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CENTRO DE EDUCAÇÃO FÍSICA E ESPORTE PROGRAMA ASSOCIADO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO FÍSICA (UEL/UEM) MARYELA DE OLIVEIRA MENACHO ATIVIDADE ELETROMIOGRÁFICA DOS MÚSCULOS FLEXORES E EXTENSORES DE TRONCO DURANTE EXERCÍCIOS DO MÉTODO PILATES Londrina 2010

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CENTRO DE EDUCAÇÃO FÍSICA E ESPORTE

PROGRAMA ASSOCIADO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO FÍS ICA

(UEL/UEM)

MARYELA DE OLIVEIRA MENACHO

ATIVIDADE ELETROMIOGRÁFICA DOS MÚSCULOS FLEXORES E EXTENSORES DE TRONCO DURANTE

EXERCÍCIOS DO MÉTODO PILATES

Londrina

2010

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MARYELA DE OLIVEIRA MENACHO

ATIVIDADE ELETROMIOGRÁFICA DOS MÚSCULOS FLEXORES E EXTENSORES DE TRONCO DURANTE

EXERCÍCIOS DO MÉTODO PILATES

Dissertação de mestrado apresentada ao

Programa de Pós-Graduação Associado em

Educação Física UEL-UEM, para obtenção do

Título de Mestre em Educação Física

Orientador: Prof. Dr. Jeferson Rosa Cardoso

Londrina

2010

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Catalogação elaborada pela Divisão de Processos Técnicos da Biblioteca Central da Universidade Estadual de Londrina.

Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP)

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Comissão Julgadora

______________________________________________________

Prof.Dr. Jefferson Rosa Cardoso (Orientador)

______________________________________________________

Prof. Dr. Pedro Paulo Deprá (Membro do programa)

______________________________________________________

Profª. Drª. Liliam Fernandes de Oliveira (Membro externo)

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Dedicatória

Dedico este trabalho à minha família, que torceu pelo meu sucesso,

principalmente aos meus pais que sempre me incentivaram e me apoiaram nos meus

sonhos e, acima de tudo, nunca mediram esforços para que eles se tornassem reais.

Sem dúvida, vocês são meus maiores exemplos.

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Agradecimentos

Primeiramente a Deus, que me deu a vida e forças para a realização

desse trabalho e permitiu a conclusão do mesmo. A Ele seja dada toda glória.

Aos meus pais, Bráulio Henrique Menacho (Fofy) e Maria de Lourdes

de Oliveira Menacho (Mamy), que me deram à vida e me ensinaram a vivê-la com

dignidade. Agradeço pelo amor, dedicação, confiança, cumplicidade e por se doarem

por completo, fazendo dos meus sonhos os seus. Jamais imaginei que palavras

traduziriam o amor, admiração e gratidão que sinto por vocês.

À minha família, que sempre torceu por mim e esperava ansiosa

pelas férias, para nos reencontrarmos. Em especial, ao meu tio Ledson e minha prima

Camila, que acompanharam minha trajetória mais de perto.

Ao meu orientador, Prof. Dr. Jefferson Rosa Cardoso, que além de

exemplo de professor, hoje é um grande amigo. Obrigada por ter me aceitado e

apostado em mim quando te mandei um email no final do primeiro ano de faculdade,

pela paciência com as minhas limitações, pela confiança em executar as tarefas que

me eram dadas e principalmente pelo carinho e cumplicidade. Sentirei falta da

convivência no laboratório e me sinto privilegiada de ter feito parte de tudo isso desde

o segundo ano da graduação. Muito obrigada pela oportunidade.

Ao grupo de pesquisa PAIFIT, pelo convívio agradável e parceria e,

em especial às pessoas que participaram diretamente no trabalho, como coletas,

edição de fotos e vídeos e análise dos dados (Josi, Tarcísio, Bruno, Karen, Mari e

Fernanda). À Lili, pela paciência, amizade e inúmeras caronas.

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Aos amigos Beatriz Ito Ramos de Oliveira e Marcio Massao Kawano,

que me ensinaram muito durante a convivência no laboratório e sempre foram grandes

incentivadores.

À Karen, agradeço a Deus por ter colocado você no meu caminho.

Obrigada pela disponibilidade em ajudar em todas as fases do trabalho de forma

incondicional, por renunciar as suas coisas para fazer as minhas e, principalmente por

me lembrar que somos dependentes Dele e da Sua misericórdia em todos os

momentos.

Ao proprietário do Hospital Clínica Corpo, Julian Valone Gorini, por

permitir que as coletas fossem realizadas em sua clínica.

Às fisioterapeutas Fernanda Queiroz Ribeiro Cerci Mostagi e

Fernanda Câmara Lopes, que forneceram o estúdio de Pilates e deram contribuições

valiosas ao trabalho.

Ao fisioterapeuta Alexandre Henrique Nowotny pelo empréstimo da

célula de carga.

Ao Prof. Dr. Taufik Abrão, do Departamento de Engenharia Elétrica,

pela prontidão em ajudar com o processamento e análise dos dados.

À Fundação Araucária pela bolsa recebida durante o mestrado e pela

contemplação no Edital CP14/2008.

Às “pretas” (Daniela, Mariana e Valquíria) pela amizade incondicional

e pela presença constante, apesar da distância logística.

Às “meninas” (Júlia, Luiza, Thaís, Tatiana, Paulinha e Vanessa) pelo

apoio e amizade verdadeira durante a graduação e o mestrado. Nem consigo imaginar

como teria sido essa passagem em Londrina sem vocês.

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À minha amiga Angela (Xu), pelo companheirismo nos momentos

difíceis e compreensão nos dias de mau-humor. Obrigada pela convivência na

república, pelos almoços e jantares, pela paciência, cuidado e preocupação.

Agradeço novamente à Angela e à Júlia, pelo empenho em conseguir

amostras para o trabalho e me fazerem acreditar, quando eu não acreditava mais.

E aos meus amigos de Rondônia, que sempre torceram pelo meu

sucesso e me acolheram com carinho nas férias. Agora, eu estou voltando!

Enfim, obrigada a todos,

Maryela de Oliveira Menacho

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Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram,

Nem jamais penetrou em coração humano

o que Deus tem preparado para aqueles que o amam.

I Coríntios 2.9

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SUMÁRIO

RESUMO ......................................................................................................... x

ABSTRACT ..................................................................................................... xi

LISTA DE FIGURAS ....................................................................................... xii

LISTA DE TABELAS ....................................................................................... xiv

LISTA DE ABREVIATURAS ............................................................................ xvii

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................ 1

2. JUSTIFICATIVA ......................................................................................... 3

3. OBJETIVOS ................................................................................................ 4

3.1 Objetivo geral ....................................................................................... 4

3.2 Objetivos específicos ......................................................................... 4

4. HIPÓTESES ................................................................................................ 5

5. REVISÃO DE LITERATURA ....................................................................... 6

5.1 Biomecânica do músculo esquelético .................................................. 6

5.1.1 Composição e estrutura do músculo esquelético ...................... 6

5.1.2 Contração muscular .................................................................. 7

5.1.3 Tipos de contração muscular .................................................... 8

5.1.4 Relação comprimento-tensão .................................................... 9

5.1.5 Relação força-velocidade ......................................................... 10

5.2 Propriedades dos músculos abdominais ............................................. 10

5.3 Propriedades do músculo multífido .................................................... 12

5.4 Estabilidade da coluna ......................................................................... 13

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5.4.1 Subsistema ativo: músculos locais, globais e de mobilidade ..... 14

5.5 Pilates ................................................................................................ 15

5.6 Eletromiografia de superfície .............................................................. 22

5.7 EMG e Pilates ..................................................................................... 26

6. MÉTODO ..................................................................................................... 28

6.1 Sujeitos ................................................................................................ 28

6.1.1 Cálculo do tamanho da amostra ................................................ 29

6.2 Protocolo .............................................................................................. 29

6.2.1 Aquecimento .............................................................................. 31

6.2.2 Exercícios ................................................................................... 33

6.3 Equipamentos ..................................................................................... 39

6.4 Procedimentos ..................................................................................... 41

6.5 Processamento do sinal eletromiográfico ........................................... 42

6.6 Análise estatística ............................................................................... 44

7. RESULTADOS ............................................................................................ 46

8. DISCUSSÃO .............................................................................................. 64

8.1 Do método ............................................................................................ 64

8.2 Dos resultados ..................................................................................... 65

8.3 Implicações para novos estudos ......................................................... 68

8.4 Implicações para a prática clínica ...................................................... 69

9. CONCLUSÃO .............................................................................................. 70

10 . REFERÊNCIAS ....................................................................................... 71

11. ANEXOS ................................................................................................... 82

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x

Menacho, Maryela de Oliveira. Atividade eletromiográfica de músculos flexores e extensores de tronco durante exercícios do método P ilates . 2010. 103f. Dissertação (Mestrado em Educação Física) – Centro de Educação Física e Esporte. Universidade Estadual de Londrina, 2010.

RESUMO O método Pilates é uma crescente modalidade de exercício nos últimos anos, que já foi incorporada à prática clínica dos profissionais da saúde. No entanto, ainda existem poucos estudos que investigaram a ativação muscular durante a execução dos exercícios. Os objetivos do estudo foram: avaliar a atividade eletromiográfica dos músculos flexores e extensores de tronco durante quatro exercícios avançados do método Pilates, executados em diferentes condições, e comparar a ativação muscular conforme o local de execução do exercício (solo ou aparelho). Dezesseis voluntárias, com idade entre 20-31 anos, saudáveis e que praticavam Pilates há pelo menos seis meses participaram do estudo. Os músculos reto abdominal (RA) e oblíquo externo (OE) foram avaliados bilateralmente durante a execução dos exercícios teaser (realizado no solo, no Cadilac e na Combo-chair) e longspine (realizado no solo, no Cadilac e no Reformer); e o músculo multífido (MU) foi avaliado durante os exercícios swan dive e breast stroke (realizados na bola suíça e no Reformer). Para aquisição dos dados foi utilizado um eletromiográfo de oito canais (Biopac System Inc, USA) composto por um conversor A-D (analógico-digital) de 16 bits de resolução, com faixa de entrada de ± 10 volts. Os sinais foram ajustados para 2000 amostras/segundo e o filtro numa frequência de passagem de 20 a 450 Hz. Os sinais foram divididos em fases concêntrica e excêntrica e, posteriormente, foram processados em sub-rotinas no programa Matlab. A envoltória linear e o root mean square (VRMS) foram utilizados para avaliação dos sinais. A análise de variância de medidas repetidas foi usada. A significância estatística foi estipulada em 5%. Não houve diferenças entre os lados para nenhum músculo avaliado, em qualquer exercício ou condição. Na fase excêntrica do exercício teaser, foram encontradas diferenças entre as condições de execução, o RA foi mais ativado em solo (37,3%) comparado ao Cadilac (26,4 %) e a Combo-chair (29,2%). Diferenças para o OE foram observadas entre o Cadilac (53,1%) e Combo-chair (45,3%). No exercício longspine, diferenças entre solo (39,4%) e Reformer (28,3%) foram encontradas para o OE na fase concêntrica, enquanto na fase excêntrica o RA foi mais ativado (34,1% x 25,9%). Nos exercícios swan dive e breast stroke houve diferenças entre as condições bola (52,6% x 58,8%) e Reformer (51,5%% x 57%). Portanto, as diferentes condições de exercício do método Pilates causam mudança no padrão de recrutamento dos músculos avaliados.

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xi

Menacho, Maryela de Oliveira. Electromyographic activity of the trunk flexor and extensor muscles during Pilates method exercises. 2010. 103f. Dissertation (Master’s in Physical Education) – Centro de Educação Física e Esporte. Universidade Estadual de Londrina, 2010.

ABSTRACT

Pilates is an exercise method that has gained popularity in recent years and has been incorporated into the clinical practice of health professionals. However, few studies have investigated muscle activation during performance of these exercises. The objectives of this study were to evaluate the electromyographic activity of flexor and extensor trunk muscles during four advanced Pilates exercises performed on the mat or on different types of apparatus, and to compare the muscle activation between mat and apparatus types. Sixteen healthy volunteers aged 20-31 who had been practicing Pilates for at least six months participated in the study. The rectus abdominis (RA) and external oblique (EO) muscles were bilaterally evaluated during performance of the teaser (performed on the mat, Cadillac and Combo Chair), and longspine exercises (performed on the mat, Cadillac and Reformer); the multifidus muscle (MU) was measured during swan dive and breast stroke exercises, that were performed on the mat and Reformer. An eight-channel electromyography system (Biopac System Inc, USA) was used for data acquisition. Analog-digital conversion (16 bit) was set up with an anti-aliasing filter and a sampling frequency of 2.0 kHz for each channel and an input range of 10 mV. The band pass filter was adjusted with cut-off frequencies at 20-450 Hz. The signal was divided into concentric and eccentric phases, and processed in subroutines in the Matlab program. The linear envelope and root mean square (RMS) were used to evaluate the signals. The analysis of variance with repeated measures was used. Statistical significance was set at 5%. In the eccentric phase of the teaser exercise, differences were found between apparatus types; the RA was more activated on the mat (37.3%) than in the Cadillac (26.4%) or Combo Chair (29.2%). Differences in EO muscle response were observed between the Cadillac (53.1%) and Combo Chair (45.3%) sessions. For the longspine exercise, differences between the mat (39.4%) and Reformer (28.3%) were found in EO in the concentric phase, while in the eccentric phase, RA was more active while exercising on the mat (34.1% x 25.9%). Differences were found between the Swiss Ball and Reformer during the swan dive (52.6% x 58.8%) and breast stroke exercises (51.5% x 57%). It can be concluded, therefore, that changes occur in the recruitment pattern of the assessed muscles when Pilates exercises are performed on different types of apparatus.

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xii

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Composição e estrutura do músculo esquelético ................................. 6

Figura 2 - Molas .................................................................................................... 17

Figura 3 - Reformer ............................................................................................... 17

Figura 4 - Cadilac ................................................................................................. 18

Figura 5 - Combo-chair ........................................................................................ 18

Figura 6 - Spine stretch ........................................................................................ 29

Figura 7 - Cat stretch ........................................................................................... 29

Figura 8 - Ab Prep ................................................................................................ 30

Figura 9 - Teaser solo ........................................................................................... 32

Figura 10 - Teaser Cadilac .................................................................................... 32

Figura 11 - Teaser Combo-chair ........................................................................... 32

Figura 12 - Longspine ........................................................................................... 33

Figura 13 - Longspine Cadilac ............................................................................ 34

Figura 14 - Longspine Reformer ........................................................................... 34

Figura 15 - Swan dive bola .................................................................................... 35

Figura 16 - Swan dive Reformer ........................................................................... 35

Figura 17 - Breast stroke bola ............................................................................... 36

Figura 18 - Breast stroke Reformer ...................................................................... 36

Figura 19 - Separação das fases do exercício teaser no Cadilac ....................... 37

Figura 20 - Teste máximo de flexores ................................................................ 39

Figura 21 - Teste máximo de extensores ............................................................. 39

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xiii

Figura 22 - Processamento do sinal EMG ............................................................. 41

Figura 23 - Média da porcentagem de ativação no RA na fase excêntrica do

teaser ......................................................................................................................

55

Figura 24 - Média da porcentagem de ativação do OE na fase excêntrica do

teaser .....................................................................................................................

56

Figura 25 - Média da porcentagem de ativação do RA na fase excêntrica do

longspine .................................................................................................................

56

Figura 26 - Média da porcentagem de ativação do OE na fase excêntrica do

longspine .................................................................................................................

57

Figura 27 - Média da porcentagem de ativação do MU na fase concêntrica do

swan dive ................................................................................................................

57

Figura 28 - Média da porcentagem de ativação do MU na fase excêntrica do

breast stroke ...........................................................................................................

58

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xiv

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Exercícios e seus respectivos locais de execução, resistência dada pela

mola e sua constante elástica ................................................................................... 28

Tabela 2 - Características antropométricas da amostra ........................................... 42

Tabela 3 - Comparação dos valores de VRMS normalizado entre os lados dos músculos

na fase concêntrica do teaser ................................................................................... 43

Tabela 4 - Comparação dos valores de VRMS normalizado entre os músculos RA e OE

na fase concêntrica do teaser ................................................................................... 44

Tabela 5 - Comparação dos valores de VRMS normalizado entre condições (solo,

Cadilac, Combo-chair) na fase concêntrica do teaser ................................................44

Tabela 6 - Comparação dos valores de VRMS normalizado entre os lados dos músculos

na fase excêntrica do teaser ..................................................................................... 45

Tabela 7 - Comparação dos valores de VRMS normalizado entre os músculos RA e OE

na fase excêntrica do teaser ..................................................................................... 45

Tabela 8 - Comparação dos valores de VRMS normalizado entre condições (solo,

Cadilac, Combo-chair) na fase excêntrica do teaser ................................................. 46

Tabela 9 - Comparação dos valores de VRMS normalizado entre as fases concêntrica e

excêntrica do teaser na condição solo ...................................................................... 46

Tabela 10 - Comparação dos valores de VRMS normalizado entre as fases concêntrica

e excêntrica do teaser na condição Cadilac ............................................................. 47

Tabela 11 - Comparação dos valores de VRMS normalizado entre as fases concêntrica

e excêntrica do teaser na condição Combo-chair ..................................................... 47

Tabela 12 - Comparação dos valores de VRMS normalizado entre os lados dos

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xv

músculos na fase concêntrica do longspine .............................................................. 48

Tabela 13 - Comparação dos valores de VRMS normalizado entre os músculos RA e OE

na fase concêntrica do longspine .............................................................................. 48

Tabela 14 - Comparação dos valores de VRMS normalizado entre condições (solo,

Cadilac, Reformer) na fase concêntrica do longspine ............................................... 49

Tabela 15 - Comparação dos valores de VRMS normalizado entre os lados dos

músculos na fase excêntrica do longspine ................................................................ 49

Tabela 16 - Comparação dos valores de VRMS normalizado entre os músculos RA e OE

na fase excêntrica do longspine ................................................................................ 50

Tabela 17 - Comparação dos valores de VRMS normalizado entre condições (solo,

Cadilac, Reformer) na fase excêntrica do longspine ................................................. 50

Tabela 18 - Comparação dos valores de VRMS normalizado entre as fases concêntrica

e excêntrica do longspine na condição solo .............................................................. 51

Tabela 19 - Comparação dos valores de VRMS normalizado entre as fases concêntrica

e excêntrica do longspine na condição Cadilac ........................................................ 51

Tabela 20 - Comparação dos valores de VRMS normalizado entre as fases concêntrica

e excêntrica do longspine na condição Reformer ..................................................... 51

Tabela 21 - Comparação dos valores de VRMS normalizado entre os lados dos

músculos na fase concêntrica do swan dive ............................................................. 52

Tabela 22 - Comparação dos valores de VRMS normalizado dos músculos multífidos

nas condições bola e Reformer na fase concêntrica do swan dive ........................... 52

Tabela 23 - Comparação dos valores de VRMS normalizado entre os lados dos

músculos na fase excêntrica do swan dive ............................................................... 52

Tabela 24 - Comparação dos valores de VRMS normalizado dos músculos multífidos

nas condições bola e Reformer na fase excêntrica do swan dive ............................. 53

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xvi

Tabela 25 - Comparação dos valores de VRMS normalizado entre as fases concêntrica

e excêntrica do swan dive na condição bola e Reformer .......................................... 53

Tabela 26 - Comparação dos valores de VRMS normalizado entre os lados do músculo

multífido na fase concêntrica do breast stroke .......................................................... 54

Tabela 27 - Comparação dos valores de VRMS normalizado do músculo multífido nas

condições bola e Reformer na fase concêntrica do breast stroke ............................. 54

Tabela 28 - Comparação dos valores de VRMS normalizado entre os lados do músculo

multífido na fase excêntrica do breast stroke ............................................................ 54

Tabela 29 - Comparação dos valores de VRMS normalizado do músculo multífido nas

condições bola e Reformer na fase excêntrica do breast stroke ............................... 54

Tabela 30 - Comparação dos valores de VRMS normalizado entre as fases concêntrica

e excêntrica do breast stroke nas condições bola e Reformer .................................. 55

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xvii

LISTA DE ABREVIATURAS

A-D: analógico - digital

ADM: amplitude de movimento

Ag/AgCl: Prata / Cloreto de prata

ANOVA: análise de variância

Ca2+ : íons cálcio

cad: Cadilac

chair: Combo-chair

CIVM: contração isométrica voluntária máxima

cm: centímetros

DP: desvio-padrão

EMGs: eletromiografia de superfície

Hz: Hertz

iEMG: Eletromiografia integrada

kg: quilograma

kgf: quilograma-força

kgf/m: quilograma-força / metro

L5: quinta vértebra lombar

mm: milímetros

MU: multífido

MUD: multífido direito

MUE: multífido esquerdo

Na++: íons de sódio

OE: oblíquo externo

OED: oblíquo externo direito

OEE: oblíquo externo esquerdo

OI: oblíquo interno

RA: reto abdominal

RAD: reto abdominal direito

RAE: reto abdominal esquerdo

ref: Reformer

SENIAM: Surface Electromyography for the Non-Invasive Assessment of Muscles

Sol: solo

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xviii

SNC: Sistema nervoso central

SPSS: Statistical Package for Social Sciences

Tr: transverso abdominal

VRMS: tensão root mean square (raiz quadrática média do quadrado da grandeza)

: média

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1

1. INTRODUÇÃO

O Pilates é uma modalidade de exercício direcionada ao

condicionamento do corpo e da mente do indivíduo1, que cresceu drasticamente nos

últimos dez anos. Originalmente concebido para a reabilitação e, posteriormente, para

o treinamento de bailarinos, o Pilates oferece um trabalho dos músculos do “centro do

corpo” e busca melhorar os componentes de aptidão de força muscular, resistência,

flexibilidade, equilíbrio e condicionamento cardiorrespiratório, bem como a função

psicológica e aprendizagem motora2. Atualmente o método é conhecido

internacionalmente e continua a atrair novos praticantes, com exercícios de

fortalecimento que podem ser adaptados às necessidades de todos, desde atletas

profissionais e idosos a jovens e grávidas3.

Dessa forma, o Pilates tem sido assunto de recente interesse na

literatura4, que tem focado principalmente no efeito do método nos seguintes

componentes: flexibilidade5,6,7, força muscular6,8, composição corporal6,9,10, postura11,12

e equilíbrio dinâmico13,14. Além disso, foram encontrados estudos que buscaram

melhorar um componente específico de movimento em populações especiais com o

Pilates, como a velocidade de tenistas15 e a habilidade de saltar de ginastas16. No

campo da reabilitação, foram encontrados estudos que avaliaram o efeito do Pilates no

pós-operatório de artroplastia total de quadril e joelho17, escoliose18, ADM, dor e

funcionalidade de mulheres com câncer de mama19, fibromialgia20 e, principalmente,

na dor lombar crônica21,22,23,24,25,26,27,28.

Uma das principais ferramentas utilizadas na biomecânica é a

eletromiografia de superfície (EMGs). Esta técnica permite a avaliação da função

muscular em um determinado exercício29. O uso da EMGs concomitante à execução

dos exercícios do Pilates tem sido pouco relatado na literatura30. Em estudos prévios,

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foram avaliadas a fadiga dos músculos abdominais e a atividade eletromiográfica dos

extensores de tronco durante exercícios do Pilates realizados no solo por mulheres

saudáveis31,32. No entanto, ainda há escassez de evidências na literatura para fornecer

uma base científica para essa prática33. Além disso, não foram encontrados até o

momento estudos com Pilates que investigaram o comportamento da atividade

muscular dos flexores e extensores de tronco divididos em fase concêntrica e

excêntrica, nem estudos que avaliaram o recrutamento muscular quando o mesmo

exercício é realizado nas diferentes condições do método, solo e aparelho.

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2. JUSTIFICATIVA

Os exercícios do Pilates podem ser realizados em solo ou com

aparelhos, nos quais o indivíduo trabalha contra uma resistência (molas e polias)4.

Apesar de um grande número de fisioterapeutas incluírem este método em sua prática

clínica, a escolha dos exercícios e onde ele será executado ainda são definidos de

forma arbitrária, sem visar uma evolução, pois não existe na literatura estudos que

avaliaram as diferenças na ativação muscular em exercícios individuais do Pilates,

quando estes são executados em diferentes condições (solo ou aparelho).

Como já citado, um estudo prévio31 avaliou o recrutamento muscular

dos extensores da coluna durante a execução de exercícios no solo, por meio da

eletromiografia de superfície (EMGs). No entanto, o uso da EMGs concomitante à

execução dos exercícios do Pilates tem sido pouco relatado na literatura30. Esta

medida poderá fornecer uma melhor compreensão do efeito do exercício sobre o

músculo e, posteriormente, ser considerada um pré-requisito na prescrição de um

treinamento para estabilização da coluna, resistência ou força muscular.

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3. OBJETIVOS

3.1 Objetivo Geral

- Avaliar a ativação muscular do reto abdominal, dos oblíquos externos e do

multífido em mulheres praticantes de Pilates por meio da EMGs, durante a

execução de quatro exercícios avançados em diferentes condições (solo e

aparelhos);

3.2 Objetivos Específicos

- Comparar a atividade eletromiográfica dos lados direito e esquerdo dos

músculos avaliados: reto abdominal, oblíquo externo e multífido, dentro de

cada exercício, condição e fase;

- Comparar a atividade eletromiográfica entre os músculos reto abdominal e

oblíquo externo dentro de cada exercício, condição e fase;

- Comparar a atividade eletromiográfica entre as fases concêntrica e

excêntrica, dentro de cada exercício e condição;

- Comparar a atividade eletromiográfica entre as condições, dentro de cada

exercício e fase;

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4. HIPÓTESES

H0: Não há diferença entre a atividade eletromiográfica dos lados direito e esquerdo

dos músculos avaliados: reto abdominal, oblíquo externo e multífido, dentro de cada

exercício, condição e fase;

H0: Não há diferença entre a atividade eletromiográfica entre os músculos reto

abdominal e oblíquo externo dentro de cada exercício, condição e fase;

H0: Não há diferença entre a atividade eletromiográfica entre as fases concêntrica e

excêntrica, dentro de cada exercício e condição;

H0: Não há diferença entre a atividade eletromiográfica entre as condições, dentro de

cada exercício e fase.

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5. REVISÃO DE LITERATURA

5.1 Biomecânica do músculo esquelético

5.1.1 Composição e estrutura do músculo esqueléti co

O músculo esquelético é composto de muitos fascículos e envolvido

pelo epimísio, uma fáscia do tecido conjuntivo fibroso. Os fascículos são encaixados

em uma bainha de tecido conjuntivo denso denominado perimísio, e são formados

pelas fibras musculares. Cada fibra muscular é envolvida por um tecido conjuntivo

frouxo chamado endomísio e consiste de miofibrilas revestidas pelo sarcolema. A

miofibrila é composta de vários sarcômeros que contêm filamentos fino (actina),

grosso (miosina), elástico (titin) e não-elástico (nebulina). Os filamentos de actina são

fixados a uma extremidade, mas são livres ao longo dos seus comprimentos para se

ligarem à miosina. Duas proteínas adicionais, tropomiosina e troponina, são

associadas à hélice de actina e têm uma função importante regulando a interligação

dos filamentos de actina e miosina34. (Figura 1)

Figura 1. Composição e estrutura do músculo esquel ético

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A arquitetura do músculo (comprimento e disposição das fibras) é um

importante determinante de sua função. Por exemplo, um comprimento ideal de fibra

determina a faixa de comprimento em torno da qual o músculo pode gerar força ativa.

A área fisiológica transversal, por sua vez, fornece uma medida de capacidade

máxima de produção de força35.

5.1.2 Contração muscular

O processo de contração muscular voluntária inicia-se por meio de

potenciais de ações provenientes do sistema nervoso central. Por meio do neurônio

motor, estes potenciais de ações são conduzidos até as suas terminações para a

transmissão sináptica. Em cada terminação, o nervo secreta pequena quantidade da

substância neurotransmissora acetilcolina. Este neurotransmissor atua sobre a área

localizada na membrana da fibra muscular, para abrir múltiplos canais regulados por

ela. A abertura destes canais faz com que grandes quantidades de Na+ possam fluir

para o interior da membrana da fibra muscular. Isto desencadeia um potencial de ação

na fibra muscular36-37.

Este potencial de ação propaga-se ao longo da membrana da fibra

muscular, da mesma maneira que os potenciais de ação propagam-se ao longo das

membranas neurais. Este potencial despolariza a membrana muscular e grande parte

da eletricidade deste potencial também se propaga profundamente, para o interior da

fibra muscular. Isto induz o retículo sarcoplasmático a liberar grandes quantidades de

íons cálcio (Ca2+), que nele ficam armazenados. Estes Ca2+ geram forças atrativas

entre os filamentos de actina e de miosina, assim fazem com que estes filamentos

deslizem ao longo dos demais, o que constitui o processo contrátil. Após uma fração

de segundo, os Ca2+ são bombeados de volta ao retículo sarcoplasmático, por uma

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bomba de cálcio da membrana. Este processo de remoção de Ca2+ das miofibrilas é

responsável pela cessação da contração muscular36-37.

5.1.3 Tipos de contração muscular

Durante a contração, a força exercida por um músculo nas alavancas

ósseas nas quais é fixado é denominada tensão muscular, enquanto a força externa

exercida no músculo é conhecida como carga ou resistência. À medida que o músculo

exerce sua força, gera um efeito de torção ou torque na articulação envolvida, porque

a linha de aplicação da força muscular se acomoda a uma distância do centro da

articulação34.

As contrações musculares podem ser classificadas de acordo com a

relação entre a tensão muscular e a resistência a ser superada34. Dessa forma, na

contração isométrica, o músculo tenta se encurtar, mas não supera a carga e nem

causa movimento; em vez disso, produz um torque que suporta a carga em uma

posição fixa, porque nenhuma mudança ocorre na distância entre os pontos de

inserções do músculo. Em relação à dinâmica do movimento, o trabalho mecânico é

produzido pelas seguintes formas de contração muscular: 1) concêntrica, que ocorre

quando os músculos desenvolvem tensão suficiente para superar a resistência do

segmento, os músculos encurtam e ocorre o movimento. O momento resultante ocorre

na mesma direção da mudança de ângulo da articulação; 2) excêntrica, ocorre quando

um músculo não pode desenvolver tensão suficiente e é superado pela carga externa,

ele se alonga progressivamente em vez de encurtar. O momento muscular resultante é

na direção oposta da mudança do ângulo da articulação. Um propósito desse tipo de

contração é desacelerar o movimento; 3) isocinética, o movimento da articulação é

mantido em velocidade constante, consequentemente, a velocidade do alongamento

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ou do encurtamento é constante. A energia muscular não pode ser dissipada por meio

da aceleração do corpo e é inteiramente convertida em resistência38.

A tensão em um músculo varia com o tipo de contração. Contrações

isométricas produzem maior tensão que as contrações concêntricas. Estudos sugerem

que a tensão desenvolvida em uma contração excêntrica pode até mesmo exceder a

desenvolvida durante uma contração isométrica34. Estas diferenças são, em grande

parte, devido às quantidades variadas de tensão suplementar produzida nos

componentes elásticos em série do músculo e às diferenças no tempo de contração. O

tempo de contração mais longo das contrações isométricas e excêntricas permite

maior formação de ligações cruzadas pelos componentes contráteis, o que gera maior

tensão39.

5.1.4 Relação comprimento-tensão

A força ou tensão que um músculo exerce varia com o comprimento

ao qual é mantido quando estimulado. Tensão máxima é produzida quando a fibra

muscular está aproximadamente no seu comprimento de repouso; se a fibra é mantida

a comprimentos mais curtos, as quedas de tensão ocorrem lentamente no início e, em

seguida, rapidamente. Se a fibra é alongada além do comprimento de repouso, a

tensão diminui progressivamente. Essas mudanças são causadas principalmente

pelas alterações estruturais no sarcômero. Portanto, se os sarcômeros são alongados,

haverá menos junções entre os filamentos e a tensão diminui; o mesmo ocorre se o

sarcômero for encurtado a um tamanho menor que seu comprimento de repouso, pois

ocorre a sobreposição dos filamentos finos nos terminais opostos do sarcômero, os

quais são polarizados na direção oposta40.

A relação comprimento-tensão na contração muscular é produzida

por ambos componentes passivos e ativos. Dessa forma, a tensão desenvolvida pelos

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componentes contráteis do músculo é denominada ativa, enquanto a tensão

desenvolvida quando o músculo ultrapassa seu comprimento de repouso e a parte

muscular não-contrátil está alongada é denominada passiva34.

5.1.5 Relação força-velocidade

Em ações musculares concêntricas, a velocidade de encurtamento

do músculo é inversamente relacionada à carga externa aplicada. A velocidade de

encurtamento é a maior quando a carga externa é zero, mas à medida que a carga

aumenta, o encurtamento muscular é cada vez mais lento. Quando a carga externa se

igualar à força máxima que o músculo pode exercer, a velocidade de encurtamento se

torna zero e o músculo se contrai isometricamente40. Quando a carga é aumentada

ainda mais, o músculo se contrai excentricamente, ou seja, se alonga durante a

contração. Assim, quando uma carga maior que o valor da força máxima isométrica é

aplicada em uma fibra muscular, ela começará a se alongar excentricamente. Nos

estágios iniciais de alongamento, a velocidade de alongamento e as mudanças de

comprimento do sarcômero serão pequenas. Se a carga tem 50% ou mais que o

máximo isométrico, o músculo se alongará em alta velocidade. A tensão aumenta com

a velocidade de alongamento na ação muscular excêntrica porque o músculo está se

alongando enquanto contrai39.

5.2 Propriedades dos músculos abdominais

Delp et al.41 estudaram a arquitetura do músculo reto abdominal em

cinco cadáveres. Eles observaram os seguintes comprimentos na posição supina:

músculo-tendão de 35,9 cm (DP = 1,9), fascículo de 28,3 cm (DP = 3,6) e sarcômeros

de 2,8 µm (DP = 0,2), comprimento próximo ao ideal. Além disso, a média encontrada

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para a área fisiológica transversal foi de 2,6 cm2 (DP = 0,9), o que difere de valores da

literatura (3,8-10,5 cm2) estimados com exames de imagem42-45. Essas diferenças

podem ser explicadas por possíveis erros na técnica anatômica e/ou limitação das

técnicas de imagem in vivo em medir o comprimento ótimo das fibras41.

A microarquitetura dos músculos abdominais foi descrita por

Woodley et al.46, eles relataram que o comprimento médio do reto abdominal foi de 30

cm e que a metade inferior é mais espessa. O músculo tem três principais inscrições

tendíneas: superior, média e inferior, sendo que a média abrange toda largura e

profundidade. Os fascículos da parte superior contêm uma única banda de placa

terminal, enquanto o segmento inferior tem fascículos longos e com até três faixas de

placa motora. Para o oblíquo externo foi encontrado que a média de comprimento foi

72 mm, os maiores fascículos são localizados na parte central, enquanto os curtos

foram posicionados perto da região costal e parte da crista ilíaca. A maioria dos

fascículos continha pelo menos duas bandas de placa terminal, com um máximo de

cinco bandas num fascículo longo.

Thorstensson e Haggmark47 estudaram a composição histoquímica

dos quatro diferentes músculos da parede abdominal (RA, OE, OI, Tr). Eles

concluíram que todos os músculos demonstraram um padrão de fibras tipo I, IIA e IIB,

que são distribuídas uniformemente em torno das amostras de secções transversais

avaliadas, sem sinais óbvios de agrupamento de fibras.

Estudos demonstraram que a co-contração antagonista da

musculatura abdominal influencia significativamente a estabilidade da coluna durante

várias atividades48-52. Granata e Oshimiro53 observaram aumentos significantes na

atividade EMG de abdominais e extensores de tronco durante atividade de manter

uma carga elevada, com um braço de alavanca constante, mudando a margem de

estabilidade da coluna e preservando o momento da carga externa. Cholewicki et al.54

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também relataram aumento da atividade de extensores e abdominal, quando 32 kg foi

adicionado ao tronco na posição neutra, na altura de T10.

Cholewicki e Van Vliet55 relataram que a remoção do músculo reto

abdominal teve efeito insignificante sobre a deterioração da estabilidade.

Contribuições do oblíquo externo e oblíquo interno foram muito mais importantes. Uma

série de estudos in vivo mostrou que entre os músculos abdominais, a maior co-

atividade durante tarefas de levantamento ocorre no oblíquo interno seguido do

externo, e menor no reto abdominal56-58.

5.3 Propriedades do músculo multífido

É consenso na literatura que os músculos paraespinhais têm relação

com a estabilidade dinâmica da coluna vertebral59. Ward et al.60 avaliaram a

arquitetura, o comprimento do sarcômero e as propriedades mecânicas passivas do

músculo multífido em oito cadáveres. Como resultado, encontraram uma média de

massa muscular de 146,1 g (DP = 8,7), que foi similar ao relatado na literatura para

outros músculos lombares40, grande área fisiológica transversal de 23,9 cm2 (DP =3,0)

e sarcômeros de comprimento curto de 2,27 µm (DP = 0,06). A grande área fisiológica

e fibras relativamente curtas indicam que o multífido é designado unicamente para ser

estabilizador e produzir grandes forças numa estreita faixa de comprimento. Além

disso, seus sarcômeros estão posicionados na porção ascendente da curva tensão-

comprimento na posição supina, o que permite que o músculo se torne mais forte

quando a coluna é inclinada para frente.

Outro estudo61 comparou as propriedades mecânicas passivas de

uma única fibra e um fascículo muscular do multífido, longuíssimo e iliocostal, e

encontrou que na primeira condição todos os músculos apresentaram propriedades

similares e diferentes quando os fascículos foram comparados. Portanto, parece que

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cada músculo tem diferente grau de relação entre fibra e fascículo, sugerindo que as

divergências das propriedades dos componentes passivos são observadas em escala

maior que a celular, o que destaca a importância da matriz extracelular nesses

músculos. Estes dados suportam a única função de estabilizador do multífido.

Alguns estudos avaliaram a distribuição do tipo de fibras no músculo

multífido62-63, os autores observaram a predominância de fibras do tipo I, lentas e

resistentes à fadiga, o que suporta o uso de baixas cargas nos exercícios, pelo menos

inicialmente. MacDonald et al.63 revisaram a literatura a fim de avaliar possíveis

diferenças entre as fibras profundas e superficiais do multífido. Eles não encontraram

evidências de que exista maior porcentagem de fibras tipo I na porção profunda do

músculo. Contudo, os estudos refutam a crença clínica de que a porção superficial é

somente flexora e rotadora da coluna lombar, os dados sugerem que a porção

profunda tem uma vantagem em relação ao sistema nervoso e pode controlar o

cisalhamento intervertebral e a torção sem gerar torque.

5.4 Estabilidade da coluna

Panjabi64 introduziu um modelo de instabilidade que também pode

ser interpretado como mecanismos de estabilidade. Este modelo já ganhou aceitação

generalizada58 e é baseado na idéia de que a dor lombar é causada por processos

mecânicos da coluna (ou instabilidade clínica espinhal)65. Ele teoriza que a

estabilidade depende de três subsistemas: passivo, ativo e de controle.

O subsistema passivo compreende estruturas ósseas, articulares e

outras estruturas conectivas, tais como, ligamentos, cápsulas e discos. O subsistema

ativo consiste de unidades musculotendíneas com capacidade de geração de força

para estabilizar o segmento espinhal. O subsistema de controle é relacionado ao

sistema nervoso. O mesmo recebe informação sensorial para que os músculos

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espinhais possam responder apropriadamente. Com base no modelo, Panjabi64

defende que os três subsistemas são componentes interdependentes do sistema de

estabilização da coluna vertebral, com um capaz de compensar o déficit do outro.

5.4.1 Subsistema ativo: músculos locais, globais e de mobilidade

Bergmark66 descreveu o conceito de músculos local e global. No

sistema local, todos os músculos têm sua origem ou inserção na vértebra e esse

sistema é usado para controlar a curvatura espinhal e fornecer rigidez para

manutenção da estabilidade mecânica da coluna lombar. No sistema global, os

músculos são mais superficiais e ligam o tórax à pelve. Esses músculos produzem

grande torque. Baseado nesses conceitos, um novo modelo de classificação funcional

foi proposto por alguns autores: estabilizadores locais, estabilizadores globais e de

mobilidade global67-68.

Os músculos de estabilidade local da coluna lombar têm um papel

particular na manutenção da estabilidade segmentar64,69. Panjabi et al70 sugeriu que

multífidos, rotadores e interespinhais são os músculos mais adequados para controlar

o movimento segmentar e agir como estabilizadores espinhais. Isso é suportado por

Hides et al.71,72 que especificamente identificaram um papel vital das fibras profundas

dos multífidos lombares na estabilidade. Hodges e Richardson73-74 descreveram o

mesmo papel para o transverso abdominal, baseado em estudos de controle motor.

De acordo com estudos de dissecação, revisão de literatura e ensaios clínicos, os

fascículos posteriores do psoas maior foram identificados como importante na

estabilidade local67,69. Cholewicki e McGill49 sugeriram que ao prevenir a instabilidade,

o sistema de controle motor (rigidez muscular e pressão intra-abdominal) e a

articulação vertebral osteoligamentar operam dentro dos limites da estabilidade

mecânica. Enquanto os grandes músculos (globais) fornecem a maior parte da rigidez

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da coluna vertebral, a atividade intrínseca dos pequenos (estabilizadores locais) é

necessária para manter a estabilidade de toda coluna lombar75. Bergmark66 sugeriu

que o papel desses músculos de estabilidade local é controlar a curvatura lombar.

Com a atividade desses músculos, existe mínima mudança de comprimento, então

eles não produzem amplitude de movimento76-77. Estudos mostraram que a atividade

do transverso do abdômen é contínua ao longo do movimento73-74 e que a mesma é

independente da direção do movimento78. Esses achados sugerem uma significante

função de estabilidade.

Os músculos de estabilidade global da coluna, por exemplo, os

abdominais oblíquos e os espinhais, trabalham de forma excêntrica para controlar a

amplitude de movimento e não apresentam atividade contínua ao longo do movimento.

Por exemplo, o oblíquo externo desacelera o movimento da pelve e rotação do tronco

na fase de oscilação da marcha78-79.

O terceiro grupo, formado pelos músculos de mobilidade global da

coluna lombar, por exemplo, iliocostal e retos abdominais, geram torque para produzir

uma vasta gama de movimentos. Estes músculos geralmente trabalham

concentricamente para produzir energia e velocidade, e excentricamente para

desacelerar altas cargas. Mais uma vez, a atividade desses músculos não é contínua

e por isso a atividade é dependente da direção. Todos os músculos têm um papel na

estabilidade, porém os músculos de mobilidade global deveriam idealmente ser

recrutados para uma função de estabilidade quando sob altas cargas ou altas

velocidades de movimento78-79.

5.5 Pilates

O método Pilates foi criado pelo alemão Joseph H. Pilates (1880-

1967). Quando criança, relatos apontam que o mesmo era uma criança

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aparentemente doente, que sofria de raquitismo, asma e febre reumática80.

Determinado em tornar-se um adulto fisicamente forte, ele iniciou a prática de

atividade física, e estudou ioga, artes marciais, zen, meditação e exercícios gregos e

romanos3-4. Aos quatorze anos de idade, seus músculos eram tão definidos que ele

posava para atlas de anatomia humana. Em 1912, aos 32 anos, Pilates mudou-se

para o Reino Unido, onde desenvolveu uma série de ocupações, que incluía: lutador

de boxe, artista de circo e professor de defesa pessoal80. Ele trabalhou também com

profissionais da área médica, inclusive sua esposa Clara, uma enfermeira. Suas

experiências o levaram ao desenvolvimento de seu método exclusivo de

condicionamento físico e mental4. Durante a Primeira Guerra Mundial, enquanto

internado num campo de nacionalidade alemã, ensinou seus exercícios aos reclusos80.

Em 1926, mudou-se para Nova Iorque e abriu um estúdio de exercícios com sua

esposa.

Pilates definia seu método como um conjunto de exercícios que

proporcionava correção postural e um estilo de vida saudável80. O método dispõe de

quinhentos exercícios de alongamento e fortalecimento, que podem ser divididos em

duas categorias: solo e aparelho. Os primeiros exercícios desenvolvidos foram no

solo. Em seguida, criou diversos aparelhos, nos quais o indivíduo trabalha contra uma

resistência progressiva provida pela energia potencial elástica de molas3, que é regida

pela força elástica da mesma. A característica física que influencia o comportamento

da mola é a sua constante elástica. A força elástica e a energia potencial da mola são

grandezas que têm comportamento linear e são aumentadas ou diminuídas na mesma

proporção em que as molas são estiradas ou comprimidas. Atualmente, as molas têm

diferentes coeficientes elásticos e são diferenciadas conforme a cor (preta, vermelha,

verde, azul e amarela), numa sequência da mais forte para a mais fraca. Vale ressaltar

que a mesma mola pode facilitar ou dificultar o exercício, conforme a sua disposição

no aparelho e objetivo do exercício. Os principais aparelhos são: Reformer, Cadilac,

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Combo-chair, Electric-chair, Pedi-pull, Barrel, Magic circles81. O Reformer não permite

mudança de disposição das molas s e não há opção de molas para MMII e MMSS,

portanto só é possível escolher a mola mais forte ou mais fraca, dependendo do

objetivo do exercício, o grupamento muscular a ser trabalhado, etc. Já no Cadilac, as

molas variam de coeficiente elástico e tamanho para os MMSS e MMII, além de ter a

opção de mudar a posição da mesma. Na Combo-chair, também há a opção de mudar

o posicionamento da mola para facilitar ou dificultar o movimento. A bola suíça é um

recurso muito utilizado nos exercícios em solo e/ou concomitantemente aos

aparelhos82.

Os aparelhos utilizados para a execução dos exercícios foram:

Cadilac, Refomer e Combo-chair, da marca Metalife Pilates, representante da Stott

Pilates no Brasil, além da bola suíça. Vale ressaltar que as cores das molas para cada

equipamento varia de acordo com a marca. Dessa forma, o Reformer que foi utilizado

é acompanhado de cinco molas (duas vermelhas, duas azuis e uma amarela); o

Cadilac é acompanhado de quatro pares para membros superiores (vermelha, azul,

verde e preta) e dois pares para membros inferiores (azul e vermelha); e a Combo-

chair acompanha quatro molas (duas vermelhas e duas pretas). (Figuras 2-5)

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Figura 2: Molas

Figura 3: Reformer

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Figura 4: Cadilac

Figura 5: Combo-chair

Seu método e equipamentos especializados alcançaram

popularidade entre os profissionais de dança, mas ainda eram, em grande parte,

desconhecidos pelo público geral. Pilates morreu em 1967, e então seus alunos

disseminaram seus ensinamentos e incentivaram muitos indivíduos a conhecer e

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ensinar seus exercícios. Como resultado, o nome Pilates é associado a uma forma de

movimento cada vez mais popular em clínicas, estúdios e academias3.

Após a criação do seu método de condicionamento corporal, Pilates

o chamou de “A arte da Contrologia”. Inerente a este nome é a crença de que o

objetivo de uma pessoa saudável seria alcançar uma mente forte para ganhar controle

total sobre seu corpo. Portanto, o método tal como preconizado por Joseph Pilates é

mais do que apenas um regime para o corpo físico, é também um regime equilibrado

para o fortalecimento e condicionamento da mente1,81,.

Os exercícios do método são adaptados às condições do paciente e

executados, em sua maioria, na posição deitada, com consequente diminuição dos

impactos nas articulações de sustentação do corpo na posição ortostática e,

principalmente, na coluna vertebral, permitindo recuperação das estruturas

musculares, articulares e ligamentares, particularmente da região lombossacra. O

aumento da dificuldade deve respeitar as características e habilidades do paciente. As

contrações envolvidas no método são dinâmicas (concêntricas e excêntricas) e

isométricas10.

Embora Joseph acreditasse que todos os músculos do corpo

deveriam ser fortalecidos e alongados82-83, a ênfase deveria ser nos músculos do

centro, ou núcleo, do corpo1,81. Esta região é denominada de powerhouse84. Alguns

dizem ser o exato ponto entre a metade de cima do corpo e a debaixo, entre o lado

direito e o esquerdo; outros o definem mais amplamente como a região entre o

assoalho pélvico e a caixa torácica, e o centro corresponde ao meio pelo qual as

ações musculares dos membros são realizadas82. O método Pilates tem três efeitos

sobre o powerhouse, com ação na postura da pelve e da coluna lombar; trabalha

diretamente na estrutura musculoesquelética da coluna, fortalecendo, alongando e

alinhando; afeta a integridade estrutural e o tônus da cavidade pélvica83. As partes do

corpo que compõem o powerhouse são: pelve, abdômen e lombar. As articulações

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envolvidas são as da coluna lombar, incluindo a articulação lombossacra - entre a

vértebra lombar e a pelve - e as do quadril - femoroacetabular. E a musculatura que o

compõe é dividida em cinco grandes grupos84:

1. Abdominal Anterior (também denominado Flexores do Tronco): músculo reto

abdominal, oblíquos externos, oblíquos internos e o transverso abdominal.

2. Abdominal Posterior (também denominados Extensores de Tronco ou Músculos

Lombares): músculos do grupo eretores da espinha e grupo transverso espinhal,

assim como o quadrado lombar.

3. Extensores do Quadril: músculo glúteo máximo, pode também incluir os ísquiotibiais

e a cabeça posterior do adutor magno.

4. Flexores do Quadril: músculo íliopsoas, reto femoral, sartório, tensor da fáscia lata e

os adutores de coxa, mais anteriores, na articulação do quadril.

5. Musculatura do Assoalho Pélvico: músculo elevador do ânus, coccígeo, os

transversos profundo e superficial do períneo, entre outros.

O método dispõe de uma sequência de exercícios. O sistema básico

inclui um programa de exercícios que fortalecem a musculatura abdominal e

paravertebral, bem como os de flexibilidade da coluna, além de exercícios para o

corpo todo. Já no intermediário/avançado são introduzidos, gradualmente, exercícios

de extensão do tronco, além de outros exercícios para o corpo todo, procurando

melhorar a relação de equilíbrio agonista-antagonista dos músculos18,83,85.

Pilates e seus sucessores construíram o método com oito princípios

básicos para guiar o trabalho. Eles consistiam de concentração, controle,

precisão/coordenação, isolamento/integração, centro, fluidez de movimento,

respiração e rotina. Os oito princípios originais foram modificados para seis princípios

de movimento que tem melhor aplicabilidade no campo da reabilitação86. São eles:

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1. Concentração: para que os movimentos sejam realizados corretamente, é

necessário estar atento no que se está fazendo, já que a mente guia (ou conduz) o

corpo. Nenhum movimento, pois, deve ser ignorado.

2. Controle: a razão pela qual se deve concentrar profundamente é para que haja

controle de cada aspecto em cada movimento. Não apenas dos grandes movimentos

dos membros, mas das posições dos dedos, cabeça e pés, grau de aplainamento do

arco dos pés, da coluna vertebral, rotações do tronco, dos membros inferiores ou

mesmo posicionamento dos cotovelos e punhos.

3. Centralização: consiste na região entre as últimas costelas até a linha que contorna

os ossos do quadril. Denominado de “centro”, “core” ou “powerhouse”, sendo o ponto

focal do Método Pilates.

4. Movimento Fluido: o movimento não deve ser rígido ou irregular, nem muito rápido

ou lento. A suavidade e uniformidade em um movimento fluido estão diretamente

associadas ao controle.

5. Precisão: é a perfeição da coordenação do movimento. Está diretamente ligada à

concentração, para que o exercício não seja realizado inadequadamente, perdendo

seu valor.

6. Respiração: a completa e minuciosa inspiração e expiração fazem parte de cada

exercício do Pilates, com o propósito de obter ótima circulação de ar e oferta de

oxigênio para todos os tecidos do corpo. Joseph via a expiração forçada como a chave

para a inspiração completa.

5.6 Eletromiografia de Superfície (EMGs)

A EMGs é uma das principais ferramentas utilizadas dentro da

biomecânica29. Esta técnica permite a avaliação da função muscular em um

determinado exercício, fornece um biofeedback para pacientes, o início e o tempo de

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contração, além de determinar a fadiga muscular. Ainda, permite o registro de

atividades elétricas associadas às contrações musculares. Por meio dos potenciais de

ação pode-se determinar a atividade elétrica muscular voluntária. A inervação do

músculo transmite os potenciais cuja atividade elétrica pode ser detectada por

eletrodos colocados na superfície da pele87.

O sinal eletromiográfico é o registro da despolarização ao longo das

membranas das fibras musculares que constituem a unidade motora. A despolarização

gera uma diferença de potencial, que produz uma corrente elétrica que é conduzida

por meio de tecidos fluidos até a superfície da pele. Assim, os eletrodos registram o

somatório da atividade elétrica de todas as fibras musculares ativas das unidades

motoras88.

Diversos fatores influenciam o sinal eletromiográfico como, por

exemplo, a colocação, configuração e tipo de eletrodos. De fato, os procedimentos

para a utilização da EMGs são importantes para se obter um sinal limpo e com o

mínimo de interferências possíveis. O projeto europeu SENIAM (Surface

electromyography for a non-invasive assessment of muscles) detalhou os

procedimentos para a coleta do sinal eletromiográfico89 e outras diversas fontes

também são utilizadas para orientar a colação dos eletrodos.

Existem duas técnicas para coletar o sinal eletromiográfico

superficial: monopolar e bipolar. Na configuração monopolar, apenas um eletrodo é

colocado no músculo a ser avaliado. Este eletrodo detecta o potencial elétrico

relativamente a um eletrodo de referência, que é colocado numa região na qual não é

afetado pela atividade elétrica gerada pelo músculo a ser estudado. Nesta

configuração, toda a diferença de potencial entre o eletrodo de referência e o de

detecção é coletada e registrada, com inclusão dos sinais não desejados88.

Uma maior resolução espacial e aumento da rejeição de ruído são

obtidos com configuração bipolar. Neste tipo de configuração, diferenças de potencial

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na pele são detectadas por dois eletrodos em relação a um eletrodo de referência.88.

Os potenciais de ação que atingem os eletrodos de detecção são comparados com os

potenciais que chegam ao eletrodo de referência. Apenas aqueles que são específicos

aos eletrodos ativos passam para a amplificação e registro; e a energia que é comum

aos dois eletrodos (o modo comum) é eliminada88.

Dessa forma, a fim de diminuir os artefatos produzidos pelo

deslocamento dos cabos, recomenda-se utilizar eletrodos ativos, que possuem um

amplificador diferencial próximo aos eletrodos de captação. Quanto a sua

configuração, são recomendados eletrodos de Ag/AgCl (prata/cloreto de prata)89.

Com o objetivo de minimizar as interferências, inicialmente o sinal

coletado passa por um filtro de 60 Hz (notch filter), se necessário. Este filtro rejeita a

banda de frequência em torno de 60 Hz, pois é onde se encontra a interferência do

ambiente. Além disso, o sinal passa também por outro filtro denominado passa-banda,

que permite a seleção de amplitudes de frequências específicas. Normalmente, a

amplitude escolhida fica entre 20 e 450 Hz, onde 80% da energia muscular estão

concentrada89, porém estes valores podem variar conforme o objetivo do estudo.

Previamente à colocação de eletrodos, a impedância da pele deve

ser diminuída com a realização de tricotomia e limpeza com álcool 70º da área do

músculo a ser avaliado29. Quanto à localização do eletrodo, são encontradas na

literatura três colocações principais: sobre o ponto motor, entre a zona de inervação e

o tendão e no centro ou porção mais saliente do ventre muscular90. De acordo com De

Luca91, a localização preferencial é na linha média do ventre muscular, entre o ponto

motor e a junção miotendínea. Outros autores ainda padronizam a colocação sobre o

ponto motor, alegando que isso diminui a possibilidade de captação de atividade

elétrica de músculos vizinhos92, evento chamado de cross-talk. Além disso, devem-se

posicionar os eletrodos na direção das fibras musculares, com a distância inter-

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eletrodos de dois centímetros (cm)29. Vale ressaltar que essa distância pode variar

conforme o músculo avaliado.

Após a coleta dos sinais eletromiográficos, estes podem ser

basicamente processados por dois tipos de análise: no domínio do tempo e no

domínio da frequência. O processamento dos sinais eletromiográficos no domínio do

tempo tem aplicações cinesiológicas diversas como: padrão de ativação muscular,

controle motor, relação EMG/força, diferenças entre os tipos de contrações,

determinação do inicio de contração muscular. Normalmente as variáveis utilizadas

neste domínio fornecem informações quanto à amplitude do sinal e consistem na raiz

quadrática média do quadrado da grandeza (RMS - root mean square), na

eletromiografia integrada (iEMG) e na envoltória linear88.

Além das medidas mais comuns de amplitude, frequência mediana

ou tempo de resposta, o sinal eletromiográfico pode ser descrito por suas

características tônicas e fásicas. Geralmente, um sinal “tônico” representa uma

atividade elétrica sustentada com pouca variação na amplitude. Por outro lado, um

sinal “fásico” apresenta períodos “on” e “off” de atividade, com grande variação de

amplitude entre eles. Isto demonstra a diferenciação funcional no controle da

musculatura pelo SNC93. A maioria dos fatores que influenciam a EMGS é comum às

contrações estáticas e dinâmicas. No entanto, existem três características principais

que diferem o dinâmico do estático: 1) o grau de não-estacionaridade do sinal; 2) a

mudança relativa dos eletrodos com relação à origem dos potenciais de ação e 3) as

mudanças nas propriedades de condutividade dos tecidos conforme a separação dos

eletrodos e das fibras musculares. Estes três fatores são, muitas vezes, insignificantes

durante as contrações estáticas, mas podem causar problemas na interpretação do

sinal em atividades dinâmicas94.

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5.7 EMG e Pilates

Encontra-se na literatura poucos estudos que avaliaram o efeito dos

exercícios do Pilates na atividade muscular durante a execução do exercício por meio

da EMGs. No estudo de Esco et al.95 foi avaliada a atividade dos músculos retos

abdominais, oblíquo externo e reto femoral durante os exercícios Hundred, Criss-

cross, Double leg stretch, Roll-up e Teaser. Eles concluíram que os exercícios do

Pilates parecem recrutar suficientemente os músculos abdominais superficiais para o

condicionamento.

Em 2005, Petrofsky et al.96 compararam a atividade eletromiográfica

dos músculos quadríceps, ísquiotibiais, glúteo máximo, abdutor e adutor do quadril,

abdominal, gastrocnêmios e paraespinhais durante a realização de exercícios em

equipamentos convencionais e exercícios do Pilates, que foram executados com e

sem um dispositivo de resistência chamado “the zone Pilates sculpter”. Eles

concluíram que o Pilates sem o dispositivo apresentou menor ativação muscular dos

abdominais e paraespinhais. Quando compararam a execução dos exercícios no

equipamento convencional e os exercícios do Pilates com o dispositivo de resistência,

observaram que a intensidade de trabalho das duas modalidades foram equivalentes,

entretanto, o Pilates trabalha vários músculos simultaneamente, portanto, favorece um

treino mais eficiente.

Em 2009, Silva et al.97 compararam a ativação elétrica dos músculos

reto femoral, bíceps femoral e semitendíneo e o torque de resistência do movimento

de extensão de quadril realizado com a mola fixada em duas posições diferentes no

aparelho Cadilac. Eles observaram que com a mola fixa na posição alta, o torque foi

decrescente e ocorreu no sentido da flexão na maior parte da amplitude de

movimento. Já na posição baixa, o torque foi decrescente até 60° de flexão de quadril

no sentido da flexão, para então assumir um comportamento crescente no sentido da

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extensão. A atividade EMG acompanhou o torque, apresentando maiores valores para

o reto femoral na posição baixa e maiores valores de ativação do bíceps femoral e

semitendíneo na posição alta.

Em 2010, Queiroz et al.30 compararam a atividade dos músculos

estabilizadores de tronco e do quadril em quatro variações de exercícios de

estabilização do Pilates na posição quadrúpede. Eles concluíram que a pelve

retrovertida com o tronco fletido leva a um significante aumento da ativação do oblíquo

externo e glúteo máximo. Quando a pelve foi mantida antevertida com extensão de

tronco houve um aumento significante na atividade do multífido. Já a posição neutra

leva a uma significante redução da atividade de todos os músculos. A ativação do reto

abdominal para manter a postura foi similar em todos os exercícios e não foi

influenciada pela posição da pelve e do tronco.

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6. MÉTODO

6.1 Sujeitos

A amostra foi composta por 16 mulheres com idade entre 20-31

anos, saudáveis, fisicamente ativas e praticantes de Pilates há pelo menos seis

meses. As participantes foram recrutadas por telefone, após indicação prévia de

instrutoras de três estúdios de Pilates localizados na cidade de Londrina. Os critérios

de exclusão foram: dor lombar, cirurgia abdominal, escoliose grave ou malformação

congênita da coluna vertebral, protrusão de disco intervertebral, espondilolistese,

cirurgia prévia da coluna, sintomas radiculares (dor irradiada, perda de sensibilidade e

de reflexos), doenças neurológicas, doenças inflamatórias ou câncer e gravidez.

Todas as participantes foram previamente entrevistadas para coleta

de dados antropométricos. Para a medida da circunferência de cintura, abdome e

quadril, o menor perímetro da região do abdome (geralmente acima da linha do

umbigo), a cicatriz umbilical e os trocânteres maiores (maior perímetro da região do

quadril) foram considerados98. As medidas foram realizadas por uma única avaliadora

com uma fita métrica. Após serem informadas sobre as finalidades do estudo, os

possíveis riscos, benefícios e os procedimentos aos quais seriam submetidas, as

voluntárias assinaram um termo de consentimento livre e esclarecido (Anexo 1). O

projeto seguiu todas as normas que regulamentam a pesquisa com seres humanos (lei

196/96) e foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual de

Londrina (Anexo 2).

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6.1.1 Cálculo do tamanho da amostra

O cálculo da amostra foi derivado da fórmula para estimativa de

amostras relacionadas99. Ainda, utilizou-se a diferença esperada e o desvio-padrão da

diferença. Esses valores foram oriundos de um estudo piloto com sete mulheres

saudáveis e praticantes de Pilates. Levou-se em consideração a diferença do RMS e

do desvio-padrão encontrados no exercício teaser realizado no solo e na Combo-chair

para o músculo reto abdominal esquerdo. A margem de erro esperada foi de 5% e

poder de 80%. O número total de participantes estimado foi de 16.

6.2 Protocolo

Anteriormente à execução dos exercícios, as voluntárias realizaram

um aquecimento com oito repetições dos seguintes exercícios: spine stretch, cat

stretch e ab prep.

Os exercícios selecionados para os músculos flexores de tronco

foram o longspine (realizado no solo, Reformer e Cadilac) e o teaser (realizado no

solo, Reformer e Combo-chair), enquanto para os músculos extensores do tronco

foram o swan dive e breast stroke (ambos foram realizados na bola e no Reformer). A

ordem dos exercícios, entre e intra os grupamentos musculares (flexores e

extensores), e condição de execução foi obtida por sorteio simples. A resistência dada

em cada exercício, quando realizado em aparelhos, foi padronizada para todas as

participantes e é apresentada na tabela 1. A escolha das mesmas foi arbitrária e

realizada por duas fisioterapeutas experientes com o método, que escolheram molas

que julgaram adequadas para que pessoas adaptadas realizassem o exercício de

forma correta, porém com um grau de dificuldade. Os dados eletromiográficos e

cinemáticos foram obtidos concomitantemente, enquanto os sujeitos realizaram os

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exercícios. Cada participante realizou quatro repetições de cada exercício, com um

intervalo de cinco minutos entre eles.

Na tentativa de minimizar possíveis diferenças, foi proposto um ritmo

lento e auto-controlado, na qual as voluntárias executavam as duas fases do

movimento durante a expiração, conforme o método, e um intervalo de três segundos

era dado entre as repetições, para que elas pudessem inspirar antes de iniciar o

movimento. Alem disso, foi realizada a normalização na base do tempo de cada fase,

com duração ajustada para 100%.

Tabela 1. Exercícios e seus respectivos locais de execução, resistência dada pela mola e sua constante elástica.

Exercício Aparelho Resistência Constante

elástica (kgf/m)

Teaser Cadilac

Chair

Mola vermelha (1)

Mola preta (1)

16,4

81

Longspine Cadilac

Reformer

Mola azul (2)

Mola vermelha (1)

29,8

24,4

Swan dive Reformer Mola vermelha (1) 24,4

Breast stroke Reformer Mola amarela (1) 10

Kgf/m = kilograma-força / metro;

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6.2.1 Aquecimento

Spine stretch:

Posição inicial: Sentada na vertical, a pelve e a coluna neutras, pernas estendidas e

abduzidas um pouco mais que a distância dos ombros, tornozelos em dorsiflexão.

Mãos apoiadas entre ou fora das pernas no colchonete, escápulas estabilizadas.

Exercício: Inspire, para preparar. Expire, alongando a porção posterior da cervical e

criando uma flexão crânio-vertebral, flexione a coluna sequencialmente, iniciando pela

cabeça. A pelve se mantém na vertical. Garanta a contração dos músculos

abdominais, especialmente do músculo transverso do abdômen. Inspire, mantendo a

posição, contraia o transverso do abdômen, expandindo a porção posterior da caixa

torácica. Expire, articulando sequencialmente a coluna, do cóccix até a cabeça,

retornando a posição sentada na vertical (Figura 6).

Figura 6: Spine stretch

Cat stretch:

Posição inicial: Apoiada nas mãos e nos joelhos, os braços na linha dos ombros e os

joelhos na linha do quadril, os joelhos abduzidos na distância do quadril e a pelve e a

coluna neutras.

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Exercício: Inspire, mantendo a posição inicial. Expire e inicie rolando as espinhas

ilíacas ântero-superiores para longe do fêmur e articulando sequencialmente a coluna

em flexão, iniciando do cóccix para o topo da cabeça. Permita a protração das

escápulas sem tensionar o músculo trapézio. Inspire, mantenha os músculos

abdominais contraídos e expanda a caixa torácica posteriormente, mantendo a cabeça

e os ombros relaxados. Expire, articulando sequencialmente a coluna em uma leve

extensão do cóccix para a cabeça (Figura 7).

Figura 7: Cat stretch

Ab Prep:

Posição inicial: Decúbito dorsal, pelve e coluna neutras, joelhos flexionados, pernas

abduzidas na distância do quadril e os pés apoiados no solo. Braços alongados ao

lado do corpo, com as palmas das mãos voltadas para baixo e as escápulas

estabilizadas.

Exercício: Inspire, alongando a porção posterior da cervical para criar uma leve flexão

crânio-vertebral. Expiração, mantendo o alongamento e a pelve neutra, estabilize as

escápulas e contraia os músculos abdominais, deslizando a caixa torácica na direção

da pelve e flexionando a coluna torácica, deixe os braços fora do colchonete, alinhado

com os ombros. Inspire, mantendo a flexão da coluna e a contração dos músculos

abdominais enquanto respira expandindo a caixa torácica. Expire, descendo a porção

superior do tronco no colchonete, permitindo que a coluna cervical retorne à posição

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neutra, quando apoiar a cabeça no colchonete. Simultaneamente, abaixe os braços

(Figura 8).

Figura 8: Ab prep

6.2.2 Exercícios

Teaser:

Posição inicial: Decúbito dorsal, posição de imprint (a contração dos oblíquos

aproxima a pelve da caixa torácica anteriormente, resultando em uma leve inclinação

posterior da pelve com uma leve flexão da coluna lombar). Pernas paralelas, aduzidas,

joelhos flexionados e tornozelo em plantiflexão. Braços estendidos acima da cabeça,

mantendo contato das costelas inferiores e posteriores com o apoio. Escápulas

estabilizadas.

Exercício: Inspire e expire, mantendo a estabilização das escápulas e elevando os

braços para o alto, depois flexione a coluna sequencialmente desencostando do apoio,

uma vértebra de cada vez, equilibrando o peso atrás dos ísquios, eleve os braços na

direção dos pés, com uma leve flexão da coluna lombar e crescendo a torácica,

simultaneamente estenda os joelhos. Mantenha-se em equilíbrio, elevando os braços

na altura das orelhas. Inspire e expire, inicie o retorno distanciando as espinhas ilíacas

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ântero-superiores do fêmur e sequencialmente desça o tronco no apoio em posição de

imprint, os braços na altura da orelha (Figura 9).

Variações: No Cadilac, a posição dos membros superiores varia, segure a barra torre

com cotovelos a aproximadamente 30º graus de flexão e mantenha os ombros

alinhados com a barra torre. Na execução, empurre a barra torre para cima,

estendendo o cotovelo, enquanto realiza o mesmo movimento citado acima. Na

Combo-chair, a posição dos membros superiores também varia: com cotovelos

estendidos e mãos viradas para trás, segure a barra na menor altura possível (próxima

ao solo). Inspire e expire realizando o movimento citado acima, quando o exercício é

executado no solo (Figuras 10 e 11).

Figura 9: Teaser no solo

Figura 10: Teaser no Cadilac

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Figura 11: Teaser na Combo-chair

Longspine:

Posição inicial: Decúbito dorsal, mantendo a posição de imprint. Pernas paralelas e

aduzidas, estendidas para cima, quadril a 90º e tornozelos em flexão plantar. Braços

ao lado do corpo, estendidos com as palmas das mãos para baixo, escápulas

estabilizadas.

Exercício: Inspire, flexionando suavemente o quadril. Depois, articule sequencialmente

a coluna, desencostando do apoio, iniciando do cóccix até a região torácica. Expire,

estenda o quadril, elevando as pernas na direção do teto, o peso continua apoiado na

região torácica, mantendo a flexão da coluna. Inspire, mantenha-se na posição, dedos

em direção ao teto, sem apoiar o peso na coluna cervical. Expire, mantendo a

extensão do quadril o máximo possível, articule sequencialmente a coluna de volta ao

apoio, uma vértebra de cada vez, mantendo a posição de imprint enquanto retorna a

posição inicial (Figura 12).

Variações: Tanto no Cadilac quanto no Reformer o que muda é a alça de pé e a mola

que são usadas. Após colocar as alças de pés, realize o movimento acima da mesma

forma, e quando for realizá-lo no Reformer tente controlar a instabilidade do carrinho,

de tal forma que ele não mude de posição (Figuras 13 e 14).

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Figura 12: Longspine no solo

Figura 13: Longspine no Cadilac

Figura 14: Longspine no Reformer

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Swan dive:

Posição inicial: Decúbito ventral na bola, pelve e coluna neutras, espinhas ilíacas

ântero-superiores fora do apoio com a bola, pernas abduzidas na distância dos

ombros, ombros flexionados anteriormente, palmas das mãos para baixo em contato

com o apoio. Escápulas estabilizadas.

Exercício: Inspire para iniciar. Expire, flexionando o cotovelo até 90º (contato com o

apoio), leve o tronco para frente, simultaneamente realize a extensão da coluna e

eleve as pernas para o alto. Inspire, mantendo a posição. Expire, retornando a posição

inicial, estendendo os cotovelos e abaixando as pernas, até retornar a posição inicial

(Figura 15).

Variação: No Reformer, será utilizada a caixa desse equipamento como acessório.

Posicionada em decúbito ventral na caixa empurre o carrinho enquanto flexiona o

cotovelo a 90º e realize o mesmo exercício acima (Figura 16).

Figura 15: Swan dive na bola

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Figura 16: Swan dive no Reformer

Breast stroke:

Posição inicial: Apoio somente do quadril na bola, em ventral, pelve e coluna neutras.

Braços estendidos a frente do corpo, na altura dos ombros, com as palmas das mãos

para baixo. Pernas estendidas e abduzidas na largura do quadril, com os pés em

dorsiflexão, pontas dos dedos em contato com o apoio.

Exercício: Inspire, para preparar. Expire, estendendo a coluna, mantenha o

fechamento da caixa torácica enquanto cresce a coluna. Traga os braços para trás e

para baixo (similar ao nado) em um movimento circular até a altura do quadril, com as

palmas voltadas para o corpo. Em seguida, leve os braços à frente, como em um

mergulho com o tronco, o mais baixo possível, retornado a posição inicial (Figura 17).

Variação: No Reformer, a caixa e as alças de mão desse equipamento serão

utilizadas. Decúbito ventral na caixa, segurando as alças de mão com a palma voltada

para baixo, braços estendidos a frente do corpo, realize o mesmo movimento acima

(Figura 18).

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Figura 17: Breast stroke na bola

Figura 18: Breast stroke no Reformer

6.3 Equipamentos

Um eletromiógrafo de oito canais (modelo MP150, BIOPAC Systems

Inc, USA), composto por um conversor A-D (analógico-digital) de 16 bits de resolução,

com faixa de entrada de ± 10 volts, foi utilizado para obtenção dos sinais. Este sistema

possui amplificadores conectados ao computador, com impedância de 1 MΩ e razão

de rejeição de modo comum de 120 dB. Seis eletrodos ativos com 13,5 mm de

diâmetro (modelo TSD 150, BIOPAC System Inc, USA) e um eletrodo de referência

foram utilizados. Os sinais foram ajustados para 2000 amostras por segundo e o filtro

numa frequência de passagem de 20 a 450 Hz. Os dados foram coletados no

programa Acqknowledge 3.9.1 e processados por meio de sub-rotinas no programa

Matlab 7.7.0.

Uma câmera de vídeo padrão de 30 Hz (Sony) e uma placa de

captura, que era conectada ao computador, foram utilizadas para sincronizar

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40

manualmente a gravação da execução dos exercícios com a captura do sinal

eletromiográfico. Posteriormente, esses dados foram usados para identificar o sinal

correspondente às fases concêntrica e excêntrica de cada exercício (Figura 19). Para

separação das mesmas, a flexão de cabeça foi considerada para o início da atividade

dos flexores e a extensão de tronco para os extensores.

Figura 19: Separação das fases do exercício teaser no Cadilac

Uma célula de carga (Alfa Instrumentos, São Paulo – SP, Ltda.®) foi

usada para quantificar as cargas máximas dos músculos extensores da coluna e reto

abdominal. Uma das extremidades da célula de carga era fixada à parede e a outra a

um colete (vestido pela participante). Além disso, um goniômetro universal foi utilizado

para posicionar adequadamente o quadril. Vale ressaltar que a confiabilidade das

respostas desse sistema foi testada em estudo prévio, somente para a avaliação dos

extensores de tronco100.

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41

6.4 Procedimentos

Na semana anterior aos testes, as participantes compareceram ao

laboratório de pesquisa para coleta dos dados antropométricos e realização de testes

de contração isométrica voluntária máxima (CIVM) dos músculos reto abdominal e

extensores de coluna. Para o teste máximo do reto abdominal, as participantes

permaneceram em decúbito dorsal no solo com o quadril posicionado a 130º e

realizaram flexão anterior de tronco101 contra a resistência imposta pela célula de

carga (Figura 20). Para o teste dos extensores de coluna, as participantes

permaneceram sentadas numa cadeira extensora (Sport Fitness, Maringá – PR, Ltda®)

e realizaram extensão de tronco contra a resistência imposta pela célula de carga –

(Figura 21). Esta cadeira permite um ajuste individual do assento e possui um cinto

para evitar a rotação pélvica. A articulação do quadril permaneceu em 120° de

flexão100. Foram realizadas três repetições de cinco segundos, com intervalo de um

minuto entre elas. Durante as tentativas, encorajamentos verbais foram dados aos

participantes. O maior valor entre as três tentativas foi considerado como referência

(100%). Os testes de CIVM foram realizados com o objetivo de assegurar a

homogeneidade dos valores de força da amostra. Também foi realizada a

familiarização com o local da coleta dos dados EMG, instrumentos, procedimentos e

foram dadas orientações para a não-realização de atividades físicas extenuantes

antes da coleta.

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42

Figura 20: Teste máximo de flexores Figura 21: Teste máximo de extensores

No dia da coleta dos dados eletromiográficos, os músculos multífidos

(na altura do processo espinhoso da vértebra L5), reto abdominal e oblíquos externos

foram localizados, para subsequente tricotomia e limpeza com algodão e álcool 70%

para diminuir a impedância da pele. Todos os procedimentos de colocação dos

eletrodos seguiram a recomendação SENIAM (Surface Electromyography for the Non

Invasive Assessment of Muscles). Para o multífido, a distância do centro dos eletrodos

até o centro do processo espinhoso de L5 foi de três cm, para o reto abdominal foi de

três cm lateral ao umbigo e para os oblíquos externos 15 cm lateral na altura do

umbigo e três cm acima da crista ilíaca87. O eletrodo de referência foi colocado no

processo estilóide da ulna do lado não dominante.

6.5 Processamento do sinal EMG

Os trechos analisados correspondem às fases concêntricas e

excêntricas de cada exercício em cada condição, estabelecidos por meio dos dados

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43

cinemáticos. Em seguida, os trechos selecionados foram processados para a

obtenção da envoltória linear seguindo as etapas: 1) Retificação total do sinal –

também conhecido como retificação de onda completa, que consiste na obtenção do

valor absoluto do sinal de forma que todos os sinais negativos são invertidos,

passando a possuir apenas sinais positivos; 2) Normalização da amplitude do sinal –

procedimento que consiste em submeter os valores do EMG retificado a um valor de

referência, que seja comum a todos os sinais, de forma a permitir comparações entre

sujeitos e músculos; neste caso foi empregado o pico do sinal retificado da atividade

dinâmica como valor de referência; 3) Envoltória linear – obtida a partir do sinal

retificado, seguido com filtro passa-baixas Butterworth de 9ª ordem e com frequência

de corte de 4,5 Hz; 4) Normalização temporal da atividade com o objetivo de comparar

os resultados de VRMS dos exercícios em diferentes participantes93. Para o estudo

quantitativo, os valores da raiz quadrática média do quadrado do sinal normalizado

(VRMS - root mean square) foram obtidos:

Todos os procedimentos numéricos para obtenção dos valores de

VRMS foram obtidos por meio de uma rotina matematicamente elaborada em ambiente

de simulação do programa Matlab 7.7.0. (Mathworks, TM). (Figura 22)

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44

Figura 22: Exemplo do processamento do sinal EMG da fase concêntrica do

exercício Teaser realizado no Cadilac.

6.6 Análise Estatística

As variáveis numéricas foram testadas quanto à distribuição de

normalidade por meio do teste Shapiro-Wilk. A análise de variância de medidas

repetidas (ANOVA) foi usada para verificar diferenças entre os lados direito e

esquerdo e entre as condições de exercícios. O lado dos músculos foi considerado

fator intra-sujeito, enquanto a condição de exercício foi considerada fator entre-

sujeitos. O teste de esfericidade de Mauchly W. foi aplicado e, quando este fosse

violado, correções técnicas foram realizadas utilizando o teste de Greenhouse-

Geisser. Quando o teste F foi significante, a análise pelo teste de comparações

múltiplas de Tukey foi aplicada. O teste t para amostras dependentes foi utilizado para

comparar a ativação do múltifido entre as condições solo e Reformer e entre os lados.

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45

A significância estatística foi estipulada em 5%. As análises foram feitas no programa

SPSS® versão 15.0.

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46

7. Resultados

Os dados antropométricos apresentaram distribuição normal, exceto

a variável tempo de Pilates. A média da CIVM dos músculos abdominais foi 25,6 kgf

(DP = 6,5) e dos extensores de coluna foi 67,6 kgf (DP = 19,9). As características da

amostra estão apresentadas na tabela 2. Um estudo prévio que avaliou a força dos

extensores de coluna com o mesmo instrumento encontrou um valor de 42,5 kgf (DP =

12,9) para mulheres saudáveis e sedentárias, com idade entre 20 e 50 anos100.

Tabela 2. Características antropométricas da amostra.

Variável (DP)

Idade (anos) 24,3 (3,1)

Massa corporal (kg) 56,9 (5,6)

Altura (cm) 165 (0,7)

IMC (kg/m2) 20,7 (1,3)

Circunferência cintura (cm) 67,1 (3,9)

Circunferência abdômen (cm) 76,8 (2,8)

Circunferência quadril (cm) 97,3 (5,4)

CIVM abdominais (kgf) 25,6 (6,5)

CIVM extensores (kgf) 67,6 (19,9)

Tempo de Pilates (meses) 12 (10-24)*

= média; DP= desvio-padrão; kg= quilograma; cm: centímetros; kgf: quilograma-força. * Valor em mediana e seus quartis (25-75%).

As análises para a obtenção dos resultados dos exercícios seguiram

a seguinte ordem: 1) comparação entre lados dos músculos dentro de cada condição e

fase; 2) comparação entre os músculos reto abdominal e oblíquo externo dentro de

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47

cada condição, para cada fase; 3) comparação entre fases, para cada condição; 4)

comparação entre condições, dentro de cada fase. Não houve diferença entre os lados

direito e esquerdo de todos os músculos, portanto, para as comparações entre fases e

condições, foram considerados os valores do lado esquerdo.

Dessa forma, para a fase concêntrica do exercício teaser foi

encontrado que não há diferença entre os lados direito e esquerdo dos músculos RA e

OE em nenhuma das três condições (P > 0,05). Além disso, quando a atividade entre

os músculos foi comparada, o OE apresentou maior ativação que o RA na condição

Cadilac (P = 0,001) e na Combo-chair (P = 0,02). Não foram observadas diferenças

entre as condições para os músculos estudados nessa fase (P > 0,05). Tabelas 3-5.

Tabela 3. Comparação dos valores de VRMS normalizado entre os lados dos músculos na fase concêntrica do teaser.

Músculo_Condição (DP) P

RAE_sol RAD_sol

31,2 (12,7) 32,7 (15,1) 1,00

OEE_sol OED_sol

53,2 (26,5) 43,0 (18,8) 1,00

RAE_cad RAD_cad

23,3 (7,1) 24,6 (12,4) 1,00

OEE_cad OED_cad

54,5 (24,7) 52,7 (16,2) 1,00

RAE_chair RAD_chair

23,3 (8,6) 24,4 (12,7) 1,00

OEE_chair OED_chair

48,9 (23,5) 54,9 (26,2) 1,00

Resultados: Valores são apresentados em média e desvio padrão. Músculos: RAE (Reto abdominal esquerdo), RAD (Reto abdominal direito), OEE (Oblíquo externo esquerdo), OED (Oblíquo externo direito), sol (solo), cad (Cadilac), chair (Combo-chair). Diferenças significantes (P < 0,05).

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48

Tabela 4. Comparação dos valores de VRMS normalizado entre os músculos RA e OE na fase concêntrica do teaser.

Músculos_Condição (DP) P

RAE_sol OEE_sol

31,2 (12,7) 53,2 (26,5) 0,32

RAD_sol OED_sol

32,7 (15,1) 43,0 (18,8) 1,00

RAE_cad OEE_cad

23,3 (7,1) 54,5 (24,7) 0,02

RAD_cad OED_cad

24,6 (12,4) 52,7 (16,2) 0,001

RAE_chair OEE_chair

23,3 (8,6) 48,9 (23,5)

0,04

RAD_chair OED_chair

24,4 (12,7) 54,9 (26,2)

0,02

Resultados: Valores são apresentados em média e desvio padrão. Músculos: RAE (Reto abdominal esquerdo), RAD (Reto abdominal direito), OEE (Oblíquo esquerdo), OED (Oblíquo direito), sol (Solo), cad (Cadilac), chair (Combo-chair). Diferenças significantes (P < 0,05).

Tabela 5. Comparação dos valores de VRMS normalizado entre condições (Solo, Cadilac, Chair) na fase concêntrica do teaser.

Condição P

Músculo Solo Cadilac Chair P1 P2 P3

RA 31,2 (12,7) 23,3 (7,1) 23,3 (8,6) 0,13 0,97 1,0

OE

53,2 (26,5)

54,5 (24,7)

48,9 (23,5)

1,00

1,00

1,0

Resultados: Valores são apresentados em média e desvio padrão. Diferenças significantes (P < 0,05) estão em negrito. Músculos: RA (Reto abdominal), OE (Oblíquo externo). P: P1 (comparação entre Solo X Cadilac), P2 (comparação entre Solo X Chair), P3 (comparação entre Cadilac X Chair).

Na fase excêntrica do teaser, não foram encontradas diferenças

entre os lados direito e esquerdo dos músculos RA e OE em nenhuma das três

condições (P > 0,05). Quando comparada a atividade do RA com OE, também não

houve diferenças (P >0,05). Além disso, foram encontradas diferenças significantes

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49

entre as condições solo e Cadilac, solo e chair, para o músculo RA (P = 0,001), e entre

Cadilac e chair para o OE (P = 0,02). Tabelas 6-8.

Tabela 6. Comparação dos valores de VRMS normalizado entre os lados dos músculos na fase excêntrica do teaser.

Músculo_Condição (DP) P

RAE_sol RAD_sol

22,4 (8,7) 24,3 (11,9) 1,00

OEE_sol OED_sol

43,8 (25,3) 39,5 (16,6) 1,00

RAE_cad RAD_cad

21,3 (6,2) 20,6 (11,7) 1,00

OEE_cad OED_cad

44,1 (24,6) 35,4 (12,3) 1,00

RAE_chair RAD_chair

16,1 (5,3) 16,5 (8,6) 1,00

OEE_chair OED_chair

30,3 (17,5) 32,8 (22,2) 1,00

Resultados: Valores são apresentados em média e desvio padrão. Músculos: RAE (Reto abdominal esquerdo), RAD (Reto abdominal direito), OEE (Oblíquo externo esquerdo), OED (Oblíquo externo direito), sol (solo), cad (Cadilac), chair (Combo-chair). Diferenças significantes (P < 0,05).

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50

Tabela 7. Comparação dos valores de VRMS normalizado entre os músculos RA e OE

na fase excêntrica do teaser.

Músculos_Condição (DP) P

RAE_sol OEE_sol

22,4 (8,7) 43,8 (25,3) 0,32

RAD_sol OED_sol

24,3 (11,9) 39,5 (16,6) 0,07

RAE_cad OEE_cad

21,3 (6,2) 44,1 (24,6) 0,14

RAD_cad OED_cad

20,6 (11,7) 35,4 (12,3) 0,09

RAE_chair OEE_chair

16,1 (5,3) 30,3 (17,5) 0,33

RAD_chair OED_chair

16,5 (8,6) 32,8 (22,2) 1,00

Resultados: Valores são apresentados em média e desvio padrão. Músculos: RAE (Reto abdominal esquerdo), RAD (Reto abdominal direito), OEE (Oblíquo esquerdo), OED (Oblíquo direito), sol (Solo), cad (Cadilac), chair (Combo-chair). Diferenças significantes (P < 0,05). Tabela 8. Comparação dos valores de VRMS normalizado entre condições (Solo, Cadilac, Chair) na fase excêntrica.

Condição P

Músculo Solo Cadilac Chair P1 P2 P3

RA 22,4(8,7) 21,3(6,2) 16,1(5,3) 0,04 0,005 1,00

OE 43,8 (25,3) 44,1(24,6) 30,3(17,5) 1,00 0,10 0,02

Resultados: Valores são apresentados em média e desvio padrão. Diferenças significantes (P < 0,05) estão em negrito. Músculos: RA (Reto abdominal), OE (Oblíquo externo). P: P1 (Solo X Cadilac), P2 (Solo X Chair), P3 (Cadilac X Chair).

Na comparação entre as fases, em todas as condições houve maior

ativação muscular na fase concêntrica. No solo e na Combo-chair os quatro músculos

avaliados foram significativamente mais recrutados, enquanto no Cadilac este

resultado foi observado somente para o oblíquo externo. Tabelas 9-11.

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51

Tabela 9. Comparação dos valores de VRMS normalizado entre as fases concêntrica e excêntrica na condição Solo.

Músculo Fase Concêntrica Fase Excêntrica P

RA 31,2 (12,7) 22,4 (8,7) 0,01

OE 53,2 (26,5) 43,8 (25,3) 0,001 Resultados: Valores são apresentados em média e desvio padrão. Diferenças significantes (P < 0,05) estão em negrito. Músculos: RA (Reto abdominal), OE (Oblíquo externo). P: fase concêntrica X fase excêntrica.

Tabela 10. Comparação dos valores de VRMS normalizado entre as fases concêntrica e excêntrica na condição Cadilac.

Músculo Fase Concêntrica Fase Excêntrica P

RA 23,3 (7,1) 21,3 (6,2) 1,00

OE 54,5 (24,7) 44,1 (24,6) 0,005 Resultados: Valores são apresentados em média e desvio padrão. Diferenças significantes (P < 0,05) estão em negrito. Músculos: RA (Reto abdominal), OE (Oblíquo externo). P: fase concêntrica X fase excêntrica

Tabela 11. Comparação dos valores de VRMS normalizado entre as fases concêntrica e excêntrica na condição Combo-chair.

Músculo Fase Concêntrica Fase Excêntrica P

RA 23,3 (8,6) 16,1 (5,3) 0,002

OE 48,9 (23,5) 30,3 (17,5) 0,001 Resultados: Valores são apresentados em média e desvio padrão. Diferenças significantes (P < 0,05) estão em negrito. Músculos: RA (Reto abdominal), OE (Oblíquo externo). P: fase concêntrica X fase excêntrica.

Quanto ao exercício longspine, na fase concêntrica não houve

diferença entre os lados direito e esquerdo dos músculos RA e OE em nenhuma das

três condições (P > 0,05). Quando a atividade do RA e OE foram comparadas, não

houve diferença entre as condições (P > 0,05). Na comparação entre condições, foram

encontradas diferenças significantes para o OE (P = 0,04) a favor do solo comparado

ao Reformer. (Tabelas 12-14)

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Tabela 12. Comparação dos valores de VRMS normalizado entre os lados dos músculos na fase concêntrica do longspine.

Músculo_Condição (DP) P

RAE_sol RAD_sol

23,5 (9,7) 20,4 (10,2) 1,00

OEE_sol OED_sol

26,2 (14,3) 23,2 (12,8) 1,00

RAE_cad RAD_cad

16,7 (7,8) 15,9 (9,6) 1,00

OEE_cad OED_cad

20,0 (11,8) 16,2 (9,1) 1,00

RAE_ref RAD_ref

11,8 (7,4) 9,9 (7,1) 1,00

OEE_ref OED_ref

14,0 (10,6) 9,7 (4,7) 1,00

Resultados: Valores são apresentados em média e desvio padrão. Músculos: RAE (Reto abdominal esquerdo), RAD (Reto abdominal direito), OEE (Oblíquo externo esquerdo), OED (Oblíquo externo direito), sol (solo), cad (Cadilac), ref (Reformer). Diferenças significantes (P < 0,05).

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53

Tabela 13. Comparação dos valores de VRMS normalizado entre os músculos RA e OE na fase concêntrica do longspine.

Músculo_Condição (DP) P

RAE_sol OEE_sol

23,5 (9,7) 26,2 (14,3) 1,00

RAD_sol OED_sol

20,4 (10,2) 23,2 (12,8) 1,00

RAE_cad OEE_cad

16,7 (7,8) 20,0 ((11,8) 1,00

RAD_cad OED_cad

15,9 (9,6) 16,1 (9,1) 1,00

RAE_ref OEE_ref

11,8 (7,4) 14,0 (10,6) 1,00

RAD_ref OED_ref

9,9 (7,1) 9,7 (4,7) 1,00

Resultados: Valores são apresentados em média e desvio padrão. Músculos: RAE (Reto abdominal esquerdo), RAD (Reto abdominal direito), OEE (Oblíquo esquerdo), OED (Oblíquo direito), sol (Solo), cad (Cadilac), ref (Reformer). Diferenças significantes (P < 0,05).

Tabela 14. Comparação dos valores de VRMS normalizado entre condições (Solo, Cadilac, Reformer) na fase concêntrica.

Condição P

Músculo Solo Cadilac Reformer P1 P2 P3

RA 23,5 (9,7) 16,7 (7,8) 11,8 (7,4) 1,00 0,37 0,54

OE 26,2 (14,6) 20,0 (11,8) 14,0 (10,6) 0,41 0,04 0,72

Resultados: Valores são apresentados em média e desvio padrão. Diferenças significantes (P < 0,05) estão em negrito. Músculos: RA (Reto abdominal), OE (Oblíquo externo). P: P1 (comparação entre Solo X Reformer), P2 (comparação entre Solo X Reformer), P3 (comparação entre Cadilac X Reformer).

Considerando a fase excêntrica, não houve diferença entre os lados

direito e esquerdo dos músculos RA e OE em nenhuma das três condições (P > 0,05).

Quando a atividade do RA e OE foram comparadas, não houve diferença entre as

condições (P > 0,05). Na comparação entre condições, foram encontradas diferenças

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54

para o músculo RA a favor do solo comparado ao Reformer (P = 0,02). (Tabelas 15-

17)

Tabela 15. Comparação dos valores de VRMS normalizado entre os lados dos músculos na fase excêntrica do longspine.

Músculo_Condição (DP) P

RAE_sol RAD_sol

16,7 (8,4) 14,4 (8,2) 1,00

OEE_sol OED_sol

25,8 (17,7) 20,3 (11,2) 1,00

RAE_cad RAD_cad

11,5 (8,2) 8,7 (6,1) 1,00

OEE_cad OED_cad

13,7 (9,9) 10,8 (10,2) 1,00

RAE_ref RAD_ref

10,4 (6,5) 7,1 (4,9) 1,00

OEE_ref OED_ref

13,8 (10,1) 10,9 (6,7) 1,00

Resultados: Valores são apresentados em média e desvio padrão. Músculos: RAE (Reto abdominal esquerdo), RAD (Reto abdominal direito), OEE (Oblíquo externo esquerdo), OED (Oblíquo externo direito), sol (solo), cad (Cadilac), ref (Reformer). Diferenças significantes (P < 0,05).

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55

Tabela 16. Comparação dos valores de VRMS normalizado entre os músculos RA e OE na fase excêntrica do longspine.

Músculos_Condição (DP) P

RAE_sol OEE_sol

16,7 (8,4) 25,8 (17,7) 1,00

RAD_sol OED_sol

14,4 (8,2) 20,3 (11,2) 1,00

RAE_cad OEE_cad

11,5 (8,2) 13,7 (9,9) 1,00

RAD_cad OED_cad

8,7 (6,1) 10,8 (10,2) 1,00

RAE_ref OEE_ref

10,4 (6,5) 13,8 (10,1) 1,00

RAD_ref OED_ref

7,7 (4,9) 10,9 (6,0) 1,00

Resultados: Valores são apresentados em média e desvio padrão. Músculos: RAE (Reto abdominal esquerdo), RAD (Reto abdominal direito), OEE (Oblíquo esquerdo), OED (Oblíquo direito), sol (Solo), cad (Cadilac), ref (Reformer). Diferenças significantes (P < 0,05). Tabela 17. Comparação dos valores de VRMS normalizado entre condições (Solo, Cadilac, Reformer) na fase excêntrica.

Condição P

Músculo Solo Cadilac Reformer P1 P2 P3

RA 16,7 (8,4) 11,5 (8,2) 7,7 (4,9) 0,02 1,00 1,00

OE 20,3 (11,2) 10,8 (5,2) 10,9 (6,0) 0,75 0,15 1,00 Resultados: Valores são apresentados em média e desvio padrão. Diferenças significantes (P < 0,05) estão em negrito. Músculos: RA (Reto abdominal), OE (Oblíquo externo). P: P1 (Solo X Cadilac), P2 (Solo X Reformer), P3 (Cadilac X Reformer).

Além disso, foram encontradas diferenças significantes na fase

concêntrica comparada à excêntrica, para o RA na condição solo (P = 0,04). Não

houve diferenças na condição Reformer para qualquer músculo (P > 0,05). (Tabelas

18-20).

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56

Tabela 18. Comparação dos valores de VRMS normalizado entre as fases concêntrica e excêntrica do longspine na condição Solo.

Músculo Fase Concêntrica Fase Excêntrica P

RA 23,5 (9,7) 16,7 (8,4) 0,04

OE 26,2 (14,3) 25,8 (17,7) 1,00 Resultados: Valores são apresentados em média e desvio padrão. Diferenças significantes (P < 0,05) estão em negrito. Músculos: RA (Reto abdominal), OE (Oblíquo externo). P: fase concêntrica X fase excêntrica.

Tabela 19. Comparação dos valores de VRMS normalizado entre as fases concêntrica e excêntrica do longspine na condição Cadilac.

Músculo Fase Concêntrica Fase Excêntrica P

RA 16,7 (7,8) 11,5 (8,2) 1,00

OE 20,3 (11,3) 13,7 (9,9) 1,00

Resultados: Valores são apresentados em média e desvio padrão. Diferenças significantes (P < 0,05) estão em negrito. Músculos: RA (Reto abdominal), OE (Oblíquo externo). P: fase concêntrica X fase excêntrica.

Tabela 20. Comparação dos valores de VRMS normalizado entre as fases concêntrica e excêntrica do longspine na condição Reformer.

Músculo Fase Concêntrica Fase Excêntrica P

RA 11,8 (7,4) 10,4 (6,5) 1,00

OE 14,0 (10,6) 13,8 (10,1) 1,00 Resultados: Valores são apresentados em média e desvio padrão. Diferenças significantes (P < 0,05) estão em negrito. Músculos: RA (Reto abdominal), OE (Oblíquo externo). P: fase concêntrica X fase excêntrica.

Para o exercício swan dive não foram encontradas diferenças entre

os lados do músculo multífido dentro de cada condição, tanto para fase concêntrica

quanto para a excêntrica (P > 0,05). Na comparação entre fases, foram observadas

diferenças significantes para o MU na fase concêntrica, tanto na bola (P = 0,001)

quanto no refomer (P = 0,001). Houve diferenças entre as condições bola e refomer (P

=0,04). (Tabelas 21-25)

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57

Tabela 21. Comparação dos valores de VRMS normalizado entre os lados dos músculos na fase concêntrica do swan dive.

Músculo_Condição (DP) P

MUE_bola MUD_bola

25,0 (6,8) 30,4 (7,9) 1,00

MUE_ref MUD_ref

22,2 (7,3) 21,1 (5,6) 1,00

Resultados: Valores são apresentados em média e desvio padrão. Músculos: MUE (Multífidos esquerdo), MUD (Multífidos direito), ref (Reformer). Diferenças significantes (P < 0,05).

Tabela 22. Comparação dos valores de VRMS normalizado RMS dos músculos multífidos nas condições bola e Reformer na fase concêntrica do swan dive

Músculo_Condição (DP) P

MU_bola

MU_ref

22,2 (7,3)

30,4 (7,9) 0,04

Resultados: Valores são apresentados em média e desvio padrão. Músculos: MUE (Multífidos esquerdo), MUD (Multífidos direito), ref (Reformer). Diferenças significantes (P < 0,05).

Tabela 23. Comparação dos valores de VRMS normalizado entre os lados dos músculos na fase excêntrica do swan dive.

Músculo_Condição (DP) P

MUE_bola MUD_bola

20,3 (6,2) 16,1 (6,5) 1,00

MUE_ref MUD_ref

17,2 (5,0) 16,4 (4,3) 1,00

Resultados: Valores são apresentados em média e desvio padrão. Músculos: MUE (Multífidos esquerdo), MUD (Multífidos direito), ref (Reformer). Diferenças significantes (P < 0,05).

Tabela 24. Comparação dos valores de VRMS normalizado dos músculos multífidos nas condições bola e Reformer na fase excêntrica do swan dive.

Músculo_Condição (DP) P

MU_bola

MU_ref

20,3 (6,2)

17,2 (5,0) 1,00

Resultados: Valores são apresentados em média e desvio padrão. Músculos: MU (Multífido), ref (Reformer). Diferenças significantes (P < 0,05).

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58

Tabela 25. Comparação dos valores de VRMS normalizado entre as fases concêntrica e excêntrica na condição bola e Reformer.

Músculo Fase Concêntrica Fase Excêntrica P

MU_bola 30,4 (17,9) 20,3 (14,2) 0,001

MU_ref 22,2 (7,3) 17,2 (5,0) 0,002 Resultados: Valores são apresentados em média e desvio padrão. Músculos: MUE (Multífidos esquerdo), MUD (Multífidos direito), ref (Reformer). Diferenças significantes (P < 0,05).

Para o exercício breast stroke não foram encontradas diferenças

entre os lados do músculo multífido dentro de cada condição, tanto para fase

concêntrica quanto para a excêntrica (P > 0,05). Na comparação entre fases, foram

observadas diferenças significantes para o MU na fase concêntrica, tanto na bola (P =

0,001) quanto no Refomer (P = 0,001). Na comparação entre condições, foi

encontrada diferença significante entre a bola e o Reformer, na fase excêntrica (P =

0,001). (Tabelas 26-30).

Tabela 26. Comparação dos valores de VRMS normalizado entre os lados do músculo multífido na fase concêntrica do breast stroke.

Músculo_Condição (DP) P

MUE_bola MUD_bola

28,6 (9,7) 27,7 (7,4) 1,00

MUE_ref MUD_ref

32,8 (9,8) 31,9 (12,0) 1,00

Resultados: Valores são apresentados em média e desvio padrão. Músculos: MUE (Multífidos esquerdo), MUD (Multífidos direito), ref (Reformer). Diferenças significantes (P < 0,05).

Tabela 27. Comparação dos valores de VRMS normalizado do músculo multífido nas condições bola e Reformer na fase concêntrica do breast stroke.

Músculo_Condição (DP) P

MU_bola

MU_ref

28,6 (9,7)

32,8 (9,8) 1,00

Resultados: Valores são apresentados em média e desvio padrão. Músculos: MU (Multífido), ref (Reformer). Diferenças significantes (P < 0,05).

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59

Tabela 28. Comparação dos valores de VRMS normalizado entre os lados do músculo multífido na fase excêntrica do breast stroke.

Músculo_Condição (DP) P

MUE_bola MUD_bola

17,1 (7,2) 15,5 (4,9) 1,00

MUE_ref MUD_ref

21,7 (10,1) 19,8 (6,6) 1,00

Resultados: Valores são apresentados em média e desvio padrão. Músculos: MUE (Multífidos esquerdo), MUD (Multífidos direito), ref (Reformer). Diferenças significantes (P < 0,05).

Tabela 29. Comparação dos valores de VRMS normalizado do músculo multífido nas condições bola e Reformer na fase excêntrica do breast stroke.

Músculo_Condição (DP) P

MU_bola

MU_ref

15,5 (4,9)

19,8 (6,6) 0, 001

Resultados: Valores são apresentados em média e desvio padrão. Músculos: MU (Multífido), ref (Reformer). Diferenças significantes (P < 0,05).

Tabela 30. Comparação dos valores de VRMS normalizado entre as fases concêntrica e excêntrica na condição bola e Reformer.

Músculo Fase Concêntrica Fase Excêntrica P

MU_bola 28,6 (9,7) 17,1 (7,2) 0, 001

MU_ref 32,8 (13,8) 31,9 (12,0) 0, 001

Resultados: Valores são apresentados em média e desvio padrão. Músculos: MU (Multífido), ref (Reformer). Diferenças significantes (P < 0,05).

Os valores de porcentagem de ativação foram calculados com a

seguinte fórmula:

As figuras abaixo representam os valores de porcentagem (23- 28).

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Fig. 23 . Média da porcentagem da ativação do músculo reto abdominal na fase excêntrica do exercício (comparação entre Solo X Combo-chair),

Fig. 24 . Média da externo na fase excêntrica do entre Solo X P3 (comparação entre

Média da porcentagem da ativação do músculo reto abdominal na fase excêntrica do exercício Teaser. P: P(comparação entre Solo X Cadilac), P2 (comparação entre Solo X

chair), P3 (comparação entre Cadilac X Combo-chair).

Média da porcentagem da ativação do músculo oblíquexterno na fase excêntrica do exercício Teaser. P: P1 (comparação entre Solo X Cadilac), P2 (comparação entre Solo X Combo-chair

3 (comparação entre Cadilac X Combo-chair).

60

Média da porcentagem da ativação do músculo reto P1

Solo X

porcentagem da ativação do músculo oblíquo 1 (comparação

chair),

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Fig. 25 . Média da porcentagem da ativação do músculo reto abdominal na fase excêntrica do exercício (comparação entre Solo X X Reformer

Fig. 26 . Média da porcentagem da ativação do músculo oblíquo externo na fase concêntrica do exercício (comparação entre Solo X X Reformer

. Média da porcentagem da ativação do músculo reto abdominal na fase excêntrica do exercício Longspine. P: P(comparação entre Solo X Cadilac), P2 (comparação entre Solo

Reformer), P3 (comparação entre Cadilac X Reformer).

. Média da porcentagem da ativação do músculo oblíquo externo na fase concêntrica do exercício Longspine. P: P(comparação entre Solo X Cadilac), P2 (comparação entre Solo

Reformer), P3 (comparação entre Cadilac X Reformer).

61

. Média da porcentagem da ativação do músculo reto P1

2 (comparação entre Solo

. Média da porcentagem da ativação do músculo oblíquo P1

2 (comparação entre Solo

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Fig. 27 . Média da porcentagem da ativação do músculo multífido na fase concêntrica do exercício Reformer).

Fig. 28 . Média da porcentagem da ativação do músculo multífido na fase excêntrica do exercício Reformer).

Média da porcentagem da ativação do músculo multífido na fase concêntrica do exercício Swan Dive. P (comparação entre Bola X

Média da porcentagem da ativação do músculo multífido na fase excêntrica do exercício Breast Stroke. P (comparação entre Bola X

62

Média da porcentagem da ativação do músculo multífido na (comparação entre Bola X

Média da porcentagem da ativação do músculo multífido na (comparação entre Bola X

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63

8. Discussão

Durante a realização desse estudo pretendeu-se avaliar a atividade

eletromiográfica dos músculos abdominais e multífidos durante exercícios do método

Pilates, a fim de fornecer melhor compreensão do recrutamento muscular quando o

mesmo exercício é realizado em diferentes condições. Antes de estabelecer possíveis

justificativas para os resultados obtidos, cabe discorrer sobre alguns aspectos

metodológicos que foram estabelecidos no estudo.

8.1 Do método

Com relação à normalização da atividade dinâmica, Knutson et al102

relataram que, na ultima década, tem sido sugerido o uso de valores alternativos para

a normalização quando se pretende avaliar eventos dinâmicos. A normalização pelo

pico EMG da atividade dinâmica foi escolhida, pois alguns autores102-104 notaram maior

eficiência e aplicabilidade desse tipo de normalização durante atividades dinâmicas,

além de demonstrarem menor variabilidade quando comparada a outros métodos.

Neste estudo, as fases concêntricas e excêntricas do movimento foram analisadas, o

que permite avaliar a atividade muscular de forma mais detalhada. Este fato pode ser

considerado uma vantagem do estudo.

Uma das propostas do estudo, calcular a média da envoltória linear

para as dezesseis participantes, nas diferentes condições e fases dos exercícios, a fim

de comparar o sinal de forma qualitativa, não foi realizada. A curva variou muito de

uma participante para outra e a média calculada poderia não representar o

comportamento médio esperado. Portanto, optamos por não fazê-la.

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64

O teste de CIVM dos músculos abdominais foi realizado com um

instrumento que ainda não apresenta confiabilidade dos valores na literatura, o que

pode ser uma limitação do estudo.

8.2 Dos resultados

Os resultados para fase concêntrica do exercício teaser mostraram

que o OE foi mais ativado que o RA nas condições Cadilac e Combo-chair. O maior

recrutamento no Cadilac pode ser explicado pela ação que o OE exerce a fim de evitar

o levantamento excessivo do gradil costal no momento em que a voluntária realiza

flexão de ombro bilateral contra a resistência do aparelho, devido sua origem costal (5ª

a 12ª costelas), inserção na crista ilíaca e disposição das fibras105. Quando a subida é

realizada na Combo-chair, a ação de flexão de tronco do RA é favorecida pela força

elástica, pois a mola encontra-se distendida e quer retornar a posição de repouso.

Logo o músculo não precisa ser tão recrutado.

Os resultados para fase excêntrica do exercício teaser indicaram que

houve diferença significante para o RA a favor do solo quando comparado ao Cadilac

e a Combo-chair. Este achado pode ser explicado pela maior exigência de controle e

estabilização, devido ao fato dos MMSS estarem elevados acima da cabeça e sem

apoio104. Segundo Levine et al.106, a carga será reduzida se os braços estiverem ao

lado do corpo ou cruzado sobre o peito e aumentará se estiverem estendidos.

Além disso, o músculo OE mostrou maior ativação no Cadilac

comparado a Combo-chair, na mesma fase. Vera-Garcia et al.107 avaliaram a atividade

dos músculos abdominais durante a execução de exercícios em superfícies estáveis e

instáveis. Eles observaram que o músculo oblíquo externo é mais ativado que outros

músculos abdominais para assegurar a estabilidade da coluna, quando o exercício é

executado em condições que oferecem instabilidade. Este achado corrobora com a

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65

menor ativação encontrada na Combo-chair, condição em que o posicionamento dos

MMSS no aparelho e abaixo da cabeça, juntamente com o apoio da pelve proporciona

maior base de sustentação. Outro fato que explica este resultado é a diferente

disposição das molas no início da fase excêntrica, que no Cadilac está em máxima

tensão, enquanto na Combo-chair encontra-se em compressão. Sendo assim, o

controle exigido no Cadilac durante a descida leva a uma maior ativação muscular

para evitar um retorno brusco do tronco à posição inicial.

Quando as fases concêntrica e excêntrica foram comparadas para

cada condição, em todas houve maior ativação muscular na fase concêntrica. No solo

e na Combo-chair o RA e OE foram significativamente mais recrutados; no Cadilac

este resultado foi observado somente para o OE. Estudos prévios que avaliaram a

atividade da musculatura abdominal durante exercícios de flexão de coluna e quadril

com os membros inferiores estendidos encontraram maior atividade abdominal108-109.

O menor recrutamento na fase excêntrica pode ser explicado pela aproximação dos

membros inferiores ao tronco e flexão dos joelhos, o que diminui a carga imposta aos

músculos, e pelo maior contato da pelve com o apoio durante o retorno110. Quanto ao

maior recrutamento somente do OE no Cadilac, deve-se ao fato que já foi discutido

anteriormente, uma vez que o referido músculo tem origem costal, ele controla o

levantamento do gradil costal na fase concêntrica. Além disso, por sua origem e

inserção, tem mais relação com a estabilidade de tronco que o reto abdominal.

Quanto ao exercício longspine, na comparação entre condições,

foram encontradas diferenças significantes para o OE (P = 0,04) a favor do solo

comparado ao Reformer, na fase concêntrica. Este fato pode ser explicado pela sua

maior relação com a estabilidade da coluna. Além disso, as voluntárias foram

orientadas a elevar a pelve do apoio, levando os MMII para cima com extensão de

quadril até a posição neutra. No Reformer, a alça posicionada nos pés atua como

apoio para os MMII e permite que a força elástica da mola atue no sentido da flexão de

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66

quadril, o que facilita a subida e sugere uma possível contribuição dos músculos

extensores de quadril para vencer a resistência.

Considerando a fase excêntrica, na comparação entre condições,

foram encontradas diferenças para o músculo RA a favor do solo comparado ao

Reformer (P = 0,02). Na condição solo, o músculo RA atua não somente na

manutenção da pelve retrovertida, mas também no controle do retorno à posição

inicial. No Reformer, como citado acima, a alça posicionada no pé e a resistência

imposta pela mola, sugere uma ação excêntrica dos extensores de quadril para

auxiliar no controle da velocidade de retorno.

Para o exercício swan dive, na comparação entre fases, foram

observadas diferenças significantes para o MU na fase concêntrica, tanto na bola (P =

0,001) quanto no Reformer (P = 0,001). Esta fase, executada nas duas situações,

exige maior controle da velocidade do movimento, já que é realizada unicamente pela

musculatura extensora, enquanto na excêntrica o aparelho e a bola auxiliam nesse

controle. Além disso, a disposição da mola no Reformer resiste à execução do

movimento de extensão da coluna e quadril, o que impõe maior carga a coluna lombar.

Outro fato a ser considerado é a possível ação da musculatura abdominal e flexora de

quadril, que agem excentricamente ao movimento. Quando as condições foram

comparadas, houve diferença entre bola e Reformer (P = 0,04), o que pode ser

explicado pela resistência que a voluntária precisa vencer para empurrar o aparelho,

ao mesmo tempo em que executa o movimento de subida.

Na comparação entre fases do exercício breast stroke, foram

observadas diferenças significantes para o MU na fase concêntrica, tanto na bola (P =

0,001) quanto no Refomer (P = 0,001). A fase concêntrica executada no Reformer é

caracterizada pela necessidade de controlar a força de compressão da mola, diferente

do que ocorre na bola, em que a voluntária está com os MMSS livres. Apesar dessa

diferença, em ambas as condições as voluntárias realizam uma extensão de coluna

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67

com mudança da posição dos MMSS, o que impõe maior carga a coluna lombar e

justifica o aumento significativo da atividade EMG105.

Na comparação entre condições, foi encontrada diferença

significante a favor do Reformer comparado a bola, na fase excêntrica (P = 0, 001).

Isto pode ser devido à resistência imposta pela mola, ao apoio do pé quando o

exercício foi executado na bola e às diferentes posições do tronco. Segundo Ward et

al.60, os sarcômeros do multífido são posicionados na porção ascendente da curva

tensão-comprimento, o que permite que o músculo se torne mais forte quando a

coluna é inclinada para frente, o que ocorre na condição bola.

As porcentagens de ativação observadas no estudo variaram de

29% a 47% para os músculos flexores, e de 50% a 60% para os extensores, e as

condições em que houve maiores ativações foram solo e Reformer, respectivamente.

Souza et al.111 compararam a atividade eletromiográfica dos músculos flexores e

extensores de tronco de indivíduos saudáveis, durante a execução de dois exercícios

de estabilização lombar e avaliaram a mudança no recrutamento muscular, conforme

aumento no grau de dificuldade. Eles concluíram que todos os músculos avaliados não

excederam 41% de ativação da CIVM. Em uma revisão de fortalecimento muscular112,

foi sugerido que o grau de ativação exigido para o efeito de fortalecimento deve

exceder 66% da CIVM. No entanto, é preciso cautela na generalização desses

resultados para pessoas já treinadas, pois elas podem apresentar menor recrutamento

que as não-treinadas. Portanto, estudos para testar essa hipótese são necessários.

8.3 Implicações para novos estudos

Como já citado, são poucos os estudos disponíveis na literatura que

avaliaram a atividade eletromiográfica durante exercícios do método Pilates. O objetivo

do presente estudo foi proporcionar melhor compreensão a respeito da atividade

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68

muscular nas diferentes condições de execução que o método oferece para um

determinado exercício e verificar se havia diferença no recrutamento em mulheres já

adaptadas ao método, uma vez que os exercícios escolhidos eram avançados e

precisavam ser executados de forma correta. Novos estudos com o mesmo fim, porém

em diferentes populações, como pessoas não-adaptadas e de diferente faixa etária

são necessários, além da comparação do padrão eletromiográfico de pessoas

adaptadas e não-adaptadas ao método também seria interessante e a relação dos

resultados com as propriedades mecânicas dos músculos avaliados.

8.4 Implicações para a prática clínica

Diante dos resultados encontrados, podemos afirmar que para os

flexores de tronco, o solo representa a condição que exige maior atividade muscular

nos exercícios abordados. Portanto, sugerimos que os profissionais do Pilates

escolham iniciar o treinamento dos abdominais em aparelhos e evoluam para o solo,

pois provavelmente não haverá sobrecarga muscular e o exercício será executado de

forma correta. Quanto aos exercícios de extensores, houve maior recrutamento do

músculo multífido no aparelho Reformer, apesar da instabilidade proporcionada pela

bola suíça. Portanto, para o treinamento dos extensores de tronco de pessoas

avançadas, o ideal seria executar os exercícios em aparelhos.

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69

9. Conclusão

Os resultados apontam para a importância dos músculos oblíquos

externo e o multífido como estabilizadores da coluna durante o movimento. Além

disso, a execução dos exercícios do método Pilates em diferentes condições pode

ocasionar mudança no padrão de ativação dos músculos reto abdominal, oblíquo

externo e multífido. Este fato deve ser considerado no momento da prescrição de um

treinamento de estabilização ou força muscular. Os resultados para as porcentagens

de ativação sugerem que a intensidade de recrutamento observado pode não ser

suficiente para o fortalecimento, em pessoas saudáveis e treinadas.

Quanto à primeira hipótese, a mesma foi aceita. A segunda foi

rejeitada para o exercício teaser (oblíquo externo mais ativado na fase excêntrica);

Também rejeita-se a hipótese três, pois houve diferença entre as fases; por fim,

rejeita-se a quarta hipótese com diferença entre as condições, para todos os

exercícios.

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70

10. Referências

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2. Schroeder JM, Crussemeyer JA, Newton SJ. Flexibility and heart rate response

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5. Jago R, Jonker ML, Missaghian M, Baranowski T. Effect of 4 weeks of Pilates

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7. Bertolla F, Baroni BM, Leal ECPJr, Oltramari JD. Efeito de um programa de

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81

ANEXOS

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82

Anexo 1: Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Estimado participante,

Este projeto de pesquisa, intitulado “Análise eletromiográfica dos

músculos flexores e extensores de tronco durante ex ercícios do método Pilates” visa

avaliar a atividade muscular por meio da eletromiografia em mulheres adaptadas ao Pilates,

bem como comparar a atividade muscular do mesmo exercício realizado em diferentes

condições (solo ou aparelho).

Os participantes serão avaliados por meio da eletromiografia de superfície,

sendo que este aparelho é capaz de captar a resposta do músculo frente à contração dinâmica

em flexão e extensão de tronco. Para isso, talvez seja necessária a realização da raspagem

dos pêlos de uma pequena região das costas. Estes procedimentos serão realizados pelos

autores da pesquisa no horário e local estabelecidos de acordo com a conveniência do

participante e dos pesquisadores. Ressalta-se que estes procedimentos são gratuitos, as

informações são sigilosas e utilizadas apenas com fins de estudos e que, em qualquer

momento, você tem direito de recusar-se ou retirar-se do estudo. Afirmamos que a recusa em

participar da pesquisa não lhe trará prejuízo algum.

Os resultados obtidos com as respostas serão apresentados tanto aos

participantes quanto à comunidade científica e, no caso desta última, sempre serão

resguardados os nomes dos que se submeteram ao teste. O presente termo de consentimento

é feito de livre e espontânea vontade, sendo que o mesmo é assinado nesta data para que

produza seus efeitos éticos, jurídicos e legais. Caso os participantes ou seus responsáveis

tiverem alguma dúvida favor não hesitar em ligar para o coordenador do projeto.

Eu__________________________________________________________________________

Residente à

Rua________________________________Bairro:____________________________

Cidade_________________________Estado_________Cep:__________________________

Fone:________________________

Estou de acordo com os esclarecimentos acima e quero participar dessa

pesquisa.

___________________________

Participante

___________________________

Prof. Dr. Jefferson R. Cardoso

Coordenador do Projeto

Laboratório de Pesquisa em Avaliação e Intervenção em Fisioterapia – HU

(43) 3371.2649

Londrina,_____ de ___________________ de 2010.

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83

Anexo 2: Parecer do comitê de ética em pesquisa

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