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Departamento de Letras AS TRADUÇÕES BRASILEIRAS DA POESIA DE W. B. YEATS Aluno: Eduardo Friedman Orientador: Paulo Henriques Britto O irlandês W. B. Yeats (1865-1939) é considerado um dos maiores nomes da poesia de expressão inglesa do século XX. Foram editadas no Brasil duas coletâneas de poemas de Yeats em tradução para o português, e poemas esparsos seus foram vertidos para o português por vários tradutores importantes, como Augusto de Campos, Nelson Ascher, Paulo Henriques Britto, Paulo Vizioli e Péricles Eugênio da Silva Ramos. Até agora, não foi feita nenhuma avaliação comparativa dessas traduções. O objetivo da pesquisa foi realizar uma análise comparativa das traduções de alguns poemas de Yeats, para determinar as estratégias adotadas pelos diferentes tradutores e avaliar o sucesso relativo de cada empreendimento. Em seguida, foram feitas traduções de outros poemas, tendo em mente os princípios usados nas avaliações acima citadas. Inicialmente, foram estudados os poemas de Yeats e textos que situam sua obra no contexto da poesia anglófona nos períodos pré-modernista e modernista. Em seguida, alguns poemas originais foram selecionados para estudo detalhado. Foram priorizados poemas com mais de uma tradução. A metodologia usada nessa parte central da pesquisa é a que está exposta em diversos artigos [8] [9]: fez-se um levantamento exaustivo das características fonológicas, lexicais, sintáticas, prosódicas e semânticas do poema analisado, destacando-se quais delas têm maior peso no efeito estético final; em seguida, realizou-se levantamento análogo nas traduções, e foram comparados e pesados os êxitos e as deficiências de cada uma, para se chegar a uma avaliação de seus respectivos méritos. “Leda and the swan” “Leda and the swan” conta a história do estupro de Leda por Zeus, tomando a forma de um cisne. O poema tem por esquema de rimas ababcdcdefgefg e, por esquema métrico, o pentâmetro. Características marcantes incluem, entre outras, a tríade selvagem/humano/divino no verso “So mastered by the brute blood of the air”, além da aliteração negritada, o uso do pronome “his” no terceiro verso, revelando a ave como um macho e o uso do “ing” em “loosening thighs” indicando processo. Para uma escansão mais detalhada não só do poema original, como das traduções também, ver o Anexo. Na questão das rimas, somente a tradução de Ascher conseguiu manter o padrão original, mesmo fazendo uso de uma rima toante na primeira estrofe. À exceção de Campos, cuja alteração se deu na primeira estrofe (esquema abbacdcdefgefg), todas as traduções sofreram uma perda nas seis últimas estrofes. Encontra-se, em Britto e Vizioli, o esquema final efgfeg, e em Ramos, efggfe. Entre as duas, mesmo havendo uma liberdade maior na rima dos tercetos finais em sonetos petrarquianos, o esquema de Ramos é preferível por ser simétrico. Na questão da métrica, todas as traduções se mantiveram constantes, mas houve diferenças: Ascher e Britto traduziram em decassílabos, enquanto Campos, Ramos e Vizioli, em dodecassílabos. Há estudos sobre qual seria a melhor métrica para a tradução de pentâmetros [10] [11], e os resultados apontam que as traduções em dodecassílabos continham elementos a mais do que o necessário, e as em decassílabos, embora menores e mais passíveis de perda, foram mais próximas aos originais. Entretanto, não se observou nenhum grande problema, como irregularidades métricas, nos dodecassílabos, apenas acréscimos desnecessários.

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Departamento de Letras

AS TRADUÇÕES BRASILEIRAS DA POESIA DE W. B. YEATS

Aluno: Eduardo Friedman Orientador: Paulo Henriques Britto

O irlandês W. B. Yeats (1865-1939) é considerado um dos maiores nomes da poesia de expressão inglesa do século XX. Foram editadas no Brasil duas coletâneas de poemas de Yeats em tradução para o português, e poemas esparsos seus foram vertidos para o português por vários tradutores importantes, como Augusto de Campos, Nelson Ascher, Paulo Henriques Britto, Paulo Vizioli e Péricles Eugênio da Silva Ramos. Até agora, não foi feita nenhuma avaliação comparativa dessas traduções.

O objetivo da pesquisa foi realizar uma análise comparativa das traduções de alguns poemas de Yeats, para determinar as estratégias adotadas pelos diferentes tradutores e avaliar o sucesso relativo de cada empreendimento. Em seguida, foram feitas traduções de outros poemas, tendo em mente os princípios usados nas avaliações acima citadas.

Inicialmente, foram estudados os poemas de Yeats e textos que situam sua obra no contexto da poesia anglófona nos períodos pré-modernista e modernista. Em seguida, alguns poemas originais foram selecionados para estudo detalhado. Foram priorizados poemas com mais de uma tradução. A metodologia usada nessa parte central da pesquisa é a que está exposta em diversos artigos [8] [9]: fez-se um levantamento exaustivo das características fonológicas, lexicais, sintáticas, prosódicas e semânticas do poema analisado, destacando-se quais delas têm maior peso no efeito estético final; em seguida, realizou-se levantamento análogo nas traduções, e foram comparados e pesados os êxitos e as deficiências de cada uma, para se chegar a uma avaliação de seus respectivos méritos.

“Leda and the swan”

“Leda and the swan” conta a história do estupro de Leda por Zeus, tomando a forma de um cisne. O poema tem por esquema de rimas ababcdcdefgefg e, por esquema métrico, o pentâmetro. Características marcantes incluem, entre outras, a tríade selvagem/humano/divino no verso “So mastered by the brute blood of the air”, além da aliteração negritada, o uso do pronome “his” no terceiro verso, revelando a ave como um macho e o uso do “ing” em “loosening thighs” indicando processo. Para uma escansão mais detalhada não só do poema original, como das traduções também, ver o Anexo. Na questão das rimas, somente a tradução de Ascher conseguiu manter o padrão original, mesmo fazendo uso de uma rima toante na primeira estrofe. À exceção de Campos, cuja alteração se deu na primeira estrofe (esquema abbacdcdefgefg), todas as traduções sofreram uma perda nas seis últimas estrofes. Encontra-se, em Britto e Vizioli, o esquema final efgfeg, e em Ramos, efggfe. Entre as duas, mesmo havendo uma liberdade maior na rima dos tercetos finais em sonetos petrarquianos, o esquema de Ramos é preferível por ser simétrico. Na questão da métrica, todas as traduções se mantiveram constantes, mas houve diferenças: Ascher e Britto traduziram em decassílabos, enquanto Campos, Ramos e Vizioli, em dodecassílabos. Há estudos sobre qual seria a melhor métrica para a tradução de pentâmetros [10] [11], e os resultados apontam que as traduções em dodecassílabos continham elementos a mais do que o necessário, e as em decassílabos, embora menores e mais passíveis de perda, foram mais próximas aos originais. Entretanto, não se observou nenhum grande problema, como irregularidades métricas, nos dodecassílabos, apenas acréscimos desnecessários.

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Na questão do léxico, há problemas em todas as traduções. A de Ascher, embora mantenha muitos elementos do poema original, não passa muito bem o importante verso do estupro. O original é “The feathered glory from her loosening thighs?”, e é fundamental a ideia das coxas sendo abertas. Ele traduziu como “se a glória alada lhe abre a carne aflita?”, o que passa uma ideia diferente, talvez até de morte ou assassinato. Britto não passa a ideia das coxas sendo enfraquecidas, mas deixa explícito como elas estão: “Das coxas fracas o esplendor plumado?” No entanto, a revelação do terceiro verso de que o cisne é humano, e não só um animal, não foi traduzida: “ As patas negras lhe afagam as ancas”. O cisne, como sujeito, ficou apenas implícito. É também perdida a tríade animal/humano/divino expressa por “brute blood of the air” no original: “Pelo poder brutal aprisionada,”. Campos consegue passar a ideia das coxas, usando “coxas que se vão”, mas perde a revelação do terceiro verso de que o cisne é um homem, e não só um animal: “Da palma escura acariciante. O bico preso”. Ramos mantém a ideia das coxas, usando “coxas bambas”, mas perde a ideia do processo. No entanto, não chega a ser uma perda tão notável assim, visto que o importante era passar a falta de força nas pernas de Leda. Vizioli nem chega a mencionar o cisne diretamente, deixando-o como sujeito implícito: “Com a membrana escura, a nuca lhe atenaza,”. Quanto ao verso referente às coxas, ele chega mais próximo ao original do que Ascher, mas não tanto quanto Ramos: “O emplumado esplendor que aparta as coxas dela?” “Apartar” não indica se foi ou não com força, o que Ramos passou muito bem com “coxas bambas”.

Em termos de escolhas lexicais, a tradução de Britto foi a que mais teve perdas.

“An Irish airman foresees his death” Na tradução do poema “An Irish airman foresees his death” feita por Péricles Eugênio

da Silva Ramos, notaram-se dois grandes problemas: a falta de regularidade métrica (versos com 4 pés no original; versos com 8, 10, 12 e 14 sílabas, com predominância do decassílabo, na tradução) e a não obediência ao esquema de rimas (rimas alternadas no original; rimas emparelhadas na tradução, com quebra do esquema nos versos 11 e 16). Além disso, o apagamento do quiasmo dos versos 14 e 15 também fez diferença. É importante a presença do quiasmo [6], recurso que consiste em dispor no mínimo quatro elementos de forma cruzada. (Em um quiasmo de n elementos, o elemento 1 se combina com o elemento n, o 2 se combina com o (n-1), e assim por diante.)

Já a tradução de Vizioli é mais bem-sucedida: ele mantém uma uniformidade de métrica (8 sílabas por verso, com exceção do verso 4, que tem 7) e de rima (ele respeitou o esquema abab do original). Vizioli conseguiu também manter o quiasmo, embora somente em dois níveis, e não em três, como no original. Seus maiores problemas foram escolhas lexicais duvidosas, que não deixam o significado tão claro quanto no texto de Yeats.

A tradução de Ascher também é bem-sucedida: ele respeita a métrica (versos octossílabos), mas comete um pequeno deslize quanto à rima, pois há uma imperfeita (versos 10 e 12 – “luto” com “tumulto”). No plano lexical, faz-se somente uma ressalva: é preferível “um tumulto nas nuvens” a “nas nuvens em tumulto”, opção usada pelo tradutor, pois é melhor que o núcleo do sintagma seja “tumulto”, já que é uma informação nova e essencial. Tendo em mente as traduções analisadas, tentou-se fazer uma tradução em que não se cometeriam os erros percebidos, como irregularidade métrica e rímica e problemas lexicais. Os tetrâmetros do original foram traduzidos como octossílabos, e isso se manteve constante o tempo inteiro, mas o plano rímico acabou sofrendo um pouco. A fim de manter o quiasmo triplo, o que nenhum dos tradutores conseguiu fazer, sacrificou-se a rima dos versos 14 e 16. Para que o poema não terminasse com uma rima toante, decidiu-se fazer a primeira

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rima ser toante também. Como o contrato métrico é estabelecido na primeira estrofe, ter uma rima toante no início permite que tenhamos mais ao longo do poema. “The fascination of what's difficult”

Em sua tradução de “The fascination of what’s difficult”, Péricles perde o trabalho de rimas de Yeats. As rimas eram necessárias para que o poema funcionasse como um experimento: o 4º verso da 1ª estrofe é também o 1º verso da 2ª estrofe, o 4º verso da 2º estrofe é também o 1º verso da 3ª estrofe, e assim em diante. Vale também mencionar a tradução errada de “rent” por “alugar” no verso 2. “Rent”, no original, é o particípio passado do verbo “to rend”, que significa cortar, separar com força.

Vizioli, no entanto, preserva os elementos fundamentais, como o experimento rímico de Yeats, e traduz corretamente o verbo acima mencionado.

“The Second Coming”

Já em “The Second Coming”, viu-se que ambos os tradutores cometeram deslizes. Vizioli não respeitou a dicotomia ordem/caos dos versos iniciais e, por traduzir o poema inteiro em decassílabos, teve que cortar palavras importantes da segunda parte do poema. Vale comentar também que, embora o poema seja em pentâmetros predominantemente, há desvios, e eles não foram reproduzidos por Vizioli.

Péricles seguiu o modelo de Yeats de não fazer todos os versos com o mesmo número de sílabas, mas há desvios em excesso em sua tradução, e algumas de suas escolhas lexicais são duvidosas.

Uma escolha infeliz dos dois tradutores foi a de traduzir “beast”, no penúltimo verso, como “animal”. “Beast”, além de ter uma conotação muito mais forte que simplesmente “animal”, ainda tem a conotação bíblica, perdida por ambos os tradutores.

“High talk”

Outra tradução original foi a do poema “High talk”, um poema de 14 versos com rimas emparelhadas. É possível dividi-lo, em termos de locação, em um octeto (se passa em uma casa em uma vila) e um sexteto (na natureza). Esse poema foi escolhido porque sua escansão não segue mais uma divisão por pés, e sim por acentos, portanto sua tradução seria um desafio diferente ao encontrado em “The two kings”.

O título é uma referência ao poema “Ode to beauty”, de Shelley. O verso original é “hopes of high talk with the departed dead”. Como não há uma tradução, optamos pelo título “Nas alturas”.

O octeto, como dito acima, se passa em uma vila, e trata basicamente das pernas-de-pau do eu-lírico e uma parada com animais, como um circo. É só no sexteto que o eu-lírico se apresenta como Malachi Stilt-Jack. Malachi é uma referência a um santo irlandês e ao personagem Buck Mulligan, do Ulisses de James Joyce, cujo nome completo é Malachi Mulligan. Optou-se por traduzir o nome como “Malaquias-das-Andas”, já que Malaquias é uma tradução já convencionada de Malachi, e “Stilt-Jack” se transformou em “das Andas” devido à métrica.

A grande dificuldade em traduzir “High talk” foi equiparar o número de acentos em cada divisão dos versos como Yeats havia feito. Cada verso está dividido em duas partes, com exceção do verso 10 (“From collar to collar, from stilt to stilt, from father to child”), que está dividido em três. Isso foi respeitado na tradução, com exceção do verso 12 (“Voa no escuro da noite; || a noite vai, || vem a manhã;”) que, por questão de métrica, teve que ser dividido em três partes, enquanto o original está dividido somente em duas.

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Outro problema encontrado foi o esquema rímico. Yeats trabalha com rimas perfeitas em todos os versos, mas na tradução encontram-se somente rimas fonéticas (pau/ancestral) ou toantes (quinze/pique, amansados/espetáculo, etc.).

“The choice”

A terceira tradução original foi a do poema “The choice”. Esta obra, por ser escrita em oitava-rima, traz um esquema rímico abababcc. Ela trata da escolha que os seres humanos devem fazer, mas a do artista, que o leva a desejar uma perfeição no trabalho, acaba por condená-lo, segundo Yeats.

Embora tenha sido possível respeitar o esquema rímico, não se pode dizer o mesmo do ritmo. “The choice” foi escrito em pentâmetros jâmbicos, e para a tradução foi escolhido o decassílabo, mas houve versos com acentos na quinta e sétima sílabas. Optou-se por colocar a fluência e o sentido acima da regularidade do ritmo.

Em termos do léxico, há uma menção ao Céu (“heavenly mansion”) e ao Inferno (“dark”). Como “moradia divina” ocuparia metade do verso, e não é fácil encontrar rimas para “Inferno”, as opções escolhidas foram “Céu” e “escuridão”, ambos sinônimos dos termos originais; este, inclusive, uma tradução direta de “dark”.

“What then?” Em “What then?”, um escritor reflete sobre sua vida. Quando jovem, percebendo seu talento, trabalhou até ser consagrado e conseguiu o que queria; no entanto, no fim da vida, pensa no propósito de tudo aquilo. A história é contada em quatro estrofes de cinco versos cada, todas com esquema rímico abaab. Os versos seguem um esquema de 4-4-4-4-5 pés. Na tradução, optou-se por um esquema de 8-8-8-8-10 sílabas para diferenciar a história de vida do escritor e a assombração de Platão, assim como Yeats o fez. No plano das rimas, permitiu-se certa liberdade, já que algumas rimas originais são consonantais, como son/then, mas sem desobedecer ao esquema abaab.

“The two kings”

A última tradução é “Os dois reis”, tradução do poema narrativo “The two kings”. A história do rei Eochaid, sua esposa, Edain, e seu irmão, Ardan, contada em mais de 220 versos, nunca havia sido traduzida no Brasil. Dentre os vários poemas narrativos de Yeats, “The two kings” foi escolhido por ser um poema mais longo escrito inteiramente em versos brancos.

Adotou-se o decassílabo para traduzir os pentâmetros do original, e convencionou-se a pronúncia dos nomes da seguinte maneira: Eochaid → /jo'keid/; Edain → /e'dajn/; Ardan → /'aRdan/. Cada um tem duas sílabas apenas.

A fim de poder captar melhor o sentido dos verbetes usados pelo poeta, foi necessário consultar o Oxford English Dictionary por dois motivos: (1) o vocabulário de Yeats é bem erudito e (2) há possíveis referências a outras obras.

As imagens do poeta foram a parte mais difícil e aberta a discussões. Por exemplo, o verso “Amid the elaborate wilderness of the air.” pode ser uma referência a uma fala da peça “Cain”, de Byron. Na obra do romântico, encontra-se “This blue wilderness of interminable Air.” Optou-se por traduzir o verso de Yeats como “Em meio ao ar convulso da floresta.”; “convulso” porque acabara de ser travada na floresta uma batalha entre o rei Eochaid, seu cavalo e um alce que “Parecia o maior da sua espécie,” sendo o cavalo fatalmente ferido, deixando o rei a enfrentar o grande animal sozinho. O termo “convulso” capta a ideia da batalha, que se imagina ser o que Yeats queria transmitir, principalmente o final, quando o rei

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enfrenta o alce fisicamente, sem armas. No entanto, passar a ideia exata de “elaborate wilderness” não foi possível.

Outra imagem problemática apareceu mais adiante no poema: “Among the ivy-covered rocks, / As on the blue light of a sword, a man”. A explicação mais lógica encontrada foi que Yeats compara o homem, que é descrito logo depois como sendo “de majestade inatural”, com o brilho de uma espada, que é como as heras, que são azuis, cobrindo as pedras, que são cinzas, como mencionado no verso anterior. A tradução ficou como “Qual brilho azul de um gládio, vi um homem”. Um problema foi o “as on the blue light”, que parece dizer que é “como na luz azul”, e não “como a luz azul”.

Como já foi mencionado antes, o vocabulário que Yeats usa é erudito, então optou-se por usar construções mais arcaizantes na tradução. Por exemplo, a forma de tratamento adotada é sempre a de 2ª pessoa (“What man you have lost, what evil you have found.'” foi traduzido como “Sofreste, se estais vivos tu e ele.'”); usaram-se construções pronominais desusadas no português brasileiro (“Speak it, that I may send through the wide world” foi traduzido como “Revela-mo; ordenarei que busquem”).

Outra dificuldade encontrada foi a de seguir uma métrica mais clássica, ou seja, evitar ao máximo decassílabos com acento na quinta e sétima sílabas. Optou-se por traduzir o poema inteiro e só depois voltar aos versos problemáticos, porque talvez fosse melhor ter conhecimento de como se traduziu o que vem depois.

Traduziu-se inicialmente o verso “Her eyes were cold and steady, her lips tight.” como “Olhos gélidos e lábios fechados.”, mas havia acentos nas sílabas 1, 3, 7 e 10. Para consertar, a nova tradução ficou “Os olhos gélidos, os lábios tensos.”, que tem acentos nas sílabas 2, 4, 8 e 10. Nem sempre foi possível fazer uma outra tradução cuja acentuação caísse nas sílabas desejadas, por isso optou-se por colocar o sentido e a fluência acima da métrica em termos de hierarquia.

Referências 1 - YEATS, W. B. Poemas. Org., introd. e trad. de Péricles Eugênio da Silva. São Paulo: Art Editora, 1987. 176p. 2 - YEATS, W. B. Poemas. Org., introd. e trad. de Paulo Vizioli. São Paulo: Schwarcz, 1992. 159p. 3 - YEATS, W. B. Leda and the swan. In Roth, Philip. O complexo de Portnoy. Trad. de Paulo H. Britto. São Paulo: Companhia das Letras, 2004. 264p. 4 - CAMPOS, Augusto de. Poesia da recusa. São Paulo: Perspectiva, 2006. 364p. 5 – ASCHER, N. Poesia alheia: 124 poemas traduzidos. Rio de Janeiro: Imago, 1998. 384p. 6 - YEATS, W. B. The collected poems. Org. de R. J. Finneran. 2. ed. Nova York: Simon & Schuster, 1996. 544p. 7 - VENDLER, Helen. Our secret discipline: Yeats and lyric form. Cambridge: The Belknap Press of Harvard University Press, 2007. 428p. 8 - BRITTO, P. H. Correspondência formal e funcional em tradução poética. In Souza, Marcelo Paiva de, et al. Sob o signo de Babel: literatura e poéticas da tradução. Vitória: PPGL/MEL / Flor&Cultura, 2006. p. 55-64. 9 - BRITTO, P. H. Para uma avaliação mais objetiva das traduções de poesia. In KRAUSE, Gustavo Bernardo (Org.). As margens da tradução. Rio de Janeiro: FAPERJ/Caetés/UERJ, 2002. 210p. 10 – BRITTO, P. H. Fidelidade em tradução poética: o caso Donne. Terceira Margem vol. 10, n. 15, pp. 239–254, jul./dez. 2006. 11 – LANDSBERG, Débora. Os sonetos de Shakespeare: estudo comparativo das perdas e ganhos das diferentes estratégias tradutórias. http://www.puc-rio.br/pibic/relatorio_resumo2007/relatorios/let/let_debora_landsberg.pdf

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Anexo A seguir, estão todos os poemas, originais e traduzidos, que figuram no relatório. Acima de cada verso, encontra-se o tipo de acento do pé ou da sílaba. (Legenda: - é acento átono; / é acento primário; \ é acento secundário; | é separador de pés/sílabas; || é uma pausa.) Ao lado de todos os poemas, o esquema rímico, onde uma aspa simples ao lado da letra indica rima toante. Finalmente, ao lado dos poemas em português, os números das sílabas com acentos tônicos.

Leda and the swan - / - / - / / / - / A sud | den blow: | the great | wings beat | ing still a - / - / - - / - / - / Above | the sta | ggering girl, | her thighs | caressed b - - / / - / / - - / By the | dark webs, | her nape | caught in | his bill, a - / - / - / - / - / He holds | her help | less breast | upon | his breast. b / - - / - \ / / - / How can | those te | rrified | vague fin | gers push c - / - / - - - / - / The fea | thered glo | ry from | her loose | ning thighs? d - / - / - / - - / / And how | can bo | dy, laid | in that | white rush, c - / - / / / - / - / But feel | the strange | heart beat | ing where | it lies? d - / - - - / - / - / A shud | der in | the loins | engen | ders there e - / - / - / - / - / The bro | ken wall, | the bur | ning roof | and tower f - \ - / - / \ - / \ / And A | gamem | non dead. Being so | caught up, g - / - - - / / - - / So mas | tered by | the brute | blood of | the air, e - - \ / - / - - - / Did she | put on | his know | ledge with | his power f - / - - / - - / - / - / Before | the indiff | e-rent beak | could let | her drop? g

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Leda e o cisne (Péricles Eugênio) / - - / - / - / - - - / Sú | bi | to | gol | pe: | as | gran | des | a | sas | a | ba | ter – 12 (1, 4, 6, 8, 12) a / - / - - / - / - - - / - So | bre a | vir | gem | que os | ci | la, a | co | xa a | ca | ri | cia | da – 12 (1, 3, 6, 8, 12) b - / - / - / - / - \ - / Por | ne | gros | pés; | a | nu | ca, um | bi | co a | vem | re | ter; | - 12 (2, 4, 6, 8, 12) a - / - / - / - / / - - / - O | pei | to i | na | ne | so | bre o | pei | to, ei | -la a | pre | sa | da – 12 (2, 4, 6, 8, 9, 12) b / - - / - - - / - - - / De | dos | in | cer | tos | de | ter | ror, | co | mo em | pur | rar – 12 (1, 4, 8, 12) c - / - / - - - / - - - / Das | co | xas | bam | bas | o em | plu | ma | do | res | plen | dor? | - 12 (2, 4, 8, 12) d / - / - / \ - / - - - / Po | de o | cor | po, | sob | es | se im | pul | so | de | bran | cor, | - 12 (1, 3, 5, 8, 12) d - - - / - / - \ - / - / O | co | ra | ção | es | tra | nho | não | sen | tir | pul | sar? | - 12 (4, 6, 10, 12) c - - / - - / - / - - - / - Um | tre | mor | nos | qua | dris | en | gen | dra in | con | ti | nen | ti – 12 (3, 6, 8, 12) e - - / - - / - / - / - / A | mu | ra | lha | des | truí | da, o | te | to, a | tor | re a ar | der – 12 (3, 6, 8, 10, 12) f - \ - / - / - - - / - / E | A | ga | mêm | non, | mor | to. | Cap | tu | ra | da as | sim, | - 12 (4, 6, 10, 12) g - / - / - / - / - / - / E | pe | lo | bru | to | san | gue | do ar | su | jei | ta, en | fim, | - 12 (2, 4, 6, 8, 10, 12) g / - - / - / - / - - - / E | la as | su | miu | -lhe a | ciên | cia | jun | to | com o | po | der, | - 13 (1, 4, 6, 8, 12) f / - - \ - / - / - - - / - An | tes | que a a | ban | do | nas | se o | bi | co in | di | fe | ren | te? – 12 (1, 6, 8, 12) e

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Leda e o cisne (Paulo Vizioli) - / - / - / - / - - \ / - Um | ba | que | sú | bi | to: ei | - lo em | for | te | ru | flar | de a | sa - 12 (2, 4, 6, 8, 11, 12) a / - / - - / - / - - - / - So | bre a | jo | vem | que os | ci | la, a | co | xa | lhe a | ca | ri | nha – 12 (1, 3, 6, 8, 12) b \ - - / - / - / - - - / - Com | a | mem | bra | na es | cu | ra, a | nu | ca | lhe a | te | na | za, | - 12 (4, 6, 8, 12) a - / - - - / - - - / - / - E o | pei | to | so | bre o | pei | to | sem | am | pa | ro a | ni | nha. | - 12 (2, 6, 10, 12) b - / - - - / / - - / - / - Que | po | dem | su | as | mãos, | va | gas | de hor | ror, | pe | ran | te – 11 (2, 6, 7, 10, 12) c \ - / - - / - / - / - / - O em | plu | ma | do es | plen | dor | que a | par | ta as | co | xas | de | la? | - 12 (3, 6, 8, 10, 12) d

- / - / - / - / - - - / - Que | po | de o | cor | po, | sob | a al | vu | ra a | vas | sa | lan | te, | - 12 (2, 4, 6, 8, 12) c - / - / - / - - - / - / - Se | não | sen | tir | que o es | tra | nho | co | ra | ção | mar | te | la? | - 12 (2, 4, 6, 10, 12) d - - / - - / - / - - - / Um | tre | mor | dos | qua | dris | a | li | vem | con | ce | ber – 12 (3, 6, 8, 12) e - - / - - / - / - - - / A | mu | ra | lha | fen | di | da, a | tor | re a | se | quei | mar – 12 (3, 6, 8, 12) f - / - - - / - / - / - / - E o | mor | to A | ga | me | não. | En | quan | to | sob | o im | pas | se, | - 12 (2, 6, 8, 10, 12) g - / - - - / - / - / - / En | quan | to a | do | mi | na | va o | san | gue | bru | to | do ar, | - 12 (2, 6, 8, 10, 12) f - / - - \ / - - - \ - / To | mou | o | sa | ber | de | le | com | o | seu | po | der – 12 (2, 6, 12) e / - - / - - - / - - - / - An | tes | que o | bi | co in | di | fe | ren | te a a | ban | do | nas | se? | - 12 (1, 4, 8, 12) g

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Leda e o cisne (Paulo Britto) / - - / - / - - - / - Sú | bi | to, um | ba | que: as | gran | des | a | sas | bran | cas – 10 (1, 4, 6, 10) a / - - - / - / - - / - Pou | sam | so | bre a | jo | vem, e a a | gar | ram | com | jei | to, (1, 5, 7, 10) b - / - / - - / - - / - As | pa | tas | ne | gras | lhe a | fa | gam | as | an | cas – 10 (2, 4, 7, 10) a - / - - - / - - - / - E a es | trei | tam, | im | po | ten | te, | con | tra o | pei | to. – 10 (2, 6, 10) b / - - / - - / - - / Com | de | dos | trê | mu | los, | co | mo a | fas | tar – 10 (1, 4, 7, 10) c - - - / - - - / - / - Das | co | xas | fra | cas | o es | plen | dor | plu | ma | do? – 10 (4, 8, 10) d - / - - - / - - - / E | co | mo | não | sen | tir | a | pal | pi | tar – 10 (2, 6, 10) c - / - - - / - - - / - O es | tra | nho | co | ra | ção, | de | sa | ba | la | do? – 10 (2, 6, 10) d - / - - - / - / - / Um | es | pas | mo — e eis | que | se | ge | ra um | no | vo | ser, (2, 6, 8, 10) e - / - - / - / - - / - O | mu | ro | rom | pi | do, a | tor | re in | cen | dia | da – 10 (2, 5, 7, 10) f - - / - / - - / - / - E A | ga | mê | non | mor | to.

A | li, | fre | men | te, - 10 (3, 5, 8, 10) g / - - / - / - - - / - Pe | lo | po | der | bru | tal | a | pri | sio | na | da, - 10 (1, 4, 6, 10) f - / - - - / - - - / Te | rá | e | la a | preen | di | do o | seu | sa | ber – 10 (2, 6, 10) e / - - / - / - - - / - An | tes | que a | sol | te o | bi | co in | di | fe | ren | te? – 10 (1, 4, 6, 10) g

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Leda e o Cisne (Augusto de Campos) - / - / - - / - / - - / - Um | ba | que | sur | do. A a | sa e | nor | me a | in | da | se a | ba | te - 12 (2, 4, 7, 9, 12) a / - / - - / - / / - - / - So | bre a | mo | ça | que | tre | me. Em | suas | co | xas | o | pe | so - 12 (1, 3, 6, 8, 9, 12) b - / - / - - - / - / - / - Da | pal | ma es | cu | ra a | ca | ri | cian | te. O | bi | co | pre | so – 12 (2, 4, 8, 10, 12) b - / - / - / - / - - - / - A | nu | ca, | con | tra o | pei | to o | pei | to | se | de | ba | te. – 12 (2, 4, 6, 8, 12) a / - / - - / - / - - - / Co | mo | po | dem | os | po | bres | de | dos | sem | vi | gor - 12 (1, 3, 6, 8, 12) c - - - / - / - / - - - / Ne | gar | à | gló | ria e a | plu | ma as | co | xas | que | se | vão - 12 (4, 6, 8, 12) d - / - / - / - - / - - / A | brin | do e | co | mo, en | tre | gue a | tão | bran | co | fu | ror, - 12 (2, 4, 6, 9, 12) c - - / - - / - / - - - / Não | sen | tir | o | pul | sar | do es | tra | nho | co | ra | ção? – 12 (3, 6, 8, 12) d - / - - - / - - / - - / Um | frê | mi | to | nos | rins | ha | ve | rá | de en | gen | drar - 12 (2, 6, 9, 12) e - / - - / - / - / - - / Os | mu | ros | em | ruí | na, a | tor | re, o | te | to a | ar | der - 12 (2, 5, 7, 9, 12) f - - / - - / - - / - - / - E A | ga | mem | non, | mor | ren | do.

E | la | tão | sem | de | fe | sa, - 12 (3, 6, 9, 12) g - - / - - - / - / - - / Vio | len | ta | da | pe | lo | bru | to | san | gue | do | ar, - 12 (3, 7, 9, 12) e - - - / - - - / - - - / Se im | preg | na | ri| a | de | tal | for | ça e | tal | sa | ber – 12 (4, 8, 12) f / - - / - / - - - / - / - An | tes | que o | bi | co i | ne | rte a | ban | do | nas | se a | pre | sa? – 12 (1, 4, 6, 10, 12) g

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Leda e o cisne (Nelson Ascher)

- / - / - / - / - / -

Um | ven | to a | brup | to: as | a | sas | ba | tem | so | bre 2-4-6-8-10 a

- / - / - - - / - / -

a | mo | ça a | tô | ni | ta e o | qua | dril | su | jei | to 2-4-8-10 b

- - / - - / - / - / -

às | mem | bra | nas | es | cu | ras | — e | le a en | co | bre, 3-6-8-10 a'

/ - - / - / - / - / -

bi | co | na | nu | ca e | pei | to a i | ner | me | pei | to. 1-4-6-8-10 b

- - - / - / - / - / -

Co | mo, as | sus | ta | da, o | por | um | ges | to in | cer | to 4-6-8-10 c

- / - / - / - / - / -

se a | gló | ria a | la | da | lhe a | bre a | car | ne a | fli | ta? 2-4-6-8-10 d

- - / - - / - / - / -

Que | fa | zer | — sob | o ar | ro | jo | bran | co — ex | ce | to 3-6-8-10 c

- / - / - - - / - / -

sen | tir | que o es | tra | nho | co | ra | ção | pal | pi | ta? 2-4-8-10 d

- - / - - / \ - - / -

Um | tre | mor | nos | seus | rins | ge | ra a | fo | guei | ra 3-6-(7)-10 e

- / - / - / - - - / -

da | tor | re ao | te | to, os | mu | ros | va | ci | lan | tes 2-4-6-10 f

- / - - - / - / - / -

e o | fim | de A | ga | me | non. |

Ren | di | da a | es | se 2-6-8-10 g

- / - / - / / - - / -

sel | va | gem | san | gue | do ar | — e | la ab | sor | ve | ra 2-4-6-7-10 e

- - - / - - - / - / -

o | seu | sa | ber | com | seus | po | de | res | an | tes 4-8-10 f

- / - - - / - - - / -

de o | bi | co a a | ban | do | nar | sem | in | te | res | se? 2-6-10 g

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An Irish airman foresees his death - / - / - / - / I know | that I | shall meet | my fate a / - - / - / - / Somewhere | among | the clouds | above; b / - - / - / - / Those that | I fight | I do | not hate, a / - - / - / - / Those that | I guard | I do | not love; b - / - - / - - / My coun | try is | Kiltar | tan Cross, c - / - \ / - - / My coun | trymen | Kiltar | tan's poor, d - / - / - / - / No like | ly end | could bring | them loss c - / - / - - - / Or leave | them ha | ppier than | before. d - / - / - / - / Nor law, | nor du | ty bade | me fight, e - / - / - / - / Nor pu | blic men, | nor cheer | ing crowds, f - / - / - - - / A lone | ly im | pulse of | delight e / - - / - - - / Drove to | this tu | mult in | the clouds; f - / - / \ / - / I ba | lanced all, | brought all | to mind, g - / - / \ / - / The years | to come | seemed waste | of breath, h - / - / - / - / A waste | of breath | the years | behind g - / - - - / - / In ba | lance with | this life, | this death. h

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Um aviador irlandês prevê sua morte (Péricles Eugênio) - / - / - / - - - / Eu | sei | que a | mi | nha | sor | te hei | de en | con | trar – 10 (2, 4, 6, 10) a \ / - / - / - / - / - / Lá em | ci | ma, | lá | nas | nu | vens, | lá | nal | gum | lu | gar; - 12 (2, 4, 8, 10, 12) a / - - / - / - - - / - Con | tra os | que en | fren | to, | de ó | dio | não | me in | fla | mo, - 10 (1, 4, 6, 10) b - / - - - / - - - / - E a | que | les | que | de | fen | do, | eu | não | os | a | mo.| – 10 (2, 6, 10) b - - / - / - - / Mi | nha | ter | ra é | Kil | tar | tan | Cross; - 8 (3, 5, 8) c / - - / - - - / - / - / Po | bres | de | lá, | meus | com | pa | trí | cios | to | dos | vós, | - 12(1, 4, 8, 10, 12) c - / - / - / - - - / - Ne | nhum | pro | vá | vel | fim | vos | le | sa | ri | a, | - 10 (2, 4, 6, 10) d - - - / - / - / - - - / - Ou | mais | fe | li | zes | que an | tes | não | vos | dei | xa | ri | a. | - 12 (4, 6, 8, 12) d - / - - - / - / - - - / Nem | lei | nem | o | de | ver | man | da | ram | -me | lu | tar, | - 12 (2, 6, 8, 12) e - / - / - - - - - / - - - / Nem | ho | mem | pú | bli | co, | nem | mul | ti | dão | a | me a | cla | mar. – 14 (2, 4, 10, 14) e - / - - - / - / - / - Le | vou | -me a es | te | tu | mul | to em | mei | o às | nu | vens – 10 (2, 6, 8, 10) x - - - / - / - - - / Um | so | li | tá | rio im | pul | so | de | pra | zer; | - 10 (4, 6, 10) f / - - / - / - - - / Tu | do | pe | sei, | sem | na | da | me es | que | cer. | - 10 (1, 4, 6, 10) f / - - / - / - / - - - / - Er | mos | de a | len | to | vi | meus | a | nos | pro | me | ti | dos – 12 (1, 4, 6, 8, 12) g / - - / - / - \ - / - E er | mos | de a | len | to os | a | nos | já | per | di | dos, | - 10 (1, 4, 6, 10) g \ - - / - - - / - - - / - Se | com | pa | ra | dos | com es | ta | vi | da, | com es | ta | mor | te. | – 12(4, 8, 12) x

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Um aviador irlandês prevê sua morte (Paulo Vizioli) - / - - / - - / - Nas | nu | vens, | per | di | do em | seu | mei | o, | - 8 (2, 5, 8) a - / - - / - \ / - Que | si | na | me a | guar | da es | tou | ven | do; | - 8 (2, 5, 8) b - / - - / - - / - Quem | vou | com | ba | ter | não | o | dei | o, | - 8 (2, 5, 8) a - / - - / - - / - Não | a | mo | a | quem | eu | de | fen | do. | - 7 (2, 5, 8) b - / - - / / - / - É | Kil | tar | tan | Cross | mi | nha | ter | ra, - 8 (2, 5, 6, 8) c - - / - / - - / Mi | nha | gen | te, os | po | bres | de | lá; | - 8 (3, 5, 8) d - / - / - / - / - Seu | mal | não | fin | da o | fim | da | guer | ra – 8 (2, 4, 6, 8) c - / - - / - - / E | nem | mais | fe | liz | a | fa | rá.| - 8 (2, 5, 8) d - / - - / - - / Não | lu | to | por | lei, | por | de | ver,| - 8 (2, 5, 8) e - / - - / - - / Po | lí | ti | cos, | po | vo, es | car | céu: - 8 (2, 5, 8) f - / - \ / - - / Im | pul | so | só | meu | de | pra | zer – 8 (2, 5, 8) e - / - - / - - / Me | trou | xe ao | tu | mul | to | no | céu. | - 8 (2, 5, 8) f - / - - / - - / A | men | te os | seus | cál | cu | los | faz. | - 8 (2, 5, 8) g - / - - / - - / - À | fren | te | não | ten | do o | que im | por | te, | - 8 (2, 5, 8) h - / - - / - - / Nem | ten | do o | que im | por | te | por | trás, | - 8 (2, 5, 8) g - / - - / - - / - Com | pen | sa es | ta | vi | da es | ta | mor | te.| - 8 (2, 5, 8) h

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Um aviador irlandês prevê a morte (Nelson Ascher)

- - - / - / - / -

En | con | tra | rei | meu | fim | no | mei | o 4-6-8 a

- / - - - / - / -

das | nu | vens | de al | gum | céu | so | be | jo; 2-6-8 b

- - - / - - - / -

os | que | com | ba | to, eu | não | o | dei | o, 4-8 a

- / - / - - - / -

tam | bém | não | a | mo os | que | pro | te | jo; 2-4-8 b

/ - - / \ - - /

Kil | tar | tan | Cross | é | meu | pa | ís, 1-4-(5)-8 c

- / - / - / - / -

seus | po | bres | são | a | mi | nha | gen | te, 2-4-6-8 d

- - - / - - - /

na | da a | fa | rá | mais | in | fe | liz 4-8 c

- - - / - - - / -

do | que | já | e | ra, ou | mais | con | ten | te. 4-8 d

- - - / - - - /

Não | é | por | lei | ou | por | de | ver, 4-8 e

/ - - / - - - / -

tur | ba ou | po | lí | ti | cos, | que | lu | to, 1-4-8 f

- - - / - - - /

mas | pe | lo a | fã | de | me en | tre | ter, 4-8 e

- / - / - - - / -

a | sós, | nas | nu | vens | em | tu | mul | to. 2-4-8 f’

/ - - / - - - / -

Tu | do | na | men | te | foi | pe | sa | do: 1-4-8 g

- - - / - - - / -

na | da | que es | pe | re ou | que | re | cor | de 4-8 h

/ - - / - - - / -

va | le | -me a | pe | na | com | pa | ra | do 1-4-8 g

- / - / - / - / -

com | es | ta | vi | da ou | es | ta | mor | te. 2-4-6-8 h

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Um aviador irlandês prevê a morte (Eduardo Friedman) - / - - / - - / Eu | sei | o | que | me a | guar | da | lá a 2-5-8 / - - / - - - / Quan | do | nas | nu | vens | es| ti | ver b 1-4-8 \ - / - \ - - / Não | o | dei | o | quem | vem | lu | tar. a' (1)-3-(5)-8 \ / - - / - - / Não | am | o | quem | vou | pro | te | ger. b’ (1)-2-5-8 / - - / \ / - / - Kil | tar | tan | Cross | é | mi | nha | ter | ra, c 1-4-(5)-6-8 - / - - \ / - / - Os | po | bres | de | lá, | mi | nha | gen | te; d 2-(5)-6-8 / - / - - / - / - Na | da | per | dem | com | es | ta | guer | ra c 1-3-6-8 - / - - / - - / - Nem | hão | de | fi | car | mais | con | ten | tes. d' 2-5-8 - / - - / - - / Não | lu | to | por | lei | nem | de | ver e 2-5-8 - / - - \ - - / Po | lí | ti | cos | nem | es | car | céu. g 2-(5)-8 \ - - / - - - / Com | um | im | pul | so | de | pra | zer e (1)-4-8 - / - - / - - / Che | guei | ao | tu | mul | to | no | céu. f 2-5-8 - / - - \ - - / - E | tu | do | foi | as | sim | pe | sa | do: g 2-(5)-8 - - / - / - - / - Meu | fu | tu | ro | na | da | va | li | a, h 3-6-8 / - - / - - - / - Na | da | va | li | a | meu | pas | sa | do, g 1-4-8 - / - - / - - / - Pe | sa | da es | ta | mor | te, es | ta | vi | da. h' 2-5-8

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The fascination of what's difficult - - - / - - - / - - The fa | scina | tion of | what's di | fficult a - / - / / - - / - / Has dried | the sap | out of | my veins, | and rent b - / - / - / - - - / Sponta | neous joy | and na | tural | content b / - - / / / - / - / Out of | my heart. | There's some | thing ails | our colt a' - / - - - / - / - / That must, | as if | it had | not ho | ly blood c / - - / - / - / - / Nor on | Olym | pus leaped | from cloud | to cloud, c' / - / - - / / / - / Shiver | under | the lash, | strain, sweat | and jolt a' - / - / / / - - / - / As though | it dragged | road metal |. My curse | on plays d - / - - \ / - / - / That have | to be | set up | in fif | ty ways, d / - / / - / - / - / On the | day's war | with e | very knave | and dolt, a' / - / - / - \ - / Thea | tre busi | ness, man | agement | of men. e - / - / - / \ / - / I swear | before | the dawn | comes round | again e - / - / - - \ / - / I'll find | the sta | ble and | pull out | the bolt. a'

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A fascinação do que é difícil (Péricles Eugênio) - - \ - / - / - / - - - \ - / A | fas | ci | na | ção | do | que é | di | fí | cil, | a | fas | ci | na | ção – 15 (5-7-9-15) a - / - / - - - / - / - - Se | cou | -me as | vei | as | e a | lu | gou | o | jú | bi | lo – 9 (2-4-8-10) x - - / - - / - - - / Es | pon | tâ | neo e o | pra | zer | do | co | ra | ção. – 10 (3-6-10) a - - / \ - / - - - / - Nos | so | po | tro, al | go | tem | -no in | co | mo | da | do: | - 10 (3-6-10) b - / - / - \ / - - / - Fin | gin | do | não | pos | suir | san | gue | sa | gra | do – 10 (2-4-6-7-10) b - - / - - / - - - / - / - Ou | de | nu | vem | em | nu | vem | não | sal | tar | no O | lim | po, - 12(3-6-10-12) x / - / - - / - / - - / - / - / E | le | tem | de | tre | mer | com | re | lho, | es | for | ço, | tran | co e | suor, | - 15 (1-3-6-8-11-13-15) c - - - \ / - - \ / - - / Co | mo a | pu | xar | pe | dra | bri | ta | da. Er | go o | cla | mor – 12 ((4)-5-(8)-9-12) c - - / - - / - - / - - - / - / - Con | tra as | pe | ças | que | hão | de | mon | tar | -se | de | cin | qüen | ta | jei | tos, | - 15 (3-6-9-13-15) d - / - / - - - / - / - / - A | guer | ra | diá | ria aos | to | lei | rões | e | maus | su | jei | tos, | - 12 (2-4-8-10-12) d - - / - - / - - - / - / - O | ne | gó | cio | do | tea | tro, o | ge | ren | ciar | os | ho | mens.| - 12 (3-6-10-12) x / - / - - / - / - - - / Ju | ro | que an | tes | de | no | va au | ro | ra | des | pon | tar – 12 (1-3-6-8-12) e - - - / - / - - - / - / - / - En | con | tra | rei | o es | tá | bu | lo e o | fer | ro | lho | hei | de | pu | xar. | - 15 (4-6-10-12-14) e

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O fascínio daquilo que é difícil (Paulo Vizioli) - - / - - / - / - / - O | fas | cí | nio | da | qui | lo | que é | di | fí | cil – 10 (3-6-8-10) a / - - / - / - - - / Se | ca | -me a | sei | va e ar | ran | ca | -me a | fi | nal – 10 (1-4-6-10) b - - / - - / - - - / A a | le | gri | a es | pon | tâ | nea e | na | tu | ral – 10 (3-6-10) b - - - / - / - - - / - Do | co | ra | ção. | Mal | tra | ta o | sa | cri | fí | cio – 10 (4-6-10) a' - - / - - / - - - / - Nos | so | po | tro, | sem | jei | to | de | sa | gra | do, | - 10 (3-6-10) c - / - / - / - - - / - De ha | ver | no O | lim | po as | nu | vens | vi | si | ta | do, | - 10 (2-4-6-10) c - / - / - / - - - / - Pois | tre | me, | su | a e | so | fre | nes | te o | fí | cio – 10 (2-4-6-10) a' - - / / - - - / - / - De ar | ras | tar | pe | dras. | Eu | mal | di | go a | pe | ça – 10 (3-4-8-10) d - / - / - - - / - / - Que a | pós | cin | qüen | ta en | ce | na | ções | tro | pe | ça, | - 10 (2-4-8-10) d - / - / - - - / - / - A | bri | ga | diá | ria | com | a as | nei | ra e o | ví | cio, | - 10 (2-4-8-10) a' - / - / - / - - - / - Ge | rên | cia | de ho | mens, | car | ga | fi | nan | cei | ra. | - 10 (2-4-6-10) e / - - / - / - - - / - Ju | ro | que | pu | xo a | tran | ca | da | por | tei | ra – 10 (1-4-6-10) e / - - / - / - - - / - An | tes | que | no | vo | di | a | te | nha i | ní | cio. – 10 (1-4-6-10) a'

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The Second Coming / - - / - - - / - / Turning | and turn | ing in | the wide | ning gyre a - / - - / / - / - - The fal | con can | not hear | the fal | coner; a / / - / - / - - / / Things fall | apart; | the cen | tre can | not hold; b / / - - - / - / - / Mere a | narchy | is loosed | upon | the world, b - / \ / - / - / - \ The blood | -dimmed tide | is loosed, | and e | verywhere a - / - \ - - / - \ - / The ce | remo | ny of in | nocence | is drowned; b - / / / - / - \ - / The best | lack all | convic | tion, while | the worst b' - / - / - \ - / - \ Are full | of pas | sionate | inten | sity. x / - / - - / - / - / Surely | some re | vela | tion is | at hand; c / - - / - / - / - / Surely | the Se | cond Co | ming is | at hand. c - / - / - / - - - / / The Second | Coming! | Hardly | are those | words out d - - / / - / - / - - / - When a vast | i mage | out of | Spiritus | Mundi x / - - / / - - - / - - / - Troubles | my sight: | somewhere | in the sands | of the des | ert d - / - / - / - - - / - - / A shape | with lion | body | and the head | of a man, e

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- / / - / - - - - / A gaze | blank and | piti | less as | the sun, e - / - - / / - / - / - Is mo | ving its | slow thighs, | while all | about | it d / / - - - / - / - / Reel sha | dows of | the indig | nant de | sert birds. x - / - / - / - / - / The dark | ness drops | again; | but now | I know x - / - / - \ - / - / That twen | ty cen | turies | of sto | ny sleep x - / - / - - - / - / - Were vexed | to night | mare by | a rock | ing cradle, x - - / / - / \ / - / And what | rough beast, | its hour | come round | at last, x / - - / / - \ - / / Slouches | towards | Bethle | hem to | be born? x

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A Segunda Vinda (Péricles Eugênio) - - / - - / - / - - - / - A | ro | dar | e a | ro | dar | no | gi | ro | que | se a | lar | ga, - 12 (3-6-8-12) - - / - - / - / - - - / - O | fal | cão | já | não | po | de ou | vir | o | fal | co | ei | ro. – 12 (3-6-8-12) - - / - - / - / - - - / - De | sa | gre | ga | -se | tu | do; o | cen | tro | não | se | gu | ra; - 12 (3-6-8-12) - \ / - - / - / - - - / Es | tá | sol | ta | no | mun | do a | sim | ples | a | nar | quia; - 12 (3-6-8-12) - \ / - - / - / - - / - / - / - Es | tá | sol | ta a | ma | ré | es | cu | ra | do | san | gue, e em | to | da | par | te – 15 (3-6-8-11-13-15) - - - / - - - / - - - / A | ce | ri | mô | nia | da i | no | cên | cia | se a | fo | gou; - 12 (4-8-12) / - - / - - - / - / - / - Fal | ta aos | me | lho | res | con | vic | ção, | en | quan | to os | pio | res – (1-4-8-10-12) - / / - - / - - - / - Es | tão | chei | os | de ar | dor | a | pai | xo | na | do. – 10 (2-3-6-10) / - - \ - / - / - / - / - - U | ma | re | ve | la | ção, | por | cer | to, es | tá | bem | pró | xi | ma; - 12 (1-6-8-10-12) - / - / - / - - - / - / - Por | cer | to es | tá | bem | pró | xi | ma a | Se | gun | da | Vin | da. – 12 (2-4-6-10-12) - - / - / - / - / - - - / - A | Se | gun | da | Vin | da! | Mal | eu | di | go | tais | pa | la | vras, - 13 (3-5-7-9-13) / / - / - - - / - / - - / - E u | ma am | pla i | ma | gem, | a | dei | xar | o | Spi | ri | tus | Mun | di, - (1-2-4-8-10-13) - / - - - / - / - / - / - - - / Per | tur | ba | -me a | vi | são; | nal | gum | lu | gar, | na a | rei | a | do | de | ser | to, - (2-6-8-10-12-16)

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/ - / - - / - - / - / - / - U | ma | for | ma, | de | cor | po | de | leão, | ca | be | ça | de ho | mem, - 13 (1-3-6-9-11-13) - / / - - / - - - / De o | lhar | va | go e im | pie | do | so | co | mo o | sol, - 10 (2-3-6-10) - / - / - / - / - - - / As | len | tas | co | xas | mo | ve, en | quan | to, ao | seu | re | dor, - 12 (2-4-6-8-12) / - / - - / - - - / - - - / - Som | bras | dan | çam | das | a | ves | in | dig | na | das | do | de | ser | to. – 14 (1-3-6-10-14) - / - / - - - / - / - / - E | cai | de | no | vo a es | cu | ri | dão; | mas | sei | a | go | ra – 12 (2-4-8-10-12) - / - / - - - / - / - Que | vin | te | sé | cu | los | de | so | no | pé | treo – 10 (2-4-8-10) - / - - - / - - - / - / - - - / A | té | ao | pe | sa | de | lo os | a | fli | giu | um | ber | ço | de em | ba | lar; - 16 (2-6-10-12-16) - - / - - / - / - / - / - / - E | que a | ni | mal | vio | len | to, en | fim | che | ga | da a | su | a | ho | ra, - 14 (3-6-8-10-12-14) - - - / - / - - - / - - - / De | sa | jei | ta | do ar | ras | ta | -se a | Be | lém | pa | ra | nas | cer? – 14 (4-6-10-14)

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A Segunda Vinda (Paulo Vizioli) - / - / - - - / - / - Ro | dan | do em | gi | ro | ca | da | vez | mais | lar | go, - 10 (2-4-8-10) - - / - - / - - - / - O | fal | cão | não | es | cu | ta ao | fal | co | ei | ro; - 10 (3-6-10) / - - / - / - - - / - Tu | do es | bo | ro | a; o | cen | tro | não | se | gu | ra; - 10 (1-4-6-10) / - - / - / - / - / - Me | ra a | nar | qui | a a | van | ça | so | bre o | mun | do, - 10 (1-4-6-8-10) - / / - - / - / - / - Ma | ré es | cu | ra | de | san | gue a | van | ça e a | fo | ga – 10 (2-3-6-8-10) - / - - - / - / - / - Os | ri | tos | da i | no | cên | cia em | to | da | par | te; - 10 (2-6-8-10) - - / - - / - - - / - Os | me | lho | res | va | ci | lam, | e os | pi | o | res – 10 (3-6-10) - - / - - / - - - / - An | dam | chei | os | de i | ra | da in | ten | si | da | de. – 10 (3-6-10) / - - / - - \ - - / Aí | vem | por | cer | to u | ma | re | ve | la | ção; - 10 (1-4-10) - / - / - - - / - / - Por | cer | to | pró | xi | ma é a | Se | gun | da | Vin | da. – 10 (2-4-8-10) - / - / - / / - - / - Se | gun | da | Vin | da! | Di | go es | sas | pa | la | vras, - 10 (2-4-6-7-10) - - / - - / - / - / - E | do | Spi | ri | tus | Mun | di | vas | ta i | ma | gem – 10 (3-6-8-10) / - - / - / - - - / - Tur | ba | -me a | vis | ta: ao | lon | ge, | no | de | ser | to, - 10 (1-4-6-10) - / - - - / - / - / - Um | cor | po | de | le | ão | com | ros | to | de ho | mem, - 10 (2-6-8-10)

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- / - / - / - - - / O o | lhar | va | zi | o e | du | ro | co | mo o | sol, - 10 (2-4-6-10) - / - / - / - / - / - As | ler | das | co | xas | mo | ve, en | quan | to em | tor | no – 10 (2-4-6-8-10) / - / - - / - - - / - - Ron | dam | som | bras | de | pás | sa | ros | co | lé | ri | cos. – 10 (1-3-6-10) - / - - - / - / - / Re | tor | na a es | cu | ri | dão; | mas | o | ra eu | sei – 10 (2-6-8-10) - / - / - - - / - / - Que a | vin | te | sé | cu | los | de | so | no | pé | treo – 10 (2-4-8-10) - / - - - / - - - / - Ve | xou | o | pe | sa | de | lo | de um | ber | ci | nho; - 10 (2-6-10) - - / - - / - / - / - E | que | ru | de a | ni | mal, | che | ga | do o | tem | po, - 10 (3-6-8-10) - / - - - / - - - / Ar | ras | ta | -se a | Be | lém | pa | ra | nas | cer? – 10 (2-6-10)

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High Talk

/ / \ / / / /

Processions that lack high stilts || have nothing that catches the eye. a

/ / / \ / / \ /

What if my great-granddad || had a pair that were twenty foot high, a

/ / / \ / / /

And mine were but fifteen foot, || no modern Stalks upon higher, b

/ / / \ / / /

Some rogue of the world stole them || to patch up a fence or a fire. b

/ / \ / \ / / \ /

Because piebald ponies, led bears, || caged lions, make but poor shows, c

/ / / / \ \ / /

Because children demand Daddy-long-legs || upon his timber toes, c

/ / / / / /

Because women in the upper storeys || demand a face at the pane, d

/ \ / / / / /

That patching old heels they may shriek, || I take to chisel and plane. d

/ / \ / / / \ /

Malachi Stilt-Jack am I, || whatever I learned has run wild, e

/ / / / / /

From collar to collar, || from stilt to stilt, || from father to child. e

\ / / / / / /

All metaphor, Malachi, stilts and all. || A barnacle goose f

\ / / / / / / \ /

Far up in the stretches of night; || night splits and the dawn breaks loose; f

/ / / / \ / \ /

I, through the terrible novelty of light, || stalk on, stalk on; g

/ / \ / / / /

Those great sea-horses bare their teeth || and laugh at the dawn. G

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Nas Alturas

- / - - / - - / - / - - / - - /

Não chamam a atenção de ninguém || desfiles sem pernas de pau a

\ - / - / - - / - - / - - / - - /

Vinte pés de altura mediam || as andas do meu ancestral a'

- / - / - - / - - / - - / - / -

E, sendo andas modernas, || as minhas apenas quinze b

- / - / - - - / \ - - / - / - / -

Algum malandro as roubou || para uma cerca pau-a-pique b'

- - / - / - - / - \ - - / - - / -

Se a platéia não se cativa || por animais amansados, c

- - / - / - - / / - - / - - / - -

Se as crianças fazem questão || de andas em todo espetáculo, c'

- - / - - / - - / - - / - - / - - / -

E mulheres que estão a cerzir em sobrados, || um rosto à janela, d

- / - - / - / - \ - / - / - / -

Eu pego o cinzel e o nível || para dar um susto nelas. d'

/ - - / - - / - - / - - - /

Sou Malaquias-das-Andas, || fugiu-me o que aprendi e

- / - / - - / - / - - / - / -

De gola a gola, || de anda a anda, || de pai a filho e'

- / - - / - - \ - / - - / - - / - / -

É tudo metáfora, Malaquias, as andas também. || Um ganso f

/ - - / - - / - - / - / / - - /

Voa no escuro da noite; || a noite vai, || vem a manhã; f'

/ \ - \ / - - / - - - / - / -

Eu, nesta luz nova e terrível, || continuo em frente; g

- - / - - / - / - - / - - / - / -

Os cavalos-marinhos riem do dia || mostrando os dentes. g'

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The choice

- / - \ - / - / - - /

The in | tellect | of man | is forced | to choose a

- / - - - / - - - /

Perfec | tion of | the life, | or of | the work, b

\ - - / - / - / - /

And if | it take | the se | cond must | refuse a

- / - / - / - - - /

A heaven | ly man | sion, ra | ging in | the dark. b

- / - / - / - / - /

When all | that sto | ry’s fin | ished, what’s | the news? a

- / - / - / - / - /

In luck | or out | the toil | has left | its mark: b

- / - / - - - / - /

That old | perple | xity | an em | pty purse, c

- - / / - - - / - /

Or the | day’s va | nity, | the night’s | remorse. c

Departamento de Letras

A escolha

- - / - - / - - - /

O in | te | lec | to é o | bri | ga | do a | pro | cu | rar 3-6-10

- - / - - / - - - /

Ou | na | vi | da ou | na | o | bra a | per | fei | ção. 3-6-10

- - / - - / - - - /

Se | na | o | bra, | te | rá | de | re | cu | sar, 3-6-10

- / - - - / - - - /

O | Céu | e | se | da | nar | na es | cu | ri | dão. 2-6-10

- / - / - - - / - /

No | fim | da his | tó | ria, o | que | se i | rá | con | tar? 2-4-8-10

- / - - / - - / - /

A | mar | ca | do es | for | ço, | fe | cun | do ou | não: 2-5-8-10

- / - - / - / - - / -

O | ve | lho es | tu | por, | a | bol | sa | va | zi | a, 2-5-7-10

- / - / - - / - - / -

Re | mor | so à | noi | te, a | vai | da | de | do | di | a. 2-4-7-10

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What then?

- / - / - / - /

His chosen | comrades | thought at | school a

/ - / - / - /

He must | grow a | famous | man; b

- / - / - / - /

He thought the | same and | lived by | rule, a

/ - / - / - /

All his | twenties | crammed with | toil; a

/ / / / - / / /

'What then?' | sang Pla | to's ghost. | 'What then?' b

/ - \ - / - /

Every | thing he | wrote was | read, a

/ - / - / - /

After | certain | years he | won b

- / - / - \ - /

Sufficient | money | for his | need, a

/ - - - / - /

Friends that | have been | friends in | deed; a

/ / / / - / / /

'What then?' | sang Pla | to's ghost. | 'What then?' b

/ - / - - / / /

All his | happier | dreams came | true – a

- / / / / / - /

A small old | house, wife, | daughter, | son, b

/ - / - / - /

Grounds where | plum and | cabbage | grew, a

/ - - / - / - /

Poets and | Wits a | bout him | drew; a

/ / / / - / / /

'What then?' | sang Pla | to's ghost. | ' What then?' b

Departamento de Letras

- / - / / / - /

‘The work | is done,' | grown old | he thought, a

- / - - - / - /

'Accord | ing to | my boy | ish plan; b

/ - / / - / - /

Let the fools | rage, I | swerved in | naught, a

/ - - - / - /

Something | to per | fection | brought'; a

- / - / - / / /

But lou | der sang | that ghost, | 'What then?' b

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E então?

- - / - - \ - / -

Os | co | le | gas | de | mo | ci | da | de 3-(6)-8 a

- / - - - \ - /

Pre | vi | am | -lhe a | con | sa | gra | ção. 2-(6)-8 b

- / - - / - - / -

Le | va | va u | ma | vi | da | re | gra | da 2-5-8 a'

/ - - - / - - / -

E, | mais | do | que | tu | do, es | tu | da | va; 1-5-8 a'

- / - / - / - - - /

‘E en | tão?’, | bra | dou o | fan | tas | ma | de | Pla | tão. 2-4-6-10 b

- - / - / - - / -

Com | as | o | bras | que e | le es | cre | vi | a 3-5-8 a

- \ / - - \ - /

Ga | nhou | bo | a | re | pu | ta | ção 2-3-(6)-8 b

- / - \ - - - / -

Di | nhei | ro | que | lhe | bas | ta | ri | a, 2-(4)-8 a

- / - - / - - / -

A | mi | gos | que | da | vam a | le | gri | a 2-5-8 a

- / - / - / - - - /

‘E en | tão?’, | bra | dou o | fan | tas | ma | de | Pla | tão. 2-4-6-10 b

- - - / - / - /

Re | a | li | zou o | so | nho | mai | or — 4-6-8 a

- / - - / - - /

Fa | mí | lia e um | pe | da | ço | de | chão 2-5-8 b

/ - - - / - - / -

Ten | do | um | po | mar | e u | ma | hor | ta, 1-5-8 a'

- - / - - \ - /

E | po | e | tas | ao | seu | re | dor; 3-(6)-8 a

- / - / - / - - - /

‘E en | tão?’, | bra | dou o | fan | tas | ma | de | Pla | tão. 2-4-6-10 b

Departamento de Letras

- - / - / - - / -

“Ter | mi | nei”, | pen | sou | na | ve | lhi | ce, 3-5-8 a

- / - / - - - /

‘Vi | vi | a | vi | da à | per | fei | ção. 2-4-8 b

\ - - - / - - / -

“Não | me | des | vi | ei | do | ca | mi | nho, (1)-5-8 a

/ - - / - - - / -

Di | gam | os | to | los | o | que | di | gam.” 1-4-8 a

- / - - / - / - - /

Mais | a | lto | bra | dou o | fan | tas | ma, | ‘E en | tão?’ 2-5-7-10 b

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The Two Kings

/ - / / - / \ - - /

King Eo | chaid came | at sun | down to | a wood

/ - - / - / - - - /

Westward | of Ta | ra. Hurr | ying to | his queen

- / - / - - / \ - /

He had | out-rid | den his | war-wast | ed men

- - - / - / - / - /

That with | empound | ed cat | tle trod | the mire;

- - / \ - / - / / /

And where | beech trees | had mixed | a pale | green light

- - / \ - / - / - /

With the | ground-i | vy's blue, | he saw | a stag

/ - - / - / - / - - /

Whiter | than curds, | its eyes | the tint | of the sea.

- / - / - / - / - /

Because | it stood | upon | his path | and seemed

/ / - / - / - / - - /

More hands | in height | than a | ny stag | in the world

- / - / - / - / - /

He sat | with tight | ened rein | and loos | ened mouth

- / - / - / / / - /

Upon | his trem | bling horse, | then drove | the spur;

- - / / - / - / - /

But the | stag stooped | and ran | at him, | and passed,

/ - - / - / / - / /

Rending | the hor | se's flank. | King Eo | chaid reeled

/ / - / - / - / - /

Then drew | his sword | to hold | its lev | elled point

- / - / - / - / - /

Against | the stag. | When horn | and steel | were met

- / - / - - / - - - / -

The horn | resound | ed as though | it had | been sil | ver,

Departamento de Letras

- / - / - - / - / - /

A sweet, | mirac | ulous, terr | ify | ing sound.

/ / - / - / - / - /

Horn locked | in sword, | they tugged | and strug | gled there

- - - / - / - \ - /

As though | a stag | and u | nicorn | were met

- / - - - / - - - /

In Af | rica | on Mount | ain of | the Moon,

- / - / - / - / / / -

Until | at last | the dou | ble horns, | drawn back | ward,

/ - - / - / - - \ /

Butted | below | the sin | gle and | so pierced

- / - - - / / - - /

The en | trails of | the horse. | Dropping | his sword

\ - / / - / - - / /

King Eo | chaid seized | the horns | in his | strong hands

- / - - - / \ / - /

And stared | into | the sea | -green eye, | and so

/ - - / - / - / - /

Hither | and thith | er to | and fro | they trod

- / - / - / - - - /

Till all | the place | was beat | en in | to mire.

- / / - - / - / - /

The strong | thigh and | the ag | ile thigh | were met,

- / - \ - / - / - - /

The hands | that gather | ed up | the might | of the world,

- / - / - - \ / - /

And hoof | and horn | that had | sucked in | their speed

- / - - / - / - - - - /

Amid the | elabo | rate wil | derness | of the air.

- / - / - / - / - /

Through bush | they plunged | and o | ver i | vied root,

- - - / / / \ - - /

And where | the stone | struck fire, | while in | the leaves

Departamento de Letras

- / - / - - - / \ /

A squirr | el whin | nied and | a bird | screamed out;

- / - / - / - / - /

But when | at last | he forced | those sin | ewy flanks

- / - / \ - \ / - /

Against | a beech | bole, he | threw down | the beast

- / - / - - / / - - / -

And knelt | above | it with | drawn knife. | On the | instant

- / - - - / - - - /

It van | ished like | a shad | ow, and | a cry

\ / - - - / - / - /

So mourn | ful that | it seemed | the cry | of one

- - / - - - / - - - / -

Who had | lost some | unimag | ina | ble trea | sure

/ - - / - / - - / /

Wandered | between | the blue | and the | green leaf

- / - - - / / - - /

And climbed | into | the air, | crumbling | away,

- / - / - / - - - / -

Till all | had seemed | a shad | ow or | a vi | sion

- - - / - / - / - /

But for | the trod | den mire, | the pool | of blood,

- \ - / - / / - / /

The dis | embow | elled horse. |

King Eo | chaid ran,

/ - / - / - - / - / - /

Toward | peopled | Tara, | nor stood | to draw | his breath

- / - / - / - / - /

Until | he came | before | the paint | ed wall,

- / - / - - / / - - /

The posts | of polish | ed yew, | circled | with bronze,

- - / / - / - / - /

Of the | great door; | but though | the hang | ing lamps

Departamento de Letras

/ - / / - - - / - - / -

Showed their | faint light | through the | unshut | tered | windows,

- / - / - / - / - /

Nor door, | nor mouth, | nor slip | per made | a noise,

- - - / - / - / - /

Nor on | the an | cient beat | en paths, | that wound

- / \ - - / \ - - /

From well- | side or | from plough- | land, was | there noise;

- - - / - / - / - /

Nor had | there been | the noise | of liv | ing thing

- / - - - / - - / /

Before | him or | behind, | but that | far-off

- - - / - / / - - /

On the | hori | zon edge | bellowed | the herds.

/ - - / - / - / - /

Knowing | that si | lence brings | no good | to kings,

- / - / - / - - - /

And mocks | return | ing vic | tory, | he passed

- / - / - - - / - /

Between | the pil | lars with | a beat | ing heart

- / \ - - / - - / /

And saw | where in | the midst | of the | great hall

/ \ - / - / - / - /

Pale-faced, | alone | upon | a bench, | Edain

/ - / - - / - / - /

Sat up | right with | a sword | before | her feet.

- / - / - / - / - /

Her hands | on ei | ther side | had gripped | the bench,

- / - / - / - - / /

Her eyes | were cold | and stead | y, her | lips tight.

- / - - / - / / - - /

Some pas | sion had made | her stone. | Hearing | a foot

Departamento de Letras

- / - - / / \ / - /

She start | ed and | then knew | whose foot | it was;

- \ - / - / - - - /

But when | he thought | to take | her in | his arms

- / - - - / - / - /

She mo | tioned him | afar, | and rose | and spoke:

- - / - / - / - - - /

"I have sent | among | the fields | or to | the woods

- / - / - / - - - /

The fight | ing men | and ser | vants of | this house,

- / - / - / - - - /

For I | would have | your judg | ment u | pon one

- - / - / - / - / - -

Who is | self-accused. | If she | be inno | cent

- \ - / - / - / / /

She would | not look | in a | ny known | man's face

- / - \ - / - - - / -

Till judg | ment has | been gi | ven, and | if guil | ty,

- / - / - / - / / /

Will nev | er look | again | on known | man's face."

- - - / - / - / - /

And at | these words | he paled, | as she | had paled,

/ - - - - / - / - /

Knowing | that he | should find | upon | her lips

- / - - - / - / \ /

The mean | ing of | that mon | strous day. |

Then she:

- / - / - / - / - /

"You brought | me where | your broth | er Ar | dan sat

/ - - - / / - / - / -

Always | in his | one seat, | and bid | me care | him

- - / / - - - / - /

Through that | strange ill | ness that | had fixed | him there,

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- / - / - / - / - - /

And should | he die | to heap | his bur | ial mound

- / - / - / - - / /

And carve | his name | in Og | ham." Eo | chaid said,

- / - / - / - / - /

"He lives?" | "He lives | and is | a heal | thy man."

- / - / - / - / - / -

"While I | have him | and you | it mat | ters lit | tle

- / - - / - / - / - /

What man | you have lost, | what e | vil you | have found."

- / - / - / / - - /

"I bid | them make | his bed | under | this roof

- / - \ - / - - \ /

And carr | ied him | his food | with my | own hands,

- / - / \ / - \ - /

And so | the weeks | passed by. | But when | I said

\ - - / - - - / - / -

'What is | this trou | ble?' he | would an | swer noth | ing,

- / - - - / - / - /

Though al | ways at | my words | his trou | ble grew;

- / - / - / - - \ /

And I | but asked | the more, | till he | cried out,

/ - - / - / - \ - /

Weary | of ma | ny ques | tions: 'There | are things

- / - / - / - - / /

That make | the heart | akin | to the | dumb stone.'

/ - - / - / - / - / -

Then I | replied: | 'Although | you hide | a se | cret,

/ - - / - / - - - / \

Hopeless | and dear, | or ter | rible | to think on,

/ - / - - / - - / /

Speak it, | that I | may send | through the | wide world

Departamento de Letras

- / - - / - - / - /

For med | icine.' | Thereon | he cried | aloud:

/ - - / - / - - - /

'Day af | ter day | you ques | tion me, | and I,

- / - - / - / - / - /

Because | there is such | a storm | amid | my thoughts

- - - / - - - / - /

I shall | be car | ried in | the gust, | command,

- / - / - / - / \ /

Forbid, | beseech | and waste | my breath.' | Then I,

- / - / - - - / - /

'Although | the thing | that you | have hid | were evil,

- / - - \ - \ / / /

The speak | ing of | it could | be no | great wrong,

- / - / - / - / - /

And e | vil must | it be, | if done | ’twere worse

- / - / - / / / - /

Than mound | and stone | that keep | all vir | tue in,

- / - - - / - / - /

And loos | en on | us dreams | that waste | our life,

/ - - / - / - / - /

Shadows | and shows | that can | but turn | the brain.'

- / - - \ / - - \ /

But find | ing him | still si | lent I | stooped down

- / - - - / - / - /

And whis | pering | that none | but he | should hear,

/ - - / - - / - - /

Said: 'If | a wo | man has | put this | on you,

- / / - - / - - - /

My men, | whether | it please | her or | displease,

- / - - - / - / - / -

And though | they have | to cross | the Lough | lan wat | ers

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- / - - - / - - / /

And take | her in | the mid | dle of | armed men,

- / - / - - - / - \

Shall make | her look | upon | her handi | work,

- - - / - / - - / - /

That she | may quench | the rick | she has fired; | and though

- - - / / / - / - /

She may | have worn | silk clothes, | or worn | a crown,

- / - / / - - / - /

She'll not | be proud, | knowing | within | her heart

- / - / - / - - - /

That our | suffi | cient por | tion of | the world

- - - / - / - - / / -

Is that | we give, | although | it be | brief giv | ing,

/ - - - / - - - /

Happi | ness to | children | and to | men.'

- / / - - - / - / - /

Then he, | driven | by his thought | beyond | his thought,

- / - - - / \ - - /

And speak | ing what | he would | not though | he would,

/ / - / - / - / - /

Sighed: 'You, | even you | yourself, | could work | the cure!'

- - - / - / - - \ /

And at | those words | I rose | and I | went out

- - / / - - / - / - /

And for | nine days | he had food | from o | ther hands,

- - / / - / - / - /

And for | nine days | my mind | went whirl | ing round

- / - / - / - - / - -

The one | disas | trous zo | diac, mut | tering

- - - / - - - / - /

That the | immed | ica | ble mound's | beyond

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- / - - - / - / - / -

Our ques | tioning, | beyond | our pi | ty e | ven.

- - / / - / - / - /

But when | nine days | had gone | I stood | again

- / - / - / - / - /

Before | his chair | and bend | ing down | my head

/ - - - - / - / - /

Told him, | that when | Ori | on rose, | and all

- / - - - / \ - - /

The wo | men of | his house | hold were | asleep,

- / - / - / - / - /

To go-- | for hope | would give | his limbs | the power--

- - / / - / - / - / -

To an | old emp | ty wood | man's house | that's hid | den

/ - - / - / \ - - /

Close to | a clump | of beech | trees in | the wood

/ - - / - / - - / - /

Westward | of Ta | ra, there | to await | a friend

- / - - - / - / - /

That could, | as he | had told | her, work | his cure

- - / / / / - / - / -

And would | be no | harsh friend. |

When night | had deep | ened

- / - / - / - / - /

I groped | my way | through boughs, | and o | ver roots,

- / - / - / - / - /

Till oak | and ha | zel ceased | and beech | began,

- / - / - / - - / - /

And found | the house, | a sput | tering torch | within,

- \ / / - - - / - /

And stretched | out sleep | ing on | a pile | of skins

/ - - / - / - / - /

Ardan, | and though | I called | to him | and tried

- / \ - - / - - / / -

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To shake | him out | of sleep, | I could not | rouse him.

- / - / - / - - - /

I wait | ed till | the night | was on | the turn,

- / - - - / - - - - /

Then fear | ing that | some la | bourer, | on his way

- / - / - \ - / - /

To plough | or pas | ture-land, | might see | me there,

\ / - / - / - / - /

Went out. |

Among | the i | vy-cov | ered rocks,

- - - / / - - / - /

As on | the blue | light of | a sword, | a man

\ / - / - - / - - - /

Who had | unnat | ural ma | jesty, | and eyes

- - / - - / / / - - /

Like the eyes | of some | great kite | scouring | the woods,

/ - - / / - - / - /

Stood on | my path. | Trembling | from head | to foot

- / - / - - - - - /

I gazed | at him | like grouse | upon | a kite;

\ - - / - - - / - - / -

But with | a voice | that had | unnat | ural mu | sic,

- / - / - - - / - /

A wea | ry woo | ing and | a long,' | he said,

/ - - / - / - / - / -

'Speaking | of love | through o | ther lips | and look | ing

/ - - / - - - / - / - - - /

Under | the eye | lids of | anoth | er, for | it was | my craft

- / - / - - - / - /

That put | a pas | sion in | the sleep | er there,

- \ - - / - / - / - /

And when | I had got | my will | and drawn | you here,

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- - - / - - - / - /

Where I | may speak | to you | alone, | my craft

\ / - / - - - / - /

Sucked up | the pas | sion out | of him | again

- / / / - / - - / /

And left | mere sleep. | He'll wake | when the | sun wakes,

\ / - / - - / - / - /

Push out | his vig | orous limbs | and rub | his eyes,

- / - - - / / - / /

And won | der what | has ailed | him these | twelve months.'

- / - \ - / - / - / -

I cow | ered back | upon | the wall | in ter | ror,

- - / \ - / / \ / -

But that | sweet-sound | ing voice | ran on: | 'Woman,

/ - - / - - - / - /

I was | your hus | band when | you rode | the air,

/ - - / - / - - - /

Danced in | the whirl | ing foam | and in | the dust,

- / - - \ / - / - \

In days | you have | not kept | in me | mory,

/ - - / - - - / - - - /

Being | betrayed | into a | cra dle, | and I come

- / - / - - \ / - /

That I | may claim | you as | my wife | again.'

- / - / - / - \ - /

I was | no lon | ger ter | rified, | his voice

- / - / - - / / - \

Had half | awak | ened some | old mem | ory,

\ / - - - - / - / /

Yet ans | wered him: | 'I am | King Eo | chaid's wife

- - / - / / - / - \

And with | him have | found e | very hap | piness

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/ - \ / - - / / - - /

Women | can find.' | With a most | master | ful voice,

- / - / - / - \ - - /

That made | the bo | dy seem | as it | were a string

/ - - / - / / / - \

Under | a bow, | he cried: | 'What hap | piness

- / - \ - / - / - \

Can lov | ers have | that know | their hap | piness

/ / - - / / - / - /

Must end | at the | dumb stone? | But where | we build

- / - / - - - - / /

Our sud | den pal | aces | in the | still air

/ - - / - / - / - \

Pleasure | itself | can bring | no wea | riness,

- - / / - / - - - /

Nor can | time waste | the cheek, | nor is | there foot

- - / / - - - / - /

That has | grown wea | ry of | the whirl | ing dance,

- - - / - / - / - /

Nor an | unlaugh | ing mouth, | but mine | that mourns,

- / - / - / - / \ /

Among | those mouths | that sing | their sweet | hearts' praise,

- / - / / - - / - / -

Your emp | ty bed.' | 'How should | I love,' | I an | swered,

- - / - - - / - / - /

'Were it not | that when | the dawn | has lit | my bed

- / - / - / - / - - /

And shown | my hus | band sleep | ing there, | I have sighed,

- / - / - - - \ - /

"Your strength | and no | bleness | will pass | away."

- / - / - / - / - - /

Or how | should love | be worth | its pains | were it not

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- \ - - / - - / - / - /

That when | he has fall | en asleep | within | my arms,

/ - \ - / - / - / - /

Being | wearied out, | I love | in man | the child?

/ - - / - / - / - /

What can | they know | of love | that do | not know

- / - / - / - / - /

She builds | her nest | upon | a nar | row ledge

- / - / - / - - \ /

Above | a win | dy prec | ipice?' | Then he:

/ - - - - / - - / \

'Seeing | that when | you come | to the | deathbed

- \ - / / - - / - /

You must | return, | whether | you would | or no,

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This hu | man life | blotted | from me | mory,

/ - - / - / - / - /

Why must | I live | some thir | ty, for | ty years,

- / - / - / - / - \

Alone | with all | this use | less hap | piness?'

- / - / - - - / - /

Thereon | he seized | me in | his arms, | but I

/ - - / - \ - / - /

Thrust him | away | with both | my hands | and cried,

/ - - - - / - - / - /

'Never | will I | believe | there is a | ny change

- \ / - - / - - - /

Can blot | out of | my me | mory | this life

/ - - / - - - - - /

Sweetened | by death, | but if | I could | believe

- - - / - / - - - /

That were | a dou | ble hun | ger in | my lips

Departamento de Letras

- \ - / - / - \ - /

For what | is dou | bly brief.' |

And now | the shape,

- / - / - / - / - \

My hands | were pressed | to, van | ished sud | denly.

- / - \ - / \ / - /

I stag | gered, but | a beech | tree stayed | my fall,

- / - \ - - - / - /

And cling | ing to | it I | could hear | the cocks

/ - - / - / - / / - /

Crow upon | Tara."

King Eo | chaid bowed | his head

- / - - - / - - - / -

And thanked | her for | her kind | ness to | his broth | er,

- / - / - - - / - /

For that | she prom | ised, and | for that | refused.

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Thereon | the bel | lowing | of the | empound | ed herds

/ \ - / - - - / \ /

Rose round | the walls, | and through | the bronze | -ringed door

/ - - / - - / \ - /

Jostled | and shout | ed those | war-wast | ed men,

- - - / / - / / - /

And in | the midst | King Eo | chaid's broth | er stood,

- / / / - / - / - \

And bade | all wel | come, be | ing ig | norant.

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Os dois reis

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O | rei | Eo | chaid | che | gou | a um | bos | que a | oes | te 2-4-6-8-10

- / - / - / - - - / -

De | Ta | ra. | I | a ao en | con | tro | da | ra | i | nha 2-4-6-10

- - / - - / - - - / -

Mais | ve | loz | que | seus | ho | mens | e | xau | ri | dos 3-6-10

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Que | cru | za | vam | o | pân | ta | no | com o | ga | do; 3-6-10

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E on | de as | fai | as | mes | cla | vam um | ver | de | pá | li | do 1-3-6-10

- / - / - / - / - / -

Com o a | zul | da | he | ra, | viu | sur | gir | um | ga | mo 2-4-6-8-10

- / - - - / - / - /

Al | vis | si | mo, | com | o | lhos | cor | do | mar. 2-6-8-10

- - / - - / - / - / -

Pa | re | ci | a o | mai | or | da | su | a es | pé | cie, 3-6-8-10

- - / - - / - - - /

E im | pe | di | a a | pas | sa | gem | de | Eo | chaid. 3-6-10

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Com | as | ré | deas | na | mão, | o | rei | bra | dou 3-6-8-10

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E a | van | çou, | seu | ca | va | lo a | me | dron | ta | do; 3-6-10

- - / - - / - - - /

O a | ni | mal | foi | em | su | a | di | re | ção, 3-6-10

- / - - / - / - - / -

Fe | rin | do o | ca | va | lo. | Mes | mo a | ba | la | do, 2-5-7-10

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O | rei | to | mou | a es | pa | da, e | a | pon | tou | -a. 2-4-6-10

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Quan | do | se en | tre | cho | ca | ram | a | ço e | chi | fre, 1-3-6-8-10

/ - - / - - - / - / -

Es | te | can | tou | co | mo | se | fos | se | pra | ta, 1-4-8-10

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Um | som | su | a | ve, | mi | la | gro | so e hor | ren | do. 2-4-8-10

/ - / - - / - - - / -

Chi | fre e es | pa | da en | gan | cha | dos, | com | ba | te | ram 1-3-6-10

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Co | mo um | ga | mo a | lu | tar | com | um u | ni | cór | nio 3-6-10

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Nas | Mon | ta | nhas | da | Lu | a | lá | na | Á | fri | ca, 3-6-10

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A | té | que os | chi | fres | du | plos | per | fu | ra | ram 2-4-6-10

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A | car | ne | do | ca | va | lo. En | tão | o | rei 2-6-8-10

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Dei | xou | ca | ir | a es | pa | da, e | a | gar | rou 2-4-6-10

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Os | chi | fres | do a | ni | mal | com | mui | ta | for | ça 2-6-8-10

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E o | lhou | os | o | lhos | ver | des | co | mo o | mar, 2-4-6-8-10

/ - - / - - - / - /

E e | les | lu | ta | ram | e | lu | ta | ram | mais 1-4-8-10

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A | té | trans | for | mar | o | lu | gar | em | lo | do. 2-5-8-10

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As | co | xas | for | tes | con | tra as | co | xas | á | geis, 2-4-6-8-10

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As | mãos, | que en | fei | xa | vam a | for | ça | do | mun | do 2-5-7-10

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E os | chi | fres | que ab | sor | vi | am | seu | im | pac | to 2-6-10

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Em | mei | o ao | ar | con | vul | so | da | flo | res | ta. 2-4-6-10

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A | tra | ves | san | do ar | bus | tos, | e ar | ran | can | do 4-6-10

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Chis | pas | das | pe | dras, | en | quan | to um | es | qui | lo 1-4-7-10

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Guin | cha | va e um | pás | sa | ro | gri | ta | va; o | rei 2-4-8-10

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Pren | sou | o | a | ni | mal | con | tra u | ma | fai | a, 2-6-10

- - - / - - - / - / -

O | der | ru | bou, | e a | jo | e | lha | do | ne | le 4-8-10

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Sa | cou | a | su | a | fa | ca. | Nes | se ins | tan | te 2-6-8-10

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O | ga | mo | de | sa | pa | re | ceu, | e um | gri | to 2-4-8-10

- - / - - \ - / - /

Tão | pe | no | so | que | pa | re | ci | a | ser 3-6-8-10

- / - - / - - \ - / -

De al | guém | que | per | deu | al | go i | nes | ti | má | vel 2-5-8-10

- / - - / - - / - / -

Pai | rou | pe | lo | ver | de e o | a | zul | das | fo | lhas 2-5-8-10

- - / - - / - - - /

E | de | pois | as | cen | deu, | a es | va | ne | cer, 3-6-10

\ - - / - / - - - /

Co | mo | se | tu | do | fo | ra u | ma | vi | são, 1-4-6-10

\ - - / - - / - - / -

Me | nos | o | lo | do, as | pe | ga | das, | o | san | gue, 1-4-7-10

- - / - - / - / - /

O | ca | va | lo es | tri | pa | do.

O | rei | cor | reu 3-6-8-10

- / - - - / - / - /

A | Ta | ra, | sem | pa | rar | ne | nhu | ma | vez 2-6-8-10

- / - - / - / - - / -

A | té | que | che | gou | ao | mu | ro | pin | ta | do, 2-5-7-10

- - / - - / - - - /

Ao | por | tão | gran | di | o | so, | com | mou | rões 3-6-10

- / - / - - - / - / -

De | tei | xo e | bron | ze; os | cas | ti | çais, | em | bo | ra 2-4-8-10

Departamento de Letras

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I | lu | mi | nas | sem | por | ja | ne | las | nu | as, 4-8-10

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Não | se ou | vi | a | ru | mor | de | pés | nem | bo | cas, 3-6-8-10

- - / - - / - - - / -

Nos | ca | mi | nhos | an | ti | gos | do | ro | ça | do 3-6-10

- - / - - / - / - /

E | do | po | ço | não | vi | nha | som | al | gum. 3-6-8-10

- - / - - / - - - / -

Não | ha | vi | a | ba | ru | lho | de | vi | val | ma 3-6-10

- - / - - / - - - / -

Nem | a | trás | nem | à | fren | te , | só | na | li | nha 3-6-10

- - / - - / - - - / -

Do ho | ri | zon | te | ber | ra | vam | os | re | ba | nhos. 3-6-10

- - / - - / - - - /

O | si | lên | cio é | ne | fas | to | pa | ra os | reis, 3-6-10

- / - - - / - \ - /

Pois | zom | ba | de | vi | tó | rias. | E | as | sim 2-6-8-10

- - / - - / - / - / -

E | le en | trou, | co | ra | ção | ba | ten | do | for | te. 3-6-8-10

- / - / - - / - - /

E | viu | no | mei | o | do | gran | de | sa | lão 2-4-7-10

- / - / - / - - - /

Sen | ta | da, o | ros | to | pá | li | do, | E | dain 2-4-6-10

- / - - - / - - / - / -

So | zi | nha, | com u | ma es | pa | da | a | su | a | fren | te. 2-6-8-10

- / - / - - - / - / -

As | mãos | ner | vo | sas | a | gar | ran | do o | ban | co, 2-4-8-10

- / - / - - - / - / -

Os | o | lhos | gé | li | dos, | os | lá | bios | ten | sos. 2-4-8-10

- - - / - - - / - / -

U | ma | pai | xão | a | trans | for | ma | ra em | pe | dra. 4-8-10

- \ / - - \ - / - / -

Ou | viu | pas | sos, | mas | per | ce | beu | quem | e | ra; (2)-3-(6)-8-10

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- - - / - / - - - / -

E | le es | bo | çou | o | ges | to | de a | bra | çá | -la. 4-6-10

/ - - / - - - / - / -

E | la, | po | rém, | se | le | van | tou | e | dis | se: 1-4-8-10

- - / - - / - - - / -

“Eu | man | dei | às | flo | res | tas | e | aos | cam | pos 3-6-10

- - / - - / - - - / -

Os | sol | da | dos | e os | ser | vos | des | ta | ca | sa, 3-6-10

- - / - - / - - - /

Por | que | tens | de | jul | gar | u | ma | mu | lher 3-6-10

- - - / - / - - - / -

Que | se a | cu | sou. | Se a | ré | for | i | no | cen | te, 4-6-10

- - \ / - - - / - /

Pra | ne | nhum | ho | mem | vol | ta | rá | a o | lhar (3)-4-8-10

- / - - - / - - - / -

A | té | o | jul | ga | men | to. | Se | cul | pa | da, 2-6-10

- - \ / - - - / - /

Pra | ne | nhum | ho | mem | o | lha | rá | ja | mais. (3)-4-8-10

- - / - - / - - - / -

E | le, en | tão, | fi | cou | pá | li | do | co | mo e | la, 3-6-10

- - - / - / - - - / -

E | pe | los | lá | bios | de | la | sa | be | ri | a 4-6-10

- / - / - / - / - / -

O hor | ror | da | que | le | di | a. |

E | la | dis | se: 2-4-6-8-10

- / - - \ / - - - /

“Trou | xes | te | -me a | té | Ar | dan, | teu | ir | mão, 2-(5)-6-10

- - - / - - - / - / -

E | me | pe | dis | te | que | cui | das | se | de | le 4-8-10

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Por | que | um es | tra | nho | mal | o | a | fli | gi | a 2-4-6-10

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E | se | mor | res | se, | que eu | o | en | ter | ras | se 2-4-(6)-10

Departamento de Letras

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Seu | no | me | gra | van | do em | Ogham.” | Dis | se Eo | chaid: 3-5-7-8-10

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“E | le | vi | ve?” | “Sim, | vi | ve, e | com | sa | ú | de.” 1-3-5-6-10

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“Pou | co im | por | ta | quem | per | des | te, | que | ma | les 1-3-7-10

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So | fres | te, | se es | tais | vi | vos | tu | e | e | le.” 2-(5)-6-8-10

- / - - - / - - - / -

Man | dei | lhe | pre | pa | ra | rem | u | ma | ca | ma 2-6-10

- / - / - / - - - / -

Com | mi | nhas | pró | prias | mãos | a | li | men | tei | -o, 2-4-6-10

- / - / - / - - - / -

Pas | sou | o | tem | po. | Quan | do eu | per | gun | ta | va 2-4-6-10

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‘O | que | te a | fli | ges?’, | na | da | res | pon | di | a, 4-6-10

- - / - - / - - - / -

Mas | com | mi | nhas | pa | la | vras, | só | pio | ra | va; 3-6-10

- - - / - / - - - / -

Mais | per | gun | tei; | can | sa | do | das | per | gun | tas, 4-6-10

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E | le | gri | tou: | ‘Há | coi | sas | que | trans | for | mam 4-6-10

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O | co | ra | ção | hu | ma | no em | pe | dra | mu | da.’ 4-6-8-10

- - / - - / - - - / -

Res | pon | di: | ‘Sei | que | guar | das | um | se | gre | do, 3-6-10

- - / - - / - - - /

Do | lo | ro | so | ou | ín | ti | mo | de | mais. 3-6-10

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Re | ve | la | -mo; | or | de | na | rei | que | bus | quem 2-(4)-8-10

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A | cu | ra | mun | do a | fo | ra.’ | E | le | dis | se: 2-4-6-8-10

/ - / / - \ - - - / -

‘Di | a a | pós | di | a | tu | me | ques | ti | o | nas, 1-3-4-6-10

Departamento de Letras

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E es | sa | tor | men | ta | nos | meus | pen | sa | men | tos 1-4-(7)-10

- / - - - / - / - / -

Com | e | la há | de ar | ras | tar | -me. | Eu | pro | í | bo, 2-6-8-10

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Or | de | no, im | plo | ro e | des | per | di | ço o | fô | le | go.’ 2-4-8-10

- / - / - / - - - /

Dis | se eu: | ‘Por | mau | que | se | ja o | que | tu es | com | des, 2-4-6-10

- - / - - / - - - / -

Não | fa | rás | mal | al | gum | se o | re | ve | la | res, 3-6-10

- - - / - - / - - /

Mau | há | de | ser, | se o | e | fei | to é | pi | or 4-7-10

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Que | ter | ra e | pe | dra | que | vir | tu | des | guar | dam, 2-4-8-10

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Lan | çan | do | so | bre | nós | vi | soes | e | som | bras 2-6-8-10

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Que | nos | põem | a | per | der | ra | zão | e | vi | da.’ 3-6-8-10

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Co | mo e | le | na | da | dis | se, | a | bai | xei | -me 1-4-6-10

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E ao | pé | de | seu | ou | vi | do | sus | sur | rei: 2-6-10

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‘Se | foi | u | ma | mu | lher | a | cau | sa | do | ra, 2-6-10

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Meus | sol | da | dos, | quer | is | so a a | gra | de ou | não, 3-6-10

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Mes | mo | ten | do | de a | tra | ves | sar | o | Lough | lan, 3-(6)-8-10

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Se | ne | ces | sá | rio | for, | hão | de | pe | gá | -la 4-6-10

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E a o | bri | ga | rão | a | ver | o | mal | que | fez, 4-6-8-10

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E ex | tin | guir | es | se in | cên | dio | que a | cen | deu. 3-6-10

Departamento de Letras

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Mes | mo | que os | ten | te | se | da ou u | ma | co | ro | a, 4-6-10

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Or | gu | lho | sa | não | fi | ca | rá, | sa | ben | do 3-(6)-8-10

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Que | nos | sa | con | tri | bu | i | ção | ao | mun | do 2-4-8-10

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É | dar | fe | li | ci | da | de, in | da | que | pou | ca, 2-6-10

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Aos | ho | mens | e | aos | fi | lhos | que | lhes | da | mos.’ 2-6-10

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E | le, | pen | san | do a | lém | dos | pen | sa | men | tos, 1-4-6-10

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Di | zen | do o | que | que | ri | a e | não | que | ri | a: 2-6-10

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“Tu | mes | ma | po | des | con | se | guir | a | cu | ra!” 2-4-8-10

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Ou | vin | do | tais | pa | la | vras, | fui | em | bo | ra 2-6-10

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Por | no | ve | di | as, | ou | tra o a | li | men | tou, 2-4-6-10

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En | quan | to | mi | nha | men | te | per | tur | ba | da 2-6-10

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Per | cor | ri | a a | que | le in | fer | nal | zo | dí | a | co, 3-(5)-8-10

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Mur | mu | ran | do | que a | co | va es | tá | a | lém 3-6-8-10

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De | ques | tio | na | men | tos | e | da | pie | da | de. 3-5-7-10

/ - / - - / - - - /

No | ve | di | as | de | pois, | eu | re | tor | nei, 1-3-6-10

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E, | dian | te | de | le, | de | ca | be | ça | bai | xa, 1-4-8-10

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Dis | se | que | quan | do | Ó | ri | on | sur | gis | se 4-6-10

Departamento de Letras

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E as | mu | lhe | res | da | qui | a | dor | me | ces | sem, 3-6-10

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Que | fos | se | — com | a | for | ça | da es | pe | ran | ça — 2-6-10

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À a | ban | do | na | da | ca | sa | de um | ma | tei | ro, 4-6-10

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Es | con | di | da en | tre as | fai | as, | na | flo | res | ta 3-6-10

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Pa | ra os | la | dos | de | Ta | ra, on | de um | a | mi | go 3-6-10

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E | ra | ca | paz | de | con | se | guir | a | cu | ra, 1-4-8-10

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Um | a | mi | go | de | ve | ras. |

Noi | te | al | ta, 3-6-8-10

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A | tra | ves | sei | ra | ma | gens | e | ra | í | zes, 4-6-10

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Car | va | lhos | e a | ve | lei | ras, | vi | as | fai | as 2-6-8-10

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E a | ca | sa, | com u | ma | to | cha | cre | pi | tan | te. 2-4-6-10

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En | tão, | dor | min | do | so | bre | pe | les, | vi 2-4-6-8-10

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Ar | dan. | Ten | tei | cha | má | -lo e | sa | cu | di | -lo, 1-4-6-10

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Po | rém | não | foi | pos | sí | vel | a | cor | dá | -lo. 2-6-10

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Fi | quei | à es | pe | ra a | té | a | ma | dru | ga | da 2-4-6-10

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E, | com | mui | to | re | cei | o | de | ser | vis | ta 1-3-6-10

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Por | quem | se | guis | se | pa | ra | ro | ça ou | pas | to, 4-8-10

Departamento de Letras

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Fui. |

En | tre as | ro | chas | co | ber | tas | por | he | ra, 1-2-4-7-10

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Qual | bri | lho a | zul | de um | glá | dio, | vi | um | ho | mem 2-4-6-8-10

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De | ma | jes | ta | de i | na | tu | ral, | e | o | lhos 4-8-10

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De | ga | vi | ão | ca | çan | do | na | flo | res | ta, 4-6-10

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Es | ta | va em | meu | ca | mi | nho. | Eu, | tre | men | do, 2-6-8-10

- / - - - / - - - /

O o | lhei | co | mo um | te | traz | a um | ga | vi | ão; 2-6-10

- / - - - / - - - /

Com | voz | de | me | lo | di | a i | na | tu | ral 2-6-10

/ - - / - / - - - / -

Dis | se: | “Por | mui | to | tem | po | cor | te | jei | -te, 1-4-6-10

- / - - / - / - - / -

Fa | lan | do | de a | mor | com | lá | bios | a | lhei | os 2-5-7-10

- / - - - / - / - /

O | lhan | do | sob | os | cí | lios | d’ou | trem, 2-6-8-10

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Fui | eu | que o en | fei | ti | cei | de | tal | ma | nei | ra. 1-4-6-10

- - / - - / - / - /

Con | se | guin | do o | que | que | ro, | tu | a | qui, 3-6-8-10

- - - / - - / - - / -

Pa | ra | fa | lar | mos | a | sós |, meu | fei | ti | co 4-7-10

- - / - - / - - - /

Ex | tin | guiu | -lhe a | pai | xão, | e em | seu | lu | gar 3-6-10

/ - / - - / - - - /

Deu | -lhe | so | no | co | mum. | Des | per | ta | rá 1-3-6-10

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Com o | sol | e es | pre | gui | çar | -se | -á, | cis | man | do 2-6-10

Departamento de Letras

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No | que o | a | fe | ta | ra | por | do | ze | me | ses.’ 1-5-8-10

- - / - - - / - - / -

Re | cu | ei | con | tra a | pa | re | de, as | sus | ta | da, 3-7-10

- - / - / - - / - /

Mas | a | do | ce | voz | não | pa | rou: | ‘Mu | lher, 3-5-8-10

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Fui | teu | ma | ri | do ao | vo | ga | res | o | ar, 4-7-10

- - / - - / - - - / -

Ao | dan | ça | res | em es | pu | mas | flu | tu | an | tes, 3-6-10

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Em | é | po | cas | de | que | não | mais | te | lem | bras, 2-(5)-8-10

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Sen | do a | ban | do | na | da em | um | ber | ço, e | eu (1)-5-8-10

- - / - - - / - - / -

Vim | to | mar | -te | co | mo es | po | sa | de | no | vo.’ 3-7-10

- / - - - / - / - /

Ces | sa | do | meu | ter | ror, | em | su | a | voz 2-6-10

- - - / - - - / - / -

Al | go es | bo | ça | va u | ma | lem | bran | ça an | ti | ga, 4-8-10

- / - - / - - / - /

E eu | dis | se: | ‘Sou es | po | sa | do | rei | Eo | chaid, 2-5-8-10

- / - / - - \ - - / -

Com | e | le a | chei | to | da a | fe | li | ci | da | de 2-4-(7)-10

- - / - / - / - - / -

Que | se | po | de a | char.’ | Com | voz | im | pe | rio | sa, 3-5-7-10

- - - / - / - - - / -

A | qual | tor | na | va o | cor | po em | u | ma | cor | da 4-6-10

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Sob | o | ar | co, in | da | gou: | ‘A | man | tes | po | dem 3-6-8-10

/ - - - / - - / - / -

Ter | fe | li | ci | da | de | se | sa | bem | que e | la 1-5-8-10

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A | ca | ba em | pe | dra | mu | da? | Cons | tru | in | do 2-4-6-10

Departamento de Letras

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Pa | lá | cios | re | pen | ti | nos | no ar | pa | ra | do 2-6-8-10

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O | pra | zer | não | nos | traz | can | sa | ço al | gum, 3-6-8-10

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O | tem | po | não | des | gas | ta | nos | sa | fa | ce, 2-6-10

- - - / - / - - - /

E | ne | nhum | pé | se | can | sa | de | dan | çar. 4-6-10

/ - / - - - / - - / -

Bo | cas | ri | em, | mas | a | mi | nha | pran | tei | a, 1-3-7-10

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En | tre | bo | cas | que e | xal | tam | seus | a | man | tes, 3-6-10

/ - / - - / - / - /

Tu | a | ca | ma | va | zi | a.’ | E eu: | ‘A | mar 1-3-6-8-10

- - - / - - - / - / -

Sem | a | ma | nhã | i | lu | mi | nar | a | ca | ma 4-8-10

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E eu | ver | meu | ma | ri | do e en | tão | sus | pi | rar, 2-5-7-10

/ - / - - / - - - /

“Tu | a | for | ça e | no | bre | za hão | de | pas | sar”? 1-3-6-10

- \ - - / - - / - /

De | que | va | le | ri | a | o a | mor | se eu | não (2)-5-8-10

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Pu | des | se a | mar | no | ho | mem | a | cri | an | ça 2-4-6-10

/ - - / - - / - - / -

Quan | do e | le e | xaus | to a | dor | me | ce em | meus | bra | ços? 1-4-7-10

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O | que | sa | be | so | bre o a | mor | quem | não | sa | be 3-5-7-10

- - - / - / - / - / -

Que e | le | faz | ni | nho em | or | la es | trei | ta, à | bei | ra 4-6-8-10

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De um | pre | ci | pí | cio?’ | E | le | res | pon | deu: 4-6-10

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‘Já | que, ao | che | gar | mos | ao | lei | to | de | mor | te, 2-5-8-10

Departamento de Letras

- / - - - / - / - /

De | ve | mos | re | tor | nar, | que | ren | do ou | não, 2-6-8-10

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Sem | nos | lem | brar | mos | des | ta | vi | da hu | ma | na, 4-8-10

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Por | que | vi | ver | trin | ta, | qua | ren | ta | a | nos 4-5-8-10

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A | sós, | com | es | ta | vã | fe | li | ci | da | de?’ 2-6-10

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E | le | ten | tou | me | se | gu | rar, | mas | eu 4-8-10

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O a | fas | tei | com | as | du | as | mãos | e | dis | se: 3-6-8-10

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‘Nun | ca hei | de | crer | que e | xis | ta al | gu | ma | cou | sa 1-4-6-10

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Que | me a | pa | gue | da | me | mó | ria es | ta | vi | da 3-7-10

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Que a | mor | te a | do | ça, | mas, | se a | cre | di | tas | se, 2-4-6-10

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Mai | or | se | ri | a a | fo | me | nos | meus | lá | bios 2-4-6-10

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Pe | lo | que é | mais | e | fê | me | ro. |

E a | for | ma, 4-6-10

- - - / - / - / - /

Que | mi | nhas | mãos | to | ca | vam, en | tão, | su | miu. 4-6-8-10

- / - - - / - - - / -

Cam | bei, | mas | a | poi | ei | -me | nu | ma | fai | a. 2-6-10

- - / - - / - / - / -

Se | gu | ran | do | -me | ne | la ou | vi | os | ga | los 3-6-8-10

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De | Ta | ra.”

En | tão, | Eo | chaid | a | gra | de | ceu 2-4-6-10

- / - - / - - \ - /

O | que e | la | fi | ze | ra | por | seu | ir | mão, 2-5-(8)-10

Departamento de Letras

- - \ - / - \ - - / -

O | que | pro | me | te | ra e o | que | re | cu | sa | ra. (3)-5-(7)-10

- - / - - / - - - / -

E o | bra | mi | do | das | re | ses | con | fis | ca | das 3-6-10

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E | le | vou | -se | dos | mu | ros, | e aos | por | tões 3-6-10

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Gri | ta | vam os | ho | mens, | can | sa | dos | de | guer | ra, 2-4-7-10

- - - / - / - - - /

E | le | van | tou |-se | Ar | dan | e | sau | dou 4-6-10

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Os | que | che | ga | vam, | sem | sa | ber | de | na | da. 4-8-10