aspectos sócio econômicos da biossegurança · a engenharia genética é uma alternativa...
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Aspectos sócio econômicos da biossegurança
LAC-BIOSAFETY – MSP Embrapa Sede
Brasília, 8 de Novembro de 2011
Prof. José Maria da Silveira- NEA/IE-UnicampAgradecimentos: Andrea Leda Ramos de Oliveira- IEA/SPIzaias de Carvalho Borges –PUCCAMP/NEA-Unicamp
Taxa de Crescimento geométrico Anual da Produção Agrícola Mundial: vem caindo!
Prioridades:• Aumentar a eficiência técnica: os rendimentos por hectare
precisam continuar crescendo;• Aumentar a eficiência econômica: os custos de produção
devem se reduzir;• Reduzir os danos ambientais: a produção precisa crescer sem • Reduzir os danos ambientais: a produção precisa crescer sem
devastar florestas, sem contaminar solos e águas e reduzir a emissão de gases tóxicos;
• Buscar uma maior distribuição dos benefícios: o aumento da produção precisa gerar mais de oportunidades de emprego e de renda para os trabalhadores rurais;
• Aumentar a participação dos governos: a produção agrícola deve ser acompanhada de políticas de preço, de comercialização e de distribuição que garanta a renda dos mais pobres;
O leque de opções está se ampliando• GM é uma estratégia vencedora:
▫ Algodão, Milho, Soja e Canola lideram a o processo de difusão;▫ Voltam-se para consumo animal ou para indústria, mas também
para consumo humano;Estudos têm mostrado que a rotulagempara consumo humano;Estudos têm mostrado que a rotulagemcomo “óleo de soja geneticamente modificado” não alterou oconsumo. Isto ocorre na China (Huang, 2010, apresentação noICABR, Ravello) e também no Brasil;
▫ Depois de 21 anos de estudos regulatórios, a China aprovou oarroz Gm tolerante a herbicidas: a razão, a queda deprodutividade e de produção nos últimos anos: segurançaalimentar.
▫ As funções se ampliam, como mostra o quadro: composição deácidos graxos, por exemplo .
A difusão de Cultivares GM no mundo depois de 2003 segue o padrão-S das inovações: nada mais normal... Então por que tanto debate?
GM : cultivares disponíveis no mundo(557)
source: MAPA, 2011 - october
Impactos acumulados de 1996 a 2007 são favoráveis: ambientais e econômicos
CULTIVARES GM AUMENTO DA RENDA DAS FAMILIAS em US MILHÔES 2007
AUMENTO ACUMULADO DA RENDA DAS FAMÌLIAS
GANHO de RENDA Em % em 2007Só da produção GM
GANHO DE RENDA Em % De todas a produção dos países adotantes dos cultivares GM
SOJA Tolerante a Herbicidas(SOJA TH)
3.935 21.814 7.2 6.4Herbicidas(SOJA TH)
MILHO TH 442 1.508 0.7 0.4
ALGODÃO TH 25 848 0.1 0.1
CANOLA TH 346 1.439 7.65 1.4
MILHO Resistente a Insetos (Milho RI)
2.075 5.674 3.2 1.9
ALGODÂO RI 3.204 12.576 16.5 10.2
OUTROS 54 209 - -
Total 10.081 44.068 6.9 4.4
Os Cultivos Geneticamente Modificados produzidos em escala comercial
Amadurecim
ento mais
lento
Amilase
modificada
para a
produção de
etanol
Composição
de ácidos
glaxos
Composição
de
Aminoácidos
Modificação
da cor
Menor teor
de nicotina
Resistência
a vírus
Resistência
a insetos
Resistencia
a insetos e
Tolerância a
herbicidas
Tolerância
herbicidasTotal
Abóbora 2 2
Alfafa 1 1
Algodão 8 7 6 21
Ameixa 1 1
Arroz 5 5
Batata 1 4 5
Beterraba 3 3
Os carros-chefe ainda são os mesmos, mas aumentam as
aplicações
Beterraba 3 3
Canola 3 14 17
Chicorea 1 1
Cravo 2 1 3
Girassol 1 1
Grama 1 1
Lentilha 1 1
Linhaça 1 1
Mamão Papaya 2 2
Melão 1 1
Milho 1 2 8 28 13 52
Soja 3 7 10
Tabaco 1 1 1 3
Tomate 4 1 5
Trigo 7 7
Total 6 1 6 2 2 1 6 21 35 63 143
Biotecnologia: Adoção no Brasilper tipo de evento em milhão de hec
Herbicida Tolerancia Resistencia Insetos
stacks
Source: CÉLERES
Utilização do Milho GM no Brasil
75,6%
Source: ABIMILHO, 2011
Estimativas Para o Milho GM no Brasil
• Adaptação de variedades condiciona adoçãoSource: CELERES, 2011
Biotecnologia Adoçao no Brasil
9.1
26.2
30.4
25.0
30.0
35.0
Soja Milho, total Algodão Total
Lei 11.105
GM milho
18.420.7
7.5
0.0
5.0
10.0
15.0
20.0
02/03 03/04 04/05 05/06 06/07 07/08 08/09 09/10 10/11 11/12 p
SOJA
Source: CÉLERES
A ciência dá a estrutura da biosseg• Biossegurança: atividades ex-ante da aprovação
▫ Fluxo gênico: estudos acadêmicos e resultados aplicados que implicam restrições ao processo de difusão dos cultivos GM e limites à co-existência;difusão dos cultivos GM e limites à co-existência;
▫ Efeitos sobre organismos não-alvo: estudos acadêmicos e práticas agronômicas visando minimizar danos ambientais.
▫ Uso de ferramentas de geo-referenciamento (GIS)
RegistroRegistro dede GMGM
Passos para a liberação comercial
Registro de Cultivares
Risk Assessment
Registro de Cultivares
(MAPA)
Problema tipicamente econômico: coordenação dos agentes e de seus interesses• A análise de risco segue uma racionalidade procedimental
▫ CASO A CASO;▫ BASEADA EM CIÊNCIA;▫ BASEADA EM CIÊNCIA;▫ FUNDADA NA COMUNICAÇÃO COM STAKEHOLDERS E
RESPEITANDO SUA PERCEPÇÃO, O QUE TEM IMPLICAÇÕES POLÍTICAS.
▫ Protocolo de Cartagena e Codex Alimentarius▫ RESULTADO: REGRAS DISCRICIONÁRIAS E
ASSIMETRIA DE DECISÕES
É possível harmonizar regras de biossegurança?
• Com base no conhecimento científico, respeitando as especificadades ambientais: sim;
• Todavia, os cultivos GM são:▫ Plataforma: inseridos em cultivos voltados para o comércio
internacional;▫ Commodities:Há forte assimetria no mundo entre regiões
produtoras e consumidoras. O caso mais radical é o da soja, mas milho, algodão e canola também respeitam este fato estilizado;
▫ Há diferenças de percepção de risco entre consumidores de paises produtores e de países importadores.
Atividades que implicam custos para preservação do valor dos cultivos GM
▫ Preservação do valor da tecnologia: refúgio, rotação de cultivos GM/Não GM=>
▫ associadas de alguma forma com o prevenção de fluxo gênico e de efeitos persistentes sobre organismos não-alvo, gênico e de efeitos persistentes sobre organismos não-alvo,
mas não somente.
▫ Rotulagem: comunicação ao consumidor
▫ Segregação e preservação da identidade do produto
▫ Liabilities and redress: triffed no Canadá.
Quais as consequências?
• Desvio de comércio: os fluxos comerciais se acomodam às diferenças de regras;
• Atraso tecnológico: o custo de stewardship é elevado gerando barreiras à entrada para inovadores que não gerando barreiras à entrada para inovadores que não dispõe de uma rede de contatos e de conhecimento para adaptar o produto às exigências dos consumidores;
• Custos decorrentes do atraso no processo de comercialização de produtos: demurrage costs, oportunismo comercial, barganha.
• O quanto custou para os países da EU não utilizarem cultivos GM e imporem restrições ao comércio?
Porque o uso da engenharia genética na agricultura enfrenta rejeição social? • Consumidor: disposto a pagar mais por alimentos não GM?• Redes de supermercados e de fast-food: exigem alimentos e
matérias-primas não GM• Agricultores: recusa sementes GM (ex.: agricultores na
Alemanha e França)Alemanha e França)• Cidadãos: realizam referendos para criar regiões livres de
cultivos GM• Grupos de interesses: destruição de laboratórios e de campos
de pesquisa, influência sobre a opinião pública e pressões sobre os agricultores, empresas e governos
• Governos: políticas regulatórias restritivas sobre os cultivos GM
• Resultados: impactos negativos sobre a difusão e a geração de novos cultivos GM
Por que Sócio-Economia? Os argumentos anteriores validam o descuido com a biossegurança?
• I. As instituições informais e as organizações em torno da biossegurança estão em formação e dialogam entre si de várias formas;
• II. Pesquisas como a de Borges (2010), Oliveira et • II. Pesquisas como a de Borges (2010), Oliveira et al (2011) e Wesseler et al(2011) mostram claramente que os interesses econômicos têm forte poder sobre a conformação institucional▫ Todavia, poder econômico depende da percepção de
benefícios e de interesses concretos▫ Riscos estão associados a outras variáveis: idade,
educação, gênero, profissão.
União Européia, 2005: consumidores europeus ainda não percebem benefícios: até hoje, produtividade agrícola era pouco importante....Com a alta de preços e a recessão...
Aceitação
Social
Rejeição
Social
• Grandes Benefícios
• Moralmente
Aceitáveis
• Sem risco
• Devem ser
promovidas
• Grandes Benefícios
• Moralmente
Aceitáveis
• Risco baixo
• Devem ser
promovidas
• Pequenos Benefícios
• Moralmente
Aceitáveis
• Risco elevado
• Não devem ser
promovidas
• Nenhum Benefício
• Moralmente
inaceitáveis
• Risco elevado
• Devem ser coibidas
Testes
Genéticos
Produção de
Medicamentos
Bio-
remediação
Clone de
Células
Humanas
Cultivos
Clone de
animais
Alimentos
Metodologias micro: comportamento do agricultor• Avaliação de impactos;• Avaliação de custos para o atendimento de
medidas relacionadas à biossegurança;medidas relacionadas à biossegurança;• Avaliação da percepção dos agricultores em
relação às escolhas existentes (stated choice);• Avaliação do Mínimo valor requerido do
impacto para que se possa abrir mão de incorrer em custos irrecuperáveis devido à tecnologia
Regulação toma tempo e custa caro: o que efetivamente o processo de regulação logra?Ex: descontinuidade do mamão GM; Abandono do feijão enriquecido com triptofano; Liabilities no milho star link.
ANO 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 TEMPO (ANOS)
Prova de Conceito 4
Comp. Vetor 2
Prova Comercial 4
P. Com - Regulamentação 2
Desafios da Engenharia Genética na Agricultura
• Existem grupos de stakeholders que se opõem aos cultivos GM;
• Na maioria dos países não há cooperação entre • Na maioria dos países não há cooperação entre os stakeholders que desenvolvem, os que regulam e os que usam as tecnologias;
• Os diferentes grupos de stakeholders têm diferentes percepções tanto dos benefícios quanto dos riscos dos cultivos GM. (Borges, Silveira e Ojima, 2010).
A Regulação
• Complexidade e incertezas• A politização do processo: muitos stakeholders,
muitos interesses (que podem se conflitantes muitos interesses (que podem se conflitantes entre si)
• Diferentes áreas de regulação
Diferentes políticas regulatórias para a comercialização de cultivos GM
P aíses
P aíses co m R egula çã o Pa íses sem Reg ula ção
Ba sea do n o
P ro ce ss o
Eq u ivalê n cia
Su bs ta nc ial
A pro va ção C o ns ulta d e
E m p ro ce sso
de a do ç ão
6 . I ntro d u zin d o as Le is
7 . R e gula ção
In d ef in ida : e sp er ar
e ver
8. Au to d e cla rad o
co m o livr e d e
cu ltivo s GM
A pro va ção
d e Se gu ra nç a
Ob rigató r io
C o ns ulta d e
Se gura nç a
Vo lu n tária
R otu lag em
ob riga tó ria d e
alim e n tos c o nte nd o
in gre di en tes GM o u
de rivad o s
R o tula gem
o br igató ria d e
ali m en to s co n ten do
in gre die n tes G M
R o tu lage m rigo ro s a:
b ai xo o u ne n hu m
ní vel d e to le rân c ia
1 -R otu lag em rig or os a
e e x igên c ia d e
ra stre ab ilid ad e
2-R o tula gem rigo ro sa
e s em e xigê nc ia s d e
r astr eab ilid ad e
3 -Ro tu lage m o b rigató ria e
pra gm á tica : co m e xce çõe s e
n íve l d e to lerâ n cia
4 -R otu lag em vo lu n tária
de alim en to s G M e n ão
GM
5 -Em fas e d e
im p lem en tação d as
Leis
Visões conflitantes sobre o mesmo assunto: como superar o problema?
Questões centrais no debate atual
sobre os cultivos GM
Avanços Científicos e Tecnológicos
são fundamentais para combater a fome e a desnutrição?
Grupos que são favoráveis ao uso da
Engenharia Genética na Agricultura
Grupos que são contra ao uso da
Engenharia Genética na Agricultura
Sim. Nos últimos 50 anos eles foram
fundamentais para a redução da
desnutrição e da fome no mundo
Não. Os fatores políticos e
econômicos são os responsáveis
pela fome e pela desnutrição
Fonte: Elaboração própria.
A engenharia genética é uma
alternativa tecnológica para aumentar
a produção de alimentos?
Os benefícios observados são
significativos?
Os benefícios potenciais devem ser
levados em consideração nas decisões atuais sobre a engenharia genética?
Sim, não é a única, mas é a mais
promissora e que pode responder
aos desafios do século XXI
Sim, porque os resultados mostram
diversas vantagens sobre o modelo
agrícola atual
Sim, porque a engenharia genética
poderá ser utilizada para atender aos
desafios da agricultura mundial
Não, porque ela não apresenta nada
de novo, mas um aprofundamento
das contradições da revolução verde
Não, porque os seus resultados
deveriam ser comparados com
outros modelos alternativos
Não, porque as sementes GM são
desenvolvidas para atender aos
interesses econômicos imediatos das
empresas
I. Regulação: aprendizado e custos compatíveis com o processo de difusão dos cultivares GM• Processo regulatório é complexo:
▫ Identificação de risco: Processos caso-a-caso, especificidade local, informação assimétrica: o inovador tem a inovação que o regulador precisa para deliberar. Ponto central: decisões baseadas em ciência; precisa para deliberar. Ponto central: decisões baseadas em ciência;
▫ Monitoramento do risco: fiscalização de eventos aprovados; boas práticas de manejo, experimentos de acompanhamento;
▫ Comunicação de risco e benefícios: rotulagem, preservação de identidade. Marketing e informação científica.
▫ Custos da regulação: segregação e responsabilização em caso de “acidentes”.
• A convergência de padrões internacionais:▫ Lenta de demorada, mesmo com a atuação de Fóruns
multilaterais, como PCB e Codex Alimentarius
Regulação: muitos atores com graus distintos de envolvimento e muitos pontos críticos: simplificar com eficiência demanda reconhecer a importância dos GM
E mpres a s
Inovado ra s
Ativ is tas :
am b ien talis tas ,
advo ga dos,
po lít icos
Comunidade
Cien tí fica
CTNBIO:Identificação de risco caso
por casoMAPA, MMA
Monitoramento de risco: boas
REGULADORES
AG R ICU LTO RES
P roces s amen to e
Come rc ializaçã o
Con sum ido r
Fin al
E mpres as
fo r ne cedo ras
ma qu ina ria s e de
in s um os
q uím ico s
P roces s amen to e
Come rc ializaçã o
Con sum ido r
Fin al
Me rcado E xte rno
de risco: boas práticas para
manter a tecnologia
Rotulagem:Interesse do consumidor: comunicação
de riscos e benefícios
Segregação: adicionar valor aos derivados do Cultivo GM
Tomada de decisões no mercado de alimentos...• Os consumidores podem dar um grande peso para
os atributos de qualidade dos alimentos;• Nos países mais ricos a qualidade dos alimentos está
relacionada a segurança dos alimentos, tanto para a saúde humana quanto para o meio ambiente;saúde humana quanto para o meio ambiente;
• Em muitas circunstâncias a percepção de riscos da opinião pública é diferente da percepção de riscos dos especialistas;
• As tecnologias usadas para melhorar a produção de alimentos têm as características que criam a assimetria de percepção de riscos entre leigos e especialistas.
Trazer a linha de corte para a esquerda: tornar os cultivos GM parte da vida da sociedade
Inovações com baixo
grau de politização:
por exemplo,
notebook, aparelhos
Inovações com alto
grau de politização:
por exemplo, energia
nuclear, células
Inovações com graus
intermediários de
politização: exemplo,
internet, vacinas,
Manter a opinião pública informada
de tudo
notebook, aparelhos
de som e imagens nuclear, células
tronco, transgênicos
O processo inovativo
depende de decisões
privadas e o critério é
econômico é o mais
importante
O processo inovativo
depende de decisões
políticas e nem
sempre o critério
econômico é o mais
importante
Aumento do peso
dos stakeholders
secundários e dos
critérios não
econômicos no
processo
decisório
internet, vacinas,
antibióticos,
Redução do peso
dos stakeholders
secundários e dos
critérios não
econômicos no
processo
decisório
Aumentar o peso do conhecimento Científico e tecnológico na regulação e
divulgar
Aceitar que existem riscos
Análise multicritério com especialistas
0,39
0,46
0,410,39
0,33
0,38 0,39
0,320,330,34
0,35
0,4
0,45
0,5
0,27
0,33
0,26
0,32
0,28
0,16
0,33
0,29
0
0,05
0,1
0,15
0,2
0,25
0,3
0,35
Cientistas (13) Empresas (12) Políticas C&T (28) Reguladores (12) Total (65)
Benefícios potenciais Benefícios observados Riscos
Estudos de campo com simulação
• Demandam investigar no campo as práticas utilizadas para segregação e seus custos▫ Custos de testes: elisa, PCR, PCR real time▫ Custos de testes: elisa, PCR, PCR real time▫ Custos de atrasos em cada transbordo e nos
portos;▫ Investimento necessário para redefinir a cadeia
produtiva;▫ Redução da velocidade do fluxo de mercadorias
Um exemplo: efeito da segregação do milho na produção brasileira• Uma “boa regulação”:
▫ Transparente em seus propósitos, objetivos, procedimentos;procedimentos;
▫ Ser “neutra” no sentido de não gerar efeitos distintos daqueles para o qual foi direcionada;
▫ Permitir o funcionamento do mercado interno e externo, ou seja, ser eficiente;
▫ Ser eficaz, ou seja, atender aos propósitos para o qual foi destinada.
Custos para acompanhar o PCB caso ele decida por “segregação completa no milho”
• Para que exigir completa segregação de grãos apenas para indicar os eventos GM que já estão aprovados?aprovados?
• O exemplo a seguir:▫ A completa segregação vai de encontro ao esforço de
agilizar a logística de transporte de grãos (principalmente soja e milho) no Brasil.;
▫ Cria viéses contra regiões produtoras – principalmente o Centro-Oeste e desestimula alternativas interessantes como a combinação de vários modais de transporte.
ILOGÍSTICA no BrasilProposição I: O Brasil está em pior situação que seus concorrentes diretos na capacidade de acompanhar custos do PCB caso modelos mais restritivos sejam adotados.
Proposição II: A implementação de sistemas completos e baseados em testes caros para identificação de GM vai de encontro ao esforço feito pelo testes caros para identificação de GM vai de encontro ao esforço feito pelo Brasil para reduzir custos de transporte e armazemento de cargas, que é um dos fatores de perda de competitividade do agronegócio;
Proposição III: É legítimo que o país procure exportar produtos de maior valor agregado. Todavia, isto não deve ocorrer em função de demandas extremadas de biossegurança.
Ao desviar a exportação de um grão OVM para o mercado interno visando contornar as exigências do PCB o Brasil seria prejudicado.
Principais Regiões Produtoras de Milho no Brasil em 2008
Identificação e Segregação de Cargas em Milho: as exigências do PCB favorecem a soja.
Em comparação com a soja:
• A produção de milho é geograficamente espalhada: isto exige estruturas de armazenamento locais para concentrar as cargas que serão levadas para o porto, ou seja, mais transbordos, mais custos de porto, ou seja, mais transbordos, mais custos de segregação.;
• As exportações são menos regulares;
• Os custos dos testes são proporcionalmente maiores, em função do menor valor do grão.
• O número de eventos aprovados é maior!!!!
Em comparação com os EUA e Argentina
• Grandes distâncias: a imposição de sistemas de segregação oneram as exportações das regiões produtoras mais distantes, como o Centro-Oeste;
• Argentina usa caminhão para distâncias • Argentina usa caminhão para distâncias adequadas (<500km);
• EUA tem estrutura de segregação mais avançada e usa vários modais, que reduzem custos.
• COROLÁRIO: deveria o Brasil preparar-se? Ou continuar na busca de aperfeiçoamento do sistema de transporte e armazenamento baseado na movimentação de grandes volumes?
Distribuição da Produção e Consumo de
Milho (2008)
Exportações Brasileiras de Milho por Porto, 2004-2009 (milhões de
toneladas)
Sistema Ferroviário
Sistema Hidroviário
Principais Rotas do Milho
• Com base nas principais rotas é que os cenários de impacto são considerados;
• Rotas distintas representam impactos diferenciados no processo de segregação;
• Isto vale para mercado interno e externo, uma vez que as estruturas de processamento estão distantes das regiões produtoras em muitos casos;
• Todavia, os maiores impactos são para exportação;• No modelo adotado, considera-se apenas o impacto dos testes nos
custos do grão.
Principais Rotas do Milho – Mercado
Interno e Exportação
Principais Rotas do Milho – Mercado Interno e de Exportação
Principais Rotas Logísticas para o Milho
IMPACTOS de um cenário de segregação: um cenário preliminar, baseado em testes
• Aplicou-se um modelo gravitacional (equilibrio parcial) considerando regiões ofertantes e demandantes;
• Gerou-se um cenário de base, por exemplo, baseado em apenas em documentação e não em regimes de detecção;
• Gerou-se um cenário baseado em aplicação de testes de fita(variando com as rotas) e PCR (origem e porto) para 6 eventos;
• Calculou-se o impacto agregado: efeito sobre a produção de milho para exportação e para mercado interno.
Principais rotas usadas no cálculo
Origem Destino 1
Oferta Demanda Doméstica Rota Intermodal Porto Demanda Internacional
Rio Grande do Sul (R)
Maringá (R) Paranaguá (F) Japão e Coréia (M)
Santa Catarina (R)
Alto Araguaia (R) Santos (F) Japão e México (M)
Destino 2
Paraná
Mato Grosso Alto Araguaia (R) Santos (F) Japão e México (M)
São Paulo (R)
Uberlândia (R) Santos (F) Japão e México (M)
São Paulo (R)
Uberlândia (R) Vitória (F) Japão (M)
Santa Catarina (R)
Londrina (R) Paranaguá (F) Japão e Coréia (M)
Minas Gerais
Góias
Mato Grosso do Sul
Legenda
(R): Rodovia
(F): Ferrovia
(M): Marítimo
Exemplo de detalhamento de rota• A produção de milho do Estado do Paraná
abastece o Destino 1. Milho chega ao RGS via caminhão.caminhão.
• O Estado do Paraná abastece o mercado externo-� Japão e Coréia
• Vai ao Porto de Paranaguá via intermodais:▫ Rodovia até Maringá▫ Ferrovia até o porto,
Regiões de Oferta Cenário de Base Cenário 2Redução: Cenário 2 x
Cenário de Base
Paraná 8.380,71 7.027,56 -16,1%Mato Grosso 4.962,26 4.043,25 -18,5%Minas Gerais 3.528,72 3.273,11 -7,2%Góias 3.087,63 2.888,04 -6,5%Mato Grosso do Sul 2.095,18 2.021,63 -3,5%Oferta Total 22.054,50 19.253,58 -12,7%
(por mil ton)
Demanda Doméstica 7.209,73 6.738,75 -6,5%
Demanda Internacional 14.844,77 12.514,83 -15,7%
Demanda Total 22.054,50 19.253,58 -12,7%
- Os fluxos Intenacionais foram os mais impactados uma vez que o transporte é Intermodal e exigem também o PCR no Porto de Exportação.
Cenário de Base – sem testes
Cenário 2 - PCR NO EMBARQUE + FITA NO TRANSBORDO + PCR NO PORTO
Regiões de Demanda Cenario de Base Cenário 2Redução - Cenário 2
x Cenário 1
Demanda Doméstica
Santa Catarina 4.152,80 3.881,52Rio Grande do Sul 1.550,09 1.448,83São Paulo 1.506,83 1.408,40Total 7.209,73 6.738,75 -6,5%
(por mil ton.)
Demanda Internacional
Japão 7.719,28 6.507,71México 3.636,97 3.066,13Coréia 3.488,52 2.940,98Total 14.844,77 12.514,83 -15,7%
Demanda Total 22.054,50 19.253,58 -12,7%
Cenário de Base – sem testes
Cenário 2 - PCR NO EMBARQUE + FITA NO TRANSBORDO + PCR NO PORTO
Resultado do Exemplo• Com um número grande de eventos GM em uma mesma
região – cuja taxa de adoção seja 40%, como no Paraná em 2009/10) a quantificação dos eventos tem um custo que torna a tecnologia inviável;
• Com sistemas de identificação da presença de eventos GM – descriminando os eventos nas cargas – há impacto negativo de 12,5% sobre as exportações de milho;
• Todavia, os custos também resultam em menor utilização • Todavia, os custos também resultam em menor utilização de milho pela indústria do país (-6,5%);
• Conclui-se que as exigências de identificação de eventos em cargas têm impacto sobre o comércio de grãos, seja no mercado interno quanto para exportação.
• CONCLUSÃO: A exigência de testes para segregação de cargas afeta a produção brasileira de milho, principalmente no CENTRO-OESTE
Barreira do comércio de fato(Europa)
Continued....
Continued....
Continued....
Continued....
Os estudos com comércio (Oliveira et al 2011) mostram:• Usando principais origem-destino nos períodos
de 1990 a 2005 e a técnica do CMS▫ Efetivamente as proibições na Europa desviaram o ▫ Efetivamente as proibições na Europa desviaram o
comércio;▫ No período que o Brasil teve parte de seu território
GM free, cresceu o motivo destino das exportações, substituindo EUA eArgentina
▫ China progressivamente absorve as exportações de todos os países;
▫ As barreiras técnicas deixam de ter efeito.
Group 1 - extremely positive attitude (219 individuals, 15% of the total):
▫ over 90% positive responses towards the terms “biotechnology,” “biosafety,” “transgenic plants,” “GMO,” and “genetic engineering”.
▫ Almost all respondents also described themselves as knowledgeable about the use of transgenic as knowledgeable about the use of transgenic plants for food and medicine production are optimistic about these practices and believe that they are safe for the environment and human health and are ethically acceptable;
Group 2 -positive attitude (307 individuals, 21% of the total):
• although the majority present a positive attitude towards the terms “biotechnology,” “biosafety,” “transgenic plants,” “GMO,” and “genetic engineering,” engineering,” ▫ a considerable portion of the respondents in this
group describe themselves as not knowledgeable about the use of transgenic plants to produce medicines (40%) and are
▫ undecided about the risks transgenic plants present to the environment and human health (between 25% and 45%);
Group 5 - extremely negative attitude (543 individuals, 38% of the total):
• Presents the highest percentage of negative responses for the terms “biotechnology,” “biosafety,” “transgenic plants,” “GMO,” and “genetic engineering” (between 19% and 85%).“genetic engineering” (between 19% and 85%).
• Is pessimistic about the use of transgenic plants for the production of medicines (59%) and, above all, food (94%), believing that it poses risks to human health and the environment.
Group 4 - negative attitude (159 individuals, 11% of the total):• although 70% or more have a positive attitude towards the terms “biotechnology,” “biosafety,” and “genetic engineering,” “biosafety,” and “genetic engineering,” ▫ 39% had a negative attitude towards the terms
“transgenic plants” and “GMO”.▫ This group is also characterized by a lack of knowledge surrounding the use of transgenic plants to produce medicines (62%) and their opinions with respect to such use.
Group 3 - intermediate attitude (211 individuals, 15% of the total):
• Although they tend to present a positive attitude towards the terms “biotechnology,” “biosafety,” and “genetic engineering” (75% or more), ▫ this group is neutral with regard to the terms “transgenic
plants” and “GM” (46%).plants” and “GM” (46%).▫ They show the highest percentage of a lack of knowledge
regarding the use of transgenic plants for the production of medicines (62%) and food (18%).
▫ They tend to be undecided about the safety and ethics of using transgenic plants for the production of food or medicines;
Sources of information by groups
FeatureGroups
Total χχχχ2G1 G2 G3 G4 G5
Reliable source of information about what is transgenic plants (%)
Government 42 39 27 28 19 2961.4*
**
NGO 14 28 35 38 57 39146.8
***
Experts (scientists) 95 95 89 76 55 77263.3***
Corporations 37 25 13 11 5 16146.7
***
Knowledge by groupsKnow exists Commission approving / disapproving the
release of GMOs in Brazil? (%)
G1 G2 G3 G4 G5
Yes 88 73 52 60 75 7283.6
***
Do you know the name of the
Commission? (%)
Yes 74 52 32 36 59 53101.6*
**
Observações Finais• Os estudos empíricos e as teorias que relacionam
percepção de risco, visão de benefícios geram uma base para relacionar as diferentes dimensões da biossegurança;da biossegurança;
• Protocolo de Cartagena teve nos artigos 18 2ª e 27 (responsabilidades e penalidades) e no artigo 26 as principais fontes de conexão com biossegurança;
• Processo dinâmico de configuração das normas de procedimento e das convenções não está diretamente relacionado a essas exigências