ata de anÁlise de impugnaÇÃo de edital · (justen filho, marçal. comentários à lei de...

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1/24 ATA DE ANÁLISE DE IMPUGNAÇÃO DE EDITAL Aos 22 (vinte e dois) dias do mês de novembro de 2018, às 11h30min, na sala da Comissão de Licitação da ECOS, reuniu-se a Comissão Permanente de Licitação, designada pela Portaria ECOS nº 142 de 28 de dezembro de 2017, para análise da impugnação interposta pela empresa SOMNIUM ENGENHARIA LTDA., apresentada no dia 13 de novembro de 2018, na Licitação modalidade Concorrência Pública nº 09/2018 - PAC nº 051/2018, que tem por objeto a contratação de empresa, pelo regime de empreitada por preços unitários, para consultoria especializada em engenharia e arquitetura com a finalidade de prestação de serviços de levantamentos, diagnósticos, estudos de concepção e viabilidade, estudos ambientais, licenciamentos, anteprojetos, projetos básicos, projetos executivos, aprovações e orçamentos de obras de edificações e infraestrutura e assessoria técnica para o Município de Betim/MG, mediante os termos e condições estabelecidos no presente Edital e em seus Anexos. I - DA IMPUGNAÇÃO Primeiramente deve-se esclarecer que a impugnação oferecida não impede o interessado de participar do certame. II - DAS ALEGAÇÕES E DA ANÁLISE A empresa SOMNIUM ENGENHARIA LTDA. apresentou impugnação devidamente anexada aos autos, por discordar dos critérios adotados quanto à Qualificação Técnica e à Proposta Técnica exigidas no Edital, consideradas, pela Impugnante, excessivas e ilegais, e que supostamente vão à contramão do caráter competitivo das licitações. Trata-se de mais um recurso repleto de fragmentos de lições de eminentes juristas e de preciosas jurisprudências em defesa dos princípios prescritos na Lei de Licitações. Como é de praxe na grande maioria das impugnações, tal material jurídico trata do assunto de forma bastante genérica, pois tais irresignações padronizadas, aplicadas ao caso concreto, não encontram socorro na jurisprudência e/ou na doutrina, tratando- se, especificamente, do motivo pelo qual os impugnantes profissionais entendem estar ocorrendo (ou, pode-se dizer, pretendem fazer entender que está ocorrendo) violações aos princípios da igualdade, da legalidade, da moralidade e da competitividade. Para responder às ponderações da Impugnante, a Comissão Permanente de Licitação atem-se aos Princípios da Legalidade, da Moralidade, da Impessoalidade, dentre outros princípios da Administração Pública, pois tem interesse que o maior número de empresas participe do certame, alcançando-se, consequentemente, a proposta mais vantajosa para o Município. Entretanto, no trato dos negócios públicos, o Administrador deve observar as formalidades legais, a fim de preservar o interesse público, a segurança das relações jurídicas e a constituição de direitos.

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Page 1: ATA DE ANÁLISE DE IMPUGNAÇÃO DE EDITAL · (JUSTEN FILHO, Marçal. Comentários à Lei de Licitações e Contratos Administrativos. 14ª edição. São Paulo: 2010, p. 436) O entendimento

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ATA DE ANÁLISE DE IMPUGNAÇÃO DE EDITAL

Aos 22 (vinte e dois) dias do mês de novembro de 2018, às 11h30min, na sala da Comissão de Licitação da ECOS, reuniu-se a Comissão Permanente de Licitação, designada pela Portaria ECOS nº 142 de 28 de dezembro de 2017, para análise da impugnação interposta pela empresa SOMNIUM ENGENHARIA LTDA., apresentada no dia 13 de novembro de 2018, na Licitação modalidade Concorrência Pública nº 09/2018 - PAC nº 051/2018, que tem por objeto a contratação de empresa, pelo regime de empreitada por preços unitários, para consultoria especializada em engenharia e arquitetura com a finalidade de prestação de serviços de levantamentos, diagnósticos, estudos de concepção e viabilidade, estudos ambientais, licenciamentos, anteprojetos, projetos básicos, projetos executivos, aprovações e orçamentos de obras de edificações e infraestrutura e assessoria técnica para o Município de Betim/MG, mediante os termos e condições estabelecidos no presente Edital e em seus Anexos. I - DA IMPUGNAÇÃO Primeiramente deve-se esclarecer que a impugnação oferecida não impede o interessado de participar do certame. II - DAS ALEGAÇÕES E DA ANÁLISE A empresa SOMNIUM ENGENHARIA LTDA. apresentou impugnação devidamente anexada aos autos, por discordar dos critérios adotados quanto à Qualificação Técnica e à Proposta Técnica exigidas no Edital, consideradas, pela Impugnante, excessivas e ilegais, e que supostamente vão à contramão do caráter competitivo das licitações. Trata-se de mais um recurso repleto de fragmentos de lições de eminentes juristas e de preciosas jurisprudências em defesa dos princípios prescritos na Lei de Licitações. Como é de praxe na grande maioria das impugnações, tal material jurídico trata do assunto de forma bastante genérica, pois tais irresignações padronizadas, aplicadas ao caso concreto, não encontram socorro na jurisprudência e/ou na doutrina, tratando-se, especificamente, do motivo pelo qual os impugnantes profissionais entendem estar ocorrendo (ou, pode-se dizer, pretendem fazer entender que está ocorrendo) violações aos princípios da igualdade, da legalidade, da moralidade e da competitividade. Para responder às ponderações da Impugnante, a Comissão Permanente de Licitação atem-se aos Princípios da Legalidade, da Moralidade, da Impessoalidade, dentre outros princípios da Administração Pública, pois tem interesse que o maior número de empresas participe do certame, alcançando-se, consequentemente, a proposta mais vantajosa para o Município. Entretanto, no trato dos negócios públicos, o Administrador deve observar as formalidades legais, a fim de preservar o interesse público, a segurança das relações jurídicas e a constituição de direitos.

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A Comissão Permanente de Licitação da ECOS encaminhou a Impugnação em análise à Diretoria Executiva de Operações da ECOS, a qual assim se manifestou.

A Impugnante demonstra completo desconhecimento acerca dos posicionamentos mantidos pelo Tribunal de Contas da União (TCU), no que concerne às exigências relativas à Qualificação Técnica e à Capacidade Técnica Operacional em licitações públicas, a saber: QUALIFICAÇÃO TÉCNICA PROFISSIONAL: É a apresentação por parte da licitante de atestado(s) emitido(s) por pessoas jurídicas de direito público ou privado, devidamente registrados(s) no CREA, acompanhado(s) de Certidão(ões) de Acervo Técnico – CAT, especifica(s) para a obra referida no(s) Atestado(s), comprovando que o(s) profissional(is) indicado(s) para ser(em) Responsável(is) Técnico(s) dos serviços, comprovadamente integrante(s) do quadro permanente da licitante, conforme prescrito no Item 6.1.3, alínea “F” do Edital em questão. Tal(is) atestado(s) não deve(m) conter qualquer menção à solicitação de quantitativos e são concernentes ao Profissional. CAPACITAÇÃO TÉCNICA OPERACIONAL DA LICITANTE (COMPROVAÇÃO DE APTIDÃO DE DESEMPENHO TÉCNICO DA LICITANTE): Trata-se da apresentação por parte da licitante de atestado(s) de capacidade técnica em nome da EMPRESA, assim destacado no Item 6.1.3, alínea “G” do Edital. Não deve ser exigido que tais atestados sejam registrados no CREA. Esses atestados devem ser de itens de maior relevância e valor significativo contidos na Planilha de Orçamento, e podem conter exigências de quantitativos mínimos, conforme DETERMINAÇÃO do TCU, nos termos dispostos na Portaria nº 108 do DNIT, de 1º de fevereiro de 2008, para estabelecimento de tais itens. Veja, a respeito, a transcrição abaixo:

Considerando determinações do Ministério dos Transportes, por meio da Instrução Normativa 01, de 04 de outubro de 2007, e do Egrégio Tribunal de Contas no que diz respeito aos procedimentos e exigências a serem adotados quanto às capacitações técnicas previstas nos editais de licitação, resolve: Art. 1º Determinar que a exigência de Capacitação Técnica se restrinja aos itens de maior relevância técnica e financeira contidos no objeto a ser licitado em número máximo de 8 (oito) e não superior a 50% (cinquenta por cento) das quantidades licitadas para o serviço específico. Art. 2º Os itens de maior relevância são entendidos como aqueles que constem do objeto licitado em valor igual ou superior a 4% (quatro por cento). Art. 3º Revoga-se a Portaria nº 721, de 9 de maio de 2007. Art. 4º Esta portaria entra em vigor na data de sua publicação.

Portanto, está claro que os itens de maior relevância e de valor significativo devem ser retirados da Planilha de Orçamento da Obra ou Serviços de Engenharia a serem licitados. Ocorre que, no caso do Edital em tela, não seria adequado e justo para as licitantes, exigir-se quantitativos para a comprovação da CAPACITAÇÃO TÉCNICA OPERACIONAL DA LICITANTE, uma vez que a Planilha de Orçamento é composta de itens e quantitativos de pessoal técnico/operacional e apoio logístico, sendo, o objeto da licitação, “Serviços de levantamentos, diagnósticos, estudos de concepção e viabilidade, estudos ambientais, licenciamentos, anteprojetos, projetos básicos,

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projetos executivos, aprovações e orçamentos de obras de edificações e infraestrutura e assessoria técnica para o Município de Betim/MG.”. Por tal razão se adotou a opção, tanto para a QUALIFICAÇÃO TÉCNICA PROFISSIONAL (Item 6.1.3, alínea “F”), quanto para a CAPACITAÇÃO TÉCNICA OPERACIONAL DA LICITANTE (Item 6.1.3, alínea “G”), de exigir, tão somente, atestados de “Coordenação ou Elaboração de estudos ou projetos”, sem qualquer exigência de quantitativo(s) mínimo(s). O insigne Jessé Torres Pereira Júnior, em Comentários à Lei das Licitações e Contratações da Administração Pública, 1994, p. 30, assim preleciona:

Os parágrafos do art. 30 preocupam-se sobretudo com a prova da qualificação técnica nos casos de obras ou serviços. Casos haverá em que a qualificação técnica emergirá suficientemente demonstrada pela só apresentação dos atestados referidos na cabeça do § 1°, inexigível, por excessiva, a prova de capacitação definida no inciso I (v.g., para a contratação de empresa locadora de mão-de-obra em serviços tais como limpeza, manutenção, ascensoristas etc.). O atestado de capacitação técnico-profissional cingir-se-á a certificar que o habilitante possui, em seu quadro permanente de pessoal (logo, descabe contratação em caráter eventual ou temporário), na data da licitação, que é a da entrega dos envelopes pelos licitantes (não valerá contratação posterior), profissional de nível superior em cujo nome haja sido emitido atestado de responsabilidade técnica (necessariamente registrado no órgão de controle do exercício profissional) por execução de obra ou serviço de características semelhantes às do objeto da licitação; a semelhança não se estenderá a todos os pormenores da obra ou do serviço, mas, tão-só, às parcelas significativas para o objeto da licitação.

(destaques nossos)

Marçal Justen Filho ensina o seguinte:

A capacidade técnica operacional “consiste em qualidade pertinente às empresas que participam da licitação. Envolve a comprovação de que a empresa, como unidade jurídica e econômica, participara anteriormente de contrato cujo objeto era similar ao previsto para a contratação almejada pela Administração Pública. (JUSTEN FILHO, Marçal. Comentários à Lei de Licitações e Contratos Administrativos. 14ª edição. São Paulo: 2010, p. 436)

O entendimento do Tribunal de Contas da União sobre a matéria, representado pelo Acórdão nº 128/2012 – 2ª Câmara, e pelo Acórdão nº 655/2016 do Plenário, é o seguinte:

Recomendar à UFRJ que exclua dos editais para contratação de empresa para a execução de obra de engenharia a exigência de registro no CREA dos atestados para comprovação da capacitação técnica operacional das licitantes, tendo em conta a recomendação inserta no subitem 1.3 do Capítulo IV combinado com o subitem 1.5.2 do Capítulo III do Manual de Procedimentos Operacionais para aplicação da Resolução CONFEA nº 1.025/2009, aprovado pela Decisão Normativa CONFEA nº 085/2011. (Acórdão 128/2012 – 2ª Câmara do TCU) Dar ciência ao Município de Itagibá/BA, de modo a evitar a repetição das irregularidades em futuros certames patrocinados com recursos federais, de que: (…) 9.4.2. a exigência de comprovação de aptidão técnica devidamente registrada junto

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ao Crea, dando conta de que a empresa interessada já desenvolveu serviços idênticos/semelhantes ao previsto no objeto do edital, contraria a Resolução 1.025/2009 do CONFEA e o Acórdão 128/2012 – TCU – 2ª Câmara. (Acórdão 655/2016 do Plenário do TCU)

Frisa-se que a atestação é condizente com os serviços constantes do Anexo I – Termo de Referência do Edital, não sendo, pois, excessiva a exigência dos itens elencados, sendo, os mesmos, limitados a 08 (oito), na forma do entendimento do TCU. Ademais, salienta-se que o Edital permite a participação de empresas em consórcios, sem qualquer limitação de quantidade das empresas componentes dos mesmos. A Administração está cumprindo as determinações da Corte de Contas, pois, se assim não proceder, optando-se pelo rigorismo excessivo, estará transgredindo a Lei e os seus princípios básicos, o que poderia restringir a competitividade do certame. Neste sentido, vejamos:

No curso de procedimentos licitatórios, a Administração Pública deve pautar-se pelo princípio do formalismo moderado, que prescreve a adoção de formas simples e suficientes para propiciar adequado grau de certeza, segurança e respeito aos direitos dos administrados, promovendo, assim, a prevalência do conteúdo sobre o formalismo extremo, respeitadas, ainda, as praxes essenciais à proteção das prerrogativas dos administrados. (Acórdão 357/2015-Plenário do TCU)

A Impugnante precisa guardar maior cuidado na interpretação do Edital, pois se equivoca quando diz que é descabida a exigência de tempo de experiência profissional para a capacidade técnico-profissional. O fato é que o Edital, em momento algum, faz exigência de comprovação de tempo de experiência profissional para a capacidade técnico-profissional. Ocorre que a Impugnante faz uma má interpretação das diferentes fases licitatórias, misturando o que são Documentos de Habilitação (qualificação técnica) com a Proposta Técnica. A esse respeito, veja o que diz a Lei Nacional nº 8.666/1993, no seu art. 46, caput e § 1º, inciso I, in verbis:

Art. 46. Os tipos de licitação "melhor técnica" ou "técnica e preço" serão utilizados exclusivamente para serviços de natureza predominantemente intelectual, em especial na elaboração de projetos, cálculos, fiscalização, supervisão e gerenciamento e de engenharia consultiva em geral e, em particular, para a elaboração de estudos técnicos preliminares e projetos básicos e executivos, ressalvado o disposto no § 4o do artigo anterior. § 1o Nas licitações do tipo "melhor técnica" será adotado o seguinte procedimento claramente explicitado no instrumento convocatório, o qual fixará o preço máximo que a Administração se propõe a pagar: I - serão abertos os envelopes contendo as propostas técnicas exclusivamente dos licitantes previamente qualificados e feita então a avaliação e classificação destas propostas de acordo com os critérios pertinentes e adequados ao objeto licitado, definidos com clareza e objetividade no instrumento convocatório e que considerem a capacitação e a experiência do proponente, a qualidade técnica da proposta, compreendendo metodologia, organização, tecnologias e recursos

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materiais a serem utilizados nos trabalhos, e a qualificação das equipes técnicas a serem mobilizadas para a sua execução;

Nota-se que o Edital regente do certame somente solicita, para a elaboração das propostas técnicas, o que está explicitado no art. 46, § 1º, inciso I, da Lei Nacional nº 8.666/1993. Quanto à alegação de cerceamento do caráter competitivo do certame, cumpre rebatê-la com veemência, dado que os parâmetros fixados encontram total respaldo na legislação atinente, bem como na jurisprudência do Tribunal de Contas da União, sendo certo que os critérios foram estabelecidos, criteriosamente, com o único propósito de impedir que empresas sem a necessária qualificação técnica para a execução do serviço, participem do processo licitatório; preocupação, esta, obrigatória para a correta e eficiente aplicação dos recursos públicos. Também de forma equivocada e sem qualquer amparo concreto, a Impugnante sustenta que os critérios adotados pela ECOS, no certame em análise, são dotados de subjetividade. No entanto, os critérios postos do Edital, visando ao julgamento das propostas, são simples, transparentes e os mais objetivos possíveis, não pairando quaisquer ilegalidades sobre os mesmos. Para uma melhor visualização dos critérios utilizados para julgamento das propostas das licitantes, transcrevem-se, aqui, os dispositivos contidos no Edital em comento, in verbis:

9.2 - JULGAMENTO DA PROPOSTA TÉCNICA A) Transcorrido o prazo sem interposição de recursos, ou havendo expressa desistência deles ou após julgamento dos recursos interpostos, proceder-se-á a abertura dos envelopes nº 02. B) As Propostas Técnicas que estiverem de acordo com os critérios e especificações preestabelecidos neste Edital serão analisadas, podendo a Comissão convocar as licitantes para esclarecimentos de qualquer natureza, que venham facilitar o entendimento da mesma na fase de julgamento. C) As propostas técnicas serão objeto de análise e julgamentos por uma Comissão Especial de Julgamento (CEJ) nomeada pela Sr.ª Presidente da ECOS, composta, na forma da lei, com técnicos da ECOS. A CEJ observará os critérios estipulados no Edital para efeito de classificação das propostas. A CEJ emitirá relatório circunstanciado do julgamento das propostas técnicas e o enviará à Comissão Permanente de Licitação. D) A avaliação das propostas técnicas definirá a Nota da Proposta Técnica (NPT), que é a pontuação das mesmas, obtida mediante o emprego dos seguintes critérios, cuja pontuação máxima será a seguinte:

Item da Proposta Técnica

Descrição do Item Pontuação Máxima

1 Experiência da Licitante 38 (trinta e oito) pontos

2 Equipe Técnica Principal 34 (Trinta e quatro) pontos

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3 Metodologia e Plano de Trabalho.

28 (Trinta) pontos

Pontuação total da Proposta Técnica 100 (cem) pontos

E) EXPERIÊNCIA DA LICITANTE (38 pontos) E.1) Nesse critério deverá ser comprovada a experiência específica da empresa licitante ou do consórcio através de Certidões ou Atestados de Capacidade Técnica, emitido(s) por pessoa jurídica de direito público ou privado, em nome da licitante, devidamente registrados no Conselho Profissional competente (CREA ou CAU), demonstrando a capacidade técnico-operacional e a aptidão da licitante para desempenho de atividades pertinentes e compatíveis com o objeto da licitação, considerando-se as parcelas de maior relevância ou de valor significativo do objeto de licitação. E.2) A licitante poderá utilizar o mesmo atestado técnico para atender uma ou mais exigências. Neste caso a licitante deverá indicar, claramente, para cada atestado, os itens a serem considerados para efeito de pontuação; E.3) A experiência da licitante terá pontuação máxima de 38 pontos, de acordo com o critério descrito a seguir:

Experiência da Licitante Pontos por atestado

Nº Máximo de atestados

Pontuação máxima

Elaboração de projetos de infraestrutura de sistemas viários urbanos ou distritais contendo geometria e terraplenagem e drenagem e pavimentação; (pontuação máxima - 8 pontos)

Geometria e Terraplenagem

Com quilometragem entre até 5,00 km em um mesmo atestado

1 ponto

2

4 pontos

Com quilometragem entre 5,01 e 10,00 km em um mesmo atestado

2 pontos

Com quilometragem maior que 10,00 km em um mesmo atestado

4 pontos

Drenagem e Pavimentação

Com quilometragem entre até 5,00 km em um mesmo atestado

1 ponto

2

4 pontos

Com quilometragem entre 5,01 e 10,00 km em um mesmo atestado

2 pontos

Com quilometragem maior que 10,00 km em um mesmo atestado

4 pontos

TOTAL DESTE QUESITO 8 pontos

Elaboração de projetos de edificações de uso coletivo contemplando projetos arquitetônicos, estrutural, elétrico, hidráulico e prevenção e combate a incêndio (pontuação máxima - 12 pontos)

Área de Educação, Esporte e Lazer (escolas, creches, centro de treinamentos, etc.) com área até 1000,00 m2 em um mesmo atestado

2 ponto

2 4 pontos Área de Educação, Esporte e Lazer (escolas, creches, centro de treinamentos, etc.) com área acima de 1000,00 m2 em um mesmo atestado

4 pontos

Área de Saúde (Hospital, Posto de Saúde, Clinica, Laboratório, etc.) com área até 1000,00 m2 em um mesmo atestado

2 ponto 2 4 pontos

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Área de Saúde (Hospital, Posto de Saúde, Clinica, Laboratório, etc.) com área acima de 1000,00 m2 em um mesmo atestado

4 pontos

Área Institucional (Prefeituras, Secretarias, Museus, Bibliotecas, cadeias, penitenciárias, etc.) com área até 1000,00 m2 em um mesmo atestado

2 ponto

2 4 pontos Área Institucional (Prefeituras, Secretarias, Museus, Bibliotecas, cadeias, penitenciárias, etc.) com área acima de 1000,00 m2 em um mesmo atestado

4 pontos

TOTAL DESTE QUESITO 12 pontos

Elaboração de projetos de Requalificação ou Revitalização Urbana incluindo urbanismo e/ou paisagismo para áreas de uso coletivo, sendo pelo menos 1 (um) parque e/ou 1 (uma) praça; (pontuação máxima - 4 pontos)

Com área até 15.000 m² em um mesmo atestado

1 ponto

2

4 pontos

Com área entre 15.001 e 30.000 m2 em um mesmo atestado

2 pontos

Com área maior que 30.000m2 em um mesmo atestado

4 pontos

TOTAL DESTE QUESITO 4 pontos

Elaboração de estudos ou projetos ambientais para infraestrutura urbana e/ou empreendimentos de uso coletivo em área urbana (pontuação máxima - 5 pontos)

Estudo Ambiental 2 ponto

2 4 pontos Estudo ambiental contendo Impacto Ambiental (EIA) e Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) em um mesmo atestado

5 pontos

TOTAL DESTE QUESITO 5 pontos

Elaboração de projetos de sistemas de drenagem ou canalização em área urbana (pontuação máxima - 7 pontos);

Com quilometragem até 2,00 km em um mesmo atestado

3 ponto

2

7 pontos

Com quilometragem entre 2,01 e 5,00 km, em um mesmo atestado em um mesmo atestado

4 pontos

Com quilometragem maior que 5,00 km, em um mesmo atestado

7 pontos

TOTAL DESTE QUESITO 7 pontos

Elaboração de levantamentos, estudos, projetos de desapropriação de imóveis em área urbana (pontuação máxima - 2 ponto)

Projeto de Desapropriação 2 ponto 1 2 ponto

TOTAL DESTE QUESITO 2 ponto

TOTAL GERAL 38 pontos

OBSERVAÇÃO: A experiência da licitante, deverá ser demonstrada através de atestados, em nome da (s) empresa (s), fornecidos por pessoa jurídica de direito público ou privado obrigatoriamente acompanhado (s) da (s) respectivas Certidão de Acervo Técnico de registro no conselho de classe competente. F). EQUIPE TÉCNICA PRINCIPAL Para o julgamento da Equipe Técnica Principal proposta pelo Licitante será observado:

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F.1) Relação nominal de todos os profissionais que comporão a Equipe Técnica Principal com a indicação individual do tempo de experiência e comprovação de regularidade junto ao respectivo Conselho Profissional no ano de 2017; F.2) Currículos de cada Profissional; F.3) Diploma de Graduação reconhecido pelo MEC; F.4) Atestados comprobatórios das experiências dos profissionais indicados para a formação da Equipe Técnica Principal, com as respectivas Certidões de Acervo Técnico (CAT), separados e relacionados individualmente, com a indicação da especialidade a que se refere. F.5) A pontuação da Equipe Técnica Principal da Licitante será calculada com base na experiência prévia de cada integrante da equipe de profissionais a serem alocados na prestação dos serviços e será atribuída da seguinte forma:

Profissionais da Equipe Técnica Principal Pontuação Máxima

Coordenador Geral 12

Coordenador Setorial - Engenharia 7

Coordenador Setorial – Arquitetura e Urbanismo 7

Coordenador Setorial – Meio Ambiente 4

Coordenador Setorial - Orçamento 4

Total máximo 34 (trinta e quatro) pontos

F.6) A pontuação para a equipe técnica principal será feita a partir de sua experiência, através de atestados ou certidões que comprovem a experiência específica, devidamente registrados no Conselho Profissional competente, e que deverão estar acompanhados do respectivo Certificado de Acervo Técnico - CAT, tendo o seguinte critério de pontuação: F.6.1) Coordenador Geral, Engenheiro e/ou Arquiteto Sênior graduado há mais de 12 anos (12 pontos) - A análise dos documentos referentes ao Coordenador Geral será feita a partir de sua experiência, comprovada através de Atestados Técnicos e Certidão de Acervo Técnico (CAT), emitidas pelo CREA e/ou CAU e/ou Conselhos Profissionais competentes, tendo o critério de pontuação abaixo indicado: F.6.1.1) Experiência em serviços de coordenação e/ou elaboração de estudos e projetos de engenharia e/ou arquitetura, contemplando: F.6.1.1.1) Participação em coordenação de estudos e projetos de infraestrutura em sistemas viários urbanos ou distritais – 2,0 (dois) pontos por Atestado. Será considerado o máximo de 01 (um) Atestado - Valor Máximo = 2,0 (dois) pontos; F.6.1.1.2) Participação em coordenação e/ou execução de estudos e projetos de edificações de uso coletivo contemplando projetos arquitetônicos, estrutural, hidráulico proteção e combate à incêndio para área de Educação, Esporte e Lazer (escolas, creches, centro de treinamentos, etc.); – 2,0 (dois) pontos por Atestado. Será considerado o máximo de 01 (um) Atestado - Valor Máximo = 2,0 (dois) pontos; F.6.1.1.3) Participação em coordenação e/ou execução de estudos e projetos de edificações de uso coletivo contemplando projetos arquitetônicos, estrutural, hidráulico proteção e combate à incêndio para área de Saúde (Hospital, Posto de Saúde, Clínica, Laboratório etc.); – 2,0 (dois) pontos por Atestado. Será considerado o máximo de 01 (um) Atestado - Valor Máximo = 2,0 (dois) pontos; F.6.1.1.4) Participação em coordenação e/ou execução de estudos e projetos de edificações de uso coletivo contemplando projetos arquitetônicos, estrutural, hidráulico proteção e combate à incêndio para área de Edificação Institucional (Prefeituras, Secretarias, Museus, Bibliotecas, Cadeias, Penitenciárias etc.); – 2,0 (dois) pontos por Atestado. Será considerado o máximo de 01 (um) Atestado - Valor Máximo = 2,0 (dois) pontos; F.6.1.1.5) Participação em coordenação e/ou execução de projetos de revitalização, ou requalificação, ou urbanismo, ou paisagismo para áreas de uso coletivo em área urbana – 1 (um) ponto por Atestado. Será considerado o máximo de 01 (um) Atestado - Valor Máximo = 1 (um) ponto; F.6.1.1.6) Participação em coordenação e/ou execução de estudos ou projetos ambientais para infraestrutura e/ou edificações de uso coletivo em área urbana – 1 (um) ponto por Atestado. Será considerado o máximo de 01 (um) Atestado - Valor Máximo = 1 (um) ponto;

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F.6.1.1.7) Participação em coordenação e/ou execução de estudos ou projetos de canalização em área urbana – 1 (um) ponto por Atestado. Será considerado o máximo de 01 (um) Atestado - Valor Máximo = 1 (um) ponto; F.6.1.1.8) Participação em coordenação e/ou execução de estudos ou projetos de desapropriação de imóveis em área urbana – 1 (um) ponto por Atestado. Será considerado o máximo de 01 (um) Atestado - Valor Máximo = 1 (um) ponto; F.6.2) Coordenador Setorial de Projetos de Engenharia, Engenheiro Civil Intermediário graduado há mais de 08 anos (7 pontos) - A análise dos documentos referentes ao Profissional será efetuada a partir de sua experiência, comprovada através de Atestados Técnicos e Certidão de Acervo Técnico (CAT), emitidas pelo CREA, tendo o critério de pontuação abaixo indicado: F.6.2.1) Participação em coordenação e/ou execução de estudos e projetos de infraestrutura em sistemas viários – 3,5 (três e meio) pontos por Atestado. Será considerado o máximo de 01 (um) Atestado - Valor Máximo = 3,5 (três e meio) pontos; F.6.2.2) Participação em coordenação e/ou execução de estudos ou projetos de canalização em área urbana – 3,5 (três e meio) pontos por Atestado. Será considerado o máximo de 01 (um) Atestado - Valor Máximo = 3,5 (três e meio) pontos; F.6.3) Coordenador Setorial de Projetos de Arquitetura e Urbanismo. Arquiteto Intermediário graduado há mais de 08 anos (7 pontos) - A análise dos documentos referentes ao Profissional será feita a partir de sua experiência, comprovada através de Atestados Técnicos e Certidão de Acervo Técnico (CAT), emitidas pelo CREA e/ou CAU, tendo o critério de pontuação abaixo indicado: F.6.3.1) Participação em coordenação e/ou execução de estudos e projetos de edificações de uso coletivo contemplando projetos arquitetônicos, estrutural, hidráulico proteção e combate à incêndio para área de Educação, Esporte e Lazer (escolas, creches, centro de treinamentos, etc.); – 2,0 (dois) pontos por Atestado. Será considerado o máximo de 01 (um) Atestado - Valor Máximo = 2 (dois) pontos; F.6.3.2) Participação em coordenação e/ou execução de estudos e projetos de edificações de uso coletivo contemplando projetos arquitetônicos, estrutural, hidráulico proteção e combate à incêndio para área de Saúde (Hospital, Posto de Saúde, Clínica, Laboratório etc.); – 2,0 (dois) pontos por Atestado. Será considerado o máximo de 01 (um) Atestado - Valor Máximo = 2 (dois) pontos; F.6.3.3) Participação em coordenação e/ou execução de estudos e projetos de edificações de uso coletivo contemplando projetos arquitetônicos, estrutural, hidráulico proteção e combate à incêndio para área de Edificação Institucional (Prefeituras, Secretarias, Museus, Bibliotecas, Cadeias, Penitenciárias etc.); – 2,0 (dois) pontos por Atestado. Será considerado o máximo de 01 (um) Atestado - Valor Máximo = 2 (dois) pontos; F.6.3.4) Participação em coordenação e/ou execução de projetos de revitalização, ou requalificação, ou urbanismo, ou paisagismo para áreas de uso coletivo – 1,0 (um) ponto por Atestado. Será considerado o máximo de 01 (um) Atestado - Valor Máximo = 1,0 (um) ponto; F.6.4) Coordenador Setorial de Meio Ambiente, Engenheiro/Arquiteto Intermediário, graduado há mais de 08 anos (4 pontos) - A análise dos documentos referentes ao Profissional será feita a partir de sua experiência, comprovada através de Atestados Técnicos e Certidão de Acervo Técnico (CAT), emitidas pelo CREA e/ou CAU e/ou Conselhos Profissionais competentes, tendo o critério de pontuação abaixo indicado: F.6.4.1) Participação em coordenação e/ou execução de estudos ou projetos ambientais para infraestrutura urbana – 2,0 (um) pontos por Atestado. Será considerado o máximo de 01 (um) Atestado - Valor Máximo = 2 (dois) pontos; F.6.4.2) Participação em coordenação e/ou execução de estudos ou projetos ambientais para empreendimentos urbanos – 2,0 (um) pontos por Atestado. Será considerado o máximo de 01 (um) Atestado - Valor Máximo = 2 (dois) pontos; F.6.5) Coordenador Setorial de Orçamento, Engenheiro/Arquiteto Intermediário, graduado há mais de 08 anos (4 pontos) - A análise dos documentos referentes ao Profissional será feita a partir de sua experiência, comprovada através de Atestados Técnicos e Certidão de Acervo Técnico (CAT), emitidas pelo CREA e/ou CAU, tendo o critério de pontuação abaixo indicado:

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F.6.5.1) Coordenação e/ou Participação em elaboração de orçamentos de infraestrutura e/ou edificações urbanas – 2 (dois pontos) por Atestado. Serão considerados o máximo de 02 (dois) Atestados - Valor Máximo = 4 (dois) pontos; OBSERVAÇÕES: I - A licitante poderá utilizar o mesmo atestado técnico para atender uma ou mais exigências definidas para cada profissional. Neste caso a licitante deverá indicar obrigatória e claramente, para cada atestado, os itens a serem considerados para efeito de pontuação; II - A comprovação de vínculo profissional se fará com a apresentação de cópia da Carteira de Trabalho e Previdência Social – CTPS em que conste a licitante como Contratante, do Contrato Social da licitante em que o profissional estiver indicado como sócio, do contrato de trabalho ou de atestado técnico da empresa devidamente registrado no CREA da região competente em que conste o profissional como responsável técnico, ou ainda, declaração de contratação futura do profissional detentor do atestado apresentado, desde que acompanhada de declaração de anuência profissional. III - Para efeitos da experiência deverão ser apresentadas Certidões de Acervo Técnico, emitidas pelo CREA e/ou CAU e/ou Conselhos Profissionais competentes, de todos os integrantes da equipe técnica principal, comprovando a execução de serviços semelhantes aos licitados, conforme exigências especificadas. IV - Os profissionais relacionados na Equipe Técnica Principal da licitante não poderão integrar, em nenhuma hipótese, equipe técnica de outra licitante, sob pena de desclassificação de ambas. V - Os currículos dos profissionais indicados conterão um máximo de 5 (cinco) páginas, impressas no formato A4, Fonte Arial, Tamanho 11, com espaçamento entre linhas de 1,5. VI - Serão desclassificadas as propostas técnicas que obtiverem soma dos pontos da Nota da Proposta Técnica (NPT) inferior a 60 (sessenta) pontos. VII - Os textos da Proposta Técnica contidos em páginas adicionais que ultrapassem o limite definido para cada item não serão objeto de análise e/ou consideração por parte da Comissão Especial de Licitação, para fins de avaliação e pontuação. VIII - Após a análise e o julgamento das Propostas Técnicas haverá a publicação do resultado da presente fase da licitação, divulgando-se o Total das Notas Técnicas das Licitantes, em data e horário previamente definidos pela Comissão Permanente de Licitação e comunicado aos interessados. G). PROPOSTA DE METODOLOGIA E PLANO DE TRABALHO (28 pontos) G.1) Nesse item serão avaliadas e analisadas as propostas técnicas de Metodologia e Plano de Trabalho apresentadas pelas licitantes, que devem expor uma abordagem descritiva de como propõem a prestação dos serviços descritos no presente Edital, tomando por base os itens elencados no quadro abaixo. G.2) Para a apresentação da Metodologia e Plano de Trabalho a licitante deverá obrigatoriamente itemizar os assuntos a serem pontuados, conforme descrição abaixo, e limitar o texto em, no máximo 60 (sessenta) páginas, redigidos na fonte Arial, corpo 11, espaçamento simples, impressas no formato A4, excluída a folha de rosto. Desenhos, gráficos e tabelas poderão ser apresentados no formato A3, limitadas a 10 (dez) páginas, excluídas do limite das 60 (sessenta) páginas, vedado o plágio de textos e documentos já existentes (sob pena de anulação da pontuação no item, quando identificado). G.3) O critério de pontuação será o seguinte:

Item Descrição dos itens a serem avaliados Pontuação

Máxima

A

Apresentação de relatório técnico analítico descrevendo as características principais, especificidades, gargalos e potencialidades de desenvolvimento econômico e social sustentável do Município de Betim MG, contendo o plano de trabalho e a metodologia proposta pela licitante para apoiar, no âmbito dos objetivos desta licitação.

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B

Apresentação de Relatório Técnico que, levando em consideração as especificidades de Betim MG, demonstre o conhecimento da licitante dos aspectos técnicos, socioeconômicos e ambientais, específicos das atividades relacionadas à execução e apresentação dos diversos estudos e projetos que possam ser demandados, de conformidade com o escopo dos serviços, destacando levantamentos e projetos nas áreas de infraestrutura urbana, de transporte e logística, de meio ambiente e recursos hídricos, de edificações públicas, urbanismo e paisagismo em área urbana, contendo a metodologia e o plano de trabalho para implantar procedimento que assegure a qualidade e os prazos dos serviços, projetos e orçamentos a serem entregues, tendo como roteiro básico as referências contidas nas normas técnicas do sistema ISO 9000 e ISO 14.000.

07

C

Plano de trabalho e metodologia para promover a articulação, comunicação e relacionamento da equipe do Escritório de Projetos e Assessoramento da licitante com as equipes técnicas da ECOS, PREFEITURA, das Concessionárias de Serviços Públicos, dos órgãos ambientais, das Associações e Conselhos Profissionais e das Universidades, para obter o melhor resultado do objeto a ser contratado.

05

D

Plano de Trabalho e metodologia para assegurar o cumprimento das Normas Técnicas da ABNT e das exigências técnicas dos órgãos ambientais e concessionárias de serviços públicos nas fases de elaboração e aprovação dos levantamentos e projetos de cada especialidade prevista nos Elementos Técnicos por tipo de obra descritas no item 5 deste Termo de Referência, relacionando cada especialidade de projeto com a norma técnica ou normativa específica e os aspectos mais relevantes a serem observados nas fases de execução e aprovação, para evitar retrabalhos.

05

E

Plano de Trabalho e a metodologia proposta pela licitante para realizar e apresentar os serviços das atividades técnicas previstas neste Termo de Referência, da fase inicial de levantamentos preliminares até sua aprovação nas instâncias relacionadas, indicando e detalhando os aspectos técnicos e operacionais principais dos softwares a serem utilizados em cada especialidade de levantamentos e projetos, que deverá ser implantado pela empresa, em consonância com a ECOS e com a PREFEITURA.

04

TOTAL 28

G.4) Será atribuída pontuação aos quesitos aludidos no quadro acima adotando o seguinte procedimento: G.4.1) O quesito será avaliado quanto ao grau de abordagem, coerência, clareza e objetividade do texto, inovação e qualidade da apresentação, que conduzirão aos conceitos e pontuações seguintes:

CONCEITO PONTUAÇÃO

a) Não abordado ou erroneamente abordado

0% da nota máxima do item

b) Insuficiente de 1% a 30% da nota máxima do item

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c) Regular de 31% a 70% da nota máxima do item

d) Bom de 71% a 90% da nota máxima do item

e) Excelente de 91% a 100% da nota máxima do item

G.4.1.1) Os Conceitos constantes do quadro anterior serão aplicados de acordo com os seguintes critérios:

a) O conceito Não Abordado ou Erroneamente Abordado será utilizado quando o texto não considerar o tema indicado ou quando o texto e as informações não corresponderem ao objeto da proposta, ou ainda, quando estes forem contraditórios.

b) O conceito Insuficiente será devido quando o texto e/ou as informações estiverem incompletos ou quando não for abordado algum aspecto do problema/objeto ou ainda quando as informações forem insuficientes para a completa compreensão do tema abordado.

c) O conceito Regular será devido quando o texto contiver informações mínimas para a compreensão do tema abordado, quando houver falta de objetividade e clareza do texto ou quando o assunto tiver abordagem restrita em comparação com os demais Licitantes.

d) O conceito Bom será devido quando o texto contiver informações completas sobre o assunto, sendo, além disso, claro e objetivo;

e) O conceito Excelente será devido quando o texto contiver informações completas sobre o tema, além de ser coerente, claro, objetivo, com excelente qualidade de apresentação e, sobretudo, se for inovador. 9.3 – JULGAMENTO DA PROPOSTA DE PREÇOS A) Transcorrido o prazo sem interposição de recursos, havendo expressa desistência deles ou após julgamento dos recursos interpostos, proceder-se-á a abertura dos envelopes nº 03, em dia e hora determinados, no mesmo local constante do caput deste Edital. Na reunião, a Comissão procederá à abertura do envelope nº 03 das empresas classificadas. B) As propostas que não atenderem as condições desta licitação, que oferecerem alternativas de ofertas e cotações, bem como vantagens não previstas ou preços excessivos ou manifestamente inexequíveis, serão desclassificadas. C) Verificando-se discordância entre o preço unitário e o total, prevalecerá o primeiro, sendo corrigido o preço total; ocorrendo divergência entre valores numéricos e os por extenso, prevalecerão os últimos. Se a licitante não aceitar a correção de tais erros, sua proposta será rejeitada.

D) As propostas serão analisadas, podendo a Comissão convocar as licitantes para esclarecimentos de qualquer natureza, que venham facilitar o seu entendimento na fase de julgamento. E) No julgamento das Propostas de Preço serão avaliados os preços propostos pelas licitantes que obtiverem classificação das Propostas Técnicas, sendo atribuída Nota de Preço de acordo com o critério estabelecido no subitem seguinte. F) As Propostas de Preços receberão pontuação conforme a seguinte fórmula:

NPP= 100 x (Mp / PP) Onde: NPP = Nota atribuída à Proposta de Preços; Mp = (O+M)/2;

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Pp = Preço proposto pela licitante O = Valor dos serviços pelo orçamento de referência deste edital M = Média dos preços propostos pelas licitantes A relação Mp/Pp será limitada ao valor máximo de 1 (hum) Obs.: As notas calculadas serão arredondadas até os centésimos, consoante a norma ABNT NBR 5891 – Regras de arredondamento na Numeração Decimal. B.1) Será classificada em primeiro lugar a proposta apresentada de acordo com as especificações deste Edital, que contiver oferta do menor preço global obtido como produto das quantidades da “Planilha de Orçamento” pelos preços unitários cotados pelo Licitante. B.2) A Comissão desclassificará propostas que apresentarem valores unitários e/ou global de valor zero, ou global e unitário superior ao limite estabelecido, tendo-se como limite estabelecido o orçamento estimado do serviço/obra, ou ainda, com preços unitários e global manifestamente inexequíveis, assim considerados aqueles que não atenderem ao contido no art. 44, § 3°, da Lei Federal nº 8.666/1993. Deverá ser observado o disposto no art. 48 da Lei Federal nº 8.666/1993, em especial o seu § 1°, para apuração de preços unitários ou global inexequíveis. B.2.1) Conforme o disposto no art. 48 da Lei Federal nº 8.666/1993, consideram-se manifestamente inexequíveis, no caso de licitações de menor preço para obras e serviços de engenharia, as propostas cujos valores sejam inferiores a 70% (setenta por cento) do menor dos seguintes valores: a) média aritmética dos valores das propostas superiores a 50% (cinquenta por cento) do valor orçado pela Administração; ou, b) valor orçado pela Administração. B.2.2) Dos licitantes classificados na forma do § 1º, do art. 48, da Lei Federal n° 8.666/1993, cujo valor global da proposta for inferior a 80% (oitenta por cento) do menor valor a que se referem as alíneas “a” e “b” do referido § 1º, do art. 48, da Lei Federal n° 8.666/1993, será exigida, para assinatura do contrato, prestação de garantia adicional, dentre as modalidades previstas no § 1º, do art. 56, da Lei Federal n° 8.666/1993, igual à diferença entre o valor resultante das alíneas já citadas e o valor da correspondente proposta. G) Não se admitirá Propostas que apresentarem preços simbólicos, irrisórios, ou de valor incompatível com os preços dos insumos e salários de mercado, acrescidos dos respectivos encargos, ainda que não tenha o Edital estabelecido limites mínimos. H) A Comissão de Licitação, no julgamento das propostas de preços, poderá determinar que sejam promovidas retificações decorrentes de erros em operações aritméticas, tais como:

H.1) Discrepância entre valores grifados em algarismo ou por extenso: prevalecerá o valor por extenso; H.2) Erro de multiplicação do valor unitário pela quantidade correspondente: será retificado, mantendo-se o preço unitário e a quantidade, corrigindo-se o valor total; H.3) Erro de adição será retificado conservando-se as parcelas e corrigindo-se a soma; H.4) Erro de transcrição será corrigido, mantendo-se sempre o preço unitário e as quantidades previstas, alterando-se o valor final; H.5) Erro no preço total será corrigido de acordo com o disposto na forma acima;

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H.6) Os cálculos serão efetuados, arredondando-se até os centésimos consoante a norma ABNT NBR 5891 – Regras de arredondamento na Numeração Decimal. I) Serão desclassificadas as propostas que: I.1) Não atenderem às exigências do Edital; I.2) Apresentarem preços globais ou unitários simbólicos, irrisórios ou de valor zero, ou ainda, incompatíveis com os preços dos insumos e salários de mercado da região, conforme Artigo 44, parágrafo 3º da Lei Federal nº 8.666/1993; I.3) Contiverem preços unitários e/ou global excessivos ou manifestamente inexequíveis; I.3.1) Considerar-se-ão excessivos os preços que ultrapassarem o valor orçado pela ECOS; I.3.2) Conforme o disposto no artigo 48 da Lei Federal nº 8.666/1993 consideram-se manifestamente inexequíveis, no caso de licitações de menor preço para obras e serviços de engenharia, as propostas cujos valores sejam inferiores a 70% (setenta por cento) do menor dos seguintes valores: a) média aritmética dos valores das propostas superiores a 50% (cinquenta por cento) do valor orçado pela Administração; ou b) valor orçado pela Administração I.3.2.1) Das licitantes classificadas na forma do § 1º, do art. 48, da Lei Federal nº 8.666/1993, cujo valor global da proposta for inferior a 80% (oitenta por cento) do menor valor a que se referem as alíneas “a” e “b” anteriores, será exigida, para assinatura do contrato, prestação de garantia adicional, dentre as modalidades previstas no § 1º do art. 56, da mesma Lei, igual a diferença entre o valor resultante das alíneas já citadas e o valor da correspondente proposta. I.4) A Comissão de Licitação rejeitará todas as propostas apresentadas quando nenhuma delas satisfizer o propósito da licitação ou quando for evidente a inexistência de competição ou existência de conluio. 9.4) AVALIAÇÃO FINAL A) Será considerada vencedora a proposta que obtiver a maior Nota de Classificação (NC), adotando-se a seguinte relação:

NC= (FPT x NPT) + (FPP x NPP) onde: NC = Nota de Classificação FPT = Fator de Ponderação Técnica NPT = Nota da Proposta Técnica FPP = Fator de Ponderação de Preço NPP = Nota da Proposta de Preço B) São atribuídos os seguintes valores numéricos aos Fatores de Ponderação: FPT- Fator de Ponderação Técnica = 0,6 FPP- Fator de Ponderação de Preço = 0,4 Obs.: As notas calculadas serão arredondadas até os centésimos consoante a norma ABNT NBR 5891 – Regras de arredondamento na Numeração Decimal.

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C) Em caso de absoluta igualdade em preços, entre duas ou mais propostas, e depois de obedecido o disposto no § 2º, do art. 3º, da Lei Federal nº 8.666/1993, proceder-se-á ao desempate, por sorteio, em ato público, para o qual todas as licitantes serão convocadas. D) Mediante notificação, será colocado à disposição dos interessados, o resultado da licitação, cabendo, às licitantes, o prazo recursal de 05 (cinco) dias úteis, contado a partir do primeiro dia útil após a data da notificação. E.) A Comissão de Licitação, no julgamento das propostas de preços, poderá determinar que sejam promovidas retificações decorrentes de erros em operações aritméticas, tais como: E.1) Discrepância entre valores grafados em algarismo ou por extenso: prevalecerá o valor por extenso; E.2) Erro de multiplicação do valor unitário pela quantidade correspondente: será retificado, mantendo-se o preço unitário e a quantidade, corrigindo-se o valor total; E.3) Erro de adição será retificado conservando-se as parcelas e corrigindo-se a soma; E.4) Erro de transcrição será corrigido, mantendo-se sempre o preço unitário e as quantidades previstas, alterando-se o valor final. F.) A Comissão de Licitação poderá solicitar dos licitantes que prestem esclarecimentos quanto aos documentos referentes à Proposta de Preços, por meio de diligência formal, desde que as informações não alterem os preços apresentados e não correspondam a documentos que, originalmente, deveriam figurar na proposta. O não atendimento ao estabelecido implicará na desclassificação do Licitante. G) A Comissão de Licitação observará também, quando do julgamento das propostas, os seguintes procedimentos: G.1) Não utilizará qualquer elemento, fator ou critério sigiloso ou subjetivo, secreto ou reservado, que possa, ainda que indiretamente, elidir o princípio da igualdade entre os licitantes. G.2) Não considerará qualquer oferta de vantagem não prevista neste Edital, nem preço ou vantagem baseada nas propostas dos demais licitantes. G.3) Em conformidade com os arts. 44 e 45 da Lei Complementar nº 123/2006 e com o art. 34 da Lei Federal nº 11.488/2007, uma vez verificado o empate, ou seja, naquelas situações em que as propostas apresentadas pelas microempresas (ME), empresas de pequeno porte (EPP) que possuam receita bruta até o limite definido no inciso II, do caput, do art. 3º, da LC nº 123/2006, sejam iguais ou até 10% (dez por cento) superiores à proposta mais bem classificada, é garantido às mesmas o direito a oferta de preço inferior ao menor preço. G.4) Persistindo o empate adotará, como critério de desempate, quando iguais duas ou mais propostas, sorteio em ato público, conforme previsto no § 2º, do art. 45, da Lei Federal nº 8.666/1993, para o qual serão previamente convocados todos os licitantes, por escrito. G.5) Quando todos os licitantes forem inabilitados, ou forem todas as propostas desclassificadas, poderá a Empresa de Construções, Obras, Serviços, Projetos, Transportes e Trânsito de Betim – ECOS fixar aos licitantes o prazo de 08 (oito) dias úteis para a apresentação de nova documentação ou novas propostas, escoimadas das causas que levaram à inabilitação ou à desclassificação.

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H) Deverá a Comissão Julgadora consignar, em ata, a síntese de fatos ocorridos e pronunciados, submetendo todo o procedimento à homologação da autoridade competente. I) A Empresa de Construções, Obras, Serviços, Projetos, Transportes e Trânsito de Betim – ECOS se reserva o direito de, por despacho fundamentado, decidir: I.1) Pela revogação desta licitação, em razão de interesse público. I.2) Anular, total ou parcialmente, o procedimento, em razão de ilegalidade ocorrida no seu curso. J) Observando-se o disposto no art. 109 da Lei Federal nº 8.666/1993, admitir-se-á a interposição de recurso em qualquer fase desta licitação ou durante a execução do contrato que dela resultar.

Nota-se que os critérios utilizados para julgamento das propostas guardam perfeita consonância com as normas dos arts. 44 e 45 da Lei Nacional nº 8.666/1993, garantindo-se a lisura do certame e permitindo-se a escolha da proposta mais vantajosa para a Administração.

Assim se manifesta o TCU sobre o tema em análise:

Contratação pública – Licitação – Proposta – Julgamento – Critério Objetivo – Obrigatoriedade – TCU. Consoante orientação do TCU, cumpre à Administração adotar ‘critérios objetivos para o julgamento da proposta técnica, de modo a atender ao princípio do julgamento objetivo, previsto no art. 3º e no art. 40, inc. VII, ambos da Lei n. 8.666/93’. (TCU, Acórdão n. 542/2003, 1ª Câmara, Relator: Min. Marcos Vinicios Vilaça, DOU de 03.04.2003, veiculado na Revista Zênite de Licitações e Contratos — ILC, Curitiba: Zênite, n. 113, p. 639, jul. 2003, seção Tribunais de Contas.)

Percebe-se que a orientação do TCU é no sentido de que a Administração deverá

adotar critérios objetivos para o julgamento da proposta técnica, sempre que possível.

Não se pode desconsiderar, contudo, o fato de que a valoração de parâmetros

técnicos carrega, em si, determinada subjetividade da qual é impossível se afastar

completamente.

De toda forma, quando necessário, a Administração deve sempre buscar minimizar a

subjetividade do julgamento, uma vez que eliminá-la é impossível.

No Edital regente do certame, por mais que se observem expressões de cunho

indeterminado, tal como “Metodologia e Plano de Trabalho”, deve-se notar que há

sempre um critério palpável para determinação da pontuação. Vejamos:

6.2.1.3. METODOLOGIA E PLANO DE TRABALHO Este item deverá ser apresentado, na forma de um texto dissertativo redigidos na fonte Arial, corpo 11, espaçamento simples, em, no máximo 60 (sessenta) páginas,

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impressas no formato A4, acrescido de mais 10 (dez) páginas, no máximo, para atender a apresentação de gráficos, tabelas ou quadros julgados pertinentes, que poderão ser apresentados no Formato A3, vedado o plágio de textos e documentos já existentes (sob pena de anulação da pontuação no item, quando identificado), abrangendo cada um dos itens abaixo relacionados: A). A partir dos documentos técnicos disponibilizados, Termo de Referência, Plano Plurianual e Plano Diretor de Betim e de dados complementares a serem pesquisados pelos interessados, relativos ao Município de Betim, a licitante deverá apresentar: A.1) Um relatório técnico analítico descrevendo as características principais, especificidades, gargalos e potencialidades de desenvolvimento econômico e social sustentável de Betim e detalhar o plano de trabalho e a metodologia proposta pela licitante para apoiar, no âmbito dos objetivos desta licitação, o desenvolvimento do município; A.2) Levando em consideração as especificidades avaliadas acima, a licitante deverá demonstrar que detém o conhecimento dos aspectos técnicos, socioeconômicos e ambientais, específicos das atividades relacionadas à execução e apresentação dos diversos estudos e projetos que possam ser demandados, de conformidade com o escopo dos serviços, destacando trabalhos nas áreas de infraestrutura urbana, de transporte e logística, de meio ambiente e recursos hídricos, de edificações públicas, urbanismo e paisagismo em área urbana e descrever a metodologia e o plano de trabalho para assegurar a qualidade dos serviços, projetos e orçamentos a serem entregues; A.3) Identificados, descritos e avaliados nos itens A.1 e A.2 deste Termo de Referência os aspectos particulares e notáveis que a licitante julgar importante para o desenvolvimento dos serviços, na qualidade e prazo estabelecido, a licitante deverá, neste item, apresentar seu plano de trabalho e metodologia para promover a articulação, comunicação e relacionamento de sua equipe do Escritório Local com as equipes técnicas da ECOS, das Concessionárias de Serviços Públicos, dos órgãos ambientais, das Associações e Conselhos Profissionais existentes e das Universidades para obter o melhor resultado para a execução dos serviços e o Desenvolvimento de Betim; A.4) A licitante deverá detalhar a metodologia e o Plano de Trabalho para assegurar o cumprimento das Normas Técnicas da ABNT, das exigências técnicas dos órgãos ambientais e das concessionárias de serviços públicos nas fases de elaboração e aprovação dos levantamentos e projetos de cada especialidade prevista nos Elementos Técnicos por tipo de obra descritas, neste Termo de Referência, relacionando cada especialidade de projeto com a norma técnica ou normativa específica e seus aspectos mais relevantes a serem observados nas fases de execução e aprovação, para evitar retrabalhos; A.5) Deverá a licitante descrever, de forma detalhada, o plano de trabalho e a metodologia proposta pela licitante para realizar e apresentar os produtos dos serviços das atividades técnicas previstas neste Termo de Referência (da fase inicial de levantamentos preliminares até sua aprovação nas instâncias relacionadas), especificando e justificando os softwares a serem adotados para cada especialidade profissional, a interação com o processo de gerenciamento e comunicações, em consonância com a ECOS, visando o gerenciamento do contrato e acompanhamento dos serviços que estiverem em execução.

Nota-se que os critérios postos no Edital dão a necessária concretude à avaliação das

propostas técnicas, sustentando-se o pleno respeito aos Princípios do Julgamento

Objetivo e da Impessoalidade.

Ademais, cumpre observar que a escolha do tipo de julgamento da licitação pela

“melhor técnica” ou pela “técnica e preço” busca elidir os frequentes fracassos na

execução de obras públicas, ocasionados por serviços de engenharia deficientes, que

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impõem a constante necessidade de se realizar revisões dos contratos para corrigir

as falhas que determinaram a sua paralisação.

A origem desses problemas repousa, na maioria dos casos, na forma perversa de contratação das obras e dos serviços de engenharia, uma vez que estes, em razão da sua natureza técnica profissional especializada, não podem ser contratados por licitações baseadas meramente em competição de preços. O fato é que a perfeita execução de obras públicas é consequência inafastável de um bom projeto e de uma adequada fiscalização do trabalho, resultando em melhores obras, no cumprimento de prazos e na redução significativa de custos. As obras e os serviços de engenharia, quando contratados mediante o tipo de julgamento “melhor técnica” ou “técnica e preço”, a despeito de inicialmente custarem um pouco mais caros, conduzem a uma economia, por vezes, muito mais elevada, garantindo-se, ainda, maior qualidade e durabilidade dos mesmos. Ao contrário (infelizmente), a contratação de obras e serviços de engenharia valendo-se, tão somente, do critério de julgamento “menor preço”, resulta em contratos com empresas menos qualificadas tecnicamente, em razão de uma insignificante economia inicial, a qual, na maioria das vezes, desaparece no valor final do empreendimento, perdendo-se a possibilidade de reduzir significativamente o valor final da obra/serviço, acaso houvesse firmado contrato com a melhor engenharia. Analisando a questão ora em debate, o insigne mestre Hely Lopes Meirelles assim se posiciona:

Diferentemente das outras espécies de licitações, em que a modalidade é estabelecida em função do valor do objeto licitado, o pregão destina-se à aquisição de bens e serviços comuns. Nos termos do citado diploma, consideram-se bens e serviços comuns aqueles cujos padrões de desempenho e qualidade possam ser objetivamente definidos pelo edital, por meio de especificações usuais de mercado. O conceito legal é insuficiente, visto que, a rigor, todos os bens licitados devem ser objetivamente definidos, em descrição sucinta e clara (Lei 8.666/93, art. 40, I). O que caracteriza os bens e serviços comuns é sua padronização, ou seja, a possibilidade de substituição de uns por outros com o mesmo padrão de qualidade e eficiência. Isto afasta desde logo os serviços de engenharia, bem como todos aqueles que devam ser objeto de licitação nas modalidades de melhor técnica ou de técnica e preço. No pregão o fator técnico não é levado em consideração, mas apenas o fator preço. (Direito Administrativo Brasileiro, Malheiros Editores, 27ª Ed. São Paulo)

(destaques nossos)

A natureza das obras e dos serviços, bem como a complexidade dos projetos a serem executados, cuja competência e responsabilidade recaem sobre a ECOS, determina que o julgamento da licitação em debate seja pelo tipo “técnica e preço”. Por certo não é pretensão da ECOS simplesmente firmar contrato pelo maior preço, mas, sim, selecionar serviços de satisfatória técnica e preço, de forma proporcional e adequada, assim como determina a Lei Nacional nº 8.666/1993, comparando e obtendo propostas equivalentes em técnica e preço para se determinar o real vencedor do certame.

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Visa-se, com isso, assegurar a qualidade dos serviços contratados, evitando-se que empresas desprovidas de capacitação técnica assumam a execução do objeto licitado. Visa-se, acima de tudo, garantir a prevalência do interesse público. Admitir-se que somente o preço determine o vencedor do certame é medida que não atende ao interesse público, fim maior da Administração Pública, e atenta, flagrantemente, contra o Princípio da Eficiência. Por sua vez, valendo-se do critério de julgamento do tipo “menor preço”, permite-se que empresas sem qualquer capacidade técnica apresentem propostas (e até mesmo se sagrem vencedoras), apesar de não terem qualificação para executar o objeto do contrato, afastando-se, por consequência, a possibilidade de participação de licitantes que agregam valores e qualidades em suas propostas. Acerca da escolha do critério de julgamento da licitação o mestre JESSÉ TORRES PEREIRA JÚNIOR ensina o seguinte:

Ora, ao se falar em compulsoriedade, afasta-se qualquer discricionariedade na escolha do tipo de licitação. Com efeito, para os bens e serviços envolvendo tecnologia (ex. consultoria de engenharia), a utilização do tipo de licitação "técnica e preço" é a que mais atende aos interesses da Administração, sob pena do serviço contratado não atender as expectativas do poder público contratante, e resultar relevante prejuízo ao interesse público. Em tal hipótese, a licitação tipo “menor preços” não atenderá o interesse público e inviabilizará a escolha da melhor proposta para a Administração, que se priva da comparação técnica de diversas soluções tecnológicas. Vale dizer que além dos textos legais sobre licitações, também urge destacar princípios constitucionais que devem orientar as decisões da Administração Pública e que devem ser aplicados quando as aquisições de bens e serviços envolvendo tecnologia. De acordo com a lição de Alexandre de Moraes merece ser ressaltada a interligação do princípio da eficiência com os princípios da razoabilidade e da moralidade, pois o administrador deve utilizar-se de critérios razoáveis na realização de sua atividade discricionária e, como salientado por Diogo de Figueiredo, deve-se considerar como imoralidade administrativa ineficiência grosseira da Administração Pública.

(destaques nossos)

É de especial importância, neste caso, destacar a necessária aplicação do Princípio da Razoabilidade, que nos dizeres do Ministro do STF, Alexandre de Moraes, é “(...) aquele que exige proporcionalidade, justiça e adequação entre os meios utilizados pelo Poder Público, no exercício de suas atividades - administrativas ou legislativas -, e os fins por ela almejados, levando-se em conta critérios racionais e coerentes.” (MORAES, Alexandre de. Constituição do Brasil Interpretada e Legislação Constitucional. São Paulo: Ed. ATLAS, 2002, p. 367.) Conclui-se, daí, que o entendimento legislativo deve ser no sentido de facultar à Administração escolher a Modalidade e o Tipo (Critério de Julgamento) de Licitação que melhor atendam às suas necessidades, salvo na hipótese de bens e serviços envolvendo tecnologia (ex. projetos e/ou consultoria de engenharia) em que se deve

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valorizar a técnica e o preço, buscando propostas equivalentes, a fim de assegurar maior tecnologia e benefícios à Administração Pública. A experiência em gestão de projetos e serviços de engenharia permite à ECOS deduzir que:

1) é arriscado contratar serviços de consultoria com empresas que não detenham suficiente experiência, devidamente comprovada, incapazes de mobilizar quadros técnicos de alta competência para garantir a segurança e a otimização econômico-financeira do investimento que será feito, segundo as indicações dos estudos e projetos elaborados pelas mesmas;

2) não teria sentido submeter a contratação dos serviços a uma competição de preços, que poderia ser fatal para o êxito do empreendimento, na medida em que pode comprometer a qualidade dos estudos, dos projetos e do gerenciamento da sua execução, sendo que a relação entre preço e qualidade é evidente;

3) é prática mundial a seleção de empresas de consultoria de engenharia pelo critério da melhor qualidade dos serviços, pela sua experiência anterior e por seus quadros técnicos. Também, o preço, é considerado, com peso e ponderação adequada, com vistas a enquadrar a contratação em preços compatíveis com o mercado;

4) a utilização de processos que valorizam o menor preço, da forma adotada em diversas licitações públicas no Brasil, tem demonstrado resultados habitualmente desastrosos, decorrentes da baixa qualidade dos serviços.

A escolha da modalidade de licitação, bem como do critério de julgamento, deve, obrigatoriamente, observar os critérios legais e buscar a compatibilidade com o objeto licitado, ponderando-se não apenas o preço, mas, também, a qualificação técnica da proposta. É de suma importância que no julgamento da proposta técnica se valorize, de forma equilibrada, a “experiência da empresa”, a “equipe técnica” e a “qualidade técnica da proposta” (metodologias em sentido lato) a ser empregada na elaboração dos trabalhos. Esses são os elementos essenciais na escolha da melhor proposta técnica. A ponderação escolhida pela ECOS para o julgamento da licitação em tela, é de 60% (sessenta por cento) para Proposta Técnica e de 40% (quarenta por cento) para a Proposta de Preços, percentuais, estes, usualmente utilizados por diversos órgãos federais (p.e., DEPARTAMENTO NACIONAL DE OBRAS TERRESTRES – DNIT, CAIXA ECONÔMICA FEDERAL, INFRAERO, etc.) e estaduais (p.e., SETOP-MG, DEOP-MG, etc.). Assim, buscando-se sempre garantir a prevalência do interesse público, a ECOS avalia, concomitantemente, as propostas técnicas e as propostas de preços, almejando, como resultado, uma contratação que atenda a ambos os requisitos. O Conselheiro Sebastião Helvécio do TCE-MG, no julgamento dos Recursos Ordinários nos 859.005 e 859.016, assim se posiciona:

“4 Da alegada subjetividade dos critérios de julgamento da proposta técnica

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Cuida-se, ainda, de alegações sobre a pretensa subjetividade do edital no que se refere aos itens “conhecimento do problema” e “metodologia”. Neste ponto, foram renovados os argumentos da denúncia inicial, na qual os recorrentes citam que o edital apresentou um critério demasiadamente subjetivo na avaliação das propostas técnicas. Afirmam que houve afronta aos arts. 44 e 45 da Lei de Licitações. Tais dispositivos dispõem que o julgamento das propostas deve ser objetivo, quer dizer, não serão admitidos critérios que comprometam a lisura do certame e prejudiquem a escolha da melhor proposta pela Administração.

Sobre o tema, vale transcrever o julgado do TCU:

Contratação pública — Licitação — Proposta — Julgamento — Critério objetivo — Obrigatoriedade — TCU. Consoante orientação do TCU, cumpre à Administração adotar ‘critérios objetivos para o julgamento da proposta técnica, de modo a atender ao princípio do julgamento objetivo, previsto no art. 3º e no art. 40, inc. VII, ambos da Lei n. 8.666/93’. (TCU, Acórdão n. 542/2003, 1ª Câmara, Relator: Min. Marcos Vinicios Vilaça, DOU de 03.04.2003, veiculado na Revista Zênite de Licitações e Contratos — ILC, Curitiba: Zênite, n. 113, p. 639, jul. 2003, seção Tribunais de Contas.

Desse modo, sempre que possível, a Administração deverá adotar critérios objetivos para o julgamento da proposta técnica. Mas, não podemos nos afastar do fato de que a valoração de parâmetros técnicos carrega, em si, determinada subjetividade da qual é impossível se afastar de todo. Assim, quando necessário, o administrador deve sempre buscar minimizar a subjetividade do julgamento, pois, como visto, eliminá-la é impossível. No edital sob comento, por mais que observemos expressões de cunho indeterminado como “conhecimento do problema”, devemos reconhecer que houve um critério palpável no sistema de pontuação. Os itens questionados da cláusula 4.2 do edital, a fls. 22-23, trazem parâmetros que considero razoáveis para a condução da avaliação das propostas técnicas dos licitantes. A exigência de conhecimento e entendimento correto sobre o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano do Município, do Plano Diretor de Transportes Urbanos, bem como de conhecimento da dinâmica da área central de Juiz de Fora é, sem dúvida, requisito essencial para se atingir a finalidade pública da contratação pretendida e, no meu entender, não tem o condão de afetar, por si, a impessoalidade indispensável à espécie. Além disso, é importante registrar que esses parâmetros foram utilizados pela própria recorrente, Planum, para embasamento das razões recursais apresentadas perante o Município de Juiz de Fora em recurso administrativo. Ao que tudo indica, naquele momento, os critérios previstos no edital se mostraram suficientes para guiar a recorrente sobre quais pontos deveria impugnar com relação à nota que lhe fora atribuída, cabendo registrar que teve, inclusive, seu pleito recursal deferido e sua nota final elevada.

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Os critérios estabelecidos no edital ficam mais nítidos quando verificamos os fundamentos adotados na fixação das notas aos concorrentes. A subjetividade alegada não se constata quando analisamos, por exemplo, as justificativas das notas dadas às licitantes classificadas relativamente ao item “conhecimento do problema”. Da leitura do Relatório Final do Exame da Proposta Técnica da concorrência em análise, elaborado pelo Município de Juiz de Fora, a fls. 260-269, verifica-se, mesmo para um leigo no assunto, a obediência a critérios de razoabilidade e de proporcionalidade nos fundamentos apresentados para a fixação da pontuação conferida. O município entendeu nesse relatório, mediante fundamentos plausíveis, e, ainda, em termos comparativos, pela superioridade da proposta técnica vencedora. Demonstrou-se, razoavelmente, que essa proposta técnica obteve mais pontos no item “conhecimento do problema” por trazer análise crítica e atualizada ao Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano, ao Plano Diretor de Transportes Urbanos e à área central de Juiz de Fora, como havia sido previsto no próprio edital. Por outro lado, demonstrou-se, também, que a proposta da licitante classificada em terceiro lugar limitou-se a transcrever, acriticamente, trechos dos referidos planos, sem demonstrar, em termos comparativos, o conhecimento apresentado por outros licitantes. Já com relação ao julgamento da metodologia, entendo também, que os fundamentos adotados pela Administração se mantiveram restritos aos itens constantes da cláusula 4.2.5 do edital e demonstraram, de forma crítica e comparativa, a discrepância entre as propostas técnicas. Em face disso, reforço o entendimento de que as justificativas e os fundamentos apresentados no relatório de julgamento deram concretude aos critérios de avaliação das propostas técnicas, não se vislumbrando, neste ponto, prejuízo relevante ao princípio do julgamento objetivo e ao da impessoalidade. ” (...) 8 Desproporção entre a nota técnica e a nota de preços Aduz-se no recurso, ainda, desproporcionalidade na forma de cálculo adotada pela Administração para a classificação das propostas, em razão de a proposta técnica representar 70% na valoração final e a de preço representar 30%. Com a devida vênia, diante da natureza eminentemente intelectual e da importância dos serviços a serem contratados, que demandam análise crítica da situação atual e formulação de soluções criativas para o transporte coletivo do Município de Juiz de Fora, entendo razoável a proporção adotada pelo edital que, ao que tudo indica, buscou privilegiar aspectos intelectuais que carregam potencial de atingir relevantes interesses públicos em detrimento de aspectos estritamente financeiros. Cabe lembrar, ainda, como já se demonstrou, que essa proporção estabelecida pela Administração não foi relevante para a alteração da ordem de classificação final no certame, sendo certo que a empresa vencedora apresentou, simultaneamente, maior pontuação técnica e menor preço, o que se mostra consentâneo à necessária busca de contratação mais vantajosa para o Poder Público.”

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Em razão de todo o exposto, a Comissão Permanente de Licitação decide pelo não provimento da Impugnação apresentada e pela manutenção dos termos do Edital. III - DO JULGAMENTO

Isto posto, sem nada mais a evocar, conhecemos da Impugnação interposta pela empresa SOMNIUM ENGENHARIA LTDA, para negar-lhe provimento, decidindo pela manutenção dos termos do Edital referente à CONCORRÊNCIA Nº 09/2018. Betim, 22 de novembro de 2018.

Elaine Amaral dos Santos Presidente

Eng.ª Alice Helena Dias Neves Eng.º Wilton Magno Leite Membro Membro

ATO DECISÓRIO

ASSUNTO: Análise de Impugnação de Edital PROCESSO ADMINISTRATIVO DE COMPRA N°: 051/2018 CONCORRÊNCIA PÚBLICA Nº: 09/2018 OBJETO: Contratação de empresa, pelo regime de empreitada por preços unitários, para consultoria especializada em engenharia e arquitetura com a finalidade de prestação de serviços de levantamentos, diagnósticos, estudos de concepção e viabilidade, estudos ambientais, licenciamentos, anteprojetos, projetos básicos, projetos executivos, aprovações e orçamentos de obras de edificações e infraestrutura e assessoria técnica para o Município de Betim/MG, mediante os termos e condições estabelecidos no presente Edital e em seus Anexos. IMPUGNANTE: Somnium Engenharia Ltda.

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De acordo com o § 4°, do art. 109, da Lei Nacional nº 8.666/1993, e com base na análise efetuada pela Comissão Permanente de Licitação, RATIFICO a Decisão proferida, que conheceu da Impugnação interposta pela empresa SOMNIUM ENGENHARIA LTDA e negou-lhe provimento, decidindo-se pela manutenção dos termos do Edital referente ao Processo Administrativo de Compra nº 051/2018 – Concorrência Pública nº 09/2018. Betim/MG, 22 de novembro de 2018.

________________________________ Marinésia Dias da Costa Makatsuru

Presidente – ECOS