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Contabilidade Geral para o Concurso de Agente da PF Curso de Teoria e Exercícios
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Conceitos Fundamentais
1.CONCEITO DE CONTABILIDADE
A contabilidade surgiu da necessidade de controlar o patrimônio das pessoas
(entidades). Todos fazemos, indistintamente, algum tipo de contabilidade, pois
quando recebemos o nosso salário nos obrigamos a fazer as contas para
verificar se a "grana" será suficiente para o aluguel, água, luz, telefone,
condomínio, “o curso de contabilidade”, entre outros compromissos, estamos
de certa forma fazendo uma contabilidade, de forma desordenada, é verdade,
mas estamos a fazer contabilidade.
Agora imaginem se as empresas fizerem a sua contabilidade da forma como
nós fazemos! Seria o caos, pois ninguém se entenderia. As informações
registradas por uma empresa não seriam entendidas por quase ninguém, a
não quem fez os registros.
Para evitar que cada pessoa registre as suas contas ao bel prazer, foi
necessário adotar certas regras a fim de uniformizar esse procedimento. Essa
necessidade foi o ponto de partida do surgimento da contabilidade.
Por enquanto já sabemos que a contabilidade veio para controlar o
patrimônio, registrando-o de forma organizada, seguindo uma metodologia
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para que as pessoas nela interessadas possam extrair as informações que lhes
interessam.
Assim, a contabilidade, na qualidade de ciência econômico administrativa se
ocupa no estudo dos aspectos inerentes ao controle, registro e
orientação/divulgação. Neste contexto, durante o 1º congresso brasileiro de
contabilidade ocorrido no Rio de Janeiro, em 1924, foi formulado o seguinte
conceito para contabilidade:
“A Contabilidade é a ciência que estuda e pratica as funções de
orientação, de controle e de registro relativos à administração
econômica.”
2. OBJETIVOS DA CONTABILIDADE
O principal objetivo da contabilidade é fornecer informações sobre o
patrimônio que ela controla aos seus usuários. Com base nessas
informações os usuários podem tomar decisões. Desta forma, o administrador
de uma empresa, de posse das informações fornecidas pela contabilidade,
pode avaliar a situação de sua empresa, constatar a ocorrência de lucro ou
prejuízo e pode redirecionar os rumos da entidade.
Assim, o objetivo da contabilidade é efetuar os registros de todos os fatos
patrimoniais para possibilitar um controle efetivo deste, de modo que os
usuários possam tomar decisões a partir das informações obtidas. Ou dito de
outra forma, poder-se-ia dizer que o objetivo da contabilidade é permitir o
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estudo e o controle dos fatos contábeis decorrentes da administração do
patrimônio das empresas ou entidades econômico-administrativas.
3. OBJETO
O objeto de estuda da contabilidade é o patrimônio das aziendas.
Entende-se por patrimônio o conjunto de bens, direitos e obrigações e
aziendas são as entidades com ou sem fim lucrativo.
Entidades com fins lucrativos são as empresas, ao passo que sem fins
lucrativos são os entes públicos, as associações, as entidades de classe, etc.
Desta forma, o objeto de estudo da contabilidade é o conjunto de bens,
direitos e obrigações pertencentes a qualquer entidade, seja ela pública ou
privada e ainda com fins lucrativos ou não.
4. CAMPO DE APLICAÇÃO
Se atentarmos ao objeto da contabilidade e ao conceito, fica fácil para
delimitar o seu campo de atuação ou campo de aplicação, visto que esta é
aplicada a todas as entidades que possuem um patrimônio a ser controlado,
ou seja a contabilidade se aplica às aziendas, que são entidades
econômico-administrativas.
Entidades econômico-administrativas são as entidades que reúnem pessoas,
patrimônio, ação administrativa e finalidade estabelecida.
As finalidades das entidades podem ser econômicas (visam o lucro como as
empresas comerciais e indústrias), socioeconômicas (buscam superávit a
reverter em benefício de seus filiados como cooperativas e entidades de
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classe) e entidades com fins sociais, que é caso das entidades públicas como a
União, os Estados e os Municípios.
5. USUÁRIOS
Entre os usuários das demonstrações contábeis incluem-se investidores atuais
e potenciais, empregados, credores por empréstimos, fornecedores e outros
credores comerciais, clientes, governos e suas agências e o público. Eles usam
as demonstrações contábeis para satisfazer algumas das suas diversas
necessidades de informação. Essas necessidades incluem:
(a) Investidores. Eles necessitam de informações para ajudá-los a decidir
se devem comprar, manter ou vender investimentos. Os acionistas também
estão interessados em informações que os habilitem a avaliar se a entidade
tem capacidade de pagar dividendos.
(b) Empregados. Os empregados e seus representantes estão
interessados em informações sobre a estabilidade e a lucratividade de seus
empregadores. Também se interessam por informações que lhes permitam
avaliar a capacidade que tem a entidade de prover sua remuneração, seus
benefícios de aposentadoria e suas oportunidades de emprego.
(c) Credores por empréstimos. Estes estão interessados em informações
que lhes permitam determinar a capacidade da entidade em pagar seus
empréstimos e os correspondentes juros no vencimento.
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(d) Fornecedores e outros credores comerciais. Os fornecedores e
outros credores estão interessados em informações que lhes permitam avaliar
se as importâncias que lhes são devidas serão pagas nos respectivos
vencimentos. Os credores comerciais provavelmente estão interessados em
uma entidade por um período menor do que os credores por empréstimos, a
não ser que dependam da continuidade da entidade como um cliente
importante.
(e) Clientes. Os clientes têm interesse em informações sobre a
continuidade operacional da entidade, especialmente quando têm um
relacionamento a longo prazo com ela, ou dela dependem como fornecedor
importante.
(f) Governo e suas agências. Os governos e suas agências estão
interessados na destinação de recursos e, portanto, nas atividades das
entidades. Necessitam também de informações a fim de regulamentar as
atividades das entidades, estabelecer políticas fiscais e servir de base para
determinar a renda nacional e estatísticas semelhantes.
(g) Público. As entidades afetam o público de diversas maneiras. Elas
podem, por exemplo, fazer contribuição substancial à economia local de vários
modos, inclusive empregando pessoas e utilizando fornecedores locais. As
demonstrações contábeis podem ajudar o público fornecendo informações
sobre a evolução do desempenho da entidade e os desenvolvimentos
recentes.
6. FUNÇÕES DA CONTABILIDADE
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A função da contabilidade é econômico-administrativa.
A função administrativa consiste em controlar o patrimônio das
entidades ao passo que a função econômica está voltada à apuração do
resultado ou rédito (lucro ou prejuízo).
7. TÉCNICAS CONTÁBEIS
A contabilidade é uma ciência e tem por objetivo o registro dos fatos
contábeis, o controle do patrimônio e gerar informações úteis aos seus
usuários. Para que possa alcançar esses objetivos são utilizadas as técnicas da
escrituração, das demonstrações contábeis, da análise das demonstrações
contábeis ou de balanço e da auditoria.
7.1. ESCRITURAÇÃO
É a técnica contábil que se encarrega do registro dos fatos que alteram o
patrimônio de uma entidade, vale dizer, toda vez que ocorrer alguma
alteração nos bens, direitos e obrigações de uma entidade, essas alterações
devem ser registradas por meio da técnica de escrituração.
Assim, as alterações devem ser registradas tão logo se tenha conhecimento de
sua ocorrência, resultando, assim, que a escrituração estará posta em ordem
cronológica de dia, mês e ano.
A técnica de escrituração encontra capitulação legal por meio do artigo 177 da
Lei no 6.404/1976 (Lei das S.A.) e pela Lei nº 10.406/2002 (novo Código
Civil). Segundo o dispositivo da Lei das S.A., a escrituração das empresas deve
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manter registros permanentes em obediência à legislação comercial, aos
preceitos da referida Lei e aos princípios contábeis geralmente aceitos.
7.2. DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
As demonstrações contábeis são preparadas e apresentadas para usuários
externos em geral, tendo em vista suas finalidades distintas e necessidades
diversas.
Demonstrações contábeis objetivam fornecer informações que sejam úteis na
tomada de decisões e avaliações por parte dos usuários em geral, não tendo o
propósito de atender finalidade ou necessidade específica de determinados
grupos de usuários.
As demonstrações contábeis preparadas com tal finalidade satisfazem as
necessidades comuns da maioria dos seus usuários, uma vez que quase todos
eles utilizam essas demonstrações contábeis para a tomada de decisões
econômicas, tais como:
(a) decidir quando comprar, manter ou vender um investimento em ações;
(b) avaliar a Administração quanto à responsabilidade que lhe tenha sido
conferida, qualidade de seu desempenho e prestação de contas;
(c) avaliar a capacidade da entidade de pagar seus empregados e
proporcionar-lhes outros benefícios;
(d) avaliar a segurança quanto à recuperação dos recursos financeiros
emprestados à entidade;
(e) determinar políticas tributárias;
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(f) determinar a distribuição de lucros e dividendos;
(g) preparar e usar estatísticas da renda nacional; ou
(h) regulamentar as atividades das entidades.
O objetivo das demonstrações contábeis é fornecer informações sobre a
situação patrimonial e financeira, o desempenho e as mudanças na
posição financeira da entidade, que sejam úteis a um grande número de
usuários em suas avaliações e tomadas de decisão econômica.
A técnica das demonstrações contábeis está voltada à elaboração de relatórios
resumidos apresentando a situação patrimonial em determinada data (Balanço
Patrimonial), a demonstração do resultado do exercício, as fontes ou origens
de recursos e suas aplicações, a demonstração dos lucros ou prejuízos
acumulados além de outros demonstrativos.
As demonstrações contábeis obrigatórias, segundo a Lei no 6.404/1976 (Lei
das S/A.), são:
• BALANÇO PATRIMONIAL
• DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO
• DEMONSTRAÇÃO DOS LUCROS OU PREJUÍZOS
ACUMULADOS
• DEMONSTRAÇÃO DE FLUXO DE CAIXA
• DEMONSTRAÇÃO DE VALOR ADICIONADO(SA’s de CAPITAL ABERTO)
As informações sobre a posição patrimonial e financeira são
principalmente fornecidas pelo balanço patrimonial.
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As informações sobre o desempenho são basicamente fornecidas na
demonstração do resultado.
As informações sobre as mutações na posição financeira são fornecidas
nas demonstrações contábeis por meio de uma demonstração em separado,
tal como a de fluxos de caixa, de origens e aplicações de recursos etc.
7.3. AUDITORIA
A contabilidade, já o dissemos, é a ciência que estuda e pratica as funções de
orientação, de controle e de registro das mutações patrimoniais.
Essas operações estão sujeitas a erros e falhas. Para evitar que esses erros e
falhas persistam, a própria contabilidade está sujeita a um determinado
controle que é exercido pela técnica de auditoria. Assim, auditoria é a técnica
contábil que tem por objetivo a verificação ou revisão de registros,
demonstrações e procedimentos adotados para a escrituração, e das
demonstrações contábeis.
A auditoria é dividida em duas áreas: A auditoria interna e a auditoria externa
ou independente. A auditoria interna abrange a auditoria de gestão e contábil
e possui o objetivo de verificar a adequação dos registros contábeis e a
prevenção de fraudes e erros e emitir um relatório para a administração. A
auditoria externa ou independente tem por objetivo analisar as demonstrações
financeiras ou contábeis para verificar a sua adequação quanto às práticas
contábeis adotadas no Brasil a fim de emitir um parecer sobre as mesmas que
será publicada juntamente com as demonstrações contábeis.
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7.4. ANÁLISE DE BALANÇO
É a técnica pela qual verifica-se a capacidade de pagamento da empresa, o
grau de solvência, a evolução da empresa, a estrutura patrimonial e outras
análises econômicas e financeiras. Pela análise de balanços á possível
comparar a situação da empresa com outras dentro de sua área de atuação.
Estuda e pesquisa índices úteis para os usuários da informação contábil,
auxiliando na comparação periódica da evolução da entidade no tempo.
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Com base nas Leis n.o 6.404/1976, n.o 11.638/2007 e n.o 11.941/2009,
julgue os itens que se seguem.
01. (CESPE/TELEBRÁS/CONTADOR/2013) Independentemente do objeto social
definido no estatuto social, a sociedade anônima será mercantil e se regerá pelas leis
e uso do comércio.
02. (CESPE/TELEBRÁS/CONTADOR/2013) As demonstrações financeiras das
companhias abertas estão sujeitas às normas expedidas pela Comissão de Valores
Mobiliários e, quando necessário, serão submetidas a auditoria, realizada por
auditores internos registrados nesta comissão.
03. (CESPE/TELEBRÁS/CONTADOR/2013) A companhia que for fechada com
patrimônio líquido, computado na data do balanço, superior a R$ 2.000.000,00 não é
obrigada a elaborar e publicar a demonstração dos fluxos de caixa.
04. (CESPE/CONTADOR/2013) Entre as demonstrações contábeis exigíveis para
todas as sociedades por ações, incluem-se o balanço patrimonial, a demonstração
dos fluxos de caixa e a demonstração de valor adicionado.
Julgue os itens a seguir quanto ao objeto e à finalidade da contabilidade.
05. (CESPE/EMBASA/2010) O objeto da contabilidade é o patrimônio das
entidades.
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06. (CESPE/EMBASA/2010) A principal finalidade da contabilidade é prover
informações para auxiliar a tomada de decisões.
07. (CESPE/IBRAM/DF) A contabilidade tem como objeto o patrimônio e como um de
seus objetivos prover seus usuários de informações úteis para a tomada de decisão.
A contabilidade, desde seu aparecimento como conjunto ordenado de
conhecimentos, com objeto e finalidades definidos, tem sido considerada
como arte, como técnica ou como ciência, de acordo com a orientação
seguida pelos doutrinadores ao enquadrá-la no elenco das espécies do
saber humano.
Hilário Franco. Contabilidade geral. São Paulo: Atlas, 1997, p. 19 (com
adaptações).
Tendo o texto acima por referência inicial e considerando o assunto por ele
abordado, julgue os itens a seguir.
08. (CESPE/PF/2004) Considerando que o campo de abrangência de uma ciência é
delimitado pelo seu objeto, conclui-se que somente o atributo quantitativo do
patrimônio delimita a contabilidade.
09. (CESPE/PF/2004) A contabilidade atinge seu objetivo de fornecer informações
sobre a composição e as variações do patrimônio para a tomada de decisões por
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meio das técnicas contábeis de escrituração contábil, demonstrações contábeis,
auditoria contábil e análise de balanços.
10. (CESPE/TRE/2010) O balanço visa apresentar a posição financeira e patrimonial
da empresa em determinada data, e representa, portanto, uma posição dinâmica.
Acerca das demonstrações contábeis obrigatórias previstas na legislação societária
(Lei n.o 6.404/1976), julgue os próximos itens.
11 (CESPE/EMBASA/2010) O balanço patrimonial e a demonstração das mutações
do patrimônio líquido fazem parte das demonstrações financeiras de elaboração
obrigatória pela companhia.
12 (CESPE/EMBASA/2010) A demonstração do fluxo de caixa e a demonstração do
valor adicionado são de elaboração facultativa.
13 (CESPE/EMBASA/2010) É facultada à companhia a divulgação de notas
explicativas quanto às demonstrações financeiras.
(BACEN/2013) A respeito de teoria contábil, livros e registros dos fatos contábeis e
método das partidas dobradas, julgue os itens a seguir.
14. Com relação aos objetivos apropriados para a contabilidade quanto à
utilidade da informação contábil, existem divergências de percepções
entre administradores e auditores
Quanto ao conceito e objetivo da contab ilidade, julgue os itens a seguir.
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15(EMBASA/2010) A contabilidade é considerada uma ciência porque possui objeto
próprio, o patrimônio das entidades.
16(EMBASA/2010) O principal objetivo da contabilidade é fornecer informaçõesúteis
para auxiliar o processo decisório dos usuário
O Patrimônio
1. CONCEITO
O patrimônio é estudado por muitas ciências e para cada uma delas ele possui um
significado próprio. Para a maioria destas ciências o patrimônio representa “bens de
família”, “fazenda”, “herança paterna”, ou “riqueza”. Talvez você também possua
esta concepção de patrimônio.
Para a Contabilidade, entretanto, o patrimônio possui uma conotação com amplitude
maior representando o conjunto de bens, direitos e obrigações.
O objeto de estudo da contabilidade, conforme já vimos, é o patrimônio das
entidades. Logo, a contabilidade estuda todos os bens, direitos e obrigações
vinculados a uma entidade, independentemente de ela possuir fins lucrativos ou não.
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Conforme já visto, uma das principais finalidades da Contabilidade é fornecer
informações úteis aos seus usuários e demais pessoas que possam ter algum
interesse na situação econômico-financeira da entidade. Para que isto seja possível,
é necessário que registremos todos os fatos que alterem a movimentação do
patrimônio (bens, direitos e obrigações) de uma entidade, quer qualitativa ou
quantitativamente.
As alterações do patrimônio ocorrem em consequência de operações comerciais
próprias das empresas como as compras, as vendas, os pagamentos, os
recebimentos, os investimentos, a formação de capital social etc.
ASPECTOS QUALITATIVOS E QUANTITATIVOS DO PATRIMÔNIO
Todos os relatórios elaborados a partir da contabilidade e de sua escrituração
deverão ressaltar esses dois aspectos:
* QUALITATIVO: Consiste em qualificar, dar nomes aos elementos componentes do
respectivos relatórios, permitindo que se conheça a natureza de cada um.
* QUANTITATIVO: Consiste em atribuir, aos respectivos elementos, seus valores em
moeda.
PATRIMÔNIO
É o conjunto de bens, direitos e obrigações vinculadas a ma determinada
entidade, com ou sem fins lucrativos, utilizados na consecução de seus
objetivos.
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Um aspecto interessante que pode ser extraído dessa definição de patrimônio diz
respeito às partes que o compõem, ou seja, os bens e direitos de um lado e as
obrigações de outro.
Pela própria definição de patrimônio, que compreende os bens, direitos e obrigações,
podem resultar três situações distintas de Patrimônio Líquido, conforme os bens +
direitos sejam superiores, iguais ou inferiores às obrigações.
Quando a soma dos bens mais direitos for superior à soma das obrigações, teremos
Patrimônio Líquido “positivo” ou situação líquida positiva e para determinadas
entidades situação líquida superavitária.
Quando o resultado da equação for nulo, teremos a chamada situação líquida nula
ou a inexistência de capital próprio.
Quando a soma dos bens mais direitos for inferior à soma das obrigações (resultado
da equação negativo), o Patrimônio Líquido será negativo o que configura o
chamado “Passivo a Descoberto”.
Não obstante as empresas terem o seu início com a entrega de recursos por parte de
seus sócios ou acionistas, na formação do capital social, o patrimônio destas
empresas deve ser considerado autônomo em relação ao patrimônio dos seus
instituidores, pois com sua criação fizeram surgir uma nova pessoa – “a Pessoa
Jurídica”.
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Desta forma, como os sócios ou acionistas não fizeram um empréstimo à sociedade,
mas entregaram recursos a esta para que atingisse os objetivos de sua criação, o
Patrimônio Líquido não é uma dívida da Entidade para com aqueles instituidores.
Analisando a questão sob o aspecto da formação do Patrimônio Líquido positivo,
chega-se à conclusão que ele representa o excesso da parte positiva sobre a parte
negativa do patrimônio, logo não poderia representar obrigação visto que obrigações
representam parte negativa do patrimônio.
Embora as variações patrimoniais qualitativas não representam alterações na
situação líquida, ressalte-se que tanto as alterações patrimoniais qualitativas quanto
as quantitativas devem ser registradas pela Contabilidade.
1.1. BENS
As coisas são gênero dos quais bens são espécies. Os bens são coisas materiais ou
imateriais que têm valor econômico e que podem servir de objeto de uma relação
jurídica. É nesta acepção que os bens interessam à contabilidade.
Para a contabilidade, é relevante distinguir os bens de materiais ou tangíveis
daqueles ditos imateriais ou intangíveis uma vez que, posteriormente isso interfirirá
na identificação do critério de avaliação de ativos na ser adotado(depreciação,
amortização ou exaustão)
São exemplos de bens tangíveis:
Veículo;
Equipamento;
Móveis e utensílios;
Material de consumo;
Imóveis.
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São exemplos de bens intangíveis:
Marcas;
Patentes;
Fundos de Comércio adquiridos;
1.2. DIREITOS
Direitos representam os créditos da empresa para com terceiros. São valores que a
empresa tem a receber de terceiros ou valores de propriedade da entidade que se
encontram em posse de terceiros, decorrentes ou não da atividade principal ou
operacional da entidade.
Os direitos se apresentam, geralmente, sob a forma de títulos e documentos, tais
como duplicatas a receber, cheques pré-atados a sacar, adiantamentos a
empregados, tributos a recuperar (ICMS a Recuperar, IPI a Recuperar, PIS a
Recuperar, Cofins a Recuperar, Imposto de Renda a Restituir etc.), adiantamentos a
fornecedores, empréstimos concedidos, vendas a faturar e notas promissórias.
1.3. OBRIGAÇÕES
Conforme já vimos, as obrigações representam a parte negativa do patrimônio, pelo
menos no que concerne à equação patrimonial. São valores que a empresa deve
pagar a terceiros. São as dívidas ou compromissos de qualquer natureza, assumidos
perante terceiros, ou por bens de terceiros que se encontram em posse da entidade,
sobre os quais esta possui uma responsabilidade, quer pela devolução (empréstimo),
quer pela indenização ou pelo pagamento ou pela obrigação de entregar um bem em
contrapartida de haver recebido um adiantamento em dinheiro. Exemplos: contas a
pagar, fornecedores, financiamentos bancários, impostos a recolher, impostos a
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pagar, adiantamento de clientes, receitas antecipadas para entrega futura de bens
etc.
As obrigações, considerando-se a autonomia patrimonial e dentro de uma concepção
econômica, recebem a designação de Capital de Terceiros ou Capital Alheio.
2. COMPONENTES PATRIMONIAIS E A REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DO
PATRIMÔNIO
Vimos que o patrimônio é o conjunto de bens, direitos e obrigações de uma
entidade. Vimos também que entidade, para fins contábeis, é qualquer ente que
possua um patrimônio a ser controlado como, por exemplo, um órgão público e as
empresas. No nosso estudo nos ateremos às entidades com fins lucrativos, ou seja,
as empresas comerciais, industriais e prestadoras de serviços.
Assim, de posse dos conhecimentos acima, podemos seguir no nosso estudo
incrementando os conhecimentos aos poucos.
Ao conjunto dos bens e direitos ou créditos de uma entidade, que representa, em
tese, à parte positiva do patrimônio chamamos de ATIVO. Às obrigações, que
constituem, teoricamente, a parte negativa do patrimônio de uma entidade,
chamamos de PASSIVO EXIGÍVEL ou, simplesmente, de PASSIVO.
No balanço patrimonial o Ativo aparece sempre do lado esquerdo e aparecerá
subdividido em Ativo Circulante (AC), Ativo Não Circulante(ANC).
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O PASSIVO as origens dos recursos. No balanço patrimonial, o passivo estará assim
composto: Passivo Circulante (PC), Passivo Não Circulante(PNC) e Patrimônio
Líquido (PL). Percebam que o patrimônio líquido aparece no passivo, mas não
representa obrigação exigível da empresa.
Se conseguirmos gravar, por enquanto, que os bens e direitos figuram no lado
esquerdo e que as obrigações e o patrimônio líquido figuram no lado direito do
gráfico, então já temos um avanço considerável.
A Contabilidade atribui um nome a cada um dos lados do gráfico, em forma de “T”,
chamando de ATIVO o conjunto de direitos e bens que formam o conjunto de
elementos positivos da entidade, sempre situados no lado esquerdo do gráfico. O
conjunto de bens e direitos, ou seja, o Ativo, representa a aplicações dos recursos
provenientes de investimentos dos sócios ou acionistas e de recursos de terceiros
representados por dívidas ou resultados.
No lado direito do gráfico são inscritas as obrigações com terceiros (Passivo Exigível),
e o patrimônio líquido. Ao conjunto assim formado chamamos de PASSIVO, que é
representam as origens de recursos aplicados no ativo. Devemos fazer uma
advertência neste momento, pois em muitas situações nos apresentam o passivo
como sendo apenas o passivo exigível.
Por enquanto vamos tecendo alguns comentários sobre a apresentação gráfica do
patrimônio. Neste sentido, percebam que no lado direito aparece, também, o
PATRIMÔNIO LÍQUIDO (PL), que corresponde à diferença entre ATIVO e PASSIVO
EXIGÍVEL. O Patrimônio Líquido é denominado também de investimento próprio,
por alguns autores, ou capital próprio e até mesmo de situação líquida. O fato
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de o Patrimônio Líquido, em que pese não ser propriamente uma obrigação, figurar
no lado direito é explicado por alguns autores com o argumento de que no lado
direito estão as obrigações com terceiros (é o passivo propriamente dito ou
passivo exigível – PE), e as obrigações da entidade para com os sócios
(patrimônio líquido – PL), sendo que este último não é exigível. O Patrimônio
Líquido é composto pela conta representativa do Capital Social e também por
reservas e lucros. Representa, pois, o valor investido pelos sócios na empresa. É o
capital da empresa e os resultados (positivos ou negativos) gerados pela sua
atividade. Conforme visto, de certa forma é considerado uma obrigação, porém não
é exigível como são as obrigações para com terceiros. O princípio fundamental de
contabilidade da entidade revela que o PL é o capital próprio da entidade.
O passivo exigível é também chamado por alguns autores de PASSIVO REAL.
Quando queremos nos referir a ambos os tipos de obrigações (com os sócios e com
terceiros), podemos utilizar também o termo PASSIVO TOTAL, compreendendo o
PASSIVO EXIGÍVEL e o PATRIMÔNIO LÍQUIDO. O PASSIVO da empresa equivale às
origens de recursos. Assim: PASSIVO TOTAL = PASSIVO EXIGÍVEL +
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
A composição do patrimônio líquido é estruturada por três grupos básicos:
• capital;
• reservas;
• prejuízos acumulados.
O capital representa a importância que os sócios ou acionistas entregaram à
sociedade, bem como as importâncias geradas por esta entidade e que estejam
formalmente incorporadas ao mesmo. As reservas podem ser também de três tipos:
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Reservas de capital e as reservas de lucros. Estas últimas representam uma parcela
da destinação do resultado e são subdivididas em 08(oito) categorias distintas.
PATRIMÔNIO
Bens + Direitos
Obrigações
ATIVO
PASSIVO
ou ou
PATRIMÔNIO BRUTO CAPITAL ALHEIO
ou ou
CAPITAL APLICADO CAPITAL DE TERCEIROS
ou ou
RECURSOS APLICADOS PASSIVO EXIGÍVEL
ou ou
CAPITAL INVESTIDO
RECURSOS DE TERCEIROS
ou
PASSIVO REAL
Patrimônio Líquido = A - P
SITUAÇÃO LIQUIDA
ou
CAPITAL PRÓPRIO
ou
PASSIVO NÃO EXIGIVEL
ou
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APLICAÇÃO DE RECURSO = ORIGEM DE RECURSO
FONTE DE INVESTIMENTO = FONTE DE
FINANCIAMENTO
3. EQUAÇÃO PATRIMONIAL
1. EQUAÇÃO FUNDAMENTAL DA CONTABILIDADE
PL = BENS + DIREITOS – OBRIGAÇÕES
ou
PL = A – P
ou
A = P + PL
Por equação entendemos uma expressão matemática. A equação patrimonial é uma
expressão do tipo x – y = z, onde x é representado pelo ativo, y pelo passivo exigível
e z pelo patrimônio líquido. Podemos então escrever esta equação como sendo:
A – Pe = PL
RECURSOS PRÓPRIOS
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Desta forma, podemos definir o patrimônio líquido como sendo a diferença entre o
ativo e o passivo exigível e, como já vimos, recebe também as denominações de
situação líquida ou capital próprio ou, ainda, por alguns autores, de
investimento próprio, por representar a parte do patrimônio que efetivamente
pertence à entidade, pois o restante dos bens e direitos estará comprometido por
obrigações com terceiros, chamando-se a estes de bens de terceiros ou capital
de terceiros ou capital alheio.
Diante de tudo o que já dissemos, e considerando a equação patrimonial, temos que
os bens, os direitos e as obrigações, aliados ao patrimônio líquido, devem satisfazer
a equação apresentada a seguir:
Patrimônio líquido = Bens + Direitos – Obrigações
Patrimônio Líquido = Ativo – Passivo
Ativo – Passivo = Patrimônio Líquido
A deliberação CVM nº 539/2008 que substitui a Deliberação nº 29/1986 conceituou
os elementos do Patrimônio como segue:
ATIVO
Conjunto dos recursos controlados pela entidade como resultados de eventos
passados e do qual se espera que resultem futuros benefícios econômicos para
a entidade.
PASSIVO
Toda obrigação presente da entidade, derivada de eventos já ocorridos, cuja
liquidação se espera que resulte em saída de recursos capazes de gerar
benefícios econômicos.
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PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Valor residual dos ativos da entidade depois de deduzidos todos os seus passivos.
Partindo do conceito da EQUAÇÃO FUNDAMENTAL DO PATRIMÔNIO (A – P = PL),
verifica-se a possibilidade de o Patrimônio Líquido assumir diversas situações
distintas, dependendo do valor das somas do ATIVO e do PASSIVO EXIGÍVEL.
Analisaremos, a seguir, cada uma das situações possíveis que podem resultar do
confronto entre o ativo e o passivo exigível.
Situações Patrimoniais
1.1. Estados Patrimoniais
a) Quando a Ativo > Passivo Exigível: A > P → SL > 0 → Situação líquida maior
que zero.
• Situação Líquida POSITIVA, Situação Líquida ATIVA, Situação Líquida
SUPERAVITÁRIA, Situação Líquida FAVORÁVEL= GRANDEZA
PATRIMONIAL.
b) Quando o Ativo = Passivo Exigível: A = P → SL = 0 → Situação Líquida igual a
zero.
• Situação Líquida NULA ou COMPENSADA.
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c) Quando o Ativo < Passivo Exigível: A < P→ SL < 0→ Situação Líquida menor que
zero.
• Situação Líquida NEGATIVA; Situação Líquida PASSIVA; Situação Líquida
DEFICITÁRIA; Situação Líquida DESFAVORÁVEL; PASSIVO A DESCOBERTO.
BALANÇO PATRIMONIAL
Vimos que a equação patrimonial é representada pela diferença entre a soma dos
bens e direitos menos as obrigações, que resultará na situação líquida ou patrimônio
líquido. Por dedução, temos que a soma dos bens + direitos, comparada com a soma
das obrigações + patrimônio líquido, dará uma relação de igualdade. O
demonstrativo contábil que representa esta relação de igualdade é o BALANÇO
PATRIMONIAL
4. O RESULTADO (RÉDITO)
Sabemos que à Contabilidade são conferidas diversas funções. Uma dessas funções
da contabilidade é a econômica, ou seja, apurar o resultado que uma entidade
(azienda) obteve em determinado período. Quando falamos em resultado
econômico devemos ter sempre em mente o confronto de receitas e despesas do
período considerado. Quando as receitas forem maiores que as despesas teremos
uma situação superavitária, ou seja, teremos lucro. Nos casos em que as despesas
superam as receitas, o resultado será deficitário, isto, estaremos diante de uma
situação de prejuízo.
As receitas e despesas são classificadas como contas de resultado e segundo a
Deliberação nº 539/2008,são definidas como:
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4.1. RECEITAS
São aumentos nos benefícios econômicos durante o período contábil sob a
forma de entrada de recursos ou aumento de ativos ou diminuição de
passivos, que resultam em aumentos do patrimônio líquido e que não
sejam provenientes de aporte dos proprietários da entidade.
A receita corresponde, em geral, às vendas de mercadorias, produtos ou prestações
de serviços. Ela é refletida no balanço patrimonial através da entrada de dinheiro no
Caixa/Bancos (venda à vista) ou entrada em forma de direitos a receber (venda a
prazo) – Duplicatas a Receber.
Percebe-se que as receitas (contas de resultado) não aparecem no balanço
patrimonial. Elas são a ele incorporados em forma de resultado via conta de lucros
ou prejuízos acumulados. Toda Receita aumenta o PL, mas nem todo aumento de
PL foi consequência de uma Receita.
4.2. DESPESAS
São decréscimos nos benefícios econômicos durante o período contábil sob
a forma de saída de recursos ou redução de ativos ou
incrementos em passivos, que resultam em decréscimo do patrimônio
líquido e que não sejam provenientes de distribuição aos proprietários da
entidade.
Despesa é todo o sacrifício ou todo esforço da pessoa jurídica para obter uma receita
(o consumo de bens e serviços com o objetivo de obter receitas é um sacrifício, um
esforço para a empresa). Ela é refletida no balanço através de uma redução do
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Caixa/Bancos (quando é paga a vista) ou mediante um aumento de uma dívida
(passivo, quando a despesa é incorrida, mas não paga).
A despesa pode, ainda, originar-se de outras reduções de ativo, além do Caixa, como
é o caso do desgaste de máquinas e equipamentos de uso, através dos encargos de
depreciação, entre outras.
Podem diminuir o Ativo ou aumentar o passivo exigível, mas sempre reduzem a
situação líquida ou o patrimônio líquido.
DEFINIÇÕES IMPORTANTES
6.1. CRÉDITOS E DÉBITOS – UM ENFOQUE ECONÔMICO
Em termos econômicos, crédito representa um direito da entidade para com
terceiros, ou seja, representam bens da entidade que se encontram na posse de
terceiras pessoas, quer por financiamento, originando os créditos de financiamento,
quer por atividades inerentes ao funcionamento da entidade, ocasionando os créditos
de funcionamento.
Débitos representam dívidas ou as obrigações da empresa para com terceiros, quer
pela contratação de empréstimos financeiros, quando os denominamos de débitos de
financiamento, quer por débitos decorrentes das atividades normais da empresa, os
operacionais, quando são chamados de débitos de funcionamento.
6.1.1. CRÉDITOS DE FINANCIAMENTO
As empresas comerciais, em sua maioria, possuem como objeto social a
comercialização de mercadorias, produtos ou a prestação de serviços. Entretanto,
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podem, em determinadas condições, efetuar empréstimos o que gera um crédito da
empresa.
A esses créditos chamamos de créditos de financiamento por serem derivados de
financiamentos ou empréstimos, fugindo do objeto social. Assim, podemos definir
que os créditos de financiamento são os direitos da empresa derivados de operações
de empréstimos.
Os créditos de financiamento são oriundos de operações anormais, por isso são
classificados normalmente no ativo realizável a longo prazo.
6.1.2. CRÉDITOS DE FUNCIONAMENTO
Por créditos de funcionamento entendemos aqueles créditos decorrentes das
operações normais das entidades comerciais, atreladas ao seu objeto social, como,
por exemplo, as vendas a prazo ou adiantamento a fornecedores. Geralmente são
encontrados no ativo circulante, sendo assim de curto prazo. Entretanto, podem
aparecer no ativo realizável a longo prazo, pois as empresas podem efetuar vendas
ou prestar serviços para recebimento após o final do exercício social seguinte.
Assim, para classificar corretamente os créditos em resultantes do funcionamento ou
resultantes de financiamentos devemos atentar ao objeto social da empresa.
6.1.3. DÉBITOS DE FINANCIAMENTO
Os recursos vindos dos sócios ou acionistas e os recursos gerados pela atividade
operacional, na forma de lucro, podem ser, muitas vezes, insuficientes para fazer
face às obrigações assumidas ou mesmo para a implementação de projetos e
programas de expansão. Quando isto ocorre, a empresa possui algumas alternativas
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como aumentar o capital social com a arrecadação de novos recursos vindos dos
sócios ou simplesmente buscar esses recursos nas instituições financeiras. Caso a
empresa opte pela última alternativa, estaremos diante dos chamados débitos de
financiamento.
Assim, podemos dizer que os débitos de financiamento representam o passivo
exigível das empresas advindo da contratação de empréstimos financeiros e que são
decorrentes de situações anormais às atividades da entidade.
Em termos práticos, as situações que normalmente ensejam dívidas dessa natureza
são a assunção de hipotecas, os empréstimos bancários, o desconto de títulos
(promissórias) etc.
6.1.4. DÉBITOS DE FUNCIONAMENTO
Representam os débitos decorrentes das operações normais da empresa. São as
dívidas decorrentes da aquisição de mercadorias a prazo, de impostos incidentes
sobre vendas, de salários a pagar, de contribuições a pagar ou a recolher e de outras
obrigações normais da empresa.
Assim, os débitos de funcionamento são as dívidas da entidade decorrentes de
operações normais de sua gestão, visto que representam operações de troca e não o
ingresso de novos valores financeiros vindos de terceiros.
Os débitos de funcionamento representam as aquisições a prazo de mercadorias,
tributos, salários e outros bens que são necessários ao funcionamento normal da
entidade e, geralmente, são classificados no passivo circulante, dadas as suas
características. Porém, podem aparecer no passivo exigível a longo prazo.
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6.2. PATRIMÔNIO BRUTO
Patrimônio bruto, na linguagem contábil, representa o conceito de patrimônio para
outras ciências, ou seja, patrimônio bruto representa o conjunto de bens e direitos
de uma entidade o que equivale ao ativo total. Como o ativo total é igual ao passivo
total, pode-se dizer que o passivo total é, também, igual ao patrimônio bruto.
6.3. EXERCÍCIO SOCIAL
O exercício social é também chamado de período administrativo ou período contábil,
e representa o período de tempo correspondente ao conjunto de operações e outros
eventos, realizados pela companhia ou empresa, e seus efeitos patrimoniais em que,
ao seu final, a direção da entidade elaborará e divulgará os relatórios contábeis
(demonstrações contábeis). Este período poderá coincidir ou não com o ano civil,
conforme dispuser em seus atos constitutivos e pela observância da legislação fiscal.
A Lei das S.A. estabelece, em seu art. 175, que o exercício social terá a duração de 1
(um) ano e, ao cabo deste, a diretoria fará elaborar as demonstrações financeiras
(contábeis):
Art. 175. O exercício social terá duração de 1 (um) ano e a data do término será
fixada no estatuto.
Parágrafo único. Na constituição da companhia e nos casos de alteração estatutária o
exercício social poderá ter duração diversa.
O fato de a lei estabelecer que a duração do exercício social terá a duração de um
ano não impede que as empresas elaborem demonstrativos mensais, trimestrais ou
semestrais, para melhor atender as suas necessidades gerenciais e as exigências do
fisco.
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Salienta-se, ainda, que é atribuição do estatuto ou do contrato social estabelecer a
data do término do exercício social, sendo que no início das atividades, ou em casos
de alteração dos atos constitutivos ou término das atividades empresariais, a duração
poderá ser menor que 1 (um) ano.
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Acerca da equação fundamental do patrimônio, julgue os itens seguintes.
01. (CESPE/EMBASA/2010) O ativo corresponde à soma do passivo e do patrimônio
líquido.
02. (CESPE/EMBASA/2010) Salários a pagar, fornecedores e ferramentas são
componentes do ativo.
03. (CESPE/TRE/2010) O balanço visa apresentar a posição financeira e patrimonial
da empresa em determinada data, e representa, portanto, uma posição dinâmica.
Acerca do conceito, do objetivo e da composição do balanço patrimonial das
companhias, julgue os próximos itens.
04. (CESPE/TRE/2010) As contas do ativo compreendem as aplicações de recursos
em bens e direitos.
05. (CESPE/TRE/2010) O patrimônio líquido da entidade compreende as suas
exigibilidades e obrigações para com terceiros.
06. (CESPE/TRE/2010) No balanço patrimonial, as contas do ativo devem ser
classificadas em ordem decrescente do grau de liquidez, enquanto, no passivo,
devem ser dispostas em ordem crescente de prioridade de pagamento das
exigibilidades
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Com relação aos componentes patrimoniais classificados no ativo, passivo e
patrimônio líquido, julgue os seguintes itens.
07. (CESPE/EMBASA/2010) A conta mercadorias é considerada um bem do ativo
circulante.
08. (CESPE/EMBASA/2010) Se o passivo e o patrimônio líquido de uma empresa
totalizarem R$ 40.000,00 e R$ 50.000,00, respectivamente, o valor total do ativo
será de R$ 90.000,00.
09. (CESPE/EMBASA/2010) Quando o valor do passivo é maior que o do ativo,
ocorre a situação de passivo a descoberto.
10. (CESPE/EMBASA/2010) Se, em determinado patrimônio, os bens somam R$
300,00, as obrigações, R$ 500,00 e os direitos, R$ 400,00, então o valor do
patrimônio líquido é de R$ 200,00.
11. (CESPE/SERPRO/2013)Um bem (ou um direito) somente sera considerado como
ativo quando satisfaz a tre s condic oes: gerar benefi cios economicos futuros; ser
controlado pela entidade e ser resultante de um evento que tenha ocorrido no
passado.
12. (CESPE/SERPRO/2013) A definic ao do passivo pode ser dividida em tre s aspectos
cruciais: e uma obrigac ao atual; a liquidac ao implicara desembolso de beneficios
economicos para a entidade; e resultado de eventos passados.
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Considere as representações patrimoniais, em forma de diagrama de barras, de
quatro entidades contábeis hipotéticas — A, B, C e D — ilustradas acima, para o
período de dois anos consecutivos. Com base nessas informações e em relação à
situação líquida dessas entidades, julgue os itens de 13 a 15.
13. (CESPE/TRE/2010) Comparando o período, a situação líquida tornou-se
desfavorável apenas para uma das entidades contábeis apresentadas.
14 (CESPE/TRE/2010) A situação líquida de uma das entidades manteve-se
inalterada no período, sendo correto afirmar que, nesse caso, não houve variação
quantitativa no patrimônio dessa entidade.
15(CESPE/TRE/2010) Entre as entidades citadas, a entidade A, no ano 2,
apresentou o maior percentual de capital de terceiros em relação aos recursos
possuídos pela entidade, capazes de gerar benefícios econômicos futuros