as relações informacionais na sociedade reflexiva de giddens

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 BIBLIOTECA ESCOLAR: ESPAÇO DE INTERAÇÃO ENTRE BIBLIOTECÁRIO-PROF ESSOR-ALUNO -INFORMAÇÃO – UM RELATO Herta Kieser, CRB-14/682 * Gleisy Regina Bóries Fachin, CRB-14/509 ** RESUMO: Destaca a interação entre biblioteca escolar e a comunidade na qual está inserida. A constante busca de aperfeiçoamento por parte do bibliotecário escolar, além da importância de mostrar como é uma biblioteca escolar para as crianças e o que isto representa na dinamização da leitura. Palavras-chave: biblioteca escolar; bibliotecário escolar; hábito de leitura; leitura para crianças. 1 INTRODUÇÃO  As escolas, ou centros de formação escolar, têm como objetivo principal transmitir conhecimentos, como forma de perpetuar a cultura, desenvolver a personalidade individual e estimular a sociabilidade. Portanto, é a escola, como instituição, que ministra a educação de forma regular, sistemática e intencional.  A Biblioteca Escolar é o setor dentro de qualquer instituição de ensino fundamental e médio, que dedica cuidados especiais à criança e ao adolescente. Desta forma, estas bibliotecas são um dos meios educativos, ou seja, um recurso indispensável para o desenvolvimento  *  Bibliotecária Escola Jardim Anchieta, Florianópolis – SC – Brasil **  Professora do Departamento de Ciência da Informação, Universidade Federal de Santa Catarina - Brasil - E- mail: [email protected] 

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São revistos postulados e argumentações sobre a modernidade reflexiva de Anthony Giddens, pontuados com exemplos de ações sociais e de subjetividade exercidos na contemporaneidade pelo sujeito e pela coletividade no seu cotidiano. Entre essas ações, é dado especial enfoque à relação homem-computador. Destaca-se ainda que o principal papel da linha de pesquisa informação e sociedade é analisar as teorias sociais, para verificar a possibilidade de sintonia com os estudos das práticas informacionais em contextos específicos.

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  • BIBLIOTECA ESCOLAR: ESPAO DE INTERAO ENTRE

    BIBLIOTECRIO-PROFESSOR-ALUNO-INFORMAO UM

    RELATO

    Herta Kieser, CRB-14/682*

    Gleisy Regina Bries Fachin, CRB-14/509**

    RESUMO: Destaca a interao entre biblioteca escolar e a comunidade na qual estinserida. A constante busca de aperfeioamento por parte do bibliotecrio escolar,alm da importncia de mostrar como uma biblioteca escolar para as crianas e oque isto representa na dinamizao da leitura.

    Palavras-chave: biblioteca escolar; bibliotecrio escolar; hbito de

    leitura; leitura para crianas.

    1 INTRODUO

    As escolas, ou centros de formao escolar, tm como objetivo

    principal transmitir conhecimentos, como forma de perpetuar a cultura,

    desenvolver a personalidade individual e estimular a sociabilidade.

    Portanto, a escola, como instituio, que ministra a educao de forma

    regular, sistemtica e intencional.

    A Biblioteca Escolar o setor dentro de qualquer instituio de

    ensino fundamental e mdio, que dedica cuidados especiais criana e

    ao adolescente. Desta forma, estas bibliotecas so um dos meios

    educativos, ou seja, um recurso indispensvel para o desenvolvimento

    * Bibliotecria Escola Jardim Anchieta, Florianpolis SC Brasil** Professora do Departamento de Cincia da Informao, Universidade Federal de Santa Catarina - Brasil - E-mail: [email protected]

  • do processo ensino-aprendizagem e formao do educando (AMATO,

    1989). Portanto, deve ser um espao aberto, de livre acesso e

    desempenhar funes especfica dentro da estrutura escolar, como:

    participar do planejamento pedaggico; das programao culturais e

    tcnicas escolares.

    Uma Biblioteca Escolar bem adaptada ao ambiente escolar,

    carregado de motivaes o local, por excelncia, onde a criana

    aprende a gostar de ler, a se interessar pela leitura e pelo livro, ou por

    qualquer coisa que represente uma interpretao, uma associao, uma

    histria. Conforme afirma Fragoso (1994), A ao dinmica da

    biblioteca dever servir ao programa escolar, da a necessidade de

    atividades em grupos, tais como: dramatizaes, jogos, hora do

    conto....

    Para merecer tal carter a de instrumento dinmico e interativo

    h que se considerar como funo primordial que a Biblioteca Escolar

    atue como rgo auxiliar e complementar da escola, facilitando aos

    alunos o livre acesso aos livros o mundo fantstico do saber, das

    descobertas, dos sonhos, do imaginrio conto de fadas aos mundo do

    assombrado. Bem como, a orientao clara e precisa para o estudo,

    para a soluo de problemas e dos deveres de classe, ou ainda, o de

    incrementar as pesquisas referenciando-as, utilizando mais de um livro,

    sintetizando, criticando e, fundamentalmente como apoio informacional

    ao pessoal docente.

    A Biblioteca uma das foras educativas mais poderosas de que

    dispem estudantes, professores e pesquisadores. O aluno deve

    investigar, e a biblioteca centro de investigao tanto como o um

    laboratrio para os cientistas.

    indispensvel que os responsveis pelas Bibliotecas Escolares

    participem do processo de formao e treinamento de seus atuais e

  • futuros usurios: estudantes, professores e pesquisadores e, neste

    sentido, descreve-se a Biblioteca Escolar como elemento integrador e

    indispensvel entre o ambiente escolar e o desenvolvimento das

    crianas seus usurios, principalmente no que se refere leitura, os

    hbitos de ler e seus aspectos crticos com relao sociedade na qual

    est inserido.

    2 BIBLIOTECA ESCOLAR COMO AGENTE INTEGRADOR

    O desejo de descobrir o que h nos livros, geralmente, existe em

    cada crianas, nos adolescente e em muitos adultos. Cabe a escola

    desenvolv-lo, utilizando toda a sua estrutura e filosofia adotada, bem

    como, todo o seu espao fsico e, neste nterim, o espao destinado a

    Biblioteca Escolar, o qual dever ser visvel e presente no corre-corre

    das crianas, no entra e sai dos pais, dos professores, enfim, de toda a

    comunidade escolar.

    Permitir ou estimular que a criana satisfaa seu desejo de

    conhecer o que h nos livros tarefa do bibliotecrio atento conquistar

    seus usurios jovens e principalmente infantis.

    atravs do conto de histrias, declamao de poesias, leitura

    das letras de msicas, que as crianas so atradas aos livros de uma

    biblioteca. Segundo Alicia Prieto (1984), ... a histria infantil tem a

    vantagem de oferecer a oportunidade de um jogo emocional como

    tambm teraputico.

    A criana quer dar continuidade emoo despertada pelo conto,

    ento, vai a procura dos livros de onde partem tantas emoes, novos

    conhecimentos e a satisfao de suas curiosidades e, nestas procuras,

    encontram outras histrias que as encantam ainda mais.

    Ao bibliotecrio cabe permitir que tais operaes ocorram na

    mente dos que esto em constante processo de desenvolvimento e

  • crescimento pela sua prpria natureza. Adentr-los no ambiente

    biblioteca, deix-los vontade, deix-los remexer, tocar, encontrar...

    O trabalho para conquistar leitores amplo e lento. Deve o

    bibliotecrio iniciar esta conquista com as crianas. Silveira (1996) nos

    fala de arejar o esprito, ajudar a criana a compreender seus prprios

    problemas, estimular a imaginao, promover o desenvolvimento

    lingstico, suscitar o gosto pelas boas leituras e recrear. Coloca ainda,

    que o ... bibliotecrio escolar centra seu trabalho num aspecto

    essencialmente educativo, cumprindo uma funo de importncia

    relevante, a busca do leitor, pois a biblioteca que muitas vezes deve ir

    ao encontro deste leitor.

    Portanto, cabe ao bibliotecrio a busca do leitor, ou seja, do

    usurio da Biblioteca Escolar e, esta aproximao pode ser feita de

    vrias maneiras, desde o aproveitamento de datas comemorativas,

    acontecimentos que o cotidiano se encarrega de trazer, do prprio

    processo tcnico do acervo, ao mostrar aos usurios-mirins os dados

    mais importantes em cada obra e o porqu de cada processo o porqu

    da carteirinha, como o porqu de no colocar o livro na estante, enfim,

    mostrar como realmente funciona uma biblioteca como realizado

    cada processo, que ferramentas biblioteconmicas so utilizadas e

    porqu as utilizamos, o que representa cada nmero da lombada e o

    significado de cada cor.

    E basta para tudo isso, que o bibliotecrio esteja em sintonia com

    o que ocorre no mundo, no pas, no estado, enfim, o que ocorre no dia-

    a-dia da escola, da comunidade.

    Citamos como exemplo a chegada do Outono, onde pode-se expor

    livros com a posio dos planetas, a posio da Terra em relao ao

    Sol. Destacar caractersticas da estao, como: a queda das folhas das

    rvores, a dormncia das plantas, a hibernao de animais...

  • Atravs dos acontecimentos que marcam as etapas de cada dia,

    de cada poca, de cada estao, a cada data comemorativa, onde o

    bibliotecrio resgatas os fatos concretos e os transforma em contos, em

    histrias e para os quais podemos levar as crianas a viajar por lugares

    reais ou no, mas que s a mente capaz de fazer. Ao regresso desta

    viagem, os pequenos usurios estaro mais curiosos, com mais

    bagagem para reflexo, debate, e para conhecer mais do que nos

    reservam os livros, to perto, ali, a nossa disposio, na biblioteca da

    escola. E, voltando ao Outono, lembramos dos contos de fada com o frio

    chegando, a Cinderela necessitando de agasalho, a neve caindo, com a

    pequena vendedora de fsforos sentindo frio no corpo e na saudade de

    sua me, bem, a j estamos no Inverno.

    Assim caminha a imaginao, onde pode-se viajar atravs das

    histrias contadas ou de histrias que devem ser lidas pois ainda esto

    nos livros algum precisa cont-las...

    Assim so as crianas, os usurios das Bibliotecas Escolares:

    curiosas, ansiosas do saber, do conhecimento, do que acontecer a

    seguir... de como ser o prximo livro.

    assim, atravs de atividades de leitura, que despertamos nelas o

    desejo pela outra histria, pelo outro livro, pelo que h em outra

    biblioteca, pela vontade de ler ou de contar para ns, os adultos, as

    histrias dos livros.

    possvel verificar a interao da sala-de-aula com a Biblioteca

    Escolar atravs dos alunos. Os mesmos chegam a biblioteca e fazem

    referncia a determinados livros que esto sendo trabalhados em aula,

    ou atravs de filmes ou das histrias contadas pelas professoras.

    Em todos os momentos vemos a confirmao do que relata a

    literatura sobre o mundo imaginrio das crianas, sua capacidade de

    revelar seus sonhos e de ensinar aos adultos o caminho para retornar

  • aos seus sonhos, viajar atravs da imaginao. No entanto, o mais

    importante para conquistar o leitor - a criana, faz-se em seguida s

    histrias contadas: ela quer se certificar que aquilo est realmente

    escrito, ela faz ento uma verdadeira pesquisa nos livros onde esto as

    histrias. Pode at ser recriminada por colegas com frases, como ela j

    contou esta histria, mas isto, realmente no importa, pois a criana

    ainda est fascinada ou seduzida pela histria. Desta etapa, at

    incentivar a leitura de outros livros apenas um pequeno passo.

    Cabe aqui lembrar que o bibliotecrio escolar deve conhecer os

    livros e, acima de tudo e primordialmente, gostar de l-los e de repassar

    os contedos para seus pequenos usurios, que seja atravs da hora do

    conto, das visitas orientadas, ou do atendimento do dia a dia. A partir

    deste instante, no repasse do saber que se inicia a verdadeira

    interao do usurio com a biblioteca, ou seja, o bibliotecrio promove a

    completa a conquista do usurio.

    Uma vez conquistado o usurio, teremos nele um incentivador

    melhoria da qualidade dos servios prestados em qualquer biblioteca,

    pois, este mesmo usurio ir procurar mais e mais bibliotecas, pelo

    encanto produzido desde aquela primeira biblioteca, qual seja, uma

    Biblioteca Escolar, onde ouvi a primeira histria.

    Fica claro, a partir do exposto, que o papel da biblioteca escolar

    fundamental para a formao do cidado crtico, consciente e autnomo.

    Valemo-nos do que escreve CYSNE (1993, p. 75) para reforar

    este item:

    Estando em ntima e inseparvel relaes com o mundo, ohomem, atravs do trabalho, vai produzindo umconhecimento de si e de sua realidade social o mundo. sdesta forma, no movimento de produo do saber pelo fazerdo dia-a-dia, que o homem pode tomar conscincia de si edo mundo em que vive. Este processo de conhecimento e acompreenso da ao do homem pelo prprio homem d as

  • condies objetivas e subjetivas para que a realidade sejaapreendida e transformada...

    Frente a toda esta literatura, est evidente que o papel do

    bibliotecrio de grande responsabilidade no s para o pequeno leitor

    em formao, mas como tambm para os professores, funcionrios da

    biblioteca, pais e a comunidade a qual faz parte.

    Como coordenador de um centro de informaes, o bibliotecrio

    tem a possibilidade de transformar o meio em que trabalha num campo

    de batalha contnua por uma vida mais digna, mais prazeroza, mais

    cheia de esperanas.

    Nesta aspecto, destaca-se uma das funes do bibliotecrio

    escolar, ou seja, promover a integrao entre bibliotecas escolares e

    bibliotecas pblicas, atravs de intercmbio e permuta de materiais, de

    estudos e planejamento de atividades, como visitas orientadas, que

    possam somar resultados beneficiando os usurios e quem sabe a

    educao.

    O bibliotecrio ideal para atuar numa biblioteca escolar deve, antes

    de tudo, ser um leitor nato gostar de ler e interpretar, saber inovar, ter

    energia, imaginao, ambio, criatividade, descompromisso com as

    convenes e tcnicas bibliotecrias, responsabilidade profissional,

    competncia, coragem e ter facilidade de escrever e se expressar

    (Pinheiro, 1987). A realidade nos mostra o quanto difcil encontrar

    tantas qualidades juntas numa s pessoa. Diante desta realidade vemos

    que na formao do bibliotecrio preciso estudar e trabalhar mais o

    lado social das bibliotecas.

    Ler no um ato divino, uns gostam, outros no. Mas frente aos

    mais diversos e atraentes meios e formas de comunicao, difcil fazer

    entender a importncia do livro, de uma histria escrita por algum para

  • ser lida por outros tantos. Crianas e jovens devem sentir-se seduzidas

    pela leitura. Pensar em como uma lenda com suas fadas e duendes;

    uma aventura com seus heris; um mistrio com seus fantasmas; um

    romance com suas paixes, podem nos levar para lugares da

    imaginao ou do pensamento nunca antes visitados, nem pelos

    escritores.

    Gostar de ler passa necessariamente pelas histrias contadas

    atravs das geraes; da vov na sua cadeira; da mame na hora de

    nos fazer dormir...

    Segundo Simo (1993), Ativar a biblioteca escolar significa torn-

    la um local ativo, dinmico e ao mesmo tempo acolhedor a todas as

    propostas que visem o crescente entrosamento entre usurio

    biblioteca.

    Para tanto, necessrio que responsveis pela Biblioteca Escolar,

    juntamente com professores, pais, alunos e comunidade em geral

    participem do planejamento, execuo e avaliao de suas atividades. O

    conjunto destas atividades podem ser caracterizadas, de um modo

    geral, como atendimento ao usurio e promoo do livro e da leitura.

    3 BIBLIOTECA ESCOLAR CONQUISTANDO SEU ESPAO

    As bibliotecas nunca foram consideradas elementos importantes

    no sistema educacional brasileiro, seja no ensino fundamental e mdio

    ou mesmo nas universidades onde, muitas vezes, so consideradas

    apndices. Por no serem as bibliotecas rgos autnomos, refletem a

    seriedade, ou no, com que certos objetivos educacionais so

    efetivamente considerados. Vrios outros problemas existem nas

    Bibliotecas Escolares, talvez em decorrncia do que j foi citado. Trata-

    se, por exemplo, do pessoal no qualificado que atua nas bibliotecas

    escolares; na maioria dos casos, muitas contam com professores ou

    agentes administrativos que no esto mais aptos a exercerem suas

  • atividades especficas. Estas pessoas no se interessam pelos trabalhos

    e servios biblioteconmicos e sequer se interessam pelas

    necessidades dos usurios. Devem os bibliotecrios exigir seus

    espaos, quer seja em bibliotecas escolares, pblicas, especializadas,

    universitrias, empresariais, industriais, particulares.

    A conquista do espao por si s no basta, necessrio

    dinamizar todo trabalho biblioteconmico, tornando-o mais ativo e

    principalmente til comunidade em que esta biblioteca est inserida.

    No basta executar tarefas apenas de difuso da informao, preciso

    preocupar-se com a qualidade do acervo, dos servios, com as

    necessidades dos usurios.

    Todo o acervo bsico, processo embrionrio da formao de

    bibliotecas escolares, pode e deve ser diversificado, em tipos de material

    e suportes nos quais apresentado, afim de compor um centro que

    estimular a criana e o adolescente a adquirir o gosto pela leitura.

    Nesta linha, Santos (1989) menciona que devemos disseminar a

    informao de acordo com o interesse daqueles que a procuram por

    meio do acesso integrado aos multimeios: materiais cartogrficos

    (mapas, atlas, globos), filmes cinematogrficos, microformas

    (microfilmes, filme fotogrfico, microfichas), msica (partituras),

    gravaes sonoras (discos, fitas K-7, CD), vdeos (vdeo tape, vdeo K-

    7), artefatos tridimensionais (modelos, jogos, dioramas, objetos, realia) e

    materiais iconogrficos (cartazes, gravura, fotografias, posters,

    transparncias, slides). Os meios audiovisuais ,enriquecem, de maneira

    diversificada, a palavra escrita, no entanto no a substituem. O

    equipamento necessrio para o uso do material de um acervo

    diversificado composto de: TV, aparelhos de videocassete, projetores

    de slides, projetores de filmes, projetores de diafilmes, retroprojetores,,

    aparelhos de som, telas etc.

  • Alm disto, a Biblioteca Escolar deve fornecer a infra-estrutura

    bibliogrfica, iconogrfica e fonogrfica para um currculo centrado na

    busca de conhecimentos e valores contidos nas obras primas da

    Literatura, da Filosofia, do Teatro, da Pintura, e da Msica. E o simples

    bacharel em Biblioteconomia, formado hoje pelo currculo atual, no tem

    competncia suficiente para planejar, organizar, dirigir e atender leitores

    de uma Biblioteca Escolar. Lidar com crianas e jovens requer uma

    formao to sofisticada quanto a que se exige dos que trabalham com

    os pesquisadores mais altamente diferenciados: uma formao em que

    a Psicologia, a Pedagogia e a Literatura so to importantes quanto a

    Bibliografia, a Catalogao e a Classificao (Fonseca, 1983).

    Entretanto, considerando que a Biblioteca Escolar est inserida

    num ambiente, fazendo parte de uma organizao maior onde se

    encontram tambm outras estruturas e setores e, para que ela esteja

    mais prxima possvel do ideal, cabe ao bibliotecrio promover a

    integrao entre estes setores, solicitar sua participao em reunies de

    estudo em torno do currculo, dos procedimentos didticos e de

    decises administrativas, no esquecendo o interesse e o respeito que

    lhe merece o usurio. imprescindvel a presena de profissionais

    habilitados nas bibliotecas, para que tambm as bibliotecas, neste caso

    a Biblioteca Escolar, seja to importante, especializada e reconhecida

    em suas funes, como devem ser os demais setores dentro das

    escolas, contando com a presena de profissionais habilitados na rea

    da educao, complementando o quadro profissional de uma escola de

    ensino fundamental e mdio.

    Quando a Biblioteca Escolar est inserida na escola, fazendo parte

    dela, de sua estrutura, ela passa a participar do planejamento

    pedaggico, onde ento, pode ocorrer a transferncia de tarefas. O que

  • cabe ao bibliotecrio? O que cabe ao professor na orientao do

    desenvolvimento escolar do aluno?

    Infelizmente ainda, para alguns professores, o bibliotecrio no

    passa de um guardador de livros, ou o que cuida de garotos enquanto

    estes cumprem castigos (cpias), dados por estes mesmos professores

    que no sabem tornar suas aulas mais atraentes, talvez por no lerem,

    estudarem, pesquisarem e no freqentarem uma biblioteca e, cabe sim,

    ao bibliotecrio comprovar sua competncia, sua atuao e sua

    formao o que capaz de fazer.

    No cabe ao bibliotecrio fazer a pesquisa para os professores e

    para os alunos, mas sim, orientar e indicar os livros e os pontos de

    acesso s informaes solicitadas. Mas, para que isto ocorra preciso

    que o bibliotecrio saiba onde se encontra a informao solicitada e

    como chegar at ela.

    E, se falando de Biblioteca Escolar, repetimos mais uma vez: o

    bibliotecrio precisa gostar de ler, precisa ler todo e qualquer contedo

    da abrangncia da biblioteca sob sua responsabilidade. O bibliotecrio

    precisa ser, ele mesmo, um bom leitor. Precisa sentir a beleza da

    palavra escrita, precisa viver o prazer da leitura. No se preocupar

    como desenvolver hbitos de leitura nas crianas, se ele prprio no

    tiver este hbito, usando-o como exemplo. Aquilo que se faz porque

    gosta, brota espontaneamente, facilitando a transmisso do

    conhecimento, do saber, do fazer.

    4 CONSIDERAES FINAIS

    Conquistando o leitor, vamos permitir que as bibliotecas se tornem

    o local onde a educao, o ensino, o lazer podero encontrar-se,

    permitindo o acesso s informaes a todos os cidados.

  • A Biblioteca Escolar justifica sua prpria existncia no

    desempenho das atividades de ensino, cultura e lazer desenvolvidas

    dentro da escola. Cabe ao bibliotecrio a funo de priorizar entre as

    tarefas do processamento tcnico e a satisfao do usurio.

    Uma Biblioteca Escolar que visa a interao de alunos,

    professores e informao para facilitar o processo ensino-aprendizagem,

    deve ter:

    - horrio adequado e flexvel aos usurios;

    - seleo adequada do acervo ao seu usurio;

    - organizao e estruturas definidas;

    - acesso livre, com emprstimo domiciliar;

    - polticas desenvolvidas entre o bibliotecrio e outros profissionais da

    escola para incentivar a leitura;

    - conhecimento dos motivos que levam o aluno biblioteca;

    - investimento na atualizao do acervo torn-lo cada vez mais

    adequado clientela escolar;

    - investimento na constante atualizao do profissional habilitado;

    - atividades de integrao entre professores e bibliotecrios.

    E, finalizando, concordamos que no basta que a Biblioteca

    Escolar execute somente as tarefas tcnicas de difuso da informao,

    necessrio que ela exera influncia ativa e dinmica no ambiente

    escolar, preocupando-se com a qualidade do seu acervo e dos seus

    servios, com a origem e necessidades dos usurios, com a

    democratizao do seu espao.

    Que haja por parte dos bibliotecrios, uma constante reflexo

    sobre a razo de ser do seu trabalho, da necessidade de atualizao e

    de expanso do conhecimento.

    Assim, alm de catalogar, classificar, emprestar, indexar,

    recuperar, o trabalho do bibliotecrio compromissado com a mudana e

  • com a socializao do saber comeou a ser enriquecido com estudos

    sobre literatura, sobre teoria da leitura, sobre psicologia do usurio,

    sobre pedagogia, sobre relaes sociais e humanas, sobre o

    conhecimento da comunidade em que esta inserida.

    5 REFERNCIA BIBLIOGRFICA

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