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  • CURSO DE DIREITO CIVIL (TEORIA E EXERCCIOS) PARA O CARGO

    DE ANALISTA JUDICIRIO REA JUDICIRIA DO CONSELHO NACIONAL DE JUSTIA - CNJ

    1 Prof. Mrcia Albuquerque

    www.pontodosconcursos.com.br

    AULA 03: ATO JURDICO. FATO E ATO JURDICO. FATOS E ATOS

    JURDICO: negcios jurdicos; requisitos; defeitos dos negcios

    jurdicos; modalidades dos negcios jurdicos; forma e prova dos

    negcios jurdicos; caso fortuito e fora maior.

    FATO JURDICO e ATO JURDICO

    CONCEITO

    Um fato jurdico todo o acontecimento de origem natural ou

    humana que gere consequncias jurdicas.

    Por exemplo: um sujeito A est dirigindo (FATO JURDICO =ACONTECIMENTO, nesse caso, de origem humana) e abalroa no veculo

    do sujeito B (CONSEQUNCIA JURDICA = obrigao do sujeito A indenizar o sujeito B).

    Qualquer fato em si no fato jurdico. O fato se diz jurdico quando for regulado, disciplinado, regulamentado pela cincia do Direito. Por isso

    se diz que o fato elemento constitutivo do prprio direito.

    O fato jurdico cria a relao jurdica, que submete certo objeto ao poder

    de determinado sujeito. A esse poder se denomina direito subjetivo.

    FATO JURDICO

    NATURAL

    HUMANO

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    Indivduo A (veculo azul) abalroa (FATO JURDICO =ACONTECIMENTO) no veculo do indivduo B (veculo vermelho)causando dano, prejuzo. (CONSEQUNCIA JURDICA = obrigao do

    sujeito A indenizar o sujeito B).

    Abalroamento

    Nem todo fato jurdico faz nascer ou perecer (extinguir) um direito. Fatos

    jurdicos so os acontecimentos, previstos em norma (lei) de Direito, em

    razo dos quais nascem, se modificam, subsistem e se extinguem asrelaes jurdicas.

    Note que um simples fato (acontecimento) qualquer pode ser irrelevante

    para o Direito, pois no cria, extingue ou modificam situaes (relaes)

    jurdicas.

    Ex: o fato de peladar bicicleta. Todos os dias muitas pessoas pedalam de

    bicicleta: alguns fazem exerccio; outros vo ao trabalho de bicicleta. O

    fato pedalar de bicicleta no um fato jurdico porque no interessa a cincia do Direito.

    Voc pode at me perguntar: professora, mas se um veculo atropelar

    algum numa bicicleta? Sim, a em decorrncia desse atropelamento vai

    surgir uma relao jurdica. Mas note que o fato de pedalar a bicicleta em

    si no regulado pelo Direito. O Direito no elegeu esse fato para criar

    uma lei para regular essa situao; portanto, no fato jurdico.

    CONSEQUNCIA JURDICA

    Obrigao do sujeito A indenizar o sujeito B

    FATO JURDICO = ACONTECIMENTO

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    Mas vamos supor que amanh ou depois se crie uma lei dizendo o

    seguinte: pedalar de bicicleta fato gerador do imposto tal. A sim! O fato (acontecimento) pedalar de bicicleta agora um fato jurdico.

    Apenas os fatos que produzem efeitos (consequncias jurdicas) na cincia

    do Direito so fatos jurdicos.

    Assim, segundo a doutrina, pode-se conceituar fato jurdico como

    sendo todo o acontecimento, natural ou humano, capaz de criar,

    conservar, modificar, ou extinguir relaes ou situaes jurdicas.

    CLASSIFICAO

    Classificao do fato jurdico quanto ao ncleo:

    a) Fato jurdico latu sensu Engloba tanto fatos quanto atos.

    Decorre da anlise do ncleo do suporte ftico.

    b) Fato jurdico strictu sensu o tipo de fato jurdico latu senso

    que possui no ncleo do suporte ftico um acontecimento natural. Ex.: A

    menoridade cessa aos 18 anos (acontecimento natural).

    c) Ato-fato jurdico o tipo de fato jurdico latu sensu que possui no

    ncleo do seu suporte ftico uma ao humana (vontade) e

    acontecimento natural. Tem ato e fato. Existe ao humana (vontade) e

    dela decorre um fato.

    d) Ato jurdico latu sensu - o tipo de fato jurdico latu sensu que

    possui ao humana no ncleo do seu suporte ftico.

    Ele pode ser:

    - Ato jurdico strictu sensu o tipo de fato jurdico latu sensu

    que possui ao humana no ncleo, no sendo possvel que as partes

    escolham os efeitos decorrentes do ato strictu senso, porque os efeitos

    jurdicos so previstos imutavelmente na norma que o incorpora.

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    - Negcio jurdico - tambm o tipo de fato jurdico latu sensu que

    possui ao humana no ncleo, no sendo possvel que as partes

    escolham os efeitos decorrentes do negcio jurdico.

    Ex.: Um contrato firmado entre partes. H ampla possibilidade de escolha

    entre as partes. H autonomia de vontade para compactuar dos detalhes

    e escolher o negcio jurdico, mas no os efeitos deste.

    PLANO DA VALIDADE

    Ato jurdico latu sensu:

    A presena da ao humana (realizao de aes) no ncleo do suporte

    ftico pode contaminar (causar defeitos) o ato jurdico latu sensu. Por

    esta razo, o referido ato sai do plano da existncia e vai para o plano da

    validade.

    A, seja ele strictu sensu ou negcio jurdico, ser analisado sob trs

    prismas: sujeito, objeto e forma.

    Se ele for vlido, produz efeito. Se no, sua rota ser obstacularizada: ele

    no produz efeito imediato, embora mais tarde possa vir a subir ao plano

    da eficcia, ou seja, ser eficaz.

    OBS.: O ato jurdico que chega ao plano da eficcia de suporte ftico

    composto.

    Avaliao do ato jurdico latu sensu no plano da validade:

    Quando o ato jurdico vai para o plano da validade, feita a anlise de sua

    eficincia (se ele foi formalmente elaborado, se a concreo se deu

    eficientemente, enfim, se foram observados os pressupostos de validade)

    ou deficincia.

    Art. 104 do Cdigo Civil A validade do ato jurdico requer: objeto lcito,

    forma prescrita, etc. o que vai ocorrer no plano da validade.

    Pressupostos de validade (Art. 104 do Cdigo Civil):

    1) Referente ao sujeito: Todo ato jurdico, para ser vlido, tem que

    ser realizado por agente capaz. Mas h excees em relao ao agente

    incapaz: o relativamente incapaz pode praticar ato, assistido; o

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    absolutamente incapaz no pratica ato, sendo representado; h tambm o

    caso de menores, entre 16 e 18 anos, que podem praticar ato jurdico

    strictu senso ou negcio jurdico, quando emancipados; nos casos de

    incapacidade decorrente de deficincia mental, um curador que pode

    praticar o ato jurdico.

    Portanto, os requisitos quanto ao sujeito so: maior de 18 anos; menor

    representado, ou menor assistido, ou menor emancipado ou curador

    judicialmente nomeado em situaes de patologia (deficincia mental).

    2) Referente ao objeto: A validade tambm depende da licitude do

    objeto. O objeto, neste caso, significa objetivo, finalidade.

    Aquilo que se pretende realizar possvel? Por exemplo, vender o mar

    no possvel.

    3) Referente forma: O Direito Civil brasileiro adotou o princpio da

    forma livre. Todo ato jurdico latu sensu tem forma livre, salvo se a

    norma jurdica estabelecer outra coisa.

    Forma meio de exteriorizao, mtodo atravs do qual o ato jurdico

    vem a pblico.

    Podem ser:

    Pblicas o ato celebrado com intervenincia de uma 3 pessoa

    (no como no ato integrativo), para que se observe a formalidade do

    negcio. No caso de venda de bem imvel, por exemplo, a formalidade

    acontece atravs da escritura pblica de compra e venda, com

    participao de um funcionrio pblico.

    Privadas no possui nenhuma formalidade, no havendo

    necessidade de registro oficial do negcio. Ex.: Venda de caneta a uma

    pessoa.

    OBS.:

    - Invalidade gnero. Espcies de invalidade:

    Nulidade- Vcio que contamina e que desperta o interesse pblico. Pode

    ser suscitado pelo Ministrio Pblico ou por qualquer interessado. No

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    se confirma com decurso de tempo e deve ser declarada com decurso

    de prazo.

    Anulabilidade - No desperta o interesse pblico, e sim particular, s

    podendo ser declarado pelos interessados.

    NEGCIO JURDICO: elementos, classificao e interpretao.

    Teorias da invalidade: diferenas conceituais, causas de nulidade e

    anulabilidade.

    O Cdigo Civil trata do negcio jurdico e ao final do captulo dispe que as

    normas acerca do negcio jurdico se aplica ao ato jurdico, no que couber.

    O estudo do fato, ato e negcio jurdico tem incio nas relaes jurdicas

    ocorridas entre pessoas, entre pessoa e os bens (coisas materiais,

    imateriais, etc.).

    Estas relaes jurdicas so vnculos entre pessoas e/ou bens, decorrente

    da prtica de declaraes, de contratos. O Cdigo Civil trata do negcio

    jurdico e ao final do captulo dispe que as regras sobre o negcio jurdico

    sero aplicadas ao ato jurdico no que couber.

    O quadro abaixo o adotado pela doutrina majoritria bem como para

    concurso e demonstra as divises dos fatos jurdicos:

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    RELAO JURDICA

    SUJEITO DO DIREITO ------- VNCULO --------- OBJETO DO DIREITO

    PESSOAS ------------ ATO JURDICO ------------- BENS

    SUJEITO DE DIREITO ------- VNCULO --------- SUJEITO DE DIREITO

    PESSOAS --------- NEGCIO JURDICO -------- PESSOAS

    As relaes jurdicas tm como fonte geradora os fatos jurdicos.

    Conceito:

    Fato Jurdico: todo acontecimento que produz uma consequncia

    jurdica; qualquer acontecimento em virtude do qual nascem,

    modificam, subsistem ou se extinguem direitos. Ex: nascimento de uma

    pessoa, maioridade, morte, etc. A cincia do Direito escolhe determinados fatos sociais e passa a regulament-los.

    Assim, o conjunto dos fatos sociais so mais amplos do que o conjunto

    dos fatos jurdicos.

    Fato Jurdico Latu sensu

    Negcio Jurdico: bilateral

    Ato Jurdico: unilateral

    Extraordinrio: fora maior,

    caso fortuito

    Ordinrio: nascimento,

    morte

    Ato-fato

    Jurdico:

    Voluntrio

    Fato

    Jurdico

    strictu

    sensu: Fato Natural

    Ato Jurdico

    Sentido amplo

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    FATO JURDICO

    Os fatos jurdicos se dividem em:

    INVOLUNTRIOS (naturais): Fatos jurdicos em sentido estrito.

    Ocorrem independentemente da vontade do ser humano. Ocorrem pela

    ao da natureza. Ex.: a morte, uma inundao, o nascimento, etc. A

    morte tem consequncia no mundo jurdico (interessa cincia do Direito;

    h o direito sucessrio com a transmisso dos bens do de cujus). A mesma coisa se diga com relao ao nascimento: se nasceu com vida

    pessoa, tem personalidade, sujeito de direitos, possui capacidade de

    gozo ou de direito e pode contrair direitos e deveres na ordem civil.

    VOLUNTRIOS (humanos): Atos jurdicos em sentido amplo. Derivam

    da vontade direta do ser humano e se subdividem em:

    Lcitos: quando produzem efeitos legais, conforme a vontade de quem os

    pratica: casamento, contrato de compra e venda.

    Ilcitos: quando produzem efeitos legais contrrios Lei: o homicdio, o

    roubo, a agresso, etc.

    Os FATOS NATURAIS podem ser:

    ORDINRIOS: o que um ato natural ordinrio? Como o prprio nome

    j diz, ocorre ordinariamente, corriqueiramente: todos os dias pessoas

    nascem, morrem, etc.

    EXTRAORDINRIOS: Os fatos jurdicos extraordinrios como o prprio

    nome sugere no so fatos que ocorrem ordinariamente, corriqueiramente

    no dia a dia, porm em ocorrendo causam consequencias jurdicas. o

    caso da fora maior e do caso fortuito.

    Os FATOS VOLUNTRIOS se subdividem em:

    O Ato Jurdico (UNILATERAL): uma DECLARAO DE VONTADE

    (manifestao) de vontade de um agente. Ex.: declarao de nascimento

    de filho, emisso de Nota promissria, etc.

    Todo ato jurdico unilateral. Isso decorre do fato da necessidade deapenas e to somente uma pessoa para declarar sua vontade. E voc

    pode estar se perguntando: Professora pode ocorrer de vrias pessoas

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    declararem sua vontade? Sim, pode. Mas para a declarar a vontade, para

    se fazer uma declarao, manifestao da vontade necessita-se apenas de

    um indivduo.

    Negcio Jurdico (BILATERAL): o negcio jurdico parte da ideia decontrato. sempre bilateral porque para a realizao de qualquer negcio

    (contrato) requer-se, no mnimo, duas pessoas.

    Existe a manifestao da vontade de dois agentes, criando entre eles uma

    relao jurdica. Ex.: contrato de compra e venda. Neste caso, o ato

    jurdico passa a chamar-se Negcio Jurdico (Contrato). Ex.: todos os

    contratos, o emprstimo pessoal, etc.

    Ato Jurdico: uma DECLARAO DE VONTADE que tem comoconsequncia jurdica adquirir, resguardar, transferir, modificar ou

    extinguir direitos.

    ATO JURDICO = UNILATERAL

    Para a prtica do ato jurdico (sentido estrito) necessrioapenas uma declarao (uma pessoa).

    LEI

    INCIDE sobre a DECLARAO

    de VONTADE

    Consequncias jurdicas(efeitos jurdicos)

    ATO JURDICO (Sentido estrito)

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    O Cdigo Civil tratou sobre os negcios jurdicos e ao final disps que: as

    normas aplicveis aos negcios jurdicos se aplicam aos atos jurdicos, no

    que couber. Para que os negcios jurdicos sejam vlidos necessrio

    preencher determinados requisitos que esto elencados no art. 104 e a

    falta de alguns dos requisitos causa a nulidade ou anulabilidade do negcio jurdico:

    NEGCIO JURDICO = CONTRATO = BILATERAL

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    REQUISITOS DE VALIDADE DO ATO/NEGCIO JUDDICO

    Regra: Art. 107. A validade da declarao de vontade no depender

    de forma especial, seno quando a lei expressamente a exigir.

    REQUISITOS DE VALIDADE ART. 104

    ATO/ NEGCIO NULO ART. 166

    ATO/NEGCIO

    ANULVEL ART.

    Art. 104. A validade donegcio jurdico requer:

    I - agente capaz;

    Art. 166. nulo o negciojurdico quando:

    I - celebrado por pessoaabsolutamente incapaz;

    Art. 171. Alm dos casosexpressamente declarados nalei, anulvel o negciojurdico:

    I - por incapacidade relativado agente;

    II - objeto lcito, possvel, determinado ou determinvel

    II - for ilcito, impossvel ouindeterminvel o seu objeto;

    II - por vcio resultante deerro, dolo, coao, estadode perigo, leso ou fraudecontra credores.

    III - forma prescrita ou nodefesa (proibida) em lei.

    IV - no revestir a formaprescrita em lei; V - forpreterida algumasolenidade que a leiconsidere essencial para asua validade; III - o motivo determinante,comum a ambas as partes, for ilcito; VI - tiver por objetivo fraudarlei imperativa; VII - a lei taxativamente odeclarar nulo, ou proibir-lhea prtica, sem cominarsano. Art. 167. nulo o negciojurdico simulado.

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    Validade do Ato Jurdico

    A falta de algum elemento substancial do ato jurdico torna-o nulo

    (nulidade absoluta) ou anulvel (nulidade relativa). A diferena entre o nulo e o anulvel uma diferena de grau ou gravidade, a critrio da

    lei.

    A nulidade absoluta pode ser alegada, arguida a qualquer tempo por

    qualquer pessoa, pelo Ministrio Pblico e pelo Juiz, inclusive, no se

    admitindo convalidao nem ratificao.

    A nulidade relativa, ao contrrio, s pode ser arguida dentro do prazo

    previsto (4 anos, em regra) - somente pelos interessados diretos,

    admitindo convalidao e ratificao.

    Ato jurdico inexistente o ato que contm um grau de nulidade to

    grande e visvel, que dispensa ao judicial para ser declarado sem efeito.

    Ato jurdico ineficaz o ato que vale plenamente entre as partes, mas

    no produz efeitos em relao a certa pessoa (ineficcia relativa) ou em

    relao a todas as outras pessoas (ineficcia absoluta). Exs.: alienao

    fiduciria no registrada, venda no registrada de automvel, bens

    alienados pelo falido aps a falncia.

    Requisitos para um Negcio Jurdico ser VLIDO: art. 104

    a) agente capaz - o agente deve estar apto a praticar os atos da vida

    civil. Os absolutamente incapazes devem ser representados e osrelativamente incapazes devem ser assistidos;

    b) Objeto Lcito e possvel - o objeto do ato jurdico deve ser permitido

    pelo direito e possvel de ser efetivado;

    c) Forma Prescrita (estabelecida) ou no vedada em Lei - a forma

    dos atos jurdicos tem que ser a prevista em Lei, se houver esta previso,

    ou no proibida.

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    nulo o ATO JURDICO quando praticado por pessoa absolutamente

    incapaz ou quando no revestir a forma prescrita em lei ou quando o

    objeto for ilcito ou no possvel.

    Os atos jurdicos a que no se impe forma especial prescrita em lei,

    podero provar-se mediante: confisso, atos processados em juzo,

    documentos pblicos e particulares, testemunhas, presuno,

    exames, vistorias e arbitramentos.

    Disso decorre que no podem ser admitidas como testemunhas: os loucos

    de todo gnero, os cegos e surdos (quando a cincia do fato, que se quer

    provar, dependa dos sentidos que lhes faltam), o interessado do objeto do

    litgio, bem como o ascendente e o descendente, ou o colateral, at 3

    grau de alguma das partes, por consanguinidade, ou afinidade.

    A nulidade um vcio intrnseco ou interno do ato jurdico.

    O Ato jurdico nulo quando: for preterida a forma que a lei considere

    essencial para a sua validade; for ilcito ou impossvel o seu objeto; for

    praticado por pessoa absolutamente incapaz.

    O ato jurdico anulvel quando: as declaraes de vontade emanarem

    de erro essencial, viciado por erro, dolo, coao ou simulao.

    A respeito da nulidade, pode-se afirmar que: opera de pleno direito;

    pode ser invocada por qualquer interessado e pelo Ministrio Pblico; o

    negcio no pode ser confirmado nem prevalece pela prescrio.

    Formas prescritas nos Atos Jurdicos: Locao, Mtuo, Comodato, Depsito, Fiana (Escrita ou verbal); Testamento (Escrita e exige

    cinco testemunhas); Pacto Antenupcial e Doao de Imveis (s

    podem ser feitos por escritura pblica); Procurao (Escrita e exige

    o reconhecimento de firma p/validade perante 3s).

    Se houver FORMA PREVISTA EM LEI, a desobedincia ANULA o Ato.

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    Os Atos Jurdicos podem ser:

    * Formais ou solares - casamento, testamento, compra/venda de

    imveis, etc.

    *No formais ou consensuais locao, comodato, etc.

    DIFERENAS ENTRE ATO NULO e ANULVEL

    Voc aprendeu que a INVALIDADE gnero. Espcies de invalidade:

    Nulidade- Vcio que contamina e que desperta o interesse pblico. Pode

    ser suscitado pelo Ministrio Pblico ou por qualquer interessado. No

    se confirma com decurso de tempo e deve ser declarada com decurso

    de prazo.

    Anulabilidade - No desperta o interesse pblico, e sim particular, s

    podendo ser declarado pelos interessados.

    A falta de algum elemento substancial do ato jurdico torna-o nulo

    (nulidade absoluta) ou anulvel (nulidade relativa).

    A diferena entre o nulo e o anulvel uma diferena de grau ou

    gravidade, a critrio da lei. DECORAR AS DIFERENAS!

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    ATO/NEGCIO NULO ATO/NEGCIO ANULVEL

    Nulidade absoluta pode ser arguida aqualquer tempo por qualquer pessoa, peloMinistrio Pblico e pelo Juiz.

    A nulidade relativa s pode ser alegada no prazo dos arts. 178 e 179.

    Art. 177. S os interessados a podem alegar.

    No se admite convalidao nem ratificao (correo): Art. 169. O negcio jurdico nulo no suscetvel de confirmao, nem convalescepelo decurso do tempo.

    Art. 170. Se, porm, o negcio jurdico nulocontiver os requisitos de outro, subsistir estequando o fim a que visavam as partes permitirsupor que o teriam querido, se houvessemprevisto a nulidade.

    Art. 172. O negcio anulvel pode serconfirmado pelas partes, salvo direito deterceiro.

    Art. 175. A confirmao expressa, ou a execuovoluntria de negcio anulvel, nos termos dosarts. 172 a 174, importa a extino de todas asaes, ou excees, de que contra eledispusesse o devedor.

    Art. 168. As nulidades dos artigos antecedentes podem ser alegadas por qualquer interessado, ou pelo Ministrio Pblico, quando lhe couber intervir.

    Art. 177. S os interessados a podem alegar.

    Art. 169. Pargrafo nico. As nulidades devem ser pronunciadas pelo juiz, quando conhecer do negcio jurdico ou dos seus efeitos e as encontrar provadas, no lhe sendo permitido supri-las, ainda que a requerimento das partes

    Art. 177. A anulabilidade no tem efeito antesde julgada por sentena, nem se pronuncia de ofcio; s os interessados a podem alegar,e aproveita exclusivamente aos que aalegarem, salvo o caso de solidariedade ouindivisibilidade.

    O ato/negcio nulo pode ser alegado/arguido a qualquer tempo e qualquer grau de jurisdio.

    Art. 178. de quatro anos o prazo dedecadncia para pleitear-se a anulao donegcio jurdico, contado:

    I - no caso de coao, do dia em que ela cessar;

    II - no de erro, dolo, fraude contra credores,estado de perigo ou leso, do dia em que serealizou o negcio jurdico;

    III - no de atos de incapazes, do dia em quecessar a incapacidade.

    Art. 179. Quando a lei dispuser que determinadoato anulvel, sem estabelecer prazo parapleitear-se a anulao, ser este de dois anos, acontar da data da concluso do ato.

    Efeito ex tunc (retroativos) Efeito ex nunc (no retroativos)

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    CONVERSO DO NEGCIO JURDICO NULO

    O ltimo edital de AFRF traz expressamente dentro do tpico fato jurdico , a converso do negcio jurdico nulo. Assim, no tenho a menor dvida de que extrema importncia ante para a prova. Trata da converso do negcio jurdico nulo o art. 170.

    Para a incidncia do artigo 170 do novo Cdigo Civil exige-se a conjuno

    dos seguintes elementos:

    1) que haja um negcio nulo;

    2) que o negcio nulo contenha os requisitos necessrios de outro

    negcio jurdico, e que esses requisitos necessrios sejam apropriados a produzir efeitos jurdicos para satisfazer, razoavelmente, os interesses das

    partes;

    3) que o fim a que as partes tinham em vista leve convico de que

    elas teriam querido este novo contrato, em lugar daquele, que

    originariamente fizeram, se houvessem previsto a sua nulidade.

    Assim, celebrado o acordo aceitaram as partes o negcio jurdico. Tendo

    conhecimento da nulidade cominada, da impossibilidade de se realizar o

    negcio, permitiu a lei um recurso s circunstncias e finalidades do

    negcio invlido, de maneira a manter o negcio pelos celebrantes, caso

    este contenha os requisitos de outro negcio jurdico.

    Exemplo: a nota promissria nula por inobservncia dos requisitos legais

    de validade aproveitada como confisso de dvida.

    Exemplo: contrato de compra e venda com o valor do imvel acima de 30

    salrios mnimos exige-se que seja realizado por escritura pblica. Caso os

    contratantes realizassem-no sem esse requisito, este poderia ser convertido em contrato preliminar (promessa de compra e venda).

    Art. 170. Se, porm, o negcio jurdico nulo contiver os requisitos

    de outro, subsistir este quando o fim a que visavam as partes

    permitir supor que o teriam querido, se houvessem previsto a

    nulidade.

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    INCAPACIDADE RELATIVA INVOCADA

    EM BENEFCIO PR[OPRIO

    Art. 105. A incapacidade relativa de uma das partes no pode ser

    invocada pela outra em benefcio prprio, nem aproveita aos cointeressados capazes, salvo se, neste caso, for indivisvel o objeto do

    direito ou da obrigao comum.

    ART. 105 Ato praticado pelo relativamente incapaz:

    a) com assistncia = ato vlido b) sem assistncia = pode ser argido, alegado a anulabilidade arts.

    171, 178, 179.

    Art. 105:

    1) se a outra parte SABIA da incapacidade: NO PODE serinvocada a incapacidade relativa em benefcio prprio (ver arts. 180 e

    181);

    2) se a outra parte NO SABIA da incapacidade: PODE invocara incapacidade = negcio jurdico anulado:

    a) NO aproveita aos co-interessados;

    b) APROVEITA aos co-interessados se a obrigao forindivisvel.

    IMPOSSIBILIDADE INICIAL DO OBJETO

    Art. 106. A impossibilidade inicial do objeto no invalida o negcio jurdico

    se for relativa, ou se cessar antes de realizada a condio a que ele

    estiver subordinado.

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    ART. 106 Impossibilidade relativa: pode ser cumprida de outro modo.Considere F = formao do NJ.

    F = impossibilidade inicial absoluta = NJ nulo (art. 166)

    F = impossibilidade inicial relativa = NO torna o NJ nulo pois pode sercumprida de outro modo. Ex: Um dos contratantes tem como obrigao

    de entregar uma safra (objeto possvel) ao outro. No pode alegar que

    tal terreno est alagado e por esse motivo no pode cumprir aobrigao, porque ele pode plantar em outro terreno. No pode alegar que

    no pode cumprir porque o agrotxico X est em falta no mercado porque

    existem outros agrotxicos de outras marcas. A impossibilidade aqui no

    absoluta, total. Tambm se considera impossibilidade relativa quando a

    obrigao a princpio impossvel de se cumprir, porm antes de ocorrer a

    condio a obrigao se torna possvel.

    FORMA DA DECLARAO DE VONTADE

    A regra a forma livre, a liberdade de forma, salvo se a lei exigir

    alguma formalidade (solenidade):

    Art. 107. A validade da declarao de vontade no depender de

    forma especial, seno quando a lei expressamente a exigir.

    Art. 108. No dispondo a lei em contrrio, regra: a escritura pblica

    essencial validade dos negcios jurdicos que visem

    constituio, transferncia, modificao ou renncia de direitos

    reais sobre imveis de valor superior a trinta vezes o maior salrio

    mnimo vigente no Pas.

    Art. 109. No negcio jurdico celebrado com a clusula de no

    valer sem instrumento pblico, este da substncia do ato.

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    RESERVA MENTAL: Art. 110. A manifestao de vontade subsiste

    ainda que o seu autor haja feito a reserva mental de no querer o que

    manifestou, salvo se dela o destinatrio tinha conhecimento.

    Trataremos da reserva mental no estudo dos vcios ou defeitos do

    negcio jurdico.

    O SILNCIO COMO CONSENTIMENTO DA VONTADE: Art. 111. O

    silncio importa anuncia, quando as circunstncias ou os usos o

    autorizarem, e no for necessria a declarao de vontade

    expressa.

    O silncio, regra geral, no significa anuncia, consentimento. Porm, as

    circunstncias ou os usos podem indicar ou presumir que o silncio indica

    a aceitao do negcio jurdico. Por exemplo, uma compra e venda

    programada mensalmente. Suponhamos que loja representante de

    produtos de beleza da marca X faa uma compra programadaconsubstanciada num nico pedido dos referidos produtos para entrega

    parcelada durante uma ano. As remessas so mensalmente entregues.

    Suponhamos que as revendas estejam fracas e aps a sexta entrega, loja

    deseje cancelar as futuras compras. Nesse caso, deve faz-la por expresso, oral ou por escrito, conforme o pedido originalmente realizado.

    O silencio ms a ms da loja induz anuncia, consentimento quanto

    entrega da remessa atual bem como das futuras.

    INTENO DA DECLARAO: Art. 112. Nas declaraes de

    vontade se atender mais inteno nelas consubstanciada do que

    ao sentido literal da linguagem.

    INTERPRETAO dos Negcios Jurdicos (devem ser

    interpretados conforme o Princpio da Boa-f e os usos do lugar da

    celebrao): Art. 113. Os negcios jurdicos devem ser interpretados

    conforme a boa-f e os usos do lugar de sua celebrao.

    INTERPRETAO RESTRITIVA: Negcios jurdicos benficos porexemplo, a doao bem como a renncia interpretam-se restritivamente:

    Art. 114. Os negcios jurdicos benficos e a renncia

    interpretam-se estritamente.

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    NEGCIO JURDICO REALIZADO COM MENOR DE IDADE

    Art. 180. O menor, entre dezesseis e dezoito anos, no

    pode, para eximir-se de uma obrigao, invocar a sua

    idade se dolosamente a ocultou quando inquirido pela

    outra parte, ou se, no ato de obrigar-se, declarou-se

    maior.

    Art. 181. Ningum pode reclamar o que, por uma obrigao

    anulada, pagou a um incapaz, se no provar que reverteu em proveito dele a importncia paga.

    Art. 182. Anulado o negcio jurdico, restituir-se-o as

    partes ao estado em que antes dele se achavam, e, no

    sendo possvel restitu-las, sero indenizadas com o

    equivalente.

    Art. 183. A invalidade do instrumento no induz a do

    negcio jurdico sempre que este puder provar-se por

    outro meio.

    Art. 184. Respeitada a inteno das partes, a invalidade

    parcial de um negcio jurdico no o prejudicar na parte

    vlida, se esta for separvel; a invalidade da obrigao

    principal implica a das obrigaes acessrias, mas a destasno induz a da obrigao principal.

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    VCIOS OU DEFEITOS DO ATO/NEGCIO JURDICO

    Os Atos ou Negcios Jurdicos podem apresentar-se com vcios ou

    defeitos, que provocando a sua ineficcia tornam NULO ou ANULVEL o

    Negcio Jurdico.

    Vcios de Consentimento: ocorrem da prpria vontade. Ex.: erro, dolo,

    coao.

    Vcios de Consentimento

    Podem ser objeto de ao anulatria no prazo de 4 anos ou 2 anos (arts. 178 e 179)

    Coao

    Dolo

    Erro

    Estado de Perigo

    Leso

    Fraude contra credores

    Vcios Sociais Simulao

    NULO

    ANULVEL

    ANULVEL

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    Nos vcios de consentimento ou de vontade o prejudicado um dos

    contratantes, pois h manifestao da vontade sem corresponder

    com o seu ntimo e verdadeiro querer.

    Os vcios sociais consubstanciam-se em atos contrrios boa f ou lei, decorrentes da malcia humana prejudicando terceiro. So

    vcios da vontade: o erro, o dolo, a coao, o estado de perigo e a leso; e

    vcios sociais: a fraude contra credores e a simulao.

    ERRO

    Erro: a FALSA noo que se tem de um objeto ou de uma pessoa.

    Ocorre quando o prprio agente pratica o ato baseando-se em falso

    juzo ou engano. A pessoa se engana sozinha; ningum a induz a erro.

    Pode ser cometido por conta prpria.

    S anula o ato jurdico o erro SUBSTANCIAL ou essencial. Ex.:compra de um quadro de um autor como se fosse de outro.

    No acarreta nulidade de um ato o erro acidental ou secundrio Ex.:

    comprar uma casa com seis janelas, pensando que tinha sete.

    ART. 138 ANULVEL o NJ = ERRO SUBSTANCIAL:

    ARt . 139 ERRO SUBSTANCIAL:

    NATUREZA: empresto um computador, a pessoa pensaque foi doao;

    OBJETO: comprou um lote num condomnio pensandoser valorizado; trata-se de outro condomnio de nome

    parecido;

    QUALIDADES: comprou relgio pensando ser de ouro,porm dourado;

    IDENTIDADE OU QUALIDADE DA PESSOA: casa-se comcriminoso procurado ou com algum que possui defeito

    fsico no revelado anteriormente.

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    Art. 138. So anulveis os negcios jurdicos, quando as declaraes

    de vontade emanarem de erro substancial que poderia ser percebido

    por pessoa de diligncia normal, em face das circunstncias do negcio.

    Art. 139. O erro substancial quando:

    I - interessa natureza do negcio, ao objeto principal da

    declarao, ou a alguma das qualidades a ele essenciais;

    II - concerne identidade ou qualidade essencial da pessoa a

    quem se refira a declarao de vontade, desde que tenha infludo nesta de

    modo relevante;

    III - sendo de direito e no implicando recusa aplicao da lei, for o

    motivo nico ou principal do negcio jurdico.

    ERRO ACIDENTAL: NO ANULA = o erro sobre as qualidades

    secundrias, acessrias do NJ; no vicia o NJ; continua vlido, produz

    efeito por no incidir sobre a declarao de vontade. Ex: compro uma

    casa pensando ter seis janelas, porm possui trs.

    ERRO NA INDICAO DA PESSOA NO ANULA QUANDO A PESSOA

    PUDER SER IDENTIFICADA: Art. 142. O erro de indicao da pessoa

    ou da coisa, a que se referir a declarao de vontade, no viciar o

    negcio quando, por seu contexto e pelas circunstncias, se puder

    identificar a coisa ou pessoa cogitada.

    Exemplo: Marcos indica Maria como beneficiaria de um seguro de vida em

    caso de sua morte, quando na verdade, queria indicar Socorro. Se pelo

    contexto ou circunstancias se puder indicar Socorro, o negocio subsiste e

    no ser anulado.

    FALSO MOTIVO: Art. 140. O falso motivo s vicia a declarao de

    vontade quando expresso como razo determinante.

    No h obrigatoriedade de indicar o motivo pelo qual estar se realizando o

    ato/negocio jurdico. Porem, uma vez indicado o motivo, este devera ser

    verdadeiro, sob pena de anulabilidade.

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    TRANSMISSO ERRNEA DA VONTADE E ANULAVEL: Art. 141. A

    transmisso errnea da vontade por meios interpostos anulvel nos

    mesmos casos em que o a declarao direta.

    A transmisso da vontade pode ocorrer por meio de um representante ou

    mandatrio que praticar o ato/negcio em nome do representado. Exemplo: o negcio se passa entre Ae B. no podendo comparecer, constitui como seu representante um terceiro C. Nessecaso, C transmite erroneamente a vontade de A para B, viciando oato/negocio, sendo passvel de anulao.

    ERRO DE CLCULO: Art. 143. O erro de clculo apenas autoriza a

    retificao (correo) da declarao de vontade.

    ART. 143. ERRO DE CLCULO: uma inexatido material: NO ANULA

    o NJ, apenas autoriza a retificao (correo). E; comprou 12 camisas por

    R$ 45,00. Pagou R$ 450,00; deve completar o preo de R$ 90,00.

    Art. 144. O erro no prejudica a validade do negcio jurdico

    quando a pessoa, a quem a manifestao de vontade se dirige, se

    oferecer para execut-la na conformidade da vontade real do

    manifestante.

    DOLO

    Dolo: o artifcio empregado pelo agente para enganar outra pessoa. O

    agente emprega artifcio para levar algum a pratica de um ato que o

    prejudica, sendo por ele beneficiado ou mesmo beneficiando um terceiro.

    * Dolo Bom: empregado para beneficiar o autor do ato, no

    ANULVEL. Quando houver dolo de terceiros, se as partes contratantes

    no souberem, o ato jurdico no anulvel.

    * Dolo Mal: prejudica o autor do ato, passvel de ANULAO.

    O Dolo Mal pressupe:

    a) prejuzo para o autor do ato;

    b) benefcio para o autor do dolo ou terceiro

    c) Pode ser praticado pelo silncio. No se admite invocao do Dolo para

    se anular casamento.

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    ART. 145. ANULVEL o NJ = DOLO PRINCIPAL, ESSENCIAL ou

    SUBSTANCIAL: d causa ao NJ. O NJ no ia se realizar; s se realizou

    porque houve o dolo, induzimento de algum.

    DOLO SUBSTANCIAL (ESSENCIAL): Art. 145. So os negcios jurdicos anulveis por dolo, quando este for a sua causa.

    DOLO ACIDENTAL: NO ANULVEL: Art. 146. O dolo acidental s

    obriga satisfao das perdas e danos, e acidental quando, a

    seu despeito, o negcio seria realizado, embora por outro modo.

    ART. 146. DOLO ACIDENTAL: o NJ se realizou em condies mais

    onerosas. Note que aqui o NJ iria se realizar, porm se realizou de modo

    mais gravoso, oneroso: compra de um carro mais caro do que o normal.

    DOLO NEGATIVO ou OMISSO DOLOSA: VICIA O NJ e, se vicia, e

    passvel de anulao: Art. 147. Nos negcios jurdicos bilaterais, o

    silncio intencional de uma das partes a respeito de fato ou

    qualidade que a outra parte haja ignorado, constitui omisso dolosa, provando-se que sem ela o negcio no se teria celebrado.

    ART. 148. DOLO DE TERCEIRO: ANULA o NJ se a parte a quem

    aproveita SOUBER do dolo. Se a parte a quem aproveita o NJ proveniente

    do dolo NO SOUBER do dolo, NO VICIA O NJ e por esse motivo NO

    haver ANULAO.

    Exemplo: o negocio se passa entre A e B. Porem, um terceiro C age com dolo para beneficiar B. Se B (parte beneficiaria do dolo) sabia dodolo, o negocio se contamina pelo vicio e pode ser passvel de anulao.

    Se B no sabia do dolo, o negocio subsiste e no ser passvel de anulao.

    DOLO DE TERCEIRO: Art. 148. Pode tambm ser anulado o negcio

    jurdico por dolo de terceiro, se a parte a quem aproveite dele tivesse ou

    devesse ter conhecimento; em caso contrrio, ainda que subsista o

    negcio jurdico, o terceiro responder por todas as perdas e danos da

    parte a quem ludibriou.

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    DOLO DO REPRESENTANTE LEGAL: Art. 149. O dolo do representante

    legal de uma das partes s obriga o representado a responder

    civilmente at a importncia do proveito que teve; se, porm, o dolo

    for do representante convencional, o representado responder

    solidariamente com ele por perdas e danos.

    No raras vezes, a pessoa no pode comparecer pessoalmente para

    praticar o ato /negcio jurdico. Assim, necessita de um representante

    para represent-la e exprimir sua vontade.

    O representante legal pode ser o pai, a me, por exemplo, de um

    absolutamente incapaz. Se o representante legal age com dolo, o

    representado responde at a importncia (valor $) do proveito ou

    vantagem que obteve com o dolo.

    O representante convencional o procurador, mandatrio; decorre do

    acordo de vontades entre o representante e o representado. Caso o

    representante pratique dolo, tanto este quanto o representado respondem

    solidariamente por perdas e danos.

    DOLO RECPROCO ou DOLO DE AMBOS: Art. 150. Se ambas as partes procederem com dolo, nenhuma pode aleg-lo para anular

    o negcio, ou reclamar indenizao.

    COAO

    Coao: a presso psicolgica exercida sobre algum para obrig-lo

    a praticar determinado ato. Para que a coao vicie o ato necessrio que

    se incuta medo de dano pessoa do coagido, sua famlia ou a seus

    bens e que o dano objeto da ameaa seja providncia fsica ou moral.

    COAO: ART. 151:

    Temor justificado: ameaa Dano iminente: dano para atingir pessoa, famlia

    Dano grave e srio: ameaa deve ser grave e capaz de assustar.

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    A doutrina quem divide a coao fsica (ou absoluta ou visabsoluta) e em psicolgica (ou relativa ou vis relativa).

    A coao fsica a que priva um dos contratantes completamente: algum

    coloca a arma na cabea de outrem e manda assinar o contrato. H

    nulidade absoluta.

    A coao psicolgica a ameaa de um contratante ao outro. Na coao

    psicolgica o coator deixa a opo para o coagido de ceder ou no a

    ameaa. Exemplo: um dos contraentes ameaa falar um segredo do outro,

    que se sente coagido em ceder ou no a ameaa.

    Mas cuidado! Para qualquer questo genrica que afirme que acoao torna anulvel o ato/negcio jurdico, essa questo verdadeira,

    correta!

    A coao para tornar o ato/negcio jurdico NULO, a questo deve

    mencionar expressamente a expresso coao fsica ou vis absoluta.

    COAO PARA ANULAR: Art. 151. A coao, para viciar a

    declarao da vontade, h de ser tal que incuta ao paciente fundado temor de dano iminente e considervel sua pessoa,

    sua famlia, ou aos seus bens.

    Pargrafo nico. Se disser respeito a pessoa no pertencente famlia

    do paciente, o juiz, com base nas circunstncias, decidir se houve

    coao.

    COAO

    Fsica ou Vis absoluta = NJ NULO

    Psicolgica ou Vis relativa = NJ ANULVEL

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    Art. 152. No apreciar a coao, ter-se-o em conta o sexo, a idade, a

    condio, a sade, o temperamento do paciente e todas as demais

    circunstncias que possam influir na gravidade dela.

    EXCLUDENTE DA COAO: Art. 153. No se considera coao a

    ameaa do exerccio normal de um direito, nem o simples temor reverencial = EXCLUI A COAO = NO H VCIO = NO ANULA.

    ART. 153. EXCLUSO DA COAO: no se considera coao:

    Ameaa do exerccio normal de um direito - Ex: sevoc no pagar vou protestar o ttulo.

    Simples temor reverencial: ameaa de pai para que ofilho obedea.

    ART. 154. COAO DE TERCEIRO: ANULA O NJ SE A PARTE A QUEM

    APROVEITA O NJ ESTIVER EM COLUIU, CUMPLICIDADE COM O

    COATOR.

    COAO DE TERCEIRO: Art. 154. Vicia o negcio jurdico a coao exercida por terceiro, se dela tivesse ou devesse ter conhecimento a

    parte a que aproveite, e esta responder solidariamente com

    aquele por perdas e danos.

    COAO DE TERCEIRO: Art. 155. Subsistir o negcio jurdico, se a

    coao decorrer de terceiro, sem que a parte a que aproveite dela tivesse

    ou devesse ter conhecimento; mas o autor da coao responder por

    todas as perdas e danos que houver causado ao coacto = NO VICIA =

    NO ANULA.

    ESTADO DE PERIGO

    Art. 156. Configura-se o estado de perigo quando algum, premido da

    necessidade de salvar-se, ou a pessoa de sua famlia, de grave dano

    conhecido pela outra parte, assume obrigao excessivamente

    onerosa.

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    ESTADO DE PERIGO: ART. 156 ANULA. ELEMENTOS (cumulativos):

    SALVAMENTO: algum quer se salvar

    GRAVE DANO

    CONHECIDO DA OUTRA PARTE

    ASSUME OBRIGAO EXCESSIVAMENTE ONEROSA.

    Ex: pai que tem o filho sequestrado e o bandido pede R$ 100 mil de resgate. O

    amigo sabendo oferece jias que valem R$ 50 mil por R$ 100 mil.

    Pargrafo nico. Tratando-se de pessoa no pertencente famlia do

    declarante, o juiz decidir segundo as circunstncias.

    Note que no estado de perigo h uma necessidade de SALVAMENTO, enquanto

    que na leso, h uma inexperincia ou necessidade, mas por excluso toda equalquer necessidade que NO SEJA DE SALVAMENTO poder configurar leso.

    Os requisitos para a configurao do estado de perigo devem ser

    CUMULATIVOS; se faltar um dos elementos/requisitos NO SE TRATA DE

    ESTADO DE PERIGO.

    O ESTADO DE PERIGO, por exemplo, aquele que se configura num naufrgio,

    em que havendo a necessidade de salvamento, uma das pessoas em alto mar

    possui dois botes de salvamento e oferece um bote a outrem pedindo em troca

    uma quantia exorbitante. No estado de perigo NECESSARIO QUE UMA DAS

    PARTES SAIBA DO GRAVE DANO DA OUTRA; O GRAVO DANO DE UM DELES

    DEVE SER CONHECIDO DO OUTRO.

    LESO

    Leso: quando uma pessoa obtm um lucro exagerado se aproveitando da

    imaturidade / necessidade / inexperincia de algum. Ex.: agiotagem

    Lucro exagerado - considerado quando o valor de venda atinge 5 x o valor

    de mercado ou quando o valor de compra atinge 1/5 do valor de mercado.

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    A Leso possui dois elementos:

    Elemento objetivo: lucro exagerado; e

    Elemento subjetivo: imaturidade, necessidade, inexperincia.

    Art. 157. Ocorre a leso quando uma pessoa, sob premente necessidade, ou

    por inexperincia, se obriga a prestao manifestamente

    desproporcional ao valor da prestao oposta.

    LESO: ART. 157 ANULA. o abuso, a usura, quando h clusulasleoninas, por exemplo num contrato (negcio jurdico).

    Um dos contratantes est em posio de inferioridade.

    Algum por INEXPERINCIA ou NECESSIDADE celebra negcio jurdico

    extremamente desfavorvel; assume obrigao MANIFESTAMENTE

    DESPROPORCIONAL.

    Ex: inquilino em vias de ser despejado, premido da necessidade de abrigar sua

    famlia, realiza contrato de valor bem acima do mercado. Se tivesse condies

    e meditar jamais teria realizado.

    1o Aprecia-se a desproporo das prestaes segundo os valores vigentes aotempo em que foi celebrado o negcio jurdico.

    2o No se decretar a anulao do negcio, se for oferecido suplemento

    suficiente, ou se a parte favorecida concordar com a reduo do proveito.

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    FRAUDE CONTRA CREDORES

    Fraude contra Credores: a manobra ardilosa para prejudicar

    terceiros. caracterizada pela ma-f. a venda, o desfalque pelo devedor oupelo devedor aliado a terceiro do seu patrimnio em prejuzo dos credores,

    com finalidade, a inteno de prejudicar seus credores. Ocorre quando o

    devedor atinge um estado de insolvncia (aumento de dvidas com

    consequente diminuio do patrimnio).

    A fraude contra credores possui dois elementos:

    Elemento Objetivo = (eventus damni) = dano, prejuzo; e

    Elemento Subjetivo = (consolium fraudis) = conluio (acordo).

    A fraude contra credores pode ser objeto de ao anulatria, tambm

    chamada Ao Pauliana.

    AO PAULIANA ou REVOCATRIA: a ao apropriada para anular os

    atos lesivos aos direitos dos credores. A dilapidao do patrimnio do devedor

    j insolvente (embora no saiba) ardilosamente arquitetada de forma que no

    lhe reste bens suficientes para saldar suas dvidas considerada fraude contra

    credores. O credor que no possua uma garantia real, privilegiada, conta

    exclusivamente com os bens do devedor para ver seu crdito satisfeito.

    Art. 161. A ao, nos casos dos arts. 158 e 159, poder ser intentada

    contra o devedor insolvente, a pessoa que com ele celebrou a

    estipulao considerada fraudulenta, ou terceiros adquirentes que

    hajam procedido de m-f.

    A AO PAULIANA para anular o negcio jurdico pode ser proposta contra o

    devedor, contra terceiros adquirentes ou contra qualquer pessoa que tenham

    celebrado negcio fraudulento com o devedor.

    Art. 158. Os negcios de transmisso gratuita de bens ou remisso de

    dvida, se os praticar o devedor j insolvente, ou por eles reduzido

    insolvncia, ainda quando o ignore, podero ser anulados pelos

    credores quirografrios, como lesivos dos seus direitos.

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    FRAUDE CONTRA CREDORES: prtica maliciosa, pelo devedor, de atos que

    desfalcam seu patrimnio, com a finalidade de fraudar credores. Objetivos: Ato

    com a finalidade de frustrar pagamento devido ou tendentes a violar a

    igualdade entre os credores.

    ART. 158:

    1) Atos a ttulo gratuito: doao, renncia herana, remisso (perdo) dedvidas que o devedor j estando insolvente.

    2) Atos ttulo oneroso (159): venda realizada entre parentes prximos porpreo vil.

    3) Pagamento antecipado de dvidas: paga dvida ainda no vencida, porexemplo, quando o credor um amigo, fraudando os demais que tm

    dvidas j vencidas.

    1o Igual direito assiste aos credores cuja garantia se tornar insuficiente.

    2o S os credores que j o eram ao tempo daqueles atos podem pleitear aanulao deles.

    CONTRATOS ONEROSOS ANULAVEIS: Art. 159. Sero igualmente

    anulveis os contratos onerosos do devedor insolvente, quando a

    insolvncia for notria, ou houver motivo para ser conhecida do outro

    contratante.

    ART. 159. Contrato oneroso:

    A ---------------------- B Vendedor Comprador: Caso ignore a insolvncia: NO

    anula

    Art. 160. Se o adquirente (comprador) dos bens do devedor insolvente

    ainda no tiver pago o preo e este for, aproximadamente, o corrente,

    desobrigar-se- depositando-o em juzo, com a citao de todos os interessados.

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    Pelo art. 160, o comprador cumpre sua obrigao (pagamento) depositando o

    valor do bem em juzo e requerendo a citao de todos os outros credores.

    Caso o comprador valor deposite o valor a menor, para conservar o bem

    dever complementar o pagamento do mesmo.

    Pargrafo nico. Se inferior, o adquirente, para conservar os bens, poder

    depositar o preo que lhes corresponda ao valor real.

    CREDOR QUIROGRAFRIO: Art. 162. O credor quirografrio, que

    receber do devedor insolvente o pagamento da dvida ainda no

    vencida, ficar obrigado a repor, em proveito do acervo sobre que se

    tenha de efetuar o concurso de credores, aquilo que recebeu.

    Credor quirografrio o credor que no possui direito real de garantia (no um credorhipotecrio); seus crditos decorrem das relaes obrigacionais: cheques, duplicatas. Ocrdito do credor hipotecrio decorre de, por exemplo, uma hipoteca constituda pelo seudevedor. O devedor pede um emprstimo e d em garantia (hipoteca) um bem imvel.Caso no venha a pagar o emprstimo, o credor vende o bem dado em garantia e satisfazseu credito. Pois bem! O crdito hipotecrio (credito com garantia real) tem preferncia,assim como o crdito tributrio e os crditos decorrentes de acidente de trabalho elegislao trabalhista.

    Art. 162.

    (credores) A (devedor) --------------------------- B C D

    O devedor A paga ao B, prejudicando C e D. B se obriga a devolver o valor.

    GARANTIAS DE DVIDAS: Art. 163. Presumem-se fraudatrias dos direitos

    dos outros credores as garantias de dvidas que o devedor insolvente tiver

    dado a algum credor.

    Art. 164. Presumem-se, porm, de boa-f e valem os negcios ordinrios

    indispensveis manuteno de estabelecimento mercantil, rural, ou

    industrial, ou subsistncia do devedor e de sua famlia.

    Art. 165. Anulados os negcios fraudulentos, a vantagem resultante reverter

    em proveito do acervo sobre que se tenha de efetuar o concurso de credores.

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    Pargrafo nico. Se esses negcios tinham por nico objeto atribuir direitos

    preferenciais, mediante hipoteca, penhor ou anticrese, sua invalidade

    importar somente na anulao da preferncia ajustada.

    SIMULAO

    Simulao: a declarao enganosa da vontade, visando obter

    resultado diverso do que aparece, para iludir terceiros ou burlar a lei.

    Simular significa fingir. aparncia do que no existe. Dissimular, ao

    contrrio, significa encobrir a verdade. Veja que na dissimulao h um

    fato verdadeiro, real, h uma verdade que encoberta. J na simulao

    declara-se o que no existe. Na simulao as partes do uma aparncia ao

    negcio jurdico.

    A simulao consiste em: um acordo entre as partes do negcio jurdico emdeclarar para um terceiro um negcio aparente, cujos efeitos no so

    desejados pelas partes. O propsito de enganar o terceiro com objetivo de

    causar prejuzo a terceiro ou fraudar a lei.

    A Simulao no ser um defeito do ato jurdico se no houver prejuzo a

    algum ou violao da lei.

    S terceiros lesados pela simulao que podem demandar a nulidade dos

    atos simulados. Ex.: um indivduo faz contrato de compra e venda objetivando,

    na verdade, fazer uma doao. Suponhamos que um dos cnjuges simule um

    contrato de venda de um apartamento com uma pessoa, que, na verdade

    sua amante. Trata-se de doao disfarada de compra e venda.

    Na simulao h um desacordo entre a vontade declarada e a vontade interna

    e no manifestada.

    SIMULAO ART. 167 NJ NULO. Declarao enganosa da vontadevisando obter resultado diverso; cria uma aparncia de direito para iludir ou

    violar a lei. As duas partes esto combinadas com inteno de prejudicar

    terceiro ou violar a lei. Ex: marido vende bem para a amante, prejudicando

    seu cnjuge. Claro que no contrato de compra e venda, mas doao.

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    Espcies:

    SIMULAO ABSOLUTA: A declarao aparente NO VISA A PRODUZIR

    QUALQUER EFEITO JURDICO.

    SIMULAO RELATIVA: as partes VISAM PRODUZIR EFEITOS DIVERSOS,

    DIFERENTES. As partes t6em a inteno de gerar efeitos jurdicos, mas no os

    efeitos que vieram a declarar, mas outros. o caso da venda do apartamento

    do marido para a amante, que no caso doao.

    SIMULAO MALICIOSA: NO visam prejudicar terceiros ou causar danos

    ou violar a lei. Visam to somente ocultar (esconder) de terceiros a verdadeira

    natureza do negcio jurdico.

    SIMULAO INOCENTE: as partes visam prejudicar terceiros ou violar a lei.

    Lembre que a simulao o nico defeito ou vcio do negcio jurdico que ocontamina de vcio insanvel, tornando-o NULO DE PLENO DIREITO. Todos os

    outros vcios ou defeitos tornam o ato/negcio anulvel. Mas lembre da

    coao: se na questo vier expressa coao fsica ou absoluta ou vis absoluta, atribuindo a esta espcie de coao a nulidade absoluta, a questo (item) est verdadeiro, correto. Do contrrio, para toda e qualquer questo

    genrica que afirme que a coao torna o negcio anulvel, a questo est

    verdadeira.

    Podero demandar a nulidade dos atos SIMULADOS: os terceiros lesados

    pela simulao e os representantes do poder pblico.

    A simulao est disciplinada no art. 167 do Cdigo Civil. O artigo contmduas regras. Vamos estud-las por partes:

    Primeira regra:

    Art. 167. nulo o negcio jurdico simulado, mas subsistir o que se

    dissimulou, se vlido for na substncia e na forma.

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    At aqui tudo bem! Dois ou mais sujeitos, em coluio (combinados) simulam um

    contrato.

    Segunda regra:

    Art. 167. nulo o negcio jurdico simulado, mas subsistir o que se

    dissimulou, se vlido for na substncia e na forma.

    Veja o desenho:

    ART. 167.

    NJ simulado NJ NULO

    DISSIMULAO: (oculta o que verdadeiro): que o

    terreno alaga. A dissimulao subsiste, permanece, vlida.

    As partes realizaram um negcio de compra e venda de um terreno em

    determinada circunstncia que o torna simulado. Alm disso, mente, esconde a verdade (dissimula) ao dizer para o comprador que o terreno no alaga (est

    numa determinada regio no passvel de alagamento). O fato de o negcio

    ser nulo devido a simulao sempre vai subsistir a dissimulao (terreno que

    alaga devido a estar localizado numa zona baixa que o nvel normal). O fato do

    negcio ser nulo devido a simulao, a parte dissimulada subsiste.

    Art. 167. 1o Haver simulao nos negcios jurdicos quando:

    I - aparentarem conferir ou transmitir direitos a pessoas diversas daquelas s

    quais realmente se conferem, ou transmitem;

    II - contiverem declarao, confisso, condio ou clusula no verdadeira;

    III - os instrumentos particulares forem antedatados, ou ps-datados.

    2o Ressalvam-se os direitos de terceiros de boa-f em face dos contraentesdo negcio jurdico simulado.

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    RESERVA MENTAL ou SIMULAO INOCENTE

    A simulao diferente da Reserva Mental: nesta as partes no esto

    combinadas.

    A regra decorre um dos contratantes no pode saber o que se passa na mente

    do outro. Se a faz uma declarao, mas mentalmente faz a reserva de no querer o que declara, o negcio vlido, subsiste, salvo se b sabia dessareserva mental.

    ELEMENTOS ESSENCIAIS E ACIDENTAIS

    DO NEGCIO JURDICO

    ELEMENTOS ESSENCIAIS:

    CAPACIDADE DO AGENTE, OBJETO LCITO e CONSENTIMENTO

    O negcio jurdico apresenta elementos essenciais (constitutivos),

    obrigatrios para sua Constituio.

    Os elementos constitutivos abrangem: os elementos essenciais,

    imprescindveis existncia do ato negocial, pois forma sua substncia,

    podem ser gerais e particulares; os naturais, que so efeitos decorrentes

    do negcio jurdico, sem que seja necessrio qualquer meno expressa,

    pois a prpria norma jurdica j lhe determina quais so essas

    consequncias jurdicas.

    Regra: Art. 110. A manifestao de vontade subsiste (no vicia, no anula)ainda que o seu autor haja feito a reserva mental de no querer o quemanifestou, Exceo: salvo se dela o destinatrio tinha conhecimento.

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    Capacidade do agente: se todo negcio jurdico pressupe uma declarao

    de vontade, a capacidade do agente indispensvel sua participao

    vlida na seara jurdica; a capacidade especial ou legitimao distingue-se

    da capacidade geral das partes, para a validez do negcio jurdico, pois para

    que ele seja perfeito no basta que o agente seja plenamente capaz;

    imprescindvel que seja parte legtima, isto , tenha competncia para

    pratic-lo, dada a sua posio em relao a certos interesses jurdicos; sua

    falta pode tornar o negcio nulo ou anulvel; a legitimao depende da

    particular relao do sujeito com o objeto do ato negocial.

    Objeto lcito e possvel: para que o negcio se repute perfeito e vlido

    dever versar sobre objeto lcito, conforme a lei; alm de lcito deve ser

    possvel, fsica ou juridicamente, o objeto do ato negocial.

    Consentimento: vontade, a anuncia vlida do sujeito a respeito do

    entabulamento de uma relao jurdica sobre determinado objeto; pode ser

    ele expresso ou tcito desde que o negcio, por sua natureza ou disposio

    legal, no exija forma expressa.

    ELEMENTOS ACIDENTAIS OU CLUSULAS ACESRIAS:

    CONDIO, TERMO e ENCARGO

    Os elementos acidentais so estipulaes ou clusulas acessrias que as

    partes podem adicionar em seus negcios para modificar uma ou algumas

    de suas consequncias naturais, dos quais so exemplos: a condio, o

    termo e o modo ou encargo.

    So facultativos, opicionais no sentido de que, no h obrigatoriedade de

    inseri-los no contrato; o negcio jurdico pode sobreviver sem eles.

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    Porm, uma vez inseridos no negcio, ficam indissociavelmente ligados a

    ele.

    A condio, o termo e o encargo so clusulas acessrias aos negcios

    jurdicos. Como assim, clusulas acessrias? Acessrias, porque no so

    clusulas principais, ou seja, o negcio jurdico pode ou no contempl-las.

    Elas so tratadas a partir do art. 121 do Cdigo Civil.

    CONDIO

    CONDIO: Art. 121. Considera-se condio a clusula que, derivando

    exclusivamente da vontade das partes, subordina o efeito do negcio jurdico a evento futuro e incerto.

    Est claro que a condio uma clusula. E essa clusula (condio) subordina

    o efeito do negcio jurdico a evento futuro e incerto. Como assim? Vamos

    entender o que significa esse efeito. Os efeitos do negcio jurdico podemser: a) eficcia e b) ineficcia.

    EFICCIA = tornar-se eficaz = produzirefeito

    INEFICCIA = tornar-se ineficaz = pararde produzir efeitos

    Se, o negcio jurdico contemplar uma condio, o efeito (eficcia ou

    ineficcia) do negcio jurdico fica subordinado a um evento futuro e

    incerto. Ou seja, somente quando o evento futuro e incerto ocorrer, o negcio

    jurdico vai produzir efeito (que pode ser eficcia ou ineficcia).

    A condio se subdivide em: a) CONDIO SUSPENSIVA e b) CONDIO

    RESOLUTIVA.

    EFEITO

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    CONDIO SUSPENSIVA CONDIO RESOLUTIVA

    Subordina a eficcia do negcio jurdico a

    um evento futuro e incerto Subordina a ineficcia do negcio jurdico

    a um evento futuro e incerto

    A) CONDIO SUSPENSIVA: o negcio jurdico S se torna EFICAZ (sproduz efeito) se ocorrer o evento futuro e incerto. Exemplo: o pai

    realiza um negcio jurdico com o filho, uma doao. Caso o filho seja

    aprovado no vestibular para o curso de Direito, recebe o carro. Pronto,

    est posta a condio no negcio jurdico! Nesse caso, a condio

    suspensiva, como o prprio nome diz, SUSPENDE TUDO: a aquisio

    do carro, bem como o exerccio (dirigir o carro) ficam suspensos, at

    que o evento futuro e incerto (passar no vestibular) venha a ocorrer.

    SUSPENDE A AQUISIO E O EXERCCIO DO DIREITO.

    B) CONDIO RESOLUTIVA: o negcio jurdico se torna EFICAZ (produzefeito) imediatamente com a realizao do negcio jurdico. Quando

    ocorrer o evento futuro e incerto, o negcio jurdico se tornaINEFICAZ (pra de produzir os efeitos). Exemplo: um sobrinho realiza

    um negcio jurdico (emprstimo) com seu tio, nesses moldes: tio

    empresta seu apartamento (em outra cidade) ao sobrinho que foi l

    aprovado no vestibular de medicina e no tem aonde morar; a condio

    que no momento em que colar grau (evento futuro e incerto), devolver o imvel. Note que o sobrinho imediatamente inicia sua

    moradia no imvel. Isso porque a condio resolutiva NO SUSPENDE

    NADA! No suspende a aquisio nem o exerccio do direito.

    Condio Suspensiva Condio Resolutiva

    Subordina a eficcia do negcio jurdico a um evento futuro e incerto

    Subordina a ineficcia do negcio jurdicoa um evento futuro e incerto

    SUSPENDE TUDO: SUSPENDE A

    AQUISIO E O EXERCCIO DO DIREITO

    NO SUSPENDE NADA! No suspende a

    aquisio nem o exerccio do direito

    Art. 125. Subordinando-se a eficcia do negcio jurdico condio

    suspensiva, enquanto esta se no verificar, no se ter adquirido o direito, a

    que ele visa.

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    Condio Suspensiva art. 125: subordina a EFICCIA (EFEITO) donegcio jurdico a em evento futuro e incerto. A eficcia do NJ fica SUSPENSA,

    PENDENTE. O NJ NO produz efeito at que a condio se realiza:

    SUSPENDE A AQUISICO E O EXERCCIO DO DIREITO

    Condio se realiza:

    NJ produz efeito

    Ex: se (condio) voc passar no vestibular para Direito (evento futuro e

    incerto) te dou um carro.

    Art. 126. Se algum dispuser de uma coisa sob condio suspensiva, e,

    pendente esta, fizer quanto quela novas disposies, estas no tero valor,

    realizada a condio, se com ela forem incompatveis.

    Art. 127. Se for resolutiva a condio, enquanto esta se no realizar, vigorar o

    negcio jurdico, podendo exercer-se desde a concluso deste o direito por ele

    estabelecido.

    Condio Resolutiva art. 127: Subordina a INEFICCIA do NJ a um eventofuturo e incerto. ENQUANTO a condio no se realizar, o NJ EFICAZ

    (PRODUZ TODOS OS EFEITOS).

    Produz Condio se realiza

    NJ efeito NJ ineficaz

    NO SUSPENDE A AQUISIO E NEM O EXERCCIO DO DIREITO

    Ex: Enquanto no colar grau na faculdade de medicina (evento futuro eincerto) te empresto meu apartamento para morar.

    Art. 128. Sobrevindo a condio resolutiva, extingue-se, para todos os efeitos,

    o direito a que ela se ope; mas, se aposta a um negcio de execuo

    continuada ou peridica, a sua realizao, salvo disposio em contrrio, no

    tem eficcia quanto aos atos j praticados, desde que compatveis com a

    natureza da condio pendente e conforme aos ditames de boa-f.

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    Art. 130. Ao titular do direito eventual, nos casos de condio suspensiva ou

    resolutiva, permitido praticar os atos destinados a conserv-lo.

    TERMO

    TERMO: Termo a clusula que subordina os efeitos do ato negocial a umacontecimento futuro e certo. Termo inicial. O termo inicial (dies a quo, ex

    die), dilatrio ou suspensivo o que fixa o momento em que a eficcia do

    negcio deve ter incio, retardando o exerccio do direito. Assim sendo, o

    direito a termo ser tido como adquirido.

    Art. 131. O termo inicial suspende o exerccio, mas no a aquisio do

    direito. O termo inicial um evento futuro e CERTO que condiciona o incio

    dos efeitos do negcio jurdico.

    NJ Termo inicial

    NO SUSPENDE A AQUISIO DO DIREITO SUSPENDE O EXERCCIO DO DIREITO

    Vamos agora tomar como exemplo a compra de um veculo em uma

    concessionria. O financiamento aprovado, o comprador paga um sinal

    (aquisio), mas o veculo na cor preta s ser entregue do dia 20 do ms

    seguinte a data da compra (termo inicial para o exerccio ao direito).

    O TERMO NO SUSPENDE A AQUISIO; SUSPENDE O EXERCCIO AO

    DIREITO. Nesse caso, o carro foi adquirido, porm o sujeito s vai exercitar o

    seu direito de dirigir, usar o veculo no dia 20 do ms seguinte.

    A eficcia de um negcio jurdico pode ser fixada no tempo. Determinam aspartes ou fixa o agente quando a eficcia do ato comear e terminar. Esse

    dia do incio e do fim da eficcia do negcio chama-se termo, que pode ser

    inicial ou final.

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    Denomina-se termo inicial (ou suspensivo ou dies a quo) aquele a partir do

    qual se pode exercer o direito; termo final (ou extintivo ou dies ad quem)

    aquele no qual termina a produo de efeitos do negcio jurdico.

    O termo inicial suspende a eficcia de um negcio at sua ocorrncia,

    enquanto o termo final resolve seus efeitos. semelhante condio.

    O mesmo sentido, de forma mais tcnica, faz-se presente no CC:

    "Ao termo inicial e final aplicam-se, no que couber, as disposies relativas

    condio suspensiva e resolutiva" (art. 135).

    O termo, porm, modalidade do negcio jurdico que tem por finalidade

    suspender a execuo ou o efeito de uma obrigao, at um momento

    determinado, ou o advento de um evento futuro e certo. A reside a diferena

    entre o termo e a condio.

    Na condio, tem-se em mira evento futuro e incerto; no termo, considera-se

    evento futuro e certo.

    Tanto que, na condio, o implemento desta pode falhar e o direito nunca vir a

    se consubstanciar; o termo inexorvel e sempre ocorrer.

    No termo, o direito futuro, mas deferido, porque no impede sua aquisio,

    cuja eficcia apenas suspensa.

    Como a compreenso de condio muito prxima da compreenso de termo,

    ao titular do direito a termo, a exemplo do direito condicional, permite-se aprtica de atos conservatrios, de acordo com o art. 130. E no termo, com

    maior razo, pois o titular de direito condicional possui apenas direito eventual,

    o titular de direito a termo possui direito deferido, apesar de futuro.

    O termo pode derivar da vontade das partes (termo propriamente dito ou

    termo convencional), decorrer de disposio legal (termo de direito) ou de

    deciso judicial (termo judicial).

    Na condio, enquanto no se verificar seu implemento, no se adquire o

    direito a que o ato visa (art. 125; antigo, art. 118); no termo inicial, pelo

    contrrio, no se impede a aquisio do direito, mas se retarda seu exerccio (art. 131; antigo, artigo 123).

    O termo, portanto, aposto a negcio jurdico, indica o momento a partir do

    qual seu exerccio inicia-se ou extingue-se.

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    H atos, contudo, que no admitem a aposio de termo. Tal no possvel

    quando o direito for incompatvel com o termo, dada sua natureza, bem como

    nos casos expressos em lei. H incompatibilidade nos direitos de personalidadepuros, nas relaes de famlia e nos direitos que por sua prpria natureza

    requerem execuo imediata. Ningum pode fazer adoo ou reconhecer filho

    subordinando tais atos a termo, por exemplo.

    regra geral de interpretao que a aposio do termo seja feita em benefcio

    da pessoa obrigada, salvo prescrio legal ou estipulao em contrrio. regra

    tambm encontrada no Cdigo, no art. 133.

    Prazo: O prazo o lapso de tempo decorrido entre a declarao de vontade e

    a supervenincia do termo. O prazo tambm o tempo que medeia entre o

    termo inicial e o termo final. No se confunde, portanto, com o termo.

    O termo o limite, quer inicial, quer final, aposto ao prazo. o tempo que

    decorre entre o ato jurdico e o incio do exerccio ou o fim do direito que dele

    resulta.

    Diz-se que o prazo certo se o ato a termo certo, e prazo incerto se o ato

    a termo incerto.

    O art. 132 traa as disposies sobre a contagem dos prazos: "Salvo

    disposio legal ou convencional em contrrio, computam-se os prazos,

    excluindo o dia do comeo, e incluindo o do vencimento.

    1o Se o dia do vencimento cair em feriado, considerar-se- prorrogado o

    prazo at o seguinte dia til.

    2o Meado considera-se, em qualquer ms, o seu dcimo quinto dia.

    3o Os prazos de meses e anos expiram no dia de igual nmero do de incio,

    ou no imediato, se faltar exata correspondncia.

    4o Os prazos fixados por hora contar-se-o de minuto a minuto."

    O art. 133 prescreve que, "nos testamentos, presume-se o prazo em favor do

    herdeiro, e, nos contratos, em proveito do devedor, salvo quanto a esses, se

    do teor do instrumento, ou das circunstncias, resultar que se estabeleceu a benefcio do credor, ou de ambos os contratantes".

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    Nos testamentos, o herdeiro tem a contagem de prazo a seu favor, preferindo

    ao legatrio.

    A preferncia do prazo em favor do devedor que, no silncio do contrato e na

    dvida, deve ser beneficiado, em detrimento do credor, pois o primeiro devecumprir a obrigao e est geralmente em situao de inferioridade.

    Estabelece o art. 134: "Os negcios jurdicos entre vivos, sem prazo, so

    exequveis desde logo, salvo se a execuo tiver de ser feita em lugar diverso

    ou depender de tempo".

    Como regra geral, as partes fixam prazo dentro do qual deve ser cumprida a

    obrigao.

    O credor no pode exigir o cumprimento antes do termo. Ainda que no haja

    fixao de prazo, h certas obrigaes que, por sua natureza, s podem ser

    cumpridas dentro de certo lapso de tempo, como o caso do emprstimo, por

    exemplo.

    Porm, quando a obrigao permite e os contraentes no fixam prazo, a

    obrigao exequvel desde logo, com as ressalvas da lei, ou seja, se a

    execuo tiver de ser feita em lugar diverso ou depender de tempo.

    Se se tratar de emprstimo, bvio que o credor no pode exigir

    imediatamente a devoluo da coisa emprestada, assim tambm na

    empreitada, no contrato de fornecimento etc.

    A expresso desde logo do art. 134 no deve ser entendida ao p da letra:temos que entender que o negcio jurdico deve ser realizado em tempo

    razovel, ainda que exequvel desde logo, isto , deve haver prazo razovelpara que o ato seja realizado. No havemos de dar rigor excessivo regra a

    estabelecida.

    ENCARGO/MODO

    ENCARGO/MODO: clusula acessria liberalidade (doao), pela qual se

    impe um nus, uma obrigao, a ser cumprida pelo beneficirio. Gera direito

    adquirido a seu destinatrio, que j pode exercer o seu direito, ainda que

    pendente o cumprimento da obrigao que lhe fora imposta.

    Vamos tomar como exemplo uma pessoa (doador) que faz uma doao de um

    imvel (terreno) a uma Prefeitura, mas com o encargo (obrigao, nus) de

    construir uma escola para crianas carentes, um hospital, ou um asilo para

    velhinhos, ou o que quer que seja.

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    O encargo impe sempre uma obrigao ao beneficirio da doao. No

    encargo, o beneficirio adquire imediatamente a doao. O ENCARGO NO

    SUSPENDE A AQUISIO NEM O EXERCCIO DO DIREITO (regra):

    Art. 136. O encargo no suspende a aquisio nem o exerccio do

    direito, salvo quando expressamente imposto no negcio jurdico, pelodisponente, como condio suspensiva.

    Caso o doador venha a doar o terreno como condio suspensiva, SUSPENDE-

    SE A AQUISIO, bem como o EXERCICIO DO DIREITO at que o beneficirio

    (Prefeitura) venha a construir a escola, ou hospital, enfim que cumprir a

    obrigao.

    TABELA DECORAR

    CONDIO TERMO ENCARGO/MODO

    Evento futuro e

    INCERTO

    Evento futuro e CERTO Clusula acessria

    liberalidade com atribuio de um nus,

    uma obrigao ao beneficirio.

    SUSPENSIVA:Subordina a eficcia

    do negcio jurdico aum evento futuro eincerto

    Termo a clusulaque subordina os

    efeitos do atonegocial a um

    acontecimento futuroe certo

    Encargo, por exemplo, uma doao.

    SUSPENSIVA:SUSPENDE TUDO:

    SUSPENDE AAQUISIO E O

    EXERCCIO DODIREITO

    NO SUSPENDE AAQUISIO

    SUSPENDE OEXERCCIO

    NO SUSPENDENADA: NO

    SUSPENDE AAQUISIO NEM O

    EXERCCIO DODIREITO (salvo quando

    disposta como condiosuspensiva)

    RESOLUTIVA:Subordina a ineficcia

    do negcio jurdico aum evento futuro eincerto NO SUSPENDE

    NADA! No suspendea aquisio nem o

    exerccio do direito

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    O encargo ou modo restrio imposta ao beneficirio de liberalidade. Trata-

    se de nus que diminui a extenso da liberalidade.

    Assim, fao doao a instituio, impondo-lhe o encargo de prestardeterminada assistncia a necessitados; doa casa a algum, impondo ao

    donatrio obrigao de residir no imvel; fao legado de determinada quantia

    a algum, impondo-lhe o dever de construir monumento em minha

    homenagem; fao doao de rea a determinada Prefeitura, com encargo de

    ela colocar, em uma da vias pblicas, meu nome etc.

    Geralmente, o encargo aposto s doaes; porm, a restrio possvel em

    qualquer ato de ndole gratuita, como nos testamentos, na cesso no

    onerosa, na promessa de recompensa, na renncia e, em geral, nas obrigaes

    decorrentes de declarao unilateral de vontade.

    O encargo apresenta-se como restrio liberdade, quer estabelecendo uma

    finalidade ao objeto do negcio, quer impondo uma obrigao ao favorecido,em benefcio do instituidor ou de terceiro, ou mesmo da coletividade.

    No deve, porm, o encargo se configurar em contraprestao; no pode ser

    visto como contrapartida ao benefcio concedido. Se houver contraprestao

    tpica, a avena deixa de ser liberal para ser onerosa, no se configurando o

    encargo.

    Condies Lcitas e Ilcitas

    So ilcitas todas que atentarem contra proibio expressa ou virtual do ordenamento jurdico. Tem-se que verificar no caso de condio ilcita o

    fim ilcito da condio, pois uma condio nesse aspecto sempre pode ser

    realizada pela vontade da pessoa a quem se dirige.

    Condies ilcitas: so as condies imorais e as ilegais. So imorais as

    que, no geral, atentam contra a moral e os bons costumes. So dessa

    natureza as que vo contra o direito de liberdade das pessoas, seus princpios

    religiosos, sua honestidade e retido de carter. So ilegais as que incitam o

    agente prtica de atos proibidos por lei ou a no praticar os que a lei manda.

    Art. 122. So lcitas, em geral, todas as condies nocontrrias lei, ordem pblica ou aos bons costumes;

    entre as condies defesas (proibidas) se incluem as que

    privarem de todo efeito o negcio jurdico, ou o sujeitarem ao

    puro arbtrio de uma das partes.

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    No pode ser admitida, portanto, a condio de algum se entregar

    prostituio ou transgredir alguma norma penal.

    Condio Potestativa

    A segunda parte do artigo trata das condies potestativas. A condio

    potestativa a que depende da vontade de um dos contraentes. Uma das

    partes pode provocar ou impedir sua ocorrncia. A ela contrape-se a condio

    causal, a que depende do acaso, no estando, de qualquer modo, no poder de

    deciso dos contraentes.

    Nem todas as condies potestativas so ilcitas. S aquelas em que a eficcia

    do negcio fica exclusivamente ao arbtrio de uma das partes, sem a interferncia de qualquer fator externo. Por essa razo, CC inseriu a expresso

    "puro arbtrio" na dico legal mencionada. Distinguem-se, ento, as

    condies potestativas simples das condies puramente potestativas.

    CONDIO POTESTATIVA SIMPLES: Nas primeiras, no h apenas vontade

    do interessado, mas tambm interferncia de fato exterior. Assim sero, por

    exemplo, as condies "se eu me casar", "se eu viajar para a europa", "se eu

    vender minha casa".

    CONDIO PURAMENTE POTESTATIVA: A condio puramente potestativa

    depende apenas e exclusivamente da vontade do interessado: "se eu quiser","se eu puder", "se eu entender conveniente", "se eu assim decidir" e

    equivalentes. A proibio do art. 122 refere-se to-s s condies puramente

    potestativas. Puro arbtrio de uma das partes.

    Embora no seja muito comum, a jurisprudncia tem registrado a ocorrncia

    de condies potestativas: " condio puramente potestativa clusula que,

    em contrato de mtuo, d ao credor poder unilateral de provocar o vencimento

    antecipado da dvida, diante da simples circunstncia de romper-se o vnculo

    empregatcio entre as partes".

    Art. 122. So lcitas, em geral, todas as condies no

    contrrias lei, ordem pblica ou aos bons costumes; entre

    as condies defesas (proibidas) se incluem as que

    privarem de todo efeito o negcio jurdico, ou o sujeitarem ao puro arbtrio de uma das partes.

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    CONDIES QUE INVALIDAM O NEGCIO JURDICO

    Art. 123. Invalidam os negcios jurdicos que lhes so subordinados:

    I - as condies fsica ou juridicamente impossveis, quando suspensivas;

    II - as condies ilcitas, ou de fazer coisa ilcita;

    III - as condies incompreensveis ou contraditrias.

    CUIDADO COM OS ARTIGOS 123, 124 e 137:

    Art. 123. INVALIDAM O NEGCIO JURDICO as CONDIES

    IMPOSSVEIS SUSPENSIVAS.

    Negcio Jurdico

    Condio suspensiva

    (impossvel)

    Note que quando um NJ possui uma condio suspensiva impossvel (te dou

    um carro se voc me der todas as estrelas do cu) TODO O NJ INVLIDO.

    O CC especifica que essa nulidade ocorre apenas se a condio for suspensiva.

    Se resolutiva for, o ato ou negcio j possuir, de incio, plena eficcia, que no

    ser tolhida pela condio ilegal.

    No que se refere s condies fisicamente impossveis, o atual Cdigo adota

    idntica soluo: se for suspensiva essa condio, o negcio ser invlido.

    Quanto ilicitude da condio ou a de fazer coisa ilcita, de forma peremptria,

    ao contrrio do antigo sistema, o presente Cdigo aponta que essas condies

    invalidam, em qualquer circunstncia, os negcios jurdicos que lhes so

    subordinados. Desse modo, a condio de furtar ou de algum se entrega