundamental absoluto.

67. (CESPE/AJAJ - STM/2011) Com fundamento no dispositivo constitucional que assegura a liberdade de manifestação de pensamento e veda o anonimato, o Supremo Tribunal Federal (STF) entende que os escritos anônimos não podem justificar, por si só, desde que isoladamente considerados, a imediata instauração de procedimento investigatório.

68. (CESPE/AUFCE-TCU/2011) Se indícios da prática de ilícito penal por determinada pessoa constarem de escritos anônimos, a peça apócrifa, por si só, em regra, não será suficiente para a instauração de procedimento investigatório, haja vista a vedação ao anonimato prevista na CF.

69. (ESAF/ Analista de Finanças- STN/ 2013) É livre a manifestação de pensamento, permitindo-se inclusive o anonimato. 70. (ESAF/ATRFB/2012) É livre a manifestação do pensamento, sendo permitido o anonimato.

71. (ESAF/ATRFB/2012) A defesa da legalização das drogas em espaços públicos não constitui exercício legítimo do direito à livre manifestação do pensamento, sendo, portanto, vedada pelo ordenamento jurídico pátrio.

72. (ESAF/ATRFB/2012) O exercício concreto da liberdade de expressão assegura ao jornalista o direito de expender críticas a qualquer pessoa, ainda que em tom áspero, contundente, sarcástico, irônico ou irreverente, especialmente contra as autoridades e aparelhos de Estado. No entanto, deve responder penal e civilmente pelos abusos que cometer, e sujeitar-se ao direito de resposta previsto no texto constitucional.

73. (ESAF/Advogado-IRB/2006) A liberdade de manifestação do pensamento, nos termos em que foi definida no texto constitucional, só sofre restrições em razão de eventual colisão com o direito à intimidade, vida privada, honra e imagem.

74. (CESPE/ Auditor - SEFAZ-ES/ 2013) A CF assegura a liberdade de manifestação de pensamento, sem excluir a responsabilidade pelos danos materiais e morais decorrentes do seu exercício e sem afastar o direito de resposta para rebater qualquer tipo de ofensa, e não apenas aquelas configuradoras de ilícitos penais. 75. (ESAF/EPPGG-MPOG/2009) São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito

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de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem decorrente de sua violação.

76. (ESAF/Técnico ANEEL/2004) Pela ofensa à sua honra, a vítima pode receber indenização por dano moral, mas não por danos materiais.

77. (ESAF/Juiz Substituto TRT 7°/2005) A publicação da fotografia de alguém, que causa constrangimento e aborrecimento, pode ensejar indenização por danos morais.

78. (ESAF/ATRFB/2012) As Comissões Parlamentares de Inquérito podem decretar a quebra do sigilo bancário ou fiscal, independentemente de qualquer motivação, uma vez que tal exigência está restrita às decisões judiciais.

79. (ESAF/ATRFB/2009) Comissão Parlamentar de Inquérito não pode decretar a quebra do sigilo fiscal, bancário e telefônico do investigado.

80. (ESAF/ANA/2009) Em obediência ao princípio da publicidade, instituição financeira não pode invocar sigilo bancário para negar ao Ministério Público informações e documentos sobre nomes de beneficiários de empréstimos concedidos com recursos subsidiados pelo erário, em se tratando de requisição para instruir procedimento administrativo instaurado em defesa do patrimônio público.

81. (CESPE/Assistente - CNPq/2011) Ao assegurar a liberdade de consciência e crença, a CF reafirmou ser o Brasil um país laico, apesar de admitir a prestação de assistência religiosa nas entidades civis de internação coletiva.

82. (ESAF/EPPGG-MPOG/2009) É inviolável a liberdade de consciência e de crença, assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida de forma absoluta a proteção aos locais de culto e a suas liturgias.

83. (ESAF/AFRFB/2009) Segundo a Constituição de 1988, é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e militares de internação privada ou pública.

84. ( ESAF/SEFAZ-CE/2007) De acordo com a Constituição Federal de 1988, deve o Poder Público proporcionar a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva, contribuindo, inclusive, com recursos materiais e financeiros.

85. (CESPE/AJAJ-TRE-MS/2013) A objeção de consciência é protegida constitucionalmente, podendo o cidadão invocá-la para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e para se recusar a cumprir prestação alternativa fixada em lei.

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86. (CESPE/Analista - CNPq/2011) Pessoa que se exima de obrigação legal a todos imposta por motivo de crença religiosa deve sofrer as consequências legais por seu ato, já que o Brasil é um país laico.

87. (ESAF/EPPGG-MPOG/2009) Poderá ser privado de direitos quem invocar motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei.

88. (ESAF/EPPGG-MPOG/2009) É livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença, assim como a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato.

89. (ESAF/Analista Administrativo - ANEEL/2006) Por ser a liberdade de expressão livre de censura, pacificou-se o entendimento de que não se pode punir a opinião divulgada que seja agressiva à honra de terceiros.

90. (ESAF/PFN/2006) A liberdade de expressão está entre os direitos fundamentais absolutos da Constituição em vigor.

91. (ESAF/ATRFB/2012) Ressalvadas as situações excepcionais taxativamente previstas no texto constitucional, nenhum agente público, ainda que vinculado à administração tributária do Estado, poderá, contra a vontade de quem de direito, ingressar, durante o dia, sem mandado judicial, em espaço privado não aberto ao público, onde alguém exerce sua atividade profissional, sob pena de a prova resultante da diligência de busca e apreensão assim executada reputar-se inadmissível.

92. (ESAF/ATRFB/2012) O sigilo profissional constitucionalmente determinado exclui a possibilidade de cumprimento de mandado de busca e apreensão em escritório de advocacia.

93. (ESAF/ Ministério da Integração Nacional/2012) a casa do indivíduo, enquanto seu domicílio, é violável durante a noite mediante ordem judicial

94. (ESAF/ Ministério da Integração Nacional/2012) a casa do indivíduo, enquanto seu domicílio, é violável, porém somente durante o dia, em caso de flagrante delito ou desastre.

95. (ESAF/ATA-MF/2009 )A casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo, por determinação judicial após as 18 horas e durante o dia para prestar socorro, em caso de flagrante delito ou desastre.

96. (ESAF/Analista Administrativo - ANEEL/2006) A sala alugada, mas não aberta ao público, em que o indivíduo exerce a sua

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profissão, mesmo que ali não resida, recebe a proteção do direito constitucional da inviolabilidade de domicílio.

97. (ESAF/ATRFB/2009) A garantia constitucional da inviolabilidade de domicílio não inclui escritórios de advocacia.

98. (ESAF/ATRFB/2009) A casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial ou da autoridade policial competente.

99. (ESAF/ATRFB/2012) Os dados obtidos em interceptação de comunicações telefônicas, judicialmente autorizadas para produção de prova em investigação criminal ou em instrução processual penal, não podem ser usados em procedimento administrativo disciplinar instaurado contra a mesma pessoa investigada, haja vista que prevalece no texto constitucional o regime da independência das instâncias.

100. (ESAF/MDIC - Analista de Comércio Exterior/2012) a interceptação telefônica tem exceção criada pela Constituição para a violação das comunicações telefônicas, quais sejam, ordem judicial, finalidade de investigação criminal e instrução processual penal ou nas hipóteses e na forma que a lei complementar estabelecer.

101. (ESAF/ATA-MF/2009) É inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo o sigilo da correspondência, por ordem judicial.

102. (ESAF/ATRFB/2009) As Comissões Parlamentares de Inquérito podem determinar a interceptação de comunicações telefônicas de indivíduos envolvidos em crimes graves.

103. (ESAF/ATRFB/2009) É cabível a interceptação de comunicações telefônicas por ordem judicial a fim de instruir processo administrativo disciplinar.

104. (CESPE/Advogado-SDA-AC/2008) Considere que, no curso de uma investigação criminal, um juiz de direito tenha determinado a quebra do sigilo telefônico dos investigados, e que a escuta telefônica realizada em decorrência dessa decisão tenha revelado dados que comprovam a ocorrência de atos de corrupção que envolviam servidores públicos estaduais que não estavam sendo diretamente investigados. Nessa situação, tais provas poderiam ser utilizadas para embasar processo administrativo disciplinar contra os referidos servidores.

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105. (ESAF/ATRFB/2012) A gravação de conversa telefônica feita por um dos interlocutores, sem conhecimento do outro, é considerada prova ilícita.

106. (ESAF/ANA/2009) A prova ilícita pode prevalecer em nome do princípio da proporcionalidade, do interesse público na eficácia da repressão penal em geral ou, em particular, na de determinados crimes; a dignidade humana não serve de salvaguarda à proscrição da prova ilícita.

107. (ESAF/Analista ANEEL/2006) Assinale a opção correta.

a) Constitui prova ilícita a gravação, por um dos interlocutores, sem autorização judicial, de conversa telefônica, em que esteja sendo vítima de crime de extorsão.

b) É necessariamente nulo todo o processo em que se descobre uma prova ilícita.

c) É válida a prova de um crime descoberta acidentalmente durante a escuta telefônica autorizada judicialmente para apuração de crime diverso.

d) A proibição do uso de prova ilícita não opera no âmbito do processo administrativo.

e) A escuta telefônica determinada por membro do Ministério Público para apuração de crime hediondo não constitui prova ilícita.

108. (ESAF/Juiz Substituto TRT 7°/2005) É nulo o processo em que se produz prova ilícita, mesmo que nele haja outras provas, não decorrentes da prova ilícita, que permitam a formação de um juízo de convicção sobre a causa.

109. (ESAF/Técnico Administrativo-DNIT/2013) É livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer.

110. (ESAF/ATRFB/2012) O Supremo Tribunal Federal reconheceu a necessidade do diploma de curso superior para o exercício da profissão de jornalista.

111. (ESAF/ATRFB/2012) A atividade de músico deve ser condicionada ao cumprimento de condições legais para o seu exercício, não sendo cabível a alegação de que, por ser manifestação artística, estaria protegida pela garantia da liberdade de expressão.

112. (FCC/Técnico- TRT 15 a /2009) É assegurado, em qualquer hipótese, o acesso à informação e a sua fonte.

113. (CESPE/Auditor-TCU/2009) Ao tratar dos direitos e garantias fundamentais, a CF dispõe expressamente que é assegurado a todos o acesso à informação, vedado o sigilo da fonte, mesmo quando necessário ao exercício profissional.

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114. (CESGRANRIO/Técnico de Defesa Aérea - MD/2006) A inviolabilidade do direito à liberdade abrange a livre locomoção no território nacional em tempo de paz e constitui direito fundamental previsto na Constituição Federal integrante do grupo de direitos:

a) políticos.

b) sociais.

c) solidários.

d) individuais.

e) à nacionalidade.

115. (ESAF/Técnico Administrativo-DNIT/2013) Havendo prévio aviso à autoridade competente e desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, todos podem reunir-se pacificamente em locais abertos, sem armas, independentemente de autorização.

116. (ESAF/ Ministério da Integração Nacional/2012) o direito de reunião pacífica não contempla, sem prévia anuência expressa da autoridade pública de trânsito, a realização de manifestação coletiva, com objetivo de protesto contra a carga tributária, em via pública de circulação automobilística.

117. (ESAF/ATRFB/2009) Todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo exigida, no entanto, autorização prévia da autoridade competente.

118. (ESAF/ATA-MF/2009) Todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, entretanto, exige-se prévio aviso à autoridade competente.

119. (ESAF/PGFN/2007) O direito constitucional de reunião não protege pretensão do indivíduo de não se reunir a outros.

120. (CESPE/TJAA-CNJ/2013) Considere que determinada associação seja ré em ação judicial que pleiteie a suspensão de suas atividades. Nessa situação hipotética, caso o juiz competente julgue procedente o pleito, será necessário aguardar o trânsito em julgado da decisão judicial para que a referida associação tenha suas atividades suspensas.

121. (CESPE/DETRAN-DF/2009) A norma constitucional que estabelece que as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por decisão judicial exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado, tem aplicação imediata.

122. (CESPE/Auditor-TCU/2009) A administração pública, no exercício do seu poder de fiscalização, quando estiver diante de uma

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ilegalidade, poderá, independentemente de decisão judicial, dissolver compulsoriamente ou suspender as atividades das associações.

123. (ESAF/ATRFB/2012) As associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por decisão do Ministro da Justiça.

124. (ESAF/ATRFB/2012) Ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado, salvo quando houver previsão específica em lei.

125. (ESAF/Técnico Administrativo-DNIT/2013) As associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por decisão final em processo administrativo no qual tenham sido garantidos o contraditório e a ampla defesa.

126. (ESAF/EPPGG-MPOG/2009) As associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas por decisão judicial transitada em julgado.

127. (ESAF/ATA-MF/2009) Exige-se o trânsito em julgado da decisão judicial para que as associações tenham suas atividades suspensas.

128. (CESPE/Especialista Reg.-ANAC/2012) Apesar de a propriedade ser protegida pela CF, admite-se o uso pela administração pública de propriedade particular em caso de iminente perigo público.

129. (CESPE/AJEP-TJES/2011) A requisição, como forma de intervenção pública no direito de propriedade que se dá em razão de iminente perigo público, não configura forma de autoexecução administrativa na medida em que pressupõe autorização do Poder Judiciário.

130. (CESPE/Escrivão - PC-ES/2011) A propriedade poderá ser desapropriada por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mas sempre mediante justa e prévia indenização em dinheiro.

131. (CESPE/Técnico Administrativo - PREVIC/2011) De acordo com a CF, com o objetivo de fomentar a produção e a renda, a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família, não será objeto de penhora para pagamento de qualquer tipo de débito adquirido.

132. (CESPE/Analista-EBC/2011) Será garantida indenização por benfeitorias necessárias nos casos de desapropriação de fazenda que sedie cultura de plantas psicotrópicas.

133. (ESAF/ Procurador PGFN/2012) Sobre o regime constitucional da propriedade, é incorreto afirmar:

a) que, no bojo dos direitos fundamentais contemplados na

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Constituição Federal de 1988, é, concomitantemente, garantido o direito de propriedade e exigido que a propriedade atenda à sua função social.

b) que a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por utilidade pública, mediante justa e prévia indenização em dinheiro ou bens da União.

c) que, no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade privada independentemente de prévia disciplina legal ou ato de desapropriação, assegurado ao proprietário apenas indenização ulterior se houver dano.

d) que no contexto da política de desenvolvimento urbano, o poder público municipal pode, nos termos de lei específica local e observados os termos de lei federal, exigir do proprietário de área incluída no plano diretor que promova o seu adequado aproveitamento sob pena, como medida derradeira, de sua desapropriação mediante justa e prévia indenização com pagamento em títulos da dívida pública.

e) a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família, é insusceptível tanto de penhora para o pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva quanto, desde que seu proprietário não possua outra, de desapropriação para fins de reforma agrária.

134. (ESAF/ATRFB/2009) No caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade particular. No entanto, se houver dano, não será cabível indenização ao proprietário.

135. (ESAF/Técnico Administrativo - MPU/2004) Por força de disposição constitucional, a desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, dar-se-á sempre mediante justa e prévia indenização em dinheiro.

136. (FCC/TJAA-TRE-PE/2011 )No tocante aos Direitos e Garantias Fundamentais, ao autor

a) compete o exercício solidário do direito de utilização de sua obra com a sociedade face o interesse público que se sobrepõe ao privado, independentemente de prazo.

b) compete o exercício solidário do direito de publicação de sua obra com a sociedade face o interesse público, independentemente de prazo.

c) pertence o direito exclusivo de publicação de sua obra, intransmissível aos herdeiros.

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Direito Constitucional AFRFB Aula 3- TG dos Direitos Fundamentais

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d) pertence o direito exclusivo de utilização de sua obra, intransmissível aos herdeiros.

e) pertence o direito exclusivo de reprodução de sua obra, transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar.

137. (CESPE/Assistente - CNPq/2011) A CF garante o direito de propriedade intelectual e assegura aos autores de inventos industriais privilégio permanente para a sua utilização, além de proteção às criações industriais, à propriedade das marcas, aos nomes de empresas e outros signos distintivos, considerando o interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econômico do Brasil.

138. (ESAF/ Analista de Finanças- STN/ 2013) A lei assegurará aos autores de invento industriais privilégio permanente para sua utilização. 139. (FCC/AJAA - Contabilidade - TRE-AM/2010) a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do de cujus.

140. (FCC/Técnico - TCE-MG/2007) a sucessão de bens de estrangeiros situados no país será sempre regulada pela lei brasileira, independentemente do que estabelecer a lei pessoal do de cujus.

141. (CESPE/Analista-TJ-RJ/2008) A garantia ao direito de herança é um direito fundamental, que não pode ser restringido pela legislação infraconstitucional.

142. (ESAF/ATRFB/2009) A sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada pela lei do país do de cujus, ainda que a lei brasileira seja mais benéfica ao cônjuge ou aos filhos brasileiros.

143. (FGV/Analista de Gestão Administrativa - SAD -PE/2009) A sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada pela lei estrangeira pessoal do ude cujus" sempre que esta for mais favorável ao cônjuge ou aos filhos brasileiros do que a lei brasileira.

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