asas de borboleta trovart publications

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  • 8/7/2019 ASAS DE BORBOLETA Trovart Publications

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    ASAS DE BORBOLETA

    Alessa B.

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    B. AlessaRio de Janeiro/Rio de Janeiro: Edio Independente,2011. 49 p.Rio de Janeiro 2011.Todos os direitos reservadosEsta obra est licenciada sob uma LicenaCreative Commons

    Capa: Axills

    Produo Editorial:Samuel Achilles

    2011

    Trovart Publications

  • 8/7/2019 ASAS DE BORBOLETA Trovart Publications

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    Sumrio

    Prefcio ....................................................................................................................................... 5Existencial .................................................................................................................................. 7Poema do amor em gozo ............................................................................................................ 8Despedida ................................................................................................................................... 9Com louvor e com ternura ........................................................................................................ 10A Dor ........................................................................................................................................ 11Soneto danunciao................................................................................................................. 12Adormecido .............................................................................................................................. 13Versos perturbados ................................................................................................................... 14Minuano .................................................................................................................................... 15Existencial II ............................................................................................................................. 16Velha infncia ........................................................................................................................... 17Menstrual .................................................................................................................................. 18Outono nalma .......................................................................................................................... 19Abrao do adeus ....................................................................................................................... 20Epifania ..................................................................................................................................... 21Inquietude ................................................................................................................................. 22Espectral ................................................................................................................................... 23Olhos de bano ......................................................................................................................... 24Vivere ....................................................................................................................................... 25Temporal ................................................................................................................................... 26Sangra teu verso ....................................................................................................................... 27Sonata ....................................................................................................................................... 28Speculum .................................................................................................................................. 29Aqueles olhos ........................................................................................................................... 30Pela janela ................................................................................................................................. 31Eplogo ..................................................................................................................................... 32Menino de asas ......................................................................................................................... 33Ressurreio.............................................................................................................................. 34Tuo petto ................................................................................................................................... 35Filosofal .................................................................................................................................... 36Castanhos .................................................................................................................................. 37Partida ....................................................................................................................................... 38Pluvial ....................................................................................................................................... 39La passion ................................................................................................................................. 40Nevasca ..................................................................................................................................... 41Saudade ..................................................................................................................................... 42Tuas mos ................................................................................................................................. 43Imortal ...................................................................................................................................... 44Amor em peito flbil enlouquece... .......................................................................................... 45Posfcio .................................................................................................................................... 46Minibiografia ........................................................................................................................ 48Contatos com a autora .............................................................................................................. 49

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    Cada poema um casulo rompido,Uma borboleta que se projeta no ar,Voando em busca do desconhecido,

    Voando, voando, pra no mais voltar.

    Alessa B.

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    PREFCIO

    De repente, no mais que de repente, no singelo bater de asas de umaborboleta em um canto qualquer do Universo, toda uma mudana gerada euma cadeia de acontecimentos quase que instantnea vem perturbardiretamente nosso equilbrio vital. o Destino que se nos impe.

    Ele no pergunta se estamos preparados ou no para receb-lo. Apenasage. E espera uma resposta. Expulsa-nos do conforto e da segurana dacrislida com que nos protegemos do mundo. Intima-nos a libertar nossasborboletas interiores para que elas batam suas asas e interfiram de algumaforma nessa dinmica existencial tambm.

    Meus versos so as asas dessas borboletas que a vida constantemente meinstiga e me obriga a libertar. So essas inmeras borboletas, que apspassarem pelos estgios de ovo, larva e pupa dentro da minha alma, ganhamexistncia prpria e voam ao sabor dos ventos, se desprendendo do ventre deseu criador.

    So versos nmades que transitam pelas reentrncias do tempo e doespao, e no af da transcendncia percorrem diversas veredas temticas numainquietude tambm constante.

    Em poucas e definitivas palavras pode-se dizer que meu verso borboletaque voa na imensido, efmero; porm, bem perto do cho.

    Curitiba, PR, 2010Alessa B.

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    Passa a nuvem

    Por cima de mim

    Depressa e sem fim.

    Alessa B.

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    EXISTENCIALA existncia precede

    e governa a essncia.

    Jean-Paul Sartre

    Se num sopro de p surjo no mundo,Folha virgem expelida na estrada,Que eu redija em mim um ente fecundoTracejando meu destino entre o Nada.

    Que ao existir eu confira meu valorE neste plano erga minha essncia.Se no vim do ventre dum Criador,Que em Terra abrace eu a transcendncia!

    E se ao morrer, findar em coisalguma,Poeira consumida... caos do Universo,Orvalho amanhecido em fria escuma,

    Desfeito nos vos do tempo perverso,De todas as coisas, quero s uma:

    Que eu dilua... mas que fique meu verso.

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    POEMA DO AMOR EM GOZOAmo-te como um bicho, simplesmenteDe um amor sem mistrio e sem virtude

    Com um desejo macio e permanente.E de te amar assim, muito e amide que um dia em teu corpo de repenteHei de morrer de amar mais do que pude.Vinicius de Moraes

    Amo-te pela beleza com que me cativas,Pelos mistrios sutis dos teus encantos,Pelas tuas artes, artimanhas e lascvias...Nas horas insensatas de gozos e de prantos.

    Amo-te pela fora com que tu me arrebatas,Quando meu olhar desaparece no teu vulto.Pela doce gentileza com que tu maltratas,Cada expresso calorosa do meu culto...

    Amo-te pelo simples apetite de amar-teE sentir vivo teu amor sob as entranhas.Por entender que s de mim a contraparte,

    Maldito que me arfas e me ganhas...

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    DESPEDIDAE este amor que assim me vai fugindo igual a outro amor que vai surgindo,

    Que h-de partir tambm... nem eu sei quando...Florbela Espanca

    Foste embora...No hoje,Nem ontem,Nem agora.Aos poucos,Talvez,A cada hora.Silenciosamente,

    SorrateiramenteFechaste a portaAtrs de ti.E o vazioDa tua presenaPermaneceu

    Em mim.

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    COM LOUVOR E COM TERNURASe te amei! Se minha vida s queriaPela tua viver,

    No silncio do amor e da venturaNos teus lbios morrer!lvares de Azevedo

    Amei-te com louvor e com ternuraEm todo vo de tempo e cada hora,Vertida nesse amor me fiz to puraAos teus ps como quem um Anjo adora.

    Oh! Quanto frenesi, quanta venturaSagrados braos pela noite afora!Do instante a magia s perdura...Do anoitecer at a branda aurora.

    To louca! Mil quimeras no meu peitoLancei luz candente desse olhar!Amei-te com amor mais insuspeito,

    A gmea alma que retrata o par.Oh! Deste-me amor to putrefeito,

    Cadver roto que se lana ao mar.

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    A DORAo meu irmo (in memoriam)...

    Ai, doido sonho! Uma estao passou-seE tantas glrias, to risonhos planosDesfizeram-se em p![...]Tu dormes no infinito seioDo Criador dos seres! [...]Tu me contemplas l do cu, quem sabe?No vulto solitrio de uma estrela.Cntico do calvrioFagundes Varela

    Certeira vem a Dor, rasgando sonhos,Mil dardos de cilcio to vorazes,So golpes lancinantes, que medonhosNalma vertem violentos e mordazes.

    Espasmos de remorsos eu componhoEm versos to dodos e fugazes.E todas as palavras que deponhoSo rasgos mais profundos, pertinazes.

    Ai, quem dera deter as mos do Fado,Ret-las gentilmente entre as minhas...Irmo, tu no estarias encantado,

    Deixando-me na Terra to sozinha!Que fazer dum destino destroado,

    Se dessa vida nada se adivinha?

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    SONETO DANUNCIAOConsola-me este horror, esta tristeza,Porque a meus olhos se afigura a Morte

    No silncio total da Natureza.Bocage

    Quem s tu, quem s tu, sbita viso,Que te levantas no frio da alvorada?Vens oculta em vus de densa cerrao,Tens na meiga face a alva descorada...

    Erras pelo cu esplndida apario,Bela e doce na aurora perfumada!Tens os santos leos da extremuno...Vens derramar nestalma desgraada!

    Onde nos vimos dantes? s um anjo?s celeste, s graciosa... Tens porte!s por quem em sonhos me desarranjo?

    A quem invoco, buscando minha sorte?Por quem s madrugadas me constranjo?

    No! s tu, s tu, glida Morte!

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    ADORMECIDOParaA. de Azevedo

    Dorme, anjo de amor! No teu silncioO meu peito se afoga de ternuraE sinto que o porvir no vale um beijoE o cu um teu suspiro de ventura!

    Sereno, ao calor da Cheia ele dormia...Sobre alcova de rosas derramado.Em sono respirava incenso e poesia...No vu da noite, negro e perfumado.

    Era um anjo do cu na bruma sombriaPelo brao de Morpheu acalentado,Que de sonhos safogava e se nutria...Em nuvens dalgodo, o meu amado!

    Muito belo! O corpo descansando...Doce boca os lbios entreabrindo...Formas msculas o leito revirando...

    No censures a mim, amante lindo!Em ti s escuras eu rio chorando,

    Em ti s claras eu choro sorrindo!

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    VERSOS PERTURBADOSPassa em tropel febril a cavalgadaDas paixes e loucuras triunfantes!

    Rasgam-se as sedas, quebram-se os diamantes!Florbela Espanca

    Qual vela acesa num altar sagradoArdo na penumbra oca do teu sonho,Sou o teu desejo casto e malogrado,Teu medo taciturno e mais medonho.

    Comigo teu eu demente e perturbado,Perpassa cada verso que componhoSou teu chamado quente e desastrado,Na esfera do teu sono mais bisonho!

    s o meu canto louco em pensamento,O soluo delirante em meu ouvido,Um mosaico agastado e marulhento,

    Vagando no limite dos sentidos.Sou das nsias tuas o sacramento,

    s da doce angstia minha o aldedo.

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    MINUANOEste ventinho vai cruzando a cainhadaSe misturando com o frio da madrugada,

    o Minuano do Rio Grande que se expandeQuando seu verde fica branco de geada...Gacho Sulino

    Em cismar sozinha em noites friasNo silncio sombrio das madrugadas,Me reporto sempre queles diasDe paisagens brancas e invernadas.

    Pranteando a terra, alva e macia,Nas querncias ermas, pelas estradas.Das manhs mudando a geografia,Penetrava at a alma da gauchada.

    A geada forte que j se vinha,Com a fora bruta de um tirano,Com espora, rdea, arreio, bainha,

    O gaudrio rpido, soberano.E deixando um tremor pela espinha

    Aoitando os pagos o Minuano.

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    VELHA INFNCIA criana perdida no meio da estrada...

    Mas que busco afinal, que miragem acalmato inquieta procura em um mundo j findo?Mario Quintana

    Senil ocaso que no Cu se finda,Nas vagas ondulosas sobre o tempo,Ah! Sbita em mim procuro ainda...Vestgios da criana l no vento.

    Nas pginas nefandas da memriaA vejo como se to feliz fosse!Em trechos mal escritos, a histria...Contada em nacos de algodo doce!

    Brinquedos espalhados pelo quarto,Os galhos balanando no cipreste,Pegando-lhe nas mos, com ela parto

    No vo descomunal do arco-celeste,Com quem s noites, sozinha, reparto,

    Infncia sombria que de ocos se veste.

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    MENSTRUAL

    Leitor, se me perguntares

    Donde me saem tantos versos,Eu te respondo:

    No construo versos, eu os menstruo,menstruo-os como o sangue da Virgem,vertido no cogulo duma ferida pereneque me consome a Alma,

    Casulo de seda onde rebentamMeus Eus,

    Esta Borboleta que voa e revoaContinuamente dentro de mim.

    E assim eu menstruo versos,Que me circulam nas trompas,Versos que vo e que vemQue vem e que vo...

    E nesse ciclo menstrual de versosHei de sangrar poesia at a ltima gota,

    At o derradeiro ruflar de asas.

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    OUTONO NALMASe tu viesses [...]A essa hora dos mgicos cansaos

    Quando a noite de manso se avizinha,E me prendesses toda nos teus braos...Florbela Espanca

    Se tu viesses amar-me agora noitinha, hora em que Vnus no cu resplandece,Quando a monotonia do outono adivinha,Este silncio imemorial que o peito aborrece.

    Oh, que tamanha felicidade esta minha!A esperar-te num leito de estrelas celestes,Abraar em ti o universo em gua marinha,Desnudando mistrios e prazeres terrestres!

    Se viesses amar-me, meu bem, hora vadia,Quando no peito esta dor mais senterra,Revestida em nuances e tons de nostalgia

    Como as sombras que caem sobre a Terra...A hora em que a noite voraz abraa o diaE uma lgrima de saudade o olhar dilacera...

    Ah, se viesses, meu bem...

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    ABRAO DO ADEUSLers porm algum diaMeus versos dalma arrancados,

    De amargo pranto banhados,Com sangue escritos.Ainda uma vez, adeus! Gonalves Dias

    Aquela noite sob a bruma friaEm que at a Lua sentristecia,Quando de mi, j tarde, te despediasEm minhalma uma sombra caa...E no peito uma sensao to vazia!Pois que naquele singelo abrao,Dizias-me, tu, Amigo Adeus

    E no sabias!

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    EPIFANIAMas esse tempo de encantos,Que nunca julguei ter fim,

    No hoje para mimMais que morta e seca flor!...Do gnio mau completou-seA primeira profecia:Era o que o Gnio diziaNo seu riso mofador.Laurindo Rabelo

    Ornei-te nos mil panos e tecidosDas belas e venustas fantasias,

    Sopradas entre vus to coloridos,Sofismas de meus impulsos e magia.

    E nesses anos todos to perdidosSaudando-te em mesuras todo dia,Um sonho to intenso, to nutrido...E nada alm de falsa alegoria!

    O vento, meu amigo, soprou forte,Teus panos e retalhos descobria...Nas mos trazia ele minha sorte,

    Tirou-me dessa longa anestesia:Mata-o, d-lhe a sonhada Morte,

    Dispa-se de to tola idolatria!

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    INQUIETUDEPor que que no silncio da noitenos assusta falar em voz alta?

    AparioVerglio Ferreira

    Escuta o gemido pela Terra,So vozes abafadas nos cansaos,As ondas refluindo nas esferas,Suspensas na penumbra dos espaos.

    A vida-solido que nos esperaVertida nos espasmos mais escassos,Que cada ser humano reverbera,Pisando na voragem dos seus passos.

    Escuta estes ecos trespassando,Cantigas nas cavernas, entredentes.So gritos de angstia tremulando,

    Memrias recolhidas num ausente.Na clula pendendo e latejando

    A dor oculta que todalma sente.

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    ESPECTRALMas eu que sempre te segui os passosSei que cruz infernal prendeu-te os braos

    E o teu suspiro como foi profundo!Cruz e Souza

    Teus passos eu segui na noite fria,A nusea desgarrada dos teus ossos,Escarro purulento, a hemorragiaSangrando pelos vos dos teus destroos.

    Dos males fui medo e agoniaSoprando no interior dos teus remorsos,Teu anjo torto e negro anjo guia Que afoga-te no fundo de mil poos!

    To plido descansas no jazigo,Os vermes te rasgando a dbil carne,A alma que habitou em ti, amigo,

    De ti se retirou no desencarne.No temas, no receie o perigo,

    Somente o de vir atormentar-me!

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    OLHOS DE BANO[...] olhos to negros, to belos, to puros,Assim que so;

    [...]s vezes, oh! Sim, derramam to fraco,To frouxo brilhar,Que a mim parece que o ar lhes faleceE os olhos to meigos, que o pranto umedeceMe fazem chorar.Gonalves Dias

    Oh! Que tens nestes olhos que olham pra mim?Olhos to belos, to puros, to negros,

    Talhados no mais branco e denso marfim!

    Oh! Que tens nestes olhos que olham assim?Olhos to meigos, to doces, to frouxos,Desertos de tantas tristezas sem fim!

    Teus olhos que derramam os mistriosDas trevas em infaustos, ermos jardins,Cismando em espera a aura, to sriosEm pesares dormentes, mgoas afins.

    Teus olhos que me banham nos etreosSilncios dessas noites, vus de cetim.De bano perscrutam brandos, areos

    Em amores ocultos, cus de carmim.

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    VIVERE[...] a Filosofia o nico blsamoque podemos aplicar aos ferimentos

    que recebemos de todos os lados.Voltaire

    Sofrer e s sofrer lei da Vida,Destino de quem vive neste plano.Se toda a existncia tem feridas,Viver sempre um ato desumano!

    Se tua alma pretendes protegidaDos logros e malogros to mundanos,Oh! Mera iluso, cedo perdidaDiante do mais leve desengano!

    Ningum tem a sua vida to bonitaSem dores ou desgraas no caminho,A viagem morosa na desdita

    Tranada na ferida dos espinhos.Mas a condio de quem habita

    Um mundo em constante desalinho.

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    TEMPORALO tempo no passa por mim: de mim que ele parte,

    Sou eu sendo, vibrando.Verglio Ferreira

    Bem veja, a vida passa num segundo,Momentos to fugazes, fugidios,Espasmo prazeroso, to profundo,Um grito agonizante nos vazios.

    Os sonhos se renovam pela aurora,Qual flor campestre, sem demora turge,Quem sonha no espera, agora,Depressa a vida passa, o tempo urge!

    Sob as asas de Chronos vo-se os anos,A sorte que se esvai pela roleta,Levando tantos sonhos, tantos planos,

    Perdidos na elipse de um cometa.Os erros tolos todos to humanos,

    Vagando nas entranhas, mil facetas.

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    SANGRA TEU VERSOEscreve com sangue e aprenders que sangue esprito.Nietzsche

    Teu verso sangra, deixa quele venhaDa rocha mais voltil do teu ente.Poeta, no estanques, no detenhas,Permite quele flua levemente...

    Teu verso sangra e tira toda senha,Quescorra pela pena to somente.Que Musa ele obedea e obtenhasOs versos mais bonitos que tu sentes.

    Poeta tens os versos mais sonoros,Que poucas liras podem se atrever,Poesia sei que tens em cada poro,

    Um sonho de volpia e de prazer,Vai, tece esses versos queu adoro,

    Oh, tu s Vate e bem sabes como ser!

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    SONATASelvagem e doce eras entre o prazer e o sono,entre o fogo e a gua.

    Pablo Neruda

    Astuto sempre chega de mansinho,Quieto, sorrateiro e com vagar,Seduz-me lentamente, com carinho,No colo pe, subjuga e faz sonhar.

    Me joga docemente no teu ninho,E logo no teu peito vou a voejar,Vagando em mil espaos, mil caminhos,Contigo sigo bria em cu e mar.

    Em transe junto a ti, eu me reviro,Me entrego sem pudor em abandono,Suspensa na vazo deste retiro,

    Qual folha na paisagem de outono,Deixando em pleno voo um meu suspiro,

    Em teus braos me encanto, dbil Sono!

  • 8/7/2019 ASAS DE BORBOLETA Trovart Publications

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    SPECULUME esse amor tende a recompora antiga natureza, procurando

    de dois fazer um s, e assim,restaurar a antiga perfeio.Plato

    Eu quero amar-te suave, de mansinho,Senhor dos meus anseios, minhalma.A ti oferecer o mundo, meu carinho,Doce amparo, abrao, tua calma.

    Eu quero ser refgio, o teu ninho,Proteo que te conforta e te acalma.Ser pra ti a direo, um caminho,Espelho teu dgua, a tua alma.

    No cu ser o teu astro mais bonito,Estrela azul que te eleva, te espalma...Amor, contigo absorver o infinito,

    Em xtase enla-lo, nossas palmas.No Tempo nosso afeto sendo escrito,

    Amor maior, dois seres, umalma.

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    AQUELES OLHOSMas ai que mil estrelas pingam em meus olhos,Molhando todos os meus sonhos infaustos e inglrios!

    Alessa B.

    Onde esto aqueles olhos,Doces olhos de outrora,Olhos esgazeados de encantoQue expressavam tanto afeto?Ter ele ido embora?Tero eles se perdido noutro canto?

    Oh, e eu que os desejo tanto, tanto!...

  • 8/7/2019 ASAS DE BORBOLETA Trovart Publications

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    PELA JANELAE sobre mim, silenciosa e triste,A via-lctea se desenrolava

    Como um jorro de lgrimas ardentes.Olavo Bilac

    Passavas na calada,Vi-te pela janela,Olhei-te com ternura,Seguindo teus passos...Paraste na esquina,Esperavas por algumExatamente como um diaEsperaste a mim tambm!

    No fui tua namorada,No estive no lugar dela,No te dei os beijos que devia,Agora me resta apenas

    Olhar-te pela janela.

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    EPLOGOVinte anos do reino da Lua tero passadoPor sete mil anos outro ter sua Monarquia

    Quando o Sol prender o passar de seus diasEnto estar completa e finda a minha profecia!Nostradamus

    A noite vai se erguendo contra a LuaAs vozes definhando no infinito,Espasmos da sujeira em Terra nuaNo caos horripilante e circunscrito.

    A chaga bem aberta, toda crua,Derrame de desgraas sobre o Mito. do homem a soberba que recuaNum uivo doloroso e to bonito.

    E tudo soterrado pela trevaNas cinzas abissais da solido,O vento, gua, fogo... tudo leva

    O ser humano plena salvao.P seco transcendente... que eleva

    A vida macerada em convulso.

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    RESSURREIOAvante! os mortos ficaro sepultos...Mas os vivos que sigam, sacudindo

    Como o p da estrada os velhos cultos!Antero de Quental

    Meus ossos lancei-os tumba friaNo solo das esferas sepulcrais,A carne putrefata to macia,Festim pros intestinos verminais...

    Da Morte eu retirei a fantasiaImersa pelas vrzeas, lodaais,Despojo dalma ftida e sombriaQue vaga nos espaos abissais.

    vulto transitando pelas erasDo tempo que transcorre pelos dedos,Anseios das angstias, das esperas...

    A busca contumaz por bom enredo.A Fnix renascida das crateras,

    Das vastas tempestades e do medo.

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    TUO PETTOEm ti, dentro de ti, no teu regaoNo h triste destino nem m sorte.

    Florbela Espanca

    Se pouso meu cansao no teu peitoQual onda confluda nas areias,Ah! Nele mentorpeo, fao leito,Alvio nas mars altas... mais cheias.

    Remanso do meu sono mais perfeitoNos teus braos... colada s tuas veias,Calor em que repouso e mestreito,Abrigo das esferas mais alheias.

    E neste porto forte, to seguro,Baa mansa, terna... cristalina,A minhalma inteira eu esconjuro

    Nas guas densas, quentes, to albinas.Amor to pleno, brio, mais maduro,

    E alma em alma, a carne se aglutina.

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    FILOSOFALE o homem, coitado, vai seguindo;A estrada da Vida, s vezes rindo,

    Ou chorando, conforme a emoo.Victorino Carrio

    Da Vida s a Morte bem certa,A sombra espreita no caminho,Em cada passo uma trilha aberta,Viver caminhar, andar sozinho.

    Amor que vem matreiro, nos acerta,Remanso na jornada, belo ninho.Oh! Tantos sonhos nalma nos enxertaQual rosas tatuadas sobre o linho!

    Preciso tomar nossa estrada,Qual o pobre, miservel retirante,Que da matria no se leva nada,

    Longnquo o rumo, to mutante!Essncia turva, bamba, transformada,

    Num passo torto, falso, lancinante.

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    CASTANHOSE -me to ntido esse tempo lindo...Luas... auroras... Posso at ret-las

    Nas mos, o seu tamanho comprimindo![...]E em teus cabelos debulhando estrelas!Humberto Rodrigues Neto

    Os teus cabelos fartos to castanhos,Deitados na penumbra dos meus dedos,Naquelas belas horas, doce antanho,Em que tudo, Amor eram folguedos.

    Oh! Um amor to vasto, to tamanho,Que a ti, eu dediquei como o meu credo,Agora com saudades eu me apanho,Queimando no infortnio dum degredo!

    Em sonhos ainda toco teus cabelosNum gesto de ternura to aflito,Buscando-te voraz, em atropelos,

    Em transe sigo louca no meu grito.Movendo mundos, corto mil apelos,

    Nas sendas trepidantes do infinito.

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    PARTIDAOs amantes se amam cruelmentee com se amarem tanto no se vem.

    [...]E eles quedam mordidos para sempre.Deixaram de existir, mas o existidocontinua a doer eternamente.Carlos Drummond de Andrade

    Seu tivesse tido tempoPara preparar-me tua partida,Para quem sabe dissuadir-teDe tal idia estapafrdia,

    No estaria eu agora nessangstia,Amaldioando a minha vida...

    Seu tivesse tido tempoPara preparar-me tua ausncia,Para quem sabe convencer-teDo disparate de tal atitude,No estaria eu agora em incompletude

    Abrindo as janelas da demncia...

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    PLUVIALOh! ningum sabe como a dor funda,Quanto pranto sengole e quanta angstia,

    A alma nos desfaz!Casimiro de Abreu

    Cai a chuva fortemente neste peito,Um jorro de tristeza visceral,Que chove mais intensa quando deito,Torrente lacrimosa, intra-venal.

    Angstia flagelada sobre o leito,Soluo retumbante, um temporal.A dor dum sonho frtil liquefeito,

    Num pranto amargurado e pluvial!

    Cortando cu de chumbo, causticante,O peito castigado na neblina,A chuva segue em fria abundante,

    Descendo em pedra oca, cristalina.E cada chuva nunca bastante,

    Pra sempre tempestade na retina!

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    LA PASSIONTudo aquilo que engana parece libertar um encanto. Plato

    Et notre sang, pris de qui le va saisir,Coule pour tout lessaimterneldu dsir.Mallarm

    Paixo devassa vosso humano peito, lcera na pele que no sente.O msculo sangrando com efeito,Ardendo pela artria to demente!

    Um mal que no traduz, um desconceito,Um bem que se consome num repente,Af de sonhos loucos, to perfeitos,Volpias e delrios envolventes!

    Machuca e rasga e fere ardilosa,A seta bem ornada na malcia,Que bem certeira bate, vem, repousa

    Na chaga dolorosa qual carcia.Vivaz como a vermelha e bela rosa,

    Que se desfaz em falhas de impercia.

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    NEVASCANeve que me embala como um bero divino,Neve da minha dor, neve do meu destino!

    Augusto dos Anjos

    Aqui dentro de mim a branca neve,Levita vagamente, impermanncia.E plida, plangente, to de leve,Em flocos cai em prfida cadncia.

    Castelos alvos vem e circunscreve,Em nvoas na memria, confidncia.Instante doloroso, que to breve,Desenha na paisagem tua ausncia!

    E num tremor voraz e liquefeito,Cristais de gelo vagam sob a casca...Um grito oculto salta deste peito,

    Sacado l do fundo da nevasca!E vendo escorrer na alma contrafeito,

    Meu sonho reduzido vejo em lascas!

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    SAUDADEUm desejo de estar pertoDe quem est longe de ns;

    Um ai, que no sei ao certoSe um suspiro ou uma voz!Bastos Tigre

    Em crculo nodoso neste peito,Os rastros da saudade em toda parte,Correndo pleno sobre infausto leito,Desejo teu na alma esparsa arde.

    Mil ps em solo estril imperfeito,Pisando vo no impulso de tocar-te,Dispersos como pssaros afeitosBem cegos rumo ao sol em fim de tarde.

    Suspiros no caminho derramando,Os ecos do silncio fugidio,Teu nome corao vai-me soprando,

    Vertendo em todo canto um desvario!Em cada sombra vou-te procurando,

    Mas s vejo o teu vulto no vazio!

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    TUAS MOSMos etricas, difanas, de enleios,de eflvios e de graas perfumadas,

    [...]Mos onde vagam todos os segredos,onde dos cimes tenebrosos, tredos,circula o sangue apaixonado e forte.Cruz e Sousa

    Tuas mos que seguravam entre as minhasFinesses de ternura, um bem querer,Naquelas quentes tardes que tu vinhasAmar-me com volpia e com prazer.

    Tranadas sobre o linho nossas linhas,Mil ondas sinuosas no entardecer.As mos que deleitosas eu retinha...Se foram para nunca mais me preencher!

    Ah! Tanto que te amei, e no sabia,Amado, que loucura, insensatez!Mas hoje minhas tardes to vazias,

    Fenecem em amarga estupidez!

    A vida, de repente, algum dia,Nos junte nalgum sonho, outra vez...

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    IMORTALCento e sete anos de glriaTens imortal tricolor

    Os feitos da tua histriaCanta o Rio Grande com amor!Lupicnio Rodrigues

    Azul celeste, meu Rio GrandeEm glrias festejado com louvor,Teu nome brilha l no Cu distante,Estrela imortal do nosso amor!

    Tornaste este povo mais gigante,Alando desta raa o seu valor.Vai, segue firme, sempre adianteNa marcha, incansvel Tricolor!

    Contigo juntos sempre seguiremosCom alma, pensamentos, corao,Teu hino pelos pampas ergueremos,

    Nos jogos empunhando teu braso.Teu manto para sempre vestiremos,

    Honrando tua histria e tradio.

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    AMOR EM PEITO FLBIL ENLOUQUECE...Ah, dura lei de Amor, que no consentequietao numa alma que cativa!

    Cames

    Amor em peito flbil enlouqueceDa mais sensata forte criatura,Nas veias arde solto, vem e teceEtreo fogo numa ampla captura.

    Ah! Na alma corre fundo, permanece,Tranando o corao bem nas alturas!Razo que lentamente desvaneceO vu cerzido em vasta tessitura.

    Qual chama fulminante sobre o gelo,Brutal agito em doce calmaria,Querer e no querer em atropelo,

    Do amor sorrir num grito de agonia.E sendo todo j no d de s-lo

    Maior Amor que a prpria fantasia.

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    POSFCIO

    Os caracteres que tivestes diante de teus olhos so a estria de Alessa B.

    no mundo das edies literrias na Rede, sua primeira compilao de poesias,escolhidas para mexerem com tua emoo, invadirem tua alma, entremearem-sepor teus pensamentos e habitarem tua memria por tempo indefinido.

    Com versos essencialmente femininos e envolventes, que lhe nascem dasentranhas e desguam em mares de lirismo puro, flor da pele, a poeta tem naMusa (a Poesia) a inspirao suprema, dedicando a ela todo o seu estro. Comoum bardo que dedilha sua lira em forma de vocbulos e percorre os caminhosmisteriosos do idioma versado de forma encantadora, mergulha em termos eimagens poticas, submersa em idias concomitantemente turvas e brilhantes.Sua marca a sensibilidade, o etreo fruto de anos de vida dedicados arte daescrita potica. A sensualidade que emana de seus poemas trabalhada,

    metafrica, menstrual, enfatizando seu lirismo latente.Eis uma de suas auto descries em versos, o que diz muito sobre suaforma uterina de poetar:

    No construo versos, eu os menstruo,menstruo-os como o sangue da Virgem,vertido no cogulo duma ferida pereneque me consome a Alma (...)

    Sendo integrante de uma jovem safra de poetas querendo compartilharseu amor arte, Alessa prova cabal de que para dar luz sua verve no

    necessrio lanar mo de irreverncias ou originalidades sem sentido, em nomede um modernismo muito em voga atualmente, de que, pelo contrrio, para issobastam sua dedicao constante e laboriosa e seu talento nato.

    Lendo-a, podemos nos certificar de que a poesia possui uma finalidadeem si mesma, que no precisa significar nem se auto justificar, basta ser eexalar seus fluidos.

    Parabns, pois, carssimo(a) leitor(a) privilegiado(a) que pegou caronanas asas da borboleta e viajou com ela pelo universo mgico da linguagem, dasensibilidade e da imaginao...

    Por Magmah

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    Ai, palavras, ai, palavras,eis pela estrada afora,

    Erguendo asas muito incertas,Entre verdade e galhofa,

    Desejos do tempo inquieto,Promessas que o mundo sopra...

    Ceclia Meireles

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    MINIBIOGRAFIA

    Nascida na capital do Rio Grande do Sul, reside atualmente em Curitiba,Paran. Formada em Letras e ps-graduada em Teoria Literria, atua comoprofessora. Alessandra Bertazzo, cujo pseudnimo Alessa B. tem umaconvivncia de longa data com a Poesia, escrevendo seus versos desde os 14anos quando conheceu a obra de Vinicius de Moraes e encantou-se.

    admiradora da poesia clssica e tem como alguns de seus cones,Cames, lvares de Azevedo, Castro Alves, Augusto dos Anjos, Cruz e Sousa,Olavo Bilac, Bocage, Mario Quintana, entre outros, por que afinal, o mundo grande e a Literatura universal tambm.

    Participa regularmente de concursos literrios, alcanando resultadosbastante expressivos. Tem participao nas antologias do I Concurso de PoesiasRevista Literria Scortecci 2010 e do IV Festival de Sonetos Chave de Ouro2010, bem como na antologia do Concurso Nacional de Poesias O que o amorinspirou, da Editora Taba Cultural, de 2009.

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    CONTATOS COM A AUTORA

    Recanto das Letras

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    Com versos essencialmente femininos e envolventes, quelhe nascem das entranhas e desguam em mares de lirismopuro, flor da pele, a poeta tem na Musa (a Poesia) ainspirao suprema, dedicando a ela todo o seu estro. Comoum bardo que dedilha sua lira em forma de vocbulos epercorre os caminhos misteriosos do idioma versado de forma

    encantadora, mergulha em termos e imagens poticas,submersa em ideias concomitantemente turvas e brilhantes.Sua marca a sensibilidade, o etreo fruto de anos de vidadedicados arte da escrita potica. A sensualidade que emanade seus poemas trabalhada, metafrica, menstrual,enfatizando seu lirismo latente.

    Magmah