associação junior achievement do espírito santo

37
UNIVERSIDADE FEDERAL DO MATO GROSSO – UFMT MBA EM DESENVOLVIMENTO REGIONAL SUSTENTÁVEL TEREZA DE JESUS ALVAREZ ASSOCIAÇÃO JUNIOR ACHIEVEMENT DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO Vitória-ES 2011

Upload: axsell-aquiles

Post on 06-Mar-2016

219 views

Category:

Documents


5 download

DESCRIPTION

Monografia apresentada ao Curso de Especialização em Desenvolvimento Regional Sustentável da Universidade Federal do Mato Grosso, como requisito para obtenção do grau de especialista em Desenvolvimento Regional Sustentável . Orientador: Msc. Rogério de Oliveira e Sá

TRANSCRIPT

UNIVERSIDADE FEDERAL DO MATO GROSSO – UFMT MBA EM DESENVOLVIMENTO REGIONAL SUSTENTÁVEL

TEREZA DE JESUS ALVAREZ

ASSOCIAÇÃO JUNIOR ACHIEVEMENT DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

Vitória-ES 2011

TEREZA DE JESUS ALVAREZ

ASSOCIAÇÃO JUNIOR ACHIEVEMENT DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

Monografia apresentada ao Curso de Especialização em Desenvolvimento Regional Sustentável da Universidade Federal do Mato Grosso, como requisito para obtenção do grau de especialista em Desenvolvimento Regional Sustentável Orientador: Msc. Rogério de Oliveira e Sá

Vitória-ES 2011

AGRADECIMENTOS Ao meu orientador Rogério de Oliveira e Sá pelas valiosas contribuições no decorrer da elaboração desta pesquisa. A Andressa Abreu, diretora executiva da Junior Achievement no Espírito Santo, pela colaboração na coleta de dados, a disponibilização de material e vídeos e apoio na credibilidade do meu trabalho. A minha família pelo apoio incessante na realização desta pesquisa e em especial aos meus filhos, Paula, Patricia, Priscila e Paulo, razão da minha vida.

A verdadeira prosperidade é uma conseqüência natural da qualidade de desenvolvimento dos três grandes instrumentos de que o ser humano foi dotado

para viver nesse planeta: os poderes Mental, Emocional e o poder de Ação.

Paulo Raful

RESUMO

No estado do Espírito Santo tem-se 18,5% de jovens fora da escola. Esse desinteresse reflete a insuficiência da demanda por educação. Nesse cenário, a Junior Achievement, uma organização não governamental, tem como foco de atuação, a educação, o empreendedorismo, a geração de emprego e renda e o desenvolvimento sustentável. O objetivo do trabalho foi analisar os aspectos que sensibilizam a participação das empresas como mantenedoras do programa “As Vantagens de Permanecer na Escola”, visando à ampliação do número de empresas participantes. A pesquisa é exploratória e consiste na aplicação do questionário, composto por dez questões, e em referencial teórico, que embasa o tema redes, alianças e parcerias. Com base no questionário aplicado pode-se afirmar que a maioria das empresas espera despertar nos jovens, a vontade de planejar o futuro, investindo em ações sociais de geração de emprego e renda e acredita que a aplicabilidade dos programas desenvolvidos pela empresa Junior Achievement possibilita aos estudantes reflexões sobre planejamento de carreira. A captação de recursos para uma Instituição do Terceiro Setor é uma atividade crucial para a sua sustentabilidade. A Junior Achievement é uma ONG de grande credibilidade e expertise o que contribui positivamente na captação de recursos. Palavras-chave: parceria; sustentabilidade; educação; terceiro setor; ONG; Junior Achievement

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 08

2 REDES, PARCERIAS E ALIANÇAS ........................................................... 12

3 DESCRIÇÃO DO CAMPO EMPÍRICO ........................................................ 21

4 ANÁLISE DOS RESULTADOS OBTIDOS .................................................. 26

5 CONCLUSÃO .............................................................................................. 32

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................... 35

APÊNDICE .......................................................................................................... 36

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Motivação da empresa para ingressar como parceira da Junior Achievement 28

Figura 2 – Principal motivação da empresa em participar de um projeto educacional 28

Figura 3 – Crença na cultura do empreendedorismo 28

Figura 4 – Ações sociais que as empresas parceiras investem 29

Figura 5 – Benefícios para a empresa com a sensibilização dos estudantes para a continuidade dos estudos 29

Figura 6 – Avaliação da empresa sobre a aplicabilidade dos programas desenvolvidos pela Junior Achievement 30

Figura 7 – Avaliação da empresa à respeito das dinâmicas e trabalhos utilizados 30

Figura 8 – Respostas das empresas mantenedoras quanto à contribuição da participação dos colaboradores como voluntários 30

Figura 9 – Avaliação da expertise da empresa Junior Achievement pelas empresas mantenedoras 31

Figura 10 – Satisfação da empresa com o atendimento prestado pela Junior Achievement 31

8

1 INTRODUÇÃO

A cada ano, centenas de adolescentes em idade escolar, abandonam os

estudos para trabalhar, ou até mesmo por falta de interesse e objetivos futuros. De

acordo com a pesquisa elaborada e publicada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV)

em Abril de 2009, coordenada pelo chefe do Centro de Pesquisas Sociais da FGV,

Marcelo Neri, a falta de interesse dos alunos pelos estudos é a principal causa de

evasão escolar no Espírito Santo e no Brasil. A pesquisa indicou que 17,8% dos

jovens entre 15 e 17 anos estão fora da escola. No Estado, esse número é um

pouco maior, de 18,5%. A pesquisa também mostrou que no Espírito Santo a média

de anos de estudos dos jovens entre 15 e 24 anos é de 6,9. Dos jovens

entrevistados no Brasil, 40% disse não ter interesse em frequentar a escola, sendo

esse o principal motivo da evasão escolar, superando até mesmo o número de

alunos que deixam a escola para trabalhar. Entre os adolescentes em conflito com a

lei no Estado, o perfil dos internos que cumprem medida sócio-educativa mostra que

a sala de aula fez falta: apenas 9% chegaram à 8ª série e 26,5% atingiram a 5ª

série.

O desinteresse do jovem pela escola reflete a falta de demanda por

Educação, é o que o coordenador da pesquisa acredita. “O que a pesquisa está

mostrando é que não basta garantir o acesso ou criar programas de transferência de

renda para assegurar que esse jovem permaneça na escola, é preciso torná-la mais

atrativa, interessante e cativante. As políticas públicas somente terão sucesso se

ocorrer concordância e a participação dos pais e alunos, de acordo com a opinião do

pesquisador. Marcelo Neri afirma que deve haver a informação e conscientização

dos jovens sobre os benefícios trazidos pela educação e atraí-los à escola.

Segundo Wanda Engel o jovem tem que se dar conta de que a educação é

um investimento necessário. “Conseguir o diploma do Ensino Médio é essencial para

entrar na vida adulta”, afirma. Para ela, o problema precisa ser solucionado em três

níveis: criar as condições mínimas para que esse jovem frequente a escola;

melhorar a qualidade da escola; e fazer um trabalho para que esse jovem readquira

a sua capacidade de sonhar com o futuro. “Os gestores públicos precisam conhecer

o fenômeno, avaliar na sua própria realidade o que pesa mais desses três níveis e

desenvolver estratégias específicas para cada um”, explica.

9

A associação Junior Achievement é uma organização não governamental

(ONG) fundada no mundo em 1919, no Brasil em 1973 e no Estado do Espírito

Santo em 2001. Presente em mais de 123 países do mundo e em todos os Estados

Brasileiros e no Distrito Federal.

A Junior Achievement do Estado do Espírito Santo possui sua sede dentro do

SENAI, onde pode contar com toda a logística do Centro Técnico. A sede está

adequada às atividades administrativas desenvolvidas pela JAES. Já o

desenvolvimento dos projetos é realizado nas dependências das escolas atendidas.

O foco de atuação da Junior Achievement é a educação, empreendedorismo,

geração de emprego e renda, desenvolvimento sustentável. O programa é pautado

nos três pilares da educação propostos pela UNESCO: aprender a conhecer,

aprender a ser e aprender a fazer. Sua filosofia é “A vida é um caminho, não um

destino, e você é o arquiteto do seu caminho” e sua missão é levar o

empreendedorismo através de programas ministrados por orientadores, treinados

pela instituição, possibilitando aos alunos visão empreendedora de futuro, tornando-

os pessoas mais preparadas para um mercado de trabalho competitivo, formando

assim uma geração de jovens engajados, capazes de transformar sua realidade.

Especificamente no programa “As Vantagens de Permanecer na Escola” o objetivo

principal da iniciativa é incentivar alunos de escolas públicas a investir nos estudos,

buscando novas perspectivas de futuro. Além deste programa, a Junior Achievement

desenvolve outros programas visando atender o atendimento dos adolescentes.

Os Projetos são desenvolvidos através de parcerias de sucesso com grandes

empresas brasileiras, visando expandir, com excelência, a educação

empreendedora, beneficiando um número cada vez maior de jovens. São

desenvolvidos em escolas públicas e particulares em

todo o País, tendo na rede pública 83% de suas ações. Os Programas beneficiam

alunos do 5º ano do Ensino fundamental até o Ensino Médio e, para cada série,

desenvolvem um Programa específico de acordo com a faixa etária.

Tendo em vista a importância da sensibilização dos jovens para continuidade

dos estudos e da visão empreendedora nos mesmos, os objetivos deste estudo são:

• Identificar o perfil das atuais empresas mantenedoras do projeto “As

Vantagens de Permanecer na Escola”;

• Investigar qual a motivação das empresas em investir em projetos

ligados a ações sociais;

10

• Identificar qual a metodologia utilizada pela Junior Achievement do

ES na captação de empresas mantenedoras para o projeto ”As Vantagens de

Permanecer na Escola”;

• Investigar qual o perfil, esperado pelas empresas, dos alunos

atendidos pelo projeto “As Vantagens de Permanecer na Escola”.

Partindo-se desse ponto, tem-se como problematização: Como sensibilizar

novas empresas a participarem da iniciativa como mantenedoras do projeto "As

Vantagens de Permanecer na Escola"?

Hipótese: A ampliação da qualificação e participação da iniciativa em

seleções através de editais promove o aumento do número de empresas

mantenedoras.

A justificativa deste trabalho é a necessidade de analisar os aspectos que

sensibilizam a participação das empresas como mantenedoras do programa “As

Vantagens de Permanecer na Escola”, visando à ampliação do número de empresas

participantes. A Junior Achievement possui aproximadamente 45 empresas

parceiras, porém nem todas contribuem com recursos financeiros para a execução

dos projetos. Esse número ainda é pequeno visto que a entidade atua em todo

território nacional. Além do mais, esta ONG é a única que atua na conscientização

dos jovens a permanecer na escola buscando novas perspectivas de futuro. A Junior

Achievement está a mais de 27 anos atuando no Brasil, possui aproximadamente 2

milhões de alunos beneficiados, 12 mil escolas atendidas e mais de 74 mil

voluntários.

O estudo consiste de uma pesquisa exploratória. O questionário foi composto

por 10 questões de múltipla escolha com quatro alternativas cada uma, onde a

empresa poderia marcar apenas uma (Apêndice A). A aplicação do questionário

aconteceu no período de 02/02/2011 a 10/02/2011. O universo de pesquisa foi

indicado pela Junior Achievement e compreende 10 empresas parceiras no projeto

“As Vantagens de Permanecer na Escola”. O questionário foi aplicado em 09 delas,

apenas em 01 não foi possível aplicá-lo, pois a pessoa responsável pelo

relacionamento da empresa com a Junior Achievement estava viajando com

previsão de retorno em abril/2011. Com a aplicação do questionário pretendeu-se

compreender quais as razões que levam uma empresa a contribuir com a Junior

Achievement na execução de projetos e ações sociais.

11

A possibilidade de contribuição da pesquisa visa à ampliação do campo de

atuação da Junior Achievement no Estado do Espírito Santo, pois com o aumento do

número de empresas mantenedoras o raio de abrangência da entidade se amplia.

De um modo geral observa-se uma grande mudança comportamental no grupo

atendido pelos programas. Para os alunos esses programas oferecem oportunidade

de vivenciar um conteúdo fora do ensino tradicional e regular, além de resgatar a

auto-estima. Eles aprendem a estabelecer metas para o futuro e a descobrir,

canalizar e investir em suas habilidades pessoais. Para as empresas mantenedoras

os aprendizados gerados são inúmeros, entre os quais pode-se citar: o

desenvolvimento do voluntariado corporativo; aproximação e interação com o público

beneficiado pela empresa e; maior cooperativismo e entrosamento entre os

colaboradores. Essas contribuições são muito importantes visto que essas empresas

são responsáveis por garantir a disseminação da semente do empreendedorismo.

Para os voluntários dentre os aprendizados gerados pode-se citar: a experiência de

gestão em ambientes não convencionais; desenvolvimento da capacidade de

trabalhar com diferentes culturas e opiniões. Esses voluntários são os coadjuvantes

da transformação social: executivos, empresários e profissionais, que acreditam e se

comprometem a capacitar os jovens para que se tornem agentes do futuro.

Neste trabalho será tratado o referencial teórico que embasa o tema redes,

alianças e parcerias; a Junior Achievement será apresentada de forma mais

detalhada e; serão apresentados os resultados obtidos com a pesquisa exploratória,

as vivências apuradas e as conclusões.

12

2 REDES, PARCERIAS E ALIANÇAS

O século XX foi a era das grandes simplificações. De um lado, a visão da

propriedade estatal, com regulação através do planejamento, e com a base política

constituída pela classe trabalhadora. De outro lado, a visão da propriedade privada,

com regulação através do mercado, e a base política centrada no empresariado. Na

primeira versão, expulsou-se o mercado e os empresários; na segunda, o

planejamento e a participação social. A primeira nos deu políticas sociais

interessantes, mas sem base econômica para sustentá-las; a segunda, uma base

econômica dinâmica e políticas sociais e de renda que pode-se qualificar de

obscenas. Não se pode esperar que através da eficiência econômica naturalmente

decorra a justiça social ou o respeito ao meio ambiente. Os objetivos econômico,

social e ambiental precisam ser articulados pelas empresas, pelo Estado e pela

sociedade, somente dessa forma, através da formação de redes, parcerias e

alianças essa equação pode dar certo.

Nenhuma organização pode sobreviver isoladamente, há de se relacionar,

fazer parte, se aliar, a era é de formação de redes, alianças e parcerias.

Ressalta-se a importância de redes de parcerias, que a partir do campo

teórico da sociologia econômica, destaca que as ações econômicas são

determinadas pelo modo como se dão as relações sociais entre os agentes aí

envolvidos. Essas relações sociais e econômicas estão “imersas” em redes de

relações sociais, fundamentadas no poder estabelecido pela confiança recíproca,

tanto para o desenvolvimento das interações de mercado quanto para o

estabelecimento das interações sociais mais abrangentes. Essa “imersão” reforça o

papel das relações sociais na geração de confiança e no desencorajamento da

malversação, ao mesmo tempo em que faz predições de ordem universal,

assumindo que os detalhes de cada estrutura social são determinantes para a

análise de cada situação.

Para tratar desse assunto se faz necessário que se possa ter o conceito de

redes e parcerias bem sedimentado: a Rede liga pessoas; é de adesão livre, sem

qualquer limitação; é distribuída e caótica, promovendo fluxo de todos com todos;

inclui qualquer nível e grau de participação segundo a vontade de cada um; tem um

propósito geral para os seus membros, sem objetivos específicos; não tem duração

13

limitada e evolui de forma orgânica. A Parceria liga organizações; é de adesão

contratualizada; é coordenada por pilotagem; a parceria pressupõe um

comprometimento; tem missão e objetivos específicos para todos os envolvidos;

obedece estratégias concretas, ainda que negociadas.

A construção das redes, parcerias e alianças deve ser parte integrante da

nova sociedade, pois os processos culturais e de comunicação estão no centro para

a construção de uma política de progresso social organizado. Para que a

informação chegue de forma pública e gratuita é necessário que se assegure uma

multiplicidade e riqueza de fontes diversificadas e descentralizadas de informação.

Coerente com o conceito de redes a Internet aponta para paradigmas renovados de

organização social. A informação, a comunicação, e a transparência constituem os

instrumentos por excelência da presença da sociedade civil no processo político, e o

elemento essencial da coerência do conjunto.

No Brasil e em outros países observa-se a multiplicação de experiências no

campo econômico associadas a princípios de autogestão, cooperação e

solidariedade. Porém, nos bastidores encontra-se a crise estrutural do mercado de

trabalho, com os agravantes das políticas sociais recessivas, que geraram

processos de fragmentação e de exclusão social. No Brasil, muitos se viram

compelidos a criar suas próprias oportunidades de trabalho e sobrevivência visto

que se encontravam abandonados pelas políticas sociais em recuo. De acordo com

Singer (2002), o florescimento das práticas de solidarismo econômico deve-se à

atuação mobilizadora de movimentos sociais, frações do sindicalismo e inúmeras

entidades civis, à oferta e impulsão desses agentes mediadores, na direção de

soluções coletivas, por sua vez respaldadas pelo efeito demonstrativo das primeiras

iniciativas bem sucedidas.

As redes e parcerias são importantes, pois proporcionam soluções

organizacionais flexíveis necessárias para o desenvolvimento de projetos,

principalmente os de cunho social, onde diversos atores estão envolvidos na sua

condução. Segundo Monteiro (2005), as redes são entendidas como sistemas

abertos, constituídos por conjuntos de pessoas e/ou organizações, orientados por

uma visão e valores partilhados que imprimem um sentido de pertencimento e de

comunidade. Ainda segundo o autor citado acima, as características mais relevantes

que podem ser destacadas em qualquer parceria são: a necessidade de uma

permanente abertura; a complexidade decorrente da sua permanente abertura; a

14

complexidade decorrente da sua permanente interdependência e diferenciação dos

seus participantes; a finalidade que se propõe alcançar através da sua missão; o seu

funcionamento assente em entradas, permanência e saídas; a criação de sinergia

decorrente de a sua globalidade ser maior que a soma das partes participantes; o

fluxo permanente de informação através dos canais de comunicação; a regulação

através da capacidade de decisão descentralizada e orientada pelos objetivos; a

retroação da informação, negativa ou positiva; o equilíbrio resultante da necessária

estabilidade dinâmica e orgânica e a entropia relacionada com a inexorável, a seu

tempo, desagregação do sistema.

O conceito de estrutura organizacional participante ativa de redes, parcerias e

alianças é produtor de uma nova cultura democrática, que respeita as diferenças e

contribui direta ou indiretamente para a disseminação do conhecimento e da

informação e por consequência do desenvolvimento da humanidade.

As parcerias podem ser conceituadas como uma forma de colaboração

estável entre dois ou mais atores, de curta ou longa duração que visam aumentar

quantitativamente ou qualitativamente a sua capacidade de intervenção conjunta na

comunidade. As organizações e/ou conjunto de pessoas que buscam parcerias são

orientadas pelas necessidades e interesses comuns e pela cooperação, ao invés da

competição e da concorrência. Além disso, a parceria está centrada em princípios

como comprometimento, confiança, comunicação e principalmente respeito pelos

interesses particulares de todos os participantes. Um ponto muito importante a ser

destacado na atual formação de redes, parcerias e alianças é o peso das dimensões

éticas. Nos mais diversos enfoques possíveis a ética é vista como ponto chave de

todo o debate. Existem hoje inúmeros projetos políticos que buscam valorizar a

generosidade do ser humano, utilizando um discurso centrado na tolerância, na

solidariedade, no respeito, valorização das diferenças e na justiça social. Essas

dimensões fazem com que as pessoas se sintam valorizadas e construam uma nova

visão da sociedade, gerando novos referenciais transformadores de governabilidade.

A construção de uma imagem ética atualmente perpassa por declarações e

publicidade empresarial, posicionamentos dos meios de comunicação, dos mais

variados tipos de associações. A população mundial está percebendo a dimensão

ética com novos olhos. Uma pesquisa nacional de opinião realizada nos Estados

Unidos sobre as corporações constatou que a maioria esmagadora da população

15

acredita que a empresa além de buscar o lucro e dividi-lo entre os acionistas, deve

assumir responsabilidades sociais e ambientais.

A construção de alianças é mais do que uma questão ética de lutar por uma

sociedade mais justa, é uma opção racional de construir inteligentemente a

economia. Naturalmente a sociedade busca soluções simples frente ao momento de

perplexidade com relação às mudanças, ao desemprego e ao aumento da violência,

mas em resposta a esta inquietação está a complexidade de construir o

desenvolvimento regional sustentável que busca uma sociedade economicamente

viável, socialmente justa e ambientalmente sustentável. Neste contexto, é imperioso

que se busque a articulação entre Estado, empresa e sociedade. Como exemplo,

pode-se citar o acordo da empresa Carrefour com o governo do Rio Grande do Sul,

em que a empresa destinou parte do seu espaço para pequenos comerciantes,

evitando assim o desemprego, além do abastecimento parcial do setor de

hortifrutigranjeiros ser realizado diretamente com pequenos produtores rurais locais.

Isso não se trata de caridade empresarial e sim de bom senso na articulação de

objetivos econômicos, ambientais e sociais. Com essa atitude a empresa ganhou

nome e simpatia, o poder público ganhou visibilidade e a sociedade garantiu

empregos e fomentou atividades econômicas.

O chamado Terceiro Setor, que é constituído por instituições com

preocupações e práticas sociais e sem fins lucrativos, aparece como uma alternativa

de organização que pode, ao se articular com o Estado e assegurar a participação

cidadã, trazer respostas inovadoras. As empresas privadas ultrapassam a visão do

assistencialismo, para assumir a responsabilidade que lhe confere o poder político

efetivo que têm. Passa-se assim do simples marketing social, para uma atitude

construtiva onde o setor privado pode ajudar a construir o interesse público.

Redes, Parcerias e Alianças são extremamente importantes para

sustentabilidade dos projetos desenvolvidos pelo Terceiro Setor. O Terceiro Setor

depende de recursos captados através de força e estratégia própria, utilizando para

isso a sensibilização em prol de causas sociais extremamente nobres. Esse setor

busca preparo técnico para desenvolver suas atividades, porém ainda necessita

intensificar a busca por conhecimento aprofundado em captação de recursos, visto

que esses recursos são fundamentais para a sustentabilidade de suas ações. Esse

Setor necessita assumir sua posição profissional de empreendedor social e

pulverizar sua capacidade de captar recursos como qualquer empreendimento de

16

sucesso faz: planejando, pesquisando e promovendo sua marca, também contando

com apoio público. O processo de captação de recursos sólido e estruturado

demanda médio e longo prazo de trabalho duro e específico, com o mínimo de

conhecimento de mercado e fontes de recursos.

O planejamento é necessário e as redes e parcerias fundamentais para que a

instituição obtenha sucesso na captação de recursos de forma profissional.

Atualmente a maioria das instituições integrantes do Terceiro Setor busca recursos

através de projetos, porém os projetos prevêm recursos certos e limitados para uma

ação com começo, meio e fim.

Captar recursos de forma profissional engloba:

- Realizar parcerias;

- conhecer mercado;

- pesquisar;

- criar e desenvolver estratégias;

- utilizar ferramentas de marketing direto e indireto;

- fidelizar doadores;

- fazer marketing institucional;

- prestar contas publicamente.

E na maioria das ONGs não há plano de ação de como dar continuidade

nesse projeto se ele der certo ou se ele precisar de uma continuidade. Não há um

fundo de reserva monetário caso nenhum financiador seja conquistado para

continuidade de uma segunda fase de projeto.

A captação de recursos para Instituições do Terceiro Setor exige

conhecimentos e metodologia diferenciados: seleção, recrutamento e treinamento de

captadores de recursos; desenvolvimento de planejamento de captação de recursos

e marketing da Instituição e a implantação de um plano de ação para a captação de

recursos.

O Terceiro Setor Brasileiro deve ter consciência que independente dos

projetos, sempre existirá uma estrutura de suporte necessária e que dentro dessa

estrutura deve estar encaixado o departamento de captação de recursos e marketing

como um custo operacional e que vai criar formas de captação de recursos para que

mensalmente recursos sejam captados, e assim um fundo de reserva criado, e uma

independência financeira construída.

17

Para Putnam (2000) toda discussão sobre alianças e parcerias, dão mais

certo em determinado contexto e menos em outros. Putnam nos traz esta

compreensão ao estudar o capital social diferenciado no Sul da Itália, onde

predomina uma cultura política verticalista e autoritária, e nas regiões centrais, onde

se desenvolveram tradições de cooperação e de articulação horizontal. No Brasil,

por exemplo, a dinâmica de parcerias se desenvolveu com força particular no Rio

Grande do Sul e na região do Grande ABC de São Paulo, ambas regiões de

tradições de organização operária, e com fortes raízes de movimentos comunitários

trazidos por imigrantes italianos e outros.

O conceito de desenvolvimento está centrado na articulação de diversos

atores sociais interessados, na construção de aproximações de interesses

aparentemente diferenciados e na clara exposição desses diferentes interesses.

Pode-se ilustrar isto com o exemplo de Campos Altos, em Minas Gerais, Brasil: sob

pressão da Secretária Municipal de Educação, os fazendeiros se comprometeram a

não mais utilizar trabalho infantil, a prefeitura se comprometeu a assegurar lugar e

merenda na escola, os pais se comprometeram a não tirar as crianças da escola. O

resultado prático foi que os pais, que diziam precisar da renda dos filhos,

trabalharam bem melhor ao ter o sossego dos filhos na escola, e ganharam mais

dinheiro; os fazendeiros lucraram porque a colheita foi mais eficiente; o prefeito

ganhou visibilidade política; e as crianças ganharam um futuro. Parece óbvio, mas

foi preciso articular economia, educação, política, serviço social, em torno do mesmo

problema, e elaborar um consenso onde cada ator social encontrou o seu papel e o

seu interesse. O óbvio não é generalizado: no Brasil, onde as políticas são fatiadas,

ainda se espera que a educação resolva, sozinha, os problemas da transição para

uma sociedade do conhecimento. É nesse espaço que iniciativas como a da Junior

Achievement encontram respaldo e apoio da iniciativa privada, pois oferece a

oportunidade de sensibilizar os alunos e os pais para a permanência no processo

educacional. A credibilidade no trabalho desenvolvido pela Instituição gera

expectativas positivas para todos os envolvidos no projeto, tanto alunos, como pais,

Escola e empresas mantenedoras.

A sociedade civil tem um papel central no processo de construção de

parcerias. Primeiro, porque parcerias entre Governo e o setor empresarial têm

obviamente resultado em bons negócios, mas nem sempre em boa política social.

Não é viável se assegurar que surjam políticas sociais adequadas sem que os

18

beneficiários tenham uma voz forte relativamente ao que é necessário, e sobre como

os recursos são utilizados. Segundo, porque afinal a sociedade civil constitui o

próprio objetivo de toda a atividade política, econômica e social. Não é apenas a

beneficiária, é a proprietária legítima do processo. Por isso quando a ONG Junior

Achievement está desenvolvendo os seus projetos ela busca o envolvimento dos

pais, pois só assim a sensibilização pode surtir efeitos.

Além disso, há a evolução do nível organizado de acordos tradicionalmente

vistos como parcerias, para dinâmicas mais difusas e mais amplas de cooperação

em rede. A geração de um ambiente de rede, onde as diversas organizações

possam participar de maneira flexível, sem perder as suas identidades e formas

particulares de ação – condição vital para que as ações casem de maneira muito

próxima com a diversidade cultural das comunidades – ainda constitui um desafio

onde estão todos aprendendo. É importante lembrar que é uma área onde uma ação

eficiente pode partir de um grupo que reúne jovens em torno de qualquer atividade,

e não necessariamente em torno de uma agenda social formal (DRUCKER,1998).

Ao se lançar mão de uma rede de cooperação cria-se um ambiente rico em

informações, com transparência generalizada e uma cultura de solidariedade.

Apesar de se conhecer racionalmente o potencial de colaboração que as redes de

trabalho permitem, a cultura existente ainda leva a trabalhar de forma muito

tradicional, com sobrecarga de tarefas individuais e busca de hierarquias

tradicionais.

Segundo Lévy (1993) “Os procedimentos de decisão e de avaliação em uso

foram estabelecidos para uma ecologia da comunicação simples. A informática é

hoje de natureza torrencial ou oceânica. O hiato entre o caráter diluviano dos fluxos

de mensagens e os modos tradicionais de decisão e de orientação se faz cada vez

mais amplo. A administração recorre em geral à gestão clássica – lenta e rígida –

através da escrita estática. Apóia-se em geral na informática com o objetivo de

racionalizar e de acelerar o funcionamento burocrático, raramente para experimentar

formas de organização ou de tratamento da informação inovadoras,

descentralizadas, mais flexíveis e interativas. O tratamento cooperativo e paralelo

das dificuldades exige a concepção de ferramentas de filtragem inteligente dos

dados, de navegação na informação, de simulação de sistemas complexos, de

comunicação transversal e de localização mútua de pessoas e de grupos em função

das suas atividades e dos seus saberes”.

19

Com relação às novas tecnologias ainda há um misto de entusiasmo e

desconfiança. As desconfianças podem ser plenamente justificadas, quando

constata-se a que ponto estas tecnologias serviram até agora para reforçar a

concentração de renda entre e dentro dos países, para a dominação das dinâmicas

financeiras de especulação. Mas as tecnologias avançam, goste-se ou não, e pode

representar um potencial de inclusão extremamente importante. Trata-se de inverter

o sinal político do uso presente das novas tecnologias, e buscar as formas de

transformá-las em instrumentos de inclusão social.

Apesar de entender e valorizar as novas tecnologias e tudo que elas

proporcionam, como por exemplo, a velocidade e a conectividade, isso não significa

que deve-se substituir as reuniões, assembleias ou os contatos diretos entre as

pessoas e as organizações, pelo contrário, num ambiente de parcerias, alianças e

redes, se faz necessário e imprescindível a presença e a participação ativa dos

atores envolvidos.

De acordo com o local onde se pretenda empreender uma articulação entre

atores com perfis diferenciados, devem ser estudadas as condições específicas, a

cultura empresarial nos diversos setores e subsistemas econômicos, e construir

gradualmente as aberturas. Atualmente a sociedade é complexa, e o mundo

empresarial não escapa a esta extrema diversificação. As parcerias e alianças

podem ser formadas tanto com grandes empresas, até mesmo multinacionais como

com uma rede de pequenas empresas locais ou com microempresas isoladamente.

O mundo empresarial já percebeu que para sobreviver é necessário que esteja

atento ao mercado. O mercado atual se move em direção à sustentabilidade, ou

seja, à viabilidade econômica, à preservação ambiental e ao desenvolvimento social.

Portanto, as empresas estão em busca de redes, parcerias e alianças com o intuito

de permanecerem no mercado, proporcionando não somente o lucro, mas também

desenvolvimento social sustentável, com ética e transparência.

Encontrar formas adequadas de gestão dos sistemas complexos e

diferenciados de relacionamentos que envolva as alianças e parcerias se constitui

um desafio importante, pois altera os paradigmas tradicionais de controle e

avaliação burocráticos. Em particular, fatores difusos, como entusiasmo, confiança,

clima de busca dinâmica de resultados, são essenciais. A organização é muito

importante, mas o combustível é essencialmente afetivo e moral, e a arte da boa

gestão, no caso, consiste na construção de um equilíbrio adequado entre controle

20

burocrático e desenvolvimento de um sentimento de solidariedade na ação. O ser

humano é o fator primordial na articulação das redes, parcerias e alianças, pois a

área produtiva, as redes de infraestrutura, os serviços de intermediação funcionarão

cada vez melhor se houver investimento no ser humano, na sua saúde, na sua

formação, na sua informação e no seu lazer. A dimensão social do desenvolvimento

passa a ser componente essencial do conjunto da reprodução social.

Toda parceria envolve um ônus em tempo administrativo, correspondências,

reuniões. É natural tentar concentrar os esforços num número limitado de parcerias

que obedecem ao critério de maior efeito multiplicador. Isto não impede de abrir um

leque muito maior de ações ao promover parcerias entre terceiros: por exemplo, um

órgão financiador pode privilegiar projetos ou programas que envolvam parcerias, de

maneira a intensificar a construção de capital social. Em outro nível, uma instituição

pode se articular com diversas forças sociais e políticas no sentido de promover um

ambiente que favoreça o surgimento de parcerias como estratégia de

desenvolvimento.

O importante é entender que formar uma parceria com uma instituição

envolve um tipo de esforço de gestão, com planejamento cuidadoso, reuniões

sistemáticas, divisão de trabalho, intercâmbio intenso em diversos níveis, visando

inclusive um investimento de médio ou longo prazo, o que torna este tipo de parceria

mais próximo do que pode-se chamar de uma aliança estratégica.

Promover parcerias, por sua vez, envolve um trabalho de articulação entre

forças que pouco conversam entre si, exige chamar diversos atores sociais para a

elaboração conjunta de projetos, e pode passar pela utilização intensa de entidades

intermediárias, que podem ser igrejas, governos locais, associações de ONGs e

assim por diante.

Gerar um ambiente propício às parcerias e à construção de capital social, por

sua vez, implica numa visão ampliada, ou seja, não se trata apenas de uma forma

de tornar um programa determinado mais eficiente, ao associar diversos parceiros,

mas de promover um clima político e cultural que facilite o surgimento de um novo

tipo de pacto social. Esta visão está apoiada numa outra compreensão, a de que o

resultado que se busca pode ser o melhoramento das condições de trabalho de

todos, mas que este resultado passa por uma regeneração do tecido social no

sentido mais amplo, e pela construção de novos ambientes de solidariedade.

21

3 DESCRIÇÃO DO CAMPO EMPÍRICO

A associação Junior Achievement é uma organização não governamental

(ONG) fundada no mundo em 1919, no Brasil em 1973 e no Estado do Espírito

Santo em 2001. No Brasil essa associação está presente em todos os Estados

Brasileiros e no Distrito Federal. Além do Brasil, está presente em mais de 123

países do mundo.

O território de atuação da Junior Achievement no Espírito Santo é composto

por onze municípios capixabas: compreendendo a região metropolitana da capital

(Vitória, Vila Velha, Serra e Cariacica); a maior cidade do sul capixaba (Cachoeiro de

Itapemirim); cidades litorâneas que estão em franco processo de desenvolvimento

econômico, como por exemplo, a instalação de pólo siderúrgico (Anchieta, Guarapari

e Piuma); cidade portuária e pólo de celulose (Aracruz); pólo de confecção do norte

do Estado (Colatina); e região serrana com grande desenvolvimento do agroturismo

(Domingos Martins).

A Associação Junior Achievement do Estado do Espírito Santo é uma

instituição sem fins lucrativos, mantida por empresas capixabas. No Estado do

Espírito Santo, a Associação inaugurou sua sede no dia 10 de setembro de 2001 e

iniciou seus trabalhos em março de 2002. Atualmente a Junior Achievement do

Estado do Espírito Santo conta com 130 escolas parceiras e beneficia por ano cerca

de 13 mil alunos e desde a fundação foram 77 mil alunos.

No Espírito Santo possui sua sede dentro do SENAI, onde pode contar com

toda a logística do Centro Técnico, como auditórios, salas para treinamentos,

recepção, dentre outras. As instalações possuem cinco computadores, duas

impressoras, acesso a internet, fax e duas linhas telefônicas. O espaço físico é

composto de um almoxarifado, uma sala de reuniões, uma sala ampla onde funciona

a recepção e a gestão administrativa e uma sala exclusiva da Diretora Executiva. A

sede está adequada às atividades administrativas desenvolvidas pela JAES. Já o

desenvolvimento dos projetos é realizado nas dependências das escolas atendidas.

Há uma estrutura organizacional formal em que o organograma da Junior

Achievement prevê a existência de 03 conselhos: o Conselho Consultivo, o

Conselho Diretor e o Conselho Fiscal. A estrutura organizacional da sede da Junior

Achievement é composta por: 01 diretora executiva, 01 gestor administrativo, 01

22

gestora de ensino fundamental, 01 gestora de ensino médio e 03 assistentes de

gestão (02 estagiários e 01 funcionário contratado).

As decisões são tomadas pelos conselhos em diferentes estágios da seguinte

forma:

• Conselho Consultivo - órgão com a função de deliberar sobre planos,

diretrizes e projetos da Associação apresentados pelo Conselho Diretor; captar

novos mantenedores e parceiros para expandir a entidade e decidir sobre os casos

omissos no estatuto da Associação. É composto de no mínimo três membros,

pessoas físicas ou jurídicas, associados da Junior Achievement ou representantes

legais de pessoas jurídicas associadas da Junior Achievement, residentes no País,

os quais permanecerão nos cargos por prazo indeterminado, sendo um Presidente e

um Vice-Presidente, escolhidos dentre os seus membros para cumprirem um

mandato de dois anos nesses cargos, podendo ser reeleitos por igual período. Se

reúne duas vezes ao ano e é responsável pela eleição do Conselho Diretor e do

Conselho Fiscal. O Conselho Consultivo é quem planeja e aprova as prioridades de

ação. O Presidente do Conselho Consultivo atualmente é Alexandre Nunes

Theodoro (FAESA).

• Conselho Diretor - órgão deliberativo responsável por cumprir e exigir o

cumprimento do Estatuto Social; decidir, por maioria, sobre o licenciamento da

marca Junior Achievement; estabelecer estratégias, metas e diretrizes para o

funcionamento da entidade; supervisionar as atividades de todas as associações

regionais e estaduais; criar comissões para atender as necessidades específicas da

Associação, indicando seus membros e respectivas funções e aprovar critérios para

a divulgação das atividades da instituição. É composto de no mínimo três membros,

eleitos pelo Conselho Consultivo, residentes no País, exercendo validamente seus

mandatos até que sejam empossados seus sucessores, podendo ser reeleitos para

servir, no máximo, até dois mandatos sucessivos de dois anos. O Conselho Diretor é

responsável por captar novos mantenedores e parceiros para expandir a entidade.

Essa atividade de captação de novos mantenedores normalmente é realizada pelo

Diretor Executivo através de indicação do conselho. É responsável pelo operacional,

se reúne de 02 em 02 meses, é composto por 10 pessoas (Presidente do Conselho

Diretor e membros do Conselho Diretor).

23

• Conselho Fiscal - órgão com competência para opinar sobre os

relatórios de desempenho financeiro e contábil e sobre as operações patrimoniais

realizadas, emitindo os respectivos pareceres (Lei nº 9.790, art. 4º, III). Esse

Conselho tem ampla competência para fiscalizar todos os atos praticados pelos

órgãos de administração, tendo acesso a todos os documentos necessários à

verificação da regularidade de aplicação dos recursos da Associação. É composto

de três membros, eleitos na Assembléia Geral de Constituição da Associação para

mandato de dois anos, podendo ser reeleito por igual período. É composto por 03

membros.

Para por em prática seu trabalho, a Junior Achievement busca parcerias com

empresas mantenedoras que contribuem com cotas mensais que variam de R$

1.000,00 a R$ 1.200,00. As empresas que não contribuem financeiramente, realizam

a prestação de serviços como por exemplo a divulgação da ONG na mídia.

O objetivo da Junior Achievement é disseminar a semente do

empreendedorismo entre os jovens brasileiros ainda na escola, estimulando o seu

desenvolvimento pessoal, proporcionando uma visão clara do mundo dos negócios e

facilitando o acesso ao mercado de trabalho. Especificamente no programa “As

Vantagens de Permanecer na Escola” o objetivo principal da iniciativa é incentivar

alunos de escolas públicas a investir nos estudos, buscando novas perspectivas de

futuro. Outro objetivo da iniciativa é apresentar as diversas profissões e o nível de

escolaridade exigido para cada uma, levando os alunos a entender a relação entre

escolaridade e média salarial.

Os Projetos Nacionais são desenvolvidos através de parcerias de sucesso

com grandes empresas brasileiras, visando expandir, com excelência, a educação

empreendedora, beneficiando um número cada vez maior de jovens. São

desenvolvidos em escolas públicas e particulares em

todo o País. Os recursos para realização dos projetos são gerados através do

pagamento mensal de cotas das entidades mantenedoras e sua destinação é o

pagamento dos funcionários contratados e a aquisição de todo o material utilizado

nos programas. As escolas atendidas pela Instituição não colaboram com recursos,

a contribuição delas se dá pela disponibilização do espaço para a realização do

programa e também do envolvimento da equipe pedagógica para sensibilização dos

alunos e a realização das pesquisas (marco zero, iniciais com os alunos e as

posteriores com os mesmos alunos e com os pais).

24

O programa “As Vantagens de Permanecer na Escola” foi desenvolvido a

partir de uma demanda das escolas públicas. Esta tecnologia social tem sido uma

importante ferramenta na mudança de comportamento dos nossos estudantes. Em

2009 mais de 5 mil alunos foram impactados com o conteúdo do Programa. Esse

Programa apresenta aos alunos os benefícios da escola através de cinco momentos

que incluem um jogo de tabuleiro, análise de gráficos, elaboração de um orçamento,

planejamento de carreira e um debate. Este programa é apresentado por

orientadores com vivência de negócios treinados pela Junior Achievement. É

desenvolvido em sala de aula, através de 5 períodos de 50 minutos. Os períodos

consistem nas atividades descritas abaixo.

Na atividade “O Jogo das Grandes Decisões”, os alunos descobrem a relação

entre educação, opções de carreira e o alcance de metas, participando do jogo de

tabuleiro. Com esta atividade espera-se desenvolver conceitos e habilidades tais

como: êxitos pessoais, educação, opções de carreira, renda e oportunidades

educacionais.

Na atividade “As Estatísticas mostram as Vantagens de Permanecer na

Escola”, através de gráficos, os alunos visualizam os níveis de renda em relação ao

nível de educação formal das pessoas. Aprendem a visualizar os custos e as

vantagens de estudar. Espera-se, com esta atividade, desenvolver os conceitos e

habilidades de renda média, escolaridade, custos de oportunidade e custos

financeiros.

Na atividade “Desenvolvendo meu próprio orçamento” os estudantes

vivenciam as dificuldades de viver e se sustentar independentemente, possuindo

uma baixa escolaridade. Esta atividade busca desenvolver os conceitos e

habilidades de custo de vida, orçamento mensal, uso dos classificados, salários e

encargos.

Na atividade “Projetando-se para o futuro” os estudantes realizam um

planejamento de carreira e se preparam para uma entrevista de emprego. Nesta

atividade espera-se desenvolver os conceitos e habilidades de análise de

habilidades pessoais e como se portar em uma entrevista para emprego.

Na atividade “Debatendo sobre nossos problemas” os estudantes trabalham

em grupos para levantar argumentos e debater sobre a evasão escolar. Escrevem

uma carta a um amigo que esteja pensando em abandonar a escola e, com essa

25

atividade, espera-se desenvolver os conceitos e habilidades de argumentação e

trabalho em equipe.

Além deste programa, a Junior Achievement desenvolve outros tais como:

Cartilha de Desenvolvimento Sustentável – para alunos do 4º e 5º anos; Nossa

Região – para alunos do 5º e 6º anos; Nossos Recursos – para alunos do 5º ano;

Introdução ao Mundo dos Negócios – para alunos do 5º e 6º anos; Nosso Mundo –

para alunos do 7º ano; Economia Pessoal – para alunos do 8º ano a 2ª série do

Ensino Médio; Empresa em Ação – 8º e 9º anos; Miniempresa – para alunos do

Ensino Médio; Liderança Comunitária – para alunos do Ensino Médio; Programa

Empresário Sombra Por Um Dia – para alunos do Ensino Médio; Atitude pelo

Planeta – para alunos do Ensino Médio; Vamos Falar de Ética – para alunos do

Ensino Médio e Nexa – para alunos da 3ª série do Ensino Médio e Universitários.

Todos os programas possuem um acompanhamento pela equipe da Junior

Achievement, seja através da emissão de relatórios ou de visitas in loco; o técnico

de programas é responsável pela aproximação com a escola, pela sensibilização

dos docentes, alunos e pais envolvidos. Ao término de cada programa há uma

avaliação, realizada com os alunos, pais, equipe pedagógica, pelo técnico, acerca

das atividades desenvolvidas, na qual são colhidas informações tais como

participação e envolvimento, relacionamento interpessoal, organização, identificação

com a Junior Achievement, contribuição no crescimento da escola, dentre outras. Tal

controle estimula processos de discussões, o que consequentemente possibilita um

melhor retorno e modificação de ações, propiciando sempre um trabalho de

qualidade.

No programa “As Vantagens de Permanecer na Escola” o investimento por

aluno fica em torno de R$ 19,42, além de custos reduzidos, esta importante

tecnologia social pode ser implantada e desenvolvida em várias escolas. Os

resultados comprovados com a ação refletem a eficiência do Programa e garantem

confortavelmente sua reaplicabilidade.

A cada ano, centenas de adolescentes em idade escolar, abandonam os

estudos para trabalhar, ou até mesmo por falta de interesse e objetivos futuros. De

acordo com pesquisas realizadas sobre o assunto, a falta de interesse dos alunos

pelos estudos é a principal causa de evasão escolar no Espírito Santo e no Brasil e

quase 20% dos jovens entre 15 e 17 anos estão fora da escola. Por esse motivo,

optou-se pela escolha do programa “As Vantagens de Permanecer na Escola” como

26

foco analítico. Além do mais, a Junior Achievement é uma Instituição muito

valorizada pelo Estado do Espírito Santo, uma vez que a política estadual está

focada na melhoria da educação.

Como estratégia de sustentabilidade a Junior Achievement do ES possui uma

constante política de captação recursos. Todos os anos o Conselho Consultivo,

decide dentro do planejamento estratégico as empresas que serão abordadas como

mantenedoras na implantação e continuidade das ações. Atualmente 10 empresas

apóiam a instituição especificamente no Programa “As Vantagens de Permanecer na

Escola”. Muitas outras empresas apóiam a instituição, através de permuta ou

serviços prestados, como é o caso da Findes que cede o espaço para a sede da

Junior Achievement, ou ainda a empresa Aquatro, responsável pela criação de todo

material de divulgação da instituição, ou, através de recursos financeiros que

possibilitam manter toda a estrutura logística e pessoal de apoio ao desenvolvimento

dos Programas.

O questionário aplicado junto às empresas mantenedoras do programa “As

Vantagens de Permanecer na Escola” buscou investigar a motivação e os fatores

determinantes para a escolha da Junior Achievement como parceira dessas

empresas no desenvolvimento de ações sociais no Estado do Espírito Santo.

4 ANÁLISE DOS RESULTADOS OBTIDOS

Tendo em vista a missão da Junior Achievement “Levar o empreendedorismo

através de programas ministrados por orientadores, treinados pela instituição;

possibilitando aos alunos uma visão empreendedora de futuro, tornando-os pessoas

mais preparadas para um mercado de trabalho competitivo, formando assim uma

geração de jovens engajados, capazes de transformar sua realidade” , pode-se

dizer que é essa a visão que as empresas que se tornam parceiras da instituição

compartilham. Os resultados construídos, a partir da aplicação do questionário,

possibilitam a compreensão das razões que levam uma empresa a ser parceira da

Junior Achievement para execução de projetos e ações sociais. O investimento por

parte das empresas em ações de geração de emprego e renda, mesmo que

indiretamente, como é o caso do programa “As vantagens de Permanecer na

Escola”, geram num futuro bem próximo a possibilidade de contratação de

27

colaboradores mais qualificados e preparados para o mercado de trabalho. As

empresas investem agora nos adolescentes/jovens, aproximando a empresa da

comunidade onde ela está inserida, para no futuro contratar pessoas mais

qualificadas.

Foi muito enriquecedor conhecer e observar de perto as razões cidadãs que

impulsionam uma entidade como a Junior Achievement a promover ações sociais

tão bem estruturadas. Os programas oferecidos pela Junior estimulam o

desenvolvimento pessoal trabalhando conceitos como liderança, ética, respeito,

auto-estima, atitude e persistência, enfim empreender forças em si, traçar metas e

objetivos para sua vida a curto e longo prazo; mostrando que educação e

empregabilidade caminham juntos; conscientizando os alunos da importância de

investir nos estudos, combatendo de forma incisiva um dos maiores problemas de

nosso país: a evasão escolar. Os projetos são implementados de forma objetiva e

muito profissional o que me surpreendeu, pois a minha experiência anterior

apontava para uma gestão de ações sociais amadoras. A aplicação dos programas

da Junior Achievement está em constante processo de evolução. A métrica das

várias pesquisas e avaliações realizadas pela entidade busca aprimoramento das

ações pois são realizadas com os alunos, com os pais, com os voluntários, enfim

com todos os envolvidos nos programas.

No campo profissional, a realização da residência social com a Junior

Acheivement proporcionou-me a participação no comitê Caixa ODM, pois a Junior

foi a entidade escolhida pela Caixa para receber verbas para o projeto “As

Vantagens de Permanecer na Escola”. Acredito que, como um dos objetivos da

Estratégia PIAR é “aumentar a presença da Instituição no financiamento do

desenvolvimento social e econômico nacional em escala regional”, a minha

contribuição enquanto acadêmica oportuniza o alcance desse objetivo.

O instrumento de coleta de dados exploratórios utilizado foi um questionário,

composto por 10 questões de múltipla escolha com quatro alternativas cada uma,

onde a empresa poderia escolher apenas uma.

Com base no questionário aplicado às empresas mantenedoras da Junior

Achievement pode-se afirmar que:

• 56% das empresas esperam despertar nos jovens a vontade de

planejar o futuro (Figura 1);

28

Figura 1 – Motivação da empresa para ingressar como parceira da Junior Achievement

• Para 67% das empresas, a principal motivação em participar de um

projeto educacional é a transformação social (Figura 2);

Figura 2 – Principal motivação da empresa em participar de um projeto educacional

• 44% conhecem casos de sucesso que envolve a cultura do

empreendedorismo, além disso 22% acreditam que empreendedorismo é o futuro e

outros 22% acreditam que para vencer é necessário empreender (Figura 3);

Figura 3 – Crença na cultura do empreendedorismo

29

• 56% investem em ações sociais de geração de emprego e renda

(Figura 4);

Figura 4 – Ações sociais que as empresas parceiras investem

• 78% acreditam que os benefícios para a empresa com a sensibilização

dos estudantes para a continuidade dos estudos é a formação de possíveis

colaboradores qualificados (Figura 5);

Figura 5 – Benefícios para a empresa com a sensibilização dos estudantes para a continuidade dos estudos

• 67% acreditam que a aplicabilidade dos programas desenvolvidos pela

Junior Achievement possibilita aos estudantes reflexões sobre planejamento de

carreira (Figura 6);

30

Figura 6 – Avaliação da empresa sobre a aplicabilidade dos programas desenvolvidos pela Junior Achievement

• 67% acreditam que os programas desenvolvidos pela Junior

Achievement são adequados aos objetivos propostos (Figura 7);

Figura 7 – Avaliação da empresa à respeito das dinâmicas e trabalhos utilizados

• 89% acreditam que a promoção do engajamento de seus

colaboradores como voluntários/participantes de ações sociais abre novas

percepções da realidade (Figura 8);

Figura 8 – Respostas das empresas mantenedoras quanto à contribuição da participação dos colaboradores como voluntários

• 89% avaliam a expertise da Junior Achievement como entidade sólida

e com experiência comprovada (Figura 9) e;

31

Figura 9 – Avaliação da expertise da empresa Junior Achievement pelas empresas mantenedoras

• 78% consideram o atendimento prestado pela Junior Achievement

satisfatório realizado com credibilidade e confiança (Figura 10).

Figura 10 – Satisfação da empresa com o atendimento prestado pela Junior Achievement

A percepção dessa solidez por parte das empresas parceiras abre

possibilidade de indicação da Junior Achievement para outras empresas como

sinônimo de entidade séria para investimento em ações sociais.

Como sugestão de melhoria no processo de aplicação dos recursos em ações

sociais, por parte das empresas, pode-se citar a publicação de editais onde há a

possibilidade de investir os recursos em instituições comprometidas e capacitadas,

como é o caso da Junior Achievement, com projetos específicos, com cronograma e

orçamento definidos.

A Junior Achievement sempre captou recursos junto às entidades privadas,

porém há uma tendência entre as grandes empresas de migrar o modo atual de

investimento em projetos sociais para a utilização de editais. A participação da

32

entidade na captação de recursos através de editais é algo novo e como tudo que é

novo necessita de conhecimento e pesquisa.

Para isso é necessário o treinamento especializado de uma pessoa para

cuidar da elaboração de projetos, visto que cada agente financiador tem a sua regra

para concessão e utilização dos recursos, bem como a sua execução, inclusive

financeira, pois há muitas oportunidades em editais, inclusive a fundo perdido.

O treinamento desse colaborador deve prever muita pesquisa de como

funciona cada etapa dos editais para que a entidade esteja capacitada para a

execução dos projetos conforme as exigências do agente financiador.

Como fonte de pesquisa pode-se sugerir o site da Associação Brasileira de

Captadores de Recursos – ABCR, onde pode ser encontrado, de forma centralizada,

vários editais abertos e dicas valiosas para a participação nos mesmos.

O campo de atuação da entidade em captação de recursos através da

participação em editais é vasto, atualmente pode-se citar como agentes

financiadores que utilizam editais: Fundação Kellogg, UNESCO, BNB, Petrobras,

FINEP, CNPq, CAPES, a Caixa Econômica Federal, a Fundação Estadual de

Pesquisa do Estado do Espírito Santo, dentre outras.

5 CONCLUSÃO

A captação de recursos para uma Instituição do Terceiro Setor é uma

atividade crucial para a sua sustentabilidade. A Junior Achievement é uma ONG de

grande credibilidade e expertise o que contribui positivamente na captação de

recursos. Segundo dados apurados na aplicação do questionário junto às empresas

mantenedoras, pode-se afirmar que elas investem nos projetos desenvolvidos pela

AJAES devido à aderência aos objetivos propostos e pelo grau de comprometimento

da Instituição na realização dos projetos com a constante avaliação e reavaliação

dos processos visando melhoria contínua.

Atualmente a Junior Achievement capta recursos através da indicação de

empresas para visitas realizadas pelas próprias empresas mantenedoras. Para uma

eficaz gestão da captação de recursos, a pessoa responsável por essa tarefa deve

estar atualizada, ler jornais e revistas, realizar pesquisas via Internet, visitar

empresas potenciais buscar entender o seu funcionamento, acompanhar editais do

33

Governo e de empresas, ficar por dentro de legislação e acompanhar novas leis.

Tem que ter consciência de que existe uma divisão de entrada e saída de recursos:

recursos para manutenção operacional, que engloba os custos fixos e recursos para

realização de projetos, que são alocados de acordo com o objetivo social e a missão

da instituição, o que permeia a sua busca por recursos muitas vezes de forma

diferenciada. Redes, alianças e parcerias são essenciais a essa atividade. A

profissionalização e o avanço das tecnologias forçam a especialização desse

profissional, pois só assim ele conseguirá credibilidade e argumentos para uma ação

eficaz.

No cenário atual as empresas investem em instituições que realmente

cumprem o que prometem e, assim, credibilidade e transparência são palavras-

chave do momento. Além disso, para ser eficiente o captador de recursos deve

conhecer profundamente a instituição em que trabalha; a causa defendida; o

mercado em que atua e, principalmente, se inteirar sobre o mercado onde pretende

atuar; desenvolver um planejamento que englobe manutenção operacional e

projetos; contribuir na elaboração de projetos tornando-os atraentes em termos de

marketing e visibilidade; agregar valor à imagem da Instituição, através de parcerias

estratégicas; representar a instituição em eventos, congressos e reuniões sociais,

fortalecer vínculos e abrir novas parcerias para a continuidade e manutenção do

trabalho da instituição; criar novas maneiras de interesse do mercado pela

instituição; administrar os recursos captados até sua prestação de contas, passando

pelo acompanhamento do investimento e monitoramento das ações anteriormente

propostas; manter-se informado sobre o mercado, economia e ações sociais,

identificando oportunidades e ameaças às atividades da ONG; pensar grande e

começar pequeno; planejar, traçar metas e suas estratégias.

As empresas mantenedoras da Junior Achievement são sérias e idôneas,

constituídas de grandes, médias e pequenas empresas, com importante participação

no mercado onde atuam. Essas empresas estão preocupadas com a transformação

social da comunidade onde estão inseridas e, o empreendedorismo é o elo comum

entre elas e a Junior Achievement. Como a filosofia da Junior Achievement é a

aplicação dos projetos através da sensibilização de voluntários, principalmente entre

as empresas mantenedoras, as empresas acreditam que esse incentivo abre novas

formas de perceber a realidade e promove o crescimento de seus colaboradores.

34

O mercado de trabalho atual requer colaboradores mais bem preparados e

aptos para o mercado, investindo em ações que visam à melhoria da escolaridade e

da visão empreendedora dos jovens as empresas esperam que no futuro possam

ser beneficiadas pela contratação de colaboradores mais bem preparados para o

mercado.

Como sugestão de melhoria no processo de aplicação dos recursos em

ações sociais, por parte das empresas, pode-se citar a publicação de editais onde

há a possibilidade de investir os recursos em instituições comprometidas e

capacitadas, como é o caso da Junior Achievement, com projetos específicos, com

cronograma e orçamento definidos.

Há uma tendência das empresas em selecionar os projetos sociais através da

publicação de editais. A proposta de aumentar a captação de recursos da Junior

Achievement através da participação em editais se respalda nessa tendência. Para

que isso ocorra é necessária uma conscientização sobre as tendências do mercado,

sobre legislação e pesquisa a respeito dos editais abertos, além de preparação

através da participação em cursos, seminários e palestras.

35

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

DRUCKER, P. F. Emerging partnerships: New Ways in a New World - The Peter F. Drucker Foundation for Nonprofit Management – New York, 1998. Disponível em: <http://www.pfdf.org>. Acesso em: 07 jun. 2011.

LÉVY, P. As tecnologias da inteligência: o futuro do pensamento na era da informática. Rio de Janeiro: Editora 34, 1993.

MONTEIRO, A. J. Redes & Parcerias: Uma opção estratégica. Revista CultDigest, Lisboa, n.8, 2005.

PUTNAM, R. Bowling Alone: the Collapse and Revival of American Community. New York: Simon & Schuster, 2000.

SINGER, P. A recente ressurreição da economia solidária no Brasil. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2002.

36

APÊNDICE A – Instrumento da coleta de dados - Questionário

Programa “As Vantagens de Permanecer na Escola”

Esta pesquisa tem o objetivo de analisar os aspectos que sensibilizam a participação das empresas como mantenedoras do programa “As Vantagens de Permanecer na Escola”, com vistas a ampliar o número de empresas participantes. A sua colaboração tem o objetivo de melhorar a atuação da Junior Achieviment na sensibilização de novos parceiros para esse programa. Responda a todas as perguntas individualmente. Para a maioria das perguntas não existe certo ou errado, o objetivo é saber a sua opinião.

1 Indique qual a motivação que o fez ingressar como mantenedor do programa “As Vantagens de Permanecer na Escola”:

( ) Sensibilizar jovens para a inserção no mercado de trabalho ( ) Realizar um trabalho humanitário ( ) Melhorar a vida das pessoas que residem nas proximidades da empresa ( ) Despertar nos jovens a vontade de planejar o futuro 2 Qual a principal motivação da empresa em participar de um projeto educacional? ( ) filantrópica ( ) transformação social ( ) interesse futuro em recrutar pessoas qualificadas ( ) fomentar o empreendedorismo 3 Você acredita na cultura do empreendedorismo porquê: ( ) Você conhece casos de sucesso, onde pessoas de realidade sociais diversas se destacaram através do nível de escolaridade e da qualificação profissional. ( ) Você é protagonista de um caso de sucesso onde o nível de escolaridade e a qualificação profissional foram determinantes para o seu sucesso. ( ) O empreendedorismo é o futuro ( ) Para se vencer na vida é necessário empreender 4 Em que tipo de ações sociais sua empresa costuma investir? ( ) pontuais ( ) assistencialistas ( ) geração de emprego e renda ( ) não há investimento em ações sociais 5 A sensibilização dos estudantes para a continuidade dos estudos beneficia as

empresas porquê: ( ) Possibilita a formação de possíveis colaboradores mais qualificados ( ) Permite maior visibilidade à empresa ( ) Permite maior aproximação da empresa com a comunidade ( ) Contribuir com o poder público no combate a evasão escolar 6 Qual a sua avaliação em relação à aplicabilidade do programa “As Vantagens de

Permanecer na Escola”? ( ) Possibilita aos estudantes reflexões sobre um planejamento de carreira.

37

( ) Os estudantes aprendem a visualizar os custos e as vantagens de estudar. ( ) Compreender o conceito de empregabilidade ( ) Relacionar a educação com o desenvolvimento de talentos pessoais. 7 Em relação ao programa “As Vantagens de Permanecer na Escola” qual a sua

avaliação à respeito das dinâmicas e trabalhos em grupo utilizados? ( ) Adequados aos objetivos propostos ( ) Parcialmente adequado aos objetivos propostos ( ) Inadequados aos objetivos propostos ( ) Não possuo parâmetros para avaliar 8 Você considera relevante para a empresa mantenedora promover o engajamento

dos seus colaboradores como voluntários/participantes de ações sociais como a proposta pelo projeto “As Vantagens de Permanecer na Escola”?

( ) Sim, porque contribui para a melhoria do clima de colaboração entre os membros da equipe. ( ) Sim, porque o voluntariado está na moda. ( ) Sim, porque abre novas possibilidades de percepção da realidade para os membros da equipe. ( ) Não, porque a participação voluntária deve partir exclusivamente da vontade do colaborador. 9 Como você avalia a expertise da Junior Achievement? ( ) A Junior Achievement é uma entidade sólida e possui experiência comprovada. ( ) A Junior Achievement inspira segurança e credibilidade. ( ) A Junior Achievement é para mim a melhor forma que os jovens das escolas têm para se capacitar para o mercado de trabalho ( ) A Junior Achievement é uma entidade jovem. 10 Qual a sua satisfação em relação ao atendimento prestado pela Junior Achievement? ( ) O atendimento prestado pelos funcionários da Junior Achievement é satisfatório porque a comunicação é muito boa. ( ) O atendimento prestado pelos funcionários da Junior Achievement é satisfatório porque possui clareza nas informações prestadas. ( ) O atendimento prestado pelos funcionários da Junior Achievement é satisfatório porque passam credibilidade e confiança. ( ) O atendimento prestado pelos funcionários da Junior Achievement é insatisfatório porque a comunicação é ruim.