as razões dos não dizimistas

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AS RAZÕES DOS NÃO-DIZIMISTAS INTRODUÇÃO ENTÃO, A PRIMEIRA QUESTÃO ENVOLVIDA NESSE DEBATE SOBRE O DÍZIMO ENVOLVE OS CONCEITOS DE SENHORIO E DE SERVO. ORA, SE DEUS É O SENHOR, E DE FATO É, ENTÃO ELE É DONO DE TODAS AS COISAS. Logo, o que tenho não me pertence, mas sou apenas um administrador, um mordomo. Dessa forma, se tenho em minha mente o conceito da soberania e do Senhorio de Deus, não será difícil para mim me desprender daquilo que não me pertence. Então, não obedecer é roubar a Deus. OUTRO ARGUMENTO UTILIZADO PARA SE DEFENDER À CESSAÇÃO DO DÍZIMO PARA OS DIAS ATUAIS É A AFIRMAÇÃO DE QUE O DÍZIMO FAZIA PARTE DA LEI, E COMO A LEI FOI CUMPRIDA, OU SEJA, TEVE SEU TEMPO TERMINADO, O DÍZIMO TAMBÉM CESSOU. ESSE ARGUMENTO É DESPROVIDO DE SOLIDEZ BÍBLICA, POIS EM NENHUM LUGAR VEMOS O DÍZIMO ASSOCIADO A LEI . Na verdade, a Lei foi dada à Moisés e

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Dizimos

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Page 1: As razões dos não dizimistas

AS RAZÕES DOS NÃO-DIZIMISTAS

INTRODUÇÃO

ENTÃO, A PRIMEIRA QUESTÃO ENVOLVIDA NESSE DEBATE SOBRE O DÍZIMO

ENVOLVE OS CONCEITOS DE SENHORIO E DE SERVO. ORA, SE DEUS É O SENHOR, E DE

FATO É, ENTÃO ELE É DONO DE TODAS AS COISAS. Logo, o que tenho não me pertence, mas

sou apenas um administrador, um mordomo. Dessa forma, se tenho em minha mente o conceito da

soberania e do Senhorio de Deus, não será difícil para mim me desprender daquilo que não me

pertence. Então, não obedecer é roubar a Deus.

OUTRO ARGUMENTO UTILIZADO PARA SE DEFENDER À CESSAÇÃO DO DÍZIMO PARA

OS DIAS ATUAIS É A AFIRMAÇÃO DE QUE O DÍZIMO FAZIA PARTE DA LEI, E COMO A LEI

FOI CUMPRIDA, OU SEJA, TEVE SEU TEMPO TERMINADO, O DÍZIMO TAMBÉM CESSOU.

ESSE ARGUMENTO É DESPROVIDO DE SOLIDEZ BÍBLICA, POIS EM NENHUM LUGAR

VEMOS O DÍZIMO ASSOCIADO A LEI. Na verdade, a Lei foi dada à Moisés e aproximadamente

500 anos antes de Moisés e, conseqüentemente, antes da Lei ser entregue no Sinai, Abraão já

praticava o dízimo, entregando-o a Melquisedeque, por exemplo, que era uma figura que

tipificava Cristo (Gn 14;18-20). PORTANTO,O DÍZIMO É INDEPENDENTE DA LEI.

Page 2: As razões dos não dizimistas

Estou perfeitamente inteirado de que o texto de Malaquias 3, especificamente, se refere a Israel,

mas também sei que na Hermenêutica existem as Leis da Autoria, Interpretação, Aplicação e

Implicação, que nos ajudam a entender uma mensagem e aplicá-la a nossa vida, para os dias de

hoje.

A Lei da Autoria nos ensina que a mensagem bíblica deve ser contextualizada, o que significa

comparar situações semelhantes entre a Bíblia e a atualidade e adotar a atitude bíblica semelhante.

Ou seja, o alvo que o autor desejava alcançar na época é o mesmo a ser alcançado hoje, em uma

situação semelhante.

         A Lei da Interpretação nos ensina que o princípio do ensino, a ideia central do autor, deve

permanecer na atualidade. Devemos buscar a mensagem que é trazida através do texto direto e

claro ou através dos símbolos que são usados.

            A Lei da Aplicação nos ensina que a aplicação do texto pode ser empregada de forma

individual ou coletiva. Ainda, sempre que enfrentamos situações semelhantes com as relatadas na

Escritura, a vontade de Deus para nós é a mesma que Sua vontade para eles.

Page 3: As razões dos não dizimistas

A Lei da Implicação nos ensina que a consequência revela a situação. Isto é, se alguém sorri é

porque está alegre, se chora é porque está triste. Assim sendo, a Lei da Implicação esclarece que

para toda ação existe uma reação.

        Por isso, com base nessas leis, se enfrentamos situações semelhantes as da Bíblia devemos

agir semelhantemente. Ainda, diante de situações semelhantes a vontade de Deus para os povos

bíblicos será a mesma vontade de Deus para Seu povo hoje.

Com isso, a finalidade do dízimo, com relação a nação de Israel, especificamente em Malaquias

3, era prover mantimentos para a casa de Deus e para o sustento daqueles que se dedicavam

exclusivamente e integralmente a casa de Deus em Israel. Nesse caso em particular, os levitas.

Sabemos que o texto é específico para Israel, mas se ainda hoje temos a igreja como local dedicado

ao serviço e pessoas que vivem exclusivamente e integralmente para o cuidado da casa e do povo

da casa, por que, então, não providenciar "mantimentos" para a casa de Deus? Por que negar

dízimos e ofertas para hoje se enfrentamos situações semelhantes e a vontade de Deus já foi

revelada? Por que negar esse princípio bíblico e hermenêutico? A menos que, semelhantemente

aos povos daquela época, também estejamos roubando a Deus hoje.

Page 4: As razões dos não dizimistas

O problema de quem questiona o dízimo não é outro senão avareza. Ainda, a base do dízimo

não é o interesse em receber algo em troca, da parte do homem, mas o amor pela casa de Deus e

pela obra de Deus, e o profundo desejo de ver a casa e a obra de Deus bem supridas. Portanto, não

desejar dizimar ou ofertar é confessar publicamente a falta de amor por ambos, pela casa (igreja) e

pela obra.

Enfim, na minha opinião, a questão é essa: dízimo diz respeito ao amor que deveríamos ter em

vermos a igreja bem suprida e a obra de Deus bem abastecida. O que passar disso vem da avareza

do coração e da tentativa de autojustificação para não contribuir com a casa e a obra de Deus.

A doutrina do dízimo é inaceitável para aqueles que ainda não tiveram uma experiência

pessoal com Jesus Cristo. Isto porque não foram ainda marcados pela consciência da causa de

Deus nem pela prioridade do Seu Reino. No Novo Testamento a palavra DÍZIMO aparece 9 vezes e

ligadas a duas situações:

1) Mt 23.23 = Partindo dos lábios de Jesus em relação aos fariseus. Jesus aqui reafirma a

necessidade do dízimo, ao mesmo tempo que denuncia sua prática como demonstração de piedade

exterior (Lc 18.12) – “Jejuo duas vezes por semana e dou o dízimo de tudo quanto ganho.” Também

Page 5: As razões dos não dizimistas

Jesus denuncia a prática do dízimo como substituição de valores do Reino tais quais: justiça,

misericórdia e fé (Lc 11.42).

2) Hb 7. 1-10 = Eis as lições desse texto: a) O Pai da fé deu dízimo de tudo – v. 2; b) O pai da

fé deu o dízimo do melhor – v. 4; c) A entrega dos dízimos se deu não por pressão da lei, uma vez

que o povo israelita ainda não existia e, portanto, muito menos a lei judaica – v. 6; d) Hebreus nos

faz perceber e reconhecer a superioridade do valor do dízimo que é dado a Cristo (imortal) em

relação ao dado aos sacerdotes (mortais) – v. 8; e) O autor destaca que os que administram os

dízimos também devem ser dizimistas – v. 9.

Ser ou não ser dizimista é uma questão de acreditarmos na causa que abraçamos, na “pérola

que encontramos.” Hoje muitos crentes não são fiéis a Deus na entrega dos dízimos. Para justificar

esta atitude criam vários justificativas e desculpas. Se dependessem deles a igreja fecharia as

portas. Não existiria templos, nem pastores, nem missionários, nem bíblias distribuídas, nem

assistência social. Eis as justificativas clássicas dos não-dizimistas:

I. JUSTIFICATIVA TEOLÓGICA  - Ah, eu não sou dizimista, porque DÍZIMO é da lei. E eu não

estou debaixo da lei, mas sim da graça.

Sim! O dízimo é da lei, é antes da lei e é depois da lei. Ele foi sancionado por Cristo. Se é a graça

que domina a nossa vida, porque ficamos sempre aquém da lei? Será que a graça não nos motiva a

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ir além da lei?

Veja: a lei dizia: Não matarás = EU PORÉM VOS DIGO AQUELE QUE ODIAR É RÉU DE JUÍZO a

lei dizia: Não adulterarás = EU PORÉM VOS DIGO QUALQUER QUE OLHAR COM INTENÇÃO

IMPURA…

a lei dizia: Olho por olho, dente por dente = EU PORÉM VOS DIGO: SE ALGUÉM TE FERIR A

FACE DIREITA, DÁ-LHE TAMBÉM A ESQUERDA.

A graça vai além da lei: porque só nesta questão do dízimo, ela ficaria aquém da lei? Esta, portanto,

é uma justificativa infundada.

Mt 23.23 = justiça, misericórdia e fé também são da lei. Se você está desobrigado em relação ao

dízimo por ser da lei, então você também está em relação a estas virtudes.

II. JUSTIFICATIVA SENTIMENTAL - Muitos dizem: A bíblia diz em II Co 9.7 “Cada um

contribua segundo tiver proposto no coração, não com tristeza ou por necessidade; porque Deus

ama a quem dá com alegria” = espontânea e com alegria. Só que este texto não fala de dízimo e sim

de oferta. Dízimo é dívida. Não pagar dízimo é roubar de Deus.

Perguntamos também: O que estará acontecendo em nosso coração que não permite que não

tenhamos alegria em dizimar? Em sustentar a Causa que abraçamos e defendemos?

III. JUSTIFICATIVA FINANCEIRA - “O que eu ganho não sobra ou mal dá para o meu sustento.

Page 7: As razões dos não dizimistas

1) O dízimo não é sobra = Dízimo é primícias. “Honra ao Senhor com as primícias da tua

renda.” Deus não é Deus de sobras, de restos. Ele exige o primeiro e o melhor.

2) Contribua conforme a tua renda para que a tua renda não seja conforme a tua contribuição =

Deus é fiel. Ele jamais fez uma exigência que não pudéssemos cumprir. Ele disse que abriria as

janelas dos céus e nos daria bênçãos sem medidas se fôssemos fiéis. Ele nos ordenou a fazer prova

Dele nesta área. Ele promete abrir as janelas do céu! Ele promete repreender o devorador por nossa

causa.

3) Se não formos fiéis, Deus não deixa sobrar = Ageu diz que o infiel recebe salário e o coloca

num saco furado. Vaza tudo. Foge entre os dedos. Quando somos infiéis fechamos as janelas dos

céu com as nossas próprias mãos e espalhamos o devorador sobre os nossos próprios bens.

IV. JUSTIFICATIVA ASSISTENCIAL 

“Prefiro dar meu dízimo aos pobres. Prefiro eu mesmo administrar meu dízimo.

“ A Bíblia não nos autoriza a administrar por nossa conta os dízimos que são do Senhor. O dízimo

não é nosso. Ele não nos pertence. Não temos o direito nem a permissão nem para retê-lo nem para

administrá-lo. 

A ordem é: TRAZEI TODOS OS DÍZIMOS À CASA DO TESOURO PARA QUE HAJA

MANTIMENTO NA MINHA CASA. A casa do Tesouro é a congregação onde assistimos e somos

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alimentados. Mas será que damos realmente os “nossos” dízimos aos pobres? Com que

regularidade? Será uma boa atitude fazer caridade com a parte que não nos pertence?

V. JUSTIFICATIVA POLÍTICA

“Eu não entrego mais os meus dízimos, porque eles não estão sendo bem administrados.”

Não cabe a nós determinar e administrar do nosso jeito o dízimo do Senhor que entregamos. Se os

dízimos não estão sendo bem administrados, os administradores darão conta a Deus. Não cabe a

nós julgá-los mas sim Deus é quem julga. Cabe a nós sermos fiéis.

Não será também que esta atitude seja aquela do menino briguento, dono da bola, que a coloca

debaixo do braço sempre que as coisas não ocorrem do seu jeito? Deus mandou que eu trouxesse

os dízimos, mas não me nomeou fiscal do dízimo.

VI. JUSTIFICATIVA MÍOPE

“A igreja é rica e não precisa do meu dízimo.”

Temos conhecimento das necessidades da igreja? Temos visão das possibilidades de investimento

em prol do avanço da obra? Estamos com essa visão míope, estrábica, amarrando o avanço da obra

de Deus, limitando a expansão do Evangelho? AINDA, não entregamos o dízimo para a igreja. O

dízimo não é da igreja. É DO SENHOR. Entregamo-lo ao Deus que é dono de todo ouro e de toda

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prata. Ele é rico. Ele não precisa de nada, mas exige fidelidade. Essa desculpa é a máscara da

infidelidade.

VII. JUSTIFICATIVA CONTÁBIL

“Não tenho salário fixo e não sei o quanto ganho.”

Será que admitimos que somos maus administradores dos nossos recursos? Como sabemos se o

nosso dinheiro dará para cobrir as despesas de casa no final do mês?

Não sabendo o valor exato do salário, será que o nosso dízimo é maior ou menor do que a

estimativa? Porque ficamos sempre aquém da estimativa? Será auto-proteção? Será desinteresse?

VIII. JUSTIFICATIVA ECLESIOLÓGICA

“Não sou membro da igreja”

Acreditamos mesmo que os nossos deveres de cristãos iniciam-se com o Batismo e a Profissão de

Fé ou com a inclusão do nosso nome num rol de membros?

Não será incoerência defendermos que os privilégios começam quando aceitamos a Cristo: (o

perdão, a vida eterna) e os deveres só depois que nos tornamos membros da igreja? Somos menos

responsáveis pelo crescimento do Reino de Deus só porque não somos membros da igreja?

CONCLUSÃO

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É hora de abandonarmos nossas evasivas. É hora de darmos um basta às nossas desculpas

infundadas. É hora de pararmos de tentar enganar a nós mesmos e convencer a Deus com as

nossas justificativas.

É hora de sermos fiéis ao Deus fiel. É hora de sabermos que tudo é de Deus: nossa casa, nosso

carro, nossas roupas, nossas jóias, nossos bens, nossa vida, nossa saúde, nossa família. TUDO É

DELE. Somos apenas mordomos, administradores. Mordomos e não donos. Deus quer de nós

obediência e não desculpas. Fidelidade e não evasivas. Que atitude vamos tomar? Nosso coração

está onde está o nosso tesouro. Se buscarmos em primeiro lugar o Reino de Deus, não vamos ter

problemas com o dízimo. Amém.

DÍZIMO, UMA PRÁTICA BÍBLICA A SER OBSERVADA

Há uma enxurrada de comentários tendenciosos e distorcidos circulando as redes sociais, em

nossos dias, atacando a doutrina dos dízimos. Acusam os pastores que ensinam essa doutrina de

infiéis e aproveitadores. Acusam as igrejas que recebem os dízimos de explorar o povo. Outros,

jeitosamente, tentam descaracterizar o dízimo, afirmando que essa prática não tem amparo no Novo

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Testamento. Tentam limitar o dízimo apenas ao Velho Testamento, afirmando que ele é da lei e não

vigente no tempo da graça.

Não subscrevemos os muitos desvios de igrejas que, laboram em erro, ao criarem mecanismos

místicos, sincréticos e inescrupulosos para arrecadar dinheiro, vendendo água fluidificada, rosa

ungida, toalha suada e até tijolo espiritual. Essas práticas são pagãs e nada tem a ver com ensino

bíblico da mordomia dos bens. O fato, porém, de existir desvio de uns, não significa que devemos

afrouxar as mãos, no sentido de ensinar tudo quanto a Bíblia fala sobre dízimos e ofertas. Destaco,

aqui, alguns pontos para nossa reflexão.

Em primeiro lugar, a prática do dízimo antecede à lei. Aqueles que se recusam ser dizimistas pelo

fato de o dízimo ser apenas da lei estão rotundamente equivocados. O dízimo é um princípio

espiritual presente entre o povo de Deus desde os tempos mais remotos. Abraão pagou o dízimo a

Malquizedeque (Gn 14.20) e Jacó prometeu pagar o dízimo ao Senhor (Gn 28.22), muito antes da lei

ser instituída.

Em segundo lugar, a prática do dízimo foi sancionada na lei. O princípio que governava o povo de

Deus antes da lei, foi ratificado na lei. Agora, há um preceito claro e uma ordem específica para se

trazer todos os dízimos ao Senhor (Lv 27.32). Não entregar o dízimo é transgredir a lei, e a

transgressão da lei constitui-se em pecado (1Jo 3.4).

Page 12: As razões dos não dizimistas

Em terceiro lugar, a prática do dízimo está presente em toda Bíblia. A fidelidade na mordomia dos

bens, a entrega fiel dos dízimos e das ofertas, é um ensino claro em toda a Bíblia. Está presente no

Pentateuco, os livros da lei; está presente nos livros históricos (Ne 13.11,12), poéticos (Pv 3.9,10) e

proféticos (Ml 3.8-10). Também está explicitamente ratificado nos evangelhos (Mt 23.23) e nas

epístolas (Hb 7.8). Quanto ao dízimo não podemos subestimá-lo, sua inobservância é um roubo a

Deus. Não podemos subtraí-lo, pois a Escritura é clara em dizer que devemos trazer “todos os

dízimos”. Não podemos administrá-lo, pois a ordem: “Trazei todos os dízimos à casa do tesouro”.

Em quarto lugar, a prática do dízimo é sancionada por Jesus no Novo Testamento. Os fariseus

superestimavam o dízimo, fazendo de sua prática, uma espécie de amuleto. Eram rigorosos em sua

observância, mas negligenciam os preceitos mais importantes da lei: a justiça, a misericórdia e a fé.

Jesus, deixa claro que devemos observar atentamente a prática dessas virtudes cardeais da fé

cristã, sem omitir a entrega dos dízimos (Mt 23.23). Ora, aqueles que usam o argumento de que o

dízimo é da lei, e por estarmos debaixo da graça, estamos isentos de observá-lo; da mesma forma,

estariam também isentos da justiça, da misericórdia e da fé, porque essas virtudes cardeais,

também, são da lei. Só o pensar assim, já seria uma tragédia!

Em quinto lugar, a prática do dízimo é um preceito divino que não pode ser alterado ao longo

dos séculos. Muitas igrejas querem adotar os princípios estabelecidos pelo apóstolo Paulo no

levantamento da coleta para os pobres da Judéia como substituto para o dízimo. Isso é um

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equívoco. O texto de 2 Coríntios 8 e 9 trata de uma oferta específica, para uma causa específica.

Paulo jamais teve o propósito de que essas orientações fossem um substituto para a prática do

dízimo. Há igrejas na Europa e na América do Norte que estabelecem uma cota para cada família

para cumprir o orçamento da igreja. Então, por serem endinheirados, reduzem essa contribuição a

5% ou 3% do rendimento. Tem a igreja competência para mudar um preceito divino? Mil vezes não!

Importa-nos obedecer a Deus do que aos homens. Permaneçamos fiéis às Escrituras. Sejamos fiéis

dizimistas!

A contribuição cristã é a graça a nós concedida

A contribuição cristã é bíblica. Não precisamos ter constrangimento em tratar do assunto.

Infelizmente, muitos líderes religiosos, movidos pela ganância e regidos por uma falsa teologia,

exploram o povo em nome de Deus, usando mecanismos nada ortodoxos, para vender seus

produtos, criados na fábrica do misticismo, para auferirem lucro em nome da fé. Esses desvios da sã

doutrina e da ética cristã, que trazem enriquecimento para uns e vergonha para todos, têm levado

muitos crentes a serem refratários com respeito à mordomia dos bens. O extremo de uns,

entretanto, não pode nos levar para outro polo. Devemos cingir nossa fé e nossa conduta apenas

pela Palavra de Deus.

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Com respeito à contribuição cristã, precisamos observar duas coisas:

Em primeiro lugar, os dízimos. A entrega fiel de dez por cento de tudo quanto ganhamos para o

sustento da obra de Deus é um ensino presente tanto no Antigo como no Novo Testamento. Não

temos o direito de subestimar os dízimos nem de subtraí-los. Não compete a nós administrá-los.

Devemos entregá-los com integralidade, alegria e gratidão para a manutenção da Casa e Deus e a

expansão do seu reino.

Em segundo lugar, as ofertas. O apóstolo Paulo, na segunda epístola aos coríntios, trata dessa

matéria de forma esplêndida. Ali nos oferece alguns princípios que vamos, aqui, destacar:

Primeiro, a oferta é graça mais do que obrigação (2Co 8.1). Graça é um favor imerecido. É Deus

quem nos dá o privilégio de assistirmos os santos, socorrermos os necessitados e sermos seus

cooperadores no avanço de sua obra.

Segundo, a oferta não é resultado da abundância do que temos no bolso, mas da generosidade do

nosso coração (2Co 8.2). As igrejas da Macedônia, mesmo passando por muita prova de tribulação,

manifestaram abundância de alegria, e mesmo suportando profunda pobreza, superabundaram em

grande riqueza de generosidade, ao contribuírem para os pobres da Judeia. A contribuição cristã é

um privilégio e não um peso. Deve ser feita com alegria e não com pesar.

Page 15: As razões dos não dizimistas

Terceiro, a oferta deve ser voluntária e proporcional (2Co 8.3,4). Contribuir por coação ou

constrangimento não tem valor aos olhos de Deus. A contribuição deve ser espontânea, e também,

proporcional. Os crentes da Macedônia ofertaram na medida de suas posses e mesmo acima delas.

A contribuição não é para trazer sobrecarga para uns e alívio para outros, mas para que haja

igualdade. Para usar uma linguagem bíblica, “o que muito colheu não teve demais; e o que pouco,

não teve falta”.

Quarto, a oferta é uma dádiva da vida, mais do que de valores financeiros (2Co 8.5). É fácil entregar

uma oferta financeira a uma pessoa necessitada, sem entregar com ela o coração. Os macedônios

deram-se a si mesmos primeiro ao Senhor, depois fizeram a oferta aos pobres da Judeia. Antes de

trazer nossa oferta, precisamos trazer nossa vida. Primeiro Deus aceita o ofertante, depois recebe a

oferta.

Quinto, a oferta é uma semeadura recompensada por Deus com farturosa colheita (2Co 9.6).

Quando ofertamos para atender à necessidade dos santos, estamos fazendo uma semeadura.

Quem semeia pouco, colhe pouco; quem semeia com fartura, com abundância ceifará. O bem que

fazemos aos outros vem sobre nós mesmos e isso da parte do Senhor. Quem dá ao pobre, a Deus

empresta. A alma generosa prosperará. A semente que se multiplica não é a que comemos, mas a

que semeamos. É Deus quem nos dá semente para semear. É Deus quem supre e aumenta a

Page 16: As razões dos não dizimistas

nossa sementeira. É Deus quem multiplica os frutos da nossa justiça. É Deus quem nos enriquece

em tudo, para agirmos com toda generosidade, a fim de que sejam tributadas a ele, as ações de

graças. Quando socorremos os santos, isso não apenas supre as necessidades deles, mas também,

redunda em ações de graças a Deus. Que Deus nos mova à generosidade e nos faça mordomos

fiéis na administração dos bens a nós confiados!

OLHE O DÍZIMO COMO GESTO VOLUNTÁRIO E NÃO COMO UMA OBRIGAÇÃO

Hoje é obrigatório ao cristão entregar 10% dos seus ganhos à Igreja? Ou dar ofertas, por amor à

obra do Senhor, até em percentuais maiores, pois a Palavra nos ensina que devemos dar segundo o

que está proposto em nossos corações, com alegria, pois Deus ama Á quem dá com alegria.

Reconheço que é dever do cristão ajudar, quer nas obras da igreja (aquisição de terrenos,

construção, manutenção), como também sustentar missionários vocacionados por Deus, que por

amor à obra dEle, deixam seus lares, indo para lugares longíncuos (até mesmo para outros países),

sofrendo toda sorte de necessidades, pondo em muitos casos risco à própria vida.

UMA RESPOSTA

No Novo Testamento, a palavra "obrigatório" não cabe. O constrangimento é o do amor. No entanto,

tem um caso problemático: Ananias e Safira morreram. Por que morreram? Por não entregarem

Page 17: As razões dos não dizimistas

TODO (não o dízimo) o produto do que venderam? Não. Por mentirem à comunidade. (Sobre este

pecado, leia as mensagens

DEUS QUER MUDAR O NOSSO CARÁTER . 

ESPÍRITO SANTO: NÃO MINTAMOS AO ESPÍRITO SANTO

Temo que muitos se escondam atrás da graça para justificarem seus egoísmos e suas idolatria ao

dinheiro.

Dízimo é um assunto de natureza espiritual, entre o crente e Deus, por meio da igreja.