as medidas compulsórias no ordenamento jurídico brasileiro

As medidas compulsrias no ordenamento jurdico brasileiro http://jus.uol.com.br/revista/texto/18725

SUMRIO: 1. Introduo. 2. Deportao. 3. Expulso. 4. Extradio. 5. Concluso.

RESUMO

Tem-se por objetivo, por intermdio do presente artigo, discorrer sobre as medidas compulsrias no ordenamento jurdico brasileiro. Neste sentido, sero estudadas as trs medidas compulsrias previstas no ordenamento jurdico ptrio: deportao, expulso e extradio, por intermdio da anlise da Constituio da Repblica Federativa do Brasil de 1988 CRFB/88, do Estatuto do Estrangeiro Lei 6.815 de 19 de agosto de 1980, como tambm do Decreto n. 86.715 de 10 de dezembro de 1981, o qual regulamenta o Estatuto do Estrangeiro, observando-se os requisitos, procedimentos e caractersticas dos referidos institutos.

Palavras-chave: Brasil. Deportao. Expulso. Extradio. Medidas Compulsrias.

1 INTRODUO

A definio de cidadania aristotlica prevalece na teoria constitucional contempornea, sendo nacionalaquele indivduo que possui um vnculo, seja por nascimento ou naturalizao, com um determinado Estado, ecidado aquele indivduo que possui capacidade eleitoral, seja ativa (votar) ou passiva (ser votado). Neste sentido, Jos Afonso da Silva (2009) afirma que:

No direito constitucional brasileiro vigente os termos "nacionalidade" e "cidadania", ou "nacional" e "cidado", tem sentido distinto. "Nacional" o brasileiro nato ou naturalizado, ou seja, aquele que se vincula, por nascimento ou naturalizao, ao territrio brasileiro. "Cidado", em sentido estrito, qualifica o nacional no gozo dos direitos polticos; e, em acepo ampliada, os participantes da vida do Estado, como titulares dos direitosfundamentais (arts. 1, II e 14). (SILVA, 2009, p. 201).

Acontece que, diferentemente do enunciado de Aristteles, sabe-se que o Estado no formado apenas de cidados (nacionais), mas de todos os indivduos que no mesmo estejam vivendo, sejam nacionais ou estrangeiros, ou seja, o povo. Deste modo, surgem, trs situaes distintas: de um lado o nacional, o qual pode ser nato ou naturalizado, o cidado e o estrangeiro, no podendo existir, de acordo com o pargrafo segundo do artigo 12 da Constituio da Repblica Federativa do Brasil de 1988 CRFB/88, tratamento diferenciado entre os

Publicado em 03/2011 Mrcio Eduardo da Silva Pedrosa Morais

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brasileiros natos e os naturalizados, salvos as excees previstas no prprio texto constitucional.

Com essas consideraes preliminares, j no que se refere s medidas compulsrias de retirada de estrangeiros (como tambm de naturalizados, no caso da extradio), o Estatuto do Estrangeiro Lei n. 6.815 de 19 de agosto de 1980, prev trs institutos distintos, sendo os mesmos de diferentes caractersticas, razes e modalidades, para regular a retirada compulsria do estrangeiro do pas, os quais so a deportao, a expulso e a extradio.

2 DEPORTAO

A deportao est prevista nos artigos 57 a 64 do Estatuto do Estrangeiro Lei n. 6.815 de 19 de agosto de 1980. A deportao, sada compulsria do estrangeiro, dar-se- nos casos de entrada ou estada irregular de estrangeiro, se este no se retirar voluntariamente do territrio nacional no prazo fixado em regulamento. Tal prazoest previsto no artigo 98 do Regulamento do Estatuto do Estrangeiro (Decreto n. 86.715, de 10 de dezembro de 1981. Assim, de acordo com o Regulamento:

De acordo com o pargrafo nico do artigo 58 do Estatuto, a deportao far-se- para o pas da nacionalidade ou de procedncia do estrangeiro, ou para outro que consinta em receb-lo. No que se refere s despesas com a retirada do estrangeiro, o artigo 59 do Estatuto do Estrangeiro prev que: "No sendo apurada a responsabilidade do transportador pelas despesas com a retirada do estrangeiro, nem podendo este ou terceiro por ela responder, sero as mesmas custeadas pelo Tesouro Nacional." (BRASIL, 2010a).

J o artigo 60 do Estatuto prev que o estrangeiro poder ser dispensado de quaisquer penalidades relativas entrada ou estada irregular no Brasil ou formalidade cujo cumprimento possa dificultar a deportao, podendo tambm o mesmo, enquanto no se efetivar a deportao, ser recolhido priso por ordem do Ministro da Justia, pelo prazo de sessenta dias. De acordo com o pargrafo nico do mesmo artigo 60, caso no seja possvel dentro do prazo de sessenta dias "determinar-se a identidade do deportando ou obter-se documento deviagem para promover a sua retirada, a priso poder ser prorrogada por igual perodo, findo o qual ser ele posto em liberdade [...]". (BRASIL, 2011a). Neste caso, o mesmo permanecer em liberdade vigiada, em lugar designado pelo Ministrio da Justia, devendo cumprir as normas de comportamento que lhe forem estabelecidas.

Art. 98 - Nos casos de entrada ou estada irregular, o estrangeiro, notificado pelo Departamento de Polcia Federal, dever retirar-se do territrio nacional:

I - no prazo improrrogvel de oito dias, por infrao ao disposto nos artigos 18, 21, 2, 24, 26, 1, 37, 2, 64, 98 a 101, 1 ou 2 do artigo 104 ou artigos 105 e 125, Il da Lei n. 6.815, de 19 de agosto de 1980;

II - no prazo improrrogvel de trs dias, no caso de entrada irregular, quando no configurado o dolo.

1 - Descumpridos os prazos fixados neste artigo, o Departamento de Polcia Federal promover a imediata deportao do estrangeiro.

2 Desde que conveniente aos interesses nacionais, a deportao far-se- independentemente da fixao dos prazos de que tratam os incisos I e II deste artigo. (BRASIL, 2011b).



Caso no seja exequvel a deportao ou existindo srios indcios de periculosidade ou indesejabilidade do estrangeiro, proceder-se- sua expulso, conforme prev o artigo 62 do Estatuto. Nesse sentido, insta salientar que, tal previso tem por objetivo impedir o retorno do estrangeiro no-desejado ao Brasil, a no ser que o decreto de expulso seja revogado pelo Presidente da Repblica. Via de regra, qualquer estrangeiro poder ser deportado, caso tenha ingressado ilegalmente ou se mantenha ilegal no pas, todavia, o artigo 63 do Estatuto do Estrangeiro salienta que no se proceder deportao caso a mesma implicar em extradio inadmitida pela lei brasileira.

Caso o estrangeiro deportado queira reingressar no territrio nacional, poder faze-lo desde que antes efetive o ressarcimento ao Tesouro Nacional, corrigido monetariamente, das despesas realizadas com sua deportao, e se for o caso, mediante tambm o pagamento da multa devida poca, tambm corrigida monetariamente.

3 EXPULSO

A expulso e seu respectivo processo administrativo esto previstos no Estatuto do Estrangeiro,especificamente nos artigos 65 a 75. Em relao ao termo, o Ministrio da Justia brasileiro define expulso como:

Via de regra, a expulso se d quando um estrangeiro (no possvel a expulso de brasileiro nato como tambm naturalizado) comete um crime no pas estando a sentena transitada em julgado. Neste sentido, o artigo 65 do Estatuto do Estrangeiro traz que: "Art. 65 passvel de expulso o estrangeiro que, de qualquer forma, atentar contra a segurana nacional, a ordem poltica ou social, a tranqilidade ou moralidade pblica e a economia popular, ou cujo procedimento o torne nocivo convenincia e aos interesses nacionais." (BRASIL, 2011a).

Em relao ao trmite do processo, o magistrado ou tribunal que condena o estrangeiro, como tambm aPolcia Federal ou o Ministrio Pblico, devem informar o Ministrio da Justia que o mesmo cometeu um crime, sendo assim autuado o processo administrativo para fins de expulso, sendo a instaurao de inqurito administrativo para fins de expulso, determinada por intermdio de despacho do Diretor do Departamento deEstrangeiros do Ministrio da Justia. Em relao ao inqurito, trata-se de procedimento administrativo de colheita de informaes, as quais devem ser encaminhadas pela Polcia Federal juntamente com relatrio conclusivo, aoMinistrio da Justia.

Ao se receber o inqurito, estando o mesmo devidamente instrudo, o Ministrio da Justia realiza a anlise de mrito, a qual tem por objetivo verificar se o expulsando no se encontra amparado pela legislao ptria (tendo se tornado inexpulsvel). Sobre a questo da impossibilidade de se expulsar o estrangeiro, o Estatuto do Estrangeiro no seu artigo 75 prev que:

[...] a retirada compulsria de um estrangeiro do territrio nacional motivada pela prtica de um crime que tenha cometido no Brasil ou por conduta incompatvel com os interesses nacionais. Uma vez expulso, o estrangeiro est impedido de retornar ao nosso pas, exceto se revogada a Portaria que determinou a medida. (BRASIL, 2011c).

Art. 75. No se proceder expulso:



Se ficar verificado que o estrangeiro passvel de expulso, um parecer conclusivo ser encaminhado ao Ministro da Justia, a quem caber decidir, por delegao do Presidente da Repblica [01], sobre a expulso. Neste sentido, importante salientar que portaria expulsria condicionada, via de regra, ao cumprimento total da pena ou liberao do estrangeiro pelo Poder Judicirio. Para a expulso ser efetivada, o estrangeiro tem que cumprir a pena ou ser beneficiado com o livramento condicional da pena e ser liberado pelo Juiz da Vara de ExecuesCriminais. (BRASIL, 2011c).

No que se refere aos motivos mais frequentes de expulso, o Ministrio da Justia informa que so os crimes relacionados a trfico de entorpecentes, falsificao e uso de documento pblico, furto e roubo. (BRASIL, 2011c).

Aps a expulso, o estrangeiro no mais poder voltar ao pas, caso o faa incorrer no tipo penal previsto no artigo 338 do Cdigo Penal. [02] Nesse sentido, insta salientar que, quando o estrangeiro assina o termo de expulso, o mesmo toma cincia da existncia desse embasamento legal.

Em relao ao pedido de revogao da expulso, o mesmo dever ser encaminhado ao Ministro da Justia e encaminhado ao Departamento de Estrangeiros, o qual dever estar instrudo e embasado em fatos novos que no foram suscitados quando da tramitao do processo administrativo para fins de expulso.

4 EXTRADIO

Primeiramente fundamental salientar que a Constituio da Repblica Federativa do Brasil ao tratar da extradio traz em seu artigo 5 dois incisos referentes ao tema, os quais so:

I - se implicar extradio inadmitida pela lei brasileira; ou (Includo incisos, alneas e pela Lei n. 6.964, de 09/12/81)

II - quando o estrangeiro tiver:

a) Cnjuge brasileiro do qual no esteja divorciado ou separado, de fato ou de direito, e desde que o casamento tenha sido celebrado h mais de 5 (cinco) anos; ou

b) filho brasileiro que, comprovadamente, esteja sob sua guarda e dele dependa economicamente.

1. no constituem impedimento expulso a adoo ou o reconhecimento de filho brasileiro supervenientes ao fato que o motivar.

2. Verificados o abandono do filho, o divrcio ou a separao, de fato ou de direito, a expulso poder efetivar-se a qualquer tempo. (BRASIL, 2011a).

Art. 5 Todos so iguais perante a lei, sem distino de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no Pas a inviolabilidade do direito vida, liberdade, igualdade, segurana e propriedade, nos termos seguintes:

[...]



Assim, o brasileiro nato, em nenhuma hiptese ser extraditado pelo Brasil, sendo somente extraditado o estrangeiro e o brasileiro naturalizado de acordo com as hipteses supracitadas.

No que se refere ao conceito, o vocbulo extradio foi empregado pela primeira vez em 26 de maro de 1759 na Frana, quando ento foi celebrado o Tratado entre Frana e Wurtemberg, sendo o conceito deHidelbrando Accioly o mais adotado atualmente pela doutrina brasileira. Para Accioly (1996) "extradio o ato pelo qual um Estado entrega um indivduo acusado de fato delituoso ou j condenado como criminoso, justia de outro Estado, competente para julg-lo e puni-lo". (ACCIOLY, 1996, p. 347).

Por sua vez, o Ministrio da Justia define extradio como "[...] um ato de cooperao internacional que consiste na entrega de uma pessoa, acusada ou condenada por um ou mais crimes, ao pas que a reclama". (BRASIL, 2011c).

Neste sentido, pode-se analisar a extradio a partir de dois pontos de vistas: a extradio ativa e a extradio passiva. A extradio ativa se d quando o Governo brasileiro requer a extradio de um foragido da justia brasileira a outro pas, por sua vez, a extradio passiva se d quando um determinado pas solicita a extradio de um indivduo foragido que se encontra em territrio brasileiro.

Insta salientar que o pedido extradicional no se limita aos pases com os quais o Brasil possui tratado deextradio, podendo a mesma ser requerida por qualquer pas e para qualquer pas, devendo haver a promessa de reciprocidade de tratamento caso no exista o referido tratado. De acordo com Ministrio da Justia brasileiro, o pas atualmente possui tratados de extradio em vigor celebrados com 21 pases, alm do Acordo celebrado entre os Estados Parte do MERCOSUL (BRASIL, 2011c). Em relao aos acordos multilaterais, atualmente encontra-se em vigor o tratado celebrado entre os Estados Parte do MERCOSUL, o qual foi firmado em Braslia nodia 10 de dezembro de 1998, tendo sido o mesmo promulgado pelo Decreto n. 4.975 de 30 de janeiro de 2004.

No que se refere ao procedimento, na extradio ativa a documentao relativa ao pedido de extradio encaminhado ao Ministrio da Justia pelo Poder Judicirio, cabendo ao Departamento de Estrangeiros a anlise de admissibilidade da documentao com o objetivo de se verificar se a mesma est de acordo com o previsto em tratado ou no disposto no Estatuto do Estrangeiro. Em caso afirmativo, o pedido de extradio dever serencaminhado ao Ministrio das Relaes Exteriores, o que se far por intermdio de Aviso Ministerial, com o objetivo de ser formalizado ao pas onde se encontra o foragido da justia brasileira. (BRASIL, 2011c).

Caso seja deferida a extradio pelo pas requerido, o Brasil dever retirar o extraditando do territrio estrangeiro no prazo previsto no respectivo tratado, caso o mesmo exista. Caso no exista tratado extradicional, a retirada se far na data estipulada pelo governo requerido. Por sua vez, se a retirada no se efetivar no prazo previsto, o extraditando poder ser colocado em liberdade no pas requerido.

J na extradio passiva, o pedido de extradio formulado pelo pas requerente dever ser encaminhado, por via diplomtica, Diviso de Medidas Compulsrias do Ministrio da Justia. Aps realizada a anlise de

LI - nenhum brasileiro ser extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes da naturalizao, ou de comprovado envolvimento em trfico ilcito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei;

LII - no ser concedida extradio de estrangeiro por crime poltico ou de opinio. (BRASIL, 2010).



admissibilidade, de acordo com eventual tratado extradicional ou com o Estatuto do Estrangeiro, o pedido ser encaminhado, por meio de aviso ministerial, ao Supremo Tribunal Federal STF, a quem, conforme o artigo 102, inciso I, alnea "g" da Constituio da Repblica Federativa do Brasil de 1988, compete a anlise do mrito do pedido

Caso o Supremo Tribunal Federal defira o pedido de extradio em seu aspecto jurdico, caber a deciso final (discricionria) ao Presidente da Repblica, que poder extraditar ou no o indivduo. Assim, de se ressaltar que, mesmo que o Supremo Tribunal Federal defira juridicamente o pedido, o Presidente da Repblica poder negar a extradio, como ato de soberania estatal.

Do mesmo modo da extradio ativa, caso a extradio passiva seja deferida pelo Presidente da Repblica, o pas requerente ter um prazo, fixado no tratado, se houver, ou no Estatuto do Estrangeiro, para retirar o indivduo do territrio nacional. Caso o Estado requerente no o faa, o extraditando dever ser colocado em liberdade e o Brasil, na condio de pas requerido, no ser obrigado a det-lo novamente em razo de sua extradio. (BRASIL, 2011c).

possvel pedido de priso preventiva para fins de extradio. Nesse caso, caso haja urgncia, poder ser solicitada ao pas requerido a priso preventiva para fins de extradio. Neste caso:

O pedido de priso preventiva para fim de extradio dever ser encaminhado, por intermdio do Ministrio da Justia, ao Supremo Tribunal Federal Se a priso for decretada pelo STF, o prazo para formalizao do pedido extradicional iniciar-se- assim que a embaixada do pas requerente for notificada da efetivao da priso. Por sua vez, se o pedido no for formalizado no prazo previsto, o indivduo ser colocado em liberdade, no se admitindo novo pedido de priso pelo mesmo fato sem que a extradio seja formalmente requerida.

No que se refere aos documentos necessrios para o pedido de extradio, os mesmos podem variar de acordo com o tratado (caso haja). Todavia, via de regra, o pedido deve ser composto por cpia autenticada da sentena condenatria ou, conforme o caso, da sentena de pronncia ou da que decretar a priso preventiva, com a respectiva cpia do mandado de priso, devendo tambm conter cpia dos textos legais aplicveis ao crime, bem como a respeito da pena e da prescrio da pretenso punitiva e todos os dados que possibilitem a identificao do indivduo procurado e sua possvel localizao, podendo-se tambm ser encaminhada ainda cpia da denncia do Ministrio Pblico.

importante salientar que todos os documentos que se juntarem ao pedido devem contar indicaes precisas sobre local, data, natureza e circunstncias do crime ensejador do pedido de extradio, devendo a referida documentao estar traduzida oficialmente para o idioma do pas requerido.

[...] o pedido de extradio dever ser formalizado pelas autoridades brasileiras, no prazo previsto no Tratado, se houver, ou no prazo concedido pelo Estado requerido, contados a partir da efetivao da priso. Caso o pedido no seja formalizado, o indivduo poder ser colocado em liberdade no pas requerido. Via de regra, o Ministrio da Justia encaminhar o pedido de priso preventiva, por via diplomtica, com base na documentao recebida do Poder Judicirio. Alguns Tratados mais modernos, entretanto, prevem a possibilidade de que a priso preventiva seja requerida pela via Interpol. (BRASIL, 2011c).



5 CONCLUSO

Conforme visto, trs so as medidas compulsrias existentes no ordenamento jurdico brasileiro: a deportao, a expulso e a extradio. Estando as mesmas embasadas no poder de soberania estatal, cada uma delas possuindo caractersticas e finalidades diferentes.

Neste sentido, o presente artigo abordou em linhas gerais as caractersticas e o procedimento de efetivao das referidas medidas, as quais so importantes mecanismos de efetivao da segurana e da soberania nacional, como tambm meio de se efetivar a concretizao da justia penal universal, a partir do momento em que, por intermdio da extradio, condenados ou acusados de prtica de crimes em outros pases sero entregues aos pases competentes para o processo ou para o cumprimento da pena.

REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

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ARAJO, Luis Ivani de Amorim. Curso de direito internacional pblico. 8. ed., rev. e atual. Rio de Janeiro: Forense, 1995.

BRASIL. Constituio (1988) Constituio da repblica federativa do Brasil. Disponvel em. Acesso em 10 dez. 2010.

BRASIL. Lei n. 6.815, de 19 de agosto de 1980. (Define a situao jurdica do estrangeiro no Brasil, cria o Conselho Nacional de Imigrao). Disponvel em: . Acesso em: 21 jan. 2010a.

BRASIL. Decreto n. 86.715, de 10 de dezembro de 1981. (Regulamenta a Lei n. 6.815, de 19 de agosto de 1980, que define a situao jurdica do estrangeiro no Brasil, cria o Conselho Nacional de Imigrao e d outras providncias). Disponvel em: . Acesso em: 21 jan. 2011b.

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SILVA, Jos Afonso da. Comentrio contextual constituio. 6. ed. So Paulo: Malheiros, 2009.

Notas

1. Nos casos de expulso o Ministro assina uma Portaria Ministerial de Expulso no uso da competncia que lhe foi delegada pelo Presidente da Repblica pelo artigo 1 do Decreto n. 3.447, de 05 de maio de 2000, publicado no D.O.U. do dia 8 do mesmo ms e ano. (BRASIL, 2011c).

2. Reingresso de estrangeiro expulso. Art. 338 - Reingressar no territrio nacional o estrangeiro que dele foi



expulso: Pena - recluso, de um a quatro anos, sem prejuzo de nova expulso aps o cumprimento da pena.

Sobre o autor

Como citar este texto: NBR 6023:2002 ABNT MORAIS, Mrcio Eduardo da Silva Pedrosa. As medidas compulsrias no ordenamento jurdico brasileiro. Jus Navigandi, Teresina, ano 16, n. 2818, 20 mar. 2011. Disponvel em: . Acesso em: 21 mar. 2011.

Professor Universitrio (Direito) e advogado. Especialista em Cincias Criminais.Mestre e Doutorando em Teoria do Direito - PUC/MG.

Mrcio Eduardo da Silva Pedrosa Morais

