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Santos, 09 a 13 de Dezembro de 2007 MESA 5 - Atendimentos nas emergências e pós-desastres Inserir, no espaço delimitado, o logo da instituição Atendimento Psicológico a Vítimas e Equipes Profa. Dra. Maria Helena Pereira Franco Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

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Santos, 09 a 13 de Dezembro de 2007

MESA 5 - Atendimentos nas emergências e pós-desastres

Inserir, no espaço

delimitado, o logo da

instituição

Atendimento Psicológico a Vítimas e Equipes

Profa. Dra. Maria Helena Pereira Franco

Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

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MESA 5 - Atendimentos nas emergências e pós-desastres

Janeiro - 1998

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MESA 5 - Atendimentos nas emergências e pós-desastres

• Oferecer atendimento psicológico especializado para situações de crises, catástrofes, emergências e luto, nos diferentes âmbitos de necessidade dos envolvidos, visando uma ação preventiva para situações de stress pós-traumático e luto traumático.

• Desenvolver habilidades nos profissionais envolvidos com essa atividade, de maneira a terem uma atuação eficiente, com risco controlado para sua saúde.

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MESA 5 - Atendimentos nas emergências e pós-desastres

Preventiva:Participar dos treinamentos dos profissionais de socorro e de

suporte, incluindo informações sobre as respostas esperadas frente a traumas, perdas e luto;

Integrar informações junto aos coordenadores dos serviços e fornecer dados que permitam o aprimoramento dos projetos preventivos.

Educativa:Divulgar e ensinar a grupos e comunidades sobre formas de

prevenção, comportamentos esperados, necessidade do suporte social frente a situações traumáticas e de luto;

Fornecer esclarecimentos e subsídios à imprensa para que atue melhor como instrumento de suporte à população.

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Assistência às vítimasAtendimento às vítimas oferecendo suporte psicológico e

educação sobre reações normais em eventos anormais;

Encaminhar os casos de risco para serviços da comunidade a fim de evitar a cronificação.

Assistência às equipes de trabalho, nos diferentes níveis:

Oferecer suporte a todos os envolvidos nas operações de salvamento: resgate, médicos, policiais, voluntários e outros, não esquecendo de serviços complementares, como IML, serviços e empresas funerárias, imprensa.

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1a resposta: resgate físico – resposta de emergência para as necessidades de sobrevivência física de indivíduos e comunidades.

-22aa resposta: intervenresposta: intervençção psicolão psicolóógica em gica em emergênciaemergência

3a resposta: psicoterapia

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A INTERVENÇÃO PSICOLÓGICA EM EMERGÊNCIA PROCURA REDUZIR O

STRESS AGUDO, CAUSADO PELO IMPACTO DO TRAUMA, POR MEIO DE:

•• restaurar a dominância do funcionamento restaurar a dominância do funcionamento cognitivo sobre reacognitivo sobre reaçções emocionais.ões emocionais.

•• facilitar a restaurafacilitar a restauraçção do funcionamento das ão do funcionamento das instituiinstituiçções sociais e da comunidade.ões sociais e da comunidade.

•• facilitar o reconhecimento cognitivo do que facilitar o reconhecimento cognitivo do que aconteceuaconteceu..

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MESA 5 - Atendimentos nas emergências e pós-desastres

A INTERVENÇÃO PSICOLÓGICA EM EMERGÊNCIA PROCURA RESTAURAR OU

AUMENTAR AS CAPACIDADES ADAPTATIVAS, POR MEIO DE:

•• oferecer oportunidades para as voferecer oportunidades para as víítimas timas avaliarem e utilizarem apoio familiar ou da avaliarem e utilizarem apoio familiar ou da comunidadecomunidade..

•• oferecer educaoferecer educaçção sobre expectativas futuras.ão sobre expectativas futuras.•• oferecer oportunidade para os sobreviventes oferecer oportunidade para os sobreviventes

organizarem e interpretarem organizarem e interpretarem –– cognitivamente cognitivamente ––o evento traumo evento traumáático.tico.

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O papel do psicólogo na intervenção de emergência

permite identificar as pessoas em risco para o

desenvolvimento de alterações psicológicas/psiquiátricas,

oferecer suporte e, se necessário, realizar o encaminhamento para

profissionais especializados.

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ALTERAÇÕES PSICOLÓGICAS/PSIQUIÁTRICAS PÓS-TRAUMAS

• Desordens mentais orgânicas, secundárias a ferimentos na cabeça, exposição tóxica;

• Reação Aguda de Estresse - RAE• Transtorno de Estresse Pós-traumático - TEPT ou PTSD• Transtorno de ajustamento• Aumento do uso de substâncias - álcool e drogas• Depressão • Ansiedade generalizada• Reações de luto complicado ou traumático• Dificuldades na relação familiar• Reações ou transtornos dissociativos

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O que é luto

O processo de luto é uma resposta natural e esperada após uma perda importante, que pode ser decorrente de morte, afastamento, perda de capacidades físicas ou psicológicas, do ambiente conhecido – casa, cidade, país -

e, ainda, por experiências que envolvem mudanças e exigem da pessoa uma reorganização interna e externa.

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ψ lembrançasψ sonhos de elabo-ψração do lutoψ queixas somáticasψ descrença, choque, entorpecimento.ψ diminuição do interesse e prazer pelas atividadesψ distúrbios do sonoψ tristezaψ raivaψ irritabilidadeψ dificuldade de concentração

Sintomas sobrepostos podem ser

intensificados.

Lembranças traumáticas se intensificam.

Luto complicado pelo trauma, no processamento

da raiva, relação com o morto, identificação.

memórias recorrentes e intrusivas

sonhos traumáticos

queixas somáticas, distúrbios do sono.

evitação de lugares, pensamentos, pessoas.

diminuição de interesse e prazer nas atividades

hipervigilância

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Um desastre gera uma crise

• Crise é a situação que é obstáculo aos objetivos vitais da pessoa e é insuperável com os recursos habituais para resolver problemas.

• Crises são crises porque o indivíduo não acredita que poderá superá-las ou não conhece respostas adequadas para isso.

• Crises imobilizam as pessoas e as impedem de, conscientemente, controlar suas vidas.

• A palavra ´crise´ geralmente está associada aos sentimentos de medo, choque, sofrimento sobre uma interrupção na vida normal, não à interrupção em si.

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Ou seja...

• Crise é a percepção de um evento ou

situação como tendo uma dificuldade intolerável, que

excede os recursos e mecanismos de

enfrentamento da pessoa.

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Uma crise se desenvolve em 4 passos:

• 1- ocorre uma situação crítica que leva a pessoa a avaliar se seus mecanismos habituais de enfrentamento são suficientes e adequados.

• 2- a tensão e a desorganização em torno do evento aumentam e superam as habilidades de enfrentamento.

• 3- é necessário o uso de outros recursos, além dos individuais/pessoais.

• 4- a conseqüência final é que a pessoa envolvida na crise terádificuldades, por algum tempo, em gerenciar sua própria vida.

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O que esperar e fazerem uma crise

• 1- Ações são estruturadas para ampliar a competência da pessoa em enfrentar a crise, usando habilidades de solução de problemas.

• 2- Ações buscam atingir áreas problemáticas específicas abaladas pelo evento.

• 3- O foco é colocado e mantido no problema e busca agir sobre a consciência da situação.

• 4- Eventos decorrentes são considerados também importantes para entender a situação.

• 5- Não se procura modificar a personalidade da pessoa em crise.

• 6- O vínculo criado entre a pessoa em crise e aquele que a ajuda não é foco de atenção, a menos que venha a representar um obstáculo ao atendimento.

• 7- Busca-se conjugar a informação derivada do conhecimento sobre a pessoa, sua referência sócio-cultural e a situação crítica.

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DESASTRES E TRAUMAS

Desastres diferem de outros tipos de trauma, com relação à sua escala e

efeitos, o que vai implicar um apoio diferenciado daquele

oferecido em situações de perda e estresse.

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O QUE ESPERAR DE PESSOAS QUE PASSAM POR UM DESASTRE:

•as vítimas têm suas vidas alteradas de forma profunda e permanente;

•muitas vezes tornam-se mais fortes, maduras e sensíveis;

•perdem a ilusão confortável de segurança que faz com que acreditem que acidentes acontecem apenas com outras pessoas;

•muitas vezes tornam-se mais engajadas com a comunidade

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Os mais vulneráveisIdosos, crianIdosos, criançças, pessoas com as, pessoas com

histhistóória anterior de doenria anterior de doençça a mental ou pessoas que mental ou pessoas que

enfrentavam crises no percrises no perííodo odo anterior ao acidente podem anterior ao acidente podem precisar de maior atenprecisar de maior atençção e ão e

cuidado.cuidado.

Vale observar necessidades Vale observar necessidades especiais de algumas pessoas, especiais de algumas pessoas, principalmente aquelas que principalmente aquelas que

não são identificnão são identificááveis veis ààprimeira vista.primeira vista.

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Um pouco sobre perdas e Um pouco sobre perdas e lutoluto

A morte de uma pessoa amada levanta questões relativas à própria morte

Os que trabalham com crises precisam conhecer e ter claras suas questões sobre morte e luto.

A morte significa parada de funções (o corpo não volta a ser o mesmo) e a noção de ´para sempre´, ao menos diante do que é conhecido.

Cada pessoa tem a própria concepção de morte, baseada em crenças pessoais e influências culturais.

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Os cuidados em situações de emergência com risco de luto traumático se destinam

a:sobreviventes feridos;

sobreviventes não feridos;

familiares e amigos enlutados e traumatizados;

equipe de assistência emergencial;

membros da equipe de resgate e outros serviços de apoio;

membros da mídia que cobriram o fato;

vítimas secundárias e população em geral.

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Lidando com pessoas enlutadas e traumatizadas

• Tente compreender os comportamentos que são apresentados pelo enlutado e/ou traumatizado.

• Mantenha-se calmo e seja gentil para impor limites necessários.

• Se surgir algum tipo de conflito, mantenha-se com estas regras básicas: prepare, pergunte, escute, ouça e responda.

• Se houver dificuldades na comunicação, tente agir e não reagir; descreva seus sentimentos em vez de descarregá-los.

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Lidando com pessoas enlutadas e traumatizadas

• Não faça promessas que não possa cumprir.• Evite clichês como:

– “...com o tempo passa...”– “...pense em tudo que ainda tem e agradeça a Deus...”– “....fique contente porque ele não sofreu...– “...eu sei como está se sentindo...”

• Não tente fazer com que a pessoa pare de sofrer rapidamente.

• Não evite assunto e não desvie a conversa do tema.• Se a pessoa utilizar humor, mesma que pareça humor negro,

ouça, respeite mas não acrescente seu próprio humor ou estoque de piadas.

• Não ignore ameaças, inclusive as de suicídio.

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Lidando com perdas pessoais

• Estresse emocional por trabalhar com trauma, morte e luto.

• Famílias de membros das equipes mobilizam-se e preocupam-se por sua saúde e seu futuro.

• Há o estigma de trabalhar com morte.• Muitas vezes, o membro da equipe é obrigado a

vivenciar desagradáveis comentários sobre o desastre, vindos de vizinhos, mídia e outras pessoas.

• Deve haver um espaço onde esse estresse seja trabalhado para que os membros da equipe possam apresentar uma boa qualidade de trabalho.

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O que devemos comunicar?

• Lembrando que comunicação não é sóverbal...

• Ninguém gosta de dar más notícias• A quem comunicar?• O que?• Como?• Onde?

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Não é possível medir, com uma medida única, o sofrimento alheio; não se pode julgar, nem tirar conclusões.Respeitar é não usar a minha medida para sentir o sofrimento do outro, mas usar a dele próprio. Uma experiência ou fato que, para mim, parece não ter valor, para o outro poderá ser motivo de grande angústia, de grande ansiedade e tristeza.

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RITUAIS

• É de extrema importância que se favoreça e promova a realização de rituais. Os rituais ocasionados em função de um desastre possuem grande importância porque reduzem o sentimento geral de desamparo, organizam os primeiros dias definindo tarefas previsíveis e provêem ao traumatizado/enlutado a

autorização para o luto.

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Por que rituais?• Funções dos rituais:• marcar a perda de um membro da

família e permitir e despedida;• facilitar a expressão de sofrimento;• ajudar o enlutado a dar sentido à

perda;• oferecer apoio social aos enlutados.• Tipos de rituais:• religiosos: missa, funeral e velório;• rotineiros da família: hábitos e

comportamento que organizam a família;

• rotineiros da comunidade envolvida no desastre: por exemplo, a criação de monumentos; cerimônias públicas.

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Dicas para os cuidadores:Dicas para os cuidadores:• Pergunte ao sobrevivente/enlutado como ele está e ESCUTE a

resposta;• Permita que as pessoas falem quando tiverem vontade, mas não as

force a falar;• Aceite todos os sentimentos e reações;• Prepare-se para ouvir relatos horríveis, sem fazer julgamentos;• Não tema o silêncio;• Não traia a confiança;• Pergunte-lhes como você pode ajudar, ao mesmo tempo que oferece

opções práticas e obtém informações sobre problemas cotidianos que eles podem ter naquele momento. Deixe que eles decidam se querem ajuda, antes de você se precipitar;

• Ofereça apoio, mas não tente fazer com que a pessoa se sinta ‘ótima’;

• Lembre-se de cuidar de você também !!!

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Cuide de você e de sua equipe !!!

• Seja gentil consigo próprio• Esteja consciente de seus limites• Aprenda a diminuir as expectativas a seu respeito e

sobre o que você quer realizar. Reconheça que você está fazendo o seu melhor e consiga ver e valorizar seus esforços

• Seja cuidadoso para não exagerar no seu compromisso

• Busque apoio, aprenda a delegar• Alimente-se adequadamente, beba água, vá ao

banheiro• Seja realista.

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ALGUNS CUIDADOS

• Buscar fontes de energia:• - atividade física (manter a

habitual / adotar alguma na emergência): produção de endorfinas.

• - deve incluir recursos criativos: artes, música, leitura.

• Nutrição:• - Vitaminas B e C são

especialmente úteis na redução de estresse.

• - O mesmo para água e sucos naturais de frutas.

• - Muito açúcar pode produzir cansaço, fraqueza e confusão.

• - Deve-se evitar cafeína, tabaco, álcool e açúcar.

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Regras de Conduta (algumas)

• Não falar com a imprensa• Não fazer piadinhas com humor negro, fora do grupo.• Não julgar comportamentos ou crenças das

vítimas/sobreviventes.• Conforto físico não é prioridade, mas segurança sim.• Atender as orientações do coordenador, podendo fazer

sugestões a partir do que vem verificando.• Vestir-se adequadamente (situação, clima), evitar

roupas coloridas e também evitar a cor preta.

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Por que eu faço o que eu faço?• Com freqüência, o profissional de emergência se

defronta com limites pessoais e não quer mais ou não se sente capaz de ter uma vida semelhante a que tinha antes destas experiências.

• Mudanças de estilo de vida podem ser feitas conscientemente e encontram paralelo em mudanças de personalidade.

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Não é tão simples...• Mudanças negativas: tornar-se excessivamente controlador e rígido;

regressão permanente a padrões ou traços de personalidade encontrados em estágios anteriores do desenvolvimento; problemas no lidar com stress ou tensão; inabilidade para manter ou iniciar relacionamentos.

• Mudanças positivas: redefinição de objetivos de vida; maior flexibilidade nas estratégias de enfrentamento; maior tolerância quanto às diferenças individuais entre pessoas; desenvolvimento de novas compreensões acerca de questões espirituais ou religiosas;maior habilidade para comunicar respostas emocionais e expressarreações situacionais.

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O stress do profissional nas emergências

A equipe desenvolve estratégias de enfrentamento do stressEfeito do stress sobre os cuidados e as reações do profissionalSíndrome de Burnout: refere-se à possibilidade de suportar intensa resposta ao stress.Sintomas: despersonalização; redução dos níveis de realização; progressiva perda do idealismo, energia e objetivo; exaustão física, emocional e mental, ocasionada por esgotamento e fadiga crônica; auto-conceito negativo; irritabilidade e fadiga acentuadas.

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Necessidades e Dificuldades da Equipe

• Situações na vida pessoal afetam a habilidade para enfrentar e - em especial - para ouvir e estar próximo dos outros.

• Lidar com situações que tocam as experiências de perda faz com que tomem formas às vezes incontroláveis.

• Pressões de trabalho causam crises de lealdade entre as necessidades da vítima e as demandas da organização

• Aspectos do cuidar são desvalorizados• Gerenciamento da equipe não é efetivo

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MESA 5 - Atendimentos nas emergências e pós-desastres

Hierarquia de necessidades?

• Em primeiro lugar, as necessidades da vítima.

• As necessidades da equipe têm seu lugar também.

• É preciso reconhecê-las e admiti-las, para que não se mostrem como sintomas comportamentais da equipe.

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Necessidades da equipe

• Distinguir pesar do luto X burnout.• O pesar do luto é transitório e aproxima os

membros da equipe, para dar apoio mútuo.• O burnout é crônico, invasor, sem limites.

Mina a equipe e pode levar as pessoas a abandonar a profissão.

• Burnout não é um quadro psiquiátrico, mas pode levar a um.

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Efeitos do burnout na atenção àemergência

• Perda da motivação para o envolvimento

• Perda da fé na habilidade de ajudar

• Tensão emocional associada a conflitos e decisões

• Dificuldade de lidar com a morte

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MESA 5 - Atendimentos nas emergências e pós-desastres Mundo presumido após o trauma

• Eu sou invulnerável. Isto não pode

acontecer comigo.

versus

Eu sou vulnerável. Tudo pode acontecer

comigo.

• O mundo é seguro, ordenado, previsível.

versus

O mundo é perigoso, caótico, imprevisível.

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MESA 5 - Atendimentos nas emergências e pós-desastres

Preocupação básica com a sobrevivência.Luto pela perda de pessoas queridas e de posses de valor real e sentimental.Medo e ansiedade em relação à segurança pessoal e física das pessoas queridas.Distúrbios do sono, incluindo pesadelos e imagens do desastre.Preocupações sobre transferências para outro lugar com um isolamento relativo e/ou condições de vida sem privacidade.Necessidade de sentir-se parte da comunidade e de seus esforços de recuperação

PREOCUPAÇÃO E NECESSIDADES BÁSICAS DAS VÍTIMAS

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Santos, 09 a 13 de Dezembro de 2007

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´O meu morto é diferente do seu morto`

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Sigilo:

Uma pessoa que ajuda está numa posição privilegiada. Ajudar um sobrevivente implica inteirar-se dos problemas, preocupações e ansiedades algumas

vezes com detalhes bem íntimos. Este compartilhar não pode ser feito sem um senso

de confiança, deve ser construído com respeito mútuo e a compreensão explícita de que todas as discussões são confidenciais e privadas. Nenhum caso deve ser discutido em outro lugar sem o consentimento da

pessoa (exceto em extrema urgência, quando se julga que a pessoa vai ferir a si ou a outros). É somente pela manutenção da confiança e respeito do sobrevivente

que o privilégio de ajudar pode continuar a ser exercido.

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FORMAS BÁSICAS DE ATUAÇÃO

INTERVENÇÃO ADEQUADA À FASE DO DESASTRE

ADAPTAÇÃO AO LOCAL

INTERESSE GENUINO

ESCUTA ATIVA

AUXILIAR A PESSOA A SE ORGANIZAR NO CAOS

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MESA 5 - Atendimentos nas emergências e pós-desastres ASPECTOS QUE AJUDAM NO ENFRENTAMENTO

ESTABELECER LIMITES

ENCONTRAR UM SIGNIFICADO NA CRISE

EXPLORAR A MAIOR GAMA DE POSSIBILIDADES

TER FÉ E ACREDITAR EM ALGO

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ASPECTOS QUE AJUDAM NO ENFRENTAMENTO

ADMITIR SUA VULNERABILIDADE

ADMITIR SEUS TALENTOS

LOCALIZAR PARTES DO PROBLEMA COM AS QUAIS PODE LIDAR

IDENTIFICAR NECESSIDADES E IR À BUSCA DE SOLUÇÕES

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Obrigada !!!

Profa. Dra. Maria Helena Pereira Franco

[email protected]@4estacoes.com