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Aspectos gerais sobre preparo de amostras Joaquim A. Nóbrega [email protected]

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Page 1: Aspectos gerais sobre preparo de amostras - Analítica · Aspectos gerais sobre preparo de amostras Joaquim A. Nóbrega djan@terra.com.br

Aspectos gerais sobre

preparo de amostras

Joaquim A. Nóbrega

[email protected]

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Técnicas Espectroanalíticas

- FAAS

- GFAAS

- ICP OES

- ICP-MS

- Aspecto comum: amostras são usualmente

introduzidas como soluções

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A sequência analítica: as

principais etapas de uma análise

1. Definição do problema

2. Seleção do método

3. Amostragem: coleta de uma amostra representativa; preparo da amostra laboratorial; replicatas

4. Preparo da amostra: obtenção de soluções a partir da amostra

5. Separação: eliminação de interferências

6. Execução de medidas (sinal analítico x concentração: calibração)

7. Cálculo dos resultados e estimativa de confiabilidade (validação)

8. Ação

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Preparo de Amostra

- A etapa de preparo da amostra é geralmente a mais cara e que envolve mais consumo de tempo e esforço

- O tempo total envolvido na análise pode ser determinado pelo tempo gasto na etapa de preparo da amostra (“Amostragem e preparo de amostra ainda determinam o tempo total de análise e são etapas limitantes do processo”.)

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Preparo de Amostra

- O melhor preparo de amostra é não ter que

prepará-la (Determinação direta de Cd em

urina por ETV-ICP OES)

- Procedimentos “Dilua-e-determine”

- Determinação da composição inorgânica de

leite por ICP’s

- Diluição com água: resultados inexatos!

- Diluição com aminas: OK!

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Escolha do Método

- Determinação de Ca em água

- Determinação de Ca em carbonato de cálcio

- Determinação de Ca em vidro

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Escolha do Método

- Formas de Hg em urina

- Formas de As em frutos do mar

- Cr(VI) em ligas, cimentos, carros etc.

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Cr(VI) – Especiação Redox

US EPA Método 3060A: “…é um procedimento de digestão alcalina desenvolvido para extrair compostos solúveis e insolúveis de solos, lodos e sedimentos. O método foi desenvolvido para extrair todas formas solúveis, adsorvidas e precipitadas de cromo hexavalente e ao mesmo tempo assegurar que nenhum cromo trivalente é oxidado e que nenhum cromo hexavalente é reduzido”.

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Cr(VI) – Especiação Redox

- 2,5 g amostra

- 0,28 mol/L Na2CO3 + 0,5 mol/L NaOH

- 90 – 95 oC

- 1 h

- Determinação?

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Escolha do Método: Parâmetros

- Quais espécies serão determinadas? Quais as faixas de concentrações dessas espécies?

- Qual informação se busca? qualitativa semiquantitativa quantitativa

- Qual o grau de exatidão necessário?

- Quais são os constituintes da matriz da amostra?

- Quais são as propriedades químicas e físicas da amostra bruta? (homogeneidade)

- Quantas amostras serão analisadas? Qual a quantidade de cada amostra disponível para análise?

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Escolha do Método: Requisitos Gerais

- Precisão

- Exatidão

- Seletividade

- Sensibilidade

- Limite de detecção

- Frequência analítica

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Esciolha do Método: Requisitos Especiais

- Microanálise

- Controle de produção

- Química Forense

- Variação temporal

- Especiação química (As, Hg, Cr…)

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Escolha do Método: Restrições

- Custo

- Espaço laboratorial

- Infra-estrutura laboratorial

- Tempo disponível

- Habilidade do analista

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Escolha do Método: Questões

- Trata-se da aplicação de um método padrão ou será necessário desenvolver ou modificar um método e demonstrar sua eficiência?

- Tratando-se da aplicação de um método padrão, o mesmo se aplica para o tipo de matriz presente na amostra?

- Quais os teores de analitos esperados nas amostras?

- Qual a exatidão e a precisão requeridas para efetivo uso dos resultados gerados?

- Trata-se de uma amostra que implica em toxicidade para o analista?

- A amostra requer algum procedimento especial de manipulação (e.g. radioativa, sensível ao ar, higroscópica)?

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Escolha do Método: Questões

- Quantas replicatas são necessárias?

- Qual a quantidade de amostra necessária?

- Qual a quantidade de amostra disponível?

- Qual tipo de frasco deveria ser usado?

- As amostras devem ser preservadas?

- Qual o custo aceitável para a análise?

- Qual a urgência (real) para emissão de

resultados?

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Pré-tratamento de Amostra

- Pré-tratamento da amostra inclui todos

procedimentos para o preparo da amostra no

laboratório

- Pré-tratamento depende do estado original

da amostra

- A maioria das técnicas instrumentais de

medida requer uma etapa prévia de digestão

da amostra

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Pré-tratamento de Amostra

- As principais razões para o pré-tratamento de amostra são:

- Homogeneização

- Dissolução de materiais sólidos

- Separação de substâncias interferentes

- Pré-concentração de analitos

- Ph. Quevauviller, Sci. Tot. Environ.,176:141,1995.

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Pré-tratamento de Amostra

- Operações preliminares de tratamento

geralmente são físicas

- Moagem

- Secagem

- Filtração

- Centrifugação

- Destilação

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Preservação de Amostras

- Liofilização (meio aquoso, alimentos, resíduos)

- Irradiação (amostras biológicas) – estabilidade do analito precisa ser estabelecida

- Antioxidantes (amostras líquidas) – avalie efeitos de interferência específicos

- Anticoagulantes (sangue e amostras clínicas) – contaminação

- Autoclave (fluidos biológicos e solos) – avalie efeitos de interferência específicos

- Ácidos (água) – evite hidrólise

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Preparo de Amostra: Homogeneização

- Homogeneização – visando obter uma

amostra representativa

- Etapa importante na análise da maioria dos

materiais

- Grau de homogeneidade requerido depende

predominante/e do tamanho da subamostra

- Identificação de heterogeneidades por

análises paralelas de várias subamostras do

mesmo material

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Preparo de Amostra: Homogeneização

- Aspecto crítico: contaminação (amostra pode ser

mais dura que o material do dispositivo usado para

moagem)

- Reações químicas: oxidação Fe(II); perda de água

- Materiais moles:

- Moinhos de alta velocidade

- Liofilização pulverização

- Materiais duros:

- Moinhos de bolas

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Engelsen & Wibetoe, Fresenius J. Anal. Chem.,366:494,2000.

Temperatura ambiente Moagem criogênica

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Sequência Analítica

- Amostragem

- Moagem / homogeneização (10 min – 2 h)

- Amostra representativa

- Pesagem (3 - 5 min)

- Digestão (30 min to 48 h)

- Diluição (3 – 5 min)

- Medida (2 – 10 min)

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Digestão de Amostra

Dissolução é definida como o simples processo de

dissolver uma substância em um líquido sob

temperatura relativamente baixa

O termo digestão (decomposição) se refere a um

processo mais complexo que geralmente é

conduzido sob maior temperatura e/ou sob maior

pressão com a ajuda de reagentes e dispositivos

especiais.

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Digestão de Amostra

Biológica

C2H4 + 12 HNO3 Δ 12 NO2↑ + 8 H2O + 2 CO2↑

Geológica

SiO2 + 4 HF Δ 2 H2O + SiF4↑

Metais

Cu + 2 HCl Δ H2↑ + Cu2+ + 2 Cl-

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Digestão de Amostra

“A digestão de amostra desempenha uma

papel central na maioria dos processos

analíticos, mas não é frequentemente

reconhecida como uma etapa importante

em química analítica, com atenção especial

sendo direcionada para a etapa de

determinação.”

H. Matusiewicz, Wet digestion Methods, In: Z. Mester and R.E.

Sturgeon, Eds., Sample Preparation for Trace Element

Analysis. Elsevier, 2003.

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Digestão de Amostra

1. Digestão por via úmida

2. Combustão

3. Fusão

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Digestão de Amostra

1. Digestão por via úmida

1.1. Sistemas abertos

1.2. Sistemas fechados

2. Combustão

2.1. Sistemas abertos

2.2. Sistemas fechados

2.3. Sistemas dinâmicos

3. Fusão

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Digestão de Amostra

1. Digestão por via úmida

1.1. Sistemas abertos

1.2. Sistemas fechados

com aquecimento convencional

com aquecimento assistido por radiação micro-ondas

2. Combustão

2.1. Sistemas abertos

Via seca

Combustão sob baixa temperatura

2.2. Sistemas fechados

Combustão em frasco fechado

com aquecimento convencional

com aquecimento assistido por radiação micro-ondas

2.3. Sistemas dinâmicos

3. Fusão

com aquecimento convencional

com aquecimento assistido por radiação micro-ondas

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Preparo de Amostra – Ideal

Segurança

Multi-elementar

Frequência analítica (tempo)

Volume do digerido? Reagentes? Custo?

Resíduos? (Química Verde)

Experiência do analista

Baixa acidez residual

Baixo conteúdo de sólidos dissolvidos

Baixo teor de carbono residual (RCC)

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Efeito do Teor de Carbono Residual

sobre Determinações Analíticas

1. ICP-MS Interferência poliatômica: e.g. 52Cr+ (12C40Ar+) e 53Cr+ (13C40Ar+)

2. HGAAS: As e Se (elevado sinal de fundo e supressão de sinal)

3. Polarografia: Supressão de sinal de Cd e Pb

4. Digestão incompleta pode diminuir a liberação do analito da matriz

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A etapa de pré-tratamento pode

afetar…

- A exatidão e confiabilidade do resultado.

- A quantidade total de tempo e esforço

envolvidos na execução da análise. Muitos

métodos instrumentais de análise requerem

pré-tratamento de amostra mais simples que

os métodos clássicos.

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Avaliação de um procedimento de digestão

- Perda de analitos (As, Hg, S, Se, I)

- Contaminação (adsorção, dessorção)

- Eficiência de digestão (teor de carbono residual –

RCC)

- Tempo

- Energia necessária

- Trabalho requerido

- Frequência analítica

- Automação

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Preparo de Amostra – Desafios Críticos

- Frequência analítica

- Procedimentos gerais

- Reagentes: propriedades, compatibilidade com

técnica instrumental, pureza, segurança e custo

- Análise de Traços

- 1 ppb = 1 µg / L 1 s em 31,7 anos

- Análise de especiação

- Castanha do Pará

- Elevados teores de Se

- Elevados teores de Ba

- Formas químicas?