atividade 2 av1
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FACULDADE ESTÁCIO DO PARÁ
CURSO DE DIREITO
DIREITO CIVIL V
BELÉM - PA2013
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APARECIDA NAZARÉ DA SILVA FERREIRA
ATIVIDADE ESTRUTURADA DISSOLUÇÃO DE VÍNCULO
CONJUGAL
Atividade estruturada da disciplina de Direito Civil V, apresentada ao curso de Direito, 6º semestre, da Faculdade Estácio do Pará, como requisito parcial para a AV1, sob a orientação do Professor Francisco Elder Ferreira de Sousa.
BELÉM - PA2013
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ATIVIDADE ESTRUTURADA
Título: Validade do Casamento (Semana 5)
Objetivo: Identificar as causas de invalidade do casamento e propor a respectiva ação.
Competências/habilidades:
Identificar as causas de invalidade do casamento
Aplicar a caso prático
Propor corretamente a respectiva ação
Desenvolvimento:
Lucas e Caroline casaram-se em 20 de novembro de 2008 pelo regime de comunhão universal de bens. Durante o segundo ano de casamento Caroline descobriu que Lucas é portador do gene da doença de Huntington. Embora seu cônjuge ainda não tenha manifestado nenhum dos sintomas da doença, Caroline entende que isso prejudica seu sonho de ter filhos saudáveis e, por isso, procura seu escritório de advocacia para desfazer o casamento.
Como profissional diligente você destaca que prole não é essencial à caracterização do casamento e informa as possibilidades viáveis. Caroline insiste na dissolução do vínculo por considerar insuportável o vício que o macula e a impossibilidade de gerar filhos naturais com Lucas sem colocar sua descendência em risco.
Os alunos devem se reunir em equipes de 03 a 05 alunos.
1. Realize pesquisa livre na Internet para descobrir do que se trata a doença da qual Lucas é portador genético.
2. Elabore a respectiva procuração.
3. Proponha a ação para dissolução do casamento que melhor se adéqua à hipótese fática, fundamentando-a no Direito material.
Produto/resultado: O aluno deve ter compreendido as causas de invalidade do casamento e deve ser capaz de propor a respectiva ação.
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Doença de Huntington ou Coréia de Huntington
É um distúrbio neurológico hereditário raro. Essa enfermidade tem sido bastante estudada nas últimas décadas, sendo que em 1993 foi descoberto o gene causador da doença. Os sintomas mais óbvios da doença são movimentos corporais anormais e falta de coordenação, também afetando várias habilidades mentais e alguns aspectos de personalidade. Por ser uma doença genética, atualmente não tem cura. No entanto, os sintomas podem ser minimizados com a administração de medicação.
Causas
O DNA é constituído de substâncias químicas denominadas nucleotídeos, o indivíduo possuidor dessa desordem apresenta em seu material genético, repetições anormais da sequência de nucleotídeos citosina, adenina e guanina (CAG), responsáveis pela codificação da glutamina. Na pessoa hígida a sequência CAG é encontrada com repetições menores que 20; já em pessoas portadoras da doença de Huntington há sempre mais de 36 repetições, tornando assim o gene defeituoso. Embora cada célula do corpo tenha duas cópias de cada gene, é suficiente uma cópia do gene anormal para que se tenha esta doença. Então, pode-se dizer que, o gene que condiciona a Doença de Huntington é um gene dominante. O estudo do cromossomo 4 consentiu que se descobrisse a natureza da doença e que se permitisse diagnosticá-la quando é ainda assintomática.
Sintomas
Movimentos involuntários, bruscos e irregulares, dos braços, das pernas e do rosto.
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PROCURAÇÃO
Pelo presente instrumento particular de procuração, CAROLINE CRISTINA RAYOL
DA SILVA, brasileira, do lar, portadora da cédula de identidade RG nº 3028020
SSP/PA e do CPF nº 169.573.422-04, residente e domiciliada à Av. Gentil Bittencourt,
Passagem Natal nº 72, bairro de Nazaré, na cidade de Belém – PA, CEP: 66.020.470,
nomeia e constitui sua bastante procuradora Dra. APARECIDA NAZARÉ DA SILVA
FERREIRA, brasileira, solteira, advogada inscrita na OAB/PA sob o n 190319,
residente e domiciliada na cidade de Ananindeua, com endereço profissional
estabelecido na Av. Nazaré nº 503, Ed. Royal Trade Center, sala 107, bairro Nazaré,
cidade Belém, Estado do Pará – CEP: 66.159-483, a quem concede poderes para o fim
especial de representar a Outorgante no processo de anulação de casamento; podendo
prestar declarações e esclarecimentos, juntar, assinar e desentranhar documentos,
constituir advogados, conferindo os poderes da cláusula “ad judicia”; representá-la em
Juízo ou fora dele; representá-la em audiências, assinando o que preciso for, enfim,
praticar todos os atos necessários ao fiel cumprimento do presente mandato.
.
Belém, 20 de março de 2011.
_________________________________________
CAROLINE CRISTINA RAYOL DA SILVA
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EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA DE FAMÍLIA E SUCESSÕES
DA COMARCA DE BELÉM, ESTADO DO PARÁ.
CAROLINE CRISTINA RAYOL DA SILVA, brasileira, Secretária Executiva,
portadora da cédula de identidade RG nº 3028020 SSP/PA e do CPF nº 169.573.422-04,
residente e domiciliada à Av. Gentil Bittencourt, Passagem Natal nº 72, bairro de
Nazaré, na cidade de Belém – PA, neste ato representada por sua advogada infra-
assinada, conforme procuração em anexo, vem com o devido respeito e acatamento
perante V. Exa., propor:
AÇÃO DE ANULAÇÃO DE CASAMENTO
em face de LUCAS FERNANDES SILVA, brasileiro, Engenheiro Ambiental, portador
da cédula de identidade RG nº 9876543 PC/PA e devidamente inscrito no CPF sob o n°
005.066.542-14, para tanto, o fará nos fatos e fundamentos a seguir elencados.
DOS FATOS
Caroline é casada com o requerido desde 20 de novembro de 2008, sob o regime
de comunhão universal de bens, conforme se comprova pela certidão de casamento ora
anexa. Entretanto, a vida conjugal foi abalada, em virtude da descoberta pela requerente
que o requerido é portador de um distúrbio neurológico hereditário raro, sem cura.
Tal acontecimento comprometeu a estabilidade conjugal, pois a requerente não
tem mais interesse em conviver com o requerido, onde o mesmo faltou com o dever de
confiança do matrimônio, omitindo ser portador da doença de Huntington, o que fez
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com que a requerente não possua mais ânimo de continuar casada, em virtude de tal
enfermidade prejudicar seu sonho de ter filhos saudáveis.
No entanto, a confiança e a lealdade possuem íntima relação com o princípio da
boa-fé, que na relação conjugal, prima-se por esta postura, sem abuso dos vínculos que
permeiam o casamento e de acordo com o estabelecido no art. 1.560, III, do Código
Civil, o prazo para propor a ação no caso de erro essencial é de 03 (três) anos, contados
da data de celebração do matrimônio, sendo perfeitamente admissível e procedente a
dissolução do vínculo matrimonial.
O requerido alega que ter filhos não é fator primordial no casamento, que
sempre tratou a requerente com respeito e dignidade, demonstrando companheirismo e
cumplicidade na vida conjugal, cumprindo assim com os deveres de coabitação e
fidelidade, enfatizando ainda não ter manifestado nenhum sintoma da enfermidade.
No entanto, a requerente ressalta sua preocupação em relação a um dos sintomas
da doença que afeta várias habilidades mentais, inclusive com relação a personalidade,
que somente a administração de medicação adequada, minimizará tais crises. Diante
deste quadro, fica evidente a impossibilidade da requerente gerar filhos naturais e livres
da síndrome, acabando com seu sonho de engravidar.
DO DIREITO
Sem sombra de dúvidas o quadro fático delineado nesta exordial, evidencia
afronta à Legislação Civil, fulminando de invalidade do casamento celebrado entre os
litigantes por vício de vontade, conforme disposto no Código Civil arts. 1.556 e 1.557,
respectivamente:
Art. 1.556 – “O casamento pode ser anulado por vício da vontade, se houver por parte de um dos nubentes, ao consentir erro essencial quanto à pessoa do outro”. Art. 1.557 - "Considera-se erro essencial sobre a pessoa do outro cônjuge:III - a ignorância, anterior ao casamento, de defeito físico irremediável, ou de moléstia grave e transmissível, pelo contágio ou herança, capaz de pôr em risco a saúde do outro cônjuge ou de sua descendência”.
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Maria Helena Diniz, expondo linhas acerca do tema, leciona que aduz,"in
verbis":
"Três são os pressupostos justificadores da anulabilidade
matrimonial por erro: a) anterioridade do defeito ao ato nupcial;
b) desconhecimento do defeito pelo cônjuge enganado; e c)
insuportabilidade da vida em comum (RT 490:51)" (Código
Civil anotado, p. 1.064).
Nesta mesma ordem de raciocínio são as lições extraídas da obra intitulada
Família e casamento, coordenada por Yussef Said Cahali, que assevera, "in verbis":
"O erro essencial para a anulação do casamento deve ser de tal
ordem que o conhecimento anterior importaria na não realização
do enlace, mercê da vontade, apesar de existente, estar viciada
pela falsa noção da realidade do manifestante no instante de
pronunciá-la".
Erro é defeito no ato jurídico capaz de invalidá-lo, insere-se na categoria de
vícios de consentimentos. Portanto, à luz da legislação supramencionada, compete à
Justiça Brasileira julgar tais vícios inerentes à vontade, como ora ocorre, sobretudo
quando este fora perpetrado perante autoridade brasileira e este ato jurídico deverá, por
consequência, aqui ser anulado.
Por esta razão, temos que o ato jurídico em espécie é anulável de pleno de
direito, restando ao réu, inclusive, responder segundo o Código Penal, art. 236, por
crime de induzimento a erro essencial e ocultação de impedimento.
DOS BENS E SUA PARTILHA
Do curto enlace matrimonial chegaram a construir patrimônio em comum,
conforme descritos:
1. Os bens móveis e utensílios domésticos que guarnecem a residência do
casal ficarão para a autora;
2. Também ficará para a autora todo quantitativo que estiver depositado na
conta poupança no Banco do Brasil;
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3. O réu assumirá todas as dívidas assumidas durante a vigência do
casamento, ficando com a posse e propriedade exclusiva de um
automóvel de marca Fiat Siena, modelo Atractive, ano 2011;
4. Os demais bens imóveis permanecem, quer seja a residência do casal,
quer seja o apartamento na cidade de Salinópolis, localizado Avenida
Beiramar, na praia do Atalaia, na propriedade exclusiva da autora, uma
vez que adquiridos antes do casamento e o regime matrimonial, apesar da
certidão de casamento, titular como comunhão universal de bens, ante a
ausência de pacto pré-nupcial, com a concordância do réu.
DA TUTELA ANTECIPADA
O Código de Processo Civil autoriza o Juiz a conceder a antecipação de tutela
“existindo prova inequívoca”:
Art. 273 - O juiz poderá, a requerimento da parte, antecipar, total ou parcialmente, os efeitos da tutela pretendida no pedido inicial, desde que, existindo prova inequívoca, se convença da verossimilhança da alegação e:
I - haja fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação; ou
§ 1° - Na decisão que antecipar a tutela, o juiz indicará, de modo claro e preciso, as razões do seu convencimento.
§ 2° - Não se concederá a antecipação da tutela quando houver perigo de irreversibilidade do provimento antecipado.
§ 3° A efetivação da tutela antecipada observará, no que couber e conforme sua natureza, as normas previstas nos arts. 588, 461, §§ 4° e 5°, e 461-A.
No presente caso, estão presentes os requisitos e pressupostos para a concessão
da tutela requerida, existindo prova inequívoca e verossimilhança das alegações, além
de fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação.
Evidenciado, igualmente, está o periculum in mora, eis que a autora almeja
como toda mulher constituir família, mas, devido considerar insuportável o vício que
macula o matrimônio, encontra-se impedida de realizar. Vale ressaltar que, a descoberta
trouxe sequelas profundas a autora, pois não bastasse a descoberta da enfermidade, veio
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também a tona a impossibilidade de gerar filhos naturais sem colocar sua descendência
em risco. Trata-se, pois, de uma dupla penalidade à mesma.
DO PEDIDO
Diante de todo o exposto, requer a Vossa Excelência a homologação da presente
Ação de Anulação de Casamento em todos os seus termos, especialmente:
a. Julgar procedentes os pedidos formulados na presente ação para declarar
a anulação do casamento celebrado entre os ora litigantes, por infração
aos ditames do art. 1.560, inc. III c/c arts. 1.556 e 1.557, inciso III,
ambos do Código Civil, expedindo-se, para tanto, o competente mandado
para averbar a alteração no assento de casamento junto ao 2º Cartório de
Registro Civil de Nascimentos e Casamentos da Comarca de Belém,
Estado do Pará;
b. O deferimento do pedido de alteração do nome da autora para o de
solteira, qual seja, CAROLINE CRISTINA SOUZA RAYOL, de acordo
com o § 2º do art. 1.578, do Código Civil;
c. Ratificar, na sentença, o quanto requerido e eventualmente deferido no
pleito de tutela antecipada, ou seja, a anulação do casamento em ensejo,
com baixa no cartório de registro civil indicado;
d. Citação do réu, por meio de AR, conforme o artigo 222, do Código de
Processo Civil, no endereço mencionado acima para no prazo legal,
querendo, oferecer defesa aos pedidos ora formulados;
e. Instar a manifestação do Ministério Público (CPC, art. 82, inciso II);
f. A expedição de competente ofício para a averbação da homologação
desta ação anulação do casamento nos respectivos registros dos imóveis
do casal, descritos acima;
g. Pede a condenação do réu no ônus de sucumbência;
h. Requer finalmente, a produção das demais provas em direito admitidas,
tais como: documental, depoimento pessoal da requerente, testemunhal e
principalmente pericial, assim como, as que se fizerem necessárias.
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VALOR DA CAUSA
Atribui-se a causa o valor de R$ 3.000,00 (Tres mil reais) para todos os efeitos
legais.
Termos.
Pede Deferimento.
Belém, 27 de março de 2011.
OAB/PA nº 190319