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ASAS ASAS JUNHO NOTÍCIAS 2011 REVISTA EDIÇÃO 02 17 ANOS A DAR ASAS À VIDA

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EDIÇÃO | JUNHO 2011

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ÍNDICEASAS

PAG 5 – Editorial – Presidente da ASAS

PAG 7 – Associados Fundadores

PAG 9 – Órgãos Sociais

PAG 11 – Luís Cunha – Dir. Centro Distrital da Segurança Social Porto

PAG 13 – Joana Lima – Presidente da Câmara da Trofa

PAG 17 – Mónica Silva – CAFAP “Saber para Crescer”

PAG 19 – Lurdes Veríssimo – “Educação Parental e Bullying”

PAG 21 – Tânia Sampaio – “Crescer em Família”

PAG 24 – João Lopes - Psicólogo, Voluntário Asas

PAG 25 – Os CAFAP´S

PAG 27 – PANTIR - Um Exemplo de Responsabilidade Social

PAG 29 – O papel da Asas na Intervenção Comunitária

PAG 33 – Vidas que fazem sentido

PAG 35 – Eventos

PAG 39 – Produtos

PAG 39 – Como Ajudar a ASAS

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EDITORIALASAS

AMORQUEBRADOTer confiança é ter segurança. É a certeza de que o nosso bem-estar será preservado e a nossa vida fluirá tranquila. Mas nem todos têm esse privilégio. Algumas crianças passam por experiências traumáticas. Crescem num contexto de risco crónico e são roubadas malvadamente dos seus melhores anos de formação. Por isso, elas crescem com o choro sufocado, o grito abafado, o pavor amortecido, o sentimento negado e a confiança esmagada.É na conduta, na atitude, que os pais constroem ou esmagam a identidade dos seus filhos.

A negligência tem muitas traduções: má alimentação, falta de cuidados de higiene e de saúde, abandono escolar e torturas psicológicas, desde a mais completa solidão até à convivência com situações que destroem uma criança, como o alcoolismo, a toxicodependência e a violência doméstica.

Quando os maus tratos são graves ou a situação é manifestamente de risco, o menor pode ser imediatamente retirado pelas autoridades ou pelas comissões de protecção de crianças e jovens em perigo. Quando os pais consentem é o Tribunal de Família e Menores que determina qual a medida de promoção e protecção mais adequada, cabendo à Segurança Social o seu acompanhamento, até chegarem à nossa instituição.

E é a partir daqui que os técnicos e funcionários da ASAS lhes ensinam como podem ser livres, espontâneos e naturais para se expandirem e se tornarem saudáveis, sabem que eles precisam de atenção para se compreenderem, de amor para terem segurança, de aprovação para terem coragem, de respeito para poderem definir a própria identidade, de compreensão para serem altruístas, de confiança para se aventurarem, de desafios para terem esperança e de limites para se orientarem.

É um dever de todos nós lutar pela promoção e defesa dos direitos da família. Com o CAFAP (Centro de apoio Familiar e Aconselhamento Parental), as fragilidades serão parcialmente esbatidas com muito trabalho.

Não podemos virar a cara à luta, porque se nos acomodarmos não será possível acompanhar a mudança.

Não há nada que possa substituir o espaço da família, por isso é necessário que exista sempre vontade e determinação de trabalhar num serviço de prevenção para que os pais sejam mais pais, vivam mais tempo a infância dos seus filhos, acompanhem o seu percurso de vida até se tornarem adultos confiantes, livres e generosos.

A família é o espaço privilegiado de exteriorização de sentimentos e afectos e é o ambiente natural onde a criança aprende a valorizar o amar e o ser amado.É triste saber que há pessoas que não podem ter filhos e não adoptam uma criança por puro preconceito. Adoptar uma criança, além de ser um acto de amor, é um acto de coragem e de bondade. Ser pai ou mãe adoptiva, é um vínculo de alma, de cuidado, de amor. São filhos que nascem do coração.

O amor não está condicionado a laços genéticos, o amor na família é construído entre pais e filhos, seja ela biológica ou adoptiva.

Num mundo tão complexo, com mensagens tão contraditórias que valorizam o ter sobre o ser, a aparência sobre a realidade, fingir mais do que se expor, vale a pena trilhar o percurso aparentemente mais difícil da busca da paz, do equilíbrio interior, da vida com afecto e da convivência carinhosa com as pessoas mais próximas.É doloroso ver inúmeras crianças e jovens pobres, com tanta vitalidade e futuro, paralisadas em inúmeras possibilidades por situações familiares, económicas e sociais. Em tempos difíceis, são os valores que consolidam os laços da solidariedade.

Cabe-nos a todos nós criar-lhes um projecto de vida para os proteger da exclusão.

Presidente da ASASJosé dos Santos Pinto

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ASSOCIADOSFUNDADORES

ASAS

Associados Fundadores

Abílio Jorge Machado de Almeida da Costa OliveiraAlberto Augusto Fleming Pinto FélixAlexandrino Teixeira Fernandes MachadoAna Maria Oliveira Bastos Linhares CarneiroAntónio José da Fonseca Cardoso Sousa DiasAzuil Dinis Linhares CarneiroBernardino Manuel VasconcelosCarlos Manuel de Oliveira da SilvaCarlos Manuel Moreira de Almeida SantosCelestino da Silva Ramos, PadreDélio de Castro Cardoso SantarémEduardo Manuel de Castro Pinto FélixEurico da Silva Teixeira de MeloFernando Victorino Seixas QueirósFrancisco Aurélio Pinheiro Botelho MonizHelena Maria Oliveira e SilvaIvo Ângelo Andrade MartinsJoão Adalberto Sousa Dias Correia da SilvaJoaquim Barbosa Ferreira CoutoJoaquim Eugénio Sousa Correia LimaJosé Luís de Sousa MarquesManuel Faria de AbreuManuel de Oliveira AssoreiraMaria Ângela Teixeira Fernandes Machado da CunhaMaria Gabriela Moreira da Costa e SousaRui Fernando da Silva Pelayo GonçalvesVasco de Sousa Cruz Ferreira da CostaVictor Haettich Correia de Freitas de Almeida Garrett

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Assembleia Geral

Presidente

Carlos Manuel Oliveira da Silva

SecretáriosFernando Vitorino Seixas Queirós

Catarina Irene Fernandes Almeida Costa

Direcção

PresidenteJosé dos Santos Pinto

Vice-PresidenteMaria Irene Moreira Fernandes Almeida Costa

SecretárioAnabela Freitas Ferreira Maia

TesoureiroDuarte Manuel de Faria Gonçalves

VogalJosé Manuel Alves Pimenta de Carvalho

SuplentesMaria Teresa Andrade Polónia

Maria Emília Ferreira da Silva MarquesMaria da Paz Gomes Pelayo

Conselho Fiscal

PresidenteMaria Gabriela Moreira da Costa e Sousa

VogaisClara Maria Pinheiro Botelho Moniz Vieira da Silva

Malhas Carjor, Lda. - Jorge Lopes

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O PAPEL DASIPSS´S E OS

ESTABELECIMENTOSDE ACOLHIMENTO

DE CRIANÇASE JOVENS

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O papel das IPSS’s e os estabelecimentos de acolhimento de crianças e jovens

As IPSS’s são entidades jurídicas constituídas sem finalidade lucrativa que prosseguem, entre outros, objectivos de apoio a crianças, a jovens, à família, bem como à integração social e comunitária, contribuindo ainda para a protecção dos cidadãos na velhice e em todas as situações de falta ou diminuição de meios de subsistência ou incapacidade de auto sustento.

Para tal desenvolvem respostas sociais tendo como destinatários os diversos estratos sociais, nomeadamente, a infância (creches e jardins de infância), os jovens (lares para crianças e jovens e centros de acolhimento temporário), os mais idosos (centros de dia e de convívio e lares de terceira idade) e as pessoas com capacidade reduzida (centros de actividades ocupacionais e lares residenciais).

Têm as IPSS’s, por isso, um papel imprescindível na nossa sociedade, ao desenvolverem actividades em parceria com a Segurança Social, pois estão directamente relacionadas com a comunidade em que se inserem, beneficiando, nesse sentido, da proximidade à família, o que lhes permite identificar as situações de vulnerabilidade social das pessoas, designadamente, dos mais frágeis socialmente, como são os pobres, os desempregados, os idosos e as pessoas com incapacidade.

Daí que o Estado, através da Segurança Social, privilegie o sector social ou da economia social, quer através do financiamento à remodelação, reconstrução ou construção

de novos equipamentos, de que são exemplo programas como o PARES (programa de alargamento da rede de estabelecimentos sociais) ou o MASES (medidas de apoio à segurança dos equipamentos sociais), quer através do financiamento às suas actividades correntes, mediante a celebração de acordos de cooperação.

No que aqui e agora interessa, isto é, as respostas sociais para jovens, cabe referir que a Segurança Social financia, no distrito do Porto, o funcionamento de 41 lares de crianças e jovens e de 16 centros de acolhimento temporário.

Em que consistem as medidas de acolhimento em instituição? Consistem na colocação da criança ou jovem ao cuidado de uma entidade com condições físicas e equipa técnica capaz de proporcionar condições adequadas à sua educação, bem-estar e desenvolvimento integral. Tal colocação pressupõe a existência de uma situação sócio-familiar de risco, susceptível de colocar em causa a integridade física e/ou psíquica do menor, envolvendo vivências e/ou experiências prejudiciais ao seu desenvolvimento e bem-estar.

São, entre outros, objectivos do acolhimento: a reunificação familiar através da prioridade das relações familiares, do trabalho educativo e cooperação estreita com as famílias; a integração estável em família alternativa mediante a preparação da criança para a adopção quando o projecto de vida não confira a possibilidade de retorno á família de origem; a promoção e a aquisição das competências pessoais e sociais, com vista a uma vida independente; e, bem assim, a formação e integração sócio-laboral e acompanhamento em programas de transição.

Deixando às IPSS’s, que têm como escopo a actividade do acolhimento, a aplicação prática da filosofia que preside a este tipo de instituições, assente no triângulo “lar, família de origem e comunidade”, cabe à Segurança Social tutelar as instituições e servir de garante à boa aplicação das práticas ideais e actualizadas neste tipo de equipamentos.

Ou seja: os lares de crianças e jovens devem ter uma filosofia de funcionamento traduzida no acompanhamento das crianças e jovens que lá vivem, proporcionando-lhes e estimulando a proximidade com a sua família de origem, ao mesmo tempo que se mantêm abertos à comunidade

envolvente, quer na participação das crianças e jovens que acolhem nas actividades promovidas pela comunidade, quer permitindo a participação comunitária nos eventos por si realizados.

Longe vão os tempos em que o internamento de crianças em estabelecimentos tinha como finalidade essencial tirá-las de situações de pobreza extrema para as alimentar e vestir, não sendo essencial a sua integração social e profissional. Hoje, já não basta que a institucionalização suprima necessidades básicas dos menores acolhidos… importa, isso sim, dar às crianças institucionalizadas segurança, firmeza e afecto, necessários para que possam, elas próprias, desenvolver a sua personalidade e construir o seu futuro tendo em conta as suas capacidades e potencialidades. É necessário que lhes seja incutido o sentimento de que são iguais a quaisquer outras crianças que partilham os bancos da mesmo estabelecimento de ensino, criando-lhes a esperança de que nada há que as impeça de se tornarem tudo aquilo que desejam ser.

Na verdade, todos temos um passado, que condiciona aquilo que somos; ignorá-lo ou escamoteá-lo é levar estas crianças a crescerem interiorizando nas suas identidades a ideia de que uma parte das suas vidas não é (ou não deve ser) aceite ou, noutra vertente, que é condenável. Por isso se impõe um corte radical com o ciclo de pobreza e exclusão que, demasiadas vezes, se associa à institucionalização.O papel dos lares de infância e juventude neste processo de construção da identidade de cada utente é, pois, crucial, na construção da personalidade da criança e no seu desenvolvimento emocionalmente saudável. Só assim se conseguirá – e esse é também o papel da Instituição – que as crianças sintam que são amadas.

Porque, como escreveu Eduardo Sá, “uma criança não se sente amada só porque tem pais, mas quando lhes lê nos olhos (mesmo quando lhe ralham) que são verdadeiros para com ela”.

Director Centro Distrital da Segurança Social do PortoLuís Cunha2010.09.06

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MENSAGEMPRESIDENTEDA CÂMARADA TROFAÉ com imenso prazer que participo nesta Revista da Associação de Solidariedade e Acção Social (ASAS) que é afinal uma instituição particular de solidariedade social, sem fins lucrativos e reconhecida como de utilidade pública no Concelho da Trofa.

Sei que a ASAS, - e até o nome escolhido foi muito feliz, ao permitir associar a abreviatura que identifica esta instituição ao poder de voar, de melhorar, de criar e de evoluir -, foi constituída com o objectivo de promover e contribuir para a protecção e apoio dos grupos mais desprotegidos, especialmente as crianças e os jovens.Aproveito, por isso esta Publicação, para enaltecer e realçar o importante papel que a ASAS tem vindo a desempenhar, no Concelho da Trofa, nos últimos anos, nomeadamente através do Centro Comunitário da Trofa, trabalhando também, de forma estreita e activa com a Autarquia, em projectos como com a Loja Social, o Gabinete de Apoio à Toxicodependência e o Conselho Local de Acção Social.

Esta instituição protagoniza assim um percurso exemplar e produtivo, pois conhece bem o território concelhio e a população residente e tem, como já pudemos tantas vezes testemunhar, competência, idoneidade e experiência comprovada na área da intervenção social.A ASAS nasceu há 15 anos por iniciativa de um grupo de duas dezenas de pessoas que se preocupavam com a problemática da criança em risco, hoje, esta instituição desenvolve uma intensa actividade muito enraizada na vida da comunidade, em acções diárias de ocupação de tempos livres, de formação, de apoios de carácter social ou psicológico, de dinamização

local de carácter inter-geracional e de revitalização de costumes e tradições. Um trabalho que vai de encontro a uma das grandes apostas da Câmara Municipal a que presido, que vê, a área das políticas sociais como uma missão de prestação de serviços de apoio social, de dinamização e cooperação institucional, devidamente integrados tendo em vista a promoção do desenvolvimento social da Trofa.

As politicas sociais e de solidariedade constituem desta forma, uma prioridade de primeira linha da nossa governação, tendo sempre como base o reconhecimento e a consagração dos direitos sociais de todos os cidadãos, indissociáveis de uma sociedade mais justa e desenvolvida.Porque a acção desta Câmara Municipal está orientada para políticas activas de inclusão social, dinamizando a articulação com parceiros públicos e privados, como é o caso da ASAS, é nessa perspectiva que encaramos o trabalho diário desta grande instituição.Trabalhamos afinal numa óptica de parceria que vai permitir, a médio prazo, levar a cabo um projecto de desenvolvimento local nas áreas da qualificação, da intervenção familiar, da capacitação da população e do acesso à informação, perspectivando uma importante concertação de esforços.Para nós, a qualidade de um Município mede-se não só pela qualidade dos seus espaços, das suas construções, dos seus equipamentos, e das suas empresas, mede-se, sobretudo, pela qualidade de vida das pessoas, por isso aqui estamos, ao lado de Instituições como a ASAS, indo ao encontro de uma intervenção sócio-territorial, abrangente, integrada e sistémica, que a Câmara Municipal da Trofa vem desenvolvendo no Concelho.Um trabalho de proximidade às populações e ao território, que permite adequar cada vez mais a intervenção às necessidades identificadas e, em colaboração com os parceiros locais, produzir impactos positivos e mudanças muito concretas.É este o nosso compromisso com a Trofa, com os Trofenses e com a ASAS..

A Presidente da Câmara Municipal da TrofaJoana Lima

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MENSAGEMPRESIDENTE

CÂMARATROFA

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CENTRODE APOIO EACONSELHAMENTOPARENTALE PAPEL NAPROTECÇÃO DA CRIANÇAJOVEM

Centro de Apoio Familiar e Aconselhamento Parental – o papel na protecção da criança/jovem“Todas as famílias têm competências e recursos. Para as ajudar, os profissionais têm de as apoiar na resolução dos seus problemas, activando para isso as suas competências”

Os pais são os principais protagonistas da educação dos seus filhos, assumindo por isso uma grande influência no seu desenvolvimento social e pessoal, tarefa que nem sempre é fácil face aos inúmeros desafios que surgem da difícil tarefa de educar. Nas últimas décadas, alterações sociais profundas acarretaram grandes mudanças no seio das famílias. As famílias alargadas, com habitação e responsabilidades familiares partilhadas, desapareceram e deram lugar a estruturas familiares nucleares, mais pequenas, na generalidade dos casos, reduzidas aos pais e respectivos filhos; os avós mantêm actividade profissional até uma idade mais avançada; as mães foram trabalhar fora de casa; os vizinhos deixaram de fazer parte da família; os casais optam por ter filhos cada vez mais tarde. Neste cenário, os pais e as mães tornaram-se os responsáveis únicos e exclusivos pela educação dos seus filhos. Para completar o quadro, muitos casais divorciam-se e voltam a reconstruir as suas vidas com outras pessoas, o que leva à criação de novas famílias, entretecendo uma estrutura de relações familiares cada vez mais complexa.

Por isso, foram criados os Centros de Apoio Familiar e aconselhamento Parental, os quais são definidos pela Segurança Social como: resposta social desenvolvida através de um serviço, vocacionado para o estudo e

prevenção de situações de risco social e para o apoio a crianças e jovens em situação de perigo e suas famílias, concretizado na sua comunidade, através de equipas multidisciplinares (Direcção Geral da Segurança Social, da Família e da Criança (DGSSFC, 2006).

A partir do contexto de vida das famílias, em gabinete ou em grupo, a equipa do CAFAP “Saber para Crescer” desenvolveu em 2010 o seu trabalho junto de 156 crianças/jovens, tentando optimizar as competências e conhecimentos das famílias, muitos dos quais às vezes “adormecidos” ou não usados, mas com o objectivo da protecção da criança, mantendo-a sempre que possível no seio da sua família. Das crianças/jovens acompanhadas 24 (15,4%) estavam com medidas de afastamento e 132 (84,6%) em meio natural de vida.

É no trabalho em grupo, como os Encontro Familiares e com os Adolescentes, que a equipa tem obtido muitas gratificações, porque apesar de estarmos no Século XXI e se calhar muitos de nós não damos valor a situações banais, como uma ida ao cinema ou à praia e piscina ou mesmo irem ao parque da Rabada ou à Assunção, muitas das nossas famílias e crianças e jovens, nunca o fizeram. Este ano tivemos um menino de 6 anos, que teve a primeira experiência na piscina e uma adolescente que entrou pela primeira vez num shopping e foi a uma praia. Para nós, assistentes sociais, psicólogos, educadores sociais e ajudantes de acção directa, que trabalhamos todos os dias com as famílias, sabemos bem o que queremos: famílias felizes, onde o sorriso das crianças e jovens impere, porque embora possam continuar a viver com poucos recursos, às crianças e jovens têm toda a atenção e afecto de que precisam e pais capazes de corresponderem aos seus pedidos de carinho e de segurança, mas também de lhes definirem regras e limites.Apesar de vivermos numa sociedade de consumo, onde os bens materiais imperam muitas vezes sobre os espirituais, nenhuma criança é feliz sem a atenção dos seus pais e todos nós se nos perguntarmos porque é que gostamos dos nossos pais, todos seremos unânimes em responder, porque nos amaram e nós educaram e estiveram presentes quando precisamos deles e não porque nos deram aquele brinquedo ou roupa que tanto queríamos.

CAFAPMónica Silva

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EDUCAÇÃOPARENTALE BULLYINGO PAPEL DASORGANIZAÇÕES

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BULLYING… Porque é que este estrangeirismo entrou de rompante no nosso vocabulário e se instalou?...O mesmo será dizer: porque é que este fenómeno se instalou?...

Será que sempre houve bullying por essas escolas fora, e que nunca ninguém lhe tinha dado a real importância?... S

erá que as nossas crianças e jovens estão a ficar cada vez mais inseguras, incapazes de ser assertivas, deixando que as situações de bullying se perpetuem?...

Será que as nossas crianças e jovens têm cada vez mais necessidade de fazer abuso de poder sobre os mais fracos (provavelmente a reproduzirem modelos que têm na sua vida… provavelmente para se sentirem competentes…)?!

A ideia não é perder tempo com divagações sobre as crianças e jovens de hoje.

Mas é importante reflectir sobre as causas prováveis, para que se possam definir estratégias de acção realmente efectivas, que vão de encontro às fragilidades que, de facto, justificam a manutenção do fenómeno.

Assim, re-focalizemo-nos em duas questões: o que é afinal o bullying?

O que é que os Pais, podem fazer para diminuir a probabilidade deste fenómeno se instalar?

Apesar de poder assumir diferentes concretizações (bater, pontapear, gozar, humilhar, difamar… - de forma repetida e intencional), de forma geral o bullying diz respeito a “comportamentos de agressão/vitimação que ocorrem entre pares, em que o agressor tem mais poder/é mais forte” (Olweus, 1993), que ocorrem em contexto escolar.

Então o que é que os Pais podem fazer?

Adopte um estilo educativo orientador – seja firme na implementação de regras e limites, mas simultaneamente saiba ser atento e afectuoso, providenciando assim um ambiente securizante e previsível aos seus filhos.

Desta forma, os seus filhos saberão reconhecer que há limites, que há consequências quando se ultrapassam estes limites.

Fale regularmente com os seus filhos sobre o seu dia na escola – isso permitirá, entre muitas outras coisas, que se aperceba se se passa algo de estranho.

Esteja atento a alguns sinais inesperados – decréscimo do rendimento escolar, recusa em ir à escola, tristeza, apatia ou preocupação inesperada…

Ensine o seu filho a adoptar um estilo assertivo – que sabe dizer não, que sabe pedir ajuda, que não reage com agressividade mas antes procura resoluções realistas para os seus problemas. Ajude-o a pensar, e encontrar estas soluções.

Ajude os seus filhos a antecipar as consequências dos seus comportamentos, a perceber o impacto dos seus actos nos outros.

Reforce a auto-estima dos seus filhos – facilite o seu auto-conhecimento e consequente auto-estima, de forma a prevenir que se transformem em potenciais vítimas (demasiado vulneráveis a ameaças e manipulações) ou bullies (impulsivos, com necessidade de fazer abuso de poder).

Promova interacções saudáveis entre o seu filho e os colegas fora do contexto escolar – por exemplo, proponha tardes de brincadeira em sua casa – isso permitirá que conheça os colegas do seu filho e que estes se revejam noutros papéis e contextos.

Universidade CatólicaLourdes Veríssimo

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CRESCER EM FAMÍLIA Escola de Pais… porque os Pais são os primeiros escritores da história de uma Criança… … E porque no Agora se diz que têm mais desafios na construção do argumento acerca do qual devem escrever as páginas na vida de um filho. Com a Escola de Pais, os CAFAP Saber para Crescer e Crescer em Família têm a pretensão de serem um espaço para que os Pais tenham a oportunidade de (Re)apredender, (Re)pensar, (Re)conhecer, Reflectir e (Re)descobrir as linhas sobre as quais se esboça o livro da história de uma criança.

Olhando a Família como a protagonista da educação das crianças, não deixamos de considerar que o é num contexto e num tempo que, em larga medida, dita as regras e as tendências a seguir nessa desafiante, mas não menos empolgante, tarefa. Se na verdade no Agora os Pais se vêem perante diferentes desafios, não é menos verdade que no Antigamente também os tinham, embora que as directrizes que pautavam um ou outro tempo se tenham alterado. Senão vejamos: se no Agora o desafio que se coloca aos pais na escolarização de um filho, é a de suportarem os encargos para que alcancem um mestrado e, assim, aumentem as probabilidades de conquistarem um emprego, no Antigamente a tarefa angustiante era a que os dez ou doze filhos de uma Família lutassem pela conquista da 4ª classe e logo aos 10 ou 12 anos se capacitassem na escola da vida, apoiando no sustento da casa. Se no Agora a dificuldade dos Pais é de tentarem “dar tudo” (entenda-se bens materiais) aos filhos para que não sejam marginalizados pelos pares, no Antigamente os Pais trabalhavam para que, com orgulho, pudessem oferecer na 1ª Comunhão o primeiro par de sapatos aos filhos. Do mesmo modo, se no Agora os Pais se esforçam por prevenir que um filho não inicie a sua sexualidade na pré-adolescência, no Antigamente mantinham a preocupação de que não o fizessem antes do casamento para que não quebrassem a moralidade e as tradições familiares. Não deixa, porventura, de ser verdade, que o Agora é a era das conquistas no imediato, do encantamento pelo que é novo, pela experiência do que não se conhece, pela adrenalina e o espírito de aventura e por um ser-se diferente que cativa em especial relevo os adolescentes e jovens.

Num tempo em que o conhecimento e a informação avançam numa velocidade voraz, os pais, ou se vêem esmorecidos no Antigamente permitindo-se quebrar

as relações com os seus filhos e deixar em branco parte da construção da sua história, ou buscam pelo conhecimento, atrevendo-se a influenciar as mudanças que reflectem o crescimento nas diferentes fases da vida. Pensar numa “Escola” para Pais, no nosso entender, não é mais do que dar lhes dar esse espaço para que não se deixem ultrapassar pelas mudanças do tempo e impedir que outros ou, apenas e só, um filho escreva sozinho parte da sua história sem que tenha aprendido correctamente como se escrevem todas as letras do alfabeto. Porque no Antigamente na escola o respeito pela autoridade do Professor permitia que este controlasse todo o grupo de alunos e no Agora a violência escolar e o Bullyng são argumento para páginas de muitos livros; porque no Antigamente a informação surgia no vizinho do lado, e no Agora o Ser Humano tem a fantástica oportunidade de dispor da poderosíssima internet e dos não menos fortes Mass Media, que entram pelas nossas vidas dentro sem bater à porta, aliciando-nos constantemente a alterarmos toda a nossa forma de ver o mundo; porque no Antigamente ser-se adolescente surgia sem grandes alaridos no ciclo de uma vida e no Agora ela se reveste no desejo de autonomia e de liberdade tão facilmente por eles (adolescentes) confundida com a libertinagem…

É tendo por base o surgimento destes novos conceitos que incorporam o desenvolvimento pessoal e social do Ser Humano, que os CAFAP Saber para Crescer e Crescer em Família fundamentam a relevância de iniciativas como a Escola de Pais: uma oportunidade dada aos pais de se (re)descobrirem nas dúvidas e incertezas dos Pais de Agora, nas dúvidas e incertezas dos seus filhos no seu processo de crescimento. Numa Escola, num Agrupamento de Escolas ou numa Comunidade, em Santo Tirso ou na Trofa, os encontros da Escola de Pais contam com um vasto grupo de Técnicos Especializados de Universidades como a Católica do Porto ou a Universidade do Minho, de Hospitais ou de outras instituições, que reconhecendo os desafios que se colocam aos Pais do Agora se voluntariem desde 2005 para com a ASAS proporcionarem a já cerca de 2100 participantes, aprendizagens, descobertas, reflexões e partilhas que os conduzam a preencher as primeiras páginas de uma história que um dia o seu filho saberá contar ao seu neto.…E porque também nós aspiramos ajudar a preencher algumas das linhas da história de muitas crianças.

Coordenadora Técnica CAFAP Crescer em FamíliaTânia Sampaio

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CRESCEREM

FAMÍLIA

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OS CAFAP ´SAs dificuldades de ser pai/mãe nos dias de hoje não serão em si mesmas superiores àquelas com que se confrontaram gerações anteriores.

A alteração das circunstâncias, porém, leva-nos frequentemente a pensar o contrário. De entre estas circunstâncias, há que destacar desde logo a significativa redução da taxa de natalidade, a qual conduziu à concentração, em ou dois filhos, da atenção que em gerações anteriores era distribuída por 5, 6 ou mais filhos. Este singular e importante facto teve como efeito o aumento da percepção de responsabilidade dos pais relativamente aos (agora raros) filhos e à satisfação de desejos e até de caprichos até aí praticamente impossíveis.

Por outro lado, os próprios filhos passaram a carregar o ónus de satisfação dos desejos e aspirações dos pais e também, frequentemente, dos de outros familiares próximos. Assim, aquilo que era distribuído por muitos e por isso passava muitas vezes despercebido (para o bem e para o mal), é agora detectado com prontidão e alvo de preocupação e cuidados (por vezes excessiva). A significativa alteração, para melhor, das condições de vida dos portugueses nas últimas três décadas, teve também como efeito a possibilidade de os pais darem aos filhos aquilo que gerações anteriores, por muito que o desejassem, se viam impedidas de fazer. As crianças passaram a usufruir de bens, cuidados, atenções e mesmo de mordomias até então impensáveis.

É difícil para os pais resistirem a dar coisas aos filhos (o telemóvel será talvez uma as melhores metáforas desta pressão para “dar”), os quais, pensarão muitas vezes os pais, não deverão exibir menos do que os outros exibem. A exibição de múltiplos objectos é, como sempre foi na história da humanidade, um importante sinal de estatuto social. Actualmente pode ser, para além disso, um sinal de que os pais fornecem uma “educação de qualidade” e de que estão muito atentos aos filhos.

Uma outra circunstância do maior relevo, é a explosão de informação nos meios de comunicação social, em particular na Internet.

Hoje em dia, a possibilidade de aceder a informação relevante sobre questões educacionais é incomensuravelmente superior à que se verificava há 30 anos atrás.

As questões da parentalidade, da educação, e das relações pais-filhos, são incessantemente discutidas, vendo-se os pais confrontados com a necessidade de corresponderem às expectativas, sugestões e modelos de pais ideais, propalados em jornais, revistas, televisões e sites especializados ou não especializados.

Um exemplo interessante desta pressão, diz respeito ao persistente mito de que os pais actualmente não dão suficiente atenção aos filhos, porque “chegam demasiado tarde a casa”. Contudo, o que se verifica é que, pelo contrário, há hoje em dia um significativo número de pais que anda numa verdadeira correria para ir buscar o(s) filhos(s) à escola e levá-lo(s), à natação e depois à música e ainda a um sem número de actividades extra-escolares. Se aplicássemos à geração imediatamente anterior os critérios actuais de exigência quanto à parentalidade, essa geração seria em bloco considerada negligente e arriscaria processos sistemáticos na protecção de menores!

O que se sugere é que as sociedades dos nossos dias colocam sobre os pais uma pressão muito grande para que constituam modelos ideais e responsabilizam-nos (na verdade, culpam-nos) mesmo por tudo o que não corre de acordo com esse ideal. Como o ideal é por definição inatingível, é de esperar que a responsabilização/culpabilização seja sistemática.

É de realçar que o surgimento de instituições e organizações de protecção de menores se inscrevem na alteração das circunstâncias atrás referidas. Trata-se de instituições muito recentes na história da humanidade, que têm por objectivo fundamental salvaguardar a vida, saúde e bem-estar dos menores, quando se julgue que estas estão em causa.

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Os CAFAPs (Centros de Apoio Familiar e Aconselhamento Parental) em particular, procuram constituir uma de entre várias respostas possíveis de primeira linha na protecção de menores. A sua acção é particularmente difícil dado que, em geral, trabalham com alvos que não solicitaram nem desejam a sua intervenção. As resistências são pois significativas e o trabalho pode revelar-se desgastante, quando não frustrante. Contudo, os CAFAPs poderão ter uma importante acção preventiva junto das famílias, evitando a retirada dos menores e a sua colocação numa instituição, sem que estejam esgotadas as possibilidades de permanência na família em condições minimamente aceitáveis.

Da mesma forma, poderão realizar importantes intervenções noutras fases de um eventual processo judicial em curso. O maior problema dos CAFAPs é evidentemente o do custo do modelo. Intervir junto de uma família muito problemática pode revelar-se uma tarefa interminável (no sentido em que a pressão dos técnicos poderá ter que prolongar por anos), dificilmente terminando numa “cura” (no sentido médico do termo).

O mais provável é mesmo que os problemas se reproduzem morbidamente, obrigando a novas e desgastantes intervenções. Se multiplicarmos o esforço a despender numa família pelo que é necessário realizar junto de todas as que dele necessitam, rapidamente concluiremos do gigantismo da tarefa e do custo humano a ela associado.

O modelo dos CAFAPS, como de resto todo o sistema de protecção de menores tem que ser sistematicamente estudado e avaliado para se perceber melhor as suas vantagens e dificuldades numa lógica de custo/benefício. Sem precipitações e através de processos metodologicamente aceitáveis. Para que possamos ter cada vez melhores intervenções, melhores pais e consequentemente melhores filhos.

Psicólogo, voluntário da AsasJoão Lopes

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PANTIR - UMEXEMPLO DERESPONSABILIDADESOCIALÉ com muita satisfação que a Pantir aceitou o convite para fazer parte da revista Asas notícias Nº 02. Quinze anos passaram desde que o Fundador e 1º Presidente da Asas Dr Vasco Ferreira apresentou o projecto (ainda pequenino) à gerência da Pantir na pessoa do Sr Franciso de Assis Correia da Silva, solicitando o nosso contributo . Sustentada na máxima de que “PAO É VIDA” logo a Pantir se prontificou a ajudar. Assim tem continuado até à data de hoje. Podemos dizer que a Pantir se orgulha de fazer parte desta Família, dando o seu pequeno contributo em entregas diárias de pão, produto essencial para o desenvolvimento sustentado das crianças que crescem nesta Instituição. Apesar de ser uma pequena ajuda no meio das muitas necessidades que vão surgindo neste género de Instituições , no que depender da Pantir tudo faremos para que assim continue. A cooperação de todos, a vontade de ajudar, por mais singela que possa ser, desde autarquias, empresas e sociedade é vital para que estas crianças cresçam felizes e sem carência alguma. As crianças de hoje são os Homens de amanhã. È nestes exemplos que todos damos, dentro de fora desta Instituição, que estas e outras crianças se formam, e tomam consciência que NÃO É pela “cegueira” de quem não quer ver, ou indiferença em relação ao seu semelhante que conseguimos fazer um mundo melhor e mais justo. A Pantir paralelamente a estas iniciativas, vem cooperando em acções de solidariedade com Instituições dos dois concelhos, por forma a contribuir para uma dinâmica pró-activa, através dos produtos que a empresa produz, de forma a garantir uma postura mais afirmada de preocupação com o valor intangível, comum a todos: as pessoas.A Pantir vem cada vez mais afirmando-se em ambos os concelhos, compondo um total de 18 lojas abertas ao público, apoiadas pela sua Sede em Merouços - Santa Cristina do Couto.

Nestes espaços para além do serviço de cafetaria, a Pantir tem a seu dispor uma variedade de produtos que oferecem a garantia de qualidade e frescura diárias.O nosso forte é o fabrico de pão e seus derivados dos quais destacamos as afamadas broinhas de milho de 0,400gr , broinhas de centeio o pão tipo Mealhada e os pães de cereais.A nível do fabrico de pastéis temos uma rica e variada escolha de sabores e formatos, não esquecendo os afamados Jesuitas, aliados à qualidade do pastel fresco do dia. O mesmo se aplica na confecção de Bolos artísticos que tem vindo a aumentar dado o sucesso, o que tem conquistado cada vez mais clientes. Também fazemos bolos de noiva, aniversário com ou sem foto, temáticos (dias da mãe, pai, namorados, Pascoa, despedida de solteiro).Também a pensar nas crianças confeccionamos bolos de aniversário com produtos adequados às suas idades como por explo recheio de geleias de vários sabores a frutos e cremes de decoração com baixo teor de corantes. Para a cobertura temos um leque variado de fotos divertidas de animação (actual ou antiga, heróis da B.D., princesas, Barbie, Etc..) ou um desenho á escolha do cliente. Valores como a saúde pública a qualidade dos produtos que fabricamos e servimos são prioritários e estão na base do nosso trabalho. Por tudo isto a necessidade de produzir alimentos seguros, passa pela responsabilidade de implementar o sistema de auto-controlo eficazes ao longo de todas as fases de produção, expedição e venda.Com consumidores cada vez mais esclarecidos e portanto mais exigentes, é nosso dever colocar á disposição dos nossos clientes produtos cujas condições de higiene e segurança sejam devidamente garantidos.A Pantir é uma empresa bem sucedida graças à qualidade dos seus produtos, fidelidade aos seus princípios, consideração e respeito pelos clientes.O objectivo é de continuar a crescer diversificando e melhorando os seus produtos, mantendo o elevado padrão de atendimento e qualidade.

A Gerência

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MECENATOSOCIAL

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O PAPEL DA ASASNA INTERVENÇÃO COMUNITÁRIASegundo a sociologia, o termo “comunidade” corresponde a um conjunto de pessoas que se organizam sob o mesmo conjunto de normas e que geralmente vivem no mesmo local, excepção natural às novas formas de organização das comunidades virtuais. Também a perspectiva ecológica identifica comunidade como a totalidade dos organismos vivos que fazem parte do mesmo ecossistema e interagem entre si, não apenas à reunião de indivíduos a que corresponde uma população e à sua organização social mas também a um nível mais elevado de complexidade de um ecossistema. Aos níveis mais complexos da organização humana correspondem, entre outros, os laços afectivos e os seus aspectos culturais. Também aqui pode e deve ter lugar a expressão que de que os níveis de desenvolvimento de uma comunidade se podem avaliar pela forma como trata as suas crianças e os seus idosos. Redutor, verdadeiro e um ponto de partida para uma reflexão que, natural e infelizmente, não cabe nestas linhas.

Com esta introdução pretendemos ressalvar o importante papel que a ASAS tem ao nível da sua intervenção comunitária e familiar. Em particular, o Centro Comunitário da Trofa centraliza a sua acção na comunidade trofense. Ao longo dos 9 anos da sua existência, os mais idosos e as crianças têm merecido destaque nas suas preocupações. Constitui-se como um pólo de animação, gerador das dinâmicas locais, de revitalização das tradições e promotor do convívio intergeracional.

A prevenção da exclusão e do isolamento, a promoção da participação social e o envolvimento das famílias da comunidade, a revitalização das tradições locais e a consolidação dos laços entre os seus membros estão entre as suas formas de actuação. A relação intergeracional promovida em muitas das suas actividades pretende conciliar a experiência de vida adquirida e o sadio crescimento juvenil dos seus mais novos intervenientes.

Acredita a equipa do Centro que a adopção de valores e de princípios de respeito pelos outros, pela diferença, pelas referências de autoridade e das normas de funcionamento social, pedras basilares de um crescimento sustentado e harmonioso, contribuirá para afastar os mais novos dos comportamentos de risco e para uma integração equilibrada de todos os seus membros.

Destaque, ainda, para a disponibilização de serviços de apoio à comunidade mais carenciada: balneários e lavandaria. No Centro Comunitário da ASAS recebe-se regularmente roupas, outros equipamentos e objectos, entre mobiliário, livros e brinquedos, que são distribuídos à comunidade mais carenciada. Porque o processo não se esgota nas intenções nem nos resultados atingidos, o Centro Comunitário da Trofa ainda terá muito a fazer.

Em relação à intervenção com crianças destacam-se as actividades do ABC Criativo, programa direccionado para o apoio ao estudo em horário pós escolar e que durante as férias promove actividades ocupacionais na dupla vertente recreativa e pedagógica. Por outro lado, um outro programa denominado Educação Solidária vocacionado para crianças em risco, promove actividades complementares de apoio escolar e de prevenção de comportamentos desviantes, utilizando para o efeito jogos e actividades de exploração das representações sociais, actuando assim sobre os valores individuais e a promoção de estilos de vida e de sociabilidades saudáveis.

É ainda promotor, pelo sétimo ano, do Plano Municipal de Prevenção Primária das Toxicodependências, promovendo iniciativas de prevenção de consumos e de comportamentos desviantes juvenis junto da comunidade escolar. Ainda este ano estiveram envolvidos mais de 300 crianças, com participação activa de professores da Escola Napoleão de Sousa Marques e do Agrupamento vertical de Escolas da Trofa na concretização da “Caminha pela Prevenção” em algumas das principais artérias da cidade da Trofa. A repetir no próximo ano.

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Relativamente à comunidade mais adulta, destaca-se a intervenção ao nível das actividades ocupacionais e de aprendizagem, nomeadamente os Ateliês de Informática, de Música, de Alfabetização, de Bordados e de Teatro, a Ginástica Sénior, a Hidroginástica e o Bóccia Sénior com a participação de duas equipas no campeonato nacional.

Refere-se, assim, um grupo de adultos e idosos, activos e dinâmicos, e que diariamente participam nas nossas actividades, promovendo o seu bem-estar físico e mental. O combate ao Alcoolismo e à Toxicodependência, através do Projecto “(Re)Inserir na Trofa”, financiado pelo Instituto das Drogas e Toxicodependências e promovido pela ASAS permitiu acompanhar 62 utentes até ao momento, promovendo a abstinência do consumo, nomeadamente através do Grupo de Auto-ajuda e da aquisição de competências pessoais e sociais facilitadoras da reinserção social e económica. Para o efeito contamos com o importante apoio do tecido empresarial local.

Tem ainda particular protagonismo o Grupo de Cantares “Saberes com Sentidos”. Além dos ensaios semanais, este grupo participa activamente em festividades do CCT, em festas populares e em iniciativas promovidas por outras instituições locais. Adquiriram já tradição nos Cantares de Janeiras e as actuações já ultrapassam as fronteiras do concelho. Ainda recentemente estiveram a actuar no Porto, na avenida dos Aliados e no Jumbo de Matosinhos, ambas no âmbito da promoção das 24 Horas de Luta Contra a Pobreza e a Exclusão Social, iniciativa a que a ASAS se associou com outras instituições.

A terminar destaca-se o lançamento, no próximo mês de Novembro e durante as comemorações do 9.º ano do CCT, de um CD do Grupo de Cantares com músicas populares portuguesas intitulado “Vidas com Sentidos”. Porque é um projecto do CCT, do Grupo de Cantares e de cada um dos seus membros, porque a Vida tem “Sentido” e porque os nossos utentes apregoam isso mesmo… também a cantar.

José Paulo Nunes

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O PAPEL DA ASAS, NA

INTERVENÇÃOCOMUNITÁRIA

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VIDAS QUEFAZEM SENTIDOProporcionar momentos de convívio e interacção é contribuir para o bem-estar global do ser Humano.O Centro Comunitário da Trofa, uma valência da Asas, a partir do estabelecimento de um relacionamento de proximidade, transformou-se numa estrutura de apoio de referência no trabalho desenvolvido com a população mais idosa do Concelho da Trofa. Ir de encontro aos prazeres e necessidades desta população faz parte da nossa missão. Assim, em 2004 nasceu o Grupo Saberes (Com) Sentidos criado com a população adulta que se destina a acompamhar a população mais idosa.

O empenho e o envolvimento de uma equipa multidisciplinar e dos próprios utilizadores é o segredo dos resultados atingidos. A amizade e a responsabilidade são conceitos que foram crescendo como um todo e potenciadores de ideias e projectos cada vez mais ambiciosos.

O prazer pela música tradicional e popular portuguesa mobilizou 10 elementos do grupo Saberes (Com) Sentidos para que, na época Natalícia visitassem algumas entidades do concelho para as presentear com as tradicionais Janeiras.

Depois de se mobilizarem para esta actividade considerou-se que este grupo tinha potencialidades para se manter e desenvolver. “Nós conseguimos formar um grupo com a boa vontade de todos nós, professor e equipa”(Sic) Elemento do Grupo

Foi então que foi lançado o desafio de dar continuidade a este trabalho numa lógica mais regular e onde as competências relacionadas com o canto fossem desenvolvidas. Assim em 2007, nasceu o Grupo de Cantares do CCT – Grupo de Cantares Saberes (Com) Sentido.

O desafio foi lançado e, os 10 elementos já envolvidos agarraram o projecto. Semanalmente, reviveram o canto de músicas tradicionais e as exteriorizaram como se de uma terapia se tratasse. Rapidamente a sonoridade que se ouvia pelo Centro nos dias dos ensaios atraiu, quase como que um canto de sereia, mais e mais elementos para o Grupo.

Nunca na minha vida cantei nem gostava de o fazer, agora sei cantar e gosto! Sinto-me orgulhosa pelo meu papel no grupo!(Sic) Elemento do Grupo

Durante meses afinaram-se vozes que rapidamente deram frutos! Foram e são variados os convites dirigidos a este grupo realizados pela comunidade e Instituições locais e que participamos sempre com a alegria e empenho.Foi então que, no ano de 2010, depois de se sentir a consistência do grupo que se pensou na gravação de um CD com o reportório já ensaiado. Um sonho … tornado realidade…

Dias e semanas para acertar pormenores e colocar cada uma das vozes no local certo. O brilho nos olhos de quem se levantava muito cedo e aguentava horas de pé para gravar o CD era como o irradiar do sol pela manhã! Sinto-me feliz por aos 90 anos ter gravado um CD na ASAS!(Sic) Elemento do Grupo

A espera pela altura certa para gravar o seu tom, o quase não puder respirar ao gravar o CD, entre outros, foram momentos de grande esforço e empenho de todos os elementos do grupo envolvidos, inclusive do Professor que incansavelmente sempre os acompanhou.

Sentimos este projecto como mais uma conquista da nossa família ASAS! Uma família que se assume e revela os seus segredos a partir destes pequenos grandes gestos e do envolvimento de toda uma equipa em beneficio do bem-estar daqueles que diariamente acompanhamos, pois não há idade para ter ASAS e puder voar nos sonhos!

Grupo Saberes (Com) SentidosNatércia Rodrigues

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SENTIDO

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PRÓXIMOSEVENTOS

1. Jantar ASAS

A ASAS convida mais uma vez todos os Amigos a darem voz ao lema “Dar ASAS à Vida”Torne-se nosso amigo e ajude-nos a voar mais alto!

2. Encontro Crescer em Família

Porque acreditar nas Famílias é preciso a ASAS Lança um desafio a todos aqueles que trabalham a Família, a partilharem aprendizagens e novas metodologias de avaliação/intervenção.

3. IV Encontro Maus Tratos

Reflectir e aprofundar o debate entre investigadores/as, responsáveis institucionais e profissionais, acerca de aspectos relacionados com os maus tratos, negligência e risco na Infância e na Adolescência é o nosso objectivo. Junte-se a nós e a uma vasta equipa de investigadores/especialistas do nosso país e do estrangeiro e profissionais das mais diversas áreas.

4. 4. Plano Comemorativo do 10º Aniversário do Centro Comunitário da Trofa

Dez anos na intervenção comunitária, merecem ser comemorados porque são 10 anos a...INVESTIR NAS PESSOAS

2. Encontro Crescer em Família

3. IV Encontro Maus Tratos

do Centro Comunitário da Trofa

1. Jantar DAR ASAS À VIDA

4. Plano Comemorativo do 10º Aniversário

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1. CD “DAR ASAS À VIDA”- Músicas lindas!! De encantar pela suavidadee qualidade. O coro dos Meninos da ASAS, orientado pela profª. Ana Maria Peres. QUALIDADE INDISCRITIVEL. Com músicas originais e adaptadas, cantadas pelas vozes das crianças da ASAS. Quem ouviu diz que arrepia. Que é lindo!Inclui Hino da ASAS, letra escrita também por eles, em conjunto com colaboradores da ASAS. Em família!. Um CD para ouvir todo ano que incluiexcelentes cantos de Natal. Um presente diferente!!

2. CD “VIDAS COM SENTIDOS”Torne-se nosso amigo e ajude-nos a voar mais alto! O Grupo de Cantares Saberes com Sentidos convida-o a receber em sua casa o seu CD.Uma compilação de Músicas Tradicionais para recordar e partilhar com toda a Família.

3. LIVRO “VIDAS QUE SE CHAMAM ASAS”- Este não é um livro de histórias simples.É um livro de histórias com AMIGOS dentro....Livro “Encontros de Vidas” - neste livro partilhamos histórias de quem encontrou um porto seguro na ASAS e que, com a ASAS, DEU ASAS ÀVIDA. Dois jovens que foram adoptados.

4. LIVRO “ENCONTRO DE VIDAS”Neste livro partilhamos histórias de quemencontrou um porto seguro na ASAS e que, com a ASAS, DEU ASAS ÀVIDA. Doisjovens que foram adoptados.

 

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CD - DAR ASAS À VIDA

LIVRO - VIDAS QUE SE CHAMAM ASAS

LIVRO - ENCONTRO DE VIDAS

CD - VIDAS COM SENTIDOS

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COMOAJUDAR A ASAS A nossa visão é transformar o mundo numa sociedade em que todas as pessoas possam ser cidadãos autónomos de pleno direito. Para isso, necessitamos de toda a ajuda possível de organizações, empresas e anónimos para continuarmos este projecto.Precisamos da sua contribuição para podermos continuar a distribuir sorrisos e a semear sonhos. A ASAS tem disponível o plano de angariação de fundos “ DAR ASAS”, destinados a entidades empresariais, ao abrigo da Lei do Mecenato Social, traduzindo-se em TRÊS PROGRAMA DE COOPERAÇÃO EMPRESARIAL, pensados para que a tomada de decisão seja facilitada tendo em conta as necessidades de cada um dos utentes das diversas valências.

PLANO DAR ASAS À VIDA para:

NASCER

Programa que permite suportar as necessidades mais básicas das nossas crianças, como a alimentação e o vestuário, de cada uma das nossas crianças.€ 600,00/ ANO

REALIZAR

Para além das necessidades básicas, alimentação e vestuário e segurança, este plano permite cobrir as despesas ao nível da saúde, com terapias especializadas, despesas ao nível pedagógico e educativo, de cada uma das nossas crianças€ 1.500,00/ ANO

SONHAR

Este programa permite dar ASAS À VIDA, possibilitando a realização de actividades promotoras da aquisição de competências com vista à vida adulta e autónoma das nossas crianças.€ 5.000,00/ ANO

Donativo extraordinário (dedutível no IRS) Conta Bancária da Caixa Geral de Depósitos com o

NIB 0035 0732 0005307473059Donativo de Bens - Lista de Necessidades (este tipo de donativo deverá preferencialmente ser entregue na Sede da Instituição, mas se preferir pode fazê-lo junto das nossas valências).Merchandising da ASAS - ao aquirir os nossos produtos ajuda-nos a manter este Voo Solidário.

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Tiragem: 1.000 exemplares

Fotografia: STORYTAYLOR art photography | all rights reserved

Design: C&L design e arquitectura

Impressão: Norprint

Propriedade: Asas, Associação de Solidariedade e Acção Social de Santo Tirso

Coordenação: Asas | Mónica Silva

Com o Apoio de: Mediação de Seguros Miguel Albano Gouveia

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ASASASASASASASASASASCONTACTOSRua Dr. Carneiro Pacheco, 4584780-446 Santo Tirso

Tel. 252 830 830 | Fax. 252 830 839

e-mail: [email protected]

www.asassts.com