assembleia geral das nações unidas de 2020 · a mídia alternativa é uma oposição a grande...

25
Assembleia Geral das Nações Unidas de 2020 Mídia e Terrorismo Maria Paula Guimarães Rezende Diretora Ana Carolina Rebouças Diretora Assistente Jean Márcio Felisberto Bassano Diretor Assistente Laís Marina Pereira Sepúlveda Diretora Assistente

Upload: trinhdan

Post on 12-Dec-2018

213 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Assembleia Geral das Nações Unidas de 2020

Mídia e Terrorismo

Maria Paula Guimarães Rezende

Diretora

Ana Carolina Rebouças Diretora Assistente

Jean Márcio Felisberto Bassano

Diretor Assistente

Laís Marina Pereira Sepúlveda

Diretora Assistente

SUMÁRIO

1 APRESENTAÇÃO DA EQUIPE ......................................................................................... 3

2 CONCEITOS ...................................................................................................................... 4

2.1 Terrorismo ...................................................................................................................... 5

2.2 Mídia ............................................................................................................................... 6

2.2.1 Mídia Alternativa ......................................................................................................... 7

2.3 Atentado terrorista ao World Trade Center em 11 de setembro de 2001: exemplo do

papel da mídia em relação ao terrorismo ........................................................................... 8

2.4 Liberdade de Expressão .............................................................................................. 10

3 CONTEXTO INTERNACIONAL ........................................................................................ 12

4 A ASSEMBLEIA GERAL DAS NAÇÕES UNIDAS – ESTRUTURA DO COMITÊ ............ 13

5 POSICIONAMENTO DOS PRINCIPAIS ATORES ........................................................... 15

5.1 Estados Unidos da América ........................................................................................ 15

5.2 Alemanha...................................................................................................................... 16

5.3 República Popular da China ........................................................................................ 16

5.4 Paquistão...................................................................................................................... 16

5.5 Redes de notícia (Al Arabyia, Al Jazeera, CNN e BBC) ............................................. 17

6 QUESTÕES RELEVANTES PARA O DEBATE ............................................................... 17

REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 18

1 APRESENTAÇÃO DA EQUIPE

A mesa diretora deste comitê é composta por: Maria Paula Rezende (Diretora de

Comitê), Ana Carolina Rebouças (Diretora Assistente), Jean Bassano (Diretor Assistente) e

Laís Sepúlveda (Diretora Assistente). Abaixo seguem as apresentações individuais.

Diretora de Comitê: Maria Paula Rezende

É com imenso prazer que este ano faço parte do MINIONU como diretora, podendo

pela terceira vez ter contado com as dinâmicas de um modelo de simulação tão grande

como este que viveremos em outubro de 2014. Estou no quinto período do curso de

Relações Internacionais da PUC Minas, mas nos dias do MINIONU já estarei no sexto. O

MINIONU 15 ANOS, sem dúvidas, marcará a vida de todos que tiverem a oportunidade de

participar dele. Não se faz 15 anos sempre, e para isso, a equipe do AGNU (2020) vem se

preparando desde o início deste ano para que tudo aconteça da melhor forma possível, e

que o comitê possa fazer realmente a diferença no futuro dos delegados. Desde que entrei

na faculdade sempre me interessei pela influência da mídia no sistema internacional, e

principalmente, grupos terroristas me chamam a atenção desde os atentados de 11 de

setembro de 2001. Logo, esse comitê agrupa assuntos que, pessoalmente, me interessam

bastante. Assim, espero que a equipe consiga fazer com que os delegados e participantes

se interessem tanto pelo tema quanto eu.

Diretora Assistente: Ana Carolina Rebouças

É com grande prazer que este ano faço parte da organização do MINIONU como

Diretora Assistente. Estou no segundo período do curso de Relações Internacionais da PUC

Minas, mas nos dias do MINIONU já estarei no terceiro. É a segunda vez que tenho contato

com as dinâmicas de um modelo de simulação, mas a primeira vez que o faço como

participante da mesa diretora. Em meu ensino médio já participei de simulações menores, e

desde então, quis aprender mais sobre essas práticas, dessa forma quis fazer parte da

equipe MINIONU, no qual fui selecionada como diretora assistente deste comitê.

Diretor Assistente: Jean Bassano

Senhores delegados da Assembleia Geral das Nações Unidas,

É com inenarrável prazer que iniciamos os trabalhos do MINIONU 15 ANOS. Em

meu 3º e último MINIONU como acadêmico do curso de Relações Internacionais da PUC

Minas, tenho a certeza de que esta edição será marcante não só para mim, mas para todos

nós. Participei anteriormente do modelo como voluntário na 13º edição e Diretor Assistente

no ano passado, posso dizer que o MINIONU foi um divisor de águas na minha vida

acadêmica e pessoal. Espero que todos os senhores possam retirar o máximo de proveito

dessa experiência fantástica que lhes é proporcionada. Eu e o restante da equipe estaremos

à disposição dos senhores durante o período de preparação para modelo, inclusive no blog1

para que tudo transcorra da melhor maneira possível em outubro e possamos ter discussões

proveitosas acerca de tal tema tão importante no mundo atual.

Bons estudos a todos!

Diretora Assistente: Laís Sepúlveda

Sou aluna de Relações Internacionais atualmente cursando o terceiro período, porém

nos dias de realização do evento estarei cursando o quarto período. Estou muito contente

de participar do MINIONU 15 ANOS como diretora assistente. O tema proposto para o

comitê sempre despertou minha curiosidade e o comitê tem tudo pra dar muito certo e servir

de aprendizado. É a segunda vez que participo do MINIONU e tenho grandes expectativas

para esta edição especial. Espero que todos se divirtam muito, absorvam bastantes

informações e conhecimentos, espero que gostem do projeto e queiram novamente

participar do MINIONU e outras simulações.

2 CONCEITOS

A reunião da Assembleia Geral das Nações Unidas, neste ano de 2020, terá como

centro de suas discussões questões relacionadas ao aumento de ataques terroristas e a sua

relação com a mídia. Assim, serão discutidos tópicos como a vulnerabilidade das pessoas

ao discurso midiático, a liberdade de expressão pode ou não ser limitada de modo que

diminuam os atentados e até que ponto os Estados têm controle sobre os seus meios de

comunicação.

1 Endereço do blog: http://minionu15anosagnu2020.wordpress.com/.

2.1 Terrorismo

Ao longo dos anos, o termo terrorismo vem adquirindo novos significados, mudando

a percepção que se tem destes atos. Durante o século XVIII, uma definição original era a de

“ações violentas que proveem do Estado” (NACOS, p.22, 2007, tradução nossa)2. Já no

século XIX, esta definição se expandiu para incluir também violência vinda da população ao

governo, como crimes praticados por anarquistas e policiais. No século XX, esta se modifica

novamente, e passa a significar principalmente violência policial realizada por entes não

estatais (NACOS, 2007).

Porém, no final do século XX e início do século XXI, esse conceito passa a ter como

ponto principal a existência do mass-mediated terrorism, “uma violência política contra não

combatentes/inocentes (civis) que é cometida com a intenção de promover o ato para obter

publicidade e consequentemente atenção pública e do governo” (NACOS, p.22, 2007,

tradução minha)3. O que antes era apenas crimes praticados por policiais, passa a ser

definido como um modo de conseguir atenção de outros para uma determinada causa,

usando como estratégia ataques com vítimas. Assim, terrorismo passa a ser ligado

diretamente com a existência da mídia. O comitê adotará esta definição para as discussões.

Com a evolução dos meios de comunicação, e consequentemente com o

crescimento do papel da mídia na vida cotidiana, os atos terroristas passaram a ter cada vez

mais alcance. Além disso,

[...] com a mudança das notícias como informação para notícias como entretenimento acontecendo, especialmente na televisão, as organizações midiáticas parecem bastante inclinadas a explorar o terrorismo como „infotaiment‟ para seu benefício próprio. (NACOS, p.38, 2007, tradução nossa)

4

Assim, mais do que nunca, mídia e terrorismo estão inseparáveis (NACOS, 2007).

A definição de terrorismo é imprescindível para que se compreenda a influência que

este tem tanto na mídia quanto na opinião pública. Terrorista seria “todo indivíduo que utiliza

de métodos ultraviolentos para impor aos demais sua própria verdade (ou, por extensão, a

da organização à qual está vinculado)” (ARGOLO, p. 31). Além disso, a vítima em si é

apenas um meio para se alcançar o fim, que seria a difusão dos motivos pelos quais aquele

2 [...] violent actions from above, by the state

3 [...] as a political violence against noncombatants/innocents that is committed with the intention to

publicize the deed, to gain publicity and thereby public and government attention. 4 [...] as the move from News-as-information to News-as-entertainment continues, especially in

television, media organizations seem increasingly inclined to exploit terrorism as infotainment for their own imperatives.

ato foi cometido (SCHMID AND DE GRAAF apud NACOS, 2007). Assim, segundo Nacos

(2007), o que realmente importa para o terrorista é a mensagem, e não a vítima.

Para Nacos (2007), os intuitos dos atentados terroristas são

Em primeiro lugar, os terroristas querem a atenção das audiências tanto internas quanto externas à sua sociedade alvo [...] Segundo, terroristas querem o reconhecimento de seus motivos [...] Terceiro, terroristas pretendem atingir o respeito e a simpatia daqueles pelos quais eles alegam representar [...] Quarto, terroristas querem o status de quase legitimação e o mesmo ou similar tratamento que os atores políticos recebem da mídia. (NACOS, p. 20, 2007, tradução nossa)

5

2.2 Mídia

A mídia tem cada vez mais importância perante o sistema internacional, e após

situações como a Guerra do Golfo6 e o 11/09, percebeu-se o quanto ela é imprescindível

para o conhecimento dos cidadãos e para a formulação de suas ideias em relação a fatos

de grande impacto. Porém, além de ser um meio de transmissão de informações, a mídia

age principalmente como criadora de relações intersubjetivas (FIORIN apud HERNANDES,

2006). Também foi evidenciado o seu papel em ser usada como ajuda às tentativas dos

governos de estarem mais próximos de seus cidadãos. Assim, era possível convencê-los de

alguns ideais e manipulá-los acerca de acontecimentos, já que mesmo que “„dizer a

verdade‟, „separar fatos de opiniões e interpretações‟, „ser objetivo e imparcial nos relatos‟,

„mostrar a realidade‟ são cláusulas centrais no contrato do jornal com o seu público.”

(HERNANDES, 2006), não há possibilidade de que estas sejam sempre seguidas (ARBEX,

2002).

Sabe-se que mesmo com a existência de uma ética jornalística, esta não está

presente em todos os casos. E por mais que seja buscada “a verdade dos fatos para bem

informar o público, que o jornalismo cumpre uma função social antes de ser um negócio,

que a objetividade e o equilíbrio são valores que alicerçam a boa reportagem” (BUCCI,

5 First, terrorists want the attention and aeareness of various audiences inside and outside their target

societies[...] Second, terrorists want the recognition of their motives [...] Third, terrorists want the respect and sympathy if those in whose interest they claim to act.[...] Fourth, terrorists want a quasi-legitimate status and the same or similar media treatment that legitimate political actors receive. 6 Guerra iniciada em 1990 com a invasão do Kuwait pelo Iraque. Consequentemente, esses dois

países, que eram grandes fornecedores do petróleo vendido a outros países, pararam de fornecê-lo. Assim, os Estados Unidos decidem intervir, invadindo o Iraque em 1991, com o apoio das Nações Unidas. Como esta foi uma guerra que foi planejada por parte dos americanos, a mídia teve a oportunidade de editar muitas reportagens anteriormente, e de preparar como seria a operação midiática. Tendo como resultado o “efeito CNN”, no qual as notícias transmitidas pela grande rede de televisão americana influenciavam bastante as informações que a população obtinha sobre a guerra. (FONTENELLE, 2004).

2000, p. 30) em alguns casos, pela predominância de verdades tendenciosas, a ética é

deixada de lado (BUCCI, 2000).

É necessário considerar também que ao longo dos anos, as redes de notícia se

tornaram uma superindústria, concentrando tanto capital quanto outros grandes setores

industriais. Assim, para Eugênio Bucci “dois séculos de história e montanhas de dólares

separam o jornalismo atual dos jornais que buscavam realizar os ideais iluministas no calor

da Revolução Francesa” (BUCCI, 2000, p.167), ou seja, o intuito de publicar a verdade e a

informação que originou os jornais, hoje foi deixado de lado, para que predominasse a

sobrevivência dentro do mundo capitalista (BUCCI, 2000).

Perante o terrorismo, a mídia se torna ainda mais presente, já que como citado

anteriormente, a intenção de todos os atentados seria o reconhecimento de suas causas,

bem como a atenção da audiência tanto interna à sociedade atacada, quanto internacional

(NACOS, 2007). Assim, é impossível considerar que atos terroristas aconteceriam sem a

existência de uma mídia nacional e mundial tão desenvolvida, um está diretamente ligado ao

outro.

2.2.1 Mídia Alternativa

A mídia alternativa é uma oposição a grande mídia. Essa oposição não ocorre

apenas em seus veículos de informação, como também, em suas formas de utilização,

conteúdos e intenções de informação. Dentro da mídia alternativa a mensagem e o meio em

que ela é difundida se confundem, dessa forma gerando novas técnicas que competem com

a mídia clássica. (DORDOR, 2007)

A comunicação direta é um instrumento da mídia alternativa. Ela se dá pelo uso de

veículos de informação alternativos (não utilizando da mídia impressa, rádio, TV, outdoor ou

cinema). Esses veículos são, em sua maioria, (semi) públicos; como a internet, a arte, o

telefone, correios, ou até mesmo privados; como tabloides, panfletagem, distribuição porta-

a-porta. A própria distribuição é um "braço" poderoso da mídia alternativa. (DORDOR, 2007)

A sociedade tem sido regida pelo espetáculo, de modo que o autor de uma mídia

alternativa, frente a tantas formas de falar e se expressar, poderia acabar sendo confundido

com apenas mais um, em meio aos levantes de opinião que ocorrem na internet, na

quantidade de criações que surgem com o dinamismo que a tecnologia proporciona. E que

para escapar de tanto ele necessita selecionar bem o valor de sua informação e ver as

melhores formas que possui de empregá-las. (DEBORD, apud MAZETTI, 2007)

Muitas vezes a mídia se confunde com o público, principalmente no caso da mídia

independente. Segundo as tecnologias que permitem a interatividade entre emissores e

receptores de informação levam a uma gestão coletiva de informação e ajudam a construir

uma nova noção quanto à propriedade intelectual. Tendo em vista que o conteúdo produzido

não possui um único autor capaz de exigir direitos autorais, mas sim uma comunidade que o

deixa livre para o uso público. (MEIKLE, apud MAZETTI, 2007)

Por difundirem ideias que muitas vezes mostram pontos que a grande mídia acredita

que devem estar ocultos, a mídia alternativa em seu caráter contra hegemônico, depende da

grande mídia, e funciona como um contra ponto a ela, não buscando substituí-la, mas

completá-la, corrigi-la, contrapô-la, desvendá-la ou desmistificá-la. (ABRAMO, apud

AMORIM, 2007)

Ainda de acordo com Abramo, citado pro Amorim (2007), os utilizadores dessa mídia,

podem enfrentar problemas como a falta de financiamento, ataques a sua credibilidade, seu

amadorismo e sua falta de capacidade técnica, por parte da imprensa burguesa (grande

mídia) à qual ela se contrapunha. Utilizando das ideias de Downing, Amorim (2007) também

aponta para as represálias que a mídia alternativa sofre, por parte dos Estados. Represálias

estas que vão desde a perseguição política, até o cárcere e a tortura de autores contra

hegemônicos em governos mais fechados.

Até o ano de 2020 a mídia alternativa vem crescendo, grandes fóruns na internet

são fontes de pesquisa da opinião pública, redes sociais divulgam vídeos amadores de

grandes acontecimentos. E vários escritores independentes adquiriram alguma voz de

representação fazendo análises e comentários no que se refere aos grandes

acontecimentos.

Frente aos diversos ataques terroristas, a mídia alternativa tem se mostrado ativa,

com vídeos dos atentados de ângulos que nenhuma das grandes mídias conseguiu e

apanhados sinceros da opinião pública.

Em um cenário geral a mídia alternativa tem o papel de, em cenários menos tensos,

onde a autocensura e o interesse comercial das mídias é que mantém o status quo, fornecer

os fatos que lhe são negados, e desenvolver a capacidade de questionar do público,

aumentando o seu sentimento de confiança em seu poder de, com sua participação, gerar

transformações construtivas em seu meio. (DOWNING, apud MAZETTI, 2007)

2.3 Atentado terrorista ao World Trade Center em 11 de setembro de 2001: exemplo do

papel da mídia em relação ao terrorismo

Em 11 de setembro de 2001, os atentados às torres do World Trade Center e ao

Pentágono mudaram o futuro da nação estadunidense. A partir desta data, a palavra

“terrorismo” passou a fazer parte do vocabulário de todos os cidadãos americanos, dando

um alvo à chamada “Guerra ao Terror”, iniciada, pelo então presidente George W. Bush,

quase um mês depois dos acontecimentos.

O sentimento nacional, tão comum entre os estadunidenses (DORNELES,2003), se

fez presente depois dos atentados. E até em outros lugares do mundo, a solidariedade

contagiou as pessoas (PECEQUILO, 2013). Segundo Cristina S. Pecequilo, “foi aberta uma

nova era de ameaças aos Estados Unidos e ao mundo com foco no terrorismo e na

necessidade de combatê-lo em nível global.” (PECEQUILO, 2013, p.21) E por

consequência, o medo deixou as pessoas mais suscetíveis às opiniões vindas da mídia

(NACOS, 2007).

Mas o que poucos sabiam era que o maior interesse no atentado, bem como o de

todos os ataques terroristas, era ter sua mensagem exibida na mídia (SCHMID e DE

GRAAF apud NACOS, 2007, p. 26). E o que o mundo todo assistiu foi exatamente o que

eles desejavam: a mensagem de que o “império americano” não era inatingível foi

transmitida pelas imagens dos aviões e pelo discurso de Osama Bin Laden (NACOS, 2007,

p.46).

Bin Laden passou a ser o nome mais falado nas redes de notícias, e o inimigo

número um dos americanos. A própria mídia contribuiu preparando os espectadores para

uma possível guerra e motivando a população ao patriotismo (DORNELES, 2003). Assim,

quando em 7 de outubro de 2001, Bush anuncia a invasão do Afeganistão, ninguém se

surpreendeu, afinal, o discurso midiático já tinha declarado que não havia outra solução

senão a guerra (NACOS, 2007).

A mídia teve grande papel na “Guerra ao Terror”, tornando-se o ponto de encontro

entre o que o governo queria que a população soubesse, e a opinião pública. Assim, os

índices de aprovação de Bush após o 11 de setembro aumentaram drasticamente, já que no

início de setembro tinha a aprovação de 51% dos cidadãos estadunidenses, enquanto no

final de setembro, essa porcentagem subiu para 86% (PEW RESEARCH CENTER, 2014).

Os programas de televisão em outras ocasiões sempre passaram a imagem heroica dos

Estados Unidos resgatando outros países em suas guerras, levando a democracia a eles, e

no caso do pós-11 de setembro não foi diferente (DORNELES, 2003). Programas de grande

audiência e de algumas emissoras mostravam às pessoas apenas o que convinha ao

governo, pois este não queria causar novamente o “efeito Vietnam”7, assim as imagens

mostravam poucos mortos e poucos bombardeamentos. (DORNELES, 2003).

7 Durante a Guerra do Vietnam, acredita-se que a mídia de massa, principalmente os canais de

televisão, ajudaram a colocar a opinião pública estadunidense contra o governo em relação a conflitos militares. Já que em vários canais eram transmitidas imagens de mortos e cidades destruídas (NACOS, 2007).

Com o apoio que a população estava dando à guerra, acreditando que esta tinha

motivos suficientes para acontecer e que estava sendo eficiente, a mídia não deu

importância ao fato de que o inimigo número um, Bin Laden, não tinha sido capturado, caso

contrário, a eficiência da guerra iria diminuir perante os olhos dos espectadores. Assim, no

início de fevereiro de 2002, Bush anuncia em seu discurso que o inimigo agora não seria

mais apenas Bin Laden, mas sim o terrorismo como um todo. A propagação desta

declaração pelas redes de notícia fez com que a população continuasse a apoiar as atitudes

cada vez mais bélicas de seu governo, já que agora o inimigo se tornara ainda maior e mais

difícil de ser derrotado (NACOS, 2007).

Após a intervenção no Iraque, ficou comprovado que as informações sobre armas de

destruição em massa divulgadas antes da invasão não eram verdadeiras (NACOS, 2007).

Porém, antes mesmo do início do conflito, quando não se tinha certeza sobre a veracidade

destas informações, a mídia já as dava como certas, já que o apoio da população não

estaria tão presente caso não houvesse motivos suficientes para a invasão. No Iraque se

instalou um regime favorável aos Estados Unidos, após eleições realizadas em 2005

(DORNELES, 2003), sendo mais propício a compactuar com possíveis intervenções futuras

realizadas pelos norte-americanos na região, além do que, as tropas americanas

continuaram no país até 2011.

Através dessa breve retrospectiva, tenta-se evidenciar o papel da mídia para o

entendimento do pós-11/09. Assim como o terrorismo não existiria sem a mídia, já que

necessita desta para a propagação de sua mensagem, o governo norte-americano também

utilizou desta para que seus interesses fossem defendidos em alguns dos canais de

notícias, com o intuito de ter o apoio da população.

2.4 Liberdade de Expressão

Sendo um dos assuntos principais deste comitê, a liberdade de expressão e imprensa

tem de ser levada em consideração quando se fala de mídia e ética jornalística. Assim, esta

liberdade presente em constituições de vários países e amplamente difundida pela ONU, dá

aos meios de comunicação à oportunidade de propagar notícias sobre fatos, e estas não

podem ser censuradas pelo Estado. A UNESCO é o órgão da ONU que defende este direito

dos meios de comunicação, cooperando com

“organizações que desenvolvem ações nos campos de garantia da liberdade de expressão e de imprensa, de monitoramento da mídia, de qualificação de redações, de fiscalização, e que promovem a discussão sobre políticas públicas de comunicação e de advocacy com o objetivo de

produzir transformações nas amplas questões relacionadas à mídia.” (UNESCO, 2014, p.1)

A liberdade de expressão faz parte dos direitos humanos e é protegida pela

Declaração Universal de 1948 e pelas constituições de todos os sistemas democráticos.

Esta supõe que todos os indivíduos têm o direito de se expressar sem serem recriminados

por causa das suas opiniões. A liberdade de expressão é a possibilidade que se tem para

investigar, obter informações e divulgá-las sem limites de fronteiras e através de qualquer

meio de expressão. Porém, o direito à liberdade de expressão não é absoluto, a lei proíbe

qualquer propaganda a favor da guerra, a apologia do ódio e a incitação à violência ou ao

delito. (CABRAL, 2009)

A liberdade de expressão está relacionada com a liberdade de imprensa, que é a

garantia de divulgar informação através dos meios de comunicação social sem o controle

prévio dos poderes do Estado. A ideia básica é a de que esta desempenha um duplo papel:

por um lado, ela constitui um direito subjetivo individual, vital para a dignidade humana, mas,

por outro, também é um instrumento para a livre formação da opinião pública e para o

intercâmbio de ideias entre os cidadãos, tão necessários ao funcionamento de um regime

democrático. Esta primeira dimensão individual da liberdade da expressão tende a

preponderar em casos envolvendo direitos de cidadãos comuns, artistas, escritores, etc.,

enquanto a segunda dimensão institucional e objetiva é mais enfatizada em questões

relativas à imprensa em geral. (CABRAL, 2009)

Durante muito tempo a liberdade de expressão foi tida como uma facilitadora da

democracia e da paz. A maioria quase sempre acreditou que uma imprensa sem censura

dificultava a corrupção, além de estabelecer com a população uma relação de reciprocidade,

visto que a imprensa age junto com o povo ao estar atenta aos acontecimentos de nível

governamental. Assim, liberdade de expressão e democracia estão praticamente

interligados (EMBAIXADA DO ESTADOS UNIDOS NO BRASIL, 2014).

No âmbito do Sistema das Nações Unidas, a liberdade de consciência e as outras

liberdades a ela associadas, consta em vasta gama de comentários resoluções e protocolos

internacionais. Dispondo a respeito da liberdade de opinião e de expressão, a Resolução

38/2005 repete os termos da Resolução 42/2004 ao considerar que esses direitos

constituem um dos pilares fundamentais de uma sociedade livre e democrática. Funcionam

como um verdadeiro indicador do nível de proteção de todos os direitos humanos e das

liberdades, compreendidos os direitos humanos como universais, indivisíveis,

interdependentes e inter-relacionados. (CABRAL, 2009)

Assim, o que passa a ser considerado no ano de realização deste comitê é que talvez

essa liberdade de expressão tenha que ser violada em virtude de um bem maior. A

propagação do medo, além da difusão das causas terroristas, dificultam as relações entre os

Estados, além de deixar a população dos países que sofrem frequentemente com os

ataques em pânico pela falta de eficácia das várias sanções feitas pela ONU.

Como as imagens são transmitidas em tempo real pelas grandes redes de notícia

presentes nesse comitê (BBC, CNN e Al Jazeera), existe uma “espetacularização” dos

ataques terroristas, que são comparados em magnitude aos atentados ao World Trade

Center em 11 de setembro de 2001. Apesar de nenhum destes se equiparar ao ataque aos

EUA em 2001, é importante ressaltar que nesse caso, o que preocupa mais os chefes de

Estado e a ONU é a frequência dos ataques, que têm acontecido principalmente nos EUA e

em países europeus, como Alemanha e França.

3 CONTEXTO INTERNACIONAL

Após os atentados de 11 de setembro de 2001, o contraterrorismo passou a ser a

principal política de defesa nacional mais realizada pelos Estados Unidos da América.

Consequentemente, houve uma mobilização da ONU para também combater o terrorismo

internacional, e já em 2001 foi criado o Comitê Antiterrorismo, sendo subsidiário ao

Conselho de Segurança das Nações Unidas. Da mesma forma, mais resoluções foram feitas

por outros órgãos da ONU, como o UNODC (Escritório das Nações Unidas para Drogas e

Crimes), com o intuito de dificultar o acontecimento e financiamento deste tipo de atentados.

Sendo importante ressaltar a existência de dois documentos de relevância para este

combate, a Convenção Internacional sobre a Supressão de Atentados Terroristas com

Bombas e a Estratégia Antiterrorista Global da ONU (ONU, 2014).

Desde então, vários outros atentados terroristas se sucederam. Entre os principais, é

importante ressaltar o atentado ocorrido em outubro de 2018, à sede da CIA (Central

Intelligence Agency) em Washington, nos Estados Unidos da América, que matou mais de

150 pessoas, dentre elas, o diretor da agência. Também nos EUA, em dezembro de 2019,

uma comunidade judaica em Nova York foi atacada, com mais de 100 mortos. Em abril de

2019, o atentado ao metrô em Berlim, na Alemanha, um atentado com mais de 200 civis

mortos em novembro de 2019. Em Paris na França, onde mais de 100 pessoas foram

mortas por uma bomba que explodiu durante um festival de música, dentre os presentes,

muitos eram mulheres e crianças.

É importante frisar que a mídia internacional nunca havia dado tanta cobertura a este

tipo de acontecimento. Assim, esta reunião da AGNU acontecerá neste ano de 2020, dois

meses após o último atentado de grande escala em Nova York. Todos os atentados foram

assumidos por uma rede terrorista de origem paquistanesa, país que anteriormente era

aliado da chamada “Guerra ao Terror”, praticada pelos EUA no início do século XXI. As

informações dadas em tempo real por grandes redes de notícia, como a CNN, a BBC e a Al

Jazeera, estão sendo passadas ao mundo todo. A população mundial está em alerta o

tempo todo, principalmente nos países que são alvos mais frequentes destes atentados.

O cenário mundial se caracteriza por uma ausência cada vez maior de petróleo,

apesar de haver uma busca frequente por meios alternativos, vários países ainda são

dependentes do óleo. China é o maior exportador de petróleo, tendo em segundo lugar os

EUA, este quase sendo ultrapassado pela Índia.

Assim, este contexto se completa com uma possível intervenção no Paquistão

realizada pelos EUA e alguns de seus aliados, principalmente por causa do governo

ditatorial do país, e levando em consideração também as novas reservas de petróleo

descobertas alguns anos antes no país asiático. É importante ressaltar que anos atrás as

relações entre os dois países foram rompidas.

Logo, em virtude da apreensão e medo da população, causados principalmente

pelos atentados terroristas realizados com grande frequência, passa a ser considerado,

principalmente no âmbito da ONU, que as empresas de notícias sejam desencorajadas de

exibir notícias, em relação a atentados terroristas, como “espetáculo”. Por julgar que estas

informações, além de aumentarem o pânico pela sua “espetacularização”, facilitam um dos

principais objetivos dos terroristas: conseguir atenção mundial para seus atentados e

motivos. Assim, considera-se a possibilidade de limitar a sua dispersão, com o intuito de

diminuir o medo, que já causa outros problemas, além de ser uma das várias medidas já

tomadas pela ONU com a finalidade de decrescer o número de atentados terroristas

mundiais.

4 A ASSEMBLEIA GERAL DAS NAÇÕES UNIDAS – ESTRUTURA DO COMITÊ

Com a criação da ONU, fez-se necessária a instituição de alguns órgãos dentro da

mesma, que pudessem atender, discutir e resolver suas diversas demandas. Surgiu assim,

como o principal órgão da organização, a Assembleia Geral das Nações Unidas (AGNU). A

AGNU se caracteriza como um órgão de cunho intergovernamental, plenário e deliberativo,

que é composto por todos os Estados-membros da ONU, que possuem direito a um voto,

estabelecendo uma igualdade entre todos os membros. A Assembleia Geral permite que os

193 Estados-membros da ONU se reúnam para poder discutir assuntos acerca do sistema

internacional. (ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS, 2014)

São funções da Assembleia Geral das Nações Unidas,

Discutir e fazer recomendações sobre todos os assuntos em pauta na ONU; Discutir questões ligadas a conflitos militares – com exceção daqueles na pauta do Conselho de Segurança; Discutir formas e meios para melhorar as condições de vida das crianças, dos jovens e das mulheres; Discutir assuntos ligados ao desenvolvimento sustentável meio ambiente e direitos humanos; Decidir as contribuições dos Estados-Membros e como estas contribuições devem ser gastas; Eleger os novos Secretários-Gerais da Organização. (ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS, 2014)

A história da AGNU começa com a fundação da ONU no ano de 1945. A primeira

Assembleia Geral ocorreu em Londres, no dia 10 de janeiro de 1946, alguns meses após o

término dos conflitos da Segunda Guerra Mundial. Os representantes de 51 países se

encontraram na capital inglesa para consolidar o nascimento da instituição que tinha como

principal objetivo a manutenção da paz mundial como base para a cooperação internacional.

Nessa reunião ficou decidido, também, que a sede permanente das Nações Unidas seria os

Estados Unidos, sendo posteriormente instalada nas margens do East River, na Ilha de

Manhattan, em Nova York (CALENDÁRIO, 2013)

Na Carta das Nações Unidas, a AGNU foi regulamentada e seu funcionamento,

regras, funções e poderes estabelecidos. Em sua composição, segundo a Carta, a AGNU

deve ser constituída por todos os Estados-membros da ONU, sendo que cada membro pode

ter no máximo cinco representantes na Assembleia (ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES

UNIDAS, 2011).

Segundo o artº. 10 da Carta, a AGNU pode

discutir quaisquer questões ou assuntos que estiverem dentro das

finalidades da presente Carta ou que se relacionarem com os poderes e

funções de qualquer dos órgãos nela previstos, e, com exceção do

estipulado no Artº. 12, poderá fazer recomendações aos membros das

Nações Unidas ou ao Conselho de Segurança, ou a este e àqueles,

conjuntamente, com a referência a quaisquer daquelas questões ou

assuntos. (ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS, 2001)

A Assembleia poderá, ainda, entre outras coisas, realizar discussões acerca de

questões sobre a manutenção da paz e da segurança no sistema internacional, que podem

ser submetidas por qualquer um dos Estados-membros da ONU, pelo Conselho de

Segurança, ou por um algum Estado que, porventura, não seja membro das Nações Unidas,

e, além disso, poderá “realizar certas recomendações relativas a quaisquer destas questões

ao Estado ou Estados interessados ou ao Conselho de Segurança ou a este e àqueles”. Se

alguma de tais questões exigirem que seja necessária uma ação para sua solução, a

Assembleia submeterá a mesma ao Conselho de Segurança, antes ou após uma discussão

(ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS, 2001).

Em relação aos procedimentos de votação, a Carta estabelece em seu Artº. 18 que

cada membro da AGNU possui direito a um voto, e que as decisões importantes devem ser

tomadas com a maioria de dois terços dos membros presentes e votantes. Tais decisões

consideradas importantes incluem:

as recomendações relativas à manutenção da paz e da segurança

internacionais, a eleição dos membros não permanentes do Conselho de

Segurança, a eleição dos membros do Conselho Económico e Social, a

eleição dos membros do Conselho de Tutela de acordo com o nº 1, alínea

c), do Artº. 86, a admissão de novos membros das Nações Unidas, a

suspensão dos direitos e privilégios de membros, a expulsão de membros,

as questões referentes ao funcionamento do regime de tutela e questões

orçamentais. (ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS, 2001)

Os procedimentos para a reunião da Assembleia Geral são expostos nos artigos 20,

21 e 22 da Carta. Neles, se estabelece que a Assembleia deva se reunir em sessões anuais

ou em sessões extraordinárias, quando necessário. A mesma pode ser convocada pelo

Secretário-Geral da ONU, pelo Conselho de Segurança ou através da maioria dos

Estados-membros da ONU, sendo o presidente da Assembleia eleito por cada sessão e de

acordo com o seu regulamento (ORGANIZAÇÂO DAS NAÇÕES UNIDAS, 2001).

5 POSICIONAMENTO DOS PRINCIPAIS ATORES

5.1 Estados Unidos da América

Apesar de ter sofrido com grande parte dos atentados terroristas realizados, o

governo estadunidense acredita veemente que políticas de desencorajamento das notícias

como espetáculo devem ser chamadas, na verdade, de censura. Acredita que deve ser

difundida uma política de liberdade de expressão, independente da situação na qual se

encontra o cenário internacional. Logo, declara que as redes de notícia não devem sofrer

este tipo de retaliação, tendo sua independência moldada por princípios que não

necessariamente vão resolver o problema de ataques terroristas que se tem em 2020.

5.2 Alemanha

O país concorda com o pensamento estadunidense citado anteriormente, porém, é

menos irredutível, considerando que sofreu também grande parte dos atentados terroristas,

e sua população está cada vez mais apreensiva em relação a possíveis novos atentados. O

governo, assim, vem apoiando várias das resoluções da ONU que se referem ao grupo

terrorista, principalmente por sua situação interna estar cada vez mais difícil de controlar.

Pouco antes da realização desta reunião da Assembleia Geral das Nações Unidas, o

presidente alemão se declarou disposto a aceitar as medidas que fossem necessárias para

o cessar do pânico em seu país.

5.3 República Popular da China

O país considera totalmente necessário a medida a ser discutida nesta reunião, visto

que muitos países ocidentais têm sofrido com estes ataques, e que o foco das tomadas de

decisão destes governos tem que ser a população. E como parte do seu comércio tem sido

afetada, deseja que sejam realizadas em curto prazo ações efetivas, tanto para o combate

ao grupo terrorista quanto para acabar com a apreensão que existe principalmente nos

países que sofreram atentados, mas que também afetam o resto da população mundial, que

se solidariza.

5.4 Paquistão

O governo do Paquistão, que em 2020 tem problemas pra garantir o cumprimento

dos direitos humanos em seu país, principalmente por causa de alguns grupos com

tendência terrorista, se declara a favor das medidas a serem tomadas pela ONU para a

redução dos ataques. Apesar da dificuldade que este tem para manter a ordem em seu

Estado, continua apoiando ações antiterroristas, e garante que está se esforçando para

combater o grupo terrorista, que se declarou paquistanês. Pouco antes da realização desta

reunião da Assembleia Geral, o presidente se diz a favor de medidas de desencorajamento

de notícias exageradas sobre os atentados, visto que também vem sofrendo com a

apreensão e o medo de sua população.

5.5 Redes de notícia (Al Arabyia, Al Jazeera, CNN e BBC)

Todas defendem seus direitos à liberdade de expressão, e são contra qualquer tipo de

censura, porém, por também estarem sendo prejudicadas pelo medo e apreensão da

população. Assim, a Al Arabya, por ter influência estadunidense, se porta de acordo com o

país, buscando a manutenção de suas relações, focando sempre na liberdade de expressão

Já a Al Jazeera por procurar sempre ressaltar seu posicionamento contrário a alguns tipos

de regimes, está disposta a negociar e a discutir diferentes perspectivas para que se chegue

a um consenso. A CNN e a BBC se colocam a favor de todos os seus direitos de liberdade

de expressão, porém por também estarem sendo prejudicadas pelo medo e apreensão da

população, estão dispostas a colaborar com as decisões tomadas na reunião, até certo

ponto.

6 QUESTÕES RELEVANTES PARA O DEBATE

São algumas questões de devem guiar as discussões e serem debatidas durante as

negociações do comitê:

A mídia tem um papel relevante no aumento do número de ataques terroristas?

Como moldar essa relevância para diminuir a vulnerabilidade das pessoas aos

atentados?

Qual a influência que a mídia tem nas relações interestatais e quais seriam as

possibilidades desta influenciar o comportamento da população?

Como fazer com que as redes de notícia não exibam exacerbadamente imagens e

notícias ditas como “espetacularização” sem caracterizar isso como censura?

Até que ponto os Estados tem controle sobre os seus meios de comunicação?

Em que medida a liberdade de expressão, tão prezada pela mídia, deve ser mantida

em momentos de crise internacional?

No contexto em que a mídia ajuda no aumento do terror, como Estados, ONU e

redes de notícia podem trabalhar juntos para diminuir a frequência dos atentados, e

combater o terrorismo?

REFERÊNCIAS

AMORIM, Célia Regina Trindade Chagas. Imprensa/Mídia Alternativa: Uma reflexão sobre o tema. São Paulo: Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação, V Congresso Nacional de História da Mídia, 2007

ARBEX, José. Showrnalismo – a notícia como espetáculo. 2ª ed. Casa Amarela. 2002. ARGOLO, José Amaral. Terrorismo e Mídia. 1ª ed. E-papers. 2012, Rio de Janeiro. BUCCI, Eugênio. Sobre ética e imprensa. São Paulo: Companhia das Letras. 2000. CABRAL, Alex Ian Psarski. 2004. Disponível em: http://www.oab.org.br/editora/revista/Revista_07/anexos/A_Protecao_Internacional_Liberdade_de_Consciencia.pdf

CALENDÁRIO Histórico: 1946 – Primeira Assembleia Geral da ONU. DW, Bonn, 10 jan. 2013. Disponível em: <http://www.dw.de/1946-primeira-assembleia-geral-da-onu/a-1851249>. Acesso em: 01 abril 2014.

DORNELES, Carlos. Deus é inocente, a imprensa, não. 3ª ed. Editora Globo. 2003. DORDOR, Xavier. Mídia/ Mídia Alternativa: A Escolha de uma Estratégia Global de Comunicação Para a Empresa. São Paulo: Nobel, 2007 EBERLE, Edward J.. Dignity and Liberty: Constitutional Visions in Germany and in the United States. 1955. Disponível em: http://www.usafa.edu/df/dfl/documents/JLS%20Volume%2012/White.pdf EMBAIXADA DOS ESTADOS UNIDOS. Liberdade de expressão. s/d. Disponível em: http://www.embaixada-americana.org.br/democracia/speech.htm HERNANDES, Nilton. A mídia e seus truques. São Paulo: Contexto. 2006. KOMMERS, Donald P. The Constitutional Jurisprudence of the Federal Republic of Germany. 2nd ed., Durham: Duke University Press, 1997, p. 361-367. Disponível em: http://www.ebah.com.br/content/ABAAAemicAD/liberdade-express-pluralismo-papel-promocional-estado?part=2 MAZETTI, Henrique Moreira. Mídia alternativa para além da contra-informação. São Paulo: Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação, V Congresso Nacional de História da Mídia, Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2007 NACOS, Brigitte L. Mass Mediated Terrorism: The central role of media in terrorismo and counterterrorism. 2ª ed. 2007. Rowman & Littlefiled Publishers. ONU. Comissão de Direitos Humanos. Resolução 2004/42. 55ª sessão. 19 de abril de 2004. Disponível em: <http://ap.ohchr.org/Documents/mainec.aspx>. Acessado em 18 de setembro de 2008.

ONU. Comissão de Direitos Humanos. Resolução 2045/87. 58ª sessão. 21 de abril de 2004. Disponível em: <http://ap.ohchr.org/Documents/mainec.aspx>. Acessado em 18 de setembro de 2008. ONU. Comissão de Direitos Humanos. Resolução 2005/38. 57ª sessão. 19 de abril de 2005. Disponível em: <http://ap.ohchr.org/Documents/mainec.aspx>. Acessado em 18 de setembro de 2008. ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS. Carta das Nações Unidas e Estatuto da Corte Internacional de Justiça. Rio de Janeiro: Centro de Informação das Nações Unidas, 2001. 92 p. ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS. Como funciona?. Disponível em: <http://www.onu.org.br/conheca-a-onu/como-funciona/>. Acesso em: 01 abril 2014.

PECEQUILO, Cristina Soreanu. Os Estados Unidos e o século XXI.1ªed.Editora Elsevier. 2012. UNESCO. Liberdade de Expressão no Brasil. s/d. Disponível em: http://www.unesco.org/new/pt/brasilia/communication-and-information/freedom-of-expression/

TABELA DE DEMANDA DAS REPRESENTAÇÕES

Na tabela a seguir cada representação do comitê é classificada quanto ao nível de

demanda que será exigido do delegado, numa escala de 1 a 3. Notem que não se trata de

uma classificação de importância ou nível de dificuldade, mas do quanto cada

representação será demandada a participar dos debates neste comitê. Esperamos que

essa relação sirva para auxiliar as delegações na alocação de seus membros, priorizando a

participação de delegados mais experientes nos comitês em que a representação do colégio

for mais demandada.

Legenda

Representações pontualmente demandadas a tomar

parte nas discussões

Representações medianamente demandadas a tomar

parte nas discussões

Representações frequentemente demandadas a tomar

parte nas discussões

REPRESENTAÇÃO DEMANDA

1. Afeganistão

2. África do Sul

3. Al Arabia

4. Al Jazeera

5. Alemanha

6. Angola

7. Arábia Saudita

8. Argélia

9. Argentina

10. Austrália

11. Bahrein

12. BBC

13. Bélgica

14. Bósnia e Herzegovina

15. Brasil

16. Canadá

17. Catar

18. Chile

19. China

20. CNN

21. Colômbia

22. Congo

23. Coreia do Norte

24. Coreia do Sul

25. Cruz Vermelha

26. Cuba

27. Dinamarca

28. Egito

29. Emirados Árabes

30. Equador

31. Eslováquia

32. Eslovênia

33. Espanha

34. Estados Unidos

35. França

36. Geórgia

37. Grécia

38. Haiti

39. Hungria

40. Iêmen

41. IFEX

42. IFJ

43. Índia

44. Irã

45. Iraque

46. Islândia

47. Israel

48. Itália

49. Japão

50. Jordânia

51. Kuwait

52. Líbano

53. Líbia

54. Marrocos

55. México

56. Mongólia

57. MSF

58. Noruega

59. Nova Zelândia

60. Países Baixos

61. Paquistão

62. Peru

63. Polônia

64. Portugal

65. Reino Unido

66. República Tcheca

67. Rússia

68. Síria

69. Somália

70. Sudão

71. Suíça

72. Turquia

73. Ucrânia

74. Uruguai

75. Venezuela

76. Vietnã

77. Zimbábue

78. Primal Times