aspectos didÁticos e metodolÓgicos do ensino de quÍmica …

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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA PLANO NACIONAL DE FORMAÇÃO DOCENTE LICENCIATURA EM CIÊNCIAS NATURAIS MARIA DA VERA CRUZ DA TRINDADE CRUZ MARIA DO SOCORRO DE MELO PINHEIRO ASPECTOS DIDÁTICOS E METODOLÓGICOS DO ENSINO DE QUÍMICA EM CIÊNCIAS DO 9º ANO TOMÉ-AÇU/PA 2014

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Page 1: ASPECTOS DIDÁTICOS E METODOLÓGICOS DO ENSINO DE QUÍMICA …

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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA

PLANO NACIONAL DE FORMAÇÃO DOCENTE

LICENCIATURA EM CIÊNCIAS NATURAIS

MARIA DA VERA CRUZ DA TRINDADE CRUZ

MARIA DO SOCORRO DE MELO PINHEIRO

ASPECTOS DIDÁTICOS E METODOLÓGICOS DO ENSINO DE

QUÍMICA EM CIÊNCIAS DO 9º ANO

TOMÉ-AÇU/PA

2014

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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA

PLANO NACIONAL DE FORMAÇÃO DOCENTE

LICENCIATURA EM CIÊNCIAS NATURAIS

MARIA DA VERA CRUZ DA TRINDADE CRUZ

MARIA DO SOCORRO DE MELO PINHEIRO

ASPECTOS DIDÁTICOS E METODOLÓGICOS DO ENSINO DE

QUÍMICA EM CIÊNCIAS DO 9º ANO

Trabalho de Conclusão de Curso

apresentado a Universidade Federal Rural

da Amazônia– UFRA, como requisito para

a obtenção do grau de Licenciado Pleno

em Ciências Naturais orientado pela Prof.

MSc. Francisca Ryane Bezerra da Silva.

TOMÉ-AÇU/PA

2014

Page 3: ASPECTOS DIDÁTICOS E METODOLÓGICOS DO ENSINO DE QUÍMICA …

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MARIA DA VERA CRUZ DA TRINDADE CRUZ

MARIA DO SOCORRO DE MELO PINHEIRO

ASPECTOS DIDÁTICOS E METODOLÓGICOS DO ENSINO DE QUÍMICA EM

CIÊNCIAS DO 9º ANO

Trabalho de Conclusão de Curso

defendido pelas alunas Maria do Socorro

de Melo Pinheiro e Maria da Vera Cruz da

Trindade Cruz e aprovada em

___/___/_____ pela banca examinadora

constituída pelas professoras.

__________________________________________________________

Profº. MSc. Francisca Ryane Bezerra da Silva Orientadora

__________________________________________________________ Proª MSc. Carla Kellen

__________________________________________________________ Proª MSc. Claudia do Socorro Miranda

TOMÉ-AÇU/PA

2014

Page 4: ASPECTOS DIDÁTICOS E METODOLÓGICOS DO ENSINO DE QUÍMICA …

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"Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar

possibilidades para sua produção ou a sua

construção. Quem ensina aprende ao ensinar e

quem aprende ensina ao aprender."

Paulo freire.

Page 5: ASPECTOS DIDÁTICOS E METODOLÓGICOS DO ENSINO DE QUÍMICA …

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AGRADECIMENTOS

Ao Deus todo poderoso por conceder a realização de mais um sonho e pela

inspiração espiritual que tem permitido cumprir nossa jornada.

À minha filha que me compreendeu nos momentos de ausência nos finais de

muitas semanas e nos meses de férias, quando tínhamos que estudar.

À professora Márcia Ferreira por compartilhar com muita segurança os

conhecimentos sobre Metodologia Científica, o que contribuiu muito na estrutura

deste trabalho.

Aos colegas do Curso de Licenciatura em Ciências Naturais.

À minha orientadora Ryane da Silva pela paciência.

À universitária Susie Camille Pinheiro pela contribuição nas digitações.

A minha colega e amiga Maria da Vera Cruz da Trindade Cruz, que uniu

esforços para a realização deste Trabalho.

Maria do Socorro de Melo Pinheiro

Page 6: ASPECTOS DIDÁTICOS E METODOLÓGICOS DO ENSINO DE QUÍMICA …

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por me dar força e saúde para trilhar este caminho e

conseguir realizar o meu objetivo de concluir este curso de licenciatura em ciências

com muita dedicação.

Ao meu esposo pela compreensão nas horas que eu sempre precisei de seu

apoio.

Aos meus filhos por todo apoio e incentivo para não desistir deste curso.

A todos os meus orientadores por me ajudarem naquilo que tive dificuldades,

A todos os professores do curso do curso de Ciências Naturais.

A minha colega Maria do Socorro de Melo Pinheiro, que uniu esforços para a

realização deste Trabalho.

Maria da Vera Cruz da Trindade Cruz.

Page 7: ASPECTOS DIDÁTICOS E METODOLÓGICOS DO ENSINO DE QUÍMICA …

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RESUMO

Este trabalho trata dos Aspectos Metodológicos do Ensino de Ciências do último ano

do Ensino Fundamental, o 9º ano, enfatizando os conteúdos de química. A busca de

metodologias adequadas e eficazes para o ensino de química nas turmas de 9º ano

alavancou o desenvolvimento desta pesquisa com o objetivo de caracterizar o

ensino de química nas turmas de 9º ano do Ensino Fundamental na Escola

Desembargador Wilson de Jesus Marques da Silva, do município de Tomé-Açu em

Quatro Bocas. Para alcançar os objetivos, foi realizada uma pesquisa, com os

professores e 16 alunos de 02 turmas de ciências, além de observações realizadas

durante as aulas de ciências. Os alunos entrevistados foram bastante fiéis em suas

respostas. Os professores, durante a observação que foram realizadas em suas

aulas mostraram-se um pouco contraditórios de acordo com o que haviam

respondido no questionário da entrevista. Ao final desta pesquisa foi possível

constatar a necessidade de um laboratório de ciências na escola, no entanto

algumas atividades que tornam as aulas de ciências mais dinâmicas podem ser

realizadas sem este espaço. Vale ressaltar a necessidade de um planejamento para

que os conteúdos de químicas de ciências do 9º ano sejam contemplados no tempo

disponível, associado a isso a implementação de metodologias para dinamizar as

aulas de química.

Palavras-chave: Metodologia, ensino de ciências, conteúdos.

Page 8: ASPECTOS DIDÁTICOS E METODOLÓGICOS DO ENSINO DE QUÍMICA …

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ABSTRACT

This study focuses on the methodological aspects of Science teaching in the 9th

grade of Elementary school, giving emphasis the Chemistry contents. The quest for

effitient and appropriate methods to teach Chemistry in the 9th grade triggered the

development of this work, with the aim of characterizing Chemistry in the 9th grade of

elementary school in the county of Tomé-Açu, in Quatro Bocas. To achieve the

objectives, a survey was conducted, with teachers and 16 students of 02 science

class, besides science classroom observation. The students interviewed were very

faithful in their responses. Teachers, during the observation of their classes showed

a little contradictory in accordance with what had responded in the interview

questionnaire. The developments in science are analyzed, as well as its relationship

with technology and society and its influences in teaching, and new aspects of

implementations identified in national documents. At the end of this research, we

identified the need for a science lab and the that the time available for teaching the

content of Chemistry is very short.

Keywords: Methodology, Education of Science, Content.

Page 9: ASPECTOS DIDÁTICOS E METODOLÓGICOS DO ENSINO DE QUÍMICA …

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SUMÁRIO

CAPÍTULO I................................................................................................................11

1. INTRODUÇÃO.......................................................................................................11

CAPÍTULO II..............................................................................................................13

2. REFERENCIAL TEÓRICO....................................................................................13

CAPÍTULO III.............................................................................................................18

3. METODOLOGIA....................................................................................................18

3.1 Caracterização da escola....................................................................................18

3.2 Descrição das atividades de pesquisa...............................................................18

CAPÍTULO IV ..........................................................................................................20

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES..........................................................................20

4.1 Questionário aplicado aos alunos.......................................................................20

4.2 Questionário aplicado aos professores...............................................................22

4.3 Observação das aulas de ciências.....................................................................25

CAPÍTULO V............................................................................................................28

5. Sugestões metodológicas alternativas.................................................................28

5.1 A Música.............................................................................................................28

5.2 Jogos didáticos...................................................................................................29

5.3 Filme didático......................................................................................................30

5.4 Pesquisa de temas propostos pelo professor.....................................................30

5.5 Experimentos......................................................................................................31

CAPÍTULO VI...........................................................................................................32

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................32

7. REFERENCIAS ...................................................................................................34

ANEXOS

Page 10: ASPECTOS DIDÁTICOS E METODOLÓGICOS DO ENSINO DE QUÍMICA …

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CAPITULO I

1. INTRODUÇÃO

O presente Projeto de Pesquisa foi desenvolvido na Escola Municipal de

Ensino Fundamental “Desembargador Wilson de Jesus Marques” em Quatro Bocas,

município de Tomé-Açu. Este estudo objetivou investigar os aspectos didáticos e

metodológicos do ensino de Química em Ciências do 9º ano, junto aos alunos do 9°

ano do ensino fundamental e professores de Ciências.

Este trabalho inicia mostrando um breve histórico da ciência no Brasil, nas

décadas de 60 e 70 abordando suas transformações até os dias atuais. Dentre

essas transformações foi enfatizado as novas tendências educacionais para o

ensino de ciências no 9º ano. Para tanto, este trabalho foi organizado em seis

capítulos.

O presente trabalho aborda também, além do breve histórico de ensino de

Ciências no Brasil, onde trata sobre os avanços que passou esse ensino durante os

séculos XX a XXI. Alguns teóricos foram consultados a fim de proporcionar maiores

credibilidades em todas as afirmações com referência ao tema em evidência.

Já o III capítulo traz os passos seguidos para busca de resultados,

considerados importantes na contemplação dos objetivos esperados neste trabalho.

Para chegar aos resultados, capítulo III mostra os instrumentos utilizados nas

pesquisas, enfatizando também os aspectos, observados em sala de aula sobre a

prática dos professores.

Além dos avanços, como se pode perceber ao longo do II capítulo onde é

enfatizado, a forma do que o ensino de ciências era desenvolvido no Brasil. Nos

século passado (XIX e XX) pois a ciência mixada a religiosidade considerada e

menos voltada para o caráter cientifico. Por muito tempo o ensino de ciências

perdurou com essa característica dos séculos passado como, ou seja, um ensino

muito descontextualizado. Como exemplo, percebe-se ao longo dos anos que os

currículos que continham aos conteúdos fragmentados, quando tratava-se da

química e da física principalmente.

Tendo em vista a preocupação que se tem as metodologias no ensino de

ciências no 9º ano, observando as formas aplicadas em muitas escolas do Brasil

pode-se ver que esse modo de ensino é considerado uma herança do

tradicionalismo dos séculos XIX e XX.

Page 11: ASPECTOS DIDÁTICOS E METODOLÓGICOS DO ENSINO DE QUÍMICA …

12

Esse contexto possibilitou realizar um trabalho de entrevista com dois

professores e 16 alunos da referida escola acompanhado de observações nas duas

turmas de ciências de 9º ano. Esse cenário é o que mostra o IV capítulo deste

trabalho.

O capítulo V apresenta sugestões metodológicas alternativas para o ensino

de Ciências, como forma de dinamizar as aulas. Por fim as considerações finais do

trabalho no capítulo VI.

Page 12: ASPECTOS DIDÁTICOS E METODOLÓGICOS DO ENSINO DE QUÍMICA …

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CAPÍTULO II

2. REFERENCIAL TEÓRICO

Este capítulo apresenta um breve histórico da introdução da Ciência no Brasil,

bem como o desenvolvimento dessa área de ensino. A primeira escola que surgiu

em 1549, na Bahia, dominava a doutrina e religiosidade concernente à nobreza,

longe de oferecer um ensino de caráter científico. Até o início do Império Romano;

por volta de 200 A-C, via-se uma ciência voltada para a religião. Ao longo da história

o desenvolvimento científico foi comandado ideologicamente por forças

internacionais de fazer ciência.

Na década de 50 e durante as décadas de 60 e 70 o desenvolvimento

científico passou a ser dominado pelo Estado. Nessa época também ocorriam

muitas imposições de padrão tecnológico estrangeiro (MACEDO, 2004). Esse

desenvolvimento científico influenciou bastante no ensino de Ciências. Ainda no

Século XX não existia curso de Licenciatura, então os professores ainda não eram

habilitados para ministrar aulas do ensino de ciências, as aulas eram ministradas por

veterinários e outros.

No que se refere ao objeto proposto para o ensino de Ciências Naturais no

quarto ciclo do Ensino Fundamental (8º e 9º ano), os PCNs propõem que o aluno

venha compreender e exemplificar que as necessidades humanas contribuem para o

desenvolvimento científico (BRASIL, 1998).

A final do 9º ano o aluno deve apresentar competências e habilidades, nas

quais estes sejam capazes de buscar explicações sobre um determinado assunto. É

preciso compreender as tendências e propostas do ensino de Ciências, vão além

mais um dos aspectos que define o dia a dia de uma escola (MACEDO, 2001).

Segundo Assis e Borges (2001) essas tendências e propostas para o ensino de

ciências nem sempre são desenvolvidas em sala de aula.

O Estado só foi intervir de forma mais efetiva na Organização da educação no

período do Estado Novo, de 1937 a 1945. Nesse período houve a criação das Leis

Orgânicas do ensino para os níveis que correspondem nos dias atuais ao ensino

básico (ZOTTI, 2006). Foi justamente nessa época que se tornou obrigatório o

ensino de Ciências fazer parte da Disciplina de Ciências para sétima e oitava série

do Ensino Fundamental, naquele período eram como terceiras e quartas séries do

ginásio.

Page 13: ASPECTOS DIDÁTICOS E METODOLÓGICOS DO ENSINO DE QUÍMICA …

14

Ainda nesse período foi definida a quantidade mínima dos conteúdos a serem

ministrados em cada série, sendo estes conteúdos sobre a Água, Ar, Solo, noções

de Botânica e de Zoologia e o Corpo Humano eram destinados à terceira série

ginasial; os conteúdos de Química e de Física, para a quarta série. (DOMINGUES;

KOFF; MORAES 2000). Posteriormente, o ensino de ciências passou a fazer parte

das demais séries, ficando organizados e distribuídos da seguinte maneira: Água, Ar

e Solo para a quinta série; Botânica e Zoologia para a sexta; Corpo Humano para a

sétima e finalmente, Química e Física para a oitava série.

O que ainda se vê são ensinamentos com características antigas, aulas que

utilizam apenas o livro didático, não realizam experimentos para explicar fenômenos

ou transformações químicas, aulas tradicionais sem levar em consideração o

cotidiano dos alunos. “Ensinar Química e Física na oitava série do Ensino

Fundamental, por exemplo, é uma proposta herdada dos modos de ensinos do

século XX” (DOMINGUES, KOFF e MORAES, 2000). Amaral (2000) afirma que o

ensino de ciências a algumas décadas era um modelo predominante tradicional que

era fortemente marcado por conceitos isolados, onde o professor transmitia e o

aluno passivo.

De acordo com Lopes (1998), o ensino de Ciências não tinha muito prestígio,

pois voltava-se mais para a formação de uma classe trabalhadora, era um ensino

pautado na memorização e descrição, sendo estas as únicas formas de

metodologias. Nesse período também, os conteúdos de Química eram muito

oscilantes, algumas vezes eram relacionadas às questões cotidianas, ora eram

centradas nos pressupostos científicos.

Como se pode entender, até então o tempo destinado ao ensino de ciências

era restrito, porém já na década de 60 com a promulgação da Lei de Diretrizes e

Bases da Educação Lei 4.024/61, foi possível haver uma flexibilidade dos currículos

e com isso o tempo para o ensino de ciências foi ampliado (FRACALANZA,

MEGIDNETO, 2006). Outro fato importante na década de 60 foram as descobertas

científicas, a industrialização brasileira qual trouxe consigo vários temas atrelados

ao ensino de ciências, os quais permitiram que os estudantes adquirissem

conhecimentos científicos e tecnológicos.

Na década de 80, o construtivismo e interacionista de Piaget enfatizavam que

o contato direto com materiais e experiências proporcionavam aos alunos um

aprendizado mais significativo, favorecendo um desenvolvimento também das

Page 14: ASPECTOS DIDÁTICOS E METODOLÓGICOS DO ENSINO DE QUÍMICA …

15

habilidades cognitivas e dessa forma o professor passaria a ser considerado um

orientador de aprendizagem.

Diante desse contexto, o sistema educacional começou a reorganizar e

atualizar os conteúdos para o ensino de ciências, oferecendo cursos de capacitação

aos docentes, a publicação das mudanças metodológicas, substituindo as aulas

expositivas por uma aula mais ativa que enalteceriam e motivariam os estudantes a

compreenderem melhor os fatos e conceitos científicos, valorizando o uso do

laboratório. (KRASILCHIK, 1987).

Então passou-se a ser criado pelo MEC Centros de Ciências em vários

Estados como na Bahia, Minas Gerais, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do

Sul e São Paulo, com o objetivo de preconizar na sociedade a ciência e que o

ensino desta disciplina nas escolas apresentasse mais relevância. Diante de todas

essas mudanças, apesar da inclusão do Currículo de Ciências das disciplinas de

Física e Química pela Reforma de Rocha Vaz, em 1925, ainda assim o ensino de

Ciências não foi caracterizado como um ensino suficiente no país (LOPES, 2007).

Para justificar tal insuficiência, Lopes levanta a hipótese de que nas ciências

não havia conexão ao pensar e sim ao fazer, assumiam uma postura de estudo

visando uma preparação para o trabalho, ou seja, era valorizado pelas classes

dominantes, o saber letrado, enquanto que o pragmatismo científico, à classe

trabalhadora.

Os conflitos das décadas de 1920 e 1930 em defesa de ciência refletiram de

certo modo no currículo da escola, proporcionando maior espaço para o ensino de

ciências, entretanto manteve a mesma estrutura do ensino de humanidades (LOPES

2007).

Essas concepções ainda são percebidas nos livros didáticos de química,

concepções essas que são pautadas apenas no fazer. A despeito desse contexto, o

Brasil assume uma posição muito humilde com relação às pesquisas cientificas na

visão do panorama internacional. Segundo Machado (2004),

O desenvolvimento científico brasileiro, aliás, há de se considerar que no

panorama internacional, o Brasil ocupa ainda uma posição modesta, muito

incipiente, mesmo no que se refere à pesquisa científica no campo da

química; Como país de periferia, no entanto, apresenta uma ciência química

bastante desenvolvida e dedicada à exploração dos problemas nacionais e

ao estudo dos recursos naturais brasileiros. Apesar dos avanços e dos

retrocessos na política, ao saber de iniciativas ou omissões, os programas

de ensino e de pesquisa prosseguem.

Page 15: ASPECTOS DIDÁTICOS E METODOLÓGICOS DO ENSINO DE QUÍMICA …

16

Com a promulgação da Nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional

(LDBEN número 9694/96) e com a elaboração dos Parâmetros Curriculares

Nacionais (PCNs) para o Ensino Fundamental e o Ensino Médio, em 1990 as

escolas deveriam oferecer aos estudantes um ensino de qualidade visando conduzi-

lo ao desenvolvimento de capacidade de pesquisar, selecionar, buscar, informar,

analisar, bem como também despertar-lhes a capacidade de aprender a aprender,

em vez de memorizações e repetições.

Relacionado a esse sentido, os especialistas em educação continuaram a

providenciar cursos de formação continuada para os professores, de modo que

pudessem aprender a contextualizar suas aulas e com isso oferecer um ensino em

Ciências para a cidadania.

A ausência da contextualização nos conteúdos de química na Disciplina de

Ciências traz grandes dificuldades de compreensão e assimilação de conteúdo. Na

visão dos alunos, esse tipo de conteúdo é insignificante, não desperta seu interesse.

Essas dificuldades também partem de alguns professores que não conseguem

estabelecer conexão entre os conteúdos e o cotidiano do aluno, o interfere na

formação da cidadania (ZANON & PALHARWI, 1995) Associado a isso, o fato de

muitos professores não conseguirem estabelecer ou inter-relacionar um determinado

assunto com as diversas áreas do conhecimento.

Os Parâmetros Curriculares Nacionais para Ciências Naturais estabelecem

uma análise sobre a questão dos conhecimentos a serem trabalhados no último ano

do Ensino Fundamental (MACEDO, 2001). Sugere a abordagem de vários temas,

esclarecem como deve ser trabalhado a interdisciplinaridade nas Ciências Naturais

(BRASIL, apud Millare, 1998).

Os PCNs propõe que os conteúdos de Ciências a serem trabalhados devem

estar vinculados a realidade dos alunos, ao seu cotidiano e que possa auxiliar na

formação do cidadão (BRASIL, 1998).

O professor precisa está atento ao abordar certos temas complexos de

Química, pois os próprios PCNs alertam sobre “o grande desafio que é transmitir

certos conteúdos de química, como por exemplo conduzir o aluno a interpretação de

fenômenos químicos e bioquímicos” (BRASIL, 1998). Quando os conteúdos de

química na Disciplina de Ciências deixam de ser contextualizados, a assimilação

torna-se muito difícil pelos alunos, ao mesmo tempo em que tais conteúdos não

despertam o interesse dos próprios alunos. Todavia, essa dificuldade não afeta

Page 16: ASPECTOS DIDÁTICOS E METODOLÓGICOS DO ENSINO DE QUÍMICA …

17

somente os alunos, mas parte dos professores, pois estes também possuem

dificuldades em relacionar alguns conteúdos com a realidade e cotidiano do aluno,

dessa forma esses fatores interferem diretamente no ensino-aprendizagem de

ciências e na formação da cidadania. (ZANON E PALHARWI, 1995).

O fato de muitos professores de Ciências terem uma formação deficiente em

Química eleva tais dificuldades de assimilação por todo o ensino fundamental. De

acordo com Chassot (1992) o conhecimento químico não deveria ser ministrado

restritamente no final do Ensino Fundamental. Diante dessa abordagem percebe-se

que no ensino da química na disciplina de Ciências, deveria iniciar desde as séries

iniciais e sem fragmentação (ZANON, LENIR BASSO e RACHA. RINI, 1995).

A prática em Química nos currículos das escolas de Ensino Fundamental não

é muito valorizada, vale ressaltar que essa desvalorização é observar nos livros

didáticos utilizados nessa modalidade de ensino (MALDANER, 2003).

Segundo Carvalho (2003) uma educação formal de qualidade vai além de

conteúdos e memorização, esta (educação) leva em consideração valores, dessa

forma os alunos tornar-se-ão críticos capazes de compreender nossa sociedade,

nesse sentido, o ensino de ciências é um forte aliado na construção do

conhecimento.

Outro aspecto que precisa ser considerado pelos professores de Ciências na

seleção dos conteúdos é contar com a própria história da Ciência, esta auxiliará não

somente na formação dos conteúdos, mas também irá colaborar nas formulações

das atividades, enfatizando, por exemplo os questionamentos de conceitos físicos

ou químicos Bastos (1998)

De acordo com Bastos (1998) afirma:

Por outro lado, no ensino de ciência em geral, e no ensino da química em

particular há uma prática não refletida que confunde tempestivamente os

objetivos teóricos e as idealizações da ciência com os objetivos reais da

ciência. Sabendo-se que a pesquisa científica baseia-se na geração e na

resolução de problemas teóricos e práticos. O próprio ensino da ciência

também deverá ser organizado em torno da resolução de problemas. E,

portanto o professor deve estar previamente preparado.

Page 17: ASPECTOS DIDÁTICOS E METODOLÓGICOS DO ENSINO DE QUÍMICA …

18

CAPÍTULO III

3. METODOLOGIA

3.1 Caracterização da escola

O presente trabalho foi desenvolvido mediante pesquisa realizada de caráter

qualitativo e quantitativo numa das maiores escolas de Ensino Fundamental maior

do Município de Tomé-Açu, Distrito de Quatro bocas: Escola Municipal de Ensino

Fundamental Desembargador Wilson Marques da Silva, localizada na Avenida

Dionísio Bentes, Km 12. Esta escola foi fundada no dia 17 de abril de 1995. Nessa

época, sua estrutura física era formada por apenas 8 salas de aula.

Atualmente a escola Wilson Marques funciona em três turnos: matutino,

vespertino e noturno possuindo 14 salas de aula; 01 laboratório de Informática,

copa, sala de direção, sala dos professores, banheiros, e quadra poliesportiva. O

quadro docente é composto por 21 professores licenciados. Atende 1600 alunos do

6º ao 9º ano e EJA (3ª e 4ª etapas). Do total de professores, apenas dois lecionam a

disciplina Ciências.

A clientela da escola é composta por alunos da comunidade de Quatro bocas

e do Núcleo Rural deste município. A escola conta com 10 turmas de 6º ano; 12

turmas de 7º ano; 6 turmas de 8º ano e 2 turmas de 9º ano, essas turmas estão

distribuídas nos turnos matutino e vespertino. No 3º turno (noturno) esta escola

atende as 3ª e 4ª etapas do EJA, sendo 04 3ª etapa e 07 turmas de 4ª etapa.

3.2 Descrição das atividades de pesquisa

No presente trabalho foi utilizado o método exploratório, visando explicitar

melhor o problema. Para possibilitar maiores suportes para o trabalho foi realizado

um levantamento das literaturas constituídas principalmente de artigos e livros

alguns documentos públicos nacionais como os Parâmetros Nacionais Curriculares.

Quanto à pesquisa qualitativa, Creswel (2007, p. 35) assegura que esse tipo

de pesquisa é aquela “em que o pesquisador configura os conhecimentos

procurando pautar-se nos significados diversos das experiências individuais ou

sociais e historicamente construídos”.

Sendo assim, os instrumentos utilizados para a coleta de dados, foi uma

entrevista audiogravada seguindo um roteiro (ANEXOS) contendo dez tópicos

Page 18: ASPECTOS DIDÁTICOS E METODOLÓGICOS DO ENSINO DE QUÍMICA …

19

interrogativos dirigidos aos professores; um questionário aplicado aos alunos; Foi

também realizado um processo de observações a quatro aulas de ciências.

Os sujeitos da pesquisa deste trabalho foram os professores de ciências e

alunos das turmas de 9º ano, da referida escola. A pesquisa foi realizada 2º

semestre do ano de 2013.

Após ter definido o tema e a natureza da pesquisa, o processo foi iniciado.

No primeiro momento realizou-se o reconhecimento do local da pesquisa,

buscando-se informações sobre a escola, como: número de turmas do 9ºano,

número de professores que ministram aula de ciências para o 9º ano; a formação

dos docentes, lista de conteúdos anuais de química; tempo de docência dos

professores de ciências; materiais pedagógicos e tecnológicos, jogos, laboratório

de ciências ou informática.

Posteriormente foi agendado junto ao coordenador pedagógico e professores

o dia das entrevistas e entrega dos questionários aso alunos. No segundo momento

ocorreu a entrega dos questionários para os alunos (ANEXOS), e as entrevistas

dos professores que ministram aulas de ciências para as turmas de 9º ano. Optou-

se por não publicar a identidade dos professores e dos alunos, os mesmos são

identificados como (Professor 1) e (Professor 2); (Aluno 1), (Aluno2), [...], (Aluno16);

(Turma A) e (Turma B).

A entrevista realizada com os professores foram transcritas de forma

fidedigna, ou seja, sem alterar a fala dos entrevistados.

No terceiro momento iniciamos o processo de observação às aulas de

Ciência. Foram observadas quatro aulas sendo ministrados os conteúdos de

Química nas turmas do 9º ano. As informações obtidas através das observações

foram registradas em relatórios.

Page 19: ASPECTOS DIDÁTICOS E METODOLÓGICOS DO ENSINO DE QUÍMICA …

20

CAPÍTULO IV

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 Questionário aplicado aos alunos

No presente estudo foi possível perceber que existem muitas deficiências no

ensino de química na Disciplina de Ciências do 9º ano, o que pode ser confirmado

com os relatos dos alunos, professores e coordenadores.

De acordo com o questionário aplicado aos alunos, na primeira pergunta os

alunos foram indagados sobre o que acham das aulas de química. A maioria

afirmou que as aulas não são interessantes, consideravam cansativas. Como é

possível perceber em seus relatos: Aluno 1: “Eu acho muito palha. Sei lá, não gosto

de nada...”, aluno 2: “Na minha opinião eu acho as aulas chatas e cansativas”,

ainda relacionado a primeira pergunta, o aluno 3 afirma: “A falta de interesse do

professor pra dinamizar as aulas torna os assuntos menos interessantes...”

Enquanto o aluno 4 e o aluno 5 foram bem objetivos em suas respostas: “As aulas

de química são ruins”.

Quanto à utilização do livro didático nas aulas de ciências, dez alunos

responderam que às vezes o livro é utilizado nas aulas; dois alunos responderam

que o livro didático era sempre usado durante as aulas de química.

Ao serem indagados sobre como avaliam os conteúdos de química, os

alunos afirmaram que consideram os conteúdos de química difíceis; cinco alunos

afirmaram que os conteúdos de química eram desinteressantes; dois alunos

consideraram fáceis. Portanto, percebe-se que a maioria dos alunos afirmou que os

conteúdos de química não são de fácil compreensão para eles, este

posicionamento pode ser reflexo de aulas descontextualizadas, que não

apresentam experimentos para a compreensão de conceitos ou mesmo não tem

outras ferramentas didáticas para dinamizar as aulas de ciências.

Quando questionados sobre o uso de Laboratório de Ciências ou jogos

didáticos e músicas envolvendo a química, ou outro recurso didático para dinamizar

as aulas, a maioria dos alunos afirmou que os professores não utilizam nenhum

recurso didático dos citados anteriormente, apenas o livro didático como

mencionado na segunda pergunta.

Analisando as opiniões dos 16 alunos, alvo de pesquisa deste trabalho, na

primeira pergunta onde indagava como o aluno considera as aulas de química, 09

Page 20: ASPECTOS DIDÁTICOS E METODOLÓGICOS DO ENSINO DE QUÍMICA …

21

alunos assinalaram dentre as opções: Interessante; Ruim; Regular; Boa; eles

consideram as aulas de química "ruim", 02 alunos consideram "regular", outros 02

optaram por achar "interessante" e 01 não opinou. Como já foi citado neste capítulo,

alguns alunos ainda justificaram suas escolhas e opiniões. A segunda pergunta

indagava se o uso do livro didático era frequente nas aulas de química. Como

alternativa havia três opções: Sempre, Às vezes e Nunca. 07 alunos assinalaram a

opção "Às vezes" 06 alunos optaram por "Nunca" e 03 alunos não opinaram. Quanto

a terceira pergunta a indagação era: Como eram considerados os conteúdos de

química? As alternativas disponíveis eram: Difíceis; Fácies; Chatos ou Regulares.

Para esta indagação, 05 alunos acham "Difíceis", 04 acham "chatos". Apenas 02

alunos acham "fáceis" e 02 acham regulares, 03 alunos não opinaram.

A quarta e última questão, indagava aos alunos sobre o fazer uso de algum

laboratório de ciências ou jogos didáticos, música, envolvendo química, pela turma?

Esta questão apresentava quatro opções para os alunos: Nunca; Às vezes; Quase

sempre; Com frequência. A maioria, 12 alunos, optaram pela alternativa "Nunca" e

04 alunos não opinaram.

Considerando esses resultados, percebe-se então o que já era esperado,

uma grande rejeição pelas aulas de química. De acordo com o que diz Pozo &

Gomez Crespo (2009 p.45) está nas mãos do professor a capacidade de motivar os

alunos e procurar adequar as tarefas de acordo com a capacidade de cada aluno. O

professor precisa adequar também essa capacidade aos conhecimentos prévios dos

alunos.

Segundo o autor, uma das formas mais diretas de fazer com que aumente o

interesse dos alunos pela aprendizagem da ciência é conseguir que aprendam mais

nas aulas de ciências e para isso também é necessário considerar as dificuldades

específicas e conceitos científicos.

Pozo e Gomez Crespo (2009, p. 185) ainda comenta:

[...] a aprendizagem da ciência, neste caso da química, não apenas requer

dos alunos que dominem os procedimentos envolvidos na elaboração do

conhecimento cientifico mediante a resolução de problemas, ou seja, os

procedimentos envolvidos em fazer química, ainda que seja no limitado

âmbito da sala de aula do laboratório escolar.

Page 21: ASPECTOS DIDÁTICOS E METODOLÓGICOS DO ENSINO DE QUÍMICA …

22

Dessa forma é possível afirmar que a química tem seu lugar no ensino de

ciências.

Milaré e Alves Filho (2010) em suas discussões sobre o ensino de ciências

comentam enfatizando que apesar dos documentos oficiais, apresentarem uma

proposta de um ensino interdisciplinar e contextualizado, é possível perceber ainda

um ensino distante da realidade. O que se pode perceber é um ensino disciplinar

fragmentado com uma divisão do nono ano em dois semestres, sendo conteúdos de

abordagens superficiais.

Os autores Zanon e Palharini (1995) falam e criticam o fato de não ser falado

em química nos anos anteriores ao nono ano, ao serem ministrados os temas: ar,

água, solo, alimentos, ambiente, higiene, seres vivos, transformações, fenômenos,

energia, ciclos de vida, corpo humano, quando deveria se enfatizado alguns

conceitos químicos e não transferindo-os somente para os anos finais do

fundamental.

Diante desse enfoque, os referidos autores indagam: "Esses temas não são

assuntos de química? E que química é essa que não está presente em temas como

esses? Que química é essa que se ensina nas escolas?" (Zanon Palharini, 1995).

Seria bom que o professor iniciasse a aplicação da linguagem e conceitos ligados a

química a partir dos anos iniciais. Nesse sentido, de acordo com Vigostki (2000)

afirma-se que a introdução de uma nova palavra no vocábulo do aluno, a tendência

é ele ampliar a construção do significado tornando elevado o nível de abstração.

4.2 Questionário aplicado aos professores

Os questionários foram aplicados aos professores de ciências das turmas do

9º ano do Ensino Fundamental. O professor 1 é licenciado pleno em Ciências

Naturais pela Universidade Federal do Pará, exerce a profissão há quatro anos

como professor de Ciências na escola pesquisada, entretanto possui dez anos

experiência como docente. O professor 2 também é licenciado em Ciências

Naturais pela Universidade Federal do Pará e ministra Ciências na referida escola

há um ano.

Os professores da escola em estudo possuem apenas a Licenciatura em

Ciências Naturais.

Page 22: ASPECTOS DIDÁTICOS E METODOLÓGICOS DO ENSINO DE QUÍMICA …

23

Quanto a questão da formação dos professores, Silva e Schmetzler (2006, p.

211) comentam:

Concebidos como técnicos, os futuros professores, ao final de seus cursos

de licenciaturas, vêm-se desprovidos de conhecimentos e de ações que

lhes ajudam a da conta da complexidade do ato pedagógico, no qual não

cabem receitas prontas nem soluções padrões.

Está bem evidente que para os autores, os professores de ciências não tem

consciência de suas insuficiências e que precisam de uma formação adequada, para

silva e Schmetzler (2006) não basta o professor ter apenas uma licenciatura e

conhecimento do conteúdo, mas requer do professor conhecimento que perpassem

a sua área do saber.

Nesse propósito Rocha e Cols, (2005, et al) também dizem:

Com relação as dificuldades no ensino, a formação inicial dos professores

merece destaque, pois apresenta deficiências, tanto na formação especifica

quanto na pedagógica. Sem formação adequada, o professor não possui

muitos subsídios para inovar o ensino ou incluir elementos que

contextualizem os conteúdos que desenvolve em sua prática.

Sobre a utilização do livro didático nas aulas de ciências e especialmente

nas de química, o professor 1 relata: “[...] acredito que o livro didático é mais uma

ferramenta de trabalho. E, dependendo do local onde você esta trabalhando, o livro

didático vai ser uma ferramenta quase que exclusiva [...]”.

Quando questionado se concordava com os conteúdos selecionados no livro

didático, o Professor 1 afirmou que os conteúdos são avaliados e planejados

juntamente com os conteúdos fornecidos pela Secretaria de Educação e relatou o

seguinte: “Sim...nós...[...] nos reunimos, professores e coordenados [...] porque

temos que relacionar esse conteúdo com as propostas dadas ao Ensino Médio [...]”.

No caso, sobre o uso do livro didático, Neto e Francalanza (2003)

argumentam:

O livro didático não corresponde a uma versão fiel das diretrizes e

programas curriculares oficiais, nem a uma versão fiel do conhecimento

científico. Não é utilizado por professores e alunos na forma intentada pelos

Page 23: ASPECTOS DIDÁTICOS E METODOLÓGICOS DO ENSINO DE QUÍMICA …

24

autores e editoras, como guia ou manual relativamente rígido e padronizado

das atividades de ensino-aprendizagem. Acaba por se configurar, na prática

escolar, como um material de consulta e apoio pedagógico a semelhança

dos livros paradidáticos e outros tantos materiais de ensino. Introduz ou

reforça equívocos, estereótipos e mitificações com respeito às concepções

de ciência, ambiente, saúde, ser humano, tecnologia, entre outras

concepções de base intrínsecas ao ensino de ensino de ciências.

Muitos autores reconhecem a importância do livro didático (Bizzo, 2009 p., 83)

defende o uso do livro didático. Segundo ele, o desafio do professor é selecionar

quais os conteúdos mais relevantes e realiza retificações como também propor

outras abordagens.

Considerando alguns aspectos negativos que alguns livros didáticos

apresentam, cabe aos professores de ciências analisarem os conteúdos respeitando

o real vivido do aluno e articulando-os de forma relevante.

O professor 1 quando indagado sobre a importância do vínculo entre teoria e

prática em suas aulas de ciências, este foi enfático em suas palavras: “bem, [...],

começo as aulas com uma atividade prática e essa atividade, pode ser um

experimento simples, é... apresentação de slides, leitura de um texto”. O professor

1 afirma ainda que desta forma ele procura desperta a curiosidade no aluno, para

que este possa relacionar tal experimento a sua vivência.

Referente a pergunta que tratava da importância dos conteúdos de química

dos livros didáticos, O professor 1 afirma que os conteúdos são extensos, não

sendo compatível com o tempo disponível para as aulas, enquanto que o “professor

2”, relata que os conteúdos são muito importantes, porém relacionados com o dia-

a-dia tornam-se mais significativos para os alunos.

Quanto ao uso do Laboratório, o professor 2 afirma “Hum! Isso é um pouco

difícil, os alunos sentem dificuldades em aprender aquele e aquele assunto [...] Aí,

nós temos que improvisar na própria sala de aula”. O professor 2 destaca ainda que

a ausência do laboratório interfere diretamente na aprendizagem dos alunos.

Ao serem questionados sobre o tempo destinado às aulas de química em

ciências do 9º ano, ambos os professores afirmaram que o tempo destinado as aula

é muito curto, para um conteúdo extenso, já que envolve o ensino da química e da

física. O Professor 2 ressalta: “.... então, são três aulas por semana, então a gente

Page 24: ASPECTOS DIDÁTICOS E METODOLÓGICOS DO ENSINO DE QUÍMICA …

25

começa com moléculas e esse assunto é diluído nessas três aulas e... é explicado

tanto química como física...”.

4.3 Observação das aulas de ciências

Para melhor enfatizar o resultado desta etapa, um roteiro de aspectos

considerados imprescindíveis de caráter pedagógico foram seguidos na observação

das aulas ministradas pelos professores, tais como: a articulação entre a teoria e

prática; a relação professor x aluno; método utilizado; uso do livro didático;

contextualização dos conteúdos ministrados; interdisciplinaridade nas aulas de

química; tipo de avaliação aplicada.

Os professores afirmaram buscar relacionar teoria e prática, porem o que se

observou durante as quatro aulas em turnos e turmas diferentes, foi o uso quase

que exclusivo da lousa, livro didático e aplicações de exercícios prontos.

Observou-se que o aspecto “contextualização” foi pouco contemplado nas

aulas observadas. Ao abordarem os temas: matéria, átomos, moléculas e tabela

periódica, os professores não buscaram relacionar com o cotidiano. Desta forma,

foi possível perceber que os professores buscam contextualizar os conteúdos

ministrados, mas encontram dificuldades, por não estarem preparados, remetendo

a formação desses profissionais.

Apesar da ABQ (Academia Brasileira de Química), afirmar que a

interdisciplinaridade e a contextualização do ensino de química é importante para a

construção do conhecimento químico, não se pode impor aos professores essa

metodologia, mas buscar soluções para o problema, sendo a formação continuada

de profissionais uma forma de aos poucos introduzir essa prática nas aulas de

química. De acordo com Sá de Silva (2008) o fato do professor não contextualizar e

não articular os conteúdos abordados em sala de aula com outras áreas e

conhecimentos prévios dos alunos, causa uma rejeição a esta disciplina,

dificultando o ensino- aprendizagem da mesma.

Oliveira (2008) afirma que:

a contextualização e a interdisciplinaridade possibilitam o estabelecimento

de inter-relações entre conhecimentos escolares e fatos/ situações

presentes no dia-a-dia dos alunos, imprimindo reais significados aos

conteúdos escolares o que contribui para uma aprendizagem significativa

em química.

Page 25: ASPECTOS DIDÁTICOS E METODOLÓGICOS DO ENSINO DE QUÍMICA …

26

De acordo com o que afirma Santos (1997, p.89), as aulas de ciências devem

ser significativas, ele diz que se o professor for inovador saberá relacionar os

conteúdos de ciências ao cotidiano conhecido pelos alunos. O professor precisa

relacionar a teoria ao um experimento a fim de que seja construído conhecimento

cientifico. Além desse grande aliado que é a relação entre teoria e prática, o

professor precisa também aliar essa relação com outras disciplinas da matriz

curricular, conforme Hofstein (apud KRASILCHIK, 2004, p. 85) "[...] as principais

funções das aulas práticas são despertar e manter o interesse do aluno, envolver os

estudantes e investigações cientificas, desenvolver a capacidade de desenvolver

problemas, compreender conceitos básicos e desenvolver habilidades".

Durante a observação das aulas constatou-se que o método utilizado na

maioria das vezes é o método tradicional, com exclusivo uso da lousa, livro didático

e aplicação de exercícios, carteiras enfileiradas. As poucas experiências realizadas

foram aquelas sugeridas no livro didático, não houve novas descobertas, iniciativas,

curiosidades.

Foram poucas as experiências realizadas em sala de aula, e estas

apresentavam marcas de indução, ou seja, era superficial. Um dos professores

(Professor 2) relatou que improvisava na própria sala de aula, entretanto os

experimentos precisam ser planejados com antecedência, necessitam de

organização, quer seja os conteúdos ministrados ou procedimentos a serem

realizados.

O fato dos alunos afirmarem que as aulas de química são “chatas”, “ruins” ou

“desinteressantes”, confirma o que já era imaginado, que as aulas de Ciências,

especialmente as de química do 9º ano necessita passar por mudanças radicais no

processo de ensino no que se refere às metodologias utilizadas.

A lista dos conteúdos de ciências do 9º ano, especificamente os de química

é extenso, tornando o trabalho dos professores mais complicado, sendo quase

impossível a conclusão dos temas sugeridos em tempo hábil, pois período

disponível é de apenas um semestre, sendo três aulas semanais, adicionado a isso

os imprevistos como dias facultados, horas pedagógicas, culminância, projeto.

Referente a avaliação, os professores realizam uma avaliação contínua,

levando em consideração a participação dos alunos nas aulas, resolução de

exercícios e prova escrita.

Page 26: ASPECTOS DIDÁTICOS E METODOLÓGICOS DO ENSINO DE QUÍMICA …

27

Apesar de tudo, os professores percebem a necessidade de uma formação

específica ou continuada para que possam oferecer um ensino de qualidade.

Page 27: ASPECTOS DIDÁTICOS E METODOLÓGICOS DO ENSINO DE QUÍMICA …

28

CAPÍTULO V

5. Sugestões metodológicas alternativas

Segundo Valadares (2001) a articulação entre a teoria e a prática ainda é

considerado uma grande preocupação no ensino de química, sendo um desafio

muitos professores estabelecer uma conexão entre a teoria e a vida cotidiana do

aluno. Valadares (2001) afirma ainda que a ausência desse aspecto em sala de aula

distancia o aluno do professor, prejudicando a relação professor x aluno e

consequentemente a aprendizagem.

Diante desse contexto e considerando essas dificuldades existentes entre os

professores de estabelecer essa ligação entre a teoria e o conhecimento cotidiano

que o aluno traz para a escola, buscou-se abordar neste trabalho cinco exemplos de

metodologia alternativa das muitas que existem e podem conduzir o aluno a um

melhor entendimento dos conteúdos trabalhados na disciplina de ciências do 9º ano.

Para esse caso é possível utilizar em sala de aula: músicas, jogos, filmes, pesquisa

e experimentos.

(FERREIRA et. al, 2010), relata sobre a necessidade de mudança nas

metodologias utilizadas pelos professores da área de ciências. Dessa necessidade,

Arroio (2006) cita:

Verifica-se a necessidade da utilização de formas alternativas

relacionadas ao ensino de química, com o objetivo de despertar o

interesse e a importância dos conceitos químicos presentes no

currículo escolar.

Diante disso o presente estudo relaciona algumas ferramentas didáticas que

podem ser utilizadas durante as aulas de ciências, buscando dinamizar a

abordagem dos conteúdos, assim como valorizar a construção do conhecimento

químico em ciências do 9º ano.

5.1 A Música

A música pode tornar-se grande aliada do professor e assim contribuir com a

aprendizagem do aluno. O uso desse recurso faz com que desperte ou motive o

aluno a aprender e construir seu conhecimento de forma prazerosa. O aluno

precisa ser sensibilizado para o mundo dos sons. Dessa forma, ele poderá

despertar além do sensorial, o afetivo, o filosófico e o espiritual. Respeitando as

Page 28: ASPECTOS DIDÁTICOS E METODOLÓGICOS DO ENSINO DE QUÍMICA …

29

individualidades dos alunos, é necessário oferecer diversos gêneros musicais. Para

enriquecer essas afirmações, (SANTOS, et. al, 2011, p. 3) comenta:

A música está presente de forma significativa na vida do

educando não só como uma atividade de lazer, mas como um

importante veículo de disseminação de ideias, valores e

costumes. Dessa forma, a música associada ao ensino da

química, pode ser uma alternativa para estruturar o diálogo entre

educandos, educados, e conhecimentos científicos, pois essa

pode trazer temáticas com grande potencial de problematização

(p.03)

Um exemplo de música para ser trabalhado em sala de aula que potencializa

um tema relevante de ciências é a música de Guilherme Arantes (ANEXOS):

“Planeta Água”. Com a letra dessa música é possível promover discussão com a

turma sobre a ideia principal da música, bem como poder trabalhar os conteúdos de

química relacionados ao meio ambiente: calor, ciclo da água, mudança de estado

físico, entre outros.

5.2 Jogos didáticos

O jogo Didático é outro recurso muito importante para auxiliar na

compreensão de diversos conteúdos relevantes no ensino de Ciências.

O jogo por ser uma atividade lúdica, também desperta diferentes prazeres e

descobertas, promovendo, por exemplo, uma conexão entre o jogo e o cotidiano do

jogador. Pensando assim, a escola deve se organizar, oferecendo espaços para

que esses jogos possam ser realizados, a fim de atender os aspectos físicos,

cognitivos, afetivos e sociais, promovendo então uma aprendizagem significativa.

Watanabe ( 2006) fala que em diversos conteúdos de química há propostas

do uso de jogos onde ele expõe que o uso da ludicidade é uma alternativa ao

processo tradicional de ensino. Soares, (2004), fala de diversos jogos, como por

exemplo, o Jogo do Tabuleiro para trabalhar Tabela Periódica, Bingos, Dominós,

Corridas, Jogo da Memória. Soares, (2004) também cita sobre os Softwares

educativos que existem na internet.

Apresenta-se a seguir uma atividade que consiste na construção de uma

cartela onde será desenvolvido o “JOGO DA VELHA”.

Para essa construção é preciso cartolina, caneta, papel ofício, fita dupla face,

tesoura, computador. Será confeccionada a cartela, na forma quadrada e dividida

Page 29: ASPECTOS DIDÁTICOS E METODOLÓGICOS DO ENSINO DE QUÍMICA …

30

em nove partes iguais, atribuindo números de 1 a 9 e envelope contendo as

perguntas relacionadas ao conteúdo de química ministrado durante as aulas. Este é

um jogo que pode ser executado em dupla ou grupo de quatro alunos e as regras

podem ser discutidas entre a turma e o professor. A dupla que inicia o jogo sorteia

uma pergunta de 1 a 9 que coresponde a pergunta contida no envelope. Os alunos

continuam até que uma das duas duplas consiga fechar o jogo.

5.3 Filme didático

É possível também para o professor motivar seus alunos a compreensão dos

conteúdos abordados nas aulas de química através do uso de filmes. A proposta é

disponibilizar a relação dos nomes dos filmes já pré-selecionados pelo professor,

para a turma escolher.

Após assistir o filme, o professor pode promover uma discussão com os

alunos sobre a ideia principal do filme. Como sugestão elencou-se aqui alguns

nomes de filmes para serem desenvolvidos em sala de aula: Jornada nas Estrelas;

Espaço Sujo; A Guerra do Fogo; A Última Hora; Up Altas Aventuras.

5.4 Pesquisa de temas propostos pelo professor

Outro recurso considerado grande aliado do professor para a aprendizagem

dos alunos é a pesquisa em sala de aula. Dessa forma, sugere-se que à medida

que os assuntos vão sendo ministrados para a turma, o professor deve solicitar aos

alunos que pesquisem sobre temas envolvendo os conteúdos ministrados

associando com situações do cotidiano.

Cabe também ao professor advertir e preparar seu aluno sobre esse método

de aprender, pois é diferente daquele que normalmente observa-se em sala de

aula. Nesse contexto, os alunos precisam ter fácil acesso às fontes de pesquisa

como livros, textos, revistas científicas, textos de jornal, publicações variadas sobre

assuntos atuais, informações na rede mundial de computadores (internet), entre

outros.

Além desses elementos, outras fontes também consideradas importantes e

que podem ser utilizadas são a comunidade escolar e local, através de entrevistas;

depoimentos; visitas; participações de reuniões, dentre outros. Tudo isso contribuirá

Page 30: ASPECTOS DIDÁTICOS E METODOLÓGICOS DO ENSINO DE QUÍMICA …

31

na concretização de uma concepção de escola integrada à sociedade da qual faz

parte.

5.5 Experimentos

O uso de experimentos nas escolas é oriundo há mais de cem anos, do

trabalho experimental que estava ocorrendo nas universidades e seu objetivo era

melhorar o entendimento do conteúdo científico, pois os alunos decoravam os

conteúdos, mas não sabiam exemplificá-los (IZQUIERDO, 1999).

É necessário alertar os alunos para evitar as receitas prontas. Um dos

objetivos principais desse recurso é estimular a curiosidade dos alunos. “As receitas

prontas só induzem os alunos a produzir um resultado que já era esperado”

(SCHWAHN, 2009).

Nesse momento, o papel do professor é mediar e observar; monitorar todos

os procedimentos das experiências. Essas práticas devem ter um objetivo, ser

planejada com objetivos específicos de forma a conduzir o aluno aos momentos de

questionamentos, troca de informações, descobertas, discussão dos resultados.

Alguns cuidados ao manusear reagentes, ou seja, em laboratório ou em

outros espaços é necessário seguir corretamente os procedimentos. Portanto, o

professor deve avaliar todas as circunstâncias de realização das atividades e o

método a ser aplicado. Algumas preocupações devem ser seguidas: substituir

substâncias perigosas por outras mais seguras; cuidados ao utilizar substâncias

combustíveis, energia elétrica fogo.

Segundo Hodson (1998), apud FERREIRA, Luiz Henrique; HARTWING,

Dácio Rodney e OLIVEIRA Ricardo Castro de, os experimentos devem ser

conduzidos usando a diferentes objetivos, tal como demonstrar um fenômeno,

ilustrar um principio teórico, coletar dados, testar hipóteses, desenvolver habilidades

de observação ou medidas, adquirir familiaridade com aparatos de laboratório

(vidrarias), entre outros.

Page 31: ASPECTOS DIDÁTICOS E METODOLÓGICOS DO ENSINO DE QUÍMICA …

32

CAPÍTULO VI

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Apesar das diretrizes oficiais e das pesquisas acadêmicas mostrarem as

exigências fundamentais para que o ensino da química na disciplina de Ciências do

9º ano do Ensino Fundamental seja realizado de forma integrada e contextualizada

nas escolas, ainda se observa traços de tradicionalismo no ensino de ciências na

escola pesquisada. O educando quase sempre é visto em uma postura passiva

diante dos conteúdos ministrados. Os alunos são preparados para o Ensino Médio

e não necessariamente para os desafios científicos e tecnológicos, ou mesmo para

vivenciar situações do dia-a-dia.

Sabe-se que o ensino de ciências passou por várias mudanças no contexto

histórico do Brasil até os dias atuais. Todavia, observa-se a necessidade de uma

reelaboração curricular no que diz respeito a química do 9º ano, além de um novo

olhar para a formação continuada dos professores de ciências do 9º ano, visando

orientar esses profissionais a interdisciplinaridade e contextualização do ensino de

ciências, especificamente em química.

Percebe-se ainda que a ausência do Laboratório de Ciências na escola

pesquisada interfere diretamente no ensino e aprendizagem das aulas de química,

entretanto é possível viabilizar outros espaços para a realização de projetos como

alternativas capazes de amenizar e colaborar com a aprendizagem de química nas

aulas de ciências na referida escola.

Para ensinar e conduzir o aluno na construção do conhecimento não basta

ao professor apenas conhecer o conteúdo, mas ministrá-lo de forma que os alunos

superem a barreira de receber o conteúdo, mas que desenvolva seu próprio

conhecimento cientifico. Sabe-se que a transposição didática não é um processo

fácil, mas que requer do professor outros conhecimentos que superem a área do

saber.

Entende-se que as reformas pelas quais as escolas vem passando ainda é

lenta, porém essas reformas podem acontecer e concretizar-se de fato. Se a escola

dedicar-se a uma construção coletiva de significados e assumir a postura de uma

organização que aprende em vez de ensinar, que seja capaz de reconhecer e

aprender com seus erros, iremos ter uma escola que forma cidadãos formadores de

opinião. Nesse contexto, espera-se que o ensino da química na disciplina de

Page 32: ASPECTOS DIDÁTICOS E METODOLÓGICOS DO ENSINO DE QUÍMICA …

33

Ciências Naturais, possa proporcionar ao aluno a vivência e a compreensão do

diálogo entre homem e natureza no contexto social, cultural, e político.

Page 33: ASPECTOS DIDÁTICOS E METODOLÓGICOS DO ENSINO DE QUÍMICA …

34

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Page 36: ASPECTOS DIDÁTICOS E METODOLÓGICOS DO ENSINO DE QUÍMICA …

37

ANEXOS

Page 37: ASPECTOS DIDÁTICOS E METODOLÓGICOS DO ENSINO DE QUÍMICA …

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ROTEIRO PARA ENTREVISTA

1- Qual sua formação acadêmica?

2- Sabendo que os professores de Ciências tem por obrigação legal,

lecionar química em ciências para o 9º ano. Qual sua opinião sobre ter aptidão

para trabalhar tais conteúdos?

3- Você concorda com os conteúdos selecionados dos livros didáticos

utilizado pela escola?

4- Você utiliza o livro didático com frequência? Qual sua importância?

5- Qual a importância das aulas concernentes aos conteúdos de química?

6- Como você desenvolve suas aulas de ciências, sem contudo, contar com

a existência de um laboratório?

7- Em sua opinião, o ensino de química nesta escola, prepara eficazmente

o aluno para a vida?

8- Como é feita a articulação entre teoria e prática?

9- Os conteúdos de química apresentados nos livros didáticos, passam por

uma nova seleção pela equipe pedagógica desta escola? Como acontece?

10- O tempo disponível para as aulas de Ciências, contempla quanto tempo

dos conteúdos de química ao ano?

11- Você já teve necessidade de substituir algum capítulo com relação aos

conteúdos de química?

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Para os alunos do 9º ano

Questionário

1 - Como você considera as aulas de química:

( ) Interessante ( ) Ruim ( ) Regular ( ) Boa

2 - Nas aulas de química o livro didático é utilizado:

( ) Sempre ( ) Às vezes ( ) Nunca

3 - Você acha os conteúdos de química:

( ) Difíceis ( ) Fáceis ( ) Chato ( ) Regulares

4 - A sua turma faz uso de laboratório de ciências, jogos didáticos

evolvendo química, música?

( ) Nunca ( ) Às vezes ( ) Quase sempre ( ) Com

frequência

Page 39: ASPECTOS DIDÁTICOS E METODOLÓGICOS DO ENSINO DE QUÍMICA …

40

Foto 01 - Fachada da Escola

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41

Observação na Turma do 9º ano B

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Observação na Turma do 9º ano D

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43

1. LETRA DA MÚSICA PLANETA ÁGUA (Guilherme Arantes) Água que nasce na fonte serena do mundo

E que abre o profundo grotão

Água que faz inocente riacho e desagua

Na corrente do ribeirão

Águas escuras dos rios

Que levam a fertilidade ao sertão

Águas que banham aldeias

E matam a sede da população

Aguas que caem das pedras

No véu das cascatas ronco de trovão

E de Pois dormem tranquilas

No leito dos lagos, no leito dos lagos

Agua dos igarapés onde Iara mãe d'água

É misteriosa canção

Agua que o sol evapora

pró céu vai embora

Virar nuvens de algodão

Gotas de água da chuva

Alegre arco-íris sobre a plantação

Gotas de água da chuva

Tão tristes são lágrimas na inundação

Águas que movem moinhos

São as mesmas águas

Que encharcam o chão

E sempre voltam humildes

Pró fundo da terra, pró fundo da terra

Terra planeta água... Terra planeta água

Terra planeta água

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JOGO DA VELHA