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UFRGS -EENF Curso de Especialização “Cuidado Integral com a Pele no Âmbito da Atenção Básica” Atenção social aos usuários com lesão de pele Profa. Míriam Dias - 03 de julho de 2015

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UFRGS - EENF

Curso de Especialização “Cuidado Integral com a Pele

no Âmbito da Atenção Básica”

Atenção social aos usuários com lesão de pele

Profa. Míriam Dias - 03 de julho de 2015

Nosso debate

� Questão social e Seguridade Social� Políticas Públicas e a intersetorialidade para a integralidade

� Vulnerabilidades sociais e Serviços/Programas da Política de Serviços/Programas da Política de Assistência Social e de Saúde.

Em 17 de julho:� A família na política de saúde e assistência social: modos e condições de vida e seu papel nas políticas públicas.

Objetivos desta Atividade de Ensino

� Proporcionar conhecimentos que contribuam com a decisão do profissional que atende usuários com lesão de pele.que atende usuários com lesão de pele.

Determinantes Sociais da Saúde

Dahlgren e Whitehead, 1991 apud FIOCRUZ, 2008.

Sintetizando as políticas públicas...

Relação entre Estado e Sociedade

Estado = conjunto de instituições permanentes

Sociedade = grupos/setores de interesses econômicos, políticos e sociais que

permanentes

Governo = desempenha as funções do Estado através de um conjunto de ações propostas pela sociedade

políticos e sociais que compõem o tecido social

Políticas Econômicas e

Políticas Sociais

O passado não reconhece o seu lugar,o seu lugar,está sempre presente.

Mário Quintana

Questão social e Questão social e Seguridade Social

No advento da Modernidade

� Revolução Industrial

Revolução Científica

Revolução Francesa

As Transformações produzidas noCenário Social, Político e Econômico

� Criação das primeiras fábricas - início Séc. XVIII na Inglaterra e até metade Séc. XIX expande-se pela Europa

� Progresso tecnológico (máquina a vapor, tear)

� O trabalho camponês dá lugar ao tecelão

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� O trabalho camponês dá lugar ao tecelão

� Terra usada com fins comerciais

� Crescimento populacional das cidades

� Concentração do poder econômico e político na burguesia

� Criação de uma legislação repressiva

� Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão 1789

� Necessários muitos “braços” operários, “livres e assalariados”, a partir do séc. XIX.

Revogam-se leis como:

Estatuto dos Trabalhadores (1349)� Estatuto dos Trabalhadores (1349)� Estatuto dos Aprendizes (1563) � Lei do Assentamento (1563) - impedia os trabalhadores de mudarem de aldeia sem permissão do senhor local.

� Lei dos Pobres (1601)

Estatuto dos Trabalhadores de 1349, Eduardo III, rei da Inglaterra

� Obrigava a todos a permanecerem fixos em seu local de trabalho e a contentar-se com sua condição e com a retribuição dela advinda.

� Depois, Ricardo II acrescenta a tal decreto a � Depois, Ricardo II acrescenta a tal decreto a obrigação, para os empregados que deixam seu posto, de portar um atestado emitido pela autoridade local, sem o qual seriam detidos.

� Decreta também que quem tivesse trabalho agrícola não poderia escolher outro trabalho braçal.

Estatuto dos Aprendizes, (1563)

� O exercício de um ofício requeria uma aprendizagem de 7 anos, com a celebração de um contrato formal entre o mestre e o aprendiz.

� Às crianças menores de 9 anos de idade era proibido o acesso às oficinas de aprendizagem.

� Os contratos ficavam sob controle dos habitantes de determinadas cidades.

Lei dos Pobres, 1601 - reinado da Rainha Elizabeth

� Concedia auxílio financeiro a estes, mas obrigava os homens capazes a prestarem serviços em asilos e albergues.

� As crianças tinham que frequentar a escola e quem não trabalhava era açoitado, preso e poderia ser até condenado à morte. condenado à morte.

� O salário deveria ser suficiente para garantir apenas a “existência” dessas pessoas.

� Consolidou a ideia de que o Governo é responsável pelos pobres e foi o embrião do moderno Estado do Bem-Estar Social.

A Assistência no século XIX

� Resposta a Questão Social� A questão social enfrentada por duas tendências: � Escola Humanitária: lastima o lado mau das relações de produção, busca a das relações de produção, busca a harmonia entre as classes

� Escola Filantrópica: nega antagonismos; todos podem pertencer à classe dominante.

� Aproximação das fábricas nascentes aos agentes que realizavam ações filantrópicas, os quais tinham facilidade de acesso às famílias operárias.

Gênese da questão socialGênese da questão social

• Situação do início do século XIX, nosprimórdios da industrialização, quando,então, a questão social foi explicitamentenomeada pela primeira vez através daameaça de fratura representada pelosameaça de fratura representada pelosproletários da época, maisespecificamente na Europa, nos anos1830. (CASTEL, 1997).

• Expressão concreta das contradiçõesentre o capital e o trabalho no interior doprocesso de industrialização capitalista

• Foram as lutas sociais que transformaram a questão social em uma questão política e pública, transitando do domínio privado das relações entre capital e trabalho para a esfera pública, exigindo a intervenção do a esfera pública, exigindo a intervenção do Estado no reconhecimento de novos sujeitos sociais como portadores de direitos e deveres, e na viabilização do acesso a bens e serviços públicos pelas políticas sociais (Raichellis, 2006,p.15).

É a expressão das desigualdades sociais desigualdades sociais produzidas e reproduzidas na dinâmica

contraditória das relações sociais.

• A “questão social” - a miséria, a pobreza, e todas as manifestações delas, são pensadas não como resultado do sistema econômico, capitalista, mas como fenômenos autônomos e de responsabilidade individual ou coletiva dos setores por elas atingidos. setores por elas atingidos.

• “questão social” = problemas sociais, cujas causas estariam vinculadas a questões culturais, morais e comportamentais dos próprios indivíduos que os padecem.

• Concepção no Estado Liberal - capitalismo concorrencial (Montaño, 2012)

Proteção Social

�Variadas formas ao longo da civilização.

�Conceito amplo, vigente a partir do �Conceito amplo, vigente a partir do século XX, englobando a:

�Seguridade Social (Segurança Social)

�Políticas Sociais (Pereira, 2002)

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Experiências pioneiras de Proteção SocialExperiências pioneiras de Proteção SocialExperiências pioneiras de Proteção SocialExperiências pioneiras de Proteção Social

� Modelo Bismarckiano: de caráter seletivo e corporativista, no qual os benefícios eram fixos, uniformes e voltados apenas aos grupos profissionais; baseado nas propostas de Otto Von Bismarck, na Préssia, do final do século XIX;

� Modelo Beveridgeanos: de formatação calcada nos � Modelo Beveridgeanos: de formatação calcada nos direitos de cidadania, com ampla rede de benefícios sociais garantidores de um bom nível de vida a todos os indivíduos; seguindo a linha original do Plano Beveridge.

� caracterizado por ter benefícios uniformes, democráticos, igualitários, desmercadorizantes e universalizantes.

Modelos de Política Pública Social

Regime Liberal: o papel do Estado é minimizado, individualizando-se os riscos e fomentando as soluções de mercado, ou seja, indivíduos e famílias provem proteção;Regime Social-Democrata: orientação universalista, igualitarista e comprometida com a noção de direitos, bem característico de países europeus nórdicos;característico de países europeus nórdicos;Regime Conservador: Possui características fortemente corporativista. Evidencia o viés conservador na repartição dos riscos e no familiarismo, entendendo ter a família o caráter central como merecedora da atenção, sendo esta a responsável pelo bem-estar dos seus membros. (Esping-Andersen,1996)

O Brasil mescla os três tipos de políticas sociais, de uma forma não excludente, pelo contrário, de maneiras complementares.

Proteção social residual no BrasilProteção social residual no BrasilProteção social residual no BrasilProteção social residual no Brasil

ffffinal do Séc. XIX

� Entidades beneficentes para idosos e crianças abandonados e

pessoas doentes

� As práticas sanitárias para o controle de doenças que ameaçavam a manutenção de força de trabalho livre (fim da escravidão) e a expansão das atividades econômicas no espaço da cidade e outras áreas do campo, quando a cafeicultura era hegemônica na economia (Costa, 1986).hegemônica na economia (Costa, 1986).

� Campanhas Sanitárias - higienizar as áreas urbanas das epidemias. Descoberta da bacteriologia.

� Assistência médica centrada na prática liberal, e nas instituições de cunho caritativo e filantrópico - Santas Casas e Beneficência de grupos de imigrantes - destinados aos pobres e indigentes.

� Hospitais públicos, de âmbito estadual e no DF, com características nosocomiais (doentes mentais, tuberculose, hansenianos).

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Proteção Social no Brasil Proteção Social no Brasil Proteção Social no Brasil Proteção Social no Brasil

� Inicio na década de 1930 –CONSTRUÇÃO DO ESTADO MODERNO

� Intervencionista� Centralizador

�Modelos: SEGURO SOCIAL

ASSISTENCIAL (Fleury, 2003)25

Modelo Assistencial

�grupos pobres mais vulneráveis� Inspirados na ação caritativa e

reeducacional� Associação entre trabalho voluntário e

politicas públicaspoliticas públicas� Estrutura pulverizada e descontínua� Medidas compensatórias e não de Direito

Social

� “CIDADANIA INVERTIDA” – o sujeito tem que provar que fracassou no mercado

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Seguro Social

�“A proteção social dos grupos ocupacionais estabelece uma relação de direito contratual, na qual os benefícios são condicionados às contribuições pretéritas e à afiliação dos indivíduos a tais categorias à afiliação dos indivíduos a tais categorias ocupacionais que são autorizadas a operar um seguro.

�A organização altamente fragmentada dos seguros expressa a concepção dos benefícios como privilégios diferenciados de cada categoria, como resultado de sua capacidade de pressão sobre o governo”. (Fleury, 2003, p. 415) 27

Introdução ao Sistema de ProteçãoIntrodução ao Sistema de ProteçãoIntrodução ao Sistema de ProteçãoIntrodução ao Sistema de Proteção

� Fortalecimento do movimento operário e sindical impulsionou o governo na criação de certos dispositivos para responder à demanda do mundo do trabalho: � 1ª Lei de Acidentes de Trabalho em 1919.� Lei Carlos Chagas, em 1921, com ampliação dos

serviços de saúde pela ação estatal.serviços de saúde pela ação estatal.� Criação das CAPS (Lei Eloy Chaves, 1923) e

posteriormente, mudança para os Institutos de Pensões e Caixas de Previdência – IAP’s: classes de trabalhadores mais organizados, ferroviários e portuário,s e de setores produtivos prioritários

� Promulgação do Código Sanitário em 31/12/23.

� 1º Congresso Brasileiro de Higiene, em 1921.28

Política social traços desenvolvimentistasPolítica social traços desenvolvimentistasPolítica social traços desenvolvimentistasPolítica social traços desenvolvimentistas

� Desenvolver o país via crescimento econômico

� Criação de políticas previdenciárias e trabalhistas, salário mínimo e

jornada de 8 horas

� O Salário Mínimo é criado pela Constituição de 1934 e regulamentado por

Decreto em 1938. No entanto, somente em 1940 inicia sua aplicação, com

a publicação da sua primeira tabela.

� Reconhecido o direito de greve

� Criação da CLT, SENAI, SESI, SESC, LBA, Previdência Social

� Férias remuneradas

� Salário-maternidade

� Descanso remunerado nos feriados

� Salário-família

� 13º salário

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Política social ditadura militar Política social ditadura militar Política social ditadura militar Política social ditadura militar ---- 1964 a 1964 a 1964 a 1964 a 1985198519851985

•Milagre brasileiro, com a produção em massa de bens duráveis (automóveis e eletrodomésticos) e expansão do mercado interno de consumo;Internacionalização da economia brasileira;• Internacionalização da economia brasileira;

• Agravamento das condições de vida da população;

• Expansão dos direitos sociais o mesmo tempo que houve restrições dos direitos civis e políticos;

• Criação FGTS, PIS-Pasep; Finsocial; Salário educação.

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�Acidentes de trabalho para INPS (1967)

� Funrural, para trabalhadores rurais, sem recolhimento de contribuição (1971)

�Cobertura previdenciária para:�Cobertura previdenciária para:�Empregados domésticos (1973),� Jogadores de futebol (1973),�Autônomos (1973),�Ambulantes (1978)

�Renda Mensal Vitalícia para idosos pobres (1974)

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� Criação do MPAS (1974), incorporando a LBA, Funabem, Ceme e Dataprev

� Criação do BNH, com forte incremento da construção civil na construção de moradias populares.

� Em 1977 - Sistema Nacional de Previdência e Assistência Social - SIMPAS e em 1978 o INAMPS, com presença em todos os Estados INAMPS, com presença em todos os Estados representando o poder federal, dificultando o poder local formular e deliberar sobre políticas de saúde.

� Decréscimo nos recursos destinados à saúde e a insatisfação com o padrão de cuidado à saúde.

� Governo absorve as orientações da OMS -Conferência Internacional de Alma-Ata (1978) Atenção Primária à Saúde e de Saúde para todos no ano 2000. .

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� Keynesianismo, John Maynard Keynes, 1936 -intervenção estatal para o controle da economia e do mercado do trabalho, visando manter o processo global de acumulação capitalista e fazer frente às crises econômicas e ameaças sociais através de vários dispositivos, entre eles: � política salarial e controle dos preços; � política fiscal, com mecanismos de renúncia fiscal; � política social� política social

� Welfare State / Estado de Bem Estar Social –� União das políticas de cunho social com as perspectivas intervencionistas e revolucionárias da teoria de Keynes, que consistiu em um regime específico do capitalismo moderno. Estado Desenvolvimentista

� Brasil -1946-1964, que corresponde a um “projeto de superação do subdesenvolvimento através da industrialização integral, por meio de planejamento e decidido apoio estatal” (Bielschowski, 2004).

NeoliberalismoNeoliberalismoNeoliberalismoNeoliberalismo

� Nos princípios dos anos 70 - nova crise no capitalismo mundial. O Estado de Bem Estar Social -Welfare State é abalado pois a intervenção do Estado na economia não evitou novas crises.

� Crítica à aliança do Estado interventor com � Crítica à aliança do Estado interventor com a democracia social e ao solidarismo reinantes por restringirem a liberdade do mercado.

� Razões da Crítica – inflação, desequilíbrio nos balanços de pagamento e medíocres taxas de crescimento.

� Reestruturação produtiva do capitalismo -3ª Revolução Industrial.

Consequências no Brasil

� Reforma do Estado: � Aumento da dependência do capital externo – mercado globalizado

� Privatizações e DesregulamentaçãoFim do pleno emprego = desemprego em � Fim do pleno emprego = desemprego em larga escala

� Políticas sociais focalistas� Aumento das desigualdades sociais� Programa de Ajuste Estrutural = mecanismo para as economias dos países pagarem a dívida externa

Contexto da Constituição Federal 1988

� O Estado brasileiro desenvolvimentista, que havia sido elemento-chave do processo de industrialização, investindo em infraestrutura e criando estatais produtoras de matérias primas essenciais e que também tinha se preocupado em desenvolver o sistema público de proteção social, estava desenvolver o sistema público de proteção social, estava reduzido a poucas funções.

� A contenção do gasto público, dirigida tanto ao combate à inflação como à criação de um superávit primário fiscal, afastou o Estado de suas antigas funções, associadas ao período de desenvolvimentismo, entre 1930 e 1979.

Cadeia no Brasil

Branquinha (Alagoas) - Estragos causados pela enchente do Rio Mundaú no município de Branquinha.

Cidade terá que ser reconstruída

� Inauguração do Sistema de Proteção Social de reconhecimento de direitos sociais

� Principio da Justiça Social

� Busca da Universalização da Cidadania para romper com lógica de Cobertura Restrita

SEGURIDADE SOCIAL: Padrão Constitucional 1988

com lógica de Cobertura Restrita

� Afirmação do dever do Estado

� Subordinação das práticas privadas a regulação do Estado

� Uniformidade e equivalência dos benefícios rurais e urbanos

� Irredutibilidade do valor dos benefícios e serviços

� Diversidade na base de financiamento (Fleury, 2003)

Constituição Federal 1988

� Inovação na aplicação do princípio da Seguridade Social, que rompe com a lógica histórica de cidadania regulada: direitos sociais somente àqueles que pela sua condição de trabalhador são sua condição de trabalhador são contribuintes da Previdência Social, e assistência social de caráter tutelar e assistencialista aos sem trabalho.

� Adoção do princípio da Universalidade = cidadania plena

Capítulo “ORDEM SOCIAL”- Título VIII -

�Seguridade Social: “conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da dos Poderes Públicos e da sociedade, destinados assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social” (Art. 194).

Direitos Sociais

� Tem como fundamento o princípio da igualdade, pois anuncia a existência das desigualdades sociais.sociais.

� São exercidos pelos homens por meio da intervenção do Estado, que deve provê-los.

(Couto, 2004)

Direitos Sociais CF 1988

� Art. 6º - São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição.

� Redação dada pela Emenda Constitucional nº 64, de 2010

Seguridade Social

�A Seguridade da CF/88 articulou três sistemas preexistentes, regidos por lógicas diversas: a saúde pela necessidade, � a saúde pela necessidade,

� a previdência pela condição de trabalho,

� a assistência pela incapacidade.

Seguridade Social no Brasil

Saúde Universal Não Contributiva

Previdência Social

Seguro Social Contributiva

Assistência Social

Mínimos Sociais

Não Contributiva

�A leitura do artigo

�Seguridade Social: a agenda pendente, de Sonia Fleury,pendente, de Sonia Fleury,

�Suscitou .......

Políticas PúblicasPolíticas Públicas

- intersetorialidade para a integralidade -

Se as coisas são inatingíveis... ora!

Não é motivo para não querê-las...

Que tristes os caminhos, se não fora

A presença distante das estrelas!A presença distante das estrelas!

Mário QuintanaMário QuintanaMário QuintanaMário Quintana

Seguridade Social –�Sistema programático de segurança contra riscos, circunstâncias, perdas e danos sociais, cujas ocorrências afetam negativamente as condições de vida dos cidadãos.cidadãos.

Políticas Sociais –�Espécie de política pública que visa concretizar o direito à seguridade social, por meio de um conjunto de medidas, instituições, profissões, benefícios, serviços e recursos programáticos e financeiros (Pereira, 2002)

� “As políticas sociais são relações sociais que se estabelecem entre Estado e as classes sociais, no âmbito da reprodução das classes dominadas, e se traduzem em uma

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dominadas, e se traduzem em uma relação de cidadania – conjunto de direitos positivos que vinculam o cidadão ao seu Estado” (Fleury, 1994).

Política PúblicaPolítica PúblicaPolítica PúblicaPolítica Pública

� Espaço de tomada de decisão autorizada ou sancionada por intermédio de atores governamentais, compreendendo atos que viabilizem compreendendo atos que viabilizem agendas de inovação em políticas ou que respondem a demandas de grupos de interesses (Costa, 1998).

Política PúblicaPolítica PúblicaPolítica PúblicaPolítica Pública

�Campo do conhecimento que busca, ao mesmo tempo, ‘colocar o governo em ação’ e/ou analisar essa ação e, quando necessário, propor mudanças no rumo ou curso dessas ações.

�A formulação de políticas públicas constitui-se no �A formulação de políticas públicas constitui-se no estágio em que os governos democráticos traduzem seus propósitos e plataformas eleitorais em programas e ações que produzirão resultados ou mudanças no mundo real.

(Souza, 2006)

� Não basta a ordem social favorecer o funcionamento do mercado e garantir o cumprimento de contratos, se a contratação pressupõe a desigualdade de fato e tende a reforça-la.

� É preciso disciplinar o mercado, por meio da legislação positiva, isto é, da ação da legislação positiva, isto é, da ação política;

� É necessário, além disso, ordenar os meios para garantir um mínimo de segurança às familias, diante da doença, do desemprego e da velhice dos trabalhadores.

(Faria; kuntz, 2002)

� O poder público é concebido como responsável pela equalizaçao de oportunidades, pelo equilíbrio do jogo do mercado, pela manutenção da prosperidade e pela administração de uma rede social de segurança.segurança.

� Esta posição não desconsidera os direitos individuais afirmados pelo primado do liberalismo, mas considera uma nova concepção de direitos.

(Faria; kuntz, 2002)

� As políticas públicas repercutem na economia e nas sociedades, portanto, a teoria da política pública precisa explicar as inter-pública precisa explicar as inter-relações entre Estado, política, economia e sociedade.

(Souza, 2006)

A premissa do Federalismo

� CF/88 - Art. 195 – “A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais”.

� Federalismo = “ forma particular de organização político-territorial do poder do Estado, que o distingue do modelo unitário e do confederativo em relação aos aspectos fundamentais de sua estrutura e funcionamento” (Lima, 2007, p. 31).

Federalismo no Brasil� Reparte a autoridade política do Estado [a soberania] e o Estado [a soberania] e o exercício do poder [o governo] exercício do poder [o governo] em múltiplos centros soberanos definidos geograficamente e coordenados entre si.

� Diferente da maiorias do outros países, o Brasil é um sistema federativo de tripla soberania.sistema federativo de tripla soberania.

� Alto grau de heterogeneidade, existência de múltiplos centros de poder e de um sistema complexo de dependência política e financeira entre as esferas governamentais = resultados diversos na descentralização de políticas sociais, que podem ser contraditórios pelas profundas disparidades inter e intrarregionais.

Organização dos setores

� A partir da CF/88, o Ministério da Saúde absorve a rede de serviços de atenção à saúde da Previdência (INAMPS) e passa a ser o único responsável por todos os serviços de saúde, com exceção do benefício de auxílio-doença.

� O Ministério da Previdência e Assistência Social � O Ministério da Previdência e Assistência Social ficou responsável pelas duas áreas, mas foram transferidos para a área de Assistência Social � todos os benefícios assistenciais da Previdência (renda mensal vitalícia, auxílio natalidade e auxílio-funeral) além do novo Benefício de Prestação Continuada (BPC), e o papel de atribuir o caráter de filantropia às instituições, o que lhes garante isenção das contribuições previdenciárias.

Políticas Sociais no Brasil e sua organização

Artigos 194 a 204Artigos 194 a 204

da Constituição Federal

Leis Orgânicas

Políticas Sociais no Brasil e sua organização

�Leis orgânicas da Saúde, Assistência Social, Previdência Social, Educação.

�Estatutos da Criança e

� Planos Nacional, Estaduais e Municipais

� Conselhos Nacional, Estaduais e Municipais

Conferências Nacional, �Estatutos da Criança e Adolescente, Idosos; Igualdade Racial, Pessoa com deficiência, das Cidades

�Políticas da Habitação, Trabalho

� Conferências Nacional, Estaduais e Municipais

� Normas, Resoluções

� Gestão e financiamento tripartite

�A política pública em geral e a política social em particular são campos multidisciplinares, e seu campos multidisciplinares, e seu foco está nas explicações sobre a natureza pública e seus processos(Souza, 2006).

SETORES ! !INTERSETORIALIDADE ?

Previdência SocialEducação

Trabalho

Habitação

Cultura

Saúde

Assistência Social

Esporte

Profissão e Setor com

seu saber e contribuição

Objeto

Objetivos

Teorias

Técnicas

Meios de trabalho

Legislações

Financiamento

Gestão

Formação

Formas de atenção

INTERSETORIALIDADE

� Princípio de gestão das políticas sociais que privilegia a integração das políticas em sua elaboração, políticas em sua elaboração, execução, monitoramento e avaliação. (Sampaio, 2009).

� Busca superar a fragmentação das políticas, respeitando as especificidades de cada área.

� “A intersetorialidade se assenta no princípio da convergência da ação, devendo refletir uma racionalidade interna da ação racionalidade interna da ação governamental.

� Um modo de gestão da política pública é a intersetorialidade estar na base institucional com setorialidade nos órgãos de cúpula” (Sposati, 2006).

�A intersetorialidade implica a existência de algum grau de abertura em cada setor envolvido para dialogar, estabelecendo para dialogar, estabelecendo vínculos de co-responsabilidade e co-gestão pela melhoria da qualidade de vida da população (Campos, 2004)

Cidadãos

Fundamental para possibilitar a

INTEGRALIDADE

Cidadãos

Integralidade

•• Atributo central do cuidadoAtributo central do cuidado, para qualquer Modelo de Atenção [nas políticas públicas].

• Implica dotar o sistema de condições • Implica dotar o sistema de condições relacionadas às diversas fases do processo de cuidar e ao relacionamento do profissional com cada usuário.

• Indivíduos e coletividades devem dispor de um atendimento organizado, diversificado e humano.

(Campos, 2003, p. 577).

Descentralização

Participação social

Integralidade

Territorialidade

Atenção em níveis de complexidade

Similitudes entre Assistência Social e Saúde

Atenção em níveis de complexidade

Gestão entre os três entes federados

Financiamento dos três entes federados

MESMOS USUÁRIOS

Mesmas dificuldades de financiamento e Gestão de Pessoas

Problemas para IntersetorialidadeMarco Legal – Estruturas Políticas Administrativas – E ?

Vulnerabilidades sociais, Serviços e Programas de Serviços e Programas de Assistência Social e Saúde

Não sou nada.Nunca serei nada.Não posso querer ser nada.À parte isso, tenho em mim todos À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.

Fernando Pessoa

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São consideradas em condições de risco ou vulnerabilidade social pessoas e famílias nas

seguintes condições:

• redução da capacidade pessoal/desvantagem; • deficiência (auditiva, física, mental, visual e múltipla); • perda ou fragilidade de vínculos de afetividade/relacionais; • perda de pertencimento e sociabilidade; • discriminação por: etnia, gênero, orientação sexual/opção pessoal, faixa etária;

• abandono; • abandono; • exploração no trabalho; • violência doméstica (física e/ou psicológica): abuso sexual, maus-tratos, negligência;

• violência social: apartação social, inacessibilidade; • viver nas ruas – criança e adolescente com trajetória de rua; perda total ou parcial dos bens- (vítima de sinistros: desabamento/enchente/incêndio);

• e exclusão pela pobreza: problemas de subsistência, situação de mendicância, ausência de acessibilidade às demais políticas sociais, entre outros (BRASIL. PNAS, 2004)

População vulnerável = conjunto de pessoas residentes que apresentam pelo menos uma das

características (NOB SUAS, 2005)

� Famílias que residem em domicílio com serviços de infraestrutura inadequados. Conforme definição do IBGE, trata-se dos domicílios particulares permanentes com abastecimento de água proveniente de poço ou nascente ou outra água proveniente de poço ou nascente ou outra forma, sem banheiro e sanitário ou com escoadouro ligado à fossa rudimentar, vala, rio, lago, mar ou outra forma e lixo queimado, enterrado ou jogado em terreno baldio ou logradouro, em rio, lago ou mar ou outro destino e mais de 2 moradores por dormitório.

� Família com renda familiar per capita inferior a um quarto de salário mínimo.

� Família com renda familiar per capita inferior a meio salário mínimo, com pessoas de 0 a 14 anos e responsável com menos de 4 anos de estudo.com menos de 4 anos de estudo.

� Família na qual há uma chefe mulher, sem cônjuge, com filhos menores de 15 anos e ser analfabeta.

� Família na qual há uma pessoa com 16 anos ou mais, desocupada (procurando trabalho) com 4 ou menos anos de estudo.

� Família na qual há uma pessoa com 10 a 15 anos que trabalhe.

� Família no qual há uma pessoa com 4 a 14 anos que não estude.

� Família com renda familiar per capita � Família com renda familiar per capita inferior a meio salário mínimo, com pessoas de 60 anos ou mais.

� Família com renda familiar per capita inferior a meio salário mínimo, com uma pessoa com deficiência.

� Diagnóstico Socioterritorial de Porto Alegre

� MDS – SAGI

� http://aplicacoes.mds.gov.br/sagi/RIv3/geral/inde� http://aplicacoes.mds.gov.br/sagi/RIv3/geral/index.php

� Relatórios de Informações Sociais

Risco e Vulnerabilidade social

� Risco, usado pelos epidemiologistas em associação a grupos e populações

� Vulnerabilidade refere-se aos indivíduos e às suas suscetibilidades ou predisposições a respostas ou consequências negativas.consequências negativas.

Relação entre vulnerabilidade e risco: � “a vulnerabilidade opera apenas quando o risco está presente; sem risco, vulnerabilidade não tem efeito” (Yunes; Szymanski, 2001, p. 28 apud Janczura, 2012).

� As vulnerabilidades sociais dos usuários não tem origem na dinâmica local do seu território, mas em processos estruturais.

� A territorialização é elemento-chave para que serviços sejam ofertados A territorialização é elemento-chave para que serviços sejam ofertados próximos à população, mas se deve considerar que este processo também pode reforçar o estigma ao ser identificado como território vulnerável(Couto et al, 2010).

Política de Assistência Social

� Orientada pelo princípio de respeito à dignidade do cidadão, à sua autonomia e ao acesso a benefícios e serviços de qualidade, vedando-se qualquer comprovação vexatória de necessidade,

� Sob a condição de direito social e integrante da Sob a condição de direito social e integrante da seguridade social no país, passou a ter reconhecimento de política pública setorial,

� Com as diretrizes de descentralização político-administrativa e a participação dos indivíduos auto representáveis na sua formulação e sua fiscalização,

� Realizada através de um conjunto integrado de ações de iniciativa pública e da sociedade, para garantir o atendimento às necessidades básicas.

Política de Assistência Social

� “por décadas na matriz do favor, clientelismo, do apadrinhamento e do mando, [...] [que] caracterizou-se historicamente como não política, historicamente como não política, renegada como secundária e marginal no conjunto das políticas públicas” (Couto e al, 2010, p.33).

Política de Assistência Social

� Lei Orgânica da Assistência Social – Lei N° 8.742/1993

� Política Nacional de Assistência Social – PNAS - Resolução do CNAS nº

“A Assistência Social, direito do cidadão e dever do Estado, é

política de seguridade não contributiva, que provê os mínimos

sociais” (Art. 1° da LOAS)

� Política Nacional de Assistência Social – PNAS - Resolução do CNAS nº 145, de 15/10/2004

� Normas Operacionais Básica – NOB/SUAS de 2005 e 2012

� LEI Nº 12.435, 06 DE JULHO DE 2011 que institui o Sistema Único de Assistência Social, SUAS.� RESOLUÇÃO Nº 109, 11 DE NOVEMBRO DE 2009 - Aprova a Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais.

Lei nº 12.435/2011 - Art. 2º -objetivos da Assistência Social:

I - a proteção social, que visa à garantia da vida, à redução de danos e à prevenção da incidência de riscos, especialmente:a) a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice;adolescência e à velhice;

b) o amparo às crianças e aos adolescentes carentes;

c) a promoção da integração ao mercado de trabalho;

d) a habilitação e reabilitação das pessoas com deficiência e a promoção de sua integração à vida comunitária; e

e) a garantia de 1 (um) salário-mínimo de benefício mensal à pessoa com deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover a própria manutenção ou de tê-la provida por sua família;

� II - a vigilância socioassistencial, que visa a analisar territorialmente a capacidade protetiva das famílias e nela a ocorrência de vulnerabilidades, de ameaças, de vitimizações e danos;

� III - a defesa de direitos, que visa a garantir o pleno acesso aos direitos no conjunto das provisões acesso aos direitos no conjunto das provisões socioassistenciais.

Parágrafo único:

� Para o enfrentamento da pobreza, a assistência social realiza-se de forma integrada às políticas setoriais, garantindo mínimos sociais e provimento de condições para atender contingências sociais e promovendo a universalização dos direitos sociais.

Princípios da Proteção Social

Princípios Significado

Universalidade Pode ser acessado por todos os cidadãos.

Matricialidade sociofamiliar

A família é o núcleo protetivo intergeracional, presente no cotidiano e que opera tanto o circuito de relações afetivas como de acessosmateriais e sociais.

Descentralização compartilhada

Federalismo cooperativo, cuja concepção se opera pelo processo de regionalização.

Territorialização Dimensão da política que supõe o reconhecimento da heterogeneidade dos espaços em que a população se assenta e vive bem como o respeito cultural aos seus valores, referências e hábitos.

Intersetorialidade Construção de uma relação de complementaridade entre as políticas públicas.

NOB SUAS 2012 –

Art. 4º Seguranças afiançadas:

� I - acolhida: provida por meio da oferta pública de espaços e serviços para a realização da proteção social básica e especial, devendo as instalações físicas e a ação profissional conter:

a) condições de recepção; a) condições de recepção; b) escuta profissional qualificada; c) informação; d) referência; e) concessão de benefícios; f) aquisições materiais e sociais; g) abordagem em territórios de incidência de situações de risco;

h) oferta de uma rede de serviços e de locais de permanência de indivíduos e famílias sob curta, média e longa permanência.

� II - renda: operada por meio da concessão de auxílios financeiros e da concessão de benefícios continuados, nos termos da lei, para cidadãos não incluídos no sistema contributivo de proteção social, que apresentem vulnerabilidades decorrentes do ciclo de vida e/ou incapacidade para a vida independente e para o trabalho;

� III - convívio ou vivência familiar, comunitária � III - convívio ou vivência familiar, comunitária e social: exige a oferta pública de rede continuada de serviços que garantam oportunidades e ação profissional para: a) a construção, restauração e o fortalecimento de laços de pertencimento, de natureza geracional, intergeracional, familiar, de vizinhança e interesses comuns e societários;

b) o exercício capacitador e qualificador de vínculos sociais e de projetos pessoais e sociais de vida em sociedade.

� IV - desenvolvimento de autonomia: exige ações profissionais e sociais para:

a) o desenvolvimento de capacidades e habilidades para o exercício do protagonismo, da cidadania;

b) a conquista de melhores graus de liberdade, respeito à dignidade humana, protagonismo e certeza de proteção social para o cidadão e a certeza de proteção social para o cidadão e a cidadã, a família e a sociedade;

c) conquista de maior grau de independência pessoal e qualidade, nos laços sociais, para os cidadãos e as cidadãs sob contingências e vicissitudes.

V - apoio e auxílio: quando sob riscos circunstanciais, exige a oferta de auxílios em bens materiais e em pecúnia, em caráter transitório, denominados de benefícios eventuais para as famílias, seus membros e indivíduos.

Sistema Único da Assistência Social

Vínculos Familiares e Comunitários

PSB

PSE Média

PSE Alta

Ausência de Vínculos

Familiares e Comunitários

Lei nº 12.435/2011 - Art. 6º A - tipos de proteção da assistência social:deteção

SUAS

Proteção EspecialProteção Básica

De alta complexidade

Proteção Especial

De média complexidade

Proteção Básica

I - PROTEÇÃO SOCIAL BÁSICA:

� conjunto de serviços, programas, projetos e benefícios da assistência social que visa a prevenir situações de vulnerabilidade e risco social por meio do desenvolvimento risco social por meio do desenvolvimento de potencialidades e aquisições e do fortalecimento de vínculos familiares e comunitários.

� ofertadas precipuamente no Centro de Referência de Assistência Social (CRAS)

II - PROTEÇÃO SOCIAL ESPECIAL:

� conjunto de serviços, programas e projetos que tem por objetivo contribuir para a reconstrução de vínculos familiares e comunitários, a defesa de direito, o fortalecimento das potencialidades e aquisições e a proteção de famílias e indivíduos aquisições e a proteção de famílias e indivíduos para o enfrentamento das situações de violação de direitos.

� ofertadas pelos Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS), respectivamente, e pelas entidades sem fins lucrativos de assistência social

Rede Socioassistencial

•Conjunto integrado de ações, da iniciativa pública e da sociedade, que ofertam e operam benefícios, serviços, programas e projetos, o que supõe a articulação entre todas essas unidades de provisão de todas essas unidades de provisão de proteção social, sob a hierarquia da proteção social básica e especial, e ainda por níveis de complexidade (BRASIL,2005)

�Rede de Atenção à Saúde

�Rede de Atenção Psicossocial

Condições Agudas e Condições Crônicas

CONDIÇÕES AGUDAS CONDIÇÕES CRÔNICAS

Duração limitada Duração longa

Manifestação abrupta Manifestação gradual

Diagnóstico usualmente precisos Diagnóstico usualmente incertosDiagnóstico usualmente precisos Diagnóstico usualmente incertos

Intervenção usualmente efetiva Intervenção com alguma incerteza

Resultado: a cura Resultado: o cuidado

Centradas no cuidado profissional Centradas no autocuidado orientado

Cuidado centrado no médico Cuidado multiprofissional

PORTARIA Nº 3.088, DE 23/12/2011

� Art. 5º - A Rede de Atenção Psicossocial é constituída pelos seguintes componentes:

� I - Atenção Básica em Saúde;

� II - Atenção Psicossocial Especializada; � II - Atenção Psicossocial Especializada;

� III - Atenção de Urgência e Emergência;

� IV - Atenção Residencial de Caráter Transitório;

� V - Atenção Hospitalar;

� VI - Estratégias de Desinstitucionalização; e

� VI - Reabilitação Psicossocial .

�Se desejarem, passamos o material do MS sobre a Rede de Atenção Rede de Atenção Psicossocial

Marco conceitual da relação indivíduo-coletivo na vulnerabilidade

Conformado por três planos interdependentes de determinação e, consequentemente, de apreensão da maior ou da menor vulnerabilidade do indivíduo e da coletividade:

� Vulnerabilidade Individual - grau e à qualidade da informação que os indivíduos dispõem sobre os problemas de saúde, sua elaboração e aplicação na prática; de saúde, sua elaboração e aplicação na prática;

� Vulnerabilidade Social - avalia a obtenção das informações, o acesso aos meios de comunicação, a disponibilidade de recursos cognitivos e materiais, o poder de participar de decisões políticas e em instituições;

� Vulnerabilidade Programática - avaliação dos programas para responder ao controle de enfermidades, além do grau e qualidade de compromisso das instituições, dos recursos, da gerência e do monitoramento dos programas nos diferentes níveis de atenção (Ayres et al,1999, apud Sánchez; Bertolozzi, 2007)

Vínculo e relação com o controle da Tuberculose

� O tempo de atuação da Estratégia da Saúde da Família na comunidade, número de consultas e visitas domiciliares e envolvimento com o controle da tuberculose foram fatores que potencializaram o vínculo da equipe de saúde potencializaram o vínculo da equipe de saúde com os pacientes com tuberculose.

� Já a insuficiência de medidas intersetoriais, situação socioeconômica do paciente e abandono da família foram aspectos que fragilizaram a capacidade de vínculo (Gomes; Sá, 2009).

Vulnerabilidades em pacientes com Tuberculose, Curitiba, PR

� O estudo mostrou características pessoais relativas ao processo saúde-doença e de reprodução social, sendo que alguns sujeitos apresentavam vulnerabilidade individual em maior vulnerabilidade individual em maior escala que outros.

� Revelou-se também vulnerabilidades para o enfrentamento da vida como moradia, grau de instrução, acesso a bens de consumo e a serviços de saúde” (Bowkalowski; Bertolozzi, 2010)

Estratégia da Redução de Danos

� Acolher a pessoa significa suportar sua miséria e limitações subjetivas - “a dor e a delícia de ser o que é” e então, a partir daí, construir com ele/a caminhos possíveis.

� função de “espelho”- devolver uma imagem, lembrarsonhos e projetos uma vez contruídos e divididos com a gente no dia-a-dia

� reconhecer seus gestos de se enfrentar e se superar, � reconhecer seus gestos de se enfrentar e se superar, mesmo quando não conseguiu tudo o que pretendia

� criar com ele/a condições mínimas para que a pessoaconstrua uma demanda - tenha confiança para falar de si e do tipo de apoio que gostaria

� não exigir decisões rápidas, ter paciência com a caminhada da pessoa e respeitar o que é saúde para ela -dar tempo para a pessoa ir querendo coisas e fazendocombinações diferentes consigo mesma (Roberto, C., 2003).

Simultaneidade

- Eu amo o mundo! Eu detesto o mundo! Eu creio em Deus! Deus é um absurdo! Eu vou me matar! Eu quero viver!Eu vou me matar! Eu quero viver!- Você é louco?- Não, sou poeta

Mário Quintana

Referências

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