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ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM À NECESSIDADE DE OXIGENAÇÃO DO PACIENTE

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Introdução

• A necessidade de oxigenação é vital para a manutenção da estabilidade orgânica.

• A oxigenação inadequada pode causar lesões celulares irreversíveis, sendo as células cerebrais as mais prejudicadas, pois não conseguem se regenerar.

Fatores que podem levar o paciente a necessitar da administração de

oxigênio:Pneumonia; enfisemasaltitudes elevadasalgumas doenças do coração/vasculares na presença de gases tóxicosedema cerebral, drogas depressoras,

anemias, DPOCdoenças prolongadas que necessitam de

permanência no leito.

Sinais e sintomas de insuficiência respiratória e avaliação da condição de

funcionamento respiratório

• Alterações circulatórias: diminuição da FC, cianose, diminuição da pressão de oxigênio no sangue;

• Alterações respiratórias: dispnéia, taquipnéia;

• Alterações neurológicas: fadiga, depressão mental, desorientação, agitação, confusão.

Avaliação do funcionamento respiratório

Indicadores da satisfação das necessidades de oxigênio:

• Respiração normal de 12 a 20 mpm;• Rítmo regular, sem esforço respiratório;• Sons pulmonares normais;• Expansão torácica normal.

Avaliação do funcionamento respiratório

Indicadores da oxigenação insuficiente nos tecidos:

• Respiração acima de 18 ou abaixo de 12 mpm;

• Respiração irregular / dispnéia / cianose;• Sons pulmonares anormais;• Tosse persistente / expectoração;• Agitação, confusão mental e sonolência.

Metas para as ações de enfermagem

• Manter desobstrução das vias aéreas;• Aumentar a eficiência ventilatória;• Assegurar um adequado suprimento de O2;• Reduzir as demandas de O2 do organismo;• Minimizar a ansiedade do cliente.

Intervenções para aumentar o suprimento de O2

• Melhorar eficiência respiratória (utilizando broncodilatadores);

• Drenagem de tórax;• Percussão e vibração do tórax;• Aspeiração de secreção;• Traqueostomia.

Problemas comuns relacionados à oxigenação

• Dispnéia; sibilos; cianose• Tosse• Expectoração• Fadiga ou fraqueza muscular• Dor torácica• Baqueteamento dos dedos.

1- OXIGENIOTERAPIA

Consiste na administração de oxigênio numa concentração de pressão superior a encontrada na atmosfera para corrigir ou atenuar deficiência de oxigênio ou hipóxia.

Objetivo:Fornecer o transporte adequado de

oxigênio no sangue, enquanto diminui o trabalho da respiração e o estresse sobre o miocárdio.

Indicações:• Para correções de hipoxemias.

Sendo que a falta de oxigênio se traduz por:

taquicardia dispnéia confusão mental cianose, palidez agitação e morte

Duração

A administração de oxigênio pode ser:

Contínua

Intermitente

Precauções

• A administração de oxigênio deve ser feita com cautela, e seus efeitos devem ser cuidadosamente avaliados.

• O oxigênio em excesso pode causar efeitos tóxicos sobre os pulmões e o sistema nervoso central.

• O oxigênio causa combustão, por isso sempre existe o risco de incêndio;

• Não permitir fumar no local ou próximo dele;

• Cuidado com aparelhos elétricos que podem causar faíscas;

• Cuidado minucioso com o equipamento de oxigenioterapia.

Métodos de administração de oxigênio

O oxigênio é liberado de um cilindro ou de um sistema com válvulas;

Uma válvula de redução para reduzir a pressão;

Fluxômetro regula o controle de oxigênio;

Umidificador é acoplado para umidificar o oxigênio que não deve ser administrado puro (seco).

Sistemas para a administração de O2

Sistemas de baixo fluxo de O2:

• Fornecem uma parte da quantidade do ar inspirado, o restante é proveniente do ar ambiente;

• Nesse sistema o ar ambiente mistura-se com o O2; • Fornecem baixas concentrações de O2;• Os métodos são: cânula nasal, catéter de O2,

máscara facial simples.

Sistemas para a administração de O2

Sistemas de alto fluxo de O2:

• Fornecem o volume total de ar inspirado, e as concentrações de O2 podem ser mantidas com maior exatidão;

• Os métodos são: máscara de venturi, máscara aerosol, máscara de macro-nebulização ou tenda facial, traqueostomia.

Riscos da oxigenioterapia

• Complicações respiratórias: hipo e hiperventilação; edema, hemorragia e necrose das células alveolares; apnéia, etc.

• Destruição do nervo óptico e lesão dos capilares da retina.

• Anorexia, náusea, anemia.• Intoxicação do SN e convulsões.

Métodos de administração de oxigênio

cânula nasal (tipo óculos) catéter nasal máscara facial cânula endotraqueal incubadora (crianças) capacetes (ou capela) tenda.

Objetivo: Aliviar a dificuldade respiratória e

combater a hipóxia e anóxia.

Vantagens:o seu baixo custoo manter uma boa concentração de O2. Desvantagens:o Desconforto pela permanência o Trocas constantes.

Cuidados de enfermagem:

• trocar o catéter e a narina a cada 12h;• manter o umidificador sempre com água

até o nível indicado; • a água do umidificador deve ser estéril e

trocada a cada 24h (ideal a cada 12h); troca do sistema a cada 24h.

• hidratar as narinas com vaselina;• Fazer a limpeza das narinas com

compressa úmida.

• avaliar alterações significativas da respiração, registrar e comunicar o médico;

• observar a cor do paciente, presença de tosse e tipo de escarro e registrar;

• observar obstrução ou angulamento do catéter e intermediário;

• Realizar o procedimento de preferência com o paciente em posição semi-fowler;

• Realizar anotações de enfermagem.

Oxigenioterapia por CÂNULA NASAL:

Catéter com duas pontas adaptáveis às narinas e fixadas por uma alça plástica em torno da cabeça;

É empregado quando se requer uma concentração média ou baixa de oxigênio;

É melhor tolerado pelo paciente;

Oxigenioterapia por MÁSCARAS DE

0XIGÊNIO/VENTURI:

Permite uma concentração constante de oxigênio;

Seu objetivo é aliviar a dificuldade respiratória e combater hipóxia/anoxia;

Se possível deve ser retirada de 2/2h, deixando o paciente repousar alguns minutos antes de recolocar.

Oxigenioterapia por MÁSCARAS DE 0XIGÊNIO/VENTURI:

Cuidados de EnfermagemIdem catéter mais: Proteger as orelhas e saliências ósseas com

gaze.Montar a máscara e regular concentração de

O2 CPM.Prender com cadarço ou próprio elástico.

Oxigenioterapia por TENDA DE O2:

É a administração de O2 por uma tenda, portátil, de acrílico e transparente;

Desvantagens:• alto consumo e perda de O2;• sensação de claustrofobia;• acesso difícil para realizar cuidados; • dificuldade de obter concentração

alveolar superior a 25%.

Oxigenioterapia por TENDA DE O2:

Cuidados idem anteriores, mais:

Adaptar a extensão de O² e Ar Comprimido à tenda;

Escolher a menor tenda e cobertura capaz de fornecer a concentração desejada.

Cuidados de enfermagem na oxigenioterapia:

• proporcionar o maior conforto possível;• tranquilizar quanto administração;• administrar O2 na proporção adequada

e controlada;• umidificação adequada;• afastar qualquer meio que possa

causar acidentes (incêndio);

• Antes de administrar O2, já deixar ligada a válvula na concentração adequada;

• verificar SV de 4/4h;• fornecer líquidos; • inspecionar a coloração das

extremidades;• após utilização dos kits, colocar em um

saco plástico para ser encaminhado a CME;

• fazer higiene nasal e hidratar sempre que necessário.

2- ASPIRAÇÃO DE SECREÇÕES DAS VIAS AÉREAS

É a retirada por sucção das secreções oral, nasal ou endotraqueal;

A aspiração das VAS envolvem o nariz, a boca e a orofaringe;

A aspiração das VAI envolvem a traquéia e ocasionalmente a aspiração profunda, envolve os brônquios.

Indicações da aspiração

• Clientes impossibilitados de remover e eliminar secreções, por fatores como alteração do nível de consciência e crianças;

• Clientes entubados e traqueostomizados.

Objetivo da aspiração

Manter as vias aéreas livres e permeáveis, garantindo ventilação e oxigenação adequadas, prevenindo complicações no quadro clínico geral.

Riscos

infecção das vias aéreas inferiores traumatismo de tecidos (sucção

excessiva) hipoxemia / arritmia cardíaca Broncoespasmo ansiedade e desconforto

Aspiração nasofaríngea / orofaríngea

Aspiração da orofaringe e nasofaringe está indicada para o paciente que é capaz de tossir normalmente, mas não consegue eliminar as secreções mediante deglutição, tosse ou expectoração.

Aspiração do tubo endotraqueal:

Intubação endotraqueal refere-se a passagem de um tubo endotraqueal, através da boca ou nariz, para dentro da traquéia.

A intubação fornece uma via aérea permeável, quando o paciente está apresentando sofrimento respiratório que não pode ser tratado por métodos mais simples.

Desvantagens do tubo endotraqueal

reflexo da tosse reprimido;fechamento da glote comprometido;Desconforto;depressão do reflexo da deglutição;as secreções tendem a tornar-se

espessas;ulceração e estenose.

Material e equipamento

Rede de gases (vácuo, ar comprimido e oxigênio) e/ou aspirador portátil.

Sonda de aspiração/catéter (nº 10 a 14 para adultos), ampola de 10ml de SF, extensor de latéx/silicone, luva plástica estéril, luvas de procedimento, óculos e máscara.

Cuidados de Enfermagem

realizar higiene oral após cada aspiração;

Atentar quanto a obstrução da cânula;aspirar o latéx em ampolas de água

destilada de 10 ou 20ml, para limpeza do mesmo;

proteger a ponta do latéx com gaze esterilizada;

Cuidados de Enfermagem:

Não realizar movimentos de “vaivém”;Somente em caso de secreção

espessa e tampões de muco, instilar SF 0,9% nas narinas ou boca, até 5ml em adultos;

Limitar o tempo de sucção até 15 segundos em adulto;

esvaziar os frascos de coleta das secreções e substituir por limpos no final de cada turno ou sempre que necessário;

trocar o latéx diariamente ou 2x ao dia (conforme necessidade);

• O cateter de aspiração é estéril e de uso único;• Manter a cabeceira elevada em 30-45º;• Não se deve aspirar durante as dietas, e sim antes

delas ou duas horas após a administração da mesma;

Realizar ausculta pulmonar antes e depois do procedimento.

Cuidados na aspiração da traqueostomia e tubo

Realizar ausculta pulmonar e avaliar a necessidade de aspiração;

Cabeceira elevada entre 30º a 45º;Avaliar o tamanho do catéter; Colocar a mascara e o óculos;trocar o curativo toda vez que estiver

úmido;

Objetivos

Promover a saída contínua de materiais patológicos acumulados no espaço pleural, facilitando a troca gasosa e a respiração removendo todo e excesso de ar e líquido (ou sangue), proporcionado que o pulmão possa reexpandir e restaurar a função cardiorrespiratória normal após cirurgia, trauma ou condições clínicas.

Drenagem de tórax por gravidade (simples)

Permite a drenagem de líquidos de forma gradual sem o auxílio de aparelhos sucção;

Funcionalmente a drenagem depende da gravidade e da mecânica da respiração;

O tubo que está conectado ao dreno deve estar sempre submerso em água destilada ou SF em torno de 3cm.

Drenagem de tórax por sucção (aspiração contínua)

Permite a saída de ar e líquidos de forma mais rápida, no qual usa-se uma bomba de pressão negativa;

Usa-se dois frascos: um conectado ao paciente e o outro à bomba de sucção e os dois interligados entre si;

A intensidade da sucção aplicada é regulada pela válvula da parede.

Curativo do dreno de tórax

• Calçar luvas estéreis;• Proceder a limpeza com SF 0,9% para

remoção de sujidade, do centro para a periferia do dreno;

• Realizar anti-sepsia com álcool 70º na incisão, do centro para a periferia do dreno;

• Ocluir o curativo com gaze e fita adesiva..

Cuidados de enfermagem

• todo equipamento deve ser esterilizado;• os frascos devem ficar ao nível do chão

e protegidos de eventuais acidentes; • os tubos de conexão devem ser longos

para permitir a mobilização do cliente sem risco de tração do dreno;

• evitar estrangulamento do tubo e manter desobstruído;

• o frasco conectado à bomba de sucção deverá permanecer borbulhando;

• observar constantemente o aspecto do líquido drenado, bem como volume/hora;

• os frascos devem ficar sempre abaixo do nível do tórax;

• os tubos de conexão devem ser longos para permitir a mobilização do cliente sem risco de tração do dreno;

• evitar dobras e/ou compressão do latéx quando o cliente estiver deitado no lado em que se encontra o dreno;

• cuidado na troca do vidro coletor;• não clampear o dreno durante o

transporte;• fazer curativo no ponto de inserção do

dreno diariamente e quando sujo, solto ou úmido;

• trocar o conteúdo do frasco a cada 12h ou quando necessário (500ml);

• os frascos devem ser fechados hermeticamente, e só ligar o aparelho depois de conectar todos os drenos;

• colocar uma fita para indicar o nível inicial da água, data, hora e assinatura;

• estimular o cliente a tossir e respirar profundamente e mudar de posição frequentemente;

• anotar na evolução e folha de sinais vitais o aspecto e volume drenado;

• Observar sinais e sintomas de infecção no local da inserção do catéter e anotar;

• Ordenhar periodicamente a extensão no sentido descendente para evitar ou retirar obstrução por secreção/coágulo;

• Estimular a deambulação (frasco de drenagem em posição mais baixo que o tórax);

• Estimular movimentação no leito.

Terminologia relacionada

• Apnéia• Bradipnéia• Dispnéia• Eupnéia• Hiperventilação• Hipoventilação• Hiperpnéia;• Respiração de Biot; Cheyne-Stokes; Kussmaul• Taquipnéia

Terminologia relacionada

• Dispnéia • Sibilos• Cianose• Tosse• Expectoração• Fadiga• Dor torácica• Baqueteamento dos dedos.

Referências • PRADO, M. L. de; GELBCKE, F. L. Fundamentos de Enfermagem.

Florianópolis: Cidade Futura, 2002.

• HOOD, Gail Harkness (Et al.) Fundamentos e prática da enfermagem: atendimento completo ao paciente. 8. ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995.

• KAWAMOTO, Emilia Emi. Fundamentos de enfermagem. São Paulo: EPU, 1997.

• POSSO, Maria Belén Salazar. Semiologia e semiotécnica de enfermagem. São Paulo: Atheneu.

• ATKINSON, Leslie D.; MURRAY, Mary Ellen. Fundamentos de enfermagem: introdução ao processo de enfermagem. Rio de Janeiro: Guanabara.

Referências • MUSSI, Nair Miyamoto, et all. Técnicas Fundamentais de Enfermagem. 2a Edição.São

Paulo Editora Atheneu. 2007.• Sociedade Brasileira de Enfermeiros do Centro Cirúrgico, Recuperação Anestésica e

Centro de Material e Esterilização – SOBECC. Praticas Recomendadas SOBECC. 5a Edição. São Paulo. 2009.

• Rogante, Maria M; Furcolin, Márcia I. R. Procedimentos Especializado de Enfermagem. Departamento de Enfermagem do Hospital das Cínicas UNICAMP. São Paulo: Atheneu. 2004

• LOBO, Renata d. [et al]. Manual Prático de Procedimentos: Assistência Segura para o paciente e profissional de Saúde. São Paulo. HCFMUSP. 2009.

• ARCHER, Elizabetg.[at al]. Procedimentos e Protocolos. Revisão Técnica Marléia Chagas Moreira e Sônia Regina de Souza. Guanabara Koogan, Vol.2. Rio de Janeiro. 2005.

• SOUZA, V.H.S. MOZACHI, N. O Hospital – Manual do Ambiente Hospitalar. Editora Manuel Real Ltda. 2ª Edição. Curitiba, 2005.