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5486-(3) N. o 238 — 14-10-1997 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA Resolução da Assembleia da República n. o 60-B/97 Aprova, para ratificação, a Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar e o Acordo Relativo à Aplicação da Parte XI da mesma Convenção A Assembleia da República resolve, nos termos dos artigos 164. o , alínea j), e 169. o , n. o 5, da Constituição, o seguinte: Artigo 1. o Aprova, para ratificação, a Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar, de 10 de Dezembro de 1982, assinada por Portugal na mesma data, e o Acordo Relativo à Aplicação da Parte XI da Convenção, adoptado pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 28 de Julho de 1994 e assinado por Portugal em 29 de Julho de 1994, cuja versão autêntica em língua inglesa e respectiva tradução em língua portuguesa seguem em anexo. Artigo 2. o São formuladas as seguintes declarações relativa- mente à Convenção: 1) Portugal reafirma, para efeitos de delimitação do mar territorial, da plataforma continental e da zona económica exclusiva, os direitos decor- rentes da legislação interna portuguesa no que respeita ao território continental e aos arqui- pélagos e ilhas que os integram; 2) Portugal declara que, numa zona de 12 milhas marítimas contígua ao seu mar territorial, tomará as medidas de fiscalização que entenda por necessárias, nos termos do artigo 33. o da presente Convenção; 3) De acordo com as disposições da Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar, Por- tugal goza de direitos soberanos e de jurisdição sobre uma zona económica exclusiva de 200 milhas marítimas contadas desde a linha de base a partir da qual se mede a largura do mar territorial; 4) Os limites de fronteiras marítimas entre Por- tugal e os Estados cujas costas lhe sejam opostas ou adjacentes são aqueles que se encontram his- toricamente determinados, com base no direito internacional; 5) Portugal exprime o seu entendimento de que a Resolução III da Terceira Conferência das Nações Unidas sobre o Direito do Mar é ple- namente aplicável ao território não autónomo de Timor Leste, de que continua a ser potência administrante, nos termos da Carta e das reso- luções pertinentes da Assembleia Geral e do Conselho de Segurança das Nações Unidas. Deste modo, a aplicação da Convenção, e em particular qualquer eventual delimitação dos espaços marítimos do território de Timor Leste, deverão ter em conta os direitos que ao seu povo assistem nos termos da Carta e das reso- luções acima referidas e ainda as responsabi- lidades que a Portugal incumbem enquanto potência administrante do território em causa; 6) Portugal declara que, sem prejuízo do artigo 303. o da Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar e da aplicação de outros ins- trumentos de direito internacional em matéria de protecção do património arqueológico suba- quático, quaisquer objectos de natureza histó- rica ou arqueológica descobertos nas áreas marí- timas sob a sua soberania ou jurisdição só poderão ser retirados após notificação prévia e mediante o consentimento das competentes autoridades portuguesas; 7) A ratificação desta Convenção por Portugal não implica o reconhecimento automático de quais- quer fronteiras marítimas ou terrestres; 8) Portugal não se considera vinculado pelas decla- rações feitas por outros Estados, reservando a sua posição em relação a cada uma delas para momento oportuno; 9) Tendo presente a informação científica dispo- nível e para defesa do ambiente e do cresci- mento sustentado de actividades económicas com base no mar, Portugal exercerá, de pre- ferência através de cooperação internacional e tendo em linha de conta o princípio preventivo (precautionary principle), actividades de fiscali- zação para lá das zonas sob jurisdição nacional; 10) Portugal declara, para os efeitos do artigo 287. o da Convenção, que na ausência de meios não contenciosos para a resolução de controvérsias resultantes da aplicação da presente Convenção escolherá um dos seguintes meios para a solução de controvérsias: a) O Tribunal Internacional de Direito do Mar, nos termos do anexo VI; b) O Tribunal Internacional de Justiça; c) Tribunal arbitral, constituído nos termos do anexo VII; d)) Tribunal arbitral especial, constituído nos termos do anexo VIII; 11) Portugal escolherá, na ausência de outros meios pacíficos de resolução de controvérsias, de acordo com o anexo VIII da Convenção, o recurso a um tribunal arbitral especial quando se trate da aplicação ou interpretação das disposições da presente Convenção às matérias de pescas, pro- tecção e preservação dos recursos marinhos vivos e do ambiente marinho, investigação científica, navegação e poluição marinha; 12) Portugal declara que, sem prejuízo das dispo- sições constantes da secção 1 da parte XV da presente Convenção, não aceita os procedimen- tos obrigatórios estabelecidos na secção 2 da mesma parte XV, com respeito a uma ou várias das categorias especificadas nas alíneas a), b) e c) do artigo 298. o da Convenção; 13) Portugal assinala que, enquanto Estado membro da Comunidade Europeia, transferiu competên- cias para a Comunidade em algumas das maté- rias reguladas na presente Convenção. Opor- tunamente será apresentada uma declaração detalhada quanto à natureza e extensão das áreas da competência transferida para a Comu- nidade, de acordo com o disposto no anexo IX da Convenção. Aprovada em 3 de Abril de 1997. O Presidente da Assembleia da República, António de Almeida Santos.

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5486-(3)N.o 238 — 14-10-1997 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A

ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA

Resolução da Assembleia da República n.o 60-B/97

Aprova, para ratificação, a Convenção das Nações Unidassobre o Direito do Mar e o Acordo Relativo à Aplicação

da Parte XI da mesma Convenção

A Assembleia da República resolve, nos termos dosartigos 164.o, alínea j), e 169.o, n.o 5, da Constituição,o seguinte:

Artigo 1.o

Aprova, para ratificação, a Convenção das NaçõesUnidas sobre o Direito do Mar, de 10 de Dezembrode 1982, assinada por Portugal na mesma data, e oAcordo Relativo à Aplicação da Parte XI da Convenção,adoptado pela Assembleia Geral das Nações Unidas em28 de Julho de 1994 e assinado por Portugal em 29de Julho de 1994, cuja versão autêntica em língua inglesae respectiva tradução em língua portuguesa seguem emanexo.

Artigo 2.o

São formuladas as seguintes declarações relativa-mente à Convenção:

1) Portugal reafirma, para efeitos de delimitaçãodo mar territorial, da plataforma continental eda zona económica exclusiva, os direitos decor-rentes da legislação interna portuguesa no querespeita ao território continental e aos arqui-pélagos e ilhas que os integram;

2) Portugal declara que, numa zona de 12 milhasmarítimas contígua ao seu mar territorial,tomará as medidas de fiscalização que entendapor necessárias, nos termos do artigo 33.o dapresente Convenção;

3) De acordo com as disposições da Convençãodas Nações Unidas sobre o Direito do Mar, Por-tugal goza de direitos soberanos e de jurisdiçãosobre uma zona económica exclusiva de200 milhas marítimas contadas desde a linhade base a partir da qual se mede a largura domar territorial;

4) Os limites de fronteiras marítimas entre Por-tugal e os Estados cujas costas lhe sejam opostasou adjacentes são aqueles que se encontram his-toricamente determinados, com base no direitointernacional;

5) Portugal exprime o seu entendimento de quea Resolução III da Terceira Conferência dasNações Unidas sobre o Direito do Mar é ple-namente aplicável ao território não autónomode Timor Leste, de que continua a ser potênciaadministrante, nos termos da Carta e das reso-luções pertinentes da Assembleia Geral e doConselho de Segurança das Nações Unidas.Deste modo, a aplicação da Convenção, e emparticular qualquer eventual delimitação dosespaços marítimos do território de Timor Leste,deverão ter em conta os direitos que ao seupovo assistem nos termos da Carta e das reso-luções acima referidas e ainda as responsabi-lidades que a Portugal incumbem enquantopotência administrante do território em causa;

6) Portugal declara que, sem prejuízo do artigo 303.oda Convenção das Nações Unidas sobre oDireito do Mar e da aplicação de outros ins-trumentos de direito internacional em matéria

de protecção do património arqueológico suba-quático, quaisquer objectos de natureza histó-rica ou arqueológica descobertos nas áreas marí-timas sob a sua soberania ou jurisdição sópoderão ser retirados após notificação préviae mediante o consentimento das competentesautoridades portuguesas;

7) A ratificação desta Convenção por Portugal nãoimplica o reconhecimento automático de quais-quer fronteiras marítimas ou terrestres;

8) Portugal não se considera vinculado pelas decla-rações feitas por outros Estados, reservando asua posição em relação a cada uma delas paramomento oportuno;

9) Tendo presente a informação científica dispo-nível e para defesa do ambiente e do cresci-mento sustentado de actividades económicascom base no mar, Portugal exercerá, de pre-ferência através de cooperação internacional etendo em linha de conta o princípio preventivo(precautionary principle), actividades de fiscali-zação para lá das zonas sob jurisdição nacional;

10) Portugal declara, para os efeitos do artigo 287.oda Convenção, que na ausência de meios nãocontenciosos para a resolução de controvérsiasresultantes da aplicação da presente Convençãoescolherá um dos seguintes meios para a soluçãode controvérsias:

a) O Tribunal Internacional de Direito doMar, nos termos do anexo VI;

b) O Tribunal Internacional de Justiça;c) Tribunal arbitral, constituído nos termos

do anexo VII;d)) Tribunal arbitral especial, constituído nos

termos do anexo VIII;

11) Portugal escolherá, na ausência de outros meiospacíficos de resolução de controvérsias, deacordo com o anexo VIII da Convenção, o recursoa um tribunal arbitral especial quando se trateda aplicação ou interpretação das disposições dapresente Convenção às matérias de pescas, pro-tecção e preservação dos recursos marinhos vivose do ambiente marinho, investigação científica,navegação e poluição marinha;

12) Portugal declara que, sem prejuízo das dispo-sições constantes da secção 1 da parte XV dapresente Convenção, não aceita os procedimen-tos obrigatórios estabelecidos na secção 2 damesma parte XV, com respeito a uma ou váriasdas categorias especificadas nas alíneas a), b)e c) do artigo 298.o da Convenção;

13) Portugal assinala que, enquanto Estado membroda Comunidade Europeia, transferiu competên-cias para a Comunidade em algumas das maté-rias reguladas na presente Convenção. Opor-tunamente será apresentada uma declaraçãodetalhada quanto à natureza e extensão dasáreas da competência transferida para a Comu-nidade, de acordo com o disposto no anexo IXda Convenção.

Aprovada em 3 de Abril de 1997.

O Presidente da Assembleia da República, Antóniode Almeida Santos.

5486-(4) DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 238 — 14-10-1997

UNITED NATIONS CONVENTION ON THE LAW OF THE SEA

The States Parties to this Convention:

Prompted by the desire to settle, in a spirit of mutualunderstanding and co-operation, all issues relatingto the law of the sea and aware of the historicsignificance of this Convention as an importantcontribution to the maintenance of peace, justiceand progress for all peoples of the world;

Noting that developments since the United NationsConferences on the Law of the Sea held at Gen-eva in 1958 and 1960 have accentuated the needfor a new and generally acceptable Conventionon the law of the sea;

Conscious that the problems of ocean space areclosely interrelated and need to be consideredas a whole;

Recognizing the desirability of establishing throughthis Convention, with due regard for the sover-eignty of all States, a legal order for the seasand oceans which will facilitate international com-munication, and will promote the peaceful usesof the seas and oceans, the equitable and efficientutilizations of their resources, the conservationof their living resources, and the study, protectionand preservation of the marine environment;

Bearing in mind that the achievement of these goalswill contribute to the realization of a just andequitable international economic order whichtakes into account the interests and needs ofmankind as a whole and, in particular, the specialinterests and needs of developing countries,whether coastal or land-locked;

Desiring by this Convention to develop the prin-ciples embodied in Resolution 2749 (XXV) of17 December 1970 in which the General Assem-bly of the United Nations solemnly declared interalia that the area of the sea-bed and ocean floorand the subsoil thereof, beyond the limits ofnational jurisdiction, as well as its resources, arethe common heritage of mankind, the explor-ation and exploitation of which shall be carriedout for the benefit of mankind as a whole, irres-pective of the geographical location of States;

Believing that the codification and progressivedevelopment of the law of the sea achieved inthis Convention will contribute to the strength-ening of peace, security, co-operation andfriendly relations among all nations in conformitywith the principles of justice and equal rightsand will promote the economic and socialadvancement for all peoples of the world, inaccordance with the Purposes and Principles ofthe United Nations as set forth in the Charter;

Affirming that matters not regulated by this Con-vention continue to be governed by the rulesand principles of general international law;

have agreed as follows:

PART IIntroduction

Article 1Use of terms and scope

1 — For the purposes of this Convention:1) «Area» means the sea-bed and ocean floor and

subsoil thereof, beyond the limits of national jurisdiction;

2) «Authority» means the International Sea-BedAuthority;

3) «Activities in the Area» means all activities ofexploration for, and exploitation of, the resources ofthe Area;

4) «Pollution of the marine environment» means theintroduction by man, directly or indirectly, of substancesor energy into the marine environment, including estuar-ies, which results or is likely to result in such deleteriouseffects as harm to living resources and marine life, haz-ards to human health, hindrance to marine activities,including fishing and other legitimate uses of the sea,impairment of quality for use of sea water and reductionof amenities;

5):

a) «Dumping» means:

i) Any deliberate disposal of wastes or othermatter from vessels, aircraft, platformsor other man-made structures at sea;

ii) Any deliberate disposal of vessels, air-craft, platforms or other man-made struc-tures at sea;

b) «Dumping» does not include:

i) The disposal of wastes or other matterincidental to, or derived from the normaloperations of vessels, aircraft, platformsor other man-made structures at sea andtheir equipment, other than wastes orother matter transported by or to vessels,aircraft, platforms or other man-madestructures at sea, operating for the pur-pose of disposal of such matter or derivedfrom the treatment of such wastes orother matter on such vessels, aircraft,platforms or structures;

ii) Placement of matter for a purpose otherthan the mere disposal thereof, providedthat such placement is not contrary tothe aims of this Convention.

2 — 1) «States Parties» means States which have con-sented to be bound by this Convention and for whichthis Convention is in force.

2) This Convention applies mutatis mutandis to theentities referred to in article 305, paragraph 1, b), c),d), e) and f), which become Parties to this Conventionin accordance with the conditions relevant to each, andto that extent «States Parties» refers to those entities.

PART II

Territorial sea and contiguous zone

SECTION 1

General provisions

Article 2Legal status of the territorial sea, of the air spaceover the territorial sea and of its bed and subsoil

1 — The sovereignty of a coastal State extends,beyond its land territory and internal waters and, inthe case of an archipelagic state, its archipelagic waters,

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to an adjacent belt of sea, described as the territorialsea.

2 — This sovereignty extends to the air space overthe territorial sea as well as to its bed and subsoil.

3 — The sovereignty over the territorial sea is exer-cised subject to this Convention and to other rules ofinternational law.

SECTION 2

Limits of the territorial sea

Article 3Breadth of the territorial sea

Every State has the right to establish the breadth ofits territorial sea up to a limit not exceeding 12 nauticalmiles, measured from baselines determined in accor-dance with this Convention.

Article 4Outer limit of the territorial sea

The outer limit of the territorial sea is the line everypoint of which is at a distance from the nearest pointof the baseline equal to the breadth of the territorialsea.

Article 5Normal baseline

Except where otherwise provided in this Convention,the normal baseline for measuring the breadth of theterritorial sea is the low-water line along the coast asmarked on large-scale charts officially recognized by thecoastal State.

Article 6Reefs

In the case of islands situated on atolls or of islandshaving fringing reefs, the baseline for measuring thebreadth of the territorial sea is the seaward low-waterline of the reef, as shown by the appropriate symbolon charts officially recognized by the coastal State.

Article 7Straight baselines

1 — In localities where the coastline is deeply inden-ted and cut into, or if there is a fringe of islands alongthe coast in its immediate vicinity, the method of straightbaselines joining appropriate points may be employedin drawing the baseline from which the breadth of theterritorial sea is measured.

2 — Where because of the presence of a delta andother natural conditions the coastline is highly unstable,the appropriate points may be selected along the furthestseaward extent of the low-water line and, notwithstand-ing subsequent regression of the low-water line, thestraight baselines shall remain effective until changedby the coastal State in accordance with this Convention.

3 — The drawing of straight baselines must not departto any appreciable extent from the general directionof the coast, and the sea areas lying within the linesmust be sufficiently closely linked to the land domainto be subject to the regime of internal waters.

4 — Straight baselines shall not be draw to and fromlow-tide elevations, unless lighthouses or similar instal-lations which are permanently above sea level have beenbuilt on them or except in instances where the drawingof baselines to and from such elevations has receivedgeneral international recognition.

5 — Where the method of straight baselines is appli-cable under paragraph 1, account may be taken, in deter-mining particular baselines, of economic interests pecu-liar to the region concerned, the reality and the impor-tance of which are clearly evidenced by long usage.

6 — The system of straight baselines may not beapplied by a State in such a manner as to cut off theterritorial sea of another State from the high seas oran exclusive economic zone.

Article 8Internal waters

1 — Except as provided in part IV, waters on the land-ward side of the baseline of the territorial sea formpart of the internal waters of the State.

2 — Where the establishment of a straight baselinein accordance with the method set forth in article 7has the effect of enclosing as internal waters areas whichhad not previously been considered as such, a right ofinnocent passage as provided in this Convention shallexist in those waters.

Article 9Mouths of rivers

If a river flows directly into the sea, the baseline shallbe a straight line across the mouth of the river betweenpoints on the low-water line of its banks.

Article 10Bays

1 — This article relates only to bays the coasts ofwhich belong to a single State.

2 — For the purposes of this Convention, a bay isa well-marked indentation whose penetration is in suchproportion to the width of its mouth as to contain land-locked waters and constitute more than a mere curvatureof the coast. An indentation shall not, however, be regar-ded as a bay unless its area is a large as, or larger than,that of the semi-circle whose diameter is a line drawnacross the mouth of that indentation.

3 — For the purpose of measurement, the area ofan indentation is that lying between the low-water markaround the shore of the indentation and a line joiningthe low-water mark of its natural entrace points. Where,because of the presence of islands, an indentation hasmore than one mouth, the semi-circle shall be drawnon a line as long as the sum total of the lengths ofthe lines across the different mouths. Islands within anindentation shall be included as if they were part ofthe water area of the indentation.

4 — If the distance between the low-water marks ofthe natural entrance points of a bay does not exceed24 nautical miles, a closing line may be drawn betweenthese two low-water marks, and the waters enclosedthereby shall be considered as internal waters.

5 — Where the distance between the low-water marksof the natural entrance points of a bay exceeds 24 naut-ical miles, a straight baseline of 24 nautical miles shall

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be drawn within the bay in such a manner as to enclosethe maximum area of water that is possible with a lineof that length.

6 — The foregoing provisions do not apply to so-called «historic» bays, or in any case where the systemof straight baselines provided for in a article 7 is applied.

Article 11

Ports

For the purpose of delimiting the territorial sea, theoutermost permanent harbour works which form an inte-gral part of the harbour system are regarded as formingpart of the coast. Off-shore installations and artificialislands shall not be considered as permanent harbourworks.

Article 12

Roadsteads

Roadsteads which are normally used for the loading,unloading and anchoring of ships, and which wouldotherwise be situated wholly or partly outside the outerlimit of the territorial sea, are included in the territorialsea.

Article 13

Low-tide elevations

1 — A low-tide elevation is a naturally formed areaof land which is surrounded by and above water at lowtide but submerged at high tide. Where a low-tide ele-vation is situated wholly or partly at a distance notexceeding the breadth of the territorial sea from themainland or an island, the low-water line on that ele-vation may be used as the baseline for measuring thebreadth off the territorial sea.

2 — Where a low-tide elevation is wholly situated ata distance exceeding the breadth of the territorial seafrom the mainland or an island, it has no territorialsea of its own.

Article 14

Combination of methods for determining baselines

The coastal State may determine baselines in turnby any of the methods provided for in the foregoingarticles to suit different conditions.

Article 15

Delimitation of the territorial sea between States with oppositeor adjacent coasts

Where the coasts of two States are opposite or adja-cent to each other, neither of the two States is entitled,failing agreement between them to the contrary, toextend its territorial sea beyond the median line everypoint of which is equidistant from the nearest pointson the baselines from which the breadth of the territorialseas of each of the two States is measured. The aboveprovision does not apply, however, where it is necessaryby reason of historic title or other special circumstancesto delimit the territorial seas of the two States in away which is a variance therewith.

Article 16Charts and lists of geographical co-ordinates

1 — The baselines for measuring the breadth of theterritorial sea determined in accordance with articles 7,9 and 10, or the limits derived therefrom, and the linesof delimitation drawn in accordance whith articles 12and 15 shall be shown on charts of a scale or scalesadequate for ascertaining their position. Alternatively,a list of geographical co-ordinates of points, specifyingthe geodetic datum, may be substituted.

2 — The coastal State shall give due publicity to suchcharts or lists of geographical co-ordinates and shalldeposit a copy of each such chart or list with the Sec-retary-General of the United Nations.

SECTION 3

Innocent passage in the territorial sea

SUBSECTION A

Rules applicable to all ships

Article 17Right of innocent passage

Subject to this Convention, ships of all States, whethercoastal or land-locked, enjoy the right of innocent pas-sage through the territorial sea.

Article 18Meaning of passage

1 — Passage means navigation through the territorialsea for the purpose of:

a) Traversing that sea without entering internalwaters or calling at a roadstead or port facilityoutside internal waters; or

b) Proceeding to or from internal waters or a callat such roadstead or port facility.

2 — Passage shall be continuous and expeditious.However, passage includes stopping and anchoring, butonly in so far as the same are incidental to ordinarynavigation or are rendered necessary by force majeureor distress or for the purpose of rendering assistanceto persons, ships or aircraft in danger or distress.

Article 19Meaning of innocent passage

1 — Passage is innocent so long as it is not prejudicialto the peace, good order or security of the coastal State.Such passage shall take place in conformity with thisConvention and with other rules of international law.

2 — Passage of a foreign ship shall be considered tobe prejudicial to the peace, good order or security ofthe coastal State if in the territorial sea it engages inany of the following activities:

a) Any threat or use of force against the sover-eignty, territorial integrity or political indepen-dence of the coastal State, or in any other man-ner in violation of the principles of internationallaw embodred in the Charter of United Nations;

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b) Any exercise or practice with weapons of anykind;

c) Any act aimed at collecting information to theprejudice of the defence security of the coastalState;

d) Any act of propaganda aimed at affecting thedefence or security of the coastal State;

e) The launching, landing or taking on board ofany aircraft;

f) The lauching, landing or taking on board of anymilitary device;

g) The loading or unloading of any commodity,currency or person contrary to the customs, fis-cal, immigration or sanitary laws and regulationsof the coastal State;

h) Any act of wilful and serious pollution contraryto this Convention;

i) Any fishing activities;j) The carrying out of research or survey activities;k) Any act aimed at interfering with any systems

of communication or any other facilities orinstallations of the coastal State;

l) Any other activity not having a direct bearingon passage.

Article 20

Submarines and other underwater vehicles

In the territorial sea, submarines and other under-water vehicles are required to navigate on the surfaceand to show their flag.

Article 21

Laws and regulations of the coastal State relating to innocent passage

1 — The coastal State may adopt laws and regulations,in conformity with the provisions of this Conventionand other rules of international law, relating to innocentpassage through the territorial sea, in respect of all orany of the following:

a) The safety of navigation and the regulation ofmaritime traffic;

b) The protection of navigational aids and facilitiesand other facilities or installations;

c) The protection of cables and pipelines;d) The conservation of the living resources of the

sea;e) The prevention of infringement of the fisheries

laws and regulations of the coastal State;f) The preservation of the environment of the

coastal State and the prevention, reduction andcontrol of pollution thereof;

g) Marine scientific research and hidrographicsurveys;

h) The prevention of infringement of the customs,fiscal, immigration or sanitary laws and regu-lations of the coastal State.

2 — Such laws and regulations shall not apply to thedesign, construction, manning or equipment of foreignships unless they are giving effect to generally acceptedinternational rules or standards.

3 — The coastal State shall give due publicity to allsuch laws and regulations.

4 — Foreign ships exercising the right of innocent pas-sage through the territorial sea shall comply with allsuch laws and regulations and all generally accepted

international regulations relating to the prevention ofcollisions at sea.

Article 22Sea lanes and traffic separation schemes in the territorial sea

1 — The coastal State may, where necessary havingregard to the safety of navigation, require foreign shipsexercising the right of innocent passage through its ter-ritorial sea to use such sea lanes and traffic separationschemes as it may designate or prescribe for the reg-ulation of the passage of ships.

2 — In particular, tankers, nuclear-powered ships andships carrying nuclear or other inherently dangerous ornoxious substances or materials may be required to con-fine their passage to such sea lanes.

3 — In the designation of sea lanes and the prescrip-tion of traffic separation schemes under this article, thecoastal State shall take into account:

a) The recommendations of the competent inter-national organization;

b) Any channels customarily used for internationalnavigation;

c) The special characteristics of particular shipsand channels; and

d) The density of traffic.

4 — The coastal State shall clearly indicate such sealanes and traffic separation schemes on charts to whichdue publicity shall be given.

Article 23Foreign nuclear-powered ships and ships carrying nuclear

or other inherently dangerous or noxious substances

Foreign nuclear-powered ships and ships carryingnuclear or other inherently dangerous or noxious sub-stances shall, when exercising the right of innocent pas-sage through the territorial sea, carry documents andobserve special precautionary measures established forsuch ships by international agreements.

Article 24Duties of the coastal State

1 — The coastal State shall not hamper the innocentpassage of foreign ships through the territorial sea exceptin accordance with this Convention. In particular, inthe application of this Convention or of any laws orregulations adopted in conformity with this Convention,the coastal State shall not:

a) Impose requirements on foreign ships whichhave the pratical effect of denying or impairingthe right of innocent passage; or

b) Discriminate in form or in fact against the shipsof any State or against ships carrying cargoesto, from or on behalf of any State.

2 — The coastal State shall give appropriate publicityto any danger to navigation, of which it has knowledge,within its territorial sea.

Article 25Rights of protection of the coastal State

1 — The coastal State may take the necessary stepsin its territorial sea to prevent passage which is notinnocent.

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2 — In the case of ships proceeding to internal watersor a call at a port facility outside internal waters, thecoastal State also has the right to take the necessarysteps to prevent any breach of the conditions to whichadmission of those ships to internal waters or such acall is subject.

3 — The coastal State may, without discrimination inform or in fact among foreign ships, suspend temporarilyin specified areas of its territorial sea the innocent pas-sage of foreign ships if such suspension is essential forthe protection of its security, including weapons exer-cises. Such suspension shall take effect only after havingbeen duly published.

Article 26Charges which may be levied upon foreign ships

1 — No charge may be levied upon foreign ships byreason only of their passage through the territorial sea.

2 — Charges may be levied upon a foreign ships pass-ing through the territorial sea as payment only for spe-cific services rendered to the ship. These charges shallbe levied without discrimination.

SUBSECTION B

Rules applicable to merchant ships and government ships operatedfor commercial purposes

Article 27Criminal jurisdiction on board a foreign ship

1 — The criminal jurisdiction of the coastal Stateshould not be exercised on board a foreign ship passingthrough the territorial sea to arrest any person or toconduct any investigation in connection with any crimecommitted on board the ship during its passage, saveonly in the following cases:

a) If the consequences of the crime extend to thecoastal State;

b) If the crime is of a kind to disturb the peaceof the country or the good order of the territorialsea;

c) If the assistance of the local authorities has beenrequested by the master of the ship or by adiplomatic agent or consular officer of the flagState; or

d) If such measures are necessary for the suppres-sion of illicit traffic in narcotic drugs or psy-chotropic substances.

2 — The above provisions do not affect the right ofthe coastal State to take any steps authorized by itslaws for the purpose of an arrest or investigation onboard a foreign ship passing through the territorial seaafter leaving internal waters.

3 — In the cases provided for in paragraphs 1 and2, the coastal State shall, if the master so requests, notifya diplomatic agent or consular officer of the flag Statebefore taking any steps, and shall facilitate contactbetween such agent or officer and the ships’s crew. Incases of emergency this notification may be commu-nicated while the measures are being taken.

4 — In considering whether or in what manner anarrest should be made, the local authorities shall havedue regard to the interests of navigation.

5 — Except as provided in part XII or with respectto violations of laws and regulations adopted in accor-

dance with part V, the coastal State may not take anysteps on board a foreign ship passing through the ter-ritorial sea to arrest any person or to conduct any inves-tigation in connection with any crime committed beforethe ship entered the territorial sea, if the ship, pro-ceeding from a foreign port, is only passing throughthe territorial sea without entering internal waters.

Article 28

Civil jurisdiction in relation to foreign ships

1 — The coastal State should not stop or divert aforeign ship passing through the territorial sea for thepurpose of exercising civil jurisdiction in relation to aperson on board the ship.

2 — The coastal State may not levy execution againstor arrest the ship for the purpose of any civil proceed-ings, save only in respect of obligations or liabilitiesassumed or incurred by the ship itself in the courseor for the purpose of its voyage through the waters ofthe coastal State.

3 — Paragraph 2 is without prejudice to the right ofthe coastal State, in accordance with its laws, to levyexecution against or to arrest, for the purpose of anycivil proceedings, a foreign ship lying in the territorialsea, or passing through the territorial sea after leavinginternal waters.

SUBSECTION C

Rules applicable to warships and other government ships operatedfor non-commercial purposes

Article 29

Definition of warships

For the purposes of this Convention, «warship» meansa ship belonging to the armed forces of a State bearingthe external marks distinguishing such ships of its nation-ality, under the command of an officer duly commis-sioned by the government of the State and whose nameappears in the appropriate service list or its equivalent,and manned by a crew which is under regular armedforces discipline.

Article 30

Non-compliance by warships with the laws and regulationsof the coastal State

If any warship does not comply with the laws andregulations of the coastal State concerning passagethrough the territorial sea and disregards any requestfor compliance therewith which is made to it, the coastalState may require it to leave the territorial sea imme-diately.

Article 31

Responsibility of the flag State for damage caused by a warship orother government ship operated for non-commercial purposes

The flag State shall bear international responsibilityfor any loss or damage to the coastal State resultingfrom the non-compliance by a warship or other gov-ernment ship operated for non-commercial purposeswith the laws and regulations of the coastal State con-cerning passage through the territorial sea or with theprovisions of this Convention or other rules of inter-national law.

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Article 32Immunities of warships and other government ships operated

for non-commercial purposes

With such exceptions as are containned in subsectionA and in articles 30 and 31, nothing in this Conventionaffects the immunities of warships and other governmentships operated for non-commercial purposes.

SECTION 4

Contiguous zone

Article 33Contiguous zone

1 — In a zone contiguous to its territorial sea, descri-bed as the contiguous zone, the coastal State may exer-cise the control necessary to:

a) Prevent infringement of its customs, fiscal,immigration or sanitary laws and regulationswithin its territory or territorial sea;

b) Punish infringement of the above laws and reg-ulation committed within its territory or terri-torial sea.

2 — The contiguous zone may not extend beyond 24nautical miles from the baselines from which the breadthof the territorial sea is measured.

PART III

Straits used for international navigation

SECTION 1

General provisions

Article 34Legal status of waters forming straits used for international

navigation

1 — The régime of passage through straits used forinternational navigation established in this part shall notin other respects affect the legal status of the watersforming such straits or the exercise by the States bor-dering the straits of their sovereignty or jurisdiction oversuch waters and their air space, bed and subsoil.

2 — The sovereignty or jurisdiction of the States bor-dering the straits is exercised subject to this part andto other rules of international law.

Article 35Scope of this part

Nothing in this part affects:

a) Any areas of internal waters within a strait,except where the establishment of a straightbaseline in accordance with the method set forthin article 7 has the effect of enclosing as internalwaters areas which had not previously been con-sidered as such;

b) The legal status of the waters beyond and theterritorial seas of States bordering straits asexclusive economic zones or high seas; or

c) The legal régime in straits in which passage isregulated in whole or in part by long-standinginternational conventions in force specificallyrelating to such straits.

Article 36High seas routes or routes through exclusive economic zones through

straits used for international navigation

This part does not apply to a strait used for inter-national navigation if there exists through the strait aroute through the high seas or through an exclusive eco-nomic zone of similar convenience with respect to nav-igational and hydrographical characteristics; in suchroutes, the other relevant parts of this Convention,including the provisions regarding the freedoms of nav-igation and overflight, apply.

SECTION 2

Transit passage

Article 37Scope of this section

This section applies to straits which are used for inter-national navigation between one part of the high seasor an exclusive economic zone and another part of thehigh seas or an exclusive economic zone.

Article 38Right of transit passage

1 — In straits referred to in article 37, all ships andaircraft enjoy the right of transit passage, which shallnot be impeded; except that, if the strait is formed byan island of a State bordering the strait and its mainlandtransit passage shall not apply if there exists seawardof the island a route through the high seas or throughan exclusive economic zone of similar convenience withrespect to navigational and hydrographical character-istics.

2 — Transit passage means the exercise in accordancewith this part of the freedom of navigation and overflightsolely for the purpose of continuous and expeditioustransit of the strait between one part of the high seasor an exclusive economic zone and another part of thehigh seas or an exclusive economic zone. However, therequirement of continuous and expeditious transit doesnot preclude passage through the strait for the purposeof entering, leaving or returning from a State borderingthe strait, subject to the conditions of entry to that State.

3 — Any activity which is not an exercise of the rightof transit passage through a strait remains subject tothe other applicable provisions of this Convention.

Article 39Duties of ships and aircraft during transit passage

1 — Ships and aircraft, while exercising the right oftransit passage, shall:

a) Proceed without delay through or over the strait;b) Refrain from any threat or use of force against

the sovereignty, territorial integrity or politicalindependence of States bordering the strait, or

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in any other manner in violation of the principlesof international law embodied in the Charterof the United Nations;

c) Refrain from any activities other than those inci-dent to their normal modes of continuous andexpeditious transit unless rendered necessary byforce majeure or by distress;

d) Comply with other relevant provisions of thispart.

2 — Ships in transit passage shall:

a) Comply with generally accepted internationalregulations, procedures and practices for safetyat sea, including the International Regulationsfor Preventing Collisions at Sea;

b) Comply with generally accepted internationalregulations, procedures and practices for theprevention, reduction and control of pollutionfrom ships.

3 — Aircraft in transit passage shall:

a) Observe the Rules of the Air established by theInternational Civil Aviation Organization asthey apply to civil aircraft; state aircraft will nor-mally comply with such safety measures and willat all times operate with due regard for the safetyof navigation;

b) At all times monitor the radio frequency assignedby the competent internationally designated airtraffic control authority or the appropriate inter-national distress radio frequency.

Article 40Research and survey activities

During transit passage, foreign ships, including marinescientific research and hydrographic survey ships, maynot carry out any research or survey activities withoutthe prior authorization of the States bordering straits.

Article 41Sea lanes and traffic separation schemes in straits

used for international navigation

1 — In conformity with this part, States borderingstraits may designate sea lanes and prescribe traffic sep-aration schemes for navigation in straits where necessaryto promote the safe passage of ships.

2 — Such States may, when circumstances require,and after giving due publicity thereto, substitute othersea lanes or traffic separation schemes for any sea lanesor traffic separation schemes previously designated orprescribed by them.

3 — Such sea lanes and traffic separation schemesshall conform to generally accepted international reg-ulations.

4 — Before designating or substituting sea lanes orprescribing or substituting traffic separation schemes,States bordering straits shall refer proposals to the com-petent international organization with a view to theiradoption. The organization may adopt only such sealanes and traffic separation schemes as may be agreedwith the States bordering the straits, after which theStates may designate, prescribe or substitute them.

5 — In respect of a strait where sea lanes or trafficseparation schemes through the waters of two or more

States bordering the strait are being proposed, the Statesconcerned shall co-operate in formulating proposals inconsultation with the competent international organ-ization.

6 — States bordering straits shall clearly indicate allsea lanes and traffic separation schemes designated orprescribed by them on charts to which due publicityshall be given.

7 — Ships in transit passage shall be respect appli-cable sea lanes and traffic separation schemes estab-lished in accordance with this article.

Article 42

Laws and regulations of States bordering straits relatingto transit passage

1 — Subject to the provisions of this section, Statesbordering straits may adopt laws and regulations relatingto transit passage through straits, in respect of all orany of the following:

a) The safety of navigation and the regulation ofmaritime traffic, as provided in article 41;

b) The prevention, reduction and control of pol-lution, by giving effect to applicable interna-tional regulations regarding the discharge of oil,oily wastes and other noxious substances in thestrait;

c) With respect to fishing vessels, the preventionof fishing, including the stowage of fishing gear;

d) The loading or unloading of any commodity,currency or person in contravention of the cus-toms, fiscal, immigration or sanitary laws andregulations of States bordering straits.

2 — Such laws and regulations shall not discriminatein form or in fact among foreign ships or in their appli-cation have the pratical effect of denying, hamperingor impairing the right of transit passage as defined inthis section.

3 — States bordering straits shall give due publicityto all such laws and regulations.

4 — Foreign ships exercising the right of transit pas-sage shall comply with such laws and regulations.

5 — The flag State of a ship or the State of registryof an aircraft entitled to sovereign immunity which actsin a manner contrary to such laws and regulations orother provisions of this part shall bear internationalresponsibility for any loss or damage which results toStates bordering straits.

Article 43

Navigational and safety aids and other improvementsand the prevention, reduction and control of pollution

User States and States bordering a strait should byagreement co-operate:

a) In the establishment and maintenance in a straitof necessary navigational and safety aids orother improvements in aid of international nav-igation; and

b) For the prevention, reduction and control ofpollution from ships.

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Article 44Duties of States bordering straits

States bordering straits shall not hamper transit pas-sage and shall give appropriate publicity to any dangerto navigation or overflight within or over the strait ofwhich they have knowledge. There shall be no suspensionof transit passage.

SECTION 3

Innocent passage

Article 45Innocent passage

1 — The régime of innocent passage, in accordancewith part II, section 3, shall apply in straits used forinternational navigation:

a) Excluded from the application of the régimeof transit passage under article 38, paragraph 1;or

b) Between a part of the high seas or an exclusiveeconomic zone and the territorial sea of a for-eign State.

2 — There shall be no suspension of innocent passagethrough such straits.

PART IV

Archipelagic States

Article 46Use of terms

For the purposes of this Convention:

a) «Archipelagic State» means a State constitutedwholly by one or more archipelagos and mayinclude other islands;

b) «Archipelago» means a group of islands, includ-ing parts of islands interconnecting waters andother natural features which are so closely inter-related that such islands, waters and other natu-ral features form an intrinsic geographical, eco-nomic and political entity, or which historicallyhave been regarded as such.

Article 47Archipelagic baselines

1 — An archipelagic State may draw straight archi-pelagic baselines joining the outermost points of theoutermost islands and drying reefs of the archipelagoprovided that within such baselines are included themain islands and an area in which the ratio of the areaof the water to the area of the land, including atolls,is between 1 to 1 and 9 to 1.

2 — The length of such baselines shall not exceed100 nautical miles, except that up to 3 per cent of thetotal number of baselines enclosing any archipelago mayexceed that length, up to a maximum length of 125 naut-ical miles.

3 — The drawing of such baselines shall not departto any appreciable extent from the general configurationof the archipelago.

4 — Such baselines shall not be drawn to and fromlow-tide elevations, unless lighthouses or similar instal-

lations which are permanently above sea level have beenbuilt on them or where a low-tide elevation is situatedwholly or partly at a distance not exceeding the breadthof the territorial sea from the nearest island.

5 — The system of such baselines shall not be appliedby an archipelagic State in such a manner as to cutoff from the high seas or the exclusive economic zonethe territorial sea of another State.

6 — If a part of the archipelagic waters of an archi-pelagic State lies between two parts of an immediatelyadjacent neighbouring State, existing rights and all otherlegitimate interests which the latter State has tradition-ally exercised in such waters and all rights stipulatedby agreement between those States shall continue andbe respected.

7 — For the purpose of computing the ratio of waterto land under paragraph 1, land areas may include waterslying within the fringing reefs of islands and atolls,including that part of a steep-sided oceanic plateauwhich is enclosed or nearly enclosed by a chain of lime-stone islands and drying reefs lying on the perimeterof the plateau.

8 — The baselines drawn in accordance with this arti-cle shall be shown on charts of a scale or scales adequatefor ascertaining their position. Alternatively, lists of geo-graphical co-ordinates of points, specifying the geodeticdatum, may be substituted.

9 — The archipelagic State shall give due publicityto such charts or lists of geographical co-ordinates andshall deposit a copy of each such chart or list with theSecretary-General of the United Nations.

Article 48Measurement of the breadth of the territorial sea, the contiguous

zone, the exclusive economic zone and the continental shelf

The breadth of the territorial sea, the contiguous zone,the exclusive economic zone and the continental shelfshall be measured from archipelagic baselines drawnin accordance with article 47.

Article 49Legal status of archipelagic waters, of the air space over

archipelagic waters and of their bed and subsoil

1 — The sovereignty of an archipelagic State extendsto the waters enclosed by the archipelagic baselinesdrawn in accordance with article 47, described as archi-pelagic waters, regardless of their depth or distance fromthe coast.

2 — This sovereignty extends to the air space overthe archipelagic waters, as well as to their bed and sub-soil, and the resources contained therein.

3 — This sovereignty is exercised subject to this part.4 — The régime of archipelagic sea lanes passage

established in this part shall not in other respects affectthe status of the archipelagic waters, including the sealanes, or the exercise by the archipelagic State of itssovereignty over such waters and their air space, bedand subsoil, and the resources contained therein.

Article 50Delimitation of internal waters

Within its archipelagic waters, the archipelagic Statemay draw closing lines for the delimitation of internalwaters, in accordance with articles 9, 10 and 11.

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Article 51Existing agreements, traditional fishing rights

and existing submarine cables

1 — Without prejudice to article 49, an archipelagicState shall respect existing agreements with other Statesand shall recognize traditional fishing rights and otherlegitimate activities of the immediately adjacent neigh-bouring States in certain areas falling within archipelagicwaters. The terms and conditions for the exercise ofsuch rights and activities, including the nature, the extentand the areas to which they apply, shall, at the requestof any of the States concerned, be regulated by bilateralagreements between them. Such rights shall not be trans-ferred to or shared with third States or their nationals.

2 — An archipelagic State shall respect existing sub-marine cables laid by other States and passing throughits waters without making a landfall. An archipelagicState shall permit the maintenance and replacement ofsuch cables upon receiving due notice of their locationand the intention to repair or replace them.

Article 52Right of innocent passage

1 — Subject to article 53 and without prejudice toarticle 50, ships of all States enjoy the right of innocentpassage through archipelagic waters, in accordance withpart II, section 3.

2 — The archipelagic State may, without discrimin-ation in form or in fact among foreign ships, suspendtemporarily in specified areas of its archipelagic watersthe innocent passage of foreign ships of such suspensionis essential for the protection of its security. Such sus-pension shall take effect only after having been dulypublished.

Article 53Right of archipelagic sea lanes passage

1 — An archipelagic State may designate sea lanesand air routes thereabove, suitable for the continuousand expeditious passage of foreign ships and aircraftthrough or over its archipelagic waters and the adjacentterritorial sea.

2 — All ships and aircraft enjoy the right of archi-pelagic sea lanes passage in such sea lanes and air routes.

3 — Archipelagic sea lanes passage means the exer-cise in accordance with this Convention of the rightsof navigation and overflight in the normal mode solelyfor the purpose of continuous, expeditious and unob-structed transit between one part of the high seas oran exclusive economic zone and another part of thehigh seas or an exclusive economic zone.

4 — Such sea lanes and air routes shall traverse thearchipelagic waters and the adjacent territorial sea andshall include all normal passage routes used as routesfor international navigation or overflight through or overarchipelagic waters and, within such routes, so far asships are concerned, all normal navigational channels,provided that duplication of routes of similar conve-nience between the same entry and exit points shallnot be necessary.

5 — Such sea lanes and air routes shall be definedby a series of continuous axis lines from the entry pointsof passage routes to the exit points. Ships and aircraftin archipelagic sea lanes passage shall not deviate morethan 25 nautical miles to either side of such axis lines

during passage, provided that such ships and aircraftshall not navigate closer to the coasts than 10 per centof the distance between the nearest points on islandsbordering the sea lane.

6 — An archipelagic State which designates sea lanesunder this article may also prescribe traffic separationschemes for the safe passage of ships through narrowchannels in such sea lanes.

7 — An archipelagic State may, when circumstancesrequire, after giving due publicity thereto, substituteother sea lanes of traffic separation schemes for anysea lanes or traffic separation schemes previously des-ignated or prescribed by it.

8 — Such sea lanes and traffic separation schemesshall conform to generally accepted international reg-ulations.

9 — In designating or substituting sea lanes or pre-scribing or substituting traffic separation schemes, anarchipelagic State shall refer proposals to the compen-tent international organization with a view to their adop-tion. The organization may adopt only such sea lanesand traffic separation schemes as may be agreed withthe archipelagic State, after which the archipelagic Statemay designate, prescribe or substitute them.

10 — The archipelagic State shall clearly indicate theaxis of the sea lanes and the traffic separation schemesdesignated or prescribed by it on charts to which duepublicity shall be given.

11 — Ships in archipelagic sea lanes passage shallrespect applicable sea lanes and traffic separationschemes established in accordance with this article.

12 — If an archipelagic State does not designate sealanes or air routes, the right of archipelagic sea lanespassage may be exercised through the routes normallyused for international navigation.

Article 54Duties of ships and aircraft during their passage, research and survey

activities, duties of the archipelagic State and laws and regulationsof the archipelagic State relating to archipelagic sea lanes passage.

Articles 39, 40, 42 and 44 apply mutatis mutandis toarchipelagic sea lanes passage.

PART V

Exclusive economic zone

Article 55Specific legal régime of the exclusive economic zone

The exclusive economic zone is an area beyond andadjacent to the territorial sea, subject to the specificlegal régime established in this part, under which therights and jurisdiction of the coastal State and the rightsand freedoms of other States are governed by the rel-evant provisions of this Convention.

Article 56Rights, jurisdiction and duties of the coastal State

in the exclusive economic zone

1 — In the exclusive economic zone, the coastal Statehas:

a) Sovereign rights for the purpose of exploringand exploiting, conserving and managing the

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natural resources, whether living or non-living,of the waters superjacent to the sea-bed andof sea-bed and its subsoil, and with regard toother activities for the economic exploitationand exploration of the zone, such as the pro-duction of energy from the water, currents andwinds;

b) Jurisdiction as provided for in the relevant pro-visions of this Convention with regard to:

i) The establishment and use of artificialislands, installations and structures;

ii) Marine scientific research;iii) The protection and preservation of the

marine environment;

c) Other rights and duties provided for in thisConvention.

2 — In exercising its rights and performing its dutiesunder this Convention in the exclusive economic zone,the coastal State shall have due regard to the rightsand duties of other States and shall act in a mannercompatible with the provisions of this Convention.

3 — The rights set out in this articles with respectto the sea-bed and subsoil shall be exercised in accor-dance with part VI.

Article 57Breadth of the exclusive economic zone

The exclusive economic zone shall not extend beyond200 nautical miles from the baselines from which thebreadth of the territorial sea is measured.

Article 58Rights and duties of other States in the exclusive economic zone

1 — In the exclusive economic zone, all States,whether coastal or land locked, enjoy, subject to therelevant provisions of this Convention, the freedomsreferred to in article 87 of navigation and overflightand of the laying of submarine cables and pipelines,and other internationally lawful uses for the sea relatedto these freedoms, such as those associated with theoperation of ships, aircraft and submarine cables andpipelines, and compatible with the other provisions ofthis Convention.

2 — Articles 88 to 115 and other pertinent rules ofinternational law apply to the exclusive economic zonein so far as they are not incompatible with this part.

3 — In exercising their rights and performing theirduties under this Convention in the exclusive economiczone, States shall have due regard to the rights andduties of the coastal State and shall comply with thelaws and regulations adopted by the coastal State inaccordance with the provisions of this Convention andother rules of international law in so far as they arenot incompatible with this part.

Article 59Basis for the resolution of conflicts regarding the attribution of rights

and jurisdiction in the exclusive economic zone

In cases where this Convention does not attributerights or jurisdiction to the coastal State or to otherStates within the exclusive economic zone, and a conflictarises between the interests of the coastal State andany other State or States, the conflict should be resolved

on the basis of equity and in the light of all the relevantcircumstances, taking into account the respective impor-tance of the interests involved to the parties as wellas to the international community as a whole.

Article 60Artificial islands, installations and structures in the exclusive

economic zone

1 — In the exclusive economic zone, the coastal Stateshall have the exclusive right to construct and to author-ize and regulate the construction, operation and useof:

a) Artificial islands;b) Installations and structures for the purposes

provided for in article 56 and other economicpurposes;

c) Installations and structures which may interferewith the exercise of the rights of the coastalState in the zone.

2 — The coastal State shall have exclusive jurisdictionover such artificial islands, installations and structures,including jurisdiction with regard to customs, fiscal,health, safety and immigration laws and regulations.

3 — Due notice must be given of the constructionof such artificial islands, installations or structures, andpermanent means for giving warning of their presencemust be maintained. Any installations or structureswhich are abandoned or disused shall be removed toensure safety of navigation, taking into account any gen-erally accepted international standards established inthis regard by the competent international organization.Such removal shall also have due regard to fishing, theprotection of the marine environment and the rightsand duties of other States. Appropriate publicity shallbe given to the depth, position and dimensions of anyinstallations or structures not entirely removed.

4 — The coastal State may, where necessary, establishreasonable safety zones around such artificial islands,installations and structures in which it may take appro-priate measures to ensure the safety both of navigationand of the artificial islands, installations and structures.

5 — The breadth of the safety zones shall be deter-mined by the coastal State, taking into account appli-cable international standards. Such zones shall bedesigned to ensure that they are reasonably related tothe nature and function of the artificial islands, instal-lations or structures, and shall not exceed a distanceof 500 metres around them, measured from each pointof their outer edge, except as authorized by generallyaccepted international standards or as recommended bythe competent international organization. Due noticeshall be given of the extent of safety zones.

6 — All ships must respect these safety zones andshall comply with generally accepted international stan-dards regarding navigation in the vicinity of artificialislands, installations, structures and safety zones.

7 — Artificial islands, installations and structures andthe safety zones around them may not be establishedwhere interference may be caused to the use of rec-ognized sea lanes essential to international navigation.

8 — Artificial islands, installations and structures donot possess the status of islands. They have no territorialsea of their own, and their presence does not affectthe delimitation of the territorial sea, the exclusive eco-nomic zone or the continental shelf.

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Article 61Conservation of the living resources

1 — The coastal State shall determine the allowablecatch of the living resources in its exclusive economiczone.

2 — The coastal State, taking into account the bestscientific evidence available to it, shall ensure throughproper conservation and management measures that themaintenance of the living resources in the exclusive eco-nomic zone is not endangered by over-exploitation. Asappropriate, the coastal State and competent interna-tional organizations, whether subregional, regional orglobal, shall co-operate to this end.

3 — Such measures shall also be designed to maintainor restore populations of harvested species at levelswhich can produce the maximum sustainable yield, asqualified by relevant environmental and economic fac-tors, including the economic needs of coastal fishingcommunities and the special requirements of developingStates, and taking into account fishing patterns, the inter-dependence of stocks and any generally recommendedinternational minimun standards, whether subregional,regional or global.

4 — In taking such measures the coastal State shalltake into consideration the effects on species associatedwith or dependent upon harvested species with a viewto maintaining or restoring populations of such asso-ciated or dependent species above levels at which theirreproduction may become seriously threatened.

5 — Available scientific information, catch and fishingeffort statistics, and other data relevant to the conser-vation of fish stocks shall be contributed and exchangedon a regular basis through competent internationalorganizations, whether subregional, regional or global,where appropriate and with participation by all Statesconcerned, including States whose nationals are allowedto fish in the exclusive economic zone.

Article 62Utilization of the living resources

1 — The coastal State shall promote the objective ofoptimum utilization of the living resources in the exclu-sive economic zone without prejudice to article 61.

2 — The coastal State shall determine its capacity toharvest the living resources of the exclusive economiczone. Where the coastal State does not have the capacityto harvest the entire allowable catch, it shall, throughagreements or other arrangements and pursuant to theterms, conditions, laws and regulations referred to inparagraph 4, give other States access to the surplus ofthe allowable catch, having particular regard to the pro-visions of articles 69 and 70, especially in relation tothe developing States mentioned therein.

3 — In giving access to other States to its exclusiveeconomic zone under this article, the coastal State shalltake into account all relevant factors, including, interalia, the significance of the living resources of the areato the economy of the coastal State concerned and itsother national interests, the provisions of articles 69 and70, the requirements of developing States in the sub-region or region in harvesting part of the surplus andthe need to minimize economic deslocation in Stateswhose nationals have habitually fished in the zone orwhich have made substantial efforts in research andidentification of stocks.

4 — Nationals of other States fishing in the exclusiveeconomic zone shall comply with the conservation meas-ures and with the other terms and conditions establishedin the laws and regulations of the coastal State. Theselaws and regulations shall be consistent with this Con-vention and may relate, inter alia, to the following:

a) Licensing of fishermen, fishing vessels andequipment, including payment of fees and otherforms of remuneration, which, in the case ofdeveloping coastal States, may consist of ade-quate compensation in the field of financing,equipment and technology relating to the fishingindustry;

b) Determining the species which may be caught,and fixing quotas of catch, whether in relationto particular stocks or groups of stocks or catchper vessel over a period of time or to the catchby nationals of any State during a specifiedperiod;

c) Regulating seasons and areas of fishing, thetypes, sizes and amount of gear, and the types,sizes and number of fishing vessels that maybe used;

d) Fixing the age and size of fish and other speciesthat may be caught;

e) Specifying information required of fishing ves-sels, including catch and effort statistics and ves-sel position reports;

f) Requiring, under the authorization and controlof the coastal State, the conduct of specifiedfisheries research programmes and regulatingthe conduct of such research, including the sam-pling of catches, disposition of samples andreporting of associated scientific data;

g) The placing of observers or trainees on boardsuch vessels by the coastal State;

h) The landing of all or any part of the catch bysuch vessels in the ports of the coastal State;

i) Terms and conditions relating to joint venturesor other co-operative arrangements;

j) Requirements for the training of personnel andthe transfer of fisheries technology, includingenhancement of the coastal State’s capability ofundertaking fisheries research;

k) Enforcement procedures.

5 — Coastal States shall give due notice of conser-vation and management laws and regulations.

Article 63Stocks occurring within the exclusive economic zones of two or more

coastal States or both within the exclusive economic zone andin an area beyond and adjacent to it.

1 — Where the same stock or stocks of associatedspecies occur within the exclusive economic zones oftwo or more coastal States, these States shall seek, eitherdirectly or through appropriate subregional or regionalorganizations, to agree upon the measures necessary toco-ordinate and ensure the conservation and develop-ment of such stocks without prejudice to the other pro-visions of this part.

2 — Where the same stock or stocks of associatedspecies occur both within the exclusive economic zoneand in an area beyond and adjacent to the zone, thecoastal State and the States fishing for such stocks inthe adjacent area shall seek, either directly or through

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appropriate subregional or regional organizations, toagree upon the measures necessary for the conservationof these stocks in the adjacent area.

Article 64Highly migratory species

1 — The coastal State and other States whose nation-als fish in the region for the highly migratory specieslisted in annex I shall co-operate directly or throughappropriate international organizations with a view toensuring conservation and promoting the objective ofoptimum utilization of such species throughout theregion, both within and beyond the exclusive economiczone. In regions for which no appropriate internationalorganization exists, the coastal State and other Stateswhose nationals harvest these species in the region shallco-operate to establish such an organization and par-ticipate in its work.

2 — The provisions of paragraph 1 apply in additionto the other provisions of this part.

Article 65Marine mammals

Nothing in this part restricts the right of a coastalState or the competence of an international organiza-tion, as appropriate, to prohibit, limit or regulate theexploitation of marine mammals more strickly than pro-vided for in this part. States shall co-operate with aview to the conservation of marine mammals and inthe case of cetaceans shall in particular work throughthe appropriate international organizations for theirconservation, managements and study.

Article 66Anadromous stocks

1 — States in whose rivers anadromous stocks orig-inate shall have the primary interest in and responsibilityfor such stocks.

2 — The State of origin of anadromous stocks shallensure their conservation by the establishment of appro-priate regulatory measures for fishing in all waters land-ward of the outer limits of its exclusive economic zoneand for fishing provided for in paragraph 3, b). TheState of origin may, after consultations with the otherStates referred to in paragraphs 3 and 4 fishing thesestocks, establish total allowable catches for stocks orig-inating in its rivers.

3 — a) Fisheries for anadromous stocks shall be con-duced only in waters landward of the outer limits ofexclusive economic zones, except in cases where thisprovision would result in economic dislocation for aState other than the State of origin. With respect tosuch fishing beyond the outer limits of the exclusiveeconomic zone, States concerned shall maintain con-sultations with a view to achieving agreement on termsand conditions of such fishing giving due regard to theconservation requirements and the needs, of the Stateof origin in respect of these stocks.

b) The State of origin shall co-operate in minimizingeconomic dislocation in such other States fishing thesestocks, taking into account the normal catch and themode of operations of such States, and all the areasin which such fishing has occurred.

c) States referred to in subparagraph b), participatingby agreement with the State of origin in measures torenew anadromous stocks, particularly by expendituresfor that purpose, shall be given special considerationby the State of origin in the harvesting of stocks orig-inating in its rivers.

d) Enforcement of regulations regarding anadromousstocks beyond the exclusive economic zone shall be byagreement between the State of origin and the ohterStates concerned.

4 — In cases where anadromous stocks migrate intoor through the waters landward of the outer limits ofthe exclusive economic zone of a State other than theState of origin, such State shall co-operate with the Stateof origin with regard to the conservation and manage-ment of such stocks.

5 — The State of origin of anadromous stocks andother States fishing these stocks shall make arrange-ments for the implementation of the provisions of thisarticle, where appropriate, through regional organi-zations.

Article 67Catadromous species

1 — A coastal State in whose waters catadromous spe-cies spend the greater part of their life cycle shall haveresponsibility for the management of these species andshall ensure the ingress and egress of migrating fish.

2 — Harvesting of catadromous species shall be con-ducted only in waters landward of the outer limits ofexclusive economic zones. When conducted in exclusiveeconomic zones, harvesting shall be subject to this articleand the other provisions of this Convention concerningfishing in these zones.

3 — In cases where catadromous fish migrate throughthe exclusive economic zone of another State, whetheras juvenile or maturing fish, the management, includingharvesting, of such fish shall be regulated by agreementbetween the State mentioned in paragraph 1 and theother State concerned. Such agreement shall ensure therational management of the species and take intoaccount the responsibilities of the State mentioned inparagraph 1 for the maintenance of these species.

Article 68Sedentary species

This part does not apply to sedentary species asdefined in article 77, paragraph 4.

Article 69Right of land-locked States

1 — Land-locked States shall have the right to par-ticipate, on an equitable basis, in the exploitation ofan appropriate part of the surplus of the living resourcesof the exclusive economic zones of coastal States of thesame subregion or region, taking into account the rel-evant economic and geographical circumstances of allthe States concerned and in conformity with the pro-visions of this article and of articles 61 and 62.

2 — The terms and modalities of such participationshall be established by the States concerned throughbilateral, subregional or regional agreements taking intoaccount, inter alia:

a) The need to avoid effects detrimental to fishingcommunities or fishing industries of the coastalState;

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b) The extent to which the land-locked State, inaccordance with the provisions of this article,is participating or is entitled to participate underexisting bilateral, subregional or regional agree-ments in the exploitation of living resources ofthe exclusive economic zones of other coastalStates;

c) The extent to which other land-locked Statesand geographically disadvantaged States areparticipating in the exploitation of the livingresources of the exclusive economic zone of thecoastal State and the consequent need to avoida particular burden for any single coastal Stateor a part of it;

d) The nutritional needs of the populations of therespective States.

3 — When the harvesting capacity of a coastal Stateapproaches a point which would enable it to harvestthe entire allowable catch of the living resources in itsexclusive economic zone, the coastal State and otherStates concerned shall co-operate in the establishmentof equitable arrangements on a bilateral, subregionalor regional basis to allow for participation of developingland-locked States of the same subregion or region inthe exploitation of the living resources of the exclusiveeconomic zones of coastal States of the subregion orregion, as may be appropriate in the circumstances andon terms satisfactory to all parties. In the implemen-tation of this provision the factors mentioned in para-graph 2 shall also be taken into account.

4 — Developed land-locked States shall, under theprovisions of this article, be entitled to participate inthe exploitation of living resources only in the exclusiveeconomic zones of developed coastal States of the samesubregion or region having regard to the extent to whichthe coastal State, in giving access to other States tothe living resources of its exclusive economic zone, hastaken into account the need to minimize detrimentaleffects on fishing communities and economic dislocationin States whose nationals have habitually fished in thezone.

5 — The above provisions are without prejudice toarrangements agreed upon in subregions or regionswhere the coastal States may grant to land-locked Statesof the same subregion or region equal or preferentialrights for the exploitation of the living resources in theexclusive economic zones.

Article 70Right of geographically disadvantaged States

1 — Geographically disadvantaged States shall havethe right to participate, on an equitable basis, in theexploitation of an appropriate part of the surplus ofthe living resources of the exclusive economic zones ofcoastal States of the same subregion or region, takinginto account the relevant economic and geographicalcircumstances of all the States concerned and in con-formity with the provisions of this article and of articles61 and 62.

2 — For the purposes of this part, «geographicallydisadvantaged States» means coastal States, includingStates bordering enclosed or semi-enclosed seas, whosegeographical situation makes them dependent upon theexploitation of the living resources of the exclusive eco-nomic zones of other States in the subregion or region

for adequate supplies of fish for the nutritional purposesof their populations or parts thereof, and coastal Stateswhich can claim no exclusive economic zones of theirown.

3 — The terms and modalities of such participationshall be established by the States concerned throughbilateral, subregional or regional agreements taking intoaccount, inter alia:

a) The need to avoid effects detrimental to fishingcommunities or fishing industries of the coastalState;

b) The extent to which the geographically disad-vantaged State, in accordance with the provi-sions of this article, is participating or is entitledto participate under existing bilateral, subregio-nal or regional agreements in the exploitationof living resources of the exclusive economiczones of other coastal States;

c) The extend to which other geographically dis-advantaged States and land-locked States areparticipating in the exploitation of the livingresources of the exclusive economic zone of thecoastal State and the consequent need to avoida particular burden for any single coastal Stateor part of it;

d) The nutritional needs of the populations of therespective States.

4 — When the harvesting capacity of a coastal Stateapproaches a point which would enable it to harvestthe entire allowable catch of the living resources in itsexclusive economic zone, the coastal State and otherStates concerned shall co-operate in the establishmentof equitable arrangements on a bilateral, subregionalor regional basis to allow for participation of developinggeographically disadvantaged States of the same sub-region or region in the exploitation of the living resour-ces of the exclusive economic zones of coastal Statesof the subregion or region, as may be appropriate inthe circumstances and on terms satisfactory to all parties.In the implementation of this provision the factors men-tioned in paragraph 3 shall also be taken into account.

5 — Developed geographically disadvantaged Statesshall, under the provisions of this article, be entitledto participate in the exploitation of living resources onlyin the exclusive economic zones of developed coastalStates of the same subregion or region having regardto the extent to which the coastal State, in giving accessto other states to the living resources of its exclusiveeconomic zone, has taken into account the need to min-imize detrimental effects on fishing communities andeconomic dislocation in States whose nationals havehabitually fished in the zone.

6 — The above provisions are without prejudice toarrangements agreed upon in subregions or regionswhere the coastal States may grant to geographicallydisadvantaged States of the same subregion or regionequal or preferential rights for the exploitation of theliving resources in the exclusive economic zones.

Article 71Non-applicability of articles 69 and 70

The provisions of articles 69 and 70 do not applyinthe case of a coastal State whose economy is overwhelm-ingly dependent on the exploitation of the living resour-ces of its exclusive economic zone.

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Article 72

Restrictions on transfer of rights

1 — Rights provided under articles 69 and 70 toexploit living resources shall not be directly or indirectlytransferred to third States or their nationals by leaseor licence, by establishing joint ventures or in any othermanner which has the effect of such transfer unlessotherwise agreed by the States concerned.

2 — The foregoing provision does not preclude theStates concerned from obtaining technical or financialassistance from third States or international organiza-tions in order to facilitate the exercise of the rights pur-suant to articles 69 and 70, provided that it does nothave the effect referred to in paragraph 1.

Article 73

Enforcement of laws and regulations of the coastal State

1 — The coastal State may, in the exercise of its sove-reign rights to explore, exploit, conserve and managethe living resources in the exclusive economic zone, takesuch measures, including boarding, inspection, arrestand judicial proceedings, as may be necessary to ensurecompliance with the laws and regulations adopted byit in conformity with this Convention.

2 — Arrested vessels and their crews shall be promptlyreleased upon the posting of reasonable bond or othersecurity.

3 — Coastal State penalties for violations of fisherieslaws and regulations in the exclusive economic zone maynot include imprisonment, in the absence of agreementsto the contrary by the States concerned, or any otherform of corporal punishment.

4 — In cases of arrest or detention of foreign vesselsthe coastal State shall promptly notify the flag State,through appropriate channels, of the action taken andof any penalties subsequently imposed.

Article 74

Delimitation of the exclusive economic zone between Stateswith opposite or adjacent coasts

1 — The delimitation of the exclusive economic zonebetween States with opposite or adjacent coasts shallbe effected by agreement on the basis of internationallaw, as referred to in article 38 of the Statute of theInternational Court of Justice, in order to achieve anequitable solution.

2 — If no agreement can be reached within a rea-sonable period of time, the States concerned shall resortto the procedures provided for in part XV.

3 — Pending agreement as provided for in paragraph1, the States concerned, in a spirit of understandingand co-operation, shall make every effort to enter intoprovisional arrangements of a practical nature and, dur-ing this transitional period, not to jeopardize or hamperthe reaching of the final agreement. Such arrangementsshall be without prejudice to the final delimitation.

4 — Where there is an agreement in force betweenthe States concerned, questions relating to the delim-itation of the exclusive economic zone shall be deter-mined in accordance with the provisions of that agree-ment.

Article 75Charts and lists of geographical co-ordinates

1 — Subject to this part, the outer limit lines of theexclusive economic zone and the lines of delimitationdrawn in accordance with article 74 shall be shown oncharts of a scale or scales adequate for ascertaining theirposition. Where appropriate, lists of geographical co-ordinates of points, specifying the geodetic datum, maybe substituted for such outer limit lines or lines ofdelimitation.

2 — The coastal State shall give due publicity to suchcharts or lists of geographical co-ordinates and shalldeposit a copy of cach such chart or list with the Sec-retary-General of the United Nations.

PART VI

Continental shelf

Article 76Definition of the continental shelf

1 — The continental shelf of a coastal State comprisesthe sea-bed and subsoil of the submarine areas thatextend beyond its territorial sea throughout the naturalprolongation of its land territory to the outer edge ofthe continental margin, or to a distance of 200 nauticalmiles from the baselines from which the breadth of theterritorial sea is measured where the outer edge of thecontinental margin does not extend up to that distance.

2 — The continental shelf of a coastal State shall notextend beyond the limits provided for in paragraphs 4to 6.

3 — The continental margin comprises the submergedprolongation of the land mass of the coastal State, andconsists of sea-bed and subsoil of the shelf, the slopeand the rise. It does not include the deep ocean floorwith its oceanic ridges or the subsoil thereof.

4 — a) For the purposes of this Convention, thecoastal State shall establish the outer edge of the con-tinental margin wherever the margin extends beyond200 nautical miles from the baselines from which thebreadth of the territorial sea is measured, by either:

i) A line delineated in accordance with paragraph7 by reference to the outermost fixed pointsat each of which the thickness of sedimentaryrocks is at least 1 per cent of the shortest dis-tance from such point to the foot of the con-tinental slope; or

ii) A line delineated in accordance with paragraph7 by reference to fixed points not more than60 nautical miles from the foot of the continentalslope.

b) In the absence of evidence to the contrary, thefoot of the continental slope shall be determined asthe point of maximum change in the gradient at its base.

5 — The fixed points comprising the line of the outerlimits of the continental shelf on the sea-bed, drawnin accordance with paragraph 4, a), i) and ii), eithershall not exceed 350 nautical miles from the baselinesfrom which the breadth of the territorial sea is measuredor shall not exceed 100 nautical miles from the 2,500metre isobath, which is a line connecting the depth of2,500 metres.

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6 — Notwithstanding the provisions of paragraph 5,on submarine ridges, the outer limit of the continentalshelf shall not exceed 350 nautical miles from the base-lines from which the breadth of the territorial sea ismeasured. This paragraph does not apply to submarineelevations that are natural components of the continen-tal margin, such as its plateaux, rises, caps, banks andspurs.

7 — The coastal State shall delineate the outer limitsof its continental shelf, where that shelf extends beyond200 nautical miles from the baselines from which thebreadth of the territorial sea is measured, by straightlines not exceeding 60 nautical miles in length, con-necting fixed points, defined by co-ordinates of latitudeand longitude.

8 — Information on the limits of the continental shelfbeyond 200 nautical miles from the baselines from whichthe breadth of the territorial sea is measured shall besubmitted by the coastal State to the Commission onthe Limits of the Continental Shelf set up under annex IIon the basis of equitable geographical representation.The Commission shall make recommendations tocoastal States on matters related to the establishmentof the outer limits of their continental shelf. The limitsof the shelf established by a coastal State on the basisof these recommendations shall be final and binding.

9 — The coastal State shall deposit with the Secre-tary-General of the United Nations charts and relevantinformation, including geodetic data, permanentlydescribing the outer limits of its continental shelf. TheSecretary-General shall give due publicity thereto.

10 — The provisions of this article are without prej-udice to the question of delimitation of the continentalshelf between States with opposite or adjacent coasts.

Article 77

Rights of the coastal State over the continental shelf

1 — The coastal State exercises over the continentalshelf sovereign rights for the purpose of exploring itand exploiting its natural resources.

2 — The rights referred to in paragraph 1 are exclu-sive in the sense that if the coastal State does not explorethe continental shelf or exploit its natural resources,no one may undertake these activities without theexpress consent of the coastal State.

3 — The rights of the coastal State over the conti-nental shelf do not depend on occupation, effective ornotional, or on any express proclamation.

4 — The natural resources referred to in this partconsist of the mineral and other non-living resourcesof the sea-bed and subsoil together with living organismsbelonging to sedentary species, that is to say, organismswhich, at the harvestable stage, either are immobile onor under the sea-bed or are unable to move except inconstant physical contact with the sea-bed or the subsoil.

Article 78

Legal status of the superjacent waters and air spaceand the rights and freedoms of other States

1 — The rights of the coastal State over the conti-nental shelf do not affect the legal status of the super-jacent waters or of the air space above those waters.

2 — The exercise of the rights of the coastal Stateover the continental shelf must not infringe or resultin any unjustifiable interference with navigation andother rights and freedoms of other States as providedfor in this Convention.

Article 79

Submarine cables and pipelines on the continental shelf

1 — All States are entitled to lay submarine cablesand pipelines on the continental shelf, in accordancewith the provisions of this article.

2 — Subject to its right to take reasonable measuresfor the exploration of the continental shelf, the exploi-tation of its natural resources and the prevention, reduc-tion and control of pollution from pipelines, the coastalState may not impede the laying or maintenance of suchcables or pipelines.

3 — The delineation of the course for the laying ofsuch pipelines on the continental shelf is subject to theconsent of the coastal State.

4 — Nothing in this part affects the right of the coastalState to establish conditions for cables or pipelines enter-ing its territory or territorial sea, or its jurisdiction overcables and pipelines constructed or used in connectionwith the exploration of its continental shelf or exploi-tation of its resources or the operations of artificialislands, installations and structures under its jurisdiction.

5 — When laying submarine cables or pipelines,States shall have due regard to cables or pipelinesalready in position. In particular, possibilities of repair-ing existing cables or pipelines shall not be prejudiced.

Article 80

Artificial islands, installations and structureson the continental shelf

Article 60 applies mutatis mutandis to artificial islands,installations and structures on the continental shelf.

Article 81

Drilling on the continental shelf

The coastal State shall have the exclusive right toauthorize and regulate drilling on the continental shelffor all purposes.

Article 82

Payments and contributions with respect to the exploitationof the continental shelf beyond 200 nautical miles

1 — The coastal State shall make payments or con-tributions in kind in respect of the exploitation of thenon-living resources of the continental shelf beyond 200nautical miles from the baselines from which the breadthof the territorial sea is measured.

2 — The payments and contributions shall be madeannually with respect to all production at a site afterthe first five years of production at that site. For thesixth year, the rate of payment or contribution shallbe 1 per cent of the value or volume of productionat the site. The rate shall increase by 1 per cent foreach subsequent year until the twelfth year and shall

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remain at 7 per cent thereafter. Production does notinclude resources used in connection with exploitation.

3 — A developing State which is a net importer ofa mineral resource produced from its continental shelfis exempt from making such payments or contributionsin respect of that mineral resource.

4 — The payments or contributions shall be madethrough the Authority, which shall distribute them toStates Parties to this Convention, on the basis of equit-able sharing criteria, taking into account the interestsand needs of developing States, particularly the leastdeveloped and the land-locked among them.

Article 83

Delimitation of the continental shelf between Stateswith opposite or adjacent coasts

1 — The delimitation of the continental shelf betweenStates with opposite or adjacent coasts shall be effectedby agreement on the basis of international law, as refer-red to in article 38 of the Statute of the InternationalCourt of Justice, in order to achieve an equitablesolution.

2 — If no agreement can be reached within a rea-sonable period of time, the States concerned shall resortto the procedures provided for in part XV.

3 — Pending agreement as provided for in paragraph1, the States concerned, in a spirit of understandingand co-operation, shall make every effort to enter intoprovisional arrangements of a practical nature and, dur-ing this transitional period, not to jeopardize or hamperthe reaching of the final agreement. Such arrangementsshall be without prejudice to the final delimitation.

4 — Where there is an agreement in force betweenthe States concerned, questions relating to the delim-itation of the continental shelf shall be determined inaccordance with the provisions of that agreement.

Article 84

Charts and lists of geographical co-ordinates

1 — Subject to this part, the outer limit lines of thecontinental shelf and the lines of delimitation drawnin accordance with article 83 shall be shown on chartsof a scale or scales adequate for ascertaining their pos-ition. Where appropriate, lists of geographical co-ordin-ates of points, specifying the geodetic datum, may besubstituted for such outer limit lines or lines of delim-itation.

2 — The coastal State shall give due publicity to suchcharts or lists of geographical co-ordinates and shalldeposit a copy of each such chart or list with the Sec-retary-General of the United Nations and, in the caseof those showing the outer limit lines of the continentalshelf, with the Secretary-General of the Authority.

Article 85

Tunnelling

This part does not prejudice the right of the coastalState to exploit the subsoil by means of tunnelling, irres-pective of the depth of water above the subsoil.

PART VII

High seas

SECTION 1

General provisions

Article 86

Application of the provisions of this part

The provisions of this part apply to all parts of thesea that are not included in the exclusive economic zone,in the territorial sea or in the internal waters of a State,or in the archipelagic waters of an archipelagic State.This article does not entail any abridgement of the free-doms enjoyed by all States in the exclusive economiczone in accordance with article 58.

Article 87

Freedom of the high seas

1 — The high seas are open to all States, whethercoastal or land-locked. Freedom of the high seas is exer-cised under the conditions laid down by this Conventionand by other rules of international law. It comprises,inter alia, both for coastal and land-locked States:

a) Freedom of navigation;b) Freedom of overflight;c) Freedom to lay submarine cables and pipelines,

subject to part VI;d) Freedom to construct artificial islands and other

installations permitted under international law,subject to part VI;

e) Freedom of fishing, subject to the conditionslaid down in section 2;

f) Freedom of scientific research, subject to partsVI and XIII.

2 — These freedoms shall be exercised by all Stateswith due regard for the interests of other States in theirexercise of the freedom of the high seas, and also withdue regard for the rights under this Convention withrespect to activities in the Area.

Article 88

Reservation of the high seas for peaceful purposes

The high seas shall be reserved for peaceful purposes.

Article 89

Invalidity of claims of sovereignty over the high seas

No State may validly purport to subject any part ofthe high seas to its sovereignty.

Article 90

Right of navigation

Every State, whether coastal or land-locked, has theright do sail ships flying its flag on the high seas.

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Article 91

Nationality of ships

1 — Every State shall fix the conditions for the grantof its nationality to ships, for the registration of shipsin its territory, and for the right to fly its flag. Shipshave the nationality of the State whose flag they areentitled to fly. There must exist a genuine link betweenthe State and the ship.

2 — Every State shall issue to ships to which it hasgranted the right to fly its flag documents to that effect.

Article 92

Status of ships

1 — Ships shall sail under the flag of one State onlyand, save in exceptional cases expressly provided forin international treaties or in this Convention, shall besubject to its exclusive jurisdiction on the high seas. Aship may not change its flag during a voyage or whilein a port of call, save in the case of a real transferof ownership or change of registry.

2 — A ship which sails under the flags of two or moreStates, using them according to convenience, may notclaim any of the nationalities in question with respectto any other State, and may be assimilated to a shipwithout nationality.

Article 93

Ships flying the flag of the United Nations, its specializedagencies and the International Atomic Energy Agency

The preceding articles do not prejudice the questionof ships employed on the official service of the UnitedNations, its specialized agencies or the InternationalAtomic Energy Agency, flying the flag of the organ-ization.

Article 94

Duties of the flag State

1 — Every State shall effectively exercise its jurisdic-tion and control in administrative, technical and socialmatters over ships flying its flag.

2 — In particular every State shall:

a) Maintain a register of ships containing thenames and particulars of ships flying its flag,except those which are excluded from generallyaccepted international regulations on accountof their small size; and

b) Assume jurisdiction under its internal law overeach ship flying its flag and its master, officersand crew in respect of administrative, technicaland social matters concerning the ship.

3 — Every State shall take such measures for shipsflying its flag as are necessary to ensure safety at searegard, inter alia, to:

a) The construction, equipment and seaworthinessof ships;

b) The meaning of ships, labour conditions andthe training of crews, taking into account theapplicable international instruments;

c) The use of signals, the maintenance of com-munications and the prevention of collisions.

4 — Such measures shall include those necessary toensure:

a) That each ship, before registration and there-after at appropriate intervals, is surveyed by aqualified surveyor of ships, and has on boardsuch charts, nautical publications and naviga-tional equipment and instruments as are appro-priate for the safe navigation of the ship;

b) That each ship is in the charge of a master andofficers who possess appropriate qualifications,in particular in seamanship, navigation, com-munications and marine engineering, and thatthe crew is appropriate in qualification and num-bers for the type, size, machinery and equipmentof the ship;

c) That the master, officers and, to the extentappropriate, the crew are fully conversant withand required to observe the applicable inter-national regulations concerning the safety of lifeat sea, the prevention of collisions, the preven-tion, reduction and control of marine pollution,and the maintenance of communications byradio.

5 — In taking the measures called for in paragraphs3 and 4 each State is required to conform to generallyaccepted international regulations, procedures and prac-tices and to take any steps which may be necessary tosecure their observance.

6 — A State which has clear grounds to believe thatproper jurisdiction and control with respect to a shiphave not been exercised may report the facts to theflag State. Upon receiving such a report, the flag Stateshall investigate the matter and, if appropriate, take anyaction necessary to remedy the situation.

7 — Each State shall cause an inquiry to be held byor before a suitably qualified person or persons intoevery marine casualty or incident of navigation on thehigh seas involving a ship flying its flag and causingloss of life or serious injury to nationals of another Stateor serious damage to ships or installations of anotherState or to the marine environment. The flag State andthe other State shall co-operate in the conduct of anyinquiry held by that other State into any such marinecasualty or incident of navigation.

Article 95Immunity of warships on the high seas

Warships on the high seas have complete immunityfrom the jurisdiction of any State other than the flagState.

Article 96Immunity of ships used only on government

non-commercial service

Ships owned or operated by a State and used onlyon government non-commercial service shall, on thehigh seas, have complete immunity from the jurisdictionof any State other than the flag State.

Article 97Penal jurisdiction in matters of collision or any other

incident of navigation

1 — In the event of a collision or any other incidentof navigation concerning a ship on the high seas, involv-

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ing the penal or disciplinary responsibility of the masteror of any other person in the service of the ship, nopenal or disciplinary proceedings may be institutedagainst such person except before the judicial or admin-istrative authorities either of the flag State or of theState of which such person is a national.

2 — In disciplinary matters, the States which hasissued a master’s certificate or a certificate of compet-ence or licence shall alone be competent, after due legalprocess, to pronouce the withdrawal of such certificates,even if the holder is not a national of the State whichissued them.

3 — No arrest or detention of the ship, even as ameasure of investigation, shall be ordered by any author-ities other than those of the flag State.

Article 98

Duty to render assistance

1 — Every State shall require the master of a shipflying its flag, in so far as he can do so without seriousdanger to the ship, the crew or the passengers:

a) To render assistance to any person found atsea in danger of being lost;

b) To proceed with all possible speed to the rescueof persons in distress, if informed of their needof assistance, in so far as such action may rea-sonably be expected of him;

c) After a collision, to render assistance to theother ship, its crew and its passengers and, wherepossible, to inform the other of the name ofhis own ship, its port of registry and the nearestport at which it will call.

2 — Every coastal State shall promote the establish-ment, operation and maintenance of an adequate andeffective search and rescue service regarding safety onand over the sea and, where circumstances so require,by way of mutual regional arrangements co-operate withneighbouring States for this purpose.

Article 99

Prohibition of the transport of slaves

Every State shall take effective measures to preventand punish the transport of slaves in ships authorizedto fly its flag and to prevent the unlawful use of itsflag for that purpose. Any slave taking refuge on boardany ship whatever its flag, shall ipso facto be free.

Article 100

Duty to co-operate in the repression of piracy

All States shall co-operate to the fullest possibleextent in the repression of piracy on the high seas orin any other place outside the jurisdiction of any State.

Article 101

Definition of piracy

Piracy consists of any of the following acts:

a) Any illegal acts of violence or detention, or anyact of depredation, committed for private ends

by the crew or the passengers of a private shipor a private aircraft, and directed:

i) On the high seas, against another shipor aircraft, or against persons or propertyon board such ship or aircraft;

ii) Against a ship, aircraft, persons or prop-erty in a place outside the jurisdictionof any State;

b) Any act of voluntary participation in the oper-ation of a ship or of an aircraft with knowledgeof facts making it a pirate ship or aircraft;

c) Any act of inciting or of intencionally facilitatingan act described in subparagraph a) or b).

Article 102

Piracy by a warship, government ship or government aircraftwhose crew has mutinied

The acts of piracy, as defined in article 101, committedby a warship, government ship or government aircraftwhose crew has mutinied and taken control of the shipor aircraft are assimilated to acts committed by a privateship or aircraft.

Article 103

Definition of a pirate ship or aircraft

A ship or aircraft is considered a pirate ship or aircraftif it is intented by the persons in dominant control tobe used for the purpose of committing one of the actsreferred to in article 101. The same applies if the shipor aircraft has been used to commit any such act, solong as it remains under the control of the persons guiltyof that act.

Article 104

Retention or loss of the nationalityof a pirate ship or aircraft

A ship or aircraft may retain its nationality althoughit has become a pirate ship or aircraft. The retentionor loss nationality is determined by the law of the Statefrom which such nationality was derived.

Article 105

Seizure of a pirate ship or aircraft

On the high seas, or in any other place outside thejurisdiction of any State, every State may seize a pirateship or aircraft, or a ship or aircraft taken by piracyand under the control of pirates, and arrest the personsand seize the property on board. The courts of the Statewhich carried out the seizure may decide upon the pen-alties to be imposed, and may also determine the actionto be taken with regard to the ships, aircraft or property,subject to the rights of third parties acting in good faith.

Article 106

Liability for seizure without adequate grounds

Where the seizure of a ship or aircraft on suspicionof piracy has been effected without adequate grounds,the State making the seizure shall be liable to the Statethe nationality of which is possessed by the ship or air-craft for any loss or damage caused by the seizure.

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Article 107

Ships and aircraft which are entitled to seize on account of piracy

A seizure on account of piracy may be carried outonly by warships or military aircraft, or other ships oraircraft clearly marked and identifiable as being on gov-ernment service and authorized to that effect.

Article 108

Illicit traffic in narcotic drugs or psychotropic substances

1 — All States shall co-operate in the suppression ofillicit traffic in narcotic drugs and psychotropic substan-ces engaged in by ships on the high seas contrary tointernational conventions.

2 — Any State which has reasonable grounds forbelieving that a ship flying its flag is engaged in illicittraffic in narcotic drugs or psychotropic substances mayrequest the co-operation of other States to suppress suchtraffic.

Article 109

Unauthorized broadcasting from the high seas

1 — All States shall co-operate in the suppression ofunauthorized broadcasting from the high seas.

2 — For the purposes of this Convention, «unautho-rized broadcasting» means the transmission of soundradio or television broadcasts from a ship or installationon the high seas intented for reception by the generalpublic contrary to international regulations, but exclud-ing the transmission of distress calls.

3 — Any person engaged in unauthorized broadcast-ing may be prosecuted before the court of:

a) The flag State of the ship;b) The State of registry of the installation;c) The State of which the person is a national;d) Any State where the transmissions can be

received; ore) Any State where authorized radio communica-

tion is suffering interference.

4 — On the high seas, a State having jurisdiction inaccordance with paragraph 3 may, in conformity witharticle 110, arrest any person or ship engaged in unau-thorized broadcasting and seize the broadcasting appa-ratus.

Article 110

Right of visit

1 — Except where acts of interference derive frompowers conferred by treaty, a warship which encounterson the high seas a foreign ship, other than a ship entitledto complete immunity in accordance with articles 95and 96, is not justified in boarding it unless there isreasonable ground for suspecting that:

a) The ship is engaged in piracy;b) The ship is engaged in the slave trade;c) The ship is engaged in unauthorized broadcast-

ing and the flag State of the warship has jur-isdiction under article 109;

d) The ship is without nationality; ore) Though flying a foreign flag or refusing to show

its flag, the ship is, in reality, of the same nation-ality as the warship.

2 — In the cases provided for in paragraph 1, thewarship may proceed to verify the ship’s right to flyits flag. To this end, it may send a boat under the com-mand of an officer to the suspected ship. If suspicionremains after the documents have been checked, it mayproceed to a further examination on board the ship,which must be carried out with all possible consideration.

3 — If the suspicious prove to be unfounded, and pro-vided that the ship boarded has not committed any actjustifying them, it shall be compensated for any lossor damage that may have been sustained.

4 — These provisions apply mutatis mutandis to mili-tary aircraft.

5 — These provisions also apply to any other dulyauthorized ships or aircraft clearly marked and iden-tifiable as being on government service.

Article 111

Right of hot pursuit

1 — The hot pursuit of a foreign ship may be under-taken when the competent authorities of the coastalState have good reason to believe that the ship has vio-lated the laws and regulations of that State. Such pursuitmust be commenced when the foreign ship or one ofits boats is within the internal waters, the archipelagicwaters, the territorial sea or the contiguous zone of thepursuing State, and may only be continued outside theterritorial sea or the contiguous zone if the pursuit hasnot been interrupted. It is not necessary that, at thetime when the foreign ship within the territorial seaor the contiguous zone receives the order to stop, theship giving the order should likewise be within the ter-ritorial sea or the contiguous zone. If the foreign shipis within a contiguous zone, as defined in article 33,the pursuit may only be undertaken if there has beena violation of the rights for the protection of which thezone was established.

2 — The right of hot pursuit shall apply mutatismutandis to violations in the exclusive economic zoneor on the continental shelf, including safety zones aroundcontinental shelf installations, of the laws and regula-tions of the coastal State applicable in accordance withthis Convention to the exclusive economic zone or thecontinental shelf, including such safety zones.

3 — The right of hot pursuit ceases as soon as theship pursued enters the territorial sea of its own Stateor of a third State.

4 — Hot pursuit is not deemed to have begun unlessthe pursuing ship has satisfied itself by such practicablemeans as may be available that the ship pursued orone of its boats or other craft working as a team andusing the ship pursued as a mother ship is within thelimits of the territorial sea, or, as the case may be, withinthe contiguous zone or the exclusive economic zone orabove the continental shelf. The pursuit may only becommenced after a visual or auditory signal to stop hasbeen given at a distance which enables it to be seenor heard by the foreign ship.

5 — The right of hot pursuit may be exercised onlyby warships or military aircraft, or other ships or aircraftclearly marked and identifiable as being on governmentservice and authorized to that effect.

6 — Where hot pursuit is effected by an aircraft:

a) The provisions of paragraphs 1 to 4 shall applymutatis mutandis;

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b) The aircraft giving the order to stop must itselfactively pursue the ship until a ship or anotheraircraft of the coastal State, summoned by theaircraft, arrives to take over the pursuit, unlessthe aircraft is itself able to arrest the ship. Itdoes not suffice to justify an arrest outside theterritorial sea that the ship was merely signtedby the aircraft as an offender or suspected offen-der, if is was not both ordered to stop and pur-sued by the aircraft itself or other aircraft orships which continue the pursuit without inter-ruption.

7 — The release of a ship arrested within the jur-isdiction of a State and escorted to a port of that Statefor the purposes of an inquiry before the competentauthorities may not be claimed solely on the groundthat the ship, in the course of its voyage, was escortedacross a portion of the exclusive economic zone or thehigh seas, if the circumstances rendered this necessary.

8 — Where a ship has been stopped or arrested out-side the territorial sea in circumstances which do notjustify the exercise of the right of hot pursuit, it shallbe compensated for any loss or damage that may havebeen thereby sustained.

Article 112

Right to lay submarine cables and pipelines

1 — All States are entitled to lay submarine cablesand pipelines on the bed of the high seas beyond thecontinental shelf.

2 — Article 79, paragraph 5, applies to such cablesand pipelines.

Article 113

Breaking or injury of a submarine cable or pipeline

Every State shall adopt the laws and regulations nec-essary to provide that the breaking or injury by a shipflying its flag or by a person subject to its jurisdictionof a submarine cable beneath the high seas done wilfullyor through culpable negligence, in such a manner asto be liable to interrupt or obstruct telegraphic or tel-ephonic communications, and similarly the breaking orinjury of a submarine pipeline or high-voltage powercable, shall be a punishable offence. This provision shallapply also to conduct calculated or likely to result insuch breaking or injury. However, it shall not apply toany break or injury caused by persons who acted merelywith the legitimate object of saving their lives or theirships, after having taken all necessary precautions toavoid such break or injury.

Article 114

Breaking or injury by owners of a submarine cable or pipelineof another submarine cable or pipeline

Every State shall adopt the laws and regulations nec-essary to provide that, if persons subject to its jurisdictionwho are the owners of a submarine cable or pipelinebeneath the high seas, in laying or repairing that cableor pipeline, cause a break in or injury to another cableor pipeline, they shall bear the cost of the repairs.

Article 115Indemnity for loss incurred in avoiding injury to a submarine cable

or pipeline

Every State shall adopt the laws and regulations nec-essary to ensure that the owners of ships who can provethat they have sacrified an anchor, a net or any otherfishing gear, in order to avoid injuring a submarine cableor pipeline, shall be indemnified by the owner of thecable or pipeline, provided that the owner of the shiphas taken all reasonable precautionary measures before-hand.

SECTION 2

Conservation and managementof the living resources of the high seas

Article 116Right to fish on the high seas

All States have the right for their nationals to engagein fishing on the high seas subject to:

a) Their treaty obligations;b) The rights and duties as well as the interests

of coastal States provided for, inter alia, in article63, paragraph 2, and articles 64 to 67; and

c) The provisions of this section.

Article 117Duty of States to adopt with respect to their nationals measures

for the conservation of the living resources of the high seas

All States have the duty to take, or to co-operatewith their States in taking, such measures for theirrespective nationals as may be necessary for the con-servation of the living resources of the high seas.

Article 118Co-operation of States in the conservation and management

of living resources

States shall co-operate with each other in the con-servation and management of living resources in theareas of the high seas. States whose nationals exploitidentical living resources, or different living resourcesin the same area, shall enter into negotiations with aview to taking the measures necessary for the conser-vation of the living resources concerned. They shall, asappropriate, co-operate to establish subregional orregional fisheries organizations to this end.

Article 119Conservation of the living resources of the high seas

1 — In determining the allowable catch and estab-lishing other conservation measures for the living resour-ces in the high seas, States shall:

a) Take measures which are designed, on the bestscientific evidence available to the States con-cerned, to maintain or restore populations ofharvest species at levels which can produce themaximum sustainable yield, as qualified by rel-evant environmental and economic factors,including the special requirements of developingStates, and taking into account fishing patterns,

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the interdependence of stocks and any generallyrecommended international minimum stan-dards, whether subregional, regional or global;

b) Take into consideration the effects on speciesassociated with or dependent upon harvest spe-cies with a view to maintaining or restoring pop-ulations of such associated or dependent speciesabove levels at which their reproduction maybecome seriously threatened.

2 — Available scientific information, catch and fishingeffort statistics, and other data relevant to the conser-vation of fish stocks shall be contributed and exchangedon a regular basis through competent internationalorganizations, whether subregional, regional or global,where appropriate and with participation by all Statesconcerned.

3 — States concerned shall ensure that conservationmeasures and their implementation do not discriminatein form or in fact against the fishermen of any State.

Article 120Marine mammals

Article 65 also applies to the conservation and man-agement of marine mammals in the high seas.

PART VIII

Regime of islands

Article 121Regime of islands

1 — An island is a naturally formed area of land, sur-rounded by water which is above water at high tide.

2 — Except as provided for in paragraph 3, the ter-ritorial sea, the contiguous zone, the exclusive economiczone and the continental shelf of an island are deter-mined in accordance with the provisions of this Con-vention applicable to other land territory.

3 — Rocks which cannot sustain human habitationor economic life of their own shall have no exclusiveeconomic zone or continental shelf.

PART IX

Enclosed or semi-enclosed seas

Article 122Definition

For the purposes of this Convention, «enclosed orsemi-enclosed sea» means a gulf, basin or sea surroun-ded by two or more States and connected to anothersea or the ocean by a narrow outlet or consisting entirelyor primarily of the territorial seas and exclusive eco-nomic zones of two or more coastal States.

Article 123Co-operation of States bordering enclosed or semi-enclosed seas

States bordering an enclosed or semi-enclosed seashould co-operate with each other in the exercise oftheir rights and in the performance of their duties under

this Convention. To this end they shall endeavour,directly or through an appropriate regional organization:

a) To co-ordinate the management, conservation,exploration and exploitation of the living resour-ces of the sea;

b) To co-ordinate the implementation of theirrights and duties with respect to the protectionand preservation of the marine environment;

c) To co-ordinate their scientific research policiesand undertake where appropriate joint pro-grammes of scientific research in the area;

d) To invite, as appropriate, other interested Statesor international organizations to co-operatewith them in furtherance of the provisions ofthis article.

PART X

Right of access of land-locked Statesto and from the sea and freedom of transit

Article 124Use of terms

1 — For the purposes of this Convention:

a) «Land-locked State» means a State which hasno sea-coast;

b) «Transit State» means a State, with or withouta sea-coast, situated between a land-locked Stateand the sea, through whose territory traffic intransit passes;

c) «Traffic in transit» means transit of persons,baggage, goods and means of transport acrossthe territory of one or more transit States, whenthe passage across such territory, with or withouttrans-shipment, warehousing, breaking bulk orchange in the mode of transport, is only a por-tion of a complete journey which begins or ter-minates within the territory of the land-lockedState;

d) «Means of transport» means:

i) Railway rolling stock, sea, lake and rivercraft and road vehicles;

ii) Where local conditions so require, por-ters and pack animals.

2 — Land-locked States and transit States may, byagreement between them, include as means of transportpipelines and gas lines and means of transport otherthan those included in paragraph 1.

Article 125Right of access to and from the sea and freedom of transit

1 — Land-locked States shall have the right of accessto and from the sea for the purpose of exercising therights provided for in this Convention including thoserelating to the freedom of the high seas and the commonheritage of mankind. To this end, land-locked Statesshall enjoy freedom of transit through the territory oftransit States by all means of transport.

2 — The terms and modalities for exercising freedomof transit shall be agreed between the land-locked Statesand transit States concerned through bilateral, subre-gional or regional agreements.

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3 — Transit States, in the exercise of their full sove-reignty over their territory, shall have the right to takeall measures necessary to ensure that the rights andfacilities provided for in this part for land-locked Statesshall in no way infringe their legitimate interests.

Article 126Exclusion of application of the most-favoured-nation clause

The provisions of this Convention, as well as specialagreements relating to the exercise of the right of accessto and from the sea, establishing rights and facilitieson account of the special geographical position of land-locked States, are excluded from the application of themost-favoured-nation clause.

Article 127Customs duties, taxes and other charges

1 — Traffic in transit shall not be subject to any cus-toms duties, taxes or other charges except charges leviedfor specific services rendered in connection whith suchtraffic.

2 — Means of transport in transit and other facilitiesprovided for and used by land-locked States shall notbe subject to taxes or charges higher than those leviedfor the use of means of transport of the transit State.

Article 128Free zones and other customs facilities

For the convenience of traffic in transit, free zonesor other customs facilities may be provided at the portsof entry and exit in the transit States, by agreementbetween those States and the land-locked States.

Article 129Co-operation in the construction

and improvement of means of transport

Where there are no means of transport in transitStates to give effect to the freedom of transit or wherethe existing means, including the port installations andequipment, are inadequate in any respect, the transitStates and land-locked States concerned may co-operatein constructing or improving them.

Article 130Measures to avoid or eliminate delays or other difficulties

of a technical nature in traffic in transit

1 — Transit States shall take all appropriate measuresto avoid delays or other difficulties of a technical naturein traffic in transit.

2 — Should such delays or difficulties occur, the com-petent authorities of the transit States and land-lockedStates concerned shall co-operate towards their expe-ditious elimination.

Article 131Equal treatment in maritime ports

Ships flying the flag of land-locked States shall enjoytreatment equal to that accorded to other foreign shipsin maritime ports.

Article 132Grant of greater transit facilities

This Convention does not entail in any way the with-drawal of transit facilities which are greater than thoseprovided for in this Convention and which are agreedbetween States Parties to this Convention or grantedby a State Party. This Convention also does not precludesuch grant of greater facilities in the future.

PART XI

The Area

SECTION 1

General provisions

Article 133Use of terms

For the purposes of this part:

a) «Resources» means all solid, liquid or gaseousmineral resources in situ in the Area at orbeneath the sea-bed, including polymetallicnodules;

b) Resources, when recovered from the Area, arereferred to as «minerals».

Article 134Scope of this part

1 — This part applies to the Area.2 — Activities in the Area shall be governed by the

provisions of this part.3 — The requirements concerning deposit of, and

publicity to be given to, the charts or lists of geographicalco-ordinates showing the limits referred to in article 1,paragraph 1, 1), are set forth in part VI.

4 — Nothing in this article affects the establishmentof the outer limits of the continental shelf in accordancewith part VI or the validity of agreements relating todelimitation between States with opposite or adjacentcoasts.

Article 135Legal status of the superjacent waters and air space

Neither this part nor any rights granted or exercisedpursuant thereto shall affect the legal status of the waterssuperjacent to the Area or that of the air space abovethose waters.

SECTION 2

Principles governing the Area

Article 136Common heritage of mankind

The Area and its resources are the common heritageof mankind.

Article 137Legal status of the Area and its resources

1 — No State shall claim or exercise sovereignty orsovereign rights over any part of the Area or its resour-ces, nor shall any State or natural or juridical person

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appropriate any part thereof. No such claim or exerciseof sovereignty or sovereign rights nor such appropriationshall be recognized.

2 — All rights in the resources of the Area are vestedin mankind as a whole, on whose behalf the Authorityshall act. These resources are not subject to alienation.The minerals recovered from the Area, however, mayonly be alienated in accordance with this part and therules, regulations and procedures of the Authority.

3 — No State or natural or juridical person shall claim,acquire or exercise rights with respect to the mineralsrecovered from the Area except in accordance with thispart. Otherwise, no such claim, acquisition or exerciseof such rights shall be recognized.

Article 138General conduct of States in relation to the Area

The general conduct of States in relation to the Areashall be in accordance with the provisions of this part,the principles embodied in the Charter of the UnitedNations and other rules of international law in the interestsof maintaining peace and security and promoting inter-national co-operation and mutual understanding.

Article 139Responsibility to ensure compliance and liability for damage

1 — States Parties shall have the responsibility toensure that activities in the Area, whether carried outby States Parties, or state enterprises or natural or juridi-cal persons which possess the nationality of States Partiesor are effectively controlled by them or their nationals,shall be carried out in conformity with this part. Thesame responsibility applies to international organiza-tions for activities in the Area carried out by suchorganizations.

2 — Without prejudice to the rules of internationallaw and annex III, article 22, damage caused by the failureof a State Party or international organization to carryout its responsibilities under this part shall entail liability;States Parties or international organizations actingtogether shall bear joint and several liability. A StateParty shall not however be liable for damage causedby any failure to comply with this part by a person whomit has sponsored under article 153, paragraph 2, b), ifthe State Party has taken all necessary and appropriatemeasures to secure effective compliance under arti-cle 153, paragraph 4, and annex III, article 4, paragraph 4.

3 — States Parties that are members of internationalorganizations shall take appropriate measures to ensurethe implementation of this article with respect to suchorganizations.

Article 140Benefit of mankind

1 — Activities in the Area shall, as specifically pro-vided for in this part, be carried out for the benefitof mankind as a whole, irrespective of the geographicallocation of States, whether coastal or land-locked, andtaking into particular consideration the interests andneeds of developing States and of peoples who havenot attained full independence or other self-governingstatus recognized by the United Nations in accordancewith General Assembly Resolution 1514 (XV) and otherrelevant General Assembly resolutions.

2 — The Authority shall provide for the equitablesharing of financial and other economic benefits derivedfrom activities in the Area through any appropriatemechanism, on a non-discriminatory basis, in accordancewith article 160, paragraph 2, f), i).

Article 141

Use of the Area exclusively for peaceful purposes

The Area shall be open to use exclusively for peacefulpurposes by all States, whether coastal or land-locked,without discrimination and without prejudice to theother provisions of this part.

Article 142

Rights and legitimate interests of coastal States

1 — Activities in the Area, with respect to resourcedeposits in the Area which lie across limits of nationaljurisdiction, shall be conducted with due regard to therights and legitimate interests of any coastal State acrosswhose jurisdiction such deposits lie.

2 — Consultations, including a system of prior noti-fication, shall be maintained with de State concerned,with a view to avoiding infringement of such rights andinterests. In cases where activities in the Area may resultin the exploitation of resources lying within nationaljurisdiction, the prior consent of the coastal State con-cerned shall be required.

3 — Neither this part nor any rights granted or exer-cised pursuant thereto shall affect the rights of coastalStates to take such measures consistent with the relevantprovisions of part XII as may be necessary to prevent,mitigate or eliminate grave and imminent danger to theircoastline, or related interests from pollution or threatthereof or from other hazardous occurrences resultingfrom or caused by any activities in the Area.

Article 143

Marine scientific research

1 — Marine scientific research in the Area shall becarried out exclusively for peaceful purposes and forthe benefit of mankind as a whole, in accordance withpart XIII.

2 — The Authority may carry out marine scientificresearch concerning the Area and its resources, and mayenter into contracts for that purpose. The Authority shallpromote and encourage the conduct of marine scientificresearch in the Area, and shall co-ordinate and dissem-inate the results of such research and analysis whenavailable.

3 — States Parties may carry out marine scientificresearch in the Area. States Parties shall promote inter-national co-operation in marine scientific research inthe Area by:

a) Participating in international programmes andencouraging co-operation in marine scientificresearch by personnel of different countries andof the Authority;

b) Ensuring that programmes are developed throughthe Authority or other international organiza-tions as appropriate for the benefit of devel-

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oping States and technologically less developedStates with a view to:

i) Strengthening their research capabilities;ii) Training their personnel and the person-

nel of the Authority in the techniquesand applications of research;

iii) Fostering the employment of their qual-ified personnel in research in the Area;

c) Effectively disseminating the results of researchand analysis when available, through theAuthority or other international channels whenappropriate.

Article 144Transfer of technology

1 — The Authority shall take measures in accordancewith this Convention:

a) To acquire technology and scientific knowledgerelating to activities in the Area; and

b) To promote and encourage the transfer to devel-oping States of such technology and scientificknowledge so that all States Parties benefittherefrom.

2 — To this end the Authority and States Parties shallco-operate in promoting the transfer of technology andscientific knowledge relating to activities in the Areaso that the Entreprise and all States Parties may benefittherefrom. In particular they shall initiate and promote:

a) Programmes for the transfer of technology tothe Enterprise and to developing States withregard to activities in the Area, including, interalia, facilitating the access of the Enterprise andof developing States to the relevant technology,under fair and reasonable terms and conditions;

b) Measures directed towards the advancement ofthe technology of the Enterprise and the domes-tic technology of developing States, particularlyby providing opportunities to personnel fromthe Enterprise and from developing States fortraining in marine science and technology andfor their full participation in activities in theArea.

Article 145Protection of the marine environment

Necessary measures shall be taken in accordance withthis Convention with respect to activities in the Areato ensure effective protection for the marine environ-ment from harmful effects which may arise from suchactivities. To this end the Authority shall adopt appro-priate rules, regulations and procedures for, inter alia:

a) The prevention, reduction and control of pol-lution and other hazards to the marine envir-onment, including the coastline, and of inter-ference with the ecological balance of the mar-ine environment, particular attention being paidto the need for protection from harmful effectsof such activities as drilling, dredging, excava-tion, disposal of waste, construction and oper-ation or maintenance of installations, pipelinesand other devices related to such activities;

b) The protection and conservation of the naturalresources of the Area and the prevention of

damage to the flora and fauna of the marineenvironment.

Article 146

Protection of human life

With respect to activities in the Area, necessary meas-ures shall be taken to ensure effective protection ofhuman life. To this end the Authority shall adopt appro-priate rules, regulations and procedures to supplementexisting international law as embodied in relevanttreaties.

Article 147

Accommodation of activities in the Areaand in the marine environment

1 — Activities in the Area shall be carried out withreasonable regard for other activities in the marineenvironment.

2 — Installations used for carrying out activities inthe Area shall be subject to the following conditions:

a) Such installations shall be erected, emplacedand removed solely in accordance with this partand subject to the rules, regulations and pro-cedures of the Authority. Due notice must begiven of the erection, emplacement and removalof such installations, and permanent means forgiving warning of their presence must be main-tained;

b) Such installations may not be established whereinterference may be caused to the use of rec-ognized sea lanes essential to international nav-igation or in areas of intense fishing activity;

c) Safety zones shall be established around suchinstallations with appropriate markings toensure the safety of both navigation and theinstallations. The configuration and location ofsuch safety zones shall not be such as to forma belt impeding the lawful access of shippingto particular maritime zones or navigation alonginternational sea lanes;

d) Such installations shall be used exclusively forpeaceful purposes;

e) Such installations do not possess the status ofislands. They have no territorial sea of their own,and their presence does not affect the delim-itation of the territorial sea, the exclusive eco-nomic zone or the continental shelf.

3 — Other activities in the marine environment shallbe conducted with reasonable regard for activities inthe Area.

Article 148

Participation of developing States in activies in the Area

The effective participation of developing States inactivities in the Area shall be promoted as specificallyprovided for in this part, having due regard to theirspecial interests and needs, and in particular to the spe-cial need of the land-locked and geographically disad-vantaged among them to overcome obstacles arisingfrom their disadvantaged location, including remotenessfrom the Area and difficulty of access to and from it.

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Article 149Archaeological and historical objects

All objects of an archaeological and historical naturefound in the Area shall be preserved or disposed offor the benefit of mankind as a whole, particular regardbeing paid to the preferential rights of the State or coun-try of origin, or the State of culture origin, or the Stateof historical and archaelogical origin.

SECTION 3

Development of resources of the Area

Article 150Policies relating to activities in the Area

Activities in the Area shall, as specifically providedfor in this part, be carried out in such a manner asto foster healthy development of the world economyand balanced growth of international trade, and to pro-mote international co-operation for the over-all devel-opment of all countries, especially developing States,and with a view to ensuring:

a) The development of the resources of the Area;b) Orderly, safe and rational management of the

resources of the Area, including the efficientconduct of activities in the Area and, in accor-dance with sound principles of conservation, theavoidance of unnecessary waste;

c) The expansion of opportunities for participationin such activities consistent in particular witharticles 144 and 148;

d) Participation in revenues by the Authority andthe transfer of technology to the Enterprise anddeveloping States as provided for in this Con-vention;

e) Increased availability of the minerals derivedfrom the Area as needed in conjunction withminerals derived from other sources, to ensuresupplies to consumers of such minerals;

f) The promotion of just and stable prices remun-erative to producers and fair to consumers forminerals derived both from the Area and fromother sources, and the promotion of long-termequilibrium between supply and demand;

g) The enhancement of opportunities for all StateParties, irrespective of their social and economicsystems or geographical location, to participatein the development of the resources of the Areaand the prevention of monopolization of activ-ities in the Area;

h) The protection of developing countries fromadverse effects on their economies or on theirexport earnings resulting from a reduction inthe price of an affected mineral, or in the volumeof exports of that mineral, to the extent thatsuch reduction is caused by activities in the Area,as provided in article 151;

i) The development of the common heritage forthe benefit of mankind as a whole; and

j) Conditions of access to markets for the importsof minerals produced from the resources of theArea and for imports of commodities producedfrom such minerals shall not be more favourablethan the most favourable applied to importsfrom other sources.

Article 151

Production policies

1 — a) Without prejudice to the objectives set forthin article 150 and for the purpose of implementing sub-paragraph h) of that article, the Authority, actingthrough existing forums or such new arrangements oragreements as may be appropriate, in which all inter-ested parties, including both producers and consumers,participate, shall take measures necessary to promotethe growth, efficiency and stability of markets for thosecommodities produced from the minerals derived fromthe Area, at prices remunerative to producers and fairto consumers. All States Parties shall co-operate to thisend.

b) The Authority shall have the right to participatein any commodity conference dealing with those com-modities and in which all interested parties includingboth producers and consumers participate. The Author-ity shall have the right to become a party to any arrange-ment or agreement resulting from such conferences. Par-ticipation of the Authority in any organs establishedunder those arrangements or agreements shall be inrespect of production in the Area and in the Area andaccordance with the relevant rules of those organs.

c) The Authority shall carry out its obligations underthe arrangements or agreements referred to in this para-graph in a manner which assures a uniform and non-discriminatory implementation in respect of all produc-tion in the Area of the minerals concerned. In doingso, the Authority shall act in a manner consistent withthe terms of existing contracts and approved plans ofwork of the Enterprise.

2 — a) During the interim period specified in para-graph 3, commercial production shall not be undertakenpursuant to an approved plan of work until the operatorhas applied for and has been issued a production author-ization by the Authority. Such production authorizationsmay not be applied for or issued more than five yearsprior to the planned commencement of commercial pro-duction under the plan of work unless, having regardto the nature and timing of project development, therules, regulations and procedures of the Authority pre-scribe another period.

b) In the application for the production authorization,the operator shall specify the annual quantity of nickelexpected to be recovered under the approved plan ofwork. The application shall include a schedule of expen-ditures to be made by the operator after he has receivedthe authorization which are reasonably calculated toallow him to begin commercial production on the dateplanned.

c) For the purposes of subparagraphs a) and b), theAuthority shall establish appropriate performancerequirements in accordance with annex III, article 17.

d) The Authority shall issue a production authori-zation for the level of production applied for unlessthe sum of that level and the levels already authorizedexceeds the nickel production ceiling, as calculated pur-suant to paragraph 4 in the year of issuance of theauthorization, during any year of planned productionfalling within the interim period.

e) When issued, the production authorization andapproved application shall become a part of theapproved plan of work.

f) If the operator’s application for a productionauthorization is denied pursuant to subparagraph d),

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the operator may apply again to the Authority at anytime.

3 — The interim period shall begin five years priorto 1 January of the year in which the earliest commercialproduction is planned to commence under an approvedplan of work. If the earliest commercial production isdelayed beyond the year originally planned, the begin-ning of the interim period and the production ceilingoriginally calculated shall be adjusted accordingly. Theinterim period shall last 25 years or until the end ofthe Review Conference referred to in article 155 or untilthe day when such new arrangements or agreementsas are referred to in paragraph 1 enter into force, which-ever is earliest. The Authority shall resume the powerprovided in this article for the remainder of the interimperiod if the said arrangements or agreements shouldlapse or become ineffective for any reason whatsoever.

4 — a) The production ceiling for any year of theinterim period shall be the sum of:

i) The difference between the trend line valuesfor nickel consumption, as calculated pursuantto subparagraph b), for the year immediatelyprior to the year of the earliest commercial pro-duction and the year immediately prior to thecommencement of the interim period; and

ii) Sixty per cent of the difference between thetrend line values for nickel consumption, as cal-culated pursuant to subparagraph b), for theyear for which the production authorization isbeing applied for and the year immediately priorto the year of the earliest commercial pro-duction.

b) For the purposes of subparagraph a):

i) Trend line values used for computing the nickelproduction ceiling shall be those annual nickelconsumption values on a trend line computedduring the year in which a production author-ization is issued. The trend line shall be derivedfrom a linear regression of the logarithms ofactual nickel consumption for the most recent15-year period for which such data are available,time being the independent variable. This trendline shall be referred to as the original trendline;

ii) If the annual rate of increase of the originaltrend line is less than 3 per cent, then the trendline used to determine the quantities referredto in subparagraph a) shall instead be one pass-ing through the original trend line at the valuefor the first year of the relevant 15-year period,and increasing at 3 per cent annually; providedhowever that the production ceiling establishedfor any year of the interim period may not inany case exceed the diference between the orig-inal trend line value for that year and the originaltrend line value for the year immediately priorto the commencement of the interim period.

5 — The Authority shall reserve to the Enterprise forits initial production a quantity of 38,000 metric tonnesof nickel from the available production ceiling calculatedpursuant to paragraph 4.

6 — a) An operator may in any year produce lessthan or up to 8 per cent more than the level of annualproduction of minerals from polymetallic nodules spec-

ified in his production authorization, provided that theover-all amount of production shall not exceed that spec-ified in the authorization. Any excess over 8 per centand up to 20 per cent in any year, or any excess inthe first and subsequent years following two consecutiveyears in which excesses occur, shall be negotiated withthe Authority, which may require the operator to obtaina supplementary production authorization to cover addi-tional production.

b) Applications for such supplementary productionauthorizations shall be considered by the Authority onlyafter all pending applications by operators who havenot yet received production authorizations have beenacted upon and due account has been taken of otherlikely applicants. The Authority shall be guided by theprinciple of not exceeding the total production allowedunder the production ceiling in any year of the interimperiod. It shall not authorize the production under anyplan of work of a quantity in excess of 46,500 metrictonnes of nickel per year.

7 — The levels of production of other metals suchas copper, cobalt and manganese extracted from thepolymetallic nodules that are recovered pursuant to aproduction authorization should not be higher thanthose which would have been produced had the operatorproduced the maximum level of nickel from those nod-ules pursuant to this article. The Authority shall establishrules, regulations and procedures pursuant to annex III,article 17, to implement this paragraph.

8 — Rights and obligations relating to unfair eco-nomic practices under relevant multilateral trade agree-ments shall apply to the exploration for and exploitationof minerals from the Area. In the settlement of disputesarising under this provision, States Parties which areParties to such multilateral trade agreements shall haverecourse to the dispute settlement procedures of suchagreements.

9 — The Authority shall have the power to limit thelevel of production of minerals from the Area, otherthan minerals from polymetallic nodules, under suchconditions and applying such methods as may be appro-priate by adopting regulations in accordance with article161, paragraph 8.

10 — Upon the recommendation of the council onthe basis of advice from the Economic Planing Com-mission, the Assembly shall establish a system of com-pensation or take other measures of economic adjust-ment assistance including co-operation with specializedagencie and other international organizations to assistdeveloping countries which suffer serious adverse effectson their export earnings or economies resulting froma reduction in the price of an affected mineral or inthe volume of exports of that mineral, to the extentthat such reduction is cause by activities in the Area.The Authority on request shall initiate studies on theproblems of those States which are likely to be mostseriously affected with a view to minimizing their dif-ficulties and assisting them in their economic adjust-ment.

Article 152

Exercise of powers and functions by the Authority

1 — The Authority shall avoid discrimination in theexercise of its powers and functions, including the grant-ing of opportunities for activities in the Area.

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2 — Nevertheless, special consideration for develop-ing States, including particular consideration for theland-locked and geographically disadvantaged amongthem, specifically provided for in this part shall bepermitted.

Article 153System of exploration and exploitation

1 — Activities in the Area shall be organized, carriedout and controlled by the Authority on behalf of man-kind as a whole in accordance with this article as wellas other relevant provisions of this part and the relevantannexes, and the rules, regulations and procedures ofthe Authority.

2 — Activities in the Area shall be carried out as pre-scribed in paragraph 3:

a) By the Enterprise, andb) In association with the Authority by States Par-

ties, or state enterprises or natural or juridicalpersons which possess the nationality of StatesParties or are effectively controlled by them ortheir nationals, when sponsored by such States,or any group of the foregoing which meets therequirements provided in this part and inannex III.

3 — Activities in the Area shall be carried out inaccordance with a formal written plan of work drawnup in accordance with annex III and approved by theCouncil after review by the Legal and Technical Com-mission. In the case of activities in the Area carriedout as authorized by the Authority by the entities spec-ified in paragraph 2, b), the plan of work shall, in accor-dance with annex III, article 3, be in the form of a con-tract. Such contracts may provide for joint arrangementsin accordance with annex III, article 11.

4 — The Authority shall exercise such control overactivities in the Area as is necessary for the purposeof securing compliance with the relevant provisions ofthis part and the annexes relating thereto, and the rules,regulations and procedures of the Authority, and theplans of work approved in accordance with paragraph 3.States Parties shall assist the Authority by taking allmeasures necessary to ensure such compliance in accor-dance with article 139.

5 — The Authority shall have the right to take at anytime any measures provided for under this part to ensurecompliance with its provisions and the exercise of thefunctions of control and regulation assigned to it there-under or under any contract. The Authority shall havethe right to inspect all installations in the Area usedin connection with activities in the Area.

6 — A contract under paragraph 3 shall provide forsecurity of tenure. Accordingly, the contract shall notbe revised, suspended or terminated except in accor-dance with annex III, articles 18 and 19.

Article 154Periodic review

Every five years from the entry into force of this Con-vention, the Assembly shall undertake a general andsystematic review of the manner in which the interna-tional régime of the Area established in this Conventionhas operated in practice. In the light of this review theAssembly may take, or recommend that other organs

take, measures in accordance with the provisions andprocedures of this part and the annexes relating theretowhich will lead to the improvement of the operationof the régime.

Article 155

The Review Conference

1 — Fifteen years from 1 January of the year in whichthe earliest commercial production commences underan approved plan of work, the Assembly shall convenea conference for the review of those provisions of thispart and the relevant annexes which govern the systemof exploration and exploitation of the resources of theArea. The Review Conference shall consider in detail,in the light of the experience acquired during that period:

a) Whether the provisions of this part which governthe system of exploration and exploitation ofthe resources of the Area have achieved theiraims in all respects, including whether they havebenefited mankind as a whole;

b) Whether, during the 15-year period, reservedareas have been exploited in an effective andbalanced manner in comparison with non-reserved areas;

c) Whether the development and use of the Areaand its resources have been undertaken in sucha manner as to foster healthy development ofthe world economy and balanced growth ofinternational trade;

d) Whether monopolization of activities in theArea has been prevented;

e) Whether the policies set forth in articles 150and 151 have been fulfilled; and

f) Whether the system has resulted in the equitablesharing of benefits derived from activities in theArea, taking into particular consideration theinterests and needs of the developing States.

2 — The Review Conference shall ensure the main-tenance of the principle of the common heritage of man-kind, the international régime designed to ensure equit-able exploitation of the resources of the Area for thebenefit of all countries, especially the developing States,and an Authority to organize, conduct and control activ-ities in the Area. It shall also ensure the maintenanceof the principles laid down in this part with regard tothe exclusion of claims or exercise of sovereignty overany part of the Area, the rights of States and their gen-eral conduct in relation to the Area, and their partici-pation in activities in the Area in conformity with thisConvention, the prevention of monopolization of activ-ities in the Area, the use of the Area exclusively forpeaceful purposes, economic aspects of activities in theArea, marine scientific research, transfer of technology,protection of the marine environment, protection ofhuman life, rights of coastal States, the legal status ofthe waters superjacent to the Area and that of the airspace above those waters and accommodation betweenactivities in the Area and other activities in the marineenvironment.

3 — The decision-making procedure applicable at theReview Conference shall be the same as that applicableat the Third United Nations Conference on the Lawof the Sea. The Conference shall make every effort toreach agreement on any amendments by way of con-

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census and there should be no voting on such mattersuntil all efforts at achieving consensus have beenexhausted.

4 — If, five years after its commencement, the ReviewConference has not reached agreement on the systemof exploration and exploitation of the resources of theArea, it may decide during the ensuing 12 months, bya three-fourths majority of the States Parties, to adoptand submit to the States Parties for ratification or acces-sion such amendments changing or modifying the systemas it determines necessary and appropriate. Such amend-ments shall enter into force for all States Parties12 months after the deposit of instruments of ratificationor accession by three fourths of the States Parties.

5 — Amendments adopted by the Review Conferencepursuant to this article shall not affect rights acquiredunder existing contracts.

SECTION 4

The Authority

SUBSECTION A

General provisions

Article 156

Establishment of the Authority

1 — There is hereby established the InternationalSea-Bed Authority, which shall function in accordancewith this part.

2 — All States Parties are ipso facto members of theAuthority.

3 — Observers at the Third United Nations Confer-ence on the Law of the Sea who have signed the FinalAct and who are not referred to in article 305, para-graph 1, c), d), e) or f), shall have the right to participatein the Authority as observers, in accordance with itsrules, regulations and procedures.

4 — The seat of the Authority shall be in Jamaica.5 — The Authority may establish such regional cen-

tres or offices as it deems necessary for the exerciseof its functions.

Article 157

Nature and fundamental principles of the Authority

1 — The Authority is the organization through whichStates Parties shall, in accordance with this part, organizeand control activities in the Area, particularly with aview to administering the resources of the Area.

2 — The powers and functions of the Authority shallbe those expressly conferred upon it by this Convention.The Authority shall have such incidental powers, con-sistent with this Convention, as are implicit in and nec-essary for the exercise of those powers and functionswith respect to activities in the Area.

3 — The Authority is based on the principle of thesovereign equality of all its members.

4 — All members of the Authority shall fulfil in goodfaith the obligations assumed by them in accordancewith this part in order to ensure to all of them therights and benefits resulting from membership.

Article 158Organs of the Authority

1 — There are hereby established, as the principalorgans of the Authority, an Assembly, a Council anda Secretariat.

2 — There is hereby established the Enterprise, theorgan through which the Authority shall carry out thefunctions referred to in article 170, paragraph 1.

3 — Such subsidiary organs as may be found necessarymay be established in accordance with this part.

4 — Each principal organ of the Authority and theEnterprise shall be responsible for exercising those pow-ers and functions which are conferred upon it. In exer-cising such powers and functions each organ shall avoidtaking any action which may derogate from or impedethe exercise of specific powers and functions conferredupon another organ.

SUBSECTION B

The Assembly

Article 159Composition, procedure and voting

1 — The Assembly shall consist of all the membersof the Authority. Each member shall have one repre-sentative in the Assembly, who may be accompaniedby alternates and advisers.

2 — The Assembly shall meet in regular annual ses-sions and in such special sessions as may be decidedby the Assembly, or convened by the Secretary-Generalat the request of the Council or of a majority of themembers of the Authority.

3 — Sessions shall take place at the seat of theAuthority unless otherwise decided by the Assembly.

4 — The Assembly shall adopt its rules of procedure.At the beginning of each regular session, it shall electits President and such other officers as may be required.They shall hold office until a new President and otherofficers are elected at the next regular session.

5 — A majority of the members of the Assembly shallconstitute a quorum.

6 — Each member of the Assembly shall have onevote.

7 — Decisions on questions of procedure, includingdecisions to convene special sessions of the Assembly,shall be taken by a majority of the members presentand voting.

8 — Decisions on questions of substance shall betaken by a two-thirds majority of the members presentand voting, provided that such majority includes a major-ity of the members participating in the session. Whenthe issue arises as to whether a question is one of sub-stance or not, that question shall be treated as one ofsubstance unless otherwise decided by the Assembly bythe majority required for decisions on questions ofsubstance.

9 — When a question of substance comes up for vot-ing for the first time, the President may, and shall, ifrequested by at least one fifth of the members of theAssembly, defer the issue of taking a vote on that ques-tion for a period not exceeding five calendar days. Thisrule may be applied only once to any question, andshall not be applied so as to defer the question beyondthe end of the session.

10 — Upon a written request addressed to the Pres-ident and sponsored by at least one fourth of the mem-

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bers of the Authority for an advisory opinion on theconformity with this Convention of a proposal beforethe Assembly on any matter, the Assembly shall requestthe Sea-Bed Disputes Chamber of the International Tri-bunal for the Law of the Sea to give an advisory opinionthereon and shall defer voting on that proposal pendingreceipt of the advisory opinion by the Chamber. If theadvisory opinion is not received before the final weekof the session in which it is requested, the Assemblyshall decide when it will meet to vote upon the deferredproposal.

Article 160

Powers and functions

1 — The Assembly, as the sole organ of the Authorityconsisting of all the members, shall be considered thesupreme organ of the Authority to which the other prin-cipal organs shall be accountable as specifically providedfor in this Convention. The Assembly shall have thepower to establish general policies in conformity withthe relevant provisions of this Convention on any ques-tion or matter within the competence of the Authority.

2 — In addition, the powers and functions of theAssembly shall be:

a) To elect the members of the Council in accor-dance with article 161;

b) To elect the Secretary-General from among thecandidates proposed by the Council;

c) To elect, upon the recommendation of theCouncil, the members of the Governing Boardof the Enterprise and the Director-General ofthe Enterprise;

d) To establish such subsidiary organs as it findsnecessary for the exercise of its functions inaccordance with this part. In the compositionof these subsidiary organs due account shall betaken of the principle of equitable geographicaldistribution and of special interests and the needfor members qualified and competent in the rel-evant technical questions dealt with by suchorgans;

e) To assess the contributions of members to theadministrative budget of the Authority in accor-dance with an agreed scale of assessment basedupon the scale used for the regular budget ofthe United Nations until the Authority shallhave sufficient income from other sources tomeet its administrative expenses;

f) :

i) To consider and approve, upon the rec-ommendation of the Council, the rules,regulations and procedures on the equita-ble sharing of financial and other eco-nomic benefits derived from activities inthe Area and the payments and contri-butions made pursuant to article 82, tak-ing into particular consideration theinterests and needs of developing Statesand peoples who have note attained fullindependence or other self-governing sta-tus. If the Assembly does not approvethe recommendations of the Council, theAssembly shall return them to the Coun-cil for reconsideration in the light of theviews expressed by the Assembly;

ii) To consider and approve the rules, reg-ulations and procedures of the Authority,and any amendments thereto, provision-ally adopted by the Council pursuant toarticle 162, paragraph 2, o), ii). Theserules, regulations and procedures shallrelate to prospecting, exploration andexploitation in the Area, the financialmanagement and internal administrationof the Authority, and, upon the recom-mendation of the Governing Board of theEnterprise, to the transfer of funds fromthe Enterprise to the Authority;

g) To decide upon the equitable sharing of finan-cial and other economic benefits derived fromactivities in the Area, consistent with this Con-vention and the rules, regulations and proce-dures of the Authority;

h) To consider and approve the proposed annualbudget of the Authority submitted by theCouncil;

i) To examine periodic reports from the Counciland from the Enterprise and special reportsrequested from the Council or any other organof the Authority;

j) To initiate studies and make recommendationsfor the purpose of promoting international co-operation concerning activities in the Area andencouraging the progressive development ofinternational law relating thereto and its codi-fication;

k) To consider problems of a general nature inconnection with activities in the Area arisingin particular for developing States, as well asthose problems for States in connection withactivities in the Area that are due to their geo-graphical location, particularly for land-lockedand geographically disadvantaged States;

l) To establish, upon the recommendation of theCouncil, on the basis of advice from the Eco-nomic Planning Commission, a system of com-pensation or other measures of economic adjust-ment assistance as provided in article 151, para-graph 10;

m) To suspend the exercise of rights and privilegesof membership pursuant to article 185;

n) To discuss any question or matter within thecompetence of the Authority and to decide asto which organ of the Authority shall deal withany such question or matter not specificallyentrusted to a particular organ, consistent withthe distribution of powers and functions amongthe organs of the Authority.

SUBSECTION C

The Council

Article 161Composition, procedure and voting

1 — The Council shall consist of 36 members of theAuthority elected by the Assembly in the followingorder:

a) Four members from among those States Partieswhich, during the last five years for which stat-

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istics are available, have either consumed morethan 2 per cent of total world consumption orhave had net imports of more than 2 per centof total world imports of the commodities pro-duced from the categories of minerals to bederived from the Area, and in any case one Statefrom the Eastern European (Socialist) region,as well as the largest consumer;

b) Four members from among the eight States Par-ties which have the largest investments in prep-aration for and in the conduct of activities inthe Area, either directly or through their nation-als, including at least one State from the EasternEuropean (Socialist) region;

c) Four members from among States Parties whichon the basis of production in areas under theirjurisdiction are major net exporters of the cat-egories of minerals to be derived from the Area,including at least two developing States whoseexports of such minerals have a substantial bear-ing upon their economies;

d) Six members from among developing States Par-ties, representing special interests. The specialinterests be represented shall include those ofStates with large populations, States which areland-locked or geographically disadvantaged,States which are major importers of the cat-egories of minerals to be derived from the Area,States which are potential producers of suchminerals, and least developed States;

e) Eighteen members elected according to theprinciple of ensuring an equitable geographicaldistribution of seats in the Council as a whole,provided that each geographical region shallhave at least one member elected under thissubparagraph. For this purpose, the geograph-ical regions shall be Africa, Asia, Eastern Euro-pean (Socialist), Latin America and WesternEuropean and Others.

2 — In electing the members of the Council in accor-dance with paragraph 1, the Assembly shall ensure that:

a) Land-locked and geographically disadvantagedStates are represented to a degree which is rea-sonably proportionate to their representation inthe Assembly;

b) Coastal States, especially developing States,which do not qualify under paragraph 1, a), b),c) or d), are represented to a degree which isreasonably proportionate to their representa-tion in the Assembly;

c) Each group of States Parties to be representedon the Council is represented by those members,if any, which are nominated by that group.

3 — Elections shall take place at regular sessions ofthe Assembly. Each member of the Council shall beelected for four years. At the first election, however,the term of one half of the members of each groupreferred to in paragraph 1 shall be two years.

4 — Members of the Council shall be eligible for re-election, but due regard should be paid to the desirabilityof rotation of membership.

5 — The Council shall function at the seat of theAuthority, and shall meet as often as the business ofthe Authority may require, but not less than three timesa year.

6 — A majority of the members of the Council shallconstitute a quorum.

7 — Each member of the Council shall have one vote.8 — a) Decisions on questions of procedure shall be

taken by a majority of the members present and voting.b) Decisions on questions of substance arising under

the following provisions shall be taken by a two-thirdsmajority of the members present and voting, providedthat such majority includes a majority of the membersof the Council: article 162, paragraph 2, subparagraphsf), g), h), i), n), p), v); article 191.

c) Decisions on questions of substance arising underthe following provisions shall be taken by a three-fourthsmajority of the members present and voting, providedthat such majority includes a majority of the membersof the Council: article 162, paragraph 1; article 162,paragraph 2, subparagraphs a), b), c), d), e), l), q), r),s), t), u) in cases of non-compliance by a contractoror a sponsor, w) provided that orders issued thereundermay be binding for not more than 30 days unless con-firmed by a decision taken in accordance with subpara-graph d); article 162, paragraph 2, subparagraphs x),y), z); article 163, paragraph 2; article 174, paragraph3; annex IV, article 11.

d) Decisions on questions of substance arising underthe following provisions shall be taken by consensus:article 162, paragraph 2, m) and o); adoption of amend-ments to part XI.

e) For the purposes of subparagraphs d), f) and g),«consensus» means the absence of any formal objection.Within 14 days of the submission of a proposal to theCouncil, the President of the Council shall determinewheter there would be a formal objection to the adoptionof the proposal. If the President determines that therewould be such an objection, the President shall establishand convene, within three days following such deter-mination, a conciliation committee consisting of notmore than nine members of the Council, with the Pres-ident as chairman, for the purpose of reconciling thedifferences and producing a proposal which can be adop-ted by consensus. The committee shall work expedi-tiously and report to the Council within 14 days followingits establishment. If the committee is unable to recom-mend a proposal which can be adopted by consensus,it shall set out in its report the grounds on which theproposal is being opposed.

f) Decision on questions not listed above which theCouncil is authorized to take by the rules, regulations,and procedures of the Authority or otherwise shall betaken pursuant to the subparagraphs of this paragraphspecified in the rules, regulations and procedures or,if not specified therein, then pursuant to the subpara-graph determined by the Council if possible in advance,by consensus.

g) When the issue arises as to whether a questionis within subparagraph a), b), c) or d), the questionshall be treated as being within the subparagraph requir-ing the higher or highest majority or consensus as thecase may be, unless otherwise decided by the Councilby the said majority or by consensus.

9 — The Council shall establish a procedure wherebya member of the Authority not represented on the Coun-cil may send a representative to attend a meeting ofthe Council when a request is made by such member,or a matter particularly affecting it is under consider-ation. Such a representative shall be entitled to par-ticipate in the deliberations but not to vote.

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Article 162

Powers and functions

1 — The Council is the executive organ of the Author-ity. The Council shall have the power to establish, inconformity with this Convention and the general policiesestablished by the Assembly, the specific policies to bepursued by the Authority on any question or matterwithin the competence of the Authority.

2 — In addition, the Council shall:

a) Supervise and co-ordinate the implementationof the provisions of this part on all questionsand matters within the competence of theAuthority and invite the attention of the Assem-bly to cases of non-compliance;

b) Propose to the Assembly a list of candidatesfor the election of the Secretary-General;

c) Recommend to the Assembly candidates for theelection of the members of the Governing Boardof the Enterprise and the Director-General ofthe Enterprise;

d) Establish, as appropriate, and with due regardto economy and efficiency, such subsidiaryorgans as it finds necessary for the exercise ofits functions in accordance with this part. In thecomposition of subsidiary organs, emphasis shallbe placed on the need for members qualifiedand competent in relevant technical mattersdealt with by those organs provided that dueaccount shall be taken of the principle of equit-able geographical distribution and of specialinterests;

e) Adopt its rules of procedure including themethod of selecting its president;

f) Enter into agreements with the United Nationsor other international organizations on behalfof the Authority and within its competence, sub-ject to approval by the Assembly;

g) Consider the reports of the Enterprise andtransmit them to the Assembly with its rec-ommendations;

h) Present to the Assembly annual reports and suchspecial reports as the Assembly may request;

i) Issue directives to the Enterprise in accordancewith article 170;

j) Aprove plans of work in accordance with annex III,article 6. The Council shall act upon each planof work within 60 days of its submission by theLegal and Technical Commission at a sessionof the Council in accordance with the followingprocedures:

i) If the Commission recommends theapproval of a plan of work, it shall bedeemed to have been approved by theCouncil if no member of the Council sub-mits in writing to the President within14 days a specific objection alleging non-compliance with the requirements ofannex III, article 6. If there is an objection,the conciliation procedure set forth inarticle 161, paragraph 8, e), shall apply.If, at the end of the conciliation proce-dure, the objection is still maintained, theplan of work shall be deemed to havebeen approved by the Council unless theCouncil disapproves it by consensus

among its members excluding any Stateor States making the application or spon-soring the applicant;

ii) If the Commission recommends the dis-approval of a plan of work or does notmake a recommendation, the Councilmay approve the plan of work by a three-fourths majority includes a majority ofthe members participating in the session;

k) Approve plans of work submitted by the Enter-prise in accordance with annex IV, article 12,applying, mutatis mutandis, the procedures setforth in subparagraph j);

l) Exercise control over activities in the Area inaccordance with article 153, paragraph 4, andthe rules, regulations and procedures of theAuthority;

m) Take, upon the recommendation of the Eco-nomic Planning Commission, necessary andappropriate measures in accordance with arti-cle 150, subparagraph h), to provide protectionfrom the adverse economic effects specifiedtherein;

n) Make recommendations to the Assembly, on thebasis of advice from the Economic PlanningCommission, for a system of compensation orother measures of economic adjustment assis-tance as provided in article 151, paragraph 10;

o) :

i) Recommend to the Assembly rules, reg-ulations and procedures on the equitablesharing of financial and other economicbenefits derived from activities in theArea and the payments and contributionsmade pursuant to article 82, taking intoparticular consideration the interests andneeds of the developing States and peo-ples who have not attained full indepen-dence or other self-governing status;

ii) Adopt and apply provisionally, pendingapproval by the Assembly, the rules, reg-ulations and procedures of the Authority,and any amendments thereto, taking intoaccount the recommendations of theLegal and Technical Commission orother subordinate organ concerned.These rules, regulations and proceduresshall relate to prospecting, explorationsand exploitation in the Area and thefinancial management and internaladministration of the Authority. Priorityshall be given to the adoption of rules,regulations and procedures for theexploration for and exploitation of poly-metallic nodules. Rules, regulations andprocedures for the exploration for andexploitation of any resource other thanpolymetallic nodules shall be adoptedwithin three years from the date of arequest to the Authority by any of itsmembers to adopt such rules, regulationsand procedures in respect of suchresource. All rules, regulations and pro-cedures shall remain in effect on a pro-visional basis until approved by theAssembly or until amended by the Coun-cil in the light of any views expressed bythe Assembly;

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p) Review the collection of all payments to be madeby or to the Authority in connection with oper-ations pursuant to this part;

q) Make the selection from among applicants forproduction authorizations pursuant to annex III,article 7, where such selection is required bythat provision;

r) Submit the proposed annual budget of theAuthority to the Assembly for its approval;

s) Make recommendations to the Assembly con-cerning policies on any question or matter withinthe competence of the Authority;

t) Make recommendations to the Assembly con-cerning suspension of the exercise of the rightsand privileges of membership pursuant toarticle 185;

u) Institute proceedings on behalf of the Authoritybefore the Sea-Bed Disputes Chamber in casesof non-compliance;

v) Notify the Assembly upon a decision by the Sea-Bed Disputes Chamber in proceedings institutedunder subparagraph u), and make any recom-mendations which it may find appropriate withrespect to measures to be taken;

w) Issue emergency orders, which may includeorders for the suspension or adjustment of oper-ations, to prevent serious harm to the marineenvironment arising out of activities in the Area;

x) Disapprove areas for exploitation by contractorsor the Enterprise in cases where substantial evi-dence indicates the risk of serious harm to themarine environment;

y) Establish a subsidiary organ for the elaborationof draft financial rules, regulations and proce-dures relating to:

i) Financial management in accordance witharticles 171 to 175; and

ii) Financial arrangements in accordancewith annex III, article 13 and article 17,paragraph 1, c);

z) Establish appropriate mechanisms for directingand supervising a staff of inspectors who shallinspect activities in the Area to determinewhether this part, the rules, regulations and pro-cedures of the Authority, and the terms andconditions of any contrat with the Authority arebeing complied with.

Article 163Organs of the Council

1 — There are hereby established the followingorgans of the Council:

a) An Economic Planning Commission;b) A Legal and Technical Commission.

2 — Each Commission shall be composed of 15 mem-bers, elected by the Council from among the candidatesnominated by the States Parties. However, if necessary,the Council may decide to increase the size of eitherCommission having due regard to economy and effi-ciency.

3 — Members of a Commission shall have appropriatequalifications in the area of competence of that Com-mission. States Parties shall nominate candidates of thehighest standards of competence and integrity with qual-

ifications in relevant fields so as to ensure the effectiveexercise of the functions of the Commissions.

4 — In the election of members of the Commissions,due account shall be taken of the need for equitablegeographical distribution and the representation of spe-cial interests.

5 — No State Party may nominate more than onecandidate for the same Commission. No person shallbe elected to serve on more than one Commission.

6 — Members of the Commissions shall hold officefor a term of five years. They shall be eligible for re-election for a further term.

7 — In the event of the death, incapacity or resig-nation of a member of a Commission prior to the expir-ation of the term of office, the Council shall elect forthe remainder of the term, a member from the samegeographical region or area of interest.

8 — Members of Commissions shall have no financialinterest in any activity relating to exploration and exploi-tation in the Area. Subject to their responsibilities tothe Commissions upon which they serve, they shall notdisclose, even after the termination of their functions,any industrial secret, proprietary data which are trans-ferred to the Authority in accordance with annex III,article 14, or any other confidential information comingto their knowledge by reason of their duties for theAuthority.

9 — Each Commission shall exercise its functions inaccordance with such guidelines and directives as theCouncil may adopte.

10 — Each Commission shall formulate and submitto the Council for approval such rules and regulationsas may be necessary for the efficient conduct of theCommission’s functions.

11 — The decision-making procedures of the Com-missions shall be established by the rules, regulationsand procedures of the Authority. Recommendations tothe Council shall, where necessary, be accompanied bya summary on the divergencies of opinion in theCommission.

12 — Each Commission shall normally function at theseat of the Authority and shall meet as often as isrequired for the efficient exercise of its functions.

13 — In the exercise of its functions, each Commissionmay, where appropriate, consult another Commission,any competent organ of the United Nations or of itsspecialized agencies or any international organizationswith competence in the subject-matter of such con-sultation.

Article 164The Economic Planning Commission

1 — Members of the Economic Planning Commissionshall have appropriate qualifications such as those rel-evant to mining, management of mineral resource activ-ities, international trade or international economics. TheCouncil shall endeavour to ensure that the membershipof the Commission reflects all appropriate qualifications.The Commission shall include at least two membersfrom developing States whose exports of the categoriesof minerals to be derived from the Area have a sub-stancial bearing upon their economies.

2 — The Commission shall:

a) Propose, upon the request of the Council, meas-ures to implement decisions relating to activitiesin the Area taken in accordance with thisConvention;

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b) Review the trends of and the factors affectingsupply, demand and prices of materials whichmay be derived from the Area, bearing in mindthe interests of both importing and exportingcountries, and in particular of the developingStates among them;

c) Examine any situation likely to lead to theadverse effects referred to in article 150, sub-paragraph h), brought to its attention by theState Party or States Parties concerned, andmake appropriate recommendations to theCouncil;

d) Propose to the Council for submission to theAssembly, as provided in article 151, para-graph 10, a system of compensation or othermeasures of economic adjustment assistance fordeveloping States which suffer adverse effectscaused by activities in the Area. The Commis-sion shall make the recommendations to theCouncil that are necessary for the applicationof the system or other measures adopted by theAssembly in specific cases.

Article 165The Legal and Technical Commission

1 — Members of the Legal and Technical Commis-sion shall have appropriate qualifications such as thoserelevant to exploration for and exploitation and pro-cessing of mineral resources, oceanology, protection ofthe marine environment, or economic or legal mattersrelating to ocean mining and related fields of expertise.The Council shall endeavour to ensure that the mem-bership of the Commission reflects all appropriatequalifications.

2 — The Commission shall:

a) Make recommendations with regard to the exer-cise of the Authority’s functions upon therequest of the Council;

b) Review formal written plans of work for activ-ities in the Area in accordance with article 153,paragraph 3, and submit appropriate recom-mendations to the Council. The Commissionshall base its recommendations solely on thegrounds stated in annex III and shall report fullythereon to the Council;

c) Supervise, upon the request of the Council,activities in the Area, where appropriate, in con-sultation and collaboration with any entity car-rying out such activities or State or States con-cerned and report to the Council;

d) Prepare assessments of the environmental impli-cations of activities in the Area;

e) Make recommendations to the Council on theprotection of the marine environment, takinginto account the views of recognized experts inthat field;

f) Formulate and submit to the Council the rules,regulations and procedures referred to in arti-cle 162, paragraph 2, o), taking into accountall relevant factors including assessments of theenvironmental implications of activities in theArea;

g) Keep such rules, regulations and proceduresunder review and recommend to the Councilfrom time to time such amendments thereto asit may deem necessary or desirable;

h) Make recommendations to the Council regard-ing the establishment of a monitoring pro-gramme to observe, measure, evaluate and ana-lyse, by recognized scientific methods, on a reg-ular basis, the risks or effects of pollution ofthe marine environment resulting from activitiesin the Area, ensure that existing regulations areadequate and are complied with and co-ordinatethe implementation of the monitoring pro-gramme approved by the Council;

i) Recommend to the Council that proceedingsbe instituted on behalf of the Authority beforethe Sea-Bed Disputes Chamber, in accordancewith this part and the relevant annexes takinginto account particularly article 187;

j) Make recommendations to the Council withrespect to measures to be taken, upon a decisionby the Sea-Bed Disputes Chamber in proceed-ings instituted in accordance with subpara-graph i);

k) Make recommendations to the Council to issueemergency orders, which may include orders forthe suspension or adjustment of operations, toprevent serious harm to the marine environmentarising out of activities in the Area. Such rec-ommendations shall be taken up by the Councilon a priority basis;

l) Make recommendations to the Council to dis-approve areas for exploitation by contractors orthe Enterprise in cases where substantial evi-dence indicates the risk of serious harm to themarine environment;

m) Make recommendations to the Council regard-ing the direction and supervision of a staff ofinspectors who shall inspect activities in theArea to determine whether the provisions ofthis part, the rules, regulations and proceduresof the Authority, and the terms and conditionsof any contract with the Authority are beingcomplied with;

n) Calculate the production ceiling and issue pro-duction authorizations on behalf of the Author-ity pursuant to article 151, paragraphs 2 to 7,following any necessary selection among appli-cants for production authorizations by theCouncil in accordance with annex III, article 7.

3 — The members of the Commission shall, uponrequest by any State Party or other party concerned,be accompanied by a representative of such State orother party concerned when carrying out their functionof supervision and inspection.

SUBSECTION D

The Secretariat

Article 166The Secretariat

1 — The Secretariat of the Authority shall comprisea Secretary-General and such staff as the Authority mayrequire.

2 — The Secretary-General shall be elected for fouryears by the Assembly from among the candidates pro-posed by the Council and may be re-elected.

3 — The Secretary-General shall be the chief admin-istrative officer of the Authority, and shall act in that

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capacity in all meetings of the Assembly, of the Counciland of any subsidiary organ, and shall perform suchother administrative functions as are entrusted to theSecretary-General by these organs.

4 — The Secretary-General shall make an annualreport to the Assembly on the work of the Authority.

Article 167

The staff of the Authority

1 — The staff of the Authority shall consist of suchqualified scientific and technical and other personnelas may be required to fulfil the administrative functionsof the Authority.

2 — The paramount consideration in the recruitmentand employment of the staff and in the determinationof their conditions of service shall be the necessity ofsecuring the highest standards of efficiency, competenceand integrity. Subject to this consideration, due regardshall be paid to the importance of recruiting the staffon as wide a geographical basis as possible.

3 — The staff shall be appointed by the Secretary-General. The terms and conditions on which they shallbe appointed, remunerated and dismissed shall be inaccordance with the rules, regulations and proceduresof the Authority.

Article 168

International character of the Secretariat

1 — In the performance of their duties the Secre-tary-General and the staff shall not seek or receiveinstructions from any government or from any othersource external to the Authority. They shall refrain fromany action which might reflect on their position as inter-national officials responsible only to the Authority. EachState Party undertakes to respect the exclusively inter-national character of the responsibilities of the Secre-tary-General and the staff and not to seek to influencethem in the discharge of their responsibilities. Any vio-lation of responsibilities by a staff member shall be sub-mitted to the appropriate administrative tribunal as pro-vided in the rules, regulations and procedures of theAuthority.

2 — The Secretary-General and the staff shall haveno financial interest in any activity relating to explorationand exploitation in the Area. Subject to their respon-sibilities to the Authority, they shall not disclose, evenafter the termination of their functions, any industrialsecret, proprietary data which are transferred to theAuthority in accordance with annex III, article 14, orany other confidential information coming to theirknowledge by reason of their employment with theAuthority.

3 — Violations of the obligations of a staff memberof the Authority set forth in paragraph 2 shall, on therequest of a State Party affected by such violation, ora natural ou juridical person, sponsored by a State Partyas provided in article 153, paragraph 2, b), and affectedby such violation, be submitted by the Authority againstthe staff member concerned to a tribunal designatedby the rules, regulations and procedures of the Author-ity. The Party affected shall have the right to take partin the proceedings. If the tribunal so recommends, theSecretary-General shall dismiss the staff member con-cerned.

4 — The rules, regulations and procedures of theAuthority shall contain such provisions as are necessaryto implement this article.

Article 169Consultation and co-operation with international

and non-governmental organizations

1 — The Secretary-General shall, on matters withinthe competence of the Authority, make suitable arrange-ments, with the approval of the Council, for consultationand co-operation with international and non-govern-mental organizations recognized by the Economic andSocial Council of the United Nations.

2 — Any organization with which the Secretary-Gen-eral has entered into an arrangement under paragraph 1may designate representatives to attend meetings of theorgans of the Authority as observers in accordance withthe rules of procedure of these organs. Procedures shallbe established for obtaining the views of such organ-izations in appropriate cases.

3 — The Secretary-General may distribute to StatesParties written reports submitted by the non-govern-mental organizations referred to in paragraph 1 on sub-jects in which they have special competence and whichare related to the work of the Authority.

SUBSECTION E

The Enterprise

Article 170The Enterprise

1 — The Enterprise shall be the organ of the Author-ity which shall carry out activities in the Area directly,pursuant to article 153, paragraph 2, a), as well as thetransporting, processing and marketing of mineralsrecovered from the Area.

2 — The Enterprise shall, within the framework ofthe international legal personality of the Authority, havesuch legal capacity as is provided for in the Statute setforth in annex IV. The Enterprise shall act in accordancewith this Convention and the rules, regulations and pro-cedures of the Authority, as well as the general policiesestablished by the Assembly, and shall be subject tothe directives and control of the Council.

3 — The Enterprise shall have its principal place ofbusiness at the seat of the Authority.

4 — The Enterprise shall, in accordance with arti-cle 173, paragraph 2, and annex IV, article 11, be pro-vided with such funds as it may require to carry outits functions, and shall receive technology as providedin article 144 and other relevant provisions of thisConvention.

SUBSECTION F

Financial arrangements of the Authority

Article 171Funds of the Authority

The funds of the Authority shall include:

a) Assessed contributions made by members of theAuthority in accordance with article 160, para-graph 2, e);

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b) Funds received by the Authority pursuant toannex III, article 13, in connection with activitiesin the Area;

c) Funds transferred from the Enterprise in accor-dance with annex IV, article 10;

d) Funds borrowed pursuant to article 174;e) Voluntary contributions made by members or

other entities; andf) Payments to a compensation fund, in accor-

dance with article 151, paragraph 10, whosesources are to be recommended by the Eco-nomic Planning Commission.

Article 172

Annual budget of the Authority

The Secretary-General shall draft the proposedannual budget of the Authority and submit it to theCouncil. The Council shall consider the proposed annualbudget and submit it to the Assembly, together withany recommendations thereon. The Assembly shall con-sider and approve the proposed annual budget in accor-dance with article 160, paragraph 2, h).

Article 173

Expenses of the Authority

1 — The contributions referred to in article 171, sub-paragraph a), shall be paid into a special account tomeet the administrative expenses of the Authority untilthe Authority has sufficient funds from other sourcesto meet those expenses.

2 — The administrative expenses of the Authorityshall be a first call upon the funds of the Authority.Except for the assessed contributions referred to in arti-cle 171, subparagraph a), the funds which remain afterpayment of administrative expenses may, inter alia:

a) Be shared in accordance with article 140 andarticle 160, paragraph 2, g);

b) Be used to provide the Enterprise with fundsin accordance with article 170, paragraph 4;

c) Be used to compensate developing States inaccordance with article 151, paragraph 10, andarticle 160, paragraph, 2, l).

Article 174

Borrowing power of the Authority

1 — The Authority shall have the power to borrowfunds.

2 — The Assembly shall prescribe the limits on theborrowing power of the Authority in the financial reg-ulations adopted pursuant to article 160, paragraph 2, f).

3 — The Council shall exercise the borrowing powerof the Authority.

4 — States Parties shall not be liable for the debtsof the Authority.

Article 175

Annual audit

The records, books and accounts of the Authority,including its annual financial statements, shall be auditedannually by an independent auditor appointed by theAssembly.

SUBSECTION G

Legal status, privileges and immunities

Article 176Legal status

The Authority shall have international legal person-ality and such legal capacity as may be necessary forthe exercise of its functions and the fulfilment of itspurposes.

Article 177Privileges and immunities

To enable the Authority to exercise its functions, itshall enjoy in the territory of each State Party the priv-ileges and immunities set forth in this subsection. Theprivileges and immunities relating to the enterprise shallbe those set forth in annex IV, article 13.

Article 178Immunity from legal process

The Authority, its property and assets, shall enjoyimmunity from legal process except to the extent thatthe Authority expressly waives this immunity in a par-ticular case.

Article 179Immunity from search and any form of seizure

The property and assets of the Authority, whereverlocated and by whomsoever held, shall be immune fromsearch, requisition, confiscation, expropriation or anyother form of seizure by executive or legislative action.

Article 180Exemption from restrictions, regulations,

controls and moratoria

The property and assets of the Authority shall beexempt from restrictions, regulations, controls and mor-atoria of any nature.

Article 181Archives and official communications of the Authority

1 — The archives of the Authority, wherever located,shall be inviolable.

2 — Proprietary data, industrial secrets or similarinformation and personnel records shall not be placedin archives which are open to public inspection.

3 — With regard to its official communications, theAuthority shall be accorded by each State Party treat-ment no less favourable than that accorded by that Stateto other international organizations.

Article 182Privileges and immunities of certain persons

connected with the Authority

Representatives of States Parties attending meetingsof the Assembly, the Council or organs of the Assemblyor the Council, and the Secretary-General and staff ofthe Authority, shall enjoy in the territory of each StateParty:

a) Immunity from legal process with respect to actsperformed by them in the exercise of their func-

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tions, except to the extent that the State whichthey represent or the Authority, as appropriate,expressly waives this immunity in a particularcase;

b) If they are not nationals of that State Party,the same exemptions from immigration restric-tions, alien registration requirements andnational service obligations, the same facilitiesas regards exchange restrictions and the sametreatment in respect of travelling facilities asare accorded by that State to the representatives,officials and employees of comparable rank ofother States Parties.

Article 183Exemption from taxes and customs duties

1 — Within the scope of its official activities, theAuthority, its assets and property, its income, and itsoperations and transactions, authorized by this Conven-tion, shall be exempt from all direct taxation and goodsimported or exported for its official use shall be exemptfrom all customs duties. The Authority shall not claimexemption from taxes which are no more than chargesfor services rendered.

2 — When purchases of goods or services of substan-cial value necessary for the oficial activities of theAuthority are made by or on behalf of the Authority,and when the price of such goods or services includestaxes or duties, appropriate measures shall, to the extentpraticable, be taken by States Parties to grant exemptionfrom such taxes or duties or provide for their reim-bursement. Goods imported or purchased under anexemption provided for in this article shall not be soldor otherwise disposed of in the territory of the StateParty which granted the exemption, except under con-ditions agreed with that State Party.

3 — No tax shall be levied by States Parties on orin respect of salaries and emoluments paid or any otherform of payment made by the Authority to the Sec-retary-General and staff of the Authority, as well asexperts performing missions for the Authority, who arenot their nationals.

SUBSECTION H

Suspension of the exercise of rightsand privilegies of members

Article 184Suspension of the exercise of voting rights

A State Party which is in arrears in the payment ofits financial contributions to the Authority shall haveno vote if the amount of its arrears equals or exceedsthe amount of the contributions due from it for thepreceding two full years. The Assembly may, neverthe-less, permit such a member to vote if it is satisfied thatthe failure to pay is due to conditions beyond the controlof the member.

Article 185Suspension of exercise of rights and privilegies

of membership

1 — A State Party which has grossly and persistentlyviolated privisions of this part may be suspended fromthe exercise of the rights and privilegies of membership

by the Assembly upon the recommendation of theCouncil.

2 — No action may be taken under paragraph 1 untilthe Sea-Bed Disputes Chamber has found that a StateParty has grossly and persistently violated the provisionsof this part.

SECTION 5

Settlement of disputes and advisory opinions

Article 186Sea-Bed Disputes Chamber of the International Tribunal

for the Law of the Sea

The establishment of the Sea-Bed Disputes Chamberand the manner in which it shall exercise its jurisdictionshall be governed by the provisions of this section, ofpart XV and of annex VI.

Article 187Jurisdiction of the Sea-Bed Disputes Chamber

The Sea-Bed Disputes Chamber shall have jurisdic-tion under this part and the annexes relating theretoin disputes with respect to activities in the Area fallingwithin the following categories:

a) Disputes between States Parties concerning theinterpretation or application of this part andthe annexes relating thereto;

b) Disputes between a State Party and the Author-ity concerning:

i) Acts or omissions of the Authority or ofa State Party alleged to be in violationof this part or the annexes relatingthereto or of rules, regulations and pro-cedures of the Authority adopted inaccordance therewith; or

ii) Acts of Authority alleged to be in excessof jurisdiction or a misuse of power;

c) Disputes between parties to a contract, beingStates Parties, the Authority or the Enterprise,state enterprises and natural or juridical personsreferred to in article 153, paragragh 2, b),concerning:

i) The interpretation or application of a rel-evant contract or a plan of work; or

ii) Acts or omissions of a party to the con-tract relating to activities in the Area anddirected to the other party or directlyaffecting its legitimate interests;

d) Disputes between the Authority and a prospec-tive contractor who has been sponsored by aState as provided in article 153, paragraph 2,b), and has duly fulfilled the conditions referredto in annex III, article 4, paragraph 6, and arti-cle 13, paragraph 2, concerning the refusal ofa contract or a legal issue arising in the nego-tiation of the contract;

e) Disputes between the Authority and a StateParty, a state enterprise or a natural or juridicalperson sponsored by a State Party as providedfor in article 153, paragraph 2, b), where it isalleged that the Authority has incurred liabilityas provided in annex III, article 22;

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f) Any other disputes for which the jurisdictionof the Chamber is specifically provided in thisConvention.

Article 188Submission of disputes to a special chamber of the International

Tribunal for the Law of the Sea or an ad hoc chamber of theSea-Bed Disputes Chamber or to binding commercial arbitration.

1 — Disputes between States Parties referred to inarticle 187, subparagraph a), may be submitted:

a) At the request of the parties to the dispute,to a special chamber of the International Tri-bunal for the Law of the Sea to be formed inaccordance with annex VI, articles 15 and 17;or

b) At the request of any party to the dispute, toan ad hoc chamber of the Sea-Bed DisputesChamber to be formed in accordance withannex VI, article 36.

2 — a) Disputes concerning the interpretation orapplication of a contract referred to in article 187, sub-paragraph c), i), shall be submitted, at the request ofany party to the dispute, to binding commercial arbi-tration, unless the parties otherwise agree. A commercialarbitral tribunal to which the dispute is submitted shallhave no jurisdiction to decide any question of inter-pretation of this Convention. When the dispute alsoinvolves a question of the interpretation of part XI andthe annexes relating thereto, with respect to activitiesin the Area, that question shall be referred to the Sea-Bed Disputes Chamber for a ruling.

b) If, at the commencement of or in the course ofsuch arbitration, the arbitral tribunal determines, eitherat the request of any party to the dispute or propriomotu, that its decision depends upon a ruling of theSea-Bed Disputes Chamber, the arbitral tribunal shallrefer such question to the Sea-Bed Disputes Chamberfor such ruling. The arbitral tribunal shall then proceedto render its award in conformity with the ruling ofthe Sea-Bed Disputes Chamber.

c) In the absence of a provision in the contract onthe arbitration procedure to be applied in the dispute,the arbitration shall be conducted in accordance withthe UNCITRAL Arbitration Rules or such other arbi-tration rules as may be prescribed in the rules, reg-ulations and procedures of the Authority, unless theparties to the dispute otherwise agree.

Article 189Limitation on jurisdiction with regard

to decisions of the Authority

The Sea-Bed Disputes Chamber shall have no jur-isdiction with regard to the exercise by the Authorityof its discretionary powers in accordance with this part;in no case shall it substitute its discretion for that ofthe Authority. Without prejudice to article 191, in exer-cising it’s jurisdiction pursuant to article 187, the Sea-Bed Disputes Chamber shall not pronounce itself onthe question of whether any rules, regulations and pro-cedures of the Authority are in conformity with thisConvention, nor declare invalid any such rules, regu-lations and procedures. Its jurisdiction in this regardshall be confined to deciding claims that the applicationof any rules, regulations and procedures of the Authority

in individual cases would be in conflict with the con-tractual obligations of the parties to the dispute or theirobligations under this Convention, claims concerningexcess of jurisdiction or misuse of power, and to claimsfor damages to be paid or other remedy to be givento the party concerned for the failure of the other partyto comply with its contractual obligations or its obli-gations under this Convention.

Article 190Participation and appearance of sponsoring

States Parties in proceedings

1 — If a natural or juridical person is a party to adispute referred to in article 187, the sponsoring Stateshall be given notice thereof and shall have the rightto participate in the proceedings by submitting writtenor oral statements.

2 — If an action is brought against a State Party bya natural or juridical person sponsored by another StateParty in a dispute referred to in article 187, subpara-graph c), the respondent State may request the Statesponsoring that person to appear in the proceedingson behalf of that person. Failing such appearance, therespondent State may arrange to be represented by ajuridical person of its nationality.

Article 191Advisory opinions

The Sea-Bed Disputes Chamber shall give advisoryopinions at the request of the Assembly or the Councilon legal questions arising within the scope of their activ-ities. Such opinions shall be given as a matter of urgency.

PART XII

Protection and preservation of the marineenvironment

SECTION 1

General provisions

Article 192General obligation

States have the obligation to protect and preservethe marine environment.

Article 193Sovereign right of States to exploit their natural resources

States have the sovereign right to exploit their naturalresources pursuant to their environmental policies andin accordance with their duty to protect and preservethe marine environment.

Article 194Measures to prevent, reduce and control pollution

of the marine environment

1 — States shall take, individually or jointly as appro-priate, all measures consistent with this Convention thatare necessary to prevent, reduce and control pollutionof the marine environment from any source, using for

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this purpose the best praticable means at their disposaland in accordance with their capabilities, and they shallendeavour to harmonize their policies in this connection.

2 — States shall take all measures necessary to ensurethat activities under their jurisdiction or control are soconducted as not to cause damage by pollution to otherStates and their environment, and that pollution arisingfrom incidents or activities under their jurisdiction orcontrol does not spread beyond the areas where theyexercise sovereign rights in accordance with this Con-vention.

3 — The measures taken pursuant to this part shalldeal with all sources of pollution of the marine envir-onment. These measures shall include, inter alia, thosedesigned to minimize to the fullest possible extent:

a) The release of toxic, harmful or noxious sub-stances, especially those which are persistent,from land-based sources, from or through theatmosphere or by dumping;

b) Pollution from vessels, in particular measuresfor preventing accidents and dealing with emer-gencies, ensuring the safety of operations at sea,preventing intentional and inintentional dischar-ges, and regulating the design, construction,equipment, operation and manning of vessels;

c) Pollution from installations and devices used inexploration or exploitation of the natural resour-ces of the sea-bed and subsoil, in particularmeasures for preventing accidents and dealingwith emergencies, ensuring the safety of oper-ations at sea, and regulating the design, con-struction, equipment, operation and manning ofsuch installations or devices;

d) Pollution from other installations and devicesoperating in the marine environment, in par-ticular measures for preventing accidents anddealing with emergencies, ensuring the safetyof operations at sea, and regulating the design,construction, equipment, operation and man-ning of such installations or devices.

4 — In taking measures to prevent, reduce or controlpollution of the marine environment, States shall refrainfrom unjustifiable interference with activities carried outby other States in the exercise of their rights and inpursuance of their duties in conformity with this Con-vention.

5 — The measures taken in accordance with this partshall include those necessary to protect and preserverare or fragile ecosystems as well as the habitat of deple-ted, threatened or endangered species and other formsof marine life.

Article 195Duty not to transfer damage or hazards or transform

one type of pollution into another

In taking measures to prevent, reduce and controlpollution of the marine environment, States shall actso as not to transfer, directly or indirectly, damage orhazards from one area to another or transform one typeof pollution into another.

Article 196Use of technologies or introduction of alien or new species

1 — States shall take all measures necessary to pre-vent, reduce and control pollution of the marine envir-

onment resulting from the use of technologies undertheir jurisdiction or control, or the intentional or acci-dental introduction of species, alien or new, to a par-ticular part of the marine environment, which may causesignificant and harmful changes thereto.

2 — This article does not affect the application ofthis Convention regarding the prevention, reduction andcontrol of pollution of the marine environment.

SECTION 2

Global and regional co-operation

Article 197Co-operation on a global or regional basis

States shall co-operate on a global basis and, as appro-priate, on a regional basis, directly or through competentinternational organizations, in formulating and elabo-rating international rules, standards and recommendedpratices and procedures consistent with this Convention,for the protection and preservation of the marine envir-onment, taking into account characteristic regionalfeatures.

Article 198Notification of imminent or actual damage

When a State becomes aware of cases in which themarine environment is in imminent danger of being dam-aged or has been damaged by pollution, it shall imme-diately notify other States it deems likely to be affectedby such damage, as well as the competent internationalorganizations.

Article 199Contingency plans against pollution

In the cases referred to in article 198, States in thearea affected, in accordance with their capabilities, andthe competent international organizations shall co-oper-ate, to the extent possible, in eliminating the effectsof pollution and preventing or minimizing the damage.To this end, States shall jointly develop and promotecontingency plans for responding to pollution incidentsin the marine environment.

Article 200Studies, research programmes and exchange

of information and data

States shall co-operate, directly or through competentinternational organizations, for the purpose of promot-ing studies, undertaking programmes of scientificresearch and encouraging the exchange of informationand data acquired about pollution of the marine envir-onment. They shall endeavour to participate actively inregional and global programmes to acquire knowledgefor the assessment of the nature and extent of pollution,exposure to it, and its pathways, risks and remedies.

Article 201Scientific criteria for regulations

In the light of the information and data acquired pur-suant to article 200, States shall co-operate, directly orthrough competent international organizations, in estab-lishing appropriate scientific criteria for the formulation

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and elaboration of rules, standards and recommendedpractices and procedures for the prevention, reductionand control of pollution of the marine environment.

SECTION 3

Technical assistance

Article 202Scientific and technical assistance to developing States

States shall, directly or through competent interna-tional organizations:

a) Promote programmes of scientific, educational,technical and other assistance do developingStates for the protection and preservation ofthe marine environment and the prevention,reduction and control of marine pollution. Suchassistance shall include, inter alia:

i) Training of their scientific and technicalpersonnel;

ii) Facilitating their participation in relevantinternational programmes;

iii) Supplying them with necessary equip-ment and facilities;

iv) Enhancing their capacity to manufacturesuch equipment;

v) Advice on and developing facilities forresearch, monitoring, educational andother programmes;

b) Provide appropriate assistance, especially todeveloping States, for the minimization of theeffects of major incidents which may cause seri-ous pollution of the marine environment;

c) Provide appropriate assistance, especially todeveloping States, concerning the preparationof environment assessments.

Article 203Preferencial treatment for developing States

Developing States shall, for the purposes of preven-tion, reduction and control of pollution of the marineenvironment or minimization of its effects, be grantedpreference by international organizations in:

a) The allocation of appropriate funds and tech-nical assistance; and

b) The utilization of their specialized services.

SECTION 4

Monitoring and environmental assessment

Article 204Monitoring of the risks or effects of pollution

1 — States shall, consistent with the rights of otherStates, endeavour, as far as practicable, directly orthrough the competent international organizations, toobserve, measure, evaluate and analyse, by recognizedscientific methods, the risks or effects of pollution ofthe marine environment.

2 — In particular, States shall keep under surveillancethe effects of any activities which they permit or in which

they engage in order to determine whether these activ-ities are likely to pollute the marine environment.

Article 205Publication of reports

States shall publish reports of the results obtainedpursuant to article 204 or provide such reports at appro-priate intervals to the competent international organ-izations, which should make them available to all States.

Article 206Assessment of potential effects of activities

When States have reasonable grounds for believingthat planned activities under their jurisdiction or controlmay cause substantial pollution of or significant andharmful changes to the marine environment, they shall,as far as praticable, assess the potential effects of suchactivities on the marine environment and shall commu-nicate reports of the results of such assessments in themanner provided in article 205.

SECTION 5

International rules and national legislation to prevent, reduce andcontrol pollution of the marine environment

Article 207Pollution from land-based sources

1 — States shall adopt laws and regulations to prevent,reduce and control pollution of the marine environmentfrom land-based sources, including rivers, estuaries,pipelines and outfall structures, taking into accountinternationally agreed rules, standards and recommen-ded practices and procedures.

2 — States shall take other measures as may be nec-essary to prevent, reduce and control such pollution.

3 — States shall endeavour to harmonize their policiesin this connection at the appropriate regional level.

4 — States, acting especially through competent inter-national organizations or diplomatic conference, shallendeavour to establish global and regional rules, stan-dards and recommended practices and procedures toprevent, reduce and control pollution of the marineenvironment from land-based sources, taking intoaccount characteristic regional features, the economiccapacity of developing States and their need for eco-nomic development. Such rules, standards and recom-mended practices and procedures shall be re-examinedfrom time to time as necessary.

5 — Laws, regulations, measures, rules, standards andrecommended practices and procedures referred to inparagraphs 1, 2 and 4 shall include those designed tominimize, to the fullest extent possible, the release oftoxic, harmful or noxious substances, especially thosewhich are persistent, into the marine environment.

Article 208Pollution from sea-bed activities subject to national jurisdiction

1 — Coastal States shall adopt laws and regulationsto prevent, reduce and control pollution of the marineenvironment arising from or in connection with sea-bedactivities subject to their jurisdiction and from artificial

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islands, installations and structures under their jurisdic-tion, pursuant to articles 60 and 80.

2 — States shall take other measures as may be nec-essary to prevent, reduce and control such pollution.

3 — Such laws, regulations and measures shall be noless effective than international rules, standards and rec-ommended practices and procedures.

4 — States shall endeavour to harmonize their policiesin this connection at the appropriate regional level.

5 — States, acting especially through competent inter-national organizations or diplomatic conference, shallestablish global and regional rules, standards and rec-ommended practices and procedures to prevent, reduceand control pollution of the marine environment refer-red to in paragraph 1. Such rules, standards and rec-ommended practices and procedures shall be re-exam-ined from time to time as necessary.

Article 209Pollution from activities in the Area

1 — International rules, regulations and proceduresshall be established in accordance with part XI to prevent,reduce and control pollution of the marine environmentfrom activities in the Area. Such rules, regulations andprocedures shall be re-examined from time to time asnecessary.

2 — Subject to the relevant provisions of this section,States shall adopt laws and regulations to prevent,reduce and control pollution of the marine environmentfrom activities in the Area undertaken by vessels, instal-lations, structures and other devices flying their flag orof their registry or operating under their authority, asthe case may be. The requirements of such laws andregulations shall be no less effective than the interna-tional rules, regulations and procedures referred to inparagraph 1.

Article 210Pollution by dumping

1 — States shall adopt laws and regulations to prevent,reduce and control pollution of the marine environmentby dumping.

2 — States shall take other measures as may be nec-essary to prevent, reduce and control such pollution.

3 — Such laws, regulations and measures shall ensurethat dumping is not carried out without the permissionof the competent authorities of States.

4 — States, acting especially through competent inter-national organizations or diplomatic conference, shallendeavour to establish global and regional rules, stan-dards and recommended practices and procedures toprevent, reduce and control such pollution. Such rules,standards and recommended practices and proceduresshall be re-examined from time to time as necessary.

5 — Dumping within the territorial sea and the exclu-sive economic zone or onto the continental shelf shallnot be carried out without the express prior approvalof the coastal State, which has the right to permit, reg-ulate and control such dumping after due considerationof the matter with other States which by reason of theirgeographical situation may be adversely affectedthereby.

6 — National laws, regulations and measures shall beno less effective in preventing, reducing and controllingsuch pollution than the global rules and standards.

Article 211

Pollution from vessels

1 — States, acting through the competent interna-tional organization or general diplomatic conference,shall establish international rules and standards to pre-vent, reduce and control pollution of the marine envir-onment from vessels and promote the adoption, in thesame manner, wherever appropriate, of routeing systemsdesigned to minimize the threat of accidents which mightcause pollution of the marine environment, includingthe coastline, and pollution damage to the related inter-ests of coastal States. Such rules and standards shall,in the same manner, be re-examined from time to timeas necessary.

2 — States shall adopt laws and regulations for theprevention, reduction and control of pollution of themarine environment from vessels flying their flag or oftheir registry. Such laws and regulations shall at leasthave the same effect as that of generally accepted inter-national rules and standards established through thecompetent international organization or general diplo-matic conference.

3 — States which establish particular requirements forthe prevention, reduction and control of pollution ofthe marine environment as a condition for the entryof foreign vessels into their ports or internal waters orfor a call at their off-shore terminals shall give due pub-licity to such requirements and shall communicate themto the competent international organization. Wheneversuch requirements are established in identical form bytwo or more coastal States in an endeavour to harmonizepolicy, the communication shall indicate which Statesare participating in such co-operative arrangements.Every State shall require the master of a vessel flyingits flag or of its registry, when navigating within theterritorial sea of a State participating in such co-oper-ative arrangements, to furnish, upon the request of thatState, information as to whether it is proceeding to aState of the same region participating in such co-oper-ative arrangements and, if so, to indicate whether itcomplies with the port entry requirements of that State.This article is without prejudice to the continued exerciseby a vessel of its right of innocent passage or to theapplication of article 25, paragraph 2.

4 — Coastal States may, in the exercise of their sov-ereignty within their territorial sea, adopt laws and reg-ulations for the prevention, reduction and control ofmarine pollution from foreign vessels, including vesselsexercising the right of innocent passage. Such laws andregulations shall, in accordance with part II, section 3,not hamper innocent passage of foreign vessels.

5 — Coastal States, for the purpose of enforcementas provided for in section 6, may in respect of theirexclusive economic zones adopt laws and regulationsfor the prevention, reduction and control of pollutionfrom vessels conforming to and giving effect to generallyaccepted international rules and standards establishedthrough the competent international organization orgeneral diplomatic conference.

6 — a) Where the international rules and standardsreferred to in paragraph 1 are inadequate to meet specialcircumstances and coastal States have reasonablegrounds for believing that a particular, clearly definedarea of their respective exclusive economic zones is an

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area where the adoption of special mandatory measuresfor the prevention of pollution from vessels is requiredfor recognized technical reasons in relation to its ocea-nographical and ecological conditions, as well as its util-ization or the protection of its resources and the par-ticular character of its traffic, the coastal States, afterappropriate consultations through the competent inter-national organization with any other States concerned,may, for that area, direct a communication to that organ-ization, submitting scientific and technical evidence insupport and information on necessary reception facili-ties. Within 12 months after receiving such a commu-nication, the organization shall determine whether theconditions in that area correspond to the requirementsset out above. If the organization so determines, thecoastal States may, for that area, adopt laws and reg-ulations for the prevention, reduction and control ofpollution from vessels implementing such internationalrules and standards or navigational practices as are madeapplicable, through the organization, for special areas.These laws and regulations shall not become applicableto foreign vessels until 15 months after the submissionof the communication to the organization.

b) The coastal States shall publish the limits of anysuch particular, clearly defined area.

c) If the coastal States intend to adopt additionallaws and regulations for the same area for the preven-tion, reduction and control of pollution from vessels,they shall, when submitting the aforesaid communica-tion, at the same time notify the organization thereof.Such additional laws and regulations may relate to dis-charges or navigational practices but shall not requireforeign vessels to observe design, construction, manningor equipment standards other than generally acceptedinternational rules and standards; they shall becomeapplicable to foreign vessels 15 months after the sub-mission of the communication to the organization, pro-vided that the organization agrees within 12 months afterthe submission of the communication.

7 — The international rules and standards referredto in this article should include inter alia those relatingto prompt notification do coastal States, whose coastlineor related interests may be affected by incidents, includ-ing maritime casualties, which involve discharges orprobability of discharges.

Article 212

Pollution from or through the atmosphere

1 — States shall adopt laws and regulations to prevent,reduce and control pollution of the marine environmentfrom or through the atmosphere, applicable to the airspace under their sovereignty and to vessels flying theirflag or vessels or aircraft of their registry, taking intoaccount internationally agreed rules, standards and rec-ommended practices and procedures and the safety ofair navigation.

2 — States shall take other measures as may be nec-essary to prevent, reduce and control such pollution.

3 — States, acting especially through competent inter-national organizations or diplomatic conference, shallendeavour to establish global and regional rules, stan-dards and recommended practices and procedures toprevent, reduce and control such pollution.

SECTION 6

Enforcement

Article 213Enforcement with respect to pollution from land-based sources

States shall enforce their laws and regulations adoptedin accordance with article 207 and shall adopt laws andregulations and take other measures necessary to imple-ment applicable international rules and standards estab-lished through competent international organizations ordiplomatic conference to prevent, reduce and controlpollution of the marine environment from land-basedsources.

Article 214Enforcement with respect to pollution from sea-bed activities

States shall enforce their laws and regulations adoptedin accordance with article 208 and shall adopt laws andregulations and take other measures necessary to imple-ment applicable international rules and standards estab-lished through competent international organizations ordiplomatic conference to prevent, reduce and controlpollution of the marine environment arising from orin connection with sea-bed activities subject to their jur-isdiction and from artificial islands, installations andstructures under their jurisdiction, pursuant to articles60 and 80.

Article 215Enforcement with respect to pollution from activities in the Area

Enforcement of international rules, regulations andprocedures established in accordance with part XI toprevent, reduce and control pollution of the marineenvironment from activities in the Area shall be gov-erned by that part.

Article 216Enforcement with respect to pollution by dumping

1 — Laws and regulations adopted in accordance withthis Convention and applicable international rules andstandards established through competent internationalorganizations or diplomatic conference for the preven-tion, reduction and control of pollution of the marineenvironment by dumping shall be enforced:

a) By the coastal State with regard to dumpingwithin its territorial sea or its exclusive economiczone or onto its continental shelf;

b) By the flag State with regard to vessels flyingits flag or vessels or aircraft of its registry;

c) By any State with regard to acts of loading ofwastes or other matter occurring within its ter-ritory or at its off-shore terminals.

2 — No State shall be obliged by virtue of this articleto institute proceedings when another State has alreadyinstituted proceedings in accordance with this article.

Article 217Enforcement by flag States

1 — States shall ensure compliance by vessels flyingtheir flag or of their registry with applicable internationalrules and standards, established through the competentinternational organization or general diplomatic con-

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ference, and with their laws and regulations adoptedin accordance with this Convention for the prevention,reduction and control of pollution of the marine envir-onment from vessels and shall accordingly adopt lawsand regulations and take other measures necessary fortheir implementation. Flag States shall provide for theeffective enforcement of such rules, standards, laws andregulations, irrespective of where a violation occurs.

2 — States shall, in particular, take appropriate meas-ures in order to ensure that vessels flying their flag orof their registry are prohibited from sailing, until theycan proceed to sea in compliance with the requirementsof the international rules and standards referred to inparagraph 1, including requirements in respect of design,construction, equipment and manning of vessels.

3 — States shall ensure that vessels flying their flagor of their registry carry on board certificates requiredby and issued pursuant to international rules and stan-dards referred to in paragraph 1. States shall ensurethat vessels flying their flag are periodically inspectedin order to verify that such certificates are in conformitywith the actual condition of the vessels. This certificateshall be accepted by other States as evidence of theconditions of the vessels and shall be regarded as havingthe same force as certificates issued by them, unlessthere are clear grounds for believing that the conditionof the vessel does not correspond substantially with theparticulars of the certificates.

4 — If a vessel commits a violation of rules and stan-dards established through the competent internationalorganization or general diplomatic conference, the flagState, without prejudice to articles 218, 220 and 228,shall provide for immediate investigation and whereappropriate institute proceedings in respect of thealleged violation irrespective of where the violationoccurred or where the pollution caused by such violationhas occurred or has been spotted.

5 — Flag States conducting an investigation of theviolation may request the assistance of any other Statewhose co-operation could be useful in clarifying the cir-cumstances of the case. States shall endeavour to meetappropriate requests of flag States.

6 — States shall, at the written request of any State,investigate any violation alleged to have been committedby vessels flying their flag. If satisfied that sufficientevidence is available to enable proceedings to be broughtin respect of the alleged violation, flag States shall with-out delay institute such proceedings in accordance withtheir laws.

7 — Flag States shall promptly inform the requestingState and the competent international organization ofthe action taken and its outcome. Such information shallbe available to all States.

8 — Penalties provided for by the laws and regulationsof States for vessels flying their flag shall be adequatein severity to discourage violations wherever they occur.

Article 218Enforcement by port States

1 — When a vessel is voluntarily within a port or atan off-shore terminal of a State, that State may under-take investigations and, where the evidence so warrants,institute proceedings in respect of any discharge fromthat vessel outside the internal waters, territorial seaor exclusive economic zone of that State in violationof applicable international rules and standards estab-

lished through the competent international organizationor general diplomatic conference.

2 — No proceedings pursuant to paragraph 1 shallbe instituted in respect of a discharge violation in theinternal waters, territorial sea or exclusive economiczone of another State unless requested by that State,the flag State, or a State damaged or threatened bythe discharge violation, or unless the violation, hascaused or is likely to cause pollution in the internalwaters, territorial sea or exclusive economic zone of theState instituting the proceedings.

3 — When a vessel is voluntarily within a port or atan off-shore terminal of a State, that State shall, as faras practicable, comply with requests from any State forinvestigation of a discharge violation referred to in para-graph 1, believed to have occurred in, caused, or threat-ened damage to the internal waters, territorial sea orexclusive economic zone of the requesting State. It shalllikewise, as far as practicable, comply with requests fromthe flag State for investigation of such a violation, irres-pective of where the violation occurred.

4 — The records of the investigation carried out bya port State pursuant to this article shall be transmittedupon request to the flag State or to the coastal State.Any proceedings instituted by the port State on the basisof such an investigation may, subject to section 7, besuspended at the request of the coastal State when theviolation has occurred within its internal waters, ter-ritorial sea or exclusive economic zone. The evidenceand records of the case, together with any bond or otherfinancial security posted with the authorities of the portState, shall in that event be transmitted to the coastalState. Such transmittal shall preclude the continuationof proceedings in the port State.

Article 219Measures relating to seaworthiness of vessels to avoid pollution

Subject to section 7, States which, upon request oron their own initiative, have ascertained that a vesselwithin one of their ports or at one of their off-shoreterminals is in violation of applicable international rulesand standards relating to seaworthiness of vessels andthereby threatens damage to the marine environmentshall, as far as practicable, take administrative measuresto prevent the vessel from sailing. Such States may per-mit the vessel to proceed only to the nearest appropriaterepair yard and, upon removal of the causes of the vio-lation, shall permit the vessel to continue immediately.

Article 220Enforcement by coastal States

1 — When a vessel is voluntarily within a port or atan off-shore terminal of a State, that State may, subjectto section 7, institute proceedings in respect of any vio-lation of its laws and regulations adopted in accordancewith this Convention or applicable international rulesand standards for the prevention, reduction and controlof pollution from vessels when the violation has occurredwithin the territorial sea or the exclusive economic zoneof that State.

2 — Where there are clear grounds for believing thata vessel navigating in the territorial sea of a State has,during its passage therein, violated laws and regulationsof that State adopted in accordance with this Convention

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or applicable international rules and standards for theprevention, reduction and control of pollution from ves-sels, that State, without prejudice to the application ofthe relevant provisions of part II, section 3, may under-take physical inspection of the vessel relating to theviolation and may, where the evidence so warrants, insti-tute proceedings, including detention of the vessel, inaccordance with its laws, subject to the provisions ofsection 7.

3 — Where there are clear grounds for believing thata vessel navigating in the exclusive economic zone orthe territorial sea of a State has, in the exclusive eco-nomic zone, committed a violation of applicable inter-national rules and standards for the prevention, reduc-tion and control of pollution from vessels or laws andregulations of that State conforming and giving effectto such rules and standards, that State may require thevessel to give information regarding its identity and portof registry, its last and its next port of call and otherrelevant information required to establish whether a vio-lation has occurred.

4 — States shall adopt laws and regulations and takeother measures so that vessels flying their flag complywith requests for information pursuant to paragraph 3.

5 — Where there are clear grounds for believing thata vessel navigating in the exclusive economic zone orthe territorial sea of a State has, in the exclusive eco-nomic zone, committed a violation referred to in para-graph 3 resulting in a substantial discharge causing orthreatening significant pollution of the marine envir-onment, that State may undertake physical inspectionof the vessel for matters relating to the violation if thevessel has refused to give information or if the infor-mation supplied by the vessel is manifestly at variancewith the evident factual situation and if the circumstan-ces of the case justify such inspection.

6 — Where there is clear objective evidence that avessel navigating in the exclusive economic zone or theterritorial sea of a State has, in the exclusive economiczone, committed a violation referred to in paragraph3 resulting in a discharge causing major damage or threatof major damage to the coastline or related interestsof the coastal State, or to any resources of its territorialsea or exclusive economic zone, that State may, subjectto section 7, provided that the evidence so warrants,institute proceedings, including detention of the vessel,in accordance with its laws.

7 — Notwithstanding the provisions of paragraph 6,whenever appropriate procedures have been established,either through the competent international organizationor as otherwise agreed, whereby compliance withrequirements for bonding or other appropriate financialsecurity has been assured, the coastal State if boundby such procedures shall allow the vessel to proceed.

8 — The provisions of paragraphs 3, 4, 5, 6 and 7also apply in respect of national laws and regulationsadopted pursuant to article 211, paragraph 6.

Article 221Measures to avoid pollution arising from maritime casualties

1 — Nothing in this part shall prejudice the right ofStates, pursuant to international law, both customaryand conventional, to take and enforce measures beyondthe territorial sea proportionate to the actual or threat-ened damage to protect their coastline or related inter-ests, including fishing, from pollution or threat of pol-

lution following upon a maritime casualty or acts relatingto such a casualty, which may reasonably be expectedto result in major harmful consequences.

2 — For the purposes of this article, «maritime casu-alty» means a collision of vessels, stranding or otherincident of navigation, or other occurrence on boarda vessel or external to it resulting in material damageor imminent threat of material damage to a vessel orcargo.

Article 222

Enforcement with respect to pollution from or through the atmosphere

States shall enforce, within the air space under theirsovereignty or with regard to vessels flying their flagor vessels or aircraft of their registry, their laws andregulations adopted in accordance with article 212, para-graph 1, and with other provisions of this Conventionand shall adopt laws and regulations and take othermeasures necessary to implement applicable interna-tional rules and standards established through compet-ent international organizations or diplomatic conferenceto prevent, reduce and control pollution of the marineenvironment from or through the atmosphere, in con-formity with air relevant international rules and stan-dards concerning the safety of air navigation.

SECTION 7

Safeguards

Article 223

Measures to facilitate proceedings

In proceedings instituted pursuant to this part, Statesshall take measure to facilitate the hearing of witnessesand the admission of evidence submitted by authoritiesof another State, or by the competent internationalorganization, and shall facilitate the attendance at suchproceedings of official representatives of the competentinternational organization, the flag State and any Stateaffected by pollution arising out of any violation. Theofficial representatives attending such proceedings shallhave such rights and duties as may be provided undernational laws and regulations or international law.

Article 224

Exercise of powers of enforcement

The powers of enforcement against foreign vesselsunder this part may only be exercised by officials orby warships, military aircraft, or other ships or aircraftclearly marked and identifiable as being on governmentservice and authorized to that effect.

Article 225

Duty to avoid adverse consequences in the exerciseof the powers of enforcement

In the exercise under this Convention of their powersof enforcement against foreign vessels, States shall notendanger the safety of navigation or otherwise createany hazard to a vessel, or bring it to an unsafe portor anchorage, or expose the marine environment to anunreasonable risk.

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Article 226Investigations of foreign vessels

1 — a) States shall not delay a foreign vessel longerthan is essential for purposes of the investigations pro-vided for in articles 216, 218 and 220. Any physicalinspection of a foreign vessel shall be limited to an exam-ination of such certificates, records or other documentsas the vessel is required to carry by generally acceptedinternational rules and standards or of any similar docu-ments which it is carrying further physical inspectionof the vessel may be undertaken only after such an exam-ination and only when:

i) There are clear grounds for believing that thecondition of the vessel or its equipment doesnot correspond substantially with the particularsof those documents;

ii) The contents of such documents are not suf-ficient to confirm or verify a suspected violation;or

iii) The vessel is not carrying valid certificates andrecords.

b) If the investigation indicates a violation of appli-cable laws and regulations or international rules andstandards for the protection and preservation of the mar-ine environment, release shall be made promptly subjectto reasonable procedures such as bonding or otherappropriate financial security.

c) Without prejudice to applicable international rulesand standards relating to the seaworthiness of vessels,the release of a vessel may, whenever it would presentan unreasonable threat of damage to the marine envir-onment, be refused or made conditional upon proceed-ing to the nearest appropriate repair yard. Where releasehas been refused or made conditional, the flag Stateof the vessel must be promptly notified, and may seekrelease of the vessel in accordance with part XV.

2 — States shall co-operate do develop proceduresfor the avoidance of unnecessary physical inspection ofvessels at sea.

Article 227Non-discrimination with respect to foreign vessels

In exercising their rights and performing their dutiesunder this part, States shall not discriminate in formor in fact against vessels of any other State.

Article 228Suspension and restrictions on institution of proceedings

1 — Proceedings to impose penalties in respect of vio-lation of applicable laws and regulations or internationalrules and standards relating to the prevention, reductionand control of pollution from vessels committed by aforeign vessel beyond the territorial sea of the Stateinstituting proceedings shall be suspended upon the tak-ing of proceedings to impose penalties in respect ofcorresponding charges by the flag State within six monthsof the date on which proceedings were first instituted,unless those proceedings relate to a case of major dam-age to the coastal State or the flag State in questionhas repeatedly disregarded its obligation to enforceeffectively the applicable international rules and stan-dards in respect of violations committed by its vessels.

The flag State shall in due course make available tothe State previously instituting proceedings a full dossierof the case and the records of the proceedings, wheneverthe flag State has requested the suspension of proceed-ings in accordance with this article. When proceedingsinstituted by the flag State have been brought to a con-clusion, the suspended proceedings shall be terminated.Upon payment of costs incurred in respect of such pro-ceedings, any bond posted or other financial securityprovided in connection with the suspended proceedingsshall be released by the coastal State.

2 — Proceedings to impose penalties on foreign ves-sels shall not be instituted after the expiry of three yearsfrom the date on which the violation was committed,and shall not be taken by any State in the event ofproceedings having been instituted by another State sub-ject to the provisions set out in paragraph 1.

3 — The provisions of this article are without prej-udice to the right of the flag State do take any measures,including proceedings to impose penalties, according toits laws irrespective of prior proceedings by anotherState.

Article 229Institution of civil proceedings

Nothing in this Convention affects the institution ofcivil proceedings in respect of any claim for loss or dam-age resulting from pollution of the marine environment.

Article 230Monetary penalties and the observance of recognized

right of the accused

1 — Monetary penalties only may be imposed withrespect to violations of national laws and regulationsor applicable international rules and standards for theprevention, reduction and control of pollution of themarine environment, committed by foreign vesselsbeyond the terrotorial sea.

2 — Monetary penalties only may be imposed withrespect to violation of national laws and regulations orapplicable international rules and standards for the pre-vention, reduction and control of pollution of the marineenvironment, committed by foreign vessels in the ter-ritorial sea, except in the case of a wilful and seriousact of pollution in the territorial sea.

3 — In the conduct of proceedings in respect of suchviolations committed by a foreign vessel which may resultin imposition of penalties, recognized rights of theaccused shall be observed.

Article 231Notification to the flag State and other States concerned

States shall promptly notify the flag State and anyother State concerned of any measures taken pursuantto section 6 against foreign vessels, and shall submitto the flag State all official reports concerning such meas-ures. However, with respect to violations committed inthe territorial sea, the foregoing obligations of thecoastal State apply only to such measures as are takenin proceedings. The diplomatic agents or consular offi-cers and where possible the maritime authority of theflag State, shall be immediately informed of any suchmeasures taken pursuant to section 6 against foreignvessels.

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Article 232Liability of States arising from enforcement measures

States shall be liable for damage or loss attributableto them arising from measures taken pursuant to sec-tion 6 when such measures are unlawful or exceed thosereasonably required in the light of available information.States shall provide for recourse in their courts foractions in respect of such damage or loss.

Article 233Safeguards with respect to straits used for international navigation

Nothing in sections 5, 6 and 7 affects the legal régimeof straits used for international navigation. However,if a foreign ship other than those referred to in section 10has committed a violation of the laws and regulationsreferred to in article 42, paragraph 1, a) and b), causingor threatening major damage to the marine environmentof the straits, the States bordering the straits may takeappropriate enforcement measures and if so shallrespect mutatis mutandis the provisions of this section.

SECTION 8

Ice-covered areas

Article 234Ice-covered areas

Coastal States have the right to adopt and enforcenon-discriminatory laws and regulations for the preven-tion, reduction and control of marine pollution fromvessels in ice-covered areas within the limits of the exclu-sive economic zone, where particularly severe climaticconditions and the presence of ice covering such areasfor most of the year create obstructions or exceptionalhazards to navigation, and pollution of the marine envir-onment could cause major harm to or irreversible dis-turbance of the ecological balance. Such laws and reg-ulations shall have due regard to navigation and theprotection and preservation of the marine environmentbased on the best available scientific evidence.

SECTION 9

Responsibility and liability

Article 235Responsability and liability

1 — States are responsible for the fulfilment of theirinternational obligations concerning the protection andpreservation of the marine environment. They shall beliable in accordance with international law.

2 — States shall ensure that recourse is available inaccordance with their legal systems for prompt and ade-quate compensation or other relief in respect of damagecaused by pollution of the marine environment by natu-ral or juridical persons under their jurisdiction.

3 — With the objective of assuring prompt and ade-quate compensation in respect of all damage cause bypollution of the marine environment, States shall co-operate in the implementation of existing internationallaw and the further development of international lawrelating to responsibility and liability for the assessment

of and compensation for damage and the settlementof related disputes, as well as, where appropriate, devel-opment of criteria and procedures for payment of ade-quate compensation, such as compulsory insurance orcompensation funds.

SECTION 10

Sovereign immunity

Article 236

Sovereign immunity

The provisions of this Convention regarding the pro-tection and preservation of the marine environment donot apply to any warship, naval auxiliary, other vesselsor aircraft owned or operated by a State and used, forthe time being, only on government non-commercial ser-vice. However, each State shall ensure, by the adoptionof appropriate measures not impairing operations oroperational capabilities of such vessels or aircraft ownedor operated by it, that such vessels or aircraft act ina manner consistent, so far as is reasonable and prac-ticable, with this Convention.

SECTION 11

Obligations under other conventions on the protectionand preservation of the marine environment

Article 237

Obligations under other conventions on the protectionand preservation of the marine environment

1 — The provisions of this part are without prejudiceto the specific obligations assumed by States under spe-cial conventions and agreements concluded previouslywhich relate to the protection and preservation of themarine environment and to agreements which may beconclued in furtherance of the general principles setforth in this Convention.

2 — Specific obligations assumed by States under spe-cial conventions, with respect to the protection and pres-ervation of the marine environment, should be carriedout in a manner consistent with general principles andobjectives of this Convention.

PART XIII

Marine scientific research

SECTION 1

General provisions

Article 238

Right to conduct marine scientific research

All States, irrespective of their geographical location,and competent international organizations have the rightto conduct marine scientific research subject to the rightsand duties of other States as provided for in thisConvention.

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Article 239Promotion of marine scientific research

States and competent international organizationsshall promote and facilitate the development and con-duct of marine scientific research in accordance withthis Convention.

Article 240General principles for the conduct of marine scientific research

In the conduct of marine scientific research the fol-lowing principles shall apply:

a) Marine scientific research shall be conductedexclusively for peaceful purposes;

b) Marine scientific research shall be conductedwith appropriate scientific methods and meanscompatible with this Convention;

c) Marine scientific research shall not unjustifiablyinterfere with other legitimate uses of the seacompatible with this Convention and shall beduly respected in the course of such uses;

d) Marine scientific research shall be conductedin compliance with all relevant regulations adop-ted in conformity with this Convention includingthose for the protection and preservation of themarine environment.

Article 241Non-recognition of marine scientific research activities

as the legal basis for claims

Marine scientific research activities shall not consti-tute the legal basis for any claim to any part of themarine environment or its resources.

SECTION 2

International co-operation

Article 242Promotion of international co-operation

1 — States and competent international organizationsshall, in accordance with the principle of respect forsovereignty and jurisdiction and on the basis of mutualbenefit, promote international co-operation in marinescientific research for peaceful purposes.

2 — In this context, without prejudice to the rightsand duties of States under this Convention, a State, inthe application of this part, shall provide, as appropriate,other States with a reasonable oportunity to obtain fromit, or with its co-operation, information necessary to pre-vent and control damage to the health and safety ofpersons and to the marine environment.

Article 243Creation of favourable conditions

States and competent international organizationsshall co-operate, though the conclusion of bilateral andmultilateral agreements, to create favourable conditionsfor the conduct of marine scientific research in the mar-ine environment and to integrate the efforts of scientistsin studying the essence of phenomena and processes

occurring in the marine environment and the interre-lations between them.

Article 244Publication and dissemination of information and knowledge

1 — States and competent international organizationsshall, in accordance with this Convention, make availableby publication and dissemination through appropriatechannels information on proposed major programmesand their objectives as well as knowledge resulting frommarine scientific research.

2 — For this purpose, States, both individually andin co-operation with other States and with competentinternational organizations, shall actively promote theflow of scientific data and information and the transferof knowledge resulting from marine scientific research,especially to developing States, as well as the strength-ening of the autonomous marine scientific researchcapabilities of developing States though, inter alia, pro-grammes do provide adequate education and trainingof their technical and scientific personnel.

SECTION 3

Conduct and promotion of marine scientific research

Article 245Marine scientific research in the territorial sea

Coastal States, in the exercise of their sovereignty,have exclusive right to regulate, authorize and conductmarine scientific research in their territorial sea. Marinescientific research therein shall be conducted only withthe express consent of and under the conditions set forthby the coastal State.

Article 246Marine scientific research in the exclusive economic zone

and on the continental shelf

1 — Coastal States, in the exercise of their jurisdic-tion, have the right to regulate, authorize and conductmarine research in their exclusive economic zone andon their continental shelf in accordance with the relevantprovisions of this Convention.

2 — Marine scientific research in the exclusive eco-nomic zone and on the continental shelf shall be con-ducted with the consent of the coastal State.

3 — Coastal States shall, in normal circumstances,grant their consent for marine scientific research pro-jects by other States or competent international organ-izations in their exclusive economic zone or on theircontinental shelf to be carried out in accordance withthis Convention exclusively for peaceful purposes andin order to increase scientific knowledge of the marineenvironment for the benefit of all mankind. To this end,coastal States shall establish rules and procedures ensur-ing that such consent will not be delayed or deniedunreasonably.

4 — For the purposes of applying paragraph 3, normalcircumstances may exist in spite of the absence of dip-lomatic relations between the coastal State and theresearching State.

5 — Coastal States may however in their discritionwithhold their consent to the conduct of a marine sci-entific research project of another State or competentinternational organization in the exclusive economic

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zone or on the continental shelf of the coastal Stateif that project:

a) Is of direct significance for the exploration andexploitation of natural resources, whether livingor non-living;

b) Involves drilling into the continental shelf, theuse of explosives or the introduction of harmfulsubstances into the marine environment;

c) Involves the construction, operation or use ofartificial islands, installations and structuresreferred to in articles 60 and 80;

d) Contains information communicated pursuantto article 248 regarding the nature and objectivesof the project which is inaccurate or if theresearching State or competent internationalorganization has outstanding obligations to thecoastal State from a prior research project.

6 — Notwithstanding the provisions of paragraph 5,coastal States may not exercise their discretion to with-hold consent under subparagraph a) of that paragraphin respect of marine scientific research projects to beundertaken in accordance with the provisions of thispart on the continental shelf beyond 200 nautical milesfrom the baselines from which the breadth of the ter-ritorial sea is measured, outside those specific areaswhich coastal States may at any time publicly designateas areas in which exploitation or detailed exploratoryoperations focused on those areas are occurring or willoccur within a reasonable period of time. Coastal Statesshall give reasonable notice of the designation of suchareas, as well as any modifications thereto, but shallnot be obliged to give details of the operations therein.

7 — The provisions of paragraph 6 are without prej-udice to the rights of coastal States over the continentalshelf as established in article 77.

8 — Marine scientific research activities referred toin this article shall not unjustifiably interfere with activ-ities undertaken by coastal States in the exercise of theirsovereign rights and jurisdiction provided for in thisConvention.

Article 247Marine scientific research projects undertaken by or under

the auspices of international organizations

A coastal State which is a member of or has a bilateralagreement with an international organization, and inwhose exclusive economic zone or on whose continentalshelf that organization wants to carry out a marine sci-entific research project, directly or under its auspices,shall be deemed to have authorized the project to becarried out in conformity with the agreed specificationsif that State approved the detailed project when thedecision was made by the organization for the under-taking of the project, or is willing to participate in it,and has not expressed any objection within four monthsof notification of the project by the organization to thecoastal State.

Article 248Duty to provide information to the coastal State

States and competent international organizationswhich intend to undertake marine scientific researchin the exclusive economic zone or on the continentalshelf of a coastal State shall, not less than six monthsin advance of the expected starting date of the marine

scientific research project, provide that State with a fulldescription of:

a) The nature and objectives of the project;b) The method and means to be used, including

name, tonnage, type and class of vessels anda description of scientific equipment;

c) The precise geographical areas in which the pro-ject is to be conducted;

d) The expected date of first appearance and finaldeparture of the research vessels, or deploymentof the equipment and its removal, as appro-priate;

e) The name of the sponsoring institution, its direc-tor, and the person in charge of the project;and

f) The extent to which it is considered that thecoastal State should be able to participate orto be represented in the project.

Article 249Duty to comply with certain conditions

1 — States and competent international organizationswhen undertaking marine scientific research in the exclu-sive economic zone or on the continental shelf of acoastal State shall comply with the following conditions:

a) Ensure the right of the coastal State, if it sodesires, to participate or be represented in themarine scientific research project, especially onboard research vessels and other craft or sci-entific research installations, when practicable,without payment of any remuneration to thescientists of the coastal State and without obli-gation to contribute towards the costs of theproject;

b) Provide the coastal State, at its requests, withpreliminary reports, as soon as practicable, andwith the final results and conclusions after thecompletion of the research;

c) Undertake to provide access for the coastalState, at its request, to all data and samplesderived from the marine scientific research pro-ject and likewise to furnish it with data whichmay be copied and samples which may be divi-ded without detriment to their scientific value;

d) If requested, provide the coastal State with anassessment of such data, samples and researchresults or provide assistance in their assessmentor interpretation;

e) Ensure, subject to paragraph 2, that the researchresults are made internationally availablethrough appropriate national or internationalchannels, as soon as praticable;

f) Inform the coastal State immediately of anymajor change in the research programme;

g) Unless otherwise agreed, remove the scientificresearch installations or equipment once theresearch is completed.

2 — This article is without prejudice to the conditionsestablished by the laws and regulations of the coastalState for the exercise of its discretion to grant or with-hold consent pursuant to article 246, paragraph 5, includ-ing requiring prior agreement for making internationallyavailable the research results of a project of direct sig-nificance for the exploration and exploitation of naturalresources.

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Article 250Communications concerning marine scientific research projects

Communications concerning the marine scientificresearch projects shall be made through appropriate offi-cial channels, unless otherwise agreed.

Article 251General criteria and guidelines

States shall seek to promote through competent inter-national organizations the establishment of general cri-teria and guidelines to assist States in ascertaining thenature and implications of marine scientific research.

Article 252Implied consent

States or competent international organizations mayproceed with a marine scientific research project sixmonths after the date upon which the informationrequired pursuant to article 248 was provided to thecoastal State unless within four months of the receiptof the communication containing such information thecoastal State has informed the State or organizationconducting the research that:

a) It has withheld its consent under the provisionsof article 246; or

b) The information given by that State or com-petent international organization regarding thenature or objectives of the project does not con-form to the manifestly evident facts; or

c) It requires supplementary information relevantto conditions and the information provided forunder articles 248 and 249; or

d) Outstanding obligations exist with respect to aprevious marine scientific research project car-ried out by that State or organization, withregard to conditions established in article 249.

Article 253Suspension or cessation of marine scientific

research activities

1 — A coastal State shall have the right to requirethe suspension of any marine scientific research activitiesin progress within its exclusive economic zone or onits continental shelf if:

a) The research activities are not being conductedin accordance with the information communi-cated as provided under article 248 upon whichthe cosent of the coastal State was based; or

b) The State or competent international organi-zation conducting the research activities fails tocomply with the provisions of article 249 con-cerning the rights of the coastal State withrespect to the marine scientific research project.

2 — A coastal State shall have the right to requirethe cessation of any marine scientific research activitiesin case of any non-compliance with the provisions ofarticle 248 which amounts to a major change in theresearch project or the research activities.

3 — A coastal State may also require cessation of mar-ine scientific research activities if any of the situations

contemplated in paragraph 1 are not rectified withina reasonable period of time.

4 — Following notification by the coastal State of itsdecision to order suspension or cessation, States or com-petent international organizations authorized to conductmarine scientific research activities shall terminate theresearch activities that are the subject of such a noti-fication.

5 — An order of suspension under paragraph 1 shallbe lifted by the coastal State at the marine scientificresearch activities allowed to continue once the research-ing State or competent international organization hascomplied with the conditions required under articles 248and 249.

Article 254

Rights of neighbouring land-locked geographicallydisadvantaged States

1 — States and competent international organizationswhich have submitted to a coastal State a project toundertake marine scientific research referred to in arti-cle 246, paragraph 3, shall give notice to the neighbour-ing land-locked and geographically disadvantaged Statesof the proposed research project, and shall notify thecoastal State thereof.

2 — After the consent has been given for the proposedmarine scientific research project by the coastal Stateconcerned, in accordance with article 246 and other rel-evant provisions of this Convention, States and com-petent international organizations undertaking such aproject shall provide to the neighbouring land-lockedand geographically disadvantaged States, at their requestand when appropriate, relevant information as specifiedin article 248 and article 249, paragraph 1, f).

3 — The neighbouring land-locked and geographi-cally disadvantaged States referred to above shall, attheir request, be given the opportunity to participate,whenever feasible, in the proposed marine scientificresearch project through qualified experts appointed bythem and not objected to by the coastal State, in accor-dance with the conditions agreed for the project, in con-formity with the provisions of this Convention, betweenthe coastal State concerned and the State or competentinternational organizations conducting the marine sci-entific research.

4 — States and competent international organizationsreferred to in paragraph 1 shall provide to the above-mentioned land-locked and geographically disadvan-taged States, at their request, the information and assis-tance specified in article 249, paragraph 1, d), subjectto the provision of article 249, paragraph 2.

Article 255

Measures to facilitate marine scientific researchand assist research vessels

States shall endeavour to adopt reasonable rules, reg-ulations and procedures to promote and facilitate mar-ine scientific research conducted in accordance with thisConvention beyond their territorial sea and, as appro-priate, to facilitate, subject to the provisions of theirlaws and regulations, access to their harbours and pro-mote assistance for marine, scientific research vesselswhich comply with the relevant provisions of this part.

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Article 256Marine scientific research in the Area

All States, irrespective of their geographical location,and competent international organizations have theright, in conformity with the provisions of part XI, toconduct marine scientific research in the Area.

Article 257Marine scientific research in the water column beyond the exclusive

economic zone

All States, irrespective of their geographical location,and competent international organizations have theright, in conformity with this Convention, to conductmarine scientific research in the water column beyondthe limits of the exclusive economic zone.

SECTION 4

Scientific research installations or equipment in the marineenvironment

Article 258Deployment and use

The deployment and use of any type of scientificresearch installations or equipment in any area of themarine environment shall be subject to the same con-ditions as are prescribed in this Convention for the con-duct of marine scientific research in any such area.

Article 259Legal status

The installations or equipment referred to in this sec-tion do not possess the status of islands. They have noterritorial sea of their own, and their presence does notaffect the delimitation of the territorial sea, the exclusiveeconomic zone or the continental shelf.

Article 260Safety zones

Safety zones of a reasonable breadth not exceedinga distance of 500 metres may be created around scientificresearch installations in accordance with the relevantprovisions of this Convention. All States shall ensurethat such safety zones are respected by their vessels.

Article 261Non-interference with shipping routes

The deployment and use of any type of scientificresearch installations or equipment shall not constitutean obstacle to established international shipping routes.

Article 262Identification markings and warning signals

Installations or equipment referred to in this sectionshall bear identification markings indicating the Stateof registry or the international organization to whichthey belong and shall have adequate internationallyagreed warning signals to ensure safety at sea and thesafety of air navigation, taking into account rules and

standards established by competent international orga-nizations.

SECTION 5

Responsibility and liability

Article 263Responsibility and liability

1 — States and competent international organizationsshall be responsible for ensuring that marine scientificresearch, whether undertaken by them or on their behalf,is conducted in accordance with this Convention.

2 — States and competent international organizationsshall be responsible and liable for the measures theytake in contravention of this Convention in respect ofmarine scientific research conducted by other States,their natural or juridical persons or by competent inter-national organizations, and shall provide compensationfor damage resulting from such measure.

3 — States and competent international organizationsshall be responsible and liable pursuant to article 235for damage caused by pollution of the marine environ-ment arising out of marine scientific research under-taken by them or on their behalf.

SECTION 6

Settlement of disputes and interim measures

Article 264Settlement of disputes

Disputes concerning the interpretation or applicationof the provisions of this Convention with regard tomarine scientific research shall be settled in accordancewith part XV, sections 2 and 3.

Article 265Interim measures

Pending settlement of a dispute in accordance withpart XV, sections 2 and 3, the State or competent inter-national organization authorized to conduct a marinescientific research project shall not allow research acti-vities to commence or continue without the express con-sent of the coastal State concerned.

PART XIV

Development and transfer of marine technology

SECTION 1

General provisions

Article 266Promotion of the development and transfer of marine technology

1 — States, directly or through competent internatio-nal organizations, shall co-operate in accordance withtheir capabilities to promote actively the developmentand transfer of marine science and marine technologyon fair and reasonable terms and conditions.

2 — States shall promote the development of themarine scientific and technological capacity of Stateswhich may need and request technical assistance in this

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field, particularly developing States, including land-loc-ked and geographically disadvantaged States, withregard to the exploration, exploitation, conservation andmanagement of marine resources, the protection andpreservation of the marine environment, marine scien-tific research and other activities in the marine envi-ronment compatible with this Convention, with a viewto accelerating the social and economic developmentof the developing States.

3 — States shall endeavour to foster favourable eco-nomic and legal conditions for the transfer of marinetechnology for the benefit of all parties concerned onan equitable basis.

Article 267

Protection of legitimate interests

States, in promoting co-operation pursuant to arti-cle 266, shall have due regard for all legitimate interestsincluding, inter alia, the rights and duties of holders,suppliers and recipients of marine technology.

Article 268

Basic objectives

States, directly or through competent internationalorganizations, shall promote:

a) The acquisition, evaluation and disseminationof marine technological knowledge and facilitateaccess to such information and data;

b) The development of appropriate marine tech-nology;

c) The development of the necessary technologicalinfrastructure to facilitate the transfer of marinetechnology;

d) The development of human resources throughtraining and education of nationals of develo-ping States and countries and especially thenationals of the least developed among them;

e) International co-operation at all levels, parti-cularly at the regional, sub-regional and bilaterallevels.

Article 269

Measures to achieve the basic objectives

In order to achieve the objectives referred to in arti-cle 268, States, directly or through competent interna-tional organizations, shall endeavour, inter alia, to:

a) Establish programmes of technical co-operationfor the effective transfer of all kinds of marinetechnology to States which may need andrequest technical assistance in this field, par-ticularly the developing land-locked and geo-graphically disadvantaged States, as well asother developing States which have not beenable either to establish or develop their owntechnological capacity in marine science and inthe exploration and exploitation of marineresources or to develop the infrastructure ofsuch technology;

b) Promote favourable conditions for the conclu-sion of agreements, contracts and other similararrangements, under equitable and reasonableconditions;

c) Hold conferences, seminars and symposia onscientific and technological subjects, in particu-lar on policies and methods for the transfer ofmarine technology;

d) Promote the exchange of scientists and of tech-nological and other experts;

e) Undertake projects and promote joint venturesand other forms of bilateral and multilateralco-operation.

SECTION 2

International co-operation

Article 270

Ways and means of international co-operation

International co-operation for the development andtransfer of marine technology shall be carried out, wherefeasible and appropriate, through existing bilateral,regional or multilateral programmes, and also throughexpanded and new programmes in order to facilitatemarine scientific research, the transfer of marine tech-nology, particularly in new fields, and appropriate inter-national funding for ocean research and development.

Article 271

Guidelines, criteria and standards

States, directly or through competent internationalorganizations, shall promote the establishment of gene-rally accepted guidelines, criteria and standards for thetransfer of marine technology on a bilateral basis orwithin the frame-work of international organizations andother fora, taking into account, in particular, the inte-rests and needs of developing States.

Article 272

Co-ordination of international programmes

In the field of transfer of marine technology, Statesshall endeavour to ensure that competent internationalorganizations co-ordinate their activities, including anyregional or global programmes, taking into account theinterests and needs of developing States, particularlyland-locked and geographically disadvantaged States.

Article 273

Co-operation with international organizations and the Authority

States shall co-operate actively with competent inter-national organizations and the Authority to encourageand facilitate the transfer to developing States, theirnationals and the Enterprise of skills and marine tech-nology with regard to activities in the Area.

Article 274

Objectives of the Authority

Subject to all legitimate interests including, inter alia,the rights and duties of holders, suppliers and recipients

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of technology, the Authority, with regard to activitiesin the Area, shall ensure that:

a) On the basis of the principle of equitable geo-graphical distribution, nationals of developingStates, whether coastal, land-locked or geogra-phically disadvantaged, shall be taken on for thepurposes of training as members of the mana-gerial, research and technical staff constitutedfor its undertakings;

b) The technical documentation on the relevantequipment, machinery, devices and processes ismade available to all States, in particular deve-loping States which may need and request tech-nical assistance in this field;

c) Adequate provision is made by the Authorityto facilitate the acquisition of technical assis-tance in the field of marine technology by Stateswhich may need and request it, in particulardeveloping States, and the acquisition by theirnationals of the necessary skills and know-how,including professional training;

d) States which may need and request technicalassistance in this field, in particular developingStates, are assisted in the acquisition of neces-sary equipment, processes, plant and other tech-nical know-how through any financial arrange-ments provided for in this Convention.

SECTION 3

National and regional marine scientific and technological centres

Article 275

Establishment of national centres

1 — States, directly or through competent internatio-nal organizations and the Authority, shall promote theestablishment, particularly in developing coastal States,of national marine scientific and technological researchcentres and the strengthening of existing national cen-tres, in order to stimulate and advance the conduct ofmarine scientific research by developing coastal Statesand to enhance their national capabilities to utilize andpreserve their marine resources for their economicbenefit.

2 — States, through competent international organi-zations and the Authority, shall give adequate supportto facilitate the establishment and strengthening of suchnational centres so as to provide for advanced trainingfacilities and necessary equipment, skills and know-howas well as technical experts to such States which mayneed and request such assistance.

Article 276

Establishment of regional centres

1 — States, in co-ordination with the competent inter-national organizations, the Authority and nationalmarine scientific and technological research institutions,shall promote the establishment of regional marinescientific and technological research centres, particularlyin developing States, in order to stimulate and advancethe conduct of marine scientific research by developingStates and foster the transfer of marine technology.

2 — All States of a region shall co-operate with theregional centres therein to ensure the more effectiveachievement of their objectives.

Article 277Functions of regional centres

The functions of such regional centres shall include,inter alia:

a) Maining and educational programmes at alllevels on various aspects of marine scientific andtechnological research, particularly marine bio-logy, including conservation and managementof living resources, oceanography, hydrography,engineering, geological exploration of the sea-bed, mining and desalination technologies;

b) Management studies;c) Study programmes related to the protection and

preservation of the marine environment and theprevention, reduction and control of pollution;

d) Organization of regional conferences, seminarsand symposia;

e) Acquisition and processing of marine scientificand technological data and information;

f) Prompt dissemination of results of marine scien-tific and technological research in readily avai-lable publications;

g) Publicizing national policies with regard to thetransfer of marine technology and systematiccomparative study of those policies;

h) Compilation and systematization of informationon the marketing of technology and on contractsand other arrangements concerning patents;

i) Technical co-operation with other States of theregion.

SECTION 4

Co-operation among international organizations

Article 278Co-operation among international organizations

The competent international organizations referredto in this part and in part XIII shall take all appropriatemeasures to ensure, either directly or in close coope-ration among themselves, the effective discharge of theirfunctions and responsibilities under this part.

PART XV

Settlement of disputes

SECTION 1

General provisions

Article 279Obligation to settle disputes by peaceful means

States Parties shall settle any dispute between themconcerning interpretation or application of this Con-vention by peaceful means in accordance with article 2,paragraph 3, of the Charter of the United Nations and,to this end, shall seek a solution by the means indicatedin article 33, paragraph 1, of the Charter.

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Article 280Settlement of disputes by any peaceful means chosen by the parties

Nothing in this part impairs the right of any StatesParties to agree at any time to settle a dispute betweenthem concerning the interpretation or application of thisConvention by any peaceful means of their own choice.

Article 281Procedure where no settlement has been reached by the parties

1 — If the States Parties which are parties to a disputeconcerning the interpretation or application of this Con-vention have agreed to seek settlement of the disputeby a peaceful means of their own choice, the proceduresprovided for in this part apply only where no settlementhas been reached by recourse to such means and theagreement between the parties does not exclude anyfurther procedure.

2 — If the parties have also agreed on a time-limit,paragraph 1 applies only upon the expiration of thattime-limit.

Article 282Obligations under general, regional or bilateral agreements

If the States Parties which are parties to a disputeconcerning the interpretation or application of this Con-vention have agreed, through a general, regional or bila-teral agreement or otherwise, that such dispute shall,at the request of any party to the dispute, be submittedto a procedure that entails a binding decision, that pro-cedure shall apply in lieu of the procedures providedfor in this part, unless the parties to the dispute otherwiseagree.

Article 283Obligation to exchange views

1 — When a dispute arises between States Partiesconcerning the interpretation or application of this Con-vention, the parties to the dispute shall proceed expe-ditiously to an exchange of views regarding its settlementby negotiation or other peaceful means.

2 — The parties shall also proceed expeditiously toan exchange of views where a procedure for the sett-lement of such a dispute has been terminated withouta settlement or where a settlement has been reachedand the circumstances require consultation regardingthe manner of implementing the settlement.

Article 284Conciliation

1 — A State Party which is a party to a dispute con-cerning the interpretation or application of this Con-vention may invite the other party or parties to submitthe dispute to conciliation in accordance with the pro-cedure under annex V, section 1, or another conciliationprocedure.

2 — If the invitation is accepted and if the partiesagree upon the conciliation procedure to be applied,any party may submit the dispute to that procedure.

3 — If the invitation is not accepted or the partiesdo not agree upon the procedure, the conciliation pro-ceedings shall be deemed to be terminated.

4 — Unless the parties otherwise agree, when a dis-pute has been submitted to conciliation, the proceedings

may be terminated only in accordance with the agreedconciliation procedure.

Article 285Application of this section to disputes submitted pursuant

to part XI

This section applies to any dispute which pursuantto part XI, section 5, is to be settled in accordancewith procedures provided for in this part. If an entityother than a State Party is a party to such a dispute,this section applies mutatis mutandis.

SECTION 2

Compulsory procedures entailing binding decisions

Article 286Application of procedures under this section

Subject to section 3, any dispute concerning the inter-pretation or application of this Convention shall, whereno settlement has been reached by recourse to section 1,be submitted at the request of any party to the disputeto the court or tribunal having jurisdiction under thissection.

Article 287Choice of procedure

1 — When signing, ratifying or acceding to this Con-vention or at any time thereafter, a State shall be freeto choose, by means of a written declaration, one ormore of the following means for the settlement of dis-putes concerning the interpretation or application ofthis Convention:

a) The International Tribunal for the Law of theSea established in accordance with annex VI;

b) The International Court of Justice;c) An arbitral tribunal constituted in accordance

with annex VII;d) A special arbitral tribunal constituted in accor-

dance with annex VIII for one or more of thecategories of disputes specified therein.

2 — A declaration made under paragraph 1 shall notaffect or be affected by the obligation of a State Partyto accept the jurisdiction of the Sea-Bed Disputes Cham-ber of the International Tribunal for the Law of theSea to the extent and in the manner provided for inpart XI, section 5.

3 — A State Party, which is a party to a dispute notcovered by a declaration in force, shall be deemed tohave accepted arbitration in accordance with annex VII.

4 — If the parties to a dispute have accepted the sameprocedure for the settlement of the dispute, it may besubmitted only to that procedure, unless the partiesotherwise agree.

5 — If the parties to a dispute have not accepted thesame procedure for the settlement of the dispute, itmay be submitted only to arbitration in accordance withannex VII, unless the parties otherwise agree.

6 — A declaration made under paragraph 1 shallremain in force until three months after notice of revo-cation has been deposited with the Secretary-Generalof the United Nations.

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7 — A new declaration, a notice of revocation or theexpiry of a declaration does not in any way affect pro-ceedings pending before a court or tribunal having juris-diction under this article, unless the parties otherwiseagree.

8 — Declarations and notices referred to in this articleshall be deposited with the Secretary-General of theUnited Nations, who shall transmit copies thereof tothe States Parties.

Article 288Jurisdiction

1 — A court or tribunal referred to in article 287 shallhave jurisdiction over any dispute concerning the inter-pretation or application of this Convention which is sub-mitted to it in accordance with this part.

2 — A court or tribunal referred to in article 287 shallalso have jurisdiction over any dispute concerning theinterpretation or application of an international agree-ment related to the purposes of this Convention, whichis submitted to it in accordance with the agreement.

3 — The Sea-Bed Disputes Chamber of the Interna-tional Tribunal for the Law of the Sea established inaccordance with annex VI, and any other chamber orarbitral tribunal referred to in part XI, section 5, shallhave jurisdiction in any matter which is submitted toit in accordance therewith.

4 — In the event of a dispute as to whether a courtor tribunal has jurisdiction, the matter shall be settledby decision of that court or tribunal.

Article 289Experts

In any dispute involving scientific or technical matters,a court or tribunal exercising jurisdiction under this sec-tion may, at the request of a party or proprio motu,select in consultation with the parties no fewer thantwo scientific or technical experts chosen preferably fromthe relevant list prepared in accordance with annex VIII,article 2, to sit with the court or tribunal but withoutthe right to vote.

Article 290Provisional measures

1 — If a dispute has been duly submitted to a courtor tribunal which considers that prima facie it has juris-diction under this part or part XI, section 5, the courtor tribunal may prescribe any provisional measureswhich it considers appropriate under the circumstancesto preserve the respective rights of the parties to thedispute or to prevent serious harm to the marine envi-ronment, pending the final decision.

2 — Provisional measures may be modified or revo-ked as soon as the circumstances justifying them havechanged or ceased to exist.

3 — Provisional measures may be prescribed, modi-fied or revoked under this article only at the requestof a party to the dispute and after the parties have beengiven an opportunity to be heard.

4 — The court or tribunal shall forthwith give noticeto the parties to the dispute, and to such other StatesParties as it considers appropriate, of the prescription,modification or revocation of provisional measures.

5 — Pending the constitution of an arbitral tribunalto which a dispute is being submitted under this section,

any court or tribunal agreed upon by the parties or,failing such agreement within two weeks from the dateof the request for provisional measures, the Interna-tional Tribunal for the Law of the Sea or, with respectto activities in the Area, the Sea-Bed Disputes Chamber,may prescribe, modify or revoke provisional measuresin accordance with this article if it considers that primafacie the tribunal which is to be constituted would havejurisdiction and that the urgency of the situation sorequires. Once constituted, the tribunal to which thedispute has been submitted may modify, revoke or affirmthose provisional measures, acting in conformity withparagraphs 1 to 4.

6 — The parties to the dispute shall comply promptlywith any provisional measures prescribed under thisarticle.

Article 291

Access

1 — All the dispute settlement procedures specifiedin this part shall be open to States Parties.

2 — The dispute settlement procedures specified inthis part shall be open to entities other than States Par-ties only as specifically provided for in this Convention.

Article 292

Prompt release of vessels and crews

1 — Where the authorities of a State Party have detai-ned a vessel flying the flag of another State Party andit is alleged that the detaining State has not compliedwith the provisions of this Convention for the promptrelease of the vessel or its crew upon the posting ofa reasonable bond or other financial security, the ques-tion of release from detention may be submitted to anycourt or tribunal agreed upon by the parties or, failingsuch agreement within 10 days from the time of deten-tion, to a court or tribunal accepted by the detainingState under article 287 or to the International Tribunalfor the Law of the Sea, unless the parties otherwiseagree.

2 — The application for release may be made onlyby or on behalf of the flag State of the vessel.

3 — The court or tribunal shall deal without delaywith the application for release and shall deal only withthe question of release, without prejudice to the meritsof any case before the appropriate domestic forumagainst the vessel, its owner or its crew. The authoritiesof the detaining State remain competent to release thevessel or its crew at any time.

4 — Upon the posting of the bond or other financialsecurity determined by the court or tribunal, the au-thorities of the detaining State shall comply promptlywith the decision of the court or tribunal concerningthe release of the vessel or its crew.

Article 293

Applicable law

1 — A court or tribunal having jurisdiction under thissection shall apply this Convention and other rules ofinternational law not incompatible with this Convention.

2 — Paragraph 1 does not prejudice the power of thecourt or tribunal having jurisdiction under this sectionto decide a case ex aequo et bono, if the parties so agree.

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Article 294Preliminary proceedings

1 — A court or tribunal provided for in article 287to which an application is made in respect of a disputereferred to in article 297 shall determine at the requestof a party, or may determine proprio motu, whether theclaim constitutes an abuse of legal process or whetherprima facie it is well founded. If the court or tribunaldetermines that the claim constitutes an abuse of legalprocess or is prima facie unfounded, it shall take nofurther action in the case.

2 — Upon receipt of the application, the court or tri-bunal shall immediately notify the other party or partiesof the application, and shall fix a reasonable time-limitwithin which they may request it to make a determi-nation in accordance with paragraph 1.

3 — Nothing in this article affects the right of anyparty to a dispute to make preliminary objections inaccordance with the applicable rules of procedure.

Article 295Exhaustion of local remedies

Any dispute between States Parties concerning theinterpretation or application of this Convention may besubmitted to the procedures provided for in this sectiononly after local remedies have been exhausted wherethis is required by international law.

Article 296Finality and binding force of decisions

1 — Any decision rendered by a court or tribunalhaving jurisdiction under this section shall be final andshall be complied with by all the parties to the dispute.

2 — Any such decision shall have no binding forceexcept between the parties and in respect of that par-ticular dispute.

SECTION 3

Limitations and exceptions to applicability of section 2

Article 297Limitations on applicability of section 2

1 — Disputes concerning the interpretation or appli-cation of this Convention with regard to the exerciseby a coastal State of its sovereign rights or jurisdictionprovided for in this Convention shall be subject to theprocedures provided for in section 2 in the followingcases:

a) When it is alleged that a coastal State has actedin contravention of the provisions of this Con-vention in regard to the freedoms and rightsof navigation, overflight or the laying of sub-marine cables and pipelines, or in regard toother internationally lawful uses of the sea spe-cified in article 58;

b) When it is alleged that a State in exercising theaforementioned freedoms, rights or uses hasacted in contravention of this Convention orof laws or regulations adopted by the coastalState in conformity with this Convention andother rules of international law not incompatiblewith this Convention; or

c) When it is alleged that a coastal State has actedin contravention of specified international rulesand standards for the protection and preserva-tion of the marine environment which are appli-cable to the coastal State and which have beenestablished by this Convention or through acompetent international organization or diplo-matic conference in accordance with this Con-vention.

2 — a) Disputes concerning the interpretation orapplication of the provisions of this Convention withregard to marine scientific research shall be settled inaccordance with section 2, except that the coastal Stateshall not be obliged to accept the submission to suchsettlement of any dispute arising out of:

i) The exercise by the coastal State of a right ordiscretion in accordance with article 246; or

ii) A decision by the coastal State to order sus-pension or cessation of a research project inaccordance with article 253.

b) A dispute arising from an allegation by the resear-ching State that with respect to a specific project thecoastal State is not exercising its rights under articles 246and 253 in a manner compatible with this Conventionshall be submitted, at the request of either party, toconciliation under annex V, section 2, provided that theconciliation commission shall not call in question theexercise by the coastal State of its discretion to designatespecific areas as referred to in article 246, paragraph6, or of its discretion to withhold consent in accordancewith article 246, paragraph 5.

3 — a) Disputes concerning the interpretation orapplication of the provisions of this Convention withregard to fisheries shall be settled in accordance withsection 2, except that the coastal State shall not be obli-ged to accept the submission to such settlement of anydispute relating to its sovereign rights with respect tothe living resources in the exclusive economic zone ortheir exercise, including its discretionary powers fordetermining the allowable catch, its harvesting capacity,the allocation of surpluses to other States and the termsand conditions established in its conservation and mana-gement laws and regulations.

b) Where no settlement has been reached by recourseto section 1 of this part, a dispute shall be submittedto conciliation under annex V, section 2, at the requestof any party to the dispute, when it is alleged that:

i) A coastal State has manifestly failed to complywith its obligations to ensure through properconservation and management measures thatthe maintenance of the living resources in theexclusive economic zone is not seriously endan-gered;

ii) A coastal State has arbitrarily refused to deter-mine, at the request of another State, the allow-able catch and its capacity to harvest livingresources with respect to stocks which that otherState is interested in fishing; or

iii) A coastal State has arbitrarily refused to allocateto any State, under articles 62, 69 and 70 andunder the terms and conditions established bythe coastal State consistent with this Conven-tion, the whole or part of the surplus it hasdeclared to exist.

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c) In no case shall the conciliation commission sub-stitute its discretion for that of the coastal State.

d) The report of the conciliation commission shallbe communicated to the appropriate internationalorganizations.

e) In negotiating agreements pursuant to articles 69and 70, States Parties, unless they otherwise agree, shallinclude a clause on measures which they shall take inorder to minimize the possibility of a disagreement con-cerning the interpretation or application of the agree-ment, and on how they should proceed if a disagreementnevertheless arises.

Article 298Optional exceptions to applicability of section 2

1 — When signing, ratifying or acceding to this Con-vention or at any time thereafter, a State may, withoutprejudice to the obligations arising under section 1,declare in writing that it does not accept any one ormore of the procedures provided for in section 2 withrespect to one or more of the following categories ofdisputes:

a) :

i) Disputes concerning the interpretation orapplication of articles 15, 74 and 83 rela-ting to sea boundary delimitations, orthose involving historic bays or titles, pro-vided that a State having made such adeclaration shall, when such a dispute ari-ses subsequent to the entry into force ofthis Convention and where no agreementwithin a reasonable period of time is rea-ched in negotiations between the parties,at the request of any party to the dispute,accept submission of the matter to con-ciliation under annex V, section 2; andprovided further that any dispute thatnecessarily involves the concurrent con-sideration of any unsettled dispute con-cerning sovereignty or other rights overcontinental or insular land territory shallbe excluded from such submission;

ii) After the conciliation commission haspresented its report, which shall state thereasons on which it is based, the partiesshall negotiate an agreement on the basisof that report; if these negotiations donot result in an agreement, the partiesshall, by mutual consent, submit the ques-tion to one of the procedures providedfor in section 2, unless the parties other-wise agree;

iii) This subparagraph does not apply to anysea boundary dispute finally settled by anarrangement between the parties, or toany such dispute which is to be settledin accordance with a bilateral or multi-lateral agreement binding upon thoseparties;

b) Disputes concerning military activities, inclu-ding military activities by government vesselsand aircraft engaged in non-commercial service,and disputes concerning law enforcement acti-vities in regard to the exercise of sovereign rightsor jurisdiction excluded from the jurisdiction of

a court or tribunal under article 297, paragraph 2or 3;

c) Disputes in respect of which the Security Coun-cil of the United Nations is exercising the func-tions assigned to it by the Charter of the UnitedNations, unless the Security Council decides toremove the matter from its agenda or calls uponthe parties to settle it by the means providedfor in this Convention.

2 — A State Party which has made a declaration underparagraph 1 may at any time withdraw it, or agree tosubmit a dispute excluded by such declaration to anyprocedure specified in this Convention.

3 — A State Party which has made a declaration underparagraph 1 shall not be entitled to submit any disputefalling within the excepted category of disputes to anyprocedure in this Convention as against another StateParty, without the consent of that party.

4 — If one of the States Parties has made a declarationunder paragraph 1, a), any other State Party may submitany dispute falling within an excepted category againstthe declarant party to the procedure specified in suchdeclaration.

5 — A new declaration, or the withdrawal of a decla-ration, does not in any way affect proceedings pendingbefore a court or tribunal in accordance with this article,unless the parties otherwise agree.

6 — Declarations and notices of withdrawal of decla-rations under this article shall be deposited with theSecretary-General of the United Nations, who shalltransmit copies thereof to the States Parties.

Article 299Right of the parties to agree upon a procedure

1 — A dispute excluded under article 297 or exceptedby a declaration made under article 298 from the disputesettlement procedures provided for in section 2 maybe submitted to such procedures only by agreement ofthe parties to the dispute.

2 — Nothing in this section impairs the right of theparties to the dispute to agree to some other procedurefor the settlement of such dispute or to reach an amicablesettlement.

PART XVI

General provisions

Article 300Good faith and abuse of rights

States Parties shall fulfil in good faith the obligationsassumed under this Convention and shall exercise therights, jurisdiction and freedoms recognized in this Con-vention in a manner which would not constitute an abuseof right.

Article 301Peaceful uses of the seas

In exercising their rights and performing their dutiesunder this Convention, States Parties shall refrain fromany threat or use of force against the territorial integrityor political independence of any State, or in any othermanner inconsistent with the principles of internationallaw embodied in the Charter of the United Nations.

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Article 302Disclosure of information

Without prejudice to the right of a State Party toresort to the procedures for the settlement of disputesprovided for in this Convention, nothing in this Con-vention shall be deemed to require a State Party, inthe fulfilment of its obligations under this Convention,to supply information the disclosure of which is contraryto the essential interests of its security.

Article 303Archaeological and historical objects found at sea

1 — States have the duty to protect objects of anarchaelogical and historical nature found at sea and shallco-operate for this purpose.

2 — In order to control traffic in such objects, thecoastal State may, in applying article 33, presume thattheir removal from the sea-bed in zone referred to inthat article without its approval would result in an infrin-gement within its territory or territorial sea of the lawsand regulations referred to in that article.

3 — Nothing in this article affects the rights of iden-tifiable owners, the law of salvage or other rules of admi-ralty, or laws and practices with respect to culturalexchanges.

4 — This article is without prejudice to other inter-national agreements and rules of international law regar-ding the protection of objects of an archaeological andhistorical nature.

Article 304Responsibility and liability for damage

The provisions of this Convention regarding respon-sibility and liability for damage are without prejudiceto the application of existing rules and the developmentof further rules regarding responsibility and liabilityunder international law.

PART XVII

Final provisions

Article 305Signature

1 — This Convention shall be open for signature by:

a) All States;b) Namibia, represented by the United Nations

Council for Namibia;c) All self-governing associated States which have

chosen that status in an act of self-determinationsupervised and approved by the United Nationsin accordance with General Assembly Resolu-tion 1514 (XV) and which have competence overthe matters governed by this Convention, inclu-ding the competence to enter into treaties inrespect of those matters;

d) All self-governing associated States which, inaccordance with their respective instruments ofassociation, have competence over the mattersgoverned by this Convention, including the com-petence to enter into treaties in respect of thosematters;

e) All territories which enjoy full internal self-go-vernment, recognized as such by the UnitedNations, but have not attained full indepen-dence in accordance with General AssemblyResolution 1514 (XV) and which have compe-tence over the matters governed by this Con-vention, including the competence to enter intotreaties in respect of those matters;

f) International organizations, in accordance withannex IX.

2 — This Convention shall remain open for signatureuntil 9 December 1984 at the Ministery of ForeignAffairs of Jamaica and also, from 1 July 1983 until 9December 1984, at United Nations Headquarters in NewYork.

Article 306

Ratification and formal confirmation

This Convention is subject to ratification by Statesand the other entities referred to in article 305, para-graph 1, b), c), d) and e), and to formal confirmation,in accordance with annex IX, by the entities referredto in article 305, paragraph 1, f). The instruments ofratification and of formal confirmation shall be depos-ited with the Secretary-General of the United Nations.

Article 307

Accession

This Convention shall remain open for accession byStates and the other entities referred to in article 305.Accession by the entities referred to in article 305, para-graph 1, f), shall be in accordance with annex IX. Theinstruments of accession shall be deposited with the Sec-retary-General of the United Nations.

Article 308

Entry into force

1 — This Convention shall enter into force 12 monthsafter the date of deposit of the sixtieth instrument ofratification or accession.

2 — For each State ratifying or acceding to this Con-vention after the deposit of the sixtieth instrument ofratification or accession, the Convention shall enter intoforce on the thirtieth day following the deposit of itsinstrument of ratification or accession, subject toparagraph 1.

3 — The Assembly of the Authority shall meet onthe date of entry into force of this Convention and shallelect the Council of the Authority. The first Councilshall be constituted in a manner consistent with the pur-pose of article 161 if the provisions of that article cannotbe strictly applied.

4 — The rules, regulations and procedures drafted bythe Preparatory Commission shall apply provisionallypending their formal adoption by the Authority in accor-dance with part XI.

5 — The Authority and its organs shall act in accor-dance with Resolution II of the Third United NationsConference on the Law of the Sea relating to preparatoryinvestment and with decisions of the Preparatory Com-mission taken pursuant to that resolution.

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Article 309Reservations and exceptions

No reservations or exceptions may be made to thisConvention unless expressly permitted by other articlesof this Convention.

Article 310Declarations and statements

Article 309 does not preclude a State, when signing,ratifying or acceding to this Convention, from makingdeclarations or statements, however phrased or named,with a view, inter alia, to the harmonization of its lawsand regulations with the provisions of this Convention,provided that such declarations or statements do notpurport to exclude or to modify the legal effect of theprovisions of this Convention in their application to thatState.

Article 311Relation to other conventions and international agreements

1 — This Convention shall prevail, as between StatesParties, over the Geneva Conventions on the Law ofthe Sea of 29 April 1958.

2 — This Convention shall not alter the rights andobligations of States Parties which arise from otheragreements compatible with this Convention and whichdo not affect the enjoyment by other States Parties oftheir rights or the performance of their obligations underthis Convention.

3 — Two or more States Parties may conclude agree-ments modifying or suspending the operation of pro-visions of this Convention applicable solely to the rela-tions between them, provided that such agreements donot relate to a provision derogation from which is incom-patible with the effective execution of the object andpurpose of this Convention, and provided further thatsuch agreements shall not affect the application of thebasic principles embodied herein, and that the provisionsof such agreements do not affect the enjoyment by otherStates Parties of their rights or the performance of theirobligations under this Convention.

4 — States Parties intending to conclude an agree-ment referred to in paragraph 3 shall notify the otherStates Parties through the depositary of this Conventionof their intention to conclude the agreement and ofthe modification or suspension for which it provides.

5 — This article does not affect international agree-ments expressly permitted or preserved by other articlesof this Convention.

6 — States Parties agree that there shall be no amend-ments to the basic principle relating to the commonheritage of mankind set forth in article 136 and thatthey shall not be party to any agreement in derogationthereof.

Article 312Amendment

1 — After the expiry of a period of 10 years fromthe date of entry into force of this Convention, a StateParty may, by written communication addressed to theSecretary-General of the United Nations, propose spe-cific amendments to this Convention, other than thoserelation to activities in the Area, and request the con-vening of a conference to consider such proposedamendments. The Secretary-General shall circulate such

communication to all States Parties. If, within 12 monthsfrom the date of the circulation of the communication,not less than one half of the States Parties reply favour-ably to the request, the Secretary-General shall convenethe conference.

2 — The decision-making procedure applicable at theamendment conference shall be the same as that appli-cable at the Third United Nations Conference on theLaw of the Sea unless otherwise decided by the con-ference. The conference should make every effort toreach agreement on any amendments by way of con-sensus and there should be no voting on them untilall efforts at consensus have been exhausted.

Article 313Amendment by simplified procedure

1 — A State Party may, by written communicationaddressed to the Secretary-General of the UnitedNations, propose an amendment to this Convention,other than an amendment relating to activities in theArea, to be adopted by the simplified procedure setforth in this article without convening a conference. TheSecretary-General shall circulate the communication toall States Parties.

2 — If, within a period of 12 months from the dateof the circulation of the communication, a State Partyobjects to the proposed amendment or to the proposalfor its adoption by the simplified procedure, the amend-ment shall be considered rejected. The Secretary-Gen-eral shall immediately notify all States Parties accord-ingly.

3 — If, 12 months from the date of the circulationof the communication, no State Party has objected tothe proposed amendment or to the proposal for its adop-tion by the simplified procedure, the proposed amend-ment shall be considered adopted. The Secretary-Gen-eral shall notify all States Parties that the proposedamendment has been adopted.

Article 314Amendments to the provisions of this Convention

relating exclusively to activities in the Area

1 — A State Party may, by written communicationaddressed to the Secretary-General of the Authority,propose an amendment to the provisions of this Con-vention relating exclusively to activities in the Area,including annex VI, section 4. The Secretary-Generalshall circulate such communication to all States Parties.The proposed amendment shall be subject to approvalby the Assembly following its approval by the Council.Representatives of States Parties in those organs shallhave full powers to consider and approve the proposedamendment. The proposed amendment as approved bythe Council and the Assembly shall be consideredadopted.

2 — Before approving any amendment under para-graph 1, the Council and the Assembly shall ensure thatit does not prejudice the system of exploration for andexploitation of the resources of the Area, pending theReview Conference in accordance with article 155.

Article 315Signature, ratification of, accession to and authentic

texts of amendments

1 — Once adopted, amendments to this Conventionshall be open for signature by States Parties for

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12 months from the date of adoption, at United NationsHeadquarters in New York, unless otherwise providedin the amendment itself.

2 — Articles 306, 307 and 320 apply to all amend-ments to this Convention.

Article 316Entry into force of amendments

1 — Amendments to this Convention, other thanthose referred to in paragraph 5, shall enter into forcefor the States Parties ratifying or acceding to them onthe thirtieth day following the deposit of instrumentsof ratification or accession by two thirds of the StatesParties or by 60 States Parties, whichever is greater.Such amendments shall not affect the enjoyment byother States Parties of their rights or the performanceof their obligations under this Convention.

2 — An amendment may provide that a larger numberof ratification or accessions shall be required for its entryinto force than are required by this article.

3 — For each State Party ratifying or acceding to anamendment referred to in paragraph 1 after the depositof the required number of instruments of ratificationor accession, the amendment shall enter into force onthe thirtieth day following the deposit of its instrumentof ratification or accession.

4 — A State which becomes a Party to this Conventionafter the entry into force of an amendment in accordancewith paragraph 1 shall, failing an expression of a differentintention by that State:

a) Be considered as a Party to this Convention asso amended; and

b) Be considered as a Party to the unamended Con-vention in relation to any State Party not boundby the amendment.

5 — Any amendment relating exclusively to activitiesin the Area and any amendment to annex VI shall enterinto force for all States Parties one year following thedeposit of instruments of ratification or accession bythree fourths of the States Parties.

6 — A State which becomes a Party to this Conventionafter the entry into force of amendments in accordancewith paragraph 5 shall be considered as a Party to thisConvention as so amended.

Article 317Denunciation

1 — A State Party may, by written notificationaddressed to the Secretary-General of the UnitedNations, denounce this Convention and may indicateits reasons. Failure to indicate reasons shall not affectthe validity of the denunciation. The denunciation shalltake effect one year after the date of receipt of thenotification, unless the notification specifies a later date.

2 — A State shall not be discharged by reasons ofthe denunciation from the financial and contractual obli-gations which accrued while it was a Party to this Con-vention, nor shall the denunciation affect any right, obli-gation or legal situation of that State created throughthe execution of this Convention prior to its terminationfor that State.

3 — The denunciation shall not in any way affect theduty of any State Party to fulfil any obligation embodied

in this Convention to which it would be subject underinternational law independently of this Convention.

Article 318

Status of annexes

The annexes form an integral part of this Conventionand, unless expressly provided otherwise, a referenceto this Convention or to one of its Parts includes areference to the annexes relating thereto.

Article 319

Depositary

1 — The Secretary-General of the United Nationsshall be the depositary of this Convention and amend-ments thereto.

2 — In addition to his functions as depositary, theSecretary-General shall:

a) Report to all States Parties, the Authority andcompetent international organizations on issuesof a general nature that have arisen with respectto this Convention;

b) Notify the Authority of ratifications and formalconfirmations of and accessions to this Conven-tion and amendments thereto, as well as ofdenunciations of this Convention;

c) Notify States Parties of agreements in accor-dance with article 311, paragraph 4;

d) Circulate amendments adopted in accordancewith this Convention to States Parties for rat-ification or accession;

e) Convene necessary meetings of States Partiesin accordance with this Convention.

3 — a) The Secretary-General shall also transmit tothe observers referred to in article 156:

i) Reports referred to in paragraph 2, a);ii) Notifications referred to in paragraph 2, b) and

c); andiii) Texts of amendments referred to in paragraph

2, d), for their information.

b) The Secretary-General shall also invite those obser-vers to participate as observers at meetings of StatesParties referred to in paragraph 2, e).

Article 320

Authentic texts

The original of this Convention, of which the Arabic,Chinese, English, French, Russian and Spanish texts areequally authentic, shall, subject to article 305, paragraph2, be deposited with the Secretary-General of the UnitedNations.

In witness whereof, the undersigned plenipotentiaries,being duly authorized thereto, have signed this Con-vention.

Done at Montego Bay, this tenth day of December,one thousand nine hundred and eighty-two.

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ANNEX I

Highly migratory species

1 — Albacore tuna: Thunnus allalunga.2 — Bluefin tuna: Thunnus thynnus.3 — Bigeye tuna: Thunnus obesus.4 — Skipjack tuna: Katsuwonus pelamis.5 — Yellowfin tuna: Thunnus albacares.6 — Blackfin tuna: Thunnus atlanticus.7 — Little tuna: Euthynnus alletteratus; Euthynnus

affinis.8 — Southern bluefin tuna: Thunnus maccoyii.9 — Frigate mackerel: Auxis thazard; Auxis rochei.10 — Pomfrets: family Bramidae.11 — Marlins: Tetrapturus angustirostris; Tetrapturus

belone; Tetrapturus pfluegeri; Tetrapturus albidus; Tetra-pturus audax; Tetrapturus georgei; Makaira mazara;Makaira indica; Makaira nigricans.

12 — Sail-fishes: Istiophorus platypterus; Istiophorusalbicans.

13 — Swordfish: Xiphias gladius.14 — Sauries: Scomberesox saurus; Cololabis saira;

Cololabis adocetus; Scomberesox saurus scombroides.15 — Dolphin: Coryphaena hippurus; Coryphaena

equiselis.16 — Oceanic sharks: Hexanchus griseus; Cetorhinus

maximus; family Alopiidae; Rhincodon typus; familyCarcharhinidae; family Sphyrnidae; family Isurida.

17 — Cetaceans: family Phyeseteridae; family Balae-nopteridae; family Balaenidae; family Eschrichtiidae;family Monodontidae; family Ziphiidae; family Delphi-nidae.

ANNEX II

Commission on the Limits of the Continental Shelf

Article 1

In accordance with the provisions of article 76, a Com-mission on the Limits of the Continental Shelf beyond200 nautical miles shall be established in conformitywith the following articles.

Article 2

1 — The Commission shall consist of 21 members whoshall be experts in the field of geology, geophysics orhydrography, elected by States Parties to this Conventionfrom among their nationals, having due regard to theneed to ensure equitable geographical representation,who shall serve in their personal capacities.

2 — The initial election shall be held as soon as pos-sible but in any case within 18 months after the dateof entry into force of this Convention. At least threemonths before the date of each election, the Secretary-General of the United Nations shall address a letterto the States Parties, inviting the submission of nom-inations, after appropriate regional consultations, withinthree months. The Secretary-General shall prepare alist in alphabetical order of all persons thus nominatedand shall submit it to all the States Parties.

3 — Elections of the members of the Commissionshall be held at a meeting of States Parties convenedby the Secretary-General at United Nations Headquar-ters. At that meeting, for which two thirds of the StatesParties shall constitute a quorum, the persons electedto the Commission shall be those nominees who obtain

a two-thirds majority of the votes of the representativesof States Parties present and voting. Not less than threemembers shall be elected from each geographical region.

4 — The members of the Commission shall be electedfor a term of five years. They shall be eligible forre-election.

5 — The State Party which submitted the nominationof a member of the Commission shall defray the expen-ses of that member while in performance of Commissionduties. The coastal State concerned shall defray theexpenses incurred in respect of the advice referred toin article 3, paragraph 1, b), of this annex. The secretariatof the Commission shall be provided by the Secretary-General of the United Nations.

Article 3

1 — The functions of the Commission shall be:

a) To consider the data and other material sub-mitted by coastal States concerning the outerlimits of the continental shelf in areas wherethose limits extend beyond 200 nautical miles,and to make recommendations in accordancewith article 76 and the Statement of Under-standing adopted on 29 August 1980 by theThird United Nations Conference on the Lawof the Sea;

b) To provide scientific and technical advice, ifrequested by the coastal State concerned duringthe preparation of the data referred to in sub-paragraph a).

2 — The Commission may co-operate, to the extentconsidered necessary and useful, with the Intergovern-mental Oceanographic Commission of UNESCO, theInternational Hydrographic Organization and othercompetent international organizations with a view toexchanging scientific and technical information whichmight be of assistance in discharging the Commission’sresponsibilities.

Article 4

Where a coastal State intends to establish, in accor-dance with article 76, the outer limits of its continentalshelf beyond 200 nautical miles, it shall submit partic-ulars of such limits to the Commission along with sup-porting scientific and technical data as soon as possiblebut in any case within 10 years of the entry into forceof this Convention for that State. The coastal State shallat the same time give the names of any Commissionmembers who have provided it with scientific and tech-nical advice.

Article 5

Unless the Commission decides otherwise, the Com-mission shall function by way of subcommissions com-posed of seven members, appointed in a balanced man-ner taking into account the specific elements of eachsubmission by a coastal State. Nationals of the coastalState making the submission who are members of theCommission and any Commission members who hasassisted a coastal State by providing scientific and tech-nical advice with respect to the delineation shall notbe a member of the subcommission dealing with thatsubmission but has the right to participate as a memberin the proceedings of the Commission concerning thesaid submission. The coastal State which has made a

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submission to the Commission may send its represen-tatives to participate in the relevant proceedings withoutthe right to vote.

Article 6

1 — The subcommission shall submit its recommen-dations to the Commission.

2 — Approval by the Commission of the Recommen-dations of the subcommission shall be by a majorityof two of Commission thirds members present andvoting.

3 — The recommendations of the Commission shallbe submitted in writing to the coastal State which madethe submission and to the Secretary-General of the Uni-ted Nations.

Article 7

Coastal States shall establish the outer limits of thecontinental shelf in conformity with the provisions ofarticle 76, paragraph 8, and in accordance with theappropriate national procedures.

Article 8

In the case of disagreement by the coastal State withthe recommendations of the Commission, the coastalState shall, within a reasonable time, make a revisedor new submission to the Commission.

Article 9

The actions of the Commission shall not prejudicematters relating to delimitation of boundaries betweenStates with opposite or adjacent coasts.

ANNEX III

Basic conditions of prospecting, exploration and exploitation

Article 1Title to minerals

Title to minerals shall pass upon recovery in accor-dance with this Convention.

Article 2Prospecting

1 — a) The Authority shall encourage prospecting inthe Area.

b) Prospecting shall be conducted only after theAuthority has received a satisfactory written undertakingthat the proposed prospector will comply with this Con-vention and the relevant rules, regulations and proce-dures of the Authority concerning co-operation in thetraining programmes referred to in articles 143 and 144and the protection of the marine environment, and willaccept verification by the Authority of compliance there-with. The proposed prospector shall, at the same time,notify the Authority of the approximate area or areasin which prospecting is to be conducted.

c) Prospecting may be conducted simultaneously bymore than one prospector in the same area or areas.

2 — Prospecting shall not confer on the prospectorany rights with respect to resources. A prospector may,however, recover a reasonable quantity of minerals tobe used for testing.

Article 3Exploration and exploitation

1 — The Enterprise, States Parties, and the other enti-ties referred to in article 153, paragraph 2, b), may applyto the Authority for approval of plans of work for activ-ities in the Area.

2 — The Enterprise may apply with respect to anypart of the Area, but applications by others with respectto reserved areas are subject to the additional require-ments of article 9 of this annex.

3 — Exploration and exploitation shall be carried outonly in areas specified in plans of work referred to inarticle 153, paragraph 3, and approved by the Authorityin accordance with this Convention and the relevantrules, regulations and procedures of the Authority.

4 — Every approved plan of work shall:

a) Be in conformity with this Convention and therules, regulations and procedures of the Author-ity;

b) Provide for control by the Authority of activitiesin the Area in accordance with article 153,paragraph 4;

c) Confer on the operator, in accordance with therules, regulations and procedures of the Author-ity, the exclusive right to explore for and exploitthe specified categories of resources in the areaconvered by the plan of work. If, however, theapplicant presents for approval a plan of workcovering only the stage of exploration or thestage of exploitation, the approved plan of workshall confer such exclusive right with respect tothat stage only.

5 — Upon its approval by the Authority, every planof work, except those presented by the Enterprise, shallbe in the form of a contract concluded between theAuthority and the applicant or applicants.

Article 4Qualifications of applicants

1 — Applicants, other than the Enterprise, shall bequalified if they have the nationality or control and spon-sorship required by article 153, paragraph 2, b), andif they follow the procedures and meet the qualificationstandards set forth in the rules, regulations and pro-cedures of the Authority.

2 — Except as provided in paragraph 6, such qual-ification standards shall relate to the financial and tech-nical capabilities of the applicant and his performanceunder any previous contracts with the Authority.

3 — Each applicant shall be sponsored by the StateParty of which it is a national unless the applicant hasmore than one nationality, as in the case of a partnershipor consortium of entities from several States, in whichevent all States Parties involved shall sponsor the appli-cation or unless the applicant is effectively controlledby another State Party or its nationals, in which eventboth States Parties shall sponsor the application. Thecriteria and procedures for implementation of the spon-sorship requirements shall be set forth in the rules, reg-ulations and procedures of the Authority.

4 — The sponsoring State or States shall, pursuantto article 139, have the responsibility to ensures, withintheir legal systems, that a contractor so sponsored shall

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carry out activities in the Area in conformity with theTerms of its contract and its obligations under this Con-vention. A sponsoring State shall not, however, be liablefor damage caused by any failure of a contractor spons-ored by it to comply with its obligations if that StateParty has adopted laws and regulations and taken admin-istrative measures which are, within the framework ofits legal system, reasonably appropriate for securingcompliance by persons under its jurisdiction.

5 — The procedures for assessing the qualificationsof States Parties which are applicants shall take intoaccount their character as States.

6 — The qualification standards shall required thatevery applicant without exception, shall as part of hisapplication undertake:

a) To accept as enforceable and comply with theapplicable obligations created by the provisionsof part XI, the rules, regulations and proceduresof the Authority, the decisions of the organsof the Authority and terms of his contracts withthe Authority;

b) To accept control by the Authority of activitiesin the Area, as authorized by this Convention;

c) To provide the Authority with a written assur-ance that his obligations under the contract willbe fulfilled in good faith;

d) To comply with the provisions on the transferof technology set forth in article 5 of this annex.

Article 5Transfer of technology

1 — When submitting a plan of work, every applicantshall make available to the Authority a general descrip-tion of the equipment and methods to be used in carryingout activities in the Area, and other relevant non-pro-prietary information about the characteristics of suchtechnology and information as to where such technologyis available.

2 — Every operator shall inform the Authority of revi-sions in the description and information made availablepursuant to paragraph 1 whenever a substantial tech-nological change or innovation is introduced.

3 — Every contract for carrying out activities in theArea shall contain the following undertakings by thecontractor:

a) To make available to the Enterprise on fair andreasonable commercial terms and conditions,whenever the Authority so requests, the tech-nology which he uses in carrying out activitiesin the Area under the contract, which the con-tractor is legally entitled to transfer. This shallbe done by means of licences or other appro-priate arrangements which the contractor shallnegotiate with the Enterprises and which shallbe set forth in a specific agreement supplemen-tary to the contract. This undertaking may beinvoked only if the Enterprise finds that it isunable to obtain the same or equally efficientand useful technology on the open market onfair and reasonable commercial terms andconditions;

b) To obtain a written assurance from the ownerof any technology used in carrying out activitiesin the Area under the contract, which is notgenerally available on the open market and

which is not covered by subparagraph a), thatthe owner will, whenever the Authority sorequests, make that technology available to theEnterprise under licence or other appropriatearrangements and on fair and reasonable com-mercial terms and conditions, to the same extentas made available to the contractor. If this assur-ance is not obtained, the technology in questionshall not be used by the contractor in carryingout activities in the Area;

c) To acquire from the owner by means of anenforceable contract, upon the request of theEnterprise and if it is possible to do so withoutsubstantial cost to the contractor, the legal rightto transfer to the Enterprise any technology usedby the contractor, in carrying out activities inthe Area under the contract, which the con-tractor is otherwise not legally entitled to trans-fer and which is not generally available on theopen market. In cases where there is a substan-tial corporate relationship between the contrac-tor and the owner of the technology, the close-ness of this relationship and the degree of con-trol or influence shall be relevant to the deter-mination whether all feasible measures havebeen taken to acquires such a right. In caseswhere the contractor exercises effective controlover the owner, failure to acquire from theowner the legal right shall be considered rel-evant to the contractor’s qualification for anysubsequent application for approval of a planof work;

d) To facilitate, upon the request of the Enterprise,the acquisition by the Enterprise of any tech-nology covered by subparagraph b), underlicence or other appropriate arrangements andon fair and reasonable commercial terms andconditions, if the Enterprise decides to negotiatedirectly with the owner of the technology;

e) To take the same measures as are prescribedin subparagraphs a), b), c) and d) for the benefitof a developing State or group of developingStates which has applied for a contract underarticle 9 of this annex, provided that these meas-ures shall be limited to the exploitation of thepart of the area proposed by the contractorwhich has been reserved pursuant to article 8of this annex and provided that activities underthe contract sought by the developing State orgroup of developing States would not involvetransfer of technology to a third State or thenationals of a third State. The obligation underthis provision shall only apply with respect toany given contractor where technology has notbeen requested by the Enterprise or transferredby that contractor to the Enterprise.

4 — Disputes concerning undertakings required byparagraph 3, like other provisions of the contracts, shallbe subjects to compulsory settlement in accordance withpart XI and, in cases of violation of these undertakings,suspension or termination of the contract or monetarypenalties may be ordered in accordance with article 18of this annex. Disputes as to whether offers made bythe contractor are within the range of fair and reasonablecommercial terms and conditions may be submitted byeither party to binding commercial arbitration in accor-

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dance with the UNCITRAL Arbitration Rules or suchother arbitration rules as may be prescribed in the rules,regulations and procedures of the Authority, if the find-ing is that the offer made by the contractor is not withinthe range of fair and reasonable commercial terms andconditions, the contractor shall be given 45 days to revisehis offer to bring it within that range before the Authoritytakes any action in accordance with article 18 of thisannex.

5 — If the Enterprise is unable to obtain on fair andreasonable commercial terms and conditions appropri-ate technology to enable it to commence in a timelymanner the recovery and processing of minerals fromthe Area, either the Council or the Assembly may con-vene a group of States Parties composed of those whichare engaged in activities in the Area, those which havesponsored entities which are engaged in activities in theArea and other States Parties having access to such tech-nology. This group shall consult together and shall takeeffective measures to ensure that such technology ismade available to the Enterprise on fair and reasonablecommercial terms and conditions. Each such State Partyshall take all feasible measures to this end within itsown legal system.

6 — In the case of joint ventures with the Enterprise,transfer of technology will be in accordance with theterms of the joint venture agreement.

7 — The undertakings required by paragraph 3 shallbe included in each contract for the carrying out ofactivities in the Area until 10 years after the commence-ment of commercial production by the Enterprise, andmay be invoked during that period.

8 — For the purposes of this article, «technology»means the specialized equipment and technical know-how, including manuals, designs, operating instructions,training and technical advice and assistance, necessaryto assemble, maintains and operate a viable system andthe legal right to use these sistems for that purposeon a non-exclusive basis.

Article 6Approval of plans of work

1 — Six months after the entry into force of this Con-vention, and thereafter each fourth month, the Authorityshall take up for consideration proposed plans of work.

2 — When considering an application for approvalof a plan of work in the form of a contract, the Authorityshall first ascertain whether:

a) The applicant has complied with the proceduresestablished for applications in accordance witharticle 4 of this annex and has given the Author-ity the undertakings and assurances required bythat article. In cases of non-compliance withthese procedures or in the absence of any ofthese undertakings and assurances, the appli-cant shall be given 45 days to remedy thesedefects;

b) The applicant possesses the requisite qualifica-tions provided for in article 4 of this annex.

3 — All proposed plans of work shall be taken upin the order in which they are received. The proposedplans of work shall comply with and be governed bythe relevant provisions of this Convention and the rules,regulations and procedures of the Authority, including

those on operational requirements, financial contribu-tions and the undertakings concerning the transfer oftechnology. If the proposed plans of work conform tothese requirements, the Authority shall approve themprovided that they are in accordance with the uniformand non-discriminatory requirements set forth in therules, regulations and procedures of the Authority,unless:

a) Part or all of the area covered by the proposedplan of work is included in an approved planof work or a previously submitted proposed planof work which has not yet been finally actedon by the Authority;

b) Part or all of the area covered by the proposedplan of work is disapproved by the Authoritypursuant to article 162, paragraph 2, x); or

c) The proposed plan of work has been submittedor sponsored by a State Party which alreadyholds:

i) Plans of work for exploration and exploi-tation of polymetallic nodules in non-reserved areas that, together with eitherpart of the area covered by the appli-cation for a plan of work, exceed in size30 per cent of a circular area of400,000 squire kilometres surroundingthe centre of either part of the area cov-ered by the proposed plan of work;

ii) Plans of work for the exploration andexploitation of polymetallic nodules innon-reserved areas which, taken togetherconstitute 2 per cent of the total sea-bedarea which is not reserved or disapprovedfor exploitation pursuant to article 162,paragraph 2), x).

4 — For the purpose of the standard set forth in para-graph 3, c), a plan of work submitted by a partnershipor consortium shall be counted on a pro rata basis amongthe sponsoring States Parties involved in accordance witharticle 4, paragraph 3, of this annex. The Authority mayapprove plans of work covered by paragraph 3, c), ifit determines that such approval would not permit aState Party or entities sponsored by it to monopolizethe conduct of activities in the Area or to preclude otherStates Parties from activities in the Area.

5 — Notwithstanding paragraph 3, a), after the endof the interim period specified in article 151, para-graph 3, the Authority may adopt by means of rules,regulations and procedures other procedures and cri-teria consistent with this Convention for deciding whichapplicants shall have plans of work approved in casesof selection among applicants for a proposed area. Theseprocedures and criteria shall ensure approval of plansof work on an equitable and non-discriminatory basis.

Article 7Selection among applicants for production authorizations

1 — Six months after the entry into force of this Con-vention, and thereafter each fourth month, the Authorityshall take up for consideration applications for produc-tion authorizations submitted during the immediatelypreceding period. The Authority shall issue the author-izations applied for if all such applications can beapproved without exceeding the production limitation

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or contravening the obligations of the Authority undera commodity agreement or arrangement to which it hasbecome a party, as provided in article 151.

2 — When a selection must be made among applicantsfor production authorizations because of the productionlimitation set forth in article 151, paragraphs 2 to 7,or because of the obligations of the Authority undera commodity agreement or arrangement to which it hasbecome a party, as provide for in article 151, paragraph 1,the Authority shall make the selection on the basis ofobjective and non-discriminatory standards set forth inits rules, regulations and procedures.

3 — In the application of paragraph 2, the Authorityshall give priority to those applicants which:

a) Give better assurance of performance, takinginto account their financial and technical qual-ifications and their performance, if any, underpreviously approved plans of work;

b) Provide earlier prospective financial benefits tothe Authority, taking into account when com-mercial production is scheduled to begining;

c) Have already invest the most resources andeffort in prospecting or exploration.

4 — Applicants which are not selected in any periodshall have priority in subsequent periods until theyreceive a production authorization.

5 — Selection shall be made taking into account theneed to enhance opportunities for all States Parties,irrespective of their social and economic systems or geo-graphical locations so as to avoid discrimination againstany State or system, to participate in activities in theArea and to prevent monopolization of those activities.

6 — Whenever fewer reserved areas than non-reserved areas are under exploitation, applications forproduction authorizations with respect to reserved areasshall have priority.

7 — The decision referred to in this article shall betaken as soon as possible after the close of each period.

Article 8Reservation of areas

Each application, other than those submitted by theEnterprise or by any other entities for reserved areas,shall cover a total area, which need not be a single con-tinuous area, sufficiently large and of sufficient estima-ted commercial value to allow two mining operations.The applicant shall indicate the co-ordinates dividingthe area into two parts of equal estimated commercialvalue and submit all the data obtained by him withrespect to both parts. Without prejudice to the powersof the Authority pursuant to article 17 of this annex,the data to be submitted concerning polymetallic nod-ules shall relate to mappping, sampling, the abundanceof nodules, and their metal content. Whithin 45 daysof receiving such data, the Authority shall designatewhich part is to be reserved solely for the conduct foractivities by the Authority through the Enterprise orin association with developing States. This designationmay be deferred for a further period of 45 days if theAuthority requests an independent expert to assesswhether all data required by this article has been sub-mitted. The area designated shall become a reservedarea as soon as the plan of work for the non-reservedarea is approved and the contract is signed.

Article 9

Activities in reserved areas

1 — The Enterprise shall be given an opportunity todecide whether it intends to carry out activities in eachreserved area. This decision may be taken at any time,unless a notification pursuant to paragraph 4 is receivedby the Authority, in which event the Enterprise shalltake its decision within a reasonable time. The Enter-prise may decide to exploit such areas in joint ventureswith the interested State or entity.

2 — The Enterprise may conclude contracts for theexecution of part of its activities in accordance withannex IV, article 12. It may also enter into joint venturesfor the conduct of such activities with any entities whichare eligible to carry out activities in the Area pursuantto article 153, paragraph 2, b). When considering suchjoint ventures, the Enterprise shall offer to States Partieswhich are developing States and their nationals theopportunity of effective participation.

3 — The Authority may prescribe, in its rules, reg-ulations and procedures, substantive and proceduralrequirements and conditions with respect to such con-tracts and joint ventures.

4 — Any State Party which is a developing State orany natural or juridical person sponsored by it and effec-tively controlled by it or by other developing State whichis a qualified applicant, or any group of the foregoing,may notify the Authority that it wishes to submit a planof work pursuant to article 6 of this annex with respectto a reserved area. The plan of work shall be consideredif the Enterprise decides, pursuant to paragraph 1, thatit does not intend to carry out activities in that area.

Article 10

Preference and priority among applicants

An operator who has an approved plan of work forexploration only, as provided in article 3, paragraph 4,c), of this annex shall have a preference and a priorityamong applicants for a plan of work convering exploi-tation of the same area and resources. However, suchpreference or priority may be withdrawn if the operator’sperformance has not been satisfactory.

Article 11

Joint arrangements

1 — Contracts may provide for joint arrangementsbetween the contractor and the Authority through theEnterprise, in the form of joint ventures or productionsharing, as well as any other form of joint arrangement,which shall have the same protection against revision,suspension or termination as contracts with Authority.

2 — Contractors entering into such joint arrange-ments with the Enterprise may receive financial incen-tives as provided for in article 13 of this annex.

3 — Partners in joint ventures with the Enterpriseshall be liable for the payments required by article 13of this annex to the extent of their share in the jointventures, subject to financial incentives as provided forin that article.

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Article 12Activities carried out by the Enterprise

1 — Activities in the Area carried out by the Enter-prise pursuant to article 153, paragraph 2, a), shall begoverned by part XI, the rules, regulations and proce-dures of the Authority and its relevant decisions.

2 — Any plan of work submitted by the Enterpriseshall be accompanied by evidence supporting its finan-cial and technical capabilities.

Article 13Financial terms of contracts

1 — In adopting rules, regulations and proceduresconcerning the financial terms of a contract betweenthe Authority and the entities referred to in article 153,paragraph 2, b), and in negotiating those financial termsin accordance with part XI and those rules, regulationsand procedures, the Authority shall be guided by thefollowing objectives:

a) To ensure optimum revenues for the Authorityfrom the proceeds of commercial production;

b) To attract investments and technology to theexploration and exploitation of the Area;

c) To ensure equality of financial treatment andcomparable financial obligations for contrac-tors;

d) To provide incentives on a uniform and non-discriminatory basis for contractors to under-take joint arrangements with the Enterprise anddeveloping States or their nationals, to stimulatethe transfer of technology thereto, and to trainthe personnel of the Authority and of devel-oping States;

e) To enable the Enterprise to engage in sea-bedmining effectively at the same time as the enti-ties referred to in article 153, paragraph 2, b);and

f) To ensure that, as a result of the financial incen-tives provided to contractors under para-graph 14, under the terms of contractorsreviewed in accordance with article 19 of thisannex or under the provisions of article 11 ofthis annex with respect to joint ventures, con-tractors are not subsidized so as to be givenan artificial competitive advantage with respectto land-based miners.

2 — A fee shall be levied for the administrative costof processing an application for approval of a plan ofwork in the form of a contract and shall be fixed atan amount of US$ 500,000 per application. The amountof the fee shall be reviewed from time to time by theCouncil in order to ensure that it covers the admin-istrative cost incurred. If such administrative cost incur-red by the Authority in processing an application is lessthan the fixed amount, the Authority shall refund thedifference to the applicant.

3 — A contractor shall pay an annual fixed fee ofUS$ 1 million from the date of entry into force of thecontract. If the approved date of commencement of com-mercial production is postponed because of a delay inissuing the production authorization, in accordance witharticle 151, the annual fixed fee shall be waived for theperiod of postponement. From the date of commence-

ment of commercial production, the contractor shall payeither the production charge or the annual fixed fee,whichever is greater.

4 — Within a year of the date of commencement ofcommercial production, in conformity with paragraph 3,a contractor shall choose to make his financial contri-bution to the Authority by either:

a) Paying a production charge only; orb) Paying a combination of a production charge

and a share of net proceeds.

5 — a) If a contractor chooses to make his financialcontribution to the Authority by paying a productioncharge only, it shall be fixed at a percentage of themarket value of the processed metals produced fromthe polymetallic nodules recovered from the area cov-ered by the contract. This percentage shall be fixed asfollows:

i) Years 1-10 of commercial production — 5 percent;

ii) Years 11 to the end of commercial production —12 per cent.

b) The said market value shall be the product of thequantity of the processed metals produced from the poly-metallic nodules extracted from the area covered by thecontract and the average price for those metals duringthe relevant accounting year, as defined in paragraphs7 and 8.

6 — If a contractor chooses to make his financial con-tribution to the Authority by paying a combination ofa production charge and a share of net proceeds, suchpayments shall be determined as follows:

a) The production charge shall be fixed at a per-centage of the market value, determined inaccordance with subparagraph b), of the pro-cessed metals produced from the polymetallicnodules recovered from the area covered by thecontract. This percentage shall be fixed asfollows:

i) First period of commercial production —2 per cent;

ii) Second period of commercial produc-tion — 4 per cent.

If, in the second period of commercial pro-duction, as defined in subparagraph d), thereturn on investment in any accounting yearas defined in subparagraph m) falls below 15per cent as a result of the payment of the pro-duction charge at 4 per cent, the productioncharge shall be 2 per cent instead of 4 per centin that accounting year;

b) The said market value shall be the product ofthe quantity of the processed metals producedfrom the polymetallic nodules recovered fromthe area covered by the contract and the averageprice for those metals during the relevantaccounting year as defined in paragraphs 7 and 8;

c) :

i) The Authority’s share of the net proceedsshall be taken out of that portion of thecontractor’s net proceeds which isattributable to the mining of the resour-ces of the area convered by the contract,

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referred to hereinafter as attributable netproceeds;

ii) The Authority’s share of attributable netproceeds shall be determined in accor-dance with the following incrementalschedule:

Share of the Authority

First periodof

commercialproduction(per cent)

Secondperiod

ofcommercialproduction(per cent)

Portion of attributable net proceeds

That portion representing areturn on investment whichis greater than 0 per cent,but less than 10 per cent . . . 35 40

That portion representing areturn on investment whichis 10 per cent or greater, butless than 20 per cent . . . . . . 42,5 50

That portion representing areturn on investment whichis 20 per cent or greater . . . 50 70

d) :

i) The first period of commercial produc-tion referred to in subparagraphs a) andc) shall commence in the first accountingyear of commercial production and ter-minate in the accounting year in whichthe contractor’s development costs withinterest on the unrecovered portion the-reof are fully recovered by his cash sur-plus, as follows: in the first accountingyear during which development costs areincurred, unrecovered development costsshall equal the development costs lesscash surplus in that year. In each sub-sequent accounting year, unrecovereddevelopment costs shall equal the unre-covered development costs at the end ofthe preceding accounting year, plus inte-rest thereon at the rate of 10 per centper annum, plus development costs incur-red in the current accounting year andless contractor’s cash surplus in the cur-rent accounting year. The accountingyear in which unrecovered developmentcosts become zero for the first time shallbe the accounting year in which the con-tractor’s development costs with intereston the unrecovered portion thereof arefully recovered by his cash surplus. Thecontractor’s cash surplus in any accoun-ting year shall be his gross proceeds lesshis operating costs and less his paymentsto the Authority under subparagraph c);

ii) The second period of commercial pro-duction shall commence in the accoun-ting year following the termination of thefirst period of commercial productionand shall continue until the end of thecontract;

e) «Attributable net proceeds» means the productof the contractor’s net proceeds and the ratio

of the development costs in the mining sectorto the contractor’s development costs. If the con-tractor engages in mining, transporting polyme-tallic nodules and production primarily of threeprocessed metals, namely, cobalt, copper andnickle, the amount of attributable net proceedsshall not be less than 25 per cent of the con-tractor’s net proceeds. Subject to subpara-graph n), in all other cases, including thosewhere the contractor engages in mining, trans-porting polymetallic nodules, and productionprimarily of four processed metals, namely,cobalt, copper, manganese and nickel, the Aut-hority may, in its rules, regulations and proce-dures, prescribe appropriate floors which shallbear the same relationship to each case as the25 per cent floor does to the three-metal case;

f) «Contractor’s net proceeds» means the contra-ctor’s gross proceeds less his operating costs andless the recovery of his development costs asset out in subparagraph j);

g) :

i) If the contractor engages in mining, trans-porting polymetallic nodules and produc-tion of processed metals, «contractor’sgross proceeds» means the gross reve-nues from the sale of the processedmetals and any other monies deemed rea-sonably atributable to operations underthe contract in accordance with the finan-cial rules, regulations and procedures ofthe Authority;

ii) In all cases other than those specified insubparagraphs g), i), and n), iii), «con-tractor’s gross proceeds» means the grossrevenues from the sale of the semi-pro-cessed metals from the polymetallicnodules recovered from the area coveredby the contract, and any other moniesdeemed reasonably attributable to ope-rations under the contract in accordancewith the financial rules, regulations andprocedures of the Authority;

h) «Contractor’s development costs» means:

i) All expenditures incurred prior to thecommencement of commercial produc-tion which are directly related to thedevelopment of the productive capacityof the area covered by the contract andthe activities related thereto for opera-tions under the contract in all cases otherthan specified in subparagraph n), in con-formity with generally recognizedaccounting principles, incluiding, interalia, costs of machinery, equipment,ships, processing plant, construction,buildings, land, roads, prospecting andexploration of the area covered by thecontract, research and development, inte-rest, required leases, licences and fees;and

ii) Expenditures similar to those set forthin i) above incurred subsequent to the

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commencement of commercial produc-tion and necessary to carry out the planof work, except those chargeable to ope-rating costs;

i) The proceeds from the disposal of capital assetsand the market value of those capital assetswhich are no longer required for operationsunder the contract and which are not sold shallbe deducted from the contractor’s developmentcosts during the relevant accounting year. Whenthese deductions exceed the contractor’s deve-lopment costs the excess shall be added to thecontractor’s gross proceeds;

j) The contractor’s development costs incurredprior to the commencement of commercial pro-duction referred to in subparagraphs h), i), andn), iv), shall be recovered in 10 equal annualinstalments from the date of commencement ofcommercial production. The contractor’s deve-lopment costs incurred subsequent to the com-mencement of commercial production referredto in subparagraphs h), ii), and n), iv), shall berecovered in 10 or fewer equal annual instal-ments so as to ensure their complete recoveryby the end of the contract;

k) «Contractor’s operating costs» means all expen-ditures incurred after the commencement ofcommercial production in the operation of theproductive capacity of the area covered by thecontract and the activities related thereto foroperations under the contract, in conformitywith generally recognized accounting principa-les, including, inter alia, the annual fixed feeor the production charge, whichever is greater,expenditures for wages, salaries, employee bene-fits materials, services, transporting, processingand marketing costs, interest, utilities, preser-vation of the marine environment, overhead andadministrative costs specifically related to ope-rations under the contract, and any net ope-rating losses carried forward or backward as spe-cified herein. Net operating losses may be car-ried forward for two consecutive years exceptin the last two years of the contract in whichcase they may be carried backward to the twopreceding years;

l) If the contractor engages in mining, transportingof polymetallic nodules, and production of pro-cessed and semi-processed metals, «develop-ment costs of the mining sector» means the por-tion of the contractor’s development costs whichis directly related to the mining of the resourcesof the area covered by the contract, in confor-mity with generally recognized accounting prin-ciples, and the financial rules, regulations andprocedures of the Authority, including, inter alia,application fee, annual fixed fee and, whereapplicable, costs of prospecting and explorationof the area covered by the contract, and a por-tion of research and development costs;

m) «Return of investment» in any accounting yearmeans the ratio of attributable net proceeds inthat year to the development costs of the miningsector. For the purpose of computing this ratiothe development costs of the mining sector shallinclude expenditures on new or replacement

equipment in the mining sector less the originalcost of the equipment replaced;

n) If the contractor engages in mining only:

i) «Attributable net proceeds» means thewhole of the contractor’s net proceeds;

ii) «Contractor’s net proceeds» shall be asdefined in subparagraph f);

iii) «Contractor’s gross proceeds» means thegross revenues from the sale of the poly-metallic nodules, and any other moniesdeemed reasonably attributable to ope-rations under the contract in accordancewith the financial rules, regulations andprocedures of the Authority;

iv) «Contractor’s development costs» meansall expenditures incurred prior to thecommencement of commercial produc-tion as set forth in subparagraph h), i),and all expenditures incurred subsequentto the commencement of commercialproduction as set forth in subparagraphh), ii), which are directly related to themining of the resources of the area cove-red by the contract, in conformity withgenerally recognized accounting princi-ples;

v) «Contractor’s operating costs» means thecontractor’s operating costs as in subpa-ragraph k) which are directly related tothe mining of the resources of the areacovered by the contract in conformitywith generally recognized accountingprinciples;

vi) «Return on investment» in any accoun-ting year means the ratio of the contra-ctor’s net proceeds in that year to thecontractor’s development costs. For thepurpose of computing this ratio, the con-tractor’s development costs shall includeexpenditures on new or replacementequipment less the original cost of theequipment replaced;

o) The costs referred to in subparagraphs h), k),l) and n) in respect of interest paid by the con-tractor shall be allowed to the extent that, inall the circumstances, the Authority approves,pursuant to article 4, paragraph 1, of this annex,the debt-equity ratio and the rates of interestas reasonable, having regard to existing com-mercial practice;

p) The costs referred to in this paragraph shall notbe interpreted as including payments of corpo-rate income taxes or similar charges levied byStates in respect of the operations of thecontractor.

7 — a) «Processed metals», referred to in para-graphs 5 and 6 means the metals in the most basic formin which they are customarily traded on internationalterminal markets. For this purpose, the Authority shallspecify, in its financial rules, regulations and procedures,the relevant international terminal market. For themetals which are not traded on such markets, «processedmetals» means the metals in the most basic form inwhich they are customarily traded in representativearm’s length transactions.

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b) If the Authority cannot otherwise determine thequantity of the processed metals produced from the poly-metallic nodules recovered from the area covered bythe contract referred to in paragraphs 5, b), and 6, b),the quantity shall be determined on the basis of themetal content of the nodules, processing recovery effi-ciency and other relevant factors, in accordance withthe rules, regulations and procedures of the Authorityand in conformity with generally recognized accountingprinciples.

8 — If an international terminal market provides arepresentative pricing mechanism for processed metals,polymetallic nodules and semi-processed metals fromthe nodules, the average price on that market shall beused. In all other cases, the Authority shall, after con-sulting the contractor, determine a fair price for thesaid products in accordance with paragraph 9.

9 — a) All costs, expenditures, proceeds and revenuesand all determinations of price and value referred toin this article shall be the result or free market of arm’slength transactions. In the absence thereof, they shallbe determined by the Authority, after consulting thecontractor, as though they were the result of free marketor arm’s length transactions, taking into account relevanttransactions in other markets.

b) In order to ensure compliance with and enfor-cement of the provisions of this paragraph, the Authorityshall be guided by the principles adopted for, and theinterpretation given to, arm’s length transactions by theCommission on Transnational Corporations of the Uni-ted Nations, the Group of Experts on Tax Treaties bet-ween Developing and Developed Countries and otherinternational organizations, and shall, in its rules, regu-lations and procedures, specify uniform and internatio-nally acceptable accounting rules and procedures, andthe means of selection by the contractor of certifiedindependent accountants acceptable to the Authorityfor the purpose of carrying out auditing in compliancewith those rules, regulations and procedures.

10 — The contractor shall make available to theaccountants, in accordance with the financial rules, regu-lations and procedures of the Authority, such financialdata as are required to determine compliance with thisarticle.

11 — All costs, expenditures, proceeds and revenues,and all prices and values referred to in this article, shallbe determined in accordance with generally recognizedaccounting principles and the financial rules, regulationsand procedures of the Authority.

12 — Payments to the Authority under paragraphs5 and 6 shall be made in freely usable currencies orcurrencies which are freely available and effectively usa-ble on the major foreign exchange markets or, at thecontractor’s option, in the equivalents of processedmetals at market value. The market value shall be deter-mined in accordance with paragraph 5, b). The freelyusable currencies and currencies which are freely avai-labe and effectively usable on the major foreignexchange markets shall be defined in the rules, regu-lations and procedures of the Authority in accordancewith prevailing international monetary practice.

13 — All financial obligations of the contractor to theAuthority, as well as all his fees, costs, expenditures,proceeds and revenues referred to in this article, shallbe adjusted by expressing them in constant terms relativeto a base year.

14 — The Authority may, taking into account anyrecommendations of the Economic Planning Commis-

sion and the Legal and Technical Commission, adoptrules, regulations and procedures that provide for incen-tives, on a uniform and non-discriminatory basis, to con-tractors to further the objectives set out in paragraph 1.

15 — In the event of a dispute between the Authorityand a contractor over the interpretation or applicationof the financial terms of a contract, either party maysubmit the dispute to binding commercial arbitration,unless both parties agree to settle the dispute by othermeans, in accordance with article 188, paragraph 2.

Article 14Transfer of data

1 — The operator shall transfer to the Authority, inaccordance with its rules, regulations and proceduresand the terms and conditions of the plan of work, attime intervals determined by the Authority all data whichare both necessary for and relevant to the effective exer-cise of the powers and functions of the principal organsof the Authority in respect of the area covered by theplan of work.

2 — Transferred data in respect of the area coveredby the plan of work, deemed proprietary, may only beused for the purposes set forth in this article. Data neces-sary for the formulation by the Authority of rules, regu-lations and procedures concerning protection of themarine environment and safety, other than equipmentdesign data, shall not be deemed proprietary.

3 — Data transferred to the Authority by prospectors,applicants for contracts or contractors, deemed proprie-tary, shall not be disclosed by the Authority to the Enter-prise or to anyone external to the Authority, but dataon the reserved areas may be disclosed to the Enterprise.Such data transferred by such persons to the Enterpriseshall not be disclosed by the Enterprise to the Authorityor to anyone external to the Authority.

Article 15Training programmes

The contractor shall draw up practical programmesfor the training of personnel of the Authority and deve-loping States, including the participation of such per-sonnel in all activities in the area which are coveredby the contract, in accordance with article 144, para-graph 2.

Article 16Exclusive right to explore and exploit

The Authority shall, pursuant to part XI and its rules,regulations and procedures, accord the operator theexclusive right to explore and exploit the area coveredby the plan of work in respect of a specified categoryof resources and shall ensure that no other entity ope-rates in the same area for a different category of resour-ces in a manner which might interfere with the ope-rations of the operator. The operator shall have securityof tenure in accordance with article 153, paragraph 6.

Article 17Rules, regulations and procedures of the Authority

1 — The Authority shall adopt and uniformly applyrules, regulations and procedures in accordance witharticle 160, paragraph 2, f), ii), and article 162, para-

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graph 2, o), ii), for the exercise of its functions as setforth in part XI on, inter alia, the following matters:

a) Administrative procedures relating to prospec-ting, exploration and exploitation in the Area;

b) Operations:

i) Size of area;ii) Duration of operations;

iii) Performance requirements including assu-rances, pursuant to article 4, paragraph 6,c), of this annex;

iv) Categories of resources;v) Renunciation of areas;

vi) Progress reports;vii) Submission of data;

viii) Inspection and supervision of operations;ix) Prevention of interference with other

activities in the marine environment;x) Transfer of rights and obligations by a

contractor;xi) Procedures for transfer of technology to

developing States in accordance witharticle 144 and for their direct parti-cipation;

xii) Mining standards and pratices, includingthose relating to operational safety, con-servation of the resources and the pro-tection of the marine environment;

xiii) Definition of commercial production;xiv) Qualification standards for applicants;

c) Financial matters:

i) Establishment of uniform and non-dis-criminatory costing and accounting rulesand the method of selection of auditors;

ii) Apportionment of proceeds of opera-tions;

iii) The incentives referred to in article 13of this annex;

d) Implementation of decisions taken pursuant toarticle 151, paragraph 10, and article 164, para-graph 2, d).

2 — Rules, regulations and procedures on the follo-wing items shall fully reflect the objective criteria setout below:

a) Size of areas — the Authority shall determinethe appropriate size of areas for explorationwhich may be up to twice as large as those forexploitation in order to permit intensive explo-ration operations. The size of area shall be cal-culated to satisfy the requirements of article 8of this annex on reservation of areas as wellas stated production requirements consistentwith article 151 in accordance with the termsof the contract taking into account the state ofthe art of technology then available for sea-bedmining and the relevant physical characteristicsof the areas. Areas shall be neither smaller norlarger than are necessary to satisfy this objective;

b) Duration of operations:

i) Prospecting shall be without time-limit;ii) Exploration should be of sufficient dura-

tion to permit a thorough survey of thespecific area, the design and construction

of mining equipment for the area andthe design and construction of small andmedium-size processing plants for thepurpose of testing mining and processingsystems;

iii) The duration of exploitation should berelated to the economic life of the miningproject, taking into consideration suchfactors as the depletion of the ore, theuseful life of mining equipment and pro-cessing facilities and commercial viability.Exploitation should be of sufficient dura-tion to permit commercial extraction ofminerals of the area and should includea reasonable time period for constructionof the commercial-scale mining and pro-cessing systems, during which periodcommercial production should not berequired. The total duration of exploi-tation, however, should also be shortenough to give the Authority an oppor-tunity to amend the terms and conditionsof the plan of work at the time it considersrenewal in accordance with rules, regu-lations and procedures which it has adop-ted subsequent to approving the plan ofwork;

c) Performance requirements — the Authority shallrequire that during the exploration stage periodicexpenditures be made by the operator which arereasonably related to the size of the area coveredby the plan of work and the expenditures whichwould be expected of a bona fide operator whointended to bring the area into commercial pro-duction within the time-limits established by theAuthority. The required expenditures should notbe established at a level which would discourageprospective operators with less costly technologythan is prevalently in use. The Authority shallestablish a maximum time interval, after theexploration stage is completed and the exploi-tation stage begins, to achieve commercial pro-duction. To determine this interval, the Authorityshould take into consideration that constructionof large-scale mining and processing systems can-not be initiated until after the termination of theexploration stage and the commencement of theexploitation stage. Accordingly, the interval tobring an area into commercial production shouldtake into account the time necessary for this cons-truction after the completion of the explorationstage and reasonable allowance should be madefor unavoidable delays in the construction sche-dule. Once commercial production is achieved,the Authority shall within reasonable limits andtaking into consideration all relevant factorsrequire the operator to maintain commercial pro-ductions throughout the period of the plan ofwork;

d) Categories of resources — in determining thecategory of resources in respect of which a planof work may be approved, the Authority shallgive emphasis inter alia to the following cha-racteristics:

i) That certain resources require the use ofsimilar mining methods; and

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ii) That some resources can be developedsimultaneously without undue interfe-rence between operators developing dif-ferent resources in the same area.

Nothing in this subparagraph shall pre-clude the Authority from approving aplan of work with respect to more thanone category of resources in the samearea to the same applicant;

e) Renunciation of areas — the operator shall havethe rigth at any time to renounce without penaltythe whole or part of his rights in the area coveredby a plan of work;

f) Protection of the marine environment — rules,regulations and procedures shall be drawn upin order to secure efective protection of themarine environment from harmful effectsdirectly resulting from activities in the Area orfrom shipboard processing immediately abovea mine site of minerals derived from that minesite, taking into account the extent to which suchharmful effects may directly result from drilling,dredging, coring and excavation and from dis-posal, dumping and discharge into the marineenvironment of sediment, wastes or othereffluents;

g) Commercial production — commercial produc-tion shall be deemed to have begun if an ope-rator engages in sustained large-scale recoveryoperations which yield a quantity of materialssufficient to indicate clearly that the principalpurpose is large-scale production rather thanproduction intended for information gathering,analysis or the testing of equipment or plant.

Article 18

Penalties

1 — A contractor’s rights under the contract may besuspended or terminated only in the following cases:

a) If, in spit of warnings by the Authority, the con-tractor has conducted his activities in such away as to result in serious, persistent and wilfulviolations of the fundamental terms of the con-tract, part XI and the rules, regulations and pro-cedures of the Authority; or

b) If the contractor has failed to comply with afinal binding decision of the dispute settlementbody applicable to him.

2 — In the case of any violation of the contract notcovered by paragraph 1, a), or in lieu of suspensionor termination under paragraph 1, a), the Authority mayimpose upon the contractor monetary penalties propor-tionate to the seriousness of the violation.

3 — Except for emergency orders under article 162,paragraph 2, w), the Authority may not execute a deci-sion involving monetary penalties, suspension or ter-mination until the contractor has been accorded a rea-sonable opportunity to exhaust the judicial remediesavailable to him pursuant to part XI, section 5.

Article 19Revision of contract

1 — When circumstances have arisen or are likely toarise which, in the opinion of either party, would renderthe contract inequitable or make it impracticable orimpossible to achieve the objectives set out in the con-tract or in part XI, the parties shall enter into negotiationsto revise it accordingly.

2 — Any contract entered into in accordance witharticle 153, paragraph 3, may be revised only with theconsent of the parties.

Article 20Transfer of rights and obligations

The rights and obligations arising under a contractmay be transferred only with the consent of the Aut-hority, and in accordance with its rules, regulations andprocedures. The Authority shall not unreasonably with-hold consent to the transfer if the proposed transfereeis in all respects a qualified applicant and assumes allof the obligations of the transferor and if the transferdoes not confer to the transferee a plan of work, theapproval of which would be forbidden by article 6, para-graph 3, c), of this annex.

Article 21Applicable law

1 — The contract shall be governed by the terms ofthe contract, the rules, regulations and procedures ofthe Authority, part XI and other rules of internationallaw not incompatible with this Convention.

2 — Any final decision rendered by a court or tribunalhaving jurisdiction under this Convention relating to therights and obligations of the Authority and of the con-tractor shall be enforceable in the territory of each StateParty.

3 — No State Party may impose conditions on a con-tractor that are inconsistent with part XI. However, theapplication by a State Party to contractors sponsoredby it, or to ships flying its flag, of environmental orother laws and regulations more stringent than thosein the rules, regulations and procedures of the Authorityadopted pursuant to article 17, paragraph 2, f), of thisannex shall not be deemed inconsistent with part XI.

Article 22Responsibility

The contractor shall have responsibility or liabilityfor any damage arising out of wrongful acts in the con-duct of its operations, account being taken of contri-butory acts or omissions by the Authority. Similarly, theAuthority shall have responsibility or liability for anydamage arising out of wrongful acts in the exercise ofits powers and functions, including violations under arti-cle 168, paragraph 2, account being taken of contributoryacts or omissions by the contractor. Liability in everycase shall be for the actual amount of damage.

ANNEX IV

Statute of the Enterprise

Article 1Purposes

1 — The Enterprise is the organ of the Authoritywhich shall carry out activities in the Area directly, pur-

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suant to article 153, paragraph 2, a), as well as the trans-porting, processing and marketing of minerals recoveredfrom the Area.

2 — In carrying out its purposes and in the exerciseof its functions, the Enterprise shall act in accordancewith this Convention and the rules, regulations and pro-cedures of the Authority.

3 — In developing the resources of the Area pursuantto paragraph 1, the Enterprise shall, subject to this Con-vention, operate in accordance with sound commercialprinciples.

Article 2Relationship to the Authority

1 — Pursuant to article 170, the Enterprise shall actin accordance with the general policies of the Assemblyand the directives of the Council.

2 — Subject to paragraph 1, the Enterprise shall enjoyautonomy in the conduct of its operations.

3 — Nothing in this Convention shall make the Enter-prise liable for the acts or obligations of the Authority,or make the Authority liable for the acts or obligationsof the Enterprise.

Article 3Limitation of hability

Without prejudice to article 11, paragraph 3, of thisannex, no member of the Authority shall be liable byreason only of its membership for the acts or obligationsof the Enterprise.

Article 4Structure

The Enterprise shall have a Governing Board, a Direc-tor-General and the staff necessary for the exercise ofits functions.

Article 5Governing Board

1 — The Governing Board shall be composed of15 members elected by the Assembly in accordance witharticle 160, paragraph 2, c). In the election of the mem-bers of the Board, due regard shall be paid to the prin-ciple of equitable geographical distribution. In submit-ting nominations of candidates for election to the Board,members of the Authority shall bear in mind the needto nominate candidates of the highest standard of com-petence, with qualifications in relevant fields, so as toensure the viability and success of the Enterprise.

2 — Members of the Board shall be elected for fouryears and may be reelected; and due regard shall bepaid to the principle of rotation of membership.

3 — Members of the Board shall continue in officeuntil their successors are elected. If the office of a mem-ber of the Board becomes vacant, the Assembly shall,in accordance with article 160, paragraph 2, c), electa new member for the remainder of his predecessor’sterm.

4 — Members of the Board shall act in their personalcapacity. In the performance of their duties they shallnot seek or receive instructions from any governmentor from any other source. Each member of the Authorityshall respect the independent character of the membersof the Board and shall refrain from all attempts toinfluence any of them in the discharge of their duties.

5 — Each member of the Board shall receive remu-neration to be paid out of the funds of the Enterprise.The amount of remuneration shall be fixed by theAssembly, upon the recommendation of the Council.

6 — The Board shall normally function at the prin-cipal office of the Enterprise and shall meet as oftenas the business of the Enterprise may require.

7 — Two thirds of the members of the Board shallconstitute a quorum.

8 — Each member of the Board shall have one vote.All matters before the Board shall be decided by a majo-rity of its members. If a member has a conflict of intereston a matter before the Board he shall refrain from votingon that matter.

9 — Any member of the Authority may ask the Boardfor information in respect of its operations which par-ticularly affect that member. The Board shall endeavourto provide such information.

Article 6

Powers and function of the Governing Board

The Governing Board shall direct the operations ofthe Enterprise. Subject to this Convention, the Gover-ning Board shall exercise the powers necessary to fulfilthe purposes of the Enterprise, including powers:

a) To elect a Chairman from among its members;b) To adopt its rules of procedure;c) To draw up and submit formal written plans

of work ot the Council in accordance with article153, paragraph 3, and article 162, paragraph2, j);

d) To develop plans of work and programmes forcarrying out the activities specified in article 170;

e) To prepare and submit to the Council appli-cations for production authorizations in accord-ance with article 151, paragraphs 2 to 7;

f) To authorize negotiations concerning the acqui-sition of technology, including those providedfor in annex III, article 5, paragraph 3, a), c)and d), and to approve the results of thosenegotiations;

g) To establish terms and conditions, and toauthorize negotiations, concerning joint ven-tures and other forms of joint arrangementsreferred to in annex III, articles 9 and 11, andto approve the results of such negotiations;

h) To recommend to the Assembly what portionof the net income of the Enterprise should beretained as its reserves in accordance with article160, paragraph 2, f), and article 10 of this annex;

i) To approve the annual budget of the Enterprise;j) To authorize the procurement of goods and ser-

vices in accordance with article 12, paragraph 3,of this annex;

k) To submit an annual report to the Council inaccordance with article 9 of this annex;

l) To submit to the Council for the approval ofthe Assembly draft rules in respect of the organ-ization, management, appointment and dis-missal of the staff of the Enterprise and to adoptregulations to give effect to such rules;

m) To borrow funds and to furnish such collateralor other security as it may determine in accor-dance with article 11, paragraph 2, of this annex;

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n) To enter into any legal proceedings, agreementsand transactions and to take any other actionsin accordance with article 13 of this annex;

o) To delegate, subject to the approval of theCouncil, any non-discretionary powers to theDirector-General and to its committees.

Article 7Director-General and staff of the Enterprise

1 — The Assembly shall, upon the recommendationof the Council and the nomination of the GoverningBoard, elect the Director-General of the Enterprise whoshall not be a member of the Board. The Director-Gen-eral shall hold office for a fixed term, not exceedingfive years, and may be re-elected for further terms.

2 — The Director-General shall be the legal repre-sentative and chief executive of the Enterprise and shallbe directly responsible to the Board for the conductof the operations of the Enterprise. He shall be respon-sible for the organization, management, appointmentand dismissal of the staff of the Enterprise in accordancewith the rules and regulations referred to in article 6,subparagraph l), of this annex. He shall participate, with-out the right to vote, in the meetings of the Board andmay participate, without the right to vote, in the meetingsof the Assembly and the Council when these organsare dealing with matters concerning the Enterprise.

3 — The paramount consideration in the recruitmentand employment of the staff and in the determinationof their conditions of service shall be necessity of secur-ing the highest standards of efficiency and of technicalcompetence. Subject to this consideration, due regardshall be paid to the importance of recruiting the staffon an equitable geographical basis.

4 — In the performance of their duties the Director-General and the staff shall not seek or receive instruc-tions from any government or from any other sourceexternal to the Enterprise. They shall refrain from anyaction which might reflect on their position as inter-national officials of the Enterprise responsible only tothe Enterprise. Each State Party undertakes to respectthe exclusively international character of the respon-sibilities of the Director-General and the staff and notto seek to influence them in the discharge of theirresponsibilities.

5 — The responsibilities set forth in article 168, para-graph 2, are equally applicable to the staff of theEnterprise.

Article 8Location

The Enterprise shall have its principal office at theseat of the Authority. The Enterprise may establish otheroffices and facilities in the territory of any State Partywith the consent of that State Party.

Article 9Reports and financial statements

1 — The Enterprise shall, not later than three monthsafter the end of each financial year, submit to the Councilfor its consideration an annual report containing an audi-ted statement of its accounts and shall transmit to theCouncil at appropriate intervals a summary statementof its financial position and a profit and loss statementshowing the results of its operations.

2 — The Enterprise shall publish its annual reportand such other reports as it finds appropriate.

3 — All reports and financial statements referred toin this article shall be distributed to the members ofthe Authority.

Article 10Allocation of net income

1 — Subject to paragraph 3, the Enterprise shall makepayments to the Authority under annex III, article 13,or their equivalent.

2 — The Assembly shall, upon the recommendationof the Governing Board, determine what portion of thenet income of the Enterprise shall be retained as reservesof the Enterprise. The remainder shall be transferredto the Authority.

3 — During an initial period required for the Enter-prise to become self-supporting, which shall not exceed10 years from the commencement of commercial pro-duction by it, the Assembly shall exempt the Enterprisefrom the payments referred to in paragraph 1, and shallleave all of the net income of the Enterprise in itsreserves.

Article 11Finances

1 — The funds of the Enterprise shall include:

a) Amounts received from the Authority in accor-dance with article 173, paragraph 2, b);

b) Voluntary contributions made by States Partiesfor the purpose of financing activities of theEnterprise;

c) Amounts borrowed by the Enterprise in accord-ance with paragraphs 2 and 3;

d) Income of the Enterprise from its operations;e) Other funds made available to the Enterprise

to enable it to commence operations as soonas possible and to carry out its functions.

2 — a) The Enterprise shall have the power to borrowfunds and to furnish such collateral or other securityas it may determine. Before making a public sale ofits obligations in the financial markets or currency ofa State Party, the Enterprise shall obtain the approvalof that State Party. The total amount of borrowings shallbe approved by the Council upon the recommendationof the Governing Board.

b) States Parties shall make every reasonable effortto support applications by the Enterprise for loans oncapital markets and from international financial insti-tutions.

3 — a) The Enterprise shall be provided with thefunds necessary to explore and exploit one mine site,and to transport, process and market the minerals recov-ered therefrom and the nickel, copper, cobalt and man-ganese obtained, and to meet its initial administrativeexpenses. The amount of the said funds, and the criteriaand factors for its adjustment, shall be included by thePreparatory Commission in the draft rules, regulationsand procedures of the Authority.

b) All States Parties shall make available to the Enter-prise an amount equivalent to one half of the fundsreferred to in subparagraph a) by way of long-term inter-est-free loans in accordance with the scale of assessmentsfor the United Nations regular budget in force at thetime when the assessments are made, adjusted to take

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into account the States which are not members, of theUnited Nations. Debts incurred by the Enterprise inraising the other half of the funds shall be guaranteedby all States Parties in accordance with the same scale.

c) If the sum of the financial contributions of StatesParties is less than the funds to be provided to the Enter-prise under subparagraph a), the Assembly shall, at itsfirst session, consider the extent of the shortfall andadopt by consensus measures for dealing with this short-fall, taking into account the obligation of States Partiesunder subparagraphs a) and b) and any recommenda-tions of the Preparatory Commission.

d) — i) Each State Party shall, within 60 days afterthe entry into force of this Convention, or within 30days after the deposit of its instrument of ratificationor accession, whichever is later, deposit with the Enter-prise irrevocable, non-negotiable, non-interest-bearingpromissory notes in the amount of the share of suchState Party of interest-free loans pursuant to subpara-graph b).

ii) The Board shall prepare, at the earliest practicabledate after this Convention enters into force, and there-after at annual or other appropriate intervals, a scheduleof the magnitude and timing of its requirements forthe funding of its administrative expenses and for activ-ities carried out by the Enterprise in accordance witharticle 170 and article 12 of this annex.

iii) The States Parties shall, thereupon, be notifiedby the Enterprise, through the Authority, of their respec-tive schares of the funds in accordance with subpar-agrapgh b), required for such expenses. The Enterpriseshall encash such amounts of the promissory notes asmay be required to meet the expenditure referred toin the shedule with respect to interest-free loans.

iv) States Parties shall, upon receipt of the notifi-cation, make available their respective shares of debtguarantees for the Enterprise in accordance withsubparagraph b).

e) — i) If the Enterprise so requests, States Partiesmay provide dept guarantees in addition to those pro-vided in accordance with the scale referred to insubparagraph b).

ii) In lieu of debt guarantees, a State Party may makea voluntary contribution to the Enterprise in an amountequivalent of that portion of the debts which it wouldotherwise be liable to guarantee.

f) Repayment of the interest-bearing loans shall havepriority over the repayment of the interest-free loans.Repayment of interest-free loans shall be in accordancewith a schedule adopted by the Assembly, upon the rec-ommendation of the Council and the advice of theBoard. In the exercise of this function the Board shallbe guided by the relevant provisions of the rules, reg-ulations and procedures of the Authority, which shalltake into account the paramount importance of ensuringthe effective functioning of the Enterprise and, in par-ticular, ensuring its financial independence.

g) Funds made available to the Enterprise shall bein freely usable currencies or currencies which are freelyavailable and effectively usable in the major foreignexchange markets. These currencies shall be defined inthe rules, regulations and procedures of the Authorityin accordance with prevailing international monetarypractice. Except as provided in paragraph 2, no StateParty shall maintain or impose restrictions on the hold-ing, use or exchange by the Enterprise of these funds.

h) «Debt guarantee» means a promise of a State Partyto creditors of the Enterprise to pay, pro rata in accor-

dance with the appropriate scale, the financial obliga-tions of the Enterprise covered by the guarantee fol-lowing notice by the creditors to the State Party of adefault by the Enterprise. Procedures for the paymentof those obligations shall be in conformity with the rules,regulations and procedures of the Authority.

4 — The funds, assets and expenses of the Enterpriseshall be kept separate from those of the Authority. Thisarticle shall not prevent the Enterprise from makingarrangements with the Authority regarding facilities,personnel and services and arrangements for reimburse-ment of administrative expenses paid by either on behalfof the other.

5 — The records, books and accounts of the Enter-prise, including its annual financial statements, shall beaudited annually by an independent auditor appointedby the Council.

Article 12Operations

1 — The Enterprise shall propose to the Council pro-jects for carrying out activities in accordance with article170. Such proposals shall include a formal written planof work for activities in the Area in accordance witharticle 153, paragraph 3, and all such other informationand data as may be required from time to time for itsappraisal by the Legal and Technical Commission andapproval by the Council.

2 — Upon approval by the Council, the Enterpriseshall execute the project on the basis of the formal writ-ten plan of work referred to in paragraph 1.

3 — a) If the Enterprise does not possess the goodsand services required for its operations it may procurethem. For that purpose, it shall issue invitations to tenderand award contracts to bidders offering the best com-bination of quality, price and delivery time.

b) If there is more than one bid offering such a com-bination, the contract shall be awarded in accordancewith:

i) The principle of non-discrimination on the basisof political or other considerations not relevantto the carrying out of operations with due dil-igence and efficiency; and

ii) Guidelines approved by the Council with regardto the preferences to be accorded to goods andservices originating in developing States, includ-ing the land-locked and geographically desad-vantaged among them.

c) The Governing Board may adopt rules determiningthe special circumstances in which the requirement ofinvitations to bid may, in the best interests of the Enter-prise, be dispensed with.

4 — The Enterprise shall have title to all mineralsand processed substances produced by it.

5 — The Enterprise shall sell its products on a non-discriminatory basis. It shall not give non-commercialdiscounts.

6 — Without prejudice to any general or specialpower conferred on the Enterprise under any other pro-vision of this Convention, the Enterprise shall exercisesuch powers incidental to its business as shall benecessary.

7 — The Enterprise shall not interfere in the politicalaffairs of any State Party; nor shall it be influenced inits decisions by the political character of the State Party

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concerned. Only commercial considerations shall be rel-evant to its decisions, and these considerations shall beweighed impartially in order to carry out the purposesspecified in article 1 of this annex.

Article 13

Legal status, privileges and immunities

1 — To enable the Enterprise to exercise its functions,the status, privileges and immunities set forth in thisarticle shall be accorded to the Enterprise in the ter-ritories of States Parties. To give effect to this principlethe Enterprise and States Parties may, where necessary,enter into special agreements.

2 — The Enterprise shall have such legal capacity asis necessary for the exercise of its functions and thefulfilment of its purposes and, in particular, the capacity:

a) To enter into contracts, joint arrangements orother arrangements, including agreements withStates and international organizations;

b) To acquire, lease, hold and dispose of immov-able and movable property;

c) To be a party to legal proceedings.

3 — a) Actions may be brought against the Enterpriseonly in a court of competent jurisdiction in the territoryof a State Party in which the Enterprise:

i) Has an office or facility;ii) Has appointed an agent for the purpose of

accepting service or notice of process;iii) Has entered into a contract for goods or

services;iv) Has issued securities; orv) Is otherwise engaged in commercial activity.

b) The property and assets of the Enterprise, whereverlocated and by whomsoever held, shall be immune fromall forms of seizure, attachment or execution before thedelivery of first judgement against the Enterprise.

4 — a) The property and assets of the Enterprise,wherever located and by whomsoever held, shall beimmune from requisition confiscation, expropriation orany other form of seizure by executive or legislativeaction.

b) The property and assets of the Enterprise, whereverlocated and by whomsoever held, shall be free fromdiscriminatory restrictions, regulations, controls andmoratoria of any nature.

c) The Enterprise and its employees shall respect locallaws and regulations in any State or territory in whichthe Enterprise or its employees may do business orotherwise act.

d) States Parties shall ensure that the Enterpriseenjoys all rights, privileges and immunities accorded bythem to entities conducting commercial activities in theirterritories. These rights, privileges and immunities shallbe accorded to the Enterprise on no less favourablea basis than that on which they are accorded to entitiesengaged in similar commercial activities. If special priv-ileges are provided by States Parties for developingStates or their commercial entities, the Enterprise shallenjoy those privileges on a similarly preferential basis.

e) States Parties may provide special incentives, rights,privileges and immunities to the Entreprise without the

obligation to provide such incentives, rights, privilegesand immunities to other commercial entities.

5 — The Enterprise shall negotiate with the hostcountries in which its offices and facilities are locatedfor exemption from direct and indirect taxation.

6 — Each State Party shall take such action as is nec-essary for giving effect in terms of its own law to theprinciples set forth in this annex and shall inform theEnterprise of the specific action which it has taken.

7 — The Enterprise may waive any of the privilegesand immunities conferred under this article or in thespecial agreements referred to in paragraph 1 to suchextent and upon such conditions as it may determine.

ANNEX V

Conciliation

SECTION 1

Conciliation procedure pursuant to section 1 of part XV

Article 1Institution of proceedings

If the parties to a dispute have agreed, in accordancewith article 284, to submit it to conciliation under thissection, any such party may institute the proceedingsby written notification addressed to the other party orparties to the dispute.

Article 2List of conciliators

A list of conciliators shall be drawn up and maintainedby the Secretary-General of the United Nations. EveryState Party shall be intitled to nominate four conciliators,each of whom shall be a person enjoying the highestreputation for fairness, competence and integrity. Thenames of the persons so nominated shall constitute thelist. If at any time the conciliators nominated by a StateParty in the list so constituted shall be fewer than four,that State Party shall be entitled to make further nom-inations as necessary. The name of a conciliator shallremain on the list until withdrawn by the State Partywhich made the nomination, provided that such con-ciliator shall continue to serve on any conciliation com-mission to which that conciliator has been appointeduntil the completion of the proceedings before thatcommission.

Article 3Constitution of conciliation commission

The conciliation commission shall, unless the partiesotherwise agree, be constituted as follows:

a) Subject to subparagraph g), the conciliationcommission shall consist of five members;

b) The party instituting the proceedings shall appointtwo conciliators to be chosen preferably fromthe list referred to in article 2 of this annex,one of whom may be its national, unless theparties otherwise agree. Such appointmentsshall be included in the notification referred toin article 1 of this annex;

c) The other party to the dispute shall appoint twoconciliators in the manner set forth in subpara-

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graph b) within 21 days of receipt of the noti-fication referred to in article 1 of this annex.If the appointments are not made within thatperiod, the party instituting the proceedingsmay, within one week of the expiration of thatperiod, either terminate the proceedings by noti-fication addressed to the other party or requestthe Secretary-General of the United Nations tomake the appointments in accordance withsubparagraph e);

d) Within 30 days after all four conciliators havebeen appointed, they shall appoint a fifth con-cicliator chosen from the list referred to in arti-cle 2 of this annex, who shall be chairman. Ifthe appointment is not made within that period,either party may, within one week of the expir-ation of that period, request the Secretary-Gen-eral of the United Nations to make the appoint-ment in accordance with subparagraph e);

e) Within 30 days of the receipt of a request undersubparagraph c) or d), the Secretary-Generalof the United Nations shall make the necessaryappointments from the list referred to in article2 of this annex in consultation with the partiesto the dispute;

f) Any vacancy shall be filled in the manner pre-scribed for the initial appointment;

g) Two or more parties which determine by agree-ment that they are in the same interest shallappoint two conciliators jointly. Where two ormore parties have separate interests or thereis a disagreement as to whether they are of thesame interest, they shall appoint conciliatorsseparately;

h) In disputes involving more than two parties hav-ing separate interests, or where there is desa-greement as to whether they are of the sameinterest, the parties shall apply subparagraphs a)to f) in so far as possible.

Article 4

Procedure

The conciliation commission shall, unless the partiesotherwise agree, determine its own procedure. The com-mission may, with consent of the parties to the dispute,invite any State Party to submit to it its views orallyor in writing. Decisions of the commission regardindprocedural matters, the report and recommendationsshall be made by a majority vote of its members.

Article 5

Amicable settlement

The commission may draw the attention of the partiesto any measures which might facilitate an amicable set-tlement of the dispute.

Article 6

Functions of the commission

The commission shall hear the parties, examine theirclaims and objections, and make proposals to the partieswith a view to reaching an amicable settlement.

Article 7

Report

1 — The commission shall report within 12 monthsof its constitution. Its report shall record any agreementsreached and, failing agreement, its conclusions on allquestions of fact or law relevant to the matter in disputeand such recommendations as the commission may deemappropriate for an amicable settlement. The report shallbe deposited with the Secretary-General of the UnitedNations and shall immediately be transmitted by himto the parties to the dispute.

2 — The report of the commission, including its con-clusions or recommendations, shall not be binding uponthe parties.

Article 8

Termination

The conciliation proceedings are terminated when asettlement has been reached, when the parties haveaccepted or one party has rejected the recommendationsof the report by written notification addressed to theSecretary-General of the United Nations, or when aperiod of three months has expired from the date oftransmission of the report to the parties.

Article 9

Fees and expenses

The fees and expenses of the commission shall beborne by the parties to the dispute.

Article 10

Right of parties to modify procedure

The parties to the dispute may be agreement appli-cable solely to that dispute modify any provision of thisannex.

SECTION 2

Compulsory submission to conciliation procedurepursuant to section 3 of part XV

Article 11

Institution of proceedings

1 — Any party to a dispute which, in accordance withpart XV, section 3, may be submitted to conciliationunder this section, may institute the proceedings by writ-ten notification addressed to the other party or partiesto the dispute.

2 — Any party to the dispute, notified under para-graph 1, shall be obliged to submit to such proceedings.

Article 12

Failure to reply or to submit to conciliation

The failure of a party or parties to the dispute toreply to notification of institution of proceedings or tosubmit to such proceedings shall not constitute a barto the proceedings.

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Article 13Competence

A disagreement as to whether a conciliation com-mission acting under this section has competence shallbe decided by the commission.

Article 14Application of section 1

Articles 2 to 10 of section 1 of this annex apply subjectto this section.

ANNEX VI

Statute of the International Tribunal for the Law of the Sea

Article 1General provisions

1 — The International Tribunal for the Law of theSea is constituted and shall function in accordance withthe provisions of this Convention and this Statute.

2 — The seat of the Tribunal shall be in the Freeand Hanseatic City of Hamburg in the Federal Republicof Germany.

3 — The Tribunal may sit and exercise its functionselsewhere whenever it considers this desirable.

4 — A reference of a dispute to the Tribunal shallbe governed by the provisions of parts XI and XV.

SECTION 1

Organization of the Tribunal

Article 2Composition

1 — The Tribunal shall be composed of a body of21 independent members elected from among personsenjoying the highest reputation for fairness and integrityand of recognized competence in the field of the lawof the sea.

2 — In the Tribunal as a whole the representationof the principal legal systems of the world and equitablegeographical distribution shall be assured.

Article 3Membership

1 — No two members of the Tribunal may be natio-nals of the same State. A person who for the purposesof membership in the Tribunal could be regarded asa national of more than one State shall be deemed tobe a national of the one in which he ordinarily exercisescivil and political rights.

2 — There shall be no fewer than three members fromeach geographical group as established by the GeneralAssembly of the United Nations.

Article 4Nominations and elections

1 — Each State Party may nominate not more thantwo persons having the qualifications prescribed in arti-cle 2 of this annex. The members of the Tribunal shallbe elected from the list of persons thus nominated.

2 — At least three months before the date of the elec-tion, the Secretary-General of the United Nations inthe case of the first election and the Registrar of theTribunal in the case of subsequent elections shall addressa written invitation to the States Parties to submit theirnominations for members of the Tribunal within twomonths. He shall prepare a list in alphabetical orderof all the persons thus nominated, with an indicationof the States Parties which have nominated them, andshall submit it to the States Parties before the seventhday of the last month before the date of each election.

3 — The first election shall be held within six monthsof the date of entry into force of this Convention.

4 — The members of the Tribunal shall be electedby secret ballot. Elections shall be held at a meetingof the States Parties convened by the Secretary-Generalof the United Nations in the case of the first electionand by a procedure agreed to by the States Parties inthe case of subsequent elections. Two thirds of the StatesParties shall constitute a quorum at that meeting. Thepersons elected to the Tribunal shall be those nomineeswho obtain the largest number of votes and a two-thirdsmajority of the States Parties present and voting, pro-vided that such majority includes a majority of the StatesParties.

Article 5

Term of office

1 — The members of the Tribunal shall be electedfor nine years and may be re-elected; provided, however,that of the members elected at the first election, theterms of seven members shall expire at the end of threeyears and the terms of seven more members shall expireat the end of six years.

2 — The members of the Tribunal whose terms areto expire at the end of the above-mentioned initialperiods of three and six years shall be chosen by lotto be drawn by the Secretary-General of the UnitedNations immediately after the first election.

3 — The members of the Tribunal shall continue todischarge their duties until their places have been filled.Though replaced, they shall finish any proceedings whichthey may have begun before the date of their repla-cement.

4 — In the case of the resignation of a member ofthe Tribunal, the letter of resignation shall be addressedto the President of the Tribunal. The place becomesvacant on the receipt of that letter.

Article 6

Vacancies

1 — Vacancies shall be filled by the same methodas that laid down for the first election, subject to thefollowing provision: the Registrar shall, within onemonth of the occurrence of the vacancy, proceed toissue the invitations provided for in article 4 of thisannex, and the date of the election shall be fixed bythe President of the Tribunal after consultation withthe States Parties.

2 — A member of the Tribunal elected to replacea member whose term of office has not expired shallhold office for the remainder of his predecessor’s term.

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Article 7Incompatible activities

1 — No member of the Tribunal may exercise anypolitical or administrative function, or associate activelywith or be financially interested in any of the operationsof any enterprise concerned with the exploration foror exploitation of the resources of the sea or the sea-bedor other commercial use of the sea or the sea-bed.

2 — No member of the Tribunal may act as agent,counsel or advocate in any case.

3 — Any doubt on these points shall be resolved bydecision of the majority of the other members of theTribunal present.

Article 8Conditions relating to participation of members in a particular case

1 — No member of the Tribunal may participate inthe decision of any case in which he has previously takenpart as agent, counsel or advocate for one of the parties,or as a member of a national or international courtor tribunal, or in any other capacity.

2 — If, for some special reason, a member of the Tri-bunal considers that he should not take part in the deci-sion of a particular case, he shall so inform the Presidentof the Tribunal.

3 — If the President considers that for some specialreason one of the members of the Tribunal should notsit in a particular case, he shall give him noticeaccordingly.

4 — Any doubt on these points shall be resolved bydecision of the majority of the other members of theTribunal present.

Article 9Consequence of ceasing to fulfil required conditions

If, in the unanimous opinion of the other membersof the Tribunal, a member has ceased to fulfil the requi-red conditions, the President of the Tribunal shalldeclare the seat vacant.

Article 10Privileges and immunities

The members of the Tribunal, when engaged on thebusiness of the Tribunal, shall enjoy diplomatic privi-leges and immunities.

Article 11Solemn declaration by members

Every member of the Tribunal shall, before takingup his duties, make a solemn declaration in open sessionthat he will exercise his powers impartially and con-scientiously.

Article 12President, Vice-President and Registrar

1 — The Tribunal shall elect its President andVice-President for three years; they may be re-elected.

2 — The Tribunal shall appoint its Registrar and mayprovide for the appointment of such other officers asmay be necessary.

3 — The President and the Registrar shall reside atthe seat of the Tribunal.

Article 13Quorum

1 — All available members of the Tribunal shall sit;a quorum of 11 elected members shall be required toconstitute the Tribunal.

2 — Subject to article 17 of this annex, the Tribunalshall determine which members are available to cons-titute the Tribunal for the consideration of a particulardispute, having regard to the effective functioning ofthe chambers as provided for in articles 14 and 15 ofthis annex.

3 — All disputes and applications submitted to theTribunal shall be heard and determined by the Tribunal,unless article 14 of this annex applies, or the partiesrequest that it shall be dealt with in accordance witharticle 15 of this annex.

Article 14Sea-Bed Disputes Chamber

A Sea-Bed Disputes Chamber shall be establishedin accordance with the provisions of section 4 of thisannex. Its jurisdiction, powers and functions shall beas provided for in part XI, section 5.

Article 15Special chambers

1 — The Tribunal may form such chambers, compo-sed of three or more of its elected members, as it con-siders necessary for dealing with particular categoriesof disputes.

2 — The Tribunal shall form a chamber for dealingwith a particular dispute submitted to it if the partiesso request. The composition of such a chamber shallbe determined by the Tribunal with the approval of theparties.

3 — With a view to the speedy dispatch of business,the Tribunal shall form annually a chamber composedof five of its elected members which may hear and deter-mine disputes by summary procedure. Two alternativemembers shall be selected for the purpose of replacingmembers who are unable to participate in a particularproceeding.

4 — Disputes shall be heard and determined by thechambers provided for in this article if the parties sorequest.

5 — A judgment given by any of the chambers pro-vided for in this article and in article 14 of this annexshall be considered as rendered by the Tribunal.

Article 16Rules of the Tribunal

The Tribunal shall frame rules for carrying out itsfunctions. In particular it shall lay down rules ofprocedure.

Article 17Nationality of members

1 — Members of the Tribunal of the nationality ofany of the parties to a dispute shall retain their rightto participate as members of the Tribunal.

2 — If the Tribunal, when hearing a dispute, includesupon the bench a member of the nationality of one

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of the parties, any other party may choose a personto participate as a member of the Tribunal.

3 — If the Tribunal, when hearing a dispute, doesnot include upon the bench a member of the nationalityof the parties, each of those parties may choose a personto participate as a member of the Tribunal.

4 — This article applies to the chambers referred toin articles 14 and 15 of this annex. In such cases, thePresident, in consultation with the parties, shall requestspecified members of the Tribunal forming the chamber,as many as necessary, to give place to the membersof the Tribunal of the nationality of the parties con-cerned, and, failing such, or if they are unable to bepresent, to the members specially chosen by the parties.

5 — Should there be several parties in the same inte-rest, they shall, for the purpose of the preceding pro-visions, be considered as one party only. Any doubt onthis point shall be settled by the decision of the Tribunal.

6 — Members chosen in accordance with paragraphs2, 3 and 4 shall fulfil the conditions required by articles2, 8 and 11 os this annex. They shall participate in thedecision on terms of complete equality with theircolleagues.

Article 18Remuneration of members

1 — Each elected member of the Tribunal shallreceive an annual allowance and, for each day on whichhe exercises his functions, a special allowance, providedthat in any year the total sum payable to any memberas special allowance shall not exceed the amount of theannual allowance.

2 — The President shall receive a special annualallowance.

3 — The Vice-President shall receive a special allo-wance for each day on which he acts as President.

4 — The members chosen under article 17 of thisannex, other than elected members of the Tribunal, shallreceive compensation for each day on which they exer-cise their functions.

5 — The salaries, allowances and compensation shallbe determined from time to time at meetings of theStates Parties, taking into account the work load of theTribunal. They may not be decreased during the termof office.

6 — The salary of the Registrar shall be determinedat meetings of the States Parties, on the proposal ofthe Tribunal.

7 — Regulations adopted at meetings of the StatesParties shall determine the conditions under which reti-rement pensions may be given to members of the Tri-bunal and to the Registrar, and the conditions underwhich members of the Tribunal and Registrar shall havetheir travelling expenses refunded.

8 — The salaries, allowances, and compensation shallbe free of all taxation.

Article 19Expenses of the Tribunal

1 — The expenses of the Tribunal shall be born bythe States Parties and by the Authority on such termsand in such a manner as shall be decided at meetingsof the States Parties.

2 — When an entity other than a State Party or theAuthority is a party to a case submitted to it, the Tribunal

shall fix the amount which that party is to contributetowards the expenses of the Tribunal.

SECTION 2

Competence

Article 20Access to the Tribunal

1 — The Tribunal shall be open to States Parties.2 — The Tribunal shall be open to entities other than

States Parties in any case expressly provided for in partXI or in any case submitted pursuant to any other agree-ment conferring jurisdiction on the Tribunal which isaccepted by all the parties to that case.

Article 21Jurisdiction

The jurisdiction of the Tribunal comprises all disputesand all applications submitted to it in accordance withthis Convention and all matters specifically provided forin any other agreement which confers jurisdiction onthe Tribunal.

Article 22Reference of disputes subject to other agreements

If all the parties to a treaty or convention alreadyin force and concerning the subject-matter covered bythis Convention so agree, any disputes concerning theinterpretation or application of such treaty or conventionmay, in accordance with such agreement, be submittedto the Tribunal.

Article 23Applicable law

The Tribunal shall decide all disputes and applicationsin accordance with article 293.

SECTION 3

Procedure

Article 24Institution of proceedings

1 — Disputes are submitted to the tribunal, as thecase may be, either by notification of a special agreementor by written application, addressed to the Registrar.In either case, the subject of the dispute and the partiesshall be indicated.

2 — The Registrar shall forthwith notify the specialagreement or the application to all concerned.

3 — The Registrar shall also notify all States Parties.

Article 25Provisional measures

1 — In accordance with article 290, the Tribunal andits Sea-Bed Disputes Chamber shall have the power toprescribe provisional measures.

2 — If the Tribunal is not in session or a sufficientnumber of members is not available to constitute a quo-rum, the provisional measures shall be prescribed by

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the chamber of summary procedure formed under article15, paragraph 3, of this annex. Notwithstanding article15, paragraph 4, of this annex, such provisional measuresmay be adopted at the request of any party to the dispute.They shall be subject to review and revision by theTribunal.

Article 26

Hearing

1 — The hearing shall be under the control of thePresident or, if he is unable to preside, of the Vice-Pre-sident. If neither is able to preside, the senior judgepresent of the Tribunal shall preside.

2 — The hearing shall be public, unless the Tribunaldecides otherwise or unless the parties demand that thepublic be not admitted.

Article 27

Conduct of case

The Tribunal shall make orders for the conduct ofthe case, decide the form and time in which each partymust concluded its arguments, and make all arrange-ments connected with the taking of evidence.

Article 28

Default

When one of the parties does not appear before theTribunal or fails to defend its case, the other party mayrequest the Tribunal to continue the proceedings andmake its decision. Absence of a party or failure of aparty to defend its case shall not constitute a bar tothe proceedings. Before making its decision, the Tri-bunal must satisfy itself not only that it has jurisdictionover the dispute, but also that the claim is well foundedin fact and law.

Article 29

Majority for decision

1 — All questions shall be decided by a majority ofthe members of the Tribunal who are present.

2 — In the event of an equality of votes, the Presidentor the member of the Tribunal who acts in his placeshall have a casting vote.

Article 30

Judgment

1 — The judgment shall state the reasons on whichit is based.

2 — It shall contain the names of the members ofthe Tribunal who have taken part in the decision.

3 — If the judgment does not represent in whole orin part the unanimous opinion of the members of theTribunal, any member shall be entitled to deliver a sepa-rate opinion.

4 — The judgment shall be signed by the Presidentand by the Registrar. It shall be read in open court,due notice having been given to the parties to thedispute.

Article 31Request to intervene

1 — Should a State Party consider that it has an inte-rest of a legal nature which may be affected by thedecision in any dispute, it may submit a request to theTribunal to be permitted to intervene.

2 — It shall be for the Tribunal to decide upon thisrequest.

3 — If a request to intervene is granted, the decisionof the Tribunal in respect of the dispute shall be bindingupon the intervening State Party in so far as it relatesto matters in respect of which that State Party inter-vened.

Article 32Right to intervene in cases of interpretation or application

1 — Whenever the interpretation or application ofthis Convention is in question, the Registrar shall notifyall States Parties forthwith.

2 — Whenever pursuant to article 21 or 22 of thisannex the interpretation or application of an interna-tional agreement is in question, the Registrar shall notifyall the parties to the agreement.

3 — Every party referred to in paragraphs 1 and 2has the right to intervene in the proceedings; if it usesthis right, the interpretation given by the judgment willbe equally binding upon it.

Article 33Finality and binding force of decisions

1 — The decision of the Tribunal is final and shallbe complied with by all the parties to the dispute.

2 — The decision shall have no binding force exceptbetween the parties in respect of that particular dispute.

3 — In the event of dispute as to the meaning orscope of the decision, the Tribunal shall construe it uponthe request of any party.

Article 34Costs

Unless otherwise decided by the Tribunal, each partyshall bear its own costs.

SECTION 4

Sea-Bed Disputes Chamber

Article 35Composition

1 — The Sea-Bed Disputes Chamber referred to inarticle 14 of this annex shall be composed of 11 members,selected by a majority of the elected members of theTribunal from among them.

2 — In the selection of the members of the Chamber,the representation of the principal legal systems of theworld and equitable geographical distribution shall beassured. The Assembly of the Authority may adopt rec-ommendations of a general nature relating to such rep-resentation and distribution.

3 — The members of the Chamber shall be selectedevery three years and may be selected for a second term.

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4 — The Chamber shall elect its President fromamong its members, who shall serve for the term forwhich the Chamber has been selected.

5 — If any proceeding are still pending at the endof any three-year period for which the Chamber hasbeen selected, the Chamber shall complete the proceed-ings in its original composition.

6 — If a vacancy occurs in the Chamber, the Tribunalshall select a successor from among its elected members,who shall hold office for the remainder of his prede-cessor’s term.

7 — A quorum of seven of the members selected bythe Tribunal shall be required to constitute the Cham-ber.

Article 36Ad hoc chambers

1 — The Sea-Bed Disputes Chamber shall form anad hoc chamber, composed of three of its members,for dealing with a particular dispute submitted to it inaccordance with article 188, paragraph 1, b). The com-position of such a chamber shall be determined by theSea-Bed Disputes Chamber with the approval of theparties.

2 — If the parties do not agree on the compositionof an ad hoc chamber, each party to the dispute shallappoint one member, and the third member shall beappointed by them in agreement. If they disagree, orif any party fails to make an appointment, the Presidentof the Sea-Bed Disputes Chamber shall promptly makethe appointment or appointments from among its mem-bers, after consultation with the parties.

3 — Members of the ad hoc chamber must not bein the service of, or nationals of, any of the parties tothe dipute.

Article 37Access

The Chamber shall be open to the States Parties,the Authority and the other entities referred to in part XI,section 5.

Article 38Applicable law

In addition to the provisions of article 293, the Cham-ber shall apply:

a) The rules, regulations and procedures of theAuthority adopted in accordance with this Con-vention; and

b) The terms of contracts concerning activities inthe Area in matters relating to those contracts.

Article 39Enforcement of decisions of the Chamber

The decisions of the Chamber shall be enforceablein the territories of the States Parties in the same manneras judgments or orders of the highest court of the StateParty in whose territory the enforcement is sought.

Article 40Applicability of other sections of this annex

1 — The other sections of this annex which are notincompatible with this section apply to the Chamber.

2 — In the exercise of its functions relating to advisoryopinions, the Chamber shall be guided by the provisionsof this annex relating to procedure before the Tribunalto the extent to which it recognizes them to be applicable.

SECTION 5

Amendments

Article 41Amendments

1 — Amendment to this annex, other than amend-ments to section 4, may be adopted only in accordancewith article 313 or by consensus at a conference con-vened in accordance with this Convention.

2 — Amendments to section 4 may be adopted onlyin accordance with article 314.

3 — The Tribunal may propose such amendments tothis State as it may consider necessary, by written com-munications to the States Parties for their considerationin conformity with paragraphs 1 and 2.

ANNEX VII

Arbitration

Article 1Institution of proceedings

Subject to the provisions of part XV, any party toa dispute may submit the dispute to the arbitral pro-cedure provided for in this annex by written notificationaddressed to the other party or parties to the dispute.The notification shall be accompanied by a statementof the claim and the grounds on which it is based.

Article 2List of arbitrators

1 — A list of arbitrators shall be drawn up and main-tained by the Secretary-General of the United Nations.Every State Party shall be entitled to nominate fourarbitrators, each of whom shall be a person experiencedin maritime affairs and enjoying the highest reputationfor fairness, competence and integrity. The names ofthe persons so nominated shall constitute the list.

2 — If at any time the arbitrators nominated by aState Party in the list so constituted shall be fewer thanfour, that State Party shall be entitled to make furthernominations as necessary.

3 — The name of an arbitrator shall remain on thelist until withdrawn by the State Party which made thenomination, provide that such arbitrator shall continueto serve on any arbitral tribunal to which that arbitratorhas been appointed until the completion of the pro-ceedings before that arbitral tribunal.

Article 3Constitution of arbitral tribunal

For the purpose of proceedings under this annex, thearbitral tribunal shall, unless the parties otherwise agree,be constituted as follows:

a) Subject to subparagraph g), the arbitral tribunalshall consist of five members;

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b) The party instituting the proceedings shall appointone member to be chosen preferably from thelist referred to in article 2 of this annex, whomay be its national. The appointment shall beincluded in the notificaction referred to in arti-cle 1 of this annex;

c) The other party to the dispute shall, within 30days of receipt of the notification referred toin article 1 of this annex, appoint one memberto be chosen preferably from the list, who maybe its national. If the appointment is not madewithin that period, the party instituting the pro-ceedings may, within two weeks of the expirationof that period, request that the appointment bemade in accordance with subparagraph e);

d) The other three members shall be appointedby agreement between the parties. They shallbe chosen preferably from the list and shall benationals of third States unless the parties other-wise agree. The parties to the dispute shallappoint the President of the arbitral tribunalfrom among those three members. If, within 60days of receipt of the notification referred toin article 1 of this annex, the parties are unableto reach agreement on the appointment of oneor more of the members of the tribunal to beappointed by agreement, or on the appointmentof the President, the remaining appointment orappoitments shall be made in accordance withsubparagraph e), at the request of a party tothe dispute. Such request shall be made withintwo weeks of the expiration of the aforemen-tioned 60-day period;

e) Unless the parties agree that any appointmentunder subparagraphs c) and d) be made by aperson or a third State chosen by the parties,the President of the International Tribunal forthe Law of the Sea shall make the necessaryappointments. If the President is unable to actunder this subparagraph or is a national of oneof the parties to the dispute, the appointmentshall be made by the next senior member ofthe International Tribunal for the Law of theSea who is available and is not a national ofone of the parties. The appointments referredto in this subparagraph shall be made from thelist referred to in article 2 of this annex withina period of 30 days of the receipt of the requestand in consultation with the parties. The mem-bers so appointed shall be of different nation-alities and may not be in the service of, ordinarilyresident in the territory of, or nationals of, anyof the parties to the dispute;

f) Any vacancy shall be filled in the manner pre-scribed for the initial appointment;

g) Parties in the same interest shall appoint onemember of the tribunal jointly by agreement.Where there are several parties having separateinterests or where there is disagreement as towhether they are of the same interest, each ofthem shall appoint one member of the tribunal.The number of members of the tribunal appoin-ted separately by the parties shall always besmaller by one than the number of membersof the tribunal to be appointed jointly by theparties;

h) In disputes involving more than two parties, theprovisions of subparagraphs a) to f) shall applyto the maximum extent possible.

Article 4

Functions of arbitral tribunal

An arbitral tribunal constituted under article 3 of thisannex shall function in accordance with this annex andthe other provisions of this Convention.

Article 5

Procedure

Unless the parties to the dispute otherwise agree thearbitral tribunal shall determine its own procedure,assuring to each party a full opportunity to be heardand to present its case.

Article 6

Duties of parties to a dispute

The parties to the dispute shall facilitate the workof the arbitral tribunal and, in particular, in accordancewith their law and using all means at their disposal,shall:

a) Provide it with all relevant documents, facilitiesand information; and

b) Enable it when necessary to call witnesses orexperts and receive their evidence and to visitthe localities to which the case relates.

Article 7

Expenses

Unless the arbitral tribunal decides otherwise becauseof the particular circumstances of the case, the expensesof the tribunal, including the remuneration of its mem-bers, shall be borne by the parties to the dispute inequal shares.

Article 8

Required majority for decisions

Decisions of the arbitral tribunal shall be taken bya majority vote of its members. The absence or absten-tion of less than half of the members shall not constitutea bar to the tribunal reaching a decision. In the eventof an equality of votes, the President shall have a castingvote.

Article 9

Default of appearance

If one of the parties to the dispute does not appearbefore the arbitral tribunal or fails to defend its case,the other party may request the tribunal do continuethe proceedings and to make its award. Absence of aparty or failure of a party to defend its case shall notconstitute a bar to the proceedings. Before making itsaward, the arbitral tribunal must satisfy itself not onlythat it has jurisdiction over the dispute but also thatthe claim is well founded in fact and law.

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Article 10Award

The award of the arbitral tribunal shall be confinedto the subject-matter of the dispute and state the reasonson which it is based. It shall contain the names of themembers who have participated and the date of theaward. Any member of the tribunal may attach a sep-arate or dissenting opinion to the award.

Article 11Finality of award

The award shall be final and without appeal, unlessthe parties to the dispute have agreed in advance toan appellate procedure. It shall be complied with bythe parties to the dispute.

Article 12Interpretation or implementation of award

1 — Any controversy which may arise between theparties to the dispute as regards the interpretation ormanner of implementation of the award may be sub-mitted by either party for decision to the arbitral tribunalwhich made the award. For this purpose, any vacancyin the tribunal shall be filled in the manner providedfor in the original appointments of the members of thetribunal.

2 — Any such controversy may be submitted toanother court or tribunal under article 287 by agreementof all the parties to the dispute.

Article 13Application to entities other than States Parties

The provisions of this annex shall apply mutatis mutan-dis to any dispute involving entities other than StatesParties.

ANNEX VIII

Special arbitration

Article 1Institution of proceedings

Subject to part XV, any party to a dispute concerningthe interpretation or application of the articles of thisConvention relating to 1) fisheries, 2) protection andpreservation of the marine environment, 3) marine sci-entific research, or 4) navigation, including pollutionfrom vessels and by dumping, may submit the disputeto the special arbitral procedure provided for in thisannex by written notification addressed to the otherparty or parties to the dispute. The notification shallbe accompanied by a statement of the claim and thegrounds on which it is based.

Article 2Lists of experts

1 — A list of experts shall be established and main-tained in respect of each of the fields of 1) fisheries,2) protection and preservation of the marine environ-ment, 3) marine scientific research, and 4) navigation,including pollution from vessels and by dumping.

2 — The lists of experts shall be drawn up and main-tained, in the field of fisheries by the Food and Agri-culture Organization of the United Nations, in the fieldof protection and preservation of the marine environ-ment by the United Nations Environment Programme,in the field of marine scientific research by the Inter-Governmental Oceanographic Commission, in the fieldof navigation, including pollution from vessels and bydumping, by the International Maritime Organization,or in each case by the appropriate subsidiary body con-cerned to which such organization, programme or com-mission has delegated this function.

3 — Every State Party shall be entitled to nominatetwo experts in each field whose competence in the legal,scientific or technical aspects of such field is establishedand generally recognized and who enjoy the highest rep-utation for fairness and integrity. The names of the per-sons so nominated in each field shall constitute theappropriate list.

4 — If at any time the experts nominated by a StateParty in the list so constituted shall be fewer than two,that State Party shall be entitled to make further nom-inations as necessary.

5 — The name of an expert shall remain on the listuntil withdrawn by the State Party which make the nom-ination, provided that such expert shall continue to serveon any special arbitral tribunal to which that expert hasbeen appointed until the completion of the proceedingsbefore that special arbitral tribunal.

Article 3

Constitution of special arbitral tribunal

For the purpose of proceedings under this annex, thespecial arbitral tribunal shall, unless the parties other-wise agree, be constituted as follows:

a) Subject to subparagraph g), the special arbitraltribunal shall consist of five members;

b) The party instituting the proceedings shall appointtwo members to be chosen preferably from theappropriate list or lists referred to in article 2of this annex relating to the matters in dispute,one of whom may be its national. The appoint-ments shall be included in the notification refer-red to in article 1 of this annex;

c) The other party to the dispute shall, within 30days of receipt of the notification referred toin article 1 of this annex, appoint two membersto be chosen preferably from the appropriatelist or lists relating to the matters in dispute,one of whom may be its national. If the appoint-ments are not made within that period, the partyinstituting the proceedings may, within twoweeks of the expiration of that period, requestthat the appointments be made in accordancewith subparagraph e);

d) The parties to the dispute shall by agreementappoint the President of the special arbitral tri-bunal, chosen preferably from the appropriatelist, who shall be a national of a third State,unless the parties otherwise agree. If, within 30days of receipt of the notification referred toin article 1 of this annex, the parties are unableto reach agreement on the appointment of thePresident, the appointment shall be made inaccordance with subparagraph e), at the request

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of a party to the dispute. Such request shallbe made within two weeks of the expiration ofthe aforementioned 30-day period;

e) Unless the parties agree that the appointmentbe made by a person or a third State chosenby the parties, the Secretary-General of the Uni-ted Nations shall make the necessary appoint-ments within 30 days of receipt of a requestunder subparagraphs c) and d). The appoint-ments referred to in this subparagraph shall bemade from the appropriate list or lists of expertsreferred to in article 2 of this annex and in con-sultation with the parties to the dispute and theappropriate international organization. Themembers so appointed shall be of differentnationalites and may not be in the service of,ordinarily resident in the territory of, or nation-als of, any of the parties to the dispute;

f) Any vacancy shall be filled in the manner pre-scribed for the initial appointment;

g) Parties in the same interest shall appoint twomembers of the tribunal jointly by agreement.Where there are several parties having separateinterests or where there is disagreement as towhether they are of the same interest, each ofthem shall appoint one member of the tribunal;

h) In disputes involving more than two parties, theprovisions of subparagraphs a) to f) shall applyto the maximum extent possible.

Article 4General provisions

Annex VII, articles 4 to 13, apply mutatis mutandisto the special arbitration proceedings in accordance withthis annex.

Article 5Fact finding

1 — The parties to a dispute concerning the inter-pretation or application of the provisions of this Con-vention relating to 1) fisheries, 2) protection and pres-ervation of the marine environment, 3) marine scientificresearch, or 4) navigation, including pollution from ves-sels and by dumping, may at any time agree to requesta special arbitral tribunal constituted in accordance witharticle 3 of this annex to carry out an inquiry and estab-lish the facts giving rise to the dispute.

2 — Unless the parties otherwise agree, the findingsof fact of the special arbitral tribunal acting in accor-dance with paragraph 1, shall be considered as conclusiveas between the parties.

3 — If all the parties to the dispute so request, thespecial arbitral tribunal may formulate recommenda-tions which, without having the force of a decision, shallonly constitute the basis for a review by the parties ofthe questions giving rise to the dispute.

4 — Subject to paragraph 2 the special arbitral tri-bunal shall act in accordance with the provisions of thisannex, unless the parties otherwise agree.

ANNEX IX

Participation by international organizations

Article 1Use of terms

For the purposes of article 305 and of this annex,«international organization» means an intergovernmen-

tal organization constituted by states to which its mem-ber States have transferred competence over mattersgoverned by this Convention, including the competenceto enter into treaties in respect of those matters.

Article 2

Signature

An international organization may sign this Conven-tion if a majority of its member States are signatoriesof this Convention. At the time of signature an inter-national organization shall make a declaration specifyingthe matters governed by this Convention in respect ofwhich competence has been transferred to that organ-ization by its member States which are signatories, andthe nature and extent of that competence.

Article 3

Formal confirmation and accession

1 — An international organization may deposit itsinstrument of formal confirmation or of accession if amajority of its member States deposit or have depositedtheir instruments of ratification or accession.

2 — The instruments deposited by the internationalorganization shall contain the undertakings and declar-ations required by articles 4 and 5 of this annex.

Article 4

Extent of participation and rights and obligations

1 — The instrument of formal confirmation or ofaccession of an international organization shall containan undertaking to accept the rights and obligations ofStates under this Convention in respect of matters relat-ing to which competence has been transferred to it byits member States which are Parties to this Convention.

2 — An international organization shall be a Partyto this Convention to the extent that it has competencein accordance with the declarations, communications ofinformation or notifications referred to in article 5 ofthis annex.

3 — Such an international organization shall exercisethe rights and perform the obligations which its memberStates which are Parties would otherwise have underthis Convention, on matters relating to which compet-ence has been transferred to it by those member States.The member States of that international organizationshall not exercise competence which they have trans-ferred to it.

4 — Participation of such an international organiza-tion shall in no case entail an increase of the repre-sentation to which its member States which are StatesParties would otherwise be entitled, including rights indecision-making.

5 — Participation of such an international organiza-tion shall in no case confer any rights under this Con-vention on member States of the organization whichare not States Parties to this Convention.

6 — In the event of a conflict between the obligationsof an international organization under this Conventionand its obligations under the agreement establishing theorganization or any acts relating to it, the obligationsunder this Convention shall prevail.

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Article 5Declarations, notifications and communications

1 — The instrument of formal confirmation or ofaccession of an international organization shall containa declaration specifying the matters governed by thisConvention in respect of which competence has beentransferred to the organization by its member Stateswhich are Parties to this Convention.

2 — A member State of an international organizationshall, at the time it ratifies or accedes to this Conventionor at the time when the organization deposits its instru-ment of formal confirmation or of accession, whicheveris later, make a declaration specifying the matters gov-erned by this Convention in respect of which it has trans-ferred competence to the organization.

3 — States Parties which are member States of aninternational organization which is a Party to this Con-vention shall be presumed to have competence over allmatters governed by this Convention in respect of whichtransfers of competence to the organization have notbeen specifically declared, notified or communicated bythose States under this article.

4 — The international organization and its memberStates which are States Parties shall promptly notify thedepositary of this Convention of any changes to the dis-tribution of competence, including new transfers of com-petence, specified in the declarations under paragraphs 1and 2.

5 — Any State Party may request an internationalorganization and its member States which are StatesParties to provide information as to which, as betweenthe organization and its member States has competencein respect of any specific question which has arisen. Theorganization and the member States concerned shallprovide this information within a reasonable time. Theinternational organization and the member States mayalso, on their own initiative, provide this information.

6 — Declarations, notifications and communicationsof information under this article shall specify the natureand extent of the competence transferred.

Article 6Responsibility and liability

1 — Parties which have competence under article 5of this annex shall have responsibility for failure to com-ply with obligations or for any other violation of thisConvention.

2 — Any State Party may request an internationalorganization or its member States which are States Par-ties for information as to who has responsibility inrespect of any specific matter. The organization andthe member States concerned shall provide this infor-mation. Failure to provide this information within a rea-sonable time or the provision of contradictory infor-mation shall result in joint and several liability.

Article 7Settlement of disputes

1 — At the time of deposit of its instrument of formalconfirmation or of accession, or at any time thereafter,an international organization shall be free to choose,by means of a written declaration, one or more of themeans for the settlement of disputes concerning the

interpretation or application of this Convention, refer-red to in article 287, paragraph 1, a), c) or d).

2 — Part XV applies mutatis mutandis to any disputebetween Parties to this Convention, one or more ofwhich are international organizations.

3 — When an international organization and one ormore of its member States are joint parties to a dispute,or parties in the same interest, the organization shallbe deemed to have accepted the same procedures forthe settlement of disputes as the member States; when,however, a member State has chosen only the Inter-national Court of Justice under article 287, the organ-ization and the member State concerned shall bedeemed to have accepted arbitration in accordance withannex VII, unless the parties to the dispute otherwiseagree.

Article 8

Applicability of part XVII

Part XVII applies mutatis mutandis to an internationalorganization, except in respect of the following:

a) The instrument of formal confirmation or ofaccession of an international organization shallnot be taken into account in the application ofarticle 308, paragraph 1;

b):

i) An international organization shall haveexclusive capacity with respect to theapplication of articles 312 to 315, to theextent that it has competence under arti-cle 5 of this annex over the entire sub-ject-matter of the amendment;

ii) The instrument of formal confirmationor of accession of an international organ-ization to an amendment, the entire sub-ject-matter over which the internationalorganization has competence under arti-cle 5 of this annex, shall be consideredto be the instrument of ratification oraccession of each of the member Stateswhich are States Parties for the purposesof applying article 316, paragraphs 1, 2and 3;

iii) The instrument of formal confirmationor of accession of the international organ-ization shall not be taken into accountin the application of article 316, para-graphs 1 and 2, with regard to all otheramendments:

c):

i) An international organization may notdenounce this Convention in accordancewith article 317 if any of its memberStates is a State Party and if it continuesto fulfil the qualifications specified inarticle 1 of this annex;

ii) An international organization shall de-nounce this Convention when none of itsmember States is a State Party or if theinternational organization no longer ful-fils the qualifications specified in article 1of this annex. Such denunciation shalltake effect immediately.

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AGREEMENT RELATING TO THE IMPLEMENTATION OF PART XIOF THE UNITED NATIONS CONVENTION ON THE LAW OF THE SEA

OF 10 DECEMBER 1982

The States Parties to this Agreement:

Recognizing the important contribution of the Uni-ted Nations Convention on the Law of the Seaof 10 December 1982 (hereinafter referred toas «the Convention») to the maintenance ofpeace, justice and progress for all peoples of theworld;

Reaffirming that the sea-bed and ocean floor andsubsoil thereof, beyond the limits of nationaljurisdiction (hereinafter referred to as «theArea»), as well as the resources of the Area,are the common heritage of mankind;

Mindful of the importance of the Convention forthe protection and preservation of the marineenvironment and of the growing concern for theglobal environment;

Having considered the report of the Secretary-Ge-neral of the United Nations on the results ofthe informal consultations among States heldfrom 1990 to 1994 on outstanding issues relatingto part XI and related provisions of the Con-vention (hereinafter referred to as «part XI»);

Noting the political and economic changes, inclu-ding market-oriented approaches, affecting theimplementation of part XI;

Wishing to facilitate universal participation in theConvention;

Considering that an agreement relating to theimplementation of part XI would best meet thatobjective;

have agreed as follows:

Article 1

Implementation of part XI

1 — The States Parties to this Agreement undertaketo implement part XI in accordance with this Agreement.

2 — The annex forms an integral part of this Agree-ment.

Article 2

Relationship between this Agreement and part XI

1 — The provisions of this Agreement and part XIshall be interpreted and applied together as a singleinstrument. In the event of any inconsistency betweenthis Agreement and part XI, the provisions of this Agree-ment shall prevail.

2 — Articles 309 to 319 of the Convention shall applyto this Agreement as they apply to the Convention.

Article 3

Signature

This Agreement shall remain open for signature atUnited Nations Headquarters by the States and entitiesreferred to in article 305, paragraph 1, a), c), d), e)and f), of the Convention for 12 months from the dateof its adoption.

Article 4

Consent to be bound

1 — After the adoption of this Agreement, any ins-trument of ratification or formal confirmation of oraccession to the Convention shall also represent consentto be bound by this Agreement.

2 — No State or entity may establish its consent tobe bound by this Agreement unless it has previouslyestablished or establishes at the same time its consentto be bound by the Convention.

3 — A State or entity referred to in article 3 mayexpress its consent to be bound by this Agreement by:

a) Signature not subject to ratification, formal con-firmation or the procedure set out in article 5;

b) Signature subject to ratification or formal con-firmation, followed by ratification or formalconfirmation;

c) Signature subject to the procedure set out inarticle 5; or

d) Accession.

4 — Formal confirmation by the entities referred toin article 305, paragraph 1, f), of the Convention shallbe in accordance with annex IX of the Convention.

5 — The instruments of ratification, formal confirma-tion or accession shall be deposited with the Secreta-ry-General of the United Nations.

Article 5

Simplified procedure

1 — A State or entity which has deposited before thedate of the adoption of this Agreement an instrumentof ratification or formal confirmation of or accessionto the Convention and which has signed this Agreementin accordance with article 4, paragraph 3, c), shall beconsidered to have established its consent to be boundby this Agreement 12 months after the date of its adop-tion, unless that State or entity notifies the depositaryin writing before that date that it is not availing itselfof the simplified procedure set out in this article.

2 — In the event of such notification, consent to bebound by this Agreement shall be established in accor-dance with article 4, paragraph 3, b).

Article 6

Entry into force

1 — This Agreement shall enter into force 30 daysafter the date on which 40 States have established theirconsent to be bound in accordance with articles 4 and5, provided that such States include at least seven ofthe States referred to in paragraph 1, a), of Resolution IIof the Third United Nations Conference on the Lawof the Sea (hereinafter referred to as «Resolution II»)and that at least five of those States are developed States.If these conditions for entry into force are fulfilled before16 November 1994, this Agreement shall enter into forceon 16 November 1994.

2 — For each State or entity establishing its consentto be bound by this Agreement after the requirementsset out in paragraph 1 have been fulfilled, this Agree-ment shall enter into force on the thirtieth day followingthe date of establishment of its consent to be bound.

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Article 7Provisional application

1 — If on 16 November 1994 this Agreement has notentered into force, it shall be applied provisionally pen-ding its entry into force by:

a) States which have consented to its adoption inthe General Assembly of the United Nations,except any such State which before 16 November1994 notifies the depositary in writing either thatit will not so apply this Agreement or that itwill consent to such application only upon sub-sequent signature or notification in writing;

b) States and entities which sign this Agreement,except any such State, or entity which notifiesthe depositary in writing at the time of signaturethat it will not so apply this Agreement;

c) States and entities which consent to its provi-sional application by so notifying the depositaryin writing;

d) States which accede to this Agreement.

2 — All such States and entities shall apply this Agree-ment provisionally in accordance with their national orinternal laws and regulations, with effect from 16November 1994 or the date of signature, notificationof consent or accession, if later.

3 — Provisional application shall terminate upon thedate of entry into force of this Agreement. In any event,provisional application shall terminate on 16 November1998 if at that date the requirement in article 6, para-graph 1, of consent to be bount by this Agreement byat least seven of the States (of which at least five mustbe developed States) referred to in paragraph 1, a),of Resolution II has not been fulfilled.

Article 8States Parties

1 — For the purposes of this Agreement, «States Par-ties» means States which have consented to be boundby this Agreement and for which this Agreement is inforce.

2 — This Agreement applies mutatis mutandis to theentities referred to in article 305, paragraph 1, c), d),e) and f), of the Convention which become Parties tothis Agreement in accordance with the conditions rele-vant to each, and to that extent «States Parties» refersto those entities.

Article 9Depositary

The Secretary-General of the United Nations shallbe the depositary of this Agreement.

Article 10Authentic texts

The original of this Agreement, of which the Arabic,Chinese, English, French, Russian and Spanish texts areequally authentic, shall be deposited with the Secre-tary-General of the United Nations.

In witness whereof, the undersigned plenipotentiaries,being duly authorized thereto, have signed this Agree-ment.

Done at New York, this 28 day of July, one thousandnine hundred and ninety-four.

ANNEX

SECTION 1

Costs to States Parties and institutional arrangements

1 — The International Sea-Bed Authority (herein-after referred to as «the Authority») is the organizationthrough which States Parties to the Convention shall,in accordance with the regime for the Area establishedin part XI and this Agreement, organize and controlactivities in the Area, particularly with a view to admin-istering the resources of the Area. The powers and func-tions of the Authority shall be those expressly conferredupon it by the Convention. The Authority shall havesuch incidental powers, consistent with the Convention,as are implicit in, and necessary for, the exercises ofthose powers and functions with respect to activitiesin the Area.

2 — In order to minimize costs to States Parties, allorgans and subsidiary bodies to be established underthe Convention and this Agreement shall be cost-effec-tive. This principle shall also apply to the frequency,duration and scheduling of meetings.

3 — The setting up and the functioning of the organsand subsidiary bodies of the Authority shall be basedon an evolutionary approach, taking into account thefunctional needs of the organs and subsidiary bodiesconcerned in order that they may discharge effectivelytheir respective responsibilities at various stages of thedevelopment of activities in the Area.

4 — The early functions of the Authority upon entryinto force of the Convention shall be carried out byAssembly, the Council, the Secretariat, the Legal andTechnical Commission and the Finance Committee. Thefunctions of the Economic Planning Commission shallbe performed by the Legal and Technical Commissionuntil such time as the Council decides otherwise or untilthe approval of the first plan of work for exploitation.

5 — Between the entry into force of the Conventionand the approval of the first plan of work for exploi-tation, the Authority shall concentrate on:

a) Processing of applications for approval of plansof work for exploration in accordance withpart XI and this Agreement;

b) Implementation of decisions of the PreparatoryCommission for the International Sea-BedAuthority and for the International Tribunal forthe Law of the Sea (hereinafter referred to as«the Preparatory Commission») relating to beregistered pioneer investors and their certifyingStates, including their rights and obligations, inaccordance with article 308, paragraph 5, of theConvention and Resolution II, paragraph 13;

c) Monitoring of compliance with plans of workof exploration approved in the form of contracts;

d) Monitoring and review of trends and develop-ments relating to deep sea-bed mining activities,including regular analysis of world metal marketconditions and metal prices, trends and pro-spects;

e) Study of the potential impact of mineral pro-duction from the Area on the economies ofdeveloping land-based producers of those mine-rals which are likely to be most seriously affec-ted, with a view to minimizing their difficultiesand assisting them in their economic adjustment,

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taking into account the work done in this regardby the Preparatory Commission;

f) Adoption of rules, regulations and proceduresnecessary for the conduct of activities in theArea as they progress. Notwithstanding the pro-visions of annex III, article 17, paragraph 2, b)and c), of the Convention, such rules, regula-tions and procedures shall take into account theterms of this Agreement, the prolonged delayin commercial deep sea-bed mining and thelikely pace of activities in the Area;

g) Adoption of rules, regulations and proceduresincorporating applicable standards for the pro-tection and preservation of the marine envir-onment;

h) Promotion and encouragement of the conductof marine scientific research with respect toactivities in the Area and the collection and dis-semination of the results of such research andanalysis, when available, with particular empha-sis on research related to the environmentalimpact of activities in the Area;

i) Acquisition of scientific knowledge and mon-itoring of the development of marine technologyrelevant to activities in the Area, in particulartechnology relating to the protection and pres-ervation of the marine environment;

j) Assessment of available data relating to pro-specting and exploration;

k) Timely elaboration of rules, regulations and pro-cedures for exploitation, including those relatingto the protection and preservation of the marineenvironment.

6 — a) An application for approval of a plan of workfor exploration shall be considered by the Council fol-lowing the receipt of a recommendation on the appli-cation from the Legal and Technical Commission. Theprocessing of an application for approval of a plan ofwork for exploration shall be in accordance with theprovisions of the Convention, including annex III thereof,and this Agreement, and subject to the following:

i) A plan of work for exploration submitted onbehalf of a State or entity, or any componentof such entity, referred to in Resolution II, para-graph 1, a), ii) or iii), other than a registeredpioneer investor, which had already undertakensubstantial activities in the Area prior to theentry into force of the Convention, or its suc-cessor in interest, shall be considered to havemet the financial and technical qualificationsnecessary for approval of a plan of work if thesponsoring State or States certify that the appli-cant has expended an amount equivalent to atleast US$ 30 million in research and explorationactivities and has expended no less than 10 percent if that amount in the location, survey andevaluation of the area referred to in the planof work. If the plan of work otherwise satisfiesthe requirements of the Convention and anyrules, regulations and procedures adopted pur-suant thereto, it shall be approved by the Coun-cil in the form of a contract. The provisionsof section 3, paragraph 11, of this annex shallbe interpreted and applied accordingly;

ii) Notwithstanding the provisions of Resolution II,paragraph 8, a), a registered pioneer investor

may request approval of a plan of work forexploration within 36 months of the entry intoforce of the Convention. The plan of work forexploration shall consist of documents, reportsand other data submitted to the PreparatoryCommission both before and after registrationand shall be accompanied by a certificate ofcompliance, consisting of a factual reportdescribing the status of fulfilment of obligationsunder the pioneer investor regime, issued bythe Preparatory Commission in accordance withResolution II, paragraph 11, a). Such a planof work shall be considered to be approved. Suchan approved plan of work shall be in the formof a contract concluded between the Authorityand the registered pioneer investor in accor-dance with part XI and this Agreement. The feeof US$ 250,000 paid pursuant to Resolution II,paragraph 7, a), shall be deemed to be the feerelating to the exploration phase pursuant tosection 8, paragraph 3, of this annex. Section 3,paragraph 11, of this annex shall be interpretedand applied accordingly;

iii) In accordance with the principle of non-discrim-ination, a contract with a State or entity or anycomponent of such entity referred to in sub-paragraph a), i), shall include arrangementswhich shall be similar to and no less favourablethan those agreed with any registered pioneerinvestor referred to in subparagraph a), ii). Ifany of the States or entities or any componentsof such entities referred to in subparagraph a),i), are granted more favourable arrangements,the Council shall make similar and no lessfavourable arrangements with regard to therights and obligations assumed by the registeredpioneer investors referred to in subparagrapha), ii), provided that such arrangements do notaffect or prejudice the interests of the Authority;

iv) A State sponsoring an application for a planof work pursuant to the provisions of subpara-graph a), i) or ii), may be a State Party or aState which is applying this Agreement provi-sionally in accordance with article 7, or a Statewhich is a member of the Authority on a pro-visional basis in accordance with paragraph 12;

v) Resolution II, paragraph 8, c), shall be inter-preted and applied in accordance with subpara-graph a), iv).

b) The approval of a plan of work for explorationshall be in accordance with article 153, paragraph 3,of the Convention.

7 — An application for approval of a plan of workshall be accompanied by an assessment of the potentialenvironmental impacts of the proposed activities andby a description of a programme for oceanographic andbaseline environmental studies in accordance with therules, regulations and procedures adopted by theAuthority.

8 — An application for approval of a plan of workfor exploration, subject to paragraph 6, a), i) or ii), shallbe processed in accordance with the procedures set outin section 3, paragraph 11, of this annex.

9 — A plan of work for exploration shall be approvedfor a period of 15 years. Upon the expiration of a planof work for exploration, the contractor shall apply for

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a plan of work for exploitation unless the contractorhas already done so or has obtained an extension forthe plan of work for exploration. Contractors may applyfor such extensions for periods of not more than fiveyears each. Such extensions shall be approved of thecontractor has made efforts in good faith to complywith the requirements of the plan of work but for reasonsbeyond the contractor’s control has been unable to com-plete the necessary preparatory work for proceeding tothe exploitation stage or if the prevailing economic cir-cumstances do not justify proceeding to the exploitationstage.

10 — Designation of a reserved area for the Authorityin accordance with annex III, article 8, of the Conventionshall take place in connection with approval of an appli-cation for a plan of work for exploration or approvalof an application for a plan of work for explorationand exploitation.

11 — Notwithstanding the provisions of paragraph 9,an approved plan of work for exploration which is spons-ored by at least one State provionally applying thisAgreement shall terminate if such a State ceases to applythis Agreement provisionally and has not become amember on a provisional basis in accordance with para-graph 12 or has not become a State Party.

12 — Upon the entry into force of this Agreement,States and entities referred to in article 3 of this Agree-ment which have been applying it provisionally in accor-dance with article 7 and for which it is not in forcemay continue to be members of the Authority on a pro-visional basis pending its entry into force for such Statesand entities, in accordance with the following sub-paragraphs:

a) If this Agreement enters into force before 16November 1996, such States and entities shallbe entitled to continue to participate as mem-bers of the Authority on a provisional basis uponnotification to the depositary of the Agreementby such a State or entity of its intention to par-ticipate as a member on a provisional basis. Suchmembership shall terminate either on 16November 1996 or upon the entry into forceof this Agreement and the Convention for suchmember, whichever is earlier. The Council may,upon the request of the State or entity con-cerned, extend such membership beyond 16November 1996 for a further period or periodsnot exceeding a total of two years provided thatthe Council is satisfied that the State or entityconcerned has been making efforts in good faithto become a party to the Agreement and theConvention;

b) If this Agreement enters into force after 15November 1996, such States and entities mayrequest the Council to grant continued mem-bership in the Authority on a provisional basisfor a period or periods not extending beyond16 November 1998. The Council shall grant suchmembership with effect from the date of therequest if it is satisfied that the State or entityhas been making efforts in good faith to becomea party to the Agreement and the Convention;

c) States and entities which are members of theAuthority on a provisional basis in accordancewith subparagraph a) or b) shall apply the termsof part XI and this Agreement in accordancewith their national or internal laws, regulations

and annual budgetary appropriations and shallhave the same rights and obligations as othermembers, including:

i) The obligation to contribute to the admin-istrative budget of the Authority in accor-dance with the scale of assessed con-tributions;

ii) The right to sponsor an application forapproval of a plan of work for explor-ation. In the case of entities whose com-ponents are natural or juridical personspossessing the nationality of more thanone State, a plan of work for explorationshall not be approved unless all the Stateswhose natural or juridical persons com-prise those entities are States Parties ormembers on a provisional basis;

d) Notwithstanding the provisions of paragraph 9,an approved plan of work in the form of a con-tract for exploration which was sponsored pur-suant to subparagraph c), ii), by a State whichwas a member on a provisional basis shall ter-minate if such membership ceases and the Stateor entity has not become a State Party;

e) If such a member has failed to make its assessedcontributions or otherwise failed to comply withits obligations in accordance with this paragraph,its membership on a provisional basis shall beterminated.

13 — The reference in annex III, article 10, of theConvention to performance which has not been satis-factory shall be interpreted to mean that the contractorhas failed to comply with the requirements of anapproved plan of work in spite of a written warningor warnings from the Authority to the contractor tocomply therewith.

14 — The Authority shall have its own budget. Untilthe end of the year following the year during whichthis Agreement enters into force, the administrativeexpenses of the Authority shall be met through the bud-get of the United Nations. Thereafter, the administrativeexpenses of the Authority shall be met by assessed con-tributions of its members, including any members ona provisional basis, in accordance with articles 171, sub-paragraph a), and 173 of the Convention and this Agree-ment, until the Authority has sufficient funds from othersources to meet those expenses. The Authority shallnot exercise the power referred to in article 174, para-graph 1, of the Convention to borrow funds to financeits administrative budget.

15 — The Authority shall elaborate and adopt, inaccordance with article 162, paragraph 2, o), ii), of theConvention, rules, regulations and procedures based onthe principles contained in sections 2, 5, 6, 7 and 8 ofthis annex, as well as any additional rules, regulationsand procedures necessary to facilitate the approval ofplans of work for exploration or exploitation, in accor-dance with the following subparagraphs:

a) The Council may undertake such elaborationany time it deems that all or any of such rules,regulations or procedures are required for theconduct of activities in the Area, or when itdetermines that commercial exploitation isimminent, or at the request of a State whose

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national intends to apply for approval of a planof work for exploitation;

b) If a request is made by a State referred to insubparagraph a) the Council shall, in accor-dance with article 162, paragraph 2, o), of theConvention, complete the adoption of suchrules, regulations and procedures within twoyears of the request;

c) If the Council has not completed elaborationof the rules, regulations and procedures relatingto exploitation within the prescribed time andan application for approval of a plan of workfor exploitation is pending, it shall none the lessconsider and provisionally approve such planof work based on the provisions of the Con-vention and any rules, regulations and proce-dures that the Council may have adopted pro-visionally, or on the basis of the norms containedin the Convention and the terms and principlescontained in this annex as well as the principlesof non-discrimination among contractors.

16 — The draft rules, regulations and procedures andany recommendations relating to the provisions of partXI, as contained in the reports and recommendationsof the Preparatory Commission, shall be taken intoaccount by the Authority in the adoption of rules, reg-ulations and procedures in accordance with part XI andthis Agreement.

17 — The relevant provisions of part XI, section 4,of the Convention shall be interpreted and applied inaccordance with this Agreement.

SECTION 2

The Enterprise

1 — The Secretariat of the Authority shall performthe functions of the Enterprise until it begins to operateindependently of the Secretariat. The Secretary-Generalof the Authority shall appoint from within the staff ofthe Authority an interim Director-General to overseethe performance of these functions by the Secretariat.

These functions shall be:

a) Monitoring and review of trends and develop-ments relating to deep sea-bed mining activities,including regular analysis of world metal marketconditions and metal prices, trends and pro-spects;

b) Assessment of the results of the conduct of mar-ine scientific research with respect to activitiesin the Area, with particular emphasis onresearch related to the environmental impactof activities in the Area;

c) Assessment of available data relating to pro-specting and exploration, including the criteriafor such activities;

d) Assessment of technological developments rel-evant to activities in the Area, in particular tech-nology relating to the protection and preser-vation of the marine environment;

e) Evaluation of information and data relating toareas reserved for the Authority;

f) Assessment of approaches to joint-venture oper-ations;

g) Collection of information on the availability oftrained manpower;

h) Study of managerial policy options for theadministration of the Enterprise at different sta-ges of its operations.

2 — The Enterprise shall conduct its initial deep sea-bed mining operations through joint ventures. Upon theapproval of a plan of work for exploitation for an entityother than the Enterprise, or upon receipt by the Councilof an application for a joint-venture operation with theEnterprise, the Council shall take up the issue of thefunctioning of the Enterprise independently of the Sec-retariat of the Authority. If joint-venture operations withthe Enterprise accord with sound commercial principles,the Council shall issue a directive pursuant to article170, paragraph 2, of the Convention providing for suchindependent functioning.

3 — The obligation of States Parties to fund one minesite of the Enterprise as provided for in annex IV, article11, paragraph 3, of the Convention shall not apply andStates Parties shall be under no obligation to financeany of the operations in any mine site of the Enterpriseor under its joint-venture arrangements.

4 — The obligations applicable to contractors shallapply to the Enterprise. Notwithstanding the provisionsof article 153, paragraph 3, and annex III, article 3, para-graph 5, of the Convention, a plan of work for the Enter-prise upon its approval shall be in the form of a contractconcluded between the Authority and the Enterprise.

5 — A contractor which has contributed a particulararea to the Authority as a reserved area has the rightof first refusal to enter into a joint-venture arrangementwith the Enterprise for exploration and exploitation ofthat area. If the Enterprise does not submit an appli-cation for a plan of work for activities in respect ofsuch a reserved area within 15 years of the commence-ment of its functions independent of the Secretariat ofthe Authority or within 15 years of the date on whichthat area is reserved for the Authority, whichever isthe later, the contractor which contributed the area shallbe entitled to apply for a plan of work for that areaprovided it offers in good faith to include the Enterpriseas a joint-venture partner.

6 — Article 170, paragraph 4, annex IV and other pro-visions of the Convention relating to the Enterprise shallbe interpreted and applied in accordance with thissection.

SECTION 3

Decision-making

1 — The general policies of the Authority shall beestablished by the Assembly in collaboration with theCouncil.

2 — As a general rule, decision-making in the organsof the Authority should be by consensus.

3 — If all efforts to reach a decision by consensushave been exhausted, decisions by voting in the Assemblyon questions of procedure shall be taken by a majorityof members present and voting, and decisions on ques-tions of substance shall be taken by a two-thirds majorityof members present and voting, as provided for in article159, paragraph 8, of the Convention.

4 — Decisions of the Assembly on any matter forwhich the Council also has competence or on any admin-istrative, budgetary or financial matter shall be basedon the recommendations of the Council. If the Assemblydoes not accept the recommendations of the Council

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on any matter, it shall return the matter to the Councilfor further consideration. The Council shall reconsiderthe matter in the light of the views expressed by theAssembly.

5 — If all efforts to reach a decision by consensushave been exhausted, decisions by voting in the Councilon questions of procedure shall be taken by a majorityof members present and voting, and decisions on ques-tions of substance, except where the Convention pro-vides for decisions by consensus in the Council, shallbe taken by a two-thirds majority of members presentand voting, provided that such decisions are not apposedby a majority in any one of the chambers referred toin paragraph 9. In taking decisions the Council shallseek to promote the interests of all the members ofthe Authority.

6 — The Council may defer the taking of a decisionin order to facilitate further negotiation whenever itappears that all efforts at achieving consensus on a ques-tion have not been exhausted.

7 — Decisions by the Assembly or the Council havingfinancial or budgetary implications shall be based onthe recommendations of the Finance Committee.

8 — The provisions of article 161, paragraph 8, b)and c), of the Convention shall not apply.

9 — a) Each group of States elected under para-graph 15, a) to c), shall be treated as a chamber forthe purposes of voting in the Council. The developingStates elected under paragraph 15, d) and e), shall betreated as a single chamber for the purposes of votingin the Council.

b) Before electing the members of the Council, theAssembly shall establish lists of countries fulfilling thecriteria for membership in the groups of States in para-graph 15, a) to d). If a State fulfils the criteria for mem-bership in more than one group, it may only be proposedby one group for election to the Council and it shallrepresent only that group in voting in the Council.

10 — Each group of States in paragraph 15, a) tod), shall be represented in the Council by those membersnominated by that group. Each group shall nominateonly as many candidates as the number of seats requiredto be filled by that group. When the number of potentialcandidates in each of the groups referred to in paragraph15, a) to e), exceeds the number of seats available ineach of those respective groups, as a general rule, theprinciple of rotation shall apply. States members of eachof those groups shall determine how this principle shallapply in those groups.

11 — a) The Council shall approve a recommendationby the Legal and Technical Commission for approvalof a plan of work unless by a two-thirds majority ofits members present and voting, including a majorityof members present and voting in each of the chambersof the Council, the Council decides to desapprove aplan of work. If the Council does not take a decisionon a recommendation for approval of a plan of workwithin a prescribed period, the recommendation shallbe deemed to have been approved by the Council atthe end of that period. The prescribed period shall nor-mally be 60 days unless the Council decides to providefor a longer period. If the Commission recommendsthe disapproval of a plan of work or does not makea recommendation, the Council may neverthelessapprove the plan of work in accordance with its rulesof procedure for decision-making on questions ofsubstance.

b) The provisions of article 162, paragraph 2, j), ofthe Convention shall not apply.

12 — Where a dispute arises relating to the disap-proval of a plan of work, such dispute shall be submittedto the dispute settlement procedures set out in theConvention.

13 — Decisions by voting in the Legal and TechnicalCommission shall be by a majority of members presentand voting.

14 — Part XI, section 4, subsections B and C, of theConvention shall be interpreted and applied in accor-dance with this section.

15 — The Council shall consist of 36 members of theAuthority elected by the Assembly in the followingorder:

a) Four members from among those States Partieswhich, during the last five years for which stat-istics are available, have either consumed morethan 2 per cent in value terms of total worldconsumption or have had net imports of morethan 2 per cent in value terms of total worldimports of the commodities produced from thecategories of minerals to be derived from theArea, provided that the four members shallinclude one State from the Eastern Europeanregion having the largest economy in that regionin terms of gross domestic product and the State,on the date of entry into force of the Conven-tion, having the largest economy in terms ofgross domestic product, if such States wish tobe represented in this group;

b) Four members from among the eight States Par-ties which have made the largest investmentsin preparation for and in the conduct of activitiesin the Area, either directly or through theirnationals;

c) Four members from among States Parties which,on the basis of production in areas under theirjurisdiction, are major net exporters of the cat-egories of minerals to be derived from the Area,including at least two developing States whoseexports of such minerals have a substantial bear-ing upon their economies;

d) Six members from among developing States Par-ties, representing special interests. The specialinterests to be represented shall include thoseof States with large populations, States whichare land-locked or geographically disadvan-taged, island States, States which are majorimporters of the categories of minerals to bederived from the Area, States which are poten-tial producers of such minerals and least devel-oped States;

e) Eighteen members elected according to theprinciple of ensuring an equitable geographicaldistribution of seats in the Council as a whole,provided that each geographical region shallhave at least one member elected under thissubparagraph. For this purpose, the geograph-ical regions shall be Africa, Asia, EasternEurope, Latin America and the Caribbean andWestern Europe and Others.

16 — The provisions of article 161, paragraph 1, ofthe Convention shall not apply.

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SECTION 4

Review Conference

The provisions relating to the Review Conference inarticle 155, paragraphs 1, 3 and 4, of the Conventionshall not apply.

Notwithstanding the provisions of article 314, para-graph 2, of the Convention, the Assembly, on the rec-ommendation of the Council, may undertake at any timea review of the matters referred to in article 155, para-graph 1, of the Convention. Amendments relating tothis Agreement and part XI shall be subject to the pro-cedures contained in articles 314, 315 and 316 of theConvention, provided that the principles, regime andother terms referred to in article 155, paragraph 2, ofthe Convention shall be maintained and the rights refer-red to in paragraph 5 of that article shall not be affected.

SECTION 5

Transfer of technology

1 — In addition to the provisions of article 144 ofthe Convention, transfer of technology for the purposesof part XI shall be governed by the following principles:

a) The Enterprise, and developing States wishingto obtain deep sea-bed mining technology, shallseek to obtain such technology on fair and rea-sonable commercial terms and conditions on theopen market, or through joint-venture arrange-ments;

b) If the Enterprise or developing States are unableto obtain deep sea-bed mining technology, theAuthority may request all or any of the con-tractors and their respective sponsoring Stateor States to co-operate with it in facilitating theacquisition of deep sea-bed mining technologyby the Enterprise or its joint venture, or by adeveloping State or States seeking to acquiresuch technology on fair and reasonable com-mercial terms and conditions, consistent withthe effective protection of intellectual propertyrights. States Parties undertake to co-operatefully and effectively with the Authority for thispurpose and to ensure that contractors spons-ored by them also co-operate fully with theAuthority;

c) As a general rule, States Parties shall promoteinternational technical and scientific co-opera-tion with regard to activities in the Area eitherbetween the parties concerned or by developingtraining, technical assistance and scientific co-operation programmes in marine science andtechnology and the protection and preservationof the marine environment.

2 — The provisions of annex III, article 5, of the Con-vention shall not apply.

SECTION 6

Production policy

1 — The production policy of the Authority shall bebased on the following principles:

a) Development of the resources of the Area shalltake place in accordance with sound commercialprinciples;

b) The provisions of the General Agreement onTariffs and Trade, its relevant codes and suc-cessor or supersending agreements shall applywith respect to activities in the Area;

c) In particular, there shall be no subsidization ofactivities in the Area except as may be permittedunder the agreements referred to in subpara-graph b). Subsidization for the purpose of theseprinciples shall be defined in terms of the agree-ments referred to in subparagraph b);

d) There shall be no discrimination between min-erals derived from the Area and from othersources. There shall be no preferential accessto markets for such minerals or for imports ofcommodities produced from such minerals, inparticular:

i) By the use of tariff or non-tariff barriers;and

ii) Given by States Parties to such mineralsor commodities produced by their stateenterprises or by natural or juridical per-sons which possess their nationality or arecontrolled by them or their nationals;

e) The plan of work for exploitation approved bythe Authority in respect of each mining areashall indicate an anticipated production sched-ule which shall include the estimated maximumamounts of minerals that would be producedper year under the plan of work;

f) The following shall apply to the settlement ofdisputes concerning the provisions of the agree-ments referred to in subparagraph b):

i) Where the States Parties concerned areparties to such agreements, they shallhave recourse to the dispute settlementprocedures of those agreements;

ii) Where one or more of the States Partiesconcerned are not parties to such agree-ments, they shall have recourse to thedispute settlement procedures set out inthe Convention;

g) In circumstances where a determination is madeunder the agreements referred to in subpara-graph b) that a State Party has engaged in sub-sidization which is prohibited or has resultedin adverse effects on the interests of anotherState Party and appropriate steps have not beentaken by the relevant State Party, or States Par-ties, a State Party may request the Council totake appropriate measures.

2 — The principles contained in paragraph 1 shall notaffect the rights and obligations under any provisionof the agreements referred to in paragraph 1, b), aswell as the relevant free trade and customs union agree-ments, in relations between States Parties which are par-ties to such agreements.

3 — The acceptance by a contractor of subsidies otherthan those which may be permitted under the agree-ments referred to in paragraph 1, b), shall constitutea violation of the fundamental terms of the contract

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forming a plan of work for the carrying out of activitiesin the Area.

4 — Any State Party which has reason to believe thatthere has been a breach of the requirements of para-graphs 1, b) to d), or 3 may initiate dispute settlementprocedures in conformity with paragraph 1, f) or g).

5 — A State Party may at any time bring to the atten-tion of the Council activities which in its view are incon-sistent with the requirements of paragraph 1, b) to d).

6 — The Authority shall develop rules, regulationsand procedures which ensure the implementation of theprovisions of this section, including relevant rules, reg-ulations and procedures governing the approval of plansof work.

7 — The provisions of article 151, paragraphs 1 to7 and 9, article 162, paragraph 2, q), article 165, para-graph 2, n), and annex III, article 6, paragraph 5, andarticle 7, of the Convention shall not apply.

SECTION 7

Economic assistance

1 — The policy of the Authority of assisting devel-oping countries which suffer serious adverse effects ontheir export earnings or economies resulting from areduction in the price of an affected mineral or in thevolume of exports of that mineral, to the extent thatsuch reduction is caused by activities in the Area, shallbe based on the following principles:

a) The Authority shall establish an economic assis-tance fund from a portion of the funds of theAuthority which exceeds those necessary tocover the administrative expenses of the Author-ity. The amount set aside for this purpose shallbe determine by the Council from time to time,upon the recommendation of the Finance Com-mittee. Only funds from payments received fromcontractors, including the Enterprise, and vol-untary contributions shall be used for the estab-lishment of the economic assistance fund;

b) Developing land-based producer States whoseeconomies have been determined to be seriouslyaffected by the production of minerals from thedeep sea-bed shall be assisted from the eco-nomic assistance fund of the Authority;

c) The Authority shall provide assistance from thefund to affected developing land-based produ-cer State, where appropriate, in co-operationwith existing global or regional developmentinstitutions which have the infrastructure andexpertise to carry out such assistance pro-grammes;

d) The extent and period of such assistance shallbe determined on a case-by-case basis. In doingso, due consideration shall be given to the natureand magnitude of the problems encountered byaffected developing land-based producer States.

2 — Article 151, paragraph 10, of the Conventionshall be implemented by means of measures of economicassistance referred to in paragraph 1. Article 160, para-graph 2, l), article 162, paragraph 2, n), article 164, para-graph 2, d), article 171, subparagraph f), and article 173,paragraph 2, c), of the Convention shall be interpretedaccordingly.

SECTION 8

Financial terms of contracts

1 — The following principles shall provide the basisfor establishing rules, regulations and procedures forfinancial terms of contracts:

a) The system of payments to the Authority shallbe fair both to the contractor and to the Author-ity and shall provide adequate means of deter-mining compliance by the contractor with suchsystem;

b) The rates of payments under the system shallbe within the rang of those prevailing in respectof land-based mining of the same or similar min-erals in order to avoid giving deep sea-bed min-ers an artificial competitive advantage or impos-ing on them a competitive disadvantage;

c) The system should not be complicated andshould not impose major administrative costson the Authority or on a contractor. Consid-eration should be given to the adoption of aroyalty system or a combination of a royalty andprofit-sharing system. If alternative systems aredecided upon, the contractor has the right tochoose the system applicable to its contract. Anysubsequent change in choice between alterna-tive systems, however, shall be made by agree-ment between the Authority and the contractor;

d) An annual fixed fee shall be payable from thedate of commencement of commercial produc-tion. This fee may be credited against other pay-ments due under the system adopted in accor-dance with subparagraph c). The amount of thefee shall be established by the Council;

e) The system of payments may be revised per-iodically in the light of changing circumstances.Any changes shall be applied in a non-discrim-inatory manner. Such changes may apply toexisting contracts only at the election of the con-tractor. Any subsequent change in choicebetween alternative systems shall be made byagreement between the Authority and thecontractor;

f) Disputes concerning the interpretation or appli-cation of the rules and regulations based onthese principles shall be subject to the disputesettlement procedures set out in the Conven-tion.

2 — The provision of annex III, article 13, para-graphs 3 to 10, of the Convention shall not apply.

3 — With regard to the implementation of annex III,article 13, paragraph 2, of the Convention, the fee forprocessing applications for approval of a plan of worklimited to one phase, either the exploration phase orthe exploitation phase, shall be US$ 250,000.

SECTION 9

The Finance Committee

1 — There is hereby established a Finance Commit-tee. The Committee shall be composed of 15 memberswith appropriate qualifications relevant to financial mat-ters. States Parties shall nominate candidates of the high-est standards of competence and integrity.

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2 — No two members of the Finance Committee shallbe nationals of the same State Party.

3 — Members of the Finance Committee shall beelected by the Assembly and due account shall be takenof the need for equitable geographical distribution andthe representation of special interests. Each group ofStates referred to in section 3, paragraph 15, a), b),c) and d), of this annex shall be represented on theCommittee by at least one member. Until the Authorityhas sufficient funds other than assessed contributionsto meet its administrative expenses, the membership ofthe Committee shall include representatives of the fivelargest financial contributors to the administrative bud-get of the Authority. Thereafter, the election of onemember from each group shall be on the basis of nom-ination by the members of the respective group, withoutprejudice to the possibility of further members beingelected from each group.

4 — Members of the Finance Committee shall holdoffice for a term of five years. They shall be eligiblefor re-election for a further term.

5 — In the event of the death, incapacity or resig-nation of a member of the Finance Committee priorto the expiration of the term of office, the Assemblyshall elect for the remainder of the term a memberfrom the same geographical region or group of States.

6 — Members of the Finance Committee shall haveno financial interest in any activity relating to mattersupon which the Committee has the responsibility tomake recommendations. They shall not disclose, evenafter the termination of their functions, any confidentialinformation coming to their knowledge by reason oftheir duties for the Authority.

7 — Decisions by the Assembly and the Council onthe following issues shall take into account recommen-dations of the Finance Committee:

a) Draft financial rules, regulations and proceduresof the organs of the Authority and the financialmanagement and internal financial administra-tion of the Authority;

b) Assessment of contributions of members to theadministrative budget of the Authority in accor-dance with article 160, paragraph 2, e), of theConvention;

c) All relevant financial matters, including the pro-posed annual budget prepared by the Secretary-General of the Authority in accordance witharticle 172 of the Convention and the financialaspects of the implementation of the pro-grammes of work of the Secretariat;

d) The administrative budget;e) Financial obligations of States Parties arising

from the implementation of this Agreement andpart XI as well as the administrative and bud-getary implications of proposals and recommen-dations involving expenditure from the fundsof the Authority;

f) Rules, regulations and procedures on the equit-able sharing of financial and other economicbenefits derived from activities in the Area andthe decisions to be made thereon.

8 — Decisions in the Finance Committee on questionsof procedure shall be taken by a majority of memberspresent and voting. Decisions on questions of substanceshall be taken by consensus.

9 — The requirement of article 162, paragraph 2, y),of the Convention to establish a subsidiary organ todeal with financial matters shall be deemed to have beenfulfilled by the establishment of the Finance Committeein accordance with this section.

CONVENÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE O DIREITO DO MAR

Os Estados Partes nesta Convenção:

Animados do desejo de solucionar, num espíritode compreensão e cooperação mútuas, todas asquestões relativas ao direito do mar e conscientesdo significado histórico desta Convenção comoimportante contribuição para a manutenção dapaz, da justiça e do progresso de todos os povosdo mundo;

Verificando que os factos ocorridos desde as Con-ferências das Nações Unidas sobre o Direito doMar, realizadas em Genebra em 1958 e 1960,acentuaram a necessidade de uma nova conven-ção sobre o direito do mar de aceitação geral;

Conscientes de que os problemas do espaço oceâ-nico estão estreitamente inter-relacionados edevem ser considerados como um todo;

Reconhecendo a conveniência de estabelecer pormeio desta Convenção, com a devida conside-ração pela soberania de todos os Estados, umaordem jurídica para os mares e oceanos que faci-lite as comunicações internacionais e promovaos usos pacíficos dos mares e oceanos, a uti-lização equitativa e eficiente dos seus recursos,a conservação dos recursos vivos e o estudo, aprotecção e a preservação do meio marinho;

Tendo presente que a consecução destes objectivoscontribuirá para o estabelecimento de umaordem económica internacional justa e equitativaque tenha em conta os interesses e as neces-sidades da humanidade, em geral, e, em par-ticular, os interesses e as necessidades especiaisdos países em desenvolvimento, quer costeirosquer sem litoral;

Desejando desenvolver pela presente Convençãoos princípios consagrados na Resolução n.o 2749(XXV), de 17 de Dezembro de 1970, na quala Assembleia Geral das Nações Unidas declarousolenemente, inter alia, que os fundos marinhose oceânicos e o seu subsolo para além dos limitesda jurisdição nacional, bem como os respectivosrecursos, são património comum da humanidadee que a exploração e o aproveitamento dos mes-mos fundos serão feitos em benefício da huma-nidade em geral, independentemente da situaçãogeográfica dos Estados;

Convencidos de que a codificação e o desenvol-vimento progressivo do direito do mar alcança-dos na presente Convenção contribuirão parao fortalecimento da paz, da segurança, da coo-peração e das relações de amizade entre todasas nações, de conformidade com os princípiosde justiça e igualdade de direitos, e promoverãoo progresso económico e social de todos os povosdo mundo, de acordo com os propósitos e prin-cípios das Nações Unidas, tais como enunciadosna Carta;

Afirmando que as matérias não reguladas pela pre-sente Convenção continuarão a ser regidas pelasnormas e princípios do direito internacionalgeral;

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acordam o seguinte:

PARTE I

Introdução

Artigo 1.o

Termos utilizados e âmbito de aplicação

1 — Para efeitos da presente Convenção:1) «Área» significa o leito do mar, os fundos marinhos

e o seu subsolo além dos limites da jurisdição nacional;2) «Autoridade» significa a Autoridade Internacional

dos Fundos Marinhos;3) «Actividade na área» significa todas as actividades

de exploração e aproveitamento dos recursos na área;4) «Poluição do meio marinho» significa a introdução

pelo homem, directa ou indirectamente, de substânciasou de energia no meio marinho, incluindo os estuários,sempre que a mesma provoque ou possa vir a provocarefeitos nocivos, tais como danos aos recursos vivos eà vida marinha, riscos à saúde do homem, entrave àsactividades marítimas, incluindo a pesca e as outras uti-lizações legítimas do mar, alteração da qualidade daágua do mar, no que se refere à sua utilização e dete-rioração dos locais de recreio;

5) :

a) «Alijamento» significa:

i) Qualquer lançamento deliberado no marde detritos e outras matérias, a partir deembarcações, aeronaves, plataformas ououtras construções;

ii) Qualquer afundamento deliberado nomar de embarcações, aeronaves platafor-mas ou outras construções;

b) O termo «alijamento» não incluirá:

i) O lançamento de detritos ou outras maté-rias resultantes ou derivadas da explo-ração normal de embarcações, aeronavesplataformas ou outras construções, bemcomo o seu equipamento, com excepçãodos detritos ou de outras matérias trans-portadas em embarcações, aeronaves,plataformas ou outras construções nomar ou para ele transferidos que sejamutilizadas para o lançamento destas maté-rias ou que provenham do tratamentodesses detritos ou de matérias a bordodas referidas embarcações, aeronaves,plataformas ou construções;

ii) O depósito de matérias para outros finsque não os do seu simples lançamentodesde que tal depósito não seja contrárioaos objectivos da presente Convenção.

2 — 1) «Estados Partes» significa os Estados quetenham consentido em ficar obrigados pela Convençãoe em relação aos quais a Convenção esteja em vigor.

2) A Convenção aplica-se mutatis mutandis às enti-dades mencionadas nas alíneas b), c), d), e) e f) don.o 1 do artigo 305.o que se tenham tornado Partes napresente Convenção de conformidade com as condiçõesrelativas a cada uma delas e, nessa medida, a expressão«Estados Partes» compreende essas entidades.

PARTE II

Mar territorial e zona contígua

SECÇÃO 1

Disposições gerais

Artigo 2.o

Regime jurídico do mar territorial, seu espaço aéreosobrejacente, leito e subsolo

1 — A soberania do Estado costeiro estende-se alémdo seu território e das suas águas interiores e, no casode Estado arquipélago, das suas águas arquipelágicas,a uma zona de mar adjacente designada pelo nome demar territorial.

2 — Esta soberania estende-se ao espaço aéreo sobre-jacente ao mar territorial, bem como ao leito e ao sub-solo deste mar.

3 — A soberania sobre o mar territorial é exercidade conformidade com a presente Convenção e as demaisnormas de direito internacional.

SECÇÃO 2

Limites do mar territorial

Artigo 3.o

Largura do mar territorial

Todo o Estado tem o direito de fixar a largura doseu mar territorial até um limite que não ultrapasse12 milhas marítimas, medidas a partir de linhas de basedeterminadas de conformidade com a presente Con-venção.

Artigo 4.o

Limite exterior do mar territorial

O limite exterior do mar territorial é definido poruma linha em que cada um dos pontos fica a uma dis-tância do ponto mais próximo da linha de base igualà largura do mar territorial.

Artigo 5.o

Linha de base normal

Salvo disposição em contrário da presente Conven-ção, a linha de base normal para medir a largura domar territorial é a linha da baixa-mar ao longo da costa,tal como indicada nas cartas marítimas de grande escala,reconhecidas oficialmente pelo Estado costeiro.

Artigo 6.o

Recifes

No caso de ilhas situadas em atóis ou de ilhas quetêm cadeias de recifes, a linha de base para medir alargura do mar territorial é a linha de baixa-mar dorecife que se encontra do lado do mar, tal como indicadapor símbolo apropriado nas cartas reconhecidas oficial-mente pelo Estado costeiro.

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Artigo 7.o

Linhas de base rectas

1 — Nos locais em que a costa apresente recortesprofundos e reentrâncias ou em que exista uma franjade ilhas ao longo da costa na sua proximidade imediata,pode ser adoptado o método das linhas de base rectasque unam os pontos apropriados para traçar a linhade base a partir da qual se mede a largura do marterritorial.

2 — Nos locais em que, devido à existência de umdelta e de outros acidentes naturais, a linha da costaseja muito instável, os pontos apropriados podem serescolhidos ao longo da linha de baixa-mar mais avançadaem direcção ao mar e, mesmo que a linha de baixa-marretroceda posteriormente, essas linhas de base rectascontinuarão em vigor até que o Estado costeiro as modi-fique de conformidade com a presente Convenção.

3 — O traçado dessas linhas de base rectas não deveafastar-se consideravelmente da direcção geral da costae as zonas de mar situadas dentro dessas linhas devemestar suficientemente vinculadas ao domínio terrestrepara ficarem submetidas ao regime das águas interiores.

4 — As linhas de base rectas não serão traçadas emdirecção aos baixios que emergem na baixa-mar, nema partir deles, a não ser que sobre os mesmos se tenhamconstruído faróis ou instalações análogas que estejampermanentemente acima do nível do mar, ou a não serque o traçado de tais linhas de base rectas até àquelesbaixios ou a partir destes tenha sido objecto de reco-nhecimento internacional geral.

5 — Nos casos em que o método das linhas de baserectas for aplicável, nos termos do parágrafo 1, poder--se-á ter em conta, ao traçar determinadas linhas debase, os interesses económicos próprios da região deque se trate, cuja realidade e importância estejam cla-ramente demonstradas por uso prolongado.

6 — O sistema de linhas de base rectas não poderáser aplicado por um Estado de modo a separar o marterritorial de outro Estado do alto mar ou de uma zonaeconómica exclusiva.

Artigo 8.o

Águas interiores

1 — Exceptuando o disposto na parte IV, as águassituadas no interior da linha de base do mar territorialfazem parte das águas interiores do Estado.

2 — Quando o traçado de uma linha de base recta,de conformidade com o método estabelecido noartigo 7.o, encerrar, como águas interiores, águas queanteriormente não eram consideradas como tais, apli-car-se-á a essas águas o direito de passagem inofensiva,de acordo com o estabelecido na presente Convenção.

Artigo 9.o

Foz de um rio

Se um rio desagua directamente no mar, a linha debase é uma recta traçada através da foz do rio entreos pontos limites da linha de baixa-mar das suasmargens.

Artigo 10.o

Baías

1 — Este artigo refere-se apenas a baías cujas costaspertencem a um único Estado.

2 — Para efeitos da presente Convenção, uma baíaé uma reentrância bem marcada, cuja penetração emterra, em relação à largura da sua entrada, é tal quecontém águas cercadas pela costa e constitui mais queuma simples inflexão da costa. Contudo, uma reentrân-cia não será considerada como uma baía, se a sua super-fície não for igual ou superior à de um semicírculo quetenha por diâmetro a linha traçada através da entradada referida reentrância.

3 — Para efeitos de medição, a superfície de umareentrância é a compreendida entre a linha de baixa-marao longo da costa da reentrância e uma linha que unaas linhas de baixa-mar dos seus pontos naturais deentrada. Quando, devido à existência de ilhas, uma reen-trância tiver mais do que uma entrada, o semicírculoserá traçado tomando como diâmetro a soma dos com-primentos das linhas que fechem as diferentes entradas.A superfície das ilhas existentes dentro de uma reen-trância será considerada como fazendo parte da super-fície total da água da reentrância, como se essas ilhasfossem parte da mesma.

4 — Se a distância entre as linhas de baixa-mar dospontos naturais de entrada de uma baía não exceder24 milhas marítimas, poderá ser traçada uma linha dedemarcação entre estas duas linhas de baixa-mar e aságuas assim encerradas serão consideradas águas inte-riores.

5 — Quando a distância entre as linhas de baixa-mardos pontos naturais de entrada de uma baía exceder24 milhas marítimas, será traçada, no interior da baía,uma linha de base recta de 24 milhas marítimas de modoa encerrar a maior superfície de água que for possívelabranger por uma linha de tal extensão.

6 — As disposições precedentes não se aplicam àsbaías chamadas «históricas», nem nos casos em que seaplique o sistema de linhas base rectas estabelecido noartigo 7.o

Artigo 11.o

Portos

Para efeitos de delimitação do mar territorial, as ins-talações portuárias permanentes mais ao largo da costaque façam parte integrante do sistema portuário sãoconsideradas como fazendo parte da costa. As insta-lações marítimas situadas ao largo da costa e as ilhasartificiais não são consideradas instalações portuáriaspermanentes.

Artigo 12.o

Ancoradouros

Os ancoradouros utilizados habitualmente para carga,descarga e fundeio de navios, os quais estariam nor-malmente situados, inteira ou parcialmente, fora do tra-çado geral do limite exterior do mar territorial, são con-siderados como fazendo parte do mar territorial.

Artigo 13.o

Baixios a descoberto

1 — Um «baixio a descoberto» é uma extensão natu-ral de terra rodeada de água, que, na baixa-mar, ficaacima do nível do mar, mas que submerge na preia-mar.Quando um baixio a descoberto se encontre, total ouparcialmente, a uma distância do continente ou de umailha que não exceda a largura do mar territorial, a linha

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de baixa-mar desse baixio pode ser utilizada como linhade base para medir a largura do mar territorial.

2 — Quando um baixio a descoberto estiver, na tota-lidade, situado a uma distância do continente ou deuma ilha superior à largura do mar territorial, não possuimar territorial próprio.

Artigo 14.o

Combinação de métodos para determinar as linhas de base

O Estado costeiro poderá, segundo as circunstâncias,determinar as linhas de base por meio de qualquer dosmétodos estabelecidos nos artigos precedentes.

Artigo 15.o

Delimitação do mar territorial entre Estados com costasadjacentes ou situadas frente a frente

Quando as costas de dois Estados são adjacentes ouse encontram situadas frente a frente, nenhum dessesEstados tem o direito, salvo acordo de ambos em con-trário, de estender o seu mar territorial além da linhamediana cujos pontos são equidistantes dos pontos maispróximos das linhas de base, a partir das quais se medea largura do mar territorial de cada um desses Estados.Contudo, este artigo não se aplica quando, por motivoda existência de títulos históricos ou de outras circuns-tâncias especiais, for necessário delimitar o mar terri-torial dos dois Estados de forma diferente.

Artigo 16.o

Cartas marítimas e listas de coordenadas geográficas

1 — As linhas de base para medir a largura do marterritorial, determinadas de conformidade com os arti-gos 7.o, 9.o e 10.o ou os limites delas decorrentes, eas linhas de delimitação traçadas de conformidade comos artigos 12.o e 15.o figurarão em cartas de escala ouescalas adequadas para a determinação da sua posição.Essas cartas poderão ser substituídas por listas de coor-denadas geográficas de pontos em que conste especi-ficamente a sua origem geodésica.

2 — O Estado costeiro dará a devida publicidade atais cartas ou listas de coordenadas geográficas e depo-sitará um exemplar de cada carta ou lista junto do Secre-tário-Geral das Nações Unidas.

SECÇÃO 3

Passagem inofensiva pelo mar territorial

SUBSECÇÃO A

Normas aplicáveis a todos os navios

Artigo 17.o

Direito de passagem inofensiva

Salvo disposição em contrário da presente Conven-ção, os navios de qualquer Estado, costeiro ou sem lito-ral, gozarão do direito de passagem inofensiva pelo marterritorial.

Artigo 18.o

Significado de passagem

1 — «Passagem» significa a navegação pelo mar ter-ritorial com o fim de:

a) Atravessar esse mar sem penetrar nas águasinteriores nem fazer escala num ancoradouroou instalação portuária situada fora das águasinteriores;

b) Dirigir-se para as águas interiores ou delas sairou fazer escala num desses ancoradouros ou ins-talações portuárias.

2 — A passagem deverá ser contínua e rápida. Noentanto, a passagem compreende o parar e o fundear,mas apenas na medida em que os mesmos constituamincidentes comuns de navegação ou sejam impostos pormotivos de força maior ou por dificuldade grave outenham por fim prestar auxílio a pessoas, navios ou aero-naves em perigo ou em dificuldade grave.

Artigo 19.o

Significado de passagem inofensiva

1 — A passagem é inofensiva desde que não seja pre-judicial à paz, à boa ordem ou à segurança do Estadocosteiro. A passagem deve efectuar-se de conformidadecom a presente Convenção e demais normas de direitointernacional.

2 — A passagem de um navio estrangeiro será con-siderada prejudicial à paz, à boa ordem ou à segurançado Estado costeiro, se esse navio realizar, no mar ter-ritorial, alguma das seguintes actividades:

a) Qualquer ameaça ou uso da força contra a sobe-rania, a integridade territorial ou a independên-cia política do Estado costeiro ou qualquer outraacção em violação dos princípios de direitointernacional enunciados na Carta das NaçõesUnidas;

b) Qualquer exercício ou manobra com armas dequalquer tipo;

c) Qualquer acto destinado a obter informaçõesem prejuízo da defesa ou da segurança doEstado costeiro;

d) Qualquer acto de propaganda destinado a aten-tar contra a defesa ou a segurança do Estadocosteiro;

e) O lançamento, pouso ou recebimento a bordode qualquer aeronave;

f) O lançamento, pouso ou recebimento a bordode qualquer dispositivo militar;

g) O embarque ou desembarque de qualquer pro-duto, moeda ou pessoa com violação das leise regulamentos aduaneiros, fiscais, de imigraçãoou sanitários do Estado costeiro;

h) Qualquer acto intencional e grave de poluiçãocontrário à presente Convenção;

i) Qualquer actividade de pesca;j) A realização de actividades de investigação ou

de levantamentos hidrográficos;k) Qualquer acto destinado a perturbar quaisquer

sistemas de comunicação ou quaisquer outrosserviços ou instalações do Estado costeiro;

l) Qualquer outra actividade que não esteja direc-tamente relacionada com a passagem.

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Artigo 20.o

Submarinos e outros veículos submersíveis

No mar territorial, os submarinos e quaisquer outrosveículos submersíveis devem navegar à superfície e arvo-rar a sua bandeira.

Artigo 21.o

Leis e regulamentos do Estado costeirorelativos à passagem inofensiva

1 — O Estado costeiro pode adoptar leis e regula-mentos, de conformidade com as disposições da presenteConvenção e demais normas de direito internacional,relativos à passagem inofensiva pelo mar territorialsobre todas ou alguma das seguintes matérias:

a) Segurança da navegação e regulamentação dotráfego marítimo;

b) Protecção das instalações e dos sistemas de auxí-lio à navegação e de outros serviços ou ins-talações;

c) Protecção de cabos e ductos;d) Conservação dos recursos vivos do mar;e) Prevenção de infracções às leis e regulamentos

sobre pesca do Estado costeiro;f) Preservação do meio ambiente do Estado cos-

teiro e prevenção, redacção e controlo da suapoluição;

g) Investigação científica marinha e levantamentoshidrográficos;

h) Prevenção das infracções às leis e regulamentosaduaneiros, fiscais, de imigração ou sanitáriosdo Estado costeiro.

2 — Tais leis e regulamentos não serão aplicados aoprojecto, construção, tripulação ou equipamentos denavios estrangeiros, a não ser que se destinem a apli-cação de regras ou normas internacionais geralmenteaceites.

3 — O Estado costeiro dará a devida publicidade atodas estas leis e regulamentos.

4 — Os navios estrangeiros que exerçam o direito depassagem inofensiva pelo mar territorial deverão obser-var todas essas leis e regulamentos, bem como todasas normas internacionais geralmente aceites relaciona-das com a prevenção de abalroamentos no mar.

Artigo 22.o

Rotas marítimas e sistemas de separação de tráfego no mar territorial

1 — O Estado costeiro pode, quando for necessárioà segurança da navegação, exigir que os navios estran-geiros que exerçam o direito de passagem inofensivapelo seu mar territorial utilizem as rotas marítimas eos sistemas de separação de tráfego que esse Estadotenha designado ou prescrito para a regulação da pas-sagem de navios.

2 — Em particular, pode ser exigido que os navios--tanques, os navios de propulsão nuclear e outros naviosque transportem substâncias ou materiais radioactivosou outros produtos intrinsecamente perigosos ou noci-vos utilizem unicamente essas rotas maritímas.

3 — Ao designar as rotas marítimas e ao prescreversistemas de separação de tráfego, nos termos do presenteartigo, o Estado costeiro terá em conta:

a) As recomendações da organização internacionalcompetente;

b) Quaisquer canais que se utilizem habitualmentepara a navegação internacional;

c) As características especiais de determinadosnavios e canais; e

d) A densidade de tráfego.

4 — O Estado costeiro indicará claramente tais rotasmarítimas e sistemas de separação de tráfego em cartasmarítimas a que dará a devida publicidade.

Artigo 23.o

Navios estrangeiros de propulsão nuclear e navios transportando sub-stâncias radioactivas ou outras substâncias intrinsecamente peri-gosas ou nocivas.

Ao exercer o direito de passagem inofensiva pelo marterritorial, os navios estrangeiros de propulsão nucleare os navios transportando substâncias radioactivas ououtras substâncias intrinsecamente perigosas ou nocivasdevem ter a bordo os documentos e observar as medidasespeciais de precaução estabelecidas para esses naviosnos acordos internacionais.

Artigo 24.o

Deveres do Estado costeiro

1 — O Estado costeiro não deve pôr dificuldades àpassagem inofensiva de navios estrangeiros pelo marterritorial, a não ser de conformidade com a presenteConvenção. Em especial, na aplicação da presente Con-venção ou de quaisquer leis e regulamentos adoptadosde conformidade com a presente Convenção, o Estadocosteiro não deve:

a) Impor aos navios estrangeiros obrigações quetenham na prática o efeito de negar ou dificultaro direito de passagem inofensiva; ou

b) Fazer discriminação de direito ou de facto con-tra navios de determinado Estado ou contranavios que transportem cargas provenientes dedeterminado Estado ou a ele destinadas ou porconta de determinado Estado.

2 — O Estado costeiro dará a devida publicidade aqualquer perigo de que tenha conhecimento e queameace a navegação no seu mar territorial.

Artigo 25.o

Direitos de protecção do Estado costeiro

1 — O Estado costeiro pode tomar, no seu mar ter-ritorial, as medidas necessárias para impedir toda a pas-sagem que não seja inofensiva.

2 — No caso de navios que se dirijam a águas inte-riores ou a escala numa instalação portuária situadafora das águas interiores, o Estado costeiro tem igual-mente o direito de adoptar as medidas necessárias paraimpedir qualquer violação das condições a que estásujeita a admissão desse navios nessas águas interioresou nessa instalação portuária.

3 — O Estado costeiro pode, sem fazer discriminaçãode direito ou de facto entre navios estrangeiros, sus-pender temporariamente em determinadas áreas do seumar territorial o exercício do direito de passagem ino-fensiva dos navios estrangeiros, se esta medida for indis-pensável para proteger a sua segurança, entre outras,para lhe permitir proceder a exercícios com armas. Tal

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suspensão só produzirá efeito depois de ter sido devi-damente tornada pública.

Artigo 26.o

Taxas que podem ser impostas a navios estrangeiros

1 — Não podem ser impostas taxas a navios estran-geiros só com fundamento na sua passagem pelo marterritorial.

2 — Não podem ser impostas taxas a um navio estran-geiro que passe pelo mar territorial a não ser comoremuneração de determinados serviços prestados a essenavio. Estas taxas devem ser impostas sem discrimi-nação.

SUBSECÇÃO B

Normas aplicáveis a navios mercantis e naviosde Estado utilizados para fins comerciais

Artigo 27.o

Jurisdição penal a bordo de navio estrangeiro

1 — A jurisdição penal do Estado costeiro não seráexercida a bordo de navio estrangeiro que passe pelomar territorial com o fim de deter qualquer pessoa oude realizar qualquer investigação, com relação a infrac-ção criminal cometida a bordo desse navio durante asua passagem, salvo nos seguintes casos:

a) Se a infracção criminal tiver consequências parao Estado costeiro;

b) Se a infracção criminal for de tal natureza quepossa perturbar a paz do país ou a ordem nomar territorial;

c) Se a assistência das autoridades locais tiver sidosolicitada pelo capitão do navio ou pelo repre-sentante diplomático ou funcionário consular doEstado de bandeira; ou

d) Se estas medidas forem necessárias para arepressão do tráfico ilícito de estupefacientesou de substâncias psicotrópicas.

2 — As disposições precedentes não afectam o direitodo Estado costeiro de tomar as medidas autorizadaspelo seu direito interno, a fim de proceder a apresa-mento e investigações a bordo de navio estrangeiro quepasse pelo seu mar territorial procedente de águasinteriores.

3 — Nos casos previstos nos n.os 1 e 2, o Estado cos-teiro deverá, a pedido do capitão, notificar o repre-sentante diplomático ou o funcionário consular doEstado de bandeira antes de tomar quaisquer medidas,e facilitar o contacto entre esse representante ou fun-cionário e a tripulação do navio. Em caso de urgência,essa notificação poderá ser feita enquanto as medidasestiverem sendo tomadas.

4 — Ao considerar se devem ou não proceder a umapresamento e à forma de o executar, as autoridadeslocais devem ter em devida conta os interesses danavegação.

5 — Salvo em caso de aplicação das disposições daparte XII ou de infracção às leis e regulamentos adop-tados de conformidade com a parte V, o Estado costeironão poderá tomar qualquer medida a bordo de um navioestrangeiro que passe pelo seu mar territorial, para adetenção de uma pessoa ou para proceder a investi-gações relacionadas com qualquer infracção de carácter

penal que tenha sido cometida antes de o navio terentrado no seu mar territorial, se esse navio, procedentede um porto estrangeiro, se encontrar só de passagempelo mar territorial sem entrar nas águas interiores.

Artigo 28.o

Jurisdição civil em relação a navios estrangeiros

1 — O Estado costeiro não deve parar nem desviarda sua rota um navio estrangeiro que passe pelo marterritorial, a fim de exercer a sua jurisdição civil emrelação a uma pessoa que se encontre a bordo.

2 — O Estado costeiro não pode tomar contra essenavio medidas executórias ou medidas cautelares emmatéria civil, a não ser que essas medidas sejam tomadaspor força de obrigações assumidas pelo navio ou deresponsabilidades em que o mesmo haja incorridodurante a navegação ou devido a esta quando da suapassagem pelas águas do Estado costeiro.

3 — O parágrafo precedente não prejudica o direitodo Estado costeiro de tomar, em relação a um navioestrangeiro que se detenha no mar territorial ou porele passe procedente das águas interiores, medidas exe-cutórias ou medidas cautelares em matéria civil con-forme o seu direito interno.

SUBSECÇÃO C

Normas aplicáveis a navios de guerra e a outros naviosde Estado utilizados para fins não comerciais

Artigo 29.o

Definição de navios de guerra

Para efeitos da presente Convenção, «navio deguerra» significa qualquer navio pertencente às forçasarmadas de um Estado, que ostente sinais exteriorespróprios de navios de guerra da sua nacionalidade, sobo comando de um oficial devidamente designado peloEstado cujo nome figure na correspondente lista de ofi-ciais ou seu equivalente e cuja tripulação esteja sub-metida às regras da disciplina militar.

Artigo 30.o

Não cumprimento das leis e regulamentos do Estadocosteiro pelos navios de guerra

Se um navio de guerra não cumprir as leis e regu-lamentos do Estado costeiro relativos à passagem pelomar territorial e não acatar o pedido que lhe for feitopara o seu cumprimento, o Estado costeiro pode exi-gir-lhe que saia imediatamente do mar territorial.

Artigo 31.o

Responsabilidade do Estado de bandeira por danos causados pornavio de guerra ou outro navio de Estado utilizado para fins nãocomerciais.

Caberá ao Estado de bandeira a responsabilidadeinternacional por qualquer perda ou dano causado aoEstado costeiro resultante do não cumprimento por umnavio de guerra ou outro navio de Estado utilizado parafins não comerciais das leis e regulamentos do Estadocosteiro relativos à passagem pelo mar territorial oudas disposições da presente Convenção ou demais nor-mas de direito internacional.

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Artigo 32.o

Imunidades dos navios de guerra e de outros naviosde Estado utilizados para fins não comerciais

Com as excepções previstas na subsecção A e nosartigos 30.o e 31.o, nenhuma disposição da presente Con-venção afectará as imunidades dos navios de guerra eoutros navios de Estado utilizados para fins não comer-ciais.

SECÇÃO 4

Zona contígua

Artigo 33.o

Zona contígua

1 — Numa zona contígua ao seu mar territorial, deno-minada «zona contígua», o Estado costeiro pode tomaras medidas de fiscalização necessárias a:

a) Evitar as infracções às leis e regulamentos adua-neiros, fiscais, de imigração ou sanitários no seuterritório ou no seu mar territorial;

b) Reprimir as infracções às leis e regulamentosno seu território ou no seu mar territorial.

2 — A zona contígua não pode estender-se além de24 milhas marítimas, contadas a partir das linhas debase que servem para medir a largura do mar territorial.

PARTE III

Estreitos utilizados para a navegação internacional

SECÇÃO 1

Disposições gerais

Artigo 34.o

Regime jurídico das águas que formam os estreitosutilizados para a navegação internacional

1 — O regime de passagem pelos estreitos utilizadospara a navegação internacional estabelecido na presenteparte não afectará, noutros aspectos, o regime jurídicodas águas que formam esses estreitos, nem o exercício,pelos Estados ribeirinhos do estreito, da sua soberaniaou da sua jurisdição sobre essas águas, seu espaço aéreosobrejacente, leito e subsolo.

2 — A soberania ou a jurisdição dos Estados ribei-rinhos do estreito é exercida de conformidade com apresente parte e as demais normas de direito inter-nacional.

Artigo 35.o

Âmbito de aplicação da presente parte

Nenhuma das disposições da presente parte afecta:

a) Qualquer área das águas interiores situadas numestreito, excepto quando o traçado de uma linhade base recta, de conformidade com o métodoestabelecido no artigo 7.o, tiver o efeito deenglobar nas águas interiores áreas que ante-riormente não eram consideradas como tais;

b) O regime jurídico das águas situadas além domar territorial dos Estados ribeirinhos de umestreito como zonas económicas exclusivas oudo alto mar; ou

c) O regime jurídico dos estreitos em que a pas-sagem esteja regulamentada, total ou parcial-mente, por convenções internacionais de longadata em vigor que a eles se refiram espe-cificamente.

Artigo 36.o

Rotas de alto mar ou rotas que atravessem uma zona económicaexclusiva através de estreitos utilizados para a navegação inter-nacional.

A presente parte não se aplica a um estreito utilizadopara a navegação internacional se por esse estreito pas-sar uma rota de alto mar ou uma rota que atravesseuma zona económica exclusiva, igualmente convenientespelas suas caracteristícas hidrográficas e de navegação;em tais rotas aplicam-se as outras partes pertinentesda Convenção, incluindo as disposições relativas à liber-dade de navegação e sobrevoo.

SECÇÃO 2

Passagem em trânsito

Artigo 37.o

Âmbito de aplicação da presente secção

A presente secção aplica-se a estreitos utilizados paraa navegação internacional entre uma parte do alto marou uma zona económica exclusiva e uma outra partedo alto mar ou uma zona económica exclusiva.

Artigo 38.o

Direito de passagem em trânsito

1 — Nos estreitos a que se refere o artigo 37.o, todosos navios e aeronaves gozam do direito de passagemem trânsito que não será impedido a não ser que oestreito seja formado por uma ilha de um Estado ribei-rinho desse estreito e o seu território continental e dooutro lado da ilha exista uma rota de alto mar ou umarota que passe por uma zona económica exclusiva, igual-mente convenientes pelas suas características hidrográ-ficas e de navegação.

2 — «Passagem em trânsito» significa o exercício, deconformidade com a presente parte, da liberdade denavegação e sobrevoo exclusivamente para fins de trân-sito contínuo e rápido pelo estreito entre uma partedo alto mar ou de uma zona económica exclusiva euma outra parte do alto mar ou uma zona económicaexclusiva. Contudo, a exigência de trânsito contínuo erápido não impede a passagem pelo estreito para entrarno território do Estado ribeirinho ou dele sair ou aele regressar sujeito às condições que regem a entradano território desse Estado.

3 — Qualquer actividade que não constitua um exer-cício do direito de passagem em trânsito por um estreitofica sujeita às demais disposições aplicáveis da presenteConvenção.

Artigo 39.o

Deveres dos navios e aeronaves durante a passagem em trânsito

1 — Ao exercer o direito de passagem em trânsito,os navios e aeronaves devem:

a) Atravessar ou sobrevoar o estreito sem demora;b) Abster-se de qualquer ameaça ou uso de força

contra a soberania, a integridade territorial ou

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a independência política dos Estados ribeirinhosdo estreito ou de qualquer outra acção contráriaaos princípios de direito internacional enuncia-dos na Carta das Nações Unidas;

c) Abster-se de qualquer actividade que não estejarelacionada com as modalidades normais detrânsito contínuo e rápido, salvo em caso deforça maior ou de dificuldade grave;

d) Cumprir as demais disposições pertinentes dapresente parte.

2 — Os navios de passagem em trânsito devem:

a) Cumprir os regulamentos, procedimentos e prá-ticas internacionais de segurança no mar geral-mente aceites, inclusive as Regras Internacio-nais para a Prevenção de Abalroamentos noMar;

b) Cumprir os regulamentos, procedimentos e prá-ticas internacionais geralmente aceites para aprevenção, a redução e a controlo da poluiçãoproveniente de navios.

3 — As aeronaves de passagem em trânsito devem:

a) Observar as Normas de Trânsito Aéreo esta-belecidas pela Organização da Aviação CivilInternacional aplicáveis às aeronaves civis; asaeronaves do Estado cumprirão normalmenteessas medidas de segurança e agirão sempretendo em conta a segurança da navegação;

b) Manter sempre sintonizada a radiofrequênciaatribuída pela autoridade competente de con-trolo de tráfego áereo designada internacional-mente ou a correspondente radiofrequênciainternacional de socorro.

Artigo 40.o

Actividades de investigação e levantamentos hidrográficos

Durante a passagem em trânsito pelos estreitos, osnavios estrangeiros, incluindo navios de investigaçãocientífica marinha e navios hidrográficos, não podemefectuar quaisquer actividades de investigação ou delevantamentos hidrográficos sem autorização prévia dosEstados ribeirinhos dos estreitos.

Artigo 41.o

Rotas marítimas e sistemas de separação de tráfego em estreitosutilizados para a navegação internacional

1 — Os Estados ribeirinhos de estreitos podem, deconformidade com a disposição da presente parte, desig-nar rotas marítimas e estabelecer sistemas de separaçãode tráfego para a navegação pelos estreitos, sempre quea segurança da passagem dos navios o exija.

2 — Tais Estados podem, quando as circunstânciaso exijam e após terem dado a devida publicidade a estamedida, substituir por outras rotas marítimas ou sis-temas de separação de tráfego quaisquer rotas marítimasou sistemas de separação de tráfego por eles anterior-mente designados ou prescritos.

3 — Tais rotas marítimas e sistemas de separação detráfego devem ajustar-se à regulamentação internacionalgeralmente aceite.

4 — Antes de designar ou substituir rotas marítimasou de estabelecer ou substituir sistemas de separaçãode tráfego, os Estados ribeirinhos de estreitos devem

submeter as suas propostas à organização internacionalcompetente para sua adopção. A organização só podeadoptar as rotas marítimas e os sistemas de separaçãode tráfego que tenham sido acordados com os Estadosribeirinhos dos estreitos, após o que estes Estados pode-rão designar, estabelecer ou substituir as rotas marítimasou os sistemas de separação de tráfego.

5 — No caso de um estreito, em que se proponhama criação de rotas marítimas ou sistemas de separaçãode tráfego que atravessem as águas de dois ou maisEstados ribeirinhos do estreito, os Estados interessadoscooperarão na formulação de propostas em consultacom a organização internacional competente.

6 — Os Estados ribeirinhos de estreitos indicarão cla-ramente todas as rotas marítimas e sistemas de sepa-ração de tráfego por eles designados ou prescritos emcartas de navegação, às quais darão a devida publicidade.

7 — Os navios de passagem em trânsito respeitarãoas rotas marítimas e sistemas de separação de tráfegoaplicáveis, estabelecidos de conformidade com as dis-posições do presente artigo.

Artigo 42.o

Leis e regulamentos dos Estados ribeirinhos de estreitos relativosà passagem em trânsito

1 — Nos termos das disposições da presente secção,os Estados ribeirinhos de estreitos podem adoptar leise regulamentos relativos à passagem em trânsito pelosestreitos no que respeita a todos ou a alguns dos seguin-tes pontos:

a) A segurança da navegação e a regulamentaçãodo tráfego marítimo, de conformidade com asdisposições do artigo 41.o;

b) A prevenção, redução e controlo da poluiçãoem cumprimento das regulamentações interna-cionais aplicáveis relativas a descarga no estreitode hidrocarbonetos, de resíduos de petróleo ede outras substâncias nocivas;

c) No caso de embarcações de pesca, a proibiçãode pesca, incluindo o acondicionamento dosaparelhos de pesca;

d) O embarque ou desembarque de produto, moedaou pessoa em contravenção das leis e regula-mentos aduaneiros, fiscais, de imigração ou sani-tários dos Estados ribeirinhos de estreitos.

2 — Tais leis e regulamentos não farão discriminaçãode direito ou de facto entre os navios estrangeiros, nema sua aplicação terá, na prática, o efeito de negar, difi-cultar ou impedir o direito de passagem em trânsitotal como definido na presente secção.

3 — Os Estados ribeirinhos de estreitos darão adevida publicidade a todas essas leis e regulamentos.

4 — Os navios estrangeiros que exerçam o direito depassagem em trânsito cumprirão essas leis e regu-lamentos.

5 — O Estado de bandeira de um navio ou o Estadode registo de uma aeronave que goze de imunidadesoberana e actue de forma contrária a essas leis e regu-lamentos ou a outras disposições da presente parteincorrerá em responsabilidade internacional por qual-quer perda ou dano causado aos Estados ribeirinhosde estreitos.

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Artigo 43.o

Instalações de segurança e de auxílio à navegaçãoe outros dispositivos. Prevenção, redução e controlo da poluição

Os Estados usuários e os Estados ribeirinhos de umestreito deveriam cooperar mediante acordos para:

a) O estabelecimento e manutenção, no estreito,das instalações de segurança e auxílio neces-sárias à navegação ou de outros dispositivos des-tinados a facilitar a navegação internacional; e

a) A prevenção, redução e controlo da poluiçãoproveniente de navios.

Artigo 44.o

Deveres dos Estados ribeirinhos de estreitos

Os Estados ribeirinhos de um estreito não impedirãoa passagem em trânsito e darão a devida publicidadea qualquer perigo de que tenham conhecimento e queameace a navegação no estreito ou o sobrevoo domesmo. Não haverá nenhuma suspensão da passagemem trânsito.

SECÇÃO 3

Passagem inofensiva

Artigo 45.o

Passagem inofensiva

1 — O regime de passagem inofensiva, de conformi-dade com a secção 3 da parte II, aplicar-se-á a estreitosutilizados para a navegação internacional:

a) Excluídos da aplicação do regime de passagemem trânsito, em virtude do n.o 1 do artigo 38.o;ou

b) Situados entre uma parte de alto mar ou umazona económica exclusiva e o mar territorial deum Estado estrangeiro.

2 — Não haverá nenhuma suspensão da passageminofensiva por tais estreitos.

PARTE IV

Estados arquipélagos

Artigo 46.o

Expressões utilizadas

Para efeitos da presente Convenção:

a) «Estado arquipélago» significa um Estado cons-tituído totalmente por um ou vários arquipé-lagos, podendo incluir outras ilhas;

b) «Arquipélago» significa um grupo de ilhas,incluindo partes de ilhas, as águas circunjacentese outros elementos naturais, que estejam tãoestreitamente relacionados entre si que essasilhas, águas e outros elementos naturais formemintrinsecamente uma entidade geográfica, eco-nómica e política ou que historicamente tenhamsido considerados como tal.

Artigo 47.o

Linhas de base arquipelágicas

1 — O Estado arquipélago pode traçar linhas de basearquipelágicas rectas que unam os pontos extremos dasilhas mais exteriores e dos recifes emergentes do arqui-pélago, com a condição de que dentro dessas linhasde base estejam compreendidas as principais ilhas e umazona em que a razão entre a superfície marítima e asuperfície terrestre, incluindo os atóis, se situe entreum para um e nove para um.

2 — O comprimento destas linhas de base não deveexceder 100 milhas marítimas, admitindo-se, no entanto,que até 3% do número total das linhas de base queencerram qualquer arquipélago possam exceder essecomprimento, até um máximo de 125 milhas marítimas.

3 — O traçado de tais linhas de base não se devedesviar consideravelmente da configuração geral doarquipélago.

4 — Tais linhas de base não serão traçadas em direc-ção aos baixios a descoberto, nem a partir deles, a nãoser que sobre os mesmos se tenham construído faróisou instalações análogas, que estejam permanentementeacima do nível do mar ou quando um baixio a descobertoesteja total ou parcialmente situado a uma distânciada ilha mais próxima que não exceda a largura do marterritorial.

5 — O sistema de tais linhas de base não pode seraplicado por um Estado arquipélago de modo a separardo alto mar ou de uma zona económica exclusiva omar territorial de outro Estado.

6 — Se uma parte das águas arquipelágicas de umEstado arquipélago estiver situada entre duas partes deum Estado vizinho imediatamente adjacente, os direitosexistentes e quaisquer outros interesses legítimos queeste Estado tenha exercido tradicionalmente em taiságuas e todos os direitos estipulados em acordos con-cluídos entre os dois Estados continuarão em vigor eserão respeitados.

7 — Para fins de cálculo da razão entre a superfíciemarítima e a superfície terrestre, a que se refere o n.o 1,as superfícies podem incluir águas situadas no interiordas cadeias de recifes de ilhas e atóis, incluindo a partede uma plataforma oceânica com face lateral abruptaque se encontre encerrada, ou quase, por uma cadeiade ilhas calcárias e de recifes emergentes situados noperímetro da plataforma.

8 — As linhas de base traçadas de conformidade como presente artigo devem ser apresentadas em cartas deescala ou escalas adequadas para a determinação dasua posição. Tais cartas podem ser substituídas por listasde coordenadas geográficas de pontos em que consteespecificamente a origem geodésica.

9 — O Estado arquipélago deve dar a devida publi-cidade a tais cartas ou listas de coordenadas geográficase deve depositar um exemplar de cada carta ou listajunto do Secretário-Geral das Nações Unidas.

Artigo 48.o

Medição da largura do mar territorial, da zona contígua, da zonaeconómica exclusiva e da plataforma continental

A largura do mar territorial, da zona contígua, dazona económica exclusiva e da plataforma continentalé medida a partir das linhas de base arquipelágicas tra-çadas de conformidade com o artigo 47.o

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Artigo 49.o

Regime jurídico das águas arquipelágicas, do espaço aéreo sobreáguas arquipelágicas e do leito e subsolo dessas águas arquipelágicas

1 — A soberania de um Estado arquipélago esten-de-se às águas encerradas pelas linhas de base arqui-pelágicas, traçadas de conformidade com o artigo 47.o,denominadas «águas arquipelágicas», independente-mente da sua profundidade ou da sua distância da costa.

2 — Esta soberania estende-se ao espaço aéreosituado sobre as águas arquipelágicas e ao seu leito esubsolo, bem como aos recursos neles existentes.

3 — Esta soberania é exercida de conformidade comas disposições da presente parte.

4 — O regime de passagem pelas rotas marítimasarquipelágicas, estabelecido na presente parte, nãoafecta em outros aspectos o regime jurídico das águasarquipelágicas, inclusive o das rotas marítimas, nem oexercício pelo Estado arquipelágico da sua soberaniasobre essas águas, seu espaço aéreo sobrejacente e seuleito e subsolo, bem como sobre os recursos nelesexistentes.

Artigo 50.o

Delimitação das águas interiores

Dentro das suas águas arquipelágicas, o Estado arqui-pélago pode traçar linhas de fecho para a delimitaçãodas águas interiores, de conformidade com os artigos 9.o,10.o e 11.o

Artigo 51.o

Acordos existentes, direitos de pesca tradicionaise cabos submarinos existentes

1 — Sem prejuízo das disposições do artigo 49.o, osEstados arquipélagos respeitarão os acordos existentescom outros Estados e reconhecerão os direitos de pescatradicionais e outras actividades legítimas dos Estadosvizinhos imediatamente adjacentes em certas áreassituadas nas águas arquipelágicas. As modalidades e con-dições para o exercício de tais direitos e actividades,incluindo a natureza, o alcance e as áreas em que seaplicam, serão, a pedido de qualquer dos Estados inte-ressados, reguladas por acordos bilaterais entre eles.Tais direitos não poderão ser transferidos a terceirosEstados ou a seus nacionais, nem por eles compar-tilhados.

2 — Os Estados arquipélagos respeitarão os cabossubmarinos existentes que tenham sido colocados poroutros Estados e que passem pelas suas águas sem tocarterra. Os Estados arquipélagos permitirão a conservaçãoe a substituição de tais cabos, uma vez recebida a devidanotificação da sua localização e da intenção de os repararou substituir.

Artigo 52.o

Direito de passagem inofensiva

1 — Nos termos do artigo 53.o e sem prejuízo do dis-posto no artigo 50.o, os navios de todos os Estados gozamdo direito de passagem inofensiva pelas águas arqui-pelágicas, de conformidade com a secção 3 da parte II.

2 — O Estado arquipélago pode, sem discriminaçãode direito ou de facto entre navios estrangeiros, sus-pender temporariamente, e em determinadas áreas dassuas águas arquipelágicas, a passagem inofensiva denavios estrangeiros, se tal suspensão for indispensávelpara a protecção da sua segurança. A suspensão só pro-duzirá efeito depois de ter sido devidamente publicada.

Artigo 53.o

Direito de passagem pelas rotas marítimas arquipelágicas

1 — O Estado arquipélago pode designar rotas marí-timas e rotas aéreas a elas sobrejacentes adequadas àpassagem contínua e rápida de navios e aeronavesestrangeiros por ou sobre as suas águas arquipelágicase o mar territorial adjacente.

2 — Todos os navios e aeronaves gozam do direitode passagem pelas rotas marítimas arquipelágicas, emtais rotas marítimas e aéreas.

3 — A passagem pelas rotas marítimas arquipelágicassignifica o exercício, de conformidade com a presenteConvenção, dos direitos de navegação e sobrevoo demodo normal, exclusivamente para fins de trânsito con-tínuo, rápido e sem entraves entre uma parte do altomar ou de uma zona económica exclusiva e uma outraparte do alto mar ou de uma zona económica exclusiva.

4 — Tais rotas marítimas e aéreas atravessarão aságuas arquipelágicas e o mar territorial adjacente eincluirão todas as rotas normais de passagem utilizadascomo tais na navegação internacional através das águasarquipelágicas ou da navegação aérea internacional noespaço aéreo sobrejacente e, dentro de tais rotas, noque se refere a navios, todos os canais normais de nave-gação, desde que não seja necessário uma duplicaçãode rotas com conveniência similar entre os mesmos pon-tos de entrada e de saída.

5 — Tais rotas marítimas e aéreas devem ser definidaspor uma série de linhas axiais contínuas desde os pontosde entrada das rotas de passagem até aos pontos desaída. Os navios e aeronaves, na sua passagem pelasrotas marítimas arquipelágicas, não podem afastar-semais de 25 milhas marítimas para cada lado dessas linhasaxiais, ficando estabelecido que não podem navegar auma distância da costa inferior a 10% da distância entreos pontos mais próximos situados em ilhas que circun-dam as rotas marítimas.

6 — O Estado arquipélago que designe rotas marí-timas de conformidade com o presente artigo pode tam-bém estabelecer sistemas de separação de tráfego paraa passagem segura dos navios através de canais estreitosem tais rotas marítimas.

7 — O Estado arquipélago pode, quando as circuns-tâncias o exijam, e após ter dado a devida publicidadea esta medida, substituir por outras rotas marítimas ousistemas de separação de tráfego quaisquer rotas marí-timas ou sistemas de separação de tráfego por ele ante-riormente designados ou prescritos.

8 — Tais rotas marítimas e sistemas de separação detráfego devem ajustar-se à regulamentação internacionalgeralmente aceite.

9 — Ao designar ou substituir rotas marítimas ou esta-belecer ou substituir sistemas de separação de tráfego,o Estado arquipélago deve submeter propostas à orga-nização internacional competente para a sua adopção.A organização só pode adoptar as rotas marítimas eos sistemas de separação de tráfego acordados com oEstado arquipélago, após o que o Estado arquipélagopode designar, estabelecer ou substituir as rotas marí-timas ou os sistemas de separação de tráfego.

10 — O Estado arquipélago indicará claramente oseixos das rotas marítimas e os sistemas de separaçãode tráfego por ele designados ou prescritos em cartasde navegação, às quais dará a devida publicidade.

11 — Os navios, durante a passagem pelas rotas marí-timas arquipelágicas, devem respeitar as rotas marítimas

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e os sistemas de separação de tráfego aplicáveis, esta-belecidos de conformidade com o presente artigo.

12 — Se um Estado arquipélago não designar rotasmarítimas ou aéreas, o direito de passagem por rotasmarítimas arquipelágicas pode ser exercido através dasrotas utilizadas normalmente para a navegação inter-nacional.

Artigo 54.o

Deveres dos navios e aeronaves durante a passagem, actividades deinvestigação e levantamentos hidrográficos, deveres do Estadoarquipélago e leis e regulamentos do Estado arquipélago relativosa passagem pelas rotas marítimas arquipelágicas.

Os artigos 39.o, 40.o, 42.o e 44.o aplicam-se, mutatismutandis, à passagem pelas rotas marítimas arquipe-lágicas.

PARTE V

Zona económica exclusiva

Artigo 55.o

Regime jurídico específico da zona económica exclusiva

A zona económica exclusiva é uma zona situada alémdo mar territorial e a este adjacente, sujeita ao regimejurídico específico estabelecido na presente parte,segundo o qual os direitos e a jurisdição do Estadocosteiro e os direitos e liberdades dos demais Estadossão regidos pelas disposições pertinentes da presenteConvenção.

Artigo 56.o

Direitos, jurisdição e deveres do Estado costeirona zona económica exclusiva

1 — Na zona económica exclusiva, o Estado costeirotem:

a) Direitos de soberania para fins de exploraçãoe aproveitamento, conservação e gestão dosrecursos naturais, vivos ou não vivos, das águassobrejacentes ao leito do mar, do leito do mare seu subsolo e no que se refere a outras acti-vidades com vista à exploração e aproveita-mento da zona para fins económicos, como aprodução de energia a partir da água, das cor-rentes e dos ventos;

b) Jurisdição, de conformidade com as disposiçõespertinentes da presente Convenção, no que serefere a:

i) Colocação e utilização de ilhas artificiais,instalações e estruturas;

ii) Investigação científica marinha;iii) Protecção e preservação do meio mari-

nho;

c) Outros direitos e deveres previstos na presenteConvenção.

2 — No exercício dos seus direitos e no cumprimentodos seus deveres na zona económica exclusiva nos ter-mos da presente Convenção, o Estado costeiro terá emdevida conta os direitos e deveres dos outros Estadose agirá de forma compatível com as disposições da pre-sente Convenção.

3 — Os direitos enunciados no presente artigo refe-rentes ao leito do mar e ao seu subsolo devem ser exer-

cidos de conformidade com a parte VI da presenteConvenção.

Artigo 57.o

Largura da zona económica exclusiva

A zona económica exclusiva não se estenderá alémde 200 milhas marítimas das linhas de base a partirdas quais se mede a largura do mar territorial.

Artigo 58.o

Direitos e deveres de outros Estados na zonaeconómica exclusiva

1 — Na zona económica exclusiva, todos os Estados,quer costeiros quer em litoral, gozam, nos termos dasdisposições da presente Convenção, das liberdades denavegação e sobrevoo e de colocação de cabos e ductossubmarinos, a que se refere o artigo 87.o, bem comode outros usos do mar internacionalmente lícitos, rela-cionados com as referidas liberdades, tais como os liga-dos à operação de navios, aeronaves, cabos e ductossubmarinos e compatíveis com as demais disposiçõesda presente Convenção.

2 — Os artigos 88.o a 115.o e demais normas per-tinentes de direito internacional aplicam-se à zona eco-nómica exclusiva na medida em que não sejam incom-patíveis com a presente parte.

3 — No exercício dos seus direitos e no cumprimentodos seus deveres na zona económica exclusiva, nos ter-mos da presente Convenção, os Estados terão em devidaconta os direitos e deveres do Estado costeiro e cum-prirão as leis e regulamentos por ele adoptados de con-formidade com as disposições da presente Convençãoe demais normas de direito internacional, na medidaem que não sejam incompatíveis com a presente parte.

Artigo 59.o

Base para a solução de conflitos relativos à atribuição de direitose jurisdição na zona económica exclusiva

Nos casos em que a presente Convenção não atribuadireitos ou jurisdição ao Estado costeiro ou a outrosEstados na zona económica exclusiva e surja um conflitoentre os interesses do Estado costeiro e os de qualqueroutro Estado ou Estados, o conflito deveria ser solu-cionado numa base de equidade e à luz de todas ascircunstâncias pertinentes, tendo em conta a importân-cia respectiva dos interesses em causa para as partese para o conjunto da comunidade internacional.

Artigo 60.o

Ilhas artificiais, instalações e estruturas na zonaeconómica exclusiva

1 — Na zona económica exclusiva, o Estado costeirotem o direito exclusivo de construir e de autorizar eregulamentar a construção, operação e utilização de:

a) Ilhas artificiais;b) Instalações e estruturas para os fins previstos

no artigo 56.o e para outras finalidades eco-nómicas;

c) Instalações e estruturas que possam interferircom o exercício dos direitos do Estado costeirona zona.

2 — O Estado costeiro tem jurisdição exclusiva sobreessas ilhas artificiais, instalações e estruturas, incluindo

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jurisdição em matéria de leis e regulamentos aduaneiros,fiscais, de imigração, sanitários e de segurança.

3 — A construção dessas ilhas artificiais, instalaçõesou estruturas deve ser devidamente notificada e devemser mantidos meios permanentes para assinalar a suapresença. As instalações ou estruturas abandonadas ouinutilizadas devem ser retiradas, a fim de garantir a segu-rança da navegação, tendo em conta as normas inter-nacionais geralmente aceites que tenham sido estabe-lecidas sobre o assunto pela organização internacionalcompetente. Para efeitos da remoção, devem ter-se emconta a pesca, a protecção do meio marinho e os direitose obrigações de outros Estados. Deve dar-se a devidapublicidade da localização, dimensão e profundidadedas instalações ou estruturas que não tenham sido com-pletamente removidas.

4 — O Estado costeiro pode, se necessário, criar emvolta dessas ilhas artificiais, instalações e estruturaszonas de segurança de largura razoável, nas quais podetomar medidas adequadas para garantir tanto a segu-rança da navegação como a das ilhas artificiais, insta-lações e estruturas.

5 — O Estado costeiro determinará a largura daszonas de segurança, tendo em conta as normas inter-nacionais aplicáveis. Essas zonas de segurança devemser concebidas de modo a responderem razoavelmenteà natureza e às funções das ilhas artificiais, instalaçõesou estruturas, e não excederão uma distância de 500 mem volta das ilhas artificiais, instalações ou estruturas,distância essa medida a partir de cada ponto do seubordo exterior, a menos que o autorizem as normasinternacionais geralmente aceites ou o recomende aorganização internacional competente. A extensão daszonas de segurança será devidamente notificada.

6 — Todos os navios devem respeitar essas zonas desegurança e cumprir as normas internacionais geral-mente aceites relativas à navegação nas proximidadesdas ilhas artificiais, instalações, estruturas e zonas desegurança.

7 — Não podem ser estabelecidas ilhas artificiais, ins-talações e estruturas nem zonas de segurança à sua volta,quando interfiram na utilização das rotas marítimasreconhecidas essenciais para a navegação internacional.

8 — As ilhas artificiais, instalações e estruturas nãotêm o estatuto jurídico de ilhas. Não têm mar territorialpróprio e a sua presença não afecta a delimitação domar territorial, da zona económica exclusiva ou da pla-taforma continental.

Artigo 61.o

Conservação dos recursos vivos

1 — O Estado costeiro fixará as capturas permissíveisdos recursos vivos na sua zona económica exclusiva.

2 — O Estado costeiro, tendo em conta os melhoresdados científicos de que disponha, assegurará, por meiode medidas apropriadas de conservação e gestão, quea preservação dos recursos vivos da sua zona económicaexclusiva não seja ameaçada por um excesso de captura.O Estado costeiro e as organizações competentes sub--regionais, regionais ou mundiais cooperarão, conformeo caso, para tal fim.

3 — Tais medidas devem ter também a finalidade depreservar ou estabelecer as populações das espécies cap-turadas a níveis que possam produzir o máximo ren-dimento constante, determinado a partir de factores eco-lógicos e económicos pertinentes, incluindo as neces-sidades económicas das comunidades costeiras que

vivem da pesca e as necessidades especiais dos Estadosem desenvolvimento, e tendo em conta os métodos depesca, a interdependência das populações e quaisqueroutras normas mínimas internacionais geralmente reco-mendadas, sejam elas sub-regionais, regionais ou mun-diais.

4 — Ao tomar tais medidas, o Estado costeiro deveter em conta os seus efeitos sobre espécies associadasàs espécies capturadas, ou delas dependentes, a fim depreservar ou restabelecer as populações de tais espéciesassociadas ou dependentes acima de níveis em que asua reprodução possa ficar seriamente ameaçada.

5 — Periodicamente devem ser comunicadas ou tro-cadas informações científicas disponíveis, estatísticas decaptura e de esforço de pesca e outros dados pertinentespara a conservação das populações de peixes, por inter-médio das organizações internacionais competentes,sejam elas sub-regionais, regionais ou mundiais, quandoapropriado, e com a participação de todos os Estadosinteressados, incluindo aqueles cujos nacionais estejamautorizados a pescar na zona económica exclusiva.

Artigo 62.o

Utilização dos recursos vivos

1 — O Estado costeiro deve ter por objectivo pro-mover a utilização óptima dos recursos vivos na zonaeconómica exclusiva, sem prejuízo do artigo 61.o

2 — O Estado costeiro deve determinar a sua capa-cidade de capturar os recursos vivos da zona económicaexclusiva. Quando o Estado costeiro não tiver capaci-dade para efectuar a totalidade da captura permissível,deve dar a outros Estados acesso ao excedente destacaptura, mediante acordos ou outros ajustes e de con-formidade com as modalidades, condições e leis e regu-lamentos mencionados no n.o 4, tendo particularmenteem conta as disposições dos artigos 69.o e 70.o, prin-cipalmente no que se refere aos Estados em desenvol-vimento neles mencionados.

3 — Ao dar a outros Estados acesso à sua zona exclu-siva nos termos do presente artigo, o Estado costeirodeve ter em conta todos os factores pertinentes,incluindo, inter alia, a importância dos recursos vivosda zona para a economia do Estado costeiro corres-pondente e para os seus outros interesses nacionais, asdisposições dos artigos 69.o e 70.o, as necessidades dospaíses em desenvolvimento da sub-região ou região noque se refere à captura de parte dos excedentes e anecessidade de reduzir ao mínimo a perturbação da eco-nomia dos Estados cujos nacionais venham habitua-lmente pescando na zona ou venham fazendo esforçossubstanciais na investigação e identificação de popu-lações.

4 — Os nacionais de outros Estados que pesquem nazona económica exclusiva devem cumprir as medidasde conservação e as outras modalidades e condiçõesestabelecidas nas leis e regulamentos do Estado costeiro.Tais leis e regulamentos devem estar de conformidadecom a presente Convenção e podem referir-se, inter alia,às seguintes questões:

a) Concessão de licenças a pescadores, embarca-ções e equipamento de pesca, incluindo o paga-mento de taxas e outros encargos que, no casodos Estados costeiros em desenvolvimento,podem consistir numa compensação adequadaem matéria de financiamento, equipamento etecnologia da indústria da pesca;

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b) Determinação das espécies que podem ser cap-turadas e fixação das quotas de captura, quepodem referir-se, seja a determinadas popula-ções ou a grupos de populações, seja à capturapor embarcação durante um período de tempo,seja à captura por nacionais de um Estadodurante um período determinado;

c) Regulamentação das épocas e zonas de pesca,do tipo, tamanho e número de aparelhos, bemcomo do tipo, tamanho e número de embar-cações de pesca que podem ser utilizados;

d) Fixação da idade e do tamanho dos peixes ede outras espécies que podem ser capturados;

e) Indicação das informações que devem ser for-necidas pelas embarcações de pesca, incluindoestatísticas das capturas e do esforço de pescae informações sobre a posição das embarcações;

f) Execução, sob a autorização e controlo doEstado costeiro, de determinados programas deinvestigação no âmbito das pescas e regulamen-tação da realização de tal investigação, incluindoa amostragem de capturas, destino das amostrase comunicação dos dados científicos conexos;

g) Embarque, pelo Estado costeiro, de observa-dores ou de estagiários a bordo de tais embar-cações;

h) Descarga por tais embarcações da totalidade dascapturas ou de parte delas nos portos do Estadocosteiro;

i) Termos e condições relativos às empresas con-juntas ou a outros ajustes de cooperação;

j) Requisitos em matéria de formação de pessoale de transferência de tecnologia de pesca,incluindo o reforço da capacidade do Estadocosteiro para empreender investigação de pesca;

k) Medidas de execução.

5 — Os Estados costeiros devem dar o devido conhe-cimento das leis e regulamentos em matéria de con-servação e gestão.

Artigo 63.o

Populações existentes dentro das zonas económicas exclusivas de doisou mais Estados costeiros ou dentro da zona económica exclusivae numa zona exterior e adjacente à mesma.

1 — No caso de uma mesma população ou populaçõesde espécies associadas se encontrarem nas zonas eco-nómicas exclusivas de dois ou mais Estados costeiros,estes Estados devem procurar, quer directamente, querpor intermédio das organizações sub-regionais ou regio-nais apropriadas, concertar as medidas necessárias paracoordenar e assegurar a conservação e o desenvolvi-mento de tais populações, sem prejuízo das demais dis-posições da presente parte.

2 — No caso de uma mesma população ou populaçõesde espécies associadas se encontrarem tanto na zonaeconómica exclusiva como numa área exterior e adja-cente à mesma, o Estado costeiro e os Estados quepesquem essas populações na área adjacente devem pro-curar, quer directamente, quer por intermédio das orga-nizações sub-regionais apropriadas, concertar as medi-das necessárias para a conservação dessas populaçõesna área adjacente.

Artigo 64.o

Espécies altamente migratórias

1 — O Estado costeiro e os demais Estados cujosnacionais pesquem, na região, as espécies altamentemigratórias enumeradas no anexo I devem cooperar,quer directamente, quer por intermédio das organiza-ções internacionais apropriadas, com vista a assegurara conservação e promover o objectivo da utilizaçãoóptima de tais espécies em toda a região, tanto dentrocomo fora da zona económica exclusiva. Nas regiõesem que não exista organização internacional apropriada,o Estado costeiro e os demais Estados cujos nacionaiscapturem essas espécies na região devem cooperar paracriar uma organização deste tipo e devem participarnos seus trabalhos.

2 — As disposições do n.o 1 aplicam-se conjuntamentecom as demais disposições da presente parte.

Artigo 65.o

Mamíferos marinhos

Nenhuma das disposições da presente parte restringequer o direito de um Estado costeiro quer eventual-mente a competência de uma organização internacional,conforme o caso, para proibir, limitar ou regulamentaro aproveitamento dos mamíferos marinhos de maneiramais estrita que a prevista na presente parte. Os Estadosdevem cooperar com vista a assegurar a conservaçãodos mamíferos marinhos e, no caso dos cetáceos, devemtrabalhar em particular, por intermédio de organizaçõesinternacionais apropriadas, para a sua conservação, ges-tão e estudo.

Artigo 66.o

Populações de peixes anádromos

1 — Os Estados em cujos rios se originem as popu-lações de peixes anádromos devem ter por tais popu-lações interesse e responsabilidade primordiais.

2 — O Estado de origem das populações de peixesanádromos deve assegurar a sua conservação mediantea adopção de medidas apropriadas de regulamentaçãoda pesca em todas as águas situadas dentro dos limitesexteriores da sua zona económica exclusiva, bem comoda pesca a que se refere a alínea b) do n.o 3. O Estadode origem pode, após consulta com os outros Estadosmencionados nos n.os 3 e 4 que pesquem essas popu-lações, fixar as capturas totais permissíveis das popu-lações originárias dos seus rios.

3 — a) A pesca das populações de peixes anádromossó pode ser efectuada nas águas situadas dentro doslimites exteriores da zona económica exclusiva, exceptonos casos em que esta disposição possa acarretar per-turbações económicas para um outro Estado que nãoo Estado de origem. No que se refere a tal pesca, alémdos limites exteriores da zona económica exclusiva, osEstados interessados procederão a consultas com vistaa chegarem a acordo sobre modalidades e condiçõesde tal pesca, tendo em devida consideração as exigênciasda conservação e as necessidades do Estado de origemno que se refere a tais populações.

b) O Estado de origem deve cooperar para reduzirao mínimo as perturbações económicas causadas aoutros Estados que pesquem essas populações, tendoem conta a captura normal e o modo de operação uti-lizado por esses Estados, bem como a todas as zonasem que tal pesca tenha sido efectuada.

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c) Os Estados mencionados na alínea b) que, pormeio de acordos com o Estado de origem, participemem medidas para renovar as populações de peixes aná-dromos, particularmente com despesas feitas para essefim, devem receber especial consideração do Estado deorigem no que se refere à captura de populações ori-ginárias dos seus rios.

d) A aplicação dos regulamentos relativos às popu-lações de peixes anádromos além da zona económicaexclusiva deve ser feita por acordo entre o Estado deorigem e os outros Estados interessados.

4 — Quando as populações de peixes anádromosmigrem para ou através de águas situadas dentro doslimites exteriores da zona económica exclusiva de umoutro Estado que não seja o Estado de origem, esseEstado cooperará com o Estado de origem no que serefere à conservação e gestão de tais populações.

5 — O Estado de origem das populações de peixesanádromos e os outros Estados que pesquem estas popu-lações devem concluir ajustes para a aplicação das dis-posições do presente artigo, quando apropriado, porintermédio de organizações regionais.

Artigo 67.o

Espécies catádromas

1 — O Estado costeiro em cujas águas espécies catá-dromas passem a maior parte do seu ciclo vital deveser responsável pela gestão dessas espécies e deve asse-gurar a entrada e a saída dos peixes migratórios.

2 — A captura das espécies catádromas deve ser efec-tuada unicamente nas águas situadas dentro dos limitesexteriores das zonas económicas exclusivas. Quandoefectuada nas zonas económicas exclusivas, a capturadeve estar sujeita às disposições do presente artigo edemais disposições da presente Convenção relativas àpesca nessas zonas.

3 — Quando os peixes catádromos migrem, antes doestado adulto ou no início desse estado, através da zonaeconómica exclusiva de outro Estado ou Estados, a ges-tão dessa espécie, incluindo a sua captura, é regula-mentada por acordo entre o Estado mencionado no n.o 1e o outro Estado interessado. Tal acordo deve assegurara gestão racional das espécies e deve ter em conta asresponsabilidades do Estado mencionado no n.o 1 noque se refere à conservação destas espécies.

Artigo 68.o

Espécies sedentárias

A presente parte não se aplica às espécies sedentárias,definidas no n.o 4 do artigo 77.o

Artigo 69.o

Direitos dos Estados sem litoral

1 — Os Estados sem litoral terão o direito a parti-cipar, numa base equitativa, no aproveitamento de umaparte apropriada dos excedentes dos recursos vivos daszonas económicos exclusivas dos Estados costeiros damesma sub-região ou região, tendo em conta os factoreseconómicos e geográficos pertinentes de todos os Esta-dos interessados e de conformidade com as disposiçõesdo presente artigo e dos artigos 61.o e 62.o

2 — Os termos e condições desta participação devemser estabelecidos pelos Estados interessados por meio

de acordos bilaterais, sub-regionais ou regionais, tendoem conta, inter alia:

a) A necessidade de evitar efeitos prejudiciais àscomunidades de pescadores ou às indústrias depesca do Estado costeiro;

b) A medida em que o Estado sem litoral, de con-formidade com as disposições do presenteartigo, participe ou tenha o direito de participar,no aproveitamento dos recursos vivos das zonaseconómicas exclusivas de outros Estados cos-teiros, nos termos de acordos bilaterais, sub--regionais ou regionais existentes;

c) A medida em que outros Estados sem litorale Estados geograficamente desfavorecidos par-ticipem no aproveitamento dos recursos vivosda zona económica exclusiva do Estado costeiroe a consequente necessidade de evitar uma cargaexcessiva para qualquer Estado costeiro ou parauma parte deste;

d) As necessidades nutricionais das populações dosrespectivos Estados.

3 — Quando a capacidade de captura de um Estadocosteiro se aproximar de um nível em que lhe seja pos-sível efectuar a totalidade da captura permissível dosrecursos vivos da sua zona económica exclusiva, o Estadocosteiro e os demais Estados interessados cooperarãono estabelecimento de ajustes equitativos numa basebilateral, sub-regional ou regional para permitir aosEstados em desenvolvimento sem litoral da mesma sub--região ou região participarem no aproveitamento dosrecursos vivos das zonas económicas exclusivas dos Esta-dos costeiros da sub-região ou região, de acordo comas circunstâncias e em condições satisfatórias para todasas partes. Na aplicação da presente disposição devemser também tomados em conta os factores mencionadosno n.o 2.

4 — Os Estados desenvolvidos sem litoral terão, nostermos do presente artigo, direito a participar no apro-veitamento dos recursos vivos só nas zonas económicasexclusivas dos Estados costeiros desenvolvidos damesma sub-região ou região, tendo na devida conta amedida em que o Estado costeiro, ao dar acesso aosrecursos vivos da sua zona económica exclusiva a outrosEstados, tomou em consideração a necessidade de redu-zir ao mínimo os efeitos prejudiciais para as comuni-dades de pescadores e as perturbações económicas nosEstados cujos nacionais tenham pescado habitualmentena zona.

5 — As disposições precedentes são aplicadas semprejuízo dos ajustes concluídos nas sub-regiões ouregiões onde os Estados costeiros possam conceder aEstados sem litoral, da mesma sub-região ou região,direitos iguais ou preferenciais para o aproveitamentodos recursos vivos nas zonas económicas exclusivas.

Artigo 70.o

Direitos dos Estados geograficamente desfavorecidos

1 — Os Estados geograficamente desfavorecidosterão direito a participar, numa base equitativa, no apro-veitamento de uma parte apropriada dos excedentes dosrecursos vivos das zonas económicas exclusivas dos Esta-dos costeiros da mesma sub-região ou região, tendo emconta os factores económicos e geográficos pertinentesde todos os Estados interessados e de conformidade

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com as disposições do presente artigo e dos artigos 61.oe 62.o

2 — Para os fins da presente Convenção, «Estadosgeograficamente desfavorecidos» significa os Estadoscosteiros, incluindo Estados ribeirinhos de mares fecha-dos ou semifechados, cuja situação geográfica os tornedependentes do aproveitamento dos recursos vivos daszonas económicas exclusivas de outros Estados da sub--região ou região para permitir um adequado abaste-cimento de peixe para fins nutricionais da sua populaçãoou de parte dela, e Estados costeiros que não possamreivindicar zonas económicas exclusivas próprias.

3 — Os termos e condições desta participação devemser estabelecidos pelos Estados interessados por meiode acordos bilaterais, sub-regionais ou regionais, tendoem conta, inter alia:

a) A necessidade de evitar efeitos prejudiciais àscomunidades de pescadores ou às indústrias depesca do Estado costeiro;

b) A medida em que o Estado geograficamentedesfavorecido, de conformidade com as dispo-sições do presente artigo, participe ou tenha odireito a participar no aproveitamento dosrecursos vivos das zonas económicas exclusivasde outros Estados costeiros nos termos de acor-dos bilaterais, sub-regionais ou regionais exis-tentes;

c) A medida em que outros Estados geografica-mente desfavorecidos e Estados sem litoral par-ticipem no aproveitamento dos recursos vivosda zona económica exclusiva do Estado costeiroe a consequente necessidade de evitar uma cargaexcessiva para qualquer Estado costeiro ou parauma parte deste;

d) As necessidades nutricionais das populações dosrespectivos Estados.

4 — Quando a capacidade de captura de um Estadocosteiro se aproximar de um nível em que lhe seja pos-sível efectuar a totalidade da captura permissível dosrecursos vivos da sua zona económica exclusiva, o Estadocosteiro e os demais Estados interessados cooperarãono estabelecimento de ajustes equitativos numa basebilateral, sub-regional ou regional, para permitir aosEstados em desenvolvimento geograficamente desfavo-recidos da mesma sub-região ou região participarem noaproveitamento dos recursos vivos das zonas económicasexclusivas dos Estados costeiros da sub-região ou regiãode acordo com as circunstâncias e em condições satis-fatórias para todas as partes. Na aplicação da presentedisposição devem ser também tomados em conta os fac-tores mencionados no n.o 3.

5 — Os Estados geograficamente desfavorecidosterão, nos termos do presente artigo, direito a participarno aproveitamento dos recursos vivos só nas zonas eco-nómicas exclusivas dos Estados costeiros desenvolvidosda mesma sub-região ou região, tendo na devida contaa medida em que o Estado costeiro, ao dar acesso aosrecursos vivos da sua zona económica exclusiva a outrosEstados, tomou em consideração a necessidade de redu-zir ao mínimo os efeitos prejudiciais para as comuni-dades de pescadores e as perturbações económicas nosEstados cujos nacionais tenham pescado habitualmentena zona.

6 — As disposições precedentes serão aplicadas semprejuízo dos ajustes concluídos nas sub-regiões ouregiões onde os Estados costeiros possam conceder a

Estados geograficamente desfavorecidos da mesma sub--região ou região direitos iguais ou preferenciais parao aproveitamento dos recursos vivos nas zonas econó-micas exclusivas.

Artigo 71.o

Não aplicação dos artigos 69.o e 70.o

As disposições dos artigos 69.o e 70.o não se aplicama um Estado costeiro cuja economia dependa prepon-derantemente do aproveitamento dos recursos vivos dasua zona económica exclusiva.

Artigo 72.o

Restrições na transferência de direitos

1 — Os direitos conferidos nos termos dos artigos 69.oe 70.o para o aproveitamento dos recursos vivos nãoserão transferidos directa ou indirectamente a terceirosEstados ou a seus nacionais por concessão ou licença,nem pela constituição de empresas conjuntas, nem porqualquer outro meio que tenha por efeito tal transfe-rência, a não ser que os Estados interessados acordemde outro modo.

2 — A disposição anterior não impede que os Estadosinteressados obtenham assistência técnica ou financeirade terceiros Estados ou de organizações internacionais,a fim de facilitar o exercício dos direitos de acordo comos artigos 69.o e 70.o, sempre que isso não tenha o efeitoa que se fez referência no n.o 1.

Artigo 73.o

Execução de leis e regulamentos do Estado costeiro

1 — O Estado costeiro pode, no exercício dos seusdireitos de soberania de exploração, aproveitamento,conservação e gestão dos recursos vivos da zona eco-nómica exclusiva, tomar as medidas que sejam neces-sárias, incluindo visita, inspecção, apresamento e medi-das judiciais, para garantir o cumprimento das leis eregulamentos por ele adoptados de conformidade coma presente Convenção.

2 — As embarcações apresadas e as suas tripulaçõesdevem ser libertadas sem demora logo que prestadauma fiança idónea ou outra garantia.

3 — As sanções estabelecidas pelo Estado costeiropor violações das leis e regulamentos de pesca na zonaeconómica exclusiva não podem incluir penas privativasde liberdade, salvo acordo em contrário dos Estadosinteressados, nem qualquer outra forma de pena cor-poral.

4 — Nos casos de apresamento ou retenção de embar-cações estrangeiras, o Estado costeiro deve, pelos canaisapropriados, notificar sem demora o Estado de bandeiradas medidas tomadas e das sanções ulteriormenteimpostas.

Artigo 74.o

Delimitação da zona económica exclusiva entre Estadoscom costas adjacentes ou situadas frente a frente

1 — A delimitação da zona económica exclusiva entreEstados com costas adjacentes ou situadas frente a frentedeve ser feita por acordo, de conformidade com o direitointernacional, a que se faz referência no artigo 38.o doEstatuto do Tribunal Internacional de Justiça, a fim dese chegar a uma solução equitativa.

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2 — Se não se chegar a acordo dentro de um prazorazoável, os Estados interessados devem recorrer aosprocedimentos previstos na parte XV.

3 — Enquanto não se chegar a um acordo conformeao previsto no n.o 1, os Estados interessados, num espí-rito de compreensão e cooperação, devem fazer todosos esforços para chegar a ajustes provisórios de carácterprático e, durante este período de transição, nada devemfazer que possa comprometer ou entravar a conclusãodo acordo definitivo. Tais ajustes não devem prejudicara delimitação definitiva.

4 — Quando existir um acordo em vigor entre os Esta-dos interessados, as questões relativa à delimitação dazona económica exclusiva devem ser resolvidas de con-formidade com as disposições desse acordo.

Artigo 75.o

Cartas e listas de coordenadas geográficas

1 — Nos termos da presente parte, as linhas de limiteexterior da zona económica exclusiva e as linhas de deli-mitação traçadas de conformidade com o artigo 74.odevem ser indicadas em cartas de escala ou escalas ade-quadas para a determinação da sua posição. Quandoapropriado, as linhas de limite exterior ou as linhas dedelimitação podem ser substituídas por listas de coor-denadas geográficas de pontos em que conste especi-ficamente a sua origem geodésica.

2 — O Estado costeiro deve dar a devida publicidadea tais cartas ou listas de coordenadas geográficas e devedepositar um exemplar de cada carta ou lista junto doSecretário-Geral das Nações Unidas.

PARTE VI

Plataforma continental

Artigo 76.o

Definição da plataforma continental

1 — A plataforma continental de um Estado costeirocompreende o leito e o subsolo das áreas submarinasque se estendem além do seu mar territorial, em todaa extensão do prolongamento natural do seu territórioterrestre, até ao bordo exterior da margem continentalou até uma distância de 200 milhas marítimas das linhasde base a partir das quais se mede a largura do marterritorial, nos casos em que o bordo exterior da margemcontinental não atinja essa distância.

2 — A plataforma continental de um Estado costeironão se deve estender além dos limites previstos nos n.os 4a 6.

3 — A margem continental compreende o prolonga-mento submerso da massa terrestre do Estado costeiroe é constituída pelo leito e subsolo da plataforma con-tinental, pelo talude e pela elevação continentais. Nãocompreende nem os grandes fundos oceânicos, com assuas cristas oceânicas, nem o seu subsolo.

4 — a) Para os fins da presente Convenção, o Estadocosteiro deve estabelecer o bordo exterior da margemcontinental, quando essa margem se estender além das200 milhas marítimas das linhas de base, a partir dasquais se mede a largura do mar territorial, por meiode:

i) Uma linha traçada de conformidade com o n.o 7,com referência aos pontos fixos mais exteriores

em cada um dos quais a espessura das rochassedimentares seja pelo menos 1% da distânciamais curta entre esse ponto e o pé do taludecontinental; ou

ii) Uma linha traçada de conformidade com o n.o 7,com referência a pontos fixos situados a nãomais de 60 milhas marítimas do pé do taludecontinental.

b) Salvo prova em contrário, o pé do talude con-tinental deve ser determinado como o ponto de variaçãomáxima do gradiente na sua base.

5 — Os pontos fixos que constituem a linha dos limitesexteriores da plataforma continental no leito do mar,traçada de conformidade com as subalíneas i) e ii) daalínea a) do n.o 4, devem estar situados a uma distânciaque não exceda 350 milhas marítimas da linha de basea partir da qual se mede a largura do mar territorialou uma distância que não exceda 100 milhas marítimasde isóbata de 2500 m, que é uma linha que une pro-fundidades de 2500 m.

6 — Não obstante as disposições do n.o 5, no casodas cristas submarinas, o limite exterior da plataformacontinental não deve exceder 350 milhas marítimas daslinhas de base a partir das quais se mede a largura domar territorial. O presente número não se aplica a ele-vações submarinas que sejam componentes naturais damargem continental, tais como os seus planaltos, ele-vações continentais, topes, bancos e esporões.

7 — O Estado costeiro deve traçar o limite exteriorda sua plataforma continental, quando esta se estenderalém de 200 milhas marítimas das linhas de base a partirdas quais se mede a largura do mar territorial, unindo,mediante linhas rectas que não excedam 60 milhas marí-timas, pontos fixos definidos por coordenadas de latitudee longitude.

8 — Informações sobre os limites da plataforma con-tinental, além das 200 milhas marítimas das linhas debase a partir das quais se mede a largura do mar ter-ritorial, devem ser submetidas pelo Estado costeiro àComissão de Limites da Plataforma Continental, esta-belecida de conformidade com o anexo II, com basenuma representação geográfica equitativa. A Comissãofará recomendações aos Estados costeiros sobre ques-tões relacionadas com o estabelecimento dos limitesexteriores da sua plataforma continental. Os limites daplataforma continental estabelecidos pelo Estado cos-teiro com base nessas recomendações serão definitivose obrigatórios.

9 — O Estado costeiro deve depositar junto do Secre-tário-Geral das Nações Unidas mapas e informaçõespertinentes, incluindo dados geodésicos, que descrevampermanentemente os limites exteriores da sua plata-forma continental. O Secretário-Geral deve dar a essesdocumentos a devida publicidade.

10 — As disposições do presente artigo não prejudi-cam a questão da delimitação da plataforma continentalentre Estados com costas adjacentes ou situadas frentea frente.

Artigo 77.o

Direitos do Estado costeiro sobre a plataforma continental

1 — O Estado costeiro exerce direitos de soberaniasobre a plataforma continental para efeitos de explo-ração e aproveitamento dos seus recursos naturais.

2 — Os direitos a que se refere o n.o 1 são exclusivos,no sentido de que, se o Estado costeiro não explora

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a plataforma continental ou não aproveita os recursosnaturais da mesma, ninguém pode empreender estasactividades sem o expresso consentimento desse Estado.

3 — Os direitos do Estado costeiro sobre a plataformacontinental são independentes da sua ocupação, realou fictícia, ou de qualquer declaração expressa.

4 — Os recursos naturais a que se referem as dis-posições da presente parte são os recursos minerais eoutros recursos não vivos do leito do mar e subsolo,bem como os organismos vivos pertencentes a espéciessedentárias, isto é, aquelas que no período de capturaestão imóveis no leito do mar ou no seu subsolo ousó podem mover-se em constante contacto físico comesse leito ou subsolo.

Artigo 78.o

Regime jurídico das águas e do espaço aéreo sobrejacentese direitos e liberdades de outros Estados

1 — Os direitos do Estado costeiro sobre a plataformacontinental não afectam o regime jurídico das águassobrejacentes do espaço aéreo acima dessas águas.

2 — O exercício dos direitos do Estado costeiro sobrea plataforma continental não deve afectar a navegaçãoou outros direitos e liberdades dos demais Estados, pre-vistos na presente Convenção, nem ter como resultadouma ingerência injustificada neles.

Artigo 79.o

Cabos e ductos submarinos na plataforma continental

1 — Todos os Estados têm o direito de colocar cabose ductos submarinos na plataforma continental de con-formidade com as disposições do presente artigo.

2 — Sob reserva do seu direito de tomar medidasrazoáveis para a exploração da plataforma continental,o aproveitamento dos seus recursos naturais e a pre-venção, redução e controlo da poluição causada porductos, o Estado costeiro não pode impedir a colocaçãoou a manutenção dos referidos cabos ou ductos.

3 — O traçado da linha para a colocação de tais ductosna plataforma continental fica sujeito ao consentimentodo Estado costeiro.

4 — Nenhuma das disposições da presente parteafecta o direito do Estado costeiro de estabelecer con-dições para os cabos e ductos que penetrem no seuterritório ou no seu mar territorial, nem a sua jurisdiçãosobre os cabos e ductos construídos ou utilizados emrelação com a exploração da sua plataforma continentalou com o aproveitamento dos seus recursos, ou como funcionamento de ilhas artificiais, instalações e estru-turas sob sua jurisdição.

5 — Quando colocarem cabos ou ductos submarinos,os Estados devem ter em devida conta os cabos ou ductosjá instalados. Em particular, não devem dificultar a pos-sibilidade de reparar os cabos ou ductos existentes.

Artigo 80.o

Ilhas artificiais, instalações e estruturas na plataforma continental

O artigo 60.o aplica-se, mutatis mutandis, às ilhasartificiais, instalações e estruturas sobre a plataformacontinental.

Artigo 81.o

Perfurações na plataforma continental

O Estado costeiro terá o direito exclusivo de autorizare regulamentar as perfurações na plataforma continen-tal, quaisquer que sejam os fins.

Artigo 82.o

Pagamentos e contribuições relativos ao aproveitamentoda plataforma continental além de 200 milhas marítimas

1 — O Estado costeiro deve efectuar pagamentos oucontribuições em espécie relativos ao aproveitamentodos recursos não vivos da plataforma continental alémde 200 milhas marítimas das linhas de base, a partirdas quais se mede a largura do mar territorial.

2 — Os pagamentos e contribuições devem ser efec-tuados anualmente em relação a toda a produção deum sítio após os primeiros cinco anos de produção nessesítio. No sexto ano, a taxa de pagamento ou contribuiçãoserá de 1% do valor ou volume da produção no sítio.A taxa deve aumentar 1% em cada ano seguinte atéao décimo segundo ano, e daí por diante deve ser man-tida em 7%. A produção não deve incluir os recursosutilizados em relação com o aproveitamento.

3 — Um Estado em desenvolvimento que seja impor-tador substancial de um recurso mineral extraído dasua plataforma continental fica isento desses pagamen-tos ou contribuições em relação a esse recurso mineral.

4 — Os pagamentos ou contribuições devem ser efec-tuados por intermédio da Autoridade, que os distribuiráentre os Estados Partes na presente Convenção na basede critérios de repartição equitativa, tendo em contaos interesses e necessidades dos Estados em desenvol-vimento, particularmente entre eles, os menos desen-volvidos e os sem litoral.

Artigo 83.o

Delimitação da plataforma continental entre Estados com costasadjacentes ou situadas frente a frente

1 — A delimitação da plataforma continental entreEstados com costas adjacentes ou situadas frente a frentedeve ser feita por acordo, de conformidade com o direitointernacional a que se faz referência no artigo 38.o doEstatuto do Tribunal Internacional de Justiça, a fim dese chegar a uma solução equitativa.

2 — Se não se chegar a acordo dentro de um prazorazoável, os Estados interessados devem recorrer aosprocedimentos previstos na parte XV.

3 — Enquanto não se chegar a um acordo conformeao previsto no n.o 1, os Estados interessados, num espí-rito de compreensão e cooperação, devem fazer todosos esforço para chegar a ajustes provisórios de carácterprático e, durante este período de transição, nada devemfazer que possa comprometer ou entravar a conclusãodo acordo definitivo. Tais ajustes não devem prejudicara delimitação definitiva.

4 — Quando existir um acordo em vigor entre os Esta-dos interessados, as questões relativas à delimitação daplataforma continental devem ser resolvidas de confor-midade com as disposições desse acordo.

Artigo 84.o

Cartas e listas de coordenadas geográficas

1 — Nos termos da presente parte, as linhas de limiteexterior da plataforma continental e as linhas de deli-

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mitação traçadas de conformidade com o artigo 83.odevem ser indicadas em cartas de escala ou escalas ade-quadas para a determinação da sua posição. Quandoapropriado, as linhas de limite exterior ou as linhas dedelimitação podem ser substituídas por listas de coor-denadas geográficas de pontos, em que conste espe-cificamente a sua origem geodésica.

2 — O Estado costeiro deve dar a devida publicidadea tais cartas ou listas de coordenadas geográficas e devedepositar um exemplar de cada carta ou lista junto doSecretário-Geral das Nações Unidas e, no caso daquelasque indicam as linhas de limite exterior da plataformacontinental, junto do secretário-geral da Autoridade.

Artigo 85.o

Escavação de túneis

A presente parte não prejudica o direito do Estadocosteiro de aproveitar o subsolo por meio de escavaçãode túneis, independentemente da profundidade daságuas no local considerado.

PARTE VII

Alto mar

SECÇÃO 1

Disposições gerais

Artigo 86.o

Âmbito de aplicação da presente parte

As disposições da presente parte aplicam-se a todasas partes do mar não incluídas na zona económica exclu-siva, no mar territorial ou nas águas interiores de umEstado, nem nas águas arquipelágicas de um Estadoarquipélago. O presente artigo não implica limitaçãoalguma das liberdades de que gozam todos os Estadosna zona económica exclusiva de conformidade com oartigo 58.o

Artigo 87.o

Liberdade do alto mar

1 — O alto mar está aberto a todos os Estados, quercosteiros quer sem litoral. A liberdade do alto mar éexercida nas condições estabelecidas na presente Con-venção e nas demais normas de direito internacional.Compreende, inter alia, para os Estados quer costeirosquer sem litoral:

a) Liberdade de navegação;b) Liberdade de sobrevoo;c) Liberdade de colocar cabos e ductos submarinos

nos termos da parte VI;d) Liberdade de construir ilhas artificiais e outras

instalações permitidas pelo direito internacio-nal, nos termos da parte VI;

e) Liberdade de pesca nos termos das condiçõesenunciadas na secção 2;

f) Liberdade de investigação científica, nos termosdas partes VI e XIII.

2 — Tais liberdades devem ser exercidas por todosos Estados, tendo em devida conta os interesses deoutros Estados no seu exercício da liberdade do altomar, bem como os direitos relativos às actividades naárea previstos na presente Convenção.

Artigo 88.o

Utilização do alto mar para fins pacíficos

O alto mar será utilizado para fins pacíficos.

Artigo 89.o

Ilegitimidade das reivindicações de soberania sobre o alto mar

Nenhum Estado pode legitimamente pretender sub-meter qualquer parte do alto mar à sua soberania.

Artigo 90.o

Direito de navegação

Todos os Estados, quer costeiros quer sem litoral,têm o direito de fazer navegar no alto mar navios quearvorem a sua bandeira.

Artigo 91.o

Nacionalidade dos navios

1 — Todo o Estado deve estabelecer os requisitosnecessários para a atribuição da sua nacionalidade anavios, para o registo de navios no seu território e parao direito de arvorar a sua bandeira. Os navios possuema nacionalidade do Estado cuja bandeira estejam auto-rizados a arvorar. Deve existir um vínculo substancialentre o Estado e o navio.

2 — Todo o Estado deve fornecer aos navios a quetenha concedido o direito de arvorar a sua bandeiraos documentos pertinentes.

Artigo 92.o

Estatuto dos navios

1 — Os navios devem navegar sob a bandeira de umsó Estado e, salvo nos casos excepcionais previstosexpressamente em tratados internacionais ou na pre-sente Convenção, devem submeter-se, no alto mar, àjurisdição exclusiva desse Estado. Durante uma viagemou em porto de escala, um navio não pode mudar debandeira, a não ser no caso de transferência efectivada propriedade ou de mudança de registo.

2 — Um navio que navegue sob a bandeira de doisou mais Estados, utilizando-as segundo as suas conve-niências, não pode reivindicar qualquer dessas nacio-nalidades perante um terceiro Estado e pode ser con-siderado como um navio sem nacionalidade.

Artigo 93.o

Navios arvorando a bandeira das Nações Unidas, das agências espe-cializadas das Nações Unidas e da Agência Internacional de EnergiaAtómica.

Os artigos precedentes não prejudicam a questão dosnavios que estejam ao serviço oficial das Nações Unidas,das agências especializadas das Nações Unidas e daAgência Internacional de Energia Atómica, arvorandoa bandeira da Organização.

Artigo 94.o

Deveres do Estado de bandeira

1 — Todo o Estado deve exercer, de modo efectivo,a sua jurisdição e o seu controlo em questões admi-

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nistrativas, técnicas e sociais sobre navios que arvorema sua bandeira.

2 — Em particular, todo o Estado deve:

a) Manter um registo de navios no qual figuremos nomes e as características dos navios quearvorem a sua bandeira, com excepção daquelesque, pelo seu reduzido tamanho, estejam excluí-dos dos regulamentos internacionais geralmenteaceites; e

b) Exercer a sua jurisdição de conformidade como seu direito interno sobre todo o navio quearvore a sua bandeira e sobre o capitão, os ofi-ciais e a tripulação, em questões administrativas,técnicas e sociais que se relacionem com o navio.

3 — Todo o Estado deve tomar, para os navios quearvorem a sua bandeira, as medidas necessárias paragarantir a segurança no mar, no que se refere, interalia, a:

a) Construção, equipamento e condições de nave-gabilidade do navio;

b) Composição, condições de trabalho e formaçãodas tripulações, tendo em conta os instrumentosinternacionais aplicáveis;

c) Utilização de sinais, manutenção de comunica-ções e prevenção de abalroamentos.

4 — Tais medidas devem incluir as que sejam neces-sárias para assegurar que:

a) Cada navio, antes do seu registo e posterior-mente, a intervalos apropriados, seja examinadopor um inspector de navios devidamente qua-lificado e leve a bordo as cartas, as publicaçõesmarítimas e o equipamento e os instrumentosde navegação apropriados à segurança da nave-gação do navio;

b) Cada navio esteja confiado a um capitão e aoficiais devidamente qualificados, em particularno que se refere à manobra, à navegação, àscomunicações e à condução de máquinas, e acompetência e o número dos tripulantes sejamos apropriados para o tipo, tamanho, máquinase equipamento do navio;

c) O capitão, os oficiais e, na medida do necessário,a tripulação conheçam perfeitamente e obser-vem os regulamentos internacionais aplicáveisque se refiram à segurança da vida no mar, àprevenção de abalroamentos, à prevenção, redu-ção e controlo da poluição marinha e à manu-tenção de radiocomunicações.

5 — Ao tomar as medidas a que se referem os n.os 3e 4, todo o Estado deve agir de conformidade com osregulamentos, procedimentos e práticas internacionaisgeralmente aceites e fazer o necessário para garantira sua observância.

6 — Todo o Estado que tenha motivos sérios paraacreditar que a jurisdição e o controlo apropriados sobreum navio não foram exercidos pode comunicar os factosao Estado de bandeira. Ao receber tal comunicação,o Estado de bandeira investigará o assunto e, se foro caso, deve tomar todas as medidas necessárias paracorrigir a situação.

7 — Todo o Estado deve ordenar a abertura de uminquérito, efectuado por ou perante uma pessoa ou pes-soas devidamente qualificadas, em relação a qualquer

acidente marítimo ou incidente de navegação no altomar, que envolva um navio arvorando a sua bandeirae no qual tenham perdido a vida ou sofrido ferimentosgraves nacionais de outro Estado, ou se tenham pro-vocado danos graves a navios ou a instalações de outroEstado ou ao meio marinho. O Estado de bandeira eo outro Estado devem cooperar na realização de qual-quer investigação que este último efectue em relaçãoa esse acidente marítimo ou incidente de navegação.

Artigo 95.o

Imunidade dos navios de guerra no alto mar

Os navios de guerra no alto mar gozam de completaimunidade de jurisdição relativamente a qualquer outroEstado que não seja o da sua bandeira.

Artigo 96.o

Imunidade dos navios utilizados unicamente em serviço oficialnão comercial

Os navios pertencentes a um Estado ou por ele ope-rados e utilizados unicamente em serviço oficial nãocomercial gozam, no alto mar, de completa imunidadede jurisdição relativamente a qualquer Estado que nãoseja o da sua bandeira.

Artigo 97.o

Jurisdição penal em caso de abalroamento ou qualqueroutro incidente de navegação

1 — Em caso de abalroamento ou de qualquer outroincidente de navegação ocorrido a um navio no altomar que possa acarretar uma responsabilidade penalou disciplinar para o capitão ou para qualquer outrapessoa ao serviço do navio, os procedimentos penaise disciplinares contra essas pessoas só podem ser ini-ciados perante as autoridades judiciais ou administra-tivas do Estado de bandeira ou perante as do Estadodo qual essas pessoas sejam nacionais.

2 — Em matéria disciplinar, só o Estado que tenhaemitido um certificado de comando ou um certificadode competência ou licença é competente para, após oprocesso legal correspondente, decretar a retirada des-ses títulos, ainda que o titular não seja nacional desteEstado.

3 — Nenhum apresamento ou retenção do navio podeser ordenado, nem mesmo como medida de investigação,por outras autoridades que não as do Estado debandeira.

Artigo 98.o

Dever de prestar assistência

1 — Todo o Estado deverá exigir do capitão de umnavio que arvore a sua bandeira, desde que o possafazer sem acarretar perigo grave para o navio, para atripulação ou para os passageiros, que:

a) Preste assistência a qualquer pessoa encontradano mar em perigo de desaparecer;

b) Se dirija, tão depressa quanto possível, emsocorro de pessoas em perigo, desde que estejainformado de que necessitam de assistência esempre que tenha possibilidade razoável defazê-lo;

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c) Preste, em caso de abalroamento, assistência aooutro navio, à sua tripulação e aos passageirose, quando possível, comunique ao outro navioo nome do seu próprio navio, o porto de registoe o porto mais próximo em que fará escala.

2 — Todo o Estado costeiro deve promover o esta-belecimento, o funcionamento e a manutenção de umadequado e eficaz serviço de busca e salvamento paragarantir a segurança marítima e aérea e, quando ascircunstâncias o exigirem, cooperar com esse fim comos Estados vizinhos por meio de ajustes regionais decooperação mútua.

Artigo 99.o

Proibição do transporte de escravos

Todo o Estado deve tomar medidas eficazes paraimpedir e punir o transporte de escravos em navios auto-rizados a arvorar a sua bandeira e para impedir que,com esse fim, se use ilegalmente a sua bandeira. Todoo escravo que se refugie num navio, qualquer que sejaa sua bandeira, ficará, ipso facto, livre.

Artigo 100.o

Dever de cooperar na repressão da pirataria

Todos os Estados devem cooperar em toda a medidado possível na repressão da pirataria no alto mar ouem qualquer outro lugar que não se encontre sob ajurisdição de algum Estado.

Artigo 101.o

Definição de pirataria

Constituem pirataria quaisquer dos seguintes actos:

a) Todo o acto ilícito de violência ou de detençãoou todo o acto de depredação cometidos, parafins privados, pela tripulação ou pelos passa-geiros de um navio ou de uma aeronave pri-vados, e dirigidos contra:

i) Um navio ou uma aeronave em alto marou pessoas ou bens a bordo dos mesmos;

ii) Um navio ou uma aeronave, pessoas oubens em lugar não submetido à jurisdiçãode algum Estado;

b) Todo o acto de participação voluntária na uti-lização de um navio ou de uma aeronave,quando aquele que o pratica tenha conheci-mento de factos que dêem a esse navio ou aessa aeronave o carácter de navio ou aeronavepirata;

c) Toda a acção que tenha por fim incitar ou ajudarintencionalmente a cometer um dos actos enun-ciados na alínea a) ou b).

Artigo 102.o

Pirataria cometida por um navio de guerra, um navio de Estadoou uma aeronave de Estado cuja tripulação se tenha amotinado

Os actos de pirataria definidos no artigo 101.o per-petrados por um navio de guerra, um navio de Estadoou uma aeronave de Estado, cuja tripulação se tenhaamotinado e apoderado do navio ou aeronave, são equi-

parados a actos cometidos por um navio ou aeronaveprivados.

Artigo 103.o

Definição de navio ou aeronave pirata

São considerados navios ou aeronaves piratas osnavios ou aeronaves que as pessoas, sob cujo controloefectivo se encontrem, pretendem utilizar para cometerqualquer dos actos mencionados no artigo 101.o Tam-bém são considerados piratas os navios ou aeronavesque tenham servido para cometer qualquer de tais actos,enquanto se encontrem sob o controlo das pessoas cul-padas desses actos.

Artigo 104.o

Conservação ou perda da nacionalidade de um navioou aeronave pirata

Um navio ou uma aeronave pode conservar a suanacionalidade, mesmo que se tenha transformado emnavio ou aeronave pirata. A conservação ou a perdada nacionalidade deve ser determinada de acordo coma lei do Estado que tenha atribuído a nacionalidade.

Artigo 105.o

Apresamento de um navio ou aeronave pirata

Todo o Estado pode apresar, no alto mar ou em qual-quer outro lugar não submetido à jurisdição de qualquerEstado, um navio ou aeronave pirata, ou um navio ouaeronave capturados por actos de pirataria e em poderdos piratas e prender as pessoas e apreender os bensque se encontrem a bordo desse navio ou dessa aero-nave. Os tribunais do Estado que efectuou o apresa-mento podem decidir as penas a aplicar e as medidasa tomar no que se refere aos navios, às aeronaves ouaos bens sem prejuízo dos direitos de terceiros de boafé.

Artigo 106.o

Responsabilidade em caso de apresamento sem motivo suficiente

Quando um navio ou uma aeronave for apresado porsuspeita de pirataria, sem motivo suficiente, o Estadoque o apresou será responsável, perante o Estado denacionalidade do navio ou da aeronave, por qualquerperda ou dano causado por esse apresamento.

Artigo 107.o

Navios e aeronaves autorizados a efectuarapresamento por motivo de pirataria

Só podem efectuar apresamento por motivo de pira-taria os navios de guerra ou aeronaves militares, ououtros navios ou aeronaves que tragam sinais claros esejam identificáveis como navios ou aeronaves ao serviçode um governo e estejam para tanto autorizados.

Artigo 108.o

Tráfico ilícito de estupefacientese substâncias psicotrópicas

1 — Todos os Estados devem cooperar para a repres-são do tráfico ilícito de estupefacientes e substânciaspsicotrópicas praticado por navios no alto mar com vio-lação das convenções internacionais.

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2 — Todo o Estado que tenha motivos sérios paraacreditar que um navio arvorando a sua bandeira sededica ao tráfico ilícito de estupefacientes ou substânciaspsicotrópicas poderá solicitar a cooperação de outrosEstados para pôr fim a tal tráfico.

Artigo 109.o

Transmissões não autorizadas a partir do alto mar

1 — Todos os Estados devem cooperar para a repres-são das transmissões não autorizadas efectuadas a partirdo alto mar.

2 — Para efeitos da presente Convenção, «transmis-sões não autorizadas» significa as transmissões de rádioou televisão difundidas a partir de um navio ou ins-talação no alto mar e dirigidas ao público em geral comviolação dos regulamentos internacionais, excluídas astransmissões de chamadas de socorro.

3 — Qualquer pessoa que efectue transmissões nãoautorizadas pode ser processada perante os tribunais:

a) Do Estado de bandeira do navio;b) Do Estado de registo da instalação;c) Do Estado do qual a pessoa é nacional;d) De qualquer Estado em que possam receber-se

as transmissões; oue) De qualquer Estado cujos serviços autorizados

de radiocomunicação sofram interferências.

4 — No alto mar, o Estado que tenha jurisdição deconformidade com o n.o 3 poderá, nos termos doartigo 110.o, deter qualquer pessoa ou apresar qualquernavio que efectue transmissões não autorizadas eapreender o equipamento emissor.

Artigo 110.o

Direito de visita

1 — Salvo nos casos em que os actos de ingerênciasão baseados em poderes conferidos por tratados, umnavio de guerra que encontre no alto mar um navioestrangeiro que não goze de completa imunidade deconformidade com os artigos 95.o e 96.o não terá odireito de visita, a menos que exista motivo razoávelpara suspeitar que:

a) O navio se dedica à pirataria;b) O navio se dedica ao tráfico de escravos;c) O navio é utilizado para efectuar transmissões

não autorizadas e o Estado de bandeira do naviode guerra tem jurisdição nos termos doartigo 109.o;

d) O navio não tem nacionalidade; oue) O navio tem, na realidade, a mesma naciona-

lidade que o navio de guerra, embora arvoreuma bandeira estrangeira ou se recuse a içara sua bandeira.

2 — Nos casos previstos no n.o 1, o navio de guerrapode proceder à verificação dos documentos que auto-rizem o uso da bandeira. Para isso, pode enviar umaembarcação ao navio suspeito, sob o comando de umoficial. Se, após a verificação dos documentos, as sus-peitas persistem, pode proceder a bordo do navio a umexame ulterior, que deverá ser efectuado com toda aconsideração possível.

3 — Se as suspeitas se revelarem infundadas e o naviovisitado não tiver cometido qualquer acto que as jus-

tifique, esse navio deve ser indemnizado por qualquerperda ou dano que possa ter sofrido.

4 — Estas disposições aplicam-se, mutatis mutandis,às aeronaves militares.

5 — Estas disposições aplicam-se também a quaisqueroutros navios ou aeronaves devidamente autorizadosque tragam sinais claros e sejam identificáveis comonavios e aeronaves ao serviço de um governo.

Artigo 111.o

Direito de perseguição

1 — A perseguição de um navio estrangeiro pode serempreendida quando as autoridades competentes doEstado costeiro tiverem motivos fundados para acreditarque o navio infringiu as suas leis e regulamentos. Aperseguição deve iniciar-se quando o navio estrangeiroou uma das suas embarcações se encontrar nas águasinteriores, nas águas arquipelágicas, no mar territorialou na zona contígua do Estado perseguidor, e só podecontinuar fora do mar territorial ou da zona contíguase a perseguição não tiver sido interrompida. Não énecessário que o navio que dá a ordem de parar a umnavio estrangeiro que navega pelo mar territorial oupela zona contígua se encontre também no mar ter-ritorial ou na zona contígua no momento em que onavio estrangeiro recebe a referida ordem. Se o navioestrangeiro se encontrar na zona contígua, como defi-nida no artigo 33.o, a perseguição só pode ser iniciadase tiver havido violação dos direitos para cuja protecçãoa referida zona foi criada.

2 — O direito de perseguição aplica-se, mutatismutandis, às infracções às leis e regulamentos do Estadocosteiro aplicáveis, de conformidade com a presenteConvenção, na zona económica exclusiva ou na plata-forma continental, incluindo as zonas de segurança emvolta das instalações situadas na plataforma continental,quando tais infracções tiverem sido cometidas nas zonasmencionadas.

3 — O direito de perseguição cessa no momento emque o navio perseguido entre no mar territorial do seupróprio Estado ou no mar territorial de um terceiroEstado.

4 — A perseguição não se considera iniciada até queo navio perseguidor se tenha certificado, pelos meiospráticos de que disponha, de que o navio perseguidoou uma das suas lanchas ou outras embarcações quetrabalhem em equipa e utilizando o navio perseguidocomo navio mãe, se encontram dentro dos limites domar territorial ou, se for o caso, na zona contígua, nazona económica exclusiva ou na plataforma continental.Só pode dar-se início à perseguição depois de ter sidoemitido sinal de parar, visual ou auditivo, a uma distânciaque permita ao navio estrangeiro vê-lo ou ouvi-lo.

5 — O direito de perseguição só pode ser exercidopor navios de guerra ou aeronaves militares, ou poroutros navios ou aeronaves que possuam sinais clarose sejam identificáveis como navios e aeronaves ao serviçode um governo e estejam para tanto autorizados.

6 — Quando a perseguição for efectuada por umaaeronave:

a) Aplicam-se, mutatis mutandis, as disposições dosn.os 1 a 4;

b) A aeronave que tenha dado a ordem de parardeve continuar activamente a perseguição donavio até que um navio ou uma outra aeronave

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do Estado costeiro, alertado pela primeira aero-nave, chegue ao local e continue a perseguição,a não ser que a aeronave possa por si só apresaro navio. Para justificar o apresamento de umnavio fora do mar territorial, não basta que aaeronave o tenha descoberto a cometer umainfracção, ou que seja suspeito de a ter come-tido, é também necessário que lhe tenha sidodada ordem para parar e que tenha sidoempreendida a perseguição sem interrupçãopela própria aeronave ou por outras aeronavesou navios.

7 — Quando um navio for apresado num lugar sub-metido à jurisdição de um Estado e escoltado até umporto desse Estado para investigação pelas autoridadescompetentes, não se pode pretender que seja posto emliberdade pelo simples facto de o navio e a sua escoltaterem atravessado uma parte da zona económica exclu-siva ou do alto mar, se as circunstâncias a isso obrigarem.

8 — Quando um navio for parado ou apresado forado mar territorial em circunstâncias que não justifiquemo exercício do direito de perseguição, deve ser indem-nizado por qualquer perda ou dano que possa ter sofridoem consequência disso.

Artigo 112.o

Direito de colocação de cabos e ductos submarinos

1 — Todos os Estados têm o direito de colocar cabose ductos submarinos no leito do alto mar além da pla-taforma continental.

2 — O n.o 5 do artigo 79.o aplica-se a tais cabos eductos.

Artigo 113.o

Ruptura ou danificação de cabos ou ductos submarinos

Todo o Estado deve adoptar as leis e regulamentosnecessários para que constituam infracções passíveis desanções a ruptura ou danificação, por um navio arvo-rando a sua bandeira ou por uma pessoa submetidaà sua jurisdição, de um cabo submarino no alto mar,causadas intencionalmente ou por negligência culposa,de modo que possam interromper ou dificultar as comu-nicações telegráficas ou telefónicas, bem como a rupturaou danificação, nas mesmas condições, de um cabo dealta tensão ou de um ducto submarino. Esta disposiçãoaplica-se também aos actos que tenham por objecto cau-sar essas rupturas ou danificações ou que possam teresse efeito. Contudo, esta disposição não se aplica àsrupturas ou às danificações cujos autores apenas actua-ram com o propósito legítimo de proteger a própriavida ou a segurança dos seus navios, depois de teremtomado todas as precauções necessárias para evitar talruptura ou danificação.

Artigo 114.o

Ruptura ou danificação de cabos ou de ductos submarinosprovocados por proprietários de outros cabos ou ductos submarinos

Todo o Estado deve adoptar as leis e regulamentosnecessários para que pessoas sob sua jurisdição quesejam proprietárias de um cabo ou de um ducto sub-marinos no alto mar e que, ao colocar ou reparar ocabo ou o ducto submarinos, provoquem a ruptura oua danificação de outro cabo ou de outro ducto sub-marinos, respondam pelo custo da respectiva reparação.

Artigo 115.o

Indemnização por perdas ocorridas para evitar danificaçõesa um cabo ou ducto submarinos

Todo o Estado deve adoptar as leis e regulamentosnecessários para que os proprietários de navios que pos-sam provar ter perdido uma âncora, uma rede ou qual-quer outro aparelho de pesca para evitar danificaçõesa um cabo ou um ducto submarinos sejam indemnizadospelo proprietário do cabo ou do ducto submarinos, desdeque o proprietário do navio tenha tomado previamentetodas as medidas de precaução razoáveis.

SECÇÃO 2

Conservação e gestão dos recursos vivos do alto mar

Artigo 116.o

Direito de pesca no alto mar

Todos os Estados têm direito a que os seus nacionaisse dediquem à pesca no alto mar, nos termos:

a) Das suas obrigações convencionais;b) Dos direitos e deveres, bem como dos interesses

dos Estados costeiros previstos, inter alia, non.o 2 do artigo 63.o e nos artigos 64.o a 67.o;

c) Das disposições da presente secção.

Artigo 117.o

Dever dos Estados de tomar em relação aos seus nacionais medidaspara a conservação dos recursos vivos do alto mar

Todos os Estados têm o dever de tomar ou de coo-perar com outros Estados para tomar as medidas que,em relação aos seus respectivos nacionais, possam sernecessárias para a conservação dos recursos vivos doalto mar.

Artigo 118.o

Cooperação entre Estados na conservação e gestão dos recursos vivos

Os Estados devem cooperar entre si na conservaçãoe gestão dos recursos vivos nas zonas do alto mar. OsEstados cujos nacionais aproveitem recursos vivos idên-ticos, ou recursos vivos diferentes situados na mesmazona, efectuarão negociações para tomar as medidasnecessárias à conservação de tais recursos vivos. Devemcooperar, quando apropriado, para estabelecer organi-zações sub-regionais ou regionais de pesca para tal fim.

Artigo 119.o

Conservação dos recursos vivos do alto mar

1 — Ao fixar a captura permissível e ao estabeleceroutras medidas de conservação para os recursos vivosno alto mar, os Estados devem:

a) Tomar medidas, com base nos melhores dadoscientíficos de que disponham os Estados inte-ressados, para preservar ou restabelecer aspopulações das espécies capturadas a níveis quepossam produzir o máximo rendimento cons-tante, determinado a partir de factores ecoló-gicos e económicos pertinentes, incluindo asnecessidades especiais dos Estados em desen-volvimento e tendo em conta os métodos de

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pesca, a interdependência das populações equaisquer normas mínimas internacionais geral-mente recomendadas, sejam elas sub-regionais,regionais ou mundiais;

b) Ter em conta os efeitos sobre as espécies asso-ciadas às espécies capturadas, ou delas depen-dentes, a fim de preservar ou restabelecer aspopulações de tais espécies associadas oudependentes acima de níveis em que a sua repro-dução possa ficar seriamente ameaçada.

2 — Periodicamente devem ser comunicadas ou tro-cadas informações científicas disponíveis, estatísticas decaptura e de esforço de pesca e outros dados pertinentespara a conservação das populações de peixes, por inter-médio das organizações internacionais competentes,sejam elas sub-regionais, regionais ou mundiais, quandoapropriado, e com a participação de todos os Estadosinteressados.

3 — Os Estados interessados devem assegurar que asmedidas de conservação e a aplicação das mesmas nãosejam discriminatórias, nem de direito nem de facto,para os pescadores de nenhum Estado.

Artigo 120.o

Mamíferos marinhos

O artigo 65.o aplica-se também à conservação e gestãodos mamíferos marinhos no alto mar.

PARTE VIII

Regime das ilhas

Artigo 121.o

Regime das ilhas

1 — Uma ilha é uma formação natural de terra,rodeada de água, que fica a descoberto na preia-mar.

2 — Salvo o disposto no n.o 3, o mar territorial, azona contígua, a zona económica exclusiva e a plata-forma continental de uma ilha serão determinados deconformidade com as disposições da presente Conven-ção aplicáveis a outras formações terrestres.

3 — Os rochedos que, por si próprios, não se prestamà habitação humana ou à vida económica não devemter zona económica exclusiva nem plataforma con-tinental.

PARTE IX

Mares fechados ou semifechados

Artigo 122.o

Definição

Para efeitos da presente Convenção, «mar fechadoou semifechado» significa um golfo, bacia ou marrodeado por dois ou mais Estados e comunicando comoutro mar ou com o oceano por uma saída estreita,ou formado inteira ou principalmente por mares ter-ritoriais e zonas económicas exclusivas de dois ou maisEstados costeiros.

Artigo 123.o

Cooperação entre Estados costeiros de mares fechadosou semifechados

Os Estados costeiros de um mar fechado ou semi-fechado deveriam cooperar entre si no exercício dosseus direitos e no cumprimento dos seus deveres nostermos da presente Convenção. Para esse fim, direc-tamente ou por intermédio de uma organização regionalapropriada, devem procurar:

a) Coordenar a conservação, gestão, exploração eaproveitamento dos recursos vivos do mar;

b) Coordenar o exercício dos seus direitos e o cum-primento dos seus deveres no que se refere àprotecção e preservação do meio marinho;

c) Coordenar as suas políticas de investigação cien-tífica e empreender, quando apropriado, pro-gramas conjuntos de investigação científica naárea;

d) Convidar, quando apropriado, outros Estadosinteressados ou organizações internacionais acooperar com eles na aplicação das disposiçõesdo presente artigo.

PARTE X

Direito de acesso ao mar e a partir do mardos Estados sem litoral e liberdade de trânsito

Artigo 124.o

Termos utilizados

1 — Para efeitos da presente Convenção:

a) «Estado sem litoral» significa um Estado quenão tenha costa marítima;

b) «Estado de trânsito» significa um Estado comou sem costa marítima situado entre um Estadosem litoral e o mar, através de cujo territóriopassa o tráfego em trânsito;

c) «Tráfego em trânsito» significa a passagem depessoas, bagagens, mercadorias e meios detransporte através do território de um ou maisEstados de trânsito, quando a passagem atravésde tal território, com ou sem transbordo, arma-zenamento, fraccionamento da carga oumudança de modo de transporte, seja apenasuma parte de uma viagem completa que comeceou termine dentro do território do Estado semlitoral;

d) «Meio de transporte» significa:

i) O material ferroviário rolante, as embar-cações marítimas, lacustres e fluviais eos veículos rodoviários;

ii) Quando as condições locais o exigirem,os carregadores e animais de carga.

2 — Os Estados sem litoral e os Estados de trânsitopodem, por mútuo acordo, incluir como meios de trans-porte ductos e gasoductos e outros meios de transportediferentes dos incluídos no n.o 1.

Artigo 125.o

Direito de acesso ao mar e a partir do mar e liberdade de trânsito

1 — Os Estados sem litoral têm o direito de acessoao mar e a partir do mar para exercerem os direitos

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conferidos na presente Convenção, incluindo os relativosà liberdade do alto mar e ao património comum dahumanidade. Para tal fim, os Estados sem litoral gozamde liberdade de trânsito através do território dos Estadosde trânsito por todos os meios de transporte.

2 — Os termos e condições para o exercício da liber-dade de trânsito devem ser acordados entre os Estadossem litoral e os Estados de trânsito interessados pormeio de acordos bilaterais, sub-regionais ou regionais.

3 — Os Estados de trânsito, no exercício da sua plenasoberania sobre o seu território, têm o direito de tomartodas as medidas necessárias para assegurar que os direi-tos e facilidades conferidos na presente parte aos Esta-dos sem litoral não prejudiquem de forma alguma osseus legítimos interesses.

Artigo 126.o

Exclusão da aplicação da cláusula da nação mais favorecida

As disposições da presente Convenção, bem comoacordos especiais relativos ao exercício do direito deacesso ao mar e a partir do mar, que estabeleçam direitose concedam facilidades em razão da situação geográficaespecial dos Estados sem litoral ficam excluídas da apli-cação da cláusula da nação mais favorecida.

Artigo 127.o

Direitos aduaneiros, impostos e outros encargos

1 — O tráfego em trânsito não deve estar sujeito aquaisquer direitos aduaneiros, impostos ou outros encar-gos, com excepção dos encargos devidos por serviçosespecíficos prestados com relação a esse tráfego.

2 — Os meios de transporte em trânsito e outras faci-lidades concedidas aos Estados sem litoral e por elesutilizados não devem estar sujeitos a impostos ou encar-gos mais elevados que os fixados para o uso dos meiosde transporte do Estado de trânsito.

Artigo 128.o

Zonas francas e outras facilidades aduaneiras

Para facilitar o tráfego em trânsito, podem ser esta-belecidas zonas francas ou outras facilidades aduaneirasnos portos de entrada e saída dos Estados de trânsito,mediante acordo entre estes Estados e os Estados semlitoral.

Artigo 129.o

Cooperação na construção e melhoramentos dos meios de transporte

Quando nos Estados de trânsito não existam meiosde transporte que permitam dar efeito ao exercício efec-tivo da liberdade de trânsito, ou quando os meios exis-tentes, incluindo as instalações e equipamentos portuá-rios, sejam deficientes, sob qualquer aspecto, os Estadosde trânsito e Estados sem litoral interessados podemcooperar na construção ou no melhoramento dessesmeios de transporte.

Artigo 130.o

Medidas para evitar ou eliminar atrasos ou outras dificuldadesde carácter técnico no tráfego em trânsito

1 — Os Estados de trânsito devem tomar todas asmedidas para evitar ou eliminar atrasos ou outras difi-culdades de carácter técnico no tráfego em trânsito.

2 — No caso de se verificarem tais atrasos ou difi-culdades, as autoridades competentes dos Estados detrânsito e Estados sem litoral interessados devem coo-perar para a sua pronta eliminação.

Artigo 131.o

Igualdade de tratamento nos portos marítimos

Os navios arvorando a bandeira de um Estado semlitoral devem gozar nos portos marítimos do mesmotratamento que o concedido a outros navios estran-geiros.

Artigo 132.o

Concessão de maiores facilidades de trânsito

A presente Convenção não implica de modo alguma retirada de facilidades de trânsito que sejam maioresque as previstas na presente Convenção e que tenhamsido acordadas entre os Estados Partes à presente Con-venção ou concedidas por um Estado Parte. A presenteConvenção não impede, também, a concessão de maio-res facilidades no futuro.

PARTE XI

A área

SECÇÃO 1

Disposições gerais

Artigo 133.o

Termos utilizados

Para efeitos da presente parte:

a) «Recursos» significa todos os recursos mineraissólidos, líquidos ou gasosos in situ na área, noleito do mar ou no seu subsolo, incluindo osnódulos polimetálicos;

b) Os recursos, uma vez extraídos da área, sãodenominados «minerais».

Artigo 134.o

Âmbito de aplicação da presente parte

1 — A presente parte aplica-se à área.2 — As actividades na área devem ser regidas pelas

disposições da presente parte.3 — Os requisitos relativos ao depósito e à publici-

dade a dar às cartas ou listas de coordenadas geográficasque indicam os limites referidos no n.o 1 do artigo 1.osão estabelecidos na parte VI.

4 — Nenhuma das disposições do presente artigoafecta o estabelecimento dos limites exteriores da pla-taforma continental de conformidade com a parte VInem a validade dos acordos relativos à delimitação entreEstados com costas adjacentes ou situadas frente afrente.

Artigo 135.o

Regime jurídico das águas e do espaço aéreo sobrejacentes

Nem a presente parte nem quaisquer direitos con-cedidos ou exercidos nos termos da mesma afectam oregime jurídico das águas sobrejacentes à área ou oespaço aéreo acima dessas águas.

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SECÇÃO 2

Princípios que regem a área

Artigo 136.o

Património comum da humanidade

A área e seus recursos são património comum dahumanidade.

Artigo 137.o

Regime jurídico da área e dos seus recursos

1 — Nenhum Estado pode reivindicar ou exercersoberania ou direitos de soberania sobre qualquer parteda área ou seus recursos; nenhum Estado ou pessoajurídica, singular ou colectiva, pode apropriar-se de qual-quer parte da área ou dos seus recursos. Não serãoreconhecidos tal reivindicação ou exercício de soberaniaou direitos de soberania nem tal apropriação.

2 — Todos os direitos sobre os recursos da área per-tencem à humanidade em geral, em cujo nome actuaráa Autoridade. Esses recursos são inalienáveis. Noentanto, os minerais extraídos da área só poderão seralienados de conformidade com a presente parte e comas normas, regulamentos e procedimentos da Auto-ridade.

3 — Nenhum Estado ou pessoa jurídica, singular oucolectiva, poderá reivindicar, adquirir ou exercer direitosrelativos aos minerais extraídos da área, a não ser deconformidade com a presente parte. De outro modo,não serão reconhecidos tal reivindicação, aquisição ouexercício de direitos.

Artigo 138.o

Comportamento geral dos Estados em relação à área

O comportamento geral dos Estados em relação àárea deve conformar-se com as disposições da presenteparte, com os princípios enunciados na Carta das NaçõesUnidas e com outras normas de direito internacional,no interesse da manutenção da paz e da segurança eda promoção da cooperação internacional e da com-preensão mútua.

Artigo 139.o

Obrigação de zelar pelo cumprimento e responsabilidade por danos

1 — Os Estados Partes ficam obrigados a zelar porque as actividades na área, realizadas quer por EstadosPartes, quer por empresas estatais ou por pessoas jurí-dicas, singulares ou colectivas, que possuam a nacio-nalidade dos Estados Partes ou se encontrem sob o con-trolo efectivo desses Estados ou dos seus nacionais,sejam realizadas de conformidade com a presente parte.A mesma obrigação incumbe às organizações interna-cionais por actividades que realizem na área.

2 — Sem prejuízo das normas de direito internacionale do artigo 22.o do anexo III, os danos causados pelonão cumprimento por um Estado Parte ou uma orga-nização internacional das suas obrigações, nos termosda presente parte, implicam responsabilidade; os Esta-dos Partes ou organizações internacionais que actuemem comum serão conjunta e solidariamente responsá-veis. No entanto, o Estado Parte não será responsávelpelos danos causados pelo não cumprimento da presenteparte por uma pessoa jurídica a quem esse Estado patro-cinou nos termos da alínea b) do n.o 2 do artigo 153.ose o Estado Parte tiver tomado todas as medidas neces-

sárias e apropriadas para assegurar o cumprimento efec-tivo do n.o 4 do artigo 153.o e do n.o 4 do artigo 4.odo anexo III.

3 — Os Estados Partes que sejam membros de orga-nizações internacionais tomarão medidas apropriadaspara assegurar a aplicação do presente artigo no quese refere a tais organizações.

Artigo 140.o

Benefício da humanidade

1 — As actividades da área devem ser realizadas, nostermos do previsto expressamente na presente parte,em benefício da humanidade em geral, independente-mente da situação geográfica dos Estados, costeiros ousem litoral, e tendo particularmente em conta os inte-resses e as necessidades dos Estados em desenvolvi-mento e dos povos que não tenham alcançado a plenaindependência ou outro regime de autonomia reconhe-cido pelas Nações Unidas de conformidade com a Reso-lução n.o 1514 (XV) e com as outras resoluções per-tinentes da sua Assembleia Geral.

2 — A Autoridade, através de mecanismo apropriado,numa base não discriminatória, deve assegurar a dis-tribuição equitativa dos benefícios financeiros e dosoutros benefícios económicos resultantes das actividadesna área, de conformidade com a subalínea i) da alínea f)do n.o 2 do artigo 160.o

Artigo 141.o

Utilização da área exclusivamente para fins pacíficos

A área está aberta à utilização exclusivamente parafins pacíficos por todos os Estados, costeiros ou semlitoral, sem discriminação e sem prejuízo das outras dis-posições da presente parte.

Artigo 142.o

Direitos e interesses legítimos dos Estados costeiros

1 — As actividades na área relativas aos depósitosde recursos que se estendem além dos limites da mesmadevem ser realizadas tendo em devida conta os direitose interesses legítimos do Estado costeiro sob cuja juris-dição se encontrem tais extensões daqueles depósitos.

2 — Devem ser efectuadas consultas com o Estadointeressado, incluindo um sistema de notificação prévia,a fim de se evitar qualquer violação de tais direitose interesses. Nos casos em que as actividades na áreapossam dar lugar ao aproveitamento de recursos sobjurisdição nacional, será necessário o consentimentoprévio do Estado costeiro interessado.

3 — Nem a presente parte nem quaisquer direitosconcedidos ou exercidos nos termos da mesma devemafectar os direitos dos Estados costeiros de tomaremmedidas compatíveis com as disposições pertinentes daparte XII que sejam necessárias para prevenir, atenuarou eliminar um perigo grave e iminente para o seu litoralou interesses conexos, resultantes de poluição ou deameaça de poluição ou de outros acidentes resultantesde ou causados por quaisquer actividades na área.

Artigo 143.o

Investigação científica marinha

1 — A investigação científica marinha na área deveser realizada exclusivamente com fins pacíficos e em

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benefício da humanidade em geral, de conformidadecom a parte XIII.

2 — A Autoridade pode realizar investigação cien-tífica marinha relativa à área e seus recursos e celebrarcontratos para tal fim. A Autoridade deve promovere impulsionar a realização da investigação científicamarinha na área, coordenar e difundir os resultadosde tal investigação e análises, quando disponíveis.

3 — Os Estados Partes podem realizar investigaçãocientífica marinha na área. Os Estados Partes devempromover a cooperação internacional no campo dainvestigação científica marinha na área:

a) Participando em programas internacionais eincentivando a cooperação no campo da inves-tigação científica marinha pelo pessoal de dife-rentes países e da Autoridade;

b) Assegurando que os programas sejam elabora-dos, por intermédio da Autoridade ou de outrasorganizações internacionais, conforme o caso,em benefício dos Estados em desenvolvimentoe dos Estados tecnologicamente menos desen-volvidos, com vista a:

i) Fortalecer a sua capacidade de inves-tigação;

ii) Formar o seu pessoal e o pessoal da Auto-ridade nas técnicas a aplicações de inves-tigação;

iii) Favorecer o emprego do seu pessoal qua-lificado na investigação na área;

c) Difundindo efectivamente os resultados de inves-tigação e análises, quando disponíveis, por inter-médio da Autoridade ou de outros canais inter-nacionais, quando apropriado.

Artigo 144.o

Transferência de tecnologia

1 — De conformidade com a presente Convenção, aAutoridade deve tomar medidas para:

a) Adquirir tecnologia e conhecimentos científicosrelativos às actividades na área;

b) Promover e incentivar a transferência de tal tec-nologia e conhecimentos científicos para osEstados em desenvolvimento, de modo quetodos os Estados Partes sejam beneficiados.

2 — Para tal fim a Autoridade e os Estados Partesdevem cooperar para promover a transferência de tec-nologia e conhecimentos científicos relativos às activi-dades realizadas na área de modo que a empresa e todosos Estados Partes sejam beneficiados. Em particular,devem iniciar e promover:

a) Programas para a transferência de tecnologiapara a empresa e para os Estados em desen-volvimento no que se refere às actividades naárea, incluindo, inter alia, facilidades de acessoda empresa e dos Estados em desenvolvimentoà tecnologia pertinente em modalidades e con-dições equitativas e razoáveis;

b) Medidas destinadas a assegurar o progresso datecnologia da empresa e da tecnologia nacionaldos Estados em desenvolvimento e em parti-cular mediante a criação de oportunidades paraa formação do pessoal da empresa e dos Estados

em desenvolvimento em matéria de ciência etecnologia marinhas e para a sua plena parti-cipação nas actividades na área.

Artigo 145.o

Protecção do meio marinho

No que se refere às actividades na área devem sertomadas as medidas necessárias, de conformidade coma presente Convenção, para assegurar a protecção eficazdo meio marinho contra os efeitos nocivos que possamresultar de tais actividades. Para tal fim, a Autoridadeadoptará normas, regulamentos e procedimentos apro-priados para, inter alia:

a) Prevenir, reduzir e controlar a poluição e outrosperigos para o meio marinho, incluindo o litoral,bem como a perturbação do equilíbrio ecológicodo meio marinho, prestando especial atençãoà necessidade de protecção contra os efeitosnocivos de actividades, tais como a perfuração,dragagem, escavações, lançamento de detritos,construção e funcionamento ou manutenção deinstalações, ductos e outros dispositivos relacio-nados com tais actividades;

b) Proteger e conservar os recursos naturais daárea e prevenir danos à flora e à fauna do meiomarinho.

Artigo 146.o

Protecção da vida humana

No que se refere às actividades na área, devem sertomadas as medidas necessárias para assegurar a pro-tecção eficaz da vida humana. Para tal fim, a Autoridadeadoptará normas, regulamentos e procedimentos apro-priados que complementem o direito internacional exis-tente tal como consagrado nos tratados sobre a matéria.

Artigo 147.o

Harmonização das actividades na área e no meio marinho

1 — As actividades na área devem ser realizadas,tendo razoavelmente em conta outras actividades nomeio marinho.

2 — As instalações, utilizadas para a realização deactividades na área, devem estar sujeitas às seguintescondições:

a) Serem construídas, colocadas e retiradas exclu-sivamente de conformidade com a presenteparte e segundo as normas, regulamentos e pro-cedimentos da autoridade. A construção, colo-cação e remoção de tais instalações devem serdevidamente notificadas e, sempre que neces-sário, devem ser assegurados meios permanen-tes para assinalar a sua presença;

b) Não serem colocadas onde possam interferir nautilização de rotas marítimas reconhecidas eessenciais para a navegação internacional ou emáreas de intensa actividade pesqueira;

c) Serem estabelecidas zonas de segurança emvolta de tais instalações, com sinais de nave-gação apropriados, para garantir a segurançada navegação e das instalações. A configuraçãoe localização de tais zonas de segurança devemser tais que não formem um cordão que impeçao acesso lícito dos navios a determinadas zonas

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marítimas ou a navegação por rotas marítimasinternacionais;

d) Serem utilizadas exclusivamente para fins pací-ficos;

e) Não terem o estatuto jurídico de ilhas. Estasinstalações não têm mar territorial próprio ea sua existência não afecta a delimitação do marterritorial, da zona económica exclusiva ou daplataforma continental.

3 — As demais actividades no meio marinho devemser realizadas tendo razoavelmente em conta as acti-vidades na área.

Artigo 148.o

Participação dos Estados em desenvolvimento nas actividades na área

A participação efectiva dos Estados em desenvolvi-mento nas actividades na área deve ser promovida talcomo expressamente previsto na presente parte, tendoem devida conta os seus interesses e necessidades espe-ciais e, em particular, a necessidade especial dos Estadosem desenvolvimento sem litoral ou em situação geo-gráfica desfavorecida de superarem os obstáculos resul-tantes da sua localização desfavorável, incluído o afas-tamento da área, e a dificuldade de acesso à área ea partir dela.

Artigo 149.o

Objectos arqueológicos e históricos

Todos os objectos de carácter arqueológico e históricoachados na área serão conservados ou deles se disporáem benefício da humanidade em geral, tendo parti-cularmente em conta os direitos preferenciais do Estadoou país de origem, do Estado de origem cultural oudo Estado de origem histórica e arqueológica.

SECÇÃO 3

Aproveitamento dos recursos da área

Artigo 150.o

Políticas gerais relativas às actividades na área

As actividades na área devem ser realizadas tal comoexpressamente previsto na presente parte de modo afomentar o desenvolvimento harmonioso da economiamundial e o crescimento equilibrado do comércio inter-nacional e a promover a cooperação internacional afavor do desenvolvimento geral de todos os países, espe-cialmente dos Estados em desenvolvimento e com vistaa assegurar:

a) O aproveitamento dos recursos da área;b) A gestão ordenada, segura e racional dos recur-

sos da área, incluindo a realização eficiente deactividades na área e, de conformidade com sãosprincípios de conservação, a evitação de des-perdícios desnecessários;

c) A ampliação das oportunidades de participaçãoem tais actividades, em particular de forma com-patível com os artigos 144.o e 148.o;

d) A participação da Autoridade nas receitas etransferência de tecnologia à empresa e aosEstados em desenvolvimento, tal como dispostona presente Convenção;

e) O aumento da disponibilidade dos minerais pro-venientes da área, na medida necessária para,juntamente com os obtidos de outras fontes,assegurar o abastecimento aos consumidores detais minerais;

f) A formação de preços justos e estáveis, remu-neradores para os produtores e razoáveis paraos consumidores, relativos aos minerais prove-nientes tanto da área como de outras fontes,e a promoção do equilíbrio a longo prazo entrea oferta e a procura;

g) Maiores oportunidades para que todos os Esta-dos Partes, independentemente do seu sistemasocial e económico ou situação geográfica, par-ticipem no aproveitamento dos recursos da áreae na prevenção da monopolização das activi-dades na área;

h) A protecção dos Estados em desenvolvimentono que se refere aos efeitos adversos nas suaseconomias ou nas suas receitas de exportação,resultantes de uma redução no preço de ummineral afectado ou no volume de exportaçãodesse mineral, na medida em que tal reduçãoseja causada por actividades na área, como pre-visto no artigo 151.o;

i) O aproveitamento do património comum embenefício da humanidade em geral;

j) Que as condições de acesso aos mercados deimportação de minerais provenientes dos recur-sos da área e de importação de produtos básicosobtidos de tais minerais não sejam mais van-tajosas que as de carácter mais favorável apli-cadas às importações provenientes de outrasfontes.

Artigo 151.o

Políticas de produção

1 — a) Sem prejuízo dos objectivos previstos noartigo 150.o, e para efeitos de aplicação da alínea h)do referido artigo, a Autoridade deve, actuando atravésdas instâncias existentes ou, segundo o caso, no quadrode novos ajustes ou acordos, com a participação de todasas partes interessadas, incluídos produtores e consumi-dores, tomar as medidas necessárias para promover ocrescimento, a eficiência e a estabilidade dos mercadosdos produtos básicos obtidos dos minerais provenientesda área, a preços remuneradores para os produtorese razoáveis para os consumidores. Todos os EstadosPartes devem cooperar para tal fim.

b) A Autoridade tem o direito de participar em qual-quer conferência sobre produtos básicos, cujos trabalhosse refiram àqueles, e na qual participem todas as partesinteressadas, incluídos produtores e consumidores. AAutoridade tem o direito de ser parte em qualquer ajusteou acordo que resulte de tais conferências. A partici-pação da Autoridade em quaisquer órgãos criados emvirtude desses ajustes ou acordos deve ser com respeitoà produção na área e efectuar-se de conformidade comas normas pertinentes desses órgãos.

c) A Autoridade deve cumprir as obrigações quetenha contraído em virtude de ajustes ou acordos refe-ridos no presente número de maneira a assegurar a suaaplicação uniforme e não discriminatória em relaçãoà totalidade da produção dos minerais em causa na área.Ao fazê-lo, a Autoridade deve actuar de forma com-

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patível com os termos dos contratos existentes e os pla-nos de trabalho aprovados da empresa.

2 — a) Durante o período provisório definido no n.o 3,a produção comercial não deve ser empreendida combase num plano de trabalho aprovado, até que o ope-rador tenha pedido e obtido da Autoridade uma auto-rização de produção. Essa autorização de produção nãopode ser pedida ou emitida antes de cinco anos da datado início previsto para a produção comercial nos termosdo plano de trabalho, a menos que, tendo em contaa natureza e o calendário de execução do projecto, outroperíodo seja estabelecido nas normas, regulamentos eprocedimentos da Autoridade.

b) No pedido de autorização de produção, o operadordeve especificar a quantidade anual de níquel que prevêextrair com base no plano de trabalho aprovado. Opedido deve incluir um plano de despesas a serem feitaspelo operador após o recebimento da autorização, asquais são razoavelmente calculadas para lhe permitiriniciar a produção comercial na data prevista.

c) Para efeitos das alíneas a) e b), a Autoridade deveestabelecer requisitos de execução apropriados, de con-formidade com o artigo 17.o do anexo III.

d) A Autoridade deve emitir uma autorização de pro-dução para o volume de produção pedido, a menos quea soma desse volume e dos volumes já autorizadosexceda, no decurso de qualquer ano de produção pla-neada compreendido no período provisório, o limitemáximo de produção de níquel, calculado de confor-midade com o n.o 4 no ano de emissão da autorização.

e) Uma vez emitida a autorização de produção, estae o pedido aprovado farão parte do plano de trabalhoaprovado.

f) Se, em virtude da alínea d), o pedido de autorizaçãofeito pelo operador for recusado, este pode submeterum novo pedido à Autoridade em qualquer momento.

3 — O período provisório começará cinco anos antesdo dia 1 de Janeiro do ano no qual está prevista a pri-meira produção comercial com base num plano de tra-balho aprovado. Se o início dessa produção comercialfor adiado para além do ano originalmente previsto,o início do período provisório e o tecto de produçãoinicialmente calculado deve ser reajustado em confor-midade. O período provisório deve durar 25 anos ouaté ao fim da Conferência de Revisão referida noartigo 155.o ou até ao dia da entrada em vigor dos novosajustes ou acordos referidos no n.o 1, prevalecendo ode prazo mais curto. Se os referidos ajustes ou acordoscaducarem ou deixarem de ter efeito por qualquermotivo, a Autoridade reassumirá os poderes estipuladosno presente artigo para o resto do período provisório.

4 — a) O tecto de produção para qualquer ano doperíodo provisório é a soma de:

i) A diferença entre os valores da curva de ten-dência do consumo de níquel, calculados de con-formidade com a alínea b), para o ano ime-diatamente anterior ao da primeira produçãocomercial e para o ano imediatamente anteriorao do início do período provisório;

ii) 60% da diferença entre os valores da curva detendência do consumo de níquel calculados deconformidade com a alínea b) para o ano parao qual seja pedida a autorização de produçãoe para o ano imediatamente anterior ao da pri-meira autorização de produção comercial.

b) Para efeitos da alínea a):

i) Os valores da curva de tendência utilizados paracalcular o tecto de produção de níquel devemser os valores do consumo anual de níquel numacurva de tendência calculada durante o ano noqual foi emitida uma autorização de produção.A curva de tendência deve ser calculada a partirda regressão linear dos logaritmos do consumoreal de níquel correspondente ao período de15 anos mais recente do qual se disponha dedados, sendo o tempo a variável independente.Esta curva de tendência deve ser denominadacurva de tendência inicial;

ii) Se a taxa anual de aumento indicada pela curvade tendência inicial for inferior a 3%, a curvade tendência utilizada para determinar as quan-tidades mencionadas na alínea a) deve ser umacurva que corte a curva de tendência inicial noponto que represente o valor do primeiro anodo período de 15 anos considerado e queaumente à razão de 3% ao ano. No entanto,o tecto de produção estabelecido para qualquerano do período provisório não pode excederem caso algum a diferença entre o valor da curvade tendência inicial para esse ano e o valor dacurva de tendência inicial para o ano imedia-tamente anterior ao do início do período pro-visório.

5 — A Autoridade deve reservar para a produção ini-cial da empresa uma quantidade de 38 000 toneladasmétricas de níquel da quantidade fixada como tecto deprodução disponível calculada de conformidade com on.o 4.

6 — a) Um operador pode, em qualquer ano, nãoalcançar o volume de produção anual de minerais pro-venientes de nódulos polimetálicos especificado na suaautorização de produção ou pode excedê-lo até 8%,desde que o volume global da produção não excedao especificado na autorização. Qualquer excedente,compreendido entre 8% e 20% em qualquer ano ouqualquer excedente no primeiro ano e nos anos pos-teriores a dois anos consecutivos em que houve exce-dente, deve ser negociado com a Autoridade, a qualpode exigir ao operador que obtenha uma autorizaçãode produção suplementar para cobrir a produçãoadicional.

b) Os pedidos para tal autorização de produção suple-mentar só podem ser examinados pela Autoridadequando esta tiver decidido sobre todos os pedidos pen-dentes submetidos pelos operadores que ainda nãotenham recebido autorizações de produção e depois deter tido devidamente em conta outros prováveis peti-cionários. A Autoridade deve guiar-se pelo princípiode não exceder a produção total autorizada com baseno tecto de produção em qualquer ano do período pro-visório. A Autoridade não deve autorizar, em qualquerplano de trabalho, a produção de uma quantidade queexceda 46 500 toneladas métricas de níquel por ano.

7 — Os volumes de produção de outros metais, taiscomo o cobre, cobalto e manganês, extraídos dos nódu-los polimetálicos obtidos de conformidade com umaautorização de produção, não devem ser superiores aosque teriam sido obtidos se o operador tivesse obtidodesses nódulos o volume máximo de níquel de confor-

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midade com o presente artigo. A Autoridade deve adop-tar normas, regulamentos e procedimentos de confor-midade com o artigo 17.o do anexo III para a aplicaçãodo presente número.

8 — Os direitos e obrigações relativos a práticas eco-nómicas desleais nos acordos comerciais multilateraispertinentes aplicam-se à exploração e aproveitamentodos minerais da área. Na solução de controvérsias rela-tivas à aplicação da presente disposição, os Estados Par-tes que sejam Partes em tais acordos comerciais mul-tilaterais podem recorrer aos procedimentos de soluçãode controvérsias previstas nesses acordos.

9 — A Autoridade tem o poder de limitar o volumede produção de minerais da área, que não sejam osminerais provenientes de nódulos polimetálicos, nascondições e segundo os métodos apropriados, mediantea adopção de regulamentos de conformidade com o n.o 8do artigo 161.o

10 — Por recomendação do conselho, baseada noparecer da Comissão de Planeamento Económico, aassembleia deve estabelecer um sistema de compensaçãoou tomar outras medidas de assistência para o reajusteeconómico, incluindo a cooperação com os organismosespecializados e outras organizações internacionais, emfavor dos países em desenvolvimento cujas receitas deexportação ou cuja economia sofram sérios prejuízoscom consequência de uma diminuição no preço ou novolume exportado de um mineral, na medida em quetal diminuição se deva a actividades na área. A Auto-ridade, quando solicitada, deve iniciar estudos sobre osproblemas desses Estados que possam ser mais grave-mente afectados, a fim de minimizar as suas dificuldadese prestar-lhes auxílio para o seu reajuste económico.

Artigo 152.o

Exercício de poderes e funções pela Autoridade

1 — A Autoridade deve evitar qualquer discriminaçãono exercício dos seus poderes e funções, inclusive naconcessão de oportunidades para realização de activi-dades na área.

2 — No entanto, atenção especial pode ser dispensadaaos países em desenvolvimento, particularmente àquelessem litoral ou em situação geográfica desfavorecida, emvirtude do expressamente previsto na presente parte.

Artigo 153.o

Sistema de exploração e aproveitamento

1 — As actividades na área devem ser organizadas,realizadas e controladas pela Autoridade em nome dahumanidade em geral de conformidade com o presenteartigo, bem como com outras disposições pertinentesda presente parte e dos anexos pertinentes e as normas,regulamentos e procedimentos da Autoridade.

2 — As actividades na área serão realizadas de con-formidade com o n.o 3:

a) Pela empresa;b) Em associação com a Autoridade, por Estados

Partes ou empresas estatais ou pessoas jurídicas,singulares ou colectivas, que possuam a nacio-nalidade de Estados Partes ou sejam efectiva-mente controladas por eles ou seus nacionais,quando patrocinadas por tais Estados, ou porqualquer grupo dos anteriores que preencha osrequisitos previstos na presente parte e noanexo III.

3 — As actividades na área devem ser realizadas deconformidade com um plano de trabalho formal escrito,preparado de conformidade com o anexo III e aprovadopelo conselho após exame pela Comissão Jurídica e Téc-nica. No caso das actividades na área, realizadas comautorização da Autoridade pelas entidades ou pessoasespecificadas na alínea b) do n.o 2, o plano de trabalhodeve ter a forma de um contrato, de conformidade como artigo 3.o do anexo III. Tal contrato pode prever ajustesconjuntos, de conformidade com o artigo 11.o doanexo III.

4 — A Autoridade deve exercer, sobre as actividadesna área, o controlo que for necessário para asseguraro cumprimento das disposições pertinentes da presenteparte e dos anexos pertinentes e das normas, regula-mentos e procedimentos da Autoridade e dos planosde trabalho aprovados de conformidade com o n.o 3.Os Estados Partes devem prestar assistência à Auto-ridade, tomando todas as medidas necessárias para asse-gurar tal cumprimento de conformidade com oartigo 139.o

5 — A Autoridade tem o direito de tomar a todoo momento quaisquer medidas previstas na presenteparte para assegurar o cumprimento das suas disposiçõese o exercício das funções de controlo e regulamentaçãoque lhe são conferidas em virtude da presente parteou de um contrato. A Autoridade tem o direito de ins-peccionar todas as instalações na área utilizadas paraactividades realizadas na mesma.

6 — Um contrato celebrado nos termos do n.o 3 devegarantir a titularidade do contratante. Por isso, o con-trato não deve ser modificado, suspenso ou rescindidosenão de conformidade com os artigos 18.o e 19.o doanexo III.

Artigo 154.o

Exame periódico

De cinco em cinco anos, a partir da entrada em vigorda presente Convenção, a assembleia deve proceder aum exame geral e sistemático da forma como o regimeinternacional da área, estabelecido pela Convenção, temfuncionado na prática. À luz desse exame, a assembleiapode tomar ou recomendar a outros órgãos que tomemmedidas de conformidade com as disposições e pro-cedimentos da presente parte e dos anexos correspon-dentes, que permitam aperfeiçoar o funcionamento doregime.

Artigo 155.o

Conferência de Revisão

1 — Quinze anos após o dia 1 de Janeiro do anodo início da primeira produção comercial com base numplano de trabalho aprovado, a assembleia convocaráuma conferência para revisão das disposições da pre-sente parte e dos anexos pertinentes que regulamentama exploração e o aproveitamento dos recursos da área.A Conferência de Revisão deve examinar em pormenor,à luz da experiência adquirida durante esse período:

a) Se as disposições da presente parte que regu-lamentam o sistema de exploração e aprovei-tamento dos recursos da área atingiram os seusobjectivos em todos os aspectos, inclusive sebeneficiaram a humanidade em geral;

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b) Se, durante o período de 15 anos, as áreas reser-vadas foram aproveitadas de modo eficaz e equi-librado em comparação com áreas não reser-vadas;

c) Se o desenvolvimento e a utilização da área edos seus recursos foram efectuados de modoa favorecer o desenvolvimento harmonioso daeconomia mundial e o crescimento equilibradodo comércio internacional;

d) Se foi impedida a monopolização das activida-des na área;

e) Se foram cumpridas as políticas estabelecidasnos artigos 150.o e 151.o;

f) Se o sistema permitiu a distribuição equitativade benefícios resultantes das actividades naárea, tendo particularmente em conta os inte-resses e necessidades dos Estados em desen-volvimento.

2 — A Conferência de Revisão deve igualmente asse-gurar a manutenção do princípio do património comumda humanidade, do regime internacional para o apro-veitamento equitativo dos recursos da área em benefíciode todos os países, especialmente dos Estados em desen-volvimento, e da existência de uma Autoridade que orga-nize, realize e controle as actividades na área. Devetambém assegurar a manutenção dos princípios esta-belecidos na presente parte relativos à exclusão de rei-vindicações ou do exercício de soberania sobre qualquerparte da área, aos direitos dos Estados e seu compor-tamento geral em relação à área bem como sua par-ticipação nas actividades na área de conformidade coma presente Convenção, à prevenção da monopolizaçãode actividades na área, à utilização da área exclusiva-mente para fins pacíficos, aos aspectos económicos dasactividades na área, à investigação científica marinha,à transferência de tecnologia, à protecção do meio mari-nho, à protecção da vida humana, aos direitos dos Esta-dos costeiros, ao estatuto jurídico das águas sobreja-centes à área e do espaço aéreo acima dessas águase à harmonização entre as actividades na área e outrasactividades no meio marinho.

3 — O procedimento para a tomada de decisões apli-cável à Conferência de Revisão deve ser o mesmo queo aplicável à Terceira Conferência das Nações Unidassobre o Direito do Mar. A Conferência deve fazer todoo possível para chegar a acordo sobre quaisquer emen-das por consenso, não devendo proceder a votação detais questões até que se tenham esgotado todos os esfor-ços para chegar a consenso.

4 — Se, cinco anos após o seu início, não tiver chegadoa acordo sobre o sistema de exploração e aproveita-mento dos recursos da área, a Conferência de Revisãopode, nos 12 meses seguintes, por maioria de três quartosdos Estados Partes, decidir a adopção e apresentaçãoaos Estados Partes para ratificação ou adesão das emen-das que mudem ou modifiquem o sistema que julguenecessárias e apropriadas. Tais emendas entrarão emvigor para todos os Estados Partes 12 meses após odepósito dos instrumentos de ratificação ou de adesãode dois terços dos Estados Partes.

5 — As emendas adoptadas pela Conferência deRevisão, de conformidade com o presente artigo, nãoafectam os direitos adquiridos em virtude de contratosexistentes.

SECÇÃO 4

A Autoridade

SUBSECÇÃO A

Disposições gerais

Artigo 156.o

Criação da Autoridade

1 — É criada a Autoridade Internacional dos FundosMarinhos, que funcionará de conformidade com a pre-sente parte.

2 — Todos os Estados Partes são ipso facto membrosda Autoridade.

3 — Os observadores na Terceira Conferência dasNações Unidas sobre o Direito do Mar que tenhamassinado a Acta Final e não estejam referidos nas alí-neas c), d), e) ou f) do n.o 1 do artigo 305.o, têm odireito de participar na Autoridade como observadoresde conformidade com as suas normas, regulamentos eprocedimentos.

4 — A Autoridade terá a sua sede na Jamaica.5 — A Autoridade pode criar os centros ou escritórios

regionais que julgue necessários para o exercício dassuas funções.

Artigo 157.o

Natureza e princípios fundamentais da Autoridade

1 — A Autoridade é a organização por intermédioda qual os Estados Partes, de conformidade com a pre-sente parte, organizam e controlam as actividades naárea, particularmente com vista à gestão dos recursosda área.

2 — A Autoridade tem os poderes e as funções quelhe são expressamente conferidos pela presente Con-venção. A Autoridade terá os poderes subsidiários, com-patíveis com a presente Convenção que sejam implícitose necessários ao exercício desses poderes e funções noque se refere às actividades na área.

3 — A Autoridade baseia-se no princípio da igualdadesoberana de todos os seus membros.

4 — Todos os membros da Autoridade devem cum-prir de boa-fé as obrigações contraídas de conformidadecom a presente parte, a fim de se assegurarem a cadaum os direitos e benefícios decorrentes da sua qualidadede membro.

Artigo 158.o

Órgãos da Autoridade

1 — São criados, como órgãos principais da Auto-ridade, uma assembleia, um conselho e um secretariado.

2 — É criada a empresa, órgão por intermédio doqual a Autoridade exercerá as funções mencionadas non.o 1 do artigo 170.o

3 — Podem ser criados, de conformidade com a pre-sente parte, os órgãos subsidiários considerados neces-sários.

4 — Compete a cada um dos órgãos principais daAutoridade e à empresa exercer os poderes e funçõesque lhes são conferidos. No exercício de tais poderese funções, cada órgão deve abster-se de tomar qualquermedida que possa prejudicar ou impedir o exercício dospoderes e funções específicos conferidos a um outroórgão.

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SUBSECÇÃO B

A assembleia

Artigo 159.o

Composição, procedimento e votação

1 — A assembleia é composta por todos os membrosda Autoridade. Cada membro tem um representantena assembleia o qual pode ser acompanhado por suplen-tes e assessores.

2 — A assembleia reunir-se-á em sessão ordináriaanual e em sessão extraordinária quando ela o decidirou quando for convocada pelo secretário-geral a pedidodo conselho ou da maioria dos membros da Autoridade.

3 — As sessões devem realizar-se na sede da Auto-ridade, a não ser que a assembleia decida de outro modo.

4 — A assembleia adoptará o seu regulamentointerno. No início de cada sessão ordinária, elege o seupresidente e os demais membros da mesa que considerenecessários. Estes devem manter-se em funções até àeleição de um novo presidente e demais membros damesa na sessão ordinária seguinte.

5 — O quórum é constituído pela maioria dos mem-bros da assembleia.

6 — Cada membro da assembleia dispõe de um voto.7 — As decisões sobre questões de procedimento,

incluindo as decisões de convocação de sessões extraor-dinárias da assembleia, devem ser tomadas por maioriados membros presentes e votantes.

8 — As decisões sobre questões de fundo serão toma-das por maioria de dois terços dos membros presentese votantes, desde que tal maioria inclua uma maioriados membros que participam na sessão. Em caso dedúvida sobre se uma questão é ou não de fundo, essaquestão será tratada como questão de fundo, a não serque a assembleia decida de outro modo, pela maioriarequerida para as decisões sobre questões de fundo.

9 — Quando uma questão de fundo for submetidaa votação pela primeira vez, o presidente pode e deve,se pelo menos uma quinta parte dos membros da assem-bleia o solicitar, adiar a decisão de submeter essa questãoa votação por um período não superior a cinco dias.A presente norma só pode ser aplicada a qualquer ques-tão uma vez e não deve ser aplicada para adiar a questãopara além do encerramento da sessão.

10 — Quando for apresentada ao presidente umapetição escrita que, apoiada por, pelo menos, um quartodos membros da Autoridade, solicite um parecer sobrea conformidade com a presente Convenção de uma pro-posta à assembleia sobre qualquer assunto, a assembleiadeve solicitar à Câmara de Controvérsias dos FundosMarinhos do Tribunal Internacional do Direito do Marque dê um parecer, e deve adiar a votação sobre talproposta até que a Câmara emita o seu parecer. Seo parecer não for recebido antes da última semana dasessão em que foi solicitado, a assembleia deve decidirquando se reunirá para votar a proposta adiada.

Artigo 160.o

Poderes e funções

1 — A assembleia, como único órgão da Autoridadecomposto por todos os seus membros, é consideradao órgão supremo da Autoridade, perante o qual devemresponder os outros órgãos principais tal como expres-samente previsto na presente Convenção. A assembleia

tem o poder de estabelecer a política geral sobre qual-quer questão ou assunto da competência da Autoridadede conformidade com as disposições pertinentes da pre-sente Convenção.

2 — Além disso, a assembleia tem os seguintes pode-res e funções:

a) Eleger os membros do conselho de conformi-dade com o artigo 161.o;

b) Eleger o secretário-geral de entre os candidatospropostos pelo conselho;

c) Eleger, por recomendação do conselho, osmembros do conselho de administração daempresa e o director-geral desta;

d) Criar, de conformidade com a presente parte,os órgãos subsidiários que julgue necessáriospara o exercício das suas funções. Na compo-sição destes órgãos devem ser tomadas emdevida conta o princípio da distribuição geo-gráfica equitativa, bem como os interesses espe-ciais e a necessidade de assegurar o concursode membros qualificados e competentes nasdiferentes questões técnicas de que se ocupemtais órgãos;

e) Determinar as contribuições dos membros parao orçamento administrativo da Autoridade deconformidade com uma escala acordada, combase na utilizada para o orçamento ordinárioda Organização das Nações Unidas, até que aAutoridade disponha de receitas suficientes pro-venientes de outras fontes para fazer frente aosseus encargos administrativos;

f) :i) Examinar e aprovar, por recomendação

do conselho, as normas, regulamentos eprocedimentos sobre a distribuição equi-tativa dos benefícios financeiros e outrosbenefícios económicos obtidos das acti-vidades na área, bem como os pagamen-tos e contribuições feitos de conformi-dade com o artigo 82.o, tendo particu-larmente em conta os interesses e neces-sidades dos Estados em desenvolvimentoe dos povos que não tenham alcançadoa plena independência ou outro regimede autonomia. Se a assembleia não apro-var as recomendações do conselho podedevolvê-las a este para reexame à luz dasopiniões expressas pela assembleia;

ii) Examinar e aprovar as normas, regula-mentos e procedimentos da Autoridadee quaisquer emendas aos mesmos, adop-tados provisoriamente pelo conselho, deconformidade com a subalínea ii) da alí-nea o) do n.o 2 do artigo 162.o Estas nor-mas, regulamentos e procedimentosdevem referir-se à prospecção, explora-ção e aproveitamento na área, à gestãofinanceira e administração interna daAutoridade e, por recomendação do con-selho de administração da empresa, àtransferência de fundos da empresa paraa Autoridade;

g) Decidir acerca da distribuição equitativa dosbenefícios financeiros e outros benefícios eco-nómicos obtidos das actividades na área, deforma compatível com a presente Convenção

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e com as normas, regulamentos e procedimentosda Autoridade;

h) Examinar e aprovar o projecto de orçamentoanual da Autoridade apresentado pelo con-selho;

i) Examinar os relatórios periódicos do conselhoe da empresa, bem como os relatórios especiaispedidos ao conselho ou a qualquer outro órgãoda Autoridade;

j) Proceder a estudos e fazer recomendações parapromoção da cooperação internacional relativaàs actividades na área e para o encorajamentodo desenvolvimento progressivo do direito inter-nacional neste domínio e sua codificação;

k) Examinar os problemas de carácter geral rela-cionados com as actividades na área, em par-ticular os que se apresentem aos Estados emdesenvolvimento, assim como os problemas decarácter geral relacionados com as actividadesna área que se apresentem aos Estados em vir-tude da sua situação geográfica, em particularaos Estados sem litoral ou em situação geográ-fica desfavorecida;

l) Estabelecer, por recomendação do conselhobaseada no parecer da Comissão de Planea-mento Económico, um sistema de compensaçãoou adoptar outras medidas de assistência parao reajuste económico de conformidade com on.o 10 do artigo 151.o;

m) Suspender o exercício de direitos e privilégiosinerentes à qualidade de membro, nos termosdo artigo 185.o;

n) Examinar qualquer questão ou assunto no âmbitode competência da Autoridade e decidir, deforma compatível com a distribuição de poderese funções entre os órgãos da Autoridade, qualdestes órgãos se deve ocupar de qualquer ques-tão ou assunto que não seja expressamente atri-buído a um órgão em particular.

SUBSECÇÃO C

O conselho

Artigo 161.o

Composição, procedimento e votação

1 — O conselho é composto de 36 membros da Auto-ridade, eleitos pela assembleia na seguinte ordem:

a) Quatro membros de entre os Estados Partesque, durante os últimos cinco anos para os quaisse disponha de estatísticas, tenham absorvidomais de 2% do consumo mundial total ou efec-tuado importações líquidas de mais de 2% dasimportações mundiais totais dos produtos bási-cos obtidos a partir das categorias de mineraisque venham a ser extraídos da área e, em qual-quer caso, um Estado da região da EuropaOriental (Socialista), bem como o maior con-sumidor;

b) Quatro membros de entre os oito Estados Partesque, directamente ou por intermédio dos seusnacionais, tenham feito os maiores investimen-tos na preparação e na realização de actividadesna área, incluindo, pelo menos, um Estado daregião da Europa Oriental (Socialista);

c) Quatro membros de entre os Estados Partesque, na base da produção nas áreas sob suajurisdição, sejam grandes exportadores líquidosdas categorias de minerais que venham a serextraídos da área, incluindo, pelo menos,dois Estados em desenvolvimento, cujas expor-tações de tais minerais tenham importância sub-stancial para a sua economia;

d) Seis membros de entre os Estados Partes emdesenvolvimento que representem interessesespeciais. Os interesses especiais a serem repre-sentados devem incluir os dos Estados comgrande população, os dos Estados sem litoralou em situação geográfica desfavorecida, os dosEstados que sejam grandes importadores dascategorias de minerais que venham a ser extraí-dos da área, os dos Estados que sejam produ-tores potenciais de tais minerais, e os dos Esta-dos menos desenvolvidos;

e) Dezoito membros eleitos de modo a asseguraro princípio de uma distribuição geográfica equi-tativa dos lugares do conselho no seu conjunto,no entendimento de que cada região geográficaconte, pelo menos, com um membro eleito emvirtude da presente alínea. Para tal efeito asregiões geográficas devem ser África, AméricaLatina, Ásia, Europa Ocidental e outros Esta-dos e Europa Oriental (Socialista).

2 — Na eleição dos membros do conselho de con-formidade com o n.o 1, a assembleia deve assegurarque:

a) Os Estados sem litoral e aqueles em situaçãogeográfica desfavorecida tenham uma represen-tação, na medida do razoável, proporcional àsua representação na assembleia;

b) Os Estados costeiros, em particular os Estadosem desenvolvimento, que não preencham ascondições enunciadas nas alíneas a), b), c) oud) do n.o 1, tenham uma representação, namedida do razoável, proporcional à sua repre-sentação na assembleia;

c) Cada grupo de Estados Partes que a ser repre-sentado no concelho esteja representado pelosmembros que sejam eventualmente propostospor esse grupo.

3 — As eleições são efectuadas nas sessões ordináriasda assembleia. Cada membro do conselho é eleito porquatro anos. Contudo, na primeira eleição o mandatode metade dos membros de cada um dos grupos previstosno n.o 1 é de dois anos.

4 — Os membros do conselho podem ser reeleitos,devendo, porém, ter-se em conta a conveniência da rota-ção de membros.

5 — O conselho funciona na sede da Autoridade edeve reunir-se com a frequência requerida pelos tra-balhos da Autoridade, mas pelo menos três vezes porano.

6 — O quórum é constituído pela maioria dos mem-bros do conselho.

7 — Cada membro do conselho dispõe de um voto.8 — a) As decisões sobre questões de procedimento

serão tomadas por maioria dos membros presentes evotantes.

b) As decisões sobre as questões de fundo que surjamem relação às alíneas f), g), h), i), n), p) e v) do n.o 2

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do artigo 162.o e com o artigo 191.o serão tomadas pormaioria de dois terços dos membros presentes e votan-tes, desde que tal maioria inclua uma maioria dos mem-bros do conselho.

c) As decisões sobre as questões de fundo que surjamem relação às disposições a seguir enumeradas serãotomadas por maioria de três quartos dos membros pre-sentes e votantes, desde que tal maioria inclua umamaioria dos membros do Conselho: n.o 1 do artigo 162.o;alíneas a), b), c), d), e), l), q), r), s) e t) do n.o 2 doartigo 162.o; alínea u) do n.o 2 do artigo 162.o, nos casosde não cumprimento por parte de um contratante oude um patrocinador; alínea w) do n.o 2 do artigo 162.o,desde que a obrigatoriedade das ordens dadas nos ter-mos dessa alínea não exceda 30 dias, salvo se confir-madas por uma decisão tomada de conformidade coma alínea d) deste número; alíneas x), y) e z) do n.o 2do artigo 162.o; n.o 2 do artigo 163.o; n.o 3 do artigo 174.o,e artigo 11.o do anexo IV.

d) As decisões sobre as questões de fundo que surjamem relação às alíneas m) e o) do n.o 2 do artigo 162.o,bem como a aprovação de emendas à parte XI serãotomadas por consenso.

e) Para efeitos das alíneas d), f) e g) do presentenúmero, «consenso» significa ausência de qualquerobjecção formal. Dentro dos 14 dias seguintes à apre-sentação de uma proposta ao conselho, o presidenteverificará se haveria uma objecção formal à sua apro-vação. Se o presidente do conselho constatar que haveriatal objecção criará e convocará nos três dias seguintesuma comissão de conciliação, integrada por não maisde nove membros do conselho cuja presidência assumirá,com o objectivo de conciliar as divergências e prepararuma proposta susceptível de ser aprovada por consenso.A comissão agirá imediatamente e relatará ao conselhonos 14 dias seguintes à sua constituição. Se a comissãonão puder recomendar uma proposta susceptível de seraprovada por consenso, indicará no seu relatório osmotivos que levaram à rejeição da proposta.

f) As decisões sobre as questões que não estejam enu-meradas nas alíneas precedentes e que o conselho estejaautorizado a tomar em virtude das normas, regulamen-tos e procedimentos da Autoridade ou a qualquer outrotítulo, serão tomadas de conformidade com as alíneasdo presente número especificadas nas normas, regula-mentos e procedimentos da Autoridade ou, não sendoaí especificadas, por decisão do conselho tomada porconsenso, se possível antecipadamente.

g) Em caso de dúvida sobre se uma questão se incluinas alíneas a), b), c) ou d), a questão será tratada comose estivesse incluída na alínea que exige a maioria maiselevada ou consenso, segundo o caso, a não ser queo conselho decida de outro modo por tal maioria ouconsenso.

9 — O conselho estabelecerá um procedimento peloqual um membro da Autoridade que não esteja repre-sentado no conselho possa enviar um representante paraassistir a uma sessão deste, quando esse membro o soli-citar ou quando o conselho examinar uma questão queo afecte particularmente. Tal representante poderá par-ticipar nos debates, mas sem direito de voto.

Artigo 162.o

Poderes e funções

1 — O conselho é o órgão executivo da Autoridade.O conselho tem o poder de estabelecer, de conformidade

com a presente Convenção e as políticas gerais esta-belecidas pela assembleia, as políticas específicas aserem seguidas pela Autoridade sobre qualquer questãoou assunto de sua competência.

2 — Além disso, o conselho:

a) Supervisionará e coordenará a aplicação das dis-posições da presente parte sobre todas as ques-tões e assuntos da competência da Autoridadee alertará a assembleia para os casos de nãocumprimento;

b) Proporá à assembleia uma lista de candidatospara a eleição do secretário-geral;

c) Recomendará à assembleia candidatos para aeleição dos membros do conselho de adminis-tração da empresa e do director-geral desta;

d) Estabelecerá, quando apropriado, e tendo emdevida conta as exigências de economia e efi-ciência, os órgãos subsidiários que considerenecessários para o exercício das suas funções,de conformidade com a presente parte. Na com-posição de tais órgãos subsidiários, será dadaênfase à necessidade de se assegurar o consensode membros qualificados e competentes nasmatérias técnicas pertinentes de que se ocupemesses órgãos, tendo em devida conta o princípioda distribuição geográfica equitativa e os inte-resses especiais;

e) Adoptará o seu regulamento interno, incluindoo método de designação do seu presidente;

f) Concluirá, em nome da Autoridade e no âmbitoda sua competência, com as Nações Unidas oucom outras organizações internacionais, acordossujeitos à aprovação da assembleia;

g) Examinará os relatórios da empresa e transmi-ti-los-á à assembleia com as suas recomen-dações;

h) Apresentará à assembleia relatórios anuais e osrelatórios especiais que esta lhe solicite;

i) Dará directrizes à empresa de conformidadecom o artigo 170.o;

j) Aprovará os planos de trabalho de conformi-dade com o artigo 6.o do anexo III. O conselhotomará uma decisão sobre cada plano de tra-balho nos 60 dias seguintes à sua apresentaçãopela Comissão Jurídica e Técnica a uma sessãodo conselho, de conformidade com os seguintesprocedimentos:

i) Quando a Comissão recomendar a apro-vação de um plano de trabalho, este seráconsiderado aprovado pelo conselho, amenos que um membro do conselhoapresente ao presidente uma objecçãoespecífica por escrito no prazo de 14 dias,na qual se alegue que não foram cum-pridos os requisitos do artigo 6.o doanexo III. Se houver uma objecção apli-car-se-á o procedimento de conciliaçãoda alínea e) do n.o 8 do artigo 161.o Se,uma vez concluído o procedimento deconciliação, a objecção ainda se mantiver,o plano de trabalho será consideradocomo aprovado pelo conselho, a menosque este o não aprove por consenso dosseus membros, excluindo qualquerEstado ou Estados que tenham apresen-tado o pedido ou patrocinado o pete-cionário;

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ii) Quando a Comissão recomendar a nãoaprovação de um plano de trabalho ounão fizer uma recomendação, o conselhopode aprová-lo por maioria de três quar-tos dos membros presentes e votantes,desde que tal maioria inclua a maioriados membros participantes na sessão;

k) Aprovará os planos de trabalho apresentadospela empresa de conformidade com o artigo 12.odo anexo IV, aplicando, mutatis mutandis, os pro-cedimentos previstos na alínea j);

l) Exercerá controlo sobre as actividades na área,de conformidade com o n.o 4 do artigo 153.oe com as normas, regulamentos e procedimentosda Autoridade;

m) Tomará, por recomendação da Comissão de Pla-neamento Económico e de conformidade coma alínea h) do artigo 150.o, as medidas neces-sárias e apropriadas para proteger os Estadosem desenvolvimento dos efeitos económicosadversos especificados nessa alínea;

n) Fará recomendações à assembleia, com base noparecer da Comissão de Planeamento Econó-mico, sobre o sistema de compensação ou outrasmedidas de assistência para o reajuste econó-mico como previsto no n.o 10 do artigo 151.o;

o) :i) Recomendará à assembleia normas, regu-

lamentos e procedimentos sobre a dis-tribuição equitativa dos benefícios finan-ceiros e outros benefícios económicosderivados das actividades na área e sobreos pagamentos e contribuições feitos nostermos do artigo 82.o, tendo particular-mente em conta os interesses e neces-sidades dos Estados em desenvolvimentoe dos povos que não tenham alcançadoa plena independência ou outro estatutode autonomia;

ii) Adoptará e aplicará provisoriamente, atéà sua aprovação pela assembleia, as nor-mas, os regulamentos e os procedimentosda Autoridade, e quaisquer emendas aosmesmos, tendo em conta as recomenda-ções da Comissão Jurídica e Técnica oude outro órgão subordinado pertinente.Estas normas, regulamentos e procedi-mentos referir-se-ão à prospecção, explo-ração e aproveitamento na área e à gestãofinanceira e administração interna daAutoridade. Será dada prioridade àadopção de normas, regulamentos e pro-cedimentos para a exploração e aprovei-tamento de nódulos polimetálicos. Asnormas, regulamentos e procedimentospara a exploração e aproveitamento dequalquer recurso que não nódulos poli-metálicos serão adoptados dentro dostrês anos a contar da data de um pedidofeito à Autoridade por qualquer dos seusmembros para que os adopte. Tais nor-mas, regulamentos e procedimentos per-manecerão em vigor, a título provisório,até serem aprovados pela assembleia ouemendados pelo conselho à luz das opi-niões expressas pela assembleia;

p) Fiscalizará a cobrança de todos os pagamentosfeitos à Autoridade e devidos a esta e relativosàs actividades realizadas nos termos da presenteparte;

q) Fará a selecção entre os peticionários de auto-rizações de produção de conformidade com oartigo 7.o do anexo III, quando tal selecção forexigida por essa disposição;

r) Apresentará à assembleia, para aprovação, oprojecto de orçamento anual da Autoridade;

s) Fará à assembleia recomendações sobre polí-ticas relativas a quaisquer questões ou assuntosda competência da Autoridade;

t) Fará à assembleia, de conformidade com oartigo 185.o, recomendações sobre a suspensãodo exercício dos direitos e privilégios inerentesà qualidade de membro;

u) Iniciará, em nome da Autoridade, procedimen-tos perante a Câmara de Controvérsias dos Fun-dos Marinhos nos casos de não cumprimento;

v) Notificará a assembleia da decisão da Câmarade Controvérsias dos Fundos Marinhos relativaaos processos instituídos nos termos da alínea u)e fará as recomendações que julgue apropriadasacerca das medidas a serem tomadas;

w) Emitirá ordens de emergência, inclusive ordensde suspensão ou de reajustamento das opera-ções, a fim de prevenir qualquer dano graveao meio marinho como consequência das acti-vidades na área;

x) Excluirá certas áreas do aproveitamento porcontratantes ou pela empresa, quando provasconcludentes indiquem o risco de danos gravesao meio marinho;

y) Criará um órgão subsidiário para a elaboraçãode projectos de normas, regulamentos e pro-cedimentos financeiros relativos:

i) À gestão financeira de conformidade comos artigos 171.o a 175.o;

ii) A questões financeiras de conformidadecom o artigo 13.o e a alínea c) do n.o 1do artigo 17.o do anexo III;

z) Estabelecerá mecanismos apropriados para diri-gir e supervisionar um corpo de inspectores quedevem fiscalizar as actividades na área paradeterminar se a presente parte, as normas, regu-lamentos e procedimentos da Autoridade, bemcomo as cláusulas e condições de qualquer con-tracto celebrado com a mesma estão sendocumpridos.

Artigo 163.o

Órgãos do conselho

1 — São criadas, como órgãos do conselho:

a) Uma Comissão de Planeamento Económico;b) Uma Comissão Jurídica e Técnica.

2 — Cada Comissão é composta de 15 membros elei-tos pelo conselho entre os candidatos apresentados pelosEstados Partes. Contudo, o conselho pode, se necessário,decidir aumentar o número de membros de qualquerdas Comissões, tendo em devida conta as exigênciasde economia e eficiência.

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3 — Os membros de uma Comissão devem ter qua-lificações adequadas no âmbito de competência dessaComissão. Os Estados Partes devem propor candidatosda mais alta competência e integridade que possuamqualificações nas matérias pertinentes, de modo a asse-gurar o funcionamento eficaz das Comissões.

4 — Na eleição dos membros das Comissões deve sertomada em devida conta a necessidade de uma distri-buição geográfica equitativa e de uma representaçãode interesses especiais.

5 — Nenhum Estado Parte pode propor mais de umcandidato para a mesma Comissão. Nenhuma pessoapode ser eleita para mais de uma Comissão.

6 — Os membros das Comissões são eleitos por cincoanos. Podem ser reeleitos para um novo mandato.

7 — Em caso de falecimento, incapacidade ou renún-cia de um membro de uma Comissão antes de ter expi-rado o seu mandato, o conselho elegerá um membroda mesma região geográfica ou categoria de interesses,que exercerá o cargo até ao termo desse mandato.

8 — Os membros das Comissões não devem ter inte-resses financeiros em qualquer actividade relacionadacom a exploração e aproveitamento na área. Sob reservadas suas responsabilidades perante as Comissões a quepertencerem, não revelarão, nem mesmo após o termodas suas funções, qualquer segredo industrial, qualquerdado que seja propriedade industrial e que seja trans-ferido para a Autoridade de conformidade com oartigo 14.o do anexo III, bem como qualquer outra infor-mação confidencial que chegue ao seu conhecimentoem virtude do desempenho das suas funções.

9 — Cada Comissão exercerá as suas funções de con-formidade com as orientações e directrizes adoptadaspelo conselho.

10 — Cada Comissão deve elaborar e submeter àaprovação do conselho as normas e os regulamentosnecessários ao desempenho eficaz das suas funções.

11 — Os procedimentos para a tomada de decisõesnas Comissões devem ser estabelecidos pelas normas,regulamentos e procedimentos da Autoridade. As reco-mendações ao conselho devem ser acompanhadas,quando necessário, de um resumo das divergências deopinião nas Comissões.

12 — Cada Comissão deve exercer normalmente assuas funções na sede da Autoridade e reunir-se coma frequência requerida pelo desempenho eficaz das suasfunções.

13 — No exercício das suas funções, cada Comissãopode consultar, quando apropriado, uma outra Comis-são, qualquer órgão competente das Nações Unidas oudas suas agências especializadas ou qualquer organiza-ção internacional com competência sobre o assuntoobjecto de consulta.

Artigo 164.o

Comissão de Planeamento Económico

1 — Os membros da Comissão de Planeamento Eco-nómico devem possuir as qualificações adequadas, desig-nadamente em matéria de actividades mineiras, de ges-tão de actividades relacionadas com os recursos mine-rais, de comércio internacional ou de economia inter-nacional. O conselho deve procurar que a composiçãoda Comissão reflicta todas as qualificações pertinentes.A Comissão deve incluir pelo menos dois membros dos

Estados em desenvolvimento cujas exportações das cate-gorias de minerais a serem extraídas da área tenhamconsequências importantes nas suas economias.

2 — A Comissão deve:

a) Propor, a pedido do conselho, medidas paraaplicar as decisões relativas às actividades naárea, tomadas de conformidade com a presenteConvenção;

b) Examinar as tendências da oferta, da procurae dos preços dos minerais que possam ser extraí-dos da área, bem como os factores que osinfluenciem, tendo em conta os interesses dospaíses importadores e dos países exportadorese, em particular, dos que entre eles forem Esta-dos em desenvolvimento;

c) Examinar qualquer situação susceptível de pro-vocar os efeitos adversos referidos na alínea b)do artigo 150.o e para a qual a sua atenção tenhasido chamada pelo Estado Parte ou pelos Esta-dos Partes interessados e fazer as recomenda-ções apropriadas ao conselho;

d) Propor ao conselho, para apresentação à assem-bleia, nos termos do n.o 10 e do artigo 151.o,um sistema de compensação ou outras medidasde assistência para o reajuste económico emfavor dos Estado em desenvolvimento quesofram efeitos adversos como consequência dasactividades na área. A Comissão deve fazer aoconselho as recomendações necessárias para aaplicação do sistema ou das medidas tomadasna assembleia, em casos concretos.

Artigo 165.o

Comissão Jurídica e Técnica

1 — Os membros da Comissão Jurídica e Técnicadevem possuir as qualificações adequadas designada-mente em matéria de exploração, aproveitamento e tra-tamento de minerais, oceanologia, protecção do meiomarinho ou assuntos económicos ou jurídicos relativosà mineração oceânica e outros domínios conexos. O con-selho deve procurar que a composição da Comissãoreflicta todas as qualificações pertinentes.

2 — A Comissão deve:

a) Fazer, a pedido do conselho, recomendaçõesrelativas ao exercício das funções da Auto-ridade;

b) Examinar os planos de trabalho formais escritosrelativos às actividades na área, de conformi-dade com o n.o 3 do artigo 153.o, bem comofazer recomendações apropriadas ao conselho.A Comissão deve fundamentar as suas recomen-dações unicamente nas disposições do anexo IIIe apresentar relatório completo ao conselhosobre o assunto;

c) Supervisionar, a pedido do conselho, as acti-vidades na área, em consulta e colaboração,quando necessário, com qualquer entidade oupessoa que realize tais actividades, ou com oEstado ou Estados interessados, e relatar aoconselho;

d) Preparar avaliações das consequências ecológi-cas das actividades na área;

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e) Fazer recomendações ao conselho sobre a pro-tecção do meio marinho, tendo em conta a opi-nião de peritos reconhecidos na matéria;

f) Elaborar e submeter ao conselho as normas,regulamentos e procedimentos referidos na alí-nea o) do n.o 2 do artigo 162.o tendo em contatodos os factores pertinentes, incluindo a ava-liação das consequências ecológicas das activi-dades na área;

g) Examinar continuadamente tais normas, regu-lamentos e procedimentos e, periodicamente,recomendar ao conselho as emendas que julguenecessárias ou desejáveis;

h) Fazer recomendações ao conselho relativas aoestabelecimento de um programa de controlosistemático para, regularmente, observar, medir,avaliar e analisar, mediante métodos científicosreconhecidos, os riscos ou as consequências dapoluição do meio marinho, proveniente de acti-vidades na área, assegurar-se de que a regu-lamentação vigente seja adequada e cumprida,bem como coordenar a execução do programade controlo sistemático aprovado pelo conselho;

i) Recomendar ao conselho, de conformidade coma presente parte e com os anexos pertinentes,o início, em nome da Autoridade, de proce-dimentos perante a Câmara de Controvérsiasdos Fundos Marinhos tendo particularmente emconta o artigo 18.o;

j) Fazer recomendações ao conselho relativas àsmedidas a tomar sobre uma decisão da Câmarade Controvérsias dos Fundos Marinhos nos pro-cedimentos iniciados em virtude da alínea i);

k) Recomendar ao conselho que emita ordens deemergência, inclusive ordens de suspensão oude reajuste de operações, a fim de prevenir qual-quer dano grave ao meio marinho decorrentedas actividades na área. O conselho deve exa-minar tais recomendações com carácter prio-ritário;

l) Recomendar ao conselho que exclua certasáreas do aproveitamento por contratantes oupela empresa, quando provas concludentes indi-quem o risco de danos graves ao meio marinho;

m) Fazer recomendações ao conselho sobre a direc-ção e supervisão de um corpo de inspectoresque devem fiscalizar as actividades na área, paradeterminar se as disposições da presente parte,as normas, regulamentos e procedimentos daAutoridade bem como as cláusulas e condiçõesde qualquer contrato celebrado com a mesmaestão sendo cumpridos;

n) Calcular o tecto de produção e, em nome daAutoridade, emitir autorizações de produçãonos termos dos n.os 2 a 7 do artigo 151.o depoisde o conselho ter feito a necessária selecçãoentre os peticionários de conformidade com oartigo 7.o do anexo III.

3 — No desempenho das suas funções de supervisãoe inspecção, os membros da Comissão serão acompa-nhados por um representante desse Estado ou parteinteressada, a pedido de qualquer Estado Parte ou deoutra parte interessada.

SUBSECÇÃO D

O secretariado

Artigo 166.o

O secretariado

1 — O secretariado da Autoridade compreende umsecretário-geral e o pessoal de que a Autoridade possanecessitar.

2 — O secretário-geral será eleito pela assembleiapara um mandato de quatro anos, de entre os candidatospropostos pelo conselho e podendo ser reeleito.

3 — O secretário-geral será o mais alto funcionárioadministrativo da Autoridade e, nessa qualidade, par-ticipará em todas as reuniões da assembleia do conselhoe de qualquer órgão subsidiário e desempenhará asdemais funções administrativas de que for incumbidopor esses órgãos.

4 — O secretário-geral apresentará à assembleia umrelatório anual sobre as actividades da Autoridade.

Artigo 167.o

O pessoal da Autoridade

1 — O pessoal da Autoridade é composto de fun-cionários qualificados nos domínios científico e técnico,e demais pessoal necessário ao desempenho das funçõesadministrativas da Autoridade.

2 — A consideração dominante ao recrutar e con-tratar o pessoal e ao determinar as suas condições deemprego será a necessidade de assegurar o mais altograu de eficiência, competência e integridade. Ressal-vada esta consideração, ter-se-á em devida conta aimportância de recrutar o pessoal numa base geográficatão ampla quanto possível.

3 — O pessoal é nomeado pelo secretário-geral. Asmodalidades e condições de nomeação, remuneraçãoe demissão do pessoal devem ser conformes com asnormas, regulamentos e procedimentos da Autoridade.

Artigo 168.o

Carácter internacional do secretariado

1 — No cumprimento dos seus deveres, o secretário--geral e o pessoal da Autoridade não solicitarão nemreceberão instruções de qualquer governo nem denenhuma outra fonte estranha à Autoridade. Abster--se-ão de qualquer acto que possa afectar a sua condiçãode funcionários internacionais, responsáveis unicamenteperante a Autoridade. Todo o Estado Parte compro-mete-se a respeitar o carácter exclusivamente interna-cional das funções do secretário-geral e do pessoal ea não procurar influenciá-los no desempenho das suasfunções. Qualquer não cumprimento, por parte de umfuncionário, das suas responsabilidades será submetidoa um tribunal administrativo apropriado, como previstonas normas, regulamentos e procedimentos da Auto-ridade.

2 — O secretário-geral e o pessoal não devem ter inte-resses financeiros em quaisquer actividades relacionadascom a exploração e aproveitamento na área. Sob reservadas suas responsabilidades perante a Autoridade, nãorevelarão, mesmo após o termo das suas funções, qual-quer segredo industrial, qualquer dado que seja pro-priedade industrial e que seja transferido para a Auto-ridade de conformidade com o artigo 14.o do anexo III,

5486-(131)N.o 238 — 14-10-1997 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A

bem como qualquer outra informação confidencial quechegue ao seu conhecimento em virtude do desempenhodas suas funções.

3 — O não cumprimento, por parte de um funcionárioda Autoridade, das demais obrigações enunciadas non.o 2 deve ser, a pedido de um Estado Parte, ou deuma pessoa jurídica, singular ou colectiva, patrocinadapor um Estado Parte nos termos da alínea b) do n.o 2do artigo 153.o e lesados por tal não cumprimento, sub-metido pela Autoridade contra o funcionário em causaperante um tribunal designado pelas normas, regula-mentos e procedimentos da Autoridade. A parte lesadaterá o direito de participar no processo. Se o tribunalo recomendar, o secretário-geral demitirá o funcionárioem causa.

4 — As normas, regulamentos e procedimentos daAutoridade incluirão as disposições necessárias para aaplicação do presente artigo.

Artigo 169.o

Consulta e cooperação com as organizaçõesinternacionais e não governamentais

1 — O secretário-geral concluirá, nos assuntos dacompetência da Autoridade e com a aprovação do con-selho, ajustes apropriados para consulta e cooperaçãocom as organizações internacionais e não governamen-tais reconhecidas pelo Conselho Económico e Socialdas Nações Unidas.

2 — Qualquer organização com a qual o secretário--geral tiver concluído um ajuste, nos termos do n.o 1,pode designar representantes para assistirem comoobservadores às reuniões dos órgãos da Autoridade, deconformidade com o regulamento interno destes órgãos.Serão estabelecidos procedimentos para que essas orga-nizações dêem a conhecer a sua opinião nos casosapropriados.

3 — O secretário-geral pode distribuir aos EstadosPartes relatórios escritos, apresentados pelas organiza-ções não governamentais referidas no n.o 1, sobre osassuntos que sejam da sua competência especial ou serelacionem com o trabalho da Autoridade.

SUBSECÇÃO E

A empresa

Artigo 170.o

A empresa

1 — A empresa é o órgão da Autoridade que realizarádirectamente as actividades na área, em aplicação daalínea a) do n.o 2 do artigo 153.o, bem como o transporte,o processamento e a comercialização dos mineraisextraídos da área.

2 — No quadro da personalidade jurídica internacio-nal da Autoridade, a empresa terá a capacidade jurídicaprevista no Estatuto que figura no anexo IV. A empresaagirá de conformidade com a presente Convenção ecom as normas, regulamentos e procedimentos da Auto-ridade, bem como com as políticas gerais estabelecidaspela assembleia, e estará sujeita às directrizes e ao con-trolo do conselho.

3 — A empresa terá a sua instalação principal na sededa Autoridade.

4 — A empresa será dotada, de conformidade como n.o 2 do artigo 173.o e o artigo 11.o do anexo IV,

dos fundos necessários ao desempenho das suas funçõese receberá a tecnologia prevista no artigo 144.o e nasdemais disposições pertinentes da presente Convenção.

SUBSECÇÃO F

Recursos financeiros da Autoridade

Artigo 171.o

Recursos financeiros da Autoridade

Os recursos financeiros da Autoridade incluirão:

a) As contribuições dos membros da Autoridadefixadas de conformidade com a alínea e) do n.o 2do artigo 160.o;

b) As receitas da Autoridade provenientes das acti-vidades na área, de conformidade com oartigo 13.o do anexo III;

c) Os fundos transferidos da empresa, de confor-midade com o artigo 10.o do anexo IV;

d) Os empréstimos contraídos nos termos doartigo 174.o;

e) As contribuições voluntárias dos membros oude outras entidades;

f) Os pagamentos efectuados, de conformidadecom o n.o 10 do artigo 151.o, a um fundo decompensação cujas fontes devem ser recomen-dadas pela Comissão de Planeamento Econó-mico.

Artigo 172.o

Orçamento anual da Autoridade

O secretário-geral preparará o projecto de orçamentoanual da Autoridade e submetê-lo-á ao conselho. Esteexaminará o projecto de orçamento anual e submetê-lo-áà assembleia com as respectivas recomendações. Aassembleia examinará e aprovará o projecto de orça-mento de conformidade com a alínea h) do n.o 2 doartigo 160.o

Artigo 173.o

Despesas da Autoridade

1 — As contribuições referidas na alínea a) doartigo 171.o serão depositadas numa conta especial parasatisfazer as despesas administrativas da Autoridade, atéque ela disponha de fundos suficientes provenientes deoutras fontes para cobrir essas despesas.

2 — Os fundos da Autoridade destinar-se-ão, em pri-meiro lugar, a cobrir as despesas administrativas. Àexcepção das contribuições referidas na alínea a) doartigo 171.o, os fundos restantes depois de cobertas asdespesas administrativas poderão, inter alia:

a) Ser distribuídos de conformidade com oartigo 140.o e com a alínea g) do n.o 2 doartigo 160.o;

b) Ser utilizados para proporcionar fundos àempresa, de conformidade com o n.o 4 doartigo 170.o;

c) Ser utilizados para compensar os Estados emdesenvolvimento de conformidade com n.o 4 doartigo 151.o e com alínea e) do n.o 2 doartigo 160.o

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Artigo 174.o

Capacidade da Autoridade para contrair empréstimos

1 — A Autoridade tem capacidade para contrairempréstimos.

2 — A assembleia fixará os limites da capacidade daAutoridade para contrair empréstimos, no regulamentofinanceiro que adoptará de conformidade com a alínea f)do n.o 2 do artigo 160.o

3 — O conselho exercerá o poder de contrair osempréstimos da Autoridade.

4 — Os Estados Partes não serão responsáveis pelasdívidas da Autoridade.

Artigo 175.o

Verificação anual das contas

Os registos, livros e contas da Autoridade, inclusiveos relatórios financeiros anuais, serão verificados todosos anos por um auditor independente designado pelaassembleia.

SUBSECÇÃO G

Estatuto jurídico, privilégios e imunidades

Artigo 176.o

Estatuto jurídico

A Autoridade tem personalidade jurídica internacio-nal e a capacidade jurídica necessária ao exercício dassuas funções e à consecução dos seus objectivos.

Artigo 177.o

Privilégios e imunidades

A Autoridade, a fim de poder exercer as suas funções,goza, no território de cada Estado Parte, dos privilégiose imunidades estabelecidos na presente subsecção. Osprivilégios e imunidades relativos à empresa são os esta-belecidos no artigo 13.o do anexo IV.

Artigo 178.o

Imunidade de jurisdição e de execução

A Autoridade, os seus bens e haveres gozam de imu-nidade de jurisdição e de execução, salvo na medidaem que a Autoridade renuncie expressamente a estaimunidade num caso particular.

Artigo 179.o

Imunidade de busca ou de qualquer forma de detenção

Os bens e haveres da Autoridade, onde quer quese encontrem e independentemente de quem os tiverem seu poder, gozam de imunidade de busca, requisição,confiscação, expropriação ou de qualquer outra formade detenção por acção executiva ou legislativa.

Artigo 180.o

Isenção de restrições, regulamentação, controlo e moratórias

Os bens e haveres da Autoridade estão isentos dequalquer tipo de restrições, regulamentação, controloe moratórias.

Artigo 181.o

Arquivos e comunicações oficiais da Autoridade

1 — Os arquivos da Autoridade são invioláveis, ondequer que se encontrem.

2 — Os dados que sejam propriedade industrial, osdados que constituam segredo industrial e as informa-ções análogas, bem como os processos do pessoal, nãosão colocados em arquivos acessíveis ao público.

3 — No que se refere às comunicações oficiais, cadaEstado Parte concederá à Autoridade um tratamentonão menos favorável do que o concedido por esse Estadoa outras organizações internacionais.

Artigo 182.o

Privilégios e imunidades de pessoas ligadas à Autoridade

Os representantes dos Estados Partes que assistama reuniões da assembleia, do conselho ou dos órgãosda assembleia ou do conselho, bem como o secretá-rio-geral e o pessoal da Autoridade, gozam no territóriode cada Estado Parte:

a) De imunidade de jurisdição e de execução noque respeita a actos praticados no exercício dassuas funções, salvo na medida em que o Estadoque representam ou a Autoridade, conforme ocaso, renuncie expressamente a esta imunidadenum caso particular;

b) Não sendo nacionais desse Estado Parte, dasmesmas isenções relativas a restrições de imi-gração, a formalidades de inscrição de estran-geiros e a obrigações do serviço nacional, dasmesmas facilidades em matéria de restriçõescambiais e do mesmo tratamento no que res-peita a facilidades de viagem que esse Estadoconceder aos representantes, funcionários eempregados de categoria equivalente de outrosEstados Partes.

Artigo 183.o

Isenção de impostos e de direitos alfandegários

1 — No âmbito das suas actividades oficiais, a Auto-ridade, seus haveres, bens e rendimentos, bem comoas suas operações e transacções autorizadas pela pre-sente Convenção, ficarão isentos de qualquer impostodirecto e os bens importados ou exportados pela Auto-ridade para seu uso oficial ficarão isentos de qualquerdireito aduaneiro. A Autoridade não reinvidicará isen-ção de taxas correspondentes a encargos por serviçosprestados.

2 — Quando a compra de bens ou serviços de umvalor considerável, necessários às actividades oficiais daAutoridade, for efectuada por esta, ou em seu nome,e quando o preço de tais bens ou serviços incluir impos-tos ou direitos, os Estados Partes tomarão, na medidado possível, as medidas apropriadas para conceder aisenção de tais impostos ou direitos ou para asseguraro seu reembolso. As mercadorias importadas ou adqui-ridas sob o regime de isenção previsto no presente artigonão devem ser vendidas nem de outro modo alienadasno território do Estado Parte que tiver concedido a isen-ção, excepto em condições acordadas com esse EstadoParte.

3 — Os Estados Partes não cobrarão directa ou indi-rectamente nenhum imposto sobre os vencimentos,

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emolumentos ou outros pagamentos feitos pela Auto-ridade ao secretário-geral e aos funcionários da Auto-ridade, bem como aos peritos que realizem missões paraa Autoridade, que não sejam nacionais desses Estados.

SUBSECÇÃO H

Suspensão do exercício de direitos e de privilégiosdos membros

Artigo 184.o

Suspensão do exercício do direito de voto

Qualquer Estado Parte, que esteja em atraso no paga-mento das suas contribuições financeiras à Autoridade,não poderá votar quando o montante das suas dívidasfor igual ou superior ao total das contribuições devidaspara os dois anos anteriores completos. Contudo, aassembleia poderá autorizar esse membro a votar, casoverifique que a mora é devida a circunstâncias alheiasà sua vontade.

Artigo 185.o

Suspensão do exercício de direitos e privilégios inerentesà qualidade de membro

1 — Qualquer Estado Parte que tenha violado gravee persistentemente as disposições da presente partepoderá, por recomendação do conselho, ser suspensopela assembleia do exercício de direitos e privilégiosinerentes à qualidade de membro.

2 — Nenhuma decisão pode ser tomada nos termosdo n.o 1, até que a Câmara de Controvérsias dos FundosMarinhos tenha determinado que um Estado Parte vio-lou grave e persistentemente as disposições da presenteparte.

SECÇÃO 5

Solução de controvérsias e pareceres consultivos

Artigo 186.o

Câmara de Controvérsias dos Fundos Marinhos do TribunalInternacional do Direito do Mar

O estabelecimento da Câmara de Controvérsias dosFundos Marinhos e o modo como exercerá a sua com-petência serão regidos pelas disposições da presente sec-ção, da parte XV e do anexo VI.

Artigo 187.o

Competência da Câmara de Controvérsias dos Fundos Marinhos

A Câmara de Controvérsias dos Fundos Marinhosterá competência, nos termos da presente parte e dosanexos com ela relacionados, para solucionar as seguin-tes categorias de controvérsias referentes a actividadesna área:

a) Controvérsias entre Estados Partes relativas àinterpretação ou aplicação da presente parte edos anexos com ela relacionados;

b) Controvérsias entre um Estado Parte e a Auto-ridade relativas a:

i) Actos ou omissões da Autoridade ou deum Estado Parte que se alegue consti-tuírem violação das disposições da pre-sente parte ou dos anexos com ela rela-cionados ou das normas, regulamentos

e procedimentos da Autoridade adopta-dos de conformidade com as mesmas dis-posições; ou

ii) Actos de Autoridade que se alegue cons-tituírem abuso ou desvio de poder;

c) Controvérsias entre partes num contrato, querse trate de Estados Partes, da Autoridade ouda empresa, de empresas estatais e de pessoasjurídicas, singulares ou colectivas, referidas naalínea b) do n.o 2 do artigo 153.o, relativas a:

i) Interpretação ou execução de um con-trato ou de um plano de trabalho; ou

ii) Actos ou omissões de uma parte no con-trato relacionados com actividades naárea que afectem a outra parte ou pre-judiquem directamente os seus legítimosinteresses;

d) Controvérsias entre a Autoridade e um candi-dato a contratante que tenha sido patrocinadopor um Estado, nos termos da alínea b) do n.o 2do artigo 153.o, e preenchido devidamente ascondições estipuladas no n.o 6 do artigo 4.o eno n.o 2 do artigo 13.o do anexo III, relativasa uma denegação de um contrato ou a umaquestão jurídica suscitada na negociação docontrato;

e) Controvérsias entre a Autoridade e um EstadoParte, uma empresa estatal ou uma pessoa jurí-dica, singular ou colectiva, patrocinada por umEstado Parte nos termos da alínea b) do n.o 2do artigo 153.o, quando se alegue que a Auto-ridade incorreu em responsabilidade nos termosdo artigo 22.o do anexo III;

f) Quaisquer outras controvérsias relativamente àsquais a jurisdição da Câmara esteja expressa-mente prevista na presente Convenção.

Artigo 188.o

Submissão de controvérsias a uma câmara especial do Tribunal Inter-nacional do Direito do Mar ou a uma câmara ad hoc da Câmarade Controvérsias dos Fundos Marinhos ou a uma arbitragemcomercial obrigatória.

1 — As controvérsias entre Estados Partes referidasna alínea a) do artigo 187.o podem ser submetidas:

a) A pedido das partes na controvérsia, a umacâmara especial do Tribunal Internacional doDireito do Mar constituída de conformidadecom os artigos 15.o e 17.o do anexo VI; ou

b) A pedido de qualquer das partes na controvér-sia, a uma câmara ad hoc da Câmara de Con-trovérsias dos Fundos Marinhos constituída deconformidade com o artigo 36.o do anexo VI.

2 — a) As controvérsias relativas à interpretação ouexecução de um contrato referidas na subalínea i) daalínea c) do artigo 187.o serão submetidas, a pedidode qualquer das partes na controvérsia, uma arbitragemcomercial obrigatória, salvo acordo em contrário daspartes. O tribunal arbitral comercial, a que a contro-vérsia seja submetida, não terá jurisdição para decidirsobre qualquer questão de interpretação da presenteConvenção. Quando a controvérsia suscitar tambémuma questão de interpretação da parte XI e dos anexos

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com ela relacionados relativamente às actividades naárea, essa questão será remetida à Câmara de Con-trovérsias dos Fundos Marinhos para decisão.

b) Se, no início ou no decurso de tal arbitragem, otribunal arbitral comercial determinar, a pedido de umadas partes na controvérsia ou por iniciativa própria, quea sua decisão depende de uma decisão da Câmara deControvérsias dos Fundos Marinhos, o tribunal arbitralremeterá tal questão à Câmara para esta se pronunciar.O tribunal arbitral proferirá em seguida sentença deconformidade com a decisão da Câmara de Controvér-sias dos Fundos Marinhos.

c) Na ausência de disposição no contrato sobre oprocedimento arbitral a aplicar a uma controvérsia, aarbitragem processar-se-á de conformidade com asRegras de Arbitragem da Comissão das Nações Unidassobre o Direito Comercial Internacional (UNCITRAL)ou com quaisquer outras regras de arbitragem sobrea matéria estabelecida nas normas, regulamentos e pro-cedimentos da Autoridade, salvo acordo em contráriodas partes na controvérsia.

Artigo 189.o

Limitação da competência relativa a decisões da Autoridade

A Câmara de Controvérsias dos Fundos Marinhosnão terá competência para se pronunciar sobre o exer-cício pela Autoridade dos poderes discricionários quelhe são conferidos pela presente parte; em nenhum casoa Câmara se substituirá à Autoridade no exercício dospoderes discricionários desta. Sem prejuízo do dispostono artigo 191.o, a Câmara de Controvérsias dos FundosMarinhos, ao exercer a sua competência nos termos doartigo 187.o, não se pronunciará sobre a questão da con-formidade com a presente Convenção das normas, regu-lamentos e procedimentos da Autoridade, nem decla-rará a invalidade de tais normas, regulamentos e pro-cedimentos. A competência da Câmara limitar-se-á adecidir se a aplicação de quaisquer normas, regulamen-tos e procedimentos da Autoridade em casos particu-lares estaria em conflito com as obrigações contratuaisdas partes na controvérsia ou com as obrigações emer-gentes da presente Convenção, bem como decidir ospedidos relativos a abuso ou desvio de poder e pedidospor perdas e danos ou outras indemnizações a seremdevidas à parte interessada por não cumprimento pelaoutra parte das suas obrigações contratuais ou emer-gentes da presente Convenção.

Artigo 190.o

Participação e intervenção nos procedimentospelos Estados Partes patrocinadores

1 — Se uma pessoa jurídica, singular ou colectiva, forparte em qualquer das controvérsias referidas noartigo 187.o, o Estado patrocinador será disso notificadoe terá o direito de participar nos procedimentos pormeio de declarações escritas ou orais.

2 — Se, numa controvérsia mencionada na alínea c)do artigo 187.o, for intentada uma acção contra umEstado Parte por pessoa jurídica, singular ou colectivapatrocinada por outro Estado Parte, o Estado contrao qual a acção for intentada poderá requerer que oEstado que patrocina essa pessoa intervenha no pro-cedimento em nome da mesma. Não ocorrendo tal inter-venção, o Estado contra o qual a acção é intentada

poderá fazer-se representar por pessoa colectiva da suanacionalidade.

Artigo 191.o

Pareceres consultivos

A Câmara de Controvérsias dos Fundos Marinhosemitirá, a pedido da assembleia ou do conselho, pare-ceres consultivos sobre questões jurídicas que se sus-citem no âmbito das suas actividades. Tais pareceresserão emitidos com carácter de urgência.

PARTE XII

Protecção e preservação do meio marinho

SECÇÃO 1

Disposições gerais

Artigo 192.o

Obrigação geral

Os Estados têm a obrigação de proteger e preservaro meio marinho.

Artigo 193.o

Direito de soberania dos Estados para aproveitaros seus recursos naturais

Os Estados têm o direito de soberania para aproveitaros seus recursos naturais de acordo com a sua políticaem matéria de meio ambiente e de conformidade como seu dever de proteger e preservar o meio marinho.

Artigo 194.o

Medidas para prevenir, reduzir e controlar a poluiçãodo meio marinho

1 — Os Estados devem tomar, individual ou conjun-tamente, como apropriado, todas as medidas compa-tíveis com a presente Convenção que sejam necessáriaspara prevenir, reduzir e controlar a poluição do meiomarinho, qualquer que seja a sua fonte, utilizando paraeste fim os meios mais viáveis de que disponham e deconformidade com as suas possibilidades, e devem esfor-çar-se por harmonizar as suas políticas a esse respeito.

2 — Os Estados devem tomar todas as medidas neces-sárias para garantir que as actividades sob sua jurisdiçãoou controlo se efectuem de modo a não causar prejuízospor poluição a outros Estados e ao seu meio ambiente,e que a poluição causada por incidentes ou actividadessob sua jurisdição ou controlo não se estenda além dasáreas onde exerçam direitos de soberania, de confor-midade com a presente Convenção.

3 — As medidas tomadas, de acordo com a presenteparte, devem referir-se a todas as fontes de poluiçãodo meio marinho. Estas medidas devem incluir, interalia, as destinadas a reduzir tanto quanto possível:

a) A emissão de substâncias tóxicas, prejudiciaisou nocivas, especialmente as não degradáveis,provenientes de fontes terrestres, da atmosferaou através dela, ou por alijamento;

b) A poluição proveniente de embarcações, emparticular medidas para prevenir acidentes eenfrentar situações de emergência, garantir asegurança das operações no mar, prevenir des-cargas intencionais ou não e regulamentar o pro-

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jecto, construção, equipamento, funcionamentoe tripulação das embarcações;

c) A poluição proveniente de instalações e dispo-sitivos utilizados na exploração ou aproveita-mento dos recursos naturais do leito do mare do seu subsolo, em particular medidas paraprevenir acidentes e enfrentar situações deemergência, garantir a segurança das operaçõesno mar e regulamentar o projecto, construção,equipamento, funcionamento e tripulação detais instalações ou dispositivos;

d) A poluição proveniente de outras instalaçõese dispositivos que funcionem no meio marinho,em particular medidas para prevenir acidentese enfrentar situações de emergência, garantira segurança das operações no mar e regulamen-tar o projecto, construção, equipamento, fun-cionamento e tripulação de tais instalações oudispositivos.

4 — Ao tomar medidas para prevenir, reduzir ou con-trolar a poluição do meio marinho, os Estados devemabster-se de qualquer ingerência injustificável nas acti-vidades realizadas por outros Estados no exercício dedireitos e no cumprimento de deveres de conformidadecom a presente Convenção.

5 — As medidas tomadas de conformidade com a pre-sente parte devem incluir as necessárias para protegere preservar os ecossistemas raros ou frágeis, bem comoo habitat de espécies e outras formas de vida marinhaem vias de extinção, ameaçadas ou em perigo.

Artigo 195.o

Dever de não transferir danos ou riscos ou de não transformarum tipo de poluição em outro

Ao tomar medidas para prevenir, reduzir e controlara poluição do meio marinho, os Estados devem agirde modo a não transferir directa ou indirectamente osdanos ou riscos de uma zona para outra ou a não trans-formar um tipo de poluição em outro.

Artigo 196.o

Utilização de tecnologias ou introdução de espécies estranhas ou novas

1 — Os Estados devem tomar todas as medidas neces-sárias para prevenir, reduzir e controlar a poluição domeio marinho resultante da utilização de tecnologiassob sua jurisdição ou controlo, ou a introdução inten-cional ou acidental num sector determinado do meiomarinho de espécies estranhas ou novas que nele possamprovocar mudanças importantes e prejudiciais.

2 — O disposto no presente artigo não afecta a apli-cação da presente Convenção no que se refere à pre-venção, redução e controlo da poluição do meio mari-nho.

SECÇÃO 2

Cooperação mundial e regional

Artigo 197.o

Cooperação no plano mundial ou regional

Os Estados devem cooperar no plano mundial e,quando apropriado, no plano regional, directamente oupor intermédio de organizações internacionais compe-

tentes, na formulação e elaboração de regras e normas,bem como práticas e procedimentos recomendados decarácter internacional que sejam compatíveis com a pre-sente Convenção, para a protecção e preservação domeio marinho, tendo em conta as características própriasde cada região.

Artigo 198.o

Notificação de danos iminentes ou reais

Quando um Estado tiver conhecimento de casos emque o meio marinho se encontre em perigo iminentede sofrer danos por poluição, ou já os tenha sofrido,deve notificá-lo imediatamente a outros Estados quejulgue possam vir a ser afectados por esses danos, bemcomo às organizações internacionais competentes.

Artigo 199.o

Planos de emergência contra a poluição

Nos casos mencionados no artigo 198.o, os Estadosda zona afectada, na medida das suas possibilidades,e as organizações internacionais competentes devemcooperar tanto quanto possível para eliminar os efeitosda poluição e prevenir ou reduzir ao mínimo os danos.Para tal fim, os Estados devem elaborar e promoverem conjunto planos de emergência para enfrentar inci-dentes de poluição no meio marinho.

Artigo 200.o

Estudos, programas de investigação e trocade informações e dados

Os Estados devem cooperar, directamente ou porintermédio de organizações internacionais competentes,para promover estudos, realizar programas de inves-tigação científica e estimular a troca das informaçõese dos dados obtidos relativamente à poluição do meiomarinho. Os Estados devem procurar participar acti-vamente nos programas regionais e mundiais, com vistaa adquirir os conhecimentos necessários para avaliaçãoda natureza e grau de poluição, efeitos da exposiçãoà mesma, seu trajecto, riscos e soluções aplicáveis.

Artigo 201.o

Critérios científicos para a regulamentação

À luz das informações e dados adquiridos nos termosdo artigo 200.o, os Estados devem cooperar, directa-mente ou por intermédio das organizações internacio-nais competentes, no estabelecimento de critérios cien-tíficos apropriados para a formulação e elaboração deregras e normas, bem como práticas e procedimentosrecomendados, para prevenir, reduzir e controlar apoluição do meio marinho.

SECÇÃO 3

Assistência técnica

Artigo 202.o

Assistência científica e técnica aos Estados em desenvolvimento

Os Estados, directamente ou por intermédio das orga-nizações internacionais competentes, devem:

a) Promover programas de assistência científica,educativa, técnica e de outra índole aos Estados

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em desenvolvimento para protecção e preser-vação do meio marinho e prevenção, reduçãoe controlo da poluição marinha. Essa assistênciadeve consistir, inter alia, em:

i) Formar pessoal científico e técnico;ii) Facilitar a participação desse pessoal em

programas internacionais pertinentes;iii) Proporcionar-lhes o equipamento e as

facilidades necessárias;iv) Aumentar a sua capacidade para fabricar

esse equipamento;v) Fornecer serviços de assessoria e desen-

volver meios materiais para os programasde investigação, controlo sistemático,educação e outros;

b) Prestar assistência apropriada, especialmenteaos Estados em desenvolvimento, para minimi-zar os efeitos dos acidentes importantes que pos-sam provocar uma poluição grave do meiomarinho;

c) Prestar assistência apropriada, especialmenteaos Estados em desenvolvimento, no que serefere à preparação de avaliações ecológicas.

Artigo 203.o

Tratamento preferencial para os Estados em desenvolvimento

A fim de prevenir, reduzir e controlar a poluição domeio marinho ou minimizar os seus efeitos, as orga-nizações internacionais devem dar um tratamento pre-ferencial aos Estados em desenvolvimento no que serefere à:

a) Distribuição de fundos e assistência técnicaapropriadas; e

b) Utilização dos seus serviços especializados.

SECÇÃO 4

Controlo sistemático e avaliação ecológica

Artigo 204.o

Controlo sistemático dos riscos de poluição ou efeitos de poluição

1 — Os Estados, directamente ou por intermédio dasorganizações internacionais competentes, devem procu-rar, na medida do possível e tomando em consideraçãoos direitos de outros Estados, observar, medir, avaliare analisar, mediante métodos científicos reconhecidos,os riscos ou efeitos de poluição do meio marinho.

2 — Em particular, os Estados devem manter sob vigi-lância os efeitos de quaisquer actividades por eles auto-rizadas ou a que se dediquem a fim de determinaremse as referidas actividades são susceptíveis de poluir omeio marinho.

Artigo 205.o

Publicação de relatórios

Os Estados devem publicar relatórios sobre os resul-tados obtidos nos termos do artigo 204.o, ou apresentartais relatórios, com a periodicidade apropriada, às orga-nizações internacionais competentes, que devem pô-losà disposição de todos os Estados.

Artigo 206.o

Avaliação dos efeitos potenciais de actividades

Os Estados que tenham motivos razoáveis para acre-ditar que as actividades projectadas sob sua jurisdiçãoou controlo podem causar uma poluição consideráveldo meio marinho ou nele provocar modificações sig-nificativas e prejudiciais devem avaliar, na medida dopossível, os efeitos potenciais dessas actividades parao meio marinho e publicar relatórios sobre os resultadosdessas avaliações, nos termos previstos no artigo 205.o

SECÇÃO 5

Regras internacionais e legislação nacionalpara prevenir, reduzir e controlar a poluição do meio marinho

Artigo 207.o

Poluição de origem terrestre

1 — Os Estados devem adoptar leis e regulamentospara prevenir, reduzir e controlar a poluição do meiomarinho proveniente de fontes terrestres, incluindo rios,estuários, ductos e instalações de descarga, tendo emconta regras e normas, bem como práticas e procedi-mentos recomendados e internacionalmente acordados.

2 — Os Estados devem tomar outras medidas quepossam ser necessárias para prevenir, reduzir e controlartal poluição.

3 — Os Estados devem procurar harmonizar as suaspolíticas a esse respeito ao plano regional apropriado.

4 — Os Estados, actuando em especial por intermédiodas organizações internacionais competentes ou de umaconferência diplomática, devem procurar estabelecerregras e normas, bem como práticas e procedimentosrecomendados, de carácter mundial e regional, para pre-venir, reduzir e controlar tal poluição, tendo em contaas características próprias de cada região, a capacidadeeconómica dos Estados em desenvolvimento e a suanecessidade de desenvolvimento económico. Tais regrase normas, bem como práticas e procedimentos reco-mendados devem ser reexaminados com a periodicidadenecessária.

5 — As leis, regulamentos, medidas, regras e normas,bem como práticas e procedimentos recomendados,referidos nos n.os 1, 2 e 4, devem incluir disposiçõesdestinadas a minimizar, tanto quanto possível, a emissãono meio marinho de substâncias tóxicas, prejudiciais ounocivas, especialmente as substâncias não degradáveis.

Artigo 208.o

Poluição proveniente de actividadesrelativas aos fundos marinhos sob jurisdição nacional

1 — Os Estados costeiros devem adoptar leis e regu-lamentos para prevenir, reduzir e controlar a poluiçãodo meio marinho, proveniente directa ou indirectamentede actividades relativas aos fundos marinhos sob suajurisdição e proveniente de ilhas artificiais, instalaçõese estruturas sob a sua jurisdição, nos termos dos arti-gos 60.o e 80.o

2 — Os Estados devem tomar outras medidas quepossam ser necessárias para prevenir, reduzir e controlartal poluição.

3 — Tais leis, regulamentos e medidas não devem sermenos eficazes que as regras e normas, bem como prá-

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ticas e procedimentos recomendados, de carácter inter-nacional.

4 — Os Estados devem procurar harmonizar as suaspolíticas a esse respeito no plano regional apropriado.

5 — Os Estados, actuando em especial por intermédiodas organizações internacionais competentes ou de umaconferência diplomática, devem estabelecer regras enormas, bem como práticas e procedimentos recomen-dados, de carácter mundial e regional, para prevenir,reduzir e controlar a poluição do meio marinho a quese faz referência no n.o 1. Tais regras e normas, bemcomo práticas e procedimentos recomendados, devemser reexaminados com a periodicidade necessária.

Artigo 209.o

Poluição proveniente de actividades na área

1 — De conformidade com a parte XI, devem esta-belecer-se regras e normas, bem como práticas e pro-cedimentos recomendados de carácter internacional,para prevenir, reduzir e controlar a poluição do meiomarinho proveniente de actividades na área. Tais regrase normas, bem como práticas e procedimentos reco-mendados devem ser reexaminados com a periodicidadenecessária.

2 — Nos termos das disposições pertinentes da pre-sente secção, os Estados devem adoptar leis e regu-lamentos para prevenir, reduzir e controlar a poluiçãodo meio marinho proveniente de actividades na áreaefectuadas por embarcações ou a partir de instalações,estruturas e outros dispositivos que arvorem a sua ban-deira ou estejam registados no seu território, ou operemsob sua autoridade, segundo o caso. Tais leis e regu-lamentos não devem ser menos eficazes que as normas,regulamentos e procedimentos internacionais referidosno n.o 1.

Artigo 210.o

Poluição por alijamento

1 — Os Estados devem adoptar leis e regulamentospara prevenir, reduzir e controlar a poluição do meiomarinho por alijamento.

2 — Os Estados devem tomar outras medidas quepossam ser necessárias para prevenir, reduzir e controlartal poluição.

3 — Tais leis, regulamentos e medidas devem asse-gurar que o alijamento não se realize sem autorizaçãodas autoridades competentes dos Estados.

4 — Os Estados, actuando em especial por intermédiodas organizações internacionais competentes ou de umaconferência diplomática, devem procurar estabelecerregras e normas, bem como práticas e procedimentosrecomendados, de carácter mundial e regional, para pre-venir, reduzir e controlar tal poluição. Tais regras e nor-mas, bem como práticas e procedimentos recomendadosdevem ser reexaminados com a periodicidade necessária.

5 — O alijamento no mar territorial e na zona eco-nómica exclusiva ou na plataforma continental não poderealizar-se sem o consentimento prévio expresso doEstado costeiro que tem o direito de autorizar, regulare controlar esse alijamento, depois de ter examinadodevidamente a questão com outros Estados que, devidoà sua situação geográfica, possam vir a ser desfavora-velmente afectados por tal alijamento.

6 — As leis, regulamentos e medidas nacionais nãodevem ser menos eficazes que regras e normas de carác-

ter mundial para prevenir, reduzir e controlar talpoluição.

Artigo 211.o

Poluição proveniente de embarcações

1 — Os Estados, actuando por intermédio da orga-nização internacional competente ou de uma conferên-cia diplomática geral, devem estabelecer regras e normasde carácter internacional para prevenir, reduzir e con-trolar a poluição do meio marinho proveniente deembarcações e devem do mesmo modo promover aadopção, quando apropriado, de sistemas de fixação detráfego destinados a minimizar o risco de acidentes quepossam causar a poluição do meio marinho, incluindoo litoral, e danos de poluição relacionados com os inte-resses dos Estados costeiros. Tais regras e normasdevem, do mesmo modo, ser reexaminadas com a perio-dicidade necessária.

2 — Os Estados devem adoptar leis e regulamentospara prevenir, reduzir e controlar a poluição do meiomarinho proveniente de embarcações que arvorem asua bandeira ou estejam registadas no seu território.Tais leis e regulamentos devem ter pelo menos a mesmaeficácia que as regras e normas internacionais geral-mente aceites que se estabeleçam por intermédio daorganização internacional competente ou de uma con-ferência diplomática geral.

3 — Os Estados que estabeleçam requisitos especiaispara prevenir, reduzir e controlar a poluição do meiomarinho, como condição para a admissão de embar-cações estrangeiras nos seus portos ou nas suas águasinteriores ou para fazerem escala nos seus terminaisao largo da costa, devem dar a devida publicidade aesses requisitos e comunicá-los à organização interna-cional competente. Quando dois ou mais Estados cos-teiros estabeleçam de forma idêntica os referidos requi-sitos num esforço para harmonizar a sua política nestesector, a comunicação deve indicar quais os Estadosque participam em tais ajustes de cooperação. Todoo Estado deve exigir ao capitão de uma embarcaçãoque arvore a sua bandeira ou que esteja registada noseu território que, quando navegar no mar territorialde um Estado participante nos aludidos ajustes, informe,a pedido desse Estado, se se dirige a um Estado damesma região que participe em tais ajustes e, em casoafirmativo, indique se a embarcação reúne os requisitosestabelecidos por esse Estado para a admissão nos seusportos. O presente artigo deve ser aplicado sem prejuízode a embarcação continuar a exercer o seu direito depassagem inofensiva ou da aplicação do n.o 2 doartigo 25.o

4 — Os Estados costeiros podem, no exercício da suasoberania no mar territorial, adoptar leis e regulamentospara prevenir, reduzir e controlar a poluição do meiomarinho proveniente de embarcações estrangeiras,incluindo as embarcações que exerçam o direito de pas-sagem inofensiva. De conformidade com a secção 3 daparte II, tais leis e regulamentos não devem dificultara passagem inofensiva de embarcações estrangeiras.

5 — Os Estados costeiros podem, para fins da exe-cução do estabelecido na secção 6, adoptar, relativa-mente às suas zonas económicas exclusivas, leis e regu-lamentos para prevenir, reduzir e controlar a poluiçãoproveniente de embarcações, de conformidade com eem aplicação das regras e normas internacionais geral-mente aceites estabelecidas por intermédio da organi-

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zação internacional competente ou de uma conferênciadiplomática geral.

6 — a) Quando as regras e normas internacionaisreferidas no n.o 1 sejam inadequadas para enfrentar cir-cunstâncias especiais, e os Estados costeiros tenhammotivos razoáveis para acreditar que uma área particulare claramente definida das suas respectivas zonas eco-nómicas exclusivas requer a adopção de medidas obri-gatórias especiais para prevenir a poluição provenientede embarcações, por reconhecidas razões técnicas rela-cionadas com as suas condições oceanográficas e eco-lógicas, bem como pela sua utilização ou protecção dosseus recursos e o carácter particular do seu tráfego,os Estados costeiros podem, depois de terem devida-mente consultado, por intermédio da organização inter-nacional competente, qualquer outro Estado interes-sado, dirigir uma comunicação sobre essa área a tal orga-nização, apresentando provas científicas e técnicas emseu apoio e informação sobre as instalações de recepçãonecessárias. Num prazo de 12 meses após a recepçãodesta comunicação, a organização deve decidir se ascondições nessa área correspondem aos requisitos ante-riormente enunciados. Se a organização decide favo-ravelmente, os Estados costeiros podem adoptar paraessa área leis e regulamentos destinados a prevenir,reduzir e controlar a poluição proveniente de embar-cações, aplicando as regras e normas ou práticas denavegação internacionais que por intermédio da orga-nização se tenham tornado aplicáveis às áreas especiais.Essas leis e regulamentos são aplicáveis a embarcaçõesestrangeiras decorrido um prazo de 15 meses a contarda data em que a comunicação tenha sido apresentadaà organização.

b) Os Estados costeiros devem publicar os limitesde tal área particular e claramente definida.

c) Os Estados costeiros, ao apresentarem tal comu-nicação, devem notificar ao mesmo tempo a organizaçãose têm intenção de adoptar para essa área leis e regu-lamentos adicionais destinados a prevenir, reduzir e con-trolar a poluição proveniente de embarcações. Tais leise regulamentos adicionais podem referir-se às descargasou práticas de navegação, mas não podem obrigar asembarcações estrangeiras a cumprir normas de projecto,construção, tripulação ou equipamento diferentes dasregras e normas internacionais geralmente aceites: sãoaplicáveis às embarcações estrangeiras decorrido umprazo de 15 meses a contar da data em que a comu-nicação tenha sido apresentada à organização, desdeque esta as aprove num prazo de 12 meses a contarda data da apresentação da comunicação.

7 — As regras e normas internacionais referidas nopresente artigo devem incluir, inter alia, as relativas àimediata notificação dos Estados costeiros, cujo litoralou interesses conexos possam ser afectados por inci-dentes, incluindo acidentes marítimos que originem oupossam originar descargas.

Artigo 212.o

Poluição proveniente da atmosfera ou através dela

1 — Os Estados devem adoptar leis e regulamentospara prevenir, reduzir e controlar a poluição do meiomarinho proveniente da atmosfera ou através dela, apli-cáveis ao espaço aéreo sob sua soberania ou a embar-cações que arvorem a sua bandeira ou a embarcaçõesou aeronaves que estejam registadas no seu território,tendo em conta as regras e normas, bem como práticas

e procedimentos recomendados, internacionalmenteacordados, e a segurança da navegação aérea.

2 — Os Estados devem tomar outras medidas quesejam necessárias para prevenir, reduzir e controlar talpoluição.

3 — Os Estados, actuando em especial por intermédiodas organizações internacionais competentes ou de umaconferência diplomática, devem procurar estabelecer noplano mundial e regional regras e normas, bem comopráticas e procedimentos recomendados, para prevenir,reduzir e controlar tal poluição.

SECÇÃO 6

Execução

Artigo 213.o

Execução referente à poluição de origem terrestre

Os Estados devem assegurar a execução das suas leise regulamentos adoptados de conformidade com oartigo 207.o e adoptar leis e regulamentos e tomar outrasmedidas necessárias para pôr em prática as regras enormas internacionais aplicáveis, estabelecidas porintermédio das organizações internacionais competentesou de uma conferência diplomática, para prevenir, redu-zir e controlar a poluição do meio marinho de origemterrestre.

Artigo 214.o

Execução referente à poluiçãoproveniente de actividades relativas aos fundos marinhos

Os Estados devem assegurar a execução das suas leise regulamentos adoptados de conformidade com oartigo 208.o e adoptar leis e regulamentos e tomar outrasmedidas necessárias para pôr em prática as regras enormas internacionais aplicáveis, estabelecidas porintermédio das organizações internacionais competentesou de uma conferência diplomática, para prevenir, redu-zir e controlar a poluição do meio marinho provenientedirecta ou indirectamente de actividades relativas aosfundos marinhos sob sua jurisdição e de ilhas artificiais,instalações e estruturas sob sua jurisdição, nos termosdos artigos 60.o e 80.o

Artigo 215.o

Execução referente à poluição proveniente de actividades na área

A execução das regras, normas e procedimentos inter-nacionais estabelecidos, de conformidade com a parte XI,para prevenir, reduzir e controlar a poluição do meiomarinho proveniente de actividades na área deve serregida pelas disposições dessa parte.

Artigo 216.o

Execução referente à poluição por alijamento

1 — As leis e regulamentos adoptados de conformi-dade com a presente Convenção e as regras e normasinternacionais aplicáveis, estabelecidas por intermédiodas organizações internacionais competentes ou de umaconferência diplomática, para prevenir, reduzir e con-trolar a poluição do meio marinho por alijamento devemser executados:

a) Pelo Estado costeiro, no que se refere ao ali-jamento no seu mar territorial ou na sua zona

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económica exclusiva ou na sua plataformacontinental;

b) Pelo Estado de bandeira, no que se refere àsembarcações que arvorem a sua bandeira ouàs embarcações ou aeronaves que estejam regis-tadas no seu território;

c) Por qualquer Estado, no que se refere a actosde carga de detritos ou de outras matérias rea-lizados no seu território ou nos seus terminaisao largo da costa.

2 — Nenhum Estado é obrigado, em virtude do pre-sente artigo, a iniciar procedimentos quando outroEstado já os tenha iniciado de conformidade com opresente artigo.

Artigo 217.o

Execução pelos Estados de bandeira

1 — Os Estados devem assegurar que as embarcaçõesque arvorem a sua bandeira ou estejam registadas noseu território cumpram as regras e normas internacio-nais aplicáveis, estabelecidas por intermédio da orga-nização internacional competente ou de uma conferên-cia diplomática geral, bem como as leis e regulamentosadoptados de conformidade com a presente Convenção,para prevenir, reduzir e controlar a poluição do meiomarinho proveniente de embarcações, e consequente-mente adoptar as leis e regulamentos e tomar outrasmedidas necessárias para pô-los em prática. Os Estadosde bandeira devem velar pela execução efectiva de taisregras, normas, leis e regulamentos, independentementedo local em que tenha sido cometida a infracção.

2 — Os Estados devem, em especial, tomar as medi-das apropriadas para assegurar que as embarcações quearvorem a sua bandeira ou estejam registadas no seuterritório sejam proibidas de navegar enquanto não este-jam em condições de fazer-se ao mar em cumprimentodos requisitos, das regras e das normas internacionaismencionadas no n.o 1, incluindo os relativos ao projecto,construção, equipamento e tripulação das embarcações.

3 — Os Estados devem assegurar que as embarcaçõesque arvorem a sua bandeira ou estejam registadas noseu território tenham a bordo os certificados exigidospelas regras e normas internacionais mencionadas non.o 1 e emitidos de conformidade com as mesmas. OsEstados devem assegurar que as embarcações que arvo-rem a sua bandeira sejam inspeccionadas periodica-mente, a fim de verificar se tais certificados estão deconformidade com as condições reais da embarcação.Tais certificados devem ser aceites pelos outros Estadoscomo prova das condições da embarcação e ser-lhesreconhecida a mesma validade que aos certificados emi-tidos por eles próprios, a não ser que existam motivossérios para acreditar que as condições da embarcaçãonão correspondem substancialmente aos dados queconstam dos certificados.

4 — Se uma embarcação comete uma infracção àsregras e normas estabelecidas por intermédio da orga-nização internacional competente ou de uma conferên-cia diplomática geral, o Estado de bandeira, sem prejuízodos artigos 218.o, 220.o e 228.o, deve ordenar uma inves-tigação imediata e, se necessário, iniciar procedimentosrelativos à alegada infracção, independentemente dolocal em que tenha sido cometida a infracção ou dolocal em que a poluição proveniente de tal infracçãotenha ocorrido ou tenha sido verificada.

5 — Os Estados de bandeira que realizem uma inves-tigação da infracção podem solicitar a ajuda de qualqueroutro Estado cuja cooperação possa ser útil para escla-recer as circunstâncias do caso. Os Estados devem pro-curar atender às solicitações apropriadas do Estado debandeira.

6 — Os Estados devem, a pedido, por escrito, de qual-quer Estado, investigar qualquer infracção que se alegueter sido cometida pelas embarcações que arvorem a suabandeira. Uma vez convencidos de que dispõem de pro-vas suficientes para iniciar um procedimento relativoà alegada infracção, os Estados de bandeira devem ini-ciar sem demora esse procedimento de conformidadecom o seu direito interno.

7 — Os Estados de bandeira devem informar ime-diatamente o Estado solicitante e a organização inter-nacional competente das medidas tomadas e do resul-tado obtido. Tal informação deve ser posta à disposiçãode todos os Estados.

8 — As sanções previstas nas leis e regulamentos dosEstados para as embarcações que arvorem a sua ban-deira devem ser suficientemente severas para desen-corajar as infracções, independentemente do local emque tenham sido cometidas.

Artigo 218.o

Execução pelo Estado do porto

1 — Quando uma embarcação se encontrar volunta-riamente num porto ou num terminal ao largo da costade um Estado, este Estado poderá realizar investigaçõese, se as provas o justificarem, iniciar procedimentos rela-tivos a qualquer descarga procedente dessa embarcaçãorealizada fora das águas interiores, mar territorial ouzona económica exclusiva desse Estado, com violaçãodas regras e normas internacionais aplicáveis estabe-lecidas por intermédio da organização internacionalcompetente ou de uma conferência diplomática geral.

2 — Não serão iniciados procedimentos, nos termosdo n.o 1, relativos a uma infracção por descarga naságuas interiores, mar territorial ou zona económicaexclusiva de outro Estado, a não ser que o solicite esseEstado, o Estado de bandeira ou qualquer Estado pre-judicado ou ameaçado pela descarga, ou a não ser quea infracção tenha provocado ou possa vir a provocarpoluição nas águas interiores, mar territorial ou zonaeconómica exclusiva do Estado que tenha iniciado osprocedimentos.

3 — Quando uma embarcação se encontrar volunta-riamente num porto ou num terminal ao largo da costade um Estado, esse Estado deve atender, na medidado possível, às solicitações de qualquer Estado relativasà investigação de uma infracção por descarga referidano n.o 1, que se julgue ter sido cometida nas águasinteriores, mar territorial ou zona económica exclusivado Estado solicitante que tenha causado ou ameace cau-sar danos aos mesmos. O Estado do porto deve igual-mente atender, na medida do possível, às solicitaçõesdo Estado de bandeira relativas à investigação de talinfracção, independentemente do local em que tenhasido cometida.

4 — Os elementos da investigação efectuada peloEstado do porto, nos termos do presente artigo, devemser transmitidos ao Estado de bandeira ou ao Estadocosteiro, a pedido destes. Quaisquer procedimentos ini-ciados pelo Estado do porto com base em tal inves-tigação podem, salvo disposição em contrário da sec-

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ção 7, ser suspensos a pedido do Estado costeiro, quandoa infracção tiver sido cometida nas águas interiores, marterritorial ou zona económica exclusiva desse Estado.Em tal situação, as provas e os elementos do caso, assimcomo qualquer caução ou outra garantia financeiradepositada junto das autoridades do Estado do porto,serão transferidos para o Estado costeiro. Esta trans-ferência exclui a possibilidade de os procedimentos pros-seguirem no Estado do porto.

Artigo 219.o

Medidas relativas à navegabilidade das embarcaçõespara evitar a poluição

Salvo disposições em contrário da secção 7, os Estadosque, a pedido de terceiros ou por iniciativa própria,tenham comprovado que uma embarcação que se encon-tra num dos seus portos ou num dos seus terminaisao largo da costa viola as regras e normas internacionaisaplicáveis em matéria de navegabilidade das embarca-ções e ameaça, em consequência, causar danos ao meiomarinho, devem tomar, sempre que possível, medidasadministrativas para impedir que a mesma embarcaçãonavegue. Tais Estados apenas podem autorizar a refe-rida embarcação a prosseguir até ao estaleiro de repa-rações apropriado mais próximo e, eliminadas as causasda infracção, permitirão que a embarcação prossiga via-gem sem demora.

Artigo 220.o

Execução pelos Estados costeiros

1 — Quando uma embarcação se encontrar volunta-riamente num porto ou num terminal ao largo da costade um Estado, esse Estado pode, tendo em conta odisposto na secção 7, iniciar procedimentos relativos aqualquer infracção às suas leis e regulamentos adoptadosde conformidade com a presente Convenção ou comas regras e normas internacionais aplicáveis para pre-venir, reduzir e controlar a poluição proveniente deembarcações, quando a infracção tiver sido cometidano seu mar territorial ou na sua zona económicaexclusiva.

2 — Quando um Estado tiver motivos sérios paraacreditar que uma embarcação que navegue no seu marterritorial violou, durante a sua passagem pelo mesmo,as leis e regulamentos desse Estado adoptados de con-formidade com a presente Convenção ou as regras enormas internacionais aplicáveis para prevenir, reduzire controlar a poluição proveniente de embarcações, esseEstado, sem prejuízo da aplicação das disposição per-tinentes da secção 3 da parte II, pode proceder à ins-pecção material da embarcação relativa à infracção e,quando as provas o justificarem, iniciar procedimentos,incluindo a detenção da embarcação, de conformidadecom o seu direito interno, salvo disposição em contrárioda secção 7.

3 — Quando um Estado tiver motivos sérios paraacreditar que uma embarcação que navegue na sua zonaeconómica exclusiva ou no seu mar territorial cometeu,na zona económica exclusiva, uma violação das regrase normas internacionais aplicáveis para prevenir, reduzire controlar a poluição proveniente de embarcações oudas leis e regulamentos desse Estado adoptadas de con-formidade com e que apliquem tais regras e normas,esse Estado pode exigir à embarcação que forneça infor-mações sobre a sua identidade e o porto de registo,

a sua última e próxima escala e outras informações per-tinentes, necessárias para determinar se foi cometidauma infracção.

4 — Os Estados devem adoptar leis e regulamentose tomar outras medidas para que as embarcações quearvorem a sua bandeira dêem cumprimento aos pedidosde informação feitos nos termos do n.o 3.

5 — Quando um Estado tiver motivos sérios paraacreditar que uma embarcação que navegue na sua zonaeconómica exclusiva ou no seu mar territorial cometeu,na zona económica exclusiva, uma das infracções refe-ridas no n.o 3, que tenha tido como resultado uma des-carga substancial que provoque ou ameace provocaruma poluição importante no meio marinho, esse Estadopode proceder à inspecção material da embarcaçãosobre questões relacionadas com a infracção, se a embar-cação se tiver negado a fornecer informações ou se asinformações fornecidas pela mesma estiverem em mani-festa contradição com a situação factual evidente e ascircunstâncias do caso justificarem a referida inspecção.

6 — Quando existir prova manifesta e objectiva deque uma embarcação que navegue na zona económicaexclusiva ou no mar territorial de um Estado cometeu,na zona económica exclusiva, uma das infracções refe-ridas no n.o 3 que tenha tido como resultado uma des-carga que provoque ou ameace provocar danos impor-tantes para o litoral ou para os interesses conexos doEstado costeiro ou para quaisquer recursos do seu marterritorial ou da sua zona económica exclusiva, esseEstado pode, tendo em conta o disposto na secção 7,e quando as provas o justificarem, iniciar procedimentos,incluindo a detenção da embarcação, de conformidadecom o seu direito interno.

7 — Não obstante as disposições do n.o 6, sempreque tenham sido estabelecidos procedimentos apropria-dos quer por intermédio da organização internacionalcompetente quer de outra forma acordados para garantiro cumprimento dos requisitos para prestação de cauçãoou de outra garantia financeira apropriada, o Estadocosteiro, se vinculado por esses procedimentos, auto-rizará a embarcação a prosseguir a sua viagem.

8 — As disposições dos n.os 3, 4, 5, 6 e 7 tambémse aplicam às leis e regulamentos nacionais adoptadosde conformidade com o n.o 6 do artigo 211.o

Artigo 221.o

Medidas para evitar a poluição resultante de acidentes marítimos

1 — Nenhuma das disposições da presente parte deveprejudicar o direito dos Estados de, nos termos dodireito internacional tanto consuetudinário como con-vencional, tomar e executar medidas além do mar ter-ritorial proporcionalmente ao dano efectivo ou potenciala fim de proteger o seu litoral ou interesses conexos,incluindo a pesca, contra a poluição ou a ameaça depoluição resultante de um acidente marítimo ou de actosrelacionados com tal acidente, dos quais se possa deforma razoável prever que resultem importantes con-sequências nocivas.

2 — Para efeitos do presente artigo, «acidente marí-timo» significa um abalroamento, encalhe ou outro inci-dente de navegação ou acontecimento a bordo de umaembarcação ou no seu exterior, de que resultem danosmateriais ou ameaça iminente de danos materiais àembarcação ou à sua carga.

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Artigo 222.o

Execução relativa à poluição proveniente da atmosferaou através dela

Os Estados devem assegurar a execução, no espaçoaéreo sob sua soberania ou em relação a embarcaçõesque arvorem a sua bandeira ou embarcações ou aero-naves que estejam registadas no seu território, das suasleis e regulamentos adoptados de conformidade como n.o 1 do artigo 212.o e com outras disposições dapresente Convenção, adoptar também leis e regulamen-tos e tomar outras medidas para dar cumprimento àsregras e normas internacionais aplicáveis, estabelecidaspor intermédio de uma organização internacional com-petente ou de uma conferência diplomática para pre-venir, reduzir e controlar a poluição do meio marinhoproveniente da atmosfera ou através dela, de confor-midade com todas as regras e normas internacionaispertinentes, relativas à segurança da navegação aérea.

SECÇÃO 7

Garantias

Artigo 223.o

Medidas para facilitar os procedimentos

Nos procedimentos iniciados nos termos da presenteparte, os Estados devem tomar medidas para facilitara audiência de testemunhas e a admissão de provas apre-sentadas por autoridades de outro Estado ou pela orga-nização internacional competente e facilitar a assistênciaa esses procedimentos de representantes oficiais daorganização internacional competente, do Estado debandeira ou de qualquer Estado afectado pela poluiçãoresultante de qualquer infracção. Os representantes ofi-ciais que assistam a esses procedimentos terão os direitose deveres previstos no direito interno ou no direitointernacional.

Artigo 224.o

Exercício dos poderes de polícia

Somente os funcionários oficialmente habilitados bemcomo os navios de guerra ou aeronaves militares ououtros navios ou aeronaves que possuam sinais clarose sejam identificáveis como estando ao serviço de umgoverno e para tanto autorizados podem exercer poderesde polícia em relação a embarcações estrangeiras emaplicação da presente parte.

Artigo 225.o

Obrigação de evitar consequências adversas no exercíciodos poderes de polícia

No exercício dos seus poderes de polícia previstosna presente Convenção em relação às embarcaçõesestrangeiras, os Estados não devem pôr em perigo asegurança da navegação, nem fazer correr qualquer riscoa uma embarcação nem a devem conduzir a um portoou fundeadouro inseguro nem expor o meio marinhoa um risco injustificado.

Artigo 226.o

Investigação sobre embarcações estrangeiras

1 — a) Os Estados não devem reter uma embarcaçãoestrangeira por mais tempo que o indispensável para

os efeitos de investigações previstas nos artigos 216.o,218.o e 220.o A inspecção material de uma embarcaçãoestrangeira deve ser limitada a um exame dos certi-ficados, registos e outros documentos que a embarcaçãoé obrigada a ter a bordo de acordo com as regras enormas internacionais geralmente aceites ou de qual-quer outro documento similar que tiver a bordo. Sópoderá ser feita uma inspecção material mais porme-norizada da embarcação depois de tal exame e apenasno caso de:

i) Existirem motivos sérios para acreditar que acondição de embarcação ou do seu equipamentonão corresponde essencialmente aos dados quefiguram nesses documentos;

ii) O conteúdo de tais documentos não ser sufi-ciente para confirmar ou verificar uma presu-mida infracção; ou

iii) A embarcação não ter a bordo certificados nemregistos válidos.

b) Se a investigação indicar uma violação das leise regulamentos aplicáveis ou das regras e normas inter-nacionais para a protecção e preservação do meio mari-nho, a embarcação será imediatamente liberta após ocumprimento de certas formalidades razoáveis, taiscomo a prestação de uma caução ou de outra garantiafinanceira apropriada.

c) Sem prejuízo das regras e normas internacionaisaplicáveis relativas à navegabilidade das embarcações,poderá ser negada a libertação de uma embarcação ouser condicionada ao requisito de a embarcação se dirigirao estaleiro de reparações apropriado mais próximo,sempre que a mesma libertação represente uma ameaçainjustificada de dano para o meio marinho. No casode a libertação ter sido negada ou condicionada a deter-minados requisitos, o Estado de bandeira deve ser ime-diatamente notificado e poderá diligenciar no sentidoda libertação da embarcação de conformidade com aparte XV.

2 — Os Estados devem cooperar para estabelecerprocedimentos que evitem inspecções materiais desne-cessárias de embarcações no mar.

Artigo 227.o

Não discriminação em relação a embarcações estrangeiras

Ao exercer os seus direitos e ao cumprir as suas obri-gações nos termos da presente parte, os Estados nãodevem fazer discriminação de direito ou de facto emrelação às embarcações de qualquer outro Estado.

Artigo 228.o

Suspensão de procedimentos e restrições à sua instauração

1 — Os procedimentos para imposição de penalida-des decorrentes de qualquer infracção às leis e regu-lamentos aplicáveis ou às regras e normas internacionaisrelativas à prevenção, redução e controlo da poluiçãoproveniente de embarcações, cometida por embarcaçãoestrangeira além do mar territorial do Estado que ins-taurou tais procedimentos, serão suspensos no prazode seis meses a contar da data da instauração dessesprocedimentos quando o Estado de bandeira tiver ins-taurado procedimentos para imposição de penalidadescom base em acusações correspondentes, a menos queaqueles procedimentos se relacionem com um caso de

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dano grave causado ao Estado costeiro ou o Estadode bandeira em questão tiver reiteradamente faltadoao cumprimento da sua obrigação de assegurar a exe-cução efectiva das regras e normas internacionais apli-cáveis, relativas a infracções cometidas por embarcaçõessuas. Sempre que o Estado de bandeira pedir a sus-pensão dos procedimentos de conformidade com o pre-sente artigo deverá facultar em tempo oportuno aoEstado que primeiro tiver instaurado os procedimentosum dossier completo do caso, bem como as actas dosprocedimentos. Concluídos os procedimentos instaura-dos pelo Estado de bandeira, os procedimentos suspen-sos serão extintos. Efectuado o pagamento das custasreferentes a tais procedimentos, o Estado costeiro res-tituirá qualquer caução ou outra garantia financeiraprestada em relação com os procedimentos suspensos.

2 — Não serão instaurados procedimentos em relaçãoa embarcações estrangeiras, uma vez decorridos trêsanos a contar da data em que a infracção foi cometida,e nenhum Estado poderá instaurar procedimentosquando outro Estado os tiver já instaurado, salvo dis-posição em contrário do n.o 1.

3 — As disposições do presente artigo devem ser apli-cadas sem prejuízo do direito do Estado de bandeirade tomar quaisquer medidas, incluindo a instauraçãode procedimentos de conformidade com o seu direitointerno, independentemente dos procedimentos ante-riormente instaurados por outro Estado.

Artigo 229.o

Acção de responsabilidade civil

Nenhuma das disposições da presente Convençãoafecta o direito de intentar acção de responsabilidadecivil por perdas ou danos causados pela poluição domeio marinho.

Artigo 230.o

Penas pecuniárias e respeito dos direitos reconhecidos dos acusados

1 — Só podem ser impostas penas pecuniárias no casode infracções às leis e regulamentos nacionais ou àsregras e normas internacionais aplicáveis para prevenir,reduzir e controlar a poluição do meio marinho pro-veniente de embarcações estrangeiras além do marterritorial.

2 — Só podem ser impostas penas pecuniárias no casode infracções às leis e regulamentos nacionais ou àsregras e normas internacionais aplicáveis para prevenir,reduzir e controlar a poluição do meio marinho pro-veniente de embarcações estrangeiras no mar territorial,salvo acto intencional e grave de poluição.

3 — No decurso dos procedimentos instaurados parareprimir tais infracções cometidas por embarcaçãoestrangeira, que possam dar lugar à imposição de san-ções, devem ser respeitados os direitos reconhecidos dosacusados.

Artigo 231.o

Notificação ao Estado de bandeira e a outros Estados interessados

Os Estados devem notificar sem demora o Estadode bandeira e qualquer outro Estado interessado dasmedidas tomadas em relação a embarcações estrangei-ras, nos termos da secção 6, e remeter ao Estado debandeira todos os relatórios oficiais relativos a tais medi-das. Contudo, no caso de infracções cometidas no marterritorial, as referidas obrigações do Estado costeiro

restringem-se às medidas que se tomem no decurso dosprocedimentos. Os agentes diplomáticos ou funcionáriosconsulares e, na medida do possível, a autoridade marí-tima do Estado de bandeira devem ser imediatamenteinformados de tais medidas.

Artigo 232.o

Responsabilidade dos Estados decorrente de medidas de execução

Os Estados serão responsáveis por perdas ou danosque lhes sejam imputáveis, decorrentes das medidastomadas nos termos da secção 6, quando tais medidasforem ilegais ou excederem o razoavelmente necessárioà luz das informações disponíveis. Os Estados devemestabelecer meios para recorrer aos seus tribunais atra-vés de acções relativas a tais perdas ou danos.

Artigo 233.o

Garantias relativas aos estreitos utilizadospara a navegação internacional

Nenhuma das disposições das secções 5, 6 e 7 afectao regime jurídico dos estreitos utilizados para a nave-gação internacional. Contudo, se um navio estrangeiroque não os mencionados na secção 10 cometer umainfracção às leis e regulamentos mencionados nas alí-neas a) e b) do n.o 1 do artigo 42.o, que cause ou ameacecausar danos graves ao meio marinho dos estreitos, osEstados ribeirinhos dos estreitos podem tomar todasas medidas de execução apropriadas e, em tal caso,devem respeitar, mutatis mutandis, as disposições da pre-sente secção.

SECÇÃO 8

Áreas cobertas de gelo

Artigo 234.o

Áreas cobertas de gelo

Os Estados costeiros têm o direito de adoptar e aplicarleis e regulamentos não discriminatórios para prevenir,reduzir e controlar a poluição do meio marinho pro-veniente de embarcações nas áreas cobertas de gelo den-tro dos limites da zona económica exclusiva, quandocondições de clima particularmente rigorosas e a pre-sença de gelo sobre tais áreas durante a maior partedo ano criem obstruções ou perigos excepcionais paraa navegação e a poluição do meio marinho possa causardanos graves ao equilíbrio ecológico ou alterá-lo demodo irreversível. Tais leis e regulamentos devem terem devida conta a navegação e a protecção e preservaçãodo meio marinho com base nos melhores dados cien-tíficos de que se disponha.

SECÇÃO 9

Responsabilidade

Artigo 235.o

Responsabilidade

1 — Os Estados devem zelar pelo cumprimento dassuas obrigações internacionais relativas à protecção epreservação do meio marinho. Serão responsáveis deconformidade com o direito internacional.

2 — Os Estados devem assegurar através do seudireito interno meios de recurso que permitam obter

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uma indemnização pronta e adequada ou outra repa-ração pelos danos resultantes da poluição do meio mari-nho por pessoas jurídicas, singulares ou colectivas, sobsua jurisdição.

3 — A fim de assegurar indemnização pronta e ade-quada por todos os danos resultantes da poluição domeio marinho, os Estados devem cooperar na aplicaçãodo direito internacional vigente e no ulterior desenvol-vimento do direito internacional relativo às responsa-bilidades quanto à avaliação dos danos e à sua indem-nização e à solução das controvérsias conexas, bemcomo, se for o caso, na elaboração de critérios e pro-cedimentos para o pagamento de indemnização ade-quada, tais como o seguro obrigatório ou fundos deindemnização.

SECÇÃO 10

Imunidade soberana

Artigo 236.o

Imunidade soberana

As disposições da presente Convenção relativas à pro-tecção e preservação do meio marinho não se aplicama navios de guerra, embarcações auxiliares, outrasembarcações ou aeronaves pertencentes ou operadaspor um Estado e utilizadas, no momento considerado,unicamente em serviço governamental não comercial.Contudo, cada Estado deve assegurar, através de medi-das apropriadas que não dificultem as operações ou acapacidade operacional de tais embarcações ou aero-naves que lhe pertençam ou sejam por ele utilizadas,que tais embarcações ou aeronaves procedam, namedida do possível e razoável, de modo compatível coma presente Convenção.

SECÇÃO 11

Obrigações contraídas em virtude de outras convençõessobre protecção e preservação do meio marinho

Artigo 237.o

Obrigações contraídas em virtude de outras convençõessobre protecção e preservação do meio marinho

1 — As disposições da presente parte não afectamas obrigações específicas contraídas pelos Estados emvirtude de convenções e acordos especiais concluídosanteriormente sobre a protecção e preservação do meiomarinho, nem os acordos que possam ser concluídosem aplicação dos princípios gerais enunciados na pre-sente Convenção.

2 — As obrigações específicas contraídas pelos Esta-dos em virtude de convenções especiais, relativas àprotecção e preservação do meio marinho, devem sercumpridas de modo compatível com os princípios eobjectivos gerais da presente Convenção.

PARTE XIIIInvestigação científica marinha

SECÇÃO 1

Disposições gerais

Artigo 238.o

Direito de realizar investigação científica marinha

Todos os Estados, independentemente da sua situa-ção geográfica, e as organizações internacionais com-

petentes têm o direito de realizar investigação científicamarinha sem prejuízo dos direitos e deveres de outrosEstados tais como definidos na presente Convenção.

Artigo 239.o

Promoção da investigação científica marinha

Os Estados e as organizações internacionais compe-tentes devem promover e facilitar o desenvolvimentoe a realização da investigação científica marinha de con-formidade com a presente Convenção.

Artigo 240.o

Princípios gerais para a realização da investigação científica marinha

Na realização da investigação científica marinhadevem ser aplicados os seguintes princípios:

a) A investigação científica marinha deve ser rea-lizada exclusivamente com fins pacíficos;

b) A investigação científica marinha deve ser rea-lizada mediante métodos e meios científicosapropriados compatíveis com a presente Con-venção;

c) A investigação científica marinha não deveinterferir injustificadamente com outras utiliza-ções legítimas do mar compatíveis com a pre-sente Convenção e será devidamente tomadaem consideração no exercício de tais utilizações;

d) A investigação científica marinha deve ser rea-lizada nos termos de todos os regulamentospertinentes adoptados de conformidade com apresente Convenção, incluindo os relativos àprotecção e preservação do meio marinho.

Artigo 241.o

Não reconhecimento da investigação científica marinhacomo fundamento jurídico para reivindicações

As actividades de investigação científica marinha nãodevem constituir fundamento jurídico de nenhuma rei-vindicação de qualquer parte do meio marinho ou deseus recursos.

SECÇÃO 2

Cooperação internacional

Artigo 242.o

Promoção da cooperação internacional

1 — Os Estados e as organizações internacionais com-petentes devem, de conformidade com o princípio dorespeito da soberania e da jurisdição e na base de bene-fício mútuo, promover a cooperação internacional nocampo da investigação científica marinha com finspacíficos.

2 — Neste contexto, e sem prejuízo dos direitos edeveres dos Estados em virtude da presente Convenção,um Estado, ao aplicar a presente parte, deve dar a outrosEstados, quando apropriado, oportunidade razoávelpara obter do mesmo, ou mediante a sua cooperação,a informação necessária para prevenir e controlar osdanos à saúde e à segurança das pessoas e ao meiomarinho.

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Artigo 243.o

Criação de condições favoráveis

Os Estados e as organizações internacionais compe-tentes devem cooperar, mediante a celebração de acor-dos bilaterais e multilaterais, na criação de condiçõesfavoráveis à realização da investigação científica mari-nha no meio marinho e na integração dos esforços doscientistas no estudo da natureza e interrelações dos fenó-menos e processos que ocorrem no meio marinho.

Artigo 244.o

Publicação e difusão de informação e conhecimentos

1 — Os Estados e as organizações internacionais com-petentes devem, de conformidade com a presente Con-venção, mediante a publicação e difusão pelos canaisapropriados, facultar informação sobre os principais pro-gramas propostos e seus objectivos, bem como os conhe-cimentos resultantes da investigação científica marinha.

2 — Para tal fim, os Estados, quer individualmentequer em cooperação com outros Estados e com as orga-nizações internacionais competentes, devem promoveractivamente a difusão de dados e informações científicose a transferência dos conhecimentos resultantes dainvestigação científica marinha, em particular para osEstados em desenvolvimento, bem como o fortaleci-mento da capacidade autónoma de investigação cien-tífica marinha dos Estados em desenvolvimento pormeio de, inter alia, programas de formação e treino ade-quados ao seu pessoal técnico e científico.

SECÇÃO 3

Realização e promoção da investigação científica marinha

Artigo 245.o

Investigação científica marinha no mar territorial

Os Estados costeiros, no exercício da sua soberania,têm o direito exclusivo de regulamentar, autorizar e rea-lizar investigação científica marinha no seu mar terri-torial. A investigação científica marinha no seu mar ter-ritorial só deve ser realizada com o consentimentoexpresso do Estado costeiro e nas condições por eleestabelecidas.

Artigo 246.o

Investigação científica marinha na zona económicaexclusiva e na plataforma continental

1 — Os Estados costeiros, no exercício da sua juris-dição, têm o direito de regulamentar, autorizar e realizarinvestigação científica marinha na sua zona económicaexclusiva e na sua plataforma continental de confor-midade com as disposições pertinentes da presenteConvenção.

2 — A investigação científica marinha na zona eco-nómica exclusiva e na plataforma continental deve serrealizada com o consentimento do Estado costeiro.

3 — Os Estados costeiros, em circunstâncias normais,devem dar o seu consentimento a outros Estados ouorganizações internacionais competentes para que exe-cutem, de conformidade com a presente Convenção,projectos de investigação científica marinha na sua zonaeconómica exclusiva ou na sua plataforma continental,exclusivamente com fins pacíficos e com o propósito

de aumentar o conhecimento científico do meio marinhoem benefício de toda a humanidade. Para tal fim, osEstados costeiros devem estabelecer regras e procedi-mentos para garantir que tal consentimento não sejaretardado nem denegado sem justificação razoável.

4 — Para os efeitos de aplicação do n.o 3, considera-seque podem existir circunstâncias normais independen-temente da ausência de relações diplomáticas entre oEstado costeiro e o Estado que pretende investigar.

5 — Os Estados costeiros poderão, contudo, discri-cionariamente, recusar-se a dar o seu consentimentoà realização na sua zona económica exclusiva ou nasua plataforma continental de um projecto de inves-tigação científica marinha de outro Estado ou organi-zação internacional competente se o projecto:

a) Tiver uma influência directa na exploração eaproveitamento dos recursos naturais, vivos ounão vivos;

b) Implicar perfurações na plataforma continental,a utilização de explosivos ou a introdução desubstâncias nocivas no meio marinho;

c) Implicar a construção, funcionamento ou uti-lização das ilhas artificiais, instalações e estru-turas referidas nos artigos 60.o e 80.o;

d) Contiver informação prestada nos termos doartigo 248.o, sobre a natureza e os objectivosdo projecto, que seja inexacta ou se o Estadoou a organização internacional competente quepretende realizar a investigação tiver obrigaçõespendentes para com o Estado costeiro decor-rentes de um projecto de investigação anterior.

6 — Não obstante as disposições do n.o 5, os Estadoscosteiros não podem exercer o seu poder discricionáriode recusar o seu consentimento nos termos da alínea a)do referido número em relação aos projectos de inves-tigação científica marinha, a serem realizados, de con-formidade com as disposições da presente parte, na pla-taforma continental, além das 200 milhas marítimas daslinhas de base, a partir das quais se mede a largurado mar territorial fora das áreas específicas que os Esta-dos costeiros venham a designar publicamente, em qual-quer momento, como áreas nas quais se estão a realizarou venham a realizar-se, num prazo razoável, actividadesde aproveitamento ou operações pormenorizadas deexploração sobre essas áreas. Os Estados costeirosdevem dar a devida publicidade à designação de taisáreas, bem como a qualquer modificação das mesmas,mas não serão obrigados a dar pormenores das ope-rações realizadas nessas áreas.

7 — As disposições do n.o 6 não prejudicam os direitosdos Estados costeiros sobre a sua plataforma continen-tal, como estabelecido no artigo 77.o

8 — As actividades de investigação científica marinhamencionadas no presente artigo não devem interferirinjustificadamente com as actividades empreendidaspelos Estados costeiros no exercício dos seus direitosde soberania e da sua jurisdição previstos na presenteConvenção.

Artigo 247.o

Projectos de investigação científica marinha realizadospor organizações internacionais ou sob os seus auspícios

Entende-se que um Estado costeiro membro de umaorganização internacional ou ligado por acordo bilaterala tal organização, e em cuja zona económica exclusivaou plataforma continental essa organização pretende

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realizar, directamente ou sob os seus auspícios, um pro-jecto de investigação científica marinha, autorizou arealização do projecto de conformidade com as espe-cificações acordadas se esse Estado tiver aprovado oprojecto pormenorizado quando a organização decidiupela sua realização ou se o Estado costeiro pretendeparticipar no projecto e não tiver formulado qualquerobjecção até à expiração do prazo de quatro meses acontar da data em que o projecto lhe tenha sido comu-nicado pela organização internacional.

Artigo 248.o

Dever de prestar informação ao Estado costeiro

Os Estados e as organizações internacionais compe-tentes que se proponham realizar investigação científicamarinha na zona económica exclusiva ou na plataformacontinental de um Estado costeiro devem fornecer aesse Estado, com a antecedência mínima de seis mesesda data prevista para o início do projecto de investigaçãocientífica marinha, uma descrição completa de:

a) A natureza e os objectivos do projecto;b) O método e os meios a utilizar, incluindo o

nome, a tonelagem, o tipo e a categoria dasembarcações e uma descrição do equipamentocientífico;

c) As áreas geográficas precisas onde o projectose vai realizar;

d) As datas previstas da primeira chegada e dapartida definitiva das embarcações de investi-gação, ou da instalação e remoção do equipa-mento, quando apropriado;

e) O nome da instituição patrocinadora, o do seudirector e o da pessoa encarregada do projecto;

f) O âmbito em que se considera a eventual par-ticipação ou representação do Estado costeirono projecto.

Artigo 249.o

Dever de cumprir certas condições

1 — Os Estados e as organizações internacionais com-petentes, quando realizem investigação científica mari-nha na zona económica exclusiva ou na plataforma con-tinental de um Estado costeiro, devem cumprir asseguintes condições:

a) Garantir ao Estado costeiro, se este o desejar,o direito de participar ou estar representadono projecto de investigação científica marinha,especialmente, quando praticável, a bordo deembarcações e de outras unidades de investi-gação ou nas instalações de investigação cien-tífica, sem pagar qualquer remuneração aosinvestigadores do Estado costeiro e sem que estetenha obrigação de contribuir para os custosdo projecto;

b) Fornecer ao Estado costeiro, a pedido deste,tão depressa quanto possível, relatórios preli-minares, bem como os resultados e conclusõesfinais, uma vez terminada a investigação;

c) Comprometer-se a dar acesso ao Estado cos-teiro, a pedido deste, a todos os dados e amos-tras resultantes do projecto de investigação cien-tífica marinha, bem como a fornecer-lhe osdados que possam ser reproduzidos e as amos-tras que possam ser divididas sem prejuízo doseu valor científico;

d) Fornecer ao Estado costeiro, a pedido deste,uma avaliação de tais dados, amostras e resul-tados da investigação ou assisti-lo na sua ava-liação ou interpretação;

e) Garantir, com ressalva do disposto no n.o 2, queos resultados da investigação estejam disponí-veis, tão depressa quanto possível, no planointernacional por intermédio dos canais nacio-nais e internacionais apropriados;

f) Informar imediatamente o Estado costeiro dequalquer mudança importante no programa deinvestigação;

g) Salvo acordo em contrário, retirar as instalaçõesou o equipamento de investigação científica umavez terminada a investigação.

2 — O presente artigo não prejudica as condiçõesestabelecidas pelas leis e regulamentos do Estado cos-teiro para o exercício de poder discricionário de darou recusar o seu consentimento nos termos do n.o 5do artigo 246.o, incluindo-se a exigência de acordo préviopara a divulgação no plano internacional dos resultadosde um projecto de investigação com incidência directana exploração e aproveitamento dos recursos naturais.

Artigo 250.o

Comunicações relativas aos projectosde investigação científica marinha

As comunicações relativas aos projectos de investi-gação científica marinha devem ser feitas por intermédiodos canais oficiais apropriados, salvo acordo em con-trário.

Artigo 251.o

Critérios gerais e directrizes

Os Estados devem procurar promover, por intermédiodas organizações internacionais competentes, o estabe-lecimento de critérios gerais e directrizes que os ajudema determinar a natureza e as implicações da investigaçãocientífica marinha.

Artigo 252.o

Consentimento tácito

Os Estados ou as organizações internacionais com-petentes podem empreender um projecto de investiga-ção científica marinha seis meses após a data em quetenham sido fornecidas ao Estado costeiro as informa-ções previstas no artigo 248.o, a não ser que, no prazode quatro meses após terem sido recebidas essas infor-mações, o Estado costeiro tenha informado o Estadoou a organização que se propõe realizar a investigaçãode que:

a) Recusa o seu consentimento nos termos do dis-posto no artigo 246.o; ou

b) As informações fornecidas pelo Estado ou pelaorganização internacional competente sobre anatureza ou objectivos do projecto não corres-pondem a factos manifestamente evidentes; ou

c) Solicita informação suplementar sobre as con-dições e as informações previstas nos arti-gos 248.o e 249.o; ou

d) Existem obrigações pendentes relativamente àscondições estabelecidas no artigo 249.o a res-peito de um projecto de investigação científicamarinha anteriormente realizado por esseEstado ou organização.

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Artigo 253.o

Suspensão ou cessação das actividadesde investigação científica marinha

1 — O Estado costeiro tem o direito de exigir a sus-pensão de quaisquer actividades de investigação cien-tífica marinha em curso na sua zona económica exclusivaou na sua plataforma continental, se:

a) As actividades de investigação não se realizaremde conformidade com as informações transmi-tidas nos termos do artigo 248.o e nas quaisse tenha fundamentado o consentimento doEstado costeiro; ou

b) O Estado ou a organização internacional com-petente que realizar as actividades de investi-gação não cumprir o disposto no artigo 249.ono que se refere aos direitos do Estado costeirorelativo ao projecto de investigação científicamarinha.

2 — O Estado costeiro tem o direito de exigir a ces-sação de quaisquer actividades de investigação científicamarinha em caso de qualquer não cumprimento do dis-posto no artigo 248.o que implique mudança fundamen-tal no projecto ou nas actividades de investigação.

3 — O Estado costeiro pode também exigir a cessaçãodas actividades de investigação científica marinha se,num prazo razoável, não forem corrigidas quaisquer dassituações previstas no n.o 1.

4 — Uma vez notificados pelo Estado costeiro da suadecisão de ordenar a suspensão ou cessação, os Estadosou as organizações internacionais competentes autori-zados a realizar as actividades de investigação científicamarinha devem pôr fim às actividades de investigaçãoque são objecto de tal notificação.

5 — A ordem de suspensão prevista no n.o 1 serárevogada pelo Estado costeiro e permitida a continuaçãodas actividades de investigação científica marinhaquando o Estado ou a organização internacional com-petente que realizar a investigação tiver cumprido ascondições exigidas nos artigos 248.o e 249.o

Artigo 254.o

Direitos dos Estados vizinhos sem litorale dos Estados em situação geográfica desfavorecida

1 — Os Estados e as organizações internacionais com-petentes que tiverem apresentado a um Estado costeiroum projecto para realizar investigação científica marinhareferida no n.o 3 do artigo 246.o devem informar osEstados vizinhos sem litoral e aqueles em situação geo-gráfica desfavorecida do projecto de investigação pro-posto e devem notificar o Estado costeiro de que deramtal informação.

2 — Depois de o Estado costeiro interessado ter dadoo seu consentimento ao projecto de investigação cien-tífica marinha proposto de conformidade com oartigo 246.o e com outras disposições pertinentes da pre-sente Convenção, os Estados e as organizações inter-nacionais competentes que realizem esse projecto devemproporcionar aos Estados vizinhos sem litoral e àquelesem situação geográfica desfavorecida, por solicitaçãodesses Estados e quando apropriado, a informação per-tinente especificada no artigo 248.o e na alínea f) don.o 1 do artigo 249.o

3 — Aos referidos Estados vizinhos sem litoral e àque-les em situação geográfica desfavorecida deve ser dada,

a seu pedido, a possibilidade de participarem, quandopraticável, no projecto de investigação científica marinhaproposto, por intermédio de peritos qualificados,nomeados por esses Estados e não recusados peloEstado costeiro, segundo as condições acordadas parao projecto entre o Estado costeiro interessado e o Estadoou as organizações internacionais competentes que rea-lizem a investigação científica marinha, de conformidadecom as disposições da presente Convenção.

4 — Os Estados e as organizações internacionais com-petentes referidos no n.o 1 devem prestar aos mencio-nados Estados sem litoral e àqueles em situação geo-gráfica desfavorecida, a seu pedido, as informações ea assistência especificadas na alínea d) do n.o 1 doartigo 249.o, salvo o disposto no n.o 2 do mesmo artigo.

Artigo 255.o

Medidas para facilitar a investigação científica marinhae prestar assistência às embarcações de investigação

Os Estados devem procurar adoptar normas, regu-lamentos e procedimentos razoáveis para promover efacilitar a investigação científica marinha realizada alémdo seu mar territorial de conformidade com a presenteConvenção e, quando apropriado, facilitar o acesso aosseus portos e promover a assistência às embarcaçõesde investigação científica marinha que cumpram as dis-posições pertinentes da presente parte, salvo o dispostonas suas leis e regulamentos.

Artigo 256.o

Investigação científica marinha na área

Todos os Estados, independentemente da sua situa-ção geográfica, bem como as organizações internacionaiscompetentes, têm o direito, de conformidade com asdisposições da parte XI, de realizar investigação científicamarinha na área.

Artigo 257.o

Investigação científica marinha na coluna de águaalém dos limites da zona económica exclusiva

Todos os Estados, independentemente da sua situa-ção geográfica, bem como as organizações internacionaiscompetentes, têm o direito, de conformidade com a pre-sente Convenção, de realizar investigação científicamarinha na coluna de água além dos limites da zonaeconómica exclusiva.

SECÇÃO 4

Instalações e equipamento de investigação científicano meio marinho

Artigo 258.o

Colocação e utilização

A colocação e utilização de qualquer tipo de insta-lação ou equipamento de investigação científica emqualquer área do meio marinho devem estar sujeitasàs mesmas condições estabelecidas na presente Con-venção para a realização de investigação científica mari-nha nessa mesma área.

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Artigo 259.o

Estatuto jurídico

As instalações ou o equipamento referidos na pre-sente secção não têm o estatuto jurídico de ilhas. Nãotêm mar territorial próprio e a sua presença não afectaa delimitação do mar territorial, da zona económicaexclusiva ou da plataforma continental.

Artigo 260.o

Zonas de segurança

Podem ser estabelecidas em volta das instalações deinvestigação científica, de conformidade com as dispo-sições pertinentes da presente Convenção, zonas desegurança de largura razoável que não exceda uma dis-tância de 500 m. Todos os Estados devem velar porque as suas embarcações respeitem tais zonas desegurança.

Artigo 261.o

Não interferência nas rotas de navegação

A colocação e a utilização de qualquer tipo de ins-talações ou equipamento de investigação científica nãodevem constituir obstáculo às rotas estabelecidas paraa navegação internacional.

Artigo 262.o

Marcas de identificação e sinais de aviso

As instalações ou o equipamento mencionados na pre-sente secção devem dispor de marcas de identificaçãoque indiquem o Estado de registo ou a organização inter-nacional a que pertencem, bem como dos adequadossinais de aviso internacionalmente acordados paragarantir a segurança no mar e a segurança da navegaçãoaérea, tendo em conta as regras e normas estabelecidaspelas organizações internacionais competentes.

SECÇÃO 5

Responsabilidade

Artigo 263.o

Responsabilidade

1 — Cabe aos Estados bem como às organizaçõesinternacionais competentes zelar por que a investigaçãocientífica marinha, efectuada por eles ou em seu nome,se realize de conformidade com a presente Convenção.

2 — Os Estados e as organizações internacionais com-petentes são responsáveis pelas medidas que tomaremem violação da presente Convenção relativamente àinvestigação científica marinha realizada por outrosEstados, suas pessoas jurídicas, singulares ou colectivas,ou por organizações internacionais competentes, edevem pagar indemnizações pelos danos resultantes detais medidas.

3 — Os Estados e as organizações internacionais com-petentes são responsáveis nos termos do artigo 235.o,pelos danos causados pela poluição do meio marinho,resultante da investigação científica marinha realizadapor eles ou em seu nome.

SECÇÃO 6

Solução de controvérsias e medidas provisórias

Artigo 264.o

Solução de controvérsias

As controvérsias relativas à interpretação ou aplicaçãodas disposições da presente Convenção referentes àinvestigação científica marinha devem ser solucionadasde conformidade com as secções 2 e 3 da parte XV.

Artigo 265.o

Medidas provisórias

Enquanto uma controvérsia não for solucionada deconformidade com as secções 2 e 3 da parte XV, o Estadoou a organização internacional competente autorizadoa realizar um projecto de investigação científica marinhanão deve permitir que se iniciem ou continuem as acti-vidades de investigação sem o consentimento expressodo Estado costeiro interessado.

PARTE XIV

Desenvolvimento e transferênciade tecnologia marinha

SECÇÃO 1

Disposições gerais

Artigo 266.o

Promoção do desenvolvimento e da transferênciade tecnologia marinha

1 — Os Estados, directamente ou por intermédio dasorganizações internacionais competentes, devem coo-perar, na medida das suas capacidades, para promoveractivamente o desenvolvimento e a transferência daciência e da tecnologia marinhas segundo modalidadese condições equitativas e razoáveis.

2 — Os Estados devem promover o desenvolvimentoda capacidade científica e tecnológica marinha dos Esta-dos que necessitem e solicitem assistência técnica nestedomínio, particularmente os Estados em desenvolvi-mento, incluindo os Estados sem litoral e aqueles emsituação geográfica desfavorecida, no que se refere àexploração, aproveitamento, conservação e gestão dosrecursos marinhos, à protecção e preservação do meiomarinho, à investigação científica marinha e outras acti-vidades no meio marinho compatíveis com a presenteConvenção, tendo em vista acelerar o desenvolvimentoeconómico e social dos Estados em desenvolvimento.

3 — Os Estados devem procurar favorecer condiçõeseconómicas e jurídicas propícias à transferência de tec-nologia marinha, numa base equitativa, em benefíciode todas as partes interessadas.

Artigo 267.o

Protecção dos interesses legítimos

Ao promover a cooperação, nos termos doartigo 266.o, os Estados devem ter em devida conta todosos interesses legítimos, incluindo, inter alia, os direitose deveres dos possuidores, fornecedores e recebedoresde tecnologia marinha.

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Artigo 268.o

Objectivos fundamentais

Os Estados, directamente ou por intermédio das orga-nizações internacionais competentes, devem promover:

a) A aquisição, avaliação e divulgação de conhe-cimentos de tecnologia marinha, bem como faci-litar o acesso a informação e dados pertinentes;

b) O desenvolvimento de tecnologia marinha apro-priada;

c) O desenvolvimento da infra-estrutura tecnoló-gica necessária para facilitar a transferência datecnologia marinha;

d) O desenvolvimento dos recursos humanos atra-vés da formação e ensino a nacionais dos Esta-dos e países em desenvolvimento e, em especial,dos menos desenvolvidos entre eles;

e) A cooperação internacional em todos os níveis,particularmente em nível regional, sub-regionale bilateral.

Artigo 269.o

Medidas para atingir os objectivos fundamentais

Para atingir os objectivos mencionados no artigo 268.o,os Estados, directamente ou por intermédio das orga-nizações internacionais competentes, devem procurar,inter alia:

a) Estabelecer programas de cooperação técnicapara a efectiva transferência de todos os tiposde tecnologia marinha aos Estados que neces-sitem e solicitem assistência técnica nesse domí-nio, em especial aos Estados em desenvolvi-mento sem litoral e aos Estados em desenvol-vimento em situação geográfica desfavorecida,bem como a outros Estados em desenvolvi-mento que não tenham podido estabelecer oudesenvolver a sua própria capacidade tecnoló-gica no âmbito da ciência marinha e no da explo-ração e aproveitamento de recursos marinhos,nem podido desenvolver a infra-estrutura de taltecnologia;

b) Promover condições favoráveis à conclusão deacordos, contratos e outros ajustes similares emcondições equitativas e razoáveis;

c) Realizar conferências, seminários e simpósiossobre temas científicos e tecnológicos, em par-ticular sobre políticas e métodos para a trans-ferência de tecnologia marinha;

d) Promover o intercâmbio de cientistas e peritosem tecnologia e outras matérias;

e) Realizar projectos e promover empresas con-juntas e outras formas de cooperação bilaterale multilateral.

SECÇÃO 2

Cooperação internacional

Artigo 270.o

Formas de cooperação internacional

A cooperação internacional para o desenvolvimentoe a transferência de tecnologia marinha deve ser efec-tuada, quando praticável e apropriado, através de pro-gramas bilaterais, regionais ou multilaterais existentes,bem como através de programas ampliados e de novosprogramas para facilitar a investigação científica mari-

nha, a transferência de tecnologia marinha, particular-mente em novos domínios e o financiamento interna-cional apropriado da investigação e desenvolvimento dosoceanos.

Artigo 271.o

Directrizes, critérios e normas

Os Estados devem promover, directamente ou porintermédio das organizações internacionais competen-tes, o estabelecimento de directrizes, critérios e normasgeralmente aceites para a transferência de tecnologiamarinha numa base bilateral ou no âmbito das orga-nizações internacionais e outros organismos, tendo par-ticularmente em conta os interesses e necessidades dosEstados em desenvolvimento.

Artigo 272.o

Coordenação de programas internacionais

No domínio da transferência de tecnologia marinha,os Estados devem procurar assegurar que as organi-zações internacionais competentes coordenem as suasactividades, incluindo quaisquer programas regionais oumundiais, tendo em conta os interesses e necessidadesdos Estados em desenvolvimento, em particular dosEstados sem litoral e daqueles em situação geográficadesfavorecida.

Artigo 273.o

Cooperação com organizações internacionais e com a Autoridade

Os Estados devem cooperar activamente com as orga-nizações internacionais competentes e com a Autoridadepara encorajar e facilitar a transferência de conheci-mentos especializados e de tecnologia marinha relativosàs actividades na Área aos Estados em desenvolvimento,aos seus nacionais e à empresa.

Artigo 274.o

Objectivos da Autoridade

Sem prejuízo de todos os interesses legítimos,incluindo, inter alia, os direitos e deveres dos possui-dores, fornecedores e recebedores de tecnologia, a Auto-ridade, no que se refere às actividades na área, deveassegurar que:

a) Os nacionais dos Estados em desenvolvimento,costeiros, sem litoral ou em situação geográficadesfavorecida, sejam admitidos para fins deestágio, com base no princípio da distribuiçãogeográfica equitativa, como membros do pessoalde gestão, de investigação e técnico recrutadopara as suas actividades;

b) A documentação técnica relativa ao equipa-mento, maquinaria, dispositivos e processos per-tinentes seja posta à disposição de todos os Esta-dos, em particular dos Estados em desenvol-vimento que necessitem e solicitem assistênciatécnica nesse domínio;

c) Sejam tomadas pela Autoridade disposiçõesapropriadas para facilitar a aquisição de assis-tência técnica no domínio da tecnologia marinhapelos Estados que dela necessitem e a solicitem,em particular os Estados em desenvolvimento,bem como a aquisição pelos seus nacionais dosconhecimentos técnicos e especializados neces-sários, incluindo a formação profissional;

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d) Seja prestada aos Estados a assistência técnicade que necessitem e solicitem nesse domínio,em especial aos Estados em desenvolvimento,bem como assistência na aquisição de equipa-mento, instalações, processos e outros conhe-cimentos técnicos necessários, mediante qual-quer ajuste financeiro previsto na presenteConvenção.

SECÇÃO 3

Centros nacionais e regionaisde investigação científica e tecnológica marinha

Artigo 275.o

Estabelecimento de centros nacionais

1 — Os Estados devem promover, directamente oupor intermédio das organizações internacionais compe-tentes e da Autoridade, o estabelecimento, em especialnos Estados costeiros em desenvolvimento, de centrosnacionais de investigação científica e tecnológica mari-nha, bem como o reforço de centros nacionais existentes,a fim de estimular e impulsionar a realização de inves-tigação científica marinha pelos Estados costeiros emdesenvolvimento e de aumentar a sua capacidade nacio-nal para utilizar e preservar os seus recursos marinhosem seu próprio benefício económico.

2 — Os Estados devem prestar, por intermédio dasorganizações internacionais competentes e da Autori-dade, apoio adequado para facilitar o estabelecimentoe o reforço de tais centros nacionais, a fim de forneceremserviços de formação avançada, e equipamento e conhe-cimentos práticos e técnicos necessários, bem como peri-tos técnicos, aos Estados que necessitem e solicitem talassistência.

Artigo 276.o

Estabelecimento de centros regionais

1 — Os Estados devem promover, em coordenaçãocom as organizações internacionais competentes, coma Autoridade e com instituições nacionais de investi-gação científica e tecnológica marinha, o estabeleci-mento de centros regionais de investigação científicae tecnológica marinha, em especial nos Estados emdesenvolvimento, a fim de estimular e impulsionar arealização de investigação científica marinha pelos Esta-dos em desenvolvimento e de favorecer a transferênciade tecnologia marinha.

2 — Todos os Estados de uma região devem cooperarcom os respectivos centros regionais a fim de assegu-rarem a realização mais eficaz dos seus objectivos.

Artigo 277.o

Funções dos centros regionais

As funções dos centros regionais devem compreender,inter alia:

a) Programas de formação e ensino, em todos osníveis, sobre diversos aspectos da investigaçãocientífica e tecnológica marinha, em especial abiologia marinha, incluídas a conservação e agestão dos recursos vivos, a oceanografia, ahidrografia, a engenharia, a exploração geoló-gica dos fundos marinhos, a extracção mineira,bem como a tecnologia de dessalinização;

b) Estudos de gestão;

c) Programas de estudos relacionados com a pro-tecção e preservação do meio marinho e coma prevenção, redução e controlo da poluição;

d) Organização de conferências, seminários e sim-pósios regionais;

e) Aquisição e processamento de dados e infor-mações sobre a ciência e tecnologia marinhas;

f) Disseminação imediata dos resultados da inves-tigação científica e tecnológica marinha pormeio de publicações de fácil acesso;

g) Divulgação das políticas nacionais sobre trans-ferência de tecnologia marinha e estudo com-parativo sistemático dessas políticas;

h) Compilação e sistematização de informaçõessobre comercialização de tecnologia e sobre oscontratos e outros ajustes relativos a patentes;

i) Cooperação técnica com outros Estados daregião.

SECÇÃO 4

Cooperação entre organizações internacionais

Artigo 278.o

Cooperação entre organizações internacionais

As organizações internacionais competentes mencio-nadas na presente parte e na parte XIII devem tomartodas as medidas apropriadas para assegurarem, direc-tamente ou em estreita cooperação entre si, o cum-primento efectivo das funções e responsabilidadesdecorrentes da presente parte.

PARTE XV

Solução de controvérsias

SECÇÃO 1

Disposições gerais

Artigo 279.o

Obrigação de solucionar controvérsias por meios pacíficos

Os Estados Partes devem solucionar qualquer con-trovérsia entre eles relativa à interpretação ou aplicaçãoda presente Convenção por meios pacíficos, de con-formidade com o n.o 3 do artigo 2.o da Carta da NaçõesUnidas e, para tal fim, procurar uma solução pelos meiosindicados no n.o 1 do artigo 33.o da Carta.

Artigo 280.o

Solução de controvérsias por quaisquer meios pacíficosescolhidos pelas partes

Nenhuma das disposições da presente parte prejudicao direito dos Estados Partes de, em qualquer momento,acordarem na solução de uma controvérsia entre elesrelativa à interpretação ou aplicação da presente Con-venção por quaisquer meios pacíficos de sua própriaescolha.

Artigo 281.o

Procedimento aplicável quando as partesnão tenham alcançado uma solução

1 — Se os Estados Partes que são partes numa con-trovérsia relativa à interpretação ou aplicação da pre-sente Convenção tiverem acordado em procurar solu-

5486-(150) DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 238 — 14-10-1997

cioná-la por um meio pacífico de sua própria escolha,os procedimentos estabelecidos na presente parte sóserão aplicados se não tiver sido alcançada uma soluçãopor esse meio e se o acordo entre as partes não excluira possibilidade de outro procedimento.

2 — Se as partes tiverem também acordado numprazo, o disposto no n.o 1 só será aplicado depois deexpirado esse prazo.

Artigo 282.o

Obrigações decorrentes de acordos gerais, regionais ou bilaterais

Se os Estados Partes que são partes numa controvérsiarelativa à interpretação ou aplicação da presente Con-venção tiverem ajustado, por meio de acordo geral,regional ou bilateral, ou de qualquer outra forma, emque tal controvérsia seja submetida, a pedido de qual-quer das partes na mesma, a um procedimento con-ducente a uma decisão obrigatória, esse procedimentoserá aplicado em lugar do previsto na presente parte,salvo acordo em contrário das partes na controvérsia.

Artigo 283.o

Obrigação de trocar opiniões

1 — Quando surgir uma controvérsia entre EstadosPartes relativa à interpretação ou aplicação da presenteConvenção, as partes na controvérsia devem procedersem demora a uma troca de opiniões, tendo em vistasolucioná-la por meio de negociação ou de outros meiospacíficos.

2 — As partes também devem proceder sem demoraa uma troca de opiniões quando um procedimento paraa solução de tal controvérsia tiver sido terminado semque esta tenha sido solucionada ou quando se tiverobtido uma solução e as circunstâncias requeiram con-sultas sobre o modo como será implementada a solução.

Artigo 284.o

Conciliação

1 — O Estado Parte que é parte numa controvérsiarelativa à interpretação ou aplicação da presente Con-venção pode convidar a outra ou outras partes a sub-metê-la a conciliação, de conformidade com o proce-dimento previsto na secção 1 do anexo V ou com outroprocedimento de conciliação.

2 — Se o convite for aceite e as partes acordaremno procedimento de conciliação a aplicar, qualquer partepode submeter a controvérsia a esse procedimento.

3 — Se o convite não for aceite ou as partes não acor-darem no procedimento, o procedimento de conciliaçãodeve ser considerado terminado.

4 — Quando uma controvérsia tiver sido submetidaa conciliação, o procedimento só se poderá dar por ter-minado de conformidade com o procedimento de con-ciliação acordado, salvo acordo em contrário das partes.

Artigo 285.o

Aplicação da presente secção às controvérsias submetidasnos termos da parte XI

Esta secção aplica-se a qualquer controvérsia que,nos termos da secção 5 da parte XI da presente Con-venção, tenha de ser solucionada de conformidade comos procedimentos previstos na presente parte. Se uma

entidade que não um Estado Parte for parte em talcontrovérsia, esta secção aplica-se mutatis mutandis.

SECÇÃO 2

Procedimentos compulsórios conducentes a decisões obrigatórias

Artigo 286.o

Aplicação dos procedimentos nos termos da presente secção

Salvo o disposto na secção 3, qualquer controvérsiarelativa à interpretação ou aplicação da presente Con-venção, quando não tiver sido solucionada mediante aaplicação da secção 1, será submetida, a pedido de qual-quer das partes na controvérsia, à corte ou tribunal quetenha jurisdição nos termos da presente secção.

Artigo 287.o

Escolha do procedimento

1 — Um Estado ao assinar ou ratificar a presenteConvenção ou a ela aderir, ou em qualquer momentoulterior, pode escolher livremente, por meio de decla-ração escrita, um ou mais dos seguintes meios para asolução das controvérsias relativas à interpretação ouaplicação da presente Convenção:

a) O Tribunal Internacional do Direito do Mar,estabelecido de conformidade com o anexo VI;

b) O Tribunal Internacional de Justiça;c) Um tribunal arbitral constituído de conformi-

dade com o anexo VII;d) Um tribunal arbitral especial constituído de con-

formidade com o anexo VIII, para uma ou maisdas categorias de controvérsias especificadas noreferido anexo.

2 — Uma declaração feita nos termos do n.o 1 nãodeve afectar a obrigação de um Estado Parte de aceitar,na medida e na forma estabelecidas na secção 5 daparte XI, a competência da Câmara de Controvérsiasdos Fundos Marinhos do Tribunal Internacional doDireito do Mar nem deve ser afectada por essa obri-gação.

3 — O Estado Parte que é parte numa controvérsianão abrangida por uma declaração vigente deve ser con-siderado como tendo aceite a arbitragem, de confor-midade com o anexo VII.

4 — Se as partes numa controvérsia tiverem aceiteo mesmo procedimento para a solução da controvérsia,esta só poderá ser submetida a esse procedimento, salvoacordo em contrário das partes.

5 — Se as partes numa controvérsia não tiveremaceite o mesmo procedimento para a solução da con-trovérsia, esta só poderá ser submetida a arbitragem,de conformidade com o anexo VII, salvo acordo em con-trário das partes.

6 — Uma declaração feita nos termos do n.o 1 man-ter-se-á em vigor até três meses depois de a notificaçãode revogação ter sido depositada junto do Secretário--Geral das Nações Unidas.

7 — Nenhuma nova declaração, notificação de revo-gação ou expiração de uma declaração afecta de modoalgum os procedimentos pendentes numa corte ou tri-bunal que tenha jurisdição nos termos do presenteartigo, salvo acordo em contrário das partes.

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8 — As declarações e notificações referidas no pre-sente artigo serão depositadas junto do Secretário-Geraldas Nações Unidas, que deve remeter cópias das mesmasaos Estados Partes.

Artigo 288.o

Jurisdição

1 — A corte ou tribunal a que se refere o artigo 287.otem jurisdição sobre qualquer controvérsia relativa àinterpretação ou aplicação da presente Convenção quelhe seja submetida de conformidade com a presenteparte.

2 — A corte ou tribunal a que se refere o artigo 287.otem também jurisdição sobre qualquer controvérsia rela-tiva à interpretação ou aplicação de um acordo inter-nacional relacionado com os objectivos da presente Con-venção que lhe seja submetida de conformidade comesse acordo.

3 — A Câmara de Controvérsias dos Fundos Mari-nhos do Tribunal Internacional do Direito do Mar, esta-belecida de conformidade com o anexo VI, ou qualqueroutra câmara ou tribunal arbitral a que se faz referênciana secção 5 da parte XI, tem jurisdição sobre qualquerdas questões que lhe sejam submetidas de conformidadecom esta secção.

4 — Em caso de controvérsia sobre jurisdição de umacorte ou tribunal, a questão será resolvida por decisãodessa corte ou tribunal.

Artigo 289.o

Peritos

A corte ou tribunal, no exercício da sua jurisdiçãonos termos da presente secção, pode, em qualquer con-trovérsia em que se suscitem questões científicas ou téc-nicas, a pedido de uma parte ou por iniciativa própria,seleccionar, em consulta com as partes, pelo menos doisperitos em questões científicas ou técnicas, escolhidosde preferência da lista apropriada preparada de con-formidade com o artigo 2.o do anexo VIII, para par-ticiparem nessa corte ou tribunal, sem direito a voto.

Artigo 290.o

Medidas provisórias

1 — Se uma controvérsia tiver sido devidamente sub-metida a uma corte ou tribunal que se considere, primafacie, com jurisdição nos termos da presente parte ouda secção 5 da parte XI, a corte ou tribunal poderádecretar quaisquer medidas provisórias que considereapropriadas às circunstâncias, para preservar os direitosrespectivos das partes na controvérsia ou impedir danosgraves ao meio marinho, até decisão definitiva.

2 — As medidas provisórias podem ser modificadasou revogadas desde que as circunstâncias que as jus-tificaram se tenham modificado ou deixado de existir.

3 — As medidas provisórias só podem ser decretadas,modificadas ou revogadas, nos termos do presenteartigo, a pedido de uma das partes na controvérsia eapós ter sido dada às partes a oportunidade de seremouvidas.

4 — A corte ou tribunal notificará imediatamente aspartes na controvérsia e, se julgar apropriado, outrosEstados Partes de qualquer medida provisória ou dequalquer decisão que a modifique ou revogue.

5 — Enquanto não estiver constituído o tribunal arbi-tral ao qual uma controvérsia esteja a ser submetidanos termos da presente secção, qualquer corte ou tri-bunal, escolhido de comum acordo pelas partes ou, nafalta de tal acordo, dentro de duas semanas subsequentesà data do pedido de medidas provisórias, o TribunalInternacional do Direito do Mar, ou, tratando-se deactividades na área, a Câmara de Controvérsias dos Fun-dos Marinhos, pode decretar, modificar ou revogarmedidas provisórias nos termos do presente artigo, seconsiderar, prima facie, que o tribunal a ser constituídoteria jurisdição e que a urgência da situação assim orequer. Logo que estiver constituído, o tribunal ao quala controvérsia foi submetida pode, actuando de con-formidade com os n.os 1 a 4, modificar, revogar ou con-firmar essas medidas provisórias.

6 — As partes na controvérsia devem cumprir semdemora quaisquer medidas provisórias decretadas nostermos do presente artigo.

Artigo 291.o

Acesso

1 — Os Estados Partes têm acesso a todos os pro-cedimentos de solução de controvérsias especificadasna presente parte.

2 — As entidades que não sejam Estados Partes têmacesso, apenas nos casos expressamente previstos na pre-sente Convenção, aos procedimentos de solução de con-trovérsias especificados nesta parte.

Artigo 292.o

Pronta libertação das embarcações e das suas tripulações

1 — Quando as autoridades de um Estado Parte tive-rem apresado uma embarcação que arvore a bandeirade um outro Estado Parte e for alegado que o Estadoque procedeu à detenção não cumpriu as disposiçõesda presente Convenção no que se refere à pronta liber-tação da embarcação ou da sua tripulação, mediantea prestação de uma caução idónea ou outra garantiafinanceira, a questão da libertação poderá ser submetida,salvo acordo em contrário das partes, a qualquer corteou tribunal escolhido por acordo entre as partes ou,não havendo acordo no prazo de 10 dias subsequentesao momento da detenção, à corte ou tribunal aceite,nos termos do artigo 287.o, pelo Estado que fez a deten-ção ou ao Tribunal Internacional do Direito do Mar.

2 — O pedido de libertação só pode ser feito peloEstado de bandeira da embarcação ou em seu nome.

3 — A corte ou tribunal apreciará imediatamente opedido de libertação e ocupar-se-á exclusivamente daquestão da libertação, sem prejuízo do mérito de qual-quer acção judicial contra a embarcação, seu armadorou sua tripulação, intentada no foro nacional apro-priado. As autoridades do Estado que tiverem efectuadoa detenção continuarão a ser competentes para, em qual-quer altura, ordenar a libertação da embarcação ou dasua tripulação.

4 — Uma vez prestada a caução ou outra garantiafinanceira fixada pela corte ou tribunal, as autoridadesdo Estado que tiverem efectuado a detenção cumprirãoimediatamente a decisão da corte ou tribunal relativaà libertação da embarcação ou da sua tripulação.

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Artigo 293.o

Direito aplicável

1 — A corte ou tribunal que tiver jurisdição nos ter-mos desta secção deve aplicar a presente Convençãoe outras normas de direito internacional que não foremincompatíveis com esta Convenção.

2 — O n.o 1 não prejudicará a faculdade da corteou tribunal que tiver jurisdição nos termos da presentesecção de decidir um caso ex aequo et bono, se as partesassim o acordarem.

Artigo 294.o

Procedimentos preliminares

1 — A corte ou tribunal referido no artigo 287.o aoqual tiver sido feito um pedido relativo a uma contro-vérsia mencionada no artigo 297.o decidirá, por soli-citação de uma parte, ou poderá decidir, por iniciativaprópria, se o pedido constitui utilização abusiva dosmeios processuais ou se prima facie é bem fundamen-tado. Se a corte ou tribunal decidir que o pedido cons-titui utilização abusiva dos meios processuais ou é primafacie, infundado, cessará a sua acção no caso.

2 — Ao receber o pedido, a corte ou tribunal noti-ficará imediatamente a outra parte ou partes e fixaráum prazo razoável durante o qual elas possam solici-tar-lhe que decida nos termos do n.o 1.

3 — Nada no presente artigo prejudica o direito dequalquer parte numa controvérsia de deduzir excepçõespreliminares de conformidade com as normas proces-suais aplicáveis.

Artigo 295.o

Esgotamento dos recursos internos

Qualquer controvérsia entre Estados Partes relativaà interpretação ou à aplicação da presente Convençãosó pode ser submetida aos procedimentos estabelecidosna presente secção depois de esgotados os recursos inter-nos de conformidade com o direito internacional.

Artigo 296.o

Carácter definitivo e força obrigatória das decisões

1 — Qualquer decisão proferida por uma corte outribunal com jurisdição nos termos da presente secçãoserá definitiva e deverá ser cumprida por todas as partesna controvérsia.

2 — Tal decisão não terá força obrigatória senão paraas partes na controvérsia e no que se refere a essa mesmacontrovérsia.

SECÇÃO 3

Limites e excepções à aplicação da secção 2

Artigo 297.o

Limites à aplicação da secção 2

1 — As controvérsias relativas à interpretação ou apli-cação da presente Convenção, no concernente ao exer-cício por um Estado costeiro dos seus direitos soberanosou de jurisdição previstos na presente Convenção, serãosubmetidas aos procedimentos estabelecidos na secção 2nos seguintes casos:

a) Quando se alegue que um Estado costeiroactuou em violação das disposições da presente

Convenção no concernente às liberdades e direi-tos de navegação ou de sobrevoo ou à liberdadee ao direito de colocação de cabos e ductos sub-marinos e outros usos do mar internacional-mente lícitos especificados no artigo 58.o; ou

b) Quando se alegue que um Estado, ao exerceras liberdades, os direitos ou os usos anterior-mente mencionados, actuou em violação das dis-posições da presente Convenção ou das leis ouregulamentos adoptados pelo Estado costeiro,de conformidade com a presente Convenção ecom outras normas de direito internacional quenão sejam com ela incompatíveis; ou

c) Quando se alegue que um Estado costeiroactuou em violação das regras e normas inter-nacionais específicas para a protecção e pre-servação do meio marinho aplicáveis ao Estadocosteiro e que tenham sido estabelecidas pelapresente Convenção ou por intermédio de umaorganização internacional competente ou deuma conferência diplomática de conformidadecom a presente Convenção.

2 — a) As controvérsias relativas à interpretação ouaplicação das disposições da presente Convenção con-cernentes à investigação científica marinha serão solu-cionadas de conformidade com a secção 2, com a ressalvade que o Estado costeiro não será obrigado a aceitarsubmeter aos procedimentos de solução qualquer con-trovérsia que se suscite por motivo de:

i) O exercício pelo Estado costeiro de um direitoou poder discricionário de conformidade como artigo 246.o; ou

ii) A decisão do Estado costeiro de ordenar a sus-pensão ou a cessação de um projecto de inves-tigação de conformidade com o artigo 253.o

b) A controvérsia suscitada quando o Estado que rea-liza as investigações alegar que, em relação a um deter-minado projecto, o Estado costeiro não está a exercer,de modo compatível com a presente Convenção, os direi-tos que lhe conferem os artigos 246.o e 253.o será sub-metida, a pedido de qualquer das partes, ao procedi-mento de conciliação nos termos da secção 2 do anexo V,com a ressalva de que a comissão de conciliação nãoporá em causa o exercício pelo Estado costeiro do seupoder discricionário de designar as áreas específicasreferidas no n.o 6 do artigo 246.o, ou do seu poder dis-cricionário de recusar o seu consentimento, de confor-midade com o n.o 5 do artigo 216.o

3 — a) As controvérsias relativas à interpretação ouaplicação das disposições da presente Convenção con-cernentes à pesca serão solucionadas de conformidadecom a secção 2, com a ressalva de que o Estado costeironão será obrigado a aceitar submeter aos procedimentosde solução qualquer controvérsia relativa aos seus direi-tos soberanos referentes aos recursos vivos da sua zonaeconómica exclusiva ou ao exercício desses direitos,incluídos os seus poderes discricionários de fixar a cap-tura permissível, a sua capacidade de captura, a atri-buição dos excedentes a outros Estados e as modalidadese condições estabelecidas nas suas leis e regulamentosde conservação e gestão.

b) Se a aplicação das disposições da secção 1 da pre-sente parte não permitiu chegar a uma solução, a con-trovérsia será submetida, a pedido de qualquer das par-tes na controvérsia, ao procedimento de conciliação nos

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termos da secção 2 do anexo V, quando se alegue queum Estado costeiro:

i) Tenha manifestamente deixado de cumprir assuas obrigações de assegurar, por meio de medi-das apropriadas de conservação e gestão, quea manutenção dos recursos vivos da zona eco-nómica exclusiva não fique seriamente amea-çada;

ii) Tenha arbitrariamente recusado fixar, a pedidode outro Estado, a captura permissível e a suaprópria capacidade de captura dos recursosvivos, no que se refere às populações que esteoutro Estado esteja interessado em pescar; ou

iii) Tenha arbitrariamente recusado atribuir a qual-quer Estado, nos termos dos artigos 62.o, 69.oe 70.o, a totalidade ou parte do excedente quetenha declarado existir, segundo as modalidadese condições estabelecidas pelo Estado costeirocompatíveis com a presente Convenção.

c) Em nenhum caso a comissão de conciliação subs-tituirá o seu poder discricionário pelo do Estadocosteiro.

d) O relatório da comissão de conciliação deve sercomunicado às organizações internacionais competen-tes.

e) Ao negociar um acordo nos termos dos artigos 69.oe 70.o, os Estados Partes deverão incluir, salvo acordoem contrário, uma cláusula sobre as medidas que toma-rão para minimizar a possibilidade de divergência rela-tiva à interpretação ou aplicação do acordo e sobre oprocedimento a seguir se, apesar disso, a divergênciasurgir.

Artigo 298.o

Excepções de carácter facultativo à aplicação da secção 2

1 — Ao assinar ou ratificar a presente Convenção oua ela aderir, ou em qualquer outro momento ulterior,um Estado pode, sem prejuízo das obrigações resultantesda secção 1, declarar por escrito não aceitar um oumais dos procedimentos estabelecidos na secção 2, comrespeito a uma ou várias das seguintes categorias decontrovérsias:

a) :

i) As controvérsias relativas à interpretaçãoou aplicação dos artigos 15.o, 74.o e 83.oreferentes à delimitação de zonas marí-timas, ou às baías ou títulos históricos,com a ressalva de que o Estado que tiverfeito a declaração, quando tal controvér-sia surgir depois da entrada em vigor dapresente Convenção e quando não setiver chegado a acordo dentro de umprazo razoável de negociações entre aspartes, aceite, a pedido de qualquer partena controvérsia, submeter a questão aoprocedimento de conciliação nos termosda secção 2 do anexo V, além disso, ficaexcluída de tal submissão qualquer con-trovérsia que implique necessariamenteo exame simultâneo de uma controvérsianão solucionada relativa à soberania ououtros direitos sobre um território con-tinental ou insular;

ii) Depois de a comissão de conciliação terapresentado o seu relatório, no qual

exporá as razões em que se fundamenta,as partes negociarão um acordo com basenesse relatório; se essas negociações nãoresultarem num acordo, as partes deve-rão, salvo acordo em contrário, submeter,por mútuo consentimento, a questão aum dos procedimentos previstos nasecção 2;

iii) Esta alínea não se aplica a nenhuma con-trovérsia relativa à delimitação de zonasmarítimas que tenha sido definitivamentesolucionada por acordo entre as partes,nem a qualquer controvérsia que devaser solucionada de conformidade com umacordo bilateral ou multilateral obriga-tório para essas partes;

b) As controvérsias relativas a actividades milita-res, incluídas as actividades militares de embar-cações e aeronaves de Estado utilizadas em ser-viços não comerciais, e as controvérsias relativasa actividades destinadas a fazer cumprir normaslegais tendo em vista o exercício de direitossoberanos ou da jurisdição excluídas, nos termosdos n.os 2 ou 3 do artigo 297.o, da jurisdiçãode uma corte ou tribunal;

c) As controvérsias a respeito das quais o Conselhode Segurança das Nações Unidas esteja a exer-cer as funções que lhe são conferidas pela Cartadas Nações Unidas, a menos que o Conselhode Segurança retire a questão da sua ordemdo dia ou convide as partes a solucioná-la pelosmeios previstos na presente Convenção.

2 — O Estado Parte que tiver feito uma declaraçãonos termos do n.o 1 poderá retirá-la em qualquermomento ou convir em submeter a controvérsia,excluída em virtude dessa declaração, a qualquer dosprocedimentos estabelecidos na presente Convenção.

3 — Um Estado Parte que tiver feito uma declaraçãonos termos do n.o 1 não pode submeter a controvérsiapertencente à categoria de controvérsias excluídas aqualquer dos procedimentos previstos na presente Con-venção sem o consentimento de qualquer outro EstadoParte com o qual estiver em controvérsia.

4 — Se um dos Estados Partes tiver feito uma decla-ração nos termos da alínea a) do n.o 1, qualquer outroEstado Parte poderá submeter, contra a parte decla-rante, qualquer controvérsia pertencente a uma das cate-gorias exceptuadas ao procedimento especificado em taldeclaração.

5 — Uma nova declaração ou a retirada de uma decla-ração não afectará de modo algum os procedimentosem curso numa corte ou tribunal nos termos do presenteartigo, salvo acordo em contrário das partes.

6 — As declarações e as notificações de retirada dasdeclarações nos termos do presente artigo serão depo-sitadas junto do Secretário-Geral das Nações Unidas,o qual enviará cópias das mesmas aos Estados Partes.

Artigo 299.o

Direito de as partes convirem num procedimento

1 — A controvérsia excluída dos procedimentos desolução de controvérsias previstos na secção 2 nos ter-mos do artigo 297.o, ou exceptuada de tais procedimen-tos por meio de uma declaração feita de conformidade

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com o artigo 298.o, só poderá ser submetida a essesprocedimentos por acordo das partes na controvérsia.

2 — Nenhuma das disposições da presente secçãoprejudica o direito de as partes na controvérsia conviremnum outro procedimento para a solução de tal con-trovérsia ou de chegarem a uma solução amigável.

PARTE XVI

Disposições gerais

Artigo 300.o

Boa fé e abuso de direito

Os Estados Partes devem cumprir de boa fé as obri-gações contraídas nos termos da presente Convençãoe exercer os direitos, jurisdição e liberdades reconhe-cidos na presente Convenção de modo a não constituirabuso de direito.

Artigo 301.o

Utilização do mar para fins pacíficos

No exercício dos seus direitos e no cumprimento dassuas obrigações nos termos da presente Convenção, osEstados Partes devem abster-se de qualquer ameaça ouuso da força contra a integridade territorial ou a inde-pendência política de qualquer Estado, ou de qualqueroutra forma incompatível com os princípios de direitointernacional incorporados na Carta das Nações Unidas.

Artigo 302.o

Divulgação de informações

Sem prejuízo do direito de um Estado Parte de recor-rer aos procedimentos de solução de controvérsias esta-belecidos na presente Convenção, nada nesta Conven-ção deve ser interpretado no sentido de exigir que umEstado Parte, no cumprimento das suas obrigações nostermos da presente Convenção, forneça informaçõescuja divulgação seja contrária aos interesses essenciaisda sua segurança.

Artigo 303.o

Objectos arqueológicos e históricos achados no mar

1 — Os Estados têm o dever de proteger os objectosde carácter arqueológico e histórico achados no mare devem cooperar para esse fim.

2 — A fim de controlar o tráfico de tais objectos,o Estado costeiro pode presumir, ao aplicar o artigo 33.o,que a sua remoção dos fundos marinhos, na área referidanesse artigo, sem a sua autorização constitui uma infrac-ção cometida no seu território ou no seu mar territorialdas leis e regulamentos mencionados no referido artigo.

3 — Nada no presente artigo afecta os direitos dosproprietários identificáveis, as normas de salvamento ououtras normas do direito marítimo, bem como leis epráticas em matéria de intercâmbios culturais.

4 — O presente artigo deve aplicar-se sem prejuízode outros acordos internacionais e normas de direitointernacional relativos à protecção de objectos de carác-ter arqueológico e histórico.

Artigo 304.o

Responsabilidade por danos

As disposições da presente Convenção relativas à res-ponsabilidade por danos não prejudicam a aplicação dasnormas vigentes e a elaboração de novas normas rela-tivas à responsabilidade nos termos do direito inter-nacional.

PARTE XVII

Disposições finais

Artigo 305.o

Assinatura

1 — A presente Convenção está aberta à assinaturade:

a) Todos os Estados;b) A Namíbia, representada pelo Conselho das

Nações Unidas para a Namíbia;c) Todos os Estados autónomos associados que

tenham escolhido este estatuto num acto deautodeterminação fiscalizado e aprovado pelasNações Unidas de conformidade com a Reso-lução n.o 1514 (XV), da Assembleia Geral, eque tenham competência sobre matérias regidaspela presente Convenção, incluindo a de con-cluir tratados em relação a essas matérias;

d) Todos os Estados autónomos associados que,de conformidade com os seus respectivos ins-trumentos de associação, tenham competênciasobre as matérias regidas pela presente Con-venção, incluindo a de concluir tratados em rela-ção a essas matérias;

e) Todos os territórios que gozem de plena auto-nomia interna, reconhecida como tal pelasNações Unidas, mas que não tenham alcançadoa plena independência de conformidade coma Resolução n.o 1514 (XV), da AssembleiaGeral, e que tenham competência sobre as maté-rias regidas pela presente Convenção, incluindoa de concluir tratados em relação a essasmatérias;

f) As organizações internacionais, de conformi-dade com o anexo IX.

2 — A presente Convenção está aberta à assinaturaaté 9 de Dezembro de 1984 no Ministério dos NegóciosEstrangeiros da Jamaica e também, a partir de 1 deJulho de 1983 até 9 de Dezembro de 1984, na sededas Nações Unidas em Nova Iorque.

Artigo 306.o

Ratificação e confirmação formal

A presente Convenção está sujeita à ratificação pelosEstados e outras entidades mencionadas nas alíneas b),c), d) e e) do n.o 1 do artigo 305.o, assim como a con-firmação formal, de conformidade com o anexo IX, pelasentidades mencionadas na alínea f) do n.o 1 desse artigo.Os instrumentos de ratificação e de confirmação formaldevem ser depositados junto do Secretário-Geral dasNações Unidas.

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Artigo 307.o

Adesão

A presente Convenção está aberta à adesão dos Esta-dos e das outras entidades mencionadas no artigo 305.oA adesão das entidades mencionadas na alínea f) don.o 1 do artigo 305.o deve ser efectuada de conformidadecom o anexo IX. Os instrumentos de adesão devem serdepositados junto do Secretário-Geral das NaçõesUnidas.

Artigo 308.o

Entrada em vigor

1 — A presente Convenção entra em vigor 12 mesesapós a data de depósito do sexagésimo instrumento deratificação ou de adesão.

2 — Para cada Estado que ratifique a presente Con-venção ou a ela adira após o depósito do sexagésimoinstrumento de ratificação ou de adesão, a Convençãoentra em vigor no trigésimo dia seguinte à data de depó-sito do instrumento de ratificação ou de adesão, comobservância do n.o 1.

3 — A assembleia da Autoridade deve reunir-se nadata da entrada em vigor da presente Convenção e ele-ger o conselho da Autoridade. Se não for possível aaplicação estrita das disposições do artigo 161.o, o pri-meiro conselho será constituído de forma compatívelcom o objectivo desse artigo.

4 — As normas, regulamentos e procedimentos ela-borados pela Comissão Preparatória devem aplicar-seprovisoriamente até à sua aprovação formal pela Auto-ridade, de conformidade com a parte XI.

5 — A Autoridade e os seus órgãos devem actuar deconformidade com a Resolução II da Terceira Confe-rência das Nações Unidas sobre o Direito do Mar, rela-tiva aos investimentos preparatórios, e com as decisõestomadas pela Comissão Preparatória na aplicação dessaresolução.

Artigo 309.o

Reservas e excepções

A presente Convenção não admite quaisquer reservasou excepções além das por ela expressamente autori-zadas noutros artigos.

Artigo 310.o

Declarações

O artigo 309.o não impede um Estado Parte, quandoassina ou ratifica a presente Convenção ou a ela adere,de fazer declarações, qualquer que seja a sua redacçãoou denominação, com o fim de, inter alia, harmonizaras suas leis e regulamentos com as disposições da pre-sente Convenção, desde que tais declarações não tenhampor finalidade excluir ou modificar o efeito jurídico dasdisposições da presente Convenção na sua aplicação aesse Estado.

Artigo 311.o

Relação com outras convenções e acordos internacionais

1 — A presente Convenção prevalece, nas relaçõesentre os Estados Partes, sobre as Convenções de Gene-bra sobre o Direito do Mar, de 29 de Abril de 1958.

2 — A presente Convenção não modifica os direitose as obrigações dos Estados Partes resultantes de outrosacordos compatíveis com a presente Convenção e que

não afectam o gozo por outros Estados Partes dos seusdireitos nem o cumprimento das suas obrigações nostermos da mesma Convenção.

3 — Dois ou mais Estados Partes podem concluiracordos, aplicáveis unicamente às suas relações entresi, que modifiquem as disposições da presente Conven-ção ou suspendam a sua aplicação, desde que tais acor-dos não se relacionem com nenhuma disposição cujaderrogação seja incompatível com a realização efectivado objecto e fins da presente Convenção e, desde quetais acordos não afectem a aplicação dos princípios fun-damentais nela enunciados e que as disposições de taisacordos não afectem o gozo por outros Estados Partesdos seus direitos ou o cumprimento das suas obrigaçõesnos termos da mesma Convenção.

4 — Os Estados Partes que pretendam concluir umacordo dos referidos no n.o 3 devem notificar os demaisEstados Partes, por intermédio do depositário da pre-sente Convenção, da sua intenção de concluir o acordo,bem como da modificação ou suspensão que tal acordopreveja.

5 — O presente artigo não afecta os acordos inter-nacionais expressamente autorizados ou salvaguardadospor outros artigos da presente Convenção.

6 — Os Estados Partes convêm em que não podemser feitas emendas ao princípio fundamental relativoao património comum da humanidade estabelecido noartigo 136.o e em que não serão partes em nenhumacordo que derrogue esse princípio.

Artigo 312.o

Emendas

1 — Decorridos 10 anos a contar da data de entradaem vigor da presente Convenção, qualquer Estado Partepode propor, mediante comunicação escrita ao Secre-tário-Geral das Nações Unidas, emendas concretas àpresente Convenção, excepto as que se refiram a acti-vidades na área, e pode solicitar a convocação de umaconferência para examinar as emendas propostas. OSecretário-Geral deve transmitir tal comunicação atodos os Estados Partes. Se, nos 12 meses seguintesà data de transmissão de tal comunicação, pelo menosmetade dos Estados Partes responder favoravelmentea esse pedido, o Secretário-Geral deve convocar aconferência.

2 — O procedimento de adopção de decisões apli-cável na conferência de emendas deve ser o mesmoaplicado na Terceira Conferência das Nações Unidassobre o Direito do Mar, a menos que a conferênciadecida de outro modo. A conferência deve fazer todoo possível para chegar a acordo sobre quaisquer emen-das por consenso, não se devendo proceder a votaçãodas emendas enquanto não se esgotarem todos os esfor-ços para se chegar a consenso.

Artigo 313.o

Emendas por procedimento simplificado

1 — Todo o Estado Parte pode propor, mediantecomunicação escrita ao Secretário-Geral das NaçõesUnidas, emenda à presente Convenção que não se rela-cione com actividades na área, para ser adoptada peloprocedimento simplificado estabelecido no presenteartigo sem a convocação de uma conferência. O Secre-tário-Geral deve transmitir a comunicação a todos osEstados Partes.

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2 — Se, nos 12 meses seguintes a contar da data detransmissão da comunicação, um Estado Parte apresen-tar objecção à emenda proposta ou à sua adopção peloprocedimento simplificado, a emenda será consideradarejeitada. O Secretário-Geral deve notificar imediata-mente todos os Estados Partes, em conformidade.

3 — Se, nos 12 meses seguintes a contar da data detransmissão da comunicação, nenhum Estado Parte tiverapresentado qualquer objecção à emenda proposta ouà sua adopção pelo procedimento simplificado, aemenda proposta será considerada adoptada. O Secre-tário-Geral deve notificar todos os Estados Partes deque a emenda proposta foi adoptada.

Artigo 314.o

Emendas às disposições da presente Convençãorelativas exclusivamente a actividades na área

1 — Todo o Estado Parte pode propor, mediantecomunicação escrita ao secretário-geral da Autoridade,emenda às disposições da presente Convenção relativaexclusivamente a actividades na área, incluindo a sec-ção 4 do anexo VI. O secretário-geral deve transmitirtal comunicação a todos os Estados Partes. A emendaproposta fica sujeita à aprovação pela assembleia depoisde aprovada pelo conselho. Os representantes dos Esta-dos Partes nesses órgãos devem ter plenos poderes paraexaminar e aprovar a emenda proposta. A emenda pro-posta, tal como aprovada pelo conselho e pela assem-bleia, considera-se adoptada.

2 — Antes da aprovação de qualquer emenda nos ter-mos do n.o 1, o conselho e a assembleia devem asse-gurar-se de que ela não afecta o sistema de exploraçãoe aproveitamento dos recursos da área até à realizaçãoda Conferência de Revisão, de conformidade com oartigo 155.o

Artigo 315.o

Assinatura, ratificação das emendas, adesão às emendase textos autênticos das emendas

1 — Uma vez adoptadas, as emendas à presente Con-venção ficam abertas à assinatura pelos Estados Partesna presente Convenção nos 12 meses a contar da datada sua adopção, na sede das Nações Unidas em NovaIorque, salvo disposição em contrário na própriaemenda.

2 — Os artigos 306.o, 307.o e 320.o aplicam-se a todasas emendas à presente Convenção.

Artigo 316.o

Entrada em vigor das emendas

1 — As emendas à presente Convenção, excepto asmencionadas no n.o 5.o, entram em vigor para os EstadosPartes que as ratifiquem ou a elas adiram no trigésimodia seguinte ao depósito dos instrumentos de ratificaçãoou de adesão de dois terços dos Estados Partes ou de60 Estados Partes, se este número for maior. Tais emen-das não afectam o gozo por outros Estados Partes dosseus direitos ou o cumprimento das suas obrigações nostermos da presente Convenção.

2 — Uma emenda pode prever, para a sua entradaem vigor, um número de ratificações ou de adesõesmaior do que o requerido pelo presente artigo.

3 — Para qualquer Estado Parte que ratifique umaemenda referida no n.o 1 ou a ela adira, após o depósito

do número requerido de instrumentos de ratificação oude adesão, a emenda entra em vigor no trigésimo diaseguinte ao depósito do seu instrumento de ratificaçãoou de adesão.

4 — Todo o Estado que venha a ser Parte na presenteConvenção depois da entrada em vigor de uma emendade conformidade com o n.o 1, se não manifestar intençãodiferente, é considerado:

a) Parte na presente Convenção, tal como emen-dada; e

b) Parte na presente Convenção não emendada,em relação a qualquer Estado Parte que nãoesteja obrigado pela emenda.

5 — As emendas relativas exclusivamente a activida-des na área e as emendas ao anexo VI entram em vigorpara todos os Estados Partes um ano após o depósitopor três quartos dos Estados Partes dos seus instru-mentos de ratificação ou de adesão.

6 — Todo o Estado que venha a ser Parte na presenteConvenção depois da entrada em vigor de emendas deconformidade com o n.o 5 é considerado Parte na pre-sente Convenção, tal como emendada.

Artigo 317.o

Denúncia

1 — Todo o Estado Parte pode, mediante notificaçãoescrita dirigida ao Secretário-Geral das Nações Unidas,denunciar a presente Convenção e indicar as razões dadenúncia. A omissão de tais razões não afecta a validadeda denúncia. A denúncia terá efeito um ano após adata do recebimento da notificação, a menos que aquelapreveja uma data ulterior.

2 — Nenhum Estado fica dispensado, em virtude dadenúncia, das obrigações financeiras e contratuais con-traídas enquanto Parte na presente Convenção, nem adenúncia afecta nenhum direito, obrigação ou situaçãojurídica desse Estado decorrentes da aplicação da pre-sente Convenção antes de esta deixar de vigorar emrelação a esse Estado.

3 — A denúncia em nada afecta o dever de qualquerEstado Parte de cumprir qualquer obrigação incorpo-rada na presente Convenção a que esteja sujeito nostermos do direito internacional, independentemente dapresente Convenção.

Artigo 318.o

Estatuto dos anexos

Os anexos são parte integrante da presente Conven-ção e, salvo disposição expressa em contrário, uma refe-rência à presente Convenção ou a uma das suas Partesconstitui uma referência aos anexos correspondentes.

Artigo 319.o

Depositário

1 — O Secretário-Geral das Nações Unidas é o depo-sitário da presente Convenção e das emendas a esta.

2 — Além das suas funções de depositário, o Secre-tário-Geral das Nações Unidas deve:

a) Enviar relatórios a todos os Estados Partes, àAutoridade e às organizações internacionaiscompetentes relativos a questões de carácter

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geral que surjam em relação à presente Con-venção;

b) Notificar a Autoridade das ratificações, confir-mações formais e adesões relativas à presenteConvenção e das emendas a esta, bem comodas denúncias da presente Convenção;

c) Notificar os Estados Partes dos acordos con-cluídos, de conformidade com o n.o 4 doartigo 311.o;

d) Transmitir aos Estados Partes, para ratificaçãoou adesão, as emendas adoptadas, de confor-midade com a presente Convenção;

e) Convocar as reuniões necessárias dos EstadosPartes, de conformidade com a presente Con-venção.

3 — a) O Secretário-Geral deve transmitir tambémaos observadores mencionados no artigo 156.o:

i) Os relatórios mencionados na alínea a) do n.o 2;ii) As notificações mencionadas nas alíneas b) e

c) do n.o 2;iii) O texto das emendas mencionadas na alínea d)

do n.o 2, para sua informação.

b) O Secretário-Geral deve convidar igualmente estesobservadores a participarem, como observadores, nasreuniões dos Estados Partes mencionadas na alínea e)do n.o 2.

Artigo 320.o

Textos autênticos

O original da presente Convenção, cujos textos emárabe, chinês, espanhol, francês, inglês e russo fazemigualmente fé, fica depositado, sem prejuízo do dispostono n.o 2 do artigo 305.o, junto do Secretário-Geral dasNações Unidas.

Em fé do que os plenipotenciários abaixo assinados,devidamente autorizados para o efeito, assinaram a pre-sente Convenção.

Feito em Montego Bay, no dia 10 de Dezembro de1982.

ANEXO I

Espécies altamente migratórias

1 — Thunnus alalunga.2 — Thunnus thynnus.3 — Thunnus obesus.4 — Katsuwonus pelamis.5 — Thunnus albacares.6 — Thunnus atlanticus.7 — Euthynnus alleteratus; Euthynnus affinis.8 — Thunnus maccoyii.9 — Auxis thazard; Auxis rochei.10 — Família Bramidae.11 — Tetrapturus augustirostris; Tetrapturus belone;

Tetrapturus pfluegeri; Tetrapturus albidus; Tetrapturusaudax; Tetrapturus georgei; Makaira mazara; Makairaindica; Makaira nigricans.

12 — Istiophorus platypterus; Istiophorus albicans.13 — Xiphias gladius.14 — Scomberesox saurus; Cololabis saira; Cololabis

adocetus; Scomberesox saurus scombroides.15 — Coryphaena hippurus; Coryphaena equiselis.

16 — Hexanchus griseus; Cetorhinus maximus; famíliaAlopiidae; Rhincondon typus; família Carcharhinidae;família Sphyrnidae; família Isurida.

17 — Família Physeteridae; família Balaenopteridae;família Balaenidae; família Eschrichtiidae; família Mono-dontidae; família Ziphiidae; família Delphinidae.

ANEXO II

Comissão de Limites da Plataforma Continental

Artigo 1.o

De acordo com as disposições do artigo 76.o daparte VI da presente Convenção, será estabelecida umaComissão de Limites da Plataforma Continental alémdas 200 milhas marítimas de conformidade com os arti-gos seguintes.

Artigo 2.o

1 — A Comissão será composta por 21 membros, peri-tos em geologia, geofísica ou hidrografia, eleitos pelosEstados Partes na presente Convenção entre os seusnacionais, tendo na devida conta a necessidade de asse-gurar uma representação geográfica equitativa, os quaisprestarão serviços a título pessoal.

2 — A primeira eleição deve realizar-se o mais cedopossível, mas em qualquer caso dentro de um prazode 18 meses a contar da entrada em vigor da presenteConvenção. Pelo menos três meses antes da data decada eleição, o Secretário-Geral das Nações Unidasenviará uma carta aos Estados Partes convidando-os aapresentar candidaturas num prazo de três meses, apósconsultas regionais apropriadas. O Secretário-Geral pre-parará, por ordem alfabética, uma lista de todos os can-didatos assim eleitos e apresentá-la-á a todos os EstadosPartes.

3 — A eleição dos membros da Comissão deve rea-lizar-se numa reunião dos Estados Partes convocadapelo Secretário-Geral na sede das Nações Unidas. Nessareunião, cujo quórum será constituído por dois terçosdos Estados Partes, os membros eleitos para a Comissãoserão os candidatos que obtiverem a maioria de doisterços dos votos dos representantes dos Estados Partespresentes e votantes. Serão eleitos, pelo menos, trêsmembros de cada região geográfica.

4 — Os membros da Comissão serão eleitos para ummandato de cinco anos. Poderão ser reeleitos.

5 — O Estado Parte que tiver apresentado a candi-datura de um membro da Comissão custeará as despesasdo mesmo enquanto prestar serviço na Comissão. OEstado costeiro interessado custeará as despesas refe-rentes à assessoria prevista na alínea b) do n.o 1 doartigo 3.o O Secretariado da Comissão será asseguradopelo Secretário-Geral das Nações Unidas.

Artigo 3.o

1 — As funções da Comissão serão as seguintes:

a) Examinar os dados e outros elementos de infor-mação apresentados pelos Estados costeirossobre os limites exteriores da plataforma con-tinental nas zonas em que tais limites se esten-derem além de 200 milhas marítimas e formularrecomendações de conformidade com oartigo 76.o e a declaração de entendimentoadoptada em 29 de Agosto de 1980 pela TerceiraConferência das Nações Unidas sobre o Direitodo Mar;

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b) Prestar assessoria científica e técnica, se oEstado costeiro interessado a solicitar, durantea preparação dos dados referidos na alínea a).

2 — A Comissão pode cooperar, na medida em quese considere útil e necessário, com a Comissão Ocea-nográfica Intergovernamental da UNESCO, a Organi-zação Hidrográfica Internacional e outras organizaçõesinternacionais competentes a fim de trocar informaçõescientíficas e técnicas que possam ajudar a Comissão nodesempenho das suas responsabilidades.

Artigo 4.o

Quando um Estado costeiro tiver intenção de esta-belecer, de conformidade com o artigo 76.o, o limiteexterior da sua plataforma continental além de 200milhas marítimas, apresentará à Comissão, logo que pos-sível, mas em qualquer caso dentro dos 10 anos seguintesà entrada em vigor da presente Convenção para o refe-rido Estado, as características de tal limite, juntamentecom informações científicas e técnicas de apoio. OEstado costeiro comunicará ao mesmo tempo os nomesde quaisquer membros da Comissão que lhe tenhamprestado assessoria científica e técnica.

Artigo 5.o

A não ser que a Comissão decida de outro modo,deve funcionar por intermédio de subcomissões com-postas de sete membros, designadas de forma equili-brada tomando em conta os elementos específicos decada proposta apresentada pelo Estado costeiro. Osmembros da Comissão que forem nacionais do Estadocosteiro interessado ou que tiverem auxiliado o Estadocosteiro prestando-lhe assessoria científica e técnica arespeito da delimitação não serão membros da subco-missão que trate do caso, mas terão o direito a participar,na qualidade de membros, nos trabalhos da Comissãorelativos ao caso. O Estado costeiro que tiver apresen-tado uma proposta à Comissão pode enviar represen-tantes para participarem nos respectivos trabalhos, semdireito de voto.

Artigo 6.o

1 — A subcomissão deve apresentar as suas recomen-dações à Comissão.

2 — A aprovação das recomendações da subcomissãoserá feita pela Comissão por maioria de dois terços dosmembros presentes e votantes.

3 — As recomendações da Comissão devem ser apre-sentadas por escrito ao Estado costeiro que tenha apre-sentado a proposta e ao Secretário-Geral das NaçõesUnidas.

Artigo 7.o

Os Estados costeiros estabelecerão o limite exteriorda sua plataforma continental de conformidade com asdisposições do n.o 8 do artigo 76.o e de acordo comos procedimentos nacionais apropriados.

Artigo 8.o

No caso de o Estado costeiro discordar das recomen-dações da Comissão, deve apresentar à Comissão dentrode um prazo razoável uma proposta revista ou uma novaproposta.

Artigo 9.o

As decisões da Comissão não devem prejudicar osassuntos relacionados com a delimitação entre Estadoscom costas adjacentes ou situadas frente a frente.

ANEXO III

Condições básicas para a prospecção,exploração e aproveitamento

Artigo 1.o

Direitos sobre os minerais

Os direitos sobre os minerais serão transferidos nomomento da sua extracção de conformidade com a pre-sente Convenção.

Artigo 2.o

Prospecção

1 — a) A Autoridade deve fomentar a prospecçãona área.

b) A prospecção só deve ser realizada quando a Auto-ridade tiver recebido do prospector proponente um com-promisso escrito satisfatório de que ele cumprirá coma presente Convenção, bem como com as normas, regu-lamentos e procedimentos da Autoridade relativos àcooperação nos programas de formação previstos nosartigos 143.o e 144.o e à protecção do meio marinho,e que aceitará a verificação do cumprimento desse com-promisso pela Autoridade. Juntamente com o compro-misso, o prospector proponente deve notificar a Auto-ridade da área ou áreas aproximadas em que a pros-pecção será realizada.

c) A prospecção pode ser realizada simultaneamentepor mais de um prospector na mesma área ou nas mes-mas áreas.

2 — A prospecção não confere ao prospector qual-quer direito sobre os recursos. Contudo, o prospectorpode extrair uma quantidade razoável de minerais parafins experimentais.

Artigo 3.o

Exploração e aproveitamento

1 — A empresa, os Estados Partes e as demais enti-dades ou pessoas referidas na alínea b) do n.o 2 doartigo 153.o podem pedir à Autoridade a aprovação deplanos de trabalho relativos a actividades na área.

2 — A empresa pode fazer esse pedido em relaçãoa qualquer parte da área, mas os pedidos apresentadospor outras entidades ou pessoas relativos a áreas reser-vadas devem estar sujeitos aos requisitos adicionais doartigo 9.o do presente anexo.

3 — A exploração e o aproveitamento só devem serrealizados nas áreas especificadas nos planos de trabalhomencionados no n.o 3 do artigo 153.o e aprovados pelaAutoridade de conformidade com a presente Convençãoe com as normas, regulamentos e procedimentos per-tinentes da Autoridade.

4 — Qualquer plano de trabalho aprovado deve:

a) Estar de conformidade com a presente Conven-ção e com as normas, regulamentos e procedi-mentos da Autoridade;

b) Prever o controlo pela Autoridade das activida-des na área, de conformidade com o n.o 4 doartigo 153.o;

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c) Conferir ao operador, de conformidade com asnormas, regulamentos e procedimentos da Auto-ridade, direitos exclusivos para a exploração eaproveitamento, na área coberta pelo plano detrabalho, das categorias de recursos nele espe-cificadas. Contudo, se o peticionário apresentarum plano de trabalho para aprovação que cubraapenas a fase de exploração ou a fase de apro-veitamento, o plano de trabalho aprovado con-ferirá direitos exclusivos apenas em relação a essafase.

5 — Uma vez aprovado pela Autoridade, qualquerplano de trabalho, excepto os apresentados pelaempresa, terá a forma de um contrato concluído entrea Autoridade e o peticionário ou os peticionários.

Artigo 4.o

Requisitos para a qualificação de peticionários

1 — Com excepção da empresa, devem ser qualifi-cados os peticionários que preencherem os requisitosde nacionalidade ou controlo e de patrocínio enume-rados na alínea b) do n.o 2 do artigo 153.o e que cum-prirem os procedimentos e satisfizerem os critérios dequalificação estabelecidos nas normas, regulamentos eprocedimentos da Autoridade.

2 — Com excepção do disposto no n.o 6, tais critériosde qualificação dirão respeito à capacidade financeirae técnica do peticionário e ao seu desempenho no cum-primento dos contratos anteriores com a Autoridade.

3 — Cada peticionário deve ser patrocinado peloEstado Parte do qual seja nacional, a não ser que opeticionário tenha mais de uma nacionalidade, comonuma associação ou consórcio de entidades ou de pes-soas nacionais de vários Estados, caso em que todosos Estados Partes em causa devem patrocinar o pedido,ou a não ser que o peticionário seja efectivamente con-trolado por um outro Estado Parte ou nacionais deste,caso em que ambos os Estados Partes devem patrocinaro pedido. Os critérios e procedimentos para a aplicaçãodos requisitos de patrocínio serão estabelecidos nas nor-mas, regulamentos e procedimentos da Autoridade.

4 — O Estado ou os Estados patrocinadores terão,nos termos do artigo 139.o, a responsabilidade de asse-gurar, no âmbito dos seus sistemas jurídicos, que o con-tratante assim patrocinado realize actividades na área,de conformidade com os termos do seu contrato e comas obrigações que lhe incumbem nos termos da presenteConvenção. Contudo, um Estado patrocinador não seráresponsável pelos danos causados pelo não cumprimentodessas obrigações por um contratante por ele patro-cinado, quando esse Estado Parte tiver adoptado leise regulamentos e tomado medidas administrativas que,no âmbito do seu sistema jurídico, forem razoavelmenteadequadas para assegurar o cumprimento dessas obri-gações pelas pessoas sob a sua jurisdição.

5 — Os procedimentos para avaliar as qualificaçõesdos Estados Partes que forem peticionários devem terem conta a sua qualidade de Estados.

6 — Os critérios de qualificação exigirão que, no seupedido, qualquer peticionário, sem excepção, se com-prometa a:

a) Cumprir as obrigações aplicáveis das disposiçõesda parte XI, as normas, regulamentos e proce-dimentos da Autoridade, as decisões dos seus

órgãos e os termos dos contratos concluídos coma Autoridade e aceitar o seu carácter executório;

b) Aceitar o controlo pela Autoridade sobre as acti-vidades na área tal como autorizado pela presenteConvenção;

c) Dar à Autoridade garantias por escrito de quecumprirá de boa fé as obrigações que lhe incum-bem em virtude do contrato;

d) Cumprir as disposições relativas à transferênciade tecnologia, previstas no artigo 5.o do presenteanexo.

Artigo 5.o

Transferência de tecnologia

1 — Ao apresentar um plano de trabalho, qualquerpeticionário porá à disposição da Autoridade umadescrição geral do equipamento e dos métodos que serãoutilizados na realização de actividades na área e outrasinformações pertinentes que não sejam propriedadeindustrial acerca das características de tal tecnologia,bem como informações sobre onde essa tecnologia seencontra disponível.

2 — Qualquer operador comunicará à Autoridade asalterações na descrição e nas informações postas à dis-posição nos termos do n.o 1, sempre que seja introduzidauma modificação ou inovação tecnológica importante.

3 — Qualquer contrato para a realização de activi-dades na área deve incluir os seguintes compromissosda parte do contratante:

a) Pôr à disposição da empresa, segundo modali-dades e condições comerciais justas e razoáveis,quando solicitado pela Autoridade, a tecnologiaque utiliza na realização de actividades na área,nos termos do contrato e que o contratante estejalegalmente autorizado a transferir. A transferên-cia far-se-á por meio de licenças ou outros ajustesapropriados que o contratante negociará com aempresa e que serão especificados num acordoespecial complementar ao contrato. Este com-promisso só pode ser invocado se a empresa veri-ficar que não pode obter no mercado livre,segundo modalidades e condições comerciais jus-tas e razoáveis, a mesma tecnologia ou tecnologiaigualmente eficiente e apropriada;

b) Obter do proprietário de qualquer tecnologia uti-lizada na realização de actividades na área nostermos do contrato, e que não esteja geralmentedisponível no mercado livre nem prevista na alí-nea a), a garantia escrita de que, quando soli-citado pela Autoridade, porá essa tecnologia àdisposição da empresa por meio de licenças ououtros ajustes apropriados e segundo modalida-des e condições comerciais justas e razoáveis, namesma medida em que esteja à disposição docontratante. Se esta garantia não for obtida, taltecnologia não poderá ser utilizada pelo contra-tante na realização de actividades na área;

c) Adquirir do proprietário, por meio de um con-trato executório, a pedido da empresa, e, se forpossível ao contratante fazê-lo sem custos subs-tanciais, o direito de transferir para a empresaa tecnologia que utiliza na realização de acti-vidades na área nos termos do contrato, e queo contratante não esteja de outro modo legal-mente autorizado a transferir nem esteja geral-mente disponível no mercado livre. Nos casosem que exista um vínculo empresarial importante

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entre o contratante e o proprietário da tecno-logia, a solidez desse vínculo e o grau de controloou de influência serão tidos em conta para deter-minar se foram tomadas todas as medidas pos-síveis para a aquisição desse direito. Se o con-tratante exercer um controlo efectivo sobre o pro-prietário, a não aquisição desse direito legal serátida em conta para o exame dos requisitos dequalificação do contratante, quando este solicitarposteriormente a aprovação de um plano detrabalho;

d) Facilitar, a pedido da empresa, a aquisição pelamesma de qualquer tecnologia referida na alí-nea b), por meio de licença ou outros ajustesapropriados e segundo modalidades e condiçõescomerciais justas e razoáveis, se a empresa decidirnegociar directamente com o proprietário dessatecnologia;

e) Tomar, em benefício de um Estado em desen-volvimento ou de um grupo de Estados em desen-volvimento que tenha solicitado um contrato nostermos do artigo 9.o do presente anexo, as mes-mas medidas previstas nas alíneas a), b), c) ed), desde que essas medidas se limitem ao apro-veitamento da parte da área proposta pelo con-tratante que tenha sido reservada, nos termosdo artigo 8.o do presente anexo, e desde que asactividades previstas pelo contrato solicitado peloEstado em desenvolvimento ou por um grupode Estados em desenvolvimento não impliquemtransferência de tecnologia para um terceiroEstado ou para os nacionais de um terceiroEstado. A obrigação estabelecida na presente dis-posição só se aplica em relação ao contratantequando a tecnologia não tiver sido requisitadapela empresa ou por ele transferida à empresa.

4 — As controvérsias relativas a compromissos reque-ridos pelo n.o 3, bem como as relativas a outras cláusulasdos contratos, estarão sujeitas aos procedimentos desolução obrigatória previstos na parte XI e, em caso deinobservância desses compromissos, podem ser impostaspenas pecuniárias ou a suspensão ou rescisão do con-trato, de conformidade com o artigo 18.o do presenteanexo. As controvérsias sobre a questão de saber seas ofertas do contratante são feitas segundo modalidadese condições comerciais justas e razoáveis podem ser sub-metidas por qualquer das partes à arbitragem comercialobrigatória de conformidade com as Regras de Arbi-tragem da Comissão das Nações Unidas sobre o DireitoComercial Internacional (UNCITRAL) ou outros regu-lamentos de arbitragem previstos nas normas, regula-mentos e procedimentos da Autoridade. Quando se veri-ficar que a oferta do contratante não está feita segundomodalidades e condições comerciais justas e razoáveis,será dado ao contratante um prazo de 45 dias para revera sua oferta, de modo que a mesma seja feita segundotais modalidades e condições, antes que a Autoridadetome alguma decisão de conformidade com o artigo 18.odo presente anexo.

5 — Se a empresa não conseguir obter, segundomodalidades e condições comerciais justas e razoáveis,tecnologia apropriada que lhe permita iniciar, em tempooportuno, a extracção e processamento de minerais daárea, o conselho ou a assembleia pode convocar umgrupo de Estados Partes composto por Estados que rea-lizam actividades na área, por Estados que patrocinam

entidades ou pessoas que realizam actividades na áreae por outros Estados Partes que têm acesso a essa tec-nologia. Esse grupo consultar-se-á e tomará medidaseficazes para assegurar que esta tecnologia seja postaà disposição da empresa segundo modalidades e con-dições comerciais justas e razoáveis. Para este fim, cadaum desses Estados Partes tomará todas as medidas pos-síveis no âmbito do seu sistema jurídico.

6 — No caso de empreendimentos conjuntos com aempresa, a transferência de tecnologia será feita de con-formidade com as cláusulas do acordo que rege estesempreendimentos.

7 — Os compromissos estabelecidos no n.o 3 serãoincluídos em cada contrato para a realização de acti-vidades na área, até 10 anos após o início da produçãocomercial pela empresa, e podem ser invocados duranteesse período.

8 — Para efeitos do presente artigo, «tecnologia» sig-nifica o equipamento especializado e conhecimentos téc-nicos, incluindo manuais, desenhos, instruções de fun-cionamento, formação e assessoria e assistência técnicas,necessários para a montagem, manutenção e funciona-mento de um sistema viável, e o direito legal de utilizarestes elementos para esse fim numa base não exclusiva.

Artigo 6.o

Aprovação de planos de trabalho

1 — Seis meses após a entrada em vigor da presenteConvenção e, posteriormente, de quatro em quatromeses, a Autoridade examinará os planos de trabalhopropostos.

2 — Ao examinar um pedido de aprovação de umplano de trabalho sob a forma de contrato, a Autoridadeassegurar-se-á em primeiro lugar de que:

a) O peticionário cumpriu os procedimentos esta-belecidos para os pedidos, de conformidade como artigo 4.o do presente anexo, e assumiuperante a Autoridade os compromissos e lhedeu as garantias requeridas por esse artigo.

No caso de inobservância destes procedimen-tos ou na falta de qualquer desses compromissosou garantias, será dado ao peticionário um prazode 45 dias para suprir estas falhas;

b) O peticionário reúne os requisitos de qualifi-cação previstos no artigo 4.o do presente anexo.

3 — Todos os planos de trabalho propostos devemser examinados pela ordem em que são recebidos. Osplanos de trabalho propostos deverão cumprir com asdisposições pertinentes da presente Convenção e comas normas, regulamentos e procedimentos da Autori-dade, incluindo os requisitos relativos às operações, con-tribuições financeiras e compromissos referentes à trans-ferência de tecnologia, e devem ser regidos pelos mes-mos. Se os planos de trabalho propostos estiverem emconformidade com esses requisitos, a Autoridade apro-vá-los-á, sempre que estejam de acordo com os requisitosuniformes e não discriminatórios estabelecidos nas nor-mas, regulamentos e procedimentos da Autoridade, amenos que:

a) Uma parte ou a totalidade da área coberta peloplano de trabalho proposto esteja incluída numplano de trabalho já aprovado ou num planode trabalho anteriormente proposto sobre o

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qual a Autoridade não tenha ainda adoptadouma decisão definitiva;

b) Uma parte ou a totalidade da área coberta peloplano de trabalho proposto tenha sido excluídapela Autoridade nos termos da alínea x) do n.o 2do artigo 162.o; ou

c) O plano de trabalho proposto tenha sido apre-sentado ou patrocinado por um Estado Parteque já tenha:

i) Planos de trabalho para a exploração eaproveitamento de nódulos polimetálicosem áreas não reservadas cuja superfície,juntamente com a de qualquer das partesda área coberta pelo plano de trabalhoproposto, exceda 30% da superfície deuma área circular de 400 000 km2 cujocentro seja o de qualquer das partes daárea coberta pelo plano de trabalhoproposto;

ii) Planos de trabalho para a exploração eaproveitamento de nódulos polimetálicosem áreas não reservadas que, em con-junto, representem 2% da superfície daárea total dos fundos marinhos que nãoesteja reservada nem tenha sido excluídado aproveitamento nos termos da alí-nea x) do n.o 2 do artigo 162.o

4 — Para efeitos de aplicação do critério estabelecidona alínea c) do n.o 3, um plano de trabalho apresentadopor uma associação ou consórcio deve ser atribuídonuma base proporcional aos Estados Partes patrocina-dores de conformidade com o n.o 3 do artigo 4.o dopresente anexo. A Autoridade pode aprovar os planosde trabalho referidos na alínea c) do n.o 3 se ela deter-minar que essa aprovação não permitirá que um EstadoParte ou entidades ou pessoas por ele patrocinadasmonopolizem a realização de actividades na área ouimpeçam que outros Estados Partes nela realizemactividades.

5 — Não obstante a alínea a) do n.o 3, depois determinado o período provisório previsto no n.o 3 doartigo 151.o, a Autoridade pode adoptar, por meio denormas, regulamentos e procedimentos, outros proce-dimentos e critérios compatíveis com a presente Con-venção para decidir quais os peticionários cujos planosde trabalho serão aprovados, nos casos em que tenhade ser feita uma selecção entre os peticionários parauma área proposta. Estes procedimentos e critérios asse-gurarão a aprovação dos planos de trabalho numa baseequitativa e não discriminatória.

Artigo 7.o

Selecção de peticionários de autorizações de produção

1 — Seis meses após a entrada em vigor da presenteConvenção e, posteriormente, de quatro em quatromeses, a Autoridade examinará os pedidos de autori-zações de produção apresentados durante o períodoimediatamente anterior. A Autoridade outorgará asautorizações solicitadas, se todos esses pedidos puderemser aprovados sem se excederem os limites de produçãoou sem a infracção pela Autoridade das obrigações quecontraiu nos termos de um acordo ou ajuste sobre pro-dutos básicos em que seja parte segundo o disposto noartigo 151.o

2 — Quando tiver de ser feita uma selecção entrepeticionários de autorizações de produção em virtudedos limites de produção fixados nos n.os 2 a 7 doartigo 151.o ou das obrigações contraídas pela Auto-ridade nos termos de um acordo ou ajuste sobre pro-dutos básicos de que se tenha tornado parte segundoo disposto no n.o 1 do artigo 151.o, a Autoridade deveefectuar a selecção com base em critérios objectivos enão discriminatórios estabelecidos nas suas normas,regulamentos e procedimentos.

3 — Ao aplicar o n.o 2, a Autoridade deve dar prio-ridade aos peticionários que:

a) Ofereçam maiores garantias de execução, tendoem conta a sua capacidade financeira e técnicae, se for o caso, a forma como tenham executadoplanos de trabalho anteriormente aprovados;

b) Ofereçam à Autoridade a possibilidade de obterbenefícios financeiros mais rápidos, tendo emconta a data prevista para o início da produçãocomercial;

c) Já tenham investido maiores recursos e esforçosna prospecção ou exploração.

4 — Os peticionários que nunca tenham sido selec-cionados, em qualquer período, terão prioridade nosperíodos subsequentes até receberem uma autorizaçãode produção.

5 — A selecção será feita tendo em conta a neces-sidade de ampliar as oportunidades de todos os EstadosPartes, independentemente dos seus sistemas sociais eeconómicos ou da sua situação geográfica, de modo aevitar qualquer discriminação contra qualquer Estadoou sistema, na participação nas actividades na área, ede impedir a monopolização dessas actividades.

6 — Sempre que estiverem em aproveitamento menosáreas reservadas do que áreas não reservadas, terão prio-ridade os pedidos de autorização de produção relativosa áreas reservadas.

7 — As decisões referidas no presente artigo serãotomadas o mais cedo possível após o termo de cadaperíodo.

Artigo 8.o

Reserva de áreas

Cada pedido, exceptuando os apresentados pelaempresa ou por quaisquer outras entidades ou pessoas,relativo a áreas reservadas, deve cobrir uma área total,não necessariamente contínua, com uma superfície eum valor comercial estimativo suficientes para permitirduas operações de mineração. O peticionário deve indi-car as coordenadas que permitam dividir a área em duaspartes de igual valor comercial estimativo e comunicarátodos os dados que tenha obtido respeitantes às duaspartes da área. Sem prejuízo dos poderes da Autoridadenos termos do artigo 17.o do presente anexo, os dadosque devem ser apresentados relativos aos nódulos poli-metálicos devem referir-se ao levantamento cartográ-fico, à amostragem, à concentração dos nódulos e aoseu teor em metais. Nos 45 dias seguintes ao recebi-mento destes dados, a Autoridade deve designar queparte será reservada exclusivamente para a realizaçãode actividades pela Autoridade por intermédio daempresa ou em associação com Estados em desenvol-vimento. Essa designação pode ser diferida por umperíodo adicional de 45 dias se a Autoridade solicitarum perito independente que determine se todos os

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dados requeridos pelo presente artigo lhe foram apre-sentados. A área designada tornar-se-á uma área reser-vada assim que o plano de trabalho para a área nãoreservada tiver sido aprovado e o contrato assinado.

Artigo 9.o

Actividades em áreas reservadas

1 — A empresa poderá decidir se pretende realizaractividades em cada área reservada. Esta decisão podeser tomada em qualquer altura, a não ser que a Auto-ridade receba uma notificação nos termos do n.o 4, casoem que a empresa tomará a sua decisão num prazorazoável. A empresa pode decidir aproveitar essas áreaspor meio de empreendimentos conjuntos com o Estado,a entidade ou a pessoa interessados.

2 — A empresa pode celebrar contratos para a exe-cução de uma parte das suas actividades de conformi-dade com o artigo 12.o do anexo IV. Pode também cons-tituir empreendimentos conjuntos para a realização des-sas actividades com quaisquer entidades ou pessoas queestejam habilitadas a realizar actividades na área nostermos da alínea b) do n.o 2 do artigo 153.o Ao considerartais empreendimentos conjuntos, a empresa deve ofe-recer a oportunidade de uma participação efectiva aosEstados Partes que sejam Estados em desenvolvimentoe aos nacionais destes.

3 — A Autoridade pode prescrever, nas suas normas,regulamentos e procedimentos, requisitos de fundo ede procedimento, bem como condições, relativos a taiscontratos e empreendimentos conjuntos.

4 — Todo Estado Parte que seja um Estado em desen-volvimento ou qualquer pessoa jurídica, singular oucolectiva, patrocinada por este e efectivamente contro-lada por este ou por um outro Estado em desenvol-vimento, que seja um peticionário qualificado, ou qual-quer grupo dos precedentes, pode notificar à Autoridadeo seu desejo de apresentar um plano de trabalho nostermos do artigo 6.o do presente anexo, para uma áreareservada. O plano de trabalho será examinado se aempresa decidir, nos termos do n.o 1, que não pretenderealizar actividades nessa área.

Artigo 10.o

Preferência e prioridade de certos peticionários

Um operador que tiver um plano de trabalho apro-vado unicamente para a realização de actividades deexploração, de conformidade com a alínea c) do n.o 4do artigo 3.o do presente anexo, deve ter preferênciae prioridade sobre os demais peticionários que tenhamapresentado um plano de trabalho para aproveitamentoda mesma área e dos mesmos recursos. Contudo, talpreferência ou prioridade pode ser retirada se o ope-rador não tiver executado o seu plano de trabalho demodo satisfatório.

Artigo 11.o

Ajustes conjuntos

1 — Os contratos podem prever ajustes conjuntosentre o contratante e a Autoridade por intermédio daempresa, sob a forma de empreendimentos conjuntosou de repartição da produção, bem como qualquer outraforma de ajustes conjuntos, que gozarão da mesma pro-tecção em matéria de revisão, suspensão ou rescisãoque os contratos celebrados com a Autoridade.

2 — Os contratantes que concluam com a empresaesses ajustes conjuntos podem receber incentivos finan-ceiros, tal como previsto no artigo 13.o do presenteanexo.

3 — Os sócios no empreendimento conjunto com aempresa serão responsáveis pelos pagamentos previstosno artigo 13.o do presente anexo na proporção da suaparticipação no empreendimento conjunto, sob reservade incentivos financeiros, tal como previsto nesse artigo.

Artigo 12.o

Actividades realizadas pela empresa

1 — As actividades na área realizadas pela empresanos termos da alínea a) do n.o 2 do artigo 153.o devemser regidas pela parte XI, pelas normas, regulamentose procedimentos da Autoridade e decisões pertinentesdesta.

2 — Qualquer plano de trabalho apresentado pelaempresa deve ser acompanhado de provas da sua capa-cidade financeira e técnica.

Artigo 13.o

Cláusulas financeiras dos contratos

1 — Ao adoptar normas, regulamentos e procedimen-tos relativos aos termos financeiros dos contratos entrea Autoridade e as entidades ou pessoas mencionadasna alínea b) do n.o 2 do artigo 153.o e ao negociar essestermos financeiros de conformidade com a parte XI ecom essas normas, regulamentos e procedimentos, aAutoridade deve guiar-se pelos seguintes objectivos:

a) Assegurar-se à Autoridade a optimização dasreceitas provenientes da produção comercial;

b) Atrair investimentos e tecnologia para a explo-ração e aproveitamento da área;

c) Assegurar igualdade de tratamento financeiroe obrigações financeiras comparáveis para oscontratantes;

d) Oferecer aos contratantes, numa base uniformee não discriminatória, incentivos para a conclu-são de ajustes conjuntos com a empresa e comos Estados em desenvolvimento ou nacionaisdestes, para o estímulo da transferência de tec-nologia à empresa e a esses Estados e seus nacio-nais e para a formação do pessoal da Autoridadee dos Estados em desenvolvimento;

e) Permitir à empresa dedicar-se efectivamente àmineração dos fundos marinhos, ao mesmotempo que as entidades ou pessoas mencionadasna alínea b) do n.o 2 do artigo 153.o;

f) Assegurar que, como resultado dos incentivosfinanceiros oferecidos a contratantes em virtudedo n.o 14, dos termos dos contratos revistos deconformidade com o artigo 19.o do presenteanexo, ou das disposições do artigo 11.o do pre-sente anexo relativas aos empreendimentos con-juntos, os contratantes não sejam subsidiadosde modo a ser-lhes dada artificialmente umavantagem competitiva em relação aos produ-tores terrestres de minérios.

2 — Para as despesas administrativas relativas aoestudo dos pedidos de aprovação de um plano de tra-balho sob a forma de um contrato, será cobrada umataxa cujo montante será fixado em 500 000 dólares dos

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Estados Unidos por pedido. O montante da taxa serárevisto periodicamente pelo Conselho a fim de que cubraas despesas administrativas efectuadas. Se as despesasfeitas pela Autoridade no estudo de um pedido foreminferiores ao montante fixado, a Autoridade reembol-sará a diferença ao peticionário.

3 — Cada contratante deve pagar uma taxa anual fixade 1 milhão de dólares dos Estados Unidos a partirda data de entrada em vigor do contrato. Se a dataaprovada para o início da produção comercial for adiadaem virtude de um atraso na outorga da autorização deprodução de conformidade com o artigo 151.o, o con-tratante ficará desobrigado da fracção da taxa anualfixa durante o período de adiamento. A partir do inícioda produção comercial, o contratante pagará o impostosobre a produção ou a taxa anual fixa, se esta for maiselevada.

4 — Num prazo de um ano a contar do início da pro-dução comercial, de conformidade como n.o 3, o con-tratante deve escolher efectuar a sua contribuição finan-ceira à Autoridade:

a) Quer pagando apenas um imposto sobre aprodução;

b) Quer pagando um imposto sobre a produçãomais uma parte das receitas líquidas.

5 — a) Se um contratante optar por efectuar a suacontribuição financeira à Autoridade, pagando apenasum imposto sobre a produção, o montante deste impostoserá fixado a uma percentagem do valor de mercadodos metais processados, obtidos dos nódulos polime-tálicos extraídos da área coberta pelo contrato. Estapercentagem será fixada do seguinte modo:

i) Do 1.o ao 10.o ano de produção comercial — 5%;ii) Do 11.o ano até ao fim do período de produção

comercial — 12%.

b) O valor de mercado acima mencionado é o produtoda quantidade de metais processados obtidos dos nódu-los polimetálicos extraídos da área coberta pelo contratopelo preço médio desses metais durante o correspon-dente ano fiscal, tal como definido nos n.os 7 e 8.

6 — Se o contratante optar por efectuar a sua con-tribuição financeira à Autoridade, pagando um impostosobre a produção mais uma parte das receitas líquidas,o montante destes pagamentos será determinado daseguinte maneira:

a) O montante do imposto sobre a produção seráfixado a uma percentagem do valor de mercado,determinado de conformidade com a alínea b),dos metais processados, obtidos dos nódulospolimetálicos extraídos da área coberta pelocontrato. Esta percentagem será fixada doseguinte modo:

i) Primeiro período de produção comer-cial — 2%;

ii) Segundo período de produção comer-cial — 4%.

Se durante o segundo período de produçãocomercial, tal como está definido na alínea d),o rendimento do investimento em qualquer anofiscal, segundo a definição da alínea m), forinferior a 15% como resultado do pagamentodo imposto sobre a produção a 4%, o imposto

sobre a produção será nesse ano fiscal de 2%em vez de 4%;

b) O valor de mercado acima mencionado do pro-duto da quantidade de metais processados, obti-dos nos nódulos polimetálicos, extraídos da áreacoberta pelo contrato pelo preço médio dessesmetais durante o correspondente ano fiscal, talcomo definido nos n.os 7 e 8;

c) :

i) A parte da Autoridade nas receitas líqui-das será retirada da parte das receitaslíquidas do contratante atribuíveis àmineração dos recursos da área cobertapelo contrato, a partir daqui denomina-das receitas líquidas atribuíveis;

ii) A parte da Autoridade nas receitas líqui-das atribuíveis será determinada de con-formidade com a seguinte tabela pro-gressiva:

Participação da Autoridade

Parte das receitaslíquidas atribuíveis

Primeiroperíodo

de produçãocomercial

(percentagem)

Segundoperíodo

de produçãocomercial

(percentagem)

A parte que representeum rendimento doinvestimento superiora 0 %, mas inferior a10 % . . . . . . . . . . . . . . . 35 40

A parte que representeum rendimento doinvestimento igual ousuperior a 10 %, masinferior a 20 % . . . . . . 42,5 50

A parte que representeum rendimento doinvestimento igual ousuperior a 20 % . . . . . 50 70

d) :i) O primeiro período de produção comer-

cial referido nas alíneas a) e c) terá iníciono primeiro ano fiscal da produçãocomercial e terminará com o ano fiscalem que os custos de desenvolvimento docontratante, juntamente com os jurossobre a parte não amortizada desses cus-tos, são amortizados na sua totalidadepelo superavit, como a seguir se indica:no primeiro ano fiscal em que ocorreremos custos de desenvolvimento, os custosde desenvolvimento não amortizadosserão iguais aos custos de desenvolvi-mento menos o superavit nesse ano fiscal.Em cada um dos anos fiscais seguintes,os custos de desenvolvimento não amor-tizados serão iguais aos custos de desen-volvimento não amortizados no final doano fiscal precedente, mais um juro anualde 10%, mais os custos de desenvolvi-mento feitos durante o ano fiscal emcurso e menos o superavit do contratanteno ano fiscal em curso. O ano fiscal, emque pela primeira vez os custos de desen-volvimento não amortizados forem nulos,será o ano fiscal em que os custos dedesenvolvimento do contratante, acresci-dos dos juros sobre a parte não amor-

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tizada dos referidos custos, sejam amor-tizados na sua totalidade pelo seu supe-ravit. O superavit do contratante em qual-quer ano fiscal será o seu rendimentobruto, menos os custos operacionais emenos os pagamentos feitos por ele àAutoridade nos termos da alínea c);

ii) O segundo período de produção comer-cial terá início no ano fiscal seguinte aotérmino do primeiro período de produ-ção comercial e continuará até ao fimdo contrato;

e) «Receitas líquidas atribuíveis» significa o pro-duto das receitas líquidas do contratante peloquociente entre os custos de desenvolvimentocorrespondentes à extracção e os custos dedesenvolvimento do contratante. No caso de ocontratante se dedicar à extracção, ao transportede nódulos polimetálicos e à produção de, basi-camente, três metais processados, nomeada-mente cobalto, cobre e níquel, as receitas líqui-das atribuíveis não serão inferiores a 25% dasreceitas líquidas do contratante. Salvo o dispostona alínea n), em todos os outros casos, incluindoaqueles em que o contratante se dedique àextracção, ao transporte de nódulos polimetá-licos e à produção de, basicamente, quatrometais processados, nomeadamente cobalto,cobre, manganês e níquel. A Autoridade podeprescrever, nas suas normas, regulamentos eprocedimentos, escalões apropriados que man-tenham para cada caso a mesma relação queo escalão de 25% para o caso dos três metais;

f) «Receitas líquidas do contratante» significa asreceitas brutas do contratante, menos os custosoperacionais e menos amortização dos custosde desenvolvimento, tal como estipulado naalínea j);

g) :i) Se o contratante se dedicar à extracção,

ao transporte de nódulos polimetálicose à produção de metais processados,«receitas brutas do contratante» significao produto bruto da venda de metais pro-cessados e quaisquer outras receitas quese considerem razoavelmente atribuíveisa operações realizadas nos termos docontrato, de conformidade com as nor-mas, regulamentos e procedimentosfinanceiros da Autoridade;

ii) Em todos os casos que não os especi-ficados na subalínea i) da alínea g) e nasubalínea iii) da alínea n), «receitas bru-tas do contratante» significa o produtobruto da venda de metais semiprocessa-dos obtidos dos nódulos polimetálicosextraídos da área coberta pelo contratoe quaisquer outras receitas que se con-siderem razoavelmente atribuíveis a ope-rações realizadas nos termos do contrato,de conformidade com as normas, regu-lamentos e procedimentos financeiros daAutoridade;

h) «Custos de desenvolvimento do contratante»significa:

i) Todos os custos efectuados antes do iní-cio da produção comercial que estejam

directamente relacionados com o desen-volvimento da capacidade de produçãoda área coberta pelo contrato e com acti-vidades conexas nas operações realizadasnos termos do contrato em todos os casosque não os especificados na alínea n),de conformidade com princípios de con-tabilidade geralmente aceitos, incluídos,inter alia, custos com maquinaria, equi-pamento, embarcações, instalações detratamento, construção, edifícios, terre-nos, estradas, prospecção e exploração daárea coberta pelo contrato, investigaçãoe desenvolvimento, juros, arrendamentosrequeridos, licenças e taxas; e

ii) As despesas similares às referidas nasubalínea i), efectuadas após o início daprodução comercial e necessárias à exe-cução do plano de trabalho, com excep-ção das atribuíveis aos custos operacio-nais;

i) As receitas provenientes da alienação de bensde capital e o valor de mercado desses bensde capital que não sejam necessários para asoperações nos termos do contrato e que nãotenham sido vendidos serão deduzidos dos cus-tos de desenvolvimento do contratante duranteo ano fiscal pertinente. Quando estas deduçõesforem superiores aos custos de desenvolvimentodo contratante, o excedente será adicionado àsreceitas brutas do contratante.

j) Os custos de desenvolvimento do contratanteefectuados antes do início da produção comer-cial, mencionados na subalínea i) da alínea h)e na subalínea iv) da alínea n), serão amorti-zados em 10 anuidades de igual valor a partirda data do início da produção comercial. Oscustos de desenvolvimento do contratante efec-tuados após o início da produção comercial,referidos na subalínea ii) da alínea h) e na suba-línea iv) da alínea n), serão amortizados em 10ou menos anuidades de igual valor de modoa garantir a sua amortização total no términodo contrato;

k) «Custos operacionais do contratante» significatodas as despesas efectuadas após o início daprodução comercial para utilização da capaci-dade de produção da área coberta pelo contratoe para actividades conexas nas operações rea-lizadas nos termos do contrato, de conformidadecom princípios de contabilidade geralmenteaceitos, incluídos, inter alia, a taxa anual fixaou o imposto sobre a produção, se este for maiselevado, as despesas com vencimentos, salários,benefícios pagos aos empregados, materiais, ser-viços, transportes, custos de processamento ecomercialização, juros, prestações de serviçospúblicos, preservação do meio marinho, despe-sas gerais e administrativas especificamenterelacionadas com as operações realizadas nostermos do contrato, e qualquer défice opera-cional transportado para anos fiscais anterioresou para anos fiscais posteriores com o que aquise especifica. O défice operacional pode sertransportado para dois anos fiscais posteriorese consecutivos, com excepção dos dois últimos

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anos do contrato, caso em que pode ser trans-portado retroactivamente para os dois anos fis-cais precedentes;

l) Se o contratante se dedicar à extracção, ao trans-porte de nódulos polimetálicos e à produçãode metais processados e semiprocessados, «cus-tos de desenvolvimento da extracção» significaa parte dos custos de desenvolvimento do con-tratante directamente relacionada com a extrac-ção dos recursos da área coberta pelo contrato,de conformidade com princípios de contabili-dade geralmente aceitos e com as normas, regu-lamentos e procedimentos financeiros da Auto-ridade, incluídos, inter alia, a taxa pelo pedido,a taxa anual fixa e, se for o caso, os custos deprospecção e exploração da área coberta pelocontrato e uma parte dos custos de investigaçãoe de desenvolvimento;

m) «Rendimento do investimento» num ano fiscalsignifica o quociente entre as receitas líquidasatribuíveis nesse ano e os custos de desenvol-vimento correspondentes à extracção. Para ocálculo desse quociente, os custos de desenvol-vimento correspondentes à extracção incluirãoas despesas efectuadas com o equipamento novoou com a substituição de equipamento utilizadona extracção, menos o custo inicial do equipa-mento substituído;

n) Se o contratante se dedicar unicamente àextracção:

i) «Receitas líquidas atribuíveis» significa atotalidade das receitas líquidas do con-tratante;

ii) «Receitas líquidas do contratante» são asdefinidas na alínea f);

iii) «Receitas brutas do contratante» signi-fica as receitas brutas da venda dos nódu-los polimetálicos e quaisquer outrasreceitas consideradas como razoavel-mente atribuíveis às operações realizadasnos termos do contrato, de conformidadecom as normas, regulamentos e proce-dimentos financeiros da Autoridade;

iv) «Custos de desenvolvimento do contra-tante» significa todas as despesas efec-tuadas antes do início da produçãocomercial nos termos da subalínea i) daalínea h) e todas as despesas efectuadasdepois do início da produção comercialnos termos da subalínea ii) da alínea h),que estejam directamente relacionadascom a extracção dos recursos da áreacoberta pelo contrato, de conformidadecom princípios de contabilidade geral-mente aceites;

v) «Custos operacionais do contratante»significa os custos operacionais do con-tratante referidos na alínea k) que este-jam directamente relacionados com aextracção dos recursos da área cobertapelo contrato, de conformidade comprincípios de contabilidade geralmenteaceites;

vi) «Rendimento do investimento» num anofiscal significa o quociente entre as recei-tas líquidas do contratante nesse ano eos custos de desenvolvimento do contra-

tante. Para o cálculo desse quociente oscustos de desenvolvimento do contra-tante incluirão as despesas efectuadascom equipamento novo ou com a subs-tituição de equipamento, menos o custoinicial do equipamento substituído;

o) Os custos mencionados nas alíneas h), k), l) en) relativos aos juros pagos pelo contratantedevem ser autorizados, na medida em que, emtodas as circunstâncias, a Autoridade, nos ter-mos do n.o 1 do artigo 4.o do presente anexo,aprova como razoáveis a razão dívida/capitalsocial e as taxas de juro, tendo em conta a práticacomercial vigente;

p) Os custos mencionados no presente número nãoincluirão o pagamento dos impostos sobre osrendimentos das sociedades ou encargos simi-lares cobrados pelos Estados em virtude dasoperações do contratante.

7 — a) «Metais processados», referido nos n.os 5 e6, significa os metais sob a forma mais básica em quesão habitualmente comercializados nos mercados ter-minais internacionais. Para este efeito, a Autoridadeespecificará nas suas normas, regulamentos e procedi-mentos financeiros o mercado terminal internacionalpertinente. Para os metais que não sejam comerciali-zados nesses mercados, «metais processados» significaos metais sob a forma mais básica em que são habi-tualmente comercializados em transacções próprias deempresas independentes.

b) Se a Autoridade não puder determinar de outromodo a quantidade de metais processados obtidos denódulos polimetálicos extraídos da área coberta pelocontrato, referida na alínea b) do n.o 5 e na alínea b)do n.o 6, essa quantidade será determinada com basenos teores em metais desses nódulos, na eficiência doprocessamento de recuperação e noutros factores per-tinentes, de conformidade com as normas, regulamentose procedimentos da Autoridade e com princípios decontabilidade geralmente aceites.

8 — Se um mercado terminal internacional ofereceum mecanismo adequado de fixação de preços para osmetais processados, para os nódulos polimetálicos e paraos metais semiprocessados obtidos de nódulos, deve uti-lizar-se o preço médio desse mercado. Em todos osoutros casos, a Autoridade, depois de consultar o con-tratante, deve determinar um preço justo para esses pro-dutos, de conformidade com o n.o 9.

9 — a) Todos os custos, despesas, receitas e rendi-mentos e todas as determinações de preços e valoresmencionados no presente artigo serão o resultado detransacções efectuadas em mercado livre ou de acordocom as transacções próprias de empresas independentes.Se não for o caso, serão determinados pela Autoridade,depois de consultar o contratante, como se tivessemresultado de transacções efectuadas em mercado livreou de transacções próprias de empresas independentes,tendo em conta as transacções pertinentes de outrosmercados.

b) A fim de assegurar o cumprimento e a execuçãodas disposições do presente número, a Autoridade deveguiar-se pelos princípios adoptados e pelas interpreta-ções dadas para as transacções próprias de empresasindependentes pela Comissão de Empresas Transnacio-nais das Nações Unidas, pelo Grupo de Peritos em Acor-

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dos Fiscais entre países em desenvolvimento e paísesdesenvolvidos, bem como por outras organizações inter-nacionais, e fixará, nas suas normas, regulamentos eprocedimentos, normas e procedimentos fiscais unifor-mes e internacionalmente aceites, bem como os métodosque o contratante deve seguir para seleccionar os con-tabilistas diplomados e independentes que sejam acei-táveis pela Autoridade para fins de verificação das con-tas, de conformidade com essas normas, regulamentose procedimentos.

10 — O contratante porá à disposição dos contabi-listas, de conformidade com as normas, regulamentose procedimentos financeiros da Autoridade, os dadosfinanceiros necessários para verificar o cumprimento dopresente artigo.

11 — Todos os custos, despesas, receitas e rendimen-tos e todos os preços e valores mencionados no presenteartigo serão determinados de conformidade com os prin-cípios de contabilidade geralmente aceites e com as nor-mas, regulamentos e procedimentos financeiros daAutoridade.

12 — Os pagamentos à Autoridade em virtude dosn.os 5 e 6 serão efectuados em moedas livremente uti-lizáveis ou em moedas livremente disponíveis e efec-tivamente utilizáveis nos principais mercados de divisasou, por escolha do contratante, no seu equivalente emmetais processados ao valor de mercado. O valor demercado deve ser determinado de conformidade coma alínea b) do n.o 5. As moedas livremente utilizáveise as moedas livremente disponíveis e efectivamente uti-lizáveis nos principais mercados de divisas devem serdefinidas nas normas, regulamentos e procedimentosda Autoridade, de conformidade com a prática mone-tária internacional dominante.

13 — Todas as obrigações financeiras do contratantepara com a Autoridade, assim com todas as taxas, custos,despesas, receitas e rendimentos mencionados no pre-sente artigo devem ser ajustados exprimindo-se em valo-res constantes relativos a um ano base.

14 — A fim de promover a realização dos objectivosenunciados no n.o 1, a Autoridade pode, tendo em contaas recomendações da Comissão de Planeamento Eco-nómico e da Comissão Jurídica e Técnica, adoptar nor-mas, regulamentos e procedimentos que estabeleçamincentivos para os contratantes numa base uniforme enão discriminatória.

15 — Em caso de controvérsia entre a Autoridadee um contratante relativa à interpretação ou aplicaçãodas cláusulas financeiras de um contrato, qualquer daspartes pode submeter a controvérsia a arbitragemcomercial obrigatória, a não ser que as duas partes con-venham em solucionar a controvérsia por outros meios,de conformidade com o n.o 2 do artigo 188.o

Artigo 14.o

Transferência de dados

1 — O operador deve transferir para a Autoridade,de conformidade com as normas, regulamentos e pro-cedimentos da mesma e as modalidades e condiçõesdo plano de trabalho, em intervalos por ela determi-nados, todos os dados que sejam ao mesmo tempo neces-sários e pertinentes ao exercício efectivo dos poderese funções dos órgãos principais da Autoridade no quese refere à área coberta pelo plano do trabalho.

2 — Os dados transferidos relativos à área cobertapelo plano de trabalho, considerados propriedade

industrial, só podem ser utilizados para os fins esta-belecidos no presente artigo. Os dados necessários paraa elaboração pela Autoridade de normas, regulamentose procedimentos relativos à protecção do meio marinhoe à segurança, excepto os dados relativos ao projectode equipamento, não devem ser considerados proprie-dade industrial.

3 — Os dados transferidos para a Autoridade pelosprospectores, peticionários de contratos ou pelos con-tratantes e considerados propriedade industrial nãodevem ser revelados à empresa nem a ninguém estranhoà Autoridade, mas os dados sobre as áreas reservadaspodem ser revelados à empresa. Estes dados transferidospara a empresa por tais entidades não devem ser reve-lados pela empresa à Autoridade nem a ninguém estra-nho à Autoridade.

Artigo 15.o

Programas de formação

O contratante deve preparar programas práticos paraa formação do pessoal da Autoridade e dos Estadosem desenvolvimento, incluindo a participação desse pes-soal em todas as actividades na área previstas no con-trato, de conformidade com o n.o 2 do artigo 144.o

Artigo 16.o

Direito exclusivo de exploração e aproveitamento

A Autoridade deve, nos termos da parte XI e dassuas normas, regulamentos e procedimentos, outorgarao operador o direito exclusivo de explorar e aproveitara área coberta pelo plano de trabalho com respeito auma categoria especificada de recursos e deve assegurarque nenhuma outra entidade realize na mesma áreaactividades relativas a uma categoria diferente de recur-sos de modo que possa interferir com as actividadesdo operador. A titularidade do operador deve ser garan-tida de conformidade com o n.o 6 do artigo 153.o

Artigo 17.o

Normas, regulamentos e procedimentos da Autoridade

1 — A Autoridade deve adoptar e aplicar unifor-mente normas, regulamentos e procedimentos de con-formidade com a subalína ii) da alínea f) do n.o 2 doartigo 160.o e com a subalínea ii) da alínea o) do n.o 2do artigo 162.o, para o exercício da suas funções enun-ciadas na parte XI, sobre, inter alia, as seguintes questões:

a) Procedimentos administrativos relativos à pros-pecção, à exploração e ao aproveitamento daárea;

b) Operações:

i) Dimensão da área;ii) Duração das operações;

iii) Requisitos de execução, incluindo asgarantias previstas na alínea c) do n.o 6do artigo 4.o do presente anexo;

iv) Categorias de recursos;v) Renúncia de áreas;

vi) Relatórios sobre o andamento dos tra-balhos;

vii) Apresentação de dados;viii) Inspecção e supervisão das operações;

ix) Prevenção de interferências com outrasactividades no meio marinho;

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x) Transferência de direitos e obrigaçõespor um contratante;

xi) Procedimentos para a transferência detecnologia aos Estados em desenvolvi-mento , de conformidade com oartigo 144.o e para a participação directadestes;

xii) Critérios e práticas de mineração, incluí-das as referentes à segurança das ope-rações, à conservação dos recursos e àprotecção do meio marinho;

xiii) Definição de produção comercial;xiv) Critérios de qualificação dos peticioná-

rios;

c) Questões financeiras:

i) Estabelecimento de normas uniformes enão discriminatórias em matéria de cus-tos e de contabilidade, bem como demétodos de selecção de auditores;

ii) Distribuição das receitas das operações;iii) Os incentivos mencionados no artigo 13.o

do presente anexo;

d) Aplicação das decisões tomadas nos termos don.o 4 do artigo 151.o e da alínea d) do n.o 2do artigo 164.o

2 — As normas, regulamentos e procedimentos sobreas seguintes questões deverão reflectir plenamente oscritérios objectivos a seguir estabelecidos:

a) Dimensões das áreas — a Autoridade deve deter-minar a dimensão apropriada das áreas paraexploração, que pode ir até ao dobro da dimen-são das áreas para aproveitamento, a fim dese permitirem operações intensivas de explora-ção. A dimensão das áreas para aproveitamentodeve ser calculada de modo a, de conformidadecom as claúsulas do contrato, satisfazer os requi-sitos do artigo 8.o do presente anexo sobrereserva de áreas, bem como os requisitos deprodução previstos compatíveis com oartigo 151.o, tendo em conta o grau de desen-volvimento da tecnologia disponível nessemomento para a mineração dos fundos mari-nhos e as características físicas pertinentes daárea. As áreas não serão menores nem maioresque o necessário para satisfazer esse objectivo;

b) Duração das operações:

i) A prospecção não deve estar sujeita aprazo;

ii) A exploração deve ter a duração sufi-ciente para permitir um estudo aprofun-dado da área determinada, o projecto ea construção de equipamento de extrac-ção mineira para a área e o projecto econstrução de instalações de processa-mento de pequena e média dimensãodestinadas a testar sistemas de extracçãoe processamento de minerais;

iii) A duração do aproveitamento deve serem função da vida económica do projectode extracção mineira, tendo em conta fac-tores como o esgotamento do depósito,a vida útil do equipamento de extracçãoe das instalações de processamento, bemcomo a viabilidade comercial. A duração

do aproveitamento deve ser suficientepara permitir a extracção comercial dosminerais da área e incluir um prazorazoável para a construção de sistemasde extracção e processamento de mine-rais à escala comercial, período duranteo qual não deve ser exigida a produçãocomercial. Contudo, a duração total doaproveitamento deve também ser sufi-cientemente breve para dar à Autoridadea possibilidade de modificar as modali-dades e condições do plano de trabalhoquando considerar a sua renovação deconformidade com as normas, regula-mentos e procedimentos que tenha adop-tado depois da aprovação do plano detrabalho;

c) Requisitos de execução — a Autoridade deveexigir que, durante a fase de exploração, o ope-rador efectue despesas periódicas que mante-nham uma relação razoável com a dimensãoda área coberta pelo plano de trabalho e comas despesas que sejam de esperar de um ope-rador de boa fé que pretenda iniciar a produçãocomercial na área dentro dos prazos fixados pelaAutoridade. Essas despesas não devem ser fixa-das a um nível que desincentive possíveis ope-radores que disponham de uma tecnologiamenos onerosa que a correntemente utilizada.A Autoridade deve fixar um intervalo máximoentre a conclusão da fase de exploração e oinício da produção comercial. Para fixar esseintervalo, a Autoridade deve ter em conta quea construção de sistemas de extracção e pro-cessamento de minerais em grande escala nãopode ser iniciada senão depois da conclusão dafase de exploração e do início da fase de apro-veitamento. Em consequência, o intervalo atéo início da produção comercial na área deveter em conta o tempo necessário para a cons-trução desses sistemas depois de completada afase de exploração e prever um prazo razoávelque tenha em conta atrasos inevitáveis no calen-dário da construção. Uma vez iniciada a pro-dução comercial, a Autoridade, dentro dos limi-tes razoáveis e tendo em conta todos os factorespertinentes, deve exigir ao operador que man-tenha a produção comercial durante a vigênciado plano de trabalho;

d) Categorias de recursos — ao determinar as cate-gorias de recursos a respeito dos quais um planode trabalho possa ser aprovado, a Autoridadedeve dar ênfase, inter alia, às seguintes carac-terísticas:

i) Que diferentes recursos requerem a uti-lização de métodos semelhantes deextracção;

ii) Que alguns recursos podem ser aprovei-tados simultaneamente por vários ope-radores que aproveitem recursos diferen-tes na mesma área em que interfiramindevidamente entre si.

Nada do disposto na presente alíneadeve impedir a Autoridade de aprovarum plano de trabalho relativo a mais deuma categoria de recursos na mesma áreaa favor do mesmo peticionário;

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e) Renúncia de áreas — o operador pode renun-ciar em qualquer altura, sem sanção, à tota-lidade ou a uma parte dos seus direitos na áreacoberta pelo plano de trabalho;

f) Protecção do meio marinho — normas, regula-mentos e procedimentos devem ser estabeleci-dos para assegurar a protecção eficaz do meiomarinho contra efeitos nocivos resultantesdirectamente de actividades na área ou do pro-cessamento de minerais procedentes de umaárea, de extracção mineira a bordo de um navioposicionado sobre tal área, tendo em conta amedida em que tais efeitos nocivos possamresultar directamente da perfuração, da draga-gem, da extracção de amostras e da escavação,bem como da eliminação, da imersão e da des-carga no meio marinho de sedimentos, detritosou outros efluentes;

g) Produção comercial — considera-se iniciada aprodução comercial quando um operador sededicar a operações de extracção contínua emgrande escala que produza uma quantidade demateriais suficiente para indicar claramente queo objectivo principal é a produção em grandeescala e não a destinada a recolher informação,a analisar ou a testar o equipamento ou ainstalação.

Artigo 18.o

Sanções

1 — Os direitos de um contratante nos termos do con-trato só podem ser suspensos ou extintos nos seguintescasos:

a) Se, apesar das advertências da Autoridade, ocontratante tiver realizado as suas actividadesde forma a constituir uma violação grave, per-sistente e dolosa das cláusulas fundamentais docontrato, da parte XI e das normas, regulamen-tos e procedimentos da Autoridade; ou

b) Se o contratante não tiver cumprido uma deci-são definitiva e obrigatória do órgão de soluçãode controvérsias que for aplicável.

2 — Nos casos de qualquer violação do contrato nãoprevistos na alíena a) do n.o 1, ou em vez da suspensãoou extinção nos termos da alínea a) do n.o 1, a Auto-ridade pode impor ao contratante sanções monetáriasproporcionais à gravidade da violação.

3 — Com excepção das ordens em caso de emergêncianos termos da alínea w) do n.o 2 do artigo 162.o, aAutoridade não pode executar nenhuma decisão queimplique sanções monetárias ou suspensão ou extinçãoaté que tenha sido dada ao contratante uma oportu-nidade razoável de esgotar os meios judiciais de quedispõe, de conformidade com a secção 5 da parte XI.

Artigo 19.o

Revisão do contrato

1 — Quando tenham surgido ou possam surgir cir-cunstâncias que, na opinião de qualquer das duas aprtes,tornariam não equitativo o contrato, ou impraticávelou impossível a realização dos seus objectivos ou dos

previstos na parte XI, as partes devem iniciar negociaçõespara rever o contrato, em conformidade.

2 — Qualquer contrato celebrado de conformidadecom o n.o 3 do artigo 153.o só pode ser revisto como consentimento das partes.

Artigo 20.o

Transferência de direitos e obrigações

Os direitos e obrigações resultantes de um contratosó podem ser transferidos com o consentimento daAutoridade e de conformidade com as suas normas,regulamentos e procedimentos. A Autoridade nãonegará sem causa razoável o seu consentimento à trans-ferência se o cessionário proposto reunir todas as con-dições exigidas a um peticionário qualificado e assumirtodas as obrigações do cedente e se a transferência nãoconferir ao cessionário um plano de trabalho cuja apro-vação estaria proibida pela alínea c) do n.o 3 do artigo 6.odo presente anexo.

Artigo 21.o

Direito aplicável

1 — O contrato deve ser regido pelas cláusulas docontrato, pelas normas, regulamentos e procedimentosda Autoridade, pela parte XI e por outras normas dedireito internacional não incompatíveis com a presenteConvenção.

2 — Qualquer decisão definitiva de uma corte ou tri-bunal que tenha jurisdição nos termos da presente Con-venção no que se refere aos direitos e obrigações daAutoridade e do contratante deve ser executória no ter-ritório de qualquer Estado Parte.

3 — Nenhum Estado Parte pode impor a um con-tratante condições incompatíveis com a parte XI. Con-tudo, não deve ser considerada incompatível com aparte XI a aplicação, por um Estado Parte aos contra-tantes por ele patrocinados ou aos navios que arvorema sua bandeira, de leis e regulamentos sobre a protecçãodo meio marinho ou de outra natureza mais restritosque as normas, regulamentos e procedimentos da Auto-ridade adoptados nos termos da alínea f) do n.o 2 doartigo 17.o do presente anexo.

Artigo 22.o

Responsabilidade

O contratante terá responsabilidade pelos danos cau-sados por actos ilícitos cometidos na realização das suasoperações, tomando em conta a parte de responsabi-lidade por actos ou omissões imputáveis à Autoridade.Do mesmo modo, a Autoridade terá responsabilidadepelos danos causados por actos ilícitos cometidos noexercício dos seus poderes e funções, incluindo as vio-lações ao n.o 2 do artigo 168.o, tomando em conta aparte de responsabilidade por actos ou omissões impu-táveis ao contratante. Em qualquer caso, a reparaçãodeve corresponder ao dano efectivo.

ANEXO IV

Estatuto da empresa

Artigo 1.o

Objectivos

1 — A empresa é o órgão da Autoridade que deverealizar directamente actividades na área, nos termos

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da alínea a) do n.o 2 do artigo 153.o, bem como acti-vidades de transporte, processamento e comercializaçãode minerais extraídos da área.

2 — Na realização dos seus objectivos e no exercíciodas suas funções, a empresa deve actuar de conformi-dade com a presente Convenção e com as normas, regu-lamentos e procedimentos da Autoridade.

3 — Ao aproveitar os recursos da área nos termosdo n.o 1, a empresa deve actuar de conformidade comprincípios comerciais sólidos, com observância da pre-sente Convenção.

Artigo 2.o

Relações com a Autoridade

1 — Nos termos do artigo 170.o, a empresa deveactuar de conformidade com as políticas gerais da assem-bleia e as directrizes do conselho.

2 — Com observância do n.o 1, a empresa deve gozarde autonomia na realização das suas operações.

3 — Nada na presente Convenção deve tornar aempresa responsável pelos actos ou obrigações da Auto-ridade, nem a Autoridade responsável pelos actos ouobrigações da empresa.

Artigo 3.o

Limitação de responsabilidade

Sem prejuízo do disposto no n.o 3 do artigo 11.o dopresente anexo, nenhum membro da Autoridade é res-ponsável pelos actos ou obrigações da empresa, pelosimples facto da sua qualidade de membro.

Artigo 4.o

Estrutura

A empresa tem um conselho de administração, umdirector-geral e o pessoal necessário ao exercício dassuas funções.

Artigo 5.o

Conselho de administração

1 — O conselho de administração é compostode 15 membros eleitos pela assembleia, de conformidadecom a alínea c) do n.o 2 do artigo 160.o Na eleiçãodos membros do conselho de administração deve sertomado em devida conta o princípio da distribuição geo-gráfica equitativa. Ao apresentarem candidaturas aoconselho de administração, os membros da Autoridadedevem ter em conta a necessidade de designar candi-datos da mais alta competência e que possuam as qua-lificações nas matérias pertinentes, de modo a assegurara viabilidade e o êxito da empresa.

2 — Os membros do conselho de administração sãoeleitos por quatro anos e podem ser reeleitos devendoser tomado em devida conta o princípio da rotação dosmembros.

3 — Os membros do conselho de administraçãodevem permanecer em funções até à eleição dos seussucessores. Se o lugar de um membro do conselho deadministração ficar vago, a assembleia deve eleger, deconformidade com a alínea c) do n.o 2 do artigo 160.o,um novo membro que exercerá o cargo até ao termodesse mandato.

4 — Os membros do conselho de administraçãodevem actuar a título pessoal. No exercício das suasfunções não devem solicitar nem receber instruções de

qualquer governo, nem de nenhuma outra fonte.Os membros da Autoridade devem respeitar a inde-pendência dos membros do conselho de administraçãoe abster-se de qualquer tentativa de influenciar qualquerdeles no desempenho das suas funções.

5 — Cada membro do conselho de administraçãorecebe uma remuneração custeada pelos fundos daempresa. O montante da remuneração deve ser fixadopela assembleia por recomendação do conselho.

6 — O conselho de administração funciona normal-mente no escritório principal da empresa e deve reu-nir-se com a frequência requerida pelos trabalhos daempresa.

7 — O quórum é constituído por dois terços dos mem-bros do conselho de administração.

8 — Cada membro do conselho de administração dis-põe de um voto. Todas as questões submetidas ao con-selho de administração serão decididas por maioria dosseus membros. Se um membro tiver um conflito de inte-resses em relação a uma questão submetida ao conselhode administração deve abster-se de votar nessa questão.

9 — Qualquer membro da Autoridade pode pedir aoconselho de administração informações sobre operaçõesque o afectem particularmente. O conselho de admi-nistração deve procurar fornecer tais informações.

Artigo 6.o

Poderes e funções do conselho de administração

O conselho de administração dirige as operações daempresa. Com observância da presente Convenção, oconselho de administração deve exercer os poderesnecessários ao cumprimento dos objectivos da empresa,incluídos os poderes para:

a) Eleger um presidente de entre os seus membros;b) Adoptar o seu regulamento interno;c) Elaborar e submeter por escrito ao conselho

planos formais de trabalho, de conformidadecom o n.o 3 do artigo 153.o e com a alínea j)do n.o 2 do artigo 162.o;

d) Elaborar planos de trabalho e programas pararealizar as actividades previstas no artigo 170.o;

e) Preparar e submeter ao conselho pedidos deautorização de produção, de conformidade comos n.os 2 a 7 do artigo 151.o;

f) Autorizar negociações relativas a aquisição detecnologia, incluindo as previstas nas alíneas a),c) e d) do n.o 3 do artigo 5.o do anexo III, eaprovar os resultados dessas negociações;

g) Estabelecer modalidades e condições e auto-rizar negociações relativas a empreendimentosconjuntos ou outras formas de ajustes conjuntosreferidos nos artigos 9.o e 11.o do anexo III eaprovar os resultados dessas negociações;

h) Recomendar à assembleia a parte da receitalíquida da empresa que deve ser retida paraas reservas desta, de conformidade com a alí-nea f) do n.o 2 do artigo 160.o e com o artigo 10.odo presente anexo;

i) Aprovar o orçamento anual da empresa;j) Autorizar a aquisição de bens e serviços, de con-

formidade com o n.o 3 do artigo 12.o do presenteanexo;

k) Apresentar um relatório anual ao conselho, deconformidade com o artigo 9.o do presenteanexo;

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l) Apresentar ao conselho, para aprovação pelaassembleia, projectos de normas relativas àorganização, administração, nomeação e demis-são do pessoal da empresa, e adoptar os regu-lamentos para aplicação de tais normas;

m) Contrair empréstimos e prestar as garantias oucauções que possa determinar, de conformidadecom o n.o 2 do artigo 11.o do presente anexo;

n) Participar em quaisquer procedimentos legais,acordos e transacções e tomar quaisquer outrasmedidas, de conformidade com o artigo 13.o dopresente anexo;

o) Delegar, sujeito à aprovação do conselho, quais-quer poderes não discricionários nas suas comis-sões ou no director-geral.

Artigo 7.o

Director-geral e pessoal da empresa

1 — A assembleia elege, por recomendação do con-selho e por proposta do conselho de administração, odirector-geral da empresa que não será membro do con-selho de administração. O director-geral é eleito porum período determinado, que não deve exceder cincoanos, e pode ser reeleito para novos mandatos.

2 — O director-geral é o representante legal daempresa e o seu chefe executivo e responde directa-mente perante o conselho de administração pela con-dução das operações da empresa. Tem a seu cargo aorganização, administração, nomeação e demissão dopessoal, de conformidade com as normas e regulamentosreferidos na alínea l) do artigo 6.o do presente anexo.Deve participar, sem direito de voto, nas reuniões doconselho de administração e pode participar, sem direitode voto, nas reuniões da assembleia e do conselhoquando estes órgãos examinarem questões que interes-sem à empresa.

3 — A consideração dominante ao recrutar e nomearo pessoal e ao determinar as suas condições de empregodeve ser a necessidade de assegurar o mais alto graude eficiência e competência técnica. Ressalvada estaconsideração, deve ter-se em devida conta a importânciade recrutar o pessoal numa base geográfica equitativa.

4 — No cumprimento dos seus deveres, o director--geral e o pessoal da empresa não solicitarão nem rece-berão instruções de qualquer governo nem de nenhumaoutra fonte estranha à empresa. Devem abster-se dequalquer acto que possa afectar a sua condição de fun-cionários internacionais, responsáveis unicamenteperante a empresa. Todo o Estado Parte compromete-sea respeitar o carácter exclusivamente internacional dasfunções do director-geral e do pessoal e a não procurarinfluenciá-los no desempenho das suas funções.

5 — As responsabilidades estabelecidas no n.o 2 doartigo 168.o devem aplicar-se igualmente ao pessoal daempresa.

Artigo 8.o

Localização

A empresa tem o seu escritório principal na sededa Autoridade. A empresa pode abrir outros escritóriose instalações no território de qualquer Estado Parte,com o consentimento deste.

Artigo 9.o

Relatórios e balanços financeiros

1 — A empresa deve submeter a exame do conselho,nos três meses seguintes ao termo de cada ano fiscal,um relatório anual que contenha um extracto das suascontas, verificado por auditores, e deve enviar ao mesmoconselho, a intervalos adequados, um balanço sumárioda sua situação financeira e um balanço de ganhos eperdas que mostre os resultados das suas operações.

2 — A empresa deve publicar o seu relatório anuale demais relatórios que considere apropriados.

3 — Todos os relatórios e balanços financeiros refe-ridos no presente artigo devem ser distribuídos aos mem-bros da Autoridade.

Artigo 10.o

Distribuição de receitas líquidas

1 — Com observância do n.o 3, a empresa deve pagarà Autoridade os montantes devidos nos termos doartigo 13.o do anexo III ou seu equivalente.

2 — A assembleia, por recomendação do conselho deadministração, deve determinar a parte da receitalíquida da empresa que deve ser retida para as reservasdesta. O remanescente será transferido para a Auto-ridade.

3 — Durante o período inicial necessário para quea empresa se torne auto-suficiente, o qual não deveexceder 10 anos, a contar do início da sua produçãocomercial, a assembleia deve isentar a empresa dos paga-mentos referidos no n.o 1 e deixar a totalidade da receitalíquida da empresa nas reservas desta.

Artigo 11.o

Finanças

1 — Os recursos financeiros da empresa devemincluir:

a) Os montantes recebidos da Autoridade de con-formidade com a alínea b) do n.o 2 doartigo 173.o;

b) As contribuições voluntárias feitas pelos Esta-dos Partes com o objectivo de financiar acti-vidades da empresa;

c) O montante dos empréstimos contraídos pelaempresa de conformidade com os n.os 2 e 3;

d) As receitas provenientes das operações da empresa;e) Outros fundos postos à disposição da empresa

para lhe permitir iniciar as operações o maiscedo possível e desempenhar as suas funções.

2 — a) A empresa tem o poder de contrair emprés-timos e de prestar as garantias ou cauções que possadeterminar. Antes de proceder a uma venda públicadas suas obrigações nos mercados financeiros ou namoeda de um Estado Parte, a empresa deve obter aaprovação desse Estado. O montante total dos emprés-timos deve ser aprovado pelo conselho, por recomen-dação do conselho de administração.

b) Os Estados Partes devem fazer todos os esforçosrazoáveis para apoiar os pedidos de empréstimo daempresa nos mercados de capital e instituições finan-ceiras internacionais.

3 — a) Devem ser fornecidos à empresa os fundosnecessários à exploração e aproveitamento de um sectormineiro e ao transporte, processamento e comerciali-

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zação dos minerais dele extraídos e o níquel, cobre,cobalto e manganês obtidos, assim como a satisfaçãodas suas despesas administrativas iniciais. A ComissãoPreparatória deve indicar o montante desses fundos,bem como os critérios e factores para o seu reajusta-mento, nos projectos de normas, regulamentos e pro-cedimentos da Autoridade.

b) Todos os Estados Partes devem pôr à disposiçãoda empresa uma soma equivalente a metade dos fundosreferidos na alínea a), sob a forma de empréstimos alongo prazo e sem juros, de conformidade com a escalade contribuições para o orçamento ordinário das NaçõesUnidas em vigor na data de entrega das contribuições,reajustada para ter em conta os Estados que não sãomembros das Nações Unidas. As dívidas contraídas pelaempresa na obtenção da outra metade dos fundos devemser garantidas pelos Estados Partes de conformidadecom a mesma escala.

c) Se a soma das contribuições financeiras dos EstadosPartes for inferior à dos fundos a serem fornecidos àempresa nos termos da alínea a), a assembleia, na suaprimeira sessão, deve considerar o montante da dife-rença e, tendo em conta a obrigação dos Estados Partesnos termos das alíneas a) e b) e as recomendações daComissão Preparatória, deve adoptar, por consenso,medidas para cobrir tal diferença.

d) — i) Cada Estado Parte deve, nos 60 dias seguintesà entrada em vigor da presente Convenção, ou nos30 dias seguintes ao depósito do seu instrumento deratificação ou adesão, se esta data for posterior, depo-sitar junto da empresa promissórias sem juros, não nego-ciáveis e irrevogáveis, de montante igual à parte cor-respondente a esse Estado Parte dos empréstimos semjuros previstos na alínea b).

ii) Logo que possível após a entrada em vigor dapresente Convenção e, após esta data, anualmente oucom a periodicidade apropriada, o conselho de admi-nistração deve preparar um programa que indique omontante dos fundos de que necessite para financiaras despesas administrativas da empresa e para a rea-lização de actividades nos termos do artigo 170.o e doartigo 12.o do presente anexo e as datas em que necessitedesses fundos.

iii) Uma vez preparado esse programa, a empresadeve notificar imediatamente os Estados Partes, porintermédio da Autoridade, das partes respectivas nosfundos previstos na alínea b) do presente número e exi-gidos por tais despesas. A empresa deve cobrar os mon-tantes das promissórias necessários para financiar as des-pesas indicadas no programa acima referido em relaçãoaos empréstimos sem juro.

iv) Após terem recebido a notificação, os EstadosPartes devem pôr à disposição da empresa as suas partesrespectivas das garantias de dívida da empresa, de con-formidade com a alínea b).

e) — i) Se a empresa o solicitar, os Estados Partespodem prestar garantias de dívida adicionais às quetenham prestado de conformidade com a escala men-cionada na alínea b).

ii) Em vez de uma garantia de dívida, um EstadoParte pode fazer à empresa uma contribuição voluntáriade montante equivalente à fracção das dívidas que deoutro modo teria obrigação de garantir.

f) O reembolso dos empréstimos com juros tem prio-ridade sobre o reembolso dos empréstimos sem juros.

Os empréstimos sem juros devem ser reembolsados deacordo com um programa adoptado pela assembleia,por recomendação do conselho e ouvido o conselho deadministração. No exercício dessa função, o conselhode administração deve guiar-se pelas normas, regula-mentos e procedimentos da Autoridade, que devem terem conta a necessidade primordial de assegurar o fun-cionamento eficaz da empresa e, em particular, a suaindependência financeira.

g) Os fundos postos à disposição da empresa serãoem moedas livremente utilizáveis ou em moedas livre-mente disponíveis e efectivamente utilizáveis nos prin-cipais mercados de divisas. Estas moedas serão definidasnas normas, regulamentos e procedimentos da Auto-ridade, de conformidade com a prática monetária inter-nacional dominante. Salvo o disposto no n.o 2, nenhumEstado Parte deve manter ou impor restrições à deten-ção, utilização ou câmbio desses fundos pela empresa.

h) «Garantia de dívida» significa a promessa feitapor um Estado Parte aos credores da empresa de cum-prir, na medida prevista pela escala apropriada, as obri-gações financeiras da empresa cobertas pela garantia,após os credores notificarem o Estado Parte do seunão cumprimento pela empresa. Os procedimentos parao pagamento dessas obrigações devem estar de con-formidade com as normas, regulamentos e procedimen-tos da Autoridade.

4 — Os fundos, haveres e despesas da empresa devemser mantidos separados dos da Autoridade. O presenteartigo não deve impedir que a empresa efectue ajustescom a Autoridade relativos às instalações, pessoal e ser-viços e ao reembolso das despesas administrativas pagaspor uma delas em nome da outra.

5 — Os documentos, livros e contas da empresa, inclu-sive os relatórios financeiros anuais, devem ser verifi-cados todos os anos por um auditor independente desig-nado pelo conselho.

Artigo 12.o

Operações

1 — A empresa deve propor ao conselho projectospara a realização de actividades, de conformidade como artigo 170.o Tais propostas devem incluir um planode trabalho formal escrito das actividades na área, deconformidade com o n.o 3 do artigo 153.o e quaisqueroutras informações e dados que possam de tempos atempos ser necessários à avaliação dos referidos pro-jectos pela Comissão Jurídica e Técnica e à sua apro-vação pelo conselho.

2 — Uma vez aprovado pelo conselho, a empresa deveexecutar o projecto com base no plano de trabalho for-mal escrito referido no n.o 1.

3 — a) Se a empresa não dispuser dos bens e serviçosnecessários às suas operações, pode adquiri-los. Paraesse fim, deve abrir consultas no mercado e adjudicarcontratos aos licitantes que ofereçam a melhor com-binação de qualidade, preço e prazo de entrega.

b) Se houver mais de uma oferta com essa combi-nação, o contrato deve ser adjudicado de conformidadecom:

i) O princípio da não discriminação com base emconsiderações políticas ou outras não relevantespara a realização com a devida diligência e efi-ciência das operações;

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ii) As directrizes aprovadas pelo conselho relativasà preferência a ser dada aos bens e serviçosoriginários de Estados em desenvolvimento,incluindo dentre eles os Estados sem litoral ouem situação geográfica desfavorecida.

c) O conselho de administração pode adoptar normasque determinem as circunstâncias especiais em que, nomelhor interesse da empresa, o requisito de aberturade consultas ao mercado possa ser dispensado.

4 — A empresa tem o direito de propriedade sobretodos os minerais e substâncias processadas que pro-duzir.

5 — A empresa deve vender os seus produtos numabase não discriminatória. Não deve conceder descontosnão comerciais.

6 — Sem prejuízo de quaisquer poderes gerais ouespeciais conferidos nos termos de qualquer outra dis-posição da presente Convenção, a empresa deve exercertodos os poderes acessórios de que necessite para acondução dos seus trabalhos.

7 — A empresa não deve interferir nos assuntos polí-ticos de qualquer Estado Parte, nem se deve deixarinfluenciar nas suas decisões pela orientação políticados Estados Partes interessados. As suas decisões devemser baseadas exclusivamente em considerações de ordemcomercial, as quais devem ser ponderadas de uma formaimparcial a fim de que se atinjam os objectivos espe-cificados no artigo 1.o do presente anexo.

Artigo 13.o

Estatuto jurídico, privilégios e imunidades

1 — A fim de permitir à empresa o exercício das suasfunções, devem ser-lhe concedidos, no território dosEstados Partes, o estatuto jurídico, os privilégios e asimunidades estabelecidos no presente artigo. Para a apli-cação desse princípio, a empresa e os Estados Partespodem, quando necessário, concluir acordos especiais.

2 — A empresa tem a capacidade jurídica necessáriaao exercício das suas funções e à consecução dos seusobjectivos e tem, em particular, capacidade para:

a) Celebrar contratos, ajustes conjuntos ou outrosajustes, incluídos acordos com Estados e orga-nizações internacionais;

b) Adquirir, arrendar ou alugar, possuir e alienarbens móveis e imóveis;

c) Sem parte em juízo.

3 — a) A empresa só pode ser demandada nos tri-bunais com jurisdição no território de um Estado Parteem que a empresa:

i) Possua escritório ou instalação;ii) Tenha nomeado um representante para receber

citação ou notificação em processos judiciais;iii) Tenha celebrado um contrato relativo a bens

ou serviços;iv) Tenha emitido obrigações; ouv) Realize outras actividades comerciais.

b) Os bens e haveres da empresa, onde quer quese encontrem e independentemente de quem os detenha,devem gozar de imunidade de qualquer forma dearresto, embargo ou execução enquanto não seja pro-ferida sentença definitiva contra a empresa.

4 — a) Os bens e haveres da empresa, onde querque se encontrem independentemente de quem os dete-nha, devem gozar de imunidade de requisição, confisco,expropriação ou qualquer outra forma de apreensãoresultante de medida executiva ou legislativa.

b) Os bens e haveres da empresa, onde quer quese encontrem e independentemente de quem os detenha,devem estar isentos de restrições, regulamentação, con-trolo e moratórias discriminatórias de qualquer natu-reza.

c) A empresa e o seu pessoal devem respeitar as leise regulamentos de qualquer Estado ou território emque possam realizar actividades comerciais ou de outranatureza.

d) Os Estados Partes devem assegurar à empresa ogozo de todos os direitos, privilégios e imunidades outor-gados por eles a entidades que realizem actividadescomerciais nos seus territórios. Estes direitos, privilégiose imunidades outorgados à empresa não serão menosfavoráveis do que os autorgados a entidades que rea-lizem actividades comerciais similares. Quando os Esta-dos Partes outorgarem privilégios especiais a Estadosem desenvolvimento ou a entidades comerciais destes,a empresa deve gozar desses privilégios numa base igual-mente preferencial.

e) Os Estados Partes podem conceder incentivos,direitos, privilégios e imunidades especiais à empresasem a obrigação de os conceder a outras entidadescomerciais.

5 — A empresa deve negociar a obtenção da isençãode impostos directos e indirectos com os Estados emcujo território tenha escritórios e instalações.

6 — Cada Estado Parte deve adoptar as disposiçõesnecessárias para incorporar na sua própria legislaçãoos princípios enunciados no presente anexo e informara empresa das disposições concretas que tenha tomado.

7 — A empresa pode renunciar, na medida e segundoas condições que venha a determinar, a qualquer dosprivilégios e imunidades outorgados nos termos do pre-sente artigo ou de acordos especiais mencionados non.o 1.

ANEXO V

Conciliação

SECÇÃO 1

Procedimentos de conciliação nos termosda secção 1 da parte XV

Artigo 1.o

Início do procedimento

Se as partes numa controvérsia tiverem acordado, deconformidade com o artigo 284.o, submetê-la ao pro-cedimento de conciliação nos termos da presente secção,qualquer delas poderá, mediante notificação escrita diri-gida à outra ou às outras partes na controvérsia, iniciaro procedimento.

Artigo 2.o

Lista de conciliadores

O Secretário-Geral das Nações Unidas elaborará emanterá uma lista de conciliadores. Cada Estado Partedesignará quatro conciliadores que devem ser pessoasque gozem da mais elevada reputação pela sua impar-cialidade, competência e integridade. A lista será com-

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posta pelos nomes das pessoas assim designadas. Se,em qualquer momento, os conciliadores designados porum Estado Parte para integrar a lista forem menos dequatro, esse Estado Parte fará as designações suple-mentares necessárias. O nome de um conciliador per-manecerá na lista até ser retirado pelo Estado Parteque o tiver designado, com a ressalva de que tal con-ciliador continuará a fazer parte de qualquer comissãode conciliação para a qual tenha sido designado atéque tenha terminado o procedimento na referidacomissão.

Artigo 3.o

Constituição da comissão de conciliação

Salvo acordo em contrário das partes, a comissão deconciliação será constituída da seguinte forma:

a) Salvo o disposto na alínea g), a comissão deconciliação deve ser composta de cinco mem-bros;

b) A parte que inicie o procedimento designarádois conciliadores, escolhidos de preferência dalista mencionada no artigo 2.o do presenteanexo, dos quais um pode ser seu nacional, salvoacordo em contrário das partes. Essas designa-ções serão incluídas na notificação prevista noartigo 1.o do presente anexo;

c) A outra parte na controvérsia designará pelaforma prevista na alínea b) dois conciliadoresnos 21 dias seguintes ao recebimento da noti-ficação prevista no artigo 1.o do presente anexo.Se as designações não se efectuam nesse prazo,a parte que tenha iniciado o procedimento pode,na semana seguinte à expiração desse prazo,pôr termo ao procedimento mediante notifica-ção dirigida à outra parte ou pedir ao Secre-tário-Geral das Nações Unidas que proceda àsnomeações de conformidade com a alínea e);

d) Nos 30 dias seguintes à data em que se tenhaefectuado a última designação, os quatro con-ciliadores designarão um quinto conciliador,escolhido da lista mencionada no artigo 2.o dopresente anexo, que será o presidente. Se adesignação não se efectua nessa prazo, qualquerdas partes pode, na semana seguinte à expiraçãodesse prazo, pedir ao Secretário-Geral dasNações Unidas que proceda à designação deconformidade com a alínea e);

e) Nos 30 dias seguintes ao recebimento de umpedido nos termos do disposto na alínea c) oud), o Secretário-Geral das Nações Unidas fará,em consulta com as partes na controvérsia, asdesignações necessárias a partir da lista men-cionada no artigo 2.o do presente anexo;

f) Qualquer vaga será preenchida pela forma pre-vista para a designação inicial;

g) Duas ou mais partes que determinem de comumacordo que têm o mesmo interesse designarãoconjuntamente dois conciliadores. Quando duasou mais partes tenham interesses distintos, ouquando não exista acordo sobre se têm ou nãoo mesmo interesse, as partes designarão con-ciliadores separadamente;

h) Nas controvérsias em que existam mais de duaspartes com interesses distintos, ou quando nãohaja acordo sobre se têm o mesmo interesse,as partes devem aplicar, na medida do possível,as alíneas a) a f).

Artigo 4.o

Procedimento

Salvo acordo em contrário das partes, a comissão deconciliação determinará o seu próprio procedimento.A comissão pode, com o consentimento das partes nacontrovérsia, convidar qualquer Estado Parte a apre-sentar as suas opiniões verbalmente ou por escrito. Asdecisões relativas a questões de procedimento, as reco-mendações e o relatório da comissão serão adoptadospor maioria de votos dos seus membros.

Artigo 5.o

Solução amigável

A comissão poderá chamar a atenção das partes paraquaisquer medidas que possam faciliar uma solução ami-gável da controvérsia.

Artigo 6.o

Funções da comissão

A comissão ouvirá as partes, examinará as suas pre-tensões e objecções e far-lhes-á propostas para chegarema uma solução amigável.

Artigo 7.o

Relatório

1 — A comissão apresentará relatório nos 12 mesesseguintes à sua constituição. O relatório conterá todosos acordos concluídos e, se os não houver, as conclusõessobre todas as questões de direito ou de facto rela-cionadas com a matéria em controvérsia e as recomen-dações que julgue apropriadas para uma solução ami-gável. O relatório será depositado junto do Secretário--Geral das Nações Unidas, que o transmitirá imedia-tamente às partes na controvérsia.

2 — O relatório da comissão, incluídas as suas con-clusões ou recomendações, não terá força obrigatóriapara as partes.

Artigo 8.o

Extinção do procedimento

Extinguir-se-á o procedimento de conciliação quandoa controvérsia tenha sido solucionada, quando as partestenham aceite ou uma delas tenha rejeitado as reco-mendações do relatório, por via de notificação escritadirigida ao Secretário-Geral das Nações Unidas, ouquando tenha decorrido um prazo de três meses a contarda data em que o relatório foi transmitido às partes.

Artigo 9.o

Honorários e despesas

Os honorários e despesas da comissão ficarão a cargodas partes na controvérsia.

Artigo 10.o

Direito de as partes modificarem o procedimento

As partes na controvérsia poderão, mediante acordoaplicável unicamente a essa controvérsia, modificar qual-quer disposição do presente anexo.

5486-(174) DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 238 — 14-10-1997

SECÇÃO 2

Submissão obrigatória ao procedimento de conciliaçãonos termos da secção 3 da parte XV

Artigo 11.o

Início do procedimento

1 — Qualquer das partes numa controvérsia que, deconformidade com a secção 3 da parte XV, possa sersubmetida ao procedimento de conciliação nos termosda presente secção, pode iniciar o procedimento porvia de notificação escrita dirigida à outra ou às outraspartes na controvérsia.

2 — Qualquer das partes na controvérsia que tenhasido notificada nos termos do n.o 1 ficará obrigada asubmeter-se a tal procedimento.

Artigo 12.o

Ausência de resposta ou não submissãoao procedimento de conciliação

O facto de uma ou várias partes na controvérsia nãoresponderem à notificação relativa ao início do proce-dimento, ou de a ele não se submeterem, não constituiráobstáculo ao procedimento.

Artigo 13.o

Competência

Qualquer desacordo quanto à competência da comis-são de conciliação constituída nos termos da presentesecção será resolvido por essa comissão.

Artigo 14.o

Aplicação da secção 1

Os artigos 2.o a 10.o da secção 1 do presente anexoaplicar-se-ão salvo o disposto na presente secção.

ANEXO VI

Estatuto do Tribunal Internacional do Direito do Mar

Artigo 1.o

Disposições gerais

1 — O Tribunal Internacional do Direito do Mar éconstituído e deve funcionar de conformidade com asdisposições desta Convenção e do presente Estatuto.

2 — O Tribunal terá a sua sede na cidade livre e han-seática de Hamburgo na República Federal da Ale-manha.

3 — O Tribunal pode reunir-se e exercer as suas fun-ções em qualquer outro local, quando o consideredesejável.

4 — A submissão de qualquer controvérsia ao Tri-bunal deve ser regida pelas disposições das partes XIe XV.

SECÇÃO 1

Organização do Tribunal

Artigo 2.o

Composição

1 — O Tribunal é composto por 21 membros inde-pendentes, eleitos de entre pessoas que gozem da mais

alta reputação pela sua imparcialidade e integridade esejam de reconhecida competência em matéria dedireito do mar.

2 — A representação dos principais sistemas jurídicosdo mundo e uma distribuição geográfica equitativadevem ser asseguradas na composição global do Tri-bunal.

Artigo 3.o

Membros

1 — O Tribunal não pode ter como membros maisde um nacional do mesmo Estado. Para esse efeito,qualquer pessoa que possa ser nacional de mais de umEstado deve ser considerada nacional do Estado emque habitualmente exerce os seus direitos civis epolíticos.

2 — Não deve haver menos de três membros de cadaum dos grupos geográficos estabelecidos pela Assem-bleia Geral das Nações Unidas.

Artigo 4.o

Candidaturas e eleições

1 — Cada Estado Parte pode designar, no máximo,duas pessoas que reúnam as condições prescritas noartigo 2.o do presente anexo. Os membros do Tribunaldevem ser eleitos da lista das pessoas assim designadas.

2 — Pelo menos três meses antes da data da eleição,o Secretário-Geral das Nações Unidas, no caso da pri-meira eleição, ou o escrivão do Tribunal, no caso daseleições subsequentes, deve endereçar convite escritoaos Estados Partes para apresentarem os seus candidatosa membros do Tribunal, num prazo de dois meses. OSecretário-Geral ou o escrivão deve preparar uma listapor ordem alfabética de todas as pessoas assim desig-nadas, com a indicação dos Estados Partes que os tive-rem designado e submetê-la aos Estados Partes antesdo sétimo dia do último mês que anteceder a data daeleição.

3 — A primeira eleição deve realizar-se nos seis mesesseguintes à data da entrada em vigor da presenteConvenção.

4 — Os membros do Tribunal são eleitos por escru-tínio secreto. As eleições devem realizar-se numa reu-nião dos Estados Partes convocada pelo Secretário-Ge-ral das Nações Unidas, no caso da primeira eleição ousegundo procedimento acordado pelos Estados Partes,no caso das eleições subsequentes. Nessa reunião, o quó-rum deve ser constituído por dois terços dos EstadosPartes. São eleitos para o Tribunal os candidatos queobtenham o maior número de votos e a maioria de doisterços dos votos dos Estados Partes presentes e votantes,desde que essa maioria compreenda a maioria dos Esta-dos Partes.

Artigo 5.o

Duração do mandato

1 — Os membros do Tribunal são eleitos por noveanos e podem ser reeleitos; contudo, tratando-se dosmembros eleitos na primeira eleição, o mandato de setede entre eles expira ao fim de três anos e o de maissete expira ao fim de seis anos.

2 — Os membros do Tribunal cujos mandatos expi-ram ao fim dos mencionados períodos iniciais de trêse seis anos devem ser escolhidos por sorteio efectuadopelo Secretário-Geral das Nações Unidas imediata-mente após a primeira eleição.

5486-(175)N.o 238 — 14-10-1997 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A

3 — Os membros do Tribunal devem continuar nodesempenho das suas funções até que tenham sido subs-tituídos. Embora substituídos, devem continuar a conhe-cer até ao fim quaisquer questões que tenham iniciadoantes da data da sua substituição.

4 — Em caso de renúncia de um membro do Tribunal,a carta de renúncia deve ser endereçada ao Presidentedo Tribunal. O lugar fica vago a partir do momentoem que a carta de renúncia é recebida.

Artigo 6.o

Vagas

1 — As vagas devem ser preenchidas pelo mesmométodo seguido na primeira eleição, com a ressalva daseguinte disposição: o escrivão deve, dentro de um mêsapós a ocorrência da vaga, proceder ao envio dos con-vites previsto no artigo 4.o do presente anexo e o Pre-sidente do Tribunal deve, após consulta com os EstadosPartes, fixar a data da eleição.

2 — O membro do Tribunal eleito em substituiçãode um membro cujo mandato não tenha expirado deveexercer o cargo até ao termo do mandato do seu pre-decessor.

Artigo 7.o

Incompatibilidades

1 — Nenhum membro do Tribunal pode exercer qual-quer função política ou administrativa ou estar associadoactivamente ou interessado financeiramente em qual-quer das operações de uma empresa envolvida na explo-ração ou aproveitamento dos recursos do mar ou dosfundos marinhos ou noutra utilização comercial do marou dos fundos marinhos.

2 — Nenhum membro do Tribunal pode exercer fun-ções de agente, consultor ou advogado em qualquerquestão.

3 — Havendo dúvida sobre estes pontos, o Tribunaldeve resolvê-la por maioria dos demais membros pre-sentes.

Artigo 8.o

Condições relativas à participação dos membrosnuma questão determinada

1 — Nenhum membro do Tribunal pode participarna decisão de qualquer questão em que tenha intervindoanteriormente como agente, consultor ou advogado dequalquer das partes, ou como membro de uma corteou tribunal nacional ou internacional, ou em qualqueroutra qualidade.

2 — Se, por alguma razão especial, um membro doTribunal considera que não deve participar na decisãode uma questão determinada, deve informar disso oPresidente do Tribunal.

3 — Se o Presidente considera que, por alguma razãoespecial, um dos membros do Tribunal não deve conhe-cer uma questão determinada, deve dar-lhe disso conhe-cimento.

4 — Havendo dúvida sobre estes pontos, o Tribunaldeve resolvê-la por maioria dos demais membros pre-sentes.

Artigo 9.o

Consequência da perda das condições requeridas

Se, na opinião unânime dos demais membros do Tri-bunal, um membro tiver deixado de reunir as condiçõesrequeridas, o Presidente do Tribunal deve declarar olugar vago.

Artigo 10.o

Privilégios e imunidades

No exercício das suas funções, os membros do Tri-bunal gozam de privilégios e imunidades diplomáticos.

Artigo 11.o

Declaração solene

Todos os membros do Tribunal devem, antes de assu-mir as suas funções, fazer, em sessão pública, uma decla-ração solene de que exercerão as suas atribuições comimparcialidade e em consciência.

Artigo 12.o

Presidente, Vice-Presidente e escrivão

1 — O Tribunal elegerá, por três anos, o seu Pre-sidente e Vice-Presidente, que podem ser reeleitos.

2 — O Tribunal nomeará o seu escrivão e pode pro-videnciar a nomeação dos demais funcionários neces-sários.

3 — O Presidente e o escrivão devem residir na sededo Tribunal.

Artigo 13.o

Quórum

1 — Todos os membros do Tribunal que estejam dis-poníveis devem estar presentes, sendo exigido um quó-rum de 11 membros eleitos para constituir o Tribunal.

2 — Com observância do artigo 17.o do presenteanexo, o Tribunal deve determinar quais os membrosque estão disponíveis para constituir o Tribunal parao exame de uma determinada controvérsia, tendo emconta a necessidade de assegurar o funcionamento eficazdas câmaras previstas nos artigos 14.o e 15.o do presenteanexo.

3 — O Tribunal delibera sobre todas as controvérsiase pedidos que lhe sejam submetidos a menos que oartigo 14.o do presente anexo se aplique ou as partessolicitem a aplicação do artigo 15.o do presente anexo.

Artigo Artigo 14.o

Câmara de Controvérsias dos Fundos Marinhos

É criada uma Câmara de Controvérsias dos FundosMarinhos, de conformidade com as disposições da sec-ção 4 do presente anexo. A sua competência, poderese funções são os definidos na secção 5 da parte XI.

Artigo 15.o

Câmaras especiais

1 — O Tribunal pode constituir as câmaras que con-sidere necessárias, compostas de três ou mais dos seusmembros eleitos, para conhecerem de determinadascategorias de controvérsias.

5486-(176) DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 238 — 14-10-1997

2 — O Tribunal deve, se as partes assim o solicitarem,constituir uma câmara para conhecer de uma determi-nada controvérsia que lhe tenha sido submetida. O Tri-bunal deve fixar, com a aprovação das partes, a com-posição de tal câmara.

3 — Com o fim de facilitar o andamento rápido dosassuntos, o Tribunal deve constituir anualmente umacâmara de cinco dos seus membros eleitos que podedeliberar sobre controvérsias em procedimento sumário.Devem ser designados dois membros suplentes parasubstituírem os que não possam participar numa deter-minada questão.

4 — As câmaras previstas no presente artigo devem,se as partes assim o solicitarem, deliberar sobre ascontrovérsias.

5 — A sentença de qualquer das câmaras previstasno presente artigo e no artigo 14.o do presente anexodeve ser considerada como proferida pelo Tribunal.

Artigo 16.o

Regulamento do Tribunal

O Tribunal deve adoptar normas para o exercício dassuas funções. Deve elaborar, em particular, o seu regu-lamento interno.

Artigo 17.o

Nacionalidade dos membros

1 — Os membros do Tribunal nacionais de qualquerdas partes numa controvérsia mantêm o seu direito departicipar como membros do Tribunal.

2 — Se o Tribunal, ao examinar uma controvérsia,incluir um membro nacional de uma das partes, qualqueroutra parte poderá designar uma pessoa de sua escolhapara participar na qualidade de membro do Tribunal.

3 — Se o Tribunal, ao examinar uma controvérsia,não incluir um membro nacional das partes, cada umadestas poderá designar uma pessoal de sua escolha paraparticipar na qualidade de membro do Tribunal.

4 — O presente artigo aplica-se às câmaras referidasnos artigos 14.o e 15.o do presente anexo. Em tais casos,o Presidente, em consulta com as partes, deve pedira determinados membros do Tribunal que constituama câmara, tantos quantos necessários, que cedam os seuslugares aos membros do Tribunal da nacionalidade daspartes interessadas e, se os não houver ou não puderemestar presentes, aos membros especialmente designadospelas partes.

5 — Se várias partes tiverem um mesmo interesse,deverão, para efeitos das disposições precedentes, serconsideradas como uma única parte. Havendo dúvidasobre este ponto, o Tribunal deve resolvê-la.

6 — Os membros designados de conformidade comos n.os 2, 3 e 4 devem reunir as condições estabelecidaspelos artigos 2.o, 8.o e 11.o do presente anexo. Devemparticipar na decisão do Tribunal em condições de abso-luta igualdade com os seus colegas.

Artigo 18.o

Remuneração

1 — Cada membro eleito do Tribunal recebe um ven-cimento anual e, por cada dia em que exerça as suasfunções, um subsídio especial. A soma total do seu sub-sídio especial, em cada ano, não excederá o montantedo vencimento anual.

2 — O Presidente recebe um subsídio anual especial.3 — O Vice-Presidente recebe um subsídio especial

por cada dia em que exerça as funções de Presidente.4 — Os membros designados nos termos do

artigo 17.o do presente anexo, que não sejam membroseleitos do Tribunal, receberão uma compensação porcada dia em que exerçam as suas funções.

5 — Os vencimentos, subsídios e compensações serãofixados periodicamente em reuniões dos Estados Partes,tendo em conta o volume de trabalho do Tribunal. Nãopodem sofrer redução enquanto durar o mandato.

6 — O vencimento do escrivão é fixado em reuniõesdos Estados Partes, por proposta do Tribunal.

7 — Nos regulamentos adoptados em reuniões dosEstados Partes, serão fixadas as condições para a con-cessão de pensões de aposentação aos membros do Tri-bunal e ao escrivão, bem como as condições para oreembolso, aos membros do Tribunal e ao escrivão, dassuas despesas de viagens.

8 — Os vencimentos, subsídios e compensações esta-rão isentos de qualquer imposto.

Artigo 19.o

Despesas do Tribunal

1 — As despesas do Tribunal serão custeadas pelosEstados Partes e pela Autoridade, nos termos e con-dições a determinar em reuniões dos Estados Partes.

2 — Quando uma entidade distinta de um EstadoParte ou da Autoridade for parte numa controvérsiasubmetida ao Tribunal, este fixará o montante com quea referida parte terá de contribuir para as despesas doTribunal.

SECÇÃO 2

Jurisdição

Artigo 20.o

Acesso ao Tribunal

1 — Os Estados Partes terão acesso ao Tribunal.2 — As entidades distintas dos Estados Partes terão

acesso ao Tribunal, em qualquer dos casos expressa-mente previstos na parte XI ou em qualquer questãosubmetida nos termos de qualquer outro acordo queconfira ao Tribunal jurisdição que seja aceite por todasas partes na questão.

Artigo 21.o

Jurisdição

A jurisdição do Tribunal compreende todas as con-trovérsias e pedidos que lhe sejam submetidos de con-formidade com a presente Convenção, bem como todasas questões especialmente previstas em qualquer outroacordo que confira jurisdição ao Tribunal.

Artigo 22.o

Submissão ao Tribunal de controvérsias relativas a outros acordos

Se todas as partes num tratado ou convenção já emvigor sobre matérias cobertas pela presente Convençãoassim o acordarem, qualquer controvérsia relativa àinterpretação ou aplicação de tal tratado ou convençãopode, de conformidade com tal acordo, ser submetidaao Tribunal.

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Artigo 23.o

Direito aplicável

Todas as controvérsias e pedidos serão decididos peloTribunal, de conformidade com o artigo 293.o

SECÇÃO 3

Processo

Artigo 24.o

Início do procedimento

1 — As controvérsias são submetidas ao Tribunal,conforme o caso, por notificação de um acordo especialou por pedido escrito dirigido ao escrivão. Em ambosos casos, o objecto da controvérsia e as partes devemser indicados.

2 — O escrivão deve notificar imediatamente todosos interessados do acordo especial ou do pedido.

3 — O escrivão deve também notificar todos os Esta-dos Partes.

Artigo 25.o

Medidas provisórias

1 — De conformidade com o artigo 290.o, o Tribunale a sua Câmara de Controvérsias dos Fundos Marinhostêm o poder de decretar medidas provisórias.

2 — Se o Tribunal não se encontrar reunido ou onúmero de membros disponíveis não for suficiente paraque haja quórum, as medidas provisórias devem serdecretadas pela Câmara criada nos termos do n.o 3 doartigo 15.o do presente anexo. Não obstante o dispostono n.o 4 do artigo 15.o do presente anexo, tais medidasprovisórias podem ser tomadas a pedido de qualquerdas partes na controvérsia. Tais medidas estão sujeitasa exame e revisão pelo Tribunal.

Artigo 26.o

Audiências

1 — As audiências serão dirigidas pelo Presidente ou,na sua ausência, pelo Vice-Presidente; se nenhum deleso puder fazer, presidirá o mais antigo dos juízes pre-sentes do Tribunal.

2 — As audiências devem ser públicas, salvo decisãoem contrário do Tribunal ou a menos que as partessolicitem audiência à porta fechada.

Artigo 27.o

Trâmites do processo

O Tribunal deve definir os trâmites do processo, deci-dir a forma e os prazos em que cada parte deve concluiras suas alegações e tomar as medidas necessárias paraa apresentação de provas.

Artigo 28.o

Revelia

Quando uma das partes não comparecer ante o Tri-bunal ou não apresentar a sua defesa, a outra partepoderá pedir ao Tribunal que continue os procedimentose profira a sua decisão. A ausência de uma parte oua não apresentação da defesa da sua causa não deve

constituir impedimento aos procedimentos. Antes deproferir a sua decisão, o Tribunal deve assegurar-se deque não só tem jurisdição sobre a controvérsia, mastambém de que a pretensão está de direito e de factobem fundamentada.

Artigo 29.o

Maioria requerida para a tomada de decisão

1 — Todas as decisões do Tribunal devem ser toma-das por maioria dos membros presentes.

2 — Em caso de empate, decidirá o voto do Presi-dente ou o do membro do Tribunal que o substitua.

Artigo 30.o

Sentença

1 — A sentença deve ser fundamentada.2 — A sentença deve mencionar os nomes dos mem-

bros do Tribunal que tomarem parte na decisão.3 — Se, no todo ou em parte, a sentença não repre-

sentar a opinião unânime dos membros do Tribunal,qualquer membro terá o direito de juntar à sentençaa sua opinião individual ou dissidente.

4 — A sentença deve ser assinada pelo Presidente epelo escrivão. Deve ser lida em sessão pública, depoisde devidamente notificadas as partes na controvérsia.

Artigo 31.o

Pedidos de intervenção

1 — Se um Estado Parte considerar que tem um inte-resse de natureza jurídica que possa ser afectado peladecisão sobre qualquer controvérsia, poderá submeterao Tribunal um pedido de intervenção.

2 — Ao Tribunal compete pronunciar-se sobre opedido.

3 — Se um pedido de intervenção for aceite, a sen-tença do Tribunal sobre a controvérsia será obrigatóriapara o Estado Parte interveniente, em relação às ques-tões nas quais esse Estado Parte interveio.

Artigo 32.o

Direito de intervenção em casos de interpretação ou aplicação

1 — Sempre que se levantar uma questão de inter-pretação ou aplicação da presente Convenção, o escrivãonotificará imediatamente todos os Estados Partes.

2 — Sempre que, no âmbito dos artigos 21.o ou 22.odo presente anexo, se levantar uma questão de inter-pretação ou aplicação de um acordo internacional, oEscrivão notificará todas as partes no acordo.

3 — Qualquer parte a que se referem os n.os 1 e 2tem o direito de intervir no processo; se exercer estedireito, a interpretação constante da sentença será igual-mente obrigatória para essa parte.

Artigo 33.o

Natureza definitiva e força obrigatória da sentença

1 — A sentença do Tribunal será definitiva e deveráser acatada por todas as partes na controvérsia.

2 — A sentença não terá força obrigatória senão paraas partes e no que se refere a uma controvérsiadeterminada.

5486-(178) DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 238 — 14-10-1997

3 — Em caso de desacordo sobre o sentido ou alcanceda sentença, compete ao Tribunal interpretá-la, a pedidode qualquer das partes.

Artigo 34.o

Despesas

Salvo decisão em contrário do Tribunal, cada partecusteará as suas próprias despesas.

SECÇÃO 4

Câmara de Controvérsias dos Fundos Marinhos

Artigo 35.o

Composição

1 — A Câmara de Controvérsias dos Fundos Mari-nhos referida no artigo 14.o do presente anexo é com-posta por 11 membros, escolhidos pela maioria dosmembros eleitos do Tribunal de entre eles.

2 — Na escolha dos membros da Câmara a repre-sentação dos principais sistemas jurídicos do mundo euma distribuição geográfica equitativa devem ser asse-gurados. A assembleia da Autoridade pode adoptarrecomendações de carácter geral relativas à represen-tação e distribuição referidas.

3 — Os membros da Câmara serão escolhidos de trêsem três anos e poderão ser escolhidos para um segundomandato.

4 — A Câmara elegerá o seu presidente de entre osseus membros; o mandato deste terá a duração do man-dato da Câmara.

5 — Se, ao fim de um período de três anos para oqual a Câmara tenha sido escolhida, houver processospendentes, a Câmara deverá terminar esses processoscom a sua composição original.

6 — Se ocorrer alguma vaga na Câmara, o Tribunalescolherá de entre os seus membros eleitos um sucessorque deverá exercer o cargo até ao fim do mandato doseu predecessor.

7 — Para a constituição da Câmara é exigido um quó-rum de sete membros escolhidos pelo Tribunal.

Artigo 36.o

Câmaras ad hoc

1 — A Câmara de Controvérsias dos Fundos Mari-nhos deve constituir uma câmara ad hoc, composta detrês dos seus membros, para conhecer de uma deter-minada controvérsia que lhe seja submetida de confor-midade com a alínea b) do n.o 1 do artigo 188.o A com-posição de tal câmara deve ser estabelecida pela Câmarade Controvérsias dos Fundos Marinhos com a aprovaçãodas partes.

2 — Se as partes não concordarem com a composiçãoda câmara ad hoc cada uma delas designará um membrodevendo o terceiro membro ser designado por ambasde comum acordo. Se não chegarem a acordo, ou sequalquer das partes não fizer a designação, o presidenteda Câmara de Controvérsias dos Fundos Marinhosdeverá proceder sem demora à designação ou desig-nações de entre os membros dessa Câmara após consultaàs partes.

3 — Os membros da câmara ad hoc não devem estarao serviço de qualquer das partes na controvérsia, nemser nacionais destas.

Artigo 37.o

Acesso

Os Estados Partes, a Autoridade e as outras entidadesreferidas na secção 5 da parte XI terão acesso à Câmara.

Artigo 38.o

Direito aplicável

Além das disposições do artigo 293.o, a Câmara deveaplicar:

a) As normas, os regulamentos e os procedimentosda Autoridade adoptados de conformidade coma presente Convenção; e

b) As cláusulas dos contratos relativos a actividadesna área, em matérias relacionadas com essescontratos.

Artigo 39.o

Execução das decisões da Câmara

As decisões da Câmara serão executórias nos terri-tórios dos Estados Partes da mesma maneira que sen-tenças ou despachos do supremo tribunal do EstadoParte em cujo território a execução for requerida.

Artigo 40.o

Aplicabilidade das outras secções do presente anexo

1 — As outras secções do presente anexo não incom-patíveis com a presente secção aplicam-se à Câmara.

2 — No exercício das suas funções consultivas, aCâmara deve guiar-se pelas disposições do presenteanexo relativas ao processo ante o Tribunal, na medidaem que as considere aplicáveis.

SECÇÃO 5

Emendas

Artigo 41.o

Emendas

1 — As emendas ao presente anexo, com excepçãodas relativas à secção 4, só podem ser adoptadas deconformidade com o artigo 313.o, ou por consenso numaconferência convocada de conformidade com a presenteConvenção.

2 — As emendas à secção 4 só podem ser adoptadasde conformidade com o artigo 314.o

3 — O Tribunal pode propor as emendas ao presenteEstatuto que considere necessárias, mediante comuni-cação escrita aos Estados Partes, para que estes as exa-minem, de conformidade com os n.os 1 e 2.

ANEXO VII

Arbitragem

Artigo 1.o

Início do procedimento

Sem prejuízo das disposições da parte XV, qualquerparte numa controvérsia pode submeter a controvérsiaao procedimento de arbitragem previsto no presenteanexo, mediante notificação escrita dirigida à outra parteou partes na controvérsia. A notificação deve ser acom-

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panhada de uma exposição da pretensão e dos motivosem que se fundamenta.

Artigo 2.o

Lista de árbitros

1 — O Secretário-Geral das Nações Unidas deve ela-borar e manter uma lista de árbitros. Cada Estado Partetem o direito de designar quatro árbitros, que devemser pessoas com experiência em assuntos marítimos egozem da mais elevada reputação pela sua imparcia-lidade, competência e integridade. A lista deve ser com-posta pelos nomes das pessoas assim designadas.

2 — Se, em qualquer momento, os árbitros designa-dos por um Estado Parte e que integram a lista assimconstituída forem menos de quatro, este Estado Partetem o direito de fazer as designações suplementaresnecessárias.

3 — O nome de um árbitro deve permanecer na listaaté ser retirado pelo Estado Parte que o tiver designado,desde que tal árbitro continue a fazer parte de qualquertribunal arbitral para o qual tenha sido designado atéterminar o procedimento ante o referido tribunal.

Artigo 3.o

Constituição do tribunal arbitral

Para efeitos dos procedimentos previstos no presenteanexo, o tribunal arbitral deve, salvo acordo em con-trário das partes, ser constituído da seguinte forma:

a) Sem prejuízo do disposto na alínea g), o tribunalarbitral é composto por cinco membros;

b) A parte que inicie o procedimento deve designarum membro, escolhido de preferência da listamencionada no artigo 2.o do presente anexo,que pode ser seu nacional. A designação deveser incluída na notificação prevista no artigo 1.odo presente anexo;

c) A outra parte na controvérsia deve, nos 30 diasseguintes à data de recebimento da notificaçãoreferida no artigo 1.o do presente anexo, desig-nar um membro, a ser escolhido de preferênciada lista, o qual pode ser seu nacional. Se a desig-nação não se efectuar nesse prazo, a parte quetiver iniciado o procedimento poderá, nas duassemanas seguintes à expiração desse prazo,pedir que a designação seja feita de conformi-dade com a alínea e);

d) Os outros três membros devem ser designadospor acordo entre as partes.

Estes devem, salvo acordo em contrário daspartes, ser escolhidos de preferência da lista eser nacionais de terceiros Estados. As partesna controvérsia devem designar o presidente dotribunal arbitral de entre esses três membros.Se, nos 60 dias seguintes ao recebimento da noti-ficação mencionada no artigo 1.o do presenteanexo, as partes não puderem chegar a acordosobre a designação de um ou mais dos membrosdo tribunal que devem ser designados de comumacordo, ou sobre a designação do presidente,a designação ou designações pendentes devemser feitas de conformidade com a alínea e), apedido de uma das partes na controvérsia. Talpedido deve ser apresentado dentro das duas

semanas seguintes à expiração do referido prazode 60 dias;

e) A menos que as partes concordem que qualquerdesignação nos termos das alíneas c) e d) sejafeita por uma pessoa ou por um terceiro Estadoescolhido por elas, o Presidente do TribunalInternacional do Direito do Mar deve procederàs designações necessárias. Se o Presidente nãopuder agir de conformidade com a presente alí-nea ou for nacional de uma das partes na con-trovérsia, a designação deve ser feita pelo mem-bro mais antigo do Tribunal Internacional doDireito do Mar que esteja disponível e não sejanacional de qualquer das partes. As designaçõesprevistas na presente alínea devem ser feitascom base na lista mencionada no artigo 2.o dopresente anexo no prazo de 30 dias a contarda data de recebimento do pedido e em consultacom as partes. Os membros assim designadosdevem ser de nacionalidades diferentes e nãopodem estar ao serviço de qualquer das partesna controvérsia, nem residir habitualmente noterritório de uma dessas partes nem ser nacio-nais de qualquer delas;

f) Qualquer vaga deve ser preenchida da maneiraestabelecida para a designação inicial;

g) As partes com interesse comum devem designarconjuntamente e por acordo um membro dotribunal. Quando várias partes tiverem interes-ses distintos, ou haja desacordo sobre se existeou não interesse comum, cada uma delas devedesignar um membro do tribunal. O númerode membros do tribunal designados separada-mente pelas partes deve ser sempre inferior emum ao número de membros do tribunal desig-nados conjuntamente pelas partes;

h) As disposições das alíneas a) a f) devem apli-car-se, o máximo possível, nas controvérsias emque estejam envolvidas mais de duas partes.

Artigo 4.o

Funções do tribunal arbitral

Um tribunal arbitral constituído nos termos doartigo 3.o do presente anexo deve funcionar de con-formidade com o presente anexo e com as demais dis-posições da presente Convenção.

Artigo 5.o

Procedimento

Salvo acordo em contrário das partes na controvérsia,o tribunal arbitral deve adoptar o seu próprio proce-dimento garantindo a cada uma das partes plena opor-tunidade de ser ouvida e de apresentar a sua causa.

Artigo 6.o

Obrigações das partes numa controvérsia

As partes numa controvérsia devem facilitar o tra-balho do tribunal arbitral e, de conformidade com asua legislação e utilizando todos os meios à sua dis-posição, devem, em particular:

a) Fornecer-lhe todos os documentos, meios einformações pertinentes;

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b) Permitir-lhe, quando necessário, citar testemu-nhas ou peritos e receber as suas provas e visitaros lugares relacionados com a causa.

Artigo 7.o

Despesas

Salvo decisão em contrário do tribunal arbitral porrazões de circunstâncias particulares da causa, as des-pesas do tribunal, incluindo a remuneração dos seusmembros, devem ser custeadas, em montantes iguais,pelas partes na controvérsia.

Artigo 8.o

Maioria requerida para a tomada de decisão

As decisões do tribunal arbitral devem ser tomadaspor maioria de votos dos seus membros. A ausênciaou abstenção de menos de metade dos membros nãoconstitui impedimento à tomada de decisão pelo tri-bunal. Em caso de empate, decidirá o voto do presidente.

Artigo 9.o

Revelia

Quando uma das partes na controvérsia não com-parecer ante o tribunal arbitral ou não apresentar asua defesa, a outra parte poderá pedir ao tribunal quecontinue os procedimentos e profira o seu laudo. Aausência de uma parte ou a não apresentação da defesada sua causa não deve constituir impedimento aos pro-cedimentos. Antes de proferir o seu laudo, o tribunalarbitral deve assegurar-se de que não só tem jurisdiçãosobre a controvérsia, mas também de que a pretensãoestá, de direito e de facto, bem fundamentada.

Artigo 10.o

Laudo arbitral

O laudo do tribunal arbitral deve limitar-se ao objectoda controvérsia e ser fundamentado. Deve mencionaros nomes dos membros do tribunal arbitral que tomaramparte no laudo e a data em que foi proferido. Qualquermembro do tribunal terá o direito de juntar ao laudoa sua opinião individual ou dissidente.

Artigo 11.o

Natureza definitiva do laudo arbitral

O laudo deve ser definitivo e inapelável, a não serque as partes na controvérsia tenham previamente acor-dado num procedimento de apelação. Deve ser acatadopelas partes na controvérsia.

Artigo 12.o

Interpretação ou execução do laudo arbitral

1 — Qualquer desacordo que possa surgir entre aspartes na controvérsia sobre a interpretação ou o modode execução do laudo pode ser submetido por qualquerdas partes à decisão do tribunal arbitral que proferiuo laudo. Para esse efeito, qualquer vaga no tribunaldeve ser preenchida pela forma prevista para as desig-nações iniciais dos membros do tribunal.

2 — Qualquer desacordo dessa natureza pode, nostermos do artigo 287.o, ser submetido a outra corte outribunal por acordo de todas as partes na controvérsia.

Artigo 13.o

Aplicação a entidades distintas de Estados Partes

As disposições do presente anexo devem aplicar-se,mutatis mutandis, a qualquer controvérsia em que este-jam envolvidas entidades distintas de Estados Partes.

ANEXO VIII

Arbitragem especial

Artigo 1.o

Início do procedimento

Sem prejuízo das disposições da parte XV, qualquerparte numa controvérsia relativa à interpretação ou àaplicação dos artigos da presente Convenção sobre:1) pescas; 2) protecção e preservação do meio marinho;3) investigação científica marinha, ou 4) navegação,incluindo a poluição proveniente de embarcações e poralijamento, pode submeter a controvérsia ao procedi-mento de arbitragem especial previsto no presenteanexo, mediante notificação escrita dirigida à outra ouàs outras partes na controvérsia. A notificação deve seracompanhada de uma exposição da pretensão e dosmotivos em que esta se fundamenta.

Artigo 2.o

Lista de peritos

1 — Deve ser elaborada e mantida uma lista de peri-tos para cada uma das seguintes matérias: 1) pescas;2) protecção e preservação do meio marinho; 3) inves-tigação científica marinha, e 4) navegação, incluindo apoluição proveniente de embarcações e por alijamento.

2 — A elaboração e manutenção de cada lista de peri-tos deve competir: em matéria de pescas, à Organizaçãodas Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura;em matéria de protecção e preservação do meio mari-nho, ao Programa das Nações Unidas para o MeioAmbiente; em matéria de investigação científica mari-nha, à Comissão Oceanográfica Intergovernamental; emmatéria de navegação, incluindo a poluição provenientede embarcações e por alijamento, à Organização Marí-tima Internacional, ou, em cada caso, ao órgão sub-sidiário apropriado em que tal organização, programaou comissão tiver investido dessas funções.

3 — Cada Estado Parte tem o direito de designar doisperitos em cada uma dessas matérias, cuja competênciajurídica, científica ou técnica na matéria correspondenteseja comprovada e geralmente reconhecida e que gozemda mais elevada reputação pela sua imparcialidade eintegridade. A lista apropriada deve ser composta dosnomes das pessoas assim designadas em cada matéria.

4 — Se, em qualquer momento, os peritos designadospor um Estado Parte e que integram a lista assim cons-tituída, forem menos de dois, esse Estado Parte temo direito de fazer as designações suplementares neces-sárias.

5 — O nome de um perito deve permanecer na listaaté ser retirado pelo Estado Parte que o tiver designado,desde que tal perito continue a fazer parte de qualquer

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tribunal arbitral especial para o qual tenha sido desig-nado até terminar o procedimento ante o referidotribunal.

Artigo 3.o

Constituição do tribunal arbitral especial

Para efeitos dos procedimentos previstos no presenteanexo, o tribunal arbitral especial deve, salvo acordoem contrário das partes, ser constituído da seguinteforma:

a) Sem prejuízo do disposto na alínea g), o tribunalarbitral especial é composto de cinco membros;

b) A parte que inicie o procedimento deve designardois membros, escolhidos de preferência da listaou listas mencionadas no artigo 2.o do presenteanexo relativas às questões em controvérsia, osquais podem ser seus nacionais. As designaçõesdevem ser incluídas na notificação prevista noartigo 2.o do presente anexo;

c) A outra parte na controvérsia deve, nos 30 diasseguintes à data de recebimento da notificaçãoreferida no artigo 1.o do presente anexo, desig-nar dois membros a serem escolhidos de pre-ferência da lista ou listas relativas às questõesem controvérsia, um dos quais pode ser seunacional. Se a designação não se efectuar nesseprazo, a parte que tiver iniciado o procedimentopoderá, nas duas semanas seguintes à expiraçãodesse prazo, pedir que as designações sejam fei-tas de conformidade com a alínea e);

d) As partes na controvérsia devem designar decomum acordo o presidente do tribunal arbitralespecial, escolhido preferencialmente da listaapropriada que deve ser nacional de um terceiroEstado, salvo acordo em contrário das partes.Se, nos 30 dias seguintes ao recebimento da noti-ficação mencionada no artigo 1.o do presenteanexo, as partes não poderem chegar a acordosobre a designação do presidente, a designaçãodeve ser feita de conformidade com a alínea e),a pedido de uma das partes na controvérsia.Tal pedido deve ser apresentado dentro dasduas semanas seguintes à expiração do referidoprazo de 30 dias;

e) A menos que as partes concordem que a desig-nação seja feita por uma pessoa ou por um ter-ceiro Estado escolhido por elas, o Secretário--Geral das Nações Unidas deve proceder àsdesignações necessárias nos 30 dias seguintesà data em que o pedido, feito nos termos dasalíneas c) e d), foi recebido. As designações pre-vistas na presente alínea devem ser feitas combase na lista ou listas apropriadas de peritosmencionadas no artigo 2.o do presente anexo,em consulta com as partes na controvérsia ecom a organização internacional apropriada. Osmembros assim designados devem ser de nacio-nalidades diferentes, não podem estar ao serviçode qualquer das partes na controvérsia, nemresidir habitualmente no território de uma des-sas partes, nem ser nacionais de qualquer delas;

f) Qualquer vaga deve ser preenchida da maneiraprevista para a designação inicial;

g) As partes com interesse comum devem designar,conjuntamente e por acordo, dois membros dotribunal. Quando várias partes tiverem interes-

ses distintos, ou haja desacordo sobre se existeou não um mesmo interesse, cada uma delasdesignará um membro do tribunal;

h) As disposições das alíneas a) a f) devem apli-car-se, no máximo do possível, nas controvérsiasem que estejam envolvidas mais de duas partes.

Artigo 4.o

Disposições gerais

Os artigos 4.o a 13.o do anexo VII, aplicam-se, mutatismutandis, ao procedimento de arbitragem especial, pre-visto no presente anexo.

Artigo 5.o

Determinação dos factos

1 — As partes numa controvérsia relativa à interpre-tação ou à aplicação das disposições da presente Con-venção sobre: 1) pescas; 2) protecção e preservação domeio marinho; 3) investigação científica marinha, ou4) navegação, incluindo a poluição proveniente deembarcações e por alijamento, podem, em qualquermomento, acordar em solicitar a um tribunal arbitralespecial, constituído de conformidade com o artigo 3.odo presente anexo, a realização de uma investigaçãoe determinação dos factos que tenham originado acontrovérsia.

2 — Salvo acordo em contrário das partes, os factosapurados pelo tribunal arbitral especial, de conformi-dade com o n.o 1, devem ser considerados estabelecidosentre as partes.

3 — Se todas as partes na controvérsia assim o soli-citarem, o tribunal arbitral especial pode formular reco-mendações que, sem terem força decisória, devem ape-nas constituir base para um exame pelas partes das ques-tões que originaram a controvérsia.

4 — Sem prejuízo do disposto no n.o 2, o tribunalarbitral especial deve, salvo acordo em contrário daspartes, actuar de conformidade com as disposições dopresente anexo.

ANEXO IX

Participação de organizações internacionais

Artigo 1.o

Utilização do termo «organização internacional»

Para efeitos do artigo 305.o e do presente anexo,«organização internacional» significa uma organizaçãointergovernamental constituída por Estados à qual osseus Estados membros tenham transferido competênciaem matérias regidas pela presente Convenção, incluindoa competência para concluir tratados relativos a essasmatérias.

Artigo 2.o

Assinatura

Uma organização internacional pode assinar a pre-sente Convenção se a maioria dos seus Estados membrosfor signatária da Convenção. No momento da assinatura,uma organização internacional deve fazer uma decla-ração que especifique as matérias regidas pela Conven-ção em relação às quais os seus Estados membros quesejam signatários da presente Convenção lhe tenham

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transferido competência, bem como a natureza e a exten-são dessa competência.

Artigo 3.o

Confirmação formal e adesão

1 — Uma organização internacional pode depositaro seu instrumento de confirmação formal ou de adesãose a maioria dos seus Estados membros depositar outiver depositado os seus instrumentos de ratificação oude adesão.

2 — Os instrumentos depositados pela organizaçãointernacional devem conter os compromissos e decla-rações exigidos pelos artigos 4.o e 5.o do presente anexo.

Artigo 4.o

Alcance da participação e direitos e obrigações

1 — O instrumento de confirmação formal ou de ade-são depositado por uma organização internacional deveconter o compromisso de esta aceitar os direitos e obri-gações dos Estados nos termos da presente Convençãorelativos a matérias em relação às quais os seus Estadosmembros que sejam Partes na presente Convenção lhetenham transferido competência.

2 — Uma organização internacional será Parte napresente Convenção na medida da competência espe-cificada nas declarações, comunicações ou notificaçõesreferidas no artigo 5.o do presente anexo.

3 — Tal organização internacional exercerá os direi-tos e cumprirá as obrigações que, de outro modo, com-petiriam, nos termos da presente Convenção, aos seusEstados membros que são Partes na Convenção relativosa matérias em relação às quais esses Estados membroslhe tenham transferido competência. Os Estados mem-bros dessa organização internacional não exercerão acompetência que lhe tenham transferido.

4 — A participação de tal organização internacionalnão implicará em caso algum um aumento na repre-sentação a que teriam direito os seus Estados membrosque forem Partes na Convenção, incluindo os direitosem matéria de tomada de decisões.

5 — A participação de tal organização internacionalnão confere, em caso algum, aos seus Estados membrosque não forem Partes na Convenção, quaisquer dosdireitos estabelecidos na presente Convenção.

6 — Em caso de conflito entre as obrigações de umaorganização internacional resultante da presente Con-venção e as que lhe incumbam por virtude do acordoque estabelece a organização ou de quaisquer actos comele relacionados, prevalecem as obrigações estabelecidasna presente Convenção.

Artigo 5.o

Declarações, notificações e comunicações

1 — O instrumento de confirmação formal ou de ade-são de uma organização internacional deve conter umadeclaração que especifique as matérias regidas pela pre-sente Convenção em relação às quais os seus Estadosmembros que forem Partes na presente Convenção lhetenham transferido competência.

2 — Um Estado membro de uma organização inter-nacional deve fazer uma declaração que especifique asmatérias regidas pela presente Convenção em relaçãoàs quais tenha transferido competência para a organi-

zação, no momento da ratificação da Convenção ou deadesão a ela ou no momento do depósito pela orga-nização do seu instrumento de confirmação formal oude adesão, considerando-se o que for posterior.

3 — Presume-se que os Estados Partes membros deuma organização internacional que for Parte na Con-venção têm competência sobre todas as matérias regidaspela presente Convenção em relação às quais transfe-rências de competência para a organização não tenhamsido especificamente declaradas, notificadas ou comu-nicadas nos termos do presente artigo.

4 — A organização internacional e seus Estados mem-bros que forem Partes na presente Convenção notifi-carão sem demora o depositário da presente Convençãode quaisquer modificações na distribuição da compe-tência especificada nas declarações previstas nos n.os 1e 2, incluindo novas transferências de competência.

5 — Qualquer Estado Parte pode pedir a uma orga-nização internacional e aos seus Estados membros, queforem Estados Partes, que informem sobre quem, sea organização ou os seus Estados membros, tem com-petência em relação a qualquer questão específica quetenha surgido. A organização e os Estados membrosinteressados devem prestar essa informação num prazorazoável. A organização internacional e os Estadosmembros também podem prestar essa informação poriniciativa própria.

6 — As declarações, notificações e comunicações deinformação a que se refere o presente artigo devemespecificar a natureza e o alcance da competênciatransferida.

Artigo 6.o

Responsabilidade

1 — As Partes que tiverem competência nos termosdo artigo 5.o do presente anexo serão responsáveis pelonão cumprimento das obrigações ou por qualquer outraviolação desta Convenção.

2 — Qualquer Estado Parte pode pedir a uma orga-nização internacional ou aos seus Estados membros queforem Estados Partes que informem sobre quem temresponsabilidade em relação a qualquer matéria espe-cífica. A organização e os Estados membros interessadosdevem prestar essa informação. Se não o fizerem numprazo razoável ou prestarem informações contraditórias,serão conjunta e solidariamente responsáveis.

Artigo 7.o

Solução de controvérsias

1 — No momento do depósito do seu instrumentode confirmação formal ou de adesão, ou em qualquermomento ulterior, uma organização internacional é livrede escolher, mediante declaração escrita, um ou váriosdos meios previstos nas alíneas a), c) ou d) do n.o 1do artigo 287.o, para a solução de controvérsias relativasà interpretação ou à aplicação da presente Convenção.

2 — A parte XV aplica-se, mutatis mutandis, a qual-quer controvérsia entre Partes na presente Convençãoquando uma delas ou mais sejam organizações inter-nacionais.

3 — Quando uma organização internacional e um oumais dos seus Estados membros forem partes conjuntasnuma controvérsia, ou forem partes com um interessecomum, considerar-se-á que a organização aceitou osmesmos procedimentos de solução de controvérsias que

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os escolhidos pelos Estados membros; no entanto,quando um Estado membro tiver escolhido unicamenteo Tribunal Internacional de Justiça nos termos doartigo 287.o, considerar-se-á que a organização e oEstado membro interessado aceitaram a arbitragem deconformidade com o anexo VII, salvo acordo em con-trário das partes na controvérsia.

Artigo 8.o

Aplicação da parte XVII

A parte XVII aplica-se, mutatis mutandis, a uma orga-nização internacional, com as seguintes excepções:

a) O instrumento de confirmação formal ou deadesão de uma organização internacional nãodeve ser tomado em conta para efeitos de apli-cação do n.o 1 do artigo 308.o;

b) :

i) Uma organização internacional deve tercapacidade exclusiva no que se refere àaplicação dos artigos 312.o a 315.o, namedida em que, nos termos do artigo 5.odo presente anexo, tiver competênciasobre a totalidade da matéria a que serefere a emenda;

ii) O instrumento de confirmação formal oude adesão de uma organização interna-cional relativo a uma emenda sobre maté-ria em relação a cuja totalidade a orga-nização tenha competência nos termos doartigo 5.o deste anexo, é considerado oinstrumento de ratificação ou de adesãode cada um dos seus Estados membrosque sejam Estados Partes na Convenção,para efeitos de aplicação dos n.os 1, 2e 3 do artigo 316.o;

iii) O instrumento de confirmação formal oude adesão de uma organização interna-cional não deve ser tomado em conta naaplicação dos n.os 1 e 2 do artigo 316.ono que se refere a todas as demaisemendas;

c) :i) Uma organização internacional não poderá

denunciar a presente Convenção nos ter-mos do artigo 317.o, enquanto qualquerdos seus Estados membros for Parte naConvenção e ela continuar a reunir osrequisitos especificados no artigo 1.o dopresente anexo;

ii) Uma organização internacional deverádenunciar a Convenção quando nenhumdos seus Estados membros for Parte naConvenção ou a organização internacio-nal deixar de reunir os requisitos espe-cificados no artigo 1.o do presente anexo.Tal denúncia terá efeito imediato.

ACORDO RELATIVO À APLICAÇÃO DA PARTE XI DA CONVENÇÃODAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE O DIREITO DO MAR DE 10 DEDEZEMBRO DE 1982.

Os Estados Partes no presente Acordo:

Reconhecendo a importante contribuição da Con-venção das Nações Unidas sobre o Direito do

Mar de 10 de Dezembro de 1982 (adiante desig-nada por a Convenção) para a manutenção dapaz, para a justiça e para o progresso de todosos povos do mundo;

Reafirmando que o leito do mar, os fundos mari-nhos e oceânicos e o seu subsolo que se situampara além dos limites da jurisdição nacional(adiante designados por a área), bem como osrecursos da área, são património comum dahumanidade;

Conscientes da importância da Convenção para aprotecção e preservação do meio marinho e dacrescente preocupação pelo ambiente mundial;

Tendo considerado o relatório do Secretário-Geraldas Nações Unidas sobre os resultados alcan-çados nas consultas informais entre Estados, quese realizaram desde 1990 até 1994, sobre as ques-tões pendentes relativas à parte XI e às dispo-sições conexas da Convenção (adiante designa-das por parte XI);

Verificando as alterações políticas e económicas,incluindo as perspectivas do mercado, que afec-tam a aplicação da parte XI;

Desejando facilitar uma participação universal naConvenção;

Considerando que um acordo relativo à aplicaçãoda parte XI representa o melhor meio para alcan-çar esse objectivo:

acordaram no seguinte:Artigo 1.o

Aplicação da parte XI

1 — Os Estados Partes no presente Acordo compro-metem-se a aplicar a parte XI em conformidade como presente Acordo.

2 — O anexo constitui parte integrante do presenteAcordo.

Artigo 2.o

Relação entre o presente Acordo e a parte XI

1 — As disposições do presente Acordo e da parte XIserão interpretadas e aplicadas em conjunto como umúnico instrumento. Em caso de incompatibilidade entreo presente Acordo e a parte XI, prevalecerão as dis-posições do presente Acordo.

2 — Os artigos 309.o a 319.o da Convenção aplicar--se-ão ao presente Acordo tal como se aplicam àConvenção.

Artigo 3.o

Assinatura

O presente Acordo ficará aberto à assinatura dosEstados e entidades referidos nas alíneas a), c), d), e)e f) do n.o 1 do artigo 305.o da Convenção, na sededa Organização das Nações Unidas, durante 12 mesesa partir da data da sua adopção.

Artigo 4.o

Consentimento em vincular-se

1 — Após a adopção do presente Acordo, qualquerinstrumento de ratificação ou de confirmação formalda Convenção ou de adesão à mesma valerá tambémcomo consentimento em vincular-se ao presente Acordo.

2 — Nenhum Estado ou entidade pode manifestar oseu consentimento em vincular-se ao presente Acordo

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sem que haja prévia ou simultaneamente manifestadoo seu consentimento em vincular-se à Convenção.

3 — Os Estados ou entidades a que se refere oartigo 3.o podem exprimir o seu consentimento em vin-cular-se ao presente Acordo mediante:

a) Assinatura não sujeita a ratificação ou a con-firmação formal ou ao procedimento previstono artigo 5.o;

b) Assinatura sob reserva de ratificação ou de con-firmação formal, seguida de ratificação ou deconfirmação formal;

c) Assinatura segundo o procedimento previsto noartigo 5.o; ou

d) Adesão.

4 — A confirmação formal por parte das entidadesa que se refere a alínea f) do n.o 1 do artigo 305.oda Convenção será efectuada de harmonia com oanexo IX da Convenção.

5 — Os instrumentos de ratificação, de confirmaçãoformal ou de adesão serão depositados junto do Secre-tário-Geral das Nações Unidas.

Artigo 5.o

Procedimento simplificado

1 — Considerar-se-á que um Estado ou uma entidadeque tenha depositado, antes da data de adopção do pre-sente Acordo, um instrumento de ratificação ou deadopção do presente Acordo, um instrumento de rati-ficação ou de confirmação formal ou de adesão à Con-venção e que tenha assinado o presente Acordo nostermos da alínea c) do n.o 3 do artigo 4.o aceitou vin-cular-se ao presente Acordo, a menos que, antes dedecorridos 12 meses sobre a data da sua adopção, tenhanotificado por escrito o depositário de que não pretendeprevalecer-se do procedimento simplificado previsto nopresente artigo.

2 — No caso de tal notificação, o consentimento emvincular-se ao presente Acordo será manifestado nostermos da alínea b) do n.o 3 do artigo 4.o

Artigo 6.o

Entrada em vigor

1 — O presente Acordo entrará em vigor 30 dias apósa data em que 40 Estados tenham manifestado o seuconsentimento em vincular-se nos termos dos artigos 4.oe 5.o, desde que entre eles figurem pelo menos 7 dosEstados referidos na alínea a) do n.o 1 da Resolução IIda Terceira Conferência das Nações Unidas sobre oDireito do Mar (adiante designada por Resolução II),dos quais pelo menos 5 deverão ser Estados desenvol-vidos. Se estas condições para a entrada em vigor esti-verem preenchidas antes de 16 de Novembro de 1994,o presente Acordo entrará em vigor em 16 de Novembrode 1994.

2 — Para qualquer Estado ou entidade que tenhamanifestado o seu consentimento em vincular-se ao pre-sente Acordo depois de preenchidas as condições refe-ridas no n.o 1, o presente Acordo entrará em vigor no30.o dia seguinte à data do seu consentimento emvincular-se.

Artigo 7.o

Aplicação provisória

1 — Se, em 16 de Novembro de 1994, o presenteAcordo não tiver entrado em vigor, será aplicado pro-visoriamente, até à sua entrada em vigor, pelos:

a) Estados que, na Assembleia Geral das NaçõesUnidas, tiverem consentido na sua adopção,excepto aqueles que notificarem o depositário,por escrito e antes de 16 de Novembro de 1994,de que não aplicarão provisoriamente o pre-sente Acordo ou de que só consentirão em talaplicação após subsequente assinatura ou noti-ficação por escrito;

b) Estados e entidades que assinarem o presenteAcordo, excepto aqueles que notificarem odepositário, por escrito e na altura da assinatura,de que não aplicarão provisoriamente o pre-sente Acordo;

c) Estados e entidades que consentirem na suaaplicação provisória, notificando, por escrito, odepositário nesse sentido;

d) Estados que aderirem ao presente Acordo.

2 — Todos esses Estados e entidades aplicarão o pre-sente Acordo provisoriamente, de harmonia com as suasleis e regulamentos nacionais ou internos, com efeitoa partir de 16 de Novembro de 1994 ou da data daassinatura, da notificação do consentimento ou da ade-são, se for posterior.

3 — A aplicação provisória cessará na data da entradaem vigor do presente Acordo. Em todo o caso a apli-cação provisória cessará em 16 de Novembro de 1998se nessa data se não tiver verificado a condição enun-ciada no n.o 1 do artigo 6.o, segundo a qual deverãoter manifestado o seu consentimento em vincular-se aoAcordo pelo menos sete dos Estados referidos na alí-nea a) do n.o 1 da Resolução II (dos quais pelo menoscinco deverão ser Estados desenvolvidos).

Artigo 8.o

Estados Partes

1 — Para efeitos do presente Acordo entende-se porEstados Partes os Estados que tenham consentido emvincular-se ao presente Acordo e relativamente aos quaiso presente Acordo esteja em vigor.

2 — O presente Acordo aplica-se mutatis mutandisàs entidades mencionadas nas alíneas c), d), e) e f) don.o 1 do artigo 305.o da Convenção que se tenham tor-nado Partes no presente Acordo em conformidade comas condições respeitantes a cada uma delas, e a expressão«Estados Partes» refere-se a essas entidades nessamedida.

Artigo 9.o

Depositário

O Secretário-Geral das Nações Unidas será o depo-sitário do presente Acordo.

Artigo 10.o

Textos autênticos

O original do presente Acordo, cujos textos em árabe,chinês, inglês, francês, russo e espanhol fazem igual-

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mente fé, ficará depositado junto do Secretário-Geraldas Nações Unidas.

Em fé do que os plenipotenciários abaixo assinados,devidamente autorizados para o efeito, assinaram o pre-sente Acordo.

Feito em Nova Iorque, a 28 de Julho de 1994.

ANEXO

SECÇÃO 1

Custos para os Estados Partes e ajustes institucionais

1 — A Autoridade Internacional dos Fundos Mari-nhos (adiante designada por Autoridade) é a organi-zação por intermédio da qual os Estados Partes na Con-venção, em conformidade com o regime estabelecidopara a área na parte XI e no presente Acordo, organizame controlam as actividades na área, particularmente comvista à gestão dos recursos da área. A Autoridade temos poderes e as funções que lhe são expressamente con-feridos pela Convenção. A Autoridade terá os poderessubsidiários compatíveis com a Convenção que sejamimplícitos e necessários ao exercício desses poderes efunções no que se refere às actividades na área.

2 — Com vista a reduzir ao mínimo os custos paraos Estados Partes, todos os órgãos e órgãos subsidiáriosa criar no âmbito da Convenção e do presente Acordodeverão obedecer a critérios de rentabilidade. Este prin-cípio aplicar-se-á igualmente à frequência, duração eprogramação das reuniões.

3 — A criação e o funcionamento dos órgãos e órgãossubsidiários da Autoridade basear-se-ão num critérioevolutivo, tendo em consideração as necessidades fun-cionais dos órgãos e órgãos subsidiários envolvidos, paraque estes possam corresponder eficazmente às suas res-ponsabilidades nas várias etapas do desenvolvimento dasactividades na área.

4 — Quando entrar em vigor a Convenção, as funçõesiniciais da Autoridade serão desempenhadas pela assem-bleia, pelo conselho, pelo secretariado, pela ComissãoJurídica e Técnica e pelo Comité Financeiro. As funçõesda Comissão de Planeamento Económico serão exer-cidas pela Comissão Jurídica e Técnica até decisão doconselho noutro sentido ou até à aprovação do primeiroplano de trabalho para exploração.

5 — No período que medeia entre a entrada em vigorda Convenção e a aprovação do primeiro plano de tra-balho para exploração, a Autoridade deverá ocupar-seprincipalmente de:

a) Tramitação de pedidos de aprovação de planosde trabalho para exploração, em conformidadecom a parte XI e com o presente Acordo;

b) Aplicação das decisões tomadas pela ComissãoPreparatória da Autoridade Internacional dosFundos Marinhos e do Tribunal Internacionaldo Direito do Mar (adiante designada porComissão Preparatória), relativamente a inves-tidores pioneiros registados e respectivos esta-dos certificadores, incluindo os seus direitos eobrigações, de acordo com o n.o 5 do artigo 308.oda Convenção e o n.o 13 da Resolução II;

c) Verificação do cumprimento dos planos de tra-balho para exploração, aprovados sob a formade contratos;

d) Acompanhamento e estudo das tendências edesenvolvimentos relacionados com as activida-des mineiras nos fundos marinhos, incluindoanálises regulares das condições do mercadomundial de metais, preços, tendências e pers-pectivas;

e) Estudo do impacte potencial da produção deminérios provenientes da área nas economiasdos Estados em desenvolvimento produtoresterrestres desses minérios que terão probabi-lidade de ser mais gravemente afectados, comvista a reduzir ao mínimo as suas dificuldadese a ajudá-los no seu reajustamento económico,tendo em consideração o trabalho efectuado aeste respeito pela Comissão Preparatória;

f) Adopção das normas, regulamentos e procedi-mentos necessários à realização de actividadesna área, à medida que estas progridam. Nãoobstante as disposições das alíneas b) e c) don.o 2 do artigo 17.o do anexo III da Convenção,tais normas, regulamentos e procedimentosterão em consideração as disposições do pre-sente Acordo, o atraso prolongado na explo-ração mineira comercial dos fundos marinhose o ritmo provável das actividades na área;

g) Adopção de normas, regulamentos e procedi-mentos que integrem padrões aplicáveis à pro-tecção e preservação do meio marinho;

h) Promoção e encorajamento da investigaçãocientífica marinha no que se refere às activi-dades desenvolvidas na área, bem como da reco-lha e divulgação dos resultados de tal investi-gação e análise, quando disponíveis, com par-ticular ênfase para a investigação relativa aoimpacte ambiental das actividades na área;

i) Aquisição de conhecimentos científicos e acom-panhamento do desenvolvimento das tecnolo-gias marinhas relevantes para as actividades naárea, em especial da tecnologia relacionada coma protecção e preservação do meio marinho;

j) Avaliação dos dados disponíveis referentes àprospecção e exploração;

k) Elaboração, em tempo útil, de normas, regu-lamentos e procedimentos para a exploração,incluindo os que se referem à protecção e pre-servação do meio marinho.

6 — a) O conselho analisará um pedido de aprovaçãode um plano de trabalho para efeitos de exploração,logo que conhecida a recomendação feita a esse pro-pósito pela Comissão Jurídica e Técnica. O tratamentodesse pedido de aprovação de um plano de trabalhopara exploração será conforme às disposições da Con-venção, incluindo o mencionado anexo III, bem comoàs do presente Acordo, e submeter-se-á às seguintescondições:

i) Um plano de trabalho para exploração subme-tido em nome de um Estado ou de uma entidadereferida nas subalíneas ii) ou iii) da alínea a)do n.o 1 da Resolução II, ou de qualquer com-ponente desta, que não seja investidor pioneiroregistado que tenha já efectuado actividadessubstanciais na área antes da entrada em vigorda Convenção, ou seu sucessor, considerar-se-áter preenchido as qualificações financeiras e téc-nicas necessárias à sua aprovação se o Estadoou Estados patrocinadores certificarem que o

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peticionário investiu um montante equivalentea 30 milhões de dólares dos Estados Unidos,pelo menos em actividades de pesquisa e explo-ração, e que despendeu não menos de 10%desse montante na localização, prospecção eavaliação da área coberta pelo plano de tra-balho. Se o plano de trabalho satisfizer osdemais requisitos da Convenção e de quaisquernormas, regulamentos e procedimentos adop-tados em conformidade com ela, será aprovadopelo conselho sob a forma de contrato. As dis-posições do n.o 11 da secção 3 do presente anexoserão interpretadas e aplicadas em conformi-dade;

ii) Não obstante as disposições da alínea a) do n.o 8da Resolução II, um investidor pioneiro regis-tado pode requerer a aprovação de um planode trabalho para exploração no prazo de 36meses após a entrada em vigor da Convenção.O plano de trabalho para exploração consistiráem documentos, relatórios e outros dados sub-metidos à Comissão Preparatória, tanto antescomo depois do registo, e será acompanhadode um certificado de cumprimento, consistindonum relatório factual descrevendo a medida emque se cumpriram as obrigações decorrentes doregime de investidor pioneiro, emitido pelaComissão Preparatória de acordo com o dis-posto na alínea a) do n.o 11 da Resolução II.Esse plano de trabalho será considerado apro-vado. Esse plano de trabalho aprovado revestiráa forma de um contrato concluído entre a Auto-ridade e o investidor pioneiro registado deacordo com a parte XI e o presente Acordo.O pagamento da taxa de 250 000 dólares dosEstados Unidos, feito nos termos da alínea a)do n.o 7 da Resolução II, será considerado comosendo a taxa devida na fase de exploração nostermos do n.o 3 da secção 8 do presente anexo.O n.o 11 da secção 3 do presente anexo seráinterpretado e aplicado em conformidade;

iii) De acordo com o princípio de não discrimina-ção, um contrato estabelecido com um Estadoou uma entidade ou qualquer componente deentidade referidos na subalínea i) da alínea a)incluirá condições que sejam semelhantes e nãomenos favoráveis do que as acordadas com qual-quer investidor pioneiro registado mencionadona subalínea ii) da alínea a). Se a qualquer dosEstados ou entidades, ou a qualquer compo-nente dessas entidades, referidos na subalínea i)da alínea a), forem concedidas condições maisvantajosas, o conselho estipulará condiçõessemelhantes e não menos vantajosas relativa-mente aos direitos e obrigações assumidos pelosinvestidores pioneiros registados, mencionadosna subalínea ii) da alínea a), desde que essascondições não afectem ou prejudiquem os inte-resses da Autoridade;

iv) O Estado patrocinador de um pedido de apro-vação de um plano de trabalho, segundo o dis-posto nas subalíneas i) ou ii) da alínea a) podeser um Estado Parte, ou um Estado que apliqueprovisoriamente o presente Acordo de harmo-nia com o artigo 7.o ou um Estado que sejamembro da Autoridade, a título provisório, deharmonia com o n.o 12;

v) A alínea c) do n.o 8 da Resolução II será inter-pretada e aplicada de harmonia com a suba-línea iv) da alínea a).

b) A aprovação dos planos de trabalho para explo-ração reger-se-á pelo n.o 3 do artigo 153.o da Convenção.

7 — O pedido de aprovação de um plano de trabalhoserá acompanhado de uma avaliação das potenciais con-sequências ecológicas das actividades propostas e dadescrição de um programa de estudos oceanográficose ambientais, em conformidade com as normas, regu-lamentos e procedimentos adoptados pela Autoridade.

8 — O pedido para aprovação de um plano de tra-balho para exploração, nos termos das subalíneas i) ouii) da alínea a) do n.o 6, será analisado de acordo comos procedimentos estabelecidos no n.o 11 da secção 3do presente anexo.

9 — Um plano de trabalho para exploração será apro-vado para um período de 15 anos. Quando expirar oplano de trabalho para exploração, o contratante can-didatar-se-á a um plano de trabalho para aproveitamento,a menos que já o tenha feito ou que tenha obtido umprolongamento do plano de trabalho para exploração.Os contratantes podem candidatar-se a prolongamentospor períodos não superiores a cinco anos cada. Essesprolongamentos serão aprovados se o contratante tiver,de boa fé, realizado esforços no sentido de cumprir osrequisitos do plano de trabalho mas, por razões que oultrapassaram, tiver sido incapaz de completar o trabalhopreparatório necessário para atingir a fase de aprovei-tamento, ou se as circunstâncias económicas existentesnão justificarem a passagem à fase de aproveitamento.

10 — A designação de uma área reservada à Auto-ridade efectuar-se-á, de acordo com o artigo 8.o doanexo III da Convenção, conjuntamente com a aprovaçãode um plano de trabalho para exploração ou com a apro-vação de um plano de trabalho para exploração eaproveitamento.

11 — Não obstante as disposições do n.o 9, um planode trabalho para exploração que seja patrocinado por,pelo menos, um Estado que aplique o presente Acordoprovisoriamente ficará sem efeito se esse Estado cessara aplicação provisória do presente Acordo e não se tivertornado membro a título provisório de harmonia como n.o 12, ou não se tiver tornado Estado Parte.

12 — Quando o presente Acordo entrar em vigor, osEstados e entidades referidos no artigo 3.o do presenteAcordo que o tenham estado a aplicar provisoriamenteconforme o artigo 7.o e em relação aos quais não estejaem vigor poderão continuar a ser membros provisóriosda Autoridade, até à entrada em vigor do presenteAcordo em relação a esses Estados e entidades, em con-formidade com as seguintes alíneas:

a) Se o presente Acordo entrar em vigor antes de16 de Novembro de 1996, esses Estados e enti-dades terão direito a continuar a participarenquanto membros da Autoridade numa baseprovisória, desde que notifiquem o depositáriodo Acordo da sua intenção, em participarenquanto membros provisórios. O estatuto demembro provisório cessará, ou em 16 de Novem-bro de 1996, ou quando da entrada em vigordo presente Acordo e da Convenção em relaçãoao membro em causa, se esta ocorrer antesdaquela data. O conselho, por solicitação doEstado ou da entidade interessada, poderá pro-longar o seu estatuto de membro provisório para

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além de 16 de Novembro de 1996, por um oumais períodos que não excedam um total dedois anos, desde que o conselho considere queo Estado ou a entidade interessada desenvolveude boa fé esforços para se tornar parte noAcordo e na Convenção;

b) Se o presente Acordo entrar em vigor depoisde 15 de Novembro de 1996, aqueles Estadose entidades podem pedir ao conselho para con-tinuarem membros provisórios da Autoridade,por um ou mais períodos que não ultrapassema data de 16 de Novembro de 1998. Se o con-selho considerar que o Estado ou entidade inte-ressada tem desenvolvido, de boa fé, esforçosno sentido de se tornar parte no Acordo e naConvenção, poderá atribuir essa qualidade demembro provisório com efeitos a partir da datado pedido;

c) Os Estados e entidades que sejam membros pro-visórios da Autoridade, de acordo com a alí-nea a) ou b), aplicarão as disposições da parte XIe do presente Acordo em conformidade comas leis e regulamentos nacionais ou internos ecom as verbas anualmente orçamentadas e terãoos mesmos direitos e obrigações dos outrosmembros, incluindo:

i) A obrigação de contribuir para o orça-mento administrativo da Autoridade, deacordo com a escala de contribuiçõesavaliadas;

ii) O direito de patrocinar pedidos de apro-vação de planos de trabalho para explo-ração. No caso de entidades cujos com-ponentes sejam pessoas jurídicas, singu-lares ou colectivas, que possuam mais deuma nacionalidade, o plano de trabalhopara exploração só será aprovado setodos os Estados cujas pessoas jurídicas,singulares ou colectivas, compõem essasentidades sejam Estados Partes ou mem-bros provisórios;

d) Não obstante as disposições do n.o 9, um planode trabalho aprovado sob a forma de um con-trato para exploração que tenha sido patroci-nado por um Estado membro provisório, nostermos da subalínea ii) da alínea c), ficará semefeito se esse Estado ou entidade deixar de teressa qualidade e não se tiver tornado EstadoParte;

e) Se um membro provisório não tiver pago as suascontribuições ou por outra forma não tiver cum-prido as suas obrigações de acordo com esteparágrafo, por-se-á termo à sua qualidade demembro provisório.

13 — A referência à execução não satisfatória de umplano de trabalho, nos termos do artigo 10.o do anexo IIIda Convenção, será interpretada como significando queo contratante não cumpriu os requisitos do plano detrabalho aprovado, apesar das advertências escritas quea Autoridade lhe dirigiu para esse efeito.

14 — A Autoridade terá o seu próprio orçamento.Até ao final do ano seguinte ao da entrada em vigordo presente Acordo, as despesas administrativas daAutoridade serão suportadas pelo orçamento da Orga-nização das Nações Unidas. A partir de então, as des-

pesas administrativas serão suportadas pelas contribui-ções dos seus membros, incluindo os membros provi-sórios, de harmonia com a alínea a) do artigo 171.oe o artigo 173.o da Convenção e o presente Acordo,até que a Autoridade disponha de fundos suficientes,provenientes de outras fontes, para suportar essas des-pesas. A Autoridade não exercerá o poder, referido non.o 1 do artigo 174.o da Convenção, de contrair emprés-timos para financiar o seu orçamento administrativo.

15 — A Autoridade elaborará e adoptará as normas,regulamentos e procedimentos previstos na subalínea ii)da alínea o) do n.o 2 do artigo 162.o da Convenção,com base nos princípios constantes das secções 2, 5,6, 7 e 8 do presente anexo, bem como quaisquer normas,regulamentos e procedimentos adicionais necessáriospara facilitar a aprovação de planos de trabalho paraexploração ou aproveitamento, de acordo com as seguin-tes alíneas:

a) O conselho poderá empreender a elaboraçãode tais normas, regulamentos ou procedimentossempre que os julgar necessários para a rea-lização de actividades na área, ou quando deter-minar que o aproveitamento comercial está emi-nente, ou ainda a pedido de um Estado do qualum nacional se proponha pedir a aprovação deum plano de trabalho para aproveitamento;

b) Se um Estado nas condições da alínea a) pedirque sejam adoptadas tais normas, regulamentose procedimentos, o Conselho fá-lo-á nos doisanos seguintes à solicitação efectuada, de acordocom a alínea o) do n.o 2 do artigo 162.o daConvenção;

c) Se o conselho não tiver concluído a elaboraçãodas normas, regulamentos e procedimentos rela-tivos ao aproveitamento no prazo prescrito ese estiver pendente um pedido para aprovaçãode um plano de trabalho para aproveitamento,deverá, não obstante, examinar e aprovar pro-visoriamente esse plano, com base nas dispo-sições da Convenção e em quaisquer normas,regulamentos e procedimentos que o conselhopossa ter adoptado provisoriamente, ou combase nas normas contidas na Convenção e nascondições e princípios contidos no presenteanexo, bem como no princípio da não discri-minação entre contratantes.

16 — Os projectos de normas, regulamentos e pro-cedimentos e quaisquer recomendações relativas às dis-posições da parte XI, constantes dos relatórios e reco-mendações da Comissão Preparatória, serão tomadosem consideração pela Autoridade na adopção de nor-mas, regulamentos e procedimentos, em conformidadecom a parte XI e o presente Acordo.

17 — As disposições pertinentes da secção 4 daparte XI da Convenção serão interpretadas e aplicadasem conformidade com o presente Acordo.

SECÇÃO 2

A empresa

1 — O secretariado da Autoridade desempenhará asfunções da empresa até que ela comece a operar inde-pendentemente do secretariado. O Secretário-Geral daAutoridade designará de entre o pessoal da Autoridade

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um director-geral interino para supervisionar o desem-penho dessas funções pelo secretariado.

Essas funções serão as seguintes:

a) Acompanhamento e estudo das tendências edesenvolvimentos relativos à actividade mineiranos fundos marinhos, incluindo a análise regulardas condições do mercado mundial de metaise seus preços, tendências e perspectivas;

b) Avaliação dos resultados da investigação cien-tífica marinha relativamente a actividadesdesenvolvidas na área, com especial ênfase paraa investigação relacionada com o impacteambiental das actividades desenvolvidas na área;

c) Avaliação dos dados disponíveis relativos à pros-pecção e exploração, incluindo os critérios a quedevem obedecer tais actividades;

d) Avaliação dos desenvolvimentos tecnológicosrelevantes para as actividades na área, em par-ticular no que se refere à tecnologia relacionadacom a protecção e preservação do meio mari-nho;

e) Avaliação de informações e dados relativos aáreas reservadas à Autoridade;

f) Avaliação das iniciativas de operações de empreen-dimentos conjuntos;

g) Recolha de informações sobre a disponibilidadede mão-de-obra qualificada;

h) Estudo das opções de política de gestão apli-cáveis à administração da empresa nas diferen-tes fases das suas operações.

2 — A empresa conduzirá as suas operações mineirasiniciais nos fundos marinhos através de empreendimen-tos conjuntos. Ao aprovar um plano de trabalho paraexploração apresentado por uma entidade que não sejaa empresa, ou ao receber um pedido para uma operaçãode empreendimento conjunto com a empresa, o Con-selho ocupar-se-á do funcionamento da empresa inde-pendentemente do secretariado da Autoridade. Se oconselho considerar que as operações de empreendi-mento conjunto com a empresa estão de acordo comsãos princípios comerciais, o conselho emitirá uma direc-tiva, em conformidade com o n.o 2 do artigo 170.o daConvenção, autorizando esse funcionamento indepen-dente.

3 — A obrigação dos Estados Partes de financiar umsector mineiro da empresa, tal como previsto no n.o 3do artigo 11.o do anexo IV da Convenção, não se aplicaráe os Estados Partes não terão nenhuma obrigação definanciar qualquer das operações em qualquer sectormineiro da empresa ou no quadro dos seus acordosde empreendimento conjunto.

4 — As obrigações aplicáveis aos contratantes apli-car-se-ão à empresa. Não obstante as disposições don.o 3 do artigo 153.o e do n.o 5 do artigo 3.o do anexo IIIda Convenção, um plano de trabalho da empresa, umavez aprovado, revestirá a forma de um contrato con-cluído entre a Autoridade e a empresa.

5 — Um contratante que tenha entregue uma deter-minada área à Autoridade como área reservada temdireito de preferência para concluir um acordo deempreendimento conjunto com a empresa para pros-pecção e exploração dessa área. Se a empresa não apre-sentar um pedido de aprovação de um plano de trabalhodas actividades a desenvolver nessa área reservada noprazo de 15 anos após o início do seu funcionamentoindependente do Secretariado da Autoridade, ou dentro

de 15 anos a partir da data em que essa área foi reservadaà Autoridade, se esta última data for posterior, o con-tratante que entregou a área terá o direito de apresentarum pedido de aprovação de um plano de trabalho paraessa área, sob condição de que ofereça de boa fé associara empresa às suas actividades no quadro de um empreen-dimento conjunto.

6 — O n.o 4 do artigo 170.o, o anexo IV e outras dis-posições da Convenção relativas à empresa serão inter-pretados e aplicados em conformidade com esta secção.

SECÇÃO 3

Adopção de decisões

1 — As políticas gerais da Autoridade serão estabe-lecidas pela assembleia em colaboração com o conselho.

2 — Como regra geral, as decisões dos órgãos daAutoridade serão adoptadas por consenso.

3 — Se todos os esforços para alcançar uma decisãopor consenso tiverem sido esgotados, as decisões porvotação na assembleia sobre questões de procedimentoserão adoptadas pela maioria dos membros presentese votantes, enquanto as decisões sobre questões de fundoserão adoptadas por uma maioria de dois terços dosmembros presentes e votantes conforme previsto pelon.o 8 do artigo 159.o da Convenção.

4 — As decisões da assembleia sobre qualquer ques-tão a respeito da qual o conselho também tenha com-petência ou sobre qualquer questão de natureza admi-nistrativa, orçamental ou financeira serão baseadas nasrecomendações do conselho. Se a assembleia não aceitara recomendação do conselho sobre qualquer questão,devolverá a questão ao conselho para um novo exame.O conselho examinará a questão à luz das opiniõesexpressas pela assembleia.

5 — Se todos os esforços para alcançar uma decisãopor consenso tiverem sido esgotados, as decisões porvotação no conselho sobre questões de procedimentoserão adoptadas pela maioria dos membros presentese votantes, e as decisões sobre questões de fundo,excepto quando a Convenção preveja que o conselhodeve decidir por consenso, serão adoptadas por umamaioria de dois terços dos membros presentes e votan-tes, sob condição de que a essas decisões não se oponhauma maioria em qualquer das câmaras mencionadas non.o 9. Na adopção de decisões, o conselho deve procurarpromover os interesses de todos os membros da Auto-ridade.

6 — O conselho pode adiar a adopção de uma decisãopara facilitar o prosseguimento das negociações sempreque se afigure não terem sido esgotados todos os esfor-ços no sentido de alcançar um consenso sobre umaquestão.

7 — As decisões da assembleia ou do conselho quetenham implicações financeiras ou orçamentais serãobaseadas nas recomendações do Comité Financeiro.

8 — Não se aplicarão as disposições das alíneas b)e c) do n.o 8 do artigo 161.o da Convenção.

9 — a) Cada grupo de Estados eleitos nos termosdas alíneas a) a c) do n.o 15 será considerado comouma câmara para efeitos de voto no conselho. Os Esta-dos em desenvolvimento eleitos nos termos das alí-neas d) e e) do n.o 15 serão considerados como umaúnica câmara para efeitos de voto no conselho.

b) Antes de eleger os membros do Conselho, a Assem-bleia estabelecerá listas de países que preencham os

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critérios de participação nos grupos de estados referidosnas alíneas a) a d) do n.o 15. Se um estado preencheesses critérios em mais de um grupo, só poderá ser pro-posto ao conselho, para eleição, por um só grupo esó poderá representar esse grupo nas votações noconselho.

10 — Cada grupo de Estados referido nas alíneas a)a d) do n.o 15 far-se-á representar no conselho atravésdos membros designados por esse grupo. Cada grupodesignará apenas tantos candidatos quantos os lugaresa preencher por esse grupo. Quando o número de poten-ciais candidatos em cada um dos grupos, a que as alí-neas a) a e) do n.o 15 se referem, exceder o númerode lugares disponíveis em cada um dos respectivos gru-pos, aplicar-se-á, como regra geral, o princípio da rota-tividade. Os Estados membros de cada um desses gruposdeterminarão o modo como esse princípio será aplicadoem cada um desses grupos.

11 — a) O conselho aprovará uma recomendação daComissão Jurídica e Técnica para aprovação de umplano de trabalho, a menos que decida rejeitá-lo pormaioria de dois terços dos seus membros presentes evotantes, incluindo a maioria dos membros presentese votantes em cada uma das câmaras do conselho. Seo conselho não adoptar uma decisão sobre uma reco-mendação de aprovação de um plano de trabalho dentrode um prazo fixado, considerar-se-á que a recomendaçãofoi aprovada pelo conselho no termos desse prazo. Oprazo fixado será, normalmente, de 60 dias, a menosque o conselho decida fixar um prazo mais extenso.Se a Comissão recomendar a não aprovação de um planode trabalho ou não fizer qualquer recomendação, o con-selho pode, apesar disso, aprovar o plano de trabalhode acordo com as disposições do seu regulamentointerno relativas à adopção de decisões em questõesde fundo.

b) Não se aplicarão as disposições da alínea j) don.o 2 do artigo 162.o da Convenção.

12 — Qualquer controvérsia que possa resultar da nãoaprovação de um plano de trabalho, será submetida aosprocedimentos de solução de controvérsias previstos naConvenção.

13 — A adopção de decisões por votação na ComissãoJurídica e Técnica será por maioria dos membros pre-sentes e votantes.

14 — As subsecções B e C da secção 4 da parte XIda Convenção serão interpretadas e aplicadas em con-formidade com a presente secção.

15 — O conselho será constituído por 36 membrosda Autoridade, eleitos pela assembleia na seguinteordem:

a) Quatro membros de entre os Estados Partesque, durante os últimos cinco anos para os quaisse disponha de estatísticas, tenham consumidomais de 2% em valor do consumo mundial totalou tenham efectuado importações líquidas demais de 2% em valor das importações mundiaistotais dos produtos básicos obtidos a partir dascategorias de minerais a extrair da área, desdeque esses quatro membros incluam o Estadoda região da Europa Oriental que tenha a eco-nomia mais importante dessa região em termosde produto interno bruto, e o Estado que, àdata da entrada em vigor da Convenção, tenhaa economia mais importante em termos de pro-duto interno bruto, se esses Estados desejaremestar representados nesse grupo;

b) Quatro membros de entre os oito Estados Partesque, directamente ou por intermédio dos seusnacionais, tenham feito os maiores investimen-tos na preparação e na realização de actividadesna área;

c) Quatro membros de entre os Estados Partesque, com base na produção das áreas sob suajurisdição, sejam os maiores exportadores líqui-dos das categorias de minerais a extrair da área,incluindo, pelo menos, dois Estados em desen-volvimento cujas exportações desses mineraistenham importância considerável nas suas eco-nomias;

d) Seis membros de entre os Estados Partes emdesenvolvimento que representem interessesespeciais. Os interesses especiais a serem repre-sentados incluirão os dos Estados com grandespopulações, os dos Estados sem litoral ou geo-graficamente desfavorecidos, os dos Estadosinsulares, os dos Estados que sejam grandesimportadores das categorias de minerais aextrair da área, os dos Estados que sejam pro-dutores potenciais desses minerais e os dos Esta-dos menos desenvolvidos;

e) 18 membros eleitos em conformidade com oprincípio de garantir uma distribuição geográ-fica equitativa dos lugares do conselho no seuconjunto, no entendimento de que cada regiãogeográfica conte, pelo menos, com um membroeleito nos termos da presente alínea. Para esseefeito, as regiões geográficas serão: África, Ásia,Europa Oriental, América Latina e Caraíbas eEuropa Ocidental e outras.

16 — Não se aplicarão as disposições do n.o 1 doartigo 161.o da Convenção.

SECÇÃO 4

Conferência de revisão

Não se aplicarão as disposições dos n.os 1, 3 e 4 doartigo 155.o da Convenção, relativas à conferência derevisão. Não obstante as disposições do n.o 2 doartigo 314.o da Convenção, a assembleia, com base numarecomendação do conselho, poderá, em qualquermomento, tomar a seu cargo a revisão das questõesreferidas no n.o 1 do artigo 155.o da Convenção. As emen-das relativas ao presente Acordo e à parte XI serão sujeitasaos procedimentos previstos nos artigos 314.o, 315.o e 316.oda Convenção, sob condição de que se mantenham osprincípios, regime e outras disposições referidos no n.o 2do artigo 155.o da Convenção e de que não sejam afectadosos direitos referidos no n.o 5 desse artigo.

SECÇÃO 5

Transferência de tecnologia

1 — A transferência de tecnologia para os fins daparte XI é regida pelas disposições do artigo 144.o daConvenção e pelos seguintes princípios:

a) A empresa e os Estados em desenvolvimentoque desejem obter tecnologia para extracçãomineira dos fundos marinhos procurarão obteressa tecnologia segundo modalidades e em con-dições justas e razoáveis no mercado livre, ouatravés de acordos de empreendimento con-junto;

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b) Se a empresa ou Estados em desenvolvimentonão puderem obter tecnologia para extracçãomineira dos fundos marinhos, a Autoridadepode pedir a todos ou a algum dos contratantese ao respectivo Estado ou Estados patrocina-dores que cooperem com ela no sentido de faci-litar a aquisição de tecnologia para a extracçãomineira dos fundos marinhos, por parte daempresa ou do seu empreendimento conjunto,ou por parte de um Estado ou Estados emdesenvolvimento que procurem obter essa tec-nologia segundo modalidades e em condiçõescomerciais justas e razoáveis, compatíveis coma efectiva protecção dos direitos de propriedadeintelectual. Com esta finalidade, os Estados Par-tes comprometem-se a cooperar plena e efec-tivamente com a Autoridade e a assegurar queos contratantes por eles apoiados também coo-perem plenamente com a Autoridade;

c) Como regra geral, os Estados Partes promo-verão a cooperação técnica e científica inter-nacional no que respeita às actividades desen-volvidas na área, quer entre as partes interes-sadas quer desenvolvendo programas de estágio,assistência técnica e cooperação científica emciência e tecnologia marinhas e na protecçãoe preservação do meio marinho.

2 — Não se aplicarão as disposições do artigo 5.o doanexo III da Convenção.

SECÇÃO 6

Política de produção

1 — A política de produção da Autoridade serábaseada nos seguintes princípios:

a) O desenvolvimento dos recursos da área serárealizado de acordo com princípios comerciaissólidos;

b) As disposições de Acordo Geral sobre PautasAduaneiras e Comércio, os seus códigos per-tinentes e os acordos destinados a suceder-lhesou a substituí-las aplicar-se-ão tratando-se deactividades na área;

c) Em particular, não se atribuirão subsídios àsactividades na área, salvo na medida em queos acordos referidos na alínea b) o permitirem.Para os fins visados por estes princípios, a atri-buição de subsídios será definida nos termosdos acordos referidos na alínea b);

d) Não haverá discriminação entre os mineraisextraídos da área e os de outras origens. Nãohaverá acesso preferencial aos mercados, paraesses minerais ou para importações de produtosbásicos obtidos a partir desses minerais, emparticular:

i) Através do uso de obstáculos pautais ounão pautais; e

ii) Atribuído pelos Estados Partes a essesminerais ou a produtos básicos obtidosa partir deles pelas suas empresas estataisou por pessoas jurídicas, singulares oucolectivas, que possuam a sua naciona-lidade ou sejam controladas por eles oupor nacionais seus;

e) O plano de trabalho para exploração aprovadopela Autoridade relativamente a cada sectormineiro indicará o calendário de produção pre-visto, que incluirá uma estimativa das quanti-dades máximas de minerais a serem extraídaspor ano segundo o plano de trabalho;

f) À solução de controvérsias relativas às dispo-sições dos acordos referidos na alínea b) apli-car-se-ão as regras seguintes:

i) Se os Estados Partes interessados forempartes nesses acordos, recorrerão aosprocedimentos de solução de controvér-sias previstos nesses acordos;

ii) Se um ou mais dos Estados Partes inte-ressados não forem partes nesses acor-dos, recorrerão aos procedimentos desolução de controvérsias previstos naConvenção;

g) Quando se determine que, ao abrigo dos acor-dos referidos na alínea b), um Estado Parte atri-buiu subsídios que são proibidos, ou que tenhamoriginado efeitos lesivos dos interesses de outroEstado Parte, e não foram adoptadas as medidasadequadas pelo Estado ou Estados Partes inte-ressados, um Estado Parte pode pedir que oconselho adopte as medidas adequadas.

2 — Os princípios contidos no n.o 1 não afectarãoos direitos e obrigações decorrentes das disposições dosacordos referidos na alínea b) do n.o 1, ou dos acordospertinentes de comércio livre e de união aduaneira, nasrelações entre os Estados Partes que sejam partes nessesacordos.

3 — A aceitação, por um contratante, de subsídiosque não sejam os permitidos ao abrigo dos acordos refe-ridos na alínea b) do n.o 1 constituirá uma violaçãodas cláusulas fundamentais do contrato que estabeleceum plano de trabalho para o exercício de actividadesna área.

4 — Qualquer Estado Parte que tenha razões paracrer que houve uma violação dos requisitos das alíneas b)a d) do n.o 1 ou do n.o 3 poderá dar início aos pro-cedimentos de solução de controvérsias em conformi-dade com as alíneas f) ou g) do n.o 1.

5 — Qualquer Estado Parte poderá, em qualqueraltura, chamar a atenção do conselho para actividadesque, do seu ponto de vista, são incompatíveis com osrequisitos das alíneas b) a d) do n.o 1.

6 — A Autoridade elaborará normas, regulamentose procedimentos que assegurem o cumprimento das dis-posições da presente secção, incluindo as normas, regu-lamentos e procedimentos pertinentes que rejam a apro-vação dos planos de trabalho.

7 — Não se aplicarão as disposições dos n.os 1 a 7e 9 do artigo 151.o, da alínea q) do n.o 2 do artigo 162.o,da alínea n) do n.o 2 do artigo 165.o e do n.o 5 doartigo 6.o do anexo III, bem como as do artigo 7.o daConvenção.

SECÇÃO 7

Assistência económica

1 — A política da Autoridade de prestação de assis-tência a países em desenvolvimento cujos rendimentosde exportação ou economias sofram sérios prejuízos emconsequência de uma redução no preço de um mineral

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que figure entre os extraídos da área, ou no volumedas suas exportações desse mineral, na medida em quetal redução seja causada por actividades na área, basear--se-á nos seguintes princípios:

a) A Autoridade estabelecerá um fundo de assis-tência económica retirado da parte dos fundosda Autoridade que exceda os necessários paracobrir os encargos administrativos da Autori-dade. O montante estabelecido para este fimserá determinado pelo conselho, periodica-mente, de acordo com as recomendações doComité Financeiro. Só fundos provenientes depagamentos recebidos dos contratantes,incluindo da empresa, e contribuições voluntá-rias serão usados para o estabelecimento dofundo de assistência económica;

b) Os Estados em desenvolvimento produtores ter-restres cujas economias se verifique terem sidoseriamente afectadas pela produção de mineraisprovenientes dos fundos marinhos serão assis-tidos pelo fundo de assistência económica daAutoridade;

c) Nos casos apropriados, a Autoridade prestaráassistência, através do fundo, aos Estados emdesenvolvimento produtores terrestres afecta-dos, em cooperação com as instituições mun-diais ou regionais de desenvolvimento existentesque tenham as infra-estruturas e a experiênciapara executar esses programas de assistência;

d) O âmbito e a duração dessa assistência serãodeterminados caso a caso. Ao fazê-lo dar-se-áa devida consideração à natureza e à magnitudedos problemas encontrados pelos Estados pro-dutores terrestres afectados.

2 — Será dado cumprimento ao n.o 10 do artigo 151.oda Convenção através das medidas de assistência eco-nómica referidas no n.o 1. A alínea l) do n.o 2 doartigo 160.o, a alínea n) do n.o 2 do artigo 162.o, a alí-nea d) do n.o 2 do artigo 164.o, a alínea f) do artigo 171.oe a alínea c) do n.o 2 do artigo 173.o da Convençãoserão interpretadas em conformidade.

SECÇÃO 8

Cláusulas financeiras dos contratos

1 — Os princípios seguintes constituirão a base parao estabelecimento de normas, regulamentos e proce-dimentos relativos às cláusulas financeiras dos contratos:

a) O sistema de pagamentos à Autoridade serájusto, tanto para o contratante como para aAutoridade, e proporcionará os meios adequa-dos para determinar se o contratante cumpreas cláusulas desse sistema;

b) As taxas de pagamento no quadro desse sistemaserão semelhantes às praticadas no sectormineiro terrestre para minerais iguais ou simi-lares, de forma a evitar dar aos produtores deminérios extraídos dos fundos marinhos vanta-gens artificiais ou impor-lhes desvantagens emrelação à concorrência;

c) O sistema não deverá ser complicado e nãodeverá impor pesados encargos administrativosà Autoridade ou aos contratantes. Deverá con-siderar-se a possibilidade de adoptar um sistema

de direitos de exploração (royalties) ou um sis-tema combinado de direitos de exploração(royalties) e de partilha de lucros. Se se decidirpor sistemas alternativos, o contratante tem odireito de escolher o sistema aplicável ao seucontrato. Não obstante, qualquer alteração pos-terior da escolha entre sistemas alternativos seráfeita por acordo entre a Autoridade e o con-tratante;

d) Uma taxa anual fixa será paga a partir da datado início da produção comercial. Essa taxapoderá ser deduzida dos outros pagamentosdevidos conforme o sistema adoptado de acordocom a alínea c). O montante dessa taxa seráestabelecido pelo conselho;

e) O sistema de pagamentos pode ser revisto perio-dicamente à luz da alteração das circunstâncias.Quaisquer alterações serão aplicadas de formanão discriminatória. Essas alterações nãopodem aplicar-se aos contratos existentes a nãoser que o contratante o deseje. Qualquer alte-ração subsequente na escolha entre sistemasalternativos será feita por acordo entre a Auto-ridade e o contratante;

f) As controvérsias relativas à interpretação e apli-cação das normas e regulamentos baseados nes-tes princípios serão sujeitas aos procedimentosde solução de controvérsias estabelecidos naConvenção.

2 — Não se aplicarão as disposições dos n.os 3 a 10do artigo 13.o do anexo III da Convenção.

3 — No que se refere à aplicação do n.o 2 doartigo 13.o do anexo III da Convenção, a taxa para oprocessamento de pedidos de aprovação de um planode trabalho limitado a uma fase, seja a fase de explo-ração, seja a fase de aproveitamento, será de 250 000dólares dos Estados Unidos.

SECÇÃO 9

O Comité Financeiro

1 — É constituído um Comité Financeiro compostopor 15 membros com as qualificações adequadas emmatéria financeira. Os Estados Partes designarão can-didatos da mais elevada competência e integridade.

2 — Do Comité Financeiro não poderá ser membromais de um nacional de um mesmo Estado Parte.

3 — Os membros do Comité Financeiro serão eleitospela assembleia e será tomada em devida conta a neces-sidade de uma distribuição geográfica equitativa e arepresentação de interesses especiais. Cada grupo deEstados referidos nas alíneas a), b), c) e d) do n.o 15da secção 3 do presente anexo será representado noComité por um membro pelo menos. Até que a Auto-ridade tenha fundos suficientes, além das contribuiçõesdestinadas a suportar os seus encargos administrativos,os membros do Comité deverão incluir representantesdos cinco maiores contribuintes financeiros para o orça-mento administrativo da Autoridade. Posteriormente,a eleição de um membro de cada grupo será feita combase nas candidaturas apresentadas pelos membros dorespectivo grupo, sem prejuízo da possibilidade de maismembros serem eleitos por cada grupo.

4 — Os membros do Comité Financeiro são eleitospor um período de cinco anos e são reelegíveis paraum novo mandato.

5486-(192) DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 238 — 14-10-1997

5 — Em caso de morte, incapacidade ou renúncia deum membro do Comité Financeiro antes do fim do man-dato, a assembleia elegerá para o período remanescentedo mandato um membro da mesma região geográficaou do mesmo grupo de Estados.

6 — Os membros do Comité Financeiro não terãointeresse financeiro em nenhuma actividade, qualquerque seja, relacionada com as questões sobre as quaiso Comité tem competência para fazer recomendações.Não revelarão, mesmo após o termo das suas funções,qualquer informação confidencial que tenha chegadoao seu conhecimento através das funções que desem-penharam ao serviço da Autoridade.

7 — As decisões da assembleia e do conselho acercadas questões seguintes deverão ter em conta as reco-mendações do Comité Financeiro:

a) Projectos de normas, regulamentos e procedi-mentos financeiros dos órgãos da Autoridadee a gestão financeira e administração financeirainterna da Autoridade;

b) Avaliação das contribuições dos membros parao orçamento administrativo da Autoridade, deharmonia com a alínea e) do n.o 2 do artigo 160.oda Convenção;

c) Todas as questões financeiras pertinentes,incluindo a proposta anual de orçamento, pre-

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parada pelo secretário-geral da Autoridade deharmonia com o artigo 172.o da Convenção, eos aspectos financeiros da aplicação dos pro-gramas de trabalho do secretariado;

d) O orçamento administrativo;e) As obrigações financeiras dos Estados Partes

decorrentes da aplicação do presente Acordoe da parte XI, assim como as implicações admi-nistrativas e orçamentais das propostas e reco-mendações envolvendo dispêndio de fundos daAutoridade;

f) As normas, regulamentos e procedimentos sobrea partilha equitativa de benefícios financeirose outros benefícios económicos resultantes deactividades e área e as decisões a serem tomadasa este respeito.

8 — As decisões do Comité Financeiro sobre questõesde processo serão adoptadas pela maioria dos membrospresentes e votantes. As decisões sobre questões defundo serão adoptadas por consenso.

9 — A exigência, na alínea y) do n.o 2 do artigo 162.oda Convenção, da criação de um órgão subsidiário paratratar de assuntos financeiros será considerada comotendo sido satisfeita com a constituição do ComitéFinanceiro, de harmonia com a presente secção.