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LOGO As vantagens e as limitações da aplicação prática da classificação europeia de reação ao fogo Eng.º Carlos Pina dos Santos Investigador Principal do LNEC, Chefe do Laboratório de Ensaios de Reacção ao Fogo (LNEC/LERF) 1

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As vantagens e as limitações da aplicação prática

da classificação europeia de reação ao fogo

Eng.º Carlos Pina dos Santos Investigador Principal do LNEC,

Chefe do Laboratório de Ensaios de Reacção ao Fogo (LNEC/LERF)

1

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ANTIGA CLASSIFICAÇÃO NACIONAL (PT)

SEGUNDO A ESPECIFICAÇÃO E 365-1990 LNEC

• classe M0 • classe M1 material não inflamável (?)

• classe M2 • classe M3 • classe M4 • materiais sem classificação

do ponto de vista da reacção ao fogo, devido aos resultados particularmente negativos obtidos nos ensaios relevantes

ESPECIFICAÇÃO E 365-1990 DO LNEC

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ANTIGOS ENSAIOS NACIONAIS (PT) SEGUNDO AS ESPECIFICAÇÕES LNEC

E 366-1990 E 368-1991

E 371-1991 E 369-1991

E 367-1991

E 370-1990

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ANTIGOS ENSAIOS NACIONAIS (PT) SEGUNDO AS ESPECIFICAÇÕES LNEC

• grupo A - materiais flexíveis de espessura não superior a 5 mm, aplicados sem ligação superficial directa sobre um elemento de suporte (por exemplo: cortinados, reposteiros, tapeçarias e similares)

• grupo B - materiais flexíveis de espessura superior a 5 mm ou materiais rígidos, aplicados sem ligação superficial directa sobre um elemento de suporte (por exemplo: forros de tecto, tectos falsos, apainelados confinando espaços de ar e similares)

• grupo C - tintas e materiais de revestimento de parede ou de tecto, assentes em toda a sua extensão sobre um elemento de suporte

• grupo D - materiais de revestimento de piso, assentes em toda a sua extensão sobre um elemento de suporte

• Outros materiais que não possam ser integrados nos grupos descritos

anteriormente serão tratados de acordo com critérios específicos, a definir caso a caso

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ANTIGOS ENSAIOS E CLASSIFICAÇÃO NACIONAIS: CONTEXTO E LIMITAÇÕES

Ensaios desenvolvidos há cerca de 50 anos

Materiais comuns em edifícios na época: materiais inorgânicos (gesso, cerâmica, betão, pedra, metal,… ) e alguns materiais orgânicos (madeira, tecidos naturais e sintéticos, cortiça, tintas, impermeabilizações e alguns plásticos,…)

Praticamente inexistência de: isolantes térmicos e acústicos combustíveis; revestimentos de paredes, de tetos e de coberturas com elevados percentagens de matéria orgânica; soluções inovadores complexas cujo desempenho só pode ser “avaliado” a uma escala adequada

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Ensaios desenvolvidos para os produtos disponíveis e os riscos percepcionados

Provetes de ensaio com dimensões reduzidas com grandes limitações de representação das condições de utilização final e do desenvolvimento da combustão

Classificação apenas em termos de “reação ao fogo” (e.g., M1, M2,…), não dando informação quantitativa/qualitativa sobre outros aspetos relevantes: produção de fumo; queda de gotas ou de partículas inflamadas, combustão sem chama; toxicidade dos produtos de combustão

ANTIGOS ENSAIOS E CLASSIFICAÇÃO

NACIONAIS (PT): CONTEXTO E LIMITAÇÕES

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ANTIGOS ENSAIOS E CLASSIFICAÇÃO NACIONAIS (PT): CONTEXTO

E LIMITAÇÕES

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CLA

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ES

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Nem todos os países tinham adoptado os mesmos ensaios normalizados de reacção ao fogo.

Existiam diferenças mais ou menos importantes em termos de metodologia, de tipos de ensaios ou de parâmetros considerados na classificação da reacção ao fogo dos produtos ou dos elementos de construção.

Impossibilidade de estabelecer uma correspondência ou uma comparação entre as classificações atribuídas segundo ensaios/critérios nacionais diferentes (algumas dezenas de ensaios nacionais)

Os fabricantes cujos produtos se dirigiam a um mercado alargado eram obrigados a ter os seus produtos ensaiados e classificados em diversos países

ANTIGOS ENSAIOS E CLASSIFICAÇÃO NACIONAIS: CONTEXTO EUROPEU

E LIMITAÇÕES

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Espaço económico europeu

Eliminação das barreiras à livre circulação dos produtos, aumento das trocas comerciais, redução dos custos e dos procedimentos associados

Marcação CE dos produtos de construção

Desenvolvimento de uma solução harmonizada (ensaios e classificação) a nível Europeu (UE) implementada pela Comissão Europeia com o apoio dos regulamentadores nacionais (Fire Regulators Group) e dos vários Estados-membros da União Europeia

ENSAIOS E CLASSIFICAÇÃO EUROPEUS: CONTEXTO E VANTAGENS

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• Classificações nacionais dos diferentes produtos “conhecidas”(em termos absolutos e relativos)

• Exigências regulamentares existentes, função dessas classificações e dos riscos percepcionados

• Classificações nacionais assumidas pelos fabricantes

Necessidade de actualização do sistema europeu com base na experiência e no conhecimento adquiridos…

… e de obtenção de consenso para o novo sistema harmonizado (ensaios + classificação)

As exigências regulamentares continua(ria)m a ser da responsabilidade de cada estado-membro

ENSAIOS E CLASSIFICAÇÃO EUROPEUS: CONTEXTO

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CENÁRIOS DE REFERÊNCIA (de risco)

MÉTODO DE REFERÊNCIA (escala real)

MÉTODOS DE ENSAIO CORRENTES (escalas intermédia ou reduzida)

• representatividade em relação à utilização final

• representatividade em relação às condições de aplicação

Desenvolvimento das Euroclasses

ENSAIOS E CLASSIFICAÇÃO EUROPEUS: CONTEXTO

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Inicialmente consideraram-se dois grupos de produtos de construção:

PRODUTOS DE CONSTRUÇÃO EM GERAL, excluindo os destinados a revestimento de pisos

PRODUTOS DESTINADOS A REVESTIMENTO DE PISOS

ENSAIOS E CLASSIFICAÇÃO EUROPEUS: CONTEXTO

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EN ISO 9239-1 EN ISO 11925-2

EN 13823

EN ISO 1716

EN ISO 1182

ENSAIOS EUROPEUS DE “REAÇÃO AO FOGO”

ENSAIOS EUROPEUS DE APOIO À CLASSIFICAÇÃO

DE REAÇÃO AO FOGO

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CLASSIFICAÇÃO EUROPEIA DE REAÇÃO AO FOGO (Euroclasses)

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Euroclasses de reação ao fogo

A1 A2 B C D E F (Produtos combustíveis)

Classificação complementar de produção de fumo

s1 s2 s3

Classificação complementar de queda de gotas ou de partículas inflamadas

d0 d1 d2 sem classific.

CLASSES EUROPEIAS (Euroclasses) DE REAÇÃO AO FOGO (exemplo) Produtos de construção em geral excluindo revestimentos de piso e os isolantes térmicos lineares

CLASSIFICAÇÃO EUROPEIA DE REAÇÃO AO FOGO (Euroclasses)

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Todavia questionaram-se, e em alguns casos verificou-se a necessidade de adaptar, os métodos de ensaio e/ou o sistema de classificação, justificando-se essa necessidade por diversas razões:

produtos envolvidos no incêndio em cenários de referência diferentes dos inicialmente assumidos (e.g., cabos elétricos, sistemas de revestimento de fachadas, …)

“especificidade” de certos produtos (e.g., isolantes térmicos lineares, tubagens, cabos elétricos,…)

produtos/sistemas abrangidos por exigências regulamentares nacionais específicas, ...(e.g., ação de um fogo exterior em coberturas, cabos elétricos,….)

ENSAIOS E CLASSIFICAÇÃO EUROPEUS: CONTEXTO E LIMITAÇÕES

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Começou a assistir-se à criação de novos ensaios ou critérios de classificação aplicáveis a determinados produtos/sistemas

Ensaios normalizados e sistema de classificação aplicáveis a isolantes térmicos de tubagens (Decisão JOCE, L 220, 2003-09-03)

Ensaios normalizados e sistema de classificação aplicáveis a coberturas e seus revestimentos (external fire performance) (Decisão JOCE, L 235, 2003-08-01) (não adoptados em Portugal)

Ensaios normalizados e sistema de classificação aplicáveis a cabos eléctricos de energia e comunicações (Decisão JOCE L305, 2006-11-04)

…. de momento não existe abertura por parte da CE para novos ensaios ou

sistemas de classificação (sistemas de revestimento exterior de fachadas painéis sanduíche, …)

ENSAIOS E CLASSIFICAÇÃO EUROPEUS: CONTEXTO E LIMITAÇÕES

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Escala intermédia dos ensaios permite reproduzir aspetos relevantes da utilização final contribuindo para uma melhor avaliação do desempenho de reação ao fogo dos produtos e sistemas usados nos edifícios (obras)

Caracterização e uniformização da reação ao fogo, da produção de fumos e da queda de partículas/gotas inflamadas

Procedimentos comuns de avaliação dos diferentes produtos com base na definição de critérios de ensaio, de interpretação de resultados e de atribuição da classificação idênticos em toda a União Europeia

(complementados por informação específica constante das normas de produtos)

Uniformização do formato dos Relatórios de Classificação de Reação ao Fogo

ENSAIOS E CLASSIFICAÇÃO EUROPEUS: CONTEXTO E VANTAGENS

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Exemplo de Relatório de Classificação da Reacção ao Fogo (RC-RF) Formato “uniformizado” a nível europeu GNB

CPD/SH02

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OUTRAS VANTAGENS ESPERADAS

Melhor utilização/focalização dos recursos de investigação e de desenvolvimento no domínio da segurança passiva ao incêndio (reação ao fogo)

Classificação harmonizada que possa vir a contribuir para uma regulamentação harmonizada (?)

Mais fácil aceitação de uma classificação europeia por outros países (mesmo fora da Europa) com óbvias vantagens comerciais

ENSAIOS E CLASSIFICAÇÃO EUROPEUS: CONTEXTO E VANTAGENS

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Numa primeira fase, necessidade de alterar os procedimentos, os métodos e os meios de ensaio nacionais (custos envolvidos e necessidade de formação adequada)

Reavaliação (fabricantes, laboratórios e regulamentadores) do desempenho de reação ao fogo dos produtos de construção

Necessidade de adaptar a regulamentação existente à nova classificação de reação ao fogo

ADOPÇÃO DOS ENSAIOS E CLASSIFICAÇÃO EUROPEUS:

CONTEXTO E LIMITAÇÕES

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…………………………

ADOPÇÃO EM PORTUGAL DOS ENSAIOS E CLASSIFICAÇÃO

EUROPEUS

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Nem sempre a harmonização e a uniformização são uma realidade

Exigências locais/nacionais por vezes divergentes do sistema harmonizado

Existência de barreiras não-técnicas à livre circulação dos produtos

Ausência de controlo efetivo do mercado

Utilização inadequada do sistema europeu

CLASSIFICAÇÃO EUROPEIA: CONTEXTO E LIMITAÇÕES

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Necessidade de formação adequada, da idoneidade e da garantia da qualidade dos serviços prestados pelos atores envolvidos

Correção dos usos inadequados do sistema europeu de Euroclasses: e.g., “equivalências” erróneas entre classificações europeia e nacional; exigências regulamentares formuladas em termos de Euroclasses para produtos e componentes para os quais aquelas não se aplicam (impossibilidade de ensaio

ou atribuição de classificações desadequadas)

UTILIZAÇÃO DA CLASSIFICAÇÃO EUROPEIA: CONTEXTO

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Não se deve esquecer que

os ensaios europeus, apesar dos avanços verificados e dos esforços desenvolvidos, apresentam limitações comuns a todos os ensaios e classificações neste domínio

São necessárias uma formação e compreensão técnicas que permitam, por um lado, a melhor realização dos ensaios e da classificação, e, por outro lado, a utilização dos seus resultados de forma correta e orientada para a segurança dos edifícios e dos seus utentes (e outros…)

Com base na experiência adquirida é possível introduzir melhorias a todos os níveis (em curso)

ENSAIOS E CLASSIFICAÇÃO EUROPEUS: CONTEXTO E LIMITAÇÕES

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http://www.egolf.org.uk/

http://www.gnb-cpd.eu/

Technical Committee CEN/TC 127 Fire Safety in Buildings

http://www.cen.eu/

ENSAIOS E CLASSIFICAÇÃO EUROPEUS: CONTEXTO E APOIOS (europeus)

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Obrigado pela vossa atenção