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ASSEMBLEIA MUNICIPAL DE FIGUEIRO DOS VINHOS
ATA Nº 16 (Quadriénio 2017/2021)
Sessão de 30.09.2019
------ Ao trigésimo dia do mês de setembro do ano de dois mil e dezanove, pelas 18:30
horas, reuniu a Assembleia Municipal de Figueiró dos Vinhos, em Sessão Ordinária, no
Salão da junta da União das Freguesias de Figueiró dos Vinhos e Bairradas, sito na
localidade de Bairradas, sob a presidência do Exmº. Sr. Dr. Carlos Manuel Simões da
Silva, coadjuvado pelo Sr. António Manuel Ferreira da Silva, Primeiro Secretário e a Dª.
Ana Bela da Conceição Silva, Segunda Secretária, tendo a seguinte ordem de trabalhos:
1. Apreciação da informação escrita do Exmo. Sr. Presidente da Câmara Municipal
acerca da atividade do Município, bem como da situação financeira do mesmo, nos
termos do disposto na alínea c) do n.º 2 do Artigo 25.º da Lei n.º 75/2013, de 12 de
setembro;
2. Eleição de um Presidente de Junta de Freguesia (um efetivo e um suplente) para
participar no XXIV Congresso da Associação Nacional de Municípios
Portugueses;
3. Reposição da Freguesia de Bairradas – ponto da situação;
4. Lançamento de Derrama para Cobrança em 2020 – Período 2019 (aprovado por
unanimidade Reunião de Câmara de 11/09/2019);
5. Transferência de competências para os órgãos municipais na participação dos
Municípios na gestão das áreas protegidas de âmbito nacional, bem como na
gestão de áreas protegidas de âmbito regional e local – Decreto-Lei n.º 116/2019,
de 21 de agosto de 2019 (aprovado por unanimidade Reunião de Câmara
11/09/2019);
ATA DA SESSÃO
ORDINÁRIA DA
ASSEMBLEIA MUNICIPAL
DE FIGUEIRÓ DOS VINHOS,
REALIZADA NO DIA 30 DE
SETEMBRO DE 2019
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6. Para conhecimento - Ofício da DGAL – Direção-Geral das Autarquias Locais –
Artigo 56.º da Lei n.º 73/2013, de 3 de setembro. Alerta Precoce. Taxa de Execução
da Receita Prevista no Orçamento Inferior a 85% nos dois anos consecutivos –
2017 e 2018;
7. Para conhecimento - Ação de controlo ao Município de Figueiró dos Vinhos
(Controlo da Lei dos Compromissos e Pagamentos em Atraso) - Homologação do
relatório IGF;
8. Para conhecimento - Relatório sobre a situação económico-financeira do
Município de Figueiró dos Vinhos – 1.º Semestre 2019.
--------Estiveram presentes os seguintes Membros da Assembleia Municipal: Eng.º Rui
Manuel Almeida e Silva, Eng.º Miguel Ângelo Portela da Silva Caetano, , Eng.º Fernando
José Forte Garrido Branco, Dr. Pedro Miguel David Santos Lopes, Sr. Hugo Filipe Ribeiro
Cardoso Dias, Dr. António Pedro Serra Lopes Prior Ladeira, D.ª Maria Amélia Zagarte
Nunes, Sr. Carlos Alberto Godinho Simões, Presidente da Junta de Freguesia de Aguda; Sr.
Jorge Manuel Rodrigues Quaresma, Presidente da União das Freguesias de Figueiró dos
Vinhos e Bairradas; Dr. Nuno Filipe Conceição Rodrigues, Presidente da Junta de
Freguesia de Arega e Eng.º Jorge Manuel de Jesus Agria, Presidente da Junta de Freguesia
de Campelo. ----------------------------------------------------------------------------------------
--------Nos termos previstos no artigo 48º da Lei nº 169/99, de 18 de setembro, com as
alterações introduzidas pela Lei nº 5-A/2002, de 11 de janeiro, a Câmara Municipal fez-se
representar pelo Sr. Presidente da Câmara, Sr. Jorge Manuel Fernandes de Abreu. Presentes
também a Sr.ª Vereadora, Dr.ª Marta Inês Dinis Brás Cardoso Fernandes, o Sr. Vereador,
Eng.º Manuel da Conceição Paiva, o Sr. Vereador, Dr. Carlos Lopes e o Sr. Vereador, Eng.º
Luís Filipe Antunes da Silva.---------------------------------------------------------------------------
--------Não estiveram presentes os Membros da Assembleia Municipal, Dr. Fernando
Manuel da Conceição Manata, Sr. Fernando Manuel Carvalho Batista, Sr. João Cardoso
Araújo, Eng.º André Jorge Neves Quevedo Lourenço e o Sr. Armando Domingos
Gonçalves, que solicitaram a sua substituição, a qual foi aceite pelo Sr. Presidente da
Assembleia Municipal, nos termos regimentais, tendo sido substituídos, respetivamente,
pelos Sr. António dos Santos Leitão, Sr. Joaquim Mendes Conceição Dias, Sr. Manuel
Maria Nunes da Silva, Sr. Armindo Santos Silva e D.ª Paula Margarida Azevedo F.
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Trancoso.-------------------------------------------------------------------------------------------------
--------Constatada a existência de quórum, o Sr. Presidente da Assembleia Municipal
declarou aberta a Sessão, saudando de seguida todos os presentes, incluindo o público. -----
Convidou de seguida para a mesa e a usar da palavra o Sr. Presidente da Junta da União
de Freguesias de Figueiró dos Vinhos e Bairradas, Sr. Jorge Quaresma, que
cumprimentou todos os presentes e desejou uma boa sessão.------------------------------------
--------A seguir, o Sr. Presidente da Assembleia Municipal propôs que fosse cumprido
um minuto de silêncio em memória do Sr. Juvenal Alves Domingos, ex-membro da
Assembleia Municipal e Vereador da Câmara Municipal, entretanto falecido, o que
mereceu a anuência e respeito de todos. -------------------------------------------------------------
Sobre o expediente, informou que foi distribuída a listagem da correspondência recebida,
perguntando aos senhores deputados se havia alguma questão a colocar. Não havendo
intervenções, informou que a correspondência poderá ser consultada, sempre que o
desejarem, no Gabinete da Assembleia Municipal. -----------------------------------------------
Entretanto, colocou à discussão as atas da sessão extraordinária de vinte e quatro de junho e
da sessão ordinária de vinte e oito de junho.---------------------------------------------------------
--------Solicitou a palavra Sr. membro da Assembleia Municipal, Engº Miguel Portela,
cumprimentou todos os presentes, a seguir solicitou que fosse verificado na lista de
presenças da sessão extraordinária do dia 24 de junho, se o Eng.º André Quevedo esteve
presente.---------------------------------------------------------------------------------------------------
--------No uso da palavra o Sr. Presidente da Assembleia Municipal, respondeu que
confirma a presença do Sr. Membro da Assembleia Municipal, Eng.º Miguel Quevedo, na
referida Sessão.---------------------------------------------------------------------------------
Entretanto questionou se não houver outra questão se estão em condições de votar a
referida ata da reunião da Sessão Solene do dia vinte e quatro de Junho, tendo sido
interrompido pelo membro da Assembleia Municipal, Sr. Eng.º Miguel Portela, que
referiu que na questão da votação e de acordo com o Código de Procedimento
Administrativo a ata só deve ser aprovada por quem realmente esteve presente. Uma vez
que se verificam várias substituições, convinha que fosse realçada essa questão, que nos
termos do artigo 34.º, n.º 3 do Código de Procedimento Administrativo, há pessoas que não
podem participar na aprovação uma vez que não estiveram presentes, a lei n.º 4/2015 assim
o diz.------------------------------------------------------------------------------------------------------
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--------No uso da palavra, o Sr. Presidente da Assembleia Municipal respondeu que,
como é do conhecimento do membro da Assembleia Municipal, Sr. Eng.º Miguel Portela,
as regras que acabou de alocar dizem respeito essencialmente à Administração Pública e a
todas as Administrações e Setor Publico empresarial, onde os representantes dos órgãos
respetivos têm um conjunto de obrigações e só deve votar quem estiver presente nos
momentos anteriores. Na generalidade das Assembleias Municipais e outros Órgãos
Associativos de qualquer cariz, tem sido costume que todos os elementos presentes, sendo
efectivos ou substitutos de outros, pelo facto de não terem estado presentes na Sessão da
Assembleia Municipal anterior, significa que representam, em substituição, outros
elementos, entendendo-se que o direito ao voto é delegado no elemento substituto. Tal
procedimento é prática comum en reiterada na nossa Assembleia Municipal e não vê razões
para, neste caso, ser diferente do que tem sido até agora. -----------------------------------------
--------A seguir o membro da Assembleia Municipal, Sr. Eng.º Miguel Portela, disse
que a questão prende-se com a substituição de pessoas na presente sessão, não de aprovar
um assunto onde a pessoa não esteve presente. Recordou o art.º 34.º, n.º 3 do CPA, que
refere que não participam na aprovação da ata os membros que não tenham estado
presentes na reunião a que a mesma diz respeito.---------------------------------------------------
--------O Presidente da Assembleia Municipal questionou se alguém dentro da
Assembleia Municipal levanta alguma questão do que tem sido feito desde sempre, decidir
entre o legislativo e o pragmático. Não havendo intervenções, colocou à aprovação a ata da
Sessão Solene do dia 24 de junho a qual foi aprovada por unanimidade, bem como a ata do
dia 28 de junho, a qual também foi aprovada por unanimidade.--------------------------------
Seguidamente deu a palavra aos Srs. Membros da Assembleia Municipal, tendo-se inscrito
a D.ª Ana Bela Silva, que depois de cumprimentar os presentes, congratulou-se com o
evento organizado pela Câmara Municipal, o Fazunchar, que trouxe muitas pessoas a
Figueiró e é uma forma de divulgar a Vila. Alertou que, se houver nova edição, que seja
alargada às freguesias, desejando que eventos desta natureza se repitam.----------------------
--------A seguir o membro da Assembleia Municipal, Sr. Miguel Portela, leu um
documento sobre o Serviço Nacional de Saúde, que se transcreve na integra:------------------
“O SNS – Serviço Nacional de Saúde comemorou no passado dia 15 de Setembro 40 anos.
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Em 2019 assinalam-se 40 anos sobre a publicação da Lei n.º 56/79, de 15 de setembro,
data de criação do SNS. Criado no âmbito do Ministério dos Assuntos Sociais e que visou
garantir o acesso a cuidados de saúde a todos os cidadãos, independentemente da sua
condição económica e social.
A este propósito lembramos as palavras do Sr. Presidente da República, que, como
deputado constituinte, votou a nossa Lei Fundamental e cito «o que ela representou de
desenvolvimento humano e justiça social e sublinha a sua importância presente e futura,
como peça-chave no sistema global de saúde e também como denominador entre os
Portugueses, para além de divergências doutrinárias, ideológicas e partidárias».
Ao longo dos anos, o SNS gerou ganhos em saúde que colocaram Portugal ao nível do
resto da Europa e reduziram muitas das desigualdades que durante décadas nos
marcaram.
Saudamos os 40 anos do SNS.
Saudamos os seus fundadores e todos os que no passado e no presente se empenharam e
empenham na sua defesa e nas suas lutas.
É comum dizer-se que o princípio e o fim do Serviço Nacional de Saúde são os
portugueses. Invocamos aqui esta afirmação numa altura em que a degradação
progressiva do Serviço Nacional de Saúde tem levado à degradação dos Serviços Públicos
que são o garante dos cuidados de saúde aos portugueses, consagrados na Constituição da
República Portuguesa nomeadamente no art.º 64 onde se assegura a saúde e o acesso aos
serviços públicos de saúde a todos os cidadãos de forma igual e sem discriminações de
qualquer natureza, direito esse, que deve ser garantido pelo Estado e da responsabilidade
do Estado.
Apesar de um anunciado aumento do investimento e de mais profissionais o facto é que os
serviços estão pior. Aquilo que poderiam ser episódios pontuais tornaram-se uma
constante.
É a garantia do acesso dos cidadãos aos medicamentos de que necessitam que falha. São
as quase 40 mil queixas que a Entidade Reguladora da Saúde recebeu sobre serviços de
saúde no primeiro semestre de 2019. São as intermináveis listas de espera. São os serviços
que encerram e outros que passaram a fechar ao fim de semana. São as constantes ruturas
dos serviços de urgência hospitalares. É a carência de profissionais de saúde nos centros
de saúde e ausência de reforço de cuidados de saúde primários. É, ainda, a falta de
profissionais de saúde: Médicos, Enfermeiros, Assistentes Operacionais, Assistentes
Técnicos, Técnicos Superiores de Saúde, Técnicos Superiores de Diagnóstico e
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Terapêutica.
E se o país está assim o concelho de Figueiró dos Vinhos também sofreu destes males. No
nosso concelho temos vindo a assistir a sucessivos cortes nos serviços de Saúde, à
diminuição de oferta de cuidados e valências e à introdução de medidas que dificultam o
acesso, por parte dos Figueiroenses, aos cuidados de saúde.
De que são exemplos:
Encerramento da extensão saúde de Bairradas
Encerramento da extensão saúde de Campelo
Diminuição das deslocações de médico e enfermeiro às extensões de saúde de
Arega
Diminuição das deslocações de médico e enfermeiro às extensões de saúde de
Aguda
Diminuição dos serviços prestados no Centro de Saúde
Diminuição sucessiva de horas de atendimento médico no Centro de Saúde
As Extensões de Saúde que deveriam assumir um importante ponto de ligação e espaço
privilegiado para a promoção da saúde nas freguesias ou encerraram ou funcionam a meio
gás.
É a situação de rutura e de incapacidade de resposta às necessidades dos utentes dos
serviços públicos de saúde que está em causa.
O reforço do Serviço Nacional de Saúde não se faz no discurso, mas nas ações concretas.
A salvaguarda do Serviço Nacional de Saúde e o cumprimento da Constituição é um
imperativo.
O Partido Social Democrata acompanha a crítica e a preocupação dos Figueiroenses pela
diminuição de serviços públicos de saúde no concelho de Figueiró dos Vinhos. Todos os
dias somos confrontados com queixas e lamentos dos nossos conterrâneos que já não
sabem a quem se dirigir para solucionar o problema. Os Figueiroenses têm razão e o PSD
está com todos os munícipes nesta luta que é justa e é necessária.
O concelho já de si sofre de erosão económica e social, de um despovoamento cada vez
mais acentuado e da perda de poder de compra, a que se junta esta dificuldade no acesso
aos cuidados de saúde.
Bem sabemos que o governo é socialista. Bem sabemos que há quem tenha dificuldade em
despir a camisola partidária e a ignorar o cartão de militante, mas perante este estado de
coisas e a necessidade de acudir ao superior interesse da população o PSD não hesita e
faz uma escolha diferente. Para nós primeiro está s superior interesse do concelho de
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Figueiró dos Vinhos e da sua população e só depois vem a questão partidária.
Daí que o PSD não baixe os braços e continue a exigir do Governo:
1. Medidas urgentes que promovam a contratação dos profissionais de saúde necessários
para colmatar o elevado número de utentes que não têm, em tempo útil, resposta nos
serviços de saúde prestados no nosso concelho;
2. Horários de Atendimento que vão ao encontro das necessidades dos Figueiroenses;
3. Exigir a reabertura dos serviços encerrados e a melhoria e qualidade dos cuidados de
saúde prestados à população do concelho de Figueiró dos Vinhos;
Como diz o ainda governo socialista vivemos um tempo novo e virou-se a página da
austeridade. Acabou o estado de emergência nacional de pré-bancarrota, sem Troika e sem
Memorando de Entendimento. Até o Governo é outro, portanto deixem-se de desculpas e
façam favor de cumprir a Constituição da República Portuguesa porque nos recusamos a
ser Portugueses de segunda.
Saudamos, mais uma vez, os 40 anos do SNS, numa perspetiva de o celebrar todos os dias,
lutando energicamente contra as medidas que visam a sua não aplicação no todo nacional
e concretamente no concelho de Figueiró dos Vinhos e lutando também pela sua melhoria
contínua.
Assembleia Municipal, 30 de setembro de 2019”
A seguir apresentou a seguinte declaração:
“A Lei Lei n.º 75/2013 de 12 de setembro, no seu artigo 35º (Competências de apreciação
e fiscalização), nº2 aliena d) e o Regimento da Assembleia Municipal nos termos do artigo
6º (Competências de apreciação e fiscalização) nº 2 alínea d) referem:
d) Solicitar e receber informação, através da mesa e a pedido de qualquer membro, sobre
assuntos de interesse para o município e sobre a execução de deliberações anteriores;
Nesse sentido entreguei na sessão da Assembleia Municipal de 22 de Abril de 2019 três
requerimentos com pedidos de informação à Câmara Municipal:
a) Pedido de esclarecimento sobre os cuidados de saúde no município de figueiró dos
vinhos – moção.
b) Pedido de esclarecimento sobre candidatura do município de leiria a capital europeia
da cultura 2017;
c) Pedido de esclarecimento sobre atribuição do topónimo maria benedita mouzinho de
albuquerque pinho;
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Nos termos do artigo 4.º da Lei n.º 24/98, de 26 de Maio, que aprovou o Estatuto do
Direito de posição, os titulares do direito de oposição têm o direito de ser informados
regular e diretamente pelos correspondentes órgãos executivos sobre o andamento
dos principais assuntos de interesse público relacionados com a sua atividade,
devendo as informações devem ser prestadas diretamente e em prazo razoável aos
respetivos titulares do direito de oposição.
O Regimento da Assembleia Municipal de Figueiró dos Vinhos não faz menção a
qualquer prazo para resposta da Câmara Municipal a pedidos de informação da
Assembleia e dos seus membros.
Ora e na falta de fixação, no Regimento da Assembleia Municipal, de um prazo em
especial de resposta, que entendo ser necessário acrescentar, julgo ser de aplicar
supletivamente o prazo geral constante do artigo 86.º do Código do Procedimento
Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 4/2015, de 7 de Janeiro, que determina
que é de 10 dias o prazo para os atos a praticar pelos órgãos administrativos.
Terminado o prazo de 10 dias não recebi qualquer resposta, nem me foi dada nenhuma
explicação para o efeito.
Apesar disso fui condescendente e esperei mais um pouco tendo em conta o artigo 35º: da
Lei n.º 75/2013 de 12 de setembro.
Artigo 35º: (Competências do presidente da câmara municipal) nº 1, alínea s) Responder,
em tempo útil e de modo a permitir a sua apreciação na sessão seguinte da assembleia
municipal, aos pedidos de informação apresentados por esta;
O que também não foi cumprido. Em face deste reiterado incumprimento fiz o seguinte.
Em 01 de Julho de 2019 às 14:56 enviei, via e-mail, ao Sr. Presidente da Assembleia
Municipal um pedido de informação com um conjunto de perguntas relacionadas com o
não recebimento da informação solicitada.
No mesmo dia às 15:50 recebi da Secretária do Gabinete de Apoio à AM o email com a
informação de que os requerimentos foram entregues na Câmara Municipal.
Em resposta e no mesmo dia, mas ás 16:19 enviei um novo email ao Sr. Presidente da
Assembleia Municipal solicitando a resposta às restantes perguntas que fiz no email de das
14:56.
No dia 2 de julho de 2019 às 12:13 recebi, em resposta, um email do Sr. Presidente da
Assembleia Municipal de Figueiró dos Vinhos considerando na sua opinião que “não tem
prazo previsto na Lei das Autarquias Locais” para resposta aos requerimentos, mas apesar
disso a disponibilizar-se a dar “conhecimento ao senhor Presidente da Câmara
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Municipal desta (minha) insistência, por forma a obter os necessários esclarecimentos.”
No dia seguinte enviei um email ao Sr. Presidente da Assembleia Municipal considerando
mais que esgotado o prazo para resposta, invocando a lei e solicitando que reitere a sua
intervenção junto da Câmara Municipal.
Estamos praticamente em Outubro e até hoje não recebi qualquer resposta aos
requerimentos apresentados em Abril, nem as razões para que a Câmara se não puder
responder no prazo fixado comunicar, também por escrito, as razões da falta de resposta.
Para além da negação do direito de informação previsto na Lei e no Código de
Procedimento Administrativo a não resposta constitui, igualmente, uma afronta à
Assembleia Municipal e às suas competências enquanto órgão fiscalizador do executivo
municipal e que esta não pode ignorar.
A recusa do dever de prestar informação significa, também, o incumprimento de uma
disposição legal.
O Regimento da Assembleia Municipal de Figueiró dos Vinhos refere no seu
ARTIGO 6º (Competências de apreciação e fiscalização), nº 2 alínea f) “Apreciar a recusa
da prestação de quaisquer informações ou recusa de entrega de documentos por parte da
câmara municipal ou de qualquer dos seus membros que obstem à realização de ações de
acompanhamento e fiscalização;”
E é isso, que quanto a nós, está agora em causa. A recusa da Câmara Municipal em
prestar informações à Assembleia Municipal e a um seu membro.
O Sr. Presidente da Assembleia Municipal concordará, certamente, que mais de cinco
meses, são mais do que suficientes para uma resposta ou na sua ausência as razões
objetivas para a não resposta. Esta recusa em prestar informação além de ser ilegal
constitui um desrespeito para com esta Assembleia e para com o seu Presidente que tentou
como nos foi informado por escrito, embora sem êxito, que a informação fosse prestada.
O Presidente da Câmara ignorou o Presidente da Assembleia, ignorou os seus membros e
ignorou o cumprimento da legislação que está obrigado a cumprir.
Na gestão pública autárquica a transparência é essencial e necessária até porque o
exercício da democracia é, por essência, avesso ao segredo. A este propósito lembramos o
enorme trambolhão de 59 posições, da Câmara Municipal de Figueiró dos Vinhos, no
Ranking Nacional de Transparência, recentemente publicado, revelando-se a 131ª Câmara
menos transparente do País.
Esta forma de agir no caminho da opacidade é, a nosso ver errado e traz claros prejuízos
para a imagem do concelho e para a relação entre a autarquia e os Figueiroenses.
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Perante o que aqui dissemos e a recusa da Câmara Municipal em prestar esclarecimentos
somos de entendimento, sem prejuízo de recorrermos a outros meios legais, que a
Assembleia Municipal de Figueiró dos Vinhos deve apreciar o comportamento da Câmara
Municipal à luz do ARTIGO 6.º (Competências de apreciação e fiscalização), n.º 2 alínea
f).”
--------No uso da palavra, o Sr. Presidente da Assembleia Municipal esclareceu o Sr.
Membro da Assembleia Municipal, Eng.º Miguel Portela que, se o legislador quisesse que
as Assembleia Municipais estivessem sujeitos ao CPA, não tinha sido criada uma lei
específica para as Autarquias Locais. Segundo, não há qualquer recusa da Câmara
Municipal na resposta, porque não há prazos legais ou regimentais, daí que entenda que, se
não há prazos, não há recusa. A Assembleia Municipal fiscaliza e acompanha a atividade do
executivo municipal, mas não é seu "polícia".-------------------------------------------------------
Entretanto, deu conhecimento que as respostas em discussão deram entrada, nesta mesma
data, no gabinete de apoio da Assembleia Municipal e serão posteriormente remetidas ao
Sr. Eng.º Miguel Portela.------------------------------------------------------------------------------
-------Seguidamente, solicitou a palavra o líder da bancada do Movimento Figueiró
Independente, Dr. Pedro Lopes, que depois de cumprimentar todos os presentes, referiu-
se à intervenção do membro da Assembleia Municipal, Sr.º Eng.º Miguel Portela, sobre o
Serviço Nacional de Saúde, onde começa por elogiar os fundadores do SNS. Analisando o
conteúdo da mesma, disse estarem perante um exercício de oportunismo político, a pouco
mais de oito dias de eleições legislativas, por duas razões fundamentais: quando o MFI
apresentou uma proposta para atribuição da Medalha de Honra do Concelho ao Dr.
António Arnault, fundador do Serviço Nacional de Saúde, o Partido Social Democrata
votou contra, e presentemente o PSD vem prestar homenagem ao Dr. António Arnault e aos
fundadores do SNS. Disse que estão sempre a tempo de corrigir, contudo não há dúvida
que teria sido uma atitude mais consentânea com esse sentimento de homenagem aos
fundadores do SNS se, há uns meses atrás, tivessem acompanhado as bancadas do MFI e
do PS na atribuição da Medalha de Honra do Concelho de Figueiró dos Vinhos ao Dr.
António Arnault, que até tinha falecido hà cerca de um mês.--------------------------------------
Quanto à segunda parte da intervenção do Sr. Eng.º Miguel Portela, é acompanhada por
todos, desde há muitos anos, nos órgãos autárquicos das freguesias e do concelho. O
encerramento das extensões de saúde, a diminuição de serviços no Centro de Saúde, o
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encerramento do SAP, etc. vem acontecendo hà vários anos, não foi no governo do PS, foi
no governo do PSD e PSD-CDS/PP, que governaram o País.------------------------------------
Portanto, a intervenção do Sr. Eng.º Miguel Portela foi uma oportunidade de brilhar
politicamente, a uns dias das eleições, mas o Sr. Eng.º Miguel Portela não focou, na
realidade, o que é importante, e as três bancadas têm defendido, na Assembleia Municipal,
as posições e moções aprovadas por unanimidade, porque todos se preocupam e todos
reclamam os serviços perdidos há uma série de anos. --------------------------------------------
--------Seguidamente, solicitou a palavra o Presidente da Junta de Freguesia de Aguda,
Sr. Carlos Simões, dizendo que na extensão de saúde de Aguda o atendimento médico e
enfermagem aumentou.--------------------------------------------------------------------------------
--------A seguir, o Sr. Presidente da Assembleia Municipal deu a palavra ao Sr.
Presidente da Câmara Municipal, que cumprimentou os presentes, em especial o Sr.
Jorge Quaresma, Presidente da Junta da União de freguesias de Figueiró dos Vinhos. -------
Referiu-se ao Fazunchar, integrado na candidatura da rede cultural “Produtos Turísticos da
Região de Leiria.” Disse que, quando lhe foi apresentado o projeto, nunca imaginou que
tivesse o impacto e o sucesso que teve. Agradeceu e deu os parabéns a todos os técnicos da
autarquia, a todos os voluntários envolvidos e à comunidade Figueiroense. Salientou o
privilégio da visita do Sr. Presidente da República, a título particular, em pleno gozo de
férias, essencialmente com a intenção de visitar o Fazunchar. Se houver essa intenção,
estão disponíveis a dar continuidade ao projeto, e parece-lhe que a sugestão de envolver as
freguesias é pertinente. --------------------------------------------------------------------------------
Sobre os quarenta anos do Serviços Nacional de Saúde, disse que são unanimes na
temática. Lembrou que o encerramento das extensões da saúde de Campelo e Bairradas foi
no mandato do Partido Social Democrata, pelo executivo do Sr. Eng.º Rui Silva. Contudo
reconhece o esforço feito por todos, porque na altura era vereador e sabe as posições, por
unanimidade, que tomaram, sem conseguirem atingir o objetivo pretendido, porque
depende essencialmente do governo. Lembrou ainda as posições tomadas, por
unanimidade, sobre a insistência que têm tido com o governo relativa ao assunto,
nomeadamente o alargamento do horário do SAP, que lhes foi garantido mas sem sucesso.
Porém, já conseguiram completar o quadro médico do Centro de Saúde. Reconhece que
muito tem sido feito, embora com muitas dificuldades que têm encontrado no Ministério da
Saúde, mas vão continuar a lutar, não vão desistir, garantindo o bom serviço de saúde à
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população.------------------------------------------------------------------------------------------------
Relativamente aos requerimentos apresentados com pedidos de esclarecimentos, disse que
o Sr. Membro da Assembleia Municipal, Eng.º Miguel Portela, está no seu direito de fazer
as considerações que entender, pois até ameaçou que vão recorrer a outras instâncias. Disse
que estão à vontade, pode fazê-lo, até porque já não é a primeira vez que isso acontece.
Contudo solicitou que ao Sr. Membro da Assembleia Municipal, Eng.º Miguel Portela, que
mencione quando é que a Câmara Municipal não respondeu dentro do que a lei permite.---
A seguir informou que a Escola Agostinho Roseta já apresentou o projeto de arquitetura de
requalificação do conhecido “edifício da EDP”. -------------------------------------------------
Por fim, informou também que foi nomeado o Coordenador Municipal de Proteção Civil.---
1. Apreciação da informação escrita do Exmo. Sr. Presidente da Câmara Municipal
acerca da atividade do Município, bem como da situação financeira do mesmo, nos
termos do disposto na alínea c) do n.º 2 do Artigo 25.º da Lei n.º 75/2013, de 12 de
setembro.
--------O Sr. Presidente da Assembleia Municipal apresentou este ponto e deu a palavra
ao Sr. Presidente da Câmara Municipal, que referiu que a descrição da atividade
municipal foi enviada aos membros da Assembleia Municipal, disponibilizando-se para
qualquer esclarecimento que pretendam. --------------------------------------------------
Apresentou alguns esclarecimentos sobre a situação financeira do Município,
disponibilizando-se também para esclarecer a Assembleia no que entenderem.----------------
2. Eleição de um Presidente de Junta de Freguesia (um efetivo e um suplente) para
participar no XXIV Congresso da Associação Nacional de Municípios Portugueses
--------O Sr. Presidente da Assembleia Municipal apresentou este ponto e procedeu à
votação por escrutínio secreto para o Presidente de Junta efetivo para participar no XXIV
Congresso da ANMP, tendo sido eleito o Sr. Presidente da Junta de Freguesia de Arega, Dr.
Nuno Filipe da Conceição Rodrigues, com nove votos.-----------------------------------------
A seguir procedeu à votação, também por escrutínio secreto, para o Presidente de Junta de
Freguesia, suplente ao referido Congresso, tendo sido eleito o Sr. Carlos Alberto Godinho
Simões, Presidente da Junta de Freguesia de Aguda, com onze votos.---------------------------
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3. Reposição da Freguesia de Bairradas – ponto da situação
--------O Sr. Presidente da Assembleia Municipal apresentou este ponto e solicitou ao Dr.
Pedro Lopes que fizesse o ponto da situação, após a presença dos lideres de bancada na
reunião da Assembleia de Freguesia da União das Freguesias de Figueiró dos Vinhos e
Bairradas.-------------------------------------------------------------------------------------------
--------No uso da palavra, o líder de bancada do Movimento Figueiró Independente, Dr.
Pedro Lopes, informou que na reunião da Assembleia de Freguesia realizada no dia vinte
de setembro, foi feita a apresentação do ponto em discussão. Foram levantadas algumas
questões, designadamente de como proceder para ouvir a população sobre o assunto, se em
plenàrios locais, ou em consulta referendària. para além de ter sido feita uma abordagem
clarificadora sobre o trabalho feito pelo atual e anteriores executivos. -------------------------
Após votação pela Assembleia de Freguesia da União de freguesias de Figueiró dos Vinhos
e Bairradas, o documento foi aprovado por maioria com a abstenção da bancada do PSD.-
--------O Sr. Presidente da Assembleia Municipal, depois de questionar o Sr. Presidente
da Junta e o Sr. Presidente da Assembleia de Freguesia, que nada mais acrescentaram à
intervenção do Dr. Pedro Lopes, disse que, depois de proceder à leitura da ata remetida pela
Assembleia de Freguesia, verifica que uma das preocupações é a de ouvir a população, o
que também já era preocupação da Assembleia Municipal, logo as pessoas têm de ser
ouvidas e consultadas. Assim, é de opinião que se deve fazer tudo o que for necessário para
levar a bancada do PSD na Assembleia de Freguesia a alterar a sua decisão, e sugeriu que
fosse aprofundada a situação. Sugeriu uma reunião do grupo de trabalho, a fim de acordar
data para reunirem com a população.-----------------------------------------------------------------
--------Solicitou a palavra o membro da Assembleia Municipal, Sr. Eng.º Miguel
Portela, e disse que o Sr. João Cardoso, hoje não está presente. Naturalmente irá integrar
essa reunião em data que for agendada, no entanto e face a terem recebido a ata e não tendo
a hipótese dos presentes fazerem uma análise, apesar de alguns dos elementos não terem
estado presentes, ela será lida e oportunamente, numa reunião próxima poderá ser ou não
avaliada nesse sentido. No entanto o PSD, face ao que tem suscitado essa questão,
nomeadamente nas questões que já transmitiu nas Assembleias anteriores, tem um
documento para juntar face a essa tomada de posição e alguns considerandos, o qual
entregou na mesa e se transcreve na integra:
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“Importa, antes de mais, dizer que a Freguesia das Bairradas foi criada durante o
Mandato do PSD na Câmara Municipal e agregada à de Figueiró dos Vinhos no âmbito da
reorganização administrativa do território, em 2013, imposta pela Troika. Esta agregação
mereceu, desde logo, uma forte oposição do PSD, com a contestação a nível jurídico e a
apresentação de providências cautelares e tomadas de posição dirigidas aos órgãos de
soberania. E se a criámos é porque fazia sentido e não nos arrependemos de a ter criado.
Que fique muito claro o Partido Social Democrata é a favor da reversão da Freguesia das
Bairradas com todas as suas anteriores competências materiais e territoriais, mas mais. O
PSD é a favor de uma Freguesia das Bairradas, regressada à autonomia democrática, com
poderes reforçados através da competente delegação de competências assim a sua
população o queira.
Posto isto importa reafirmar e clarificar dois aspetos que consideramos importantes.
O documento apresentado para a reposição da Freguesia de Bairradas e a Moção que o
Partido Social Democrata apresentou de contestação a uma proposta de lei apresentada
pelo governo e que inviabiliza a reposição da freguesia e que extingue, no prazo de 10
anos, as freguesias de Aguda, Arega e Campelo e que foi rejeitada por maioria por esta
Assembleia.
Relativamente ao documento apresentado para a reposição da Freguesia de Bairradas o
Partido Social Democrata entende reafirmar o seguinte:
O PSD foi confrontado com um documento que lhe chegou da Mesa da Assembleia, e que
chegou a estar agendado e na Ordem de Trabalhos da Sessão de 28 de Junho de 2016 mas
que acabou por ser retirado, sem sequer ser discutido, por não estar devidamente
enquadrado naquilo que se pretendia e era omisso na proposta do governo. Recebemos,
mais tarde, o mesmo documento corrigido desta lacuna mas enfermando da mesma falta de
verdade que já tínhamos feito referência na sessão de 28 de Junho passado.
Um documento que nos deixou, desde logo, com sérias reservas pela sua
extemporaneidade face ao recente quadro legislativo apresentado pelo governo e por
algum do seu conteúdo em que manifestamente o Partido Social Democrata não aceitou,
não aceita, condena e não se revê e passamos a citar “No caso da freguesia das Bairradas
… a extinção da freguesia foi acompanhada … pelo esvaziamento dos serviços prestados
pela própria União de Freguesias deixando as populações cada vez mais abandonadas e
desprotegidas”. Fim de citação.
Esta afirmação não corresponde à verdade e merece-nos, até, o maior repúdio porquanto o
trabalho da União de Freguesias, enquanto o PSD esteve à frente dos seus destinos sempre
15
se pautou por um trabalho útil, de apoio e de grande proximidade para com a população
das Bairradas. Estamos em crer que agora e com a presidência da freguesia no PS que
esta situação se mantém, mas será o atual presidente da União de Freguesias e o seu
executivo a dizer, também, se se revê ou não nesta acusação de abandono da população
das Bairradas.
Também não corresponde à verdade afirmar-se que a extinção da freguesia foi
acompanhada pelo encerramento de serviços públicos, como a Extensão de Saúde. A
Extensão de Saúde encerrou ainda no tempo da Freguesia de Bairradas e não depois da
sua união. O Partido Socialista ao aprovar o documento não só quis atingir os anteriores
autarcas de freguesia como atingiu e retirou o tapete ao atual Presidente da União de
Freguesias, Sr. Jorge Quaresma que cumprimentamos e com o qual nos solidarizamos.
Somos a favor da reposição da Freguesia de Bairradas, mas não fazemos de conta. Nem
com propostas que já se sabe que no contexto atual não levam a lado nenhum, nem com
faltas à verdade. Perante o quadro legislativo apresentado pelo governo a aprovação do
documento proposto não terá nenhum efeito prático. Servirá, talvez, para acomodar o ego
de alguns e criar falsas expectativas que já se sabe, face à intenção do governo, não se
irão concretizar. O artigo 23 º do Projecto de lei é claro e citamos:
“Artigo 23.º
Projetos pendentes
1 – A presente lei aplica-se a todos os projetos de criação de novas freguesias pendentes
na Assembleia da República.
2 – Os projetos de criação de novas freguesias pendentes na Assembleia da República que
não cumpram as formalidades e a tramitação prevista na presente lei são devolvidos aos
proponentes para que estes adaptem as respetivas propostas em conformidade.”
E sabendo isso temos o dever de ser pragmáticos, não levar as pessoas ao engano, alertar
para o que está em causa e dizer a verdade aos Bairradenses.
O PSD sempre assumiu as suas responsabilidades, tem orgulho no trabalho que realizou e
não deixa passar em claro uma acusação gravíssima que põe em causa o trabalho
meritório dos membros da Junta e da União de Freguesias, dos membros das Assembleias
de Freguesia que aprovaram os orçamentos e fiscalizam o executivo e dos seus
funcionários que sempre deram o seu melhor em prol das populações que servem. O
Partido Social Democrata não aprovou, não aprova, nem dará o seu aval ao referido
documento, esse sim com linguagem gratuita, afirmações e expressões acusatórias e que
não correspondem à verdade, se essas não forem retiradas.
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Se o Partido Socialista quiser contribuir para a unidade, se considerar importante que
haja unanimidade na aprovação do referido documento e se considerar que com essa
unanimidade a pretensão da reposição da freguesia ganha mais força só tem de dar o
passo em frente e fazer retirar o referido texto, por este manifestamente não corresponder
à verdade. Se não se conseguir dissociar do cartão partidário e militante a favor do
objetivo maior que é a reversão da extinção da freguesia das Bairradas e quando está em
causa a defesa e os superiores interesses das populações de Figueiró dos Vinhos ficarão
com o ónus dessa escolha.
O Partido Social Democrata entende, ainda, que o nosso olhar sobre o território e sobre
quem cá vive nos permite perceber que sendo este um assunto com uma implicação direta
na vida dos cidadãos, um documento desta natureza não pode faltar à verdade e colocar
em causa todo um trabalho profícuo da União de Freguesias, no anterior mandato e neste,
em prol da população das Bairradas. Mais do que um conjunto de palavras e frases feitas
que possam elevar artificialmente o ego de alguém, qualquer iniciativa nesta matéria
deverá resultar, sempre, da atempada auscultação e sentir da população e da inclusão e
participação dos seus órgãos representativos tendo em conta o que foi feito e a realidade
dos tempos de hoje.”
Relativamente à Moção que o Partido Social Democrata apresentou de contestação e
oposição a uma proposta de lei apresentada pelo governo socialista que impede a
reposição da freguesia de Bairradas e que extingue, no prazo de 10 anos, as freguesias de
Aguda, Arega e Campelo e que foi rejeitada por maioria por esta Assembleia cumpre-nos
dizer o seguinte:
Ao contrário do que se pretende fazer crer a Moção não foi rejeitada por nela existirem
pequenos predicados ou vocábulos quando o único exemplo dado foi o “…número de
Ilusionismo político…”. Não. A Moção não foi rejeitada por falar em ilusionismo político,
como se essa expressão fosse ofensiva do que quer que fosse ou fosse impeditiva da sua
aprovação se houvesse vontade real de o fazer. Não, a Moção não foi unanimemente
subscrita por isso. Sejamos claros. A Moção foi rejeitada porque quem a rejeitou não
conseguiu despir a camisola do partido por que foi eleito e preferiu optar pelo seguidismo
político partidário ou invés de optar pelo interesse das populações. Ponto.
O que aconteceu, é simples, o interesse meramente partidário sobrepôs-se à defesa e ao
superior interesse do concelho e da população. Proposta de Lei, aliás, que já mereceu a
firme contestação da ANAFRE e da ANMP e que lamentavelmente não mereceu o mesmo
repudio da maioria da Assembleia Municipal de Figueiró dos Vinhos. Para que conste e
17
para memória futura os eleitos pelo Partido Social Democrata na Assembleia Municipal
foram os únicos que contestaram e se opuseram a esta proposta de lei que não permite a
reposição da freguesia de Bairradas e extingue, no prazo de 10 anos, as freguesias de
Arega, Aguda e Campelo.
Que fique, também, muito claro que não aceitamos que os interesses de Figueiró dos
Vinhos e das suas gentes sirvam, como foi afirmado na última Assembleia, de uma eventual
moeda de troca para uma qualquer negociata de uma qualquer matéria. O PSD não troca
os direitos e os interesses dos nossos concidadãos por uma qualquer jogada partidária.
Seja com quem for e não nos vergamos perante um qualquer diretório partidário sejamos
militantes ou simples simpatizantes. Para nós Figueiró está primeiro. Quando estão em
causa os direitos, os interesses e a defesa das nossas populações não há diretório
partidário que se sobreponha. Daí que a nossa escolha seja diferente e muito clara:
primeiro estão as pessoas, os interesses do nosso concelho e da nossa população e só
depois os partidos.
Os atos, tal como as votações, ficam com quem os pratica e para memória futura. As
populações, essas, ficaram a saber com que podem verdadeiramente contar para as
defender. Naturalmente que o PSD dará conta às populações desta sua posição e do
posicionamento tido pelas restantes forças políticas ao associarem-se a uma Lei que, a ser
aprovada, as vai prejudicar e muito. Deixamos, até, já hoje aqui, alguns exemplares da
Moção para que os Bairradenses possam aferir e fazer um juízo, por si próprios, daquilo
que propusemos e do que foi rejeitado.
Sabemos, ainda, que relativamente a esta matéria há quem esteja sereno como há quem
acredite em milagres. Não temos nada contra se nos lembrarmos que há, também, quem
acredite no Pai Natal. Lembremo-nos é que António Costa primeiro-ministro não fez mais
do que recuperar o que António Costa Ministro da Administração Interna pensava e quis
fazer já em 2005. Recordamos o que disse o então Ministro da Administração Interna,
António Costa, em 3 de junho de 2005 e publicado na edição online do jornal público no
dia seguinte às 10.37. Citamos:
“O ministro da Administração Interna António Costa defendeu ontem à noite a fusão de
freguesias e concelhos pouco povoados, com menos de mil eleitores, como forma de
"racionalizar" recursos. “Tem de acabar o tabu das fusões de freguesias e municípios.
Mais de metade das freguesias têm menos de mil eleitores", salientou António Costa, que
falava no Porto, num encontro com militantes socialistas.”
É este o pensamento de António Costa e do Partido Socialista desde há muito. Acabar com
18
freguesias e acabar com municípios. São factos. Está dito e está escrito.
Na Agenda para a Década, a base do que veio a ser o programa eleitoral do PS e depois o
programa do Governo em 2015: António Costa dizia que estava “fora de causa questionar
o princípio da racionalização do mapa das freguesias, mas prometia corrigir os erros
cometidos”- e “solicitar aos órgãos dos municípios e das freguesias a avaliação objetiva
dos resultados da fusão/agregação para, em função dessa análise, corrigir os casos que se
revelem ter sido mal decididos.”
Ora o que vemos não é isso. Propõe-se uma lei que dificulta a correção desses erros ao
elencar uma série de critérios cumulativos que excluem muitas freguesias e inviabilizam a
reversão de muitas outras. Desde logo a obrigatoriedade das freguesias de terem, pelo
menos, 1150 eleitores, a existência de uma caixa automática; a existência de pelo menos
uma extensão de saúde; a existência de uma farmácia ou parafarmácia; só para dar
alguns exemplos.
O governo PS coloca, assim, entraves decisivos no processo de reversão das freguesias
sem que se tenha em conta uma avaliação quer quanto às circunstâncias que
determinaram esse modo de reforma territorial, quer quanto a uma avaliação das
consequências das agregações feitas, nuns casos assumidas, noutros perfeitamente
desajustadas. E aqui está o número de ilusionismo político. O governo iludiu as
populações, criou-lhes falsas expectativas e faz o contrário quando chega ao poder.
É este regime jurídico que irá servir para decidir a fusão, a criação ou a desagregação de
novas freguesias. É este diploma, se não for revisto como defendemos, que se aplicará à
decisão de desagregação da Freguesia de Bairradas pois não se vê que com um diploma já
apresentado e com uma vontade legislativa já assumida se decida com base numa outra
qualquer legislação anterior como refere claramente o artigo 23º do projecto de Lei.
Recordamos, mais uma vez, que foi durante um mandato do PSD que foi criada a
Freguesia de Bairradas. Valeu a pena na altura. Continua a valer a pena agora. Os
habitantes de Bairradas e das restantes Freguesias ficam a saber que o Partido Social
Democrata de Figueiró dos Vinhos em articulação com o PSD Nacional e os seus
Deputados tudo fará, nas diversas instâncias onde está representado e concretamente na
Assembleia da República, onde só os partidos políticos têm assento e poder para legislar,
para se bater pela reposição da Freguesia de Bairradas se for essa a vontade dos
Bairradenses e contra uma lei injusta, que não respeita as populações, as promessas e os
compromissos assumidos e que deverá ser corrigida de forma a corresponder aos anseios e
expectativas dos cidadãos.
19
Viva a Freguesia de Bairradas
Viva Figueiró
Figueiró dos Vinhos, 30 de setembro de 2019
O Grupo do PSD na Assembleia Municipal”
4. Lançamento de Derrama para Cobrança em 2020 – Período 2019 (aprovado por
unanimidade Reunião de Câmara de 11/09/2019)
--------O Sr. Presidente da Assembleia Municipal apresentou este ponto e deu a palavra
ao Sr. Presidente da Câmara Municipal, que disse que a derrama é um imposto que
incide sobre o IRC das empresas, com sede fora do concelho de Figueiró dos Vinhos, já
que as sediadas no concelho, ou que venham a sediar-se, estão isentas deste imposto.--------
--------Sobre o assunto membro da Assembleia Municipal, Sr. Eng.º Miguel Portela,
apresentou à mesa a seguinte declaração de voto, que a seguir se transcreve na integra:
“Lançamento de derrama para cobrança em 2020 – período 2019
Declaração de Voto
Perante a proposta de lançamento de Derrama para cobrança em 2020 queremos deixar
expressa a seguinte posição:
A derrama é um imposto municipal que incide sobre o lucro tributável das pessoas
coletivas, sendo a sua taxa fixada anualmente pelos diferentes municípios.
Existe, portanto, a possibilidade da Câmara Municipal proceder ao lançamento da
derrama que se encontra atualmente consagrada no n.º 1 do artigo 18.º da Lei n.º 73/2013,
de 3 de setembro, na atual redação, devendo a mesma incidir, anualmente, sobre o lucro
tributável sujeito e não isento de imposto sobre o rendimento das pessoas coletivas (IRC),
que corresponda à proporção do rendimento gerado na sua área geográfica por sujeitos
passivos residentes em território português que exerçam, a título principal, uma atividade
de natureza comercial, industrial ou agrícola, e não residentes com estabelecimento
estável nesse território, até ao limite máximo de 1,5%.
Queremos deixar, desde já, bem claro que somos contra qualquer lançamento de derrama
a empresas com domicílio fiscal ou sede social no Concelho de Figueiró dos Vinhos, pois
tal decisão penalizaria a esmagadora maioria do já diminuto tecido empresarial
concelhio, fundamentalmente pequenas empresas, responsáveis pela produção, comércio e
serviços locais e pelo emprego dos nossos cidadãos.
20
Aclarada a nossa posição e a salvaguarda de todas as empresas com domicílio fiscal ou
sede social no Concelho de Figueiró dos Vinhos, votamos favoravelmente a proposta
apresentada.
Figueiró dos Vinhos, 30 de setembro de 2019
O Grupo Municipal do PSD na Assembleia Municipal”
--------Não havendo intervenções, o Sr. Presidente da Assembleia Municipal colocou este
ponto à votação, sendo o mesmo aprovado por unanimidade.----------------------------------
5. Transferência de competências para os órgãos municipais na participação dos
Municípios na gestão das áreas protegidas de âmbito nacional, bem como na gestão de
áreas protegidas de âmbito regional e local – Decreto-Lei n.º 116/2019, de 21 de agosto
de 2019 (aprovado por unanimidade Reunião de Câmara 11/09/2019)
--------O Sr. Presidente da Assembleia Municipal apresentou este ponto e deu a palavra
ao Sr. Presidente da Câmara Municipal, que disse que se trata de transferir as
competências para a Câmara Municipal no domínio da gestão de áreas protegidas de
âmbito nacional, bem como na gestão de áreas protegidas de âmbito regional e local –
Decreto-Lei n.º 116/2019, de 21 de agosto de 2019. Analisando o conteúdo das
competências a transferir e tal com está previsto na lei, constata-se que o presente Decreto-
Lei versa sobre a definição do modelo de cogestão das áreas protegidas que constituem a
Rede Nacional de áreas Protegidas (RNAP), concretizando-se através da participação dos
municípios na gestão dessas áreas. --------------------------------------------------------------------
Após análise ao enquadramento geográfico, verifica-se que o mesmo não integra o mapa da
rede Nacional de Áreas Protegidas. -----------------------------------------------------------------
A seguir referiu que, por agora, optam pela não aceitação da presente delegação de
competências para o município, para os anos de 2019 e 2020.------------------------------------
--------Seguidamente o Sr. Presidente da Assembleia Municipal colocou á discussão a
proposta de rejeição de aceitação de competências, no domínio da gestão de áreas
protegidas de âmbito nacional, bem como na gestão de áreas protegidas de âmbito regional
e local – Decreto-Lei n.º 116/2019, de 21 de agosto de 2019, a qual foi aprovada por
unanimidade.----------------------------------------------------------------------------------------------
21
6. Para conhecimento - Ofício da DGAL – Direção-Geral das Autarquias Locais –
Artigo 56.º da Lei n.º 73/2013, de 3 de setembro. Alerta Precoce. Taxa de Execução da
Receita Prevista no Orçamento Inferior a 85% nos dois anos consecutivos – 2017 e
2018.-----------------------------------------------------------------------------------------------------
--------O Sr. Presidente da Assembleia Municipal apresentou este ponto e deu a palavra
ao Sr. Presidente da Câmara Municipal, que disse que se trata de uma comunicação da
Direção Geral das Autarquias Locais, para conhecimento da Assembleia Municipal,
respeitante à taxa de execução da receita, que quando em dois anos seguidos não são
cumpridos os 85% ou superior, a DGAL alerta os Municípios. Contudo, o assunto já foi
amplamente debatido aquando da Prestação de Contas em abril último. Recordou que a
dificuldade que têm em atingir a taxa de execução de 85%, tem a ver com a morosidade na
análise dos processos administrativos ao nível das candidaturas. Os processos dos
incêndios, financiamentos e obras com comparticipação a cem por cento e o aumento do
numero de candidaturas, também contribuíram para não atingir o objetivo na execução da
receita.------------------------------------------------------------------------------------------------
Por fim, lembrou a taxa de receita do Município desde 2006, mencionou que em 2011 foi
de 73%, em 2012 foi de 61%, em 2013 foi de 62%. Entretanto o presente executivo herdou,
em 2014, uma taxa de 69%. Em 2015 e 2016 foi de 78%, em 2017 de 79% e em 2018, com
o elevado volume de candidaturas devido aos incêndios, baixou para 67%.--------------------
Analisando o histórico, desde há cerca de quinze anos nunca conseguiram atingir os 85%,
porque as dificuldades são algumas. Mas estão a trilhar o caminho em sentido positivo.-----
--------Seguidamente, o membro da Assembleia Municipal, Eng.º Miguel Portela, disse
que sobre o assunto irá apresentar um documento que chama a especial atenção para os
sinais preocupantes da situação relatada no ofício da DGAL, para a qual o PSD tem vindo a
alertar. No entanto e uma vez que se está a aproximar a apresentação da proposta de
orçamento para 2020, que se adote um maior rigor na elaboração do mesmo, bem como em
orçamentos futuros, tendo em consideração esses pressupostos:
“Ofício da Direção-Geral das Autarquias Locais – Artigo 56.º da Lei n.º
73/2013, de 3 de setembro. Alerta Precoce.
O regime financeiro das Autarquias Locais é atualmente regulado pela Lei n.º 73/2013, de
3 de setembro, que estabelece princípios de orientação sobre os quais as Autarquias Locais
L se devem reger no exercício da sua atividade municipal.
Na secção III do novo Regime Financeiro das Autarquias Locais e das Entidades
22
Intermunicipais (RFALEI) é concebido um sistema de mecanismos de alerta precoce e de
recuperação financeira municipal, com o intuito de procurar controlar a dívida dos
municípios, permitindo uma correção preventiva nos casos em que a dívida total do
município atinja ou ultrapasse a média da receita corrente líquida cobrada nos três
exercícios anteriores, ou se o município registar, durante dois anos consecutivos, uma taxa
de execução da receita prevista no orçamento inferior a 85%.
É este último o caso de Figueiró dos Vinhos. Verifica-se que o Município não cumpriu,
em 2018, as metas orçamentais nas receitas tendo atingido uma execução de 67,97%,
abaixo do mínimo legal exigido de 85%. Já a não cumpriu em 2017, ficando-se pelos
79,22%, o que resulta na aplicação do nº3 do art. 56 da lei 73/2013 de 3 de setembro e na
obrigatoriedade de serem informados deste incumprimento em dois anos seguidos os
membros do Governo responsáveis pelas áreas das finanças e das autarquias locais, bem
como os presidentes dos órgãos executivo e deliberativo do município, que obriga a
informar os respetivos membros na primeira reunião ou sessão seguinte.
Constata-se que este incumprimento tem vindo a agravar-se. Se era mau em 2017, piorou
em 2018. Nada que o PSD não tenha alertado já. Fizemo-lo, na última vez, na reunião de
câmara 10 de abril de 2019 e constatamos, agora, a sua aplicação prática com este
“Alerta precoce de desvios”.
Ao longo dos últimos anos o PSD tem vindo a alertar para as contas do Município e para
os relatórios do Revisor Oficial de Contas que por diversas vezes vieram desmentir a
propaganda a elas associada.
O PSD vê este alerta como um sinal preocupante e face à informação recebida entende que
o executivo municipal deve encetar os mecanismos e as ações necessárias para corrigir de
futuro este incumprimento da lei.
Deve, ainda, e quando se aproxima a apresentação do Orçamento para 2020 adotar um
maior rigor na elaboração deste e dos orçamentos futuros tendo em consideração o
disposto na Lei n.° 73/2013, de 3 de setembro, no que concerne à estabilidade orçamental
e aos princípios e regras orçamentais, a fim de que os orçamentos sejam alicerçados em
previsões sinceras e fiáveis, de modo a que na sua execução seja dado cumprimento ao
estatuído na Lei.
Chamamos, ainda, a atenção de que a não observância dos normativos legais constitui
infração financeira, nos termos da Lei de Organização e Processo do Tribunal de Contas
(LOPTC).
Figueiró dos Vinhos, 30 de setembro de 2019”
23
O Grupo do PSD na Assembleia Municipal”
7. Para conhecimento - Ação de controlo ao Município de Figueiró dos Vinhos
(Controlo da Lei dos Compromissos e Pagamentos em Atraso) - Homologação do
relatório IGF
--------O Sr. Presidente da Assembleia Municipal apresentou este ponto e deu a palavra
ao Sr. Presidente da Câmara Municipal, que disse que o relatório, para conhecimento,
vem na sequência da auditoria levada a efeito pela Inspeção Geral de Finanças, relativa ao
controlo da lei dos compromissos e pagamentos em atraso e à apreciação da situação
financeira do Município, que decorreu quatro ou cinco meses após a tomada de posse do
presente executivo, em outubro de 2013. É de opinião que a auditoria não teve por objetivo
auditar, mas reflete, isso sim, a monitorização do sistema de controlo interno que
receberam quando iniciaram funções. ----------------------------------------------------------------
Foram detetadas algumas irregularidades, incorreções e/ou deficiências, mas tais factos
apurados não se ficaram a dever a qualquer comportamento doloso, ou meramente culposo,
por parte dos responsáveis políticos, ou dos serviços da autarquia, porque determinados
compromissos financeiros foram assumidos por se tratar de uma inevitabilidade, tendo
sempre presente o que deve ser a intransigente defesa dos interesses do concelho e das
populações, deixando dois exemplos, entre muitos outros que poderia apontar:
Quando da avaria da viatura dos transportes escolares, ou a da recolha de resíduos sólidos,
a não autorização para a reparação da viatura significava que os alunos ficavam sem
transportes e os resíduos sólidos sem recolha, contudo todos os constrangimentos
associados à gestão municipal foram salvaguardados, acautelada a gestão corrente. ---------
Referiu as situações com que o executivo se deparou desde 2013, uma capacidade de
endividamento negativa de cento e cinquenta e três mil novecentos e trinta e nove euros e
oitenta e seis cêntimos, mas que evoluiu logo em 2014 positivamente para novecentos e
quinze mil seiscentos e cinco euros e catorze cêntimos, atingindo em 31.12.2018 quatro
milhões quinhentos e setenta e quatro mil quatrocentos e dezasseis euros e setenta e seis
cêntimos. Relativamente ao atual âmbito de aplicação da LCPA ao Município de Figueiró
dos Vinhos, beneficia atualmente, e desde o exercício de 2018, do regime de exclusão da
sua aplicação, uma vez que cumpre com os limites de endividamento, bem como com as
demais obrigações.---------------------------------------------------------------------------------
24
--------Seguidamente, o membro da Assembleia Municipal, Eng.º Miguel Portela, disse
que sobre o assunto irá apresentar um documento, mas queria salientar algumas questões
que se predem nomeadamente pelas recomendações que o IGF faz à Câmara Municipal,
segundo o seu relatório, e diz que são adoções de procedimento que garantam a proibição
sem exceção da assunção de compromissos sem que existam fundos disponíveis,
apuramento e controlo rigoroso dos fundos disponíveis, implementação de medidas que
contribuam para uma gestão orçamental verdadeiramente equilibrada e consequentemente
para o cumprimento sistemático e a redução e eliminação dos pagamentos em atraso, são
considerações de forma sucessiva, articulada equilibrada e prudente nos reportes de fundos
disponíveis, naquele caso, de agosto a dezembro de cada ano e a revisão das normas de
controle interno.------------------------------------------------------------------------------------------
Disse que queriam relembrar que o conselho de Finanças Públicas é um organismo
independente e que fiscaliza o cumprimento também das regras orçamentais em Portugal,
nesse sentido o próprio Conselho publicou, este mês, o relatório de Finanças Públicas
número nove de dois mil e dezanove com evolução orçamental da Administração Local até
junho de dois mil e dezanove e a referência que nele faz sobre esta matéria a Figueiró dos
Vinhos é preocupante, e citamos:
“A parte da despesa por parte já em atraso dos municípios registou uma produção, desde o
início do ano, o mesmo sucedendo em termos homólogos prosseguindo a trajetória
descendente observada desde 2012, esta redução mais do que compensou o aumento dos
pagamentos em atraso, por parte de vinte e cinco municípios, sete dos quais passaram a
apresentar dívidas em atraso, o maior agravamento, repito o maior agravamento ocorreu
no município de Figueiró dos Vinhos, 1,4 milhões. De notar que dos trezentos e oito
municípios que dos cerca de quatro quintos, duzentos e quarenta e nove, não
representavam quaisquer pagamentos em atraso no final do primeiro semestre deste ano.
A seguir apresentou à mesa o documento que a seguir se transcreve na integra:
“Ação de controlo ao Município de Figueiró dos Vinhos (Controlo da Lei dos
Compromissos e Pagamentos em Atraso). Relatório IGF
O controlo da execução orçamental e, em particular, da despesa pública constituiu um
elemento fundamental para o equilíbrio financeiro dos Municípios.
Neste âmbito, o controlo dos pagamentos em atraso assume uma relevância particular,
sendo a não acumulação de dívidas vencidas um critério permanente de avaliação.
O princípio fundamental é o de que a execução orçamental não pode conduzir à
acumulação de pagamentos em atraso. Neste sentido, foi aprovada a Lei n.º 8/2012, de 21
25
de fevereiro - Lei dos Compromissos e dos Pagamentos em Atraso (LCPA).
Estamos agora perante uma auditoria da Inspeção Geral de Finanças realizada com o
objetivo de verificar se o Município de Figueiró dos Vinhos cumpriu, ou não, as normas
consagradas pela Lei dos Compromissos e Pagamentos em Atraso.
Esta auditoria, proeminentemente, abrangeu o mês de referência de reporte de abril de
2014 até dezembro de 2015.
Em resultado da auditoria realizada entendemos salientar as conclusões e as
recomendações a que chegou a inspeção. Relativamente às conclusões salientamos duas,
das oito que a IGF enumera, por serem as duas primeiras e que mais se salientam:
1. A Câmara Municipal assumiu, entre abril/2014 e dezembro/2015, compromissos sem
Fundos Disponíveis no montante total, relativamente a cada ano, de 4 M€ e 3,9 M€, factos
que seriam suscetíveis, em abstrato, de gerar responsabilidade financeira sancionatória,
não fosse a alteração do regime de responsabilidade dos membros dos órgãos executivos
das autarquias locais e à jurisprudência consistente do Tribunal de Contas sobre a mesma.
2. O stock de Pagamentos em Atraso teve uma evolução irregular entre abril/2014 (109
m€) e dezembro/2015 (77,5 m€), pois apresentou, em regra, uma variação decrescente,
mas com aumento em vários meses da série (designadamente, entre junho/julho de 2014 e
setembro/novembro de 2015), o que contraria o principal objetivo subjacente à Lei dos
Compromissos e dos Pagamentos em Atraso (LCPA).
Queremos ainda salientar as recomendações que a IGF faz à Câmara Municipal e que
urge implementar:
1. Adoção de procedimentos que garantam a proibição (sem exceções) da assunção de
compromissos sem que existam Fundos Disponíveis;
2. Apuramento e controlo rigoroso dos Fundos Disponíveis;
3. Implementação de medidas que contribuam para uma gestão orçamental
verdadeiramente equilibrada e, consequentemente, para o cumprimento sistemático da
LCPA e a redução/eliminação dos Pagamentos em atraso;
4. Consideração, de forma sucessiva, articulada, equilibrada e prudente, nos reportes de
Fundos Disponíveis de agosto a dezembro de cada ano;
5. Revisão das Normas de Controlo Interno;
Em face do exposto o Partido Social Democrata considera que o executivo municipal tem
com o relatório da Inspeção Geral de Finanças a informação necessária e suficiente para
efetuar as correções desejadas ao integral cumprimento, por parte do Município de
Figueiró dos Vinhos, da Lei dos Compromissos e dos Pagamentos em Atraso.
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Mas a problemática dos Pagamentos em atraso não se fica por esta auditoria da IGF.
Também o Conselho de Finanças Públicas se pronunciou recentemente sobre este assunto
e relativamente a Figueiró dos Vinhos.
Lembramos que o Conselho de Finanças Públicas é um organismo independente que
fiscaliza o cumprimento das regras orçamentais em Portugal e a sustentabilidade das
finanças públicas e tem como missão avaliar de forma independente a consistência, o
cumprimento e a sustentabilidade da política orçamental pública, promovendo a sua
transparência.
Ora o este Conselho publicou este mês o Relatório do Conselho das Finanças Públicas n.º
9/2019 com a Evolução orçamental da Administração Local até junho de 2019 e a
referência que nele faz, sobre esta matéria, a Figueiró dos Vinhos é preocupante.
E citamos “A parte da despesa por pagar já em atraso (dos Municípios) registou uma
redução desde o início do ano, o mesmo sucedendo em termos homólogos, prosseguindo a
trajetória descendente observada desde 2012. “ Esta redução mais do que compensou o
aumento dos pagamentos em atraso por parte de 25 municípios, sete dos quais passaram a
apresentar dívidas em atraso. O maior agravamento (repito, o maior agravamento)
ocorreu no Município de Figueiró dos Vinhos (1,4 Milhões). De notar que, dos 308
municípios, cerca de quatro quintos (249) não apresentavam quaisquer pagamentos em
atraso no final do 1.º semestre deste ano.”
Figueiró dos Vinhos é, ainda, referenciado neste relatório do Conselho das Finanças
Públicas como pertencendo aos 18 Municípios, dos 308 existentes, com pagamentos em
atraso superiores a 1 Milhão de euros no final do 1.º semestre de 2019. E desses 18 está
nos primeiros 11 como um município com maior volume de pagamentos em atraso.
Como facilmente se compreenderá, já não é só o PSD, nem é uma, mas duas as entidades
independentes que sobre o mesmo assunto e num curto espaço de tempo referenciam
Figueiró dos Vinhos com preocupação. Podemos desvalorizar, chutar para canto,
desculparmo-nos com isto ou com aquilo, mas nada disso é prudente, nem faz com que a
realidade e os factos se alterem. E os factos são estes e não são nada abonatórios para
Figueiró dos Vinhos.
A Lei dos Compromissos e Pagamentos em atraso surge como um instrumento regulador
das finanças públicas portuguesas, introduzindo componentes de rigor com dois objetivos
essenciais:
Em primeiro lugar, um objetivo de natureza antecipatória, disciplinando a assunção futura
de compromissos e pagamentos. Em segundo lugar, um objetivo de natureza limitadora,
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regularizando os já existentes pagamentos em atraso, não possibilitando o seu incremento.
O Partido Social Democrata espera que o atual executivo olhe para estes relatórios com
humildade, saiba interpretar o que está em causa e possa agir em conformidade de forma
a aplicar o que a lei define e estipula.
Figueiró dos Vinhos, 30 de setembro de 2019”
8. Para conhecimento - Relatório sobre a situação económico-financeira do Município
de Figueiró dos Vinhos – 1.º Semestre 2019
-------- O Sr. Presidente da Assembleia Municipal apresentou este ponto e deu a palavra
ao Sr. Presidente da Câmara Municipal, que disse que se trata de um relatório semestral,
intercalar, referiu alguns alertas constantes no mesmo, relembrando que ainda estamos a
meio do ano. ---------------------------------------------------------------------------------------------
--------A seguir, o membro da Assembleia Municipal, Sr. Eng.º Miguel Portela, disse
que vão apresentar um documento para ficar anexo à ata, no entanto algumas das
considerações constantes do mesmo já foram apresentadas pelo Sr. Presidente da Câmara e
fazem parte do documento. Contudo, relembram novamente os alertas que o Oficial de
Contas deixa ao executivo, os quais passou a citar:
“Relatório sobre a situação económico-financeira do Município de Figueiró dos
Vinhos – 1.º Semestre 2019
A Lei 2/2007, de 15 de janeiro regula pela primeira vez a auditoria externa às contas
anuais dos Municípios e Define o nº 2 do art. 48º da Nova Lei das Finanças Locais que
o auditor externo (ROC) selecionado é nomeado por Deliberação da Assembleia
Municipal, sob proposta da Câmara Municipal e cujas competências estão previstas no
nº 3 do art. 48º.
A Câmara Municipal de Figueiró dos Vinhos, tem celebrado contrato de aquisição de
serviços de Certificação Legal de Contas do Município de Figueiró dos Vinhos (ROC),
posteriormente aprovado em Assembleia Municipal com o Revisor Oficial de Contas
Marques, Cruz & Associado.
É da responsabilidade do Revisor expressar uma opinião profissional e independente
às contas do Município.
Vem hoje dia 25 de setembro de 2019, o relatório correspondente ao 1º Semestre de
2019 que terminou em junho. Para nós não é aceitável. Queremos a este propósito
reforçar o que temos dito relativamente a estes sistemáticos atrasos tendo sido, até, já
alvo de censura por parte desta Assembleia Municipal.
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Relativamente ao seu conteúdo e apesar de ser um Relatório intercalar impõe-se que se
realcem alguns aspetos que consideramos importantes. Não se trata de uma qualquer
visão, são realidades factuais retiradas do relatório do ROC e que merecem a nossa
preocupação.
1. Relativamente análise da situação orçamental e ao grau de execução do
orçamento:
a) O nível de execução da receita situou-se nos 28,75% e o nível de execução da
despesa nos 27,53%.
2. Relativamente à análise da execução da receita
a) O nível de execução das receitas correntes situa-se nos 39,78%, quando em igual
período de 2018 se situava em 42,69%, o que para uma análise semestral este valor
indica, tal como em igual período de 2018, que se ficou aquém do cumprimento das
previsões orçamentais.
b) Verifica-se que a execução da receita de capital se situou nos 16,88%. De relevar o
aviso que deixa o Revisor sobre este facto e que passamos a citar: “ Alertamos que a
execução da despesa de capital deve acompanhar a execução da receita de capital, caso
isso não aconteça irão necessariamente aumentar o valor dos compromissos assumidos
por pagar”, com todas as consequências previstas na lei e que daí podem advir,
acrescentamos nós.
3. Relativamente à execução da despesa
a) Verifica-se que existe uma diferença entre o nível de execução dos pagamentos que é
de 38,56% e o índice de realização da despesa comprometida que é de 85,65%.
Constata-se que esta diferença aumentou quando comparada com o mesmo período do
ano anterior.
b) Tal como no item anterior constata-se que a diferença entre o índice de realização
das despesas de capital e o índice de pagamentos tem vindo a agravar-se, quando
comparado com igual período do ano anterior, situando-se agora o índice de realização
das despesas de capital em 70,13% e o índice de pagamentos em apenas 18,09%.
c) Relativamente aos montantes referentes aos encargos assumidos e não pagos no
primeiro semestre de 2019, que terão de ser pagos em anos futuros, verifica-se que a
despesa realizada e não paga é de 3.711.353,00 € e que a despesa comprometida por
realizar, e por consequência também não paga, é de 4.089.310,00 €, o que totaliza
7.800.663,00 €.
d) Constata-se que o equilíbrio corrente tem vindo a agravar-se. Em 2017, e no mesmo
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período, o equilíbrio corrente existiu ao nível da orçamentação e ao nível da execução.
Em 2019, e no mesmo período, verifica-se que o equilíbrio corrente existe apenas ao
nível da orçamentação, mas não ao nível da execução. Em 2018 a situação era a
inversa.
4. Dividas a terceiros
a) Relativamente à divida da Câmara Municipal a terceiros, e no mesmo período,
verifica-se que esta aumentou quase um milhão de euros. Passou de 4.372.691,00€ no
primeiro semestre de 2018 para 5.301.026,00 € no primeiro semestre de 2019.
5. Endividamento autárquico
a) O Município de Figueiró dos Vinhos inverteu um ciclo em que vinha a reduzir a
margem utilizada para utilizar margem de aumento do endividamento. A margem total
disponível em 01.01.2019 era de 4.688.979,00€, quando em 01.01.2018 era de
4.736.127,00 €.
Após estes dados em que maioritariamente os indicadores nos mostram que o Município
tem vindo a piorar relativamente a igual período de anos anteriores importa, em jeito
de conclusão, lembrar o alerta que o Revisor Oficial de Contas deixa ao executivo e
que passamos a citar:
“A análise dos Quadros permite-nos verificar que relativamente ao 1º Semestre o
Município de Figueiró dos Vinhos ficou um pouco distante de cumprir as metas
orçamentais.
Relativamente ao total das dívidas a terceiros verifica-se um aumento relativamente ao
total existente a 30.06.2018 de 928.335,00€.
O Município de Figueiró dos Vinhos inverteu um ciclo em que vinha a reduzir a margem
utilizada para utilizar margem de aumento do endividamento.
Alerta-se ainda que a Revisão Orçamental da integração do saldo de gerência foi
aprovada em sessão da Assembleia Municipal realizada em junho, mas que não existe
reflexo orçamental nas contas apresentadas no 1º semestre o que demonstra que o
lançamento contabilístico não foi feito com data da deliberação do órgão que a
aprovou.”
Sendo este um relatório intercalar aguardamos o relatório do 2º semestre para fazer
uma avaliação mais concreta e precisa da situação financeira da Câmara Municipal e
do que foi a sua gestão no corrente ano.
Figueiró dos Vinhos, 30 de setembro de 2019
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O grupo do PSD na Assembleia Municipal
-------Considerando a natureza dos assuntos tratados na Sessão e em observância do que
dispõe o Artigo 57.º da Lei n.º 75/2013, de 12 de setembro, o Sr. Presidente da
Assembleia Municipal solicitou que a presente Ata fosse aprovada por Minuta,
proposta que foi aprovada por unanimidade.-----------------------------------------------------
--------Não havendo mais assuntos a tratar, o Sr. Presidente da Assembleia Municipal
agradeceu a presença de todos. Eram vinte e duas horas e trinta e cinco minutos quando
deu por encerrada esta Sessão da Assembleia Municipal, da qual, para constar, se
lavrou a presente Ata que, depois de lida e aprovada, vai ser assinada pelo Presidente e
Secretários da Mesa. -------------------------------------------------------------------------------
A Mesa da Assembleia Municipal
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