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Análise do cenário político nacional (2012) Wendel Pinheiro

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Análise do cenário político nacional (2012)

Wendel Pinheiro

Wendel Pinheiro – Membro do Diretório Nacional do PDT 2

Atuação nacional do PDT (Eleições 2012)

Wendel Pinheiro

O desempenho do PDT nas eleições municipais de 2012 aponta algumas características que uma legenda, quase uma década após a ausência de Leonel Brizola, passou a tomar forma, a partir de sua institucionalização e, por conseguinte, interferindo no seu desempenho nas eleições municipais. Como o 5° maior partido em número de candidaturas, é preciso ressaltar que dos 25.585 candidatos a vereador pelo PDT, 3.659 venceram. Dos 848 candidatos a prefeito, 311 foram eleitos. Embora o PDT tenha sido o 7° maior partido em número de prefeitos, entretanto, a legenda trabalhista é o 5º maior partido no contingente da população das cidades que administrará. Neste estudo não nos ateremos apenas ao PDT, mas trataremos de compreender o comportamento dos partidos no cenário político nacional – incluindo a interpretação histórica para entender as oscilações dos partidos – entre quedas e crescimentos. Como um dos exemplos importantes para ilustrar esta afirmativa, vale comparar a perda de prefeitos pelos partidos em 2012 não apenas como resultado de sua má performance, mas também, dentre outras variantes, pela criação do PSD1 e a migração de prefeitáveis ou de prefeitos reeleitos para esta nova agremiação – além, claro, da mudança da conjuntura política vigente, seja local ou mesmo a interferência da conjuntura nacional e/ou estadual na municipal. Igualmente, dentre as análises, é possível apontar outras variantes como, por exemplo, a real inserção dos partidos nas grandes e médias cidades. Este estudo peca em não ter tido tempo para aprofundar a análise sobre a inserção dos partidos em segmentos como o feminino2 e o jovem. Comprovamos neste trabalho que nem sempre conquistar uma cifra alta de prefeituras significa, necessariamente, uma inserção qualitativa de um determinado partido no cenário nacional. Ao mesmo tempo, abordaremos sobre o grau de pulverização política no país, no que tange à participação de partidos médios ou pequenos – mas com fundo ideológico – avançando qualitativamente no domínio de cidades importantes e no aumento de prefeituras. Todavia, também veremos o porquê de uma profunda

1 Em especial, quedas expressivas no DEM, PTB e PR, além de interferir, ainda que simbolicamente, no PMDB, no PP e no PDT.

2 Dentre os diversos estudos instigantes sobre a política e a questão de gênero, alguns deles se destacam pela riqueza de detalhes e de uma análise rigorosa acadêmica.

Particularmente destaco alguns como em MIGUEL, Sônia Malheiros. A política de cotas por sexo: um estudo das primeiras experiências no Legislativo brasileiro. Brasília: CFEMEA, 2000, em http://www.maismulheresnopoderbrasil.com.br/pdf/Executivo/A_Politica_de_Cotas_por_Sexo.pdf, acessado no dia 14 de novembro de 2012, às 11:31h e em MARTINS, Eneida Valarini. A política de cotas e a representação feminina na Câmara dos Deputados. Monografia (especialização) – Centro de Formação, Treinamento e Aperfeiçoamento (Cefor), da Câmara dos Deputados, Curso de Especialização em Instituições e Processos Políticos do Legislativo, 2007, em http://bd.camara.gov.br/bd/bitstream/handle/bdcamara/343/politica_cotas_martins.pdf?sequence=3, acessado no dia 14 de novembro de 2012, às 11:36h. No que tange à análise aprofundada das eleições de 2012, ver em ALVES, José Eustáquio Diniz. O avanço da mulher na eleição e o déficit de gênero, em http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=198600&id_secao=1, acessado no dia 14 de novembro de 2012, às 12:05h

Wendel Pinheiro – Membro do Diretório Nacional do PDT 3

Reforma Política, a partir da proliferação e do aumento exacerbado dos partidos nanicos – em sua grande maioria3, desprovidos de caráter político-ideológico e afeitos ao “pragmatismo” (muitos deles, por métodos e “articulações” em nada ortodoxas). A atualização nos dados das conquistas de prefeituras, anteriores a 2004, se mostra bastante dificultosa – seja pelos recursos impetrados pelos partidos nos TRE’s/TSE, seja também pela discrepância entre os dados de sítios jornalísticos na internet com respeitabilidade (UOL, Folha de São Paulo, G1/Globo), entre os números de prefeituras conquistadas pelos partidos e a soma deles – resultando, em alguns momentos, cifras bastante inferiores ou até superiores ao número total de municípios brasileiros naquele período registrados pelo IBGE.

Tabela 1 – Partidos e prefeitos eleitos (1996-2012)4

Partidos Prefeitos eleitos (1996)

Percentual (1996)

Prefeitos eleitos (2000)5

Percentual (2000)

Prefeitos eleitos (2004)

Percentual (2004)

Prefeitos eleitos (2008)

Percentual (2008)

Prefeitos eleitos (2012)

Percentual (2012)

PMDB 1295 24,08% 1257 22,61% 1060 19,06% 1207 21,69% 1024 18,40%

PSDB 921 17,12% 990 17,81% 870 15,65% 788 14,16% 702 12,61%

PT 110 2,05% 187 3,36% 410 7,37% 558 10,03% 635 11,41%

PSD6 116 2,16% 111 2,00% - - - - 497 8,93%

3 A exceção se trata, na verdade, do PPL e, em menor medida, do PMN.

4 Os dados coletados das prefeituras estão nos informes do TSE (http://www.tse,jus.br, acessado inicialmente no dia 1° de novembro de 2012, às 22:40h), da Folha de SP (ver

em http://eleicoes.folha.uol.com.br/2012/2turno/mapa-ranking.shtml, acessado no dia 1° de novembro de 2012 às 23:49h), do G1/O Globo (ver em http://g1.globo.com/Eleicoes2008/0,,MUL837881-15693,00.html, acessado no dia 02 de novembro de 2012, às 11:30h e em http://oglobo.globo.com/infograficos/eleicoes2012-evolucao-partidos/, acessado no dia 04 de novembro de 2012, às 23:09h) e, principalmente, do Raio-X UOL (ver em http://eleicoes.uol.com.br/2012/raio-x/1-turno/partidos-e-prefeitos/numero-de-prefeitos-eleitos/, acessado no dia 1° de novembro de 2012, às 23:01h e em http://eleicoes.uol.com.br/2008/raio-x-da-eleicao/prefeitos-eleitos/, acessado no dia 03 de novembro de 2012). Igualmente, sobre as eleições de 1996, 2000 e de 2004, ver em http://noticias.uol.com.br/ultnot/eleicoes/2004/11/01/ult2287u2144.jhtm, acessado no dia 04 de novembro de 2012, às 22:47h e no artigo de FLEISCHER, David. As eleições municipais no Brasil, uma análise comparativa (1982-2000). Opinião Pública, Campinas, Vol. VIII, n° 1, 2002, pp. 80-105, em http://www.scielo.br/pdf/op/v8n1/14875.pdf, acessado no dia 04 de novembro de 2012, às 22:49h. 5 Entretanto, em 2000, o total de municípios no Brasil era de 5560. No que tange à influência dos governadores para o contingente de prefeitos eleitos em seus respectivos

partidos, ver mais detalhes em http://www1.folha.uol.com.br/fsp/brasil/fc2610200317.htm, acessado no dia 04 de novembro de 2012, às 22:58h. A infidelidade partidária definiria, em grande parte, o caráter governista dos prefeitos eleitos em seus respectivos estados – majoritariamente pertencentes à base governista ou mesmo ao partido do governador em seu estado.

Wendel Pinheiro – Membro do Diretório Nacional do PDT 4

Partidos Prefeitos eleitos (1996)

Percentual (1996)

Prefeitos eleitos (2000)

Percentual (2000)

Prefeitos eleitos (2004)

Percentual (2004)

Prefeitos eleitos (2008)

Percentual (2008)

Prefeitos eleitos (2012)

Percentual (2012)

PPB/PP 625 11,62% 618 11,12% 550 9,89% 5567 9,99% 469 8,43%

PSB 150 2,79% 133 2,39% 174 3,13% 314 5,64% 442 7,94%

PDT8 436 8,11% 288 5,18% 306 5,50% 3449 6,18% 311 5,59%

PTB 382 7,10% 398 7,16% 421 7,57% 415 7,46% 295 5,30%

PFL/DEM 934 17,37% 1028 18,49% 794 14,28% 501 9,01% 278 4,99%

PL/PR 222 4,13% 234 4,21% 383 6,89% 382 6,87% 275 4,94%

PPS 33 0,61% 166 2,99% 309 5,58% 131 2,35% 123 2,21%

PV 13 0,24% 13 0,23% 57 1,02% 76 1,37% 96 1,72%

PSC 49 0,91% 33 0,59% 25 0,45% 58 1,04% 83 1,49%

PRB - - - - - - 54 0,97% 78 1,40%

PCdoB 0 0% 1 0,02% 10 0,18% 40 0,72% 56 1,01%

PSOL - - - - - - 0 0% 2 0,04%

Partidos nanicos 10

92 1,71% 102 1,84% 191 3,43% 140 2,52% 200 3,59%

PSTU/PCB/ 0 0% 0 0% 0 0% 0 0% 0 0%

6 Fundado em 2011. Entretanto, o registrado nas eleições de 1996 e de 2000 corresponde ao antigo PSD, incorporando-se mais tarde, em 2002, com o PTB. Ver em

http://pt.wikipedia.org/wiki/Anexo:Lista_de_partidos_pol%C3%ADticos_brasileiros_extintos e em http://oglobo.globo.com/politica/ptb-entra-com-acao-na-justica-eleitoral-para-impedir-criacao-do-psd-2718618, ambos acessados no dia 04 de novembro de 2012, às 23:30h. 7 Dos 557 municípios, o PP cairia para 556 com a perda de Londrina para o PDT.

8 Um dos prováveis fatores para a expressiva queda do PDT em 2000 pode ser, a partir de um mapeamento mais apurado dos estados, relacionado provavelmente ao grau de

cooptação dos partidos da base governista em determinados nichos eleitorais (PSDB, PFL, PP e PTB). Mais tarde, vale atentar para a saída de Anthony Garotinho para o PSB e, também, de um grupo dissidente do PDT gaúcho para o PT. 9 Incluindo na soma a vitória posterior de Londrina. Quem perderia a cidade paranaense seria o PP. Entretanto, alguns consideram que o PDT chegou a conquistar a marca de

352 municípios, como no caso do Raio-X UOL e também em http://ultimosegundo.ig.com.br/politica/2012-10-29/pt-e-psdb-tem-destinos-distintos-na-eleicao-municipal.html, acessado no dia 09 de novembro de 2012, às 10:35h. 10

Leia-se como partidos nanicos o PMN, PRP, PTN, PSL, PHS, PTC (anteriormente PRN até a eleição de 2000), PRTB, PTdoB e PSDC. A inclusão do PPL entre os nanicos, mesmo com seu perfil ideológico nacionalista, se daria a partir de sua recente fundação, em 2011. Em 2004, soma-se ao conjunto dos partidos nanicos o PRONA e o PAN. Em 2000, o PST é inserido no conjunto de partidos nanicos. E o PSN, fundado em setembro de 1995, seria o resultado da dissidência de setores do PSC nos idos das eleições de 1989. O PSN participaria das eleições de 1996 e, mais tarde, em janeiro de 2000, se transformaria em PHS.

Wendel Pinheiro – Membro do Diretório Nacional do PDT 5

PCO Total11 5378 100% 5559 100% 5560 100% 5564 100% 5566 100%

Vale atentar, para um maior quadro comparativo, a atuação dos partidos pelos estados, entre 2008 e 2012 – inclusive para desmistificar determinados mitos aceitos, inclusive, academicamente, sem uma apurada análise a partir dos dados e a sua devida interpretação da conjuntura política. Logo, para ratificamos ou aprofundarmos o porquê do crescimento de forças emergentes ou mesmo a queda de vários partidos, é preciso verificar, a luz não somente destas duas últimas eleições, mas aprofundarmos, a partir de meados para o fim da década de 1990, as especificidades de cada força política regionalmente e, assim, associarmos ao por que do êxito ou queda de diversos partidos políticos; ou, também, explicarmos determinados comportamentos ou “fenômenos” político-eleitorais, interferindo no cenário nacional.

Tabela 2 – Percentuais comparativos de prefeituras (1996-2012)12

Partidos Percentual comparativo (1996/2000)

Percentual comparativo (2000/2004)

Percentual comparativo (2004/2008)

Percentual comparativo (2008/2012)

Percentual comparativo (1996/2012)

PMDB - 6,10% - 15,70% 13,80% - 15,17% - 26,59%

PSDB 4,03% - 12,13% - 9,52% - 10,95% - 26,34%

PT 63,90% 119,34% 27,45% 13,76% 456,58%

PSD13 - - - - -

11

É preciso ressaltar sobre as fortes discrepâncias entre alguns números do G1 em comparação à Folha de SP e o UOL no que tange às eleições de 2000, de 2004 e de 2008 – por vezes, a somatória alcança um número aquém do total de municípios existentes no país. Logo, é possível explicar, como uma provável hipótese, que a Folha de SP tenha computado apenas as vitórias no 1° turno, se comparado ao G1 e o UOL, computando o total de prefeituras dos partidos, obtidas nos 1° e 2° turnos. Fiz o cálculo das conquistas dos partidos levando em conta o total do número de municípios no país, com 5560 cidades em 2004 (ver maiores detalhes em http://www12.senado.gov.br/noticias/entenda-o-assunto/municipios-brasileiros, acessado no dia 03 de novembro de 2012), 5564 cidades em 2008 (ver em http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/noticia_impressao.php?id_noticia=1286, acessado no dia 03 de novembro de 2012, às 21:52h) e 5566 cidades em 2012 (ver em http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/noticia_visualiza.php?id_noticia=2204&id_pagina=1, acessado no dia 03 de novembro de 2012, às 21:54h). 12

O cálculo dos percentuais de uma eleição para a outra por um determinado partido se dá a partir da relação entre os percentuais obtidos pelos partidos em suas respectivas eleições e não com o número de cidades conquistadas em si, evitando, assim, consideráveis distorções no resultado, logrando desta forma uma maior fidedignidade e justeza nas análises feitas a partir dos dados obtidos – uma vez que vale considerar o aumento no número de municípios brasileiros a cada eleição, baseando-se nos dados do IBGE.

Wendel Pinheiro – Membro do Diretório Nacional do PDT 6

Partidos Percentual comparativo (1996/2000)

Percentual comparativo (2000/2004)

Percentual comparativo (2004/2008)

Percentual comparativo (2008/2012)

Percentual comparativo (1996/2012)

PPB/PP - 4,30% - 11,06% 1,01% - 15,62% - 27,45%

PSB - 14,33 30,96% 80,19% 40,78% 184,58%

PDT - 36,12% 6,18% 12,36% - 9,55% - 31,07%

PTB 0,84% 5,73% - 1,45% - 28,95% - 25,35%

PFL/DEM 6,45% - 22, 77% - 36,90% - 44,62% - 71,27%

PL/PR 1,94% 63,66% - 0,29% - 28,09% 23,87%

PPS 390,16% 86,62% - 57,88% - 5,96% 272,73%

PV - 4,17% 343,48% 34,31% 25,55% 616,67%

PSC - 35,16% - 23,73% 131,11% 43,27% 63,74%

PRB - - - 44,33% -

PCdoB 200% 800% 300% 40,28% 10.000%

PSOL - - - 400% -

Partidos nanicos 7,60% 86,41% - 26,53% 42,46% 109,94%

PSTU/PCB/PCO 0% 0% 0% 0% 0%

Na tabela acima, podemos atentar para as seguintes considerações:

1) Os constantes percentuais negativos do PMDB desde 1996 – resultando como fruto, muitas vezes, da falta de caráter identitário da agremiação peemedebista nos municípios. A agremiação peemedebista perderia espaço nos grandes e médios centros para partidos de centro-direita (PSDB e DEM) e de centro-esquerda (PT, PDT, PSB e até, em certos casos, do PCdoB). Mesmo com a inserção do PMDB em postos estratégicos da máquina estatal, isto não reverteria em acréscimo de votos – com exceção do acréscimo da legenda peemedebista de 2004 para 2008, tendo como possível interpretação a inserção do PMDB na base aliada do governo Lula, desfrutando da alta popularidade do prócer petista14, o que não deixa de ser uma hipótese bastante plausível e coerente.

13

Esta tabela não está contemplando o antigo PSD (fundido com o PTB em 2002), por ele não ter qualquer relação com o novo PSD criado em 2011. 14

Ver mais detalhes da pesquisa do Datafolha em http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u444114.shtml e, principalmente, com o teor completo da pesquisa em http://datafolha.folha.uol.com.br/po/ver_po.php?session=725, acessado no dia 10 de novembro de 2012, às 10:22h. Lula alcançaria a cifra da avaliação entre ótimo + bom na ordem de 64% em setembro de 2008, superando as marcas dos presidentes eleitos pós-redemocratização. Lula superaria a melhor performance de Fernando Henrique Cardoso em dezembro de 1996 (47%), Itamar Franco em dezembro de 1994 (41%) e Fernando Collor em junho de 1990 (36%). Após as eleições de 2008, Lula bateria o seu próprio recorde no início de dezembro de 2008, alcançando a taxa de aprovação de seu governo no patamar histórico de 70% em http://datafolha.folha.uol.com.br/po/ver_po.php?session=787, acessado no dia 10 de novembro de 2012, às 10:31h.

Wendel Pinheiro – Membro do Diretório Nacional do PDT 7

2) Deparamos não apenas com a queda considerável do DEM, perdendo quase que a metade das prefeituras conquistadas na última eleição (recuo de 44,62%), mas com as quedas expressivas do PR e do PTB, na perda de quase 1/3 de suas respectivas prefeituras obtidas em 2008. Vale atentar também para a leve diminuição no número de prefeituras do PDT, do PPS, do PSDB e do PMDB entre 2008 e 2012.

3) No que tange ao DEM (ex-PFL), a queda drástica entre 1996 e 2012 resultaria na cifra negativa de 71,27%. Este dado se torna mais alarmante se compararmos entre 2000 e 2012, onde a queda do DEM resultaria em 73,01% (!). Isto se deve, dentre outras questões, ao avanço dos partidos progressistas no reduto tradicional e histórico do PFL/DEM nas décadas de 1980 e 1990 (Região Nordeste), além da perda de influência do prócer democrata César Maia no Rio de Janeiro e da saída de quadros do DEM, liderados por Gilberto Kassab, para o PSD.

4) Também é possível explicar, como pano de fundo político-ideológico, a rejeição de parcela expressiva da população às concepções liberal-conservadoras do DEM (inclusive, em relação à linha liberal-democrata do PSDB, onde a queda fora bem menor entre 1996 e 2012, com a diminuição de 26,34%), em contraposição à linha reformista/social-democrata do PT e do respectivo avanço de sua base aliada (PDT, PSB e PCdoB) de 2004 a 2012. A mudança do nome da sigla, de PFL para o DEM em 28 de março de 200715, longe de reverter as perdas de 2004, apenas agravaria o drama dos liberais, com um cenário político bastante periclitante. Seria neste aspecto que o PPS, ao romper com o 1° Governo Lula e se aliar ao bloco liberal PSDB-DEM, recuaria 57,88% (!) nas eleições municipais de 2008 em comparação a 2004 e ainda recuaria mais 5,96% em 2012, comparando com 2008.

5) Ainda no que tange ao PPS, torna-se ilusório entender o acréscimo de 272,73% sem levar em conta dois fatores: a presença de Ciro Gomes na legenda (de janeiro de 1996 até abril de 200516), auferindo maior enraizamento nacional do PPS após as eleições presidenciais de 1998 e de 2002 (com a Frente Trabalhista), e a sua participação na metade do 1° Governo Lula fariam com que este partido chegasse a cifra de 309 prefeitos eleitos. Ou seja, comparando a trajetória desde 1996, o PPS chegaria após o 2° turno de 2004 com um aumento real de 814,75% (!). Porém, o rompimento do PPS com o governo Lula em dezembro de 2004 e o seu alinhamento com os partidos de centro-direita (PSDB-PFL/DEM) faria com que este partido perdesse espaço – conforme explicado no item anterior, somado à infidelidade partidária, que promoveria a migração de prefeitos do PPS prejudicados pela opção política nacional tomada pela legenda. Mesmo com a Resolução n° 22.610/2007 do TSE17, que reza sobre a fidelidade partidária, a profundidade da escolha de

15

Por ironia do destino, em 28 de março de 1968 (quase quatro décadas antes da fundação do DEM!) morreria o estudante Édson Luís de Lima Souto no Restaurante Calabouço (localizado então no centro do Rio de Janeiro). Isto repercutiria de tal forma que traria uma grande comoção à sociedade civil organizada, a ponto de se fazer, mais tarde, a Passeata dos Cem Mil, em 26 de junho de 1968. Se a tentativa do DEM foi de se reapropriar deste simbolismo e extirpar o caráter elitista do PFL – na tentativa de modernização do partido e de aproximação com as classes médias urbanas –, ela seria frustrada diante da vocação liberal-burguesa desta legenda e de seus respectivos quadros e dirigentes, além do não reconhecimento popular à tentativa de artificialização da legenda em se evocar como “Democratas”. 16

Ver em http://www.revistafale.com.br/fale68/cidgomes.html e em http://www.gazetadigital.com.br/conteudo/show/secao/10/materia/69729, ambas acessadas no dia 09 de novembro de 2012, às 18:37h. 17

Sobre o teor desta resolução, feita em 25 de outubro de 2007 e alterada posteriormente com a redação da Resolução 22.733/2008 do TSE, de 11 de março de 2008, ver o teor dela em http://www.tse.jus.br/internet/partidos/fidelidade_partidaria/res22610.pdf, acessado no dia 09 de novembro de 2012, às 17:32h. O senado, ainda se baseando nesta resolução do TSE, aprovaria o PLS 266/2011 em 29 de junho de 2011. Ver em http://congressoemfoco.uol.com.br/noticias/senado-aprova-fidelidade-partidaria/, acessado no dia 09 de novembro de 2012, às 17:46h. Entretanto, a proposição positiva de radicalizar a fidelidade partidária, ao alterar pontos da lei dos partidos políticos (Lei 9096/95) está no PL 7656/2010 (oriundo do PLS 289/2005 do então Senador Aloizio Mercadante – PT-SP). Nele, se amplia o prazo de 1 para 3 anos de filiação ao respectivo partido para os que optarem por candidaturas a cargos eletivos, sob pena de perda de mandato para os parlamentares ou quadros políticos eleitos majoritariamente (prefeitos, governadores e presidente) que descumprirem o prazo de desfiliação – salvo por criação, fusão ou incorporação de partido ou se o mesmo partido descumprir sua linha programática. Neste momento em que este trabalho está escrito, em 08 de agosto de 2012, este PL foi retirado da pauta da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC) por acordo.

Wendel Pinheiro – Membro do Diretório Nacional do PDT 8

tal decisão soaria como uma “bomba de efeito retardado”, refletindo não em 2006 (ao aumentar dos 15 para 22 deputados federais18, embora não alcançando o percentual de 5% da cláusula de desempenho19), mas em 2008, caindo das 309 para 131 prefeituras – ou seja, uma queda brusca de 57,88%, refletindo, inclusive na queda de sua bancada na Câmara dos Deputados, dos 22 deputados federais eleitos em 2006 para quase a metade em 2010, com apenas 12 deputados federais.

6) A queda expressiva do PDT, se comparada entre 1996 e 2012, se dá, dentre algumas explicações possíveis, no que tange à ação de infidelidade partidária de parte considerável de seus quadros em 2000 – cooptados, em sua majoritária parcela, a partir dos rearranjos da base governista na Era FHC (muitos deles, no que concerne à obtenção de recursos financeiros estaduais e/ou federais), gerando uma grave sangria nas eleições de 2000, com a perda na ordem de 36,12%. Também, é preciso atentar para um crescimento lento do PDT após a morte de Leonel Brizola em junho de 2004, em um contínuo e gradual processo de institucionalização da legenda trabalhista. Mesmo com a aparente queda no número de municípios em 2012, ela seria compensada com a conquista e/ou manutenção de cidades pólos, como o que será tratado no decorrer deste trabalho. É preciso afirmar, de forma peremptória, que a volta do PDT à base do governo Lula em 2007 e a ação da legenda trabalhista no Ministério do Trabalho (2007-2011) auxiliaram, de fato, o crescimento da legenda trabalhista. Igualmente, vale enfatizar que tal acréscimo também decorre do caráter identitário e histórico do PDT, assegurando a sua presença no país e superando sempre a marca dos 5% de representação. Porém, a ausência de uma marca que imprimisse com eficácia a ação do PDT no governo Dilma faria com que a legenda trabalhista viesse a perder certo espaço em 2012, com a queda de 9,55%.

7) Como destaque negativo também, o expressivo crescimento dos partidos nanicos de 2008 para 2012, na ordem de 42,46% (!), superando inclusive o crescimento de partidos históricos como o PCdoB (40,28%), PSB (40,78%) e PT (13,76%). Sua “confederação de partidos pragmático-fisiológicos” resultaria no acréscimo de 109,94%, de 1996 a 2012, superando partidos históricos como o PDT, PMDB, PP e PSDB. Vale ressaltar a coincidência da queda destes partidos (a única, por sinal) entre 2004 e 2008 com o percentual negativo de 26,53%, coincidindo assustadoramente com a queda ou crescimento minguado dos partidos de centro-direita envolvidos no processo do “mensalão” (PTB, PR e PP).

8) No que tange às polêmicas sobre o episódio popularmente conhecido como o “escândalo do mensalão” vale atentar para algumas questões importantes: a incrível retração do PP antes mesmo do mensalão, entre 2000 e 2004, na ordem de 11,06%, se comparado a outros partidos com integrantes acusados de participarem do esquema (no caso, o PTB e PR). Embora não tenha sofrido tanto nas eleições de 2008, o PP teria um parco crescimento de 1,01% e, posteriormente, caíra substancialmente em 2012, com o índice de 15,62% em relação a 2008. O aumento do PTB seria bastante modesto (algo bastante eufêmico ao não dizer “crescimento irrisório”) para as pretensões nacionais da legenda trabalhista de direita, com parcos 5,73% nas eleições de 2004. Já

Mais sobre este projeto, ver em http://www2.camara.leg.br/agencia/noticias/POLITICA/150418-PROJETO-TORNA-FIDELIDADE-PARTIDARIA-MAIS-RIGOROSA.html e em http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=483705, acessado no dia 09 de novembro de 2012, às 18:03h. Sobre o teor deste projeto de lei, ver em http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/prop_mostrarintegra?codteor=789755&filename=PL+7656/2010, acessado no dia 09 de novembro de 2012, às 18:06h. 18

Ver o gráfico não apenas do PPS, mas das bancadas dos principais partidos na Câmara dos Deputados, no Senado, nos Governos Estaduais e nas Assembléias Legislativas em http://extras.ig.com.br/infograficos/partidospoliticos/, acessado no dia 09 de novembro de 2012, às 17:29h e também em http://veja.abril.com.br/eleicoes/resultado-deputados/conteudo_cms.swf, acessado no dia 10 de novembro de 2012, às 22:41h. 19

Como a tentativa malograda de Roberto Freire em fundir o PPS com o PMN e o PHS na formação do Partido da Mobilização Democrática (PMD). A notícia do UOL, em 07 de novembro de 2006, seria intitulada de forma bastante emblemática: Desempenho do PPS foi insuficiente, diz Freire. Ver mais detalhes desta notícia em http://eleicoes.uol.com.br/2006/ultnot/2006/11/07/ult3749u1269.jhtm, acessado no dia 09 de novembro de 2012, às 17:35h.

Wendel Pinheiro – Membro do Diretório Nacional do PDT 9

o PR, com a presença de parlamentares oriundos de partidos de centro-direita e do aparato e apoio institucional da IURD20, lograria um salto considerável entre 2000 e 2004, na ordem de 63,66% no número de prefeituras conquistadas. Após as denúncias de corrupção em 2005, a performance do PTB não seria mais a mesma, caindo no índice de prefeituras obtidas até as eleições de 2012. No PR, o destino reservaria o mesmo papel que coube ao PTB com um agravante: a migração de quadros políticos da IURD para a formação e crescimento do PRB que de 2008 para 2012, além de avançar 44,33% no número de prefeituras, disputaria com papel de proeminência as eleições de 2012 na capital paulistana com Celso Russomanno. O consolo do PR estaria, em contrapartida, na presença regional desta legenda no Rio de Janeiro (via Anthony Garotinho) e em Mato Grosso (com Blairo Maggi).

9) Aproveitando, vale destacar o tímido crescimento do PT, com o acréscimo de 12,57% – parte disto, diante da manutenção de parcela majoritária das cidades-chaves, acima de 200 mil eleitores, entre médias e grandes cidades. Crescimento expressivo do PSB (40,78%), afirmando-se como uma força política emergente no cenário nacional, além do aumento considerável de legendas como o PCdoB, PSOL, PRB, PSC e PV.

10) Em que pese o crescimento do PSB na ordem de 184,58% entre 1996 e 2012 e, em especial, nos últimos 8 anos, chegando ao patamar dos 153,67% de acréscimo da agremiação socialista entre 2004 a 2012, vale atentar sobre o crescimento artificial do PSB – em boa parte, de quadros políticos estranhos a este partido ou mesmo sem o mínimo compromisso político-ideológico com a legenda. Porém, devemos consignar a aposta do PSB em três vetores-chaves: regular ou boa administração dos quadros socialistas nas prefeituras e/ou governos onde o PSB está à frente, cooptação de quadros políticos ao centro ou à centro-direita com viabilidade eleitoral (além de quadros de centro-esquerda como Ciro Gomes) e a aposta no aumento de representação parlamentar deste partido na Câmara dos Deputados. Quanto a este último vetor, é preciso destacar, logo após o 1° governo Lula, o PSB subiria dos 22 deputados federais para os 27 em 2006 e, em 2010, ampliaria a sua bancada para 34 deputados federais.

11) O crescimento do PSOL de 400% (!) em 2012 se deve ao fato desta agremiação não eleger qualquer prefeito nas eleições de 2008. É possível destacar também o papel de maior abertura do PSOL à priorização do debate político-eleitoral (dentro dos marcos da democracia burguesa, isolando os setores à esquerda do PSOL) e sem se privar de sua linha ideológica. Ao mesmo tempo, o PSOL procuraria se esquivar das ações ou práticas sectárias – em geral, praticadas por legendas trotskistas como o PSTU e o PCO.

12) Da mesma forma, assim como o PSOL, é necessário relativizarmos o percentual astronômico do PCdoB de 10.000% de crescimento, de 1996 a 2012, até por conta não apenas da inexistência de prefeituras do PCdoB para as atuais 56 em 2012, mas também no crescimento constante, conjugando três fatores: a) organização; b) qualificação constante dos seus dirigentes, formuladores teóricos e militantes com a formação política; c) a inserção nos movimentos sociais – em especial, a partir da priorização da legenda comunista no controle histórico do movimento estudantil, na UNE/UBES e entidades afins, gerando novos quadros via União da Juventude Socialista (UJS). Somado a estes fatores, é preciso salvaguardar a conjuntura histórica da aliança PCB-PTB a partir de meados da década de 1950. Embora com leves traços de semelhança, a aliança governista21 do PCdoB com o PT na esfera nacional

20

IURD: Igreja Universal do Reino de Deus. 21

Há também vários estudos instigantes no que tange às alianças com partidos governistas ou na tática oposicionista, no âmbito de crescimento ou de consolidação do respectivo espaço político – como em trabalhos acadêmicos como o artigo de DANTAS, Humberto e PRAÇA, Sérgio. Os pequenos partidos nas coligações eleitorais para prefeituras em 2000. Leviathan, n. 1, p. 181-200, 2004 (ver em http://www.fflch.usp.br/dcp/leviathan/index.php/leviathan/article/view/8/pdf, acessado no dia 11 de novembro de 2012, às 00:22h) e a tese de doutorado de MIZUCA, Humberto Dantas de. Coligações em eleições majoritárias municipais: a lógica do alinhamento dos partidos políticos brasileiros nas disputas de 2000 e 2004. Tese (Doutorado) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo (USP), São Paulo, 2007 e no clássico trabalho, fruto da tese de SCHMITT, Rogério. Coligações eleitorais e sistema partidário no Brasil. Tese de Doutorado, IUPERJ, 1999. Ver também a análise de cientistas políticos e historiadores no livro de MENEGUELLO, Rachel (org). O legislativo brasileiro: funcionamento, composição e opinião pública. Brasília: Senado Federal, Secretaria Especial de Comunicação Especial, 2012.

Wendel Pinheiro – Membro do Diretório Nacional do PDT 10

contribuiu para a expansão exponencial do PCdoB a partir de 2000, a ponto deste partido pôr a cabo, já em 2012, seu projeto nacional de crescimento político mais ousado. Tal projeto seria implementado, ainda que para isso viesse a sacrificar um pouco de seu caráter programático, ao alçar candidaturas com considerável viabilidade eleitoral mas, simultaneamente, com identificação ideológica alheia ao marxismo-leninismo (embora próximos da concepção de democracia-popular) – vide os exemplos de Waguinho em Nova Iguaçu e de Dennis Dauttman em Belford Roxo, ambas no estado do Rio de Janeiro, dentre outros possíveis candidatos com tal perfil, espalhados pelos diversos rincões do país – incluindo as candidaturas em potencial para vereador22.

13) Igualmente, é preciso observar atentamente a opção do PV em sair do guetismo/isolacionismo da “agenda verde” para colocar em voga, na agenda político-eleitoral, o debate ecológico e de “sustentabilidade” (mesmo sob a perspectiva liberal/pós-moderna e dentro dos marcos do status qüo vigente), alcançando a incrível marca de crescimento de 616,67% entre 1996 e 2012. E se for levar em conta o crescimento de 2000 a 2012, chega a exatos 647,83% (!). Vale atentar como estratégia eleitoral dos verdes as tentativas de capitalizar as campanhas em 2008 para prefeito no Rio de Janeiro, Natal e Porto Velho além da candidatura presidencial de Marina Silva em 2010, o que faria gerar um “recall” de votos suficiente para aumentar não apenas os seus espaços políticos nas eleições de 2010 (crescendo de 13 para 15 deputados federais), mas ampliando também o número de prefeituras em 2012.

Tabela 3 – Partidos e vereadores eleitos (1996-2012)23

Partidos Vereadores (1996)

Percentual (1996)

Vereadores (2000)

Percentual (2000)

Vereadores (2004)

Percentual (2004)

Vereadores (2008)

Percentual (2008)

Vereadores (2012)

Percentual (2012)

PMDB 11.389 23,99% 11.363 18,86% 8.316 16,05% 8.475 16,33% 7.967 13,89%

PSDB 6.754 14,22% 8.514 14,13% 6.566 12,67% 5.897 11,36% 5.253 9,15%

PT 1.546 3,26% 2.483 4,12% 3.679 7,10% 4.168 8,03% 5.180 9,02%

PSD 1.173 2,47% 1.472 2,44% - - - - 4.663 8,13%

PPB/PP 6.238 13,14% 7.060 11,71% 5.457 10,53% 5.128 9,88% 4.933 8,60%

PSB 956 2,01% 1.721 2,86% 1.834 3,54% 2.956 5,69% 3.557 6,20%

22

Uma avaliação pormenorizada pela Comissão Nacional de Organização do Comitê Central do PCdoB (CNO/CC), de 30 de outubro de 2012, está no link http://www.xn--portaldaorganizao-nqb9e.org.br/wp-content/uploads/2012/10/Bloco-II-Resultados-eleitorais-do-PCdoB-em-2012.pdf, acessado no dia 12 de novembro de 2012, às 14:09h. 23

Dados oriundos do TSE (http://www.tse.jus.br), de http://www.jspdt.org/?p=516, do artigo do jornalista RODRIGUES, Fernando. Nenhum partido chega a 5% dos votos em todos os estados, em http://fernandorodrigues.blogosfera.uol.com.br/2012/10/31/nenhum-partido-chega-a-5-dos-votos-em-todos-os-estados/, do artigo de KERBAUY, Maria Teresa Miceli. As Câmaras Municipais brasileiras: perfil de carreira e percepção sobre o processo decisório local. Opinião Pública, vol. 11, n° 02, Campinas, out 2005, em http://www.scielo.br/pdf/op/v11n2/26418.pdf e do artigo de BREMAEKER, François de. Perfil dos vereadores do Brasil (2013-2016). ATM/Tec Transparência Municipal (Estudo Ténico n° 182): Salvador, outubro de 2012, em http://www.oim.tmunicipal.org.br/abre_documento.cfm?arquivo=_repositorio/_oim/_documentos/304DF70D-A49A-BE9C-7F66A262FBF3E0BB11102012060102.pdf&i=2074, ambos acessados no dia 12 de novembro de 2012, às 11:26h.

Wendel Pinheiro – Membro do Diretório Nacional do PDT 11

Partidos Vereadores (1996)

Percentual (1996)

Vereadores (2000)

Percentual (2000)

Vereadores (2004)

Percentual (2004)

Vereadores (2008)

Percentual (2008)

Vereadores (2012)

Percentual (2012)

PDT 3.311 6,97% 3.766 6,25% 3.252 6,28% 3.523 6,79% 3.659 6,38%

PTB 3.029 6,38% 4.988 8,28% 4.211 8,13% 3.934 7,58% 3.572 6,23%

PFL/DEM 8.164 17,19% 9.642 16,00% 6.462 12,47% 4.801 9,25% 3.275 5,71%

PL/PR 2.350 4,95% 2.894 4,80% 3.825 7,38% 3.534 6,81% 3.191 5,56%

PPS 384 0,81% 2.569 4,26% 2.817 5,43% 2.159 4,16% 1.861 3,24%

PV 164 0,35% 315 0,52% 772 1,49% 1.237 2,38% 1.584 2,76%

PSC 561 1,18% 734 1,22% 742 1,43% 1.146 2,21% 1.468 2,56%

PRB - - - - - - 780 1,50% 1.204 2,10%

PCdoB 86 0,18% 149 0,25% 273 0,53% 612 1,18% 976 1,70%

PSOL - - - - - - 25 0,05% 49 0,09%

Partidos nanicos

1.377 2,90% 2.591 4,29% 3.598 6,94% 3.515 6,77% 4.978 8,61%

PSTU/PCB/PCO24

0 0% 4 0,01% 15 0,03% 13 0,03% 7 0,01%

Total 47.482 100% 60.265 100% 51.819 100% 51.903 100% 57.377 100%

Destes dados podemos tirar algumas constatações – algumas delas, de crucial importância e que chegam a coincidir com a evolução ou queda no número de prefeituras ao longo da trajetória.

1) Nem sempre ocupar a máquina do estado reverte necessariamente em votos. O PMDB pôde comprovar na prática atrás da queda sistemática no percentual de vereadores desde 1996 até 2012, representando na prática um decréscimo total de 42,10%. Dentre outros fatores, a perda de vereadores peemedebistas ao longo dos anos pode ser explicada pela ausência identitária do PMDB pós-redemocratização, perdendo a razão de ser – e, assim,

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Os dados de 2004 com os vereadores eleitos pelo PCB, PSTU e PCO foram superdimensionados pela cientista política Maria Teresa Miceli Kerbauy, comprometendo o resultado dos demais partidos – incluindo até as eleições de 2000, onde a autora, em seus cálculos, estipulou o número total de vereadores em 55.483, por sinal, 7,93% a menos que os 60.265 vereadores eleitos e oficialmente reconhecidos e diplomados pela Justiça Eleitoral, confirmados em http://epoca.globo.com/edic/20010507/brasil3a.htm e em CARVALHO, Lejeune Mato Grosso Xavier de & AZEVEDO, Carlos Alberto Schimit. Breve história das profissões liberais no Brasil, in Revista das profissões liberais: Brasília, 2003, p. 17, em http://cnpl.org.br/revista/revista_especial.pdf, acessado no dia 13 de novembro de 2012, às 18:07h. Este trabalho teve o mérito, face às dificuldades, em corrigir os dados a partir dos dados do TSE e da notícia sobre os resultados, respaldando as cifras divulgadas pelo TSE, em http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2004-10-04/resultados-parciais-do-tse-indicam-que-pstu-pco-e-pcb-nao-elegeram-nenhum-prefeito, acessado no dia 12 de novembro de 2012, às 13:44h e principalmente no artigo embasado do cientista político ALVES, José Eustáquio Diniz. As eleições municipais de 2004 e o bipartidarismo de coalizão. Rio de Janeiro: Escola Nacional de Ciências Estatísticas, 2007, em http://www.ence.ibge.gov.br/c/document_library/get_file?uuid=5cc6adb3-855a-45f9-8d5d-2885c76e920e&groupId=37690208, acessado no dia 08 de novembro de 2012, às 14:08h..

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cedendo espaço para os partidos de centro-direita (na Era FHC, como o PSDB e o PFL/DEM), de centro-esquerda (em especial na Era Lula, com a ascensão do PT, do PSB, do PCdoB e em certa medida, do PDT) e até de partidos nanicos, na lógica da despolitização política – entre o voto passional, o voto de protesto e até, em determinados casos, com a abstenção ou o aumento dos votos brancos/nulos.

2) Crescimento vertiginoso do PT na Era Lula, em um crescimento exponencial sem precedentes. A representação de vereadores praticamente dobraria, com o aumento total de 94,90% entre as eleições de 2000 e de 2008. De fato, Lula faria muito bem ao PT, ao reverter o seu prestígio em votos para os vereadores da legenda petista. Entretanto, tal lógica não surtiria efeito no Governo Dilma, onde o PT apenas avançou 12,33% de 2008 para 2012 – bem inferior aos 26,38% de avanço entre 1996 e 2000, sem o PT possuir sequer a máquina federal e se constituindo como um dos principais partidos de oposição a FHC, junto com o PDT.

3) Abrupta e radical queda do PFL/DEM após a perda do espaço político para o PT e o conjunto dos partidos progressistas. A opção pela linha liberal-conservadora e de oposição ao PT, inclusive nas eleições municipais, reverteria em quedas astronômicas como a comparada entre 2000 (ápice da Era FHC) a 2012, resultando na queda de 64,31% (!), o que aponta incontestavelmente a rejeição da população para a agenda do DEM. Tal percentual ainda seria menor que a queda do mesmo partido na ordem de 73,01% de 2000 a 2012 nas eleições para Prefeito. A diferença de quase 7% a mais para a eleição majoritária às prefeituras se explica pela exposição maior do DEM frente aos demais, obrigando-o a confrontar o seu projeto político com os demais partidos – principalmente na comparação entre a Era FHC (neoliberalismo/liberal-conservadorismo) x Lula (social-liberalismo/social-democracia). A queda do DEM seria superior a do PSDB que, no mesmo período (2000-2012), perderia a cifra de 35,24% de vereadores e 29,20% de prefeitos.

4) Entre 2008 e 2012, o descenso do PSDB em número de vereadores (19,45%) seria apenas inferior ao DEM (39,27%) e o PPS (22,11%). Nem mesmo os partidos da base governista perderiam tanto espaço como o PSDB – vide os exemplos do PMDB, com a queda de 14,91% de vereadores em 2012, o PR com menos 18,35% de parlamentares em 2012 e o próprio PTB, com a queda de 17,81%.

5) O crescimento tão alardeado pela mídia e de certos setores da intelectualidade sobre o PSB em 2012 não se refletiria de fato nas eleições para vereador. Contrastando o avanço significativo de 40,78% no percentual de prefeitos eleitos entre 2008 e 2012, o avanço no número de vereadores seria bastante tímido, com enxutos 8,96%. Ainda que numericamente a diferença pareça ser bastante expressiva (3.557 vereadores em 2012 x 2.956 vereadores em 2008), vale atentar sobre o crescimento no número de vereadores em todo o país, dos 51.903 vereadores em 2008 para os 57.377 em 2012, significando um aumento real de 10,55% no número de parlamentares eleitos – o que explica, de fato, o baixo crescimento do PSB. Logo, nestas eleições, o PSB estaria como a 8ª maior agremiação partidária em número de vereadores (6,20%), atrás de partidos como o PMDB (13,89%), PSDB (9,15%), PT (9,02%), PP (8,60%), PSD (8,13%), PDT (6,38%) e PTB (6,23%). Se incluirmos os partidos nanicos (8,61%), o PSB cairia da 8ª para a 9ª posição.

6) Não só em vida, mas após a morte de Leonel Brizola, vale destacar que, desde o advento da Era FHC até o governo de Dilma Rousseff, o PDT teria o seu ápice no número de vereadores nas eleições de 2008 – por coincidência, chegando às portas da crise econômica, onde isto se reverteria favoravelmente ao partido. Ainda que a relação entre as eleições para vereador e a conjuntura política nacional seja bastante diminuta, entretanto é possível ressaltar que tal dado coincidiria também no aumento do número de prefeitos pelo PDT – provavelmente como fruto da instrumentalização das ações do Ministério do Trabalho e Emprego (comandado pela legenda trabalhista) junto às comunidades e cidades administradas pelo PDT, nos baixos índices de desemprego e/ou a manutenção em massa dos empregos auferidos antes da crise, mesmo com todo o seu impacto mundial. O percentual de 2008 se aproximaria bastante do de 1996. Neste ano, dentre os partidos de esquerda, o PDT liderava no quantitativo de prefeitos (8,11%) e de vereadores (6,97%). Entretanto, isto não se repetiria com eficácia nas eleições de 2012, sem uma atuação eficaz do Ministério do Trabalho que fosse capaz em trazer reais dividendos à legenda trabalhista. Tal fator se torna inequívoco a partir do descenso, em 2012, de 9,55% nas eleições para prefeito e a queda de 6,04% no número de vereadores, ainda que, em tese, o número de vereadores tenha aumentado timidamente dos 3.523 parlamentares eleitos em 2008 (6,79%) para apenas 3.659 em 2012 (6,38%). Tudo isto, por sinal, em contraponto ao aumento do PDT de 12,36% no número de prefeitos e de

Wendel Pinheiro – Membro do Diretório Nacional do PDT 13

8,12% no de vereadores entre as eleições de 2004 e as de 2008 – resultando, assim, no acerto político da legenda trabalhista em optar pela sua inserção no 2° governo Lula e de efetivar na prática as ações do Ministério do Trabalho e Emprego, capilarizando o crescimento do PDT nas pequenas cidades e nos grandes/médios pólos.

7) O crescimento exponencial de partidos como o PV e o PCdoB, principalmente entre 1996 e 2008. Os verdes chegariam a avançar em 580% e os comunistas em 555,5% no número de vereadores – em contraponto ao acréscimo percentual de prefeitos no mesmo período, onde o PV avançaria 470,83% e o PCdoB, a marca de 7200%. É preciso ressaltar que a legenda comunista sequer possuía prefeito em 1996.

8) Se ainda observarmos atentamente as eleições anteriores, o aumento do PV e do PCdoB entre 2008 e 2012 seria menos expressivo, embora ainda significativo, resultando no acréscimo de 15,97% de vereadores do PV e de 44,07% do PCdoB. Tal dado é comparado com o crescimento, no mesmo interregno, de 25,55% dos verdes e de 40,28% dos comunistas no percentual de prefeitos eleitos, o que aponta uma leve tendência do PCdoB a superar a marca no percentual de vereadores em relação aos prefeitos eleitos pela legenda comunista. Todavia, tal lógica seria invertida pelo PV, com uma marca bastante expressiva no percentual de acréscimo de prefeitos eleitos em detrimento do aumento no número de parlamentares entre 2008 e 2012.

9) Em menor medida, é preciso atentar para alguns detalhes como a expansão do PSOL, praticamente dobrando o percentual de vereadores eleitos, e o constante crescimento do PSC, de 1996 a 2012, e do PRB. Ainda assim, é possível atentar que, mesmo com a fundação do PSOL em 2004, a sua representatividade parlamentar aumentaria bastante, com a presença de vereadores em todas as regiões do país25 nas eleições de 2012 – com destaque aos estados do Amapá (4), Minas Gerais (7), Pará (6), Rio de Janeiro (8) e São Paulo (8). Juntos, estes estados representam 67,35% de todos os vereadores eleitos pelo PSOL. Porém, destes mesmos estados, o único que o PSOL não conseguiria eleger sequer um único representante em sua respectiva capital seria em Minas Gerais. Como um detalhe importante, o PSOL elegeria, dentre os seus respectivos vereadores, os dois mais votados em suas respectivas capitais: Pedro Ruas em Porto Alegre e Heloísa Helena em Maceió.

10) A representação dos partidos nanicos, com seus 4.978 vereadores eleitos em 2012, faria com que esta “federação” não apenas ampliasse seu percentual em relação a 2008 na ordem de 27,18%, mas que se tornasse o 4º maior “partido” em número de parlamentares eleitos (8,61%), perdendo apenas para o PMDB, PSDB e PT. Mesmo com a queda percentual e numérica de representação em 2008, entre 1996 e 2012 o crescimento dos nanicos chegou ao patamar dos 196,9% – para variar, praticamente o dobro (!) do aumento no número de prefeitos nesta mesma fase, com o respectivo acréscimo de 109,94%. O número exorbitante de vereadores eleitos pelos partidos nanicos se deve, em grande parte, ao papel nefasto que tais legendas, sem conteúdo programático e/ou ideológico, exercem no processo político-eleitoral. Neste mesmo processo, tais partidos abrem brechas para as ações de fundo notoriamente antirrepublicano, criando condições para o alastramento de negociatas/práticas de corrupção e da distorção da representatividade política, pondo em risco a participação plena de partidos programáticos e/ou históricos.

11) No bloco PSTU/PCB/PCO vale ressaltar a velha e conhecida lição de que, quanto maior o sectarismo, menor ou mesmo inexistente se torna a capacidade de representação/interlocução com os setores organizados da sociedade a qual determinado partido pretende representá-los. Aliás, como bom exemplo histórico para ilustrar tal afirmativa, que diga o velho PCB entre 1948 e 1954 e o PCdoB em seus primeiros anos, entre 1962-1964, na oposição aberta ao governo Jango e no seu isolamento político como fruto desta deliberação. Isto se reflete na ausência de qualquer vereador do PCO eleito pelo Brasil

25

Ver maiores detalhes na página http://psol50.org.br/blog/2012/10/10/psol-cresce-nas-eleicoes-2012/, acessado no dia 14 de novembro de 2012, às 08:45h.

Wendel Pinheiro – Membro do Diretório Nacional do PDT 14

desde 200826, uma vez que a Causa Operária conseguira eleger seu único vereador apenas em 2004 – fruto, provavelmente, da insatisfação de setores à esquerda do PT, decepcionados com à guinada ao centro de Lula. Quanto ao PSTU, quanto mais o partido dialogou com os setores sociais e abriu o seu leque de alianças à centro-esquerda (PSOL e PCdoB em Belém e o PSOL em Natal), sem largar os seus princípios ideológicos, ele avançou. Por exemplo, de 2008 para 2012, o PSTU acresceria sua representação de nenhum vereador para dois vereadores (Amanda Gurgel em Natal e Cleber Rabelo em Belém). Vale lembrar que o PSTU, em 2000, elegera 3 vereadores e em 2004 caiu sua representação para 2 vereadores27. É preciso também destacar a queda brusca do PCB, encolhendo dos 13 vereadores28 em 2008 para apenas 5 em 2012, fazendo com que este bloco, com 13 vereadores em 2004 e com o mesmo número em 2008, viesse a ficar apenas com 7 vereadores em 2012.

26

Tal sectarismo da Causa Operária se auto-explica com o artigo do PCO: “Frente popular em Belém: depois de eleger vereador, PSTU vira „crítico‟ – depois de receber financiamento dos empresários e se aliar à burguesia para eleger seu candidato, O PSTU vira crítico”, em http://www.pco.org.br/conoticias/ler_materia.php?mat=38711, acessado no dia 12 de novembro de 2012, às 12:49h. 27

De forma emblemática, os dois vereadores eleitos pelo PSTU em 2004 seriam índios e eram oriundos de Pernambuco. Ver mais detalhes em http://pib.socioambiental.org/en/noticias?id=13365, acessado em 12 de novembro de 2012, às 13:31h. Já na eleição anterior de 2000, o PSTU elegeria 2 vereadores – um deles, em Juazeiro do Norte (CE). Conferir maiores detalhes em http://www.pstu.org.br/jornal_materia.asp?id=1677&ida=19, acessado no dia 12 de novembro de 2012, às 13:33h. 28

Vale lembrar que o PCB em 2004 teria um aumento brusco, passando de apenas 1 para 12 vereadores eleitos.

Wendel Pinheiro – Membro do Diretório Nacional do PDT 15

Tabela 4 – Prefeituras 2008 29

Estados PMDB PSDB PT PSD PP PDT PSB DEM PR PTB PPS PV PCdoB PSC PRB PSOL Outros

Região Norte

Acre 4 1 12 3 1 1

Amapá 3 2 3 2 4 1 1

Amazonas 24 4 6 4 1 2 9 2 3 1 2 4 (2 PMN + 1 PHS + 1 PSDC)

Pará 38 13 27 6 9 5 6 16 14 3 1 1 1 3 (2 PRP + 1 PSL)

Rondônia 12 2 4 2 2 3 4 7 4 3 8 (5 PTN + 2

PSDC + 1 PRTB)

Roraima 1 8 1 1 2 1 1

Tocantins 39 16 12 6 5 4 25 23 6 2 1

Região Centro-Oeste

Goiás 57 51 13 47 1 4 15 30 10 3 1 5 2 7 (3 PTN + 2

PTdoB + 1 PRTB

+ 1 PRP)

Mato Grosso do Sul 28 11 10 9 2 4 8 3 2 1

Mato Grosso 21 6 18 21 4 3 23 32 2 8 1 1 (PMN)

Região Sudeste

29

Dados dos partidos e dos respectivos estados extraídos do TSE (http://www.tse.jus.br/hotSites/estatistica2008/est_result/resultadoEleicao.htm) e do Raio-X da eleição – UOL Eleições 2008 (http://eleicoes.uol.com.br/2008/raio-x-da-eleicao/prefeitos-eleitos/), acessados no dia 18 de outubro de 2012, às 21:30h.

Wendel Pinheiro – Membro do Diretório Nacional do PDT 16

Estados PMDB PSDB PT PSD PP PDT PSB DEM PR PTB PPS PV PCdoB PSC PRB PSOL Outros

Espírito Santo 22 13 6 3 3 13 6 2 2 2 1 1 1 3 (2 PMN + 1 PSDC)

Minas Gerais 120 160 109 55 51 13 99 74 68 33 14 2 11 9 35 (8 PTC + 8 PMN + 7 PTN + 7 PSL + 3 PSDC + 1 PHS + 1 PRTB)

Rio de Janeiro 35 8 10 14 5 3 5 3 2 5 2 2 (1 PTC + 1 PHS)

São Paulo 70 201 64 25 28 26 77 26 61 28 23 6 2 6 (3 PMN + 1 PHS + 1 PSL + 1

PRP)

Região Nordeste

Alagoas 19 13 1 20 3 5 1 2 19 2 6 1 9 (7 PMN + 2 PTdoB)

Bahia 114 26 67 38 8 17 44 41 14 4 18 5 1 16

Ceará 33 54 15 8 2 22 2 9 7 2 2 5 1 17 5 (3 PRP + 1 PHS + 1 PSL)

Maranhão 16 25 9 11 65 7 17 8 9 4 19 1 2 9 13

Paraíba 60 40 5 11 7 12 39 15 23 1 1 1 2 6 (2 PHS + 2 PRP + 1 PMN + 1 PSL)

Wendel Pinheiro – Membro do Diretório Nacional do PDT 17

Estados PMDB PSDB PT PSD PP PDT PSB DEM PR PTB PPS PV30 PCdoB PSC PRB PSOL Outros31

Pernambuco 10 17 8 4 9 49 19 30 30 1 4 2 1 (PMN)

Piauí 35 14 18 9 10 40 8 2 73 7 2 3 3 (2 PMN + 1 PTdoB)

Rio Grande do Norte 37 4 4 19 7 44 17 17 7 3 1 7 (6 PMN + 1

PHS)

Sergipe 13 2 7 1 11 10 6 6 5 1 2 9 1 1 (PTdoB)

Região Sul

Paraná 138 40 32 39 36 13 19 20 22 18 4 1 5 8 (3 PMN + 2 PRTB + 2 PSL + 1 PRP)

Rio Grande do Sul 144 19 61 147 63 12 13 1 31 4 1 (PHS)

Santa Catarina 112 36 34 54 2 1 44 2 3 5

Rápidas observações sobre 2008:

1) Hegemonia do PMDB na Região Sul, além de estados como a Bahia, Mato Grosso do Sul e em grande parte da Região Norte (Amazonas, Pará, Rondônia e Tocantins) e relativa e/ou residual hegemonia na Paraíba, Sergipe, Goiás e Rio de Janeiro. Vale atentar também para a hegemonia “café-com-leite” do PSDB (SP-MG), além de presença marcante no Ceará/Roraima e considerável representação política nos estados da Paraíba e Goiás.

2) Forte presença do PT em estados com atuação histórica da legenda como Rio Grande do Sul, São Paulo, Bahia, Minas Gerais, Acre e Pará, além de presença relativa em estados como o Piauí (4º maior partido) e o Rio de Janeiro (3° maior partido).

3) Atuação considerável do PDT em cidades importantes do Paraná, Rio de Janeiro e Maranhão, além de forte representação no Amapá e o ineditismo da presença trabalhista no estado de São Paulo, em cidades como Campinas.

30

O único município conquistado pelo PV no Rio Grande do Norte em 2008 seria Natal. Na capital potiguar, o PV envidaria todos os seus esforços na eleição de sua única prefeita eleita nas capitais brasileiras, Micarla de Souza. 31

A 16 prefeituras baianas conquistadas pelos “partidos nanicos” em 2008 são, a saber: 4 do PHS, 4 do PRP, 3 do PMN, 2 do PTC, 2 do PRTB e 1 do PSL. A mesma hiper-representação no Maranhão em 2008 pelos mesmos partidos, se daria a partir da presença deles em 13 prefeituras: 4 do PMN, 4 do PRTB, 2 do PRP, 1 do PTC, 1 do PSL e 1 do PSDC.

Wendel Pinheiro – Membro do Diretório Nacional do PDT 18

4) Mesmo com a fragilização gradual do DEM, vale apontar como seus atuais redutos os estados de Santa Catarina, Tocantins, Mato Grosso e Paraíba. Fragilidade sem precedentes na Bahia – outrora seu maior pólo político histórico, onde contou, nas eleições de 2008, com menos de 10% das prefeituras baianas.

5) Presença destacada do PSB na Região Nordeste – mais precisamente em estados como Pernambuco, Piauí e Rio Grande do Norte, além de forte inserção no Ceará – vide influência dos irmãos Gomes (Ciro/Cid).

6) Expressiva representação numérica e/ou proporcional dos “partidos nanicos” nos estados de Minas Gerais, Bahia, Maranhão e Rondônia. Na Região Sul, presença considerável dos partidos nanicos no Paraná.

7) Dos pequenos partidos com marca ideológica, vale atentar para o destaque do PCdoB em estados da federação como a Bahia e, em menor medida, Ceará e Pernambuco. Vide o PV, na atuação em estados como Maranhão, Minas Gerais e São Paulo.

Tabela 5 – Prefeituras 2012

Estados PMDB PSDB PT PSD PP PDT PSB DEM PR PTB PPS PV PCdoB PSC PRB PSOL Outros

Região Norte

Acre 4 6 5 1 1 2 1 2

Amapá 2 3 1 3 1 1 1 1 1 2 (1 PSL + 1

PTdoB)

Amazonas 17 1 4 24 1 4 1 1 2 1 1 2 3 (2 PRP + 1

PRTB)

Pará 27 33 23 11 5 2 5 5 14 4 6 1 5 3 (1 PMN + 1 PHS + 1

PRP)

Rondônia 18 5 6 2 8 2 2 1 5 2 4 (2 PMN + 1 PTN + 1 PRTB)

Roraima 2 4 2 2 3 1 1 (PSL)

Wendel Pinheiro – Membro do Diretório Nacional do PDT 19

Estados PMDB PSDB PT PSD PP PDT PSB DEM PR PTB PPS PV PCdoB PSC PRB PSOL Outros32

Tocantins 24 20 9 31 5 1 16 5 14 6 2 1 5 (2 PTN + 1

PRTB + 1 PRP +

1 PTdoB)

Região Centro-Oeste

Goiás 57 52 17 21 17 9 10 17 9 17 2 4 1 12

Mato Grosso do Sul 23 12 12 1 1 6 4 6 7 1 1 1 4 (2 PTdoB + 1 PRP + 1 PMN)

Mato Grosso 29 4 10 39 5 7 11 11 14 2 6 1 1 1 (PRP)

Região Sudeste

Espírito Santo 14 6 6 1 4 8 22 3 3 2 2 1 6 (3 PRP + 3

PMN)

Minas Gerais 118 143 114 28 70 42 31 63 59 50 27 18 6 14 15 55

Rio de Janeiro 24 2 11 6 8 6 8 2 7 1 1 3 7 3 1 2 (1 PSDC + 1 PMN)

São Paulo 89 174 68 34 27 19 30 45 28 51 26 29 5 5 4 11

Região Nordeste

Alagoas 25 19 2 8 15 5 5 2 8 2 1 3 1 6 (3

32

Em Goiás, as 12 prefeituras são, a saber: 4 do PTC, 2 do PRP, 2 do PTdoB, 1 do PHS, 1 do PPL, 1 do PTN e 1 do PRTB. Já em Minas Gerais, a elevada cifra de 55 prefeituras dos partidos nanicos (!) se explicam a partir da contabilização dos respectivos partidos: 15 do PMN (!), 9 do PTC, 8 do PSL, 6 do PHS, 4 do PTdoB, 4 do PRTB, 3 do PSDC, 3 do PPL, 2 do PRP e 1 do PTN. Porém, em São Paulo, embora o número de prefeituras não seja tão expressivo em relação ao número total de municípios, as 11 prefeituras vencidas por tais partidos são, em linhas gerais, os 4 do PSL, 2 do PRP, 1 do PSDC, 1 do PHS, 1 do PPL, 1 do PTN e 1 do PMN. Idem ao da Bahia, mesmo com os 16 municípios conquistados pelos partidos nanicos: 6 do PTN, 4 do PRP, 2 do PSL, 1 do PRTB, 1 do PTC, 1 do PTdoB e 1 do PMN.

Wendel Pinheiro – Membro do Diretório Nacional do PDT 20

PTdoB + 1 PPL + 1 PMN + 1 PRP)

Estados PMDB PSDB PT PSD PP PDT PSB DEM PR PTB PPS PV PCdoB PSC PRB PSOL Outros33

Bahia 44 9 93 70 52 43 28 9 17 5 3 6 13 6 3 16

Ceará 21 9 29 27 5 8 40 2 6 3 1 7 1 16 8

Maranhão 47 8 10 10 6 8 15 11 16 12 6 20 5 1 24 18

Paraíba 58 30 6 16 4 3 35 23 12 12 3 9 2 10

Pernambuco 7 20 13 21 5 10 59 1 17 25 3 1 2 (1 PRTB + 1 PTC)

Piauí 25 17 21 21 9 8 53 3 4 41 6 1 6 4 5 (3 PSDC + 1 PTC + 1 PRP)

Rio Grande do Norte 51 3 6 21 8 2 19 24 18 2 2 2 1 8 (PMN)

Sergipe 7 4 7 12 5 10 6 6 1 1 11 2 3 (1 PSL + 1 PPL

+ 1 PTdoB)

Região Sul

Paraná 56 75 41 36 27 36 14 23 18 17 20 9 12 13

Rio Grande do Sul 132 20 72 3 136 70 18 9 28 5 1 1 2 (1 PHS + 1 PPL)

Santa Catarina 106 26 45 54 46 7 2 5 1 2 1

De imediato, há de se fazer algumas observações:

33

Da elevada cifra de 17 municípios conquistados pelos partidos nanicos no Maranhão, ver a distribuição destes, a saber: 6 do PTdoB, 4 do PRTB, 3 do PMN, 2 do PHS, 2 do PTC e 1 do PRP. Dos 2 do PTC, um seria eleito pela capital, com o apoio do PDT (no caso, a eleição do Deputado Federal Edivaldo Holanda Jr). No Ceará, dos 8 municípios, 3 seriam do PPL, 2 do PHS, 2 do PSL e 1 do PSDC. Na Paraíba, os 10 municípios conquistados pelos nanicos seriam, a saber: 4 do PTdoB, 2 do PMN, 2 do PSL, 1 do PHS e 1 do PRP. Igualmente, na Região Sul, os 13 municípios do Paraná conquistados pelos mesmos partidos são, em detalhes: 3 do PMN, 2 do PSL, 2 do PHS, 2 do PRTB, 1 do PRP, 1 do PPL, 1 do PTdoB e 1 do PTC.

Wendel Pinheiro – Membro do Diretório Nacional do PDT 21

1) A queda do DEM e dos seus respectivos aliados de direita/centro-direita para o PSD: Entretanto, é errôneo afirmar que os prefeitos eleitos do PSD vieram

majoritariamente do DEM. E esta vez, não foi apenas por causa da formação do PSD, mas PRINCIPALMENTE pela inaptidão político-eleitoral do DEM e de perdas políticas de seus quadros, migrando para outros partidos. É preciso atentar para a queda brusca do DEM na BA, de 44 prefeituras em 2008 para apenas 9 prefeituras, o que corresponde a uma queda de 79,54% e a mísera presença de 2,17% dos 415 municípios baianos. Porém, das 9 cidades conquistadas, o DEM obteve as duas maiores cidades baianas: Feira de Santana e a capital, Salvador. A queda em Santa Catarina, ainda seria maior: das 44 prefeituras em 2008, os democratas apenas elegeriam em 5 cidades catarinenses, correspondendo a queda vertiginosa de 88,63%.

2) Consolidação do PT nos grandes centros urbanos, com a manutenção de quase todas as prefeituras. Das 66 prefeituras conquistadas em 2008, o PT conseguiu manter, no 1° turno de 2012, 28 cidades – o que corresponde a exatos 42,4%. Destes, 22 prefeitos foram reeleitos, o que corresponde a 78,57% das cidades que o PT conseguiu manter desde 2008 e, em particular, 33,3% das prefeituras conquistadas pelo PT em 2008. Vale atentar para um detalhe: na Região Sul, das 8 cidades que o PT conseguiu prosseguir nas eleições, todas elas foram fruto de reeleição. Destaque para as cidades de Canoas (RS) e Brusque (SC).

3) Crescimento do PSB, com destaque aos estados da Região Nordeste (Piauí, Ceará, Paraíba e Pernambuco), Amapá, Rondônia, e até no Rio Grande do Sul, ainda que com um parco aumento no número de prefeituras. Queda expressiva no Rio Grande do Norte e perda de cidades como Curitiba (PR).

4) No PDT, é preciso destacar a manutenção numérica do quantitativo de 36 prefeituras paranaenses em 2008 para as 36 em 2012. Perdas, no 1° turno, de cidades-chaves administradas pelo PDT em cidades como Dourados (MS), Caxias (MA), Garanhuns (PE), São Cristóvão (SE), Serra (ES), Foz do Iguaçu (PR), Paranaguá (PR), Passo Fundo (RS) e Santo Ângelo (RS).

5) O partido pela qual o PDT perderia cidades expressivas nas eleições de 2012, no âmbito dos partidos progressistas, seria o PSB em 8 cidades das 22 perdidas pela legenda trabalhista (36,36%). Estas cidades seriam, a saber: Caxias (MA), São Cristóvão (SE), Dourados (MS), Serra (ES), Campinas (SP), Limeira (SP), Marília (SP) e Foz do Iguaçu (PR).

6) Crescimento considerável do PSOL com candidaturas em cidades-chaves alcançando a cifra acima de 10% dos votos válidos (Fortaleza, Niterói, Florianópolis e Rio de Janeiro), além de passar o PSDB em Porto Alegre (RS) e o PDT em Feira de Santana (BA). O PSOL iria ainda disputar o 2° turno em Belém (PA) e venceria o PDT em Macapá (AP).

7) Queda do PR e PP em âmbito nacional. Mesmo em descenso, o PP ainda é o maior partido em número de prefeituras do Rio Grande do Sul, caindo das 147 prefeituras em 2008 para as 136 em 2012 – uma queda de 7,48%, ainda que suas maiores cidades conquistadas fossem cidades medianas, tais como Santo Ângelo e Bento Gonçalves.

8) Relativa queda do PSDB, embora tenha se destacado em cidades-chaves – algumas, em especial, ganhando do PT em Betim (MG), Viamão (RS), São Leopoldo (RS) e em Pelotas (RS). A única cidade conquistada pelo PSDB no Amazonas seria, paradigmaticamente, a cidade de Manaus, onde Arthur Virgílio Neto venceria a Senadora Vanessa Graziotin (PCdoB). Pífia representação tucana no estado do Rio de Janeiro e perda de 25 para apenas 8 municípios no Maranhão – queda de 68%. No Ceará, o declínio tucano ainda seria paradigmático, caindo dos 54 municípios em 2008 para apenas 9 em 2012, ou seja, uma perda de exatos 83,3%. Ou, em outras palavras, uma queda de 5/6 dos municípios cearenses.

9) Crescimento do PSD principalmente nas pequenas e médias cidades, além da relativa hegemonia em Santa Catarina – explicável em boa parte pela mudança do Governador Raimundo Colombo do DEM para o PSD, motivando a migração de aliados e filiados do DEM ao PSD. Entretanto, frágil presença do PSD nos principais colégios eleitorais do país, como em Minas Gerais, com apenas 28 municípios, e São Paulo, com somente 34 municípios.

10) Excessiva representação dos partidos nanicos, com destaque aos estados de Minas Gerais (55 municípios dos 853 cidades mineiras, isto é, 6,45% - superando partidos como o PTB, PDT, PSB, PSD e PPS), Maranhão (17 municípios), Bahia (16 municípios) e Goiás (12 municípios). Destaque também ao

Wendel Pinheiro – Membro do Diretório Nacional do PDT 22

Rio Grande do Norte, onde o PMN elegeria todos os 8 prefeitos, ao ser o único partido a representar os partidos nanicos. Na Região Sul, o estado do Paraná teve a maior representação de nanicos, com 13 cidades (quatro vezes a mais que Santa Catarina, com apenas 3).

Tabela 6 - Cidades-pólos (Prefeituras – Eleições 2008)

Estados PMDB PSDB PT PSD PP PDT PSB DEM PR PTB PPS PV PCdoB PSC PRB PSOL Outros

Região Norte (41)

Acre 1 1

Amapá 1 1 1

Amazonas 1 1 1 1 2 1 1 (PHS)

Pará 2 3 2 1 1 2 1 2

Rondônia 1 2 1 1

Roraima 2 1 1

Tocantins 1 1 1 2

Região Centro-Oeste (32)

Goiás 5 3 1 3 1 1 2

Mato Grosso do Sul 2 1 1 1

Mato Grosso 3 1 1 1 4 1

Região Sudeste (117)

Espírito Santo 2 4 1 1 1 1

Minas Gerais 7 5 9 2 2 2 1 1 1

Rio de Janeiro 12 2 6 2 2 1 1 1

São Paulo 8 9 15 5 4 3 1 3 1 1

Região Nordeste (99)

Wendel Pinheiro – Membro do Diretório Nacional do PDT 23

Estados PMDB PSDB PT PSD PP PDT PSB DEM PR PTB PPS PV PCdoB PSC PRB PSOL Outros

Alagoas 3 2 1 1 2

Bahia 2 3 3 2 4 2 1 1 (PRTB)

Ceará 4 4 3 1 1 1 2 1

Maranhão 1 3 3 1 1

Paraíba 5 1 2 1 1

Pernambuco 2 1 1 2 3 1 1 2

Piauí 2 1 1 3 1

Rio Grande do Norte 1 1 1 1 3 1

Sergipe 1 1 1 2 1 1

Região Sul (65)

Paraná 5 2 1 4 (3) 4 (5) 1 1 1

Rio Grande do Sul 6 1 11 2 4 2 3

Santa Catarina 3 4 3 3 1 3

Total (partidos) 79 49 68 24/23 29/30 20 21 22 16 8 4 6 5 1 - 2

Total geral 354

Considerações gerais das eleições 2008:

1) O perfil nitidamente do PT com o eleitorado urbano, se constituindo como o 2° maior partido do país presente nas grandes/médias do país. O PT se torna, de fato, um partido nacional, não se prendendo ao seu eixo histórico SP-MG-RS-BA. Entretanto, é preciso atentar para a fragilidade da legenda petista na Região Norte/Centro-Oeste, com maior presença no Pará e em Goiás, na 3ª maior cidade do estado (Anápolis).

2) A presença enraizada do PMDB nos mais diversos rincões do país – embora frágil na Região Norte, com um número de prefeituras menor que o PT. 3) Fragilidade nacional do DEM – embora com presença na 2ª maior cidade baiana, Feira de Santana, e em cidades como Itabuna e Paulo Afonso, São

Paulo (com o então Prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab) e Santa Catarina, sob a influência do Governador Raimundo Colombo. 4) Presença efetiva do PDT nas regiões Sul, Sudeste e Nordeste, com destaque aos estados do Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo e Maranhão. Juntos,

estes estados (sem a contagem da cidade de Londrina) elegeram 16 dos 29 prefeitos das grandes/médias cidades, ou seja, 55,17% da legenda trabalhista. Com a contagem desta cidade paranaense, a cifra sobe para 56,67% das 30 cidades conquistadas pelo PDT.

Wendel Pinheiro – Membro do Diretório Nacional do PDT 24

5) Considerado estes fatores, em 2008, o PDT seria o 4° maior partido em prefeituras das grandes/médias cidades, perdendo apenas para o PMDB, PT e PSDB. De quebra, a agremiação trabalhista estaria a frente de partidos como o PP, PR, DEM, PSB e PTB.

6) A performance do PCdoB à frente de partidos como o PV e o PSC, com a presença destacada no Ceará, Pernambuco e na conquista inédita de sua única prefeitura de capital, Aracaju.

Tabela 7 - Cidades-pólos (Prefeituras – Eleições 2012)

Estados PMDB PSDB PT PSD PP PDT PSB DEM PR PTB PPS PV PCdoB PSC PRB PSOL Outros

Região Norte (41)

Acre 1 1

Amapá 1 1 1

Amazonas 1 1 1 3 1 1 (PRP)

Pará 2 6 2 1 2 1

Rondônia 1 1 2 1 (PMN)

Roraima 1 1 1 1

Tocantins 1 1 1 1 1

Região Centro-Oeste (32)

Goiás 3 1 3 3 1 1 2 1 1 (PPL)

Mato Grosso do Sul 1 1 1 1 1

Mato Grosso 5 1 1 1 1 1 1

Região Sudeste (117)

Espírito Santo 2 2 3 1 2

Minas Gerais 5 5 8 1 3 3 2 1 1 1

Rio de Janeiro 7 1 3 1 2 2 2 3 1 2 2 1 (PMN)

São Paulo 7 14 13 3 1 4 1 1 4 1 1 (PTN)

Wendel Pinheiro – Membro do Diretório Nacional do PDT 25

Estados PMDB PSDB PT PSD PP PDT PSB DEM PR PTB PPS PV PCdoB PSC PRB PSOL Outros

Região Nordeste (99)

Alagoas 1 3 1 1 2 1

Bahia 3 2 4 3 2 1 1 2 (1 PRTB + 1 PTN)

Ceará 2 3 1 6 1 1 3

Maranhão 3 1 2 1 1 1 (PTC)

Paraíba 3 2 1 3 1 (PRP)

Pernambuco 1 2 1 1 1 4 2 1

Piauí 1 1 2 1 2 1

Rio Grande do Norte 1 1 2 1 2 1 (PMN)

Sergipe 1 1 1 1 2 1

Região Sul (65)

Paraná 3 3 2 1 4 1 1 2 1 1 (PHS)

Rio Grande do Sul 4 4 9 4 5 1 1 1

Santa Catarina 7 2 3 4 1

Total (partidos) 60 45 62 24 23 25 39 10 10 10 9 7 7 6 5 1 11

Total geral 354

Considerações e peculiaridades sobre a eleição de 2012 e as comparações com 2008:

1) Representação exacerbada dos partidos nanicos, com o aumento de 550% (!!!), das 2 cidades-pólos em 2008 para as 11 em 2012, superando partidos como o DEM (10), PR (10), PTB (10), PPS (9), PCdoB (7), PV (7), PSC (6), PRB (5) e PSOL (1). Destes 11, destaque ao PMN (3 municípios), a conquista de uma capital pelo PTC (São Luís-MA) e de cidades como Eunápolis (BA), Nilópolis (RJ) e Itaquaquecetuba (SP).

2) Avanço da legenda petista, ainda que tímido, nas grandes e médias cidades do interior. Destaque às conquistas de cidades como Goiânia (GO), Valparaíso de Goiás (GO), Parnaíba (PI), Sobral (CE), João Pessoa (PB), Teixeira de Freitas (BA), Uberlândia (MG), Angra dos Reis (RJ), São José dos Campos (SP), Jundiaí (SP), São Paulo (SP), Alvorada (RS) e Rio Grande (RS). Destas, 3 são capitais: Goiânia, João Pessoa e São Paulo.

3) Embora com tais perspectivas, vale apontar a queda no PT no Rio Grande do Sul, de 11 para 9 cidades-pólos, isto é, a perda de 18,2%. Destas, o PT lograria derrotas para o PSDB em São Leopoldo e Viamão, além do revés do 2° turno para a mesma legenda tucana em Pelotas. Das perdas, destaque

Wendel Pinheiro – Membro do Diretório Nacional do PDT 26

em São Paulo, onde a queda de 15 cidades-pólos em 2008 para 13 em 2012 resultaria no decréscimo de 13,3%. Dentre as derrotas no Estado de São Paulo, o PT perderia 3 prefeituras para o PV. Mas isto seria compensado com a vitória do PT sobre o PSDB na capital e em vitórias bastante simbólicas, como em São José dos Campos34 e Bragança Paulista35 (cidades governadas pelo PSDB), além de Santo André. No Rio de Janeiro, queda brusca da legenda petista pela metade, das 6 para apenas 3 cidades-pólos, fruto da coalizão PT-PMDB. Destas 3, apenas uma resultaria nesta aliança (Niterói).

4) Assim, o PT obteve perdas sintomáticas em cidades como Santana (AP), Itacoatiara (AM), Porto Velho (RO), Santarém (PA), Palmas (TO), Juazeiro do Norte (CE), Fortaleza (CE), Recife (PE), Lauro de Freitas (BA), Betim (MG), Contagem (MG), Teófilo Otoni (MG), Vitória (ES), Petrópolis (RJ), Belford Roxo (RJ), Nova Iguaçu (RJ), Diadema (SP), São Carlos (SP), Sumaré (SP), Suzano (SP), Joinville (SC), Novo Hamburgo (RS), Gravataí (RS), São Leopoldo (RS) e Viamão (RS). Destas, a derrota para o PSDB estaria em municípios como Santarém, Betim, São Carlos, Sumaré, Suzano, Viamão36 e São Leopoldo37, alcançando a marca de 29,17% dos municípios perdidos pelo PT.

5) Pulverização de forças políticas presente nos estados do Amapá, Paraíba, Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro e Paraná. 6) Hiper-representação peemedebista em Santa Catarina, de 3 para 7 cidades-pólos em 2012 – com destaque à cidade de Joinville, maior cidade do estado.

O PMDB conquistaria 41,18% de todas as cidades-pólos de SC, bem à frente de partidos como o PSD e o PT. Entretanto, além de perder a capital catarinense para o PMDB, a agremiação peemedebista sofreria uma diminuição expressiva em 2012 das áreas de influência do Rio de Janeiro – dos 12 municípios em 2008 para apenas 7 em 2012, representando uma queda de 41,66%. Em MG, o PMDB estaria em cidades como Uberaba e Juiz de Fora.

7) Conquista do PSDB no Nordeste, em cidades como Imperatriz (MA), Campina Grande (PB) e em duas capitais: Maceió (AL) e Teresina (PI). A legenda tucana ainda avançaria na Grande Recife, ao assegurar a reeleição em Jaboatão dos Guararapes, além de vencer o PCdoB em Camaragibe e, por pouco, não levar Daniel Coelho ao 2° turno na capital pernambucana. Manutenção do PSDB na conquista das maiores cidades de MG, ainda que viesse a perder cidades do porte de Juiz de Fora. Como consolo, venceria o PT em Betim. Crescimento da legenda tucana em SP, avançando de 9 cidades-pólos em 2008 para 14 em 2012 – um crescimento real de 55,5%. O PSDB paulista avançaria na Grande São Paulo, conquistando cidades como Ferraz de Vasconcellos, Sumaré e Suzano. Destas 3, o PSDB venceria do PT em Sumaré e Suzano, além de vencer o PSB em Ferraz de Vasconcellos. Entretanto, o PSDB perderia espaço em Maranhão, Goiás (ambos perdendo 2/3 de suas cidades-pólos em seus respectivos estados) e Santa Catarina – perda da metade das cidades expressivas, de 4 para apenas 2 cidades-pólos.

8) Nas cidades grandes e médias, apenas em 4 cidades o PSD38 reelegeria os seus prefeitos oriundos do DEM, como em Vitória de Santo Antão (PE), Rio Verde (GO), Mogi das Cruzes (SP) e Ribeirão Preto (SP). As vitórias mais expressivas do PSD estariam em cidades como Luziânia (GO), Rio Verde (GO),

34

Onde o PT terminou, nestas eleições, com os 16 anos de hegemonia do PSDB na cidade mais importante do Vale do Paraíba, com a vitória do Deputado Estadual Carlinhos Almeida. A última prefeita do PT nesta cidade seria a Ângela Guadagnin (1993-1996). 35

Por apenas 0,2% (ou exatos 21 votos!), Fernão Dias (PT) passaria seu adversário, Renato Frangini (DEM), com 38,07% dos votos válidos – isto é, 32.605 votos –, contra os 38,05% do candidato do DEM, equivalente a 32.584 votos. 36

Cidade trabalhista histórica da Grande Porto Alegre com prefeitos do naipe de Tapir Rocha e Jorge Chiden, Viamão presenciaria a derrota, em 2012, do PT para o PSDB! 37

Ronaldo Zulke (PT), ex-dirigente da UEE-RS no início da década de 1980, perderia para o PSDB. 38

Ver disputa em Ribeirão Preto, onde a atual Prefeita Darcy Vera (PSD) pode se reeleger. Ela é oriunda do DEM.

Wendel Pinheiro – Membro do Diretório Nacional do PDT 27

Porto Seguro (BA), Nova Friburgo (RJ), Mogi das Cruzes (SP), Ribeirão Preto (SP), Londrina (PR), Palhoça (SC), Chapecó (SC), São José (SC) e em sua única capital, Florianópolis (SC). Inexpressiva presença do PSD em MG, com apenas um município de média expressão (!), Patos de Minas. Porém, é necessário enfatizar a presença destacada do PSD nos estados do Amazonas, Goiás e Santa Catarina (com destaque às conquistas do eixo Florianópolis/São José).

9) Queda violentíssima do DEM, de 21 cidades-pólos em 2008 para apenas 10 (!), o que significa, na prática, uma perda de 52,38% – queda apenas inferior ao PR, na marca de 54,5%, das respectivas 22 cidades-pólos para 10 em 2012. Porém, em meio às perdas, o DEM lograria uma vitória compensatória, buscando assegurar um alento à legenda. Isto se deu em cidades como Mossoró (RN), Aracaju (SE), Feira de Santana (BA), Salvador (BA), Vila Velha (ES), Barueri (SP) e São José dos Pinhais (PR). Destas, duas são capitais (Aracaju e Salvador) e 4 destas 7 estão na Região Nordeste. Mesmo com a queda brusca no número de prefeituras baianas em relação a 2008, a vitória do DEM nas duas maiores cidades da Bahia – Salvador e Feira de Santana – credencia o DEM a se apresentar como uma opção liberal-conservadora na disputa para o governo baiano em 2014. Idem a Sergipe, onde o DEM também toma fôlego e se torna uma força afim para 2014.

10) Embora o PP avançasse na conquista de 2 para 3 municípios de grande/médio porte em MG, é preciso consignar sobre a derrota pepista em um município estratégico como Uberlândia (localizada no Triângulo Mineiro). As três cidades conquistadas pelo PP em 2012 (Araguari, Ibirité e Sete Lagoas), juntas, possuem população inferior a Uberlândia. Em SP, o PP, outrora um partido forte nas décadas de 1980 e 1990 (pelos antigos PDS, PPR e PPB de Paulo Maluf), se contentaria em avançar modestamente de nenhuma cidade média/grande em 2008 para uma cidade-pólo em 2012, São Vicente. Idem a Santa Catarina que, do auge nas décadas de 1980 e 1990 com Espiridião Amin, perderia suas 3 cidades-pólos para apenas uma em 2012 (Itajaí). Queda brusca de ¾ das cidades pólos no Paraná em 2012, das 4 para apenas 1, vencendo apenas em Maringá no 2° turno. Como curiosidade, a única cidade conquistada pelo PP em Mato Grosso do Sul seria a capital, Campo Grande, reduto tradicional do PMDB de André Pucinelli.

11) Pelo PR, é preciso que se afirme sobre a conquista deste partido em cidades pequenas. Ainda assim, vale destacar as conquista de 3 cidades fluminenses: São Gonçalo (RJ), 2ª maior cidade do estado do Rio de Janeiro, Campos e Araruama – fruto da influência do Deputado Federal Anthony Garotinho, se firmando internamente no PR como uma das maiores lideranças nacionais deste partido. Igualmente, é válido atentar as vitórias do PR nas 3 cidades de médio porte como Araguaína (TO), Paço do Lumiar (MA) e Maracanaú (CE).

12) Destaque nacional para o PDT, a saber, no Rio Grande do Norte, onde as duas prefeituras conquistadas estão, na verdade, entre as três maiores cidades do estado potiguar: Natal (capital) e Parnamirim. Igualmente, vale ressaltar a conquista de três capitais, sendo duas delas na Região Sul (Porto Alegre e Curitiba) e, destas, a capital gaúcha se destacaria pela avassaladora vitória de José Fortunati, onde lograria o recorde de ser o candidato mais votado do país em votos válidos – com os 65,22% do trabalhista gaúcho39 contra os 64,6% de Eduardo Paes (PMDB) no Rio de Janeiro, levando em conta o forte percentual na capital fluminense, entre abstenções/brancos/nulos, de 33,96%.

13) Consolidação da presença do PDT na Região Sul, principalmente no Rio Grande do Sul – com a conquista das duas maiores cidades gaúchas – e Paraná. Igualmente, podemos mencionar sobre a inserção expressiva da legenda trabalhista na Região Nordeste, com destaque aos estados da Bahia, Rio Grande do Norte e Ceará. Quando a este estado, em especial, é preciso ressaltar sobre a excelente performance político-eleitoral de Heitor Ferrer, como o mais novo expoente de expressão trabalhista na Região Nordeste, mesmo com os exíguos recursos estruturais e o reduzido tempo de televisão, decorrente da aliança PDT-PPS. É necessário consignar também as vitórias do PDT nos municípios fluminenses de São João de Meriti e Cabo Frio.

14) Embora o PDT tenha avançado na conquista de duas cidades no Espírito Santo (Aracruz e Linhares), a população de ambas é inferior à cidade de Serra, onde o PDT perdeu para o PSB. Vale também ressaltar a perda emblemática do PDT nas grandes cidades de São Paulo. Da queda de 28 para 19

39

Já a junção de abstenções, votos brancos e nulos chegariam a 33,96% na capital fluminense.

Wendel Pinheiro – Membro do Diretório Nacional do PDT 28

municípios em 2012, dentre os 9 municípios perdidos, 5 deles estariam entre as grandes/médias cidades conquistadas pelo PDT em 2008, correspondendo a 55,5% de todas as cidades perdidas. As 5 grandes cidades seriam, a saber: Campinas, Indaiatuba, Limeira, Marília e Santa Bárbara d’Oeste. Destas 5 cidades paulistas, o PDT perderia 3 delas para o PSB (Campinas, Limeira e Marília) e ainda ficaria em 3° lugar, nas eleições em Santa Bárbara d’Oeste, ao perder para o PV. Ainda neste aspecto, a falta de prioridade política do PDT na grande Campinas refletiria na reeleição do PSDB em uma cidade histórica trabalhista em SP, Americana, liderada pelo trabalhista Waldemar Tebaldi (1989-1992 e 1997-2004). O PDT ainda perderia o 2° turno em Guarujá para o PMDB, em aliança com o PT. Derrota do PDT também nas maiores cidades do Grande Rio (São Gonçalo, Nova Iguaçu e Niterói). Destas, o melhor resultado estaria em Niterói, com destaque a Felipe Peixoto que, isolado e enfrentando a fortíssima rejeição de Jorge Roberto Silveira (acima dos 60%), perderia por menos de 5% dos votos para Rodrigo Neves (PT) – candidato com o apoio oficial do Governador Sérgio Cabral (PMDB).

15) Em contrapartida, o PDT manteria as cidades de Caruaru (PE), Parnamirim (RN), Nossa Senhora do Socorro (SE), Umuarama (PR), Cascavel (PR), São Borja (RS) e Ijuí (RS). Destas, apenas em São Borja não houve reeleição.

16) O PSB praticamente dobrou o número de cidades-pólos, dos 20 em 2008 para 39 em 2012 – um aumento real de 95% (!). Representação expressiva da legenda socialista nas Regiões Nordeste e Sudeste (juntas, correspondem a 32 cidades pólos, isto é, 82,05% de todas as 39). Das 7 cidades-pólos restantes, 5 se localizam nas Regiões Norte/Centro-Oeste (71,43% das 7 restantes e 12,82% das 39 cidades-pólos controladas pelo PSB no país). Destas 5 cidades, 2 são capitais (Porto Velho e Cuiabá), correspondendo a 40% das grandes/médias cidades conquistadas pelo PSB na Região Norte/Centro-Oeste.

17) Dentre as atuações do PSB vale atentar algumas peculiaridades. Por exemplo, das duas cidades conquistadas pelo PSB em Rondônia, as duas são as maiores cidades do estado – Ji-Paraná e a capital, Porto Velho. A agremiação socialista manteve cidades como Paulista (PE) e reelegeu candidatos no primeiro turno em cidades como São Lourenço da Mata (PE), Rio Largo (AL), São Mateus (ES), Belo Horizonte (MG), São José do Rio Preto (SP) e Cachoeirinha (RS). O PSB ainda venceria cidades médias ou de vulto, ainda em 1° turno, como Caxias (MA)40, Maranguape (CE), Bayeux (PB), Recife (PE), Cabo de Santo Agostinho (PE), São Cristóvão (SE), Serra (ES), Guarapari (ES), Conselheiro Lafaiete (MG), Santa Luzia (MG), Limeira (SP) e Marília (SP). Vitórias no 2° turno nas cidades de Porto Velho (RO), Fortaleza (CE), Cuiabá (MT), Petrópolis (RJ), Duque de Caxias (RJ) e Campinas (SP), onde consolidaria a presença do PSB em quase todas as regiões do país – exceto no Sul, com a presença em apenas 2 cidades-pólos (5,13% do total no país).

18) Vale atentar que o crescimento tão alardeado e cogitado pelo PCdoB foi muito tímido, frente ao planejamento da legenda comunista para as eleições de 2012 – vide os fracassos em Macapá (AP), Fortaleza (CE), Goiânia (GO), Florianópolis (SC) e, em especial, nas cidades de Porto Alegre (RS) e Manaus (AM), com a aposta no projeto Manuela D’Ávila/Vanessa Graziotin. Em Aracaju, o PCdoB não foi capaz sequer de emplacar um sucessor pelo PSB, perdendo as eleições para o DEM. Destaque, entretanto, regional do PCdoB, com a vitória inédita em 3 municípios do Rio de Janeiro – com destaque às cidades de Barra Mansa e Belford Roxo, além da manutenção da prefeitura de Olinda (PE), a vitória emblemática em Contagem (MG) contra o PT e a eleição em Jundiaí (SP), pondo fim à hegemonia tucana de 16 anos.

19) Destaque do PRB no Ceará – onde, dentre as 3 cidades-pólos, a legenda republicana reelege seu prefeito na 2ª maior cidade cearense (Caucaia). O PRB também conquistaria cidades como Itabuna (BA) e Montes Claros (MG).

20) Crescimento quase que exponencial do PV, conquistando cidades de envergadura simbólica como Diadema (SP). Aliás, das 7 cidades-pólos obtidas pelos verdes em 2012, 4 seriam conquistadas no estado de São Paulo. E das 4, o PV venceria o PT em 3 delas (Diadema, Francisco Morato e Itapevi) e o PDT em Santa Bárbara d’Oeste.

40

Em 2008, o PDT teria o domínio da prefeitura de Caxias (MA).

Wendel Pinheiro – Membro do Diretório Nacional do PDT 29

21) Presença expressiva do PPS no sul do Pará (Marabá e Tucuruí) e no Espírito Santo, consolidando-se enquanto força política. As duas únicas cidades capixabas conquistadas seriam, a saber, cidades de expressão na Grande Vitória, como Vitória (capital) e Cariacica. Presença na Região Sul – em especial, na única perda do PDT em uma cidade-pólo gaúcha como Passo Fundo (RS) e na vitória do PPS em Guarapuava (PR) e Ponta Grossa (PR).

Tabela 8 – Ranking de cidades-pólos no Brasil

Posição Cidades-Pólos (2008) Percentual de cidades-pólos sobre

prefeituras por partido (2008)

Cidades-Pólos (2012) Percentual de cidades-pólos sobre

prefeituras por partido (2012)

Comparativo do número de cidades-pólos (2008 x 2012)

1° PMDB (79) PCdoB (15%) PT (62) PSOL (50%) Partidos nanicos (550%)

2° PT (68) PT (12,19%) PMDB (60) PCdoB (12,5%) PRB (500%)

3° PSDB (49) PDT (8,45% / 8,72%) PSDB (45) PT (9,76%) PSOL (100%)

4° PDT (29/30) PSC (8,62%) PSB (39) PSB (8,82%) PSB (95%)

5° PP (24/23) PMDB (6,54%) PDT (25) PDT (8,04%) PV (75%)

6° PR (22) PSB (6,37%) PSD (24) PPS (7,32%) PSC (20%)

7° DEM (21) PSDB (6,22%) PP (23) PV (7,29%) PCdoB (16,67%)

8° PSB (20) PPS (6,11%) Partidos nanicos (11) PSC (7,23%) PPS (12,5%)

9° PTB (16) PR (5,76%) DEM (10), PR (10) e PTB (10)

PSDB (6,41%) e PRB (6,41%)

PP (-4,17% / 0%)

10° PPS (8) PV (5,26%) PPS (9) PMDB (5,86%) PSDB (-8,16%)

11° PCdoB (6) PP (4,31% / 4,14%) PCdoB (7) e PV (7) Partidos nanicos (5,5%)

PT (-11,76%)

12° PSC (5) DEM (4,19%) PSC (6) PP (4,90%) PDT (-13,79% / -16,77%)

13º PV (4) PTB (3,85%) PRB (5) PSD (4,83%) PMDB (-24,05%)

14° Partidos nanicos (2) PRB (1,85%) PSOL (1) PR (3,63%) PTB (-37,5%)

15° PRB (1) Partidos nanicos (1,44%)

DEM (3,60%) DEM (-52,38%)

16° PSOL (0) PTB (3,39%) PR (-54,5%)

É possível atentar para alguns fatores, a saber:

Wendel Pinheiro – Membro do Diretório Nacional do PDT 30

1) O inequívoco caráter urbano de partidos progressistas como o PT, PCdoB, PDT e PSB. Dos 4, podemos evidenciar o excelente desempenho do PCdoB

que, mesmo caindo de percentual, possui uma ótima inserção nas cidades-pólos do país (15% do total de prefeituras conquistadas em 2008 versus 12,5% em 2012) e o forte crescimento do PSB, com o aumento de 95% no número de cidades-pólos (das 20 em 2008 para 39 em 2012, correspondendo a 8,82% do total das 441 prefeituras conquistadas pela legenda socialista em 2012).

2) Por outro lado, o percentual superdimensionado do PSOL de 50% em 2012 nas cidades-pólos se explica diante da existência da cidade-pólo de Macapá, correspondendo a metade das duas prefeituras conquistadas.

3) O crescimento considerável de legendas como o PPS, PRB, PSC e PV, na construção de um projeto nacional próprio – ao começar a se inserir nos grandes pólos. Seja pelo seu discurso ideológico alternativo (verdes) ou ao centro (PRB e PSC) e centro-direita (PPS), tais legendas auferem, aos poucos, a legitimidade política junto ao seu eleitorado urbano.

4) O aumento exacerbado dos partidos nanicos, com o percentual de 550% (!), constituindo-se no maior crescimento do país, se comparado aos demais partidos, passando de 2 cidades-pólos (2008) para 11, alçando da 14ª para a 8ª colocação em 2012, com 5,5% do total de todas as prefeituras conquistadas entre as grandes/médias cidades – incluindo, é claro, a conquista de uma capital, São Luís (vale lembrar que tal conquista foi fruto da aliança do PTC com partidos ideológicos como o PDT, o PSB e o PCdoB contra o PSDB).

5) A queda brusca de partidos como o PTB (37,5%), DEM (52,38%) e PR (54,5%), sem lograr maior inserção nas grandes e médias cidades. Suas prefeituras são fruto das conquistas de municípios de pequeno porte ou mesmo inexpressivos. No caso do PTB e do PR, a falta de uma marca identitária os prejudicou em boa parte das eleições que tais legendas disputaram. E no DEM, isso se deve não apenas a saída de seus quadros do PSD, mas na péssima performance de seus candidatos e a aposta na tônica liberal-conservadora. Vale destacar que as grandes cidades conquistadas pelo DEM (Salvador, Aracaju e Feira de Santana) foram fruto na aposta de candidatos com perfil carismático e com o deslocamento do discurso de centro-direita para o centro – logrando, inclusive em certos casos, até no voto útil de setores de centro-esquerda, como no caso de Salvador.

6) No mesmo sentido, queda de quase ¼ de cidades-pólos pelo PMDB (- 24,05%), com o desempenho pífio de 10° lugar, com apenas 5,86% em 2012 de cidades grandes/médias sobre o conjunto de prefeituras conquistadas pela legenda peemedebista – se comparado a 2008, na 5ª colocação com 6,54%. Queda do 1° lugar (79 cidades-pólos) para o 2° lugar (60), com a conquista apenas de duas capitais: Rio de Janeiro e Boa Vista. Das duas, a conquista do PMDB se deveu, dentre outras coisas, não apenas à ausência da candidatura de Marcelo Crivella (PRB), na condição de Ministro da Pesca – o que obrigaria, ao menos, a existência ao 2° turno na capital fluminense –, como também à ampla coalizão da base governista nacional se reproduzindo quase que majoritariamente na eleição municipal (com exceção do PR, coligado ao DEM) e ao altíssimo contingente de abstenções/brancos/nulos que, somados, chegariam aos 33,96%. Diante da pulverização política e da emergência de novas forças políticas no cenário regional/nacional, gradativamente o PMDB vai perdendo a sua centralidade política, se levarmos em conta – salvaguardadas as conjunturas históricas específicas – uma comparação do PMDB com o histórico PSD de JK/Tancredo/Ulisses/Amaral Peixoto dos meados da década de 1940 a 1965.

7) A estagnação ou leve queda de partidos históricos de esquerda e de direita como o PP, o PSDB, o PDT e o PT nos grandes e médios centros urbanos. Destes, destaque para o PP que conquistou duas capitais com parca expressão nacional (Campo Grande e Palmas) e a perda considerável do PT nas capitais como Recife, Fortaleza e Vitória, ainda que viesse a conquistar São Paulo. Porém, a queda do PDT estaria contrabalançada com a conquista de três capitais (Porto Alegre, Curitiba e Natal) e a do PSDB com a inserção no Norte/Nordeste, com a vitória em Maceió, Teresina, Belém e Manaus.

8) Ausência de representação do PSTU, PCO e PCB tanto em 2008 quanto em 2012 não apenas nas cidades-pólos, mas em todas as prefeituras do país.

Wendel Pinheiro – Membro do Diretório Nacional do PDT 31

Tabela 9 – Total de votos recebidos por partido e ranking (Eleição Majoritária/Prefeito – 1° turno)41

Partidos Eleições 199642 Eleições 2000 Eleições 2004 Eleições 2008 Eleições 2012

PMDB 13.258.512 (2°) 14.249.339 (3°) 18.641.125 (1°) 16.837.079 (2°)

PSDB 13.507.709 (1°) 15.747.592 (2°) 14.625.329 (3°) 14.332.800 (3°)

PT 11.938.803 (4°) 16.326.047 (1°) 16.612.898 (2°) 17.302.787 (1°)

PSD 1.271.071 (12°) - - 6.034.892 (6°)

PPB/PP 6.812.860 (5°) 6.103.294 (5°) 6.188.641 (5°) 5.397.237 (7°)

PSB 3.860.115 (8°) 4.475.295 (10°) 5.738.965 (7°) 8.786.902 (4°)

PDT 5.612.065 (7°) 5.566.971 (6°) 6.107.536 (6°) 6.327.951 (5°)

PTB 5.803.558 (6°) 5.255.238 (7°) 5.142.099 (9°) 4.128.556 (9°)

PFL/DEM 12.970.444 (3°) 11.238.408 (4°) 9.406.771 (4°) 4.577.847 (8°)

PL/PR 2.541.899 (10°) 5.022.323 (8°) 4.310.696 (10°) 3.933.973 (10°)

PPS 3.506.432 (9°) 4.947.853 (9°) 2.829.206 (12°) 2.454.456 (13°)

PV 644.638 (13°) 1.368.696 (12°) 2.959.001 (11°) 2.158.560 (15°)

PSC 533.550 (14°) 506.564 (14°) 1.026.326 (16°) 1.681.425 (17°)

PRB - - - 1.536.549 (15°) 2.539.804 (12°)

PCdoB 382.827 (15°) 889.065 (13°) 1.767.500 (14°) 2.097.799 (16°)

41

Dados obtidos de http://eleicoes.uol.com.br/2012/raio-x/partidos-e-prefeitos/votos-por-partido/ e de http://eleicoes.uol.com.br/2008/raio-x-da-eleicao/votos-por-partido/1-turno.jhtm, acessados no dia 06 de novembro de 2012, às 12:20h, além dos artigos de FLEISCHER, David. As eleições municipais no Brasil, uma análise comparativa (1982-2000). Opinião Pública, Campinas, Vol. VIII, n° 1, 2002, pp. 80-105, em http://www.scielo.br/pdf/op/v8n1/14875.pdf, acessado no dia 04 de novembro de 2012, às 22:49h, e de ALVES, José Eustáquio Diniz. As eleições municipais de 2004 e o bipartidarismo de coalizão. Rio de Janeiro: Escola Nacional de Ciências Estatísticas, 2007, em http://www.ence.ibge.gov.br/c/document_library/get_file?uuid=5cc6adb3-855a-45f9-8d5d-2885c76e920e&groupId=37690208, acessado no dia 08 de novembro de 2012, às 14:08h. Não utilizei os dados do jornalista político da Folha de São Paulo, Fernando Rodrigues, em http://fernandorodrigues.blogosfera.uol.com.br/2012/10/, acessado no dia 08 de novembro de 2012, às 14:27h, pois em seus dados, por mais que houvesse exatidão, na soma de “outros” (por exemplo, nas eleições de 2004, 2008 e 2012) estariam juntos com os partidos nanicos não apenas o PSC, o PRB e o PSOL, mas também micropartidos de esquerda com seu caráter identitário (PSTU, PCB e PCO), cometendo assim certa injustiça, ao somar como “partidos nanicos” os pequenos partidos com identidade ideológica e/ou com certa inserção e lastro representativo no eleitorado nacional. Sobre os dados de 2008 sobre o comparecimento dos eleitores, ver em http://www.tse.jus.br/hotSites/estatistica2008/est_result/quadroComparecimento.htm, acessado no dia 06 de novembro de 2012, às 23:07h. Um estudo também importante é o de AVELAR, Lúcia e WALTER, Maria Inez Machado Telles. Lentas mudanças: o voto e a política tradicional. Opinião Pública [online]. 2008, vol.14, n.1, pp. 96-122, em http://www.scielo.br/pdf/op/v14n1/04.pdf, acessado no dia 10 de novembro de 2012, às 23:15h. 42

Provisoriamente, diante dos problemas de conexão no sítio oficial do TSE, não conseguimos obter os votos dos partidos em 1996 tanto para prefeito quanto para vereador. O número extraído de votos válidos, abstenções e brancos/nulos foi decorrente dos diversos artigos e estudos acadêmicos de respeitáveis cientistas políticos, em consonância com os resultados da Justiça Eleitoral.

Wendel Pinheiro – Membro do Diretório Nacional do PDT 32

Partidos Eleições 1996 Eleições 2000 Eleições 2004 Eleições 2008 Eleições 2012

PSOL - - - 795.275 (17°) 2.389.124 (14°)

Partidos nanicos 1.719.106 (11°) 3.248.639 (11°) 2.427.161 (13°) 3.377.713 (11°)

PSTU/PCB/PCO43 122.327 (16°) 245.572 (15°) 150.839 (18°) 231.855 (18°)

Total (votos válidos) 74.094.960 84.486.108 95.190.896 100.115.078 104.590.460

Abstenções 18.143.634 16.262.995 17.002.511 18.721.420 22.736.804

Votos brancos + nulos 6.693.731 7.736.609 6.053.717 8.172.256 9.114.956

Eleitores não aptos a votar44

1.571.254 1.797.838 2.102.098

Total 98.932.325 108.485.712 119.818.378 128.086.592 138.544.318

É possível atentar para alguns detalhes, a saber:

1) Crescimento tímido do PT em nível nacional no número de votos em 2012, com apenas 16,54%. A sua 1ª colocação se deveu, principalmente, na presença do PT no 2º turno em São Paulo com Fernando Haddad, superando o eleitorado total do PMDB com apenas 465.708 votos (0,44% dos votos válidos). Entretanto, é preciso apontar, sem dúvidas, o crescimento avassalador do PT nas eleições de 2004 – sem corresponder, entretanto, em 2008, sob o auge de Lula, onde o PT cairia em percentual de votos válidos, dos 17,15% em 2004 para os 16,59% em 2008. E com o governo Dilma, o PT cairia dos 16,59% para os 16,54% dos votos válidos em 2012.

2) Embora o PSDB tenha avançado no número de votos válidos nas eleições de 2000 para 2004, representando um aumento de 3,44%45 (embora caindo da 1ª para a 2ª colocação, atrás do PT), entretanto sua queda seria gradativa, com 14,61% dos votos válidos em 2008 e apenas 13,70% em 2012 – uma queda de 6,23%, mantendo, porém, a 3ª colocação nas eleições de 2008 e de 2012.

3) Mesmo com o aumento sequencial do PMDB até as eleições de 2008, vale atentar, como destaque, para a atuação da legenda peemedebista em 2008, se usufruindo do auge de popularidade do 2° Governo Lula, revertendo não apenas no número de prefeituras conquistadas, mas também de votos. Os

43

Neste aspecto, o artigo retrata, de forma bastante fidedigna, o porquê do encolhimento abrupto de votos do PSTU de 2004 para 2008, a partir do prisma da aliança com o PSOL, perdendo assim o seu caráter identitário e ideológico entre o seu eleitorado. Quem avançaria em votos seria o próprio PSOL. Ver mais detalhes em http://www.ler-qi.org/spip.php?article1371, acessado no dia 08 de novembro de 2012, às 14:14h. 44

Neste caso, são os eleitores residentes no Distrito Federal, Fernando de Noronha e no exterior. Não há dados específicos nas eleições de 1996 e de 2000 em FLEISCHER, David, op.cit. Provavelmente, tais eleitores estejam inclusos naqueles que fizeram a abstenção. 45

O PSDB obteria 15,99% dos votos válidos em 2000, no ápice de sua participação política na Era FHC, e avançaria mais, em pleno 1° Governo Lula, com 16,54% dos votos válidos nas eleições municipais de 2004.

Wendel Pinheiro – Membro do Diretório Nacional do PDT 33

respectivos 18,62% de votos válidos em 2008 obtidos pelo PMDB seriam menores que os 21,69% de prefeituras conquistadas pelo mesmo partido em todo o Brasil.

4) A duplicação no número de cidades-pólos pelo PSB se reverteria também no acréscimo expressivo de votos entre 2008 e 2012 nas eleições majoritárias – por sinal, mais do dobro da diferença de votos (3.047.937 votos na subtração dos votos de 2012 com os de 2008), se for comparado com o diferencial de votos nas eleições de 2008 e de 2004 (1.263.670 votos). Em votos válidos, o acréscimo do PSB em 2012 seria de 46,6%, dos 5,73% de votos válidos em 2008 para os 8,40% em 2012.

5) A retração do PV em 2012 resulta, dentre outras questões, na ausência de candidaturas fortes às prefeituras de capitais, como a de Fernando Gabeira na capital fluminense e a de Micarla de Sousa em Natal, embora tenha mantido a candidatura de Lindomar Garçon em Porto Velho nas duas últimas eleições.

6) A boa votação do PDT no 1° turno se deu, principalmente, pelas votações expressivas dos candidatos das capitais (Porto Alegre, Curitiba, Fortaleza, Natal, Macapá e, incluindo, também, Maceió). Somados, eles representam 1.332.162 votos, ou seja, 21,05% dos votos trabalhistas no 1° turno. De fato, estas capitais salvariam a legenda trabalhista nas eleições de 2012, uma vez que, mesmo crescendo no número de votos válidos em 2012, o PDT praticamente se estagnaria, caindo dos 6,10% dos votos válidos em 2008 para os 6,05% dos válidos em 2012 – levando em consideração o cálculo da evolução dos votos válidos totais de 2008 (100.115.078 votantes) para os de 2012 (104.590.460 votantes), um acréscimo real de 4,47%.

7) Reiterando, as sucessivas quedas do PFL/DEM, tanto no número de prefeitos quanto o de vereadores (exaustivamente citados), refletiriam na queda brusca da votação lograda de 2000 para 2012, a ponto de, nas eleições de 2012, o DEM apenas obter 28,53% (!) da votação lograda em 200046, ou seja, a perda de praticamente ¾ de todos os votos obtidos pelo PFL/DEM no auge da Era FHC, em 2000.

8) Na mesma lógica, é inconteste a queda inexorável do PPS não só em número de prefeituras e de vereadores, mas também em votos, desde que a mesma legenda, após as eleições de 2004, passou a se integrar com os partidos oposicionistas de centro-direita (PSDB e PFL/DEM).

9) A triplicação dos votos do PSOL em 2012 em relação à eleição municipal anterior se explica provavelmente frente à aposta do PSOL às atuações performáticas dos melhores quadros políticos destacados deste partido nas capitais como o Rio de Janeiro, Belém, Fortaleza, Macapá, Florianópolis e até em Porto Alegre, superando o PSDB. A soma dos votos nestas cidades citadas seria de 1.436.382 votos, representando 60,12% do percentual total de dos votos do PSOL. Destes, Marcelo Freixo faria 914.082 votos; em outras palavras, a votação de Freixo significaria 63,64% da votação dos grandes centros acima citados ou, na prática, 38,29% dos votos nacionais do PSOL. De fato, Freixo se tornou, após as eleições de 2012, um dos expoentes nacionais da legenda socialista, simbolizando na prática uma guinada gradual do PSOL à centro-esquerda, entre a linha tênue do socialismo-democrático e/ou da social-democracia, derrotando, assim, os setores mais à esquerda deste partido.

46

Calculando, o PFL/DEM tivera, em 2000, 15,35% dos votos válidos, enquanto que em 2012, o mesmo partido apenas teria 4,38% dos válidos.

Wendel Pinheiro – Membro do Diretório Nacional do PDT 34

Tabela 10 – Total de votos recebidos por partido (voto nominal + voto de legenda) e ranking (Eleição Proporcional/Vereador – 1° turno)

Partidos Eleições 1996 Eleições 2000 Eleições 2004 Eleições 2008 Eleições 201247

PMDB 11.588.047 (1°) 11.061.855 (2°) 11.972.861 (2°) 10.110.816 (2°)

PSDB 9.867.430 (3°) 10.947.044 (3°) 10.708.694 (3°) 7.934.594 (4°)

PT 8.132.685 (5º) 10.431.898 (4°) 10.519.278 (4°) 9.605.285 (3°)

PSD48 - - 5.899.095 (7°)

PPB/PP 7.930.516 (6°) 7.334.209 (6°) 7.244.191 (5°) 6.228.199 (5°)

PSB 3.636.150 (11°) 4.478.449 (11°) 5.990.118 (9°) 6.038.335 (6°) PDT 5.864.359 (8°) 6.124.376 (8°) 6.722.277 (7°) 5.815.533 (8°)

PTB 6.893.295 (7°) 6.844.873 (7°) 6.315.686 (8°) 5.222.492 (9°)

PFL/DEM 10.392.045 (2°) 9.203.801 (5°) 7.995.828 (6°) 4.391.167 (11°)

PL/PR 4.418.015 (9°) 6.121.036 (9°) 5.440.426 (10°) 4.798.453 (10°)

PPS 4.118.570 (10°) 5.299.535 (10°) 4.403.355 (11°) 3.763.930 (13°)

PV 1.167.497 (13°) 2.870.153 (12°) 3.969.705 (12°) 3.805.324 (12°)

PSC 1.910.562 (12°) 2.126.301 (13°) 2.844.789 (13°) 3.272.741 (14°)

PRB - - - 2.329.636 (14°) 2.836.176 (15°)

PCdoB 606.029 (14°) 1.274.362 (14°) 2.172.012 (15°) 2.793.460 (16°)

PSOL - - - 628.828 (16°) 824.641 (17°)

Partidos nanicos 9.865.017 (4°) 12.882.928 (1°) 12.391.078 (1°) 15.097.173 (1°)

PSTU/PCB/PCO 218.044 269.888 (15°) 188.088 (17°) 131.628 (18°)

Total (votos válidos) 69.874.259 86.608.261 97.270.708 101.836.850 98.569.042

Abstenções49 18.143.634 16.262.995 17.002.511 18.721.401 22.736.804

47

Em grande parte, os dados de 2012 foram extraídos da página do DIAP com a Radiografia do voto no 1° turno das eleições municipais de 2012 (baseado nos dados do TSE), em http://www.diap.org.br/images/stories/radiografia_voto.pdf, acessado no dia 06 de novembro de 2012, às 20:33h. 48

Não havia até então o número de votos disponibilizados pelo PSD nas eleições de 2000. Provavelmente o número de votos deste partido esteja entre os partidos nanicos. 49

Porém, é preciso atentar não apenas para a mera desatualização dos dados cadastrais do TSE, vigentes inclusive em 1998, com a informatização da justiça eleitoral, com a existência de 10 milhões de “eleitores fantasmas” dos então 106.076.494 eleitores, correspondendo aproximadamente a 9,5% do e leitorado (ver em http://www.dpnet.com.br/anteriores/1998/09/06/brasil4_2.html, acessado no dia 04 de novembro de 2012, às 10:39h). O mesmo tema voltaria à tona 8 anos depois, nas eleições de 2006, no intuito de explicar o porquê da elevada abstenção, onde, novamente, a explicação para isto se devia à desatualização dos dados (!) do TSE – mesmo com todos os

Wendel Pinheiro – Membro do Diretório Nacional do PDT 35

Votos brancos + nulos 10.914.432 5.614.456 5.547.157 8.248.341 17.238.472

Eleitores não aptos a votar

1.571.254 1.797.838 2.102.098

Total 98.932.325 108.485.71250 121.391.630 128.086.592 138.544.318

Dentre os detalhes, é possível observar algumas nuances – incluindo a comparação dos votos proporcionais (vereadores) com os majoritários (prefeitos):

1) A queda dos votos válidos, em números absolutos, dos 101.836.850 votos em 2008 para os 98.569.042 votos em 2012, o que representa numericamente o percentual de 3,21% a menos dos votos válidos de 2008. Entretanto, se calcularmos a partir do prisma do aumento de 8,16% no número de eleitores de 2008 para 2012 e levarmos em conta a diferença do percentual entre os votos válidos de 2008 (79,50%) e os de 2012 (71,44%), o percentual de queda dos mesmos votos em 2012 aumenta para 10,14%.

2) O crescimento exacerbado dos votos brancos/nulos, dobrando dos 8.248.341 votos em 2008 (6,44%) para os estratosféricos 17.238.472 votos em 2012 (12,44%), refletindo a opção deliberada de parcela bastante significativa do eleitorado em não legitimar o processo eleitoral. Porém, levando em conta o aumento no número de eleitores, o aumento51 real nos votos brancos/nulos chega aos 93,17% (!).

3) O considerável aumento de abstenções (majoritário/proporcional), dos 18.721.401 eleitores em 2008 (14,62%) para o contingente de 22.736.804 eleitores (16,41%), refletindo-se no aumento percentual de 12,24%, incluindo na análise o aumento no número de eleitores. Se levarmos em conta o número de mortos, desde às 17 horas de 5 de outubro de 2008 até às 17 horas de 07 de outubro de 2012, eles alcançariam a marca de 4.611.611 pessoas52 – superior, por sinal, ao acréscimo a mais dos 4.015.403 pessoas que se abstiveram em 2012, se comparado a 2008. Isto aponta para a estabilidade do percentual de abstenções, na marca de 13% a 14%.

recursos tecnológicos afins –, na ordem de 10 milhões de “eleitores fantasmas” dos 125,9 milhões de eleitores (8%), isto é, uma suposta queda, em comparação com 1998, de 15,79% da influência do eleitorado fantasma sobre o conjunto do eleitorado (ver em http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u83212.shtml, acessado no dia 04 de novembro de 2012, às 10:44h). Porém, com o alto índice de abstenções, novamente voltou em tona este debate (ver em http://m.estadao.com.br/noticias/nacional,numeros-revelam-que-abstencao-alta-e-falha-de-cadastro,953081.htm e em http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/numeros-revelam-que-abstencao-alta-e-falha-de-cadastro, acessados no dia 04 de novembro de 2012, às 10:51h). Enfim, tal debate não só reside na atualização dos dados cadastrais do eleitorado, mas também, em que grau está o real índice de abstenções. Pelo sim ou pelo não, o melhor meio para avaliar o grau de participação ou apatia política, diante de tais ponderações, está associado ao índice de votos brancos/nulos. 50

Há uma considerável discrepância do resultado do total de eleitores neste trabalho com o dado final de Fleischer no número de eleitores (2.351.796 eleitores em 1996 contra os exíguos 7688 eleitores em 2000), onde ele quantifica o total de 101.284.121 eleitores (eleições 1996) e de 108.493.400 eleitores (eleições 2000). 51

Sem levar em conta o aumento no número total de eleitores no Brasil entre 2008 e 2012 e apenas levando em conta o número de eleitores que votaram em branco/nulo nas duas últimas eleições, o percentual chega aos assustadores 109%. 52

A justificativa de que o número elevado de abstenções estaria associado à desatualização dos cadastros do TSE tem certa plausibilidade, embora não justifique a elevada cifra de abstenções – ainda mais supondo que todos estes fossem por motivo de falecimento. Neste aspecto, vale citar o mapa comparativo entre os países, com fonte da CIA World Factbook. Nela, em 2012, o Brasil estaria empatado com países como a Irlanda, Coréia do Sul, Chile, Israel e Turquia, com a taxa de mortalidade de 6,38 entre 1000

Wendel Pinheiro – Membro do Diretório Nacional do PDT 36

4) Alternância na oscilação dos votos proporcionais do PMDB, refletindo, de certa forma, o caráter a-ideológico da maioria de seus respectivos candidatos, nos diversos rincões do país.

5) Perda abrupta dos votos dos vereadores tucanos de 2008 para 2012, caindo dos 10,51% dos votos válidos em 2008 para os 8,05% em 2012 – uma queda de 23,41%, quase 4 vezes superior aos 6,23% da perda dos votos obtidos pelo PSDB para prefeito no mesmo período.

6) Crescimento constante e sólido do PCdoB, em prejuízo do “boom” do PV até 2008 e a sua retração em 2012, Entretanto, é possível observar para o avanço tímido, senão risível, do PSOL na comparação do seu voto majoritário em escala nacional com a sua votação proporcional de 0,62% dos votos válidos em 2008 para os 0,84% em 2012 – em contraponto ao quantitativo de votos na majoritária –, logrando um aumento real de 35,48%.

7) Com exceção do PSC, PCdoB, PSOL, PRB e dos “partidos nanicos”, todos os partidos tiveram quedas entre 2008 e 2012 no percentual de votos válidos para vereador, algumas quedas bastante paradigmáticas como as do DEM, PSDB e PPS – ainda que o PSB viesse a ter um acréscimo tímido de sua votação.

8) A subida avassaladora dos partidos nanicos que juntos, do 4° lugar em 2000, alcançou o 1° lugar a partir de 2004 e chegou ao patamar acima dos 15 milhões de votos para vereador em 2012 – com quase 5 milhões de votos acima do 2° lugar (PMDB) com seus pouco mais de 10 milhões de votos e com 2,1 milhões de votos a menos que os votos brancos + nulos (com seus 17,2 milhões de votos). Porém o 1° lugar em votos em 2012 estaria em contraponto ao 4° lugar no ranking de vereadores eleitos. Mesmo assim, isto resulta como o fruto da campanha despolitizada da quase totalidade dos vereadores eleitos pelos partidos nanicos e/ou do voto de protesto de setores do eleitorado que optaram neste voto em detrimento da escolha de tais eleitores na prática da abstenção ou do voto branco/nulo.

habitantes, isto é, de 0,63%, ou, arredondando para 0,6% (ver mais detalhes nos dados em http://www.indexmundi.com/g/g.aspx?c=br&v=26&l=pt e em http://www.indexmundi.com/map/?v=26&l=pt, ambos acessados no dia 08 de novembro de 2012, às 10:15h). Partindo desse pressuposto e levando em conta a população brasileira em 2012 (193.946.886 habitantes), o número em potencial de mortes estaria em 1.163.681 – lembrando-se que as eleições foram em outubro/2012, sem completar o ano, podendo, hipoteticamente, dividirmos o quantitativo de mortos por 12 meses e subtrairmos 3 meses (out/nov/dez). Assim, cada mês (considerando 1 mês com 30 dias) resultaria na média de 96.973 mortos e, subtraindo os três meses (incluindo até outubro), o número total de mortos até o final de setembro de 2012 seria de 872.762 pessoas. Ainda assim, se considerarmos com rigor a data das eleições do 1° turno (07 de outubro de 2012) e levarmos em conta que a cifra de mortos, por dia é de aproximadamente 3.232 pessoas (por hora, cerca de 135 pessoas), podemos calcular, com certa exatidão que, incluindo o número de mortos do dia 1° até às 17h do dia 07 de outubro, o número total seria de 21.687 pessoas. Somados com as 872.762 falecidas entre janeiro e setembro, o número de mortos chegaria a cifra de 894.449 pessoas, ou seja, apenas 0,46% da população brasileira. Mantendo a média da taxa de mortalidade desde outubro de 2008 (0,6% – sem levar em conta as variações entre 6,34 mortos por 1000 em 2008 e 6,38 por 1000 em 2012) e a mesma lógica do cálculo, ao considerarmos as variações populacionais do país de 05 de outubro de 2008 até o dia 07 de outubro de 2012, podemos chegar a conclusões surpreendentes. Partindo dos dados do IBGE (ver em http://www.ibge.gov.br, acessado no dia 08 de novembro de 2012, às 10:46h), a população do Brasil em 2008 era estimada em 189.612.814 habitantes; em 2009, alcançaria a marca de 191.480.630 habitantes. Em 2010, com o censo, o número de habitantes no país alcançaria a marca de 190.755.799 pessoas e, por sua vez, a estimativa de 2011 apontava o quantitativo de 192.376.496 habitantes. Levando em conta o número de mortos, podemos atestar que em 2008 o Brasil alcançaria a marca de 1.137.677 mortes; em 2009, 1.148.884 mortes; já em 2010, a cifra de mortos alcançaria a marca de 1.144.535 pessoas e em 2011, o número de 1.154.259 mortos. Utilizando-se a lógica do cálculo de exclusão dos mortos de 1° de janeiro às 17h de 05 de outubro de 2008, chegando a marca de 868.143 mortos, podemos aferir – desde o término do 1° turno de 2008 a 31 de dezembro de 2008 (269.534 mortos), passando pelos anos de 2009, 2010 e 2011 até 2012, desde 1° de janeiro até o término do 1° turno de 2012 (894.449 mortos) – que a soma total de mortos nesse período foi de 4.611.611 pessoas, por sinal bastante superior à diferença da abstenção no 1° turno de 2008 e do 1° turno de 2012, alcançando a marca de 4.015.403 pessoas. Vale ressaltar, a título de explicação, que o cálculo de 2008 seria, a saber: 853.259 (mortos de jan a set) + 12.640 (mortos no dia 1° a 4 de out) + 2244 (mortos no dia 05 out 2008) = 868.143 mortos; logo, de 05 de out a 31 dez 2008 seria de 269.534 mortos.

Wendel Pinheiro – Membro do Diretório Nacional do PDT 37

9) Dos micropartidos de esquerda, quem assumiu a sua identidade ideológica com um menor sectarismo aumentaria mais os seus votos para vereadores. No caso, o PSTU subiria dos seus 75.890 votos em 2008 para 88.851 votos em 2012, representando um contingente de 67,5% dos votos do bloco PSTU/PCB/PCO. De quebra, o voto na majoritária para o PSTU alcançaria o dobro da proporcional, com 178.412 votos – por sinal, 76,95% da votação de todo o bloco. O sectarismo do PCO, por sua vez, faria reduzir o seu patamar de votos, dos 42.836 votos em 2004 (17,44% dos votos do bloco) para quase 1/10 dos votos em 2008, com apenas 4.987 votos (2,65% dos votos do bloco) e, a seguir, para os pífios 1.875 votos em 2012, isto é, apenas 1,42% de todos os 131.628 votos do bloco PSTU/PCB/PCO. Vale atentar para o elevado número de votos deste bloco de 2000 para 2004, refletindo, de certa forma, o voto emblemático de setores à esquerda do PT, inconformados com as concessões econômicas à centro-direita do primeiro governo Lula (2003-2006).

Entretanto, entre todas estas considerações, vale ressaltar a atuação da legenda trabalhista nos respectivos estados, fazendo um comparativo do desempenho do PDT com as eleições de 2008 e de 2012.

Tabela 11 – Prefeitos do PDT e estados

Cidades conquistadas (Prefeituras 2008)

Cidades conquistadas (Prefeituras 2012)

Percentual (2012)

Brasil 344 311 5,59% 53

Região Norte 20 9 2%

Acre - - -

Amapá 4 - -

Amazonas - 4 6,45%

Pará 9 2 1,39%

Rondônia 2 2 3,85%

Roraima - - -

Tocantins 5 1 0,82%

53

Entretanto, a população residente nas cidades em que o PDT venceu corresponde a 11,99 milhões de habitantes, isto é, 6,37%. Neste quesito, o PDT fica na 5ª colocação, atrás apenas do PT (37,14 milhões – 19,74%), PMDB (30,67 milhões – 16,30%), PSDB (25,18 milhões – 13,39%) e PSB (20,90 milhões – 11,11%) O PDT superaria partidos como o PSD, PP, DEM e PR. Ver mais em http://eleicoes.uol.com.br/2012/raio-x/1-turno/partidos-e-prefeitos/numero-de-habitantes-que-governara/, acessado no dia 14 de novembro de 2012, às 14:33h.

Wendel Pinheiro – Membro do Diretório Nacional do PDT 38

Cidades conquistadas (Prefeituras 2008)

Cidades conquistadas (Prefeituras 2012)

Percentual (2012)

Região Centro Oeste 22 4,72%

Goiás 1 9 3,66%

Mato Grosso do Sul 9 6 7,59%

Mato Grosso 4 7 4,96%

Sudeste 75 4,50%

Espírito Santo 3 8 10,26%

Minas Gerais 51 42 4,92%

Rio de Janeiro 5 6 6,52%

São Paulo 28 19 2,95%

Nordeste 91 5,08%

Alagoas 3 5 4,9%

Bahia 8 43 10,31%

Ceará 2 8 3,69%

Maranhão 65 8 3,69%

Paraíba 7 3 1,35%

Pernambuco 9 10 5,41%

Piauí 10 8 3,57%

Rio Grande do Norte 7 2 0,6%

Sergipe 11 5 6,67%

Sul 111 9,32%

Paraná 36 36 8,52%

Rio Grande do Sul 63 70 14,08%

Santa Catarina 2 7 2,37%

Wendel Pinheiro – Membro do Diretório Nacional do PDT 39

Tais números, de forma pormenorizada, apenas ressaltam e corroboram a consolidação da presença do PDT na Região Sul (crescimento de 11,88%) e a inserção na Região Nordeste (mesmo com a perda vertiginosa no Maranhão), além de uma queda significativa na Região Sudeste, dos 87 municípios em 2008 para 75 em 2012, correspondendo a marca negativa de 13,79%. A presença na Região Centro-Oeste se dá de forma significativa. Embora com perdas em Mato Grosso do Sul, a legenda trabalhista aumentaria consideravelmente em Mato Grosso e avançaria de maneira emblemática em Goiás – ainda que o PDT não conquistasse determinados municípios goianos de expressão mediana. Dentre as cidades conquistadas pelo PDT, vale fazer um atento comparativo diante dos demais partidos, o que, de certa forma, reflete nos indicadores sociais das respectivas cidades controladas por tais legendas políticas.

Tabela 12 - Cidades com até 10 mil habitantes

Partidos Números de prefeituras Taxa de desemprego Taxa de analfabetismo

Brasil (geral) 2512 6% 16,8%

PMDB 522 5,5% 15,8%

PSDB 322 6% 15,3%

PT 248 5,4% 15,6%

PP 241 4,5% 13,2%

PSD 207 6,4% 17,9%

PSB 174 7,5% 23,3% 54

PTB 157 6,2% 18,3%

DEM 141 5,7% 16,1%

PR 131 7,1% 19,6%

PDT55 125 5,4% 56 15,6%

54

O PSB, nas cidades que irá administrar, apenas perde para o PTdoB (23,4% de taxa de analfabetismo, com 9 cidades conquistadas). 55

Vale destacar, percentualmente, que o PDT possui 40,19% das 311 prefeituras conquistadas, com cidades até 10 mil habitantes. 56

O PDT é o 3° partido que administrará o conjunto de cidades com menor taxa de desemprego (empatado com o PT), perdendo apenas para o PTC (5,1%, com 9 prefeituras conquistadas) e PP (4,5%, com 241 cidades conquistadas).

Wendel Pinheiro – Membro do Diretório Nacional do PDT 40

Vale apontar que, dentre as menores cidades do país, os partidos que administrarão as maiores taxas de desemprego serão o PSB (7,5%) e o PR (7,1%). Já os de maiores taxas de analfabetismo são o PSB (23,3%) e o PR (19,6%). No que tange a coincidência do PSB nestes dados, é preciso que se aponte, como já foi comprovado, no decorrer deste trabalho, a forte inserção do PSB em destaque nos estados da Região Nordeste. Já as menores taxas de analfabetismo (15,6%) e de desemprego (5,4%) obtidas pelo PDT se explicam, de certa maneira, a partir da presença mais destacada da legenda trabalhista nos pequenos municípios da Região Sul e Sudeste. Enquanto a menor taxa de desemprego está com as cidades a serem administradas pelo PP (na média dos 4,5%), o menor índice de analfabetismo reside nos municípios pequenos vencidos pelo... PP (13,2%). Premissas finais:

1) Não há mais espaço para a política pragmática. Entre os altos índices de voto branco/nulo e de abstenção, refletindo a opção do eleitor em não legitimar o processo eleitoral e o voto obrigatório, começa a ascender as forças políticas emergentes que, com seu conteúdo minimamente programático ou na opção pelo debate ideológico, ascende eleitoralmente. É o caso de partidos como o PV, PSOL e até, em certa medida, do PRB e PCdoB que apostaram em suas “pratas da casa” (inclusive o PRB, dentre os quadros da IURD) e com um mínimo de organização conseguiram planejar e realizar seus avanços político-eleitorais. No que tange ao PCdoB, seu avanço só não se tornaria maior porque seu projeto nacional não foi cumprido a cabo, sofrendo uma derrota expressiva nas capitais e na incapacidade da legenda comunista eleger o seu sucessor em Aracaju, perdendo para o DEM.

2) Sem dúvidas, embora seja incontestável o crescimento eleitoral do PSB, ele é artificial, pois há, sem dúvidas, um forte descompasso entre os votos majoritários e os proporcionais, além do percentual agudo no diferencial da representação de prefeitos e vereadores. Mesmo assim, o PSB se credencia na condição de um dos grandes partidos em emergência no cenário nacional.

3) Há, sem dúvidas, um sinal de alerta tanto nos partidos que possuem uma lógica pragmático-eleitoral (PMDB, PTB, PP e PR), assim como nos partidos que optaram deliberadamente pela linha liberal-conservadora/democrata-liberal (DEM-PSDB-PPS) diante da queda sistemática e constante destes partidos. Ainda assim, há uma possibilidade plausível de ascensão no DEM na Bahia e em Sergipe, a se confirmar esse retorno do PFL/DEM na busca pela hegemonia política. Igualmente, a tentativa de recuperação dos espaços políticos do PSDB e do PPS na conquista de grandes e médios pólos, além do deslocamento gradual do PSDB do eixo SP-MG para o Norte/Nordeste.

4) A opção política do PT pelo centrismo (entre as alianças com os partidos de centro/centro-direita e algumas práticas de fundo social-liberal), longe de ajudá-lo, mostra, aos poucos, a mudança da curva, saindo do crescimento ascendente até 2008 para uma leve queda em 2012 – ainda mantido pela continuidade no controle de cidades-chaves (entre reeleições e eleições de outros quadros petistas). A conquista da cidade de São Paulo deu ao PT certo fôlego diante desta tendência. Após chegar ao seu ápice em 2008, é possível afirmamos o início do término gradual do bloco histórico petista como uma possível tendência. Ela começa, de fato, a tomar um considerável vulto.

5) De longe, o adversário político-eleitoral do PDT é, sem dúvidas, o PSB – até pelos métodos parecidos de vitória política e da metodologia na filiação dos respectivos quadros político-eleitorais. Em contrapartida, o real adversário da legenda trabalhista no campo retórico-ideológico é, sem dúvidas, o PSOL. No que tange às perspectivas prováveis do PDT, as opções possíveis para a candidatura ao governo em 2014 – sejam para lograr maior espaço político ou mesmo para a eleição de quadros políticos se tornam, a saber: Rio Grande do Sul (em especial, na figura do Deputado Federal Vieira da Cunha), Espírito Santo (na tentativa da Deputada Federal Sueli Vidigal marcar o espaço político do PDT, frente à ascensão do PPS e do PSB), Alagoas (com a união dos partidos progressistas com a candidatura de Ronaldo Lessa), Rio Grande do Norte (na aposta de um nome capaz de marcar espaço e posição

Wendel Pinheiro – Membro do Diretório Nacional do PDT 41

política, diante das conquistas de Natal e Parnamirim), Maranhão (na aliança com o PCdoB, com Flávio Dino), no Amapá (com a difícil tarefa de Waldez Goés em superar o prestígio do PSOL de Randolfe Rodrigues/Clécio Luís), no Amazonas (na aliança tática ao centro, com Amazonino Mendes, para alçar maiores espaços neste estado e favorecendo o surgimento de novos quadros identificados com o Partido) e em Mato Grosso (na dura missão de Pedro Taques, na aliança PDT-PSB, em fazer o enfrentamento político e até ideológico contra Blairo Maggi do PR, apoiado pelo PT-PMDB).

6) Ainda no que tange ao PDT, a conjugação entre organização política, formação política, aplicação férrea da fidelidade partidária aos parlamentares/prefeitos e a aposta de quadros oriundos do partido fará que, somada com tais candidaturas e com o mínimo de organização e planejamento político, o PDT suba dos 28 deputados federais para 35 a 40, a partir desta lógica.

7) A tendência inequívoca das eleições de 2012 entre a deslegitimação do processo eleitoral (entre as abstenções, votos branços/nulos e nos partidos nanicos) e a renovação – somada à valorização da linha político-ideológica – tende a se aprofundar nas próximas eleições. Há, ainda que lentamente, a volta gradual do debate programático. Frente à opção centrista (PT-PMDB) e à coalizão de centro-direita (PSDB-DEM-PPS), os partidos que tendem a crescer são os que privilegiarão o debate programático-ideológico – seja entre os partidos com a lógica e a retórica ideológica (PSOL e PV) ou entre os partidos com a lógica pragmático-eleitoral em ascensão (PSB e PRB)57.

Anexo Único: Principais cidades do Brasil58 – Estados e partidos com prefeitos eleitos (2008 e 2012)

Dentre as 354 cidades-pólos, é preciso ressaltar que 41 delas são oriundas da Região Norte, 32 da Região Centro-Oeste, 117 da Região Sudeste, 99 da Região Nordeste e 65 da Região Sul.

Cidades Habitantes (Estimativa IBGE – 2012)

Partido (2008) Partido (2012)

Região Norte

Acre

57

Embora o PCdoB tenha apostado historicamente na lógica ideológica, de 2008 em diante passaria a adotar, paulatinamente, a lógica pragmático-eleitoral, na construção de seu projeto político nacional. 58

Em destaque, vale levar em conta também os principais pólos populacionais e/ou regionais por estado. Fontes: TSE, IBGE, G1, UOL eleições e Apuração IG.

Wendel Pinheiro – Membro do Diretório Nacional do PDT 42

Rio Branco 348.354 PT PT (2° t)

Cruzeiro do Sul 79.819 PMDB PMDB (Reeleito)

Amapá

Macapá 415.554 PDT (2° t) PSOL (2° t)

Santana 104.407 PT PTB

Laranjal do Jari 41.668 PP PP

Amazonas

Coari 77.305 PP PRP

Itacoatiara 89.064 PT PSD

Manacapuru 86.985 PMDB PMDB

Manaus 1.861.838 PTB (2° t) PSDB (2° t)

Maués 54.079 PR PT

Parintins 103.828 PSDB PSD59

Tabatinga 54.440 PR PDT

Tefé 61.000 PHS PSD

Pará

Abaetetuba 144.415 PSDB PSDB (Reeleita)

Altamira 102.343 PSDB PMDB

Ananindeua 483.821 PMDB PSDB

Barcarena 105.385 PP PSC

Belém 1.410.430 PTB (2° t) PSDB (2° t)

Bragança 116.164 PMDB PT

59

Vale enfatizar sobre a vitória apertada do PSD sobre o PDT, na ordem de 46,37% para o candidato pessedista contra os 45,14% do candidato trabalhista, Messias Cursino.

Wendel Pinheiro – Membro do Diretório Nacional do PDT 43

Cametá 124.411 DEM PT

Castanhal 178.986 PR PMDB

Marabá 243.583 PR PPS

Marituba 113.353 PPS PSDB

Paragominas 101.046 PSDB PSDB

Parauapebas 166.342 PT PSD

Santarém 299.419 PT PSDB

Tucuruí 100.651 PPS PPS (Reeleito)

Rondônia

Ariquemes 92.747 PMDB60 PMN

Cacoal 79.330 PT PT61 (Reeleito)

Ji-Paraná 118.092 DEM PSB

Porto Velho 442.701 PT PSB (2º t)

Vilhena 79.616 PP PP (Reeleito)

Roraima

Alto Alegre 16.228 PSDB PT

Boa Vista 296.959 PSB PMDB

Caracaraí 19.019 PR PSC

Rorainópolis 25.319 PSDB PP

Tocantins

60

O prefeito então eleito, Confúcio Moura (PMDB), com 72,79% dos votos, seria eleito, em 2010, Governador de Rondônia pelo PMDB. 61

Francesco Vialetto (ou conhecido como Padre Franco) venceu a mesma candidata do PSDC, Glaucione – em 2008, com 60,75% contra 36,18% e, depois, em 2012, o padre petista teria 51,87% contra os 48,13% da Glaucione.

Wendel Pinheiro – Membro do Diretório Nacional do PDT 44

Araguaína 156.123 DEM PR

Gurupi 78.525 PR PSB

Palmas 242.070 PT PP

Paraíso do Tocantins 45.669 PR PMDB

Porto Nacional 49.774 PDT PSDB

Região Centro-Oeste

Goiás

Águas Lindas de Goiás 167.477 PP PTB

Anápolis 342.347 PT (2° t) PT (Reeleito)62

Aparecida de Goiânia 474.219 PMDB PMDB (Reeleito)63

Caldas Novas 73.616 PSC PP

Catalão 90.004 PMDB PMDB

Formosa 103.222 PP PSD

Goiânia 1.333.767 PMDB PT

Itumbiara 94.613 PP PTB

Jataí 89.902 PMDB PMDB (Reeleito)

Luziânia 179.582 PSDB PSD

Novo Gama 98.135 PSDB PPL

Planaltina 82.847 PSC PSC (Reeleito)

Rio Verde 185.465 DEM PSD (Reeleito)

Senador Canedo 89.176 PR PDT

Trindade 107.966 PMDB PSDB64

62

Antônio Gomide seria reeleito com a marca de 88,93% na 3ª maior cidade do estado. 63

O prefeito reeleito seria Maguito Vilela, ex-governador (1995-1998) e ex-senador (1999-2006) por Goiás. 64

O candidato do PSDB, Jânio Darrot (PSDB), além de vencer o Prefeito Ricardo Fortunato (PMDB) com 44,36% dos votos válidos contra 30,79% do peemedebista, venceria ainda a Deputada Federal Flávia Morais (PDT), logrando apenas 24,85% dos votos.

Wendel Pinheiro – Membro do Diretório Nacional do PDT 45

Valparaíso de Goiás 138.740 PSDB PT

Mato Grosso do Sul

Campo Grande 805.397 PMDB PP (2° t)

Corumbá 104.912 PT PT

Dourados 200.729 PDT PSB

Ponta Porã 80.433 PSDB PPS

Três Lagoas 105.224 PMDB PMDB

Mato Grosso

Alta Floresta 49.494 PDT PMDB

Barra dos Garças 57.235 PR PSD

Cáceres 88.897 PP PMDB

Cuiabá 561.329 PSDB (2° t) PSB (2° t)

Lucas do Rio Verde 49.519 PPS PDT

Primavera do Leste 53.910 PR DEM

Rondonópolis 202.309 PMDB PPS

Sinop 118.833 PMDB PMDB (Reeleito)

Sorriso 71.190 PMDB PR

Tangará da Serra 87.145 PR PMDB

Várzea Grande 258.208 PR PMDB

Região Sudeste

Espírito Santo

Aracruz 84.429 PMDB PDT

Cachoeiro de Itapemirim 192.156 PT PT (Reeleito)

Wendel Pinheiro – Membro do Diretório Nacional do PDT 46

Cariacica 352.431 PT PPS (2° t)

Colatina 113.054 PT PT (Reeleito)

Guarapari 107.836 PPS PSB

Linhares 145.639 PMDB PDT

São Mateus 111.832 PSB PSB (Reeleito)

Serra 422.569 PDT PSB

Vila Velha 424.928 PR (2° t) DEM (2° t)

Vitória 333.162 PT PPS (2° t)

Minas Gerais

Araguari 110.983 PMDB PP

Barbacena 128.120 PMDB PSDB

Belo Horizonte 2.395.785 PSB (2° t) PSB (Reeleito)

Betim 388.873 PT PSDB

Conselheiro Lafaiete 118.578 PSDB PSB

Contagem 613.815 PT (2º t) PCdoB (2° t)

Coronel Fabriciano 104.637 PT PT

Divinópolis 217.404 PSDB PSDB (Reeleito)

Governador Valadares 266.190 PT PT (Reeleita)

Ibirité 162.867 DEM PP

Ipatinga 243.541 PT PT

Itabira 111.514 PR PV

Juiz de Fora 525.225 PSDB (2° t) PMDB (2° t)

Montes Claros 370.216 PMDB (2° t) PRB (2° t)

Muriaé 102.074 PP PSDB

Passos 107.661 PMDB PSDB

Patos de Minas 140.950 DEM PSD

Poços de Caldas 154.974 PPS PT

Pouso Alegre 134.215 PT PT (Reeleito)

Wendel Pinheiro – Membro do Diretório Nacional do PDT 47

Ribeirão das Neves 303.029 PSB PT

Sabará 127.897 PV PMDB

Santa Luzia 205.666 PMDB PSB

Sete Lagoas 218.574 PSDB PP

Teófilo Otoni 135.549 PT PMDB

Ubá 104.004 PT PT (Reeleito)

Uberaba 302.623 PMDB PMDB (2° t)

Uberlândia 619.536 PP PT

Unaí65 78.703 PSDB PTB

Varginha 125.208 PT PTB

Vespasiano 108.771 PMDB PMDB (Reeleito)

Rio de Janeiro

Angra dos Reis 177.101 PMDB PT

Araruama 116.418 PMDB PR

Barra Mansa 178.880 PMDB PCdoB

Belford Roxo 474.596 PT PCdoB (2° t)

Cabo Frio 195.197 PMDB PDT

Campos 472.300 PMDB66 (2° t) PR (Reeleita)

Duque de Caxias 867.067 PSDB PSB (2° t)

Itaboraí 222.618 PP PMDB

Itaguaí 113.182 PMDB PSDB

Itaperuna 97.219 PSDB PP

Macaé 217.951 PMDB PV

Magé 230.568 PMDB PMDB

65

A escolha para Unaí como uma das cidades mais destacadas em Minas Gerais se justifica pelo ato dela se localizar praticamente ao lado do Distrito Federal – estando como uma cidade política bastante visada por tal simbolismo –, assim como as cidades de Valparaíso de Goiás e Luziânia, no estado de Goiás. 66

Rosinha Garotinho, mais tarde, estaria no PR com o seu esposo, o ex-governador Anthony Garotinho.

Wendel Pinheiro – Membro do Diretório Nacional do PDT 48

Maricá 135.121 PT PT (Reeleito)

Mesquita 169.537 PT PSC

Nilópolis 157.986 PP PMN

Niterói 491.807 PDT PT (2° t)

Nova Friburgo 183.391 PSC PSD

Nova Iguaçu 801.746 PT PMDB (2° t)

Petrópolis 297.192 PT (2° t) PSB (2° t)

Queimados 140.374 PMDB PMDB (Reeleito)

Resende 122.068 DEM67 PP (Reeleito)

Rio das Ostras 116.134 PMDB PSC

Rio de Janeiro 6.390.290 PMDB (2° t) PMDB (Reeleito)

São Gonçalo 1.016.128 PDT PR (2° t)

São João de Meriti 460.062 PR68 PDT (Reeleito)

Teresópolis 167.622 PT PMDB

Volta Redonda 260.180 PMDB PMDB (2° t)

São Paulo

Americana 214.873 PSDB PSDB (Reeleito)

Araçatuba 183.441 PT PT (Reeleito)

Araraquara 212.617 PMDB PMDB (Reeleito)

Barueri 245.652 PMDB DEM

Bauru 348.146 PMDB (2° t) PMDB (Reeleito)69

Bragança Paulista 150.023 PSDB PT

67

José Rechuan Júnior migraria mais tarde do DEM para o PP e se reelegeria Prefeito de Resende. 68

Sandro Matos mudaria de legenda, passando do PR para o PDT e se reelegendo, no 1° turno, Prefeito de São João de Meriti. Vale enfatizar que ele seria o único eleito na Baixada Fluminense no 1° turno nas cidades acima de 200 mil eleitores. 69

Vale ressaltar a expressiva votação de Rodrigo Agostinho (PMDB), com 82% (!) dos votos válidos, contra apenas 12,31% de seu opositor, Gazzetta (PV).

Wendel Pinheiro – Membro do Diretório Nacional do PDT 49

Campinas 1.098.630 PDT PSB (2º t)

Carapicuíba 373.358 PT PT (Reeleito)

Cotia 209.027 PSDB PSDB (Reeleito)

Diadema 390.980 PT PV (2° t)

Embu das Artes 245.148 PT PT (Reeleito)

Ferraz de Vasconcelos 172.222 PSB PSDB

Franca 323.307 PSDB PSDB (2° t)

Francisco Morato 157.603 PT PV

Guarujá 294.669 PMDB PMDB (2° t)

Guarulhos 1.244.518 PT (2° t) PT (2° t)

Hortolândia 198.758 PT PT

Indaiatuba 209.859 PDT PMDB (Reeleito)70

Itapecerica da Serra 156.077 PMDB PMDB

Itapevi 206.558 PT PV

Itaquaquecetuba 329.144 PR PTN

Itu 156.983 PV PSD

Jacareí 214.223 PT PT (Reeleito)

Jundiaí 377.183 PSDB PCdoB (2° t)

Limeira 280.096 PDT PSB

Marília 219.664 PDT PSB

Mauá 425.169 PT (2° t) PT (2° t)

Mogi das Cruzes 396.468 DEM PSD (Reeleito)

Osasco71 668.877 PT PT

Pindamonhangaba 150.162 PPS PSDB

Piracicaba 369.919 PSDB PSDB

70

Deputado Federal eleito pelo PDT em 2006 e, a seguir, elegendo-se prefeito pela legenda trabalhista em 2008, Reinaldo Nogueira seria candidato à reeleição pelo PMDB, logrando 65,1% dos votos válidos. 71

Mesmo com o julgamento do mensalão no STF e a saída de João Paulo Cunha (PT), ex-presidente da Câmara dos Deputados (2003-2005), na disputa, o PT ainda venceria a eleição com Jorge Lapas. Mesmo que os votos de Celso Giglio (PSDB) fossem validados, ainda não seria, por si só, suficientes para tirar a vitória do PT em Osasco.

Wendel Pinheiro – Membro do Diretório Nacional do PDT 50

Praia Grande 272.390 PSDB PSDB

Presidente Prudente 210.393 PTB PTB (Reeleito)

Ribeirão Preto 619.746 DEM72 PSD (2°t)

Rio Claro 188.977 PMDB PMDB (Reeleito)

Santa Bárbara d’Oeste 181.509 PDT PV73

Santo André 680.496 PTB (2° t) PT (2° t)

Santos 419.614 PMDB PSDB

São Bernardo do Campo 774.886 PT (2° t) PT (Reeleito)

São Caetano do Sul 150.638 PTB PMDB

São Carlos 226.322 PT PSDB

São José do Rio Preto 415.769 PSB (2° t) PSB (Reeleito)

São José dos Campos 643.603 PSDB PT

São Paulo 11.376.685 DEM (2° t) PT (2° t)

São Vicente 336.809 PSB PP

Sorocaba 600.692 PSDB PSDB (2° t)

Sumaré 246.247 PT PSDB

Suzano 267.583 PT PSDB

Taboão da Serra 251.608 PSB PSDB

Taubaté 283.899 PMDB PSDB (2° t)

Região Nordeste

Alagoas

Arapiraca 218.140 PMDB PTB

Campo Alegre 52.327 PTB PSDB

72

Mais tarde Darcy Vera passaria do DEM para o PSD, se reelegendo prefeita no 2° turno. 73

Denis Andia (PV) venceria Zé Maria (PSDB) com 36,46% contra 28,14% do tucano e ainda estaria na frente do prefeito de Santa Barbara d’Oeste, Mário Heins (PDT), que apenas obteve 14,53% dos votos.

Wendel Pinheiro – Membro do Diretório Nacional do PDT 51

Coruripe 53.224 PMDB PMDB

Maceió 953.393 PP (2° t) PSDB

Palmeira dos Índios 70.738 PSDB PSDB (Reeleito)

Penedo 60.890 PSDB PDT

Rio Largo 68.952 PSB PSB (Reeleito)

São Miguel dos Campos 56.319 PMDB PSB

União dos Palmares 62.923 PTB PSD

Bahia

Alagoinhas 143.460 PSDB PDT (Reeleito)

Barreiras 141.081 PR PP

Camaçari 255.238 PT PT

Eunápolis 102.628 PRTB PRTB

Feira de Santana 568.099 DEM74 DEM

Ilhéus 187.315 PSB PP

Itabuna 205.885 DEM PRB

Jequié 152.372 PMDB PP

Juazeiro 201.499 PCdoB PCdoB (Reeleito)

Lauro de Freitas 171.042 PT PP

Paulo Afonso 110.193 DEM PDT (Reeleito)

Porto Seguro 131.642 PSB PSD

Salvador 2.710.968 PMDB (2° t) DEM (2° t)

Santo Antônio de Jesus 93.077 DEM PDT

Simões Filho 121.416 PSDB PSD (Reeleito)

Teixeira de Freitas 143.001 PSDB PT

Valença 90.319 PR PTN

Vitória da Conquista 315.884 PT PT (2° t)

74

Eleito em Feira de Santana com 54,05% em 2008, Tarcízio Pimenta se filiaria mais tarde ao PDT. Entretanto, Zé Ronaldo (DEM) seria eleito com 66,04%. A surpresa, entretanto, estaria na votação significativa de Jhonatas Lima Monteiro (PSOL) com 9,21%, a frente do próprio Tarcízio, com apenas 6,10% em 4° lugar.

Wendel Pinheiro – Membro do Diretório Nacional do PDT 52

Ceará

Aquiraz 74.465 PMDB PSB

Aracati 70.363 PP PDT

Canindé 75.209 PSDB PT

Caucaia 336.091 PRB PRB (Reeleito)

Crateús 73.102 PCdoB PCdoB (Reeleito)

Crato 123.963 PSDB PMDB

Fortaleza 2.500.194 PT PSB (2° t)

Iguatu 98.138 PMDB PSB

Itapipoca 119.320 PSDB PT

Juazeiro do Norte 255.648 PT PMDB

Maracanaú 213.404 PR PR

Maranguape 117.306 PCdoB PSB

Quixadá 82.258 PT PRB

Quixeramobim 73.812 PMDB PSB

Russas 71.723 PSDB PRB

Sobral 193.134 PSB PT

Tianguá 70.527 PMDB PSB

Maranhão

Açailândia 106.422 PSDB PMDB

Bacabal 101.195 PDT PMDB

Caxias 158.059 PDT PSB

Codó 119.079 PV PV (Reeleito)75

Imperatriz 250.063 PSDB PSDB (Reeleito)

75

Vale ressaltar que, tanto em 2008 quanto em 2012, Bine Figueiredo (PDT) ficou em 2° lugar.

Wendel Pinheiro – Membro do Diretório Nacional do PDT 53

Paço do Lumiar 110.321 PDT PR76

São José de Ribamar 167.714 DEM PMDB

São Luís 1.039.610 PSDB (2° t) PTC (2° t)

Timon 159.471 PMDB PSB

Paraíba

Bayeux 100.543 PMDB PSB

Cabedelo 60.226 PDT PMDB

Cajazeiras 59.130 PSB PSB

Campina Grande 389.995 PMDB (2° t) PSDB (2° t)

Guarabira 55.977 PMDB PSDB

João Pessoa 742.478 PSB PT (2° t)

Patos 102.020 PMDB PMDB

Santa Rita 121.994 PMDB PRP

Sapé 50.565 DEM PSB

Sousa 66.457 PTB PMDB

Pernambuco

Abreu e Lima 95.243 PMDB PT

Cabo de Santo Agostinho 189.222 PTB PSB

Camaragibe 146.847 PCdoB PSDB

Caruaru 324.095 PDT PDT (Reeleito)77

Garanhuns 131.169 PDT PTB78

76

Nesta eleição, o PDT ficaria em 3° lugar com Núbia Dutra, com 13,96% dos votos válidos. 77

Entretanto, o PDT cairia de 2 vereadores (2008) para apenas 1 vereador, em 2012. O outro vereador eleito em 2012, Dr. Demóstenes, migraria para o PSD e seria eleito o vereador mais votado de Caruaru.

Wendel Pinheiro – Membro do Diretório Nacional do PDT 54

Igarassu 105.003 PSB PTB79

Jaboatão dos Guararapes 654.786 PSDB PSDB (Reeleito)

Olinda 379.271 PCdoB PCdoB (Reeleito)80

Paulista 306.239 PSB PSB

Petrolina 305.352 PMDB PMDB

Recife 1.555.039 PT PSB

São Lourenço da Mata 104.782 PSB PSB (Reeleito)

Vitória de Santo Antão 129.907 DEM PSD (Reeleito)

Piauí

Barras 45.448 PMDB PSD

Campo Maior 45.493 PPS PT

Floriano 58.158 PTB PSB

Parnaíba 147.732 PTB PT

Picos 75.481 PMDB PMDB

Piripiri 62.088 PTB PSB

Teresina 830.231 PSDB PSDB (2° t)

União 43.085 PT DEM

Rio Grande do Norte

Assu 54.031 PP PP (Reeleito)

78

Entretanto, o candidato apoiado pelo PDT, Silvino Duarte (PSDB), desistiu de sua candidatura e apoiou Izaias Régis (PTB), que se elegeu. Ver mais em http://jc3.uol.com.br/blogs/blogjamildo/canais/noticias/2012/09/20/em_garanhuns_silvino_duarte_abre_mao_da_candidatura_para_apoiar_izaias_regis_138474.php, acessado no dia 25 de outubro de 2012, às 13:55h. Como consolo, o PDT teria o vereador mais votado, Zaqueu. 79

Ainda que Gesimário Baracho, eleito em 2008 pelo PSB, migrasse para o PT, perderia em 2012 para Mário Ricardo (PTB, ex-PSL em 2008) por 53,77% contra os seus 23,51%. E por, pouco, Baracho não ficou atrás de Severino de Souza Silva, o “Ninho” (PSB), com 22,72%. 80

Em Olinda, o PCdoB do prefeito reeleito Renildo Calheiros (Ex-Deputado Federal e Ex-Presidente da UNE, de 1984 a 1986), entretanto, cairia de 4 vereadores para 3, em 2012. O PDT, por sua vez, subiria de zero para 2 vereadores – por sinal, a 2ª e o 5º votado de todos os vereadores.

Wendel Pinheiro – Membro do Diretório Nacional do PDT 55

Caicó 63.571 PR PMDB

Ceará-Mirim 69.005 PR PR (Reeleito)

Macaíba 71.670 PMDB PMN

Mossoró 266.758 DEM DEM

Natal 817.590 PV PDT (2° t)

Parnamirim 214.199 PDT PDT (Reeleito)

São Gonçalo do Amarante 90.376 PR PR (Reeleito)

Sergipe

Aracaju 587.701 PCdoB DEM

Estância 65.226 PSDB DEM

Itabaiana 88.501 PMDB PR

Lagarto 96.602 PSC PSDB

Nossa Senhora do Socorro 165.194 PDT PDT (Reeleito)

São Cristóvão 81.011 PDT PSB

Tobias Barreto 48.776 PT PT (Reeleito)

Região Sul

Paraná

Almirante Tamandaré 105.458 PMDB PSD

Apucarana 122.896 PMDB PT

Arapongas 106.978 PMDB PHS

Araucária 122.878 PMDB PMDB

Campo Largo 115.336 PMDB PT

Cascavel 292.372 PDT PDT (2° t)

Colombo 217.443 PSC PSC

Curitiba 1.776.761 PSDB PDT (2° t)

Wendel Pinheiro – Membro do Diretório Nacional do PDT 56

Foz do Iguaçu 255.718 PDT PSB

Guarapuava 169.252 PP PPS

Londrina 515.707 PP (2° t) - depois PDT PSD (2° t)

Maringá 367.410 PP PP (2° t)

Paranaguá 142.452 PDT PMDB81

Pinhais 119.379 PT PT (Reeleito)82

Piraquara 96.023 PPS PDT

Ponta Grossa 317.339 PSDB (2° t) PPS (2° t)

São José dos Pinhais 273.255 PTB DEM

Toledo 122.502 PP PMDB

Umuarama 102.184 PDT PDT (Reeleito)

Rio Grande do Sul

Alegrete 76.644 PMDB PMDB (Reeleito)

Alvorada 197.441 PTB PT

Bagé 117.090 PT PT (Reeleito)

Bento Gonçalves 109.653 PT PP

Cachoeira do Sul 83.217 PMDB PT

Cachoeirinha 119.896 PSB PSB (Reeleito)

Canoas 326.505 PT (2° t) PT (Reeleito)

Carazinho 59.569 PP PDT

Caxias do Sul 446.911 PMDB PDT

Erechim 97.404 PT PT (Reeleito)

Esteio 80.862 PT PT (Reeleito)

81

O Prefeito Baka Filho (PDT) não conseguiria eleger a sua sucessora, Professora Elvira, que ficou em 4° lugar com apenas 4,71%, atrás do PMDB, PT e PSDB. O PDT manteria a sua bancada de dois vereadores (dentre eles, conseguindo eleger o mais votado da cidade, o Jozias da Negui), mesmo aumentando o número total de cadeiras em Paranaguá, de 11 para 17 vereadores. 82

Vale destacar a votação fantástica de Luiz Goularte Alves (Luizão), dos 64,20% dos votos válidos em 2008 para 93,77% em 2012, mesmo enfrentando o PSDB, que apenas obteria 5,37% (!) dos votos válidos em Pinhais – mesmo subindo a soma de abstenções, brancos e nulos de 24,34% em 2008 para 26,73% em 2012.

Wendel Pinheiro – Membro do Diretório Nacional do PDT 57

Gravataí 259.138 PT PMDB

Guaíba 95.340 PTB PTB (Reeleito)

Ijuí 79.396 PDT PDT (Reeleito)

Novo Hamburgo 239.355 PT PMDB

Passo Fundo 187.298 PDT PPS

Pelotas 329.435 PP (2° t) PSDB (2° t)

Porto Alegre 1.416.714 PMDB (2° t) PDT

Rio Grande 198.842 PMDB PT

Santa Cruz do Sul 119.997 PTB PP

Santa Maria 263.662 PMDB PMDB (Reeleito)

Santana do Livramento 81.198 PSB PT

Santo Ângelo 76.205 PDT PP

São Borja 61.189 PDT PDT

São Leopoldo 217.189 PT PSDB

Sapiranga 75.861 PT PP

Sapucaia do Sul 132.197 PT PT (Reeleito)

Uruguaiana 125.209 PSDB PSDB

Viamão 241.190 PT PSDB

Santa Catarina

Balneário Camboriú 113.319 PMDB PMDB (Reeleito)

Blumenau 316.139 DEM PSDB (2° t)

Brusque 109.950 PT PT (Reeleito)

Caçador 71.886 PSDB PMDB

Chapecó 189.052 DEM PSD

Concórdia 69.462 PT PT (Reeleito)

Criciúma 195.614 PSDB PMDB

Florianópolis 433.158 PMDB (2° t) PSD (2º t)

Itajaí 188.791 PP PP (Reeleito)

Wendel Pinheiro – Membro do Diretório Nacional do PDT 58

Joinville 526.338 PT (2° t) PMDB (2° t)

Lages 156.604 PP PMDB

Navegantes 63.764 PSDB PSDB (Reeleito)

Palhoça 142.558 PMDB PSD

Rio do Sul 62.658 DEM PMDB

São Bento do Sul 76.215 PP PMDB

São José 215.278 PSB PSD

Tubarão 98.412 PSDB PT

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