assembleia cpers 14/03/2014

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Tendência Sindical [email protected] Resiste e Luta! Construir a greve da educação neste novo ciclo de lutas Estamos vivendo desde a jornada de lutas que atravessou o Brasil em 2013, um momento bastante importante para avançar nas conquistas. As recentes greves que foram exemplo em todo o país como a dos rodoviários em Porto Alegre e a dos garis no Rio de Janeiro, enfrentaram realidades bastante difíceis, mas que foram superadas pela atitude e organização de base no enfrentamento aos patrões, governos e direções sindicais pelegas . Esse cenário de importantes vitórias é um referente para nos fortalecermos na luta sindical posicionando os trabalhadores como protagonistas nas mobilizações que iniciaram o ano de 2014. Fortalecer o sindicato para retomar a confiança dos trabalhadores As semanas de greve realizadas pelo magistério estadual no ano de 2013 não aglutinaram a força suficiente para conquistarmos nossas p r i n c i p a i s reivindicações, porém também tampouco pode ser dito que saímos derrotados. O que acabou derrotado foi um tipo de sindicalismo, pois, mesmo que modestamente, novas práticas e uma importante determinação para a luta esteve presente nos grevistas que assumiram com unhas e dentes a necessidade da mobilização. É importante fazermos memória de que esse ímpeto combativo é fruto da jornada de lutas que derrotou o aumento da tarifa dos ônibus em Porto Alegre e se espalhou pelo interior do estado e restante do Brasil fazendo história neste país. Porém, se apesar desses novos elementos a greve do ano passado não alcançou forte adesão, neste ano de devemos resgatar a confiança na nossa capacidade de mobilização. Diante dos diversos problemas que podem ser apontados ao sindicato, nossa resposta sempre deve ser com participação e luta para que a crítica seja coerente e não cúmplice da burocracia. Ao levantarmos a bandeira da greve defendemos ao mesmo tempo que ela seja construída com protagonismo de base. Uma greve de fato jamais será por decreto, tampouco estamos dizendo que virá por simples espontaneidade. Pelo contrário, requer esforço, convencimento e principalmente a descentralização do poder. Esse último detalhe é importantíssimo, pois o sindicato não se resume aos núcleos e a sede centralizada, ele deve ser na verdade o punho fechado de todas as escolas deste Estado. Mas, para isso, é importante reforçarmos os critérios de independência de classe em relação aos partidos e governos, pois a condução política que reforça o personalismo é a mesma que afasta a participação e iniciativa da base. Independência de classe com protagonismo de base Na luta pelo piso, 1/3 de hora atividade e condições reais de trabalho e estudo Os motivos que nos levam a fazer greve, ainda são motivos de muitas greves passadas, porém, em 2013 podemos ver uma aposta de organização da greve com todos os segmentos da educação pública: estudantes, funcionários e professores. A força e disposição que os estudantes injetaram nessa greve foi fundamental para dinamizar o seu processo, bem como alcançar a redução dos períodos de Seminário Integrado. Devemos resgatar e potencializar essa experiência. Nossas demandas só serão atingidas com a união de todos aqueles que vivem cotidianamente com o sucateamento e a precarização da Educação e, claro, contar com o apoio das comunidades escolares. Vamos construir uma greve com os 3 segmentos! Para conquistar o piso que é LEI, que segue sendo desrespeitado desde sua aprovação (uma perda de cerca de R$600,00 por 20h), e faz com que os trabalhadores da educação continuem sendo desvalorizados; pelo 1/3 hora atividade que também faz parte da lei do piso e também segue sendo ignorado, a fim de mascarar a já enorme falta de professores; por condições de trabalho e estudo, com reais investimento em infra-estrutura.

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Page 1: Assembleia CPERS 14/03/2014

Tendência [email protected] e Luta!

Construir a greve da educação neste novo ciclo de lutas

Estamos vivendo desde a jornada de lutas que atravessou o Brasil em 2013, um momento bastante importante para avançar nas conquistas. As recentes greves que foram exemplo em todo o país como a dos rodoviários em Porto Alegre e a dos garis no Rio de Janeiro, enfrentaram realidades bastante difíceis, mas que foram superadas pela atitude e organização de base no enfrentamento aos patrões, governos e direções sindicais pelegas. Esse cenário de importantes vitórias é um referente para nos fortalecermos na luta sindical posicionando os trabalhadores como protagonistas nas mobilizações que iniciaram o ano de 2014.

Fortalecer o sindicato para retomar a confiança dos trabalhadores

As semanas de greve r e a l i z a d a s p e l o magistério estadual no a n o d e 2 0 1 3 n ã o aglutinaram a força s u f i c i e n t e p a r a conquistarmos nossas p r i n c i p a i s reivindicações, porém também tampouco pode

ser dito que saímos derrotados. O que acabou derrotado foi um tipo de sindicalismo, pois, mesmo que modestamente, novas práticas e uma importante determinação para a luta esteve presente nos grevistas que assumiram com unhas e dentes a necessidade da mobilização.

É importante fazermos memória de que esse ímpeto combativo é fruto da jornada de lutas que derrotou o aumento da tarifa dos ônibus em Porto Alegre e se espalhou pelo interior do estado e restante do Brasil f a z e n d o h i s t ó r i a n e s t e p a í s .Porém, se apesar desses novos elementos a greve do ano passado não alcançou forte adesão, neste ano de devemos resgatar a confiança na nossa capacidade de mobilização. Diante dos diversos problemas que podem ser apontados ao sindicato, nossa resposta sempre deve ser com participação e luta para que a crítica seja coerente e não cúmplice da burocracia.

A o l e v a n t a r m o s a b a n d e i r a d a g r e v e defendemos ao mesmo tempo que ela seja c o n s t r u í d a c o m protagonismo de base. Uma greve de fato jamais s e r á p o r d e c r e t o , t a m p o u c o e s t a m o s dizendo que virá por simples espontaneidade. Pelo contrário, requer esforço, convencimento e principalmente a descentralização do poder. Esse último detalhe é importantíssimo, pois o sindicato não se resume aos núcleos e a sede centralizada, ele deve ser na verdade o punho fechado de todas as escolas deste Estado. Mas, para isso, é importante reforçarmos os critérios de independência de classe em relação aos partidos e governos, pois a condução política que reforça o personalismo é a mesma que afasta a participação e iniciativa da base.

Independência de classe comprotagonismo de base

Na luta pelo piso, 1/3 de hora atividadee condições reais de trabalho e estudo

Os motivos que nos levam a fazer greve, ainda são motivos de muitas greves passadas, porém, em 2013 podemos ver uma aposta de organização da greve com todos os segmentos da educação pública: estudantes, funcionários e professores. A força e disposição que os estudantes injetaram nessa greve foi fundamental para dinamizar o seu processo, bem como alcançar a redução dos períodos de Seminário Integrado. Devemos resgatar e potencializar essa experiência. Nossas demandas só serão atingidas com a união de todos aqueles que vivem cotidianamente com o sucateamento e a precarização da Educação e, claro, contar com o apoio das comunidades escolares. Vamos construir uma greve com os 3 segmentos! Para conquistar o piso que é LEI, que segue sendo desrespeitado desde sua aprovação (uma perda de cerca de R$600,00 por 20h), e faz com que os trabalhadores da educação continuem sendo desvalorizados; pelo 1/3 hora atividade que também faz parte da lei do piso e também segue sendo ignorado, a fim de mascarar a já enorme falta de professores; por condições de trabalho e estudo, com reais investimento em infra-estrutura.

Page 2: Assembleia CPERS 14/03/2014

Rodear de solidariedade os que lutam:contra a criminalização das greves

e do protesto!

A partir das lutas de 2013, a criminalização dos que lutam vem aumentando proporcionalmente com a capacidade organizativa e combativa d@s trabalhador@s. A luta por direitos sociais e melhores condições de vida virou, à moda do velho terrorismo de Estado, um assunto de polícia (que, inclusive, segue o mesmo modelo da ditadura militar). Prisões arbitrárias, difamação, enquadramento em processo criminal de lutadores, perseguições politicas são alguns exemplos de um projeto político que busca criminalizar a luta, calar a voz e gerar o medo. Instrumentos de poder dos de cima, como a Polícia e a Mídia, são fontes constantes de repressão e deslegitimação da organização dos de baixo. Porto Alegre exemplifica muito bem a situação: a desinformação durante a greve dos rodoviários contra a categoria e a violência contra o Bloco de Luta pelo Transporte Público.

Companheiros professores, do Bloco de Luta, por exemplo, vêm sofrendo com essa difamação e repressão, por manifestarem sua tomada de posição por um transporte realmente popular e público, contra máfias e fraudes, e a favor dos oprimidos. A criminalização das lutas é tão evidente que querem torna-la lei (Projeto-lei Anti-Terrorismo 499/2013). Tal projeto prevê tanto o enquadramento dos movimentos sociais como organizações terroristas quanto legitimará o autoritarismo das forças de segurança. Nesse sentido, reafirmamos a importância fundamental da solidariedade aos que lutam!

Solidariedade é, antes de tudo, uma atitude de tomada de posição. Dizer que, por princípio, somos e que estamos ao lado dos trabalhadores, independente dos partidos e dos governos, nos posicionamos junto na trincheira dos de baixo, dos oprimidos e oprimidas que dia-a-dia lutam contra as diversas formas de opressão do mundo capitalista.

Sobre a Tendência Sindical

Acreditamos que a luta sindical é a nossa ferramenta para alcançar conquistas, por isso nos unimos e lutamos! A ação sindical se mantém como grande instrumento de luta na busca de resultados concretos e duráveis para todos os trabalhadores. Tanto é verdade que muitas são as tentativas que visam desacreditar essa organização para impedir nossa união e imediata retomada do controle da nossa vida política. O Sindicalismo que acreditamos é aquele organizado pela base, em cada lugar de trabalho, onde a categoria seja protagonista da sua luta. Os sindicatos são espaços de organização, articulação e ação; apenas com a participação ativa dos trabalhadores podemos enfrentar a burocratização e o personalismo que os espaços sindicais apresentam. Um sindicalismo com solidariedade de classe, que apoie e fortaleça a luta de outras categorias, pois APRENDEMOS NA PRÁTICA QUE SOMENTE UNIDOS PODEMOS ALCANÇAR NOSSOS OBJETIVOS. Combativo e independente, que enfrente patrões e governos pela pressão, mobilização e ação direta dos trabalhadores.

Sindicalizar-se é unir-se para construir o sindicato que se deseja. Unir-se contra qualquer pretensão de monopólio da organização da vida política dos trabalhadores. Unir-se contra práticas autoritárias e politiqueiras que visam somente o fim eleitoral. Unir-se com o propósito de descentralizar as relações de poder. Somente unidos e organizados no sindicato podemos nos apropriar das ferramentas que juntos nos trarão as condições ideais de trabalho. Unir-se é a prática que fará com que todo o poder acima de nós trema. Unir-se mesmo na divergência, por uma mobilização na defesa de todos os trabalhadores.

A Tendência Sindical Resistência Popular é um coletivo de trabalhadores de diferentes áreas e setores que tem como objetivo comum criar uma têndencia no movimento sindical - um estilo de trabalho e de luta - que defenda os direitos historicamente conquistados a partir do fortalecimento de cada trabalhador em seu lugar de inserção, de cada categoria e da solidariedade de classe entre todos os trabalhadores. Acreditamos que é apenas pela organização e luta dos próprios trabalhadores que será possível arrancar os direitos que nos são negados, rompendo com a exploração e enfrentado de frente a opressão a que estamos expostos cotidianamente.

CONVIDAMOS A TODOS OS TRABALHADORES A ABANDONAR O DESÂNIMO E O

REFORMISMO, QUE NOS É APRESENTADO COMO ÚNICA VIA. REFORÇAMOS A NECESSIDADE DE PARTICIPAR DOS

SINDICATOS, SINDICALIZAR-SE, ORGANIZAR-SE, E LUTAR

COTIDIANAMENTE EM CADA LOCAL DE TRABALHO. RESISTIR, LUTAR E AVANÇAR!