aspectos gerais na elaboração das demonstrações ... · conselho regional de contabilidade do...

53
CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADE DO RIO GRANDE DO SUL Aspectos Gerais na Elaboração das Demonstrações Financeiras das Empresas PALESTRANTE PAULO C PAULO C É É SAR TAVARES SAR TAVARES Janeiro/2013

Upload: dangtruc

Post on 07-Nov-2018

215 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADE DO RIO GRANDE DO SUL

Aspectos Gerais na Elaboração das Demonstraçõ es Financeiras das Empresas

PALESTRANTE

PAULO CPAULO CÉÉSAR TAVARESSAR TAVARES

Janeiro/2013

1 – A Contabilidade sob a ótica da Lei ComercialLei nº 6.404, de 15 de Dezembro de 1976

Lei das Sociedades por Ações

LEI No 6.404, DE 15 DE DEZEMBRO DE 1976.Demonstrações Financeiras

Disposições GeraisArt. 176. Ao fim de cada exercício social, a diretoria fará elaborar, com base na

escrituração mercantil da companhia, as seguintes demonstrações financeiras, que deverão exprimir com clareza a situação do patrimônio da companhia e as mutações ocorridas no exercício:

I - balanço patrimonial;II - demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados;III - demonstração do resultado do exercício; eIV – demonstração dos fluxos de caixa; e (Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007)

V – se companhia aberta, demonstração do valor adicionado. (Incluído pela Lei nº11.638,de 2007)

§ 6o A companhia fechada com patrimônio líquido, na data do balanço, inferior a R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais) não será obrigada à elaboração e publicação da demonstração dos fluxos de caixa. (Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007)

Balanço Patrimonial

Grupo de Contas

• Art. 178. No balanço, as contas serão classificadas segundo os elementos do patrimônio que registrem, e agrupadas de modo a facilitar o conhecimento e a análise da situação financeira da companhia.

• § 1º No ativo, as contas serão dispostas em ordem decrescente de grau de liquidez dos elementos nelas registrados, nos seguintes grupos:

•I – ativo circulante; e (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)

• II – ativo não circulante, composto por ativo realizável a longo prazo, investimentos, imobilizado e intangível. (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)

• § 2º No passivo, as contas serão classificadas nos seguintes grupos:

•I – passivo circulante; (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)

•II – passivo não circulante; e (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)

•III – patrimônio líquido, dividido em capital social, reservas de capital, ajustes de avaliação patrimonial, reservas de lucros, ações em tesouraria e prejuízos acumulados.

Ativo

Art. 179. As contas serão classificadas do seguinte modo:• I - no ativo circulante: as disponibilidades, os direitos realizáveis no curso do exercício social subseqüente e as aplicações de recursos em despesas do exercício seguinte;

• II - no ativo realizável a longo prazo: os direitos realizáveis após o término do exercício seguinte, assim como os derivados de vendas, adiantamentos ou empréstimos a sociedades coligadas ou controladas (artigo 243), diretores, acionistas ou participantes no lucro da companhia, que não constituírem negócios usuais na exploração do objeto da companhia;

• III - em investimentos: as participações permanentes em outras sociedades e os direitos de qualquer natureza, não classificáveis no ativo circulante, e que não se destinem à manutenção da atividade da companhia ou da empresa;

• IV – no ativo imobilizado: os direitos que tenham por objeto bens corpóreos destinados à manutenção das atividades da companhia ou da empresa ou exercidos com essa finalidade, inclusive os decorrentes de operações que transfiram à companhia os benefícios, riscos e controle desses bens; (Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007)

• VI – no intangível: os direitos que tenham por objeto bens incorpóreos destinados àmanutenção da companhia ou exercidos com essa finalidade, inclusive o fundo de comércio adquirido. (Incluído pela Lei nº 11.638,de 2007)

Passivo Exigível

• Art. 180. As obrigações da companhia, inclusive financiamentos para aquisição de direitos do ativo não circulante, serão classificadas no passivo circulante, quando se vencerem no exercício seguinte, e no passivo não circulante, se tiverem vencimento em prazo maior, observado o disposto no parágrafo único do art. 179 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº11.941, de 2009)

Critérios de Avaliação do Ativo• Art. 183. No balanço, os elementos do ativo serão avaliados segundo os seguintes critérios:

Critérios de Avaliação do Passivo• Art. 184. No balanço, os elementos do passivo serão avaliados de acordo com os seguintes critérios:

• I - as obrigações, encargos e riscos, conhecidos ou calculáveis, inclusive Imposto sobre a Renda a pagar com base no resultado do exercício, serão computados pelo valor atualizado até a data do balanço;

• II - as obrigações em moeda estrangeira, com cláusula de paridade cambial, serão convertidas em moeda nacional à taxa de câmbio em vigor na data do balanço;

Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados

Art. 186. A demonstração de lucros ou prejuízos acumulados discriminará:

• I - o saldo do início do período, os ajustes de exercícios anteriores e a correção monetária do saldo inicial;

• II - as reversões de reservas e o lucro líquido do exercício;

• III - as transferências para reservas, os dividendos, a parcela dos lucros incorporada ao capital e o saldo ao fim do período.

• § 1º Como ajustes de exercícios anteriores serão considerados apenas os decorrentes de efeitos da mudança de critério contábil, ou da retificação de erro imputável a determinado exercício anterior, e que não possam ser atribuídos a fatos subsequentes.

Demonstração do Resultado do Exercício

Art. 187. A demonstração do resultado do exercício discriminará:

• I - a receita bruta das vendas e serviços, as deduções das vendas, os abatimentos e os impostos;

• II - a receita líquida das vendas e serviços, o custo das mercadorias e serviços vendidos e o lucro bruto;

• III - as despesas com as vendas, as despesas financeiras, deduzidas das receitas, as despesas gerais e administrativas, e outras despesas operacionais;

• IV – o lucro ou prejuízo operacional, as outras receitas e as outras despesas; (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009)

• V - o resultado do exercício antes do Imposto sobre a Renda e a provisão para o imposto;

• VI – as participações de debêntures, empregados, administradores e partes beneficiárias, mesmo na forma de instrumentos financeiros, e de instituições ou fundos de assistência ou previdência de empregados, que não se caracterizem como despesa; (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009)

• VII - o lucro ou prejuízo líquido do exercício e o seu montante por ação do capital social.

Demonstrações dos Fluxos de Caixa e do Valor Adicionado(Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007)

Art. 188. As demonstrações referidas nos incisos IV e V do caput do art. 176 desta Lei indicarão, no mínimo: (Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007)

•I – demonstração dos fluxos de caixa – as alterações ocorridas, durante o exercício, no saldo de caixa e equivalentes de caixa, segregando-se essas alterações em, no mínimo, 3 (três) fluxos: (Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007)

• a) das operações; (Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007)

• b) dos financiamentos; e (Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007)

• c) dos investimentos; (Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007)

• II – demonstração do valor adicionado – o valor da riqueza gerada pela companhia, a sua distribuição entre os elementos que contribuíram para a geração dessa riqueza, tais como empregados, financiadores, acionistas, governo e outros, bem como a parcela da riqueza não distribuída. (Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007)

SEÇÃO I

Lucro

Dedução de Prejuízos e Imposto sobre a Renda

• Art. 189. Do resultado do exercício serão deduzidos, antes de qualquer

participação, os prejuízos acumulados e a provisão para o Imposto sobre a

Renda.

• Parágrafo único. o prejuízo do exercício será obrigatoriamente

absorvido pelos lucros acumulados, pelas reservas de lucros e pela reserva

legal, nessa ordem.

2 - Regras aplicáveis às PMES – Pequenas e Médias Empresas – Resolução CFC nº 1255/2009

- Demonstrações Contábeis Obrigatórias

- Aspectos Formais das Demonstrações Contábeis

1. PMEs - PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS

•A Resolução CFC 1.255, de 10.12.2009, publicada no DOU de 17.12.2009,

aprovou a NBC T 19.41, que dispõe sobre a contabilidade a ser aplicada às

pequenas e médias empresas,assim como suas características e

conceituação, no âmbito da convergência às regras internacionais, que

deverão ser aplicadas compulsóriamente aos exercícios sociais iniciados a

partir de 1º de janeiro de 2010.

• 1.a - CONCEITO DE PMEs - PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS

• 1.b - PESSOAS JURÍDICAS ABRANGIDAS PELO CONCEITO DE PMEs

SOCIEDADES POR AÇÕES

• As sociedades por ações, fechadas (sem negociação de suas ações ou outros instrumentos patrimoniais ou de dívida no mercado e que não possuam ativos em condição fiduciária perante um amplo grupo de terceiros), mesmo que obrigadas à publicação de suas demonstrações contábeis, são tidas, para fins da Resolução CFC 1.255/2009, como pequenas e médias empresas, desde que não enquadradas pela Lei 11.638/2007 como SGP - Sociedades de Grande Porte.

SOCIEDADES LIMITADAS E OUTRAS SOCIEDADES

• As sociedades limitadas e demais sociedades comerciais, desde que não enquadradas pela Lei 11.638/2007 como SGP - Sociedades de Grande Porte, também são tidas, para fins da Resolução CFC 1.255/2009, como pequenas e médias empresas.

2. ASPECTOS DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS DAS PMEs

•O objetivo das demonstrações contábeis de pequenas e médias empresas é

oferecer informação sobre a posição financeira definida em seu balanço

patrimonial, o desempenho demonstrado em sua demonstração de resultado

e de resultado abrangente, e a demonstração de fluxos de caixa da entidade,

que é útil para a tomada de decisão por vasta gama de usuários que não está

em posição de exigir relatórios feitos sob medida para atender suas

necessidades particulares de informação.

3. CARACTERÍSTICAS DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS DAS PMEs

COMPREENSIBILIDADE

•A informação apresentada em demonstrações contábeis deverá ser apresentada de modo a torná-la compreensível por usuários que têm conhecimento razoável de negócios e de atividades econômicas e de contabilidade, e a disposição de estudar a informação com razoável diligência.

RELEVÂNCIA

•A informação fornecida em demonstrações contábeis deverá ser relevante para as necessidades de decisão dos usuários. A informação tem a qualidade da relevância quando é capaz de influenciar as decisões econômicas de usuários, ajudando-os a avaliar acontecimentos passados, presentes e futuros ou confirmando, ou corrigindo, suas avaliações passadas.

MATERIALIDADE

•A informação será de cunho material e, portanto tem relevância se sua omissão ou erro puder influenciar as decisões econômicas de usuários, tomadas com base nas demonstrações contábeis.

CONFIABILIDADE

•A informação fornecida nas demonstrações contábeis deverá ser confiável. A informação é confiável quando está livre de desvio substancial e viés, e representa adequadamente aquilo que tem a pretensão de representar ou seria razoável de se esperar que representasse.

PRIMAZIA DA ESSÊNCIA SOBRE A FORMA

• Transações e outros eventos e condições deverão ser contabilizados e apresentados de acordo com sua essência e não meramente sob sua forma legal. Isso aumenta a confiabilidade das demonstrações contábeis.

PRUDÊNCIA

•As incertezas que inevitavelmente cercam muitos eventos e circunstâncias são reconhecidas pela divulgação de sua natureza e extensão e pelo exercício da prudência na elaboração das demonstrações contábeis.

INTEGRALIDADE

•Para ser confiável, a informação constante das demonstrações contábeis deverá ser completa, dentro dos limites da materialidade e custo.

COMPARABILIDADE

•Os usuários deverão ser capazes de comparar as demonstrações contábeis da entidade ao longo do tempo, a fim de identificar tendências em sua posição patrimonial e financeira e no seu desempenho.

TEMPESTIVIDADE

•Para ser relevante, a informação contábil deverá ser capaz de influenciar as decisões econômicas dos usuários. Tempestividade envolve oferecer a informação dentro do tempo de execução da decisão.

EQUILIBRIO ENTRE CUSTO E BENEFÍCIO

•Os benefícios derivados da informação deverão exceder o custo de produzi-la. A avaliação dos custos e benefícios é, em essência, um processo de julgamento.

4. REGIME DE COMPETÊNCIA

•A entidade deverá elaborar suas demonstrações contábeis, exceto informações de fluxo de caixa, usando o regime contábil de competência.

•No regime de competência, os itens são reconhecidos como ativos, passivos, patrimônio líquido, receitas ou despesas quando satisfazem as definições e critérios de reconhecimento para esses itens.

5 - CONJUNTO COMPLETO DE DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

O conjunto completo de demonstrações contábeis da entidade deverá incluir todas as seguintes demonstrações:

a) BP - Balanço Patrimonial ao final do período;

b) DRE - Demonstração do Resultado do período de divulgação;

c) DRA - Demonstração do Resultado Abrangente do período de divulgação.A demonstração do resultado abrangente poderá ser apresentada em quadro

demonstrativo próprio ou dentro das mutações do patrimônio líquido. A demonstração do resultado abrangente, quando apresentada separadamente, começa com o resultado do período e se completa com os itens dos outros resultados abrangentes;

d) DMPL - Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido para o período de divulgação;

e) DFC - Demonstração dos Fluxos de Caixa para o período de divulgação;

f) NE - Notas Explicativas, compreendendo o resumo das políticas contábeis significativas e outras informações explanatórias.

3 – RESOLUÇÃO CFC nº 1.418/2012

Aprova a ITG 1000 – Modelo Contábil para

Microempresa e Empresa de Pequeno Porte.

NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADEITG 1000 – MODELO CONTÁBIL PARA MICROEMPRESA E

EMPRESA DE PEQUENO PORTE

1 -Alcance1. Esta Interpretação estabelece critérios e procedimentos simplificados a serem observados pelas entidades definidas

e abrangidas pela NBC TG 1000 – Contabilidade para Pequenas e Médias Empresas, que optarem pela adoção desta Interpretação, conforme estabelecido no item 2.

2. Esta Interpretação é aplicável somente às entidades definidas como “Microempresa e Empresa de Pequeno

Porte”, conforme definido no item 3.

3. Para fins desta Interpretação, entende-se como “Microempresa e Empresa de Pequeno Porte” a sociedade empresária, a sociedade simples, a empresa individual de responsabilidade limitada ou o empresário a que se refere o Art. 966 da Lei n.º 10.406/02, que tenha auferido, no

ano calendário anterior, receita bruta anual até os limites previstos nos incisos I e II do Art. 3º da Lei Complementar

n.º 123/06.

• 4. A adoção dessa Interpretação não desobriga a microempresa e a empresa de pequeno porte a manutenção de escrituração contábil uniforme dos seus atos e fatos administrativos que provocaram, ou possam vir a provocar, alteração do seu patrimônio.

• 5. A microempresa e a empresa de pequeno porte que optarem pela adoção desta Interpretação devem avaliar as exigências requeridas de outras legislações que lhe sejam aplicáveis.

• 6. A microempresa e a empresa de pequeno porte que não optaram pela adoção desta Interpretação devem continuar a adotar a NBC TG 1000 ou as Normas Brasileiras de Contabilidade Técnicas Gerais completas, quando aplicável.

2 - Escrituração

8. A escrituração contábil deve ser realizada com observância aos Princípios de Contabilidade, aprovados pela Resolução CFC n.º750/93, e em conformidade com as disposições contidas nesta Interpretação.

9. As receitas, as despesas e os custos do período da entidade devem ser escriturados contabilmente, de acordo com o regime de competência.

10. Os lançamentos contábeis no Livro Diário devem ser feitos diariamente. É permitido, contudo, que os lançamentos sejam feitos ao final de cada mês, desde que tenham como suporte os livros ou outros registros auxiliares escriturados em conformidade com a ITG 2000 – Escrituração Contábil, aprovada pela Resolução CFC n.º 1.330/11.

11. Para transações ou eventos materiais que não estejam cobertos por esta Interpretação, a entidade deve utilizar como referência os requisitos apropriados estabelecidos na ITG 2000 –Escrituração Contábil e na NBC TG 1000 –Contabilidade para Pequenas e Médias Empresas.

12. Para salvaguardar a sua responsabilidade, o profissional da Contabilidade deve obter Carta de Responsabilidade da administração da entidade para a qual presta serviços, podendo, para tanto, seguir o modelo sugerido no Anexo 1 desta Interpretação.

13. A Carta de Responsabilidade deve ser obtida conjuntamente com o contrato de prestação de serviços contábeis de que trata a Resolução CFC n.º987/03 e renovada ao término de cada exercício social.

14. A Carta de Responsabilidade tem por objetivo salvaguardar o profissional da Contabilidade no que se refere a sua responsabilidade pela realização da escrituração contábil do período-base encerrado, segregando-a e distinguindo-a das responsabilidades da administração da entidade, sobretudo no que se refere à manutenção dos controles internos e ao acesso às informações.

3 - Critérios e procedimentos contábeis

15. O custo dos estoques deve compreender todos os custos de aquisição, transformação e outros custos incorridos para trazer os estoques ao seu local e condição de consumo ou venda.

16. O custo dos estoques deve ser calculado considerando os custos individuais dos itens, sempre que possível. Caso não seja possível, o custo dos estoques deve ser calculado por meio do uso do método “Primeiro que Entra, Primeiro que Sai” (PEPS) ou o método do custo médio ponderado. A escolha entre o PEPS e o custo médio ponderado é uma política contábil definida pela entidade e, portanto, esta deve ser aplicada consistentemente entre os períodos.

17. Os estoques devem ser mensurados pelo menor valor entre o custo e o valor realizável líquido. Para estoques de produtos acabados, o valor realizável líquido corresponde ao valor estimado do preço de venda no curso normal dos negócios menos as despesas necessárias estimadas para a realização da venda. Para estoques de produtos em elaboração, o valor realizável líquido corresponde ao valor estimado do preço de venda no curso normal dos negócios menos os custos estimados para o término de sua produção e as despesas necessárias estimadas para a realização da venda

18. Um item do ativo imobilizado deve ser inicialmente mensurado pelo seu custo. O custo do ativo imobilizado compreende o seu preço de aquisição, incluindo impostos de importação e tributos não recuperáveis, além de quaisquer gastos incorridos diretamente atribuíveis ao esforço de trazê-lo para sua condição de operação. Quaisquer descontos ou abatimentos sobre o valor de aquisição devem ser deduzidos do custo do imobilizado.

19. O valor depreciável (custo menos valor residual) do ativo imobilizado deve ser alocado ao resultado do período de uso, de modo uniforme ao longo de sua vida útil. É recomendável a adoção do método linear para cálculo da depreciação do imobilizado, por ser o método mais simples.

20 Se um item do ativo imobilizado apresentar evidências de desvalorização, passando a ser improvável que gerarábenefícios econômicos futuros ao longo de sua vida útil, o seu valor contábil deve ser reduzido ao valor recuperável, mediante o reconhecimento de perda por desvalorização ou por não recuperabilidade (impairment).

21. São exemplos de indicadores da redução do valor recuperável, que requerem o reconhecimento de perda por desvalorização ou por não recuperabilidade:

(a) declínio significativo no valor de mercado;(b) obsolescência;(c) quebra.

22. Terreno geralmente possui vida útil indefinida e, portanto, não deve ser depreciado. Edificação possui vida útil limitada e, portanto, deve ser depreciado.

23. As receitas de venda de produtos, mercadorias e serviços da entidade devem ser apresentadas líquidas dos tributos sobre produtos, mercadorias e serviços, bem como dos abatimentos e devoluções, conforme exemplificado no Anexo 3 desta Interpretação.

24. A receita de prestação de serviço deve ser reconhecida na proporção em que o serviço for prestado.

25. Quando houver incerteza sobre o recebimento de valor a receber de clientes, deve ser feita uma estimativa da perda. A perda estimada com créditos de liquidação duvidosa deve ser reconhecida no resultado do período, com redução do valor a receber de clientes por meio de conta retificadora denominada “perda estimada com créditos de liquidação duvidosa”.

4 - Demonstrações contábeis

26. A entidade deve elaborar o Balanço Patrimonial, a Demonstração do Resultado e as Notas Explicativas ao final de cada exercício social. Quando houver necessidade, a entidade deve elaborá-los em períodos intermediários.

27. A elaboração do conjunto completo das Demonstrações Contábeis, incluindo além das previstas no item 26, a Demonstração dos Fluxos de Caixa, a Demonstração do Resultado Abrangente e a Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido, apesar de não serem obrigatórias para as entidades alcançadas por esta Interpretação, é estimulada pelo Conselho Federal de Contabilidade.

28. As Demonstrações Contábeis devem ser identificadas, no mínimo, com as seguintes informações:

(a) a denominação da entidade;

(b) a data de encerramento do período de divulgação e o período coberto; e

(c) a apresentação dos valores do período encerrado na primeira coluna e na segunda, dos valores do período anterior.

29. No Balanço Patrimonial, a entidade deve classificar os ativos como Ativo Circulante e Não Circulante e os passivos como Passivo Circulante e Não Circulante.

30. O Ativo deve ser classificado como Ativo Circulante quando se espera que seja realizado até 12 meses da data de encerramento do balanço patrimonial. Nos casos em que o ciclo operacional for superior a 12 meses, prevalece o ciclo operacional.

31. Todos os outros ativos devem ser classificados como Ativo Não Circulante.

32. O Passivo deve ser classificado como Passivo Circulante quando se espera que seja exigido até 12 meses da data de encerramento do balanço patrimonial. Nos casos em que o ciclo operacional for superior a 12 meses, prevalece o ciclo operacional.

33. Todos os outros passivos devem ser classificados como Passivo Não Circulante.

34. No mínimo, o Balanço Patrimonial deve incluir e evidenciar os grupos de contas apresentados no Anexo 2 desta Interpretação.

35. No mínimo, a Demonstração do Resultado deve incluir e evidenciar os grupos de contas apresentados no Anexo 3 desta Interpretação.

36. Itens adicionais, nomes de grupos e subtotais devem ser apresentados no Balanço Patrimonial ou na Demonstração do Resultado se forem relevantes e materiais para a entidade.

37. As despesas com tributos sobre o lucro devem ser evidenciadas na Demonstração do Resultado do período.

38. Quaisquer ganhos ou perdas, quando significativos, por serem eventuais e não decorrerem da atividade principal e acessória da entidade, devem ser evidenciados na Demonstração do Resultado separadamente das demais receitas, despesas e custos do período.

39.No mínimo, as Notas Explicativas às Demonstrações Contábeis devem incluir:

(a) declaração explícita e não reservada de conformidade com esta Interpretação;

(b) descrição resumida das operações da entidade e suas principais atividades;

(c) referência às principais práticas contábeis adotadas na elaboração das demonstrações contábeis;

(d) descrição resumida das políticas contábeis significativas utilizadas pela entidade;

(e) descrição resumida de contingências passivas, quando houver; e

(f) qualquer outra informação relevante para a adequada compreensão das demonstrações contábeis.

5 - Plano de contas simplificado

40. O Plano de Contas, mesmo que simplificado, deve ser elaborado considerando-se as especificidades e natureza das operações realizadas, bem como deve contemplar as necessidades de controle de informações no que se refere aos aspectos fiscais e gerenciais.

41. O Plano de Contas Simplificado, apresentado no Anexo 4 desta Interpretação, deve conter, no mínimo, 4 (quatro) níveis, conforme segue:

Nível 1: Ativo; Passivo e Patrimônio Líquido; e Receitas, Custos e Despesas (Contas de Resultado).

Nível 2: Ativo Circulante e Ativo Não Circulante.Passivo Circulante, Passivo Não Circulante e Patrimônio Líquido.Receitas de Venda, Outras Receitas Operacionais, Custos e Despesas Operacionais.

Nível 3: Contas sintéticas que representam o somatório das contas analíticas que recebem os lançamentos contábeis, como, por exemplo, Caixa e Equivalentes de Caixa.

Nível 4: Contas analíticas que recebem os lançamentos contábeis, como, por exemplo, Bancos Conta Movimento.

42. Uma exemplificação dos 4 (quatro) níveis descritos no item 41 é a seguinte:

Nível 1 – Ativo

Nível 2 – Ativo Circulante

Nível 3 – Caixa e Equivalentes de Caixa

Nível 4 – Bancos Conta Movimento

4 – Alterações introduzidas pelas Leis nº 11.638/2007 e 11.941/2009

A. DFC - DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA

A DOAR - Demonstrações das Origens e Aplicações de Recursos foi substituída pela DFC - DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA .

As Companhias Fechadas com PL - Patrimônio Líquido, na data do balanço, em valor total inferior a R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais) não está obrigada àelaboração e publicação da DFC - DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA.

B. DVA - DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO

Para as CIAS ABERTAS, fica obrigada a elaboração da DVA –DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO .

.

C. CVM

Determina ainda a Lei 11.638/2007, que as normas expedidas pela

CVM - Comissão de Valores Mobiliários deverão ser elaboradas em

consonância com os PADRÕES INTERNACIONAIS DE CONTABILIDADE

adotados nos principais mercados de valores mobiliários.

Foi acrescentado também pela Lei 11.638/2007, dispositivo que permite às

Companhias Fechadas optar pelas normas sobre demonstrações financeiras

expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários para as Companhias Abertas.

D. ATIVO E PASSIVO – GRUPOS E CONTAS

A Lei 11.638/2007 modificou a nomenclatura de alguns grupos de contas, passando o grupo do ATIVO PERMANENTE a ser dividido em Investimentos, Imobilizado, Intangível e Diferido, e o PATRIMÔNIO LÍQUIDO que perdeu a Reserva de Reavaliação e ganhou a conta de “Ajustes de Avaliação Patrimonial ”.

Considerando assim:Ativo Imobilizado : os direitos que tenham por objeto bens corpóreosdestinados à manutenção das atividades da companhia ou da empresa ou exercidos com essa finalidade, inclusive os decorrentes de operações que transfiram à companhia os benefícios, riscos e controle desses bens;

Diferido : as despesas pré-operacionais e os gastos de reestruturação que contribuirão, efetivamente, para o aumento do resultado de mais de um exercício social e que não configurem tão-somente uma redução de custos ou acréscimo na eficiência operacional;

Intangível : os direitos que tenham por objeto bens incorpóreos destinados àmanutenção da companhia ou exercidos com essa finalidade, inclusive o fundo de comércio adquirido.

E. Reservas de Capital

Foram excluídos das Reservas de Capital os valores relativos ao “Prêmio Recebido na Emissão de Debêntures ” e as “Doações e Subvenções para Investimentos ”.

Reserva de Incentivos Fiscais

Foi incluído o art. 195-A na Lei 6.404/76, que instituiu a Reserva de Incentivos Fiscais e possibilitou a destinação da parcela do lucro que for decorrente de doações ou subvenções governamentais para investimentos, para esta Reserva de Incentivos Fiscais.

F. Sociedades de Grande Porte

O art. 3º da Lei 11.638/2007 conceitua as Sociedades de Grande Porte (exercício social anterior, ativo total superior a R$ 240.000.000,00 ou receita bruta anual superior a R$ 300.000.000,00), e dispõe sobre a aplicação da Lei 6.404/76 na elaboração de demonstrações financeiras e a obrigatoriedade de auditoria independente.

LALUR – ESCRITURAÇÃO DO LIVRO DE APURAÇÃO DO LUCRO R EAL

1. LALUR - Livro de Apuração do Lucro Real

O Livro de Apuração do Lucro Real possui suas folhas

numeradas tipograficamente e é dividido em duas partes distintas, cada uma

delas contendo 50% das folhas, sendo as duas partes reunidas em um só

volume, encadernado, a saber:

a) Parte "A" - destinada aos lançamentos de ajustes do lucro líquido do período-

base e à transcrição da demonstração do lucro real;

b) Parte "B" - destinada ao controle dos valores que devam influenciar a

determinação do lucro real de períodos-base futuros e que não constem da

escrituração comercial.

2. ÉPOCA DA ESCRITURAÇÃO DO LALUR

A Demonstração do Lucro Real deverá ser escriturada na Parte “A”

do LALUR por ocasião do encerramento de cada período-base de apuração

do lucro real, ou seja:

a) trimestralmente, se a empresa efetuar os cálculos do Imposto de Renda

com base no lucro real trimestral; ou,

b) anualmente, em 31 de dezembro, se a empresa optar pelo cálculo do

imposto de renda mensal por estimativa com base na receita bruta; ou ainda,

c) mensalmente, se a empresa optar pelo cálculo do Imposto de renda

mensal por estimativa com base no lucro real acumulado (suspensão ou

redução);

Obs. Os registros da parte "B" do LALUR (baixas) serão efetuados no final do

período-base;

3. DEMONSTRAÇÃO DO LUCRO REAL

Após o último lançamento de ajuste do lucro líquido, deve-se

transcrever a Demonstração do Lucro Real, obedecendo ao modelo instituído

pela IN SRF 28/78, contendo:

a) o resultado constante da escrituração comercial, apurado no período-base de

incidência;

b) as adições ao lucro líquido, discriminadas item por item, agrupados os valores

de acordo com a sua natureza e a soma das adições;

c) as exclusões do lucro líquido, discriminadas item por item, agrupados os

valores de acordo com a natureza e a soma das exclusões;

d) o subtotal obtido pela soma algébrica do resultado do período-base com as

adições e exclusões;

e) as compensações de prejuízos fiscais que estejam sendo efetivadas;

f) o lucro real ou prejuízo fiscal do período-base.

4. PARTE “B” DO LALUR

Na parte "B" do LALUR - Livro de Apuração do Lucro Real,

concomitantemente com os lançamentos de ajustes efetuados na parte "A" do

livro ou no final de cada período-base (trimestral, acumulado ou anual), serão

efetuados os controles dos valores que devam influenciar a determinação do

lucro real de períodos-base subseqüentes utilizando-se uma folha para cada

conta ou fato que requeira controle individualizado (IN SRF 28/78).

1 RTT – REGIME TRIBUTÁRIO DE TRANSIÇÃO

O RTT - Regime Tributário de Transição é um sistema que teve vigência

optativa restrita aos anos-calendários de 2008 e 2009.

A opção pelo RTT foi efetuada com a entrega da DIPJ relativa ao Exercício

Financeiro de 2009 ano-calendário de 2008.

1.1 RTT Obrigatório a partir de 2010

A partir do ano-calendário de 2010 o RTT transformou-se em Regime

Obrigatório , com vigor até a edição de lei que discipline os efeitos tributários

dos novos métodos e critérios contábeis, buscando a neutralidade tributária

sendo de aplicação obrigatória ao Lucro Real, Presumido e Ar bitrado .

1.2 O que é o RTT

O RTT – Regime Tributário de Transição consiste em ajustar as alterações

introduzidas pela Lei 11.638 de 2007 e pelos artigos 37 e 38 da Lei 11.941 de

2009, que modificaram o critério de reconhecimento de receitas, custos e

despesas computadas na escrituração contábil (Resultado Societário), para

apuração do lucro líquido do exercício definido no art. 191 da Lei 6.404, de 15

de dezembro de 1976 (Lei das Sociedades por Ações), e que, sob a ótica

fiscal, não deverão gerar efeitos para fins de apuração do lucro real (LALUR) e

da base de cálculo da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (DRA) da

pessoa jurídica tributada pelo Lucro Real (Resultado Tributário), assim como

para o Lucro Presumido, Arbitrado e Pis/Pasep e Cofins, devendo ser

considerados, para fins tributários, os métodos e critérios contábeis vigentes

até 31 de dezembro de 2007 .

1.3 Instrução Normativa RFB 949, de 16.06.2009 - DOU de 17.06.2009...............

Capítulo IIIDo Controle Fiscal Contábil de Transição (FCont)

Art. 7º Fica instituído o Controle Fiscal Contábil de Transição (FCONT) para fins de registros auxiliares previstos no inciso II do § 2º do art. 8º do Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, destinado obrigatória e exclusivamente às pessoas jurídicas sujeitas cumulativamente ao Lucro Real e ao RTT.

Art. 8º O FCONT é uma escrituração, das contas patrimoniais e de resultado, em partidas dobradas, que considera os métodos e critérios contábeis aplicados pela legislação tributária, nos termos do art. 2º.

..................

§ 4º A elaboração do FCONT é obrigatória, mesmo no cas o de não existir lançamento com base em métodos e critérios diferent es daqueles prescritos pela legislação tributária, baseada nos critérios contáb eis vigentes em 31 de dezembro de 2007, nos termos do art. 2º. ( Redação dada pela Instrução Normativa RFB 1.139, de 28 de março de 2011 )

Demais Obrigações Acessórias, nos termos da legisla ção tributária federal aplicável:

Empresas sob o regime do Lucro Real:

Obrigações mensais: DCTF, DACON e arquivos digitais da EFD-Contribuições;

Obrigações Anuais: DIPJ, SPED Contábil e FCONT

Empresas sob o regime do Lucro Presumido permanecem dispensadas da Escrituração Contábil Digital – SPED Contábil, se obrigando às regras da EFD – Contribuições a partir da base Janeiro de 2013.

Base legal: Instrução Normativa RFB nº 1.252, de 1º d e março de 2012.............

OBRIGADO!OBRIGADO!