atividades prÁticas sobre ciclo de vida: uma …vivencias/numero_020/artigos/pdf/artigo_16.pdf ·...

6
Vivências: Revista Eletrônica de Extensão da URI ISSN 1809-1636 Vivências. Vol. 11, N.20: p.208-213, Maio/2015 208 ATIVIDADES PRÁTICAS SOBRE CICLO DE VIDA: UMA PROPOSTA PARA FORMAÇÃO INICIAL E CONTINUADA Practice activities on life cycle: a proposal for initial training and continuing Elenize Rangel NICOLETTI 1 Rosemar de Fátima VESTENA 2 Francele de Abreu CARLAN 3 RESUMO Neste trabalho abordamos a importância das oficinas para a formação inicial e continuada dos professores, através do relato de uma experiência. A atividade ocorreu em Santo Ângelo - RS em maio de 2013, durante o VI EREBIO (Encontro Regional de Ensino de Biologia) da região sul e teve a duração de oito horas. A oficina teve a participação de um público diversificado incluindo graduandos e graduados dos cursos de Ciências Biológicas, Física, Química e Pedagogia. A proposta incluiu algumas considerações e possibilidades metodológicas acerca do ensino de Ciências e Biologia bem como questionamentos e atividades práticas relacionadas ao ciclo de vida da mosca Drosophila melanogaster. Para finalizar, os participantes apresentaram uma proposta construtivista, incluindo as reflexões e o material produzido durante a oficina. Os resultados apontaram que esta atividade é uma boa estratégia de ensino, pois permite a associação entre a teoria e a prática de forma contextualizada e diferenciada, contribuindo para a formação inicial e continuada dos participantes. Palavras chave: ensino de Ciências e Biologia, oficina, ciclo de vida. ABSTRACT Practice activities on life cycle: a proposal for initial training and continuing. In this paper we discuss the importance of workshops for the training of teachers, through the report of an experience. The activity occurred in San Angelo - RS in May 2013, during the VI EREBIO (Regional Meeting of Biology Education) in the South and lasted eight hours. The workshop included the participation of a diverse audience including undergraduates and graduates of Biological Sciences courses, Physics, Chemistry and Pedagogy. The proposal included some considerations and methodological possibilities about teaching of science and biology as well as practical questions and activities related to the fly life cycle Drosophila melanogaster. Finally, participants had a constructivist approach, including reflections and the material produced during 1 Mestre em Educação em Ciências e doutoranda do PPG Educação em Ciências QVS, Universidade Federal de Santa Maria - UFSM, Santa Maria, RS. Endereço e telefone: [email protected] Universidade Federal de Santa Maria, Centro de Ciências Naturais e Exatas (CCNE) - Prédio 13B. Av. Roraima, 1000- Campus Universitário, Camobi – CEP 97105-900 – Santa Maria-RS 2 Mestre em Educação, professora do Centro Universitário Franciscano, Santa Maria, RS e douturanda no PPG Educação em Ciências, UFSM, Santa Maria, RS 3 Doutora em Educação em Ciências e professora na Universidade Federal de Pelotas, Pelotas, RS

Upload: ngonhan

Post on 10-Dec-2018

216 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Vivências: Revista Eletrônica de Extensão da URI ISSN 1809-1636

Vivências. Vol. 11, N.20: p.208-213, Maio/2015 208

ATIVIDADES PRÁTICAS SOBRE CICLO DE VIDA: UMA PROPOS TA PARA FORMAÇÃO INICIAL E CONTINUADA

Practice activities on life cycle: a proposal for initial training and continuing

Elenize Rangel NICOLETTI1 Rosemar de Fátima VESTENA 2

Francele de Abreu CARLAN3

RESUMO Neste trabalho abordamos a importância das oficinas para a formação inicial e continuada dos professores, através do relato de uma experiência. A atividade ocorreu em Santo Ângelo - RS em maio de 2013, durante o VI EREBIO (Encontro Regional de Ensino de Biologia) da região sul e teve a duração de oito horas. A oficina teve a participação de um público diversificado incluindo graduandos e graduados dos cursos de Ciências Biológicas, Física, Química e Pedagogia. A proposta incluiu algumas considerações e possibilidades metodológicas acerca do ensino de Ciências e Biologia bem como questionamentos e atividades práticas relacionadas ao ciclo de vida da mosca Drosophila melanogaster. Para finalizar, os participantes apresentaram uma proposta construtivista, incluindo as reflexões e o material produzido durante a oficina. Os resultados apontaram que esta atividade é uma boa estratégia de ensino, pois permite a associação entre a teoria e a prática de forma contextualizada e diferenciada, contribuindo para a formação inicial e continuada dos participantes. Palavras chave: ensino de Ciências e Biologia, oficina, ciclo de vida. ABSTRACT Practice activities on life cycle: a proposal for initial training and continuing. In this paper we discuss the importance of workshops for the training of teachers, through the report of an experience. The activity occurred in San Angelo - RS in May 2013, during the VI EREBIO (Regional Meeting of Biology Education) in the South and lasted eight hours. The workshop included the participation of a diverse audience including undergraduates and graduates of Biological Sciences courses, Physics, Chemistry and Pedagogy. The proposal included some considerations and methodological possibilities about teaching of science and biology as well as practical questions and activities related to the fly life cycle Drosophila melanogaster. Finally, participants had a constructivist approach, including reflections and the material produced during

1 Mestre em Educação em Ciências e doutoranda do PPG Educação em Ciências QVS, Universidade Federal de Santa Maria - UFSM, Santa Maria, RS. Endereço e telefone: [email protected] Universidade Federal de Santa Maria, Centro de Ciências Naturais e Exatas (CCNE) - Prédio 13B. Av. Roraima, 1000- Campus Universitário, Camobi – CEP 97105-900 – Santa Maria-RS 2 Mestre em Educação, professora do Centro Universitário Franciscano, Santa Maria, RS e douturanda no PPG Educação em Ciências, UFSM, Santa Maria, RS 3 Doutora em Educação em Ciências e professora na Universidade Federal de Pelotas, Pelotas, RS

Vivências: Revista Eletrônica de Extensão da URI ISSN 1809-1636

Vivências. Vol. 11, N.20: p.208-213, Maio/2015 209

the workshop.The results indicated that this activity is a good teaching strategy, as it allows the association between theory and practice in context and differentiated way, contributing to the initial and continuing education of the participants. Keywords: Science education and Biology, workshop, the life cycle

INTRODUÇÃO

Um dos objetivos do ensino de Ciências segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais

(PCN) é o de prover o estudante de condições intelectuais e recursos para estabelecer progressivamente a diferenciação entre explicações de senso comum e conhecimentos científicos (BRASIL, 1998). Seria função da escola e dos professores criarem condições para a construção de conhecimentos, desafiando o estudante e descobrindo com ele. Esta caminhada merece ser iniciada desde os primeiros anos escolares por meio de atividades que incluam, por exemplo, a experimentação. Desta forma, o estudante pode sentir prazer em observar, descobrir, comparar, classificar, descrever e interpretar os fenômenos da natureza e a realidade social em que está inserido.

“O estudo das Ciências Naturais de forma exclusivamente livresca, sem interação direta com os fenômenos naturais ou tecnológicos, deixa enorme lacuna na formação dos estudantes. Sonega as diferentes interações que podem ter com seu mundo, sob a orientação do professor” (BRASIL, 1998, p.27).

Atualmente, critica-se o ensino de Ciências por não apresentar atividades experimentais,

embora haja consenso, da sua importância como recurso didático, entre pesquisadores e educadores. Para Salles e Kovaliczn (2007), quando a experimentação está associada à exploração e curiosidade, esta se constitui uma catalisadora da aprendizagem.

Ao professor cabe o papel de orientador do estudante ao iniciar como “investigador novo”. A experimentação é a oportunidade que o aluno possui para aprender com os erros e com os acertos.

Assim, torna-se pertinente que a experimentação investigativa, inclua-se cada vez mais na rotina dos currículos escolares e sirva de caminho para a manifestação, construção e qualificação de conhecimentos. Para isso, necessita-se de investimento na formação inicial e continuada de professores. Dentro desta perspectiva, existem encontros de formação, como por exemplo, o EREBIO (Encontro Regional de Ensino de Biologia) onde são ofertadas oficinas que procuram subsidiar os docentes de forma epistemológica e técnica oportunizando atividades que incluam a experimentação no ambiente escolar.

A temática selecionada foi apresentada na forma de oficina realizada em dois encontros e intitulada “Por onde entra o bicho na goiaba?”. O objetivo da atividade foi apresentar algumas propostas metodológicas diferenciadas, especialmente através de atividades práticas, referentes ao ensino de Ciências e Biologia e relacionadas ao estudo do ciclo vital da mosca Drosophila melanogaster. Este organismo foi escolhido por ser de fácil manejo, pequeno tamanho e apresentar curto ciclo de vida.

Drosófilas ou moscas - das- frutas são pequenas moscas, geralmente, encontradas ao redor de frutas muito maduras ou que estão no início do processo de decomposição. Esta espécie é

Vivências: Revista Eletrônica de Extensão da URI ISSN 1809-1636

Vivências. Vol. 11, N.20: p.208-213, Maio/2015 210

utilizada em inúmeros estudos experimentais, principalmente em genética, por ser considerada um organismo modelo. Pode, também, ser muito útil no ensino de Ciências e Biologia quando abordados temas como a metamorfose e o ciclo de vida.

DETALHAMENTO DAS ATIVIDADES

A oficina denominada ‘Por onde entra o bicho na goiaba?’ ocorreu em dois encontros,

perfazendo um total de 8 horas no EREBIO sul realizado nos dias 23 e 24 de maio de 2013 em Santo Ângelo - RS. Foram considerados sujeitos da pesquisa 12 participantes que incluíram graduandos e graduados dos cursos de Ciências Biológicas, Física, Química e Pedagogia.

A metodologia de ensino utilizada, neste trabalho, corresponde aos Três Momentos Pedagógicos (Delizoicov e Angotti, 1991) que são compostos pela Problematização Inicial, Organização do Conhecimento e a Aplicação do Conhecimento.

Na Problematização Inicial, que ocorreu no dia 23 de maio, foram apresentados, aos participantes divididos em grupos, diversos questionamentos relacionados ao assunto sobre ciclo de vida e habilidades com o manejo (cultivo e atividade experimental) da Drosophila melanogaster de forma que os integrantes expusessem seus conhecimentos.

Após a discussão de diferentes questões, foi mostrado um vídeo sobre o processo de metamorfose denominado “Metamorfose - Ovo, Lagarta, Crisálida, Borboleta” disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=-dYvYxX77N4. O intuito de abordar esse vídeo foi de reforçar e salientar o assunto debatido anteriormente. Ainda dentro da Problematização Inicial foi destacada a importância científica das Drosófilas, a que se devem as variações no padrão dos olhos e asas destas moscas bem como explicar, de forma detalhada, seu ciclo de vida. Para finalizar, foram mostrados diversos vidros (tampados com rolha de espuma) contendo meio de cultura com moscas em diferentes estágios (ovo, larva, pupa e forma adulta). No segundo momento pedagógico, ainda no dia 23 de maio, foi solicitado aos participantes que realizassem o preparo de meio de cultura para moscas de acordo com protocolo disponível na página http://w3.ufsm.br/labdros/arquivos/Protocolos.pdf. Os meios de cultura apresentam a finalidade de fornecer nutrientes para o cultivo de microorganismos. Além disso, cada grupo foi desafiado a construir um eterizador. Este aparelho corresponde a um material cujo objetivo é fazer as moscas em estágio adulto “dormirem” enquanto são visualizadas em lupa eletrônica. Uma versão alternativa e atóxica, do eterizador utilizado em laboratório, adequada para a realização de atividade prática em sala de aula está sendo elaborada pelos pesquisadores da Universidade Federal de Santa Maria - Élgion Loreto e Lenira Sepel. Para os diferentes grupos foram entregues dois recipientes plásticos com tampa e de mesmo tamanho, mangueira plástica e cola (resina epóxi) para montagem do aparelho conforme figura 1. Após a construção de seus anestesiadores, foram entregues, também, aos participantes: água, comprimidos efervescentes (apresentam a função de liberarem gás carbônico (CO2)) e um vidro contendo moscas em diferentes estágios de vida. O objetivo, neste momento, era que cada grupo pudesse analisar a eficácia do eterizador confeccionado e que pudessem visualizar, por alguns minutos, as diferentes etapas do ciclo vital das Drosófilas em lupa eletrônica - especialmente os indivíduos adultos. No terceiro momento pedagógico, ocorrido no dia 24 de maio, foi proposto que os participantes construíssem um plano de aula dentro de uma perspectiva construtivista no qual fossem incluídas as atividades vivenciadas nos momentos pedagógicos anteriores. A finalização da atividade ocorreu através do compartilhamento das diferentes etapas do plano de aula desenvolvido pelos diferentes grupos.

Vivências: Revista Eletrônica de Extensão da URI ISSN 1809-1636

Vivências. Vol. 11, N.20: p.208-213, Maio/2015 211

Figura 1. Anestesiador de moscas produzido pelos participantes da oficina.

Fonte: Autoras

ANÁLISE E DISCUSSÃO DA OFICINA

Inicialmente as participantes foram questionadas sobre a procedência do bicho da goiaba; a

forma que ele teria entrado na fruta e o que entendiam ou lembravam-se de metamorfose. Apenas duas alunas conseguiram explicar corretamente como surgia o bicho na goiaba. Foi possível observar que existem dúvidas relacionadas ao ciclo de vida das moscas. A maioria das participantes disse lembrar por ter estudado a metamorfose da borboleta.

Ao serem questionadas como fariam uma proposta de experimento abordando o ciclo de vida de uma mosca, dentro de uma abordagem construtivista, duas participantes afirmaram que levariam em conta o conhecimento trazido pelos alunos para a sala de aula. Como por exemplo, as participantes abaixo:

Participante 2: “Faria uma problematização, questionando os alunos: já observaram moscas ao redor das frutas? Por que elas estão ali? [...]”. Participante 6: “Dentro de uma abordagem construtivista os alunos participariam da construção do conhecimento, levando em consideração o conhecimento que eles trazem de casa.”

Podemos observar nas falas dessas participantes que há uma preocupação em considerar o que o aluno traz de informações, e não tratá-lo como alguém que não possui nenhum conhecimento acerca dos assuntos científicos. Esta interação entre professor-aluno é fundamental para a construção do conhecimento, uma vez que o aluno sente-se valorizado ao ter seus questionamentos considerados pelo professor. Estas ideias corroboram com Demo (2000, p. 32) que afirma:

[...] não existe tábula rasa, analfabetismo absoluto; todos falam, se comunicam, usam um vocabulário básico, manejam conceitos dentro do senso comum, possuem referências da realidade em que estão inseridos, e assim por diante; este será o ponto de partida, se quisermos uma educação emancipadora.

A maioria das alunas afirmou que, além de considerarem os conhecimentos trazidos pelos alunos, utilizariam as atividades desenvolvidas durante a oficina em sala de aula. Todas disseram

Vivências: Revista Eletrônica de Extensão da URI ISSN 1809-1636

Vivências. Vol. 11, N.20: p.208-213, Maio/2015 212

que mostrariam aos alunos as fases do ciclo de vida da mosca, explicando sobre o processo de metamorfose ocorrido em alguns animais. Como afirmou a participante três:

Participante 3: “Questionar, montar parte da oficina aqui ministrada. E mostrar aos alunos o ciclo de vida, não só deste, mas de outros insetos também”.

A preocupação desta futura educadora em mostrar aos seus alunos outros exemplos de

animais que apresentam etapas semelhantes às moscas em seu ciclo de vida é importante para a aprendizagem dos alunos, principalmente os de ensino fundamental. Algumas vezes ao se trabalhar com crianças pode haver uma generalização e elas acabarem entendendo que aquele caso apresentado ocorre isoladamente na natureza, por isso, é interessante que explicações da existência da metamorfose em outros animais sejam abordadas com os estudantes.

A participante sete disse que tentaria desenvolver a oficina, dentro da realidade escolar. O professor de Ciências na maioria das vezes não encontrará um laboratório escolar com todo material necessário para suas aulas, então será preciso fazer adaptações. É de fundamental importância que o docente saiba realizar os ajustes essenciais na escola, pois estes trarão benefícios para a aprendizagem dos alunos.

Ao final da oficina as alunas foram questionadas sobre a contribuição das atividades para sua formação como docentes. Além disso, foi sugerido que dessem suas sugestões e críticas. A participante um destacou que a maior contribuição da oficina foi em relação à importância de trabalhar os conhecimentos científicos em sala de aula:

Participante 1: “A contribuição foi bem qualitativa, ampliei meus conhecimentos e também construí uma nova concepção sobre a importância do ensino científico na escola. Não há críticas, apenas elogios e agradecimentos”.

Outro ponto que foi debatido entre as alunas foi o motivo das moscas terem sido anestesiadas ao invés de serem mortas. A importância ambiental desses animais foi comentada pelas alunas e oficineiras. Como foi salientado pela participante quatro:

Participante 4: ‘Gostei, pois a concepção de observar uma mosca é matando-a, mas é possível anestesiá-la.”

Algumas alunas afirmaram que as atividades prática desenvolvidas durante a oficina contribuiriam para sua prática docente. A construção do anestesiador, observação dos estágios na lupa e produção do meio de cultura foram os momentos de maior envolvimento das participantes. Podemos observar nas falas das participantes cinco e seis:

Participante 5: ‘Aprendi muitas coisas que contribuíram para minha formação, nem imaginava a construção do anestesiador e com certeza vou usar em minhas aulas.” Participante 6:’Gostei muito da oficina,ela nos mostrou que o ensino de ciências é bem mais eficaz aliado à prática. “Teoria e prática se complementam.”

Vivências: Revista Eletrônica de Extensão da URI ISSN 1809-1636

Vivências. Vol. 11, N.20: p.208-213, Maio/2015 213

Para finalizar, foi solicitado que as participantes elaborassem planos de aulas que utilizassem as práticas aprendidas durante a oficina. A maioria apresentou planos de aulas que levavam em conta as considerações dos alunos através de questionamentos iniciais relacionados ao ciclo de vida das moscas. Os planos de aulas foram direcionados ao 7º anos do ensino fundamental e também às séries iniciais (1º ao 5º ano) do ensino fundamental. Algumas participantes disseram que mostrariam um vídeo inicialmente para dar início às atividades. De maneira geral, elas afirmaram que levariam o anestesiador pronto, pois acreditam que a montagem deles pelos alunos acarretaria no uso de um maior tempo de suas aulas, onerando mais períodos para a atividade. Também afirmaram que apresentariam as fases do ciclo de vida da mosca na lupa para os alunos visualizarem.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Percebemos que houve uma boa interação entre a teoria e prática, contribuindo para a formação inicial e continuada dos participantes, uma vez que a colaboração foi unânime em todos os momentos da oficina.

Os integrantes da oficina relataram apresentar dificuldades quanto à obtenção de recursos físicos e humanos para desenvolver atividades experimentais nas escolas, uma vez que a carga horária destinada a este fim é rara para os professores. Reiteram que seria necessário espaço e tempo para o preparo das aulas, mais apoio tanto no deslocamento dos estudantes quanto no atendimento destes no laboratório da escola.

Por outro lado, reconhecem a importância das atividades experimentais como recurso didático indispensável na relação ensino e aprendizagem. Além disso, as aulas de Ciências sem o contato com atividades práticas acabam, de certa maneira, descaracterizando a área, uma vez que boa parte do conhecimento científico se faz pela experimentação. Portanto estamos diante de lacunas não só na formação de professores como nas iniciativas das políticas públicas para este fim. Desse modo, acreditamos que oficinas são alternativas fundamentais para a introdução de metodologias diferenciadas na formação dos professores. REFERÊNCIAS BRASIL. Ministério da Educação e Cultura / Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental: introdução aos parâmetros curriculares nacionais. Brasília: MEC/SEF, 1998. DELIZOICOV, D. ANGOTTI, J. A. Metodologia do ensino de Ciências. São Paulo: Cortez, 1991. DEMO, P. Pesquisa e construção de conhecimento: metodologia científica no caminho de HABERMAS. 4ª ed. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2000. SALLES, G; KOVALICZN, R. O mundo das Ciências no espaço da sala de aula: O ensino como um processo de aproximação. In: NADAL, B.G. (org). Práticas Pedagógicas nos anos iniciais: concepção e ação. Ponta Grossa: Ed. Vepg, 2007.