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CURSO ON-LINE – DIREITO CIVIL TRF 1ª REGIÃO – ANALISTA JUDICIÁRIO E EXECUÇÃO DE MANDADOS PROFESSOR: DICLER FERREIRA www.pontodosconcursos.com.br 1 AULA A 1 1 P PES SSOAS SNA ATU URA AI IS E E DOM MICÍLI O O Nobre concurseiro(a), seguindo o programa de Direito Civil os próximos assuntos a serem abordados são as pessoas. Tais assuntos têm como base legal o Código Civil, nos artigos 1 o a 39 e 70 a 78. Dessa forma, na aula passada estudamos a Lei de Introdução ao Código Civil, que não faz parte do novo diploma legal que começará a ser estudado hoje. O Código Civil se divide em duas partes: a parte geral e a parte especial. A Parte Geral do Código Civil subdivide-se em 3 (três) livros: 1) Das pessoas: trata dos sujeitos da relação jurídica; 2) Dos bens: trata dos objetos da relação jurídica; 3) Dos atos e fatos jurídicos: trata dos atos e fatos que formam a relação jurídica entre os sujeitos e os objetos. E a parte especial em outros 5 livros, mas apenas alguns serão cobrados no seu concurso: 1) Do direito das obrigações; 2) Do direito de empresa: assunto estudado na disciplina Direito Empresarial; 3) Do direito das coisas; 4) Do direito de família; e 5) Do direito das sucessões. Hoje estudaremos parcialmente o livro 1 da parte geral do Código Civil. Vamos ao que interessa!!!!!!! No sentido jurídico, a palavra pessoa representa o titular de direitos e obrigações. Duas são as espécies de pessoas: - pessoa natural ou física: é o ser humano; e - pessoa jurídica ou moral: são organizações que visam a realização de um certo interesse. O titular de direitos e obrigações é aquele pode figurar em uma relação jurídica, conforme esquema a seguir:

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CURSO ON-LINE – DIREITO CIVIL TRF 1ª REGIÃO – ANALISTA JUDICIÁRIO E EXECUÇÃO DE MANDADOS

PROFESSOR: DICLER FERREIRA

www.pontodosconcursos.com.br 1

AAUULLA A 1 1 – – P PEES SSSOOAAS S NNA ATTU URRA AI ISS E E DDOOM MIICCÍÍLLIIOO

Nobre concurseiro(a), seguindo o programa de Direito Civil os próximos assuntos a

serem abordados são as pessoas.

Tais assuntos têm como base legal o Código Civil, nos artigos 1o a 39 e 70 a 78.

Dessa forma, na aula passada estudamos a Lei de Introdução ao Código Civil, que não

faz parte do novo diploma legal que começará a ser estudado hoje.

O Código Civil se divide em duas partes: a parte geral e a parte especial.

A Parte Geral do Código Civil subdivide-se em 3 (três) livros:

1) Das pessoas: trata dos sujeitos da relação jurídica;

2) Dos bens: trata dos objetos da relação jurídica;

3) Dos atos e fatos jurídicos: trata dos atos e fatos que formam a relação

jurídica entre os sujeitos e os objetos.

E a parte especial em outros 5 livros, mas apenas alguns serão cobrados no seu

concurso:

1) Do direito das obrigações;

2) Do direito de empresa: assunto estudado na disciplina Direito Empresarial;

3) Do direito das coisas;

4) Do direito de família; e

5) Do direito das sucessões.

Hoje estudaremos parcialmente o livro 1 da parte geral do Código Civil.

Vamos ao que interessa!!!!!!!

No sentido jurídico, a palavra pessoa representa o titular de direitos e obrigações.

Duas são as espécies de pessoas:

- pessoa natural ou física: é o ser humano; e

- pessoa jurídica ou moral: são organizações que visam a realização de um certo

interesse.

O titular de direitos e obrigações é aquele pode figurar em uma relação jurídica,

conforme esquema a seguir:

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RELACÃO JURÍDICA

SUJ. ATIVO PRESTAÇÃO SUJ. PASSIVO (direito) (bem jurídico) (dever)

A todo direito subjetivo de alguém corresponde um dever de outra pessoa. Há, na

relação jurídica, pelo menos dois sujeitos: o ativo, que tem o direito, e o passivo, que tem

o dever, além de uma prestação (dar, fazer e não fazer) cujo objeto representa o bem

jurídico e funciona como elo de ligação na relação.

Ou seja, aqueles que podem figurar como sujeito ativo ou sujeito passivo em uma

relação jurídica são a pessoa natural (ou física) e a pessoa jurídica (ou moral).

Imagine que eu vá a uma clínica odontológica e, após o dentista que lá trabalha

realizar o procedimento necessário, eu passe a ter a obrigação de pagar o preço do

serviço realizado. Nessa relação jurídica, eu (pessoa natural) sou o sujeito passivo; a

clínica (pessoa jurídica) é o sujeito ativo; e o valor a ser pago é o objeto da prestação.

CONCEITO DE PESSOA NATURAL: é o ser humano considerado como sujeito de

direitos e obrigações. Para ser uma pessoa, basta existir, basta nascer com vida,

adquirindo personalidade.

CAPACIDADE DE DIREITO X CAPACIDADE DE FATO: o Código Civil em seus artigos

1o e 2o nos apresenta diversos conceitos importantes.

Art. 1o do CC - Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil.Art. 2o do CC - A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; masa lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro.

Dessa forma, a pessoa natural, ao nascer com vida, adquire personalidade jurídica

e passa a ser titular de direitos e deveres na ordem civil. Ou seja, a personalidade

adquirida ao nascer representa o conjunto de capacidades (aptidões) referentes a uma

pessoa. Duas são as espécies de capacidade:

- Capacidade de Direito ou de Gozo: é adquirida junto com a personalidade e

representa a aptidão para ser titular de direitos e deveres na ordem civil, conforme

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dispõe o art. 1o do CC. A capacidade de Direito ou de Gozo é adquirida através do

nascimento com vida.

- Capacidade de Fato ou de Exercício: é a aptidão para alguém exercer por si só

(sozinho) os atos da vida civil. Ou seja, representa a capacidade de praticar

pessoalmente os atos da vida civil, independente de assistência ou representação.

Em regra é adquirida ao completar dezoito anos de idade.

Conclui-se que todas as pessoas possuem capacidade de direito ou de gozo, mas

nem todas possuem a capacidade de fato ou de exercício. Esta, em regra, é adquirida ao

completar 18 anos, mas também pode ser adquirida através da emancipação ou do

levantamento da interdição.

Apesar de não possuir capacidade de fato ou de exercício, uma pessoa pode ser

titular de direitos. Como exemplo, temos a possibilidade de uma criança de dois anos ser

proprietária de um apartamento, pois ela tem capacidade de direito ou de gozo.

Entretanto, por ainda não ter condições de discernir sobre a prática dos atos da vida civil,

tal criança possui uma deficiência jurídica.

Vejamos o gráfico esquemático para que depois eu explique melhor o que vem a

ser essa “deficiência jurídica”.

No art. 2o do CC, o legislador colocou a salvo os direitos do nascituro (aquele que

está para nascer).

Art. 2o do CC - A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; masa lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro.

Concluímos então que o nascituro poderá figurar em algumas relações jurídicas,

tais como os dispositivos legais exemplificados a seguir:

NASCIMENTO 18 ANOS

AQUISIÇÃO DACAPACIDADE DE

DIREITO OU DE GOZO

REGRA: AQUISIÇÃO DACAPACIDADE DE FATO

OU DE EXERCÍCIO

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Art. 542 do CC - A doação feita ao nascituro valerá, sendo aceita pelo seurepresentante legal. Art. 1.798 do CC - Legitimam-se a suceder as pessoas nascidas ou já concebidas nomomento da abertura da sucessão.

Percebe-se que a doação feita a uma pessoa, mesmo antes dela nascer, é válida.

O mesmo acontece durante a sucessão hereditária, pois, se um homem morre e deixa a

sua esposa grávida, o feto que ela carrega em seu ventre também participará da

sucessão.

Os direitos do nascituro, entretanto, estão condicionados ao nascimento com vida,

ou seja, se nascer morto, os direitos eventuais que viria a ter estarão frustrados. O artigo 2o do Código Civil deu origem a duas grandes correntes sobre o início da

personalidade. A primeira, denominada teoria natalista, preconiza que o início dapersonalidade começa a partir do nascimento com vida. A segunda, denominada

teoria concepcionista, defende que, pelo fato da lei por a salvo desde a concepção os

direitos do nascituro, a personalidade se divide em duas partes: a personalidade jurídicaformal (adquirida através da concepção) e a personalidade jurídica material (adquirida

através do nascimento com vida).

Por concepção, devemos entender o momento em que o óvulo fecundado pelo

espermatozóide se junta à parede do útero.

Lembre-se que a teoria adotada pela doutrina majoritária é a natalista e, se a

banca do seu concurso nada dispuser a respeito da teoria da concepção, então é para ser

adotada a teoria natalista.

Segue um quadro sobre o assunto:

AAQQUIS UI SIIÇÇÃÃO O DDA A PPEERRSSOONNAALLIIDDAADDE E

TEORIA NATALISTA Através do nascimento com vida.

TEORIACONCEPCIONISTA

PERSONALIDADEJURÍDICA FORMAL Através da concepção

PERSONALIDADEJURÍDICA MATERIAL Através do nascimento com vida.

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LEGITIMAÇÃO X CAPACIDADE

A legitimação é a posição favorável de uma pessoa em relação a certos bens ou

interesses, habilitando-a à prática de determinados atos ou negócios jurídicos. A falta de

legitimação acarreta um impedimento específico para a prática de determinados atos ou

negócios jurídicos.

A legitimação difere da capacidade de direito ou de gozo, pois, esta todas as

pessoas possuem, ao passo que aquela é característica de apenas alguns. Como

exemplo temos o art. 1.749, I do CC:

Art. 1.749 do CC - Ainda com a autorização judicial, não pode o tutor, sob pena denulidade: I - adquirir por si, ou por interposta pessoa, mediante contrato particular, bens móveisou imóveis pertencentes ao menor; [...].

Ou seja, pelo dispositivo legal acima, o tutor possui capacidade de direito ou de gozo, assimcomo a capacidade de fato ou de exercício, entretanto, não possui legitimidade para adquirirbens móveis ou imóveis do menor que ele representa.

Observação: Outro exemplo de legitimidade será estudado na aula seguinte dentro do

tópico direitos da personalidade.

INCAPACIDADE ABSOLUTA E RELATIVA: as pessoas que possuem os dois tipos de

capacidade (de direito/gozo e de fato/exercício) têm a chamada capacidade plena, e

aqueles que não possuem a capacidade de fato ou de exercício são chamados

incapazes, sendo portadores de uma “deficiência jurídica”. Justamente por existir tal

deficiência é que os incapazes precisam ser representados ou assistidos.

A incapacidade (deficiência jurídica) pode se apresentar sob duas formas:

• Incapacidade absoluta: acarreta a proibição total da prática dos atos da vida civil.

Tal deficiência é suprida pela representação;

CAPACIDADE DE DIREITO + CAPACIDADE DE FATO = CAPACIDADE PLENA

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• Incapacidade relativa: permite a prática dos atos civis, desde que o incapaz seja

assistido por seu representante. Tal deficiência é suprida pela assistência.

Quando a pessoa não possui capacidade de fato ou de exercício e,

conseqüentemente, a capacidade civil plena, ela é considerada incapaz. Na visão da

Profa. Maria Helena Diniz a incapacidade deve ser observada de forma restritiva, pois a

capacidade é a regra (todos adquirem ao nascer com vida), ao passo que incapacidade é

a exceção.

IMPORTANTE !!!

A incapacidade é a restrição legal ao exercício dos atos da vida civil e temcomo objetivo proteger os que são portadores de alguma deficiência jurídicaapreciável através da graduação da forma de proteção. Dependendo da deficiência,a incapacidade gera como forma de proteção a necessidade de um representante (incapacidade absoluta) ou de um assistente (incapacidade relativa).

A incapacidade absoluta é suprida pela representação. Na representação, o

incapaz não esboça sua vontade em relação à prática ou não do ato ou negócio jurídico,

pois esta é tomada pelo representante legal. Ou seja, o ato ou negócio jurídico é realizado

de acordo com a vontade do representante. A falta de representante acarreta a nulidade

do ato.

Já a incapacidade relativa é suprida pela assistência. Na assistência o próprio

incapaz decide se pratica ou não o ato ou negócio jurídico, esboçando, portanto, a sua

vontade, limitando-se o assistente a apenas presenciá-lo durante a celebração do ato.

São pessoas que, por terem algum discernimento, estão em uma situação intermediária

entre a capacidade plena e a incapacidade total. A falta de assistência acarreta a

anulabilidade do ato. Após saber os tipos de incapacidade, creio que você deva estar se perguntando:

quem é considerado incapaz?

A resposta para essa pergunta é dada pelos arts. 3º e 4º do CC que trazem,

respectivamente, o rol dos absolutamente e relativamente incapazes.

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Art. 3o do CC - São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos davida civil: I - os menores de dezesseis anos; II - os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessáriodiscernimento para a prática desses atos; III - os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir sua vontade. Art. 4o do CC - São incapazes, relativamente a certos atos, ou à maneira de osexercer: I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos; II - os ébrios habituais, os viciados em tóxicos, e os que, por deficiência mental,tenham o discernimento reduzido; III - os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo; IV - os pródigos. Parágrafo único. A capacidade dos índios será regulada por legislação especial.

Rol dos absolutamente incapazes:

- Os menores de 16 anos são chamados de menores impúberes. São os que ainda não

atingiram a maturidade suficiente para participar da atividade jurídica.

- Os privados do necessário discernimento por enfermidade ou deficiência mentalpara serem considerados absolutamente incapazes necessitam de um processo de

interdição. Tal processo segue o rito do Código de Processo Civil e a sentença terá

natureza declaratória de uma situação ou estado anterior devendo ser registrada em livro

especial no Cartório do 1º Ofício do Registro Civil.

- Os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir sua vontade tem nas

pessoas que estão em estado de coma o clássico exemplo de incapacidade absoluta

comumente cobrado em concursos. Este caso não precisa de interdição pelo fato de,

teoricamente, se tratar de uma situação “passageira”.

Rol dos relativamente incapazes:

- Os maiores de 16 e menores de 18 anos são chamados de menores púberes e,

apesar de serem relativamente incapazes, podem praticar determinados atos sem a

assistência, tal como: aceitar mandato, ser testemunha, fazer testamento, etc.

- Os ébrios (alcoólatras) habituais e os viciados em tóxicos (toxicômanos), quando o

efeito das respectivas substâncias (álcool e entorpecente) provocar uma redução na

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capacidade de entendimento, não poderão praticar os atos da vida civil sem assistência

de um curador, desde que interditos.

- Os deficientes mentais com discernimento reduzido são fracos da mente ou

fronteiriços. Dessa forma, quando a debilidade privar completamente o amental do

necessário discernimento para a prática dos atos da vida civil, então ele será considerado

incapaz de forma absoluta. Porém, se ocorrer apenas uma redução na capacidade,

teremos a incapacidade relativa.

- Todos os excepcionais sem desenvolvimento mental completo, incluindo os surdos-

mudos (em determinadas situações), são considerados relativamente incapazes. Para tal,

deve haver uma sentença de interdição.

- Os pródigos são gastadores que dissipam o próprio patrimônio de forma desvairada.

Trata-se de um desvio de personalidade e não, propriamente, de um estado de alienação

mental. No entanto, o pródigo só ficará privado de praticar atos que extravasam a mera

administração e implicam no comprometimento de seu patrimônio, como emprestar,

alienar, hipotecar, etc. (art. 1.782 do CC). Precisa de interdição.

Art. 1.782 do CC - A interdição do pródigo só o privará de, sem curador, emprestar,transigir, dar quitação, alienar, hipotecar, demandar ou ser demandado, e praticar, emgeral, os atos que não sejam de mera administração.

Observação: existem algumas exceções em que os relativamente incapazes podem

praticar atos sozinhos, como fazer um testamento, aceitar mandato para praticar

negócios, celebrar contrato de trabalho a partir de 16 anos, ser testemunha a partir de 16

anos, etc.

A seguir temos mais uma tabela para sintetizar o assunto:

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INCAPACIDADE

ABSOLUTA RELATIVA

1 - menores de dezesseis anos; 2 - enfermos, sem discernimento;3 - deficientes mentais, sem discernimento; e 4 - impossibilidade transitória de exprimir a vontade.

1 - maiores de dezesseis e menores dedezoito anos; 2 - ébrios habituais; 3 - viciados em tóxicos; 4 - deficientes mentais, com discernimento reduzido; 5 - excepcionais, sem desenvolvimentomental completo; e 6 - pródigos.

CAPACIDADE CIVIL DO ÍNDIO: nos termos do art. 4º, § único do CC, a capacidade dos

índios deve ser regulada por lei especial. Tal diploma legal é a Lei 6.001/1973 (Estatuto

do Índio).

O Estatuto do Índio dispõe que todo ato praticado por silvícola, sem a assistência

da FUNAI, é nulo. O próprio Estatuto, no entanto, dispõe que o juiz poderá considerar

válido o ato se constatar que o silvícola tinha plena consciência do que estava fazendo e

que o ato não foi prejudicial a ele.

Ou seja, dependendo do grau de integração com a sociedade, o índio pode ser

considerado absolutamente incapaz, relativamente incapaz ou plenamente capaz.

CURATELA X TUTELA

A curatela é um instituto que visa a proteção da pessoa e o regimento ou

administração de seus bens. Incide tal instituto sobre aqueles que não possuem

capacidade para fazer a referida administração sozinhos, em razão de ausência, moléstia,

ou até mesmo dos que ainda nem nasceram.

A tutela visa os cuidados com a pessoa do menor ante a ausência dos pais (ex:

menor órfão de pai e mãe), já a curatela visa o amparo de maiores em condições

específicas onde estes, não tendo capacidade em virtude de problemas mentais, sejam

ébrios habituais ou dependentes toxicológicos ou todos os que não tem condições de

exprimir a sua vontade por estas ou outras causas também tem direito a um curador.

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Assim, para a determinação de curador para o incapaz, necessário que se faça o

reconhecimento judicial da incapacidade, onde logo será declarada a interdição e

estabelecida a curatela, onde o curador ficará responsável pelo interdito e administração

de seus bens.

TUTELA amparo de menores

CURATELA amparo de maiores com problemas

O art. 1.728 do CC trata do instituto da tutela.

Art. 1.728 do CC -. Os filhos menores são postos em tutela: I - com o falecimento dos pais, ou sendo estes julgados ausentes;II - em caso de os pais decaírem do poder familiar.

Já o rol do art. 1.767 do CC enumera as pessoas que estão sujeitas à interdição e,

conseqüentemente, à curatela.

Art. 1.767 do CC -. Estão sujeitos a curatela: I - aqueles que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessáriodiscernimento para os atos da vida civil; II - aqueles que, por outra causa duradoura, não puderem exprimir a sua vontade; III - os deficientes mentais, os ébrios habituais e os viciados em tóxicos; IV - os excepcionais sem completo desenvolvimento mental; V - os pródigos.

FIM DA INCAPACIDADE

O término da incapacidade (absoluta ou relativa) pode se dar de 3 (três) formas:

1. maioridade - ao completar 18 (dezoito) anos;

2. levantamento da interdição – quando a causa da interdição cessar (ex: a

enfermidade deixa de existir); e

3. emancipação – aquisição da capacidade civil plena antes de completar 18

(dezoito) anos, ou seja, representa a antecipação da capacidade civil plena.

Também pode ser de 3 (três) tipos: voluntária, judicial e legal.

Segue gráfico esquemático:

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Observação: a emancipação deve objetivar o benefício do menor, ou seja, pode ser

anulada (emancipação voluntária) ou denegada (emancipação judicial) quando o menor

for prejudicado com o ato.

Vimos no gráfico anterior que uma das características da emancipação é a

irrevogabilidade, entretanto, revogar (desfazimento de um ato válido) é diferente de anular

(cancelamento de um ato inválido).

Imagine uma emancipação concedida através de um documento fraudulento. É

perfeitamente possível a anulação do ato.

Os institutos da maioridade é da emancipação são tratados no art. 5º do CC:

Art. 5o do CC - A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa ficahabilitada à prática de todos os atos da vida civil. Parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapacidade: I - pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumentopúblico, independentemente de homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvidoo tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos; II - pelo casamento;

EMANCIPAÇÃO

É o instituto jurídico queantecipa a aquisição dacapacidade plena aosmenores de 18 anos.

Características: - irrevogabilidade: nãopode ser revogada pelospais do menor. - perpetuidade: se ocasamento for desfeito aemancipação continua. - pura e simples: nãoadmite termo oucondição.

VOLUNTÁRIA: é concedida pelos pais (os dois) medianteescritura pública, independente de homologação judicial. Omenor deve ter 16 anos completos. - se um dos pais for falecido ou estiver interditado (falta deum dos pais), o outro pode conceder a emancipação. - se um dos pais se achar em local incerto, deve haverautorização judicial.

JUDICIAL: é concedida por sentença judicial. O menordeve ter 16 anos completos. Duas hipóteses:

1) quando o menor estiver sob tutela; e 2) quando houver divergência entre os pais.

LEGAL: se opera automaticamente, independente de atodos pais, tutor ou sentença judicial. Hipóteses:

1) casamento (16 anos completos, em regra – arts. 1.517 e 1.520 do CC);

2) exercício de emprego público efetivo (concurso público); 3) colação de grau em curso de ensino superior (faculdade); 4) ter estabelecimento civil ou comercial que lhe propicie

economia própria (16 anos completos); 5) possuir relação de emprego que lhe propicie a obtenção

de economia própria (16 anos completos).

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III - pelo exercício de emprego público efetivo; IV - pela colação de grau em curso de ensino superior; V - pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego,desde que, em função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economiaprópria.

É importante frisar que a emancipação não é causa de maioridade, mas sim de

antecipação da capacidade de fato ou de exercício. Dessa forma, apesar de o

emancipado possuir a capacidade de fato, para alguns atos a lei exige idade mínima de

18 anos, tal como, tirar carteira nacional de habilitação e poder ser responsabilizado

penalmente.

MORTE

Para o direito civil a morte representa o fim da personalidade jurídica. Pode ser de

três tipos:

1 - Morte Real – é a que pressupõe a existência de um cadáver para comprovar o

óbito.

2 - Morte Civil - quando uma pessoa, embora viva, é tratada como morta, perdendo

os seus direitos civis. Está prevista no art. 1.816 do Código Civil, só produzindo

efeitos com relação à herança.

Art. 1.816 do CC - São pessoais os efeitos da exclusão; os descendentes do herdeiroexcluído sucedem, como se ele morto fosse antes da abertura da sucessão.Parágrafo único. O excluído da sucessão não terá direito ao usufruto ou àadministração dos bens que a seus sucessores couberem na herança, nem àsucessão eventual desses bens.

3 - Morte Presumida – ocorre quando não há um cadáver para provar efetivamente

a morte. O Código Civil trata do assunto nos arts. 6º e 7º.

Art. 6o do CC - A existência da pessoa natural termina com a morte; presume-se esta,quanto aos ausentes, nos casos em que a lei autoriza a abertura de sucessãodefinitiva. Art. 7o do CC - Pode ser declarada a morte presumida, sem decretação de ausência: I - se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida; II - se alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for encontrado atédois anos após o término da guerra.

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Parágrafo único. A declaração da morte presumida, nesses casos, somente poderáser requerida depois de esgotadas as buscas e averiguações, devendo a sentençafixar a data provável do falecimento.

A morte presumida freqüentemente costuma ser alvo de questões de concursos,

portanto, segue gráfico esquemático sobre o assunto:

MORTEPRESUMIDA

SEM DECRETAÇÃO DE AUSÊNCIA (art. 7º do CC): são os casos de:

- extrema probabilidade de morte de quem se encontrava em perigo de

vida (ex: queda do avião da Air France); e

- desaparecimento em campanha ou aprisionamento após 2 anos do

término da guerra.

COM DECRETAÇÃO DE AUSÊNCIA (art. 6º do CC): pessoa com

paradeiro desconhecido. Existe a necessidade de que alguém

represente os bens do ausente. Fases:

1 - curadoria dos bens do ausente o curador administra os bens do

ausente.

2 - sucessão provisória os herdeiros se imitem na posse dos bens

do ausente.

3 - sucessão definitiva os herdeiros adquirem a propriedade dos

bens do ausente.

É na abertura da sucessão definitiva que o ausente é declarado morto.

Já vimos que a morte presumida com decretação de ausência atravessa três

fases, entretanto é necessário tecermos comentários sucintos sobre cada uma, pois a

matéria é tratada de forma mais específica no Código de Processo Civil:

1) Curadoria dos bens do ausente: nesta fase o juiz, após analisar a petição inicial e se

convencer do desaparecimento de certa pessoa, deverá nomear um curador para

administrar os bens do ausente, caso ele não tenha deixado um procurador. A escolha do

curador deverá obedecer a ordem do art. 25 do CC.

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Art. 25 do CC - O cônjuge do ausente, sempre que não esteja separado judicialmente,ou de fato por mais de dois anos antes da declaração da ausência, será o seu legítimocurador. § 1o Em falta do cônjuge, a curadoria dos bens do ausente incumbe aos pais ou aosdescendentes, nesta ordem, não havendo impedimento que os iniba de exercer ocargo. § 2o Entre os descendentes, os mais próximos precedem os mais remotos. § 3o Na falta das pessoas mencionadas, compete ao juiz a escolha do curador.

O juiz também arrecadará os bens do ausente, entregando a administração deles

para o curador; e, mandará publicar editais durante um ano, reproduzidos de dois em dois

meses, anunciando a arrecadação e chamando o ausente a entrar na posse dos bens.

Após um ano da publicação do primeiro edital, ou três anos no caso de haver

deixado procurador, permanecendo a ausência, avança-se para a segunda fase (art. 26

do CC).

Art. 26 do CC - Decorrido um ano da arrecadação dos bens do ausente, ou, se eledeixou representante ou procurador, em se passando três anos, poderão osinteressados requerer que se declare a ausência e se abra provisoriamente asucessão.

2) Sucessão provisória: esta fase é aberta pela sentença do juiz após o julgamento das

habilitações dos herdeiros. Com exceção dos ascendentes, dos descendentes e do

cônjuge, os demais herdeiros para se imitirem na posse dos bens do ausente devem

prestar uma caução de garantia.

Art. 30 do CC - Os herdeiros, para se imitirem na posse dos bens do ausente, darãogarantias da restituição deles, mediante penhores ou hipotecas equivalentes aosquinhões respectivos. § 1o Aquele que tiver direito à posse provisória, mas não puder prestar a garantiaexigida neste artigo, será excluído, mantendo-se os bens que lhe deviam caber sob aadministração do curador, ou de outro herdeiro designado pelo juiz, e que preste essagarantia. § 2o Os ascendentes, os descendentes e o cônjuge, uma vez provada a sua qualidadede herdeiros, poderão, independentemente de garantia, entrar na posse dos bens doausente.

Havendo certeza de morte ou persistindo a ausência após dez anos contados a

partir do trânsito da sentença de abertura da sucessão provisória, ou então, dentro de

cinco anos a contar das últimas notícias, se o ausente contava oitenta ano de idade,

avança-se para a terceira fase.

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Art. 35 do CC - Se durante a posse provisória se provar a época exata do falecimentodo ausente, considerar-se-á, nessa data, aberta a sucessão em favor dos herdeiros,que o eram àquele tempo. Art. 37 do CC - Dez anos depois de passada em julgado a sentença que concede aabertura da sucessão provisória, poderão os interessados requerer a sucessãodefinitiva e o levantamento das cauções prestadas. Art. 38 do CC - Pode-se requerer a sucessão definitiva, também, provando-se que oausente conta oitenta anos de idade, e que de cinco datam as últimas notícias dele.

3) Sucessão definitiva: tal sentença acarreta a presunção da morte do ausente devendo

ser averbada no Cartório de Registro Civil. Os herdeiros deixam de ter a posse e passam

a ter a propriedade resolúvel dos bens do ausente. É resolúvel porque o retorno do

ausente em até dez anos após a abertura da sucessão definitiva provoca a extinção da

propriedade.

Art. 39 do CC - Regressando o ausente nos dez anos seguintes à abertura dasucessão definitiva, ou algum de seus descendentes ou ascendentes, aquele ou esteshaverão só os bens existentes no estado em que se acharem, os sub-rogados em seulugar, ou o preço que os herdeiros e demais interessados houverem recebido pelosbens alienados depois daquele tempo. Parágrafo único. Se, nos dez anos a que se refere este artigo, o ausente nãoregressar, e nenhum interessado promover a sucessão definitiva, os bensarrecadados passarão ao domínio do Município ou do Distrito Federal, se localizadosnas respectivas circunscrições, incorporando-se ao domínio da União, quandosituados em território federal.

Percebemos que, em regra, não é possível um intervalo de tempo menor que onze

anos (1 + 10) entre a curadoria dos bens e a sucessão definitiva, pois deve-se publicar

editais durante um ano e aguardar dez anos da sucessão provisória até a sucessão

definitiva.

COMORIÊNCIA: é a morte de duas ou mais pessoas, simultaneamente, sendo elas

herdeiras entre si. Produz como efeito jurídico o fato de os comorientes não herdarem

entre si, ou seja, não há transmissão de bens entre os comorientes.

Art. 8o do CC - Se dois ou mais indivíduos falecerem na mesma ocasião, não sepodendo averiguar se algum dos comorientes precedeu aos outros, presumir-se-ãosimultaneamente mortos.

Ex: Um casal sem descendentes e ascendentes falece em um acidente de carro. O

Marido possui como único herdeiro um primo. A esposa possui como única herdeira uma

irmã.

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1) Se ficar provado que o marido morreu primeiro (antes da esposa), este transmite

sua herança para a esposa que, consequentemente, transmite para a irmã. O primo

fica sem nada.

2) Se ficar provado que a esposa morreu primeiro (antes do marido), esta transmite

sua herança para o marido que, consequentemente, transmite para o primo. A irmã

fica sem nada.

3) Se não puder se provar quem morreu primeiro, presume-se a comoriência, ou

seja, a herança do marido será transmitida ao primo e a herança da esposa será

transmitida para a irmã.

REGISTRO E AVERBAÇÃO

A averbação difere-se do registro (principal ato ocorrido no cartório) por representar um

ato secundário que modifica o teor do ato principal. O assunto tem como base legal os

artigos 9º e 10 do CC.

Art. 9o do CC - Serão registrados em registro público: I - os nascimentos, casamentos e óbitos; II - a emancipação por outorga dos pais ou por sentença do juiz; III - a interdição por incapacidade absoluta ou relativa; IV - a sentença declaratória de ausência e de morte presumida. Art. 10 do CC - Far-se-á averbação em registro público: I - das sentenças que decretarem a nulidade ou anulação do casamento, o divórcio, aseparação judicial e o restabelecimento da sociedade conjugal; II - dos atos judiciais ou extrajudiciais que declararem ou reconhecerem a filiação; III – (revogado).

INDIVIDUALIZAÇÃO DA PESSOA NATURAL

Os elementos individualizadores da pessoa natural são três:

- o nome;

- o estado; e

- o domicílio.

O nome apresenta dois aspectos:

1) aspecto individual: diz respeito ao direito que todas as pessoas têm ao nome;

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2) aspecto público: é o interesse que o Estado tem de que as pessoas possam se

distinguir umas das outras, por isso regulamentou a adoção de um nome por meio da

Lei n. 6.015/73 (Lei dos Registros Públicos - LRP). Não abordaremos o conteúdo da

LRP por não constar no edital.

O nome integra os direitos da personalidade (arts. 16 a 19 do CC) e é composto

de 3 (três) elementos:

1) prenome (pode ser simples ou composto);

2) sobrenome ou patronímico (designa a origem familiar da pessoa); e

3) agnome (é a partícula acrescentada ao final do nome para diferenciar as pessoas

da mesma família com o mesmo nome).

Veja o exemplo a seguir:

João Pereira Neto

O estado é a soma das qualificações da pessoa na sociedade e apresenta 3 (três)

aspectos:

1) aspecto individual: diz respeito ao modo de ser das pessoas. Representa as

características individuais, tal como altura, peso, cor, maior, menor, etc.

2) aspecto familiar: diz respeito à posição que uma pessoa ocupa na família, tal

como o estado de solteiro, casado, viúvo, etc.

3) aspecto político: diz respeito à qualificação de nacionalidade e cidadania, tal

como o fato de ser brasileiro ou estrangeiro.

O estado tem três características importantes:

1) irrenunciabilidade: não se pode renunciar aquilo que é característica pessoal;

2) inalienabilidade: não se pode transferir as características pessoais; e

3) imprescritividade: o simples decurso do tempo não faz com que as pessoas

percam as qualificações inerentes ao estado.

O domicílio é a sede jurídica da pessoa, onde ela se presume presente para

efeitos de direito. Ou seja, é o local onde a pessoa pratica habitualmente seus atos e

negócios jurídicos e, conseqüentemente, onde responde por suas obrigações.

prenome sobrenome agnome

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Para chegarmos ao conceito de domicílio é necessário entendermos a diferença

entre morada, residência e domicílio.

- Morada: é o lugar onde a pessoa é encontrada. O normal é a idéia do recolhimento.

Local onde é encontrada para dormir.

- Residência: é a morada habitual. É o local onde a pessoa é encontrada habitualmente.

Ex: Casa de praia.

- Domicílio: é a residência com ânimo definitivo. Não é residência eterna. É o local onde

a pessoa é encontrada habitualmente e não sabe quando vai sair. Ânimo definitivo é a

vontade de permanecer. A pessoa pode até não ter vontade de permanecer, mas

enquanto ela permanecer de modo habitual é domicílio, (Ex: morar em um bairro que não

gosta).

Existem duas espécies de domicílio para a pessoa natural:

1) Domicílio Voluntário - pode ser:

a) comum ou geral (arts. 70 a 74 do CC): é aquele escolhido livremente pela

pessoa e que poderá ser mudado por ela.

Art. 70 do CC - O domicílio da pessoa natural é o lugar onde ela estabelece a suaresidência com ânimo definitivo.

O conceito de domicílio voluntário do art. 70 do CC apresenta dois elementos:

a) elemento objetivo: é a residência;

b) elemento subjetivo: é o ânimo definitivo.

Dessa forma, se uma pessoa vai passar o mês de férias em uma casa de praia o

domicílio não estará sendo mudado, pois, como se trata de uma situação

temporária, falta a intenção de permanecer definitivamente no local.

Art. 71 do CC -Se, porém, a pessoa natural tiver diversas residências, onde,alternadamente, viva, considerar-se-á domicílio seu qualquer delas. (PLURALIDADEDE DOMICÍLIOS)

No artigo 71 o Código Civil consagra a pluralidade domiciliar, ou seja, é possível

que uma pessoa tenha mais de um domicílio. Como exemplo temos a pessoa que fica

durante a semana no Rio de Janeiro e todo final de semana vai para São Paulo. Tal

pessoa possui duas moradas habituais e, nesse caso, a lei estipulou que quando a

pessoa possui mais de uma residência, qualquer uma delas serve como domicílio.

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Art. 72 do CC -É também domicílio da pessoa natural, quanto às relaçõesconcernentes à profissão, o lugar onde esta é exercida. (DOMICÍLIOPROFISSIONAL) Parágrafo único. Se a pessoa exercitar profissão em lugares diversos, cada um delesconstituirá domicílio para as relações que lhe corresponderem. (PLURALIDADE DEDOMICÍLIOS PROFISSIONAIS)

Além do domicílio escolhido livremente pela pessoa ao fixar residência com ânimo

definitivo, no artigo 72 do Código Civil criou-se a possibilidade da pessoa ter como

domicílio o local relacionado com o seu trabalho. A situação é exemplificada pelas

pessoas que trabalham em grandes centros e moram em cidades satélites, tal como a

pessoa que mora na cidade de São Caetano-SP e trabalha na cidade de São Paulo-SP

(capital).

Art. 73 do CC - Ter-se-á por domicílio da pessoa natural, que não tenha residênciahabitual, o lugar onde for encontrada. (AUSÊNCIA DE RESIDÊNCIA)

Todos possuem domicílio, inclusive aqueles que não têm residência. Dessa forma,

o domicílio dos ciganos, dos artistas de circo (circenses) e do cacheiro viajante é o local

onde forem encontrados.

Art. 74 do CC - Muda-se o domicílio, transferindo a residência, com a intençãomanifesta de o mudar. Parágrafo único. A prova da intenção resultará do que declarar a pessoa àsmunicipalidades dos lugares, que deixa, e para onde vai, ou, se tais declarações nãofizer, da própria mudança, com as circunstâncias que a acompanharem.

No artigo 74 do Código Civil está prevista a forma para uma pessoa mudar o seu

domicílio.

b) especial (art.78 do CC) - é aquele que possibilita aos contratantes estabelecer

um local para o cumprimento das obrigações (foro de contrato) ou um local para

dirimir quaisquer controvérsias surgidas em decorrência do contrato (foro de

eleição).

Art. 78 do CC - Nos contratos escritos, poderão os contratantes especificar domicílioonde se exercitem e cumpram os direitos e obrigações deles resultantes.

2) Domicílio Necessário ou Legal (art. 76 do CC) - é aquele determinado pela lei

em razão da condição ou situação de certas pessoas. Nesses casos a lei não

permite a escolha do domicílio.

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Art. 76 do CC - Têm domicílio necessário o incapaz, o servidor público, o militar, omarítimo e o preso. Parágrafo único. O domicílio do incapaz é o do seu representante ou assistente; o doservidor público, o lugar em que exercer permanentemente suas funções; o do militar,onde servir, e, sendo da Marinha ou da Aeronáutica, a sede do comando a que seencontrar imediatamente subordinado; o do marítimo, onde o navio estiver matriculado;e o do preso, o lugar em que cumprir a sentença.

Além dos domicílios já citados, também é consagrado no art. 77 do Código Civil

uma situação especial para o agente diplomático.

Art. 77 do CC - O agente diplomático do Brasil, que, citado no estrangeiro, alegarextraterritorialidade sem designar onde tem, no país, o seu domicílio, poderá serdemandado no Distrito Federal ou no último ponto do território brasileiro onde o teve.

Pelo fato do agente diplomático não ter residência no Brasil e, se em razão de uma

demanda, tal fato for suscitado por ele, então a jurisdição competente para resolver o

litígio pode ser duas:

1) o Distrito Federal; ou

2) o local do Brasil onde teve seu último domicílio.

Os direitos da personalidade, por também estarem relacionados com as pessoas

jurídicas, serão abordados na próxima aula. Dessa forma, na aula seguinte trataremos de

dois tópicos:

- Pessoas Jurídicas; e

- Direitos da Personalidade.

Para finalizar a aula de hoje, segue a lista com questões exclusivas da banca FCC.

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LISTA DE QUESTÕES DA FCC

Faça os exercícios a seguir com o Código Civil ao lado !!!!

1. (TJ/PA – Analista Judiciário – Direito – 2009) Sendo o ser humano sujeito de direitos edeveres, nos termos do disposto no art. 1o do Código Civil, pode-se afirmar que: (A) capacidade se confunde com legitimação. (B) todos possuem capacidade de fato. (C) capacidade é a medida da personalidade. (D) não existe mais de uma espécie de capacidade. (E) a capacidade de direito é sinônimo de capacidade limitada.

2. (TJ/PA – Auxiliar Judiciário – 2009) Considerando que a idéia de personalidadeexprime a aptidão genérica para adquirir direitos e contrair obrigações, diante do DireitoPositivo, é correto afirmar que: (A) apenas o ser humano é dotado de personalidade. (B) os órgãos públicos, o espólio, a massa falida e a herança jacente são dotados depersonalidade. (C) todos os seres humanos e os entes morais (sociedades, associações e fundações)são dotados de personalidade. (D) apenas o ser humano com capacidade plena é dotado de personalidade. (E) para ser pessoa, não basta existir para adquirir Personalidade

3. (TJ/PA – Analista Judiciário – Direito – 2009) No direito brasileiro NÃO existeincapacidade de direito. Daí decorre que (A) as incapacidades civil e relativa não podem ser superadas, ainda que observados osrequisitos da representação e da assistência. (B) há várias espécies de incapacidade. (C) incapacidade absoluta pode ser confundida com a relativa, dependendo dascircunstâncias. (D) a incapacidade relativa não permite que o incapaz pratique alguns atos da vida civildesassistido. (E) existe apenas incapacidade de fato ou de exercício.

4. (DPE/MA – Defensor Público – 2009) A respeito da capacidade de direito, é corretoafirmar: (A) O menor de dezesseis anos é absolutamente incapaz, ao passo que a capacidade dedireito plena ocorre somente aos dezoito anos. (B) Em relação às pessoas físicas, ocorre a partir do nascimento com vida, mas somentese prova com o registro de nascimento. (C) Em relação às pessoas jurídicas, ocorre a partir do nascimento com vida, mas a leipõe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro. (D) O registro civil da pessoa física possui natureza jurídica meramente declaratória, aopasso que, para as pessoas jurídicas, o registro tem efeito constitutivo. (E) Para o maior de dezoito anos, pode ser afastada mediante ação de interdição, na qualse prove a total falta de discernimento do interditando, quer por doença, quer por malcongênito.

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5. (DPE/PA – Defensor Público – 2009) A capacidade de fato (A) da pessoa natural inicia-se com o nascimento com vida, mas a lei põe a salvo, desdea concepção, os direitos do nascituro. (B) da pessoa moral inicia-se com o nascimento com vida, mas a lei põe a salvo, desde aconcepção, os direitos do nascituro. (C) é relativa entre os dezesseis e vinte e um anos de idade e absoluta a partir de então. (D) será absoluta a partir dos dezoito anos incompletos e não é perdida em razão doenvelhecimento. (E) não se apura exclusivamente com base no critério etário.

6. (TJ/PA – Oficial de Justiça Avaliador – 2009) Sendo o ser humano sujeito de direitos edeveres, nos termos do disposto no art. 1o do Código Civil, pode-se afirmar que: (A) capacidade se confunde com legitimação. (B) todos possuem capacidade de fato. (C) capacidade é a medida da personalidade. (D) não existe mais de uma espécie de capacidade. (E) a capacidade de direito é sinônimo de capacidadelimitada.

7. (TJ/PA – Auxiliar Judiciário – 2009) Tratando-se de incapacidade das pessoas, é certoafirmar que (A) o relativamente incapaz não pode fazer testamento ainda que assistido. (B) a incapacidade relativa não permite que o incapaz pratique atos da vida civil, mesmoque assistido. (C) a incapacidade absoluta acarreta a proibição total do exercício, por si só, do direito. (D) o relativamente incapaz para inscrever-se como eleitor, necessita da assistência deseu representante legal. (E) a incapacidade relativa pode ser suprida, ao passo que a incapacidade absoluta nãopode ser suprida.

8. (TRE/PB - Técnico Judiciário - Taquigrafia – 2007) De acordo com o Código Civil, sãoabsolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil os (A) ébrios habituais. (B) maiores de quatorze anos e menores de dezoito anos. (C) excepcionais sem desenvolvimento mental completo. (D) pródigos. (E) que mesmo por causa transitória não puderem exprimir a sua vontade.

9. (TJ/SE – Analista Judiciário – Direito – 2009) São absolutamente incapazes de exercerpessoalmente os atos da vida civil (A) os pródigos. (B) os maiores de 16 e menores de 18 anos. (C) os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo. (D) os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir sua vontade. (E) os que, por deficiência mental, tenham o discernimento reduzido.

10. (TJ/PA – Auxiliar Judiciário – 2009) De acordo com o que estabelece o Código Civil,são absolutamente incapazes

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(A) os pródigos em quaisquer circunstâncias. (B) aqueles que, mesmo por causa transitória, não tiverem condições de exprimir suavontade. (C) os menores de 18 anos. (D) os excepcionais sem desenvolvimento mental completo. (E) os alcoólatras e os viciados na ingestão de substâncias estupefacientes.

11. (TRE/AM – Analista Judiciário – Administrativa – 2009) Em um aeroporto estãoaguardando para embarcar cinco pessoas: Maria, que possui quinze anos de idade.Joana, que em razão de enfermidade não possui o necessário discernimento para aprática dos atos da vida civil; João que é excepcional, sem desenvolvimento mentalcompleto e Davi possui dezessete anos de idade. São absolutamente incapazes deexercer pessoalmente os atos da vida civil a (A) Maria, a Joana e o Davi. (B) Maria, a Joana e o João. (C) Maria e o João. (D) Joana e o João. (E) Maria e a Joana.

12. (TRE/SE - Técnico Judiciário - Administrativa – 2007) Daisy, psicóloga, possui umgrupo de terapia com adolescentes e adultos. No grupo encontra-se Mário, 15 anos deidade, que está com depressão leve; Maria, 30 anos, que é pródiga; Matheus, 21 anos,que é viciado em tóxico e Joana, 25 anos, que é excepcional, sem desenvolvimentomental completo. De acordo com o Código Civil brasileiro, considera-se absolutamenteincapaz(es) de exercer pessoalmente os atos da vida civil (A) Mário e Maria. (B) Maria e Matheus. (C) Mário, Matheus e Joana. (D) Joana. (E) Mário.

13. (MPE/SE – Técnico do Ministério Público – Administração – 2009) Maria, João, Pedroe Samanta são vizinhos e grandes amigos. Maria e João possuem 16 anos completos ePedro e Samanta possuem 17 anos completos. Maria é casada legalmente com Douglas;João exerce emprego público temporário; Pedro colou grau em curso de ensino médio eSamanta é proprietária de estabelecimento comercial que lhe gera economia própria.Neste caso, cessou a incapacidade relativa para exercer certos atos da vida civil,APENAS para (A) Maria e Samanta. (B) João e Pedro. (C) Maria, João e Samanta. (D) Samanta e Pedro. (E) João, Maria e Pedro.

14. (TRE/PI – Analista Judiciário – Taquígrafo – 2009) Considere: I. Os excepcionais sem desenvolvimento mental completo. II. Os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir sua vontade. III. Os ébrios habituais, os viciados em tóxicos, e os que, por deficiência mental, tenham odiscernimento reduzido. IV. Os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessáriodiscernimento para a prática desses atos. V. Os menores de dezesseis anos. De acordo com o Código Civil Brasileiro são absolutamente incapazes de exercerpessoalmente os atos da vida civil as hipóteses constantes APENAS em (A) I, II e V. (B) I, III e IV. (C) I, III e V. (D) II, IV e V. (E) II e IV.

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15. (TJ/PE – Oficial de Justiça – Direito – 2007) Nos termos preconizados pelo CódigoCivil são absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil (A) os maiores de dezesseis anos e menores de dezoito anos. (B) os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir sua vontade. (C) os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo. (D) os viciados em tóxicos com discernimento reduzido. (E) os que, por deficiência mental, tenham o discernimento reduzido.

16. (MPU – Técnico Administrativo – 2007) Em uma sala encontram-se cinco pessoas:Mário, Maria, Márcia, Mariana e Marcos. Mário é pródigo; Maria, por causa transitória, nãopode exprimir sua vontade; Márcia é excepcional, sem desenvolvimento mental completo; Mariana, por deficiência mental, temo discernimento reduzido e Marcos conta com dezessete anos de idade. É absolutamenteincapaz de exercer pessoalmente os atos da vida civil: (A) Maria (B) Mário (C) Márcia (D) Mariana (E) Marcos

17. (TJ/PE - Técnico Judiciário – 2007) São incapazes, relativamente, a certos atos, ou àmaneira de os exercer: (A) os que, por enfermidade, não tiverem o discernimento necessário para a prática deatos da vida civil. (B) os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir sua vontade. (C) os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo. (D) os indivíduos com dezessete anos de idade, emancipados pelos pais. (E) os menores de dezesseis anos.

18. (TJ/PA – Oficial de Justiça Avaliador – 2009) O pródigo (A) é portador de um desvio de personalidade. (B) padece de um estado de alienação mental. (C) poderá ser interditado para favorecer a seu cônjuge, ascendentes ou descendentes. (D) ficará privado de dar autorização para casamento dos filhos. (E) poderá praticar livremente alguns atos da vida civil que envolvam apenas pequenasquestões patrimoniais.

19. (TRF 5ª – Analista Judiciário – Administrativa – 2008) Nos termos estabelecidos pelalegislação civil brasileira, NÃO cessará para os menores a incapacidade (A) pela existência de relação de emprego e em função dele, o menor com dezesseisanos completos tenha economia própria. (B) pela concessão dos pais, mediante instrumento particular, independentemente dehomologação judicial, se o menor tiver dezesseis anos completos. (C) pela colação de grau em curso de ensino superior. (D) pelo exercício de emprego público efetivo. (E) pelo casamento.

20. (TRF 1ª - Técnico Judiciário - Administrativa – 2007) A menoridade cessa aos dezoitoanos completos, quando a pessoa fica habilitada à prática de todos os atos da vida civil.De acordo com o Código Civil Brasileiro, cessará, para os menores, a incapacidade (A) pelo exercício de emprego público temporário. (B) pela concessão dos pais, se o menor tiver quatorze anos completos.

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(C) pelo casamento. (D) pela colação de grau em curso de ensino médio. (E) pela aquisição de imóvel.

21. (TRE/PB - Técnico Judiciário - Taquigrafia – 2007) Cessará para os menores aincapacidade pela emancipação voluntária cumprindo-se, necessariamente, os seguintesrequisitos: (A) idade mínima de 17 anos, concessão de ambos os pais ou de um deles na falta dooutro, mediante instrumento público e homologação judicial. (B) idade mínima de 14 anos, concessão de ambos os pais ou de um deles na falta dooutro, mediante instrumento público e homologação judicial. (C) idade mínima de 16 anos e concessão de ambos os pais ou de um deles na falta dooutro, mediante instrumento público. (D) idade mínima de 16 anos, concessão de ambos os pais ou de um deles na falta dooutro, mediante instrumento público e homologação judicial. (E) idade mínima de 17 anos e concessão de ambos os pais ou de um deles na falta dooutro, mediante instrumento público.

22. (TRT 11ª – Juiz Substituto – 2007) Cessará, para os menores, a incapacidade pelaconcessão (A) do pai ou da mãe isolada ou conjuntamente, mediante instrumento público,independentemente de homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se omenor tiver dezesseis anos completos. (B) dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento público, ouparticular, firmado juntamente com duas testemunhas, independentemente dehomologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseisanos completos. (C) dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento público,independentemente de homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se omenor tiver dezesseis anos completos. (D) dos pais, ou de um deles, ou do tutor se o menor não estiver sob o poder familiar,dependendo, em qualquer caso, de homologação judicial, desde que o menor conte maisde dezesseis anos de idade. (E) dos pais em conjunto e por instrumento público, ou mediante sentença do juiz, sehouver discordância entre eles ou se o menor estiver sob tutela, desde que conte mais decatorze anos de idade.

23. (TRE/MS - Analista Judiciário - Administrativa – 2007) De acordo com o Código Civil,cessará para o menor a incapacidade civil pela emancipação a partir dos dezesseis anoscompletos, (A) pela concessão de um dos pais, na falta do outro, mediante procedimento dejurisdição voluntária, até final homologação judicial. (B) pela concessão de ambos os pais, mediante instrumento público, devidamentehomologado pelo juiz. (C) pela concessão de ambos os pais, mediante instrumento particular,independentemente de homologação judicial. (D) por concessão do tutor, mediante instrumento público, independentemente dehomologação judicial. (E) por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor estiver sob o regime da tutela.

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24. (TJ/RR – Juiz Substituto – 2008) Pode ser declarada a morte presumida, semdecretação de ausência, (A) se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida. (B) somente de alguém desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não sendoencontrado até 02 (dois) anos após o término da guerra. (C) depois de dez (10) anos do desaparecimento da pessoa ou se o desaparecido contaroitenta (80) anos de idade e suas últimas notícias forem de mais de cinco (05) anos. (D) depois de vinte (20) anos do desaparecimento da pessoa, sendo suas últimas notíciasde mais de cinco (05) anos. (E) sempre que alguém, tendo desaparecido de seu domicílio, contar cem (100) anos deidade.

25. (TRT 15ª – Analista Judiciário – Judiciário – 2009) Um avião de passageirosdesapareceu quando cruzava o Oceano. Dias depois do desaparecimento, foramencontrados destroços da aeronave e corpos de passageiros. Todavia, o corpo de Josénão foi encontrado após vários meses e as autoridades responsáveis encerraram asbuscas. Nesse caso, a morte presumida (A) pode ser declarada, sem decretação de ausência. (B) só pode ser declarada após 10 anos contados da data do acidente. (C) só pode ser declarada após dois anos contados da data do acidente. (D) não pode ser declarada, somente podendo ser declarada a ausência. (E) só pode ser declarada após 10 anos contados da data da declaração da ausência.

26. (MPU – Técnico Administrativo – 2007) Poderão os interessados requerer que sedeclare a ausência e se abra provisoriamente a sucessão se decorrido (A) um ano da arrecadação dos bens do ausente, ou, se ele deixou representante ouprocurador, em se passando seis meses. (B) um ano da arrecadação dos bens do ausente, ou, se ele deixou representante ouprocurador, em se passando três anos. (C) seis meses da arrecadação dos bens do ausente, ou, se ele deixou representante ouprocurador, em se passando um ano. (D) seis meses da arrecadação dos bens do ausente, inclusive se tiver deixadorepresentante ou procurador. (E) três anos da arrecadação dos bens do ausente, ou, se ele deixou representante ouprocurador, em se passando seis meses.

27. (TRE/PI – Analista Judiciário – Taquígrafo – 2009) No que concerne ao instituto daausência, de acordo com o Código Civil Brasileiro, é correto afirmar: (A) Para entrar na posse dos bens do ausente os descendentes darão garantias darestituição deles, mediante penhores ou hipotecas equivalentes aos quinhões respectivos. (B) Em regra, a curadoria dos bens dos ausentes incumbe aos descendentes, aosascendentes ou ao cônjuge não separados judicialmente, nesta ordem. (C) Se o ausente aparecer, e ficar provado que a ausência foi voluntária e injustificada,ele não perderá, em favor do sucessor, sua parte nos frutos e rendimentos. (D) A sucessão definitiva poderá ser requerida, se o ausente conta com 80 anos de idade,e que de três anos datam as últimas notícias dele.

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(E) Decorridos três anos da arrecadação dos bens do ausente, se este deixourepresentante ou procurador, os interessados poderão requerer a abertura da sucessãoprovisória.

28. (DPE/SP – Defensoria Pública – 2007) João, solteiro e sem ascendentes oudescendentes, desapareceu de seu domicilio há 06 meses e não há notícias de seuparadeiro. Não deixou representante ou procurador para a administração dos seus bens.À luz do Direito vigente, é correto afirmar: (A) O requerimento de ausência só poderá ser formulado por parente até o terceiro grauou pelo Ministério Público. (B) Será nomeado um curador pelo juiz para gerir a pessoa do ausente e seus bens. (C) O curador, nomeado pelo juiz, prosseguirá como representante legal da herança,mesmo aparecendo herdeiros. (D) Em se passando 2 (dois) anos, poderão os interessados requerer a declaração deausência, abrindo-se provisoriamente a sucessão. (E) Poderá ser declarada a sucessão definitiva de João, 10 (dez) anos após transitada emjulgado a sentença que concedeu a sucessão provisória.

29. (TRE – AL – Analista Judiciário – 2010) Considere as seguintes assertivas a respeitoda ausência: I. Decorrido seis meses da arrecadação dos bens do ausente poderão os interessadosrequerer que se declare a ausência e se abra provisoriamente a sucessão. II. Na falta de descendente, a curadoria dos bens do ausente incumbe ao cônjuge ou aospais não havendo impedimento que os iniba de exercer o cargo. III. Dez anos depois de passada em julgado a sentença que concede a abertura dasucessão provisória, poderão os interessados requerer a sucessão definitiva e o levantamento das cauções prestadas. IV. Pode-se requerer a sucessão definitiva, provando-se que o ausente conta oitenta anosde idade, e que de cinco datam as últimas notícias dele. De acordo com o Código Civil Brasileiro está correto o que se afirma APENAS em (A) I, II e III. (B) I, III e IV. (C) I e IV. (D) II, III e IV. (E) III e IV.

30. (TRF 5ª – Analista Judiciário – Administrativa – 2008) No que concerne ao instituto daausência, de acordo com o Código Civil, é correto afirmar que: (A) Em regra, a curadoria dos bens dos ausentes incumbe aos descendentes, aosascendentes ou ao cônjuge não separado judicialmente, nesta ordem. (B) Os imóveis do ausente só se poderão alienar, não sendo por desapropriação, ouhipoteca, quando o ordene o juiz, para lhes evitar a ruína. (C) Decorridos dois anos da arrecadação dos bens do ausente, se este deixourepresentante ou procurador, os interessados poderão requerer a abertura da sucessãoprovisória. (D) A sucessão definitiva poderá ser requerida se o ausente conta com 75 (setenta ecinco) anos de idade, e que de três anos datam as últimas notícias dele. (E) Para entrar na posse dos bens do ausente todos os herdeiros deverãonecessariamente dar garantias, mediante penhores ou hipotecas equivalentes aosquinhões respectivos.

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31. (TRT 15ª - Técnico Judiciário - Área Administrativa – 2009) Paulo, Pedro e José, numautomóvel, levavam João a um hospital, pois estava muito doente. Paulo, o mais velho,dirigia o veículo. Pedro, seu filho, estava no banco da frente. José, uma criança de 8anos, e João ocupavam o banco traseiro. No percurso, o veículo colidiu com um poste etodos morreram, não se podendo verificar quem morreu primeiro. Nesse caso, presume-se que (A) todos morreram simultaneamente. (B) Paulo morreu primeiro, por ser o mais velho. (C) Pedro morreu primeiro, por viajar no banco da frente. (D) José morreu primeiro, por ser o mais jovem. (E) João morreu primeiro, porque estava muito doente.

32. (TRT 15ª - Analista Judiciário – Execução de Mandados – 2009) Dentre outros, NÃOserá registrado no Registro Civil de Pessoas Naturais (A) a petição inicial de pedido de interdição por incapacidade absoluta. (B) a emancipação por outorga dos pais. (C) a sentença declaratória de morte presumida. (D) os nascimentos, casamentos e óbitos. (E) a interdição por incapacidade absoluta ou relativa.

GABARITO

1-C 2-C 3-E 4-D

5-E 6-C 7-C 8-E

9-D 10-B 11-E 12-E

13-A 14-D 15-B 16-A

17-C 18-A 19-B 20-C

21-C 22-C 23-E 24-A

25-A 26-B 27-E 28-E

28-E 30-B 31-A 32-A