atividades de escrita nos manuais escolares de ensino básico³nia... · ... referencial de textos...

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Janeiro de 2013 Sónia Margarida Martins Ferreira UMinho|2013 Sónia Margarida Martins Ferreira Universidade do Minho Instituto de Educação Atividades de Escrita nos Manuais Escolares de Ensino Básico Atividades de Escrita nos Manuais Escolares de Ensino Básico

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Janeiro de 2013

Sónia Margarida Martins Ferreira

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Dissertação de Mestrado Mestrado em Ciências da Educação Área de Especialização em Supervisão Pedagógica em Ensino do Português

Trabalho realizado sob orientação do

Professor Doutor Rui Manuel Nascimento Ramos

Universidade do MinhoInstituto de Educação

Janeiro de 2013

Sónia Margarida Martins Ferreira

Atividades de Escrita nos Manuais Escolares de Ensino Básico

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É AUTORIZADA A REPRODUÇÃO PARCIAL DESTA DISSERTAÇÃO APENAS PARA EFEITOS DE INVESTIGAÇÃO, MEDIANTE DECLARAÇÃO ESCRITA DO INTERESSADO, QUE A TAL SECOMPROMETE;

Universidade do Minho, ___/___/______

Assinatura: ________________________________________________

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AGRADECIMENTOS

Chegada à fase final desta custosa caminhada, resta-me agradecer àqueles que

contribuíram, de alguma forma, para que esta jornada fosse levada a bom porto.

Agradeço ao doutor Rui Ramos pela paciência, incentivo e compreensão que me foi dando

ao longo do tempo.

À minha querida amiga Teresa Brandão, que sempre me apoiou em tudo nesta fase,

dando-me alento, carinho e vários empurrões.

À minha mãe, por me incentivar sempre a não desistir.

Ao meu pai, ao meu marido e ao meu filho por estarem sempre comigo e me apoiarem.

Ainda aos restantes colegas de mestrado que também me incentivaram.

Obrigada a todos, de coração!!!

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ATIVIDADES DE ESCRITA NOS MANUAIS ESCOLARES DO ENSINO BÁSICO

RESUMO

O objetivo deste estudo é refletir sobre o papel que a escrita, enquanto instrumento de

aprendizagem, pode desempenhar no contexto da escola, concretamente ao nível do 7º ano de

escolaridade. Começamos por fazer um enquadramento teórico a partir do conceito de escrita e

os diferentes processos e subprocessos envolvidos nesta competência e abordar mais

concretamente o modelo de escrita de Flower e Hayes.

Posteriormente, passamos à caracterização do contexto português, primeiro ao nível dos

manuais escolares de português, depois dos próprios programas. Sem dúvida que os manuais

desempenham um papel fundamental no contexto educativo. Intermediários entre o Programa e

as aprendizagens ensinadas aos alunos, são os instrumentos mais utilizados e servem de suporte

aos docentes para a transmissão e a aquisição de saberes.

Neste estudo, procuramos compreender até que ponto os manuais escolares de

Português de 7º ano, em vigor pela primeira vez no ano letivo de 2011/2012, adotando as

diretrizes do NPPEB, proporcionam aos alunos o desenvolvimento da competência escrita, tendo

em conta o que se sabe sobre os diferentes processos implicados na composição de um texto.

Estes manuais foram analisados, com o objetivo de verificar se propõem atividades de escrita que

levem os discentes/escreventes a criar ideias, definir objetivos, escolher os modos de organização

textual, comporem e reverem o seu texto. Analisamos ainda que tipo de atividades contemplam e

que tipologia textual mais abordam.

Os resultados obtidos demonstram que a competência da escrita continua a ser

perspetivada não totalmente na sua vertente processual, pois nem todos os processos de escrita

são contemplados, dando-se predominância a uns em detrimento de outros. Porém, houve

mudanças face ao passado, nomeadamente, ao nível do subprocesso planificação, que começou

a ser mais valorizado.

Palavras-chave: Manual de Português; Processos e subprocessos de escrita.

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WRITTEN ACTIVITIES IN THE TEXTBOOKS FOR BASIC EDUCATION

ABSTRACT

The purpose of this study is to reflect the role that writing can play in the context of the

school as an instrument for learning, specifically at the level of the 7th grade. We begin by making

a theoretical framework based on the concept of writing and develop the different processes and

sub-processes model engaged in the Flower and Hayes` skill models for writing.

After that we move on with the characterization of the Portuguese context connected to the

textbooks and the Portuguese Program. Textbooks play undoubtedly a vital role in the educational

context. They act as intermediates between the Portuguese Program and the teaching- learning

process and they are the most used teacher`s tools and support for the transmission of

knowledge.

In our study, we tried to understand how far the 7th grade/year Portuguese textbooks,

being used for the first time in the 2011/2012 school year and adopting guidelines from New

Program for Basic Education, provide students the development of the written skill, taking account

of what we know, about the different processes implied on the composition of a written text.

The textbooks were analyzed in order to verify if the proposals for the preparation of written

texts lead students to create ideas, set their objectives, choose their ways of textual organization,

compose and revise their text. We also review what kind of activities the textbooks behold and what

kind of text typology they best cover.

The results show that the writing skill is still not fully foreseen in its procedural dimension,

since not all writing processes are contemplated, giving predominance to some over others.

However, there have been changes over the past, especially in terms of the planning sub process,

which began to be worthy used.

Key-words: Portuguese textbook, written processes and sub processes.

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ÍNDICE

INTRODUÇÃO………………………………………………………………………………………………………..……1

I. A COMPETÊNCIA ESCRITA, O MANUAL ESCOLAR E O NOVO PROGRAMA DE PORTUGUÊS

DO ENSINO BÁSICO…………………………………………………………………………………………………….7

1.1 Apresentação ............................................................................................................ 9

1.2 A competência Escrita ............................................................................................... 9

1.3 Modelo de escrita de Flower e Hayes ....................................................................... 12

1.4 A escrita desenvolvida e a escrita em desenvolvimento ............................................ 15

1.5 Estatuto e funções do manual escolar ...................................................................... 18

1.5.1 O manual escolar de Português; ............................................................................ 21

1.6. A escrita nos Programas de Língua Portuguesa ............................................................ 23

1.6.1. O Programa de Língua Portuguesa do Ensino Básico (1991) e o Programa de

Português do Ensino Básico (2009). ................................................................................ 23

II. OBJETO DE ESTUDO: OS MANUAIS.……………………………………………………………..……33

1. Metodologia de análise: objeto e objetivos.................................................................... 35

2. A constituição do corpus ............................................................................................. 36

3. Organização dos Manuais ............................................................................................... 37

3. Descrição do estudo .................................................................................................... 39

III. ATIVIDADES DE ESCRITA NOS MANUAIS ESCOLARES DO ENSINO BÁSICO………..……….….49

1. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS…………………………..………………………………….….51

1.1 NÚMERO DE ATIVIDADES POR COMPETÊNCIA……….………………….…….….……51

1.2 OS SUBPROCESSOS DO PROCESSO DE ESCRITA ………….....…………….….……54

1.3 ATIVIDADES DE ESCRITA E TIPOLOGIA TEXTUAL………………………….…....….….62

CONSIDERAÇÕES FINAIS……………….………………………………………………………………….…….….69

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS……………………………………………………………………………….….79

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ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1 - Modelo de Flower e Hayes, 1981 ……………………………….…………………….………...14

ÍNDICE DE QUADROS

Quadro 1 – Descritores de Desempenho para a competência escrita,

3º Ciclo (Reis (coord.), 2009: 130,131) ……………………………………………….……………………29

Quadro 2 – Referencial de Textos para o 3º Ciclo,

para a competência escrita (Reis (coord.), 2009:146) …………………………………..……………..31

Grelha I – Tipos de atividades ……….…………………………………..…………………………………….39

Grelha II – Atividades de escrita …………………………………….….……………………….…………….40

Grelha IIII – Tipologia textual …………………………………………………………………...………………47

Grelha IV – Tipos de atividades …………………………………………………………………………....…..51

ÍNDICE DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Atividades Manual A ……………………………………………………………..…………..…..52

Gráfico 2 – Atividades Manual B …………………………………………………………………………..….52

Gráfico 3 – Atividades Manual C ……………………………………………………………………………...53

Gráfico 5 – Subprocessos de escrita no Manual A …………………………………………………..…..55

Gráfico 6 – Subprocessos de escrita no Manual B ……………….-……………………………………..56

Gráfico 7 – Subprocessos de escrita no Manual C ……………………………………………………….57

Gráfico 8 – Subprocessos de escrita nos manuais analisados ……………………………………….59

Gráfico 9 – Tipologia Textual – Manual A ………………………………………………………………..….62

Gráfico 10 – Tipologia Textual – Manual B …………………………………………………………….……63

Gráfico 11 – Tipologia Textual – Manual C …………………………………………………………..……..64

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INTRODUÇÃO

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Nas últimas décadas, temos vindo a assistir, no nosso país, a um aumento de trabalhos

de investigação sobre a escrita, principalmente a partir da década de oitenta do século passado.

Na sua origem está, em grande medida, uma consciencialização de vários agentes acerca das

dificuldades de expressão escrita de muitos dos alunos que frequentam as nossas escolas. Estas

dificuldades têm causas diversas; podemos destacar a massificação da escola, com a entrada de

alunos vindos de grupos socioculturais com baixos níveis de escolarização e literacia e o

desenvolvimento das tecnologias de comunicação que recorrem mais à imagem e menos à

linguagem escrita. Podemos ainda associá-las a falta de hábitos de leitura e de escrita e o pouco

contacto com livros.

Começou-se a tomar consciência deste facto, pois a escrita, competência que se adquire

na escola, é muito valorizada nos mais variados contextos sociais e profissionais, sendo que o

ensino-aprendizagem desta competência deve ser feito com rigor e competência, o que implica

um papel interventivo, interativo e ativo de professores e alunos.

A escrita deixa de ser vista apenas como meio comunicativo, expressivo, para ser

percecionada como um meio pela qual se exprime e organiza o pensamento. Do ponto de vista

didático ou formativo, a escrita, sendo uma atividade complexa que envolve subprocessos de

recolha, de planificação, de redação e de revisão, deve ser ensinada como tal. Não podemos

encarar a escrita como algo inato ou adquirido, que se aprende com o simples contacto com

textos, como acontece com a aquisição da oralidade. A escola não pode esperar que os alunos

dominem a escrita (múltiplas escritas) se se preocupa essencialmente com os resultados, sem

ter ensinado os procedimentos para chegar a esses resultados.

A produção de texto parte da recolha de informação, recorrendo a fontes internas e/ou

externas. Posteriormente, envolve a planificação, que remete para a criação das ideias e a sua

organização. A criação das ideias implica o estabelecimento de objetivos e busca de meios para

os concretizar, daí que a escrita possa ser entendida como uma situação de resolução de

problemas. A organização das ideias pode ser feita recorrendo a um suporte escrito (esquemas,

mapas de ideias…), ou apenas estruturada mentalmente. As ideias são traduzidas em texto

aquando do subprocesso da redação. De seguida, passamos à revisão, momento em que se faz

uma avaliação do texto escrito tendo como referência os objetivos definidos e o plano definido.

Este processo é ativado na fase final da composição do texto, mas não exclusivamente, porque

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deve estar presente à medida que o texto vai sendo produzido, assim como os outros

subprocessos. A escrita não se faz por momentos estanques, mas efetuando-se movimentos

recursivos (Flower & Hayes, 1981).

Através da linguagem escrita, ensina-se, aprende-se e avalia-se quase todo o saber que a

escola promove. No entanto, Portugal continua a revelar níveis preocupantes de insucesso no

domínio da linguagem escrita.

Neste contexto, abordar esta questão passa necessariamente pela análise de diferentes

agentes envolvidos no ensino-aprendizagem da escrita, dos quais se destacam os textos

reguladores, ou seja, os textos programáticos, que apontam conteúdos a lecionar nos diversos

níveis de ensino e propõem algumas formas de operacionalização e os manuais escolares, que

medeiam a relação entre o Programa e a prática pedagógica, para verificar se constituem de

facto um instrumento significativo na estruturação dessa prática.

Dionísio (2000) refere que os manuais escolares se apresentam como tradução concreta

do programa escolar, permitindo um acesso facilitado a um conjunto de saberes já doseados e

estruturados segundo sequências definidas em função de tipos de texto, libertando o professor

de determinadas tarefas, que passam a representar o meio de ensino mais comum. Assim,

defende que a centralidade do manual escolar na atividade letiva é inegável.

Conscientes do forte estatuto do manual – e numa altura em que estes são

reformulados com a entrada em vigor do Novo Programa de Português para o Ensino Básico

(NPPEB) no ano letivo de 2011-2012, propusemo-nos analisar manuais escolares, para verificar

se a competência da escrita é trabalhada tal como é delineado no texto programático, e se as

atividades de escrita propostas nos mesmos contemplam ou preveem o ensino-aprendizagem

dos subprocessos envolvidos na escrita. Em suma, se os manuais são materiais propiciadores

da competência da escrita.

Com base no que acabámos de enunciar, o nosso trabalho está estruturado da seguinte

forma: o primeiro capítulo apresenta o quadro teórico, abordando a competência de escrita e os

subprocessos nela envolvidos, assim como os principais modelos de escrita. Focamos, de

seguida, o estatuto e as funções do manual escolar e traçamos um breve paralelismo entre o

Programa de Português de 1991 e o Novo Programa de 2009.

No segundo capítulo, apresentamos o objeto, os objetivos e o corpus do trabalho,

procedemos à explicitação da metodologia adotada para a análise dos manuais selecionados

para o estudo e a sua caraterização e efetuamos a descrição da pesquisa.

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No terceiro capítulo, fazemos uma análise dos dados, a discussão sobre o contributo dos

manuais escolares ao nível do ensino-aprendizagem da escrita e, por fim, apresentamos as

conclusões, sintetizando os contributos do estudo por nós efetuado.

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I. A COMPETÊNCIA ESCRITA, O MANUAL ESCOLAR E O NOVO

PROGRAMA DE PORTUGUÊS DO ENSINO BÁSICO

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1.1 Apresentação

Este quadro teórico desenvolver-se-á em três fases distintas. Numa primeira fase,

procuraremos definir o conceito de escrita que empregamos nesta investigação e apresentar

diferentes perspetivas de escrita. Depois serão analisados os processos de escrita, tendo em

conta as fases de preparação, planificação, redação e revisão do texto, centrando-nos no modelo

de escrita proposto por Flower e Hayes (1981).

Numa segunda fase, identificaremos a importância do manual escolar, neste caso o de

Português, como instância central na produção e reprodução do discurso pedagógico.

Numa terceira fase, abordaremos que dimensões definem para a escrita os programas

de português, principalmente o novo programa, fazendo uma análise comparativa entre o

Programa de 1991 e o Novo programa de Português de 2008.

1.2 A competência Escrita

Definir o que é a escrita não é tarefa fácil. O ato de escrever pode parecer um ato

simples, mas existem vários processos subjacentes ao mesmo, o que o torna uma atividade

complexa. E é importante distingui-lo da oralidade. Cassany (1999) distingue a escrita da

oralidade referindo:

“La escritura permite que redactor y lector se muevan libremente por el escrito,

avanzando y retrocediendo a su antojo, mientras que la oralidad exige orador y audiencia

hablen y escuchen de manera secuencial […]. Al poder avanzar y retroceder por el

discurso, el redactor-lector puede componer su texto indefinidamente, como un escultor

que trabaja sobre el mármol. (1999:259)”

O processo de produção escrita da mensagem exige do seu autor uma atividade distinta

e mais complexa do que o da produção oral, pois na escrita o autor tem de selecionar o

conteúdo do discurso em função das necessidades de informação do leitor e do contexto de

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produção, atentar a todas as circunstâncias de produção, corrigir, reescrever, trabalhar o texto

de forma a torná-lo claro para os seus leitores. Como refere Amor,

“a escrita é uma actividade (uma práxis produtiva) e um produto eminentemente

metalinguísticos ou, pelo menos, epilinguísticos: de um modo ou de outro, todo o texto

resulta de operações de reescrita e fala dele próprio, ou seja, diz directa ou

indirectamente como deve ser lido. Por isso se afirma que a escrita não é, ao contrário da

fala, um exercício natural da linguagem; os escritos são sempre “extra-ordinários””

(1993:164).

Escrita e leitura andam de mãos dadas e os hábitos de leitura constituem um fator muito

importante para o desenvolvimento da capacidade de escrita, o que se explica “por uma

progressiva consciencialização, por parte dos leitores assíduos, do modo como a linguagem

escrita funciona, por uma interiorização das estruturas próprias da escrita que encontram nos

textos que lêem.” (Carvalho, 2002:19). Estas estruturas da escrita advêm de diferentes

dimensões do texto, podendo ir de níveis micro a níveis macroestruturais. Ao nível micro salienta-

se, por exemplo, a ortografia, a semântica (mecanismos linguísticos de coesão textual);ao nível

macro destacam-se o aprofundamento do conhecimento das características de diferentes tipos

de texto e o desenvolvimento de uma forma de comunicação na ausência do interlocutor.

A aquisição da competência de escrita passa, então, necessariamente pela escola, local

onde esta se assume como uma dimensão essencial a desenvolver na disciplina de Português

como conteúdo prioritário. Segundo Carvalho, existem várias razões para que a escrita seja

considerada uma competência prestigiada, que os pais e educadores esperam ver desenvolvida

na escola, pois esta constitui um dos fatores que permitem avaliar “a eficácia dessa instituição.”

(idem:22). A escrita tem assim um papel fundamental no processo de ensino-aprendizagem,

tanto na fase de aquisição de conhecimento, como na estruturação e aplicação desse mesmo

conhecimento (Carvalho, 2005). Contudo, no contexto escolar tem sido sobrevalorizada a função

comunicativa e instrumental da linguagem e a principal função atribuída à escrita é a reprodução

de conhecimento que depois é avaliado. Talvez por isso tenha uma carga fortemente negativa,

pois “a reprodução do conhecimento, sobretudo em situações de avaliação, parece ser a

principal função atribuída à escrita na escola actual…” Carvalho (2001:82). Como salienta Amor,

“na escola actual – e mesmo na aula de português – o aluno escreve, quase exclusivamente,

para ser avaliado e é-o apenas, em relação ao produto final da escrita.” (1993:114). Por este

motivo, outros autores chamam a atenção para a importância de se escrever mais na escola não

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de uma forma artificial, mas dando ao aluno a consciência que saber escrever ser-lhe-á útil na

sua vida social:

“dans ce sens, il faut éviter de centrer l’activité sur l’école plutôt que sur l’écrit

proprement dit. (…) C’est à dire qu’il faut éviter que l’élève interprète les activités liées à

l’écrit comme des simples demandes scolaires. Il faut qu’il comprenne qu’il s’agit d’un

investissement qui lui apportera des acquis utiles dans la vie sociale. (…) l’école doit être

l’endroit où ils apprennent que le langage écrit peut avoir un côté ludique et devenir un

instrument d’expression de soi” (Carvalho, 2001:50-51).

Enquanto atividade social, a escrita está intimamente relacionada com o meio em que

surge, com os objetivos e as normas dessa comunidade de discurso, com as relações

estabelecidas com a leitura de outros escritores. Como tal, esta abordagem social da escrita faz

sentido, na medida em que o aluno procurará informação no meio que o rodeia.

“Acredita-se que como escritor é fundamental que o educando experimente a

utilidade e as funções do escrito, a sensação mágica de poder que o domínio da escrita

transmite, o prazer que a produção de um texto proporciona. Importa pois, levar o aluno

a participar em actos de escrita que estimulem o gosto pela produção de textos de

diferentes géneros, quer seja para promover a sua capacidade expressiva, quer para a

apropriação de técnicas e modelos cruciais garante de uma vivência plena de cidadania e

da realização pessoal e profissional” (idem:105).

Concluímos que a escola é um lugar central para potenciar a competência escrita; para

tal é necessário, segundo Maria de Fátima Albuquerque, retomando Carvalho, que “o hábito

escolar de investir na produção escrita sem reflexão subjacente terá de ser perspetivado numa

tónica bem mais abrangente e que englobe também os hábitos de leitura, as práticas de

oralidade, e realmente toda a relação pedagógica aluno/professor com o texto a estudar.”

(idem:96).

Tal como defendia Paulo Freire (1991:27):

"Se é praticando que se aprende a nadar.

Se é praticando que se aprende a trabalhar,

É praticando também que se aprende a ler e escrever

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Vamos praticar para aprender

E aprender para praticar melhor

Vamos ler

Povo

Saúde

Metabala

Rádio”

Vamos escrever.”

1.3 Modelo de escrita de Flower e Hayes

Sendo a escrita um processo tão complexo, como já referimos, vários modelos foram

surgindo ao longo do tempo, no sentido de explicar como o mesmo se desenvolve. Alguns

modelos clássicos foram considerados lineares e foram postos em causa. Até à década de 80,

segundo Carvalho (1999), o processo interior de construção de um texto não era contemplado.

Desconhecia-se ou ignorava-se a participação ativa das dimensões cognitivas do escrevente na

seleção e resolução de questões, mediante determinados objetivos, a finalidade, o destinatário e

o tipo de discurso. A escrita era vista como um exercício de imitação de textos exemplares, na

generalidade textos literários, sendo que tudo estava focalizado na propagação de ideias e no

produto final. Na década de setenta, começa-se já a deslocar o foco da atenção do texto como

produto final e passa-se a dar atenção ao seu processo de construção (Carvalho,1999:87). O ato

de escrita passa a ser concebido como um processo linear que se carateriza por uma sucessão

de fases que o constituem. Nos modelos de sucessões de fases, as operações de escrita

(planificação, redação e revisão, ou pré-escrita, escrita e pós-escrita), designações utilizadas por

Carvalho (1999), são tidas como subsequentes, notando-se alguma desconsideração pelos

processos cognitivos.

Na década de 80, começam a surgir modelos do processo de escrita, na tentativa de

explicar o seu funcionamento. Porém, o modelo apresentado por Flower e Hayes (1981 - Figura

1), que descreve os processos mentais desencadeados pela escrita, foi o mais aceite pela

comunidade de investigadores.

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O ato de escrever é um processo com vários estádios: o escrevente tem de escolher o

assunto, verificar o que se sabe sobre ele, selecionar material e proceder, posteriormente, à sua

estruturação tendo em conta a sua finalidade, o recetor da mensagem e só depois passa para a

representação linguística. Este processo não é linear; pelo contrário, carateriza-se pela

recursividade, a revisão, a reformulação, um processo de reelaboração de ideias, de frases, do

texto como um todo.

Assim, o referido modelo coloca a tónica nos mecanismos cognitivos do sujeito que

escreve, nos seus planos, intenções, conhecimentos do mundo…Contempla várias dimensões e

distingue três domínios fundamentais: o contexto de produção do texto, a memória a longo prazo

do escrevente e o próprio processo de escrita.

Neste modelo, a escrita é assumida como uma atividade cognitiva de resolução de

problemas, composta por um conjunto de objetivos que o escrevente deve atingir e centra-se na

identificação e descrição dos processos cognitivos que este efetua durante o ato de escrita.

Segundo Carvalho,

“pressupondo o acto de escrita como um conjunto de processos mentais,

hierarquicamente organizados, controlados pelo sujeito que escreve através da definição

e redefinição constante de objectivos de natureza mais geral ou mais concreta, este

modelo põe em causa a concepção do acto de produção de um texto escrito como uma

sucessão de fases – pré-escrita, escrita e reescrita – ao destacar a natureza recursiva de

cada uma das componentes do processo. O modelo integra três domínios: o do contexto

da tarefa; o da memória de longo prazo do escrevente; o do processo de escrita

propriamente dito.” (2001:88)

O domínio do contexto da tarefa inclui duas dimensões: uma dimensão extratextual e

uma dimensão intratextual. A primeira dimensão engloba vários fatores, tais como o tema, o

objetivo, o destinatário e, de acordo com Carvalho, ela “reveste-se de particular importância na

medida em que escrever é, normalmente, entendido como um acto retórico e não como a

construção de um mero artefacto.” (ibidem:90). A segunda dimensão diz respeito à parte do

texto já produzido até determinado momento, que condiciona não só a parte que está a ser

produzida nesse momento, mas também a que será produzido a posteriori.

Quanto ao domínio da memória de longo prazo, é nesta que se considera o

conhecimento que a pessoa que escreve tem sobre o assunto, o destinatário, a tarefa que tem

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de realizar e o tipo de texto que vai produzir: “a referida memória constitui uma entidade estável

com uma organização própria, da qual é necessário retirar informação” (ibidem: 61)

Figura 1 - Modelo de Flower e Hayes, 1981

O terceiro domínio, o do processo de escrita, envolve três subprocessos: a planificação,

a redação e a revisão.

A planificação consiste na construção da representação interna do saber e é composta

também ela por três subprocessos, a geração de ideias, a organização e a definição de objetivos.

Estes pretendem definir o plano da escrita e os objetivos que conduzirão a redação, que tem por

base as informações obtidas através do recurso à memória de longo prazo e também ao

contexto da tarefa. Assim, a geração de ideias corresponde ao subprocesso que permite a

ativação e a recuperação das informações que o escrevente considera pertinentes em relação ao

assunto, ao destinatário e ao tipo de texto a produzir. A organização é orientada pela seleção das

informações consideradas com maior utilidade e corresponde à estruturação de um plano

cronológico e/ou hierarquizado da informação recuperada. A definição de objetivos é a

concretização dos objetivos, planos e dos critérios que permitem a adaptação do texto à

finalidade e aos constrangimentos da situação. Este subprocesso permite avaliar e reajustar o

plano escrito em relação aos objetivos previamente estabelecidos.

Quanto ao subprocesso redação, consiste na transformação de uma representação

mental numa linguagem verbal, sendo a informação anteriormente produzida codificada lexical e

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sintaticamente, através dos conhecimentos linguísticos (conetores, coerência, coesão textual…)

que o escrevente tem armazenados na memória.

Relativamente ao subprocesso revisão, consiste na análise e avaliação do texto já

produzido, verificando-se se o mesmo corresponde aos objetivos estabelecidos na planificação,

procedendo-se posteriormente à melhoria do mesmo. Nesta revisão, intervêm dois passos

importantes: primeiro, a leitura, que permite detetar irregularidades em relação às normas da

língua e avaliar a adequação do texto aos objetivos definidos para o mesmo; e segundo, a

correção, que possibilita a retificação de lacunas linguísticas ao nível da ortografia e da sintaxe.

Ao olharmos, numa primeira abordagem, para a descrição do processo, este não parece

inovador; contudo, é-o. O que traduz inovação neste modelo é o facto de todo o processo ser

controlado “por um mecanismo, designado monitor, que determina a passagem de um sub-

processo a outro, o que envolve decisões que são condicionadas pelos objectivos de quem

escreve e pelos seus hábitos de escrita e estilo pessoal” (Carvalho, 2001:145).

O processo de escrita é assim marcado por avanços e recuos, durante os quais os

subprocessos interagem entre si de forma complexa, não é um processo linear e sucessivo, por

isso se afasta a ideia de mera redação de uma sucessão de fases.

1.4 A escrita desenvolvida e a escrita em desenvolvimento

O modelo de Flower e Hayes começou a receber alguma censura, nomeadamente,

porque se adequava a escreventes que têm completamente desenvolvida a capacidade de

escrever, conseguindo usar todas as potencialidades da escrita. No entanto, quando falamos de

escrita na escola, falamos ainda de crianças, adolescentes e jovens que, por estarem ainda a

aprender a escrever, não desenvolveram todas as suas capacidades de escrita. Assim, vão

surgindo novos modelos. Carvalho (2003) refere que a escrita pode funcionar como um

importante fator de desenvolvimento intelectual e apoia-se no modelo apresentado por Bereiter e

Scardamalia, salientando que estes autores (1987) distinguem

“[…] a escrita desenvolvida, ou de transformação de conhecimento, da escrita não

desenvolvida, ou de explicitação do conhecimento, é que a primeira é o resultado de um

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processo de interacção entre aquilo que os autores designam como espaços-problema, o

do conteúdo e o retórico, enquanto a segunda resulta de um processo linear de

verbalização das ideias activadas na memória, com um mínimo de problematização. O

desenvolvimento da capacidade de escrever implicará, e promoverá ele próprio, a crescente

capacidade de resolver problemas, e de o fazer em situações novas, num processo que,

consequentemente, constitui um factor de desenvolvimento cognitivo.” (2003:23)

No que diz respeito ao modelo da explicitação de conhecimento, referente à escrita

pouco desenvolvida, a escrita é considerada como uma tarefa natural. A preocupação dos

escreventes em desenvolvimento é debitar informação na folha branca que têm diante de si. O

escrevente em desenvolvimento não revela preocupação significativa com o objetivo do texto

nem com o leitor a quem se destina, depois de criar uma representação mental do que lhe é

solicitado e de identificar o assunto e o género textual começa a escrever. A função de escrever é

mais reprodutiva do que produtiva.

Os escreventes em desenvolvimento, segundo Carvalho, revelam dificuldade também ao

nível da planificação. Esta surge “num plano mental, o que implica operações de caráter

abstracto, que levantam, naturalmente, alguns problemas relacionados com o desenvolvimento

cognitivo dos sujeitos” (1999:82,83). Assim sendo, o processo que mais absorve o escrevente é,

sem dúvida, o processo de redação. Carvalho refere que

“Bereiter e Scardamalia (1987) chamam a atenção para o facto de a escrita de

explicitação de conhecimento constituir uma simplificação de um processo complexo, de

forma a tornar possível a realização de uma tarefa que, para ser cabalmente

desempenhada, pressupõe recursos cognitivos que ainda não estão completamente

disponíveis.” (2003:26)

Quanto ao modelo de transformação do conhecimento, por seu lado, tenta explicar a

escrita como uma atividade complexa, que exige a utilização de recursos cognitivos de ordem

superior. O escrevente desenvolvido planifica o texto e tenta adequá-lo tendo em conta o

destinatário, o conteúdo (assunto), analisa o problema com vista à definição de objetivos que lhe

permitiram organizar o texto. Como salienta Carvalho, estes escreventes mais desenvolvidos “

geram mais conteúdo do que aquele que de facto vêm a incluir no texto.” (1999:83). No caso de

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crianças é diferente, estas têm maior dificuldade na geração de conteúdo. A redação é o

processo que mais absorve a criança.

O processo de revisão efetuado pelos escreventes desenvolvidos situa-se num maior

nível de abstração, que passa pelo confronto de duas representações: o texto real e o texto

idealizado na sua mente. Isto implica que o escrevente se coloque no papel de destinatário ou

leitor do texto.

“Os sujeitos que escrevem de acordo com o modelo de explicitação do

conhecimento iniciam, normalmente, a tarefa da redacção muito mais rapidamente do que

as que agem de acordo com o outro modelo. O tempo que os primeiros demoram a fazê-lo

é apenas o que é necessário a retirar da memória o primeiro item de conteúdo que se

adeqúe às exigências relativas ao tema e ao tipo de texto e varia de acordo com a

familiaridade que o indivíduo tem com essas realidades […] Por sua vez, o tempo que

medeia a solicitação e a redacção no modelo de transformação do conhecimento é

utilizado para uma análise dos objectivos da tarefa e dos problemas que têm de ser

antecipadamente resolvidos e é muito variável dada a multiplicidade de aspectos

envolvidos” (Idem, ibidem: 87-88)

Nem sempre os jovens têm esta capacidade de construção desta representação mental.

A tomada de notas é também um aspeto diferente. Nos indivíduos que escrevem de acordo com

o modelo de explicitação do conhecimento, as notas não diferem muito do rascunho inicial,

sendo organizadas linearmente, enquanto os que escrevem segundo o modelo de transformação

do conhecimento “integram ideias variadas, com diferentes níveis de abstracção, marcas de

avaliação e de organização, estruturando-se de forma não linear. Muita da informação disponível

nas notas não aparece no texto final” (Carvalho, idem:88).

Também a verbalização do pensamento manifesta outra diferença entre estes modelos.

No modelo de explicitação do conhecimento não há muita diferença entre o pensamento

verbalizado e o que aparece no texto; no outro modelo existem diferenças, há muita atividade de

pensamento que não é verbalizada no texto, pois trabalham em diferentes níveis de abstração.

No que concerne à revisão textual, as alterações produzidas pelos escreventes no

modelo de explicitação do conhecimento são de natureza superficial. Já os escreventes

desenvolvidos reveem e produzem alterações substanciais no texto que produziram.

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1.5 Estatuto e funções do manual escolar

O manual escolar é o recurso didático mais utilizado pelos professores e alunos no

processo de ensino-aprendizagem e, uma vez que este estudo se centra na análise de manuais

escolares, parece-nos importante verificar o seu enquadramento legal e refletir sobre a

importância destes no processo ensino/aprendizagem.

O Ministério da Educação publicou ao longo dos anos um conjunto de diplomas que

regulamentam a política de adoção de manuais. Um dos diplomas mais significativos foi a Lei nº

47/2006, que define o regime de avaliação, certificação e adoção dos manuais escolares do

ensino básico e do ensino secundário. Neste diploma são definidos, entre outros conceitos, os

de programa e manual. O manual é definido como

“o recurso didáctico-pedagógico relevante, ainda que não exclusivo, do processo

de ensino e aprendizagem, concebido por ano ou ciclo, de apoio ao trabalho autónomo

do aluno que visa contribuir para o desenvolvimento das competências e das

aprendizagens definidas no currículo nacional para o ensino básico e para o ensino

secundário, apresentando informação correspondente aos conteúdos nucleares dos

programas em vigor, bem como propostas de actividades didácticas e de avaliação das

aprendizagens, podendo incluir orientações de trabalho para o professor” (art. 3º, alínea

b).

Já o programa é

“o conjunto de orientações curriculares, sujeitas a aprovação nos termos da lei,

específicas para uma dada disciplina ou área curricular disciplinar, definidoras de um

percurso para alcançar um conjunto de aprendizagens e de competências definidas no

currículo nacional do ensino básico ou no currículo nacional do ensino secundário” (art.

3º, alínea a).

É também definido neste diploma quem intervém e como deve ser efetuada a adoção, a

avaliação e a certificação de manuais. O manual tem de ser avaliado e certificado, atestando-se

a sua qualidade científico-pedagógica. Só depois de certificado pode ser adotado e utilizado pelos

professores nas escolas.

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Segundo a referida Lei, a avaliação e certificação de um manual é feita por uma

comissão de avaliação, constituída por despacho do Ministério. Esta comissão dispõe de

autonomia científica, técnica e pedagógica, organiza-se por ciclo, por ano de escolaridade, por

disciplina ou por área curricular e é constituída por um mínimo de três e um máximo de cinco

especialistas, tais como docentes e investigadores do ensino superior das áreas científicas e

pedagógicas, docentes do quadro de nomeação definitiva em exercício no mesmo nível de

ensino a que se refere o manual e ainda membros de sociedades ou associações científicas e

pedagógicas de área relacionada com a avaliação em causa. Sempre que se justifique, estas

comissões podem integrar peritos de reconhecida competência ou pode ainda ser efetuada esta

avaliação por entidades devidamente acreditadas para o efeito pelo serviço do Ministério da

Educação.

O artigo 10º desta lei explica também como é feita a candidatura à atribuição de

certificação a um manual e as condições para admissão dos mesmos a essa certificação e são

as seguintes:

a) "Terem sido expressamente desenvolvidos para o ensino básico e para o ensino

secundário;

b) Apresentarem declaração referente a características materiais, designadamente quanto

ao formato, ao peso, à robustez e à dimensão dos caracteres de impressão;

c) Serem acompanhados da atestação de revisão linguística e científica, bem como da

conformidade com as normas do sistema internacional de unidades e de escrita;

d) Ter sido efectuado o pagamento do montante definido para a admissão da

candidatura.”

Na avaliação para a certificação de manuais escolares, segundo o artigo 11º, as

comissões consideram, obrigatoriamente, os critérios que se seguem:

e) “Rigor científico, linguístico e conceptual;

f) Adequação ao desenvolvimento das competências definidas no currículo nacional;

g) Conformidade com os objectivos e conteúdos dos programas ou orientações circulares

em vigor;

h) Qualidade pedagógica e didáctica, designadamente no que se refere ao método, à

organização, a informação e a comunicação;

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i) Possibilidade de reutilização e adequação ao período de vigência previsto;

j) A qualidade material, nomeadamente a robustez e o peso.”

As comissões atendem também aos princípios da não discriminação e da igualdade de

género, assim como à diversidade social e cultural do universo dos alunos a quem se destinam

os manuais, bem como à pluralidade de projetos educativos das escolas.

Para além da referida lei, existem ainda outros diplomas que focam a adoção de

manuais escolares, sendo os mais atuais o Decreto-lei nº 261/2007, de 17 de julho, e a Portaria

nº 42/2008, de 11 de janeiro.

O Decreto-lei nº 261/2007, de 17 de julho, dá seguimento à lei nº 47/2006, foca a

importância dos manuais escolares, referindo que “continuam a ser na prática instituída um

instrumento fundamental do ensino e da aprendizagem.” Este decreto-lei

“regulamenta os termos em que se definem os períodos de vigência dos

manuais escolares. Além disso, habilita o membro do Governo responsável pela área de

educação a estabelecer normas ou a fazer recomendações relativamente às

características dos manuais escolares, no sentido de permitir a sua efectiva reutilização

assim como a redução de seu custo e do seu peso.”

A Portaria nº 42/2008, de 11 de janeiro, fixa as disciplinas ou áreas curriculares em

que não há lugar à adoção de manuais escolares ou em que esta é meramente facultativa,

sempre que o ensino e a aprendizagem tenham uma forte componente prática ou técnica ou a

disciplina ou área curricular tenha caráter opcional.

Verificamos que há uma enorme preocupação por parte do Ministério para legislar a

adoção de manuais. O manual escolar pode, contudo, ser analisado, segundo Choppin (1991), à

luz de quatro dimensões: como um produto de consumo, dependente das políticas educativas,

da evolução demográfica e da capacidade de produção e difusão das empresas; como suporte

de conhecimentos escolares, “le dépositaire de connaissances et des techniques dont la société

juge l’acquisition nécessaire à la perpétuation de ses valeurs et qu’elle souhaite en conséquence

transmettre aux jeunes génerations”; como veículo de um sistema de valores, de uma ideologia,

de uma cultura, participando “étroitement du processus de socialisation, d’acculturation (…) du

jeune public auquel il s’adresse”; e, por último, como um instrumento pedagógico, que se

apresenta na sua elaboração e no seu emprego, como que inseparável das condições e métodos

de ensino do seu tempo.

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O manual foi sofrendo transformações distintas ao longo dos tempos; contudo, continua

a constituir-se como referência daquilo que pode ser dito nas aulas (os conteúdos), a forma

como estes se transmitem e adquirem, funcionam como loci de “recontextualização do discurso

pedagógico” (Castro, 1995:101).

Também Dionísio concorda com os dois autores citados anteriormente, defendendo que

“os manuais escolares constituem instâncias centrais na produção e reprodução

do discurso pedagógico: são lugares de configuração do universo de referência das

disciplinas – e neste sentido são lugares onde aparecem delimitados os significados

legitimados na (e para a) escola; são lugares de estruturação da transmissão e aquisição

pedagógicas – e neste sentido, eles concretizam uma pedagogia e certos princípios da

avaliação.” (2000:8)

Acrescenta ainda que o manual tem uma natureza tendencialmente totalizante: “os

manuais tornam-se lugar de construção não só daquilo que pode ser dito na aula (os conteúdos),

como do modo de dizer (a pedagogia) e das formas de comprovar as aquisições realizadas (a

avaliação)” (idem: 2000:82).

1.5.1 O manual escolar de Português;

Também Castro se centra no livro de português, que será o objeto de análise central

nesta investigação, e foca o lugar de destaque que ocupa:

“um leque de funções que o desenham como texto totalizante – o livro de

Português é antologia escolar, é gramática escolar, é caderno de actividades, em suma, o

livro de Português é, e é-o também para o professor, a disciplina de Português. Nessa

perspectiva, estes textos apresentam-se como lugares excelentes para aceder à

compreensão do que são as disciplinas escolares, as práticas que as constituem e os

papéis que as desenham, os princípios que as regulam” (1999:191).

A atitude do professor perante o manual escolar tem assim demudar, nomeadamente

em relação ao manual de português. O professor deverá tomar atitudes fundamentadas e

decisões coerentes quanto aos novos conhecimentos e necessidades dos alunos, pois o que lhes

era exigido há uns anos já não é o mesmo que atualmente. A reforma só poderá avançar se o

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professor tiver como ponto de partida o conhecimento da realidade da sua aula e dos alunos que

dela fazem parte, procurando agir coerentemente com esse facto.

Como sabemos, nas práticas de escolarização, o manual escolar desempenha um papel

amplamente reconhecido e existem disciplinas privilegiadas para garantirem e reforçarem os

valores e crenças que se querem fazer prevalecer num dado momento histórico-político-cultural.

A disciplina de Português é uma delas.

Segundo Dionísio, através do livro didático, “o Português tem uma função ideológica

essencial de produção de subjetividades” (2000: 10). Para isso, o manual “utiliza mecanismos

discursivos” capazes de pôr esta ideia em prática. Temos ainda de ter em atenção que os

manuais escolares são por vezes o primeiro contacto dos alunos com livros, com leitura e

escrita, pois, por vezes, as crianças chegam à escola sem ainda terem contacto com qualquer

livro. Ferreiro e Teberosky (1986), citados por Carvalho (2003:40) “constataram o facto de as

crianças cujo contacto com a linguagem escrita é diminuto no seu dia a dia revelarem

dificuldades na aprendizagem da leitura e da escrita.” Por outro lado, outros autores apontam a

influência do meio socioeconómico e cultural no desenvolvimento da capacidade de comunicar

por escrito. As crianças de meios mais desfavorecidos têm maior dificuldade na produção de

textos e de leitura do que as crianças de meios mais favorecidos.

A disciplina de Português tem, assim, um papel importante no sucesso escolar de todos

os alunos e, uma vez que é através do Português que os alunos adquirem competências

transversais ao currículo, é importante identificar quais as atividades propostas pelos manuais

para a competência escrita, também ela transversal às outras disciplinas.

Daí a importância de recortarmos os novos manuais de Português como objeto de

estudo sistemático e aprofundado.

Impõe-se, também, a necessidade de verificar se, após a promulgação do novo

programa de Português em 2009, e implementado, pela primeira vez, no ano letivo de

2011/2012, que promoveu a construção de novos manuais escolares, este apresenta diferenças

relativamente à competência escrita.

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1.6. A escrita nos Programas de Língua Portuguesa

1.6.1. O Programa de Língua Portuguesa do Ensino Básico (1991) e o

Programa de Português do Ensino Básico (2009).

A escrita é uma atividade complexa, como temos vindo a defender ao longo deste

trabalho, com dificuldades inerentes aos diferentes processos. Os programas tendem a assumir

um papel regulador, quando se constituem como referência para a organização das ações

pedagógicas, para a construção de materiais de apoio (manuais escolares, por exemplo), que os

transforma num importante fator de definição da disciplina de Português. É importante, portanto,

analisá-los.

Em Portugal, as décadas de oitenta e noventa do século XX e os primeiros anos do

século em curso ficaram marcados por importantes movimentos de reforma do sistema

educativo com forte expressão no currículo dos ensinos básico e secundário. Estes movimentos

arrastaram consigo, no plano do discurso pedagógico oficial, a produção de um importante

conjunto de documentos que foram acolhendo novos modos de entender os objetivos, o âmbito

e as formas de operacionalização da disciplina da área do Português.

A análise centrar-se-á, como referido anteriormente, na comparação entre o Programa

de Língua Portuguesa do Ensino Básico (1991) e o Programa de Português do Ensino Básico

(dezembro de 2009), na competência escrita.

Tal como defende Castro, os programas são sem dúvida recontextualizadores de

discursos pedagógicos, que vão sendo alterados ao longo do tempo. O novo Programa de

Português efetua uma revisão ao Programa de 1991, de forma a melhorá-lo e a torná-lo mais

atual:

Os programas escolares inscrevem-se num quadro de relações intertextuais que

lhes confere um sentido particular; podem ser vistos, por um lado, como lugares de

sedimentação e de reorganização de um conjunto heterogéneo de referências localizáveis

em diferentes campos discursivos, que são oficialmente traduzidas para o interior do

campo pedagógico e, neste sentido, eles põem em evidência a natureza de “artefacto

social” (Goodson, 1994) do currículo; por outro lado, ao estabelecerem metas

educacionais, ao delimitarem certos corpos de conteúdos, ao induzirem determinadas

formas de organização do trabalho pedagógico, os programas escolares são fonte de

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outros textos, ao nível do discurso oficial, dos materiais instrucionais ou das aulas. Os

efeitos que geram não se restringem, porém, a estes lugares (Castro, 2005:63)

Ao analisarmos os dois Programas em questão, verificamos logo a diferença no título: há

uma substituição no Programa de 2008/9 dos termos Língua Portuguesa por Português, tal

como acontece noutros sistemas educativos de outros países. Aqui depreendemos uma

atualização do título, de forma a dar enfase à língua materna, no sentido em que esta ocupa um

lugar central no currículo “os programas que agora se apresentam foram concebidos,

desenhados e explanados à luz da clara consciência de que a disciplina a que se reportam

ocupa um lugar de capital importância na economia curricular em que se integram” (Reis

(coord.), 2009:6). Parece haver também alguma recuperação da tradição neste uso, com uma

mudança face a práticas recentes.

Contudo, é valorizado na introdução deste documento que esta revisão “não pôde deixar

de tomar como ponto de partida os programas de 1991, comportando-se todavia em relação a

eles com uma considerável liberdade de movimentos” (Reis (coord.), 2009:7), ou seja, não há

uma quebra total com o programa anterior. Este novo programa apresenta, porém, abordagens

mais adequadas à realidade e às circunstâncias atuais do ensino do Português e tem em conta a

utilização e a disseminação das novas tecnologias nas escolas e não só, estritamente associadas

a procedimentos de escrita e de leitura.

A introdução do Programa de 2009 valoriza a presença do texto literário no ensino da

língua como reação a vozes que se faziam ouvir “na sua condição de testemunhos de um legado

estético e não meramente integrados como casos tipológicos a par de outros com muito menor

densidade cultural”. É uma obrigação da escola integrar estes textos. Vários agentes educativos

(tais como professores, investigadores, pedagogos, entidades ligadas à investigação, à

linguística, à escrita e à edição de livros escolares) foram ouvidos na elaboração deste Programa

que pretendeu, não só, mas também responder à questão de que o texto literário era usado na

escola com finalidades mais comunicacionais e utilitárias, ou seja, era usado mais para a

memorização de termos metalinguísticos do que propriamente para o entendimento dos

mesmos.

Outra diferença relativa ao anterior programa tem a ver com a organização; os

programas de 1991 encontravam-se divididos por ciclo, mas dentro do terceiro ciclo eram

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apontados os objetivos, os conteúdos de escrita e processos de operacionalização da mesma

para cada ano.

Este programa foi construído tendo em conta uma perspetiva de progressão e não

dividido por ciclos, sabendo que cada ciclo é um momento de ensino aprendizagem não

estanque, mas evolutivo: “os três ciclos traduzem uma progressão constante, obrigando a

cuidados de gestão curricular nos momentos de passagem entre eles.” (Reis (coord.), 2009:9).

O programa refere ainda que deve haver uma gestão equilibrada tendo em conta o “princípio da

progressão, à luz da noção de que o processo de ensino e aprendizagem do idioma se

desenvolve por patamares de avanço sucessivamente consolidados. De acordo com esta noção,

a aprendizagem constitui um “movimento” apoiado em aprendizagens anteriores; do mesmo

modo, entende-se que o desenvolvimento do currículo é um continuum em que o saber se

alarga, se especializa, se complexifica e se sistematiza.” (Reis (coord.), 2009:9,10).

Salienta ainda que os manuais não devem sobrepor-se ao programa, tendo de se olhar

para estes como auxiliar pedagógico e não como instrumento central do ensino-aprendizagem.

Este é um aspeto importante que tem a ver com o nosso objeto de estudo: os manuais devem

ser reposicionados “no seu papel de verdadeiros auxiliares pedagógicos” (Reis (coord.), 2009:9)

Remete-nos ainda para as competências específicas e gerais definidas no Currículo

Nacional do Ensino Básico (2001), resumidas em quatro eixos de atuação: eixo da experiência

humana, ou a relação entre o indivíduo e a comunidade onde se insere; eixo da comunicação

linguística, ou a interação linguística do sujeito com a comunidade; eixo do conhecimento

linguístico, ou a aprendizagem e uso correto da língua; e eixo do conhecimento translinguístico,

ou a relação da língua com a aquisição de outros saberes.

Os autores salientam também o que se entende por competências: “o conjunto dos

conhecimentos e das capacidades que permitem a realização de acções, bem como a

compreensão dos comportamentos de outrem” (Reis (coord.), 2009:9,15). Já as competências

gerais, segundo o mesmo programa, são “aquelas que permitem realizar actividades de todos os

tipos, incluindo as actividades linguísticas” e aprofundam a caraterização das competências

gerais para os alunos: competência de realização (saber-fazer), competência existencial (saber

ser e estar), competência de aprendizagem (capacidade para apreender o saber), conhecimento

declarativo (articulação entre o conhecimento implícito e a aprendizagem formal, que conduz ao

conhecimento explícito).

As competências linguístico-comunicativas são definidas, pelos mesmos autores, como

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“aquelas que permitem a um indivíduo agir, utilizando instrumentos linguísticos,

para efeitos de relacionamento com os outros e com o mundo. As actividades linguísticas

abrangem a competência comunicativa em língua oral ou escrita, em práticas de

recepção ou de produção”. (Reis (coord.), 2009:9,15).

São igualmente definidas as competências específicas, dando-se ênfase ao

conhecimento explícito da língua.

No novo programa a palavra objetivos já não aparece, mas a expressão descritores de

desempenho, que indica aquilo que o aluno deve ser capaz de fazer, após uma situação de

aprendizagem.

Neste programa, tal como no anterior, atribui-se bastante importância à escrita e

entende-se por escrita

“o resultado, dotado de significado e conforme à gramática da língua, de um

processo de fixação linguística que convoca o conhecimento do sistema de representação

gráfica adoptado, bem como processos cognitivos e translinguísticos complexos

(planeamento, textualização, revisão, correcção e reformulação do texto”. (Reis (coord.),

2009:16).

Neste Programa, no que diz respeito ao terceiro ciclo, um “bom escrevente”, é aquele

que atinge os resultados esperados, estruturados para o terceiro ciclo, em função das

competências específicas no Currículo Nacional do Ensino Básico e que são:

“escrever para responder a necessidades específicas de comunicação em

diferentes contextos e como instrumento de apropriação e partilha do conhecimento;

recorrer autonomamente a técnicas e processos de planificação, textualização e

revisão, utilizando diferentes instrumentos de apoio, nomeadamente ferramentas informáticas;

escrever com autonomia e fluência diferentes tipos de texto adequados ao

contexto, às finalidades, aos destinatários e aos suportes da comunicação, adotando as

convenções próprias do género selecionado;

produzir textos em termos pessoais e criativos para expor representações e

pontos de vista, argumentando de forma lógica e persuasiva e mobilizando de forma criteriosa

informação recolhida em fontes diversas;

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produzir textos corretos em português padrão, com recurso a um vocabulário

diversificado e a estruturas gramaticais com complexidade sintática, manifestando domínio de

mecanismos de organização, de articulação e de coesão textuais e aplicando corretamente regras

de pontuação.” (Reis (coord.), 2009:30).

Estes resultados são depois mais explorados através dos descritores de desempenho.

“O descritor de desempenho apresenta-se como um enunciado sintético, preciso

e objectivo, indicando o que se espera que o aluno seja capaz de fazer. Cada descritor

cruza conteúdos programáticos com operações de diversa natureza (da ordem do saber-

fazer, do saber-ser, do saber-estar, do saber-aprender e do saber declarativo)” (Reis

(coord.), 2009: 17)

Os descritores de desempenho para a escrita no terceiro ciclo, que apresentamos, no

quadro 1, encontram-se enunciados na parte dedicada à escrita, nas rubricas “Escrever para

construir e expressar conhecimento” e “Escrever em termos pessoais e criativos”. E são os

seguintes:

Escrever para construir e expressar

conhecimento: Escrever em termos pessoais criativos:

Produzir enunciados com diferentes graus de

complexidade para responder com eficácia a

instruções de trabalho.

Diversificar o vocabulário e as estruturas

utilizadas nos textos, com recurso ao

português-padrão.

Recorrer à escrita para assegurar o registo e o

tratamento de informação ouvida ou

pesquisada.

Desenvolver, com progressiva eficácia,

técnicas de reformulação textual.

Utilizar a escrita para estruturar o pensamento

e sistematizar conhecimentos.

Utilizar, com autonomia, estratégias de revisão

e aperfeiçoamento de texto.

Utilizar, com autonomia, estratégias de

preparação e de planificação da escrita de

textos.

Assegurar a legibilidade dos textos, em papel

ou suporte digital.

Seleccionar tipos e formatos de textos

adequados a intencionalidades econtextos

Utilizar com critério as potencialidades das

tecnologias da informação e comunicação nos

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específicos:

- narrativos (reais ou ficcionais);

- descritivos (reais ou ficcionais);

- expositivos;

- argumentativos;

- instrucionais;

- dialogais e dramáticos;

- preditivos;

- do domínio dos media;

-do domínio das relações interpessoais.

planos da produção, revisão e edição de texto.

Redigir textos coerentes, seleccionando

registos e recursos verbais adequados:

- desenvolver pontos de vista ou mobilizar

dados recolhidos em diferentes fontes de

informação;

- ordenar e hierarquizar a informação,

assegurando a continuidade de sentido, a

progressão temática e a coerência global do

texto;

- dar ao texto a estrutura e o formato

adequados, respeitando convenções

tipológicas e (orto)gráficas estabelecidas;

- respeitaras regras da pontuação e sinais

auxiliares da escrita;

Diversificar o vocabulário e as estruturas

utilizadas nos textos, com recurso ao

português-padrão.

Desenvolver, com progressiva eficácia,

técnicas de reformulação textual.

Utilizar, com autonomia, estratégias de revisão

e aperfeiçoamento de texto.

Assegurar a legibilidade dos textos, em papel

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29

ou suporte digital.

Utilizar com critério as potencialidades das

tecnologias da informação e comunicação nos

planos da produção, revisão e edição de texto

Quadro 1 – Descritores de Desempenho para a competência escrita,

3º Ciclo (Reis (coord.), 2009: 130,131)

Parece-nos que este Programa, além de se focar na importância da produção textual,

apela também para a produção de textos tendo em conta os destinatários e o contexto de

produção e para uma escrita e reescrita sucessiva para aperfeiçoamento, construção e

expressão de pensamento. Aqui não há tanto a preocupação da escrita como prática recreativa e

lúdica que existia no antigo programa, há sempre uma preocupação com a finalidade

comunicativa do texto, com os planos da produção, revisão e edição de texto.

No 3º ciclo pretende-se que os alunos aprofundem o estudo refletido de vários tipos de

texto, de diferente natureza (escritos, falados, visuais) e complexidade (do quotidiano, de

literatura e dos media) ao nível da oralidade e da escrita. Assim, é apresentado um referencial

de textos (Quadro 2), que pretendem favorecer o desenvolvimento integrado de competências na

sala de aula. O que não impede que os professores possam apresentar outros textos, desde que

tenham em conta:

a) a sua representatividade e qualidade;

b) a integridade das obras;

c) a diversidade textual;

d) a progressão.

Relativamente ao primeiro critério, a representatividade e qualidade dos textos, cada

texto selecionado pelo professor deverá estar salvaguardado quanto à sua pertinência e

adequação ao contexto do ensino/aprendizagem e também quanto às características que o

distinguem dos outros. Quanto ao segundo critério, integridade das obras, devem ser

respeitados, nos excertos textuais como nos textos integrais utilizados, a autoria, a fonte e outros

dados de identificação e origem e devem evitar-se os cortes que possam desrespeitar a “a

inteligibilidade dos sentidos fundamentais do texto” (Reis (coord.), 2009:142). No que concerne

à diversidade textual, estando atento às realidades etárias, linguísticas e culturais dos seus

alunos, o professor deve proporcionar ao aluno o contacto “com textos de diferentes tipos e com

funcionalidades e finalidades distintas, considerando os domínios do literário e do não literário”

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(Reis (coord.), 2009:142). Os textos selecionados devem também permitir ao aluno o domínio

de múltiplas literacias, tais como a oral, escrita, visual e tecnológica, que deverão ser a razão de

estudo, uma vez que são consideradas como diversidade textual.

O critério da progressão, como já salientámos, é muito importante, no sentido em que

“o professor deve construir uma dinâmica de progressão que implica constante e exigente

atenção à complexidade temática e técnico-compositiva dos textos (orais e escritos)” (Reis

(coord.),2009: 142)

O programa salienta ainda que, no que concerne ao domínio da escrita, os alunos

deverão trabalhar um conjunto alargado de textos, de forma a experimentarem modos mais

complexos de organização do pensamento e de forma a desenvolverem a capacidade de

produzir “textos para narrar, descrever, expor, explicar, comentar ou argumentar, integrados em

projectos de escrita com ligação ao trabalho sobre os textos literários, à exploração dos meios de

informação e comunicação ou ao estudo das matérias escolares.” Reis (coord.), 2009:145).

A sala de aula deve então constituir-se

“como espaço de construção, de reflexão e de partilha dos sentidos do texto,

dito, lido, visionado ou escrito: é através da confrontação, da justificação e da validação,

quer das hipóteses interpretativas, quer dos aspectos teórico-compositivos implicados na

compreensão, na produção e na reescrita e reelaboração de textos que,

progressivamente, se afina a competência textual de cada aluno.”(Reis (coord.),

2009:145).

Referencial de textos:

narrativas (recontos, resumos, paráfrases de narrativas);

diálogos, guiões para dramatizações ou filmes, bandas desenhadas;

autobiografias, diários, memórias;

descrições, retratos, auto-retratos;

relatórios, relatos, textos informativo-expositivos e explicativos;

resumos, sínteses e esquemas de textos;

informativo-expositivos e explicativos;

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Quadro 2 – Referencial de Textos para o 3º Ciclo,

para a competência escrita (Reis (coord.), 2009:146)

A escrita no terceiro ciclo deve ser encarada como um continuum, para que os alunos

aperfeiçoem o trabalho desenvolvido nos anos anteriores e possam progredir, de forma a

entenderem que a escrita não é um processo linear, mas onde têm de se assumir como

produtores de múltiplos e variados textos e onde utilizem a linguagem escrita para pensar, para

comunicar e aprender. Que a escrita não se confine à sala de aula e que permita o

desenvolvimento de vários textos. O programa chama a atenção para o aperfeiçoamento de

operações que fazem parte do processo de escrita, tais como a planificação e a revisão, no

sentido de corrigir e adequar os textos aos destinatários e aos contextos. A revisão pode ser

efetuada com o professor ou em coletivo. No que concerne à interiorização de mecanismos de

autocorreção, o apoio do professor é muito importante. “Ter uma visão de si mesmo como

produtor de texto e como integrante de uma comunidade de outros produtores de textos significa

descobrir uma voz própria e as estratégias, as atitudes e os saberes necessários à produção

escrita confiante e fluente.” (Reis (coord.), 2009: 154)

O Programa salienta que não podemos esquecer a relação indissociável entre escrita e

leitura pois, através da leitura, os alunos contactam com diferentes modelos textuais e através

da escrita apropriam-se de mecanismos que lhes permitem ler melhor.

notícias, artigos informativos,

reportagens, crónicas;

entrevistas, inquéritos;

textos para blogues e fóruns de

discussão;

comentários, textos de opinião;

textos com características poéticas;

cartas, correio electrónico, SMS,

convites, avisos, recados;

roteiros, sumários, notas, esquemas, planos;

regulamentos, normas.

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Para que os alunos possam atingir os desempenhos esperados, têm de ser criadas

oportunidades de aprendizagem, quer na sala de aula, com o professor e com os colegas, quer

fora dela, recorrendo a outras tecnologias, a diferentes contextos e à biblioteca escolar.

Parece-nos então importante verificar se os novos manuais de Português têm em conta

estes resultados e se dão ênfase à escrita.

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I. OBJETO DE ESTUDO: OS MANUAIS

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1. Metodologia de análise: objeto e objetivos

O contexto de ensino/aprendizagem da língua é um contexto específico de comunicação

que implica realidades complexas em interação. Ao estudarmos umas dessas realidades, a

escrita, temos que ter em consideração os textos reguladores dessas ações pedagógicas,

nomeadamente os programas e particularmente, neste estudo, os manuais escolares. Os

programas, como referimos anteriormente, determinam objetivos educativos mediante

orientações curriculares; já os manuais surgem associados a uma função recontextualizadora,

com maior ou menor proximidade, das orientações emanadas dos textos programáticos. Para

além disso, os manuais escolares constituem-se também como textos reguladores das práticas

pedagógicas se os perspetivarmos como elementos estruturadores dos conteúdos de uma dada

disciplina e dos processos legítimos de transmissão. Os professores trabalham diariamente com

o manual escolar. Ele é o recurso didático mais utilizado no contexto de ensino-aprendizagem.

A escolha da competência escrita para o nosso estudo prendeu-se com o facto de esta

assumir grande importância no processo de ensino-aprendizagem, “quer na fase de aquisição,

quer durante a estruturação do mesmo e, finalmente, na aplicação.” (Carvalho, 2005:47). E, se

há alguns anos, esta competência não era muito consagrada nos manuais escolares, nas

atividades propostas, recentemente, parece-nos haver uma maior frequência dessas atividades.

O foco da nossa análise são os manuais escolares e pretendemos indagar de que forma

o manual interage com o aluno no que concerne à escrita, ou seja, que orientações dá para que

os escreventes/alunos aperfeiçoem e melhorem a sua escrita. Ter-se-á também em

consideração se o manual vai ao encontro dos objetivos definidos pelo Novo Programa de

Português do Ensino Básico, mais concretamente no 7º ano de escolaridade.

É neste quadro que se traçam os objetivos para o estudo que nos propomos realizar.

Estes passam por analisar três manuais de Língua Portuguesa do 7ºano de escolaridade de

modo a:

a) descrever como estão estruturados os manuais;

b) caraterizar qual o estatuto da escrita nos manuais escolares de Português;

c) descrever que atividades/tarefas são propostas para a escrita;

d) verificar se as atividades propostas contemplam as fases de planificação,

redação e revisão do texto;

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e) verificar se há diferenças entre os manuais no que concerne às atividades que

são propostas para desenvolver a escrita;

f) analisar que tipos de textos são contemplados para a avaliação da escrita.

2. A constituição do corpus

O corpus deste estudo é constituído pelos três manuais de Língua Portuguesa do 7º ano

de escolaridade mais adotados nas escolas em Portugal, no ano letivo de 2011/2012, segundo

informações recolhidas junto das Editoras portuguesas, fator que, de certa forma, legitima a

seleção efetuada e permite tirar algumas conclusões, atendendo ao critério da

representatividade. Seria muito difícil efetuar a análise de todos os manuais pelo

constrangimento a que estamos sujeitos ao nível temporal e pelo elevado número de títulos

editados.

A escolha recaiu sobre manuais do 7ºano de escolaridade, do ano letivo de 2011/2012,

porque foi um dos anos onde se publicaram novos manuais, que estão de acordo com o Novo

Programa de Português. Resta-nos ainda acrescentar que a opção pelo critério que reside na

entrada em vigor de um novo programa oficial para a disciplina de Português tem a ver com o

facto de se viver um momento de reflexão sobre a matéria de organização curricular, sobre

práticas pedagógicas e avanços metodológicos que a didática da língua tem conhecido.

O nosso corpus é então constituído por:

1) Costa, Fernanda e Mendonça, Luísa (2011). Diálogos – Língua Portuguesa 7º

Ano. Porto: Porto Editora.

2) Paiva, Ana Miguel de; Almeida, Gabriela Barroso de e Junqueira, Sónia

Gonçalves (2011). (Para) Textos – Língua Portuguesa 7º Ano. Porto: Porto Editora.

3) Vilas-Boas, António e Vieira, Manuel (2011). Entre Palavras 7. Lisboa: Sebenta.

Convém salientar que os três manuais, na capa, referem que estão de acordo com o

Novo Programa de Português do Ensino Básico e que todos foram sujeitos a revisão científica,

algo que foi legislado no nosso país e que nos parece importante para a qualidade dos manuais

ao longo do tempo.

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3. Organização dos Manuais

Efetuamos, de seguida, a apresentação da organização de cada um deles.

Manual A – Diálogos – Língua Portuguesa7

O manual está organizado em quatro grandes sequências: Texto Narrativo; Texto

Dramático; Texto Poético; Textos Não Literários. Tem ainda um Módulo Inicial intitulado “Para

Começar”, que permite o diagnóstico de competências e contém algumas sugestões de leitura.

Cada sequência é dividida em separadores, os quais passamos a apresentar.

A Sequência Texto Narrativo tem sete separadores: “1- Diários e Memórias”; “2-

Narrativas de Literatura Popular e Tradicional”; “3- Narrativas juvenis de caráter realista”; “4-

Narrativas juvenis de aventura e fantásticas”; “5- Narrativas de autores portugueses e

lusófonos”; “6- Narrativas de Autores estrangeiros”; “7- Crónicas”.

No final da sequência aparece ainda uma ficha de autoavaliação e um separador

intitulado “O que aprendi sobre a narrativa”.

A sequência Texto Dramático tem um único separador, a saber “8 – Em palco”.

Também no final deste separador encontramos uma ficha de autoavaliação e ainda “O que

aprendi sobre…o teatro”.

A sequência Texto Poético apresenta o separador “9 – Palavras com música”. Também

tem uma ficha de autoavaliação e ainda “O que aprendi sobre… a poesia.”

A sequência Textos Não Literários apresenta o separador “Ler a Vida” com respetiva

ficha de autoavaliação e “O que aprendi sobre… alguns textos não literários”.

Cada um dos separadores contém indicação de textos acompanhados por atividades

distribuídas pelas rubricas Leitura, Oralidade, Escrita, Gramática e Fixa (quadros com sínteses de

conteúdos).

No final do manual temos ainda uma secção intitulada “A minha Gramática”.

Na apresentação do manual refere-se que este vem acompanhado de Guia do professor,

Guiões de leitura, Passaporte para a Leitura e a Escrita, Caderno de Atividades, Caderno do

Professor, Anualização do Programa, CD Áudio, CD Recursos e e-Manual.

Manual B – (Para)Textos-Língua Portuguesa 7º Ano

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O manual (Para)Textos-Língua Portuguesa 7º Ano é composto pela Unidade 0 –

“Partida…Largada…Fugida!”, que apresenta a estrutura do manual, sugestões de leitura,

métodos de trabalho e diagnose.

A Unidade 1 – “Comunicadores do Século XXI” é dedicada aos textos não literários.

A Unidade 2 – “Narrativas Prodigiosas” apresenta textos narrativos, sendo incluídos

textos transcritos de forma integral.

A Unidade 3 – “Nas Esferas de Poesia” é dedicada ao texto poético.

A Unidade 4 - “Espaço Cénico” contempla o texto dramático com excertos de várias

obras.

As Unidades estruturam-se em subunidades que têm como núcleo um texto

acompanhado pelas rubricas Pré-leitura, Orientações de leitura, Conhecimento Explícito da

língua. Surgem em algumas subunidades outras atividades, como Expressão Escrita,

Expressão/Compreensão Oral; Leitura de Imagens; Intertextualidade; Trabalho de Pesquisa e

outras informações, como Bibliografia de autores, Sugestões de Leitura e Curiosidades.

No final de cada unidade, encontramos ainda fichas de revisão e de autoavaliação. O

manual apresenta ainda, no final, um apêndice onde encontramos primeiro atividades de

expressão escrita, depois atividades de compreensão do oral/expressão oral e, por último,

soluções de fichas de revisão e de autoavaliação.

Na apresentação do manual refere-se que este vem acompanhado de Guia do Professor,

Guiões de Leitura, Caderno de Atividades, Caderno do Professor, CD Áudio, CD de Recursos e e-

Manual.

Manual C – Entre Palavras 7

O manual Entre Palavras 7 é constituído por seis sequências e um anexo informativo no

final.

Na sequência 0 – “Férias Diagnóstico”, é feita a revisão de algumas matérias através de

práticas de compreensão de leitura, conhecimento explícito da língua, expressão escrita e

compreensão oral.

Na sequência “1 – Escola”, apresentam-se narrativas completas e outros textos e faz-se

sobretudo o estudo do texto narrativo, assim como nas sequências “2 – Família” e “3 –

Amizade”. A sequência “4 – Poesia: a Festa das palavras” é dedicada ao texto poético. Já a

sequência “5 – Teatro” contempla o estudo de textos dramáticos.

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No final de cada sequência, encontramos ainda as rubricas “Torna-me Leitor” (no

sentido de promover o gosto pela leitura), “Teste de Avaliação de Conhecimentos” e “Lista de

Verificação de Desempenho” (autoavaliação).

No final do manual temos também um Anexo Informativo que sistematiza conhecimento

explícito de língua.

Na apresentação do manual refere-se que este vem acompanhado de Livro Prático do

Professor, Oficinas de Escrita – NPPEB, Guia do PPEB, Planos de Aula, CD Áudio e Aula Digital.

3. Descrição do estudo

Após um primeiro momento, em que se procedeu a uma apresentação geral e global

dos manuais selecionados e em que foram focados os conteúdos e a respetiva estrutura,

convém agora esclarecer a estratégia seguida para a obtenção dos dados sobre os quais iremos

refletir neste estudo. Elaborámos, primeiramente, uma grelha genérica, onde colocámos o título

do texto, o autor, a tipologia textual, a página, o separador, a competência, as atividades de

escrita (planificação, redação e revisão) e depois a leitura, gramática e oralidade.

A prossecução do nosso estudo levou-nos, numa primeira fase, à verificação da taxa de

incidência das atividades de escrita, relativamente a outras competências, nomeadamente, as

atividades de leitura, de conhecimento explícito da língua e de oralidade. Para tal, efetuámos

uma comparação entre os manuais analisados ao nível do número de atividades para cada

competência.

Esta comparação pretendeu demonstrar qual o estatuto da escrita, perante as outras

competências determinadas para o terceiro ciclo, demonstradas através da grelha que se segue:

Grelha I – Tipos de atividades

Manual

Atividades A B C

Atividades de escrita

Atividades de leitura

Atividades de conhecimento explícito da

língua

Atividades de oralidade

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Numa segunda etapa, para descrever que atividades são propostas para a escrita, e se

as mesmas contemplam as fases de planificação, redação e revisão, entendidas, como

subprocessos do processo de escrita, segundo o modelo de Flower e Hayes, 1981, tentámos

definir a frequência dessas atividades nos manuais analisados e apenas considerámos as

atividades que definem explicitamente a escrita, ou seja, Expressão Escrita/Escrita.

Assim, entendemos a escrita como uma competência que implica a ativação de um

conjunto de atividades cognitivas como selecionar, organizar, avaliar, entre outras, mediante

uma determinada finalidade e atendendo a fatores de tempo, destinatário, o tipo de discurso…

Na perspetiva dos autores referidos, a planificação é um subprocesso que, se ativado

antes da escrita de um texto, representa uma estratégia fundamental na resolução de muitos

problemas que se colocam aos escreventes. A planificação origina um esforço cognitivo por parte

do escrevente, visto consistir num subprocesso de representação abstrata do saber. Assim, o

escrevente/aluno tem de ativar um conjunto de outros subprocessos, tais como a geração de

ideias, a organização das mesmas e a definição de objetivos (destinatário e aspetos linguísticos).

Utilizamos a seguinte grelha para a análise de cada manual. Esta grelha foi efetuada a

partir do quadro mais genérico que referimos anteriormente.

Manual

Planificação

Redação Revisão

Tipologia

Textual

Pesquisa

Informação

Geração

ideias

Definição

obj.

Organiz.

ideias

1

1 Narrativo

1

2 Narrativo

3

3 Narrativo…

… …….

Grelha II – Atividades de escrita

Neste sentido, para as atividades de planificação foram selecionadas as seguintes

dimensões de análise: a pesquisa de informação, a geração de conteúdo, a organização das

ideias e a definição de objetivos (destinatário, aspetos linguísticos).

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Considerámos atividades de pesquisa de informação aquelas que remetiam para a

busca de informação em fontes externas, por exemplo, na Internet, na biblioteca, em

enciclopédias, junto a familiares e amigos.

Exemplo:

Manual B – “Imagina que és Veloso, um dos marinheiros da frota de Vasco da Gama,

que conduz as caravelas para a Índia, onde tudo era diferente do até então conhecido.

Relembrando o que aprendeste na disciplina de História sobre este tema…” (B:149)

As atividades de planificação que implicam a geração de ideias e que ativam estratégias

com recurso à memória de longo prazo também foram consideradas, como: brainstorming,

frases, imagens, cartoons, títulos, listas de palavras…

Exemplos:

Manual A – “Escreve um poema à semelhança daquele que os alunos de Luísa Dacosta

redigiram. Eis os passos a seguir:

As Palavras

São (nome de cor) como (enumeração – três elementos).” (A:25)

Manual B – “A partir da seguinte fotografia, que foi tirada durante uma largada de touros

na Ilha Terceira (Açores), redige a notícia correspondente ao acontecimento…”

Manual C – “Num texto que tenha entre 120 e 150 palavras, conta o que fizeste no

último domingo, desde que acordaste até te deitar.”

“Copia a grelha seguinte para uma folha de rascunho ou para o caderno. Preenche-a,

distribuindo por cada momento do dia algumas palavras ou tópicos que desenvolverás no texto.

Podes incluir nela estas e/ou outras palavras: pequeno-almoço/ matemática/ missa/ lasanha/

desporto/ playstation/ passear/ bicicleta/manhã/ noite…” (C: 62, 63)

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Na continuidade deste estudo, considerámos as atividades que visam a definição de

objetivos (colocação de questões, definição de caminhos/restrições, destinatários ou aspetos

linguísticos)

Exemplos:

Manual A: “Escreve o primeiro parágrafo da notícia que veio no jornal. Terás de

responder às perguntas Quem? Fez o quê? Quando? Onde? (podes inventar a informação que o

poema não fornece)” (A:190)

Manual B – “Este conto tem um desenlace trágico. E se os acontecimentos tivessem

evoluído de uma outra forma? Propomos-te a elaboração de um desfecho diferente para a

história de José Gaio. Para tal, imagina que a narrativa termina na frase “Quem seria?”. A partir

dela, cria um novo desenlace para este conto.” (B:198)

Manual C – “Escreve um pequeno texto, com o máximo de 80 palavras, no qual

indiques, justificando, algumas qualidades que um bom professor deve possuir. Utiliza,

obrigatoriamente, adjetivos e conjunções ou locuções subordinativas causais.”

“ Redige um bilhete, com o máximo de 20 palavras, que Petra pudesse ter escrito como

resposta ao que recebeu do narrador.” (C:39)

Por último, integrámos, nas atividades de planificação, aquelas dedicadas à organização

de ideias (elaboração do plano):

Exemplos:

Manual A – “Planifica a tua descrição, começando por decidir que ambiente pretendes

criar” (A:88)

Manual C – “Organiza o teu texto em três partes: na introdução apresenta o assunto de

que vais falar, que deve corresponder ao primeiro parágrafo. (…) na segunda parte, no

desenvolvimento, apresenta os teus sonhos. Deverás organizá-los em dois parágrafos. Podes

iniciar o desenvolvimento anunciando a ordem dos sonhos que vais apresentar. Podes usar

expressões que já conheces e que servem para organizar o texto. Escreve-as na planificação

para não te esquecer.” (C:110)

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Seguindo o nosso estudo analisámos as atividades mais centradas na redação, ou seja,

o momento de passagem para a representação gráfica, passagem do plano mental para a

escrita. Aqui abrangemos atividades de transformação, ao nível da tipologia textual e ao nível da

frase com implicação para a coesão e coerência textual, de produção e de coesão/coerência.

Assim, incluímos as atividades que implicavam reformulação por parte do

aluno/escrevente, por exemplo, transformar uma banda desenhada num texto dramático ou

narrativo; a transformação de uma frase, de um parágrafo, do final de um conto.

Exemplos:

Manual A – “Transforma essa explicação num poema, num texto dramático, numa

história…” (A:158)

Manual B – “Partindo do tema “A Amizade”, propomos-te uma atividade intitulada texto-

fenda. (…) consiste em modificar um texto cortado verticalmente em duas partes, completando

uma delas” (B:210)

Manual C: “Escolhe uma das seguintes frases e completa-as.” (C:31)

Por outro lado, considerámos também atividades de redação as que visavam a produção

escrita e que pressupõem o uso de mecanismos de coesão e coerência.

Exemplos:

Manual A – Redige um parágrafo que pudesses integrar a seguir à linha 47 do texto.

Nele descreverás o que William observou quando saiu do carro” (A:88)

Manual B –“Cria um slogan que a complementasse.” (B:51)

Manual C – “Num texto que tenha entre 120 e 150 palavras, conta o que fizeste no

último domingo, desde que acordaste até te ires deitar.” (C:62)

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Considerámos também as tarefas de revisão, referentes à correção ortográfica,

pontuação, caligrafia (aspetos mais superficiais) e a um nível mais profundo como o

cumprimento dos objetivos comunicativos como o respeito pelo destinatário e a observância da

coesão/coerência.

Exemplos:

Manual B– “Revisão: leitura do trabalho feito e supervisão do texto a fim de detetar

eventuais erros e incorreções” (B:146)

Manual C: “Mostra o teu texto ao teu professor para ele te ajudar a aperfeiçoá-lo, através

de quatro operações:

acrescentar o que falta: uma palavra, uma vírgula…

retirar o que está a mais: uma palavra, uma vírgula, um outro sinal de

pontuação…

substituir o que está repetido: um nome por um pronome, uma palavra pelo seu

sinónimo…;

deslocar o que estiver fora do sítio: uma frase que deve aparecer na introdução

mas está no desenvolvimento, por exemplo.” (C:63)

A análise das atividades de escrita permite verificar se os alunos são ensinados a

executar uma atividade de escrita, tendo em conta os processos e subprocessos que lhe estão

associados. Assim, interessa constatar se, perante uma atividade de escrita, os alunos são

levados a recolher informação, fazendo pesquisas em fontes internas e / ou externas; se são

orientados na planificação do texto, através de estratégias para a criação de ideias e definição

dos objetivos para a tarefa que lhes é proposta, colocando questões. Interessa ainda verificar se

as atividades propostas apontam para a definição de restrições; se os alunos são orientados na

organização das ideias através da elaboração de um plano ou se se limitam apenas à redação

das ideias, sem pensar nos outros processos; se são conduzidos a executar tarefas de revisão de

aspetos de menor ou maior profundidade, questionando se o seu texto está escrito de acordo

com os objetivos traçados anteriormente.

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45

Os manuais propõem atividades de escrita enquadradas em tipologias textuais

diferentes. Pretendemos também efetuar um levantamento das tipologias textuais utlizadas nas

atividades propostas por cada um deles para a escrita.

Ao classificarmos os textos de cada manual, utilizámos uma classificação com base no

Dicionário Terminológico adotado pelo Ministério da Educação, a partir do separador intitulado

“Tipologia Textual”. Segundo este Dicionário,

“os textos, para além das propriedades fundamentais da textualidade,

apresentam estruturas verbais peculiares, semânticas e formais, e marcas pragmáticas

que possibilitam a sua classificação em tipos ou géneros. As características dos tipos ou

géneros constituem indicadores importantes para a produção e para a interpretação dos

textos.” (dt.dgidc.min-edu.pt)

Assim, o Dicionário Terminológico apresenta a seguinte classificação tipológica também

adotada no Programa de Português:

“a) textos conversacionais, que abarcam a conversa usual, a entrevista, a

tertúlia, etc., com funções lúdicas, de intercâmbio de ideias, de comentário de

acontecimentos, de agradecimento, etc.; b) textos narrativos, nos quais se relata um

evento ou uma cadeia de eventos, com predominância de verbos que indicam acções e

de tempos verbais como o pretérito perfeito e o pretérito imperfeito e com abundância de

advérbios com valor temporal ou locativo; c) textos descritivos, nos quais se informa como

é alguém ou algum estado de coisas, com sequências predominantemente construídas

com o verbo ser e outros verbos caracterizadores de propriedades, de qualidades e de

aspectos de seres e de coisas, com os tempos verbais dominantes do presente e do

pretérito imperfeito, com abundância de adjectivos qualificativos e de advérbios com valor

locativo; d) textos expositivos, nos quais o referente é a análise ou síntese de ideias,

conceitos e teorias, com uma estrutura verbal em que figuram predominantemente o

verbo ser com um predicativo do sujeito nominal ou o verbo ter com complemento

directo, e apresentando como tempo peculiar o presente; e) textos argumentativos, que

têm como funções persuadir, refutar, comprovar, debater uma causa, etc., estabelecendo

relações entre factos, hipóteses, provas e refutações, com abundância de marcadores e

conectores discursivos que articulam com rigor as partes do texto, e apresentando como

tempo dominante o presente; f) textos instrucionais ou directivos, que têm como função

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46

ensinar ou indicar como fazer algo, enumerando e caracterizando as sucessivas

operações, tendo como estrutura verbal dominante o imperativo; g) textos preditivos, que

têm como função informar sobre o futuro, antecipando ou prevendo eventos que irão ou

poderão acontecer, tendo como estrutura verbal dominante o futuro; h) textos literários,

com uma semântica fundada na representação de mundos imaginários, com a utilização

estética, retórica e não raro lúdica dos recursos da linguagem verbal, e com uma

pragmática específica.” (dt.dgidc.min-edu.pt)

Cada tipo de texto pode configurar-se prototipicamente, no sentido do termo protótipo na

linguística cognitiva – isto é, o exemplar mais característico, o modelo idealizado, de uma

categoria –, ou pode apresentar uma prototipicidade atenuada ou difusa, sobretudo através da

sua combinação ou mescla com outros tipos.”

Segundo o mesmo documento, Jean Michel Adam é um linguista francês que se tem

debruçado sobre a tipologia textual, este defende que um texto é entidade demasiado complexa

e heterogénea para se afirmar que pertence prototipicamente, na sua totalidade, a um

determinado tipo. Assim, define o texto como “un objet abstrait, construit par définition et qui

doit être pensé dans le cadre d’une théorie (explicative) de sa structure compositionnelle ”

(2001 :15). Defende ainda que a análise tipológica deve processar-se a um nível menos elevado,

através da identificação, delimitação e caraterização das sequências textuais prototipicamente

narrativas, descritivas, argumentativas, explicativas e dialogais, que permitem classificar, quando

dominantes num texto como narrativo, descritivo, argumentativo ou outro. Assim, para este

autor, um texto “est une structure hiérarchique complexe comprenant des séquences –

elliptiques ou complètes – de même type ou des types différents. ”(idem : 35).

Assim, na nossa análise dos manuais utilizámos esta tipologia acrescentando se tratava

de uma notícia, reportagem, texto dramático ou outro, através da elaboração de um quadro.

Procedeu-se à elaboração de uma grelha onde foi identificado o manual e os autores. Foram

depois registados os títulos dos textos selecionados, tipologia, página e autor.

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47

Tiplogia Textual Manual

A B C

Textos conversacionais

Textos Narrativos

Textos descritivos

Textos expositivos

Textos argumentativos

Textos instrucionais ou diretivos

Textos preditivos

Textos literários Grelha IIII – Tipologia textual

Os dados recolhidos neste estudo foram tratados e analisados tentando responder ao

problema de investigação definido. O estudo implicou comparações entre os manuais, para tal

utilizamos o programa Excel.

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48

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49

III. ATIVIDADES DE ESCRITA NOS MANUAIS ESCOLARES DO ENSINO

BÁSICO

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50

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51

1. Análise e discussão dos dados

Neste capítulo, apresentamos os resultados do estudo efetuado. Deste modo, damos

conta dos dados colhidos na análise dos três manuais por nós selecionados.

Expõem-se, primeiro, os dados e depois fazemos uma discussão global dos mesmos.

1.1. Número de Atividades por competência

Numa primeira fase do nosso estudo, contabilizámos o número total de atividades de

escrita. Interessava conhecer o número total de atividades e questões apresentadas porcada

manual, para questionar a importância, o relevo da escrita comparativamente às outras

competências. Verificámos quantas atividades de escrita tínhamos em cada manual e quantas

atividades de leitura, conhecimento explícito da língua e oralidade. Para chegarmos a estes

resultados, utilizámos os títulos dos manuais para as atividades.

No manual A, as atividades são designadas: Leitura, Gramática, Escrita e Oralidade.

No Manual B: Expressão Escrita, Orientações de Leitura, Compreensão do

Oral/Expressão oral e Conhecimento Explícito da Língua. Este manual contém também um

apêndice com atividades de escrita e atividades de compreensão/expressão oral, aqui também

contabilizadas.

No Manual C: Expressão de escrita/Oficina de Escrita, Compreensão de leitura,

Conhecimento Explícito da Língua e Expressão oral.

Os dados são apresentados na grelha e nos gráficos seguintes:

Grelha IV – Tipos de atividades

Manual

A

%

de

Atividades

Manual

B

% de

Atividades

Manual

C

% de

Atividades

Atividades de escrita 44 25% 52 27% 21 22%

Atividades de leitura 60 35% 57 30% 33 35%

Atividades de conhecimento

explícito da língua 36 21% 54 28% 25 26%

Atividades de oralidade 32 19% 27 15% 16 17%

Totais 172 100% 190 100% 95 100%

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52

Para cada manual, a distribuição é a seguinte:

Gráfico 1 – Atividades Manual A

No manual A, as atividades de escrita ocupam apenas 25% do total, sendo ultrapassadas

pelas atividades de leitura. Este manual, ao dedicar mais tempo à atividade de leitura, apresenta-

nos a aula de Português como essencialmente dedicada a esta competência.

Gráfico 2 – Atividades Manual B

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

35%

Atividades deescrita

Atividades deleitura

Atividades deconhecimento

explícito da língua

Atividades deoralidade

Manual A

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

Atividades deescrita

Atividades deleitura

Atividades deconhecimento

explícito dalíngua

Atividades deoralidade

Manual B

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53

No manual B, as atividades de escrita ocupam 27% do total, aproxima-se mais das

atividades de leitura, que continuam em primeiro lugar, devido também ao facto de este manual

conter um apêndice dedicado à escrita. Contudo, estas atividades (também contabilizadas)

assemelham-se às que são propostas no manual e não há qualquer indicação que nos diga

quando estas devem ser efetuadas, aparecem apenas como reforço das já realizadas aquando

do estudo de determinados textos. Apesar de haver um maior número de atividades de escrita,

continuam a ser ultrapassadas pelas atividades de leitura.

Gráfico 3 – Atividades Manual C

Quanto ao manual C, a percentagem de atividades de escrita ainda desce mais, porque

o número de atividades no total também é menor. Porém, mais uma vez, a competência Leitura

sobrepõe-se às outras competências.

Após a análise dos gráficos, comparando os dados, verificamos que as atividades de

leitura se sobrepõem às outras, inclusive às de escrita, o que não é compatível com as

orientações do programa, que confere a mesma atenção a cada uma das competências, sem

sobrepor umas às outras. No entanto, na prática, não parece ser atribuída à escrita o estatuto

que os programas lhe conferem, pois as atividades de leitura sobrepõem-se em todos os

manuais analisados, de uma forma significativa, às outras atividades. Como refere Carvalho,

“constituindo o manual escolar um elemento com um forte poder regulador da prática

pedagógica, da sua análise pode inferir-se sobre o que acontece na aula de Português no que à

escrita diz respeito.” (2003:110)

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

35%

Atividades deescrita

Atividades deleitura

Atividades deconhecimento

explícito dalíngua

Atividades deoralidade

Manual C

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54

Contudo, não podemos esquecer que a leitura de textos, e aqueles de maior extensão,

também desempenham um papel fundamental no desenvolvimento da capacidade de expressão

escrita por parte de alunos/escreventes, tal como conclui Carvalho num estudo efetuado sobre a

influência da leitura na expressão escrita: “ao escreverem textos mais longos, os indivíduos que

dizem preferir ler livros em que predomina o texto estarão a revelar uma maior consciência da

quantidade de informação que o texto escrito deverá conter para poder ser integralmente

compreendido.” (2003:44)

O próprio Programa de Português acentua que não podemos esquecer a relação

indissociável entre escrita e leitura pois, através da leitura, os alunos contactam com diferentes

modelos textuais e através da escrita apropriam-se de mecanismos que lhes permitem ler

melhor. Os textos estudados quer do domínio literário, quer do não literário devem permitir ao

aluno o domínio de múltiplas literacias, tais como oral, escrita, visual e tecnológica.

1.2. Os subprocessos do processo de escrita

Neste momento da nossa análise, centramo-nos apenas nas atividades de ensino-

aprendizagem da escrita propostas por cada manual selecionado. Esta análise olhou para a

escrita como processo, não como algo estanque, mas como uma tarefa com um certo grau de

complexidade, que exige capacidade de abstração e passa por vários subprocessos. Segundo

Carvalho, “pressupondo o acto de escrita como um conjunto de processos mentais,

hierarquicamente organizados, controlados pelo sujeito que escreve através da definição e

redefinição constante de objectivos de natureza mais geral ou mais concreta, este modelo põe

em causa a concepção do acto de produção de um texto escrito como uma sucessão de fases –

pré-escrita, escrita e reescrita – ao destacar a natureza recursiva de cada uma das componentes

do processo.” (1999: 55)

Como referimos anteriormente, reportamo-nos aos subprocessos planificação, redação e

revisão. Estes subprocessos são enunciados no NPPEB aquando da definição de escrita e

também nos resultados esperados: “recorrer autonomamente a técnicas e processos de

planificação, textualização e revisão, utilizando diferentes instrumentos de apoio, nomeadamente

ferramentas informáticas”.

Iniciamos então a nossa análise a um nível mais particular a partir do manual A:

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55

Gráfico 5 – Subprocessos de escrita no Manual A

Assim, observando o gráfico, aferimos que a redação ultrapassa os outros subprocessos,

as atividades solicitam sempre a redação do texto. No entanto, aqui esmiuçamos o subprocesso

planificação em quatro subprocessos: pesquisa de informação, geração de ideias, definição de

objetivos e organização de ideias. Note-se que a pesquisa de informação não foi contemplada;

há, porém, preocupação quanto à organização das ideias por parte dos alunos/escreventes e

também com a geração de ideias. O manual dá especial atenção nestas atividades à

planificação, na organização das ideias, contudo de uma forma genérica, como se verifica no

exemplo seguinte:

“Experimenta também tu dar uma explicação científica, seguindo estes passos:

a. Começa por escolher a pergunta a que vais responder;

b. De seguida, investiga a resposta científica;

c. Finalmente, transforma essa explicação num poema, num texto dramático,

numa história…” (A: 158)

Já a revisão e aperfeiçoamento do texto é menos contemplada, apenas 5%, o que

dificilmente permitirá ao aluno desenvolver mecanismos de automatização de revisão e

aperfeiçoamento do seu texto, tanto quanto o NPPEB promove, pois este prevê que o escrevente

seja capaz de utilizar com autonomia técnicas de reformulação textual e estratégias de revisão e

aperfeiçoamento do texto.

0%

24%

18%

25%

28%

5%

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

PesquisaInformação

Geração de ideias Definiçãoobjetivos

Organização deideias

Redação Revisão

Manual A

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56

Gráfico 6 – Subprocessos de escrita no Manual B

Quanto ao manual B, apresenta alguma preocupação com a pesquisa de informação,

com tarefas que remetem para essa componente. A geração de ideias surge aqui com 22%,

dentro do subprocesso planificação é a fase mais contemplada neste manual. A redação ocupa

43% das atividades, sobressaindo em relação aos outros subprocessos. As atividades remetem

para a produção textual, elaborar textos, reescrever, completar, redigir, escrever; estes são

alguns dos verbos que remetem para a redação de texto, tal como se pode verificar nos

seguintes exemplos:

“Elabora um pequeno texto em que relates…” (B: 186)

“Propomos-te a elaboração de um desfecho diferente…” (B:198)

“…reescrevendo-o em Português” (B:205)

“Redige um texto coerente e organizado…” (B: 217).

Mais uma vez, a revisão fica em último lugar, apenas com 5%, tal como acontece no

manual A. A revisão aparece quando o manual chama a atenção ao aluno para não se esquecer

de planificar e rever o texto ou numa ficha informativa intitulada “As três etapas de escrita”

(B:150).

2%

22%

8%

20%

43%

5%

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

35%

40%

45%

50%

Pesquisa deInformação

Geração de ideias Definiçãoobjetivos

Organização deideias

Redação Revisão

Manual B

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57

Gráfico 7 – Subprocessos de escrita no Manual C

O Manual C, tal como o manual A, não contempla a pesquisa de informação em

qualquer atividade. Já a preocupação com a definição de objetivos/destinatários é clara com 9%

por cento.

“Escreve três SMS como o farias no teu telemóvel, tal e qual, com o máximo de dez

palavras, nos quais:

a. Convides uma amiga/um amigo para ir ao cinema.

b. Avises uma amiga/um amigo da nota no teste de Língua Portuguesa.

c. Apoies uma amiga/um amigo que não obteve boas notas no final do 1º

período.” (C:51)

Para tal temos também tabelas exemplificativas.

“Planificação do texto

Sugestões

Para construíres uma planificação é necessário.

Recolher informação – por exemplo, faz uma lista de palavras ou expressões que podes

utilizar no teu texto; podes registar, ainda informação sobre a gramática que aprendeste e que

vais aplicar no texto….” (C: 26)

0%

7% 9% 14%

51%

19%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

PesquisaInformação

Geração deideias

Definiçãoobjetivos

Organização deideias

Redação Revisão

Manual C

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58

A revisão é um subprocesso também contemplado com 19%. O manual exemplifica

também como rever e aperfeiçoar os textos, com chamadas de atenção e quadros

exemplificativos.

“Textualização/revisão/aperfeiçoamento

Escreve o texto com o teu par (cada um escreve o mesmo texto), procurando aperfeiçoá-

lo relativamente aos seguintes aspetos:

▪ Organizar a informação (de manhã à noite);

▪ Utilizar corretamente os sinais de pontuação (ponto e vírgula);

▪ Incluir vocabulário adequado e diversificado;

▪ Usar os verbos no pretérito perfeito do indicativo;

▪ Evitar repetições desnecessárias;

▪ Empregar sinónimos ou pronomes para não repetir a mesma palavra,

▪ Evitar erros ortográficos e apresentar boa caligrafia.

Mostra o teu texto ao teu professor para ele te ajudar a aperfeiçoá-lo…” (C: 63)

“Revisão/Aperfeiçoamento do texto

Reescreve as partes do texto que apresentam problemas, através destas quatro

operações:

- retirar o que está a mais;

- acrescentar o que falta;

- substituir o que está repetido;

- deslocar o que está fora de sítio.

Procura encontrar as melhores soluções, falando com o teu colega.” (C: 78)

As atividades de aperfeiçoamento do texto, que pela sua natureza se inserem no âmbito

do subprocesso revisão, parecem ser aquelas em que a perspetiva de escrita como processo

mais se evidencia; porém, não podemos deixar de referir o facto de elas incidirem, sobretudo,

nos aspetos mais superficiais do texto: ortografia, divisão em parágrafos, usar determinados

verbos em vez de outros, evitar repetições. Infelizmente, os manuais atribuem-lhes menos valor.

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59

A redação é mais uma vez o subprocesso mais contemplado com 51% por cento. Neste

manual há preocupação com a revisão e o mesmo incentiva muitas vezes a que os alunos

partilhem o seu texto com os colegas e professor e até mesmo no blogue da escola, na

plataforma Moodle ou em exposições realizadas na escola:

“Um elemento do par lê o texto que escreveu com o colega ao resto da turma, para que

a vossa opinião e os vossos argumentos sejam conhecidos por todos” (C:41)

“Divulga os textos que escreveste junto dos teus colegas de turma e do teu professor,

lendo-os para todos. A turma pode eleger o mais divertido e original” (C:51)

“Depois de passares o texto a limpo, lê-o para que os teus colegas conheçam o teu

trabalho. Podes, também, pedir ao professor para o publicar no blogue da escola, ou na

plataforma Moodle, ou numa exposição de trabalhos da tua turma, ou que o mostre noutra

turma.” (C:78)

Observemos, a partir do gráfico que segue, de uma forma mais genérica, qual a

frequência de cada um dos subprocessos da escrita nas atividades propostas pelos três manuais

para a escrita/expressão escrita.

Gráfico 8 – Subprocessos de escrita nos manuais analisados

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

35%

40%

45%

50%

Planificação Redação Revisão

Manual A

Manual B

Manual C

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60

A análise da frequência dos subprocessos da escrita revela que há uma grande

preocupação com a planificação dos textos. Esta consiste na construção da representação

interna do saber, representação esta que tem um caráter mais abstrato do que a sua

representação linguística (Flower e Hayes, 1981). Aqui relembramos que incluímos a pesquisa

de informação, a geração de ideias, a definição de objetivos e a organização de ideias.

Verificamos que, no manual A, as tarefas de planificação se sobrepõem às de redação,

que surgem em segundo lugar, mas as tarefas de revisão não são muito significativas. Há uma

preocupação no manual em referir que, a partir da tarefa proposta, o aluno não se esqueça de

planificar o seu texto, ainda que às vezes estas indicações sejam dadas de forma genérica,

apontando sempre para esquemas ou quadros que mostram como planificar o texto, remetendo

para planificação coletiva do mesmo, por exemplo:

“Qualquer que seja a tua escolha, planifica o teu texto, considerando as informações dos

quadros das páginas…” (A:31); “Decide a ordem que vais seguir na descrição” (A:68); “Elabora,

com toda a turma, a planificação de uma história… Consulta o quadro abaixo” (A:81).

No manual B, já não há muita distância entre as atividades de planificação e de redação.

Estes subprocessos aparecem com frequência; não podemos esquecer que algumas atividades

propostas remetem para ambos os subprocessos em simultâneo. Este manual também

apresenta quadros que servem de guião para os alunos se orientarem na planificação e redação

das atividades. Mais uma vez, a revisão não é tão explorada como os outros subprocessos. O

exemplo que se segue evidencia que a mesma atividade supõe que o aluno produza o seu texto,

mas que tenha em atenção a planificação do mesmo:

“Imagina que és jornalista e te preparas para entrevistar um inventor ou dentista

famoso. Apresentamos-te abaixo um guião que poderás seguir na elaboração das questões a

colocar.” (B:45)

Se, tradicionalmente, a redação sobressaía em relação aos outros subprocessos,

verificamos que nos novos manuais esta situação alterou-se, apesar de que o subprocesso

redação se destaca também em relação aos outros subprocessos. Como vimos nos gráficos

anteriores a redação continuar a ser um dos subprocessos mais significativos. Podemos tentar

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61

explicar esta situação, tendo em conta que, tradicionalmente, a produção de texto era encarada

na perspetiva do produto e não tanto do processo, daí esta valorização da redação.

No manual C, há um maior equilíbrio entre os vários subprocessos.

Podemos concluir que as indicações do Novo Programa que caraterizam um “bom

escrevente”, nomeadamente “recorrer autonomamente a técnicas e processos de planificação,

textualização e revisão, utilizando diferentes instrumentos de apoio, nomeadamente ferramentas

informáticas”, “produzir textos corretos em português padrão, com recurso a um vocabulário

diversificado e a estruturas gramaticais com complexidade sintática, manifestando domínio de

mecanismos de organização, de articulação e de coesão textuais e aplicando corretamente

regras de pontuação” (Reis (coord.), 2009:30), não estão completamente contemplados. O

subprocesso revisão é o menos explorado. Mais uma vez, poderemos explicar esta situação pela

tradição de ensino da escrita, em que as atividades de correção, revisão e aperfeiçoamento do

texto eram efetuadas exclusivamente pelo professor. Nestes manuais, o professor tem um papel

fundamental, pois os que remetem para a revisão chamam sempre para a intervenção do

professor. A interiorização de mecanismos de autocorreção, o dotar os alunos de autonomia

para se aperfeiçoarem na escrita experimentarem alternativas de correção que não o professor,

não nos parece ser uma prioridade destes manuais. Alertam para a revisão, mas pensamos que

de forma superficial. Contrariam assim o Programa, que prevê que o aluno possa “utilizar, com

autonomia, estratégias de revisão e aperfeiçoamento do texto.”

Parece-nos também que as atividades de escrita propostas pelos manuais revelam o

predomínio da dimensão da escrita “escrever em termos pessoais criativos” e menos o de

“escrever para construir e expressar conhecimento”.

Embora ao longo das Unidades existam atividades que mobilizam diferentes processos

de escrita, esses processos não são cuidadosamente desenvolvidos no sentido de garantir

“progressão”.

Como refere Carvalho (2003):

“De tudo isto resulta, em nosso entender, que a efectiva promoção da capacidade

de escrever dependerá muito mais da acção do professor, das actividades que promove e

do acompanhamento que faz dos seus alunos, do que do mero recurso aos manuais, pois,

apesar das atividades que implicam o uso da escrita que neles podem ser encontradas,

muito poucas são aquelas com potencialidades para promoverem um efectivo

desenvolvimento da capacidade de escrever.” (103)

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1.3. Atividades de escrita e tipologia Textual

Por último, analisamos então que tipologias textuais são propostas pelos manuais,

sabendo que as atividades de escrita são sempre associadas a textos. Exceto no manual B, onde

aparece o apêndice com atividades subsidiárias das outras e onde são dadas indicações ao

professor, que, aquando do estudo de determinada tipologia textual, pode efetuar a atividade x

do Apêndice.

Para este estudo considerámos então as tipologias propostas pelo NPEEB. Por

conseguinte, considerámos textos conversacionais (entrevistas, tertúlias), narrativos, descritivos,

expositivos, argumentativos, instrucionais ou diretivos (receitas, aviso, convite), preditivos e

textos literários (dramático, poético).

Para esta análise, efetuámos gráficos para cada um dos manuais. Iniciemos então com

o Manual A.

Gráfico 9 – Tipologia Textual – Manual A

Após a análise do gráfico, verificámos que a tipologia textual com mais predominância é,

sem dúvida, o texto narrativo, com uma percentagem bem distante das outras tipologias. Apesar

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

Tipologia textual - Manual A

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63

de o manual apresentar diferentes separadores, o texto narrativo sobressai. Há tipologias que

não são abordadas: por exemplo, os textos instrucionais ou diretivos e os textos preditivos, tais

como receitas, horóscopos, instruções para elaborar determinados procedimentos, não são

evidenciados neste manual, o que contraria o Programa que preconiza todas as tipologias

textuais.

No manual B, verifica-se situação semelhante, como verificamos no gráfico que se

segue. Mais uma vez, os textos narrativos sobrepõem-se aos outros, seguidos dos textos

literários. Relembramos que, no tipo literário, consideramos o texto dramático e o poético.

Gráfico 10 – Tipologia Textual – Manual B

Neste manual não encontramos nem textos preditivos, nem textos expositivos.

O manual C vai ao encontro dos dois outros manuais. Também neste manual os textos

narrativos (59%) se sobrepõem aos outros, mais uma vez seguidos pelos textos literários (32%).

Os tipos narrativo e literário continuam a ser predominantes e, naturalmente,

considerados pelos autores dos manuais como os mais adequados ao nível de escolaridade em

estudo. Este aspeto parece-nos que só poderá ser entendido à luz da tradição escolar e da

disciplina de Língua Portuguesa, em particular, a qual, apesar de há muito ser definida como

aula de língua, continua a tender para ser uma aula de literatura.

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

Tipologia Textual - Manual B

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Gráfico 11 – Tipologia Textual – Manual C

Este manual não contempla várias tipologias textuais, é o menos diversificado a este

nível.

Note-se que a reduzida presença de textos que não integram o campo literário denuncia

que os alunos trabalham privilegiadamente o texto do tipo narrativo (literário) e só

esporadicamente têm contato com outros tipos de textos, concretamente os dos domínios

instrucional (listas, formulários, gráficos, diagramas, instruções), diretivo e conversacional. Assim

sendo, podemos concluir que os nossos estudantes não têm grande oportunidade para

automatizar mecanismos de escrita referentes a este tipo de textos. Esta perspetiva é posta em

evidência por Cassany (2000:35), citado por Carvalho, que considera que “aprender a escrever

significa aprender a dominar cada um dos géneros verbais para conseguir os objectivos

desejados.” (2003:108). Segundo o mesmo autor, em vez de falarmos em ensinar a escrever,

deveríamos falar em ensinar a escrever narrativas, cartas, etc, ou seja, diferentes tipologias

textuais.

Este fator vai ao encontro de teorias que fundamentam que os hábitos de leitura de

diversas tipologias textuais são promotores do domínio de competências de escrita. O nível de

escrita desenvolvido pelos bons leitores decorre da interiorização das estruturas próprias da

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Tipologia Textual - Manual C

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escrita que encontram nos livros que leem e que relevam de diferentes dimensões dos textos, a

nível micro e macroestrutural. No plano macroestrutural, da leitura pode advir um conhecimento

de diferentes tipologias textuais, pois o contacto com modelos diferentes pode influenciar no ato

de escrita o conteúdo e a estrutura dos textos que se encontram a escrever. Parece-nos evidente

a importância que o conhecimento das tipologias textuais desempenha no processo de escrita.

Ao olharmos para os manuais analisados, como já referimos, existe um claro predomínio

do texto narrativo, em detrimento dos outros, quer na perspetiva da receção, quer na produção

textual. As atividades propostas para a produção textual centram-se também no texto narrativo e

descritivo, no evocar de memórias, opiniões, sonhos, amizade, géneros em que o contexto de

comunicação e aspetos como o destinatário ou a definição de objetivos assumem

particularidades e contingências não comuns a outras tipologias textuais.

Outros tipos de texto como os que têm carater mais utilitário são tratados de forma

diferente pelos manuais. A sua abordagem é feita apenas numa unidade, pontualmente, quer ao

nível da leitura, quer da escrita, o que já traduz uma certa menoridade em relação às restantes

tipologias textuais. A unidade trata diferentes tipos de texto, como a carta, a ata, a reportagem, o

texto publicitário, o convite, entre outros, podendo aparecer subdividida em pequenas unidades,

nas quais se abordam diferentes variedade de determinada tipologia; por exemplo, na carta,

aborda-se a carta familiar, formal/informal, comercial…, o texto jornalístico abarca a notícia, a

reportagem, a crónica. Estes textos são designados textos não literários, o que funciona como

contraponto ao texto literário, que ocupa lugar de destaque.

Vejamos o que acontece nos manuais por nós analisados.

No Manual A, estes textos são tratados no último separador, intitulado “Ler a Vida”, e

centra-se sobretudo na notícia, reportagem, publicidade, banda desenhada, aos quais os autores

chamam textos não literários. As atividades propostas para a escrita são poucas e centram-se na

redação de notícia.

No manual B, estes textos surgem na primeira sequência/unidade, intitulada

“Comunicadores do Século XXI”. Aí são também abordados textos como a notícia, a entrevista, a

reportagem, a publicidade, a banda desenhada, os avisos, a carta, etc. São também referidos

como textos não literários.

No manual C, acontece algo diferente: estes textos, designados não literários,

encontram-se na primeira sequência do manual intitulada “Escola: Narrativas completas e outros

textos”. Neste manual, na mesma unidade encontramos estes textos de caráter mais utilitário,

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instrucionais, diretivos, em simultâneo com os textos narrativos e argumentativos. Contudo, as

atividades propostas assemelham-se àquelas dos outros manuais.

Como referimos anteriormente, há determinados tipos de texto que não são explorados

tanto quanto deveriam ser e, quando o são, são-no tendo em vista o produto e não o processo

de escrita.

Carvalho defende que:

“O tratamento dos chamados “textos utilitários” centra sobretudo a sua atenção

nos aspectos formais, em modelos, em produtos acabados, desprezando o processo de

construção do texto e a análise dos factores que determinam as características dos

géneros. Em consequência, a apropriação das tipologias textuais, por parte dos alunos,

reduz-se, com frequência, a um conhecimento de algo exterior objectivável, que pode

eventualmente ser reproduzido, mas que não é passível de se transformar numa

competência que se possa evidenciar em situações de uso.” (2003:113)

A aula de língua materna não trabalha também outros textos, que têm a ver com o

quotidiano dos alunos e cujo estudo poderia tornar-se extremamente útil, quer em termos de

finalidade, quer em termos de desenvolvimento da competência escrita. Por exemplo, os textos

produzidos nas diferentes disciplinas, em contexto escolar, que são efetuados num contexto real

de produção, com objetivos definidos, que apoiariam os alunos a desenvolver as competências

de escrita.

No Currículo Nacional do Ensino Básico – Competências Essenciais, por nós já

referenciado anteriormente, a meta a atingir em relação à escrita é a seguinte: “ Usar

multifuncionalmente a escrita, com correcção linguística e domínio das técnicas de composição

de vários tipos de texto” (2001:31)

O mesmo documento define as competências específicas a atingir em cada ciclo de

escolaridade e, relativamente à escrita para o terceiro ciclo, que é o que aqui nos importa, refere

as seguintes competências:

“3º Ciclo – Naturalidade e correcção no uso multifuncional do processo de escrita;

– Capacidade para usar multifuncionalmente a escrita, com a consciência das

escolhas decorrentes da função, forma e destinatário;

– Conhecimento dos géneros textuais e das técnicas de correcção e

aperfeiçoamento dos produtos do processo de escrita.” (2001:34)

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Esta conceção de língua enquanto objeto de ensino-aprendizagem é muito importante,

para que os alunos possam ser dotados de um conjunto de capacidades que lhes permitam

responder às exigências da escola e também da sociedade.

Mais uma vez salientamos que os professores, os legisladores, os investigadores e os

autores de manuais escolares assumem grande responsabilidade, no sentido em que têm que

concretizar estas exigências. A abordagem de diferentes tipologias textuais, quer ao nível da

leitura, quer ao nível da escrita é deveras importante, para proporcionar aos alunos que

frequentam a escola o verdadeiro domínio da língua portuguesa e da competência escrita.

O professor, o agente mais próximo dos alunos, não se pode limitar ao manual escolar,

às atividades por eles propostas para mostrar a diversidade de tipologias textuais, tem de

recorrer a outros materiais, para que os alunos possam desenvolver plenamente a sua

competência escrita.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

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Chegámos à fase final da nossa investigação e apresentamos agora algumas

considerações, tendo em conta o estudo por nós realizado.

A capacidade de comunicar por escrito, ao contrário do que acontece com a linguagem

oral, não é algo que se adquire espontaneamente, é um processo de aprendizagem complexo

que passa por várias fases, é por isso mais adequado falarmos em aprendizagem que se vai

construindo. A escola tem um papel central neste aperfeiçoamento da escrita por parte dos

alunos, particularmente a aula de Português. Como refere Carvalho, a “evolução da capacidade

de expressão escrita pode ser descrita como um processo no decurso do qual se passa pela

automatização progressiva de diferentes aspectos, a níveis cada vez mais profundos” (1999:73).

Por isso, consideramos que o estudo que levámos a cabo foi importante para verificar se as

atividades propostas apoiam nesta automatização de aspetos mais superficiais, tais como a

ortografia, os movimentos gráficos, a delimitação de palavras e frases e passam depois para

níveis mais profundos como a adequação da expressão à situação de comunicação, ao

recetor/destinatário da mensagem, ao conteúdo. Partimos de um elemento estruturador e

preponderante na escola, o manual escolar, que influencia as práticas de ensino e o ritmo de

progressão das aprendizagens. Apesar de ter em conta um Programa oficial, ele é o promotor da

ação educativa, destina-se por princípio aos alunos, assumindo o papel principal na organização,

na construção e na apropriação das suas aprendizagens. Segundo Castro e Sousa, “no caso do

Português/Língua Portuguesa poder-se-á olhar para os respectivos “manuais escolares” como

lugares em que são veiculadas representações sobre a linguagem, sobre a língua portuguesa e

sobre as práticas comunicativas.” (1998:45). Tal como clarificam vários autores (Castro, 1995;

Choppin, 1992; Dionísio, 2000; entre outros), cujos trabalhos giram em torno dos manuais

escolares, estes instrumentos tendem a apresentar os conteúdos essenciais ao ensino e à

aprendizagem de uma forma estruturada, conduzindo os alunos no seu percurso escolar, ao

mesmo tempo que facilitam o trabalho docente.

Os manuais por nós analisados apresentam atividades de escrita, na sua generalidade,

mas num número que poderia ser mais significativo, visto as atividades de leitura ainda se

sobreporem à escrita, conhecimento explícito da língua e oralidade. Essas atividades ocupam 20

a 30 por cento do total de atividades propostas pelos manuais em análise.

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Concluímos que as atividades propostas para a competência escrita, nos manuais de

sétimo ano analisados, dão primazia a determinados subprocessos em detrimento dos outros, e

que a importância que lhes é atribuída varia de manual para manual. Apesar de que todos

alertam para a importância de se valorizarem todos os subprocessos, o subprocesso redação é o

mais visado. Ao nível da planificação, a recolha de informação através da pesquisa quase não é

contemplada, é-o apenas num dos manuais analisados e só com uma percentagem de 2%, o

que traduz uma presença muito ténue. Esta ausência da dimensão de pesquisa pode ser

explicada pela natureza das atividades de escrita, que se enquadram frequentemente na

sequência de atividades de leitura, e que têm as informações necessárias à produção dos textos

pretendidos. A geração de ideias surge mais marcadamente em relação à definição de objetivos

e à organização das ideias, que também são evidenciados, ainda que de uma forma menos

persistente. Em atividades que visavam determinadas tipologias textuais, por exemplo, a

transformação de um texto num outro, como uma notícia num conto, o conteúdo é fornecido

pelo próprio texto disponibilizado no manual como ponto de partida para a atividade.

A planificação é um subprocesso que assume grande importância na literatura, pois a

planificação do texto escrito implica funções de caráter abstrato que fundamentam as

dificuldades que os jovens sentem na realização desta atividade. A planificação de um texto é

uma tarefa complexa, porque implica vários aspetos diferentes. Quando o escrevente planifica,

considera estruturas próprias do género textual que se propõe escrever, cria e organiza o

conteúdo, adaptando-o a uma determinada finalidade e destinatário. Por um lado, é necessário

considerar a estrutura que lhe é inerente; por outro, gerar e organizar conteúdo que depende do

conhecimento que o sujeito tem desse tópico, e da capacidade para recolher e selecionar

informação na memória, o que pode ser facilitado se lhe forem fornecidas ajudas externas. No

âmbito da planificação, o escrevente tem de definir os objetivos e os destinatários, o que nem

sempre é fácil para os mais jovens, por isso deve ser um dos processos mais trabalhados pelos

manuais e pelos professores na sala de aula. Apesar de se notar uma evolução a esse nível, pois

os manuais alertam para a planificação textual, consideramos que este subprocesso deveria

ainda ser mais valorizado e trabalhado nos manuais, pois cinge-se muito à geração de ideias e à

organização das mesmas e este mecanismo é muito importante para que o aluno escreva cada

vez melhor os seus textos.

É bem patente nos manuais que a redação ocupa um lugar de destaque, mas sem dar

grande importância à aquisição de mecanismos de coesão/coerência do texto, que são mais

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deixados para trabalhar aquando da exploração do conhecimento explícito da língua. Dá-se

primazia à produção textual e não são em grande número os exercícios que apelam à

transformação de textos. A produção escrita é fundamental, mas as crianças e jovens revelam,

normalmente, dificuldades na construção e articulação de frases, o que deveria ser mais

trabalhado e não o é. Na maioria das vezes, há apenas a preocupação com o texto como

produto final (Carvalho, 2003). E comunicar por escrito é uma tarefa complexa, como

verificámos, implica afastamento do contexto, da realidade a que o texto se refere, exige

capacidade de abstração, o que nem sempre é conseguido pelos escreventes mais jovens,

sendo também necessário ser trabalhado pelo professor na aula. Para Barbeiro (2005), a

componente redação/textualização é:

“ (…) a componente do processo de escrita em relação à qual parece ser

mais difícil intervir, no sentido de conseguir a integração de estratégias que

conduzam ao aparecimento das expressões linguísticas, acompanhado da reflexão

e da tomada de decisão. […] Contudo, a textualização não é monolítica, é ela

própria uma componente complexa, geradora de alternativas que requerem decisão

e capaz de activar as outras componentes, como a planificação do que vai seguir-

se, a revisão do que foi sendo escrito, a replanificação segundo novo rumo.”

(2005:31)

Verificamos mais uma vez que os subprocessos de escrita não são estanques, mas que

podem ser ativados, enquanto o sujeito escreve. Nesta perspetiva, estratégias de intervenção

podem ser desenvolvidas por um agente externo, o professor, com vista a integrar no processo

de escrita a avaliação e a revisão do texto já escrito. Se o professor não quiser limitar a sua ação

ao produto escrito, mas quiser proporcionar a construção da aprendizagem a partir dos

problemas que vão surgindo, então deverá ser mais interventivo. “Aí poderá desempenhar o seu

papel de facilitador do processo, de fornecedor de apoios, de orientador da descoberta”

(Barbeiro, 2003: 143)

Estes pressupostos não são visíveis nos documentos analisados, onde a tarefa de

redação está geralmente associada a uma só tarefa, encabeçada por verbos como redige,

escreve, imagina, completa e com indicadores como num texto coerente ou coeso ou num texto

claro.

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Alguns manuais fornecem também instruções sobre a estrutura do texto pretendido ou a

tipologia textual pretendida. Contudo, as instruções para as atividades de escrita são

tendencialmente gerais e vagas.

Relativamente ao subprocesso revisão, este é definido por Flower e Hayes (1981) como

o subprocesso no decurso do qual o sujeito que escreve decide ler o que foi escrito previamente,

quer como ponto de partida para uma nova fase de redação, quer com o objetivo de o avaliar,

refletir e, possivelmente, alterar ou reformular.

A revisão decorre da comparação entre o texto real e o texto ideal, no sentido de detetar

discrepâncias entre o texto escrito até ao momento e o texto ideal para diagnosticar e produzir

alterações. (Carvalho, 1999)

Constitui uma tarefa difícil para o aluno, que não está muitas vezes habituado a efetuar

esta atividade e que não interiorizou mecanismos que lhe permitem tomar consciência

metalinguística geradora de autonomia corretiva. O Novo Programa atribuiu, tal como aos outros

subprocessos, grande importância à revisão:

“A releitura e o aperfeiçoamento são operações que fazem parte do

próprio processo de escrita e que permitem alcançar os níveis de correcção e

adequação indispensáveis aquando da divulgação dos textos. Neste trabalho de

revisão, feito autonomamente, com o professor ou em colectivo, os alunos

repensam ou discutem sentidos, clarificam ideias, reorganizam escritos, corrigem

erros, mobilizando conhecimentos linguísticos e comunicativos para concretizar,

de forma progressivamente mais correcta e eficaz, as suas intenções de

comunicação. O apoio do professor neste tipo de trabalho é decisivo no que diz

respeito à interiorização de mecanismos de autocorrecção.” (Reis (coord.),

2009:154).

O recurso a fichas que fomentem a interiorização e automatização de mecanismos de

revisão é também muito importante e surge como alternativa à figura do professor, colocando o

aluno no centro da construção do seu conhecimento sobre a atividade de escrita (Carvalho,

1999). Contudo, de um modo geral, nos manuais analisados, a atividade de revisão não é muito

solicitada e, quando o é, é também feita de uma forma genérica, verificando-se através dos

gráficos apresentados que é a este subprocesso que é atribuído menos peso. As atividades

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remetem sempre para a releitura do texto, para a sua revisão com a colaboração do professor,

passá-lo a limpo e lê-lo aos colegas. Num dos manuais temos uma oficina de escrita com

apenas um exercício pré-elaborado, onde cabe ao aluno reescrever o texto, seguindo as

orientações que são dadas. Temos a preocupação nos manuais de colocar, por vezes, quadros

sínteses com o que o aluno deve fazer para rever/aperfeiçoar o seu texto, mas não oferecem

grandes alternativas para se trabalhar mais eficazmente este subprocesso.

A revisão terá de ser um campo de maior ação por parte do professor, pois é

frequentemente aquela em que os contributos exteriores são mais solicitados, tal como também

preconiza o novo programa. O professor deve promover estratégias de avaliação e revisão do

texto, quer à medida que vai sendo escrito, quer no final, não apenas a partir das suas

correções, mas promovendo a autocorreção por parte do aluno e mesmo pelos pares. Há ainda

um caminho a percorrer, no sentido de promover a revisão como o subprocesso que leva ao

aperfeiçoamento do texto, por referência ao objetivo e destinatário definidos, ao confronto entre o

texto ideal e o texto real, diagnosticando, escolhendo e criando alternativas, apesar de os

manuais focarem a importância do mesmo.

Apesar do reconhecimento da dimensão processual implicada nas atividades de escrita,

os manuais escolares, apesar de notarmos evolução em relação a estudos anteriores, continuam

a perpetuar no ensino-aprendizagem da escrita uma produção textual ainda centrada no produto.

Nos manuais analisados, algumas fases do processo de escrita são privilegiadas em detrimentos

das outras ou são abordadas de forma genérica e pouco aprofundadas.

O processo de escrita não é objeto de ensino de forma a proporcionar ao aluno

estratégias que lhe confiram autonomia na resolução de problemas de escrita e no controlo

sobre todo o processo. O processo de escrita é complexo se tivermos em conta uma perspetiva

processual e próxima da resolução de problemas, levanta dificuldades aos escreventes/alunos e

ao próprio professor. O escrevente, também leitor, tem de adequar o seu texto ao destinatário, à

situação comunicativa, considerando o universo de referência; tem de ativar mecanismos de

criação de ideias, definir objetivos, para redigir o seu texto e implementar estratégias de revisão

e reformulação, sendo que estes processos surgem de forma recursiva e não estanque. Assim,

os manuais deveriam proporcionar mais atividades que promovessem o saber escrever de forma

parcelar com vista a um todo organizado, um trabalho sistemático que envolvesse todos os

subprocessos, o que não acontece com os manuais analisados.

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Se considerarmos as tipologias textuais apresentadas nos manuais, vemos que também

aí há predominância de determinadas tipologias sobre outras, o que também contraria o

Programa, que pressupõe uma variedade ao nível dos textos analisados, de forma a sistematizar

marcas distintivas de cada tipologia textual. A abordagem de diferentes tipologias textuais na

aula de língua materna é deveras importante para dotar os alunos que a frequentam de

ferramentas que os ajudem na elaboração dos seus textos, não só ao nível da escola, mas

também mais tarde, aquando da sua entrada no mercado de trabalho, onde poderão contactar

com tipologias textuais específicas e terão de poder dominá-las como autores e recetores. A

escrita assume também relevância a este nível, se tivermos em conta o papel que as

competências de escrita exercem enquanto fator de inserção em diferentes contextos sociais.

Estes manuais propõem atividades que asseguram a circulação dos textos produzidos

pelos alunos (rotinas de leitura de textos à turma, intercâmbio com outras turmas, página ou

blogue da turma ou da biblioteca escolar), algo que nos parece positivo para o aluno, saber que

o seu texto não se confina apenas à sala de aula, mas que poderá ser lido por outras pessoas, o

que deveria acentuar mais esta componente da escrita como processo e não apenas como

produto.

O nosso estudo leva-nos a constatar que parece ser essencial que haja mudança ao nível

da formação dos professores de português, tanto inicial como contínua, de forma a capacitá-los,

através da consciencialização de todas as dimensões implicadas no processo de escrita, da

viabilidade das finalidades educacionais propostas pelo programa. A promoção da capacidade de

escrever depende largamente do professor, do seu conhecimento sobre o processo de escrita,

das atividades que deve promover e do acompanhamento que pode dar aos seus alunos na

elaboração dos textos e na interiorização de mecanismos do processo de escrita, ou seja, no

ensino de estratégias de resolução de problemas de produção escrita, através de estratégias

específicas para cada subprocesso de escrita. Cabe ao docente implementar, de forma

sistemática, e de acordo com as dificuldades demonstradas pelos seus alunos, atividades de

escrita que permitam o desenvolvimento dessa competência. O professor deve intervir como

agente auxiliador na pesquisa de resolução de problemas de produção escrita.

Também devem ser dadas ferramentas ao professor, aquando da sua formação, sobre o

estatuto e a função dos manuais escolares, de forma a poderem escolher materiais adequados

aos seus alunos e aos objetivos de ensino-aprendizagem da língua materna e da produção

escrita, enquanto processo complexo e recursivo.

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Em jeito de conclusão, gostaríamos de salientar que o estudo que desenvolvemos

poderá, em conjunto com outros desta natureza, promover não só a reflexão sobre o contributo

prestado pelos manuais escolares, que, por si só, não contribuem para o desenvolvimento da

produção escrita na sua plenitude.

O trabalho por nós desenvolvido tem, evidentemente, limitações. Importa salientar que o

estudo se circunscreve apenas a três manuais escolares de um só ano de escolaridade, pelo que

as conclusões estabelecidas não são passíveis de generalizações a outros manuais. Apesar

destas limitações, acreditamos que este estudo poderá proporcionar uma maior

consciencialização dos professores, aquando da escolha dos manuais escolares para as suas

Escolas, e uma melhor prática ao nível da competência escrita.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Portaria n.º 42/2008; Diário da República, 1.ª série — N.º 8 — 11 de Janeiro de 2008

Referências bibliográficas dos manuais estudados:

Reis, Carlos, Org. (2009). Programas de Português do Ensino Básico. Lisboa. DGIC.

Vilas-Boas, António e Vieira, Manuel (2011). Entre Palavras 7. Lisboa: Sebenta.

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84

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85

ANEXOS

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86

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87

ANEXO I

Capa e contracapa do manual Diálogos 7

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88

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89

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90

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91

ANEXO II

Quadro Atividades de Escrita - Manual A

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92

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93

Manual A – Diálogos 7 Atividades de Escrita

Tít

ulo

do

Tex

to

Au

tor

Tip

olo

gia

T

ext

ua

l

gs.

Se

pa

rad

or

Co

mp

etê

nci

a

Pla

nif

ica

ção

Re

da

ção

Re

visã

o

L

G

O

1 "Os passos

de D. Leonor"

Lendas da

Europa Nar

rativ

o

15 0 - Para Começar Es

crita

………..

Observar a imagem de

um quadro e escrever um

texto, individual-

mente, entre 10 a 15 linhas

……….. x x

2 “O primeiro

dia” Luísa

Dacosta

Nar

rativ

o

22, 23

1 - Diários e Memórias Es

crita

Seguir a

estrutura do poema

apresentada e escolher o

tema e o título

Escrever um poema

individual-mente;

……….. x x

3 "Um poeta na turma"

Sebastião da Gama

Nar

rativ

o

26 1 - Diários e Memórias Es

crita

……….. ……….. ……….. x x x

4 "Infância

estragada"

José Gomes Ferreira N

arra

tivo

29, 30

1 - Diários e Memórias Es

crita

………..

Escrever uma página de um diário

e uma página de memórias individual-

mente.

……….. x

x

5 "O caçador" Almeida Garrett

Nar

rativ

o

34

2 - Narrativas da literatura popular e tradicional

Escr

ita

……….. Redigir uma carta, indiv.

……….. x x

6 "O sapo e a

raposa"

Recolha de Ataíde

de Oliveira

Nar

rativ

o

37

2 - Narrativas da literatura popular e tradicional

Escr

ita

……….. ……….. ……….. x x x

7 "A comadre

Morte" Teófilo Braga

Nar

rativ

o

40

2 - Narrativas da literatura popular e tradicional

Escr

ita

……….. ……….. ………….. x x x

8 "Filémon e

Báucis" António Sérgio

Nar

rativ

o 42, 43, 44

2 - Narrativas da literatura popular e tradicional

Escr

ita

………..

Copiar para o caderno; Introduzir sinais de escrita

……….. x x x

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94

9 "Lenda do Paraíso"

Teófilo Braga

Nar

rativ

o

46

2 - Narrativas da literatura popular e tradicional

Escr

ita

……….. ……….. ……….. x x x

10 "O acidente" António Mota

Nar

rativ

o

50, 51

3 - Narrativas juvenis de carácter realista

Escr

ita

……….. ……….. ……….. x x x

11 " O regresso

às aulas" Alice Vieira

Nar

rativ

o

54, 55

3 - Narrativas juvenis de carácter realista

Escr

ita

………..

Reescrever o texto; Copiar

para o caderno;

Comparar o texto com o do colega.

Comparar com a versão

do prof. x x

12 "Enxovalha-

mento"

Nora Raleigh Baskin N

arra

tivo

58, 59

3 -Narrativas juvenis de carácter realista

Escr

ita

……….. ……….. ……….. x x x

13 "Descoberta" Alexandr

e Honrado N

arra

tivo

62, 63

3- Narrativas juvenis de carácter realista

escr

ita

……….. ……….. ……….. x x

14 "Partida" Ilse Losa

Nar

rativ

o

65, 66

3 - Narrativas juvenis de carácter realista

Escr

ita

Procurar os recursos

mais apropriados

para exprimir os traços físicos e

psicológicos (adjetivos,

comparações...). Decidir a

ordem a seguir na descrição

Indicar a ordem

seguida no texto;

Transcrever adjetivos;

Fazer autorretrato

……….. x

x

15 "Marley &

Eu" Jonh

Grogan

Nar

rativ

o

69, 70

3 - Narrativas juvenis de carácter realista

Escr

ita

……….. Resumir

assunto do texto, indiv.

……….. x x x

16 "João sem

Medo"

José Gomes Ferreira N

arra

tivo

76, 77

3 - Narrativas juvenis de carácter realista

Escr

ita

……….. ……….. ……….. x

x

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95

17 "Redação" João

Aguiar

Nar

rativ

o

78, 79

4 - Narrativas juvenis de aventura e fantásticas

Ora

lidad

e e

Escr

ita

Planificar um texto - a

partir de um esquema

dado; Planificar

uma história com toda a

turma

Redigir individual-

mente ou em pequenos grupos ou

coletivamen-te conforme indicação do

professor

……….. x x x

18 "Regresso à

vida" Rudyard Kipling

Nar

rativ

o 82, 83

4 - Narrativas juvenis de aventura e fantásticas

Escr

ita

………..

Reler o 1º parágrafo e responder a questões;

Copiar tabela para o

caderno;

Substituir palavras para melhorar a descrição;

x x

19 "Pedra da

sorte"

Álvaro Maga-lhães N

arra

tivo

86,87

4 - Narrativas juvenis de aventura e fantásticas

Escr

ita Planificar

uma descrição -

plano

Redigir um parágrafo, que possa

ser integrado no texto

……….. x

20 " Lago Rico"

José Mauro de Vascon-celos

Nar

rativ

o 89, 90, 91

4 - Narrativas juvenis de aventura e fantásticas

Escr

ita

………..

Resumir um texto, tendo presente a

info do quadro

……….. x x x

21 "Jesus" Miguel Torga

Nar

rativ

o

96, 97

5 - Narrativas de autores

portugueses e lusófonos

Escr

ita

………..

Redigir um diálogo;

Transformar enunciados;

Substituir palavras

x

22 “Tu irás e Voltarás"

José Rodrigues Miguéis N

arra

tivo 100

, 101

5 - Narrativas de autores

portugueses e lusófonos

Escr

ita

Esquema para saber

como planificar um

texto;

Redigir um texto, a partir do esquema

……….. x x

23 "O meu Noivo"

Irene Lisboa

Nar

rativ

o

104, 11

5 - Narrativas de autores

portugueses e lusófonos

……

…..

……….. ……….. ……….. x x

24 "João

Janico"

José Cardoso

Pires Nar

rativ

o 106,

107

5 - Narrativas de autores

portugueses e lusófonos

……

….

……….. ……….. ……….. x x x

25 "Milagres" Fernando Sabino

Nar

rativ

o 110,

111

5 - Narrativas de autores

portugueses e lusófonos

Escr

ita Seguir um

esquema para escrever

um texto;

Escrever um texto;

……….. x x

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96

26 "A bola" Luís

Fernando Veríssimo N

arra

tivo 113

, 114

5 - Narrativas de autores

portugueses e lusófonos

Escr

ita

Esquema que exprime

as regras para redigir o texto, a partir de imagens;

Redigir instruções;

……….. x x x

27 "Cão como

nós" Manuel Alegre

Nar

rativ

o

117, 12

5 - Narrativas de autores

portugueses e lusófonos

……

….

……….. ……….. ……….. x x

28 "A ponte na Califórnia"

Teolinda Gersão

Nar

rativ

o 120 a

125

5 - Narrativas de autores

portugueses e lusófonos

Escr

ita Quadro para

seguir antes de redigir o

texto;

Escrever uma

mensagem de correio eletrónico, respeitando as regras do

quadro apresentado

……….. x

x

29 "O camponês

astrólogo" Italo

Calvino

Nar

rativ

o 130,

131

6 - Narrativas de autores

estrangeiros Escr

ita

Quadro explicativo

com os elementos a

seguir na elaboração

de um aviso;

Redigir o aviso que o rei mandou

afixar.

……….. x x x

30 "Uma

história do Oriente"

Pearl S. Buck

Nar

rativ

o 134,

135

6 - Narrativas de autores

estrangeiros Escr

ita

Quadro com a

planificação; Planificação coletiva da

turma

Redigir, individualme

nte, uma sequência do

texto, de acordo com

o plano definido

coletivamente;

……….. x x

31 "Ulisses e Calipso"

João de Barros

Nar

rativ

o 138,

139

6 - Narrativas de autores

estrangeiros ……

….

……….. ……….. ……….. x x x

32 "Amor de

estudante" António

Silva

Nar

rativ

o 144,

145 7 - Crónicas

……

……

……….. ……….. ……….. x x x

33 "Tranquilida-

de"

Maria Judite de Carvalho N

arra

tivo

148 7 - Crónicas

Escr

ita

Imagem; Deve ter em

conta: descrever a situação; Referir a intenção crítica;

Apresentar a opinião;

Elaborar comentário

em três parágrafos, a

partir da imagem e

das indicações;

……….. x

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97

34 "Lição de

Astronomia" António Gedeão

Lite

rário

- dr

amát

ico

154 a

157 8 - Em palco

Escr

ita

A partir de um esquema

Dar uma explicação científica;

transformar a explicação

num poema, texto

dramático ou história;

……….. x

x

35 "Andando, andando…"

Teresa Rita

Lopes

Lite

rário

- dr

amát

ico

159,

160,

161

8 - Em palco

Escr

ita

A partir de um BD

Transformar uma BD num

texto dramático; Descrição coletiva;

divisão da turma em

grupos para redação do

texto;

……….. x

x

36 "Interferência

de ondas" Pedrosa Ferreira

Lite

rário

-dr

amát

ico

163,

164 8 - Em palco

Escr

ita

………..

Construir um texto em pequenos grupos;

……….. x x x

37 "Barca Bela" Almeida Garrett Li

terá

rio

170 9 - Palavras com música …

……

.

……….. ……….. ……….. x

x

38 "Poema da morte na estrada"

António Gedeão Li

terá

rio

173 9 - Palavras com música Es

crita

A partir de um cartoon

Redigir uma legenda

sugestiva; - Compor um texto poético, em prosa ou

em verso;

……….. x

x

39 "Pedra

Filosofal" António Gedeão Li

terá

rio

176 9 - Palavras com música Es

crita

……….. ……….. ……….. x x

40 3 Caligramas E. M.

Melo e Castro Li

terá

rio

178 9 - Palavras com música Es

crita

A partir de um

caligrama

Construir um caligrama e

depois organizar

com toda a turma uma exposição

dos trabalhos produzidos;

……….. x

41

" O poema", "Surf" e

"Requiem pela velha ameixeira"

Manuel Alegre Li

terá

rio

181 9 - Palavras com música Es

crita

A partir de uma imagem anotar ideias

em discussão coletiva

Redigir um texto poético,

a partir da imagem;

……….. x x

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98

42 "Os gatos"

José Carlos Ary dos Santos

Lite

rário

184 9 - Palavras com música …

……

..

……….. ……….. ……….. x x

43 "O homem

das castanhas"

José Carlos Ary dos Santos

Lite

rário

186 9 - Palavras com música …

……

..

……….. ……….. ……….. x

44 "Paixão do

velho Pires, o marinheiro"

Sérgio Godinho Li

terá

rio

188 9 - Palavras com música …

……

..

……….. ……….. ……….. x x

45 "Notícias Locais"

Sérgio Godinho Li

terá

rio

189 9 - Palavras com música Es

crita

A partir de uma notícia;

Tem de responder às perguntas: Quem?, Fez

o quê?, Quando?,

Onde?

Escrever o lead de uma

notícia ……….. x

46 "Vivo numa outra terra"

Sérgio Godinho Li

terá

rio

191 9 - Palavras com música …

……

.

……….. ……….. ……….. x x

47 "A égua e a

água", "Bolhas"

Cecília Meireles Li

terá

rio

193 9 - Palavras com música …

……

..

……….. ……….. ……….. x x

48 " O último

andar" Cecília

Meireles Lite

rário

195 9 - Palavras com música Es

crita

A partir de um poema

com os versos

baralhados e ainda

informações relativas à

estrutura do poema;

Reconstruir um poema

……….. x

49 "Os sinos" Manuel

Bandeira Lite

rário

198,2

9 - Palavras com música …

……

……….. ……….. ……….. x

50 "Neologis-

mo" Manuel

Bandeira Lite

rário

199 9 - Palavras com música …

……

..

……….. ……….. ……….. x

51 "O relógio" Vinicius

de Moraes Li

terá

rio

200 9 - Palavras com música ..…

……….. ……….. ……….. x

x

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99

52 " O rio" Vinicius

de Moraes Li

terá

rio

202 9 - Palavras com música Es

crita

A partir de regras

Criação de um poema

individualmente ou em

pares

……….. x

53

"Comemorar 111 anos com uma taça de

campanhe"

A página da

Educação

Nar

rativ

o - n

otíc

ia

208 10 - Ler a

vida Escr

ita

A partir de uma notícia; Distinguir os factos e as opiniões/comentários;

Redigir a mesma

notícia de forma

objetiva, reduzindo-a aos factos.

Indicar se nas frases

apresentadas há factos ou

oipiniões.

x x x

54

"Elefantes fazem fugir 200 famílias

em Samatra", "Estranha

amizade num zoo de Tóquio"

Jornal Público

Nar

rativ

o - n

otíc

ia

211 10 - Ler a

vida ……

……….. ………... ……….. x

x

55

"Toda a gente quer ser casada por Wouter

Van Bellingen"

Jornal Público

Nar

rativ

o (r

epor

tage

m)

213,21

10 - Ler a vida …

……

..

……….. ……….. ……….. x x

56

"Muitos europeus

pensam que o tráfico de crianças é

uma coisa do terceiro mundo"

Jornal Público

Con

vers

acio

nal

(ent

revi

sta)

216, 22

10 - Ler a vida

….

……….. ……….. ……….. x

x

57 "Entrevista a Alice Vieira"

Alunos do 9º A Eb 2, 3 Diogo Cão C

onve

rsac

iona

l (e

ntre

vist

a)

218 10- ler a Vida

Escr

ita e

Ora

lidad

e

Planificar a entrevista: decidir o

entrevistado; preparar o

guião; escolher o

entrevistador;

Redigir a entrevista;

………..

x

58 "Há fadas na

Internet?"

Luísa Ducla Soares

Expo

sitiv

o (t

exto

de

opin

ião)

220 10 - Ler a

vida Escr

ita Antes de

escrever o texto

(planificar)

Escrever uma frase

com a estrutura

dada; Redigir um breve texto de opinião;

……….. x

x

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100

59 "Marley &

Eu" Ípsilon

Expo

sitiv

o (c

rític

a)

223 10 - Ler a

vida

Escr

ita e

Ora

lidad

e

Orientar-se a partir de tópicos

Redigir a crítica de um livro para ser publicada; - Redigir uma

notícia a partir de um

cartoon;

……….. x x x

60 Publicidade Vários Ar

gum

enta

tivo

(pub

licid

ade)

226

10 - Ler a vida Es

crita

A partir de imagens

Escolher uma das imagens

propostas e elaborar uma publicidade

……….. x

61 "Os Anjos de

Sputink" Baru

Ban

da d

esen

hada

228 10 - Ler a

vida Escr

ita

A partir de uma anedota

A partir de uma

anedota, construir um guião para a

sua transformaçã

o em BD

……….. x

x

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101

ANEXO III

Capa e contracapa do manual (Para) Textos 7

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102

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103

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104

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105

ANEXO IV

Quadro Atividades de Escrita – Manual B

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106

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107

Manual B – (Para)Textos 7 Atividades de Escrita

Tít

ulo

do

Tex

to

Au

tor

Tip

olo

gia

T

ext

ua

l

gs.

Se

qu

ên

cia

Co

mp

etê

nci

a

Pla

nif

ica

ção

Re

da

ção

Re

visã

o

L

G

O

1

"Nau da Namíbia

tinha osso humano"

Diário de Notícias

Nar

rativ

o -

Not

ícia

28

1 - Comunicadores do Século

XXI

……

.

………. ………. ………. x x

2

"idosas trepam a

oliveira para fugir a touros

à solta"

Diário de Notícias

Nar

rativ

o -

Not

ícia

31

1 - Comunicadores do Século

XXI ..…

.. ………. ………. ………. x x x

3

"Cartonista do Site do expresso

representa Portugal e Espanha"

Expresso

Nar

rativ

o -

Not

ícia

33

1 - Comunicadores do Século

XXI

Escr

ita A partir de

uma fotografia;

Redigir uma notícia;

………. x x

4

"Um ano de histórias e

leituras sobre rodas"

Diário As Beiras

Argu

men

tati

vo-

repo

rtag

em

38

1 - Comunicadores do Século

XXI

……

.

………. ………. ………. x x

5 "É preciso ter cuidado com

a língua"

Ana Aranha

conv

ersa

cio

nal -

En

trev

ista

41

1 - Comunicadores do Século

XXI

……

..

………. ………. ………. x x

6 "À volta dos

livros" Ana

Aranha

conv

ersa

cion

al -

Entr

evis

ta

43

1 - Comunicadores do Século

XXI

Escr

ita Guião para

planificação da entrevista

Imaginar que é um

jornalista e preparar

uma entrevista

para entrevistar

um inventor ou cientista

famoso;

………. x x

7 Publicidade da Swatch

swatch

Argu

men

tati

vo-

Pub

licid

ade

49

1- Comunicadores do Século

XXI

Escr

ita

A partir de uam imagem

Criar um slogan

………. x x x

8 Garfield Jorge Lima

não

liter

ário

- B

anda

de

senh

ada

55

1 - Comunicadores do Século

XXI

……

………. ………. ………. x x

Page 121: Atividades de Escrita nos Manuais Escolares de Ensino Básico³nia... · ... Referencial de Textos para o 3º Ciclo ... Grelha I – Tipos de atividades …… ... estruturados segundo

108

9 "acidente de

ciclistas" Miguelanxo Prado

não

liter

ário

- B

anda

de

senh

ada

59 , 60, 61

1 - Comunicadores do Século

XXI

……

….

………. ………. ………. x x x

10 "Aos alunos" A.

Einstein

Nar

rativ

o -

Car

ta

63

1- Comunicadores do Século

XXI

Escr

ita

……….

Escrever uma carta a alguém que

admires

………. x x x

11 "Cartaz de espetáculo"

Casa da Música

não

liter

ário

- c

arta

z 68

1 - Comunicadores do Século

XXI

……

….

………. ………. ………. x

12 SMS, AVISO,

CONVITE …………..

inst

ruci

onal

-S

MS,

AV

ISO

, C

ON

VITE

69

1- Comunicadores do Século

XXI

Escr

ita

………. Redigir uma SMS, aviso e

convite ……….

13 " O velho e

os seus filhos"

La Fontaine

Nar

rativ

o

45 2 - Narrativas Prodigiosas …

……

.

………. ………. ………. x x

14 A carangueja

e a Filha La

Fontaine

Nar

rativ

o

78 2 - Narrativas Prodigiosas …

……

.

………. ………. ………. x x

15 " O burro

que enganou o lobo"

Esopo

Nar

rativ

o

78 2 - Narrativas Prodigiosas …

……

.

………. ………. ………. x x

16 "A gaita

maravilhosa" Teófilo Braga

Nar

rativ

o

83, 84

2 - Narrativas Prodigiosas …

……

.

………. ………. ………. x x

17 "Lenda do

diabo dentro do frasco"

Viale Moutinho (recolha) N

arra

tivo

88, 89

2 - Narrativas Prodigiosas …

……

.

………. ………. ………. x x x

18 "Lenda de

Pedro Sem"

Álvaro Carlos (rec.) N

arra

tivo 91,

92, 93

2 - Narrativas Prodigiosas Es

crita

……….

Completar provérbios; - Escrever um

texto expositivo,

relacionando o significado

dos provérbios

com a lenda analisada

………. x x x

Page 122: Atividades de Escrita nos Manuais Escolares de Ensino Básico³nia... · ... Referencial de Textos para o 3º Ciclo ... Grelha I – Tipos de atividades …… ... estruturados segundo

109

19 "O Mito de Pigmalião e Galateia"

R. Hope Moncrieff

Nar

rativ

o

98, 99

2 - Narrativas Prodigiosas …

……

.

………. ………. ………. x x

20 "O Mito de Aracne"

Heather Amery

Nar

rativ

o

104 2 - Narrativas Prodigiosas …

……

.

………. ………. ………. x x

21 "Confundindo Histórias"

Gianni Rodari

Nar

rativ

o

106 2- Narrativas Prodigiosas Es

crita

A partir de um excerto

da obra

Escrever um recado que a

mãe teria deixado à

filha

………. x x

22 "O Senhor

Extraterrestre"

Carlos Paião Li

terá

rio

110,

111

2- Narrativas Prodigiosas Es

crita

……….

Completar balões de

fala de uma BD tendo

como base o texto lido

………. x x

23 "A

Biblioteca"

Pierdomenico

Baccalario

Nar

rativ

o

115 2 - Narrativas Prodigiosas …

……

.

………. ………. ………. x x

24 "Um Mistério

Egipcio"

Ana Maria

Magalhães

Nar

rativ

o 117,

118

2 - Narrativas Prodigiosas …

……

.

………. ………. ………. x x x

25 "Nicolau vai ao museu!"

Sempé e Goscinny

Nar

rativ

o 122,

123

2 - Narrativas Prodigiosas …

……

.

………. ………. ………. x x

26 "Os da Aldeia

e os da Cidade"

Sebastião da Gama

Nar

rativ

o 125,

126

2- Narrativas Prodigiosas Es

crita

Como fazer esquemas? -

quadro explicativo

Fazer um esquema a partir de um

pequeno texto,

consultando a informação

dada

………. x x

27 "Bom dia!" J. R. R. Tolkien

Nar

rativ

o 128,129

2- Narrativas Prodigiosas Es

crita

A partir de imagens

Escrever um texto claro e

bem organizado, procedendo à descrição das imagens apresenta-

das;

………. x x

28 "A bailarina" Irene

Lisboa

Nar

rativ

o 134,

135

2 - Narrativas Prodigiosas …

……

.

………. ………. ………. x x

Page 123: Atividades de Escrita nos Manuais Escolares de Ensino Básico³nia... · ... Referencial de Textos para o 3º Ciclo ... Grelha I – Tipos de atividades …… ... estruturados segundo

110

29

" A espanatosa

aventura dos moinhos de

vento"

Miguel de Cervante

s Nar

rativ

o 140,

141

2 - Narrativas Prodigiosas …

……

.

………. ………. ………. x x

30 "Adivinhas" Michel

Tournier N

arra

tivo 143

, 144

2- Narrativas Prodigiosas Es

crita

Quadro com a informação

não te esqueças de respeitas as

etapas: planificação, textualização,

revisão.

Elaborar um conjunto de direitos e deveres;

Elaborar a constituição de um novo país a partir da discussão

com os colegas

Discutir as melhores propostas

x x x

31 "Oulá, Veloso

Amigo!"

Amélia Pinto Pais N

arra

tivo 147

, 148

2- Narrativas Prodigiosas Es

crita

Imaginar que é um

marinheiro; relembrar o

que aprendeu na disciplina de

História

Elaborar um diário de

bordo fictício

A seguir ficha com a 3

etapas da escrita

x x

32 "O preste

João e o rei Dario"

Marco polo

Nar

rativ

o 151,

152

2 - Narrativas Prodigiosas …

……

.

………. ………. ………. x x

33 "O

Mandarim" Eça de Queirós

Nar

rativ

o 157,

158

2 - Narrativas Prodigiosas …

……

.

………. ………. ………. x x

34 "O fantasma

dos Canterville"

Oscar Wilde

Nar

rativ

a

160,

161,

162

2 - Narrativas Prodigiosas …

……

.

………. ………. ………. x x

35 "A selva" Isabel allende

Nar

rativ

o 167,

168

2 - Narrativas Prodigiosas …

……

.

………. ………. ………. x x x

36 "O

hipópotamo" Mia

Couto

Nar

rativ

o 171,

172

2 - Narrativas Prodigiosas …

……

.

………. ………. ………. x x x

37 "Nas Garras do Primeiro

Amor"

Fernando Sabino

Nar

rativ

o 179,

180

2 - Narrativas Prodigiosas …

……

.

………. ………. ………. x x

38 "Os óculos da Charlita"

Ondjaki

Nar

rativ

o 183,

184

2- Narrativas Prodigiosas Es

crita

Pesquisa de informação

Elaborar um pequeno

texto sobre a infância

………. x x x

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111

39 "Farrusco" Miguel Torga

Nar

rativ

o 187,

188

2 - Narrativas Prodigiosas …

……

.

………. ………. ………. x x

40 "Vae

Victoribus" Trindade Coelho

Nar

rativ

o

191,

192,

193,

194

2- Narrativas Prodigiosas Es

crita

A partir da frase

«…Quem seria?»

Elaborar um desfecho diferente para a

história de José Gaio

………. x x x

41 "O que é a poesia?"

Alice Vieira Li

terá

rio

203 3- Nas

esferas da poesia …

……

.

………. ………. ………. x

42 "Esta Língua Portuguesa"

José Jorge Letria Li

terá

rio

204 3- Nas

esferas da poesia Es

crita

A partir de um texto

escrito em Mirandês

Reescrever um texto,

passando-o de Mirandês

para português

………. x x

43 "É tão bom" Sérgio

Godinho liter

ário

208 3- Nas

esferas da poesia Es

crita

A partir de um poema

dado

Completar um texto

(texto-fenda) ………. x x x

44 "A Arca de

Noé"

Vinicius de

Moraes Lite

rário

211 3- Nas

esferas da poesia Es

crita

A partir de textos e imagens

Redigir um ou mais

textos/poemas

………. x x

45 "No comboio descendente

"

Fernando Pessoa Li

terá

rio

216 3- Nas

esferas da poesia Es

crita

A partir de uma imagem e respetiva

legenda

Redigir um texto-

expositivo, não esquecer das regras de planificação, textualização

e revisão;

………. x x

46 "Dia de Anos"

João de Deus Li

terá

rio

218 3- Nas

esferas da poesia …

……

.

………. ………. ………. x x

47 "A avó" Olavo Bilac lit

erár

io

222 3- Nas

esferas da poesia Es

crita

A partir de um texto

escrito por uma criança

brasileira

Escrever um texto para definir a

palavra avó

………. x x

48 "a língua do

Nhem" Cecília

Meireles Lite

rário

224 3- Nas

esferas da poesia …

……

.

………. ………. ………. x x x

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112

49 "As nuvens" José

Gomes Ferreira Li

terá

rio

228 3- Nas

esferas da poesia …

……

.

………. ………. ………. x x

50 "Bucólica" Miguel Torga Li

terá

rio

230 3- Nas

esferas da poesia …

……

.

………. ………. ………. x x x

51 "Segredo" Migeu Torga Li

terá

rio

230 3- Nas

esferas da poesia …

……

.

………. ………. ………. x x x

52 "Canção dos rapazes da

ilha"

Aguinaldo

Fonseca Lite

rário

233 3- Nas

esferas da poesia Es

crita

A partir de versos

Redigir uma mensagem

para ser colocada

numa garrafa;

descreve os sonhos que pretendes realizar;

Enumera os objetivos que

pretendes alcançar;

………. x x

53 "Praia" Sophia

de Mello Breyner Li

terá

rio

235 3- Nas

esferas da poesia Es

crita

A partir de um pequeno

texto e imagens;

Identificar figuras

relacionadas com a vida

marinha e as obras de cinema,

literatura ou BD ; Elaborar

um texto narrativo

coerente e bem

estruturado ou poético.

………. x x x

54 " A Lua" António Gedeão

Lite

rário

- dra

mát

ico

245,

246

4 - Espaço Cénico Es

crita

Não te esqueças de:

indicar o nome de

cada personagem;

redigir as falas em discurso

direto; incluir didascálias;

Continuar o texto

dramático ………. x x

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113

55 "Olha o

Passarinho!" António Torrado

Lite

rário

-dr

amát

ico

250,251

4 - Espaço Cénico …

……

.

………. ………. ………. x x

56 "A

Conspiração" António Torrado

Lite

rário

- dr

amát

ico 256

,257,258

4 - Espaço Cénico …

……

.

………. ………. ………. x x x

57 A Viagem de

Magnólia Hélia

Correia

Lite

rário

- dr

amát

ico

263 a

271

4 - Espaço Cénico …

……

.

………. ………. ………. x x x

Atividades de expressão escrita pág. 279 - Apêndice

Pla

nif

ica

ção

Re

da

ção

Re

visã

o

1 Atividade

nº 1:

Elaborar o guião de uma entrevista sobre a importância

dos telemóveis

Entrevistar pessoas, após elaboração do guião; Redigir uma reportagem a partir dos dados obtidos na entrevista

2 Atividade

nº 2: Plano

Redigir um slogan criativo e um texto argumentativo de um

produto à escolha

3 Atividade

nº 3: Escrever um diálogo

4 Atividade

nº 4: Redigir um texto, onde apresente

a definição de herói

5 Atividade

nº 5

Elaborar um texto descrtivo a partir de uma imgem dada;

Redigir o autorretrato

6 Atividade

nº 6 Plano

Redigir um conto, a partir de um roteiro

7 Atividade

nº 7 Transformar um texto narrativo

num texto dramático

8 Atividade

nº 8

Redigir um texto a partir de uma imagem, narrando a história da

personagem retratada

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114

9 Atividade

nº 9 Alerta para a planificação

Recontar uma história, tendo por base a que aparece na atividade

Alerta para a revisão

10 Atividade

nº 10 Descreve uma paisagem

sugerida num poema

11 Atividade

nº 11 Produzir um acróstico com a

palavra felicidade

12 Atividade

nº 12 Elaborar uma poema visual

13 Atividade

nº 13

Efetuar um relato do que viu no museu, de forma coerente e

organizada

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115

ANEXO V

Capa e contracapa do manual Entre Palavras 7

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116

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117

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118

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119

ANEXO VI

Quadro Atividades de Escrita - Manual C

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120

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121

Manual C – Entre palavras 7 Atividades de Escrita

Tít

ulo

do

Tex

to

Au

tor

Tip

olo

gia

Te

xtu

al

gs.

Se

qu

ên

cia

Co

mp

etê

nci

a

Pla

nif

ica

ção

Re

da

ção

Re

visã

o

L G

O

1 "As minhas

férias de verão"

Inês Alexandre

Foz Nar

rativ

o

14 Férias

Diagnóstico Escr

ita

………..

Escolher uma

pergunta das 9

apresentadas e responder, escrevendo um texto com um

máximo de 40 palavras.

No final lê-lo aos colegas

x x x

2 "A minha primeira

aula"

Biblog - Biblioteca

Nar

rativ

o

22,23

1 - Escola: Narrativas

completas e outros textos

Escr

ita

Plano de escrita

fornecido, desde a

planificação até

textualização e revisão.

Escreve, em pares, um

texto (indicações)

que não ultrapasse as 200 palavras

sobre o regresso à

escola

Rever o texto x x x

3

" 3º ciclo Menos

Preocupações"

Público

Nar

rativ

o -

notíc

ia

30

1 - Escola: Narrativas

completas e outros textos

Escr

ita

……….. Completar

frases e lê-las aos colegas

……….. x x

4

"Harry Potter e a Professora Umbridge"

J. K. Rowling

Nar

rativ

o

34, 35

1- Escola: Narrativas

completas e outros textos

Escr

ita

Utilizar obrigatoriam

ente adjetivos e conjunções ou loçuções

subordinativas causais.

Escrever um pequeno

texto com o máximo de 80 palavras

……….. x x x

5 "Escola" Armindo

Rodrigues

liter

ário

-po

étic

o

40

1- Escola: Narrativas

completas e outros textos

Escr

ita Plano de

escrita fornecido.

Escrever um texto até 80 palavras, em

pares

No final ler o texto para os

colegas x

x

6 "Neve Preta"

José Saramago

Nar

rativ

o

42

1- Escola: Narrativas

completas e outros textos

……

…..

……….. ……….. ……….. x x x

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122

7 "Portugal: o bullying na escola"

Susana Fonseca

Carvalhosa Nar

rativ

o

46

1- Escola: Narrativas

completas e outros textos

……

…..

……….. ……….. ……….. x

x

8

"Jovens enviam 29 SMS por

dia"

Marktest

Nar

rativ

o

49

1- Escola: Narrativas

completas e outros textos

Escr

ita

………..

Escrever três SMS com o máximo de

10 palavras; - escrever uma

sms diferente; -

transformar a SMS num

texto de 20 palavras

Divulgar o texto aos colegas e

professores.

x x

9 "Bilhete

com foguetão"

Ondjaki

Nar

rativ

o

52, 53

1- Escola: Narrativas

completas e outros textos

Escr

ita

………..

Redigir um bilhete com 20 palavras no máximo, que Petra

pudesse ter escrito como resposta ao

narrador

……….. x x x

10 "O museu de Pintura"

Sempé, Goscinny

Nar

rativ

o 58, 59, 60

1- Escola: Narrativas

completas e outros textos

Escr

ita Plano de

escrita apresentado;

Escrever, em pares, um

texto de 120- 150

palavras, dois temas à

escolha

Rever o texto, mostrar ao professor

para aperfeiçoa-lo

x x x

11 "A minha família

ideal é …" Expresso

Info

rmat

ivo

72

2- Família: Narrativas

completas e outros textos

Escr

ita

Tem de empregar

conjunções coordenati-

vas ou advérbio

conectivo.

Escrever um texto com o máximo de

40 palavras, a partir de uma frase

………..

x

12

"O casamento Preparar a cerimónia"

Cofina Media

Nar

rativ

o

74

2 - Família: Narrativas

completas e outros textos

Escr

ita

Trabalho de pares -

planificar o texto,

apresenta plano

Escreve um texto com o um mínimo

de 150 palavras e

um máximo de 200

palavras, apoiando-se

em fotografias

Revisão/aperfeiçoamento

do texto x x

13 "Adoção

em Portugal"

Blogue Ponta e Mola

Argu

men

tativ

o

79

2 - Família: Narrativas

completas e outros textos

……

…..

……….. ……….. ……….. x x x

Page 136: Atividades de Escrita nos Manuais Escolares de Ensino Básico³nia... · ... Referencial de Textos para o 3º Ciclo ... Grelha I – Tipos de atividades …… ... estruturados segundo

123

14

"Quem pode

requerer a adoção?"

Blogue Dados

pessoais

Argu

men

tativ

o

82

2 - Família: Narrativas

completas e outros textos

Escr

ita

A partir de propostas de escritas, o texto deve conter as palavras e expressões destacadas.

Escrever um texto que não

deve ultrapassar

as 60 palavras, a partir de

propostas de escrita

……….. x

x

15 "Pais e Filhos"

António Vilas-Boas e

Manuel vieira narr

ativ

o

85

2 - Família: Narrativas

completas e outros textos

……

…..

……….. ……….. ……….. x

16 "Jesus" Miguel Torga

Nar

rativ

o

86, 87

2 - Família: Narrativas

completas e outros textos

Escr

ita

………..

Escrever um pequeno

texto sobre o que mais gosta de

apreciar na mãe.

Ler o texto aos colegas

x x x

17

"A rapariguinh

a dos fósforos"

Hans Christian Andresen N

arra

tivo

94, 95

2 - Família: Narrativas

completas e outros textos

Escr

ita Apresenta

formas para começar o

texto

Escrever um texto até 60

palavras, dando uma

opinião sobre a história

Ler o texto aos colegas

x x

18 "Metro Os invisíveis"

Notícias Magazina

Nar

rativ

o -

repo

rtag

em

100

2 - Família: Narrativas

completas e outros textos

……

…..

……….. ……….. ……….. x

19 "Arroz do

Céu"

José Rodrigues Miguéis N

arra

tivo

102,

103,

104

2 - Família: Narrativas

completas e outros textos

Escr

ita

Para planificar o

texto -Completar duas listas pessoais

Oficina de escrita -

Escrever um texto com o mínimo de

150 e máximo de

200 palavras, no qual fale dos

sonhos

Reescrever/aperfeiçoar o

texto x x x

20 "Amizades,amizades"

Blogue blue eyes

Argu

men

tativ

o

120

3 Amizade: Narrativas

completas e outros textos

……

…..

……….. ……….. ……….. x

x

21 "O meu amigo

Garrone"

Edmundo de Amicis

(Público) Nar

rativ

o

121

3 - Amizade: narrativas

completas e outros textos

……

…..

……….. ……….. ……….. x x

Page 137: Atividades de Escrita nos Manuais Escolares de Ensino Básico³nia... · ... Referencial de Textos para o 3º Ciclo ... Grelha I – Tipos de atividades …… ... estruturados segundo

124

22

"Os novos alvos das

redes sociais"

Público

Nar

rativ

o

123

3 - Amizade: narrativas

completas e outros textos

……

…..

……….. ……….. ……….. x x x

23

"Fazer amigos em tempos de

férias"

Fórum Portal das Viagens

narr

ativ

o

126

3 Amizade: Narrativas

completas e outros textos

Escr

ita

………..

Escrever um texto sem

ultrapassar as 60

palavras, a partir de

propostas de escrita

………..

x

24 "Patrícia" Altino do

Tojal

Nar

rativ

o

128,

129,

130

3 Amizade: Narrativas

completas e outros textos

Escr

ita Elaborar o

plano do texto

Oficina de escrita - Fazer a

apresentação de uma

pessoa num texto entre 120 e 150 palavras no

máximo

Divulgar o texto aos colegas.

Rever o texto

x x x

25 "Por um

triz" (conto integral)

Arthur Conan Doyle

Nar

rativ

o 136 a

143

3 Amizade: Narrativas

completas e outros textos

Escr

ita

……….. Reescrever

texto

Oficina de escrita -

Reescrever um texto,

acrescentando,

suprimindo, substituindo

ou deslocando

palavras, em pares para aprender a aperfeiçoar os textos

x x x

26 "Pedro e Pedrito"

Adolfo Coelho

Nar

rativ

o 154,

155

3 Amizade: Narrativas

completas e outros textos

Escr

ita

………..

Escrever um texto entre 50 e 70

palavras em que

apresente a opinião sobre

a amizade

……….. x x

27 "Plantar

uma floresta"

Luísa Ducla Soares

Lite

rário

- po

étic

o

178 4 - Poesia : a

festa das palavras

…..

……….. ……….. ……….. x

28 "As

meninas, 2"

Vasco Graça Moura

Lite

rário

- po

étic

o

179 4 - Poesia : a

festa das palavras Es

crita

………..

Construir, em trabalho de pares, um

terceto e uma quadra

Ler o texto aos colegas

x

Page 138: Atividades de Escrita nos Manuais Escolares de Ensino Básico³nia... · ... Referencial de Textos para o 3º Ciclo ... Grelha I – Tipos de atividades …… ... estruturados segundo

125

29 "O

Inverno" Eugénio de Andrade

Lite

rário

- po

étic

o

180 4 - Poesia : a

festa das palavras

……

……….. ……….. ………..

30 "Jogo" Nuno Júdice

Lite

rário

- po

étic

o

181 4 - Poesia : a

festa das palavras

…..

……….. ……….. ………..

x

31 "Frutos" Eugénio de

andrade

Lite

rário

- po

étic

o 182

4 - Poesia : a festa das palavras

…..

……….. ……….. ……….. x

32 "O brinco

da tua orelha"

António Botto

Lite

rário

- po

étic

o

183 4 - Poesia : a

festa das palavras

…..

……….. ……….. ……….. x

33 "A Vida" João de Deus

Lite

rário

- po

étic

o

184 4 - Poesia : a

festa das palavras

…..

……….. ……….. ……….. x

34 " A cigarra

e a formiga"

La Fontaine

Lite

rário

- po

étic

o

185 4 - Poesia : a

festa das palavras Es

crita

Contém instruções

para elaborar o poema

Re(escrever) um poema, em pares;

elaborar uma quintilha

(individualmente)

Partilhar o poema e

compará-lo com o dos

colegas

x x

35 "O corvo e a raposa"

La Fontaine

Lite

rário

- fá

bula

202

5 - Teatro: Textos

dramáticos e outros textos

……

..

……….. ……….. ……….. x x

36 "A raposa e

o corvo" António Torrado Li

terá

rio

206

5 - Teatro: Textos

dramáticos e outros textos

……

.

……….. ……….. ……….. x x

37 "História de um

papagaio"

António Torrado Li

terá

rio

216,

217

5 - Teatro: Textos

dramáticos e outros textos

Escr

ita

Planificar o texto

Reescrever um texto

máximo de 200

palavras, dando a

opinião sobre a peça de teatro lida

Rever o texto com a

colaboração do professor,

passá-lo a limpo e lê-lo aos colegas.

x x

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126

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127

ANEXO VII

Quadro Tipologia Textual - Manual A

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129

Manual A – Diálogos 7 Tipologia Textual

Tipologia Textual

Planificação Redação 5 Revisão 6 Pesquisa

Info. 1 Geração ideias 2

Definição obj. 3

Organiz. ideias 4

1 Narrativo 1 1

2 Narrativo 1 1 1 1

3 Narrativo

4 Narrativo 1

5 Narrativo 1 1

6 Narrativo

7 Narrativo

8 Narrativo 1

9 Narrativo

10 Narrativo

11 Narrativo 1 1

12 Narrativo

13 Narrativo

14 Narrativo 1 1 1

15 Narrativo 1

16 Narrativo

17 Narrativo 1 1 1 1

18 Narrativo 1 1

19 Narrativo 1 1

20 Narrativo 1

21 Narrativo 1 1

22 Narrativo 1 1 1

23 Narrativo

24 Narrativo

25 Narrativo 1 1

26 Narrativo 1 1 1

27 Narrativo

28 Narrativo 1 1 1

29 Narrativo 1 1 1

30 Narrativo 1 1 1

31 Narrativo

32 Narrativo

33 Narrativo 1 1 1 1

34 Narrativo 1 1

35 Literário - dramático 1 1

36 Literário - dramático 1

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130

37 Literário -dramático

38 Literário 1 1

39 Literário

40 Literário 1 1 1

41 Literário 1 1 1 1

42 Literário

43 Literário

44 Literário

45 Literário 1 1

46 Literário

47 Literário

48 Literário 1 1

49 Literário

50 Literário

51 Literário

52 Literário 1 1

53 Literário 1 1

54 Narrativo -

notícia

55 Narrativo -

notícia

56 Narrativo

(reportagem)

57 Conversacional

(entrevista) 1 1 1

58 Conversacional

(entrevista) 1 1

59 Expositivo (texto

de opinião) 1 1

60 Expositivo (crítica) 1 1

61 Argumentativo (publicidade) 1 1

62 Banda

desenhada

Total 0 15 12 16 35 3

1 - Fontes externas (livros, internet, pessoas…) ou fontes internas (memória)

2 - Brainstorming, frases, imagens, panfletos, cartoons, excertos, títulos, debates, listas de palavras….

3 - Colocação de questões, Definição de caminhos/restrições/destinatários/aspetos linguísticos

4 - Elaboração de um plano

5 - Produção e coesão e coerência

6 - Análise e avaliação do texto

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131

ANEXO VIII

Quadro Tipologia Textual - Manual B

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132

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133

Manual B – (Para)Textos 7 Tipologia Textual

Tipologia Textual

Planificação Redação 5 Revisão 6 Pesquisa

Info. 1 Geração ideias 2

Definição obj. 3

Organiz. ideias 4

1 Narrativo -

Notícia

2 Narrativo -

Notícia

3 Narrativo -

Notícia 1

1

4 Argumentativo-

reportagem

5 conversacional -

Entrevista

6 conversacional -

Entrevista 1 1

7 Argumentativo-

Publicidade 1

1

8 não literário -

Banda desenhada

9 não literário -

Banda desenhada

10 Narrativo - Carta

1

11 não literário -

cartaz

12 instrucional -SMS, AVISO,

CONVITE

1

13 Narrativo

14 Narrativo

15 Narrativo

16 Narrativo

17 Narrativo

18 Narrativo

1

19 Narrativo

20 Narrativo

21 Narrativo

1

1

22 Literário

1

23 Narrativo

24 Narrativo

25 Narrativo

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134

26 Narrativo

1

1 1

27 Narrativo

1

1 1

28 Narrativo

29 Narrativo

30 Narrativo

1 1 1 1 1

31 Narrativo 1

1 1 1 1

32 Narrativo

33 Narrativo

34 Narrativa

35 Narrativo

36 Narrativo

37 Narrativo

38 Narrativo 1

1

39 Narrativo

40 Narrativo

1

1

41 Literário

42 Literário

1

1

43 literário

1

1

44 Literário

1

1

45 Literário

1

1 1 1

46 Literário

47 literário

1

1

48 Literário

49 Literário

50 Literário

51 Literário

52 Literário

1 1

1

53 Literário

1

1

54 Literário- dramático

1

1

55 Literário-dramático

56 Literário - dramático

57 Literário - dramático

Total 1 13 5 6 22 3

1 - Fontes externas (livros, internet, pessoas…) ou fontes internas (memória)

2 - Brainstorming, frases, imagens, panfletos, cartoons, excertos, títulos, debates, listas de palavras….

3 - Colocação de questões, Definição de caminhos/restrições/destinatários/aspetos linguísticos

4 - Elaboração de um plano

5 - Produção e coesão e coerência

6 - Análise e avaliação do texto

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135

ANEXO IX

Quadro Tipologia Textual - Manual C

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136

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137

Manual C – Entre palavras 7 Tipologia Textual

Tipologia Textual

Planificação Redação 5 Revisão 6

Pesquisa Info. 1

Geração ideias 2

Definição obj. 3

Organiz. ideias 4

1 Narrativo 1 1

2 Narrativo 1 1 1 1 1

3 Narrativo -notícia 1

4 Narrativo 1 1

5 literário -poético 1 1 1 1

6 Narrativo

7 Narrativo

8 Narrativo 1 1 1

9 Narrativo 1

10 Narrativo 1 1 1 1 1

11 Informativo 1 1

12 Narrativo 1 1 1 1 1

13 Argumentativo

14 Argumentativo 1 1 1

15 narrativo

16 Narrativo 1 1

17 Narrativo 1 1 1 2

18 Narrativo -reportagem

19 Narrativo 1 1 1

20 argumentativo

21 narrativo

22 Narrativo

23 narrativo 1

24 Narrativo 1 1 1

25 Narrativo 1 1

26 Narrativo 1

27 Literário - poético

28 Literário - poético 1 1

29 Literário - poético

30 Literário - poético

31 Literário - poético

32 Literário - poético

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33 Literário - poético

34 Literário - poético 1 1 1 1

35 Literário - fábula

36 Literário

37 Literário 1 1 1 1 1

Total 0 6 11 8 21 15

1 - Fontes externas (livros, internet, pessoas…) ou fontes internas (memória)

2 - Brainstorming, frases, imagens, panfletos, cartoons, excertos, títulos, debates, listas de palavras….

3 - Colocação de questões, Definição de caminhos/restrições/destinatários/aspetos linguísticos

4 - Elaboração de um plano

5 - Produção e coesão e coerência

6 - Análise e avaliação do texto