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UNIVERSIDADE CANDIDO DO MENDES
IAVM - INTITUTO A VEZ DO MESTRE
Aspectos socioambientais e econômicos das
emissões de GEE na atmosfera terrestre: O seqüestro
de carbono.
Aluno: Gustavo Jose Seco Junior
Professor: Francisco Carrera
Rio de Janeiro
Julho de 2010
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UNIVERSIDADE CANDIDO DO MENDES
IAVM - INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
Aspectos socioambientais e econômicos das emissões
de GEE na atmosfera terrestre: O seqüestro de
carbono.
TRABALHO DE MONOGRAFIA
Curso de Gestão Ambiental
Aluno Gustavo Jose Seco Junior
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AGRADECIMENTOS
Agradeço a todo o corpo docente da UCAM e ao IAVM por essa
oportunidade, e especial ao Professor Doutorando Francisco Carrera que
contribuiu para a criação deste trabalho.
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DEDICATÓRIA
Dedico esta obra a um adolescente que um dia achou que não chegaria
onde chegou. Que um dia achou que uma determinada música não se aplicava
a ele. Que um dia tinha mais dúvidas do que certezas. Esse que um dia queria
respostas mais que hoje já nem mais lembra das perguntas. Também dedico a
minha amada mãe e a meu amado pai que saiu da aqui para ficar que com
Deus.
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RESUMO
O presente estudo fala sobre a questão dos aspectos socioambientais e
econômicos das emissões de gases do efeito estufa ou GEE na atmosfera
terrestre. O seqüestro de carbono. Tendo como justificativa o processo
crescente da industrialização e produção de bens e serviços.
O progresso do mundo moderno vem em ritmo desenfreado, não
mensurado suas conseqüências e impactos ao meio ambiente. Somente
importando o aumento da produção em grande escala de bens e serviços,
áreas para agricultura e pecuária e a especulação imobiliária. Essas atividades
geram a queima de combustíveis fósseis, desmatamentos, queima de
biomassa. Todas as etapas do processo de produção que vai desde a extração
da matéria prima na natureza, industrialização desses insumos, a distribuição
ou logística dos mesmos, gera gases do efeito estufa.
Prevendo um aumento alarmante na emissão de gases do efeito estufa
na atmosfera, a Organização das Nações Unidas ou ONU, se reuniu fez um
documento no qual ficou estabelecido metas para a redução de gases do efeito
estufa (GEE). Nessa reunião foi assinado o Protocolo de Quioto.
Desta forma, o Protocolo de Quioto determina que países desenvolvidos,
reduzam suas emissões de gases de efeito estufa ou GEE em 5,2%, em
média, relativas ao ano de 1990, entre 2008 e 2012. Esse período é também
conhecido como primeiro período de compromisso. Para não comprometer as
economias desses países, o protocolo estabeleceu que parte desta redução de
gases de efeito estufa pode ser feita através de negociação com nações
através dos mecanismos de flexibilização.
Esses mecanismos de flexibilização gerou um mercado em específico
que o Mercado de Carbono. Esse novo tipo de mercado funciona como um
comercio para poluição mundial. Onde se você investe em algum lugar do
mundo em reflorestamento, algum serviço ou mecanismos que faça redução
de GEE, você adquire cotas de poluição na sua produção.
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Este estudo tem por objetivo mostrar o que se vem fazendo para
resolver esse problema mundial, avaliação das atitudes já em andamento e
suas eficazes e onde podem se chegar na pratica.
1- Metodologia
Com base nas pesquisas feitas através de livros e sites, foram
alcançados os objetivos desejados. Foram consultados sites de órgãos não
governamentais, empresas privadas, consultorias de meio ambiente e sites
oficiais. Como um exemplo de sites que foram pesquisado, estão os do
Ministério do Meio Ambiente, Brasil Escola do portal IG, Greenpeace, Carbono
Brasil e Organizações das Nações Unidas (ONU).
As bibliografias utilizadas para coletas de dados estão dentre elas a que
mais contribuiu para o desenvolvimento e complemento deste trabalho foi a de
José Carlos Barbiere com sua obra Gestão Ambiental Empresarial.
O aprendizado adquirido com o trabalho feito, gera inúmeras
possibilidades de atitudes simples que podem fazer toda a diferença em um
futuro próximo. Mudanças de hábitos corriqueiros que mesmo que parecendo
serem normais afetam o clima de amanhã.
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Sumário:
RESUMO_________________________________________________5
1- METODOLOGIA _________________________________________6
2- INTRODUÇÃO __________________________________________9
2.1- Área de Estudo _____________________________________10
3- EFEITO ESTUFA _______________________________________10
3.1- O que são Gases do Efeito Estufa_________________________11
3.1.1- Dióxido de Carbono___________________________________12
3.1.2- Metano_____________________________________________12
3.1.3- Nitrogênio___________________________________________12
3.1.4- CFC’s______________________________________________13
3.2- Conseqüências Atuais__________________________________13
3.3- Conseqüências Futuras_________________________________14
4- CONTROLE DE EMISSÕES_______________________________15
4.1- O Ciclo de Carbono e as Florestas_________________________16
4.2- Protocolo de Quioto_____________________________________17
4.3- Mercado de Carbono____________________________________18
4.3.1- Empresas Usuárias do Mercado de Carbono________________18
4.4-Mercado de Carbono Voluntário____________________________19
4.5- Mecanismos de Desenvolvimento Limpo ____________________20
8
4.6- Pegada de Carbono_____________________________________20
5- MERCADO DE CARBONO NO BRASIL______________________21
5.1- Funcionamento no Brasil________________________________21
5.2- Sistema de Leilão de Carbono ____________________________22
6- ECO-NEGÓCIOS _______________________________________23
7- SOLUÇÕES EM ANDAMENTO_____________________________25
7.1- Biocombustíveis____________________________________25
7.2- Eólica____________________________________________27
7.3- Hídrica___________________________________________28
7.4- Solar_____________________________________________29
7.5- Hidrogênio________________________________________30
7.6- Nuclear___________________________________________31
8- CONSIDERAÇÕES FINAIAS ______________________________32
9- BIBLIOGRÁFIA E WEBGRAFIA____________________________33
10- ANEXOS_____________________________________________36
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2 – Introdução
O assunto a ser analisado neste estudo são os aspectos
socioambientais e econômicos das emissões de GEE na atmosfera terrestre e
seus efeitos globais. Para tentar amenizar os efeitos do aquecimento global,
hoje é usado o seqüestro de carbono que é um tipo de projeto de evitar o
agravamento do efeito estufa em uma maior magnitude. Os gases que mais
causam o efeito estufa são o Metano, os CFC’s, Óxido Nitroso entre outros,
porem o grande causador do aquecimento global é Dióxido de Carbono.
“O Ser Humano lança mais de 35,5 bilhões de toneladas de dióxido de
carbono (CO2) por ano na atmosfera, o principal gás causador do aquecimento
global. Para diminuir estes números, foram criados projetos de redução de
emissões de gases do efeito estufa GEE”. (Dados do The Climate Analysis
Indicators Tool – CAIT 2009)
Esses novos projetos, após serem avaliados segundo metodologias
aprovadas pela Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças
Climáticas (UNFCCC, na sigla em inglês), podem gerar créditos de carbono e
serem utilizados por países desenvolvidos integrantes do Protocolo de Quioto
para alcançar suas metas de redução das emissões de gases do efeito estufa.
O Protocolo de Quioto institui o mercado de carbono como um dos
mecanismos para reduzir os custos no corte das emissões, assim como o
Mecanismo de Desenvolvimento Limpo ou MDL.
As práticas do mercado de carbono também ocorre fora da conjuntura de
Quioto, com vários programas voluntários de redução das emissões, como os
que acontecem nos Estados Unidos. O mercado voluntário abre as portas para
a inovação, já que não tem muitas regras pré-estabelecidas como no Protocolo
de Quioto, e para projetos de menor escala que seriam inviáveis sob Quioto.
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Todas as negociações seguem regras comuns de mercado, podendo ser
efetuadas em bolsas, através de intermediários ou diretamente entre as partes
interessadas. A convenção para a transação dos créditos é o CO2 equivalente.
Hoje em dia o comércio de crédito de carbono está movimentando a
economia de grandes países. O Brasil, que já ocupou o primeiro lugar no
ranking dos principais produtores de projetos, acabou perdendo o lugar para a
China e a Índia. Esses dois países em conjunto com a Austrália, Coréia do Sul
e Japão produzem quase metade dos gases causadores do aquecimento
global. Segundo especialistas, o potencial brasileiro é muito grande, onde há
uma grande expectativa nesse novo seguimento de mercado para o Brasil.
2.1- Área de Estudo
A análise deste estudo abrange todo clima terrestre, pois o aquecimento
global como o próprio nome apresenta é um problema de ordem mundial e não
específico de um determinado pais ou região.
3 – O Efeito Estufa
O efeito estufa é um fenômeno natural para manter o planeta aquecido.
Desta forma é possível a vida na Terra. O problema é que ao lançar muitos
gases de efeito estufa na atmosfera, o planeta se torna cada vez mais quente,
podendo levar à extinção da vida na Terra por causas dessas alterações.
O aquecimento global é uma conseqüência das alterações climáticas
ocorridas no planeta. Diversas pesquisas confirmam o aumento da temperatura
média global e mudanças em algumas regiões do mundo.
“Conforme cientistas do Painel Intergovernamental em Mudança do
Clima (IPCC), da Organização das Nações Unidas, o século 20 foi o mais
quente dos últimos cinco, com aumento de temperatura média entre 0,3c e
0,6c. Esse aumento pode parecer pouco, mas é suficiente para modificar todo
11
clima de uma região e afetar profundamente a biodiversidade, desencadeando
vários desastres ambientais”. (www.brasilescola.com.br)
“A radiação solar é o fator determinante do clima. São as condições
térmicas da atmosfera e da superfície do solo que determina as temperaturas
médias e extremas de uma região, as precipitações, os ventos e outros
fenômenos climáticos. Alterações climáticas por motivos antrópicos tem sido
uma constante em todos os tempos. A derrubada de matas para obtenção de
madeira, lenha, espaço para agricultura, indústrias e assentamentos humanos,
sempre provoca alterações no clima local.
Quase sempre, essas mudanças são imperceptíveis a curto prazo, mas
com o passar do tempo, elas podem ser ampliadas a ponto de inviabilizar as
atividades humanas no local ou região.” (Barbiere, Jose Carlos. Gestão
Ambiental Empresarial. Ed. Saraiva 2010, p37)
3.1- Gases do Efeito Estufa
Gases do Efeito Estufa ou GEE são gases que aquecem o planeta, só
que alguns desses gases já existiam na natureza porem não eram gerados nas
quantidades que são hoje, gases como dióxido de carbono, metano, oxido
nitroso. O perfluorometano também faz parte desta lista só que em bem menor
proporção. Esses gases são encontrados de forma natural na natureza porem
hoje também são de fontes antropogênicas, ou seja, por meio do homem.
São esses três primeiros gases os maiores poluentes porem o dióxido
de carbono que é o maior vilão disparado do efeito estufa, mesmo todos os
outro juntos não tem a proporção que tem o CO2.
O progresso desordenado e irresponsável são os principais causadores
desse desequilíbrio. Há gases que são gerados pela produção industrial logo
não existiam antes da industrialização, são estes os clorofluorcarbono e o
hidrofluorcarboneto. Cada gás desse tem um tempo de vida estimado na
atmosfera, confira na tabela a baixo.
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GASES ESTUFAS - GEE e tempo de vida na Atmosfera
GASES ESTUFAS - GEE Tempo de Vida na Atmosfera Dióxido de Carbono (CO2) 5 a 200 anos Metano (CH4) 12 anos Óxido Nitroso (N2O) 114 anos Clorofluorcarbono (CFC-11) 45 anos Hidrofluorcarboneto (HFC-23) 260 anos
(Barbieri, Jose Carlos 2010 p38)
3.1.1- Dióxido de Carbono
Fontes Naturais:
• Naturalmente através da respiração,
• Decomposição de plantas e animais,
• Queimadas naturais de florestas,
Fontes Antropogênicas:
• Queima de combustíveis fósseis (petróleo, gás natural e carvão)
• Mudanças na vegetação (desmatamento)
• Queima de biomassa
3.1.2- Metano
Fontes Naturais:
• Decomposição de plantas e animais,
Fontes Antropogênicas:
• Criação de gado
• Produção de petróleo
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3.1.3- Oxido Nitroso
Fontes Naturais:
• Decomposição do nitrogênio,
Fontes Antropogênicas:
• Indústrias de fertilizantes,
• Combustão de petróleo.
3.1.4- CFC’s
Fontes Naturais:
• Nenhuma.
Fontes Antropogênicas:
• Aerossóis, refrigeradores e ar condicionado,
• Equipamentos eletrônicos,
• Produtos derivados da fundação de alumínio.
3.2- Conseqüências Atuais
O aquecimento global que também pode ser chamado de mudanças
climáticas acontecem quando são lançados mais gases de efeito estufa (GEEs)
do que as florestas e os oceanos são capazes de absorver.
São várias as conseqüências do aquecimento global. Algumas delas já
podem ser sentidas em diferentes partes do planeta como o aumento da
intensidade de eventos de extremos climáticos (furacões, tempestades
tropicais, inundações, ondas de calor, seca ou deslizamentos de terra). Além
disso, os cientistas hoje já observam o aumento do nível do mar por causa do
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derretimento das calotas polares e o aumento da temperatura média do planeta
em 0,8 graus desde a Revolução Industrial.
Acima de 2 graus, efeitos potencialmente catastróficos poderiam
acontecer, comprometendo seriamente os esforços de desenvolvimento dos
países. Em alguns casos, países inteiros poderão ser engolidos pelo aumento
do nível do mar e comunidades terão que migrar devido ao aumento das
regiões áridas.
No Brasil o aquecimento global já mostra seus efeitos através de chuvas
tropicais fora de época, aumento da temperatura média em algumas regiões,
avanço do nível do mar, surgimento de furacões na região sul do pais que até o
século passado era impensável.
3.3 – Conseqüências Futuras
As conseqüências do aquecimento global no futuro podem gerar fatos
climáticos e econômicos que até o antes desse fenômeno pareciam
impensáveis ou teorias desacreditadas. Tai como:
“A Amazônia pode deixar de ser uma floresta tropical para se
transformar em cerrado, devido ao aquecimento global, em pouco mais de 50
anos. A possível mudança de padrão foi observada na conferência “Avoiding
Dangerous Climate Change” (Evitando uma Perigosa Mudança Climática),
realizada no início deste mês em Exeter, no Reino Unido.” (www.akatu.org.br)
“O estudo "Economia das Mudanças do Clima no Brasil", lançado
novembro de 2009 em Brasília e no Rio de Janeiro, prevê que o Brasil poderá
perder R$ 3,6 trilhões do seu PIB até 2050, em conseqüência dos impactos
provocados pelo aquecimento global. O relatório analisa os impactos da
mudança climática no desenvolvimento do país, com perspectivas
macroeconômicas, regionais e setoriais, além de recomendações para
adaptação, mitigação e ações prioritárias.” (www.pnuma.org.br)
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“Os cientistas alertam que a longo prazo importará as escolhas que
estão sendo feitas agora. Os impactos começarão a ser sentidos a partir de
2100, mas alerta que, independente do que façamos hoje, não haverá
variações até 2025. Não há nada que se possa fazer a respeito dos fenômenos
climáticos que já estão em processo, como a queda na quantidade de neve que
já se observa desde 1960, derretimento de geleiras, que desde 1979 perdem
por década 10% de sua cobertura, e o aquecimento dos oceanos e sua
conseqüente elevação, que segundo previsões será de 0,5m em média, o que
é bastante significativo.” (www.mundoquente.com.br)
Por enquanto são previsões de um futuro na agradável para a raça
humana porem pode ser também um presságio do que pode vir a acontecer na
prática caso não seja levado a sério o aquecimento global e sua
conseqüências.
O que se tem visto são ações relaxadas e sem efeito de imediato por
parte de governantes de países e grandes instituições. Pode-se citar como, por
exemplo, o fracasso da COP15 reunião para o clima realizada em Copenhague
em 2009 onde haviam 120 lideres de países de todas as partes do mundo e
que não chegou a conclusão alguma sobre o assunto.
4 – Controle de Emissões
Com a acentuada escalada de emissão de gases do efeito estufa na
atmosfera terrestre desde a industrialização, nota-se mudanças no clima do
planeta. Preocupado com essas mudanças e efeitos sobre o meio ambiente.
Um novo pensamento e ações voltadas para melhorar ou até mesmo manter as
condições de vida no planeta começam a nascer por parte de grandes nações.
Um grande avanço para essas ações foi a ECO92 realizada no Brasil na
cidade do Rio de Janeiro no ano 1992. Essa conferencia inicia o início de um
pensamento mundial voltado para o meio ambiente e sustentabilidade.
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Focando a clima mundial e o aquecimento global houve uma conferencia
na cidade de Quioto no Japão onde se propõem metas para a emissão de GEE
na atmosfera e atitudes para reduzi-las.
4.1- O Ciclo de Carbono e as Florestas
O Ciclo do Carbono consiste na transferência do carbono na natureza,
através das várias reservas naturais existentes, sob a forma de dióxido de
carbono. Para equilibrar o processo de respiração, o carbono é transformado
em dióxido de carbono. Outras formas de produção de dióxido de carbono são
através das queimadas e da decomposição de material orgânico no solo.
Os processos envolvendo fotossíntese nas plantas e árvores funcionam
de forma contrária. Na presença da luz, elas retiram o dióxido de carbono,
usam o carbono para crescer e retornam o oxigênio para atmosfera. Durante a
noite, na transpiração, este processo inverte, e a planta libera CO2 excedente
do processo de fotossíntese. Os reservatórios de CO2 na terra e nos oceanos
são maiores que o total de CO2 na atmosfera.
Pequenas mudanças nestes reservatórios podem causar grandes efeitos
na concentração atmosférica. O carbono emitido para atmosfera não é
destruído, mas sim redistribuído entre diversos reservatórios de carbono, ao
contrário de outros gases causadores do efeito estufa, que normalmente são
destruídos por ações químicas na atmosfera. A escala de tempo de troca de
reservas de carbono pode variar de menos de um ano a décadas, ou até
mesmo milênios.
Este fato indica que a perturbação atmosférica causada pela
concentração do CO2 para que possa voltar ao equilíbrio não pode ser definido
ou descrito através de uma simples escala de tempo constante. Para ter-se
alguns parâmetros científicos, a estimativa de vida para o dióxido de carbono
atmosférico é definida em aproximadamente cem anos. A utilização de uma
escala simples pode criar interpretações errôneas.
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A redução do desmatamento poderá contribuir muito consideravelmente
para a redução do ritmo de aumento dos gases causadores do efeito estufa,
possibilitando outros benefícios, como a conservação dos solos e da
biodiversidade. Esta redução do desmatamento deve estar associada a
alternativas econômicas, para garantir a qualidade de vida das populações das
regiões florestais.
4.2- Protocolo de Quioto
Autoridades de mais de 160 países criaram em 1997 o Protocolo de
Quioto, um tratado internacional que determina metas de redução de emissões
de gases do efeito estufa e estimula o desenvolvimento de tecnologias
sustentáveis. Pelo acordo, que entrou em vigor em 2005, os países
industrializados devem reduzir as emissões de GEE, durante o período de
representa conter 5 bilhões de toneladas de CO2. Onde tem os países no
Anexo1 que tem compromisso legal de redução de GEE e os fora no deste
anexo onde tem um compromisso formal de redução.
Cada país tem uma meta, calculada com base na contribuição de cada
um para as emissões totais de GEE lançadas na atmosfera desde a revolução
industrial.
Por isso, os países pobres e em desenvolvimento não possuem metas,
pois passaram por um processo de industrialização tardio e apenas nos últimos
anos aumentaram significativamente as emissões.
O Protocolo ganhou este nome porque foi criado durante a terceira
Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 3)
realizada na cidade de Quioto, no Japão, e é um complemento à Conferência
das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e desenvolvimento ou ECO 92,
realizada em 1992 na cidade do Rio de Janeiro.
Os países integrantes da Convenção devem seguir os compromissos de
redução listados, com exceção dos países em desenvolvimento, como Brasil,
China e Índia. O principal papel destas nações é diminuir as emissões ou
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mitigá-las através de projetos do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo
(MDL).
O percentual é considerado pouco para resolver o problema. Ainda que
as emissões caíssem pela metade, não seria suficiente para que a temperatura
da Terra deixasse de aumentar. No entanto, este foi o único acordo a que os
países conseguiram chegar em 1997. Justamente por esse resultado, hoje as
Convenções das Partes avançam pouco na discussão pelo acordo que
substituirá o Protocolo de Quioto, após 2012.
4.3 – Mercado de Carbono
Países ou empresas que conseguem reduzir suas emissões abaixo das
metas do Protocolo de Quioto geram créditos por essa redução excedente.
Depois, eles podem vender esses créditos aos países que poluem acima de
suas metas. Quando conseguem reduzir suas emissões em uma tonelada de
CO2, ganha um crédito. Os créditos de carbono são considerados commodities
e podem ser vendidos nos mercados financeiros nacionais e internacionais.
Os lucros vão para os vendedores de créditos (ou seja, aqueles que
reduzem suas emissões de forma mais eficaz) e acabam todos ganhando com
o sistema. Quem ainda não consegue cortar suas emissões é incentivado a
buscar soluções para deixar de gastar com os créditos.
4.3.1- Empresas Usuárias do Mercado de Carbono
Empresas de papel e celulose, usinas de açúcar, madeireiras e fábricas
em geral. O poder público também adquiriu o sistemas, a Prefeitura de São
Paulo também entrou no mercado, que promoveu dois leilões de créditos de
carbono do aterro Sanitário Bandeirantes, na zona norte da cidade, em 2007 e
2008.
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4.4- Mercado Carbono Voluntário
O mercado de carbono voluntário abrange todas as negociações de
créditos de carbono e neutralizações de emissões de gases do efeito estufa
que são realizadas por empresas que não possuem metas sob o Protocolo de
Quioto e, por isso, são consideradas ações voluntárias.
Os esquemas são financiados por organizações e indivíduos que querem
neutralizar o impacto das emissões produzidas pelas suas atividades. Para
isso, investem em projetos que têm como objetivo reduzir as emissões de
GEEs, através da compra de créditos de compensação.
Estes são normalmente instrumentos financeiros negociáveis chamados
Reduções Verificadas de Emissão (VERs - Verified Emission Reductions), os
quais representam uma tonelada de dióxido de carbono (CO2) reduzida ou
deixada de ser emitida.
O mercado voluntário de carbono vem crescendo dramaticamente nos
últimos anos, passando de US$ 99 milhões em 2006 para US$ 705 milhões em
2008, com o crédito sendo negociado a um preço médio de US$ 7,34/tCO2).
Segundo especialistas, o principal motor é o boom verde que ocorre entre as
empresas norte-americanas.
“Apesar da reação negativa entre alguns veículos da mídia e grupos
ambientais de que as neutralizações de carbono seriam uma forma de ‘comprar
indulgências’, a maioria das empresas envolvidas na pesquisa já começaram
ou planejam compensar as emissões que não conseguem impedir que sejam
produzidas, comentam os organizadores da pesquisa Padrões de
Neutralização de Carbono 2008 (Carbon Offsetting Trends survey 2008),
publicada em setembro de 2008 pela Ecosecurities e ClimateBiz.”
(www.carbonobrasil.com.br)
20
4.5- Mecanismo de Desenvolvimento Limpo
Uma das ferramentas criadas pelo Protocolo de Quioto é o Mecanismo
de Desenvolvimento Limpo (MDL), cuja finalidade é auxiliar os países a atingir
suas metas de redução de emissão de gases de efeito estufa definidas aos que
ratificaram. Para entender melhor, o fundamento básico do MDL estabelece
que cada tonelada de CO2 equivalente que não for emitida ou for retirada da
atmosfera por um país em desenvolvimento, poderá ser negociada no mercado
mundial com os países de primeiro mundo.
O MDL é composto por alternativas com o objetivo de assumir a
responsabilidade para reduzir as emissões de poluentes, promovendo assim o
desenvolvimento sustentável. É formado por um mecanismo de investimentos,
por meio do qual os países desenvolvidos podem firmar metas de diminuição
de emissões e aplicarem recursos financeiros em projetos como, por exemplo,
de reflorestamentos e produção de energia limpa. Com isso, as empresas
passariam a utilizar métodos alternativos para o desenvolvimento de seus
produtos e serviços.
4.6- Pegada de Carbono
Pegada de carbono é a medida do impacto das atividades humanas
sobre as emissões de gases do efeito estufa, ou seja, condiz com a quantidade
de dióxido de carbono equivalente liberada na realização de cada atividade.
O ciclo de vida de um produto pode ser usado como exemplo. Durante a
fabricação, várias etapas liberam gases do efeito estufa, como a extração e o
transporte das matérias-primas, a energia utilizada, o transporte do próprio
produto, a estocagem (pode incluir câmaras frias) e finalmente a disposição
(em lixões, aterros sanitários ou incineradores).
Uma das iniciativas mais eficazes para reduzir a pegada de carbono é
diminuir a dependência de combustíveis fósseis que, quando queimados,
emitem toneladas de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera.
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Outro fator importante é a economia de energia elétrica. Além de
reduzir os custos com a conta de luz no fim do mês, essa ação colabora com
os esforços globais de mitigação dos impactos do desenvolvimento humano
sobre os recursos naturais.
5- Mercado de Carbono no Brasil
O Mercado Brasileiro de Reduções de Emissões (MBRE) é iniciativa
conjunta da BM&FBOVESPA (Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros
Brasileira) e do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior
(MDIC), que objetiva desenvolver sistema eficiente de negociação de
certificados ambientais, em linha com os princípios subjacentes ao Protocolo
de Quioto. Mais precisamente, a iniciativa BM&FBOVESPA/MDIC consiste em
criar no Brasil as bases de mercado ativo para créditos de carbono que venha
a constituir referência para os participantes em todo o mundo.
5.1- Funcionamento no Brasil
Lançado em meados de setembro de 2005, correspondeu à criação do
Banco de Projetos BM&FBOVESPA. Trata-se de sistema desenvolvido pela
Bolsa para registro de projetos validados por Entidades Operacionais
Designadas (certificadoras credenciadas pela ONU) segundo o rito do
Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), ou seja, projetos que deverão
gerar Reduções Certificadas de Emissão (créditos de carbono) no futuro.
O sistema também acolhe para registro o que se convencionou chamar
de intenções de projeto, ou seja, concepções parcialmente estruturadas de
projetos que objetivem a condição futura de projetos validados no âmbito do
MDL.
Projetos e intenções de projetos registrados na Bmf&bovespa encontram
nesse sistema poderoso instrumento de divulgação e eficiente chamariz para
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interessados em oferecer financiamento ou adquirir os futuros créditos de
carbono associados ao projeto.
A esse respeito, cabe mencionar que o Banco de Projetos
BM&FBOVESPA está aberto também ao registro de intenções de compra, ou
seja, um investidor estrangeiro eventualmente interessado em adquirir créditos
de carbono pode registrar seu interesse, descrevendo as características do
projeto procurado.
5.2- Sistema de Leilão de Carbono
Esse trabalho de organização do mercado de carbono consiste no
desenvolvimento e na implantação de sistema eletrônico de leilões de créditos
de carbono. Com lançamento em 2007, esse sistema possibilita a negociação
(no mercado a vista) de créditos de carbono já gerados por projetos de MDL.
Também será criado módulo específico para negociação a termo de créditos
que ainda estejam em processo de geração e certificação.
Os leilões de créditos de carbono serão agendados pela
BM&FBOVESPA, conforme demandado pelos proponentes de projetos de
MDL, podendo ser acessados, via internet, pelos participantes qualificados do
mercado de carbono global.
Essas sessões de negociação serão estruturadas respeitando-se as
práticas internacionais desse mercado e sempre buscando adequação às
necessidades do titular dos créditos a serem leiloados.
Com sua plataforma de negociação de créditos de carbono, a
BM&FBOVESPA objetiva oferecer aos participantes do mercado de carbono
canal de negociação atraente, seguro, com baixos custos de transação e que
possibilite o fechamento de negócios por preços competitivos.
Bolsas que negociam Créditos de Carbono também além do Brasil:
• CCX - Bolsa do Clima de Chicago
• CCFE - Chicago Climate Exchange Futures - Subsidiária da CCX
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• ECX - Bolsa do Clima Européia
• NordPoll (Noruega)
• EXAA - Bolsa de Energia da Áustria
• New Values/Climex (Alemanha)
• Vertis Environmental Finance (Budapeste)
• Bluenext - Antiga Powernext (Paris) - Formada pela bolsa de valores
internacional NYSE Euronext e pelo Banco Público Francês Caisse des Depots
após a compra das atividades de carbono da Powernext.
• MCX - Multi-Commodity Exchange (Índia) - Maior bolsa de commodities
da Índia. Lançou em 21 de janeiro de 2008 contratos futuros para a negociação
de RCEs (Reduções Certificadas de Emissão) com tamanho mínimo de 200
toneladas de CO2e.
• Outras bolsas tem planos quanto às negociações de créditos de
carbono, como: Hong Kong Exchange e EEX (Bolsa de Energia Européia -
Leipizig).
6- Eco-negócios
O assunto meio ambiente não mais só pertence a discussões sobre
biodiversidade ou a preservação, atualmente também é falado em negócios
financeiros como os eco-negócios ou Green Business (negócios verdes). Hoje
com Mercado de Carbono em foco e gerando bons lucros para muitos
empreendedores a ponto de existir uma bolsa de valores só para negócios de
crédito de carbono, muitas empresas estão se preocupando com a
sustentabilidade.
A sustentabilidade proposta por grandes instituições não é por se
preocuparem com a qualidade de vida da sociedade ou com a preservação do
meio ambiente, é uma forma de marketing para instituição.
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Hoje se uma determinada marca não se preocupa com as questões
ambientais, ela não serve para o consumidor que começa já ter noção dos
níveis que estamos de uma alteração no clima do planeta. Aproveitando essa
oportunidade e a força da mídia na questão sócio-ambiental, muitas dessas
instituições fazem projetos ambientais além da redução de GEE’s para usarem
o rótulo de empresas sustentáveis.
Essas empresas sustentáveis que investem em MDL ou através de
fundações ou ONG fazem trabalhos voltados para o eco-sistema, usam esses
projetos para agregarem valor a sua marca e ter alguns créditos a mais com
seus clientes.
Para se ter noção do quanto ser sustentável é lucrativo para uma
empresa, hoje na Bolsa de Valores (BM&FBOVESPA) já existe até um índice
só para acompanha empresas que investem em sustentabilidades além do
mercado de carbono.
“Tais aplicações, denominadas “investimentos socialmente
responsáveis” (SRI), consideram que empresas sustentáveis geram valor para
o acionista no longo prazo, pois estão mais preparadas para enfrentar riscos
econômicos, sociais e ambientais. Essa demanda veio se fortalecendo ao
longo do tempo e hoje é amplamente atendida por vários instrumentos
financeiros no mercado internacional.” (www.bmfbovespa.com.br)
“No Brasil, essa tendência já teve início e há expectativa de que ela
cresça e se consolide rapidamente. Atentas a isso, a BM&FBOVESPA, em
conjunto com várias instituições – ABRAPP, ANBIMA, APIMEC, IBGC, IFC,
Instituto ETHOS e Ministério do Meio Ambiente – decidiram unir esforços para
criar um índice de ações que seja um referencial para os investimentos
socialmente responsáveis, o ISE - Índice de Sustentabilidade Empresarial.”
(www.bmfbovespa.com.br)
“Nesse sentido, essas organizações formaram um Conselho Deliberativo
presidido pela BM&FBOVESPA, que é o órgão responsável pelo
desenvolvimento do ISE. Posteriormente, o Conselho passou a contar também
25
com o PNUMA (ONU) em sua composição. A Bolsa é responsável pelo cálculo
e pela gestão técnica do índice.” (www.bmfbovespa.com.br)
7- Soluções em Andamento
A demanda por energia esta sempre aumentado com o progresso da
humanidade. Esse consumo fortalece o ciclo da produção onde se extrai
matéria-prima, industrializa e distribui. Toda essa logística gera um débito no
meio ambiente tanto para produção de GEE’s em especial o CO2, quanto para
a futura escassez dessas matérias primas.
Para conter os efeitos dessa demanda por energias, atualmente já existe
projetos que suprem essa necessidade com baixo impacto ao meio ambiente e
alguns onde nem há impacto.
Através desses novas formas de energia que poderem crescer sem
causar grandes impactos ao meio ambiente. Algumas dessas novas formas de
energia conseguem substituir o CO2 porem geram um outro tipo de impacto no
meio ambiente e até mesmo na economia. Um análise tem que ser feita entes
de colocar essas novas formas de energia para que não se possa resolver um
problema causando outro.
7.1- Biocombustíveis
Os biocombustíveis são materiais de origem biológica que, a partir do
processo de queima, geram energia. Alguns exemplos de matérias-primas para
a produção de biocombustível são: cana-de-açúcar, resíduos de madeira e
alguns tipo de plantas (mamona, soja, pinhão-manso, dendê, colza girassol).
Atualmente, o principal incentivo para o desenvolvimento das tecnologias
de produção dos biocombustíveis são as dúvidas com relação aos
combustíveis fósseis, como a instabilidade do preço do petróleo, a redução das
reservas mundiais, a maior dificuldade de extração (custos e impactos
ambientais maiores) e o corte nas emissões de gases do efeito estufa.
26
Porem com o aumento do preço dos alimentos, os biocombustíveis
passaram a ser criticados por estarem competindo no mercado internacional. O
que precisa ficar claro nesta questão é que nem todos os biocombustíveis
entram nesta polêmica, como por exemplo o etanol produzido a partir a cana-
de-açúcar e da celulose. A polêmica maior está em torno das produções feitas
a partir de grãos utilizados para alimentação, como o etanol de milho ou trigo e
o biodiesel de óleo de soja.
Outro fator que precisa ser considerado é a contribuição da expansão da
fronteira agrícola para o desmatamento brasileiro. Na Amazônia este problema
é atenuado pelas condições desfavoráveis do local, como afirma o ex-ministro
da agricultura, Roberto Rodrigues, ao Jornal da Bioenergia. Segundo ele,
"plantar cana na Amazônia é logisticamente idiota e agronomicamente burro",
pois a produção da agroenergia se caracteriza por plantas industriais que
estejam próximas do campo para obtenção de matérias-primas e não muito
longe dos centros consumidores dos combustíveis. Mas, fica em aberto a
discussão relacionada a pressão sob os outros ecossistemas brasileiros, como
o cerrado, uma vez que 86% da produção nacional de cana se concentra na
região centro-sul.
Além disso, Rodrigues também destaca a pequena quantidade de países
produtores e a segurança de abastecimento destes combustíveis.
A questão social também é motivo para muitas discussões, pois as
novas tecnologias e o tamanho da demanda por biocombustíveis, que tudo
indica ser exponencial nos próximos anos, suscitam dúvidas sobre a fatia de
mercado que caberá à agricultura familiar em contraposição com as grandes
monoculturas.
Uma tendência internacional, que está sendo discutida na União
Européia para amenizar os problemas anteriormente descritos é a criação de
padrões para a compra destes combustíveis, onde uma certificação poderia ser
estabelecida para assegurar a procedência. Esta certificação levaria em conta
critérios ambientais e sociais.
27
7.2- Eólica
Esse tipo de geração de energia vem dos ventos que ao passarem por
cata-ventos giram suas pás e dento desses cata-ventos onde há uma bobina
interna que produz energia. Quanto mais vento mais o cata-vento gira mais
energia ele gera. É uma forma de obter matéria-prima grátis e sem causar mal
ao meio ambiente.
A geração de energia eólica vem crescendo a um ritmo acelerado nos
últimos anos, principalmente em países como a Alemanha e Espanha. O que
foi a saída para suprir a falta de energia elétrica provocada pela primeira crise
do petróleo nos anos 70, hoje possui tecnologia avançada e já compete com
outras fontes em todo o mundo.
Em 2001, foi desenvolvido pelo CRESESB/CEPEL o “Atlas do Potencial
Eólico Brasileiro”, sinalizando um potencial indicativo promissor para o Brasil de
143 mil MW, em especial nas regiões Nordeste e Sul.
A energia eólica representou a maior fatia da geração de energias
renováveis em 2007, com um crescimento de 28% no mundo, alcançando
estimados 95GW, demonstra o relatório Renewables 2007 Global Status
(Estado global das renováveis em 2007, na tradução livre), produzido pela
Rede de Energias Renováveis para o século 21 (REN21, na sigla em inglês)
em colaboração com Worldwatch Institute.
“O presidente do Instituto Acende Brasil, Cláudio Sales, ressaltou que o
vento gera energia a preço inferior à metade do que é cobrado pela energia
gerada pelas termelétricas movidas a óleo combustível.”
(www.carbonobrasil.com.br)
28
7.3- Hídrica
Uma das maneiras mais populares de se gerar energia no Brasil é
através do uso de usinas hidroelétricas. Estas usinas funcionam de maneira a
aproveitar a energia intrínseca ao movimento da água, principalmente em
quedas d’água, naturais ou artificiais.
Geralmente as usinas podem ser construídas de duas maneiras,
dependendo das características do relevo e dos rios. Existem as usinas
encaixadas em vales, onde o impacto ao meio ambiente é atenuado, pois a
força das águas é mais concentrada e a área alagada é menor, e as usinas
baseadas no alagamento de grandes áreas. Estas últimas, além dos enormes
impactos ambientais, geralmente com supressão de vegetação nativa e
deslocamento da fauna, possuem problemas sociais substanciais devido à
necessidade de reassentamento das populações locais e, por vezes, à
eliminação de atividades da cultura tradicional.
As maiores usinas hidroelétricas do mundo alcançam um potencial
instalado enorme, como a Usina de Itaipu com 14 mil megawatts (MW). As
pequenas centrais hidroelétricas são aquelas que possuem potência instalada
de até 30 MW.
Estimativas indicam que 76% do potencial do Brasil ainda não foi
aproveitado, porém ele está localizado em áreas longínquas dos grandes
centros de consumo, o que significa grandes perdas na distribuição da energia
e na destruição de habitats naturais ainda isolados. Cerca de 52% deste
potencial está na Bacia do Amazonas.
Existem contras esse tipo de geração de energia porque as hidroelétricas
emitem gases do efeito estufa através de dois processos conhecidos. Um deles
é a decomposição da biomassa inundada pelo reservatório, que resulta na
emissão de metano e pode ser quantificada. O outro é a decomposição de
outros tipos de matéria orgânica que acabam no reservatório, como esgotos
urbanos, águas residuais e o próprio carbono estocado no solo, sendo estes
29
processos complexos e difíceis de serem quantificados. Existem várias
pesquisas sendo desenvolvidas nesta área.
“A hidrelétrica ainda é importante para expansão da geração, porque
ainda é abundante e sai a um preço menor. Há restrições ambientais e que têm
de ser cumpridas. Infelizmente as hidrelétricas emitem gases de efeito estufa, o
que se pensava ser secundário, desprezível, mas não é”, (prof. Luiz Pinguelli
Rosa COPPE/UFRJ.www.carbonobrasil.com.br)
7.4- Solar
A luz solar, além de aquecer o planeta e ser essencial para a
sobrevivência das plantas, é uma grande fonte de energia renovável, que se
bem utilizada é capaz de substituir os velhos derivados fósseis. O sol
proporciona ao Brasil a mesma quantidade de energia que todas as reservas
remanescentes de combustíveis não renováveis a cada dois dias.
Em países como Japão, Alemanha, Holanda, EUA, Espanha, Inglaterra e
Itália, o uso de sistemas fotovoltaicos – geração de energia elétrica a partir da
solar – tem sido uma saída para diminuir a dependência de fontes tradicionais
que já mostram sinais de esgotamento, como é o caso do petróleo.
Na Alemanha, a indústria de energia solar já emprega 170 mil pessoas,
mas com o crescimento previsto, estima-se a necessidade de 510 mil pessoas
em poucos anos. Na União Européia quase todos os países estabeleceram
uma lei para fomentar as energias renováveis.
O Japão é o que mais investe nesta tecnologia, apesar do pouco sol que
incide por lá. Uma cidade como Osaka, por exemplo, onde você vê uma grande
quantidade de telhados azuis (cobertos por painéis fotovoltaicos).
Tecnicamente, a geração de energia a partir do sol já é viável.
Entretanto, ela só será economicamente possível quando atingir uma escala de
produção considerável. Ela hoje vive o ciclo vicioso. Cara por que se produz
pouco e se produz pouco porque não há demanda. De acordo com estudos
30
que mostram que se produzida em grande escala, a energia solar pode
competir com as fontes tradicionais.
7.5-Hidrogênio
Com a crise do petróleo, na década de 70 surgiu a preocupação em
desenvolver técnicas alternativas de geração de energia e de combustível.
Uma das opções que começou a despertar interesse foi o uso de cédulas de
hidrogênio.
Com a resolução dos conflitos no oriente médio (origem da crise), foi
deixada de lado a possível alternativa que só viria a ser reconsiderada na
década de noventa, com o alarde das mudanças climáticas e a conseqüente
necessidade de mudança nos padrões energéticos.
A energia gerada a partir do hidrogênio ganhou novamente popularidade
e, a partir de então, vem sofrendo melhorias tecnológicas na sua produção,
distribuição e armazenamento.
É possível a obtenção do hidrogênio através de vários tipos de
combustível, tanto fósseis como renováveis gaseificação do carvão e da
biomassa, reforma a vapor do gás natural, armazenamento e transformação de
energia de fontes como a eólica e solar e eletrólise da água.
O método mais utilizado atualmente é a reforma a vapor do gás natural,
alcançando metade da produção mundial de hidrogênio. O principal fator desta
ampla produção é o seu baixo custo, o que torna as outras possibilidades
pouco competitivas. Uma desvantagem da utilização do gás natural é o fato de
que este emite quantidades consideráveis de CO2. O gás natural é composto
de nitrogênio, hidrogênio, hélio e metano (gás do efeito estufa).
O método da eletrólise da água não é muito utilizado pois consome tanta
energia durante seu processo quanto produz. A forma de energia renovável
mais barata, capaz de competir com o gás natural na geração de hidrogênio é
a eólica.
31
Uma das principais barreiras, hoje, para o pleno desenvolvimento do
hidrogênio como fonte de energia (além da falta de estrutura da rede de
abastecimento) é o seu custo que pode ser até 4 vezes mais caro que a
gasolina. Considerando que a célula combustível movida a hidrogênio aumenta
em duas vezes a autonomia dos veículos, o resultado seria o preço duas vezes
maior que o da gasolina.
7.6- Nuclear
Esse tipo de energia é a mais controversa de todas. Ou ela pode ser a
solução para o futuro ou a responsável por não haver um futuro para o planeta.
É a energia que mais causa polemica em todo o mundo a ponte de gerar até
guerras pelo seu manuseio.
A energia nuclear é a responsável por manter os prótons e nêutrons
unidos no interior do núcleo dos átomos, a menor partícula de um elemento
químico. Apesar de a maioria dos átomos terem este núcleo bem estabilizado,
alguns estão instáveis e podem separar suas partes facilmente. Este é o caso
do urânio, do plutônio e do tório, por exemplo.
Em um processo chamado de fissão (quebra, separação), as partículas
liberam energia quando atingidas pelos nêutrons. Os reatores nucleares a
aproveitam para transformar em energia térmica ou energia mecânica.
Após a utilização do urânio no reator, ele fica conhecido como
combustível queimado e apresenta um alto teor radioativo, além de liberar
calor. Eles são armazenados em piscinas especiais, que estão geralmente
localizadas no sítio do reator, de forma a permitir que tanto o seu calor como a
radioatividade diminuam, explicam os autores do livro Energia, Recursos
Naturais e Prática do Desenvolvimento Sustentável. (Energia, recursos naturais
e a prática do desenvolvimento sustentável. Barueri (SP):Manole, 2005.)
Depois disso, o combustível queimado, que possui aproximadamente
96% do urânio original, pode ser reprocessado e o urânio pode ser recuperado,
32
para retornar à usina de conversão e ser novamente enriquecido com isso ele
pode ser reaproveitado depois um tempo.
Seu potencial é muito grande e capaz de abastecer países de grande
porte como o próprio Brasil. Mais seu maior passivo ambiental é o lixo que esse
tipo de energia gera, os conhecidos resíduos nucleares.
Esses tipos de resíduos levam muitos anos para não mais gerar radiação
e com o passar dos anos seria um problema de onde armazenar esse tipo de
lixo. Ambientalistas são grandes questionadores dessa forma de energia mais
governos acreditam que possam gerar grande quantidade de energia com
menos custos para o meio ambiente.
Por exemplo, para se fazer uma hidroelétrica destrói uma grande área de
florestas inundando seu territórios e mudam os cursos e quantidade de água
nos rios usados, já uma usina nuclear não precisa de tanto espaço e nem
acabar com áreas tão grandes como as hidroelétricas logo seria um menor
impacto a natureza.
8- Considerações finais
O que foi analisado neste trabalho mostra que o mundo hoje como o
conhecemos pode não ser o mesmo mundo que estaremos amanhã. O efeito
estufa é um grande gerador de mudanças maléficas para o planeta Terra.
O que se mostra é uma alienação por grande parte da sociedade
mundial em não enxergar ou não querer notar as mudanças que já vem
acontecendo no clima mundial. Uma grande passividade ou omissão em tomar
medidas emergências por parte de países industrializados.
Soluções viáveis existem e já fazer uma enorme diferença para quem
adotou, logo é só uma questão de conscientização e colocar em prática essas
medidas. É deixando de lado os interesses financeiros e econômicos de uma
pequena fração da população mundial para pensar num todo onde o ser
humano interaja com o meio ambiente de forma harmônica porque para alguns
33
meio ambiente e humanos são coisas distintas porem as pessoas pertencem
ao meio ambiente. Logo se ele esta sendo afetado os humanos também.
Basta começar essas, mudanças dentro das pessoas através de reflexão
do que realmente elas precisam adquirir e do que é supérfluo. Mudanças de
alguns hábitos diários já ajudariam o meio ambiente ou pelo menos daria mais
tempo a ele em se recuperar.
O que se pode ter certeza é que a saída para a não emissão de gases
do efeito estufa na atmosfera em especial o gás carbônico esta justamente no
maior prejudicado por eles, o ser humano com suas atitudes. Se houvesse uma
plena conscientização por parte de todos habitantes do planeta terra e seus
governantes não precisaríamos ter tanto receio do futuro que nos espera.
9- BIBLIOGRAFIA
Barbieri, Jose Carlos. Gestão Ambiental Empresarial- Conceitos, Modelos e
Instrumentos 2ª ed. Editora Saraiva 2010.
Trigueiro, André. Mundo Sustentável – Abrindo Espaço na Mídia para um
Planeta em Transformação. Globo Editora 2009.
Carvalho, Vilson Sergio. Educação Ambiental e Desenvolvimento Comunitário
2ª ed. Editora Wak 2006.
34
WEBGRAFIA
www.onu.org.br (consulta ao assunto)
www.wwf.org.br (consulta ao assunto)
www.ciflorestas.com.br (consulta ao assunto)
www.arvoresdobrasil.com.br
(http://www.arvoresbrasil.com.br/?pg=reflorestamento_sequestro)
www.akatu.com.br
(http://www.akatu.org.br/central/noticias/2005/02/835/?searchterm=aqueci
mento global*)
www.brasilescola.com.br
(http://www.brasilescola.com/geografia/aquecimento-global.htm)
www.carbonobrasil.com.br
(http://www.carbonobrasil.com/#mercado_de_carbono)
(http://www.carbonobrasil.com/#mercado_de_carbono/mercado_voluntari
o)
(http://www.carbonobrasil.com/#energias)
(http://www.carbonobrasil.com/#mercado_de_carbono/protocolo_de_quio
to)
www.pnuma.com.br
(http://www.unep.org.br/noticias_detalhar.php?id_noticias=105)
www.mundoquente.com.br
(http://www.mundoquente.com.br/geracoes.html)
www.veja.abril.com.br
(http://veja.abril.com.br/idade/exclusivo/perguntas_respostas/creditos-
carbono/protocolo-kioto-emissao-gases-efeito-estufa-venda-co2.shtml)
35
www.bmfbovespa.com.br
(http://www.bmfbovespa.com.br/indices/ResumoIndice.aspx?Indice=ISE&I
dioma=pt-BR)
(http://www.bmfbovespa.com.br/indices/ResumoCarteiraTeorica.aspx?Ind
ice=ISE&idioma=pt-br)
36
ANEXO 1
www.ciflorestas.com.br
23/07/2010
O Futuro dos Créditos de Carbono.
Metas de Kyoto vencem em 2012, o que traz incerteza para o mercado de
créditos de carbono.
A proximidade de 2012 - quando vencem as metas de redução de emissão de
poluentes do Protocolo de Kyoto - e a indefinição sobre o futuro põem o
mercado de créditos de carbono em xeque. Sem novas metas, afinal, o
interesse do setor privado no segmento é ameaçado. A expectativa recai sobre
as decisões dos negociadores internacionais na próxima reunião do clima da
ONU (COP-16), em novembro, no México. O mercado internacional de créditos
de carbono sentiu o baque da crise. Há expectativa de recuperação em 2010?
Eu definiria o mercado de créditos de carbono com otimismo moderado. Todos
estão à espera de sinais claros dos negociadores internacionais, para que haja
confiança e o setor privado possa trabalhar. De toda maneira, o importante é
que a recuperação econômica global vai melhor que o esperado, o que faz
aumentar as emissões das empresas e, consequentemente, a demanda por
créditos de carbono. Não acredito que haverá uma redução do mercado global
de carbono. É importante lembrar, no entanto, que os créditos de carbono
oriundos de projetos são mais dependentes dos sinais emitidos pelos
negociadores internacionais. Nesse segmento, talvez possamos continuar
vendo deterioração enquanto não houver clareza.