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As Duas Faces do Espelho®

Gerson Machado de Avillez

Gerson Machado de Avillez – As Duas Faces do Espelho 2


HERDEIROS DO DESTINO®



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As Duas Faces do Espelho

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Em memória de meus verdadeiros

amigos Heinsenberg e Zoíudo


Prefácio

"Num mundo único onde reina a simetria, nada pode haver além do

nada, o vácuo. O nosso Universo não teria sido senão uma superfície

de oceano cujos abismos desconhecíamos."

Robert Laffont

as minhas histórias somente tem lugar a quem tenho lugar na

história deles, em retribuição e reciproca equivalente, assim

quando com seu maniqueísmo sou taxado o espaço deles no

mesmo serão, porém por seus atos, a maldade.

Não tenho um pensamento numérico, não gosto de medidas,

mas do infinito, a tudo que crio imagino por imagens não somente em

três dimensões, mas temporalmente ou de múltiplas dimensões e nisso

se revela pelo meu desejo com desenhos e fotografia, assim como

fazer minhas refeições sem medir a nada que pego como ingrediente.

A atração pelo belo tem ganha correspondência entre ética e estética,

esta primeira como a beleza da moralidade, mas não obstante como

uma sensação comum por esta proporcionada como se a sensação

fosse o âmago interior da superfície estética de igual modo como se

fosse a melodia em que se contextualiza tal visão que quando o

infinito torna-se com identidade única, e por isso sem comparação,

não dando margem nem para inferiorização discriminatória por

arrogância.

O alvorecer da humanidade cujas nevoas pálidas das crendices

inverossímeis e amoralidades se dissipavam revelando o verdadeiro

objetivo da humanidade ante o florescer da ciência setiana

dimensional e do tempo, suplantando o lugar comum da mesmice e

mazelas que atrasavam o crescimento intelectual dos realmente bons.

O audaz futuro inatingível até então deixava junto uma busca não

menos inatingível pela utopia, um caminho para o melhor do homem

contra as distorções ante a moralidade e valores para enfim tocar a

curva do infinito onde todo disciplina de ciências exatas até então

tocava somente o efeito. Cessou-se a caça a dragões em garagens, não

N


se viu mais desenhos em nuvens, o ocanismo alcançou outro patamar

a com causa de nosso universo visível.

Das injustiças criadoras dos mesmos páreas pela

discriminação as concepções mundanas e materialistas pela

superiorização ante a inferiorizarão alheia, o estorvo moral destes

foram revelados e nunca mais se sucedeu. Onde enfim levará o

respeito e gratidão, onde a moralidade e afeição, o respeito e a

liberdade serão atingidos sem exceção e longe do jardim da falácia e

maldição.

As duas faces do espelho são pontos de vista temporais como

exemplo do paradoxo da perspectiva, que não se contradizem, mas se

completam como um paradoxo real como o primeiro elo temporal a

iniciar os demais. Todavia noutra extremidade do multiverso em

associação a anomalia crescia o velho conhecido da humanidade, o

mal do nazismo que como um tumor apenas se apropriava de tal

ciência que na realidade nada tinha em comum, enquanto o lar da

ciência setiana era o Tempo, edificação que suplantava a todo lugar

pela eternidade em onipresença multidimensional e cujo projeto

MIRROR era precursor natural que como ponte fez o futuro tocar o

passado para estes presentes, a os levarem a abandonarem o solo para

alçar voo rumo a eternidade, mas antes triunfando sobre um último

mal, um último teste, uma conspiração que num último esforço

tentava subjugar a verdade e junto a humanidade.

Alguns vários elementos são ditos novamente, mas a ideia de

espelhos é justamente isso, mostrar na realidade perspectivas

diferentes de uma mesma ideia, neste caso a teoria de cosmovisão

filosófico-científica que pode tocar a teologia cristã tanto em

moralidade quanto arqueologicamente. Naturalmente que o argumento

de espelhos já fora muito explorado por mim, quer em contos como

'Através do Espelho' a ideologia pura e simples dos mundos ressoantes

que sintetizam justamente isto.


Índice:

Reflexos no espelho – Pág.10

O Protocolo Zero – Pág.30

Labirinto de espelhos – Pág.39

O Relógio de Kairos – Pág.56

O Prisioneiro do espelho – Pág.74

As 15 dimensões – Pág.91

As Mil Palavras – pág.102

Ampulheta da Mentira – Pág.115

Mosaico dimensional – Pág.125

Simetric Mirror – Pág.135

A Sombra de Deus – Pág.125

Appendix – Pág.166


I

Reflexos no espelho

"Ah Gatinho, como seria lindo se a gente pudesse atravessar a o

espelho o entrar na casa do espelho! Tenho certeza de que lá existem

coisas tão maravilhosas, coisas tão belas, vamos fazer de conta que

existe uma maneira de atravessar o vidro do espelho, que há uma

forma de a gente passar por ele, gatinho!"

Lewis Carroll - Alice no país do espelho

Setor 25, algum lugar da floresta Amazônia, 2058

A formação das máquinas pareciam mais remeter aos clássicos filmes

de ficção científica. Todavia naquele intricado lugar cujo fuso não

tinha qualquer importância, aqueles equipamentos que ligados 7 dias

por semana fomentavam dados de uma espécie de acelerador de

partículas, na realidade um experimento realizado sob rígido código

moral após o incidente com um cientista aclamado, chamado Leonnel

Lennox que ao ficar preso numa espécie de bolha temporal ficou

mundialmente conhecido como um dos primeiros a tornar praticável a

ciência do Tempo não climático. Nas entranhas da floresta amazônica

aproximado as divisas do Pará onde um dia houvera uma tribo

indígena, mas cujo tempo atual era desconhecido assim como a

precisão do lugar longe dos olhos curiosos e da espionagem daqueles

que de ética e moralidade nada tinham. O Chamado projeto Mirror era

porém muito mais que um mero acelerador de partículas em menor

escala, mas pesquisava a natureza intrínseca e até então invisível do

tempo com toda imparcialidade e objetividade de íntegros homens da

verdadeira ciência cuja revolução disto na realidade estava apenas no

começo. Não parecia, mas mais uma vezes aqueles nobres homens

viravam madrugada a dentro interpretando dados colhidos para

decifrarem mais um mistério entre as pás espelhadas do centro

nervoso daquele maquinário construído em associação com os

japoneses e chineses, e impressionado ficavam com tal equipamento

que era apenas para curvar e romper apenas uma fração de tempo, pois


para o tempo tamanho não tinha a menor importância tornando vívida

a antiga filosofia dos chineses.

Quem pode derrubar a barreira da singularidade? A fronteira

entre o finito e o infinito! Aquelas pás que formavam uma espécie de

monólito móvel giravam sobrepondo um tipo de giroscópio com a

finalidade de não curvar a luz mas como um manto de invisibilidade

diminuir o tempo e consequentemente a visualização da luz até torna-

lo invisível. Naquele momento um cientista militar de jaleco branco

cujo crachá descrevia seu nome, Norson Gresno viu um gato malhado

se acometer correndo em direção aquelas pás espelhadas. Ele

levantou-se da cadeira e correu até ele e disse.

- Heinsenberg, onde pensa que vai agora?

- Talvez ele não queira ir a lugar algum, mas à algum tempo –

respondeu outro homem ao lado que se chamava Enzo Fox. – Talvez

nosso amigo seja o primeiro temponauta potencial a se candidatar.

- Ainda não conseguimos transpassar nem uma moeda, não

podemos pensar em enviar um ser vivo. – respondeu Norson.

- A relativística comum de Einstein ainda se faz presente. Mas

teoricamente se conseguirmos ultrapassar a velocidade da luz, se

atingirá o passado e a onipresença duma velocidade absoluta não tem

a menor importância, pois mesmo o menor ganha massa exponencial.

– disse Enzo com um sorriso enquanto Norson carregava o gato nos

braços que passava sua cabeça carinhosamente no pulso.

- Levou-se décadas para que a famigerada sonda Voyager

romper os limites do sistema solar a comprovar o quão patética é a

viagem pelo espaço, a demanda de energia e o desperdício de tempo a

tornam inviáveis o torna necessária a criação de uma tecnologia e

ciência que suplante as limitações do espaço relativístico, é nisso que

trabalhamos. Não se pode romper o tempo pensando espacialmente,

tem que compreender o universo com múltiplas dimensões.

- Concordo, mas o fato não é que aceleramos algo com esse

maquinário, mas procuramos diminuir a intensidade do tempo até

sermos possíveis rompe-lo. – completou Enzo – se conseguirmos isso

com informações quânticas e macro então... – disse ele olhando para o


monitor do computador que dizia: “Direto do outro lado do espelho,

do futuro, 17:37.25 ao seu presente. – Podemos fazer o teste com a

moeda, se os cálculos estiverem certos, a curva da singularidade não o

tornará necessário. – disse ele rindo.

- Conseguimos ultrapassar o laço temporal fechado de alguns

milésimos de segundo, a 23 e 27 minutos, mas temos que conseguir

enviar agora a moeda. Pois na realidade acho que apenas ela vibrou

temporalmente no futuro. – disse Norson colocando o gato dentro de

um quarto ao lado de mais dois gatos e fechando a porta e continuou

dizendo – Temo que tal tecnologia caia nas mãos dos maus, eles

poderiam mudar a história, criar uma nova maneira de aterrorizar

literalmente destruindo a verdade e as provas dela.

- Não temo voltar ao passado, mas o passado voltar a nós –

completou Enzo digitando algo no computador. - Preparado para

iniciar o procedimento?

- Sim – respondeu Norson sentando-se na cadeira – pelos

meus cálculos dará certo, as ressonâncias temporais amplificariam,

mas o conversor de forma impedirá que vare ecoando também no

futuro. Vamos conter o principio da incerteza a nível macro.

- Câmeras filmando? Temos que documentar e registrar tudo

realizado aqui neste momento.

- Tudo organizado. Sigamos em frente. – respondeu ele

apertando uma tecla que iniciou um movimento mais acelerado das

pás e do giroscópio tendo a moeda no meio. 500 Cruzeiros.

Havia um rádio ligado naquele espaço ecoando músicas da

década de 10 baixinho e agora visivelmente entrecortado pelo

zumbido do movimento daquele maquinário, enquanto Enzo fixava-se

na tela de modo compenetrado e Norson virou-se a contemplar a

moeda que a medida em que a velocidade do maquinário aumentava

parecia vibrar sensivelmente notado pelos sensores, e a velocidade

aumentou de modo que os reflexos da sala se tornavam difusos e

indistinguíveis até que começaram a notar leituras de tempo

diferenciando-se do tempo comum ao lugar e naquele momento um

laser fora ligado para medições mais precisas do mesmo.


- Incrível, veja isto – disse Norson olhando para o objeto –

Consigo ver o raio de luz se movimentando. Acho que criamos uma

bolha temporal como a enfrentada por Lennox e igual a de décadas

atrás pelos japoneses e seu manto de invisibilidade.

Enzo virou-se e viu aquela imagem quando notou que a

moeda parecia oscilar entre desaparecer e aparecer de modo cada vez

mais veloz e na tela surgiu a mensagem: redução de tempo estimado a

10% e diminuindo até que ao tocar o zero % a moeda sumiu da visão

deles, pois haviam alcançado a invisibilidade por um campo temporal

que anulava o tempo da luz e assim consequentemente sua visão.

- A moeda ainda está aqui, os sensores registram. – disse Enzo

– porém, a evolução de tempo lá dentro é ainda de 15% como uma

bolha realmente.

- Vamos então ativar a fórmula padrão das ressonâncias e a

chave secreta do tempo. – respondeu e assim Enzo fez ativando outro

estágio do procedimento que agora lançou um eco surdo a seus

ouvidos.

- Curvamos a singularidade, perdemos o sinal da moeda! –

disse Enzo entusiasmado.

- Finalizar procedimento! – disse Norson fazendo Enzo teclar

algo que fez as pás diminuírem a velocidade tornando novamente

visível o interior das pás.

- O tempo não volta atrás, mas podemos criar ondulações no

sentido oposto a linearidade. A função de onda correta onde o fluxo de

previsibilidade fluídica parece indicar.

Aquelas pás na realidade não eram espelhos comuns, mais era

um intricado óptico que refletia as luzes como um tipo de nano

câmeras podendo potencializa-los ou direciona-los em similaridade as

camuflagens dos japoneses da década 10 que aparentemente zerava o

tempo, o que dava nome ao projeto Mirror, porém, ao contrário de tal

manto de invisibilidade, este conseguia literalmente rompe-lo, não


meramente zera-lo ao espectador externo, por um tipo de vibração que

curvava a singularidade que quando direcionada poderia indicar o

transladado a um ponto do tempo futuro ou passado mediante os

cálculos da Relatividade Ressoante Ondular numa onda “negativa” a

romper a onda temporal presente. Quando as pás cessaram o

movimento, os dois levantaram-se correndo e foram até o centro para

constatar com seus próprios olhos o milagre científico como dois

Tomés da ciência, pois acreditava-se que o futuro é uma presa que

jamais se alcança. Milagre é o impossível realizado.

- Hoje é um dia para se comemorar! – exclamou Enzo. –

Conseguimos transportar o primeiro objeto macro temporalmente!

- Ainda não completamos Enzo. – disse Norson contendo seu

entusiasmo. – Amanhã as 17:37 descobriremos se a moeda de fato

viajou no tempo ou fora simplesmente desintegrada. Nosso cérebro é

um espelho que assim como reflete apenas o que está a nossa frente,

podemos nos enganar pois a realidade ante isso pode se mesclar com a

ilusão óptica, pois a mesma luz que revela pode iludir nossos olhos e

percepções.

- Não vou conseguir dormir hoje. – completou Enzo.

Haviam mais homens trabalhando no lugar para o

monitoramento e manutenção daquele maquinário, de modo que

mesmo que a liderança do projeto fosse dormir o projeto continuava

em andamento constante no que os membros costumavam chamar

carinhosamente de “funcionamento por 25 horas por dia” como

brincadeira de que ao modificar o tempo eles poderia ganhar uma hora

a mais no dia. Norson e Enzo finalizaram o procedimento e os demais

membros tomaram seu lugar para capitalizar os dados do experimento

realizado no dia, todos com largos sorrisos após abrir um champagne

para comemorar sob aplausos o feito histórico que mau esperava para

poder divulgar no que o projeto ainda era secreto. Após a

comemoração Norson se retirou indo ao estacionamento, dando lugar

as luzes do laboratório carinhosamente chamado por ele de “Garagem

do Tempo” para pegar seu carro e ir para os dormitórios a dois


quilômetros dali, na mesma base. Naturalmente que o apelido era uma

brincadeira com o fato de que os procedimentos criavam ecos

temporais que alguns chamavam de dragões do tempo de modo que os

levavam a conceber aquilo pelo engano inicial a “caçar dragões na

garagem” que naturalmente na realidade não eram dragões, mas

ilusões temporais.

Na física espacial o menor não interage com o maior tornando

inviável uma teoria unificada que junte mecânica quântica com a

relatividade de Einstein, mas ante o tempo da Relatividade Ressoante

Ondular o mero principio da incerteza pode criar uma fissão síncrona

sem aparente relação a exemplo do efeito borboleta ao de

entrelaçamento quântico tornando a mecânica quântica essencial tanto

filosófica quanto unificativa ao provar a sincronidade temporal. Por

séculos o homem ocidental olhou certo para a direção errada, o espaço

ao invés do tempo.

Norson, porém, agora via os vibrantes ruídos de comemoração

ante o zumbido do maquinário dar lugar ao silêncio da madrugada e

um vento cortante que irrompia do sul sobre seu rosto enquanto abria

seu carro mas ouviu algo do outro lado em meio a umas arvores

nativas da floresta amazônica.

Norson parou de se mover ficou olhando gelado para a direção

de onde veio o ruído quando notou um vulto a se mover dele em sua

direção. A silhueta gradualmente tomou forma e viu-se um menino

vestindo apenas uma tanga e com um pássaro no ombro, um índio.

Apesar do lugar da base ser cercado e impenetrável sem a vigilância

da segurança sem autorização Norson ficou perplexo quando o

menino olhou para ele não menos confuso, mas sorriu para ele.

Norson então deu a volta para o outro lado do carro enquanto

gritou “heim”, mas o menino desapareceu ao correr para dentro da

floresta dando uns risinhos. Imediatamente, ele pegou o telefone e

ligou para a segurança do lugar relatando o caso, dizendo que

aparentemente um índio havia quebrado a segurança do lugar, mas os

mesmos disseram não ter registrado quaisquer movimentos ou entrada

não autorizada e muito menos de quaisquer índios que não existiam

naquela região num raio de 400 quilômetros. Perplexo, Norson pegou


se carro e foi dormir, porém, ante os acontecimentos a expectativa era

grande de modo que não conseguiu nada além de cochilar.

No dia seguinte ao entrar na “Garagem do Tempo” seu

inusitado encontro já era conhecido entre todos os membros que

viraram motivo de brincadeira entre eles e mesmo Enzo que lhe disse.

- Então Jim Morrison, abriu as janelas da percepção e agora

fala com espíritos de índios?

- Construa e eles virão. – ironizou Jordana Miller, uma bela

cientista morena se referindo a um antigo filme com Kevin Coster.

- Sem essa, vamos ao trabalho, pode ter sido cansaço. Restam

6:25 minutos para encontrarmos a moeda, ou...

- Ou se parou no passado alguém vai ficar mais rico 500

cruzeiros. – disse Enzo. – Aquela moeda é de minha coleção, cara.

Não quero perde-la.

Norson Gresno sentou-se e viu o relatório da conclusão dos

dados catalogados na madrugada pelos membros do projeto, e

realmente a moeda havia rompido o tempo conhecido por um sutil

rastro deixado por um tipo incomum de partículas que surgiam apenas

na curva de singularidade temporal. Jordana, Enzo e ele então fora até

um recinto para numa reunião discutir sobre o feito o que deveria ser

feito a frente, e lá passaram as próximas horas discutindo em vídeo

conferência com os mentores do projeto e patrocinadores sobre os

primeiros frutos práticos da teoria Ressoante Ondular. Até que a hora

em que a moeda deveria aparecer, no futuro, pois sabidamente não

queriam ser surpreendidos com sua aparição no passado a sujeita-los a

paradoxos temporais que ainda não estava preparados para lidar, e

saíram do lugar até o centro nervoso do projeto quando alguns

cientistas já se aglomeravam de braços cruzados aguardando o

surgimento da moeda.

- Podemos usar o gato como primeiro ser vivo transladado

temporalmente. – sugeriu Jordana ao sair do lugar ao lado de Enzo e

Norson enquanto caminhavam ao centro do procedimento.


- Não quero arriscar meu gato! – disse Norson contrariado.

- Vamos lá, não há qualquer indicio da menor modificação

molecular ou nas partículas com a translocação. Isso não é como um

teletransporte que desmonta um ser em partículas para replica-lo

noutro canto.

- Eu sei. Mas por enquanto não. – respondeu insistindo –

Quanto tempo resta?

- Exatos, 4 minutos e 17 segundos. – respondeu Enzo.

- Esse será o primeiro procedimento quadridimensional

humano bem sucedido. – respondeu Norson parando diante dos

espelhos ao lado dos demais homens quando repentinamente todos

tiveram uma sensação estranha.

- Sentiram isso? – disse Enzo.

- Talvez seja o rompimento do tempo, a náuseas fora sentia

antes. – respondeu Jordana.

- Senhor – disse outro homem os interrompendo – notamos

discrepâncias temporais no recinto isso parece ter varado energia

literalmente do nada.

- Pode ser energia que escoou do passado, quando enviamos a

moeda, mas cada ela? – disse Norson quando uma contagem

regressiva começou com uma voz no computador: 7, 6, 5, 4, 3, 2, 1...

Naquele instante para a angústia de todos presentes diante de

um cinegrafista que monitorava tudo nada surgiu fazendo todos

olharem para os relógios a notarem que haviam se passado segundos e

depois minutos da contagem sem nada acontecer dando lugar a alguns

murmúrios quando um zumbido ecoou e repentinamente a moeda

surgiu diante deles no centro dos espelhos e alguns surpreendidos

viraram-se, enquanto todos começaram a aplaudir entusiasmadamente.

Norson sorriu de lado a lado quando Enzo jogou-se sobre ele

o abraçando e em seguida Jordana com um sorriso vindo

cumprimenta-lo pelo sucesso do experimento realizado. Alguns flashs

de fotos aconteceram por fotógrafos militares e em seguida mais

aplausos quando Norson subiu ao centro dos espelhos e se abaixo para

pegar a moeda que porém, havia aparecido uns centímetros acima do


lugar anterior e caiu girando no ar como se alguém tivesse tirando a

sorte e assim disse com a moeda nas mãos.

- Deus não joga dados, mas moedas!

Todos riram no lugar, eles conseguiram vencer o tempo e

entraram para história. Todavia aquilo era apenas o começo, e mal

sabiam eles do extenso trabalho que tinham de realizar e o que

encontrariam a frente pois em poucos dias agora enviariam uma

cobaia viva através dos tempos.

Naturalmente que todos já preparavam os resultados do

projeto a serem publicados por jornalistas que aguardavam

ansiosamente pela notícia sem saberem que haviam alguns

interessados obscuros no que lá era realizado, e assim quando o dia do

procedimento com o gato, Norson resolveu antes enviar uma planta

para se assegurar da integridade biológica de tal translocação, o que

obteve sucesso mesmo que ainda a precisão da projeção de tais

lançamentos no futuro fosse ainda incertas por motivos que não

conheciam. Assim ainda um pouco relutante Norson pegou seu gato e

com ele em seus braços diante dos olhos dos cientistas seguiu para a

rampa das pás espelhadas quando viu seu reflexo nos espelhos delas

com seu gato nos braços, levando ele a divagar sobre concepções do

gato de Schrödinger, em que poderia estar morto numa outra

dimensão ao mesmo tempo em que estaria simultaneamente ali.

Porém, ele acariciou seu amigo que ronronava sem saber o que

acontecia, Norson então lhe acariciando disse. Mas pensou consigo

mesmo que reflexos não se traem, e só se beijam na boca.

- Preparado para atravessar o espelho?

- Tenha cuidado com as laminas espelhadas, não sou

supersticioso mais dizem que quebrar espelhos dá sete anos de azar. –

disse Enzo ao vê-lo quase tocar uma das lâminas reflexivas.

Então recuou enquanto seu amigo sentado lambia sua pata

esquerda respirando tranquilamente e acenou para Jordana iniciar o


procedimento, e assim o fez a contemplar o bichano dentro de uma

gaiola, agora um pouco assustado com o zumbido e o movimento das

pás e do giroscópio.

- 10 segundos para a desaceleração total do tempo em

cronobolha. – disse Enzo e então o laser fora ligado mostrando o

trajeto da luz lentamente tocando as pás e se misturando em infinitos

reflexos entre si. – 4 segundos, 3, 2, 1.

A luz parou diante de seus olhos e em seguida a gaiola sumiu

levando Norson olhar para a tela para ver se havia sinal dela lá dentro,

e ainda estava presente, mas em seguida todo sinal desapareceu dos

sensores.

- Lançado a 6 minutos a frente no tempo, senhor. – disse

Enzo.

- Certo, desligue o maquinário!

Imediatamente assim o fizeram, e em poucos minutos não

havia mais quaisquer movimentos no interior do maquinário levanto

todos nos segundos seguintes ao um tenebroso silêncio de espera,

naquele momento, porém, a música que tocava no rádio sofreu uma

interferência na transmissão fazendo aparentemente transmissões de

rádio se sobreporem e em seguida ao se misturarem a anterior

desaparecer levando eles a ouvirem uma música inusitada em inglês.

Todos olharam para os lados quando ouviram o que parecia

nitidamente ser a voz de Elvis Presley, porém, numa música nunca

ouvida por eles que dizia do inglês para o português.

Garoto Temporal

Com um surto de ideias, num gênio

assim surgiu ele, como um temporal no universo

onde cada goteira, um conhecimento, oh temporal boy!

Rompe o tempo, mas nada corroí

Ferdinando, Rupert, são seus nomes.


Mas são somente um o garoto temporal...

A música então cessou e em seguida veio um locutor falando.

- Vocês ouviram Elvis Presley e Temporal Boy e

anteriormente Foo Fighters com Wainting For you, direto do túnel do

tempo, dos anos 2000.

Enzo perplexo olhou para o computador e notou que haviam

leituras que vararam com a abertura do romper temporal, mas desta

vezes não apenas energia, mas frequências de rádio. Porém, ainda

perplexo não compreendia uma vez que o mesmo havia sido

direcionado apenas a seis minutos no futuro, quando repentinamente o

rádio chiou e voltou a programação atual, com músicas de sua época.

- O que me deixa mais perplexa, Norson, não é que seja

doutro tempo, mas não existe nenhuma música chamada Temporal

Boy de Elvis. – disse Jordana Miller.

- Restam apenas seis segundos. – disse Norson

interrompendo-a e olhando para o centro do lugar.

Todavia o tempo zerou e nada aconteceu. Porém, ainda

esperando dada a imprecisão passou-se um minuto e depois mais seis

e nenhum sinal do gato aconteceu. Agora todos no recinto estavam

assustados, o gato havia desaparecido sem quaisquer rastros levando

Norson confirmar os dados colhidos para compreender se realmente

havia transladado temporalmente e confirmado pelos sensores e por

Enzo.

Agora todos presentes se retiravam que após os sucessos

realizados eles havia malogrado alguma falha que ainda

desconheceram de modo que os minutos sucederam horas e ainda

eventualmente Norson olhava para o centro das pás na esperança de

encontrar seu amigo peludo sem sucesso. Eles sentaram-se a rever

toda equação e cálculos precedentes a direcionalização da

singularidade de modo que notaram que haviam errado na


direcionalidade espaço e temporal dela. Falha de Enzo, mas que ao

rever os números não conseguiam compreender onde aquilo levava,

ou a que tempo.

- Deveria ter aparecido ainda assim um eco dele. – disse Enzo

envergonhado por sua falha.

- Pensei que você tivesse revisto os cálculos! Não temos

margem para falhas nisso! – disse Norson severamente.

O sol se pôs e agora era madrugada, e Jordana se retirou para

seus aposentos e em seguida Norson, que angustiado temia ter perdido

seu gato, ele reviu os cálculos e acreditavam que levasse a uns

sessenta anos no futuro mas em lugar impreciso, porém, ao constatar

que o sinal do felino parecia intacto pelos segundos consecutivos a

transladação, Norson resolveu ao notar-se sozinho enfrentar o risco de

se transladar sozinho ao mesmo ponto dele, ainda que por um tipo de

corda amarrada por um estabilizador quântico acreditasse poder

retornar ao seu ponto de inicio.

O rádio tocava baixo no lugar, uma música justamente do Foo

Fighter, Wainting For You e em seguida uma antiga música nacional,

‘Segredos’, de Frejat. Quer fosse coincidência aquilo ou não, Norson

inerte em dúvidas amarrou-se a corda como quem fosse sua última

esperança e adentrou o centro das pás quando programou o

mecanismo para se ativar automaticamente em 40 segundos. Antes ele

fechou as portas para que nenhum outro dos cientistas adentrasse

quando um destes notou pela janela da porta o bloqueio e contemplou

Norson em meio as pás já em movimento, o fazendo soar o alarme,

mas era tarde, o surto de Norson naquele dia mudaria tudo sem

conceber a importância de seu ato, quando o tempo chegou a zero dois

cientistas se amontoava pela janela procurando ver o que já havia

desaparecido, Norson fora tentado a atravessar o espelho como Alice.

Norsou viu-se em meio a um turbilhão de sensações onde o

espaço daquele lugar deu vazão a uma sensação de quem flutua-se e

pudesse contemplar o espaço de fora dele e então uma tonteira lhe

sobreveio e um zumbido deu lugar a um lugar aparentemente vazio


quando ele tocou o chão gramado de algum ponto do espaço e tempo

desconhecido a ele. Sua visão se escureceu quando ele olhou para o

lado e viu a gaiola onde estava seu gato Heinseberg aberta sem ele

dentro e então caiu desmaiado com tudo a seu redor apagado.

Quando acordou viu pés a sua frente, calçados com tênis

diferentes de tudo que tinha visto ele virou-se para cima com o rosto

que havia sido molhado por aquele homem que sorria para ele e em

seguida deu-lhe as costas acenando para segui-lo e indo até uma porta

numa edificação toda branca com janelas espelhadas encima.

Levantou-se ainda tonto e recobrando suas forças quando viu

a porta fechar-se e dando tempo apenas para ele dizer.

- Heim, não me deixe aqui, onde estou?

Norson olhou ao redor e viu uma bela praia a do outro lado

edificações de enormes prédios espelhados ante um céu dourado. Ele

coçou a testa e quase trocou as pernas, mas seguiu em direção a porta.

Caminhou lentamente passo a passo até que a porta abriu-se sozinha

diante dele e então a entrou e quando entrou haviam dezenas de

pessoas sorrindo cordialmente e que em seguida aplaudiram quando

ele disse novamente: Onde estou?

As pessoas sorriam da pergunta dele e comentavam, quando

todos em uni coro "O primeiro elo! O Primeiro elo!" O homem que

havia lhe acordado então se dirigiu em sua direção com um sorriso e

colocando a mão em seu braço e disse enquanto uma mulher loira e

branca segurava seu gato nos braços.

- A pergunta certa não é onde, mas quando. Você está a exatos

72 anos 4 meses, 17 dias e 7 horas no futuro. Esperamos ansiosos por

esse encontro.

- Mas o que está acontecendo? Porque estão falando isso? –

perguntou Norson perplexo.

- Você criou o primeiro paradoxo, agora vamos retribuir a

visita.


O gato fora solto vindo na direção dele, não menos atordoado,

mas o reconhecendo roçou em suas pernas carinhosamente quando ele

virando-se notou que a corda estava rompida. Ele a pegou e em

seguida abaixo-se para pegar o gato quando disse.

- O que faço agora?

- Você retornará ao seu tempo. Até.

- Mas como...

Antes mesmo que completasse sua pergunta a mesma

sensação lhe tomou fazendo o espaço daquele lugar desaparecer diante

de seus olhos fazendo-o se indagar se aquilo era real ou uma

experiência de post-mortem quando quase soltou seu gato ao sentir as

náuseas e aparecer novamente no lugar de onde veio e quase

desmaiando novamente deixando seu gato escapar dos braços quando

viu o recinto repleto de seus membros e amigos. Tonto, ele viu um

coronel responsável pela segurança do lugar olhando-o

apreensivamente quando Enzo seguiu em sua direção em olhar de

reprovação e disse num misto de alivio e decepção.

- Graças a Deus você está vivo! Nunca mais faça uma loucura

destas!

Do outro lado Jordana, pegou o gato que fora em sua direção e

o segurou em seus braços olhando-o nos olhos para ver se estava tudo

bem com ele. Todavia o surto de Norson havia sido um sucesso de

modo que as pessoas ao redor não sabiam se aplaudiam ou falavam

mal de sua atitude verdadeiramente sem responsabilidade.

- Quanto tempo fiquei fora? – indagou Norson. - Como me

trouxeram novamente?

- Sete horas e 12 minutos – Enzo escorando ele nos braços e

olhando para o relógio. – Você nos deixou muito assustados e

sinceramente não sabemos como você retornou.


Norsou virou-se e viu a porta aberta a força por seus amigos

de trabalho e ainda tonto parecia se indagar se aquilo tudo ainda era

real ou não.

- O que você viu? Onde esteve afinal? – perguntou Enzo

legitimamente curioso quando foram interrompidos pelo coronel.

- O trabalho aqui realizado em conjunto com militares

brasileiros é sem boçalidades e obscenidades amorais, temos regras

rígidas para serem seguidas sem quaisquer exceções. – disse o homem

de modo severo.

- Ele tinha perfeito entendimento do que fazia. – respondeu

Enzo tentando defende-lo – Somente quem desacata ordens pode

conceber o verdadeiro heroísmo.

O Coronel olhou severo para os dois em tom de reprovação,

todavia cruzou os braços, pois ainda que aquele ato fosse uma infração

de segurança Norson tinha o mérito por tudo antes desenvolvido e

criado, afinal o gênio não é somente quem contempla o futuro, mas

influência a cria-lo. Jordana então com seu gato fora em sua direção

quando sorriu dizendo.

- Finalmente! A teoria final do universo implicará o fim da

idade moderna a idade da singularidade. Quem diria o Theorema de

incompletude de Gödel se aplica a singularidade, o tempo e números

virtuais não são tão virtuais!

- Alcançamos as leis do impossível! – disse Enzo quando um

cientista sorriu. - Dimensões infinitas e espaciais, o que mais podemos

encontrar?

- Não somos um sonho do Rei Vermelho – completou Norson

ironicamente se referindo a Alice no país do espelho ainda que

intimamente tivesse dúvidas disso, naquele momento.

Ao passar o frisson proporcionado pelo ato de Norson que

beirava a insanidade e o heroísmo, ele passou por exames médicos

assim como seu gato para verificarem a integridade física e mental


deles. A bateria de exames durou horas por todo tipo de equipamento

de ressonância magnética a testes de sangue para certificar-se de que

não havia nada errado com eles tirando a tontura súbita. Jordana e

Enzo estavam presentes anotando o que Norson dizia sobre o

ocorrido, quando um homem de jaleco de braços cruzados lhe disse.

- Você teve uma alucinação até que se prove o contrário,

enviaremos assim que preparados equipamentos de filmagem. Ao

receber alta da enfermaria você estará em confinamento. Ordens do

coronel. Pior que isso somente vazamentos de informação.

- Agora minha credibilidade está sendo julgada? – retrucou

Norson.

- Apenas seguimos regras e o ockanismo, critério defendido

por você mesmo. O estado de confusão mental criado pela viagem

poderia perfeitamente criar alucinações. No mais a confiança é uma

promessa feita a fidelidade de modo onipresente, algo que você não

cumpriu perfeitamente.

O homem então se retirou do recinto com uma prancheta e

seguia a porta sob os olhares silenciosos de Jordana e Enzo e então

seguiram com Norson.

- A curvatura do tempo comprova a multiplicidade ressoante

de dimensões, e pude ver com os próprios olhos, não vemos o futuro,

pois está do outro lado desse horizonte. – disse Norson.

- Mas porque não lhe deram mais informações? – perguntou

Jordana.

- Talvez para não comprometer a linha do tempo gerando

ressonâncias a outras direções temporais. – completou Enzo tendo o

aceno positivo de Norson.

- Mas eles falaram que nos visitariam, disse algo sobre o

primeiro “elo”. Ainda estou um pouco tonto de tal viagem.

- Como é a sensação? – indagou Jordana.

- A sensação de se romper o tempo é de que o chão some sob

seus pés e o espaço te deixa e assim como se ficasse a flutuar num


espaço entre o espaço como ao tempo a contempla-lo de fora dele e do

espaço num turbilhão de partículas que borbulham e formigam por

todo seu corpo fazendo parecer minhas veias a emanar brilhos de

pontos por todos meus membros e tudo o quanto pensasse em fazer

ecoasse como numa cronofania.

- Acho que presenciamos um milagre exemplificativo a

ciência. – completou Enzo.

- De modo que Deus se tornará objeto da ciência não

exclusivo da religião como já dizia Amit Goswami. – disse Jordana.

- Porém, fiz algo que não deveria ter feito – disse Norson. –

Por impulso. Pense o que isso acarretaria se feito de modo tão amoral,

como os mesmos erros dos católicos no passado mas com proporções

inimagináveis.

- Se culpa a religião pelos erros de homens no passado assim

como aos católicos, deveríamos proibir o ocultismo por causa de

Hitler e o seu nazismo. – completou Jordana.

- Mas vamos nos focar no milagre daqui que excede qualquer

crença. – disse Enzo - Existem dois tipos de milagres, o probabilístico

mais comum, porém explicável normalmente pela sorte por ser tido

por aleatório e assim sem propósito, e por fim o sobrenatural, aquele

que ao menos parece contrariar as leis naturais de forma não

explicável, esse muito incomum. Mas esse tem implicações

determinísticas a própria concepção de destino. Talvez o que tenha

visto no passado se justifique. Certa vez o futuro me visitou. Vi luzes

nos céus e elas me trouxeram fé e esperança no impossível, pois eram

impossíveis.

- Mas o coronel está certo, deveras conceber a regra, ética,

moral e honestidade ao valer de tudo, pois pode fazer o mal para

alcançar a bondade? – completou Norson reconhecendo sua falha. –

Isso não fora muito honrado, afinal não existe moralidade sem

honradez.

- Crer é mais fácil que praticar. – respondeu Enzo rindo. –

Porém aqui não é mera crença. O dia em que ver pessoas voando em

vassouras acreditarei em bruxaria empírica. Caso contrário separo eu

ciência de religião, límpido como o certo e o errado.


Norson, porém, estava exausto e deitou-se quando seus

companheiros de projeto resolveram irem embora para suas tarefas

afinal tinham muitos dados a capitalizarem sob o feito proibitivo de

Norson. Ele por sua vez colocou os braços por de trás da cabeça e

olhou para o teto da enfermaria procurando compreender o que

acontecera em vão, e lá permaneceu por mais um dia até que fora

liberado a ficar confinado em seus aposentos a alguns quilômetros

adentro daquela base militar brasileira secreta, e lá permaneceu apenas

acompanhando remotamente por eventuais visitas de Enzo ou Jordana

ao seu quarto. Quatro dias se passaram e Norson se indagava consigo

mesmo se de fato havia presenciado o que presenciou, todavia o fato

de trazer de volta seu gato implicava numa prova material bastante

palpável para um estudo aplicado realmente imparcial, mas ainda

assim as perguntas não cessavam uma vez que a dita visita daqueles

homens do futuro não foram retribuídas. Talvez fosse um teste e

aquilo consumia Norson o fazendo as vezes ficar horas andando pelo

quarto a espera de que suas respostas batessem as portas. Ele não

estava excluído discriminatoriamente do Projeto, mas por regras que

ele mesmo ajudou a estipular a fim de proteger qualquer eventual

problema. Ele bateu cabeça na parede após largar seu gato na cama

como se castigando pelo ato impulsivo que como uma criança não

resistiu atravessar a porta antes do tempo estipulado, fora naquele

momento que ele ouviu vozes do lado de fora de seu quarto protegido

por dois militares para que ele não saísse.

Norson abriu a brecha da cortina da janela ao ouvir as vozes,

mas para sua surpresa não viu sinal dos guardas. Norson então abriu a

porta lentamente e colocando a cabeça para fora olhou para os lados

quando ao virar-se para o lado oposto viu dois homens vestindo preto

e sérios olhando para ele. De supetão Norson quase pulou para trás e

confuso com a repentina aparição instintivamente ele perguntou.

- Onde estão os soldados? Quem são vocês?

- Digamos que os protetores das leis e regras foram tirar um

cochilo. – disse um homem branco com um sorriso no rosto.


- Podemos entrar? – perguntou o outro.

Por uns instantes Norson hesitou e olhou para os lados como

quem estivesse sem jeito antes de responder perguntando novamente.

- Quem são vocês, como entraram aqui?

- Para seu tempo, quem somos não é importante, mas somos

as respostas que procura. Você deu o primeiro passo e nós estamos

dado o segundo.

Ao ouvir aquilo Norson cerrou a visão e compreendeu ainda

que relutante em acreditar que aqueles fossem realmente visitantes de

outro tempo. Ele recuou e abriu a porta para eles entrarem e um deles

antes de fechar a porta olhou para trás ao redor e em seguida para algo

em seu pulso coberto pela roupa, algo que emitia sinais brilhosos. O

homem sorriu e disse para seu companheiro ao colocar o dedo no

ouvido.

- Temos 15 minutos e 46 segundos antes de virem aqui.

- As câmeras estão desligadas? Não podemos ser visto nesse

momento.

O companheiro acenou positivamente com a cabeça e ele

olhou novamente para o que tinha no pulso dizendo.

- Enviamos um sinal anulador de frequência eletrônica. – disse

e então olhou para Norson e disse diretamente a ele – Não lhe viemos

antes, pois você estava sendo monitorado e infelizmente mesmo nesta

base não há gente confiável.

- Mas quais provas que vocês tem que são realmente viajantes

do tempo? – indagou Norson.

Naquele momento um dos homens tirou um aparelho de

dentro da jaqueta e o acendeu abrindo uma imagem holográfica


saltando sobre ele. A imagem que apareceu era de um senhor de idade

avançada e o homem disse.

- Esse é você daqui exatos 46 anos.

Norson ao ver aquela tecnologia inquestionável sentou-se

como se tivesse tentando se recobrar do impacto da revelação e então

contemplou os dois homens diante dele sentado na cama, certamente

ele teria de rever muitos conceitos comuns e paradigmas lineares a ele

assim como ao mundo.


II

O Protocolo Zero

"Porque agora vemos por espelho em enigma, mas então veremos

face a face."

I coríntios 13.12

Concepção do termo ciência nutre-se literalmente do

conhecimento, ao mencionarmos termos ciência de algo isto

implica em conhecer, estar ciente, todavia ainda que um corpo

científico seja descrito como uma sucessão de procedimentos para a

capitalização deste conhecimento a exemplo do ockanismo e

empirismo nota-se que a ciência nunca será sinônimo de verdade, mas

antes um percurso de busca a mesma quando aplicada de modo

integral e imparcial pois aplica-se sobretudo na realidade não

originalmente na causa metafísica da mesma, ainda que os precedentes

comuns remontem os pensadores gregos antigos. O corpo da ciência

está em constante crescimento e mutação, teorias tornam-se leis, e

afirmações caem ainda assim que sendo uma via dupla - a da busca

pelo conhecimento e o de sua aplicação por meio de tecnologias - a

ciência verdadeira e legítima não deve ser moral estritamente na sua

aplicação, mas comprometida na imparcialidade absoluta ainda que

seus postulados nem sempre sejam absolutos como verdades mas a

proposta de aplicação de suas vias de reconhecimento. Concebe-se

porém, que com o abrir das portas de uma nova fronteira que suplanta

do espaço gélido e do vácuo sideral concebe-se que ser ciente ganha

uma conotação maior de ética e percepção, é ser consciente, ter

consciência não somente nas atitudes mas na compreensão que excede

o pensamento linear comum.

- Verdade não é somente o que se afirma, mas o que se prova

em acordo com os fatos e fontes. Afirmar é fácil, o negocio é provar.

O sincero nunca mente mesmo que as vezes se engane. – disse um dos

A


homens a Norson enquanto outro ia a geladeira pegar algo, água para

ele. - A Mentira se sucede, mas a verdade, que é constante, prevalece.

- Fique tranquilo viemos em paz, ainda que não sejamos

alienígenas. – disse o outro esticando o braço com uma garrafa de

água para ele. – Meu nome é Mazzaliel e o dele é Dominic Kaspar.

Viemos do mesmo tempo em que você esteve. - Você é o primeiro de

muitos. Somos resultado do seu êxito no projeto Mirror, pode nos

chamar por viajantes do tempo. Hoje é um dia histórico, o dia do

advento em que contataram o futuro resultante disto. A partir daqui

auxiliaremos a humanidade a seu destino, pois o que fizemos deverá

ser feito agora. Mas antes o que temos a tratar contigo é confidencial.

– completou e tendo o assentimento de Norson.

- O que lhe diremos aqui é confidencial pelos próximos 50

anos, mesmo para a agência temporal do futuro. Seguimos o protocolo

zero de segurança temporal e dimensional e todos os demais 37 não

podem ser quebrados nem mesmo por nós. – falou Dominic sentando-

se ao lado de Norson na cama - Temos que respeitar a linearidade

natural do tempo em tal linha temporal ainda que seguimos uma

linearidade próxima e atemporal. Lembramos que o que você fez

apesar de assimilado corretamente pela linha temporal não é aceitável

as regras rígidas de viagem no tempo do futuro. Porém, dada urgência

do caso abrimos uma exceção por compreender que os ditos

protocolos ainda não foram criados. Temos que seguir regras rígidas,

mas justas, sem qualquer exceção.

Norson acenou apenas positivamente quando os homens

seguiram após se entre olharem, quando seu gato Heinsenberg se

escondeu de baixo da cama assustado.

- Já se olhou no espelho hoje, Norson, como quem examina a

própria consciência? Seu mundo ainda está infestado de injustiças e

ganância, por isso todo cuidado é pouco, entramos aqui sem saberem,

porém, tão logo descobrirão. Bom, inicialmente apenas observávamos

o tempo em todas as suas direções e variáveis, porém, ao

confrontarmos um futuro cataclísmico que acabará com nosso mundo


vimos que as respostas estavam na realidade no passado longínquo

numa teia conspiratória que teve início com nós mesmos, dissidentes,

algo que criou inúmeras variáveis e buscou-se sabotar a nós assim

como esse primeiro contato kairiniano. – Disse Dominic.

- Somos extra conterrâneos, mas ainda assim somos humanos

mesmo com os aprimoramentos genéticos evidentes, e queremos

corrigir o curso da humanidade, o que se tornou quase impossível pois

por uma aplicação quântica ao macro temporal ao ajeitarmos uma

coisa outras duas saem do padrão.

- Isso começa comigo? – perguntou Norson.

- Isso depende do ponto de vista. – falou Mazzaliel – O que

você descobriu é de enorme importância para que se realize.

- Onde começa isso então? – indagou Norson.

- Esqueça a linearidade temporal como a conhecida, pois a

imortalidade do infinito não há inicio ou fim como conhecidos, mas

apenas origem, algo que nossos adversários combatem e para isso

comente todo tipo de injustiça e dolo. São perspectivas, um jogo de

espelhos. Você fora o primeiro e último dos elos simultaneamente. –

respondeu Dominic quando Mazzaliel seguiu. - No Tempo não linear,

o último será o primeiro, e o primeiro o último.

- A verdade é que a realidade em que vivemos em nossa linha

temporal, não é a verdadeira realidade, porém, a mais importante por

criar tantas outras ao tocar no passado distante. Uma charada

Temporal ao longo dos tempos. – disse Dominic e então continuou. –

Porém, agora lhe daremos coordenadas para se aperfeiçoar a máquina,

vocês apenas romperam o tempo, porém, sem isolamento quântico

isso pode criar crepitações e mesmo gerar bósons de Higghs

proibitivos. Você notou aparições atípicas no lugar não?

- Sim, vi um índio que desapareceu tão misteriosamente

quanto apareceu. – respondeu Norson. - O que vi naquela noite fora

coincidência?

- Não confunda coincidência quando são padrões, e padrões

indicam intencionalidade ou alguma lei subentendida. – respondeu

Dominic - O estranho é a verdade do mistério. Isso alguns chegaram

perto da verdade. Alguns chegaram perto da verdade, o que viu fora o


resultado de uma sincronidade temporal provocada pelo rompimento

do tempo cujas ressonâncias ecoam dimensionalmente sem o devido

isolamento quântico o mesmo que ocorre quando mudanças temporais

são feitas numa linha temporal, ela não tem relações de causa e efeito

aparente.

- Jacques Bergier anunciou que "os efeitos duma viagem no

passado se fazem sentir duma maneira síncrona e não causual." – disse

Norson tendo o aceno positivo dos dois homens - Isso é tanto ao

futuro quanto paralelamente no que chamamos por convergências

temporais. Ele compreendia um fluxo de tempo, só não compreendia

que nos estamos na sua ondulação pois esse fluxo é ressoante.

- Viagens sem isolamento quântico provocam esses ecos, é um

principio estipulado quanticamente por Werner Heinsenberg, isso

como já conhecem devido as ressonâncias provocadas nas ondulações

do tempo ao rompe-lo, pois criará novas ondas nele a varar mesmo

dimensões e várias direções. – disse Mazzaliel colocando a mão sobre

o ombro de Dominic quando pegou um papel com números escritos,

eram especificações. – Tome, isso dará mais estabilidade temporal ao

experimentos realizados.

- O espaço dispersa energia, o tempo o multiplica em

ramificações cujas ligações são sutis e por isso mesmo muitas vezes

invisíveis, mas não os resultantes e a prova disso é o efeito borboleta

ante a teoria do caos, disso você tem conhecimento. O caos e o tempo

são íntimos, a menor das variáveis se amplifica inclusive

energeticamente. No experimento com a moeda de 500 cruzeiros

aquilo criou duas variáveis opostas que surgiram apenas porque uma

mesma moeda caiu de lados diferentes, cada lado uma dimensão

inteira surgida dele.

- Não soube, o que acontece na dimensão em que dá ‘cara’?

- Você é expulso do projeto apesar de creditado, porém, um

outro homem inescrupuloso chamado Raphael toma seu lugar e lhe

saqueia e lhe veta qualquer participação do que mesmo criou levando

a antecipação futura do cataclismo. – disse Dominic. – Como se nota

prática da justiça tem íntima implicação síncrona assim como a

verdade.


- Uma moeda não tem valores diferentes a cada lado da

mesma, porém, pode indicar direções de valores elementares

consequentes, pois um mesmo objeto numa posição variável do

espaço altera seu valor ante a relação do tempo. – completou o

companheiro de Dominic.

Norson riu ironicamente daquilo tudo balançando a cabeça

como quem se recusasse a acreditar no que ouvia.

- Então Jesus estava certo sobre o caminho da verdade. –

concluiu ele sorrindo.

- O Cristianismo é um caminho temporal assim como a

verdade, há três dimensões ressonantes em que a religião dominante

no mundo é o paganismo africano e ele se autodestrói em 2011 por

bombas nucleares. – completou Dominic. - Os mentirosos nunca terão

a chave a verdade.

- Vamos em frente Dominic – retrucou Mazzaliel - É muita

informação – continuou tendo o aceno positivo de Norson. – Certo.

Daqui quatro anos você terá domínio pleno não somente do

isolamento quântico como para se obter energia do próprio evento de

singularidade no que chamamos de microfonia temporal.

- A economia segue modelos de inflação como padrões da

natureza do universo, algo que poderia indicar a existência de um

moto perpetuo. – completou Dominic e seguiu - A causalidade do caos

algo que com a ressonância da relatividade ondular ressoante poderia

implicar num percentual probabilístico que se aproxime de Laplace.

Como a Rainha branca que tem memórias em mais de um sentido,

mais vários. – disse ele pegando um livro de Alice através do espelho

que Norson tinha na cabeceira da cama.

- Os padrões de economia sugerem a semelhança de um corpo

vivo, segue padrões caóticos que apenas pode se controlar

parcialmente, o próprio nome sugere um disparate reflexivo de como

alterações de um lado provocam ecos noutro, similarmente é o

multiverso como um jogo de espelhos que os maus tentam dominar,

mas nunca conseguirão plenamente. – Mazzaiel fez uma pausa e


prosseguiu - Ao investigar em paralelo a isto descobrimos padrões em

comuns que se interagem multidimensionalmente a completar fatores

numéricos que torne possível prever o caos e até mesmo direciona-lo,

tal proposição aplicada a economia alterou-a para sempre

transformando o capitalismo numa economia ideológica tornando o

imaterial moeda de troca e assim propulsionando os vetores

exponenciais do aumento de inteligência da população, não obstante

métodos científicos para aprimora-la, o resultado é o fim de uma

economia materialista e consequentemente de toda ganância.

- Mas eu deveria acreditar em vocês só porque mostrou um

holograma bonito de um velho que pode ser qualquer um? – retrucou

Norson relutante.- E porque tem alguns dados uteis ao projeto assim

por sua capacidade singular de entrar em bases militares sem crachá?

Naquele momento Dominic sorriu, respirou fundo e olhou

para Mazzaliel que estendeu o braço a ele revelando no seu pulso um

equipamento.

- Esse equipamento é de isolamento quântico, faz leituras de

todo tipo de discrepância enérgica e temporal. E temos uma foto sua

que provavelmente não se lembra. – disse Mazzaliel e tirou algo do

bolso.

Norson pegou uma foto dele mesmo, mas que nunca havia

visto e então ele continuou.

- Esse é você numa dimensão ressoante. Vive marginalizado e

perseguido, excluído pelo mesmo tipo de gente má de sua dimensão.

Você tem outro nome e perdeu seu gato Heinsenberg e seu irmão

Zoiúdo para uma doença. Nessa dimensão você vive praticamente

marginalizado ainda que consiga enxergar a si mesmo através do

espelho.

- Pode ser um sósia qualquer. – respondeu Norson olhando

compenetrado na foto em suas mãos.


Mazzaliel então se levantou e começou a falar com o aparelho

de seu pulso e uma voz nele meia defasada respondeu algo como

“enviaremos a recriação”.

- Ele está mais relutante que o previsto Mazzaliel. – disse

Dominic – Temos apenas 4 minutos e 25 segundos até virem aqui.

Porém, naquele momento algo surgiu do nada em meio a seu

quarto, uma flor que Norson nunca havia visto antes.

- Isso é mais um truque holográfico? – perguntou Norson.

- Não. Pegue e veja! – disse Mazzaliel e assim fez Norson

notando que tal objeto era verdadeiramente físico e material.

- Nós recriamos as informações quânticas em partículas de

higgs inicialmente virtuais, mas tornando possível simular objetos e

eventos anteriores como uma 'revisão do passado'. Isso que você tem é

uma recriação de uma flor do passado longínquo chamada

popularmente em nosso tempo de ‘flor de mil pétalas’ ou que nosso

mentor Apocon chama de flor de Narciso. Seus chefes e a população

pedirá o mesmo tipo de provas e agora não temos mais tempo a

perder. Sejamos práticos. – disse Dominic agora de modo enfático. –

Isso não é uma fantasia para dissimular uma falsa superioridade, mas

na curvatura de singularidade futura proezas e milagres serão

realizados.

- Isso é a prática efetiva do Filoversismo – disse Norson tendo

o aceno positivo dos dois homens.

Ao ouvir aquilo Norson novamente sentou-se acenando coma

cabeça agora convencido do que diziam era real e ouviu atentamente.

- Agora preste atenção, o dia em que você rompeu o tempo,

dia 25, será considerado no futuro o dia da verdade onde fatos

desconhecidos da humanidade em todos os tempos serão revelados.

Existe um modo mais eficiente de se controlar o destino e o rumo do

tempo, a corda do destino onde independente das variáveis o resultado


alvo é constante. Porém, não temos esse recurso, por isso você tem

que seguir as instruções ditas e a que lhe passaremos nos dias

seguintes para impedir que algo mau acontece em seu tempo. – disse

Dominic - O universo está a procura de equilíbrio e temos nisso tal

força como aliada, porém, a anomalia gerada é não menos forte em

anular. No momento não podemos falar mais, o resultado da pesquisa

e do experimento realizado será divulgado amanhã e nos

apresentaremos ao mundo.

Naquele momento alguém bateu na porta fazendo Dominic se

calar e olhar para o seu pulso e apenas a sussurrar.

- Estranho, 2 segundos antes do previsto.

- Vou relatar essa nuance.- disse Mazzaliel. – Vamos Norson,

abra a porta, é pra você.

- Mas e vocês? – indagou Norson, mas teve apenas um sorriso

seguro como resposta.

Norson levantou-se e foi em direção à porta quando viu o

coronel e um dos soldados diante deles. Norson ficou relutante em

abrir a porta temendo que vissem os homens lá dentro, mas quando o

soldado empurrou a porta mesmo mediante Norson relutante, ele se

virou e viu que não tinha ninguém lá dentro.

- Vimos dois homens que entraram sem permissão aqui, as

câmeras foram desligadas. – disse o Coronel. – você viu alguém?

Aparentemente os soldados ficaram paralisados por longos minutos.

Norson ficou sem saber o que responder com o coronel e o

soldado dentro do quarto olhando tudo a seu entorno. O soldado abriu

a porta do banheiro e não havia ninguém lá dentro, a dupla havia

simplesmente evaporado numa fração de segundo.

O Coronel parou diante dele olhando-o desconfiando em tom

severo e novamente perguntou.


- Você está escondendo alguma coisa?

- Bom... não saberia... Bom. Estava dormindo, tendo um

sonho... acho...

Naquele momento, porém, Norson tirou do bolso o papel

amassado com as coordenadas dadas pelos homens quando o coronel

disse.

- Estão precisando de você. Aparentemente não estão

conseguindo coordenadas específicas para focar o maquinário. Mas

ainda você está sob pena administrativa – disse ele indicando o papel e

assim seguiu dizendo - Os cálculos são necessários até onde se pode

medir o universo findo, apenas uma orientação a direção das portas do

infinito.

- Daremos maiores instruções no futuro. - Completou

Mazzaliel.

Norson sem nada respondeu concordou com a cabeça e viu

apenas seu gato sair de baixo da cama subindo sobre ela e lhe olhando.

Ele pegou o livro que o temponauta pegou e se dirigiu a porta após

pegar um agasalho e seguiu para a porta.


III

Labirinto de Espelhos

"Determinados eventos se influenciam também perpendicularmente a

esse fluxo temporal, como as ondas produzidas na água por um navio

podem perturbar outros navios, ou as ondas que estes provocam."

Jacques Bergier - Os Mestres secretos do tempo

reflexão parte do principio de Pierre Fermat (1657) propunha

que a ordem natural procura sempre o caminho mais curto,

igualmente tratando-se da luz, assim a relação dos espelhos

são de simetria de modo curiosamente relacionado ao próprio conceito

de partículas do universo assim como em escala macro.

O futuro é uma reflexão alternada do passado poucas vezes

simétricas, mas muitas vezes cíclicas, mas aqui refletimos de volta de

modo acronológico a conceber um tipo de ordem não cronológica

aparentemente não natural, a ordem de kairos.

Porém, enquanto a luz se dissipa e procura o tempo

cronológico mínimo de um ponto a outro, aqui vara-se as distâncias

comuns do espaço e de cronos como atalhos suplantando o universo

ante um multiverso multifacetado. Mas exatamente pelo mesmo fato

das imagens no espelho serem enantiomorfas nunca se sobrepondo,

você não poderá nunca se encontrar com seu outro eu alternado, pois

neste caso irá sobrepor universos ou parte dele.

Como se percebe as simetrias apresentam uma perfeita noção

de proporcionalidade que denota equilíbrio ainda que existam

ressalvas sobre os tipos de inversividades similar como existem tipos

variados de oposições (anulativas ou completativas), algumas destas

simetrias são proibitivas como um espelho refletir de cabeça pra

baixo. Tal proporcionalidade relaciona-se justamente como o

multiverso procura se tornar homogêneo na busca duma equilíbrio

assim como presentemente visível no universo comum a determinar

que quando não há chama-se por anomalia, que tem um paralelo

comum entre os homens, que chamamos por maldade. A

A


multiplicidade dos reflexos dimensões comportam-se de modo similar

a um conjunto de espelhos a colocar inúmeras reflexões fruto destas

interações ainda que no multiverso serem diferenciáveis, mas duma

mesma vertente por se tratar de interações ressoantes como de ondas

que se cruzam, o comportamento e natureza destes são o mesmo. As

reflexões ressoantes são variações perspectivas do universo sob a

mesma origem. Dois lados que se completem não se anulem, pois no

tempo a perspectiva que determina o momento, os dois estados da

incerteza definem assim como o gato de schondriger.

Quando aqueles homens num encontro surreal se retiraram do

recinto Norson sentou-se na cama e seu gato veio a seu colo

ronronando como se nada tivesse acontecido, mas sem ter esboço de

reação de Norson como feedback. Ele se levantou-se então e parou

diante do espelho a contemplar sua própria face, acariciou seu rosto e

seguindo o conselho do suposto viajante temporal meditou sobre seus

próprios atos como quem viajasse em sua consciência levando ele

questionar a si mesmo. Porém, antes que esperasse bateram a porta e

ao ser atendida por ele, viu-se Jordana Miller que seria lhe perguntou.

- Por acaso vieram dois homens aqui?

Sem saber o que responder, Norson ficou sem jeito e

respondeu um ‘sim’ cheio de dúvida se deveria assim responder ou

não, mas que sendo sincero não conseguiu mentir diante daquela

situação espontaneamente.

- Não sei como eles passaram pela segurança! Simplesmente

aparentemente eles fizeram a energia cair quando entraram, o que eles

queriam, quem era? – disse ela visivelmente assustada enquanto os

soldados que antes estavam de guarda na porta vieram até ele em tom

severo como se ele tivesse alguma culpa.

- Não posso falar do teor da conversa, eles tinham evidências

de que vieram aparentemente do futuro. – respondeu Norson Gresno.

- Ah boa! – disse Jordana ironicamente – Se quer ainda temos

evidências de que contestem se você fora ao futuro de verdade.


- Disseram que vão contatar de novo a gente. – respondeu ele

e tirou o papel com os números passados por ele mostrando a Jornada

– Eles deixaram isso. Disseram que isto responde a aparente falha nos

cálculos de precisão nas pás espelhadas.

Jordana Miller pegou o papel com semblante sério duvidando

agora até mesmo da sanidade de seu colega e sob os olhares não

menos duvidosos dos soldados quando interrompendo o silêncio ao

Jordana pegar o papel nas mãos disse.

- Os cálculos são necessários até onde se pode medir o

universo findo, apenas uma orientação a direção das portas do infinito.

- De onde tirou essa frase? – perguntou Jordana agora

esboçando um sorriso.

- Acho que de onde não importa, mas sim de quando. –

respondeu ele visivelmente introspectivo.

- Impressionante, como você soube sobre a dificuldade dos

cálculos de hoje? Isso aqui responde a falha na equação.

Norson ignorou a pergunta e apenas sorriu cruzando os braços

afinal já havia respondido a jovem cientista.

- Certo, não me venha falar novamente sobre os viajantes

temporais. – disse ela – Deixe ele nos acompanhar até o experimento.

– disse ela aos homens da aeronáutica e sendo assentido por eles ainda

que num tom severo.

Os dois caminharam até o lugar após pegar uma carona num

daqueles carrinhos de golfe que circulam dentro de indústrias de

grande porte e em aceleradores de partículas. Mas ainda que a noite

indicasse o cessar das atividades lá realizadas, na verdade estava

apenas começando quando um japonês ao ver a porta do lugar se abrir

seguiu a passos largos até os dois dizendo.


- Vejam a Tv, estavam noticiando sobre o sucesso do

procedimento realizado aqui, que conseguimos romper o tempo, e

então dois homens simplesmente interromperam uma transmissão ao

vivo na ONU e estão falando, esses loucos dizem vir do futuro.

Os dois foram até diante do monitor de 46’ polegadas que

havia num refeitório e pararam como se estivessem hipnotizados

diante da tela junto aos demais quando exatamente os mesmos homens

que encontraram Norson minutos atrás diziam diante de todos um

discurso implausível.

- Foram eles quem me visitaram agora pouco! – retrucou

Norson sem ter a atenção de todos a não ser de sua companheira

Jordana.

- Impossível eles saírem daqui e em minutos chegarem a sede

da ONU.

- A não ser que eles tenham realmente a tecnologia de viagem

no tempo! – respondeu Norson e desta vez tendo o silêncio de Jordana

como resposta positiva por mais absurdo que parecesse a levando ver

o papel em suas mãos com os cálculos enquanto os homens diziam na

Tv.

- As portas do tempo se abriram, mas junto com elas a prova

final da humanidade como teste a verdadeira consciência humana. –

Naquele momento a câmera se moveu tremendo a dois seguranças que

se aproximavam, mas Mazzaliel simplesmente apontou algo que os

fez desmaiar diante de todos e o repórter começou a narrar – esses

dois invasores que estão aparentemente alegando ser do futuro

acabaram de fazer mais dois seguranças desmaiarem ao tentar tira-los

dali. – O repórter se silenciou e deixou a voz dos dois dizerem. - As

leis do universo são proibitivas a voltar no tempo por um motivo

moral bastante claro. Mas o ser humano parece ter um ímpeto na

busca de ser Deus na realidade a algoz de sua própria espécie,

astucioso consegue de algum modo burlar as leis do universo, assim

como fazer objetos mais pesados que o ar voar com asas e módulos

romperem o invólucro atmosférico para descobrirem que mesmo o


encima e o embaixo são ilusões ante o vácuo sideral, de igual modo

descobriram sobre o começo e fim ante o rompimento do linear

cronológico, mas o alfa e ômega é determinado ante o linear ante que

como os anjos assim não os vejam. Porém, digo que nada conhecem

sobre a verdadeira natureza do universo, a mente sempre quis se

projetar no futuro, e o medo e a imaginação é um dos exemplos, mas

agora vocês se debruçaram no espelho dentro dele e o que verão é o

infinito. Sem saírem do lugar vão descobrir então que o espaço é

apenas o combustível do Tempo perpetuo.

Naquele momento alguém da comissão presente tentou

interromper o discurso falando algo como para que eles se calassem e

saíssem dali e duvidando do que diziam os desafiou a darem alguma

prova se o que diziam era verdade.

Dominic então parou de falar e olhando para o homem que era

presidente da Ucrânia virou-se para Mazzaliel e então sorrindo lhe

assentiu algo. Mazzaliel então tirou de debaixo da manga de seu

blusão um leitor brilhoso e apertou alguns comandos nele e fez diante

do teto da sala abrir algo como um vórtice visível diante de todos e

fazendo as pessoas do lugar quase entrar em pânico, naquele instante

então Mazzaliel levantou o braço e como quem controlasse o vórtice

este veio em sua direção e ele simplesmente desapareceu diante de

todo mundo, literalmente.

O Presidente da Ucrânia então fora focalizado, e cerrou os

dentes num misto de medo e raiva, quando Dominic agora sozinho

disse.

- Não irão ao futuro sozinhos, mas o futuro veio até vós para

guia-los até ele. Vocês não estão sós em seu tempo, mas há um

multiverso de informações a serem concebidas a partir daqui. Como se

percebe, informações e afirmações incríveis, pedem provas igualmente

incríveis. – concluiu ele enquanto o alvoroço no lugar fora sucedido

por um silêncio temoroso diante do homem, mas ao completar vendo

que agora soldados entravam armados ele sorriu para todos e o mesmo

vórtice se abriu levando-o para longe dali diante de todos que não


sabiam se aplaudiam ou saiam correndo, afinal aquilo não era um

mero show.

Todos permaneceram em silêncio naquele refeitório diante

daquilo, na realidade, em seus íntimos questionando se não era uma

armação como num golpe de ilusionismo, porém, não demorou as

poucas imagens da segurança daquele lugar identificar os mesmos

homens presentes na ONU. Norson então se dirigiu ao galpão onde era

realizado os testes e os cálculos foram colocados encaixando

perfeitamente como imaginado por Jordana Miller dando credibilidade

aos supostos viajantes do tempo. Ainda que fossem loucos, tudo o

quanto dito fazia sentido e como num milagre fizeram prodígios até

então nunca vistos, não dando muita margem a questionamentos.

Norson então viu na internet uma transmissão onde comentava-se o

acontecimento como um evento sem precedentes, uma realização

única na face da humanidade.

- Não se soube de onde vieram os homens enigmáticos, mas o

que parece milagre dá total credibilidade ao dito em concordância com

o evento de mais cedo revelado sobre o primeiro rompimento

temporal. – disse a jornalista ainda sem jeito - Os lideres mundiais

ficaram alarmados ao sentirem-se impotentes diante do fato. – A

imagem então cortou para o presidente dos Estados Unidos onde o

homem após uma tosse deliberada e contida virou-se para a câmera

num pronunciamento e disse – o que vimos hoje é um ultraje, esses

homens devem ser tratados como terroristas, pois independente de

quem sejam, não tem o direito de entrar na ONU como entraram –

nisso uma repórter interrompeu perguntando que mal os ditos

viajantes fizeram ao contrário de seu governo com países estrangeiros,

mas ele saiu sem dizer mais nada.

- Vão ser processados por dar spoliers do futuro da

humanidade. – disse Jordana rindo. – Essa gente não pode ver algo

que não seja capaz de controlar ou compreender que querem subjugar

arbitrariamente, e não seria de espantar que vão querem mutilar seus

conhecimentos.


- Mas acho que destas vez eles não podem ignorar um poder

maior que eles não podem controlar, acho que no futuro não teremos

mais nenhum boçal querendo dominar o mundo – respondeu Norson

cruzando os braços. – Aqueles que vem do futuro, na verdade vão

torna-lo real, vamos auxiliar em tal construção. – continuo Norson

agora visivelmente empolgado.

- O procedimento está preparado senhorita Jordana. – disse

um japonês com um sorriso cordial, fazendo os dois se levantarem e

indo em direção ao módulo comentavam.

- O impacto de alterações temporais são circulares, minha

hipótese estava certa. – disse Norson Esfera, círculo e ondas, a esfera

não tem ponto de começo ou fim, o círculo é bidimensional e signo de

voltas, mas as ondas são anéis circulares crescentes até sua dispersão e

mediante a interferências de percurso, não dá voltas nem gira, mas se

expande.

- Conseguimos controlar a dita microfonia temporal. – seguiu

Jordana – Com esses ajustes ficará ainda melhor. A microfonia

temporal responde a ideia de conservação de energia demonstrando

que temporalmente ela se exponencia ao invés de diminuir

naturalmente palpitando em todo universo sob a forma de energia

escura pelo cruzamento destas ressonâncias temporais.

- Minha pergunta correta é. – disse Norson ajeitando o cabelo

diante duma das pás espelhadas. - Até onde o tempo vai? Onde

termina o futuro? As perguntas vitais de um crononauta ante a

linearidade.

- Uma cosia de cada vez. – respondeu Jordana - Não se pode

voltar o tempo, mas rompe-lo. Diminuir sua velocidade cria a bolha e

rompe-la que pode leva-lo ao tempo fora ao cronológico.

- Paradoxos são declarações ou postulados bem curiosos.

Muitos dos paradoxos são claramente falsídicos, onde um ou outro

detalhe despercebido nos leva a uma conclusão absurda. Contudo, me

interessa aqui é o que denominamos de paradoxos verídicos, uma

declaração verídica, verdadeira, nos leva a uma conclusão

aparentemente absurda, que contradiz o senso comum, mas que,

apesar disso, está correta. Esses viajantes são prova deste fato.


- Certo, preparados para ativar a concepção de bolha temporal.

– disse Jornada olhando para trás após colocar uma caixa metálica no

centro do módulo e tendo um sinal de positivo com a mão de um dos

jovens cientistas.

- Hoje, dia 25 de julho – disse Jornada num gravador – são

exatamente 17:46, e estamos iniciando mais um procedimento,

mandando uma caixa metálica a 7 anos no futuro com monitoração.

Fiquei de registro todos presentes no experimento e o procedimento

correto mediante as correções de Norson aparentemente cedidas por

dois viajantes do tempo. – completou Jordana acenando para

começarem e assim o fizeram com eles se afastando.

As pás começaram a girar e em pouco tempo se registrou a

diminuição temporal no centro até que um laser ao ser ativado viu-se

sua trajetória lentamente cortando as pás e o tempo para eles

simplesmente paralisar. Jordana então pediu para que o japonês do

controle iniciasse o procedimento de romper a o linearidade, e assim

fizeram, mas quando foram registradas as alterações ondulares

ressoantes a sensação estranha temporalmente falando se sucedeu a

eles quando ao abrirem o campo um ruído se ouviu em seu interior.

Jordana cerrou a visão para seu núcleo quando viu-se uma tonelada de

águas adentrando o lugar, o campo de rompimento havia sido aberto

em algum lugar como mar ou lago.

A água adentrou o galpão dando apenas tempo do japonês

desativar repentinamente o procedimento vedando a fenda temporal e

impedindo que mais água adentrasse levando a Caixa para cima deles.

Jordana ficou encharcada e caiu de bruços no chão enquanto parte da

onda molhava o maquinário mais próximo do centro. Norson correu a

seu socorro, levantando a jovem cientista encharcada quando ela

disse.

– Acho que não podemos levar ao pé da letra sobre ondas

temporais, Norson. Onde falhamos desta vez?


- É água do mar. – disse Norson colocando a mão molhada nas

narinas. – Acho que vamos ter que tirar mais uns dias para organizar

tudo e fazer novos ajustes.

- Senhor, aparentemente o campo registrou que fora desviado

não ao nosso futuro, mas numa linha ressoante. – disse o japonês

olhando para o equipamento.

- Acho que ainda estamos engatinhando perto daqueles seus

amigos do futuro, Norson. – disse Jordana olhando para sua roupa

encharcada e notando que as pás ficaram fora dos ajustes pela entrada

súbita de água.

- De todo modo adeus Operação Cavalo de Troia. – responde

Norson rindo – sempre desconfiei que aquilo fosse uma mentira

mesmo.

Como quem pouco tivesse a pretensão, aquele era o dia 25 de

julho, que sem saberem se tornariam uma data a ser comemorada no

futuro, do qual os relatos ali feitos ante as realizações singulares de

fato não tinha parâmetros comparativos com nada feito antes ante a

humanidade que se limitava apenas até então utilizar tal tecnologia

japonesa para camuflagem. O dia do advento de curvatura de

singularidades antecedida por um experimento de Leonel Lennox que

vara dimensionamento outras dimensões ressonantes temporais e

como sinal a liberação de documentos da descobertas na antiguidades.

Assim esse passou a ser chamado de o Dia da Verdade, onde todo um

código moral rígido não trataria nada com arbitrariedade e acepção

como os maus faziam, pois estavam eles sendo elevados a valores

transcendentes ao tempo os levando a regras para lideram

substancialmente com um tempo que excedia o cronológico, e não

havia espaço, mas tempo, apenas aos que não eram apelações

ambulantes a falácias, demagogias como filósofos de araque que

limitavam-se como bandidos a pilar o conhecimento alheio.

Naquele mesmo ano um comitê fora formado, inicialmente

para investigar a aparição dos supostos viajantes temporais tratados

agora como uma espécie de alienígenas. A primeira Agência

Intertemporal do mundo: A IATD, Agência Internacional de Tempo e


Dimensão que logo de cara viu-se diante daqueles mesmos homens

que meses atrás haviam se “materializado” no meio da ONU. Esses

alertaram justamente que não poderiam se arriscar com os que no

futuro se tornariam bandidos temporais a saquear não somente

conhecimentos de seus autores, mas qualquer coisa que lhes conferisse

poder. O que eles encarariam não era como uma provinha, mas algo

vital a torna-los merecedores de possuir aquela tecnologia sobre todos

paradigmas agora ultrapassados.

Assim fora proposto por estes os rumos a serem tomados ao

mundo, Dominic Kaspar cuja origem era dita duma vida de

exploração como transloucado do tempo ilicitamente, e seu amigo

Mazzaliel, um promissor cadete e aspirante a cronologo de alto nível,

onde o Consórcio do Tempo a partir duma governança realmente

internacional estipulou que a última fronteira a ser protegida era o

tempo e com os anos seguintes criou-se o órgão que seriam embrião

da TEMPUS e seus 37 protocolos de segurança temporal, cujo zero é

primordial base dos demais, para proteger e guardar dos adversários

da origem que passaram a sabotar a história e a verdade. Norson se

tornou conselheiro e membro honorário do Consórcio e com o mesmo

tempo jornais e revistas agora celebravam o mundo onde o presente e

futuro caminhavam lado a lado gradualmente suplantando as mazelas

nela como num sonho de perfeição a humanidade. Na Tv o primeiro

ser a atravessar o tempo, o gato Heinsenberg, e o consequente

posterior Norson.

Já que a empreitada do desenvolvimento da tecnologia

temporal era internacional em custos e privilégios, não havia

monopólio, mas apenas a creditação daqueles que mais produziam

para alcançar seu objetivo quer teórico ou prático, romper o tempo de

modo mais preciso e eficiente, afinal os viajantes do tempo se

tornaram apenas guias ao futuro uma vez que não poderia impedir o

desenvolvimento natural do mesmo. Todavia os dissidentes obscuros e

obscenos que não se submeteram ao futuro eram nada éticos e apenas

interessados em monopolizar tal atropelando qualquer um que

estivesse pela frente e por meio de todo tipo de sabotagem que por

iniciativa privada iniciar uma 'corrida temporal' polarizada de modo


suspeito por seus métodos nada ortodoxos ou morais. Assim o

Consórcio Temporal como ficou conhecido, previa que tal avanço

temporal, não espacial, deveria exceder limitações mondadas de

países, não tendo quaisquer bandeiras a não ser uma própria como

moral e ética transcendentes e evoluídas o bastante para tirar aqueles

que muito produziram da marginalidade e lidar com os desafios e

paradoxos proporcionais ao mesmo.

Porém, o "consórcio negro' visava fincar a bandeira do

contraditório e anulativo sobre toda verdade, valores e origens, e tinha

supostamente por trunfo o contato com "seres" de outras dimensões

que eles chamavam por alienígenas, os mesmos que teriam ajudado os

nazistas no que não passava na realidade duma seita chamada Thule, e

estes teriam "posse" sequestrando um dos fundadores do conceito

temporal a muito desaparecido. Esse era justamente o ponto em que os

Guias do Futuro procuravam impedir.

Fora num daqueles dias estranhos em que Norson ao estar

num café fora abordado por Dominic Kaspar que a dois não via

pessoalmente, e para a surpresa de todos ao redor pois aqueles homens

ganharam uma popularidade ímpar dado o conhecimento dado por

sobrenatural por aqueles.

- O que lhe trás até mim Dominic? – perguntou Norson – Nem

ao menos tivemos tempo de nos conhecermos melhor, de sermos

amigos. Quer um café? – completou.

- Tenho mais algumas informações importantes, lamento

ainda não podermos ter laços mais estreitos de amizade. Você precisa

compreender. – disse Dominic. - Os ventos sopram o destino, mas

quando muito tempestuosos eles criam tornados, e estes homens do

nebuloso consórcio negro são caçadores desses portais naturais como

quem de tornados.

- Nós caçamos tais assim como respostas, também. – disse

Norson - Fendas temporais são feridas na dimensão do tempo que

suporta tantas mais. Porém, algo mais especifico. Talvez formular e

criar o Miss Multiverso?


- Não tenho tempo para piadinhas, Norson, isso é muito mais

importante do que aparenta. O que vocês abrem não são apenas portas

para o futuro, mas passado e mundos paralelos ressoantes. – disse

Dominic - A seta do tempo é a única coisa que agente vê no universo,

mas ao parecer que o universo temporal é curvo constatamos que

apenas vivem o horizonte do mesmo. Mas vocês são uma fração que

independente do tamanho pode alterar tudo.

- Uma pequena pedra pode provocar ondulações perpetuas. –

completou Norson dando mais um gole de café enquanto agora

seguranças afastavam curiosos de perto deles.

Dominic acenou positivamente para ele e sentou-se no banco e

Norson então disse.

- Vamos vocês tem todo tempo do universo, tome um café. –

insistiu Norson e assim pediu ao homem do balcão que prontamente

lhe atendeu enquanto alguns flashes a distância demonstravam

curiosos tirando fotos.

- Tão logo será aberto a ponte inter-tempos com o futuro, não

perpetuamente, evidente – disse Dominic – afinal o contato continuo

com o futuro será vital para se monitorar os acontecimentos

precedentes a nós.

- Algo de mau no seu manual histórico? – disse Norson. – As

vezes vocês parecem mais aqueles diretores de cinema se certificando

que a história já escrita saia como vocês querem.

- Mas o que nos importa é a conclusão, e com esses não há

inicio ou fim e muito menos valores morais a serem passados

imparcialmente. – respondeu Dominic – Isso não é um mero filme,

Norson. Agora preste atenção – disse ele após dar um gole no café e

olhando o seu visor no pulso como quem estivesse preocupado com

algo. – Preciso que venha comigo, vamos dar um passeio.

Norson olhou para os lados e deu um gole no café como quem

se perguntasse onde queria que fosse e Dominic seguiu dizendo.


- Não é um passeio no espaço, Norson. Mas no tempo, preciso

lhe mostrar algo que naturalmente deve permanecer em segredo até se

realizar, isso é segredo até entre a agência temporal. Viajaremos para

encontrar um homem, um ex-agente da TEMPUS. – completou ele se

levantando.

- Não poderia esperar concluir o café? – indagou Norson.

- Não, alterações indicam que isso pode mudar algumas

coisas.

Norson contrariado levantou-se enquanto via a multidão que

se formava no lado de fora os olhando pelo vidro, olhou então para

Dominic aguardando uma posição dele e Dominic limitou-se a mexer

no visor e colocou sua mão no braço dele, dando mais um espetáculo

aos espectadores externos, mas não como mera mágica, pois aquilo

suplantava toda ciência espacial consequentemente e ótica dos

conterrâneos de Norson, algo que gradualmente ia caindo enquanto o

véu da verdadeira natureza do tempo era revelada. Um forte vento

veio ante eles dentro daquele café assustando o homem do balcão e

movendo os bancos quando os dois desapareceram diante dos olhos de

todos.

Norson e Dominic então surgiram em meio a um deserto e

tonto Norson procurava se recobrar olhando ao redor com um enjoo

típico das viagens temporais, a chamada desorientação cronológica,

mas Dominic que já tinha preparo e treinamento pouco demonstrava

do mal estar e assim disse.

- Sabe onde estamos Norson? – perguntou ele e tendo o aceno

negativo ao olhar para o horizonte do deserto espacial. - Antes de

haver uma base aqui, onde em seu tempo os projetos serão realizados,

havia uma tribo, porém muito antes um deserto, o que é o lugar sem o

tempo?

- O que estamos fazendo aqui? – indagou Norson.

- Viemos encontrar um homem como havia tido, mas

sobretudo aqui é o lugar onde trazemos nossos aspirantes e cadetes

para mostrar uma coisa. – seguiu Dominic – O espaço é uma ilusão, o


tamanho é uma visão ótica resultante irrelevante ante o tempo, uma

ilusão sobre ilusão. Mas o que digo é algo que transcende a própria

TEMPUS, um império invisível aos espaciais.

- O Império do Tempo. – disse Norson tendo o aceno de

Dominic concordando e assim ele continuou a falar.

- O Império do Tempo, mais que onde é quando, pois não há

fronteiras no território, mas fronteiras temporais, esse lugar antes

desse império é apenas o que chamamos de deserto do espaço onde

um dia numa dimensão ressoante surgirá a mais elevada dimensão

material pois sobrepõe a si mesma pelo tempo. O Território que

lidamos é o tempo, a construção a eternidade, o império do tempo

como reino não abrange não somente o antes e o depois no tempo,

mas para os lados agregando mais dimensões e onde Shangri-la e el

dorado são apenas um de seus nomes.

Naquele momento surgiu em meio as dunas o vulto de um

homem que gradualmente tomava forma vindo na direção deles.

Dominic então olhou para seu visor e em seguida para o homem como

quem estivesse fazendo leituras do mesmo e disse.

- Estranho, 35 segundos atrasado.

- Quem é ele? – perguntou Norson, mas antes que ele

respondesse o homem, um ancião levantou a mão os cumprimentando

e sorrindo disse.

- Sou John Roberts – respondeu ele a uns seis metros de

distância mas se aproximando em sua direção com um sorriso

generoso enquanto um vento cortante e quente fazia suas vestes

esvoaçantes se mover diante de tais. – Você deve ser Norson, Norson

Gresno.

Norson sem jeito apenas assentiu olhando para seu amigo

Dominic como a única coisa presente em que conhecia parcialmente.

- Esse homem impediu guerras, lutou pelo direito de muitos

assim como pela verdade imparcial e linear em sua origem. – disse


Dominic com um sorriso para o ancião cujas barbas brancas não

escondia o sorriso. – Uma das bases da TEMPUS e atualmente

membro do Império do Tempo.

- O que diremos aqui, é segredo até mesmo a seu futuro.- disse

John Robert apertando a mão de Norson ainda sem confiança em

quem era o sujeito. – Bom, sem maiores apresentações vamos direto

ao assunto. – concluiu ele olhando agora para Dominic demonstrando

serem amigos de longa data.

- O Tempo lhe foi generoso Roberts. – disse Dominic – Mas

continua sem querer dizer o que me ocorre no futuro.

- Deixe que o destino se encarregue destas coisas, certo?

Como sempre meio rebelde as regras internas da TEMPUS, não? Mas

o ponto de nosso amigo aqui, é sobre a natureza dos acontecimentos

futuros. Homens não vindos do futuro, mas do tempo lateral que tenta

minar as bases do Império do Tempo assim como da TEMPUS, parece

uma aberração quer à cronologia ou a Kairos. Tão breve no futuro,

homens misteriosos encontrarão sua linha temporal a procura de um

livro, que eu mesmo escrevi.

- Temos a missão de encontrar um livro, enquanto eu for

procurar outros de um mesmo Cânon, temos que encontrar 'As Mil

Palavras' – disse Dominic - ele tem instruções sobre dimensões

dominadas por Crononazistas que lutam para a destruição da origem e

furto de autorias. Os amantes da injustiça, obstinados com a subversão

e exclusão, um mal comum.

- Para nós isso começa agora – disse John Roberts – Mas a ti

em sua perspectiva dentro de alguns anos.

- Mas então porque me contatar agora? – retrucou Norson.

- O agora não existe Norson, são labirintos de espelhos onde o

momento é uma perspectiva espelhada. – responde John Roberts

ajeitando um capuz ante o forte vento. – Lhe contato porque se assim

não fizéssemos outras alterações temporais se antecipariam

negativamente.

- Daqui quanto tempo agirei? – perguntou Norson.

- Isso começa dentro uns quatro anos em sua linha temporal,

muitas águas vão rolar até lá, mas você tem que manter-se quieto até


acontecer, pois a missão se tratará apenas entre nós. – completou John

Roberts. – Tenho que ir.

- Poderíamos marcar qualquer hora naquele restaurante da

antiguidade. – falou Dominic para Roberts.

- Tudo tem seu tempo caro amigo. – disse John Roberts

olhando para trás. – Posso garantir-lhe que no futuro teremos todo

tempo do universo para rirmos e apreciar iguarias não só doutros

tempos, mas que nunca existiram nessa linha temporal. – Roberts

então tirou algo de dentro de suas roupas e apontou em direção a

Norson. – Isso é para você.

- Uma flor? – disse Norson.

- Não uma flor qualquer, presado. – disse Roberts – mas a flor

de mil pétalas. Ele é duradoura, e quando ela murchar é o sinal de

quem o momento é chegado e terás o Relógio de Kairos.

- A flor que ele lhe oferece – disse Dominic – apenas existe

num passado longínquo, no Éden.

Norson a pegou nas mãos e olhou para os dois homens após

contempla-la lentamente e constatar que não possuía mil pétalas.

- Até hoje não acredito que Herbet Stoneset a tenha criado

geneticamente. – retrucou Dominic – Mas ele está certo sobre

conceber um ótimo chá.

John Robert olhou para Dominic e sorrindo virou-se após

acenar em despedida com a mão e caminhar passando sobre a areia até

desaparecer diante dos olhos deles. Norson guardou a flor num bolso

ainda sem compreender exatamente o propósito dela mas virou-se ao

redor vendo apenas vazio numa quantidade interminável de dunas de

areia que levava ao nada aparente.

- Vamos Norson, lhe devolverei ao tempo o qual pertence, os

anos seguintes vocês aprenderam verdadeiramente mais que em

séculos. Isso é um novo renascentismo onde a única posse de valor é o

tempo, e kairos sobre nós.


- De fato muita informação para um só momento. – concordou

Norson.

Dominic pegou-o pelo braço e mexeu então no visor

ajustando-o para o retorno e então foram transladados ao tempo de

origem de Norson. Mas este ao olhar ao redor viu-se só apenas tendo o

homem do balcão no mesmo lugar de antes, os olhando assustado com

os olhos arregalados como quem fosse morrer de medo. Olhou para o

relógio do café e viu as pessoas do lado de fora aplaudirem o

acontecimento como se fosse algo mágico e então ele perguntou ao

homem.

- Faz apenas 37 segundos?

O homem respondeu em silêncio assustado, e Norson olhou

para o café e ao bebe-lo ainda estava quente. Tirou algumas moedas

do bolso enquanto se olhava no espelho do outro lado do balcão e

entregou ao homem e saiu em meio a pequena multidão que havia se

formado ali em meio a perguntas e gritos, mas ignorados por ele ainda

tonto pela viagem temporal, sentia-se perdido num labirinto temporal.


IV

O Relógio de Kairos

"Invenções há, que se transformam ou acabam; as mesmas

instituições morrem; o relógio é definitivo e perpetuo. O derradeiro

homem, ao despedir-se do sol frio e gasto, há de ter um relógio na

algibeira, para saber a hora exata em que morre. (...) Não ouvia os

instantes perdidos, mas os minutos ganhados."

Machado de Assis, Memórias póstumas de Brás Cubas

ronos é temporário, temporal e o atemporal sob tal concepção é

de Kairos cujos ponteiros apontam o sentido do sentimento

rumo ao infinito e não linear, pois do presente se vê o futuro, e

do futuro se dialoga com o passado. As faces do espelho então

atingem uma interação entre alfa e ômega (começo e fim) na realidade

como consigo mesmo como um Deus não racionalistamente frio e

consequentemente amoral, mas que por justamente procurar sentido,

tem sentimento, é sensorial, não há diferença entre sentido como

direção e percepção. O relógio de Kairos não é o engano ou a

obsessão em medir a cronologia linear mas aponta direções como

escolhas inerentes ao tempo e suas consequentes realidades muito

aquém do conterrâneo mundo perdido na pressa de sempre onde todos

vão de um lugar a outro, para lugar algum do tempo chegar, pois

Cronos o devora. O tempo ocidental se tornou apenas um mapeamento

de trajeto, nunca sua orientação onde medimos o tempo não para o

termos, mas para não termos tempo algum como os cronológicos.

Kairos não se mede pois que tem tempo não precisa medi-lo é mais

para o infinito e eterno que o limitado a se esgotar, Kairos é para

aqueles que encontraram o sentimento perdido e a eternidade para

refletir. Como pudera compreender ser o Tempo de Deus numa justa

composição ainda que os chineses a tenha notado mas igualmente ter

deixado escorrer dentre suas mãos pela mesma pressa de sempre. Mas

o verdadeiro filosofo do tempo aprende é praticar é a paciência com o

tempo pois para kairos não importa quem chega primeiro, nem por

C


último pois não linearmente o último se torna o primeiro contra a

lógica comum do devorador Cronos. A hora de Kairos é mais precisa

de todas e suplanta mesmo os mais possantes relógios atômicos. Os

Cronologos assim não estudam o cronológico mas como o sorrateiro

deus devorador padece ante Kairos em sua eternificação do tempo

passado e do infinito futuro. Kairos é puro, talvez por ter simbiose

com Deus como parte do mesmo e assim não compreende a futilidade

das mesmas correrias de sempre para chegar a ponto algum, pois para

Kairos não importa recordes, mas o singular e impar das pálidas

comparações, mas do pioneirismo ao inusitado e individual que

suplanta a marcha uniforme a um abismo futuro de Cronos pois ele

tudo conta para apenas nos cobrar, marcando de nosso nascimento a

nossa morte como um diabo mesquinho. Mas com o relógio de Kairos

enxerga-se fora do eixo comum como essência da ciência do Tempo

ante o engano anterior da ciência ocidental que quando o considerava

apenas via as artimanhas de Cronos como justamente a são, ilusão

enquanto Kairos submete Cronos ante o momento que é a

oportunidade e realização. Pois enquanto um labirinto de espelhos se

faz por Cronos, Kairos como bussola transcende e igualmente o

suplanta.

Quatro anos depois

Norson viu-se numa praia. Porém, ao caminhar por ela viu-se

acorrentado a arrastar seus pés pela areia enquanto gritos vindos de

trás pareciam entoar um ódio peculiar direcionado a ele. Ao virar-se

notou que eram homens maltrapilhas, corsários, piratas de séculos

atrás que saqueavam e pilhavam embarcações. Norson procurou em

seu pulso um relógio, mas não possuía, não conseguia conceber onde

e quanto estava, mas agora uma lança veio sobre ele e alguém do meio

daquela gente disse para ele se arrastar na areia. Quando virou-se para

o outro lado um negro com um arranhado de ponta a ponta da face lhe

socou o derrubando de cara na areia. O sangue escorreu de sua boca e

o homem o chutou falando a mesma coisa que os demais: ‘arrasta-se’.

Aqueles homens selvagens longe da visão da civilização

sentiam-se livres para fazer o que quiser enquanto outro se


aproximava e tirava um chapéu com o desenho duma caveira nela, se

abaixou e após escarrar rabiscou algo em sua testa como quem o

marcasse, aqueles eram os hábitos comum aos piratas e adiante havia

uma cova na areia onde os homens o pegaram e de ponta cabeça

jogaram ele dentro, vivo, mas não sem antes lhe tirar as roupas e ver

seu corpo marcado com açoites quando o negro abriu um sorriso

mostrando dentes apodrecidos e lançou areia sobre ele o cobrindo.

Norson acordou assustando, era um sonho. Como num clichê

de filme, viu-se embebido de suor ao lado de sua mulher que dormia

tranquilamente, mas pela intensidade do sonho, parecia real e se

acreditasse em reencarnação diria que era duma vida passada, ecos de

alguma existência, memórias latentes a reboar numa mente

adormecida. Dizia-se pelos viajantes temporais que tais eram comuns

quando se rompe o tempo. Norson levantou-se, eram 6:46 da manhã.

Os pássaros voavam a entoar seus cantos com tranquilidade e então

ele olhou para escrivaninha e viu aquela flor lhe dada a quatro anos

por um homem misterioso chamado John Roberts. Não conseguia

compreender se era de quatro anos atrás, ou séculos, donde veio de um

deserto chamado por eles de deserto do espaço. Mas na dúvida

resolveu acreditar nas palavras de Roberts pelo fato de que nenhuma

mentira havia ainda sido pega por ele em relação a tais homens e ao

constatar que havia murchado nos últimos dias.

Sua mulher levantou-se e preparou o dejejum e ao ligar a tv as

notícias era dum mundo completamente diferente a de quatro anos

atrás, como dito por Dominic em poucos anos se transformou o que

normalmente levaria séculos. Norson sentou-se e entornou o café

lembrando-se daquele dia a quatro anos quando sua filha, uma jovem

adolescente veio até eles e igualmente sentou-se.

- A abertura da ponte temporal dos 50 anos ao futuro

estipulado pelo primeiro tratado intertemporal que vise regulamentar

as viagens temporais curtas, transito livre do presente para o futuro e

do futuro para o presente, desde que os viajantes ao futuro fossem

acompanhados e monitorados. Parece ainda levantar polêmicas – disse

a repórter na tv. - Pessoas que estavam fugindo ilegalmente para o


futuro a procura de uma vida melhor ao lado de doentes terminais a

procura da cura de suas doenças, parece abrir precedentes legais

intertemporais. – A tela mudou ao ancora do noticiário que falou o

enunciado da próxima noticia. - O futuro anistiou o coronel da

aeronáutica que revelou detalhes sobre uma operação realizada

ilegalmente pelo governo. – a câmera então mudou para uma outra

mulher a seu lado que disse. - O papa fez um pronunciamento oficial

sobre as viagens no tempo em meio a protestos em todo mundo, vejam

as imagens. – A tela mudou para uma multidão em que pessoas

mostravam cartazes como “o anticristo virá do futuro” e em seguida o

Papa falando – A todas denominações cristãs, temos de nos unir hoje

para contemplar o horizonte infinito do futuro, não com o medo

alimentado pelo que não conhecemos, mas que pela fé em Jesus Cristo

um mundo de igualdade pode emergir.

Naquele momento a filha de Norson virou-se para seu pai

após dar uma abocahada num walfer e disse ainda de boca cheia.

- Disseram que vão fechar as lotéricas, pai. As pessoas depois

de terem ciência do futuro ficaram meia descrentes do futuro. Pensei

em apostar com isso aqui. – completou ela mostrando um papel com

números a ele que se inclinou e viu. – Me disseram que um homem do

futuro passou.

- Já lhe disse para não se envolver com traficantes de

informações do futuro, a espionagem interdimensional é abominação,

eles fazem parte do consórcio negro para tirar a instabilidade do

tempo. – Norson visivelmente transtornado pegou o papel da mão dela

e amassou. - Isso não são protocolos de apenas saqueadores, mas

códigos sérios de conduta temporal.

- Dizem que eles vazaram até respostas de concursos públicos

e vestibular. Porque não posso ir para o futuro também pai?

- Você não pode ir ao futuro, você já vive nele. Os protocolos

não permitem encontros consigo mesmo num mesmo tempo.

- Não entendo essas coisas. – disse ela. – E se ao conhecer isso

sofrer um acidente e vir a falecer?


- Não fale bobagens Janine. – retrucou a mãe sentando-se.

- Pense nisso, se o futuro já aconteceu e está escrito, então

mesmo o livre-arbítrio tem de ser revisado. – insistiu a filha tomando

agora um gole de café.

- Por isso não podemos conhecer todos detalhes do futuro, e

viagens com tal ciência são sem volta, conhecer implica mudar. –

disse Norson e continuou – Faz jus ao termo, conhecimento é poder,

por isso o que estes espiões do futuro fazem é mal.

- Talvez eles queiram nos tirar as amarras do futuro, nos dar a

liberdade de fazer o nosso próprio futuro. – insistiu ela.

- Protocolos Temporais são rígidos por um motivo claro,

minha filha. – disse a mãe dela – mexer com o tempo é mexer com

forças que movem o destino e com isso não se brinca arbitrariamente,

o homem não é Deus pra decidir coisas que não lhe convém.

Janine levantou-se da mesa e saiu aborrecida pelo que os pais

disseram enquanto na Tv mostrava agora imagens da sede da

TEMPUS no futuro e um homem, Herbet Stoneset sorrindo falando

sobre seu desenho. – Isso é uma homenagem ao primeiro desenho

geométrico excedente as três dimensões, um hipercubo, pois a ciência

do tempo transcende todas dimensões espaciais conhecidas. Nos anos

seguintes de vocês conheceram mais formas excedentes a geometria

espacial.

A tela do jornal mudou para os âncoras que então anunciaram

a abertura de falência da NASA dizendo pelo ex-presidente desta a

seguinte declaração - Após o advento da ciência temporal e

dimensional não bastando o desgaste financeiro de não haver mais

missões tripuladas tornou-se a viabilidade da viagens dimensionais

mais seguras e menos dispendiosas que as convencionais pelo espaço.

Tenho certeza de que haverá um consenso sobre o uso da tecnologia

interdimensional para que continuemos a pesquisar o universo

espacial conhecido. Todos os responsáveis serão devidamente

creditados por suas contribuições com estes avanços científicos.

Norson levantou-se também e fora ao banheiro escovar os

dentes quando parou e olhou-se no espelho e contemplou seu rosto


como quem examinasse sua consciência e pergunta-se a si mesmo, o

que criei?

Sem delongas vestiu suas roupas e ajeitando-se beijou sua

mulher e sai do apartamento onde morava agora no Rio de Janeiro.

Haviam alguns fãs perguntando-se sobre um livro que havia escrito e

sobre um caso de um plágio de um homem que furtou a autoria de

outro para ainda alegar que ele é quem o havia feito temporalmente.

- No multiverso temporal não tem espaço para os de morte

moral. Todo nosso trabalho é limpo das lamas que cercavam os

homens de acepção – respondeu Norson sorrindo e saiu com seu carro

rumo a um centro de trabalho envolvendo a documentação de

regulamentação temporal.

O carro em poucos minutos adentrou a garagem onde o carro

dos demais funcionários estava estacionados, num dos primeiros

prédios construídos e dedicados as concepções estritamente do tempo,

e seu departamento atual era como consultor de documentação e

registros de transposição temporal.

No primeiro andar havia uma espécie de shopping temporal

onde estabelecimentos comerciais vendiam souvenir e outras

bugigangas temporais em suas lojas como jogos sensoriais e parcelas

de tecnologias desembocadas do futuro para um comercio

intertemporal e intercâmbio cultural com o futuro, tudo naturalmente

dentro de regras estipuladas pela TEMPUS e seus Protocolos

Temporais sob a regulamentação de órgãos como a de Norson. Assim

ele ao caminhar parou diante duma das lojas e perguntou ao vendedor.

- Qual o valor desse jogo sensorial?

- Boa escolha senhor, esse chegou hoje de 46 anos do futuro.

Pouco antes de fecharem as portas da ponte temporal. O preço é

promocional apenas, 76,00 reais.

Porém, naquele momento um homem veio correndo em meio

ao pátio do lugar assustando todos os presentes. Um homem


transpirando nervosamente como quem estivesse perseguido e parou

diante de Norson olhando-o tenso e disse.

- Me ajude Norson! – disse ele olhando para os lados como se

alguém estivesse vindo atrás dele.

- Quem é você? – indagou Norson.

- Você não é Norson Gresno? Sou Foley, venho de outra

dimensão, preciso de exílio, tenho informações sobre uma invasão

destes nesta dimensão. – o homem pegou então na sua roupa a

puxando como quem implorasse.

Porém, antes que Norson perguntasse algo mais diante da

visão de todos presentes que pararam para observar, o homem

subitamente começou a estremecer e sair sangue dos olhos e narinas e

virou os olhos se contorcendo e caiu ao chão. Norson viu suas mãos

soltarem lentamente suas roupas e cair no chão falecido em instantes

quanto ele olhou para o andar de cima e viu um homem esquisito lhe

olhando com um sorriso sádico e escondendo o que aparentava ser

uma arma dentro da roupa, mas antes que o homem apagasse de vez

disse apenas a palavra: Crononazistas.

Aquilo fez total sentido ante o que havia sido dito quatro anos

atrás por Dominic e John Roberts, e quando virou-se ao ver que várias

pessoas se aproximavam do defunto surgiu diante dele Mazzaliel,

fazendo Norson indagar a este.

- Preciso falar com seu parceiro Dominic agora! Esse homem

disse que veio duma dimensão ressoante como precedente a uma

invasão.

Mazzaliel porém, apesar de demonstrar lastima pelo homem,

parecia estar ciente do que ali acontecia antes de acontecer.

- Você tinha ciência disso e não fez nada! – indagou Norson

ao notar a reação do viajante temporal. – Eu poderia ter sido morto


também e esse homem parecia um inocente com informações

importantes.

- Lamento, mas apenas estou seguindo os protocolos. – disse

Mazzaliel visivelmente sensibilizado - Vocês não tem tecnologia para

experimentar viagens paralelas de um mesmo tempo e época, e isso é

contra o protocolo...

- Não me venha falar dos Protocolos Temporais agora! –

retrucou Norson o interrompendo – São vidas. – completou ele se

levantando para se certificar dos sinais vitais da vítima.

- Vocês serão acompanhados até que tenha todo conhecimento

e tecnologia e feche o elo tornando-se nós, certamente aprenderão

mais na prática em poucos anos o que levaram séculos para

descobrirem. Porém, há coisas que nem mesmo a TEMPUS tem

conhecimento, 25 anos a seu futuro, antes do cataclismo seremos

abortados por uma espécie de viajantes temporais ainda mais

evoluídos, os imperionautas. Na verdade a lenda de uma Caixa nos

levou alguns dos nossos investigar o que nos levou aos imperionautas.

- O que fazemos agora? – indagou Norson vendo que estava

rodeado de curiosos enquanto vinha a segurança – Talvez o algoz

ainda esteja aqui, isolem o lugar! – disse Norson para os homens que

acenaram positivamente por reconhece-lo como um dos primeiros da

vanguarda temporal.

- Os protocolos de segurança e assim como a intervenção

temporal tem por objetivo manter a integridade e hegemonia da linha

temporal, pois já encontramos discrepâncias de datas que sugerem

dimensões símiles a nossa. – disse Mazzaliel para Norson, tentando

transparece tranquilidade e prosseguiu. - A discrepância de datas

demonstra ondulariedade temporal interferindo no cumprimento do

tempo em torno de um eixo, provavelmente uma dimensão central.

- Onde você realmente quer chegar? – indagou Norson.

- Isso não aconteceu como aconteceu aqui, talvez estejamos

num desvio dimensional ressoante, não sei o que fazer, pois não está

escrito. – disse ele olhando para o visor assustado e solicitando

informações do futuro. - Talvez seja um evento de categoria 8 sendo

assimilado pela linha temporal. – pensou ele consigo próprio. Vamos


sair daqui Norson. O tráfico de informação do futuro não vem de seus

conterrâneos, mas duma conspiração que excede isto. Eles estão

observando, estão entre vocês a espreita aguardando o momento para

dar o bote.

Norson olhou para os lados ainda sem confiar plenamente no

homem, mas assentiu e o seguiu quando Mazzaliel novamente disse.

- Não vamos pegar o homicida, ele fugiu levando

informações, se investigarem a autópsia notarão que o arma utilizada

fora feita, por desfazer o cérebro da vítima e consequentemente apagar

toda sua memória que pudesse ser prestativa nas investigações. –

completou andando a passos largos em direção a entrada de serviço do

lugar. – Essa gente é imunda, e como imunda gosta de se lavar no

sangue inocente para tampar suas imundícies.

Naquele momento Norson fora contato por seu gabinete já

ciente do ocorrido com aquela vítima que agora levada ao laboratório

confirmou consequentemente o que Mazzaliel dizia sobre os atentados

ali acontecidos, seu cérebro havia virado uma sopa de neurônios por

uma arma de vibração focalizada e frequência.

- É um tipo de adaptação da tecnologia temporal – disse

Mazzaliel – similarmente a micro-ondas, mas a degenerar

temporalmente o material orgânico de modo focalizado.

- Você quer dizer que isso aqui gera ondas que acelerem

vibrações temporais desmanchando todo tecido orgânico. – indagou

Norson a Mazzaliel diante da mesa de autopsia.

- Não possuímos essa tecnologia no futuro, pois armas letais

são proibidas. Mas somos capaz de reproduzir isso, ainda que nunca

tenhamos visto nada parecido. – concluiu.

- Ele disse antes de falecer que foram Crononazistas. – disse

Norson – o que você sabe disso?

- Isso é muito mal. Até onde temos ciência eles estavam longe

dessa dimensão ainda. – completou Mazzaliel. - Alguns tentam aplicar


uma teoria espelhada na moralidade, acusando suas vítimas do que

eles mesmos fazem, e aparentemente o que temia Dominic aconteceu,

por isso você fora contato.

- O que fazemos agora? – indagou Norson diante do cadáver

embebido no próprio sangue.

- O multiverso em suas ramificações conhecidas são como um

arvore cujo tronco inicial se divide em dois ainda que seus galhos

distintos em alguns trechos se fundem no que chamamos de zonas de

convergência temporal. É um emaranhado entrecortado por 'veias e

ranhuras' que vocês conhecem por wormholes, uma rede do qual a

origem não se sabe, mas todo tipo de seres por elas cruzam. Tal

"arvore" acreditamos que a "raiz" seja o centro do universo de onde

ele surgiu, algo que excede o multiverso a uma dimensão que

chamamos carinhosamente de oniverso. Mas o que vemos aqui é algo

que atinge seu tronco central de onde vem todas dimensões. Mas

preciso de maiores instruções do futuro.

- Onde está Dominic, porque ele não apareceu?

- Dominic está participando duma missão o qual você faz

parte. Ainda que após sua conclusão pudesse vier, isso implicaria

outras dificuldades concebida por estes outros viajantes ilícitos e

amorais. Você tem sentido sensações e De javu? – indagou Mazzaliel

olhando para o monitor ao receber informações do futuro.

- Tive um sonho esquisito hoje e ao olhar-me no espelho tive a

impressão de ter me visto exatamente deste modo.

- Quando acontece a mesma coisa sempre, ou é porque

estamos presos num ciclo temporal ou porque o abismo faz ecoar

indefinidamente a mesmice, um mau insistente e por estar preso a este

mundo sua influência no tempo limita-se em ciclos, a entidade que

hipoteticamente protegeria o Tempo originalmente, Chronos.

- Mas você sendo viajante do tempo, não o rompe? –

perguntou Norson impaciente vendo que o cronologo estava

praticamente tão perdido quanto ele.

- Os paradoxos de certo modo também são ciclos ainda que

sobre Cronos. Mas é o que o relógio de Kairos determina seu fim.

- Dominic me falou sobre ele. O que é afinal?


- O Tempo de destino assimilado pela linha temporal de modo

a rompe-lo em cronologia. Uma prova da existência do futuro latente

do qual algo mais poderoso que nós temos domínio. – Mazzaliel olhou

seu visor e após mexer em alguns ajustes seguiu - Conseguimos

decifrar padrões por de trás do multiverso por meio da criptografia

quântica de um computador chamado e-Quanti Brain. O que sei é que

o mesmo decifrou um sinal no universo que categorizamos como o

evento nível 8 por ressoar em todos os tempos e dimensões

simultaneamente. Por meio disto por uma espécie de procedimento

similar ao de um 'sonar temporal' enviamos sinais que refletissem pelo

multiverso e assim tornando possível catalogar a maioria das

dimensões a seu alcance, sem interferir nestas de modo que resolvia o

problema postulado pela incerteza de Heinsenberg, esse mapa fora

apenas montado por John Roberts, nos levando por um quase engano a

descoberta de um tipo de 'calendário' acronologico similarmente

encontrado num megalítico do passado, e este chamamos de relógio

de kairos, que mede cada uma das convergências e parece indicar os

período de eventos de diversos níveis. O relógio de kairos mais que

uma tecnologia ou programa é uma espécie de DNA do multiverso

onde não a nada apagado, e com eles conseguimos identificar uma

anomalia multidimensional que engole fatos, provas e memórias de

acontecimentos.

- Por que John Roberts? – indagou Norson Gresno.

- Você o conheceu? – indagou Mazzaliel tendo um aceno de

positivo de Norson aparentemente contraído.

- Fui orientado a não falar sobre o encontro. – respondeu

Norson.

- Então temos aqui segredos assim do meu nível. – respondeu

Mazzaliel – Os 37 protocolos os permitem desde que sendo para

proteger algum ciclo de paradoxo futuro. Intrigante. Mas por fim,

Roberts assim como alguns outros agentes como Octavios tem alguns

dons multidimensionais que outros não possuem.

- Como o que?

- Você certamente já ouviu falar do sentido numérico, uma

capacidade humana de identificar números intuitivamente sem conta-


los, como simplesmente sentisse qualidades numéricas. – respondeu

Mazzaliel olhando para o corpo do viajante ressoante.

- Sim. Mas que que tem?

- Bom, a consciência do sentimento do infinito é capaz de algo

parecido, mas com múltiplas dimensões, mais que ver ou ouvir, mas

sentir ecos como um tipo de sonar intuitivo. Isto está atrelado a

percepção do tempo. O tempo transcorre perspectivamente de modos

diferentes em escalas, mais veloz ao maior, mais ao lento ao menor o

que lhe atribuí naturalmente maiores reflexos, mas Rupert de algum

modo tem reflexos que varam estas três dimensões do espaço. –

Mazzaliel olhou novamente para o visor e prosseguiu - Há somente

um homem que atualmente está acordado nesse grau de consciência, é

Rupert, Rupert Keystone, talvez ele poderiam nos auxiliar nisso.

- É algum tipo de vidente? – perguntou Norson.

- Não existe paranormalidade de precisão, tais afirmações são

de impostores de sempre, e no caso de Rupert apenas visões

ressoantes de seu próprio tempo. Talvez ele tenha a capacidade de

identificar de qual dimensão veio este homem. A “visão” dele –

completou Mazzaliel fazendo sinal de aspas com os dedos – consegue

ver parte do Relógio de Kairos, pode moldar parte do mosaico do

multiverso.

Os dois saíram daquele lugar a procurar Rupert do qual o

endereço fora fornecido por aquele visor de pulso com múltiplas

utilidades conectada diretamente ao futuro. Assim que o encontraram

o jovem que era um estranho de modos tímidos os seguiu até o

necrotério a fim de ter algum parecer sobre o falecido. Rupert se

aproximou do cadáver tirando uma boina que usava na cabeça e ao

tirar o pano que o cobria contemplou seu rosto lentamente o olhando e

repentinamente mudando sua fisionomia a de tristeza.

Tocou seu rosto com os dedos e moveu seus olhos velozmente

de um lado a outro como quem procurasse algo que os olhos físicos

não era capaz de encontrar, e então levantou sua face e olhando para o

teto do recinto olhou como quem olhasse o vazio e disse.


- Impossível buscar o futuro, o singular e o verdadeiramente

novo olhando para o passado a esperar que de ele volte da dominar,

não existe evolução verdadeira sem abandonar o estado mais

primitivo, aquilo que antes se tornou abominável.

- O que você vê, Rupert? – indagou Norson curioso.

- Não vejo, sinto. Sinto medo, angústia, aflição, era um

perseguido por isso, o passado tocou seu tempo. – falou Rupert quase

chorando como que tivesse estabelecido vinculo emotivo muito forte

com ele como cerne dos sensitivos. – Não há muito deles por ai.

Quero dizer noutras dimensões, é pedra rara, ainda que sem o destino

que multiplica minhas versões.

- De quem ele fugia? Você consegue ver a dimensão de onde

ele veio?

- Sim, como disse uma o qual o passado tocou o presente, são

nazistas que transpassaram o tempo paralelo e querem ir a frente e

atrás no tempo. Tiraram tudo dele, como o abismo faz com suas

vítimas, as engolindo a ser nada! Mas ele era muito importante, um

dos responsáveis pelas descobertas que abriu as portas aos

crononazistas.

Naquele momento Norson Gresno olhou intrigado para

Mazzaliel ao dizer o mesmo nome que o agente temporal havia dito

antes, mas sem Rupert ter ciência disso. O jovem então abaixou a

cabeça e olhou para os dois e disse.

- Estou num campo de concentração, descobriram meu dom,

estão me espetando e fazendo experiências comigo. – completou ele

agora passando a mão no braço como quem sentisse que doesse. –

Não, não, ele está sendo humilhado, sinto ele, sinto sua angústia e ele

agora também me sente, castraram ele como quem faz com um

animal.

- O que eles querem Rupert? O que esses crononazistas

desejam fazer? – perguntou Norson que ao encostar a mão em Rupert

esse reagiu se afastando.


- Rupert disse que eles querem dominar o multiverso e estão

se espalhando por ele, querem anular, destruir, dominar, escravizar a

todos que cruzarem seu caminho! Eles não vão parar é como se

tivessem um pacto com o próprio abismo e cronos. – disse Rupert

agora deixando cair algumas lágrimas de seu rosto. – Não respeitam

nada, nem a verdade, nem o direito, são a morte.

- Isto é o bastante Rupert. – disse Mazzaliel o interrompendo e

colocando a mão em seu ombro.

- A dimensão é Crononite. – disse Rupert colocando a mão no

rosto. – É de onde eles vem, mas estão crescendo sobre todas as

dimensões. O nome da vítima é Haroldo Taylor, e conseguiu escapar

quando ia ser morto por seu algoz, e assim transpassou a esta linha

temporal.

Rupert enxugou as lágrimas e então Mazzaliel e Norson

Gresno cobriram o corpo para protege-lo enquanto anotava as

descrições dadas por Rupert, mas Rupert repentinamente colocou as

mãos no bolso de sua calça e tirou algo que lhe espetou sua mão, era

espinhos.

- O que é isso? – indagou Norson tirando-a das mãos de

Rupert.

- Acho que são rosas sem pétalas, somente espinhos. – disse

Mazzaliel olhando-a de perto.

- Não há porque disso estar aqui. – retrucou Norson.

- É do assassino. – disse Rupert – é um dos primeiros

crononazistas nesta dimensão, ele está deixando isso em suas vítimas.

Haverão mais.

- Porque? – indagou Norson.

- Estão selecionando aqueles que possuem algo que lhes

interessa, esse é o “presente” deles, é um sinal que significa que estão

ocultando algo, algo tirado deles. – completou Rupert. - Eles não

querem compreender o mundo conforme a verdade, mas de acordo a

vontade deles mesmos.


- Certo Mazzaliel, e você o que sabe desses crononazistas? -

disse Norson virando-se para ele – Eles estão nos invadindo e não

admitem serem vencidos legalmente ou pela verdade.

- O que sei dos crononazistas é que a eles se diz tudo o quanto

de injusto, amoral e discriminatório, não possuem quaisquer

responsabilidades morais por seus atos, vivem apenas a cada dimensão

invadindo, saqueando e anulando vidas que consideram inferiores,

submete a tudo e todos que cruzam seus caminhos, não existe

retribuição ou bondade, apenas um extremismo faminto por querer a

tudo dominar e subjugar como se os bons fossem germes num corpo a

serem expelidos.

- Mas isto não é nada que Rupert não tenha dito. – respondeu

Rupert impaciente – Preciso compreender como para-los!

Naquele momento Mazzaliel novamente se comunicava com

sua base no futuro pedindo instruções e trocando os dados recém

colhidos ali para eles, e então ele fez uma feição de quem tivesse

ficado surpreso com algo e disse.

- Acho que descobrimos uma das próximas vítimas, o Rei

George, da Inglaterra. Mas de acordo com a adaptação da linha

temporal proveniente do futuro demonstra que eles estão se

associando a gente de sua linha. – disse Mazzaliel lendo no leitor e

recendo um sinal em seu ouvido.

- Quais pessoas? Que gente?

- Existem dominadores neste seu tempo Norson, senhores do

agora que a tudo desejam controlar, e não admitirão haver um poder

maior que eles, e mesmo que repudiem um tempo soberano sobre todo

espaço, procurarão seu poder e beneficio. São inventores de males e

de arqui-inimigos do qual todo tipo de taxação depreciativa é criada

para justificar a injustiça, estão entre vocês a muito tempo, e anseiam

se associar a qualquer um que lhes ofereça a chance de dominar, e

estes são os crononazistas.

Marchal. No Futuro, dia 25 de julho de ano não conhecido.


Jordana Miller havia ganhado uma viagem para o futuro a conhecer

alguns detalhes deste que não era aberto ao público em geral. Ela

caminha pelos corredores da sede da TEMPUS do qual o exterior é

visto uma imagem de um hipercubo gigante tendo em seu pátio

principal uma estátua de um dos seus fundadores. Após passar por

uma galeria dos mentores, fundadores, e criadores da ciência temporal

e dimensional, ela observou fotos em quadros com seus respectivos

nomes, entre eles Herbert Stoneset, Rupert Keystone, John Octavios,

Apocon Keystone e John Roberts mas um quadro vazio onde estava

descrito: autor não conhecido. Aquilo a levou a perguntar a guia do

tour que era Dayane Conrad, quem era e ela respondeu.

- Autor e descobridor de conhecimentos muito importares,

mas que a anomalia cobriu aparentemente tentando anula-lo da linha

temporal. – respondeu Dayane olhando para o espaço em branco. –

Investigamos em ressonâncias temporais sem sucesso, é uma das

poucas partes do quebra-cabeças que restou para desvendar todos os

mistérios de nosso universo. – respondeu Dayane.

Naquele momento em várias telas holográficas eram

transmitidas imagens em livestream de algum ponto do passado

distante, pois era considerado o dia da verdade onde segredos

históricos ou que influenciaram a história eram revelados

integralmente. Na Tela mostrou o título ‘46˚ Temporal History’, e

uma voz de locução disse: “este ano dedicado aos segredos da

fundação da cidade do Rio de Janeiro e a história secreta deste estado

importante do Brasil.

- Hoje é o dia da Verdade. – disse Dayane sorridente. - A

ciência setiana não é como a vigente de seu tempo que estuda

limitadamente apenas as resultantes, mas a origem, assim como o

evento que criou os taquions, pois ela não é espacial, mas

essencialmente temporal.


Porém, Jornada fora encaminhada a um lugar cuja passarela

passava por cima de vários equipamentos aparentemente interligados

entre si a levando se perguntar o que era, mas tão logo sendo

respondida por Dayane antes mesmo que a pergunta fosse feita.

- Estes são Relógios de medição precisa de tempo

comparativo, computadores de criptografia quântica e armazenagem

de memória baseada no DNA humano e em partículas skyrmion. A

partir disto criamos o MPPT, ou Moto-perpetuo de Paradoxo

Temporal que se utiliza de um tipo de 'microfonia' temporal para

potencializar energia a multiplicando e resolvendo a crise energética

de 2086, porém, sem controle tal fonte energética vaza

dimensionalmente provocando oscilações e atingindo a caótica do

universo como ressonâncias. – parou ele sobre aquela espécie de ponte

que conduzia até um outro lugar com enormes vitrais.

- Como vocês conseguem produzir tal energia?

- Taxa de aumento multiplicativo de energia potencializada

ante o espaço, o que cria partículas que chamamos de cronotons,

naturalmente que suplantam o espaço, pois a concepção do tamanho

não tem relação com a distribuição temporal.

- Mas o que são esses visores que seus viajantes usam quando

vão em nosso tempo? – indagou ela visivelmente inerte naquela

contemplação.

- Aquilo? Sim, são o Transcronal, ou Cronophone, um

comunicador de comunicação temporal.

- Impressionante. – respondeu Jordana que agora olhou para o

alto vendo que o teto era um vitral com uma estrutura de aço tornando

possível ver o céu estrelado ainda que as luzes artificias abaixo

estivesse acessas, mas por um truque da ciência conseguiram criar

uma forma de bloquear a sua passagem até o alto, permitindo uma

visão nítida do céu daquele ponto.

- Veja o céu e vemos apenas reflexos de estrelas de modo que

ainda que possamos identificar quais estrelas estão mortas pelo tipo,

gigante vermelha ou supernova, não podemos conhecer o tanto mais,


pois são ecos luminosos de sua existência. Assim é no multiverso

ressoante, algo que não existe aqui pode existir noutro tempo ou

ressonância. – disse Dayane olhando também para o alto. - O tempo

em sua interação sempre é ressonântico, pois o feedback da interação

do futuro com o passado proporciona o vice e versa de modo a se

alterarem mutualmente e de modo crescente numa espécie de

microfonia temporal, o único de interrompe-lo é impedindo o evento

de rompimento cronológico. – disse Dayane cruzando os braços

enquanto do outro lado do prédio uma nave estava disposta inclinada

para o alto e ela continuou - Assim como ondulações e enrugamento

do tempo podem indicar horizontes de eventos de viagem no tempo

naturais.


V

O Prisioneiro do Espelho

"Estou só e não há ninguém no espelho."

Jorge Luis Borges

ornada estava impressionada com aquele paraíso que mesclava o

melhor da ciência e a filosofia de modo puro e repleto de valores

como quem tivessem suplantado as mazelas do passado como da

injustiça e a exclusão a conceber que venceram pelo melhor ante o

caos. O caos é importantíssimo para o universo, graças a ele existe a

liberdade, o livre-arbítrio, a entropia, mas é incalculável sendo sempre

imprevisível, pois liga-se ao infinito sobrepondo dimensões fora desta

como variáveis. Ele surge da junção do tempo a curva do infinito em

similaridade a gravidade como a curva do espaço e tempo, mas aqui a

varar as três dimensões parcas do limitado universo de modo que

mensurar o caos exigisse aprofundada compreensão do tempo e de que

o tamanho e o espaço tem pouquíssima importância, pois de toda

fissão nuclear é que surge a explosão do maior caos, desde o big bang

a comprovar a grandiosidade do universo veio do menor, pelo caos.

Todavia havia um motivo a mais para Dayane Conrad leva-la até

aquele ponto, pois eles haviam recebido informações do passado, isto

é, do presente de Jordana sobre os primeiros sinais da invasão

crononazista.

- Intrigante você ter perguntado sobre a foto vazia. – disse

Dayane – Acho que você faz valer a teoria do sincronismo, pois

recebemos informações agora a pouco de que uma conspiração em seu

tempo pode levar a ele.

- O que houve? – indagou Jornada igualmente intrigada.

- O que aconteceu para nós, aconteceu para nós. Mas o que

aconteceu agora para vocês é um pouco inesperado, todavia parece

fazer sentido. O fato é quem tramam matar o Rei George por ter

alguns conhecimentos importantes sobre a sua linha temporal, mas

J


ainda que não possa contar a conclusão, isso leva justamente a rastros

que indicam onde está este jovem.

- Jovem? Como vocês tem ciência disso não sabendo quem é?

- O Tempo a todo tempo muda minha prezada. – disse Dayane

sorrindo para ela. – e com elas as informações. As informações

mudam porque no tempo os reflexos se interagem ressonanticamente

de modo sobre linear, todavia a essência da verdade nunca muda, mas

a visão dela. O que procuramos é um prisioneiro do espelho onde seu

projeto aparentemente tem estreita relação. – Dayane então começou a

andar pedindo para segui-la.

- Onde vamos? – perguntou Jornada assustada.

- Vamos lhe dar informações para uma investigação que

Norson está fazendo com um dos nossos. Algo está a acontecer

Jordana – respondeu Dayane – mas falamos de um homem que

superou e exacerbou rompendo todos os limites do conhecimento e

criatividade a algo indescritível e inefável aos vãos que os tratam por

inferior, na realidade perseguido por fazer parte de algo fora da

compressão de mentes vãs e amorais. Mas que sobretudo cremos que

tenha informações sobre o projeto inicial dos Crononazistas, o Projeto

Netuno.

- É algum tipo de seita?

- O conceito de seitas denigre a verdade e a moral levando a

valores contraditórios e ambíguos, distorcendo a verdade, a ocultando,

mas ao longo do tempo sempre há alguma seita envolvida em eventos

relacionados ao tempo. – respondeu Dayane. – A única que se

aproximou a ter alguns conhecimentos permitidos por nós, e a Ordo

Christianistas Ad Ventus, algumas outras limitavam-se a furtar

conhecimentos para se exaltar um sentimento arrogante de

exclusivismo. – continuou Dayane caminhando para fora do lugar até

o Centro de Operações Temporais, o centro nervoso da TEMPUS

onde orientava inclusive outras bases em outros tempos. - A viagem

no tempo pede e clama por uma lei e moralidade perfeitas e sem

exceções e distorções, mas imparcialidade como leis rígidas o que

estes provaram do inicio não possuírem, e por isso arriscam tudo feito

aqui.


Ao entrar no Centro de Operações Temporais (COT), a

movimentação estava acirrada não somente relacionado as

informações recém adquiridas do tempo de Jordana, mas que o tempo

todo atualizações eram realizadas em diversos tempos e escalas

mediante as constantes flutuações no Tempo cronológico e de Kairos.

Jornada Miller ficou perplexa e vislumbrada com a beleza do lugar,

telas mostravam a conexão com quatro bases da TEMPUS em tempos

distintos onde mostravam-se o tempo de cada uma em tempo real e

sincronizado paralelamente com o futuro e numa delas uma

conferência temporal onde eles se comunicavam diretamente com o

passado onde um homem chamado John Octavios lhes informava

relatórios de alguma outra missão realizada. Naquele momento,

porém, Dayane fora levada até um ponto onde viu-se pelo visor de

Mazzaliel as orientações em sincronismo temporal para transladar eles

até o ponto onde estaria o dito homem.

- A colisão de mundos tangentes e nosso reflexo influem na

convergência deste ponto onde vocês devem ir – disse um homem de

meia idade a Mazzaliel. - A série de coincidências demonstram que tal

dimensão é resultante probabilística do improvável, talvez resultante

das incursões ilícitas dos crononazistas que levam a crimes de

sincronidade negativa.

- Jordana, preste atenção. – disse Dayane a interrompendo –

Você tem que ir com eles, lhe será um curso prático de viagem no

tempo. Eu sou do CEET a corregedoria da TEMPUS e tenho que

vigiar o que está sendo feito aqui.

- O que ele fala? Lei de Murphy? – perguntou Jordana a

interrompendo e intrigada.

- Não existe lei de Murphy, mas quando eventos deste modo

descrito acontecem significa alterações ilícitas na continuidade da

linha, por isso as informações se modificaram. – respondeu Dayane –

agora preste atenção no que vou lhe dizer, Jordana. – Dayane então

pegou uma pasta para ela com dados da missão – Você tem que entrar


essa pasta a Mazzaliel, tudo o quanto dito aqui é confidencial a sua

linha de tempo.

- Vocês ainda usam papel? – indagou Jordana ao pegar a pasta

como uma criança vislumbrada e irônica.

- Nós transmitimos todos os dados para seu cronophone,

porém, dentro desta pasta existem documentos a serem utilizados para

ter permissão de entrar onde o homem está. – respondeu ela enquanto

Jordana abria a pasta vendo crachás e um documento escrito

‘concessão de visita’.

Jordana fora então levada até ao centro de transporte onde

Dayane apertou-lhe a mão agradecendo pela visita e com um sorriso

cordial se despediu dela, quando a jovem Jordana Miller fora

aparentemente engolida por um wormhole desaparecendo diante de

seus olhos, a verdadeira ‘mágica’ não é o engano e a ilusão, mas a

ciência aplicada e praticada.

Subitamente Jordana viu-se num lugar vazio. Tonta pela

viagem temporal virou-se para trás e viu um jardim e um homem

molhando plantas, um jardineiro. Ele parou com a mangueira na mão

olhando estático para a aparição da jovem diante de seus olhos,

literalmente do “nada” e então largou a mangueira e saiu assustado,

quase correndo. Jordana caminhou alguns passos de modo

cambaleante quando ouviu uma voz familiar, era Norson Gresno.

- Jordana, aqui!

A jovem virou-se ainda um pouco sem orientação e viu

Mazzaliel ao lado de seu antigo amigo de trabalho. Ela ajeitou a pasta

de baixo de seu braço e a tirou estendendo a eles, e Mazzaliel a pegou

dizendo.

- Obrigado, Jordana, bom trabalho!


Jordana assentiu, mas repentinamente vomitou abaixando-se

entre seus joelhos, e Mazzaliel colocou as mão sobre seu ombro e

disse.

- Acontece assim mesmo, mas vai melhorar. Vamos se

recobre, tem gente olhando, já sabem que estamos aqui.

Ainda visivelmente pálida, Jordana caminhou ao lado deles

até uma portaria grande de um prédio aparentemente sem janelas onde

ficava o jardim. Lá dentro Mazzaliel ajeitou sua manga escondendo o

visor e sorrindo disse após entregar o crachá a Norson e mostrar o seu

ao segurança.

- Somos do sistema de inspeção, viemos aqui visitar um de

seus detidos.

O segurança em tom severo, pegou o crachá e olhou para a

cara dele e a de seus dois companheiros e ao ver o rosto pálido de

Jordana disse.

- O que tem sua amiga?

- Nada, ela é alérgica a jardins. – respondeu Norson tentando

disfarçar, mas apenas causando uma sensação de estranheza no

segurança e então ele continuou – digo, a alguns tipos de plantas que

lá tem.

O homem então ignorou e passou o crachá no sistema que já

havia sido modificado para entrar seus dados localizando o nome

deles e assim os liberando.

- A primeira entrada a esquerda e sigam direto até o fim do

corredor.

Assim eles seguiram silenciosamente por um corredor gelado

e fúnebre até a porta no final desta onde um senhor sentado numa


cadeira estava imóvel até vê-los. Eles passaram o crachá no leitor e a

porta se abriu e o senhor olhou num monitor e em seguida olhou para

eles dizendo.

- Follet Goldberg, não? Ele anda resistindo a cooperar com o

projeto então está na solitária, sigam direto até o fim deste corredor.

Sem nada perguntar Mazzaliel apenas acenou positivo para ele

e seguiram silenciosamente tendo apenas o som de seus passos pelo

corredor a contemplar o que aparentemente eram celas onde estavam

várias pessoas, eram cobaias com autismo obrigadas a servi-los num

projeto dos crononazistas. Eles viviam sem quaisquer direitos naquele

lugar e alguns choravam dentro de suas celas como quem implorassem

para ser libertos do único crime de simplesmente existirem, naquele

momento Mazzaliel murmurando ao ver estar distante do guarda.

- Procuramos o verdadeiro autor das teorias, o mais rejeitado

de seus conterrâneos que se tornou chave e lhes mandamos o sinal

décadas atrás, pois do futuro há muito o procurávamos. Tal que vive

injustiçado por causa da ganância dos maus, fez muito mais que a

maioria deles juntos cujo esporte é a injustiça e discriminação. Autor

das mil palavras.

- O que são as mil palavras? – indagou Jordana a Mazzaliel.

- Um livro que apesar de ter sido escrito por John Roberts fora

de conceituais dele sobre seu conhecimento do multiverso. –

respondeu Mazzaliel e continuou - A ele sempre fora vedado algumas

das melhores coisas da vida, pois fora penalizado pela ganância dos

maus, mas ele enxergou a verdadeira natureza deste multiverso, e de

Mensagens subliminares controlando a ideia de realidade do povo.

Havia escrito e criado teorias e por isso agora escravizado naquele

lugar, mas nunca para ser agraciado, mas sim o lugar exaltado.

Os três então chegaram ao fim do corredor onde a última cela

permanecia em silêncio até Mazzaliel dizer.


- Isso aqui é um dos ramos da Bug's Time chamada Level 7

onde treinavam agentes para se passar por setianos, utilizando terapia

genética com genes dos verdadeiros setianos. – completou Mazzaliel

vindo a olhar pela pequena janela que havia na porta da cela e

continuo - Um padrão percentual da existência indica que alguns

curiosamente apresentam as mesmas características e assinaturas

quânticas fora da linha genealógica comum as demais variáveis

dimensionais, e este homem creio ser um destes.

- São os que vieram me resgatar? – perguntou o jovem lá

dentro.

- Como tem ciência disto? – indagou Mazzaliel abrindo a

porta lentamente.

- Senti, soube de começo que eram vocês a me contatar anos

atrás, mas por mais que me esforce não existe como ter uma visão do

futuro perfeita, mas o realizo por minha imaginação que estes copiam.

- Vamos dar um passeio? – perguntou Mazzaliel sobre os

olhares de Jordana e Norson ao notarem que ele possuía uma coleira

no pescoço como se fosse um cão.

- Quem são estes? – indagou Follet Goldberg com alguns

cacoetes.

- Somente eu sou viajante temporal, estes dois são honorários

de outro tempo, estão nos acompanhado.

- Eles tiraram meus livros. – disse Follet. - Meus livros para

mim são como minha roupa, mas para eles uma fantasia.

- Não se preocupe, temos todo seu material e poderá dar

continuidade a seu trabalho e agora com remuneração. – respondeu

Mazzaliel sorrindo e colocando sua mão em seu ombro.

- Não vou mais ter que pagar, tomar e dar? – disse Follet de

modo rude.

- Não prestará mais contas a estes algozes da verdade e

moralidade. – disse Mazzaliel olhando para trás, a Norson e Jordana

que olhavam fixamente para ele.

- Sou amargo porque não tenho uma vida doce. – disse ele

saindo da cela e olhando receoso para fora do corredor. – Sabe disso?

Tem mais vários em situação similar, eles sugam tudo que pode da


gente e então somos desovados como lixo quando não temos mais

nada, e dizem que é legal.

- As concessões não fazem a legalidade necessariamente, mas

a conspiração muitas vezes. As vezes os mais perigosos mesmo são

aqueles armados com canudos a todo tipo de ataque a falácias. – disse

Norson demonstrando se sensibilizar com o jovem.

- Primeiro eles atacam a reputação, depois a dignidade e a

honra, e então matam. Procuram tirar a credibilidade de suas vítimas,

são os que descartam a todos, mas se consideram insubstituíveis

mesmo que nada que preste tenha descoberto. – comentou o jovem

vomitando o que passou na mão deles.

- Você é o prisioneiro do espelho. – disse Jordana com um

sorriso. – Mas agora não mais.

Naquele momento o visor que fora dado por Mazzaliel a

Norson tocou ecoando pelo corredor e chamando atenção do senhor.

Sem jeito por não saber mexer naquele aparelho Norson então quase

entrou na cela para tentar sufocar o som, mas Mazzaliel pegou em seu

braço apertando um comando que atendeu o que era uma ligação

temporal.

- Como isso é possível? – indagou Mazzaliel com ele mesmo

ao ver que a data da ligação era de algum ponto do passado sem

cobertura temporal da TEMPUS.

A imagem que apareceu porém, surpreendeu ainda mais

Norson ao constatar que era ele mesmo do outro lado da linha!

- Saudações, temponauta honorário! – disse o homem em tom

de deboche. - você está vendo através do espelho, então deve estar se

perguntando quem sou! Sou você mesmo noutra face, somos o mesmo

em lados opostos do espelho.

- O que você quer? Quem é você? – indagou Norson tendo o

olhar assustado de Mazzaliel igualmente aturdido com aquilo.


- Já disse, sou o cisne negro e todos sabemos como essa dança

vai terminar. – respondeu o homem em tom sádico. - Não somos tão

diferentes, estamos apenas de lados opostos do espelho.

- É uma versão sua ressoante duma dimensão paralela. –

respondeu Mazzaliel – digamos que você mesmo degenerado

moralmente.

- Sou seu dialogo com o espelho, Norson, sou seu lado

obscuro latente, seu meme não desperto. - Disse sua versão de outra

dimensão.

- Não, você não é meu reflexo, mas meu eco no abismo. O que

você quer? – indagou Norson severamente.

- Vocês estão pegando algo que me pertence, esse cachorrinho

é meu! E naturalmente que isso vai lhes custar algo.

- Follet não é um objeto para ser possuído! – indagou Jordana

interrompendo.

- Quem dita as leis nesse mundo sou eu! – retrucou o homem

agora falando em tom de fúria. – Mande essa vadia calar-se!

Naquele momento Follet sentiu uma pontada no pescoço pela

coleira que usava e aquilo se intensificou o fazendo cair ao chão

agonizando. Mazzaliel correu até ele se abaixando e tentou tirar a

coleira em vão.

- Como tiro essa coleira? – perguntou Norson ao seu símile

temporal.

- Porque lhe diria isso Norson? – respondeu o homem

debochando novamente – Você tem sido um ego divergente mau.

- E o que vocês fazem aqui é algo bom? – retrucou Norson

enquanto Mazzaliel acenou negativamente para ele por não conseguir

tirar a coleira.

Naquele momento surgiu o senhor do começo do corredor

abrindo a porta para mais dois homens, dois seguranças enormes que

apontaram para eles indo em sua direção. Mazzaliel ao ver a situação

levantou-se e disse.


- Vamos nos transladar, talvez corte o sinal da coleira.

Porém, ao tentar acionar o visor um sinal aparentemente

bloqueava a materialização de wormholes naquele lugar o deixando

sem o que fazer.

- Eu pensei nisso seus engomadinhos temporais. – disse o

homem no visor de Norson. – Essa prisão fora criada para nenhum

cronologo, topologo ou imperionauta invadir. É bloqueado com

cronomite!

Mazzaliel ao ver os homens apertando o passo em sua direção

tirou um tipo de cassetete com pontas luminosas, e Mazzaliel

começou a mexer em seu visor visivelmente tenso, mas apontou o

visor para eles e os fez literalmente desabarem sobre si mesmo

apagando.

- Como você fez isso? – indagou Jordana.

- Um anulador de cognição, estão temporariamente em coma.

Armas não letais que possuímos aqui. Agora vamos, eles sabe que

estamos aqui!

Os quatro caminhavam pelo corredor e o ancião ao vê-los

levantou-se assustado e saiu pela porta de onde entraram praticamente

correndo. Follet agonizava se arrastando enquanto Mazzaliel e Jordana

os puxavam pelo corredor. Mas no visor o reflexo símile de Norson o

tempo todo lhes ameaçava.

Ao passar pela porta entreaberta, os quatro se viram diante de

mais cinco seguranças daqueles que eram do tamanho de um armário

vindo com armas em sua direção enquanto o homem da portaria

estava ao telefone falando com alguém nervosamente. Mazzaliel

novamente apontou o visor para os cinco e três caíram em coma, mas

outros dois vieram em sua direção ainda mais severos, e correndo

agarraram Mazzaliel que lhe chutou enquanto Norson se esquivou do


golpe de outro. Mazzaliel então apontou o visor novamente mas se

atrapalhando atingiu Jordana que caiu apagada no chão.

- Droga! – gritou ele quando o homem o agarrou por trás

segurando seus braços, mas Norson pegou o visor de seu pulso

enquanto Mazzaliel disse. – Aperte o botão vermelho!

Norson atrapalhado a ponto o visor na cabeça do armário

ambulante e este desabou como uma boneca de trapos gigante.

Mazzaliel correu para Jordana que toda mole pelo coma a pegou

jogando-a no ombro e disse.

- Traga Follet pra fora, para sairmos daqui, para nos

transladarmos!

Os quatro seguiram e quando saíram o lugar estava cercado de

carros com homens saindo armados até os dentes para atirar neles. E

no visor de Norson seu ego espelhado não parava de ameaçar.

Mazzaliel pegou o visor de volta e começou a dar os comandos para

abrir o wormhole e assim o fez diante de todos homens que lá estavam

e os quatro sumiram diante de seus olhos quando lhes apontavam as

armas para atirar os fuzilando.

Ao surgirem na outra extremidade do wormhole viram-se num

lugar esquisito, como um campo. Jordana agora começava a despertar

aturdida pelo coma e Norson confuso viu apenas que ao menos o sinal

fora cortado na coleira de Follet Goldberg que sentia-se aliviado.

- Onde estamos? – perguntou Follet um pouco tonto.

- Lugar certo, data errada – disse Mazzaliel. – Acho que

paramos no meio do Woodstock!

- Maravilha... – disse Norson ironicamente. – Você comprou

seu diploma de crononauta não Mazzaliel? – continuou ele

debochando do amigo que ficou sem jeito.


Naquele momento vieram vários homens e mulheres em sua

direção ao ver Jordana caída no chão em meio ao gramado, e ao se

aproximarem disseram.

- Paz e amor caras! Essa sua amiga tá muito doida heim!

Precisam de algo?

- Não, obrigado – disse Mazzaliel.

- Ai que bagulho vocês estão usando? – disse uma mulher

sorrindo para Norson com um vestido longo até os pés.

- Tem certeza que é o lugar certo Mazzaliel? – indagou

Norson.

Mas naquele momento Mazzaliel ativou novamente o visor

fazendo eles desaparecerem diante dos hippies que ficaram parados

diante deles e disseram quase em corô “wow!” e um deles continuou e

disse.

- Cara, que viagem meu! Esse bagulho deu onda mesmo heim!

– completou olhando para a maconha em suas mãos.

Marchal. No Futuro, dia 25 de julho de ano não conhecido.

Os quatro então apareceram no futuro, na sede da TEMPUS de onde

havia vindo Jordana, no mesmo tempo. Jordana completamente

confusa por uma sucessão de viagens duma só vez, colocou as mãos

na cabeça e ao levantar-se perguntou a Mazzaliel.

- O que você fez comigo?

Mazzaliel ficou sem jeito enquanto vinha Dayane em sua

direção de braços cruzados e séria enquanto vários dos seus ajudavam

eles a se levantarem lentamente no setor de translocação temporal.

- Mazzaliel, você tem se atrapalhado muito! – resmungou

Dayane. – Acabou de fazer exposição temporal em meio ao

woodstock!


- Não se preocupe, pessoas alcoolizas e drogadas não são

muito críveis em seus depoimentos. – tentou justificar Mazzaliel com

um sorriso amarelo.

- Mais um destes deslizes e vai passar pelo programa de

reciclagem. – retrucou Dayane Conrad – nas viagens temporais não

temos margem para falhas, prestou atenção?

Mazzaliel assentiu enquanto todos quatro agora estavam de pé

e indo em direção a um centro de check up para verificarem suas

condições físicas e mentais.

- Quem era aquela minha versão degenerada do outro lado do

monitor? – perguntou Norson quando se sentou numa maca enquanto

um aparelho de leitura cerebral era passado em sua testa.

- Desta vez os extremos perigos não vem do futuro, mas de

dimensões ao lado. – disse Dayane Conrad para Norson enquanto

Jordana estava deitada numa outra maca sendo interrogada por um

neurologista especializado em casos de transtornos mentais derivados

de viagens no tempo, o TMDVT.

- Assemelhasse a uma feiticeira diante do espelho tentando

matar quem é mais formoso que ele. – retrucou Norson enquanto

agora tiravam uma mostra de sangue dele.

Apesar das dificuldades, a missão fora um sucesso ao

conseguir resgatar o jovem Follet Goldberg das mãos de crononazistas

que havia dominado aquela dimensão onde estavam. Aquele cientista

cuja credibilidade arruinada por suas convicções nada ortodoxas

foram comprovadas do dia para a noite tirando sua concepção de

pseudociência da marginalidade ante a ciência vigente, de modo que a

discriminação o qual sofria tornou-se áureo reconhecimento justo

ainda que sofresse a maledicência de invejosos nada empíricos a

argumentar absurdos para justificar furtos. Todavia com o

desenvolvimento de tecnologias consequentes ele intuiu por medição

nas ressonâncias temporais que algumas vibrações entoavam o indicio

duma dimensão fora da escala até então estipulada onde o catalogo


prévio eram de mil variações - ainda que se soubesse da possibilidade

da perpetuidade ao infinito do mesmo - de modo que tal dimensão

similar a uma singularidade a denotar a ele perfeição limite em

contraponto parecia crepitar como ecoando nas boas atitudes humanas

atreladas aos sentimentos mais puros como se as vibrações de tal

ressonância estivesse justamente relacionada a algo perto do conceito

de paraíso. Naturalmente que os cientistas olharam novamente torto a

ele, pois não viam disparate entre a psicológica e a recém nascida

ciência do filoversismo, sem que soubesse todavia, de que

representava não somente a mais elevada dimensão, como a

verdadeira realidade pura do qual eles ressoavam como ecos

distorcidos pelo mal que infestava nossa realidade a exemplos dos

psicopatas que tinham a afeição de uma tabua. Naturalmente que

algumas seitas ao ficarem cientes disso disseram que o conceito de

“dimensões elevadas” era deles ainda que tinham mais respaldo de

origem na bíblia ao se relacionar com anjos. Fato que a TEMPUS não

gostava de mesclar ainda que muitos destes tivessem crenças

religiosas.

Os quatro tiveram aquele dia no futuro para relaxarem ao

completar seu check up afim de que sob observação por algumas horas

caso alguma alteração nas próximas horas fossem notadas a indicar

algum distúrbio causado pela viagem temporal. Assim Jordana

exausta adormeceu, enquanto Norson e Mazzaliel resolveram jogar

um jogo muito velho para a humanidade, baralho. As horas voaram e

ao fim do dia, Follet Goldberg agora era interrogado sobre os dados

recém colhidos do tempo de Norson a fim de cruza-los e obter

respostas sobre o dito livro desaparecido das mil palavras e o atentado

contra o Rei George, pois haviam descoberto uma conspiração para

dominar o mundo através do monopólio do conhecimento e do

controle da informação onde não mais se saberá quem são os autores.

A conclusão que se chegou é que as pistas ao impedir o

homicídio do Rei George enquanto lá estavam eles, levavam a

coordenadas por ele ciente de um dos primeiros experimentos dos

crononazistas, o Projeto Netuno, numa base submarina num linha

ressoante conforme dito a dimensão ‘cronomite’ por ser de onde


extraíam a pedra de mesmo nome que supostamente teria relação com

o mundo de Cronos. Com as coordenadas específicas levavam ao mar

de bermudas, nas mediações do caribe por se acreditar que haviam

fissuras temporais naturais naquelas mediações.

Ao pesquisarem o contato feito pelo eco de Norson,

descobriram que o sinal curiosamente vinha das mesmas coordenadas

passadas pelo Rei da Inglaterra de modo que levaram a identidade

deste eco degenerado, era Guilherme Símil. Ao terem todos os dados

coletados assim se formou os parâmetros para uma incursão de

urgência a tal ponto, onde estaria desta vez preparados para um

confronto direto com os crononazistas. Mazzaliel fora selecionado

para dar seguimento, uma vez que estava, no caso anteriormente, mas

por seus problemas desta vez ficou responsável pela segurança de

Norson e Follet Goldberg que iriam como acompanhantes para

averiguar o caso de perto por seus conhecimentos sobre este.

Dez soldados temporais foram preparados, armados com

equipamentos de indução de coma e neutralização eletrônica como

Pulsos eletromagnéticos em raios focalizados a fim de anular

eventuais experimentos em progresso e ataques por meio de

tecnologia similar. No total haviam cerca de quatorze pessoas na

missão, pois desta vez Dayane Conrad acompanharia pessoalmente a

operação.

Quando Norson Gresno ficou ciente sobre seu eco temporal,

disse que iria surra-lo, todavia os protocolos temporais e dimensionais

não permitiam encontros com versões alternadas de si mesmo por

criar transtornos na linha temporal de evento ainda não claro ao

pessoal da TEMPUS. Porém, ao se constatar que aquele ser vil havia

se transladado no tempo pela perda de sinal deste, a permissão de

Norson ir a missão fora concedida, e assim todos no setor de

transporte foram transladados até o Projeto Netuno.

Projeto Netuno. Mar de Bermudas, mediações do Caribe, 2029 da

dimensão Cronomite.

Ao se materializarem no lugar a primeira coisa ordenada por Dayane

fora de registrar todos sinais capitados de modo que identificasse


qualquer tipo de movimentação na base. Porém, para a surpresa deles

nada havia não somente a vista deles como em toda base. Os soldados

foram na frente seguindo todo procedimento padrão para assegurem a

presença dos demais e quando chegaram a um enorme hangar como

uma cúpula se depararam com diversos corpos falecidos ao chão.

- Algo aqui deu errado mesmo, porque eles não tem domínio

de controle sob o potencializador temporal, algo que chamamos de

efeito Philadelfia, e como o visto por você no projeto, o eco. Projeto

Netuno onde estes procuram a fenda submarina que teria engolido

Thule, o símbolo é um tridente. – disse Dayane para Norson

igualmente surpresa, mas olhando em seu visor em constante conexão

com o futuro para frequentes atualizações de informações

ressonâncias e como âncora temporal após apontar para o símbolo de

uma suástica tendo no meio o tridente de Netuno.

Um dos homens de assalto verificaram o pulso de uma das

vítimas que constataram estar de fato mortas, de modo que Norson

ficou impressionado ao ver alguma delas fundidas ao ferro da

estrutura e uma outra até mesmo ao balde e uma vassoura.

- Philadelfia seria do mítico projeto da marinha americana

para tornar navios invisíveis? – perguntou ele.

- Sim, e utilizando alguns ex-nazistas, quer seja coincidência

ou não. – respondeu Dayane.

- Isso faz lembrar o mito de Narciso. – retrucou Mazzaliel ao

ver o lugar sem qualquer vida tirando eles. – Talvez seu eco Norson

tenha ficado impressionado ao se ver no espelho, assim como ao

invadir mundos ressonânticos. Mesmo os povos zulus acreditavam

que as águas poderiam tomar as almas por seus reflexos. – completou

enquanto caminhava ali.

- Engano fútil, as luzes refletem apenas a aparência, nunca

almas e conteúdo! – retrucou ele justificando – Acho que Norson

conhece perfeitamente isso. – respondeu Dayane.


O Herói de Téspias, Beócia era famoso por sua beleza e

arrogância, como parte do panteão da mitologia greco-romana o Auto

admirador era filho do deus-rio Cefiso com a ninfa Liríope. Dizia-se

que Pausânias ficava impressionado com o fato de alguém não fosse

capaz de diferenciar um reflexo de alguém verdadeiro e por isso era a

única concessão dada a Narciso pela Oraculo Tirésias , é que teria uma

vida longa desde que não se contemplasse a própria face. Porém,

Narciso por ser tão belo era amado por todas as mulheres com quem

devotava desprezo, uma destas, porém, fora Eco que uma vez

apaixonada definhou ao ser rejeitada por Narciso. Ao ver isso a deusa

Némesis lhe vetou um castigo, se apaixonar por seu próprio reflexo

num lago como quem a Eco por ele, de modo que igualmente

definhou ao contemplar-se diante de tal.

Havia uma flor que teria surgido de Narciso ainda que alguns

a citem como criada para atrair Perséfone permitindo que fosse

sequestrada por Hades ao submundo, o que talvez justifique o

significado de seu nome como "entorpecido", de onde deriva-se o

termo narcótico como aqueles que ficam entorpecidos pela

insensibilidade e o egoísmo. Algo que se identificava perfeitamente

com os crononazistas e sua obsessão em atravessar ressonâncias

temporais, mas ali vítimas dos próprios ecos que criavam assim como

Eco a Narciso.


VI

As 15 Dimensões

"O fantasma de Alice me assombra ainda,

debaixo dos céus se movendo - tão lindo!

na Terra invisível de sonhos infindos..."

Lewis Carroll - Alice no país do espelho

gora introspectivos após ouvirem o eco de seus próprios

passos naquela cúpula, o pessoal da TEMPUS enquanto a

tudo registrava notaram porém, haver algo mais naquele

incidente que matou dezenas de crononazistas, algo que não somente

fundiu eles em sobreposições dimensionais como parecia vir de outra

dimensão. Assim Dayane fazendo leituras com seu visor de pulso

notou a placa escrito “Wissenschaft” que significava em alemão

“Ciência”.

- Você conhecem o fato de que os ventos de Netuno podem

chegar a 2.400 km/h quebrando a barreira do som? – perguntou Follet

Goldberg para quebrar o gelo do súbito silêncio mediante aquela

situação fúnebre. – Talvez este nome tenha alguma analogia com a

ideia de romper o tempo linear assim como uma interpretação do mito

de Narciso seria adequado a uma interpretação nestes casos temporal,

ainda que originalmente não o seja, evidente.

- Boa hipótese, Follet Goldberg. Porém, semelhanças análogas

não implica ciência duma teoria previamente a estes ainda que alguns

casos poderia ocorrer um sincronismo inconsciente. – respondeu

Dayane. – Alguns veem nisso até mesmo como uma metáfora no

Gêneses do Apocalipse de modo que deduzem que Moises seria

instruído na ciência temporal!

- Vocês investigaram, para verificar se era legítima a teoria? –

indagou ele a Dayane.

- Não encontramos nada que corrobore tal hipótese por mais

fascinante que seja. No passado Ecos são ecos, e águas sempre foram

A


águas, nada mais. – completou ela agora parando na frente de um

painel.

Follet parou ao lado dela e viram registros dos experimentos

ali realizados, todos colhidos por ela e Mazzaliel que ao abriu viram

datas, coordenadas que demonstravam que eles tentaram construir um

mapa das variações temporais ondulares, e abaixo uma observação

sobre o dito livro das Mil Palavras.

- Não sei porque eles me trataram como inimigo nunca havia

feito nada de mau a eles. – disse Follet vendo os papéis nas mãos de

Dayane e Mazzaliel.

- Inventar inimigo é o ócio do capeta. – respondeu Norson -

Assim como soluções preconcebidas indicam problema inventado e

motivo procurado. – completou. - Não se pode justificar a injustiça, é

uma contradição em termos, assim como soma de fatores diferentes

dar sempre o mesmo resultado.

- Veja isto, gravações de vídeo com outras dimensões. –

interrompeu Mazzaliel abrindo arquivos num computador e mostrando

imagens de contato introversos, como chamavam.

Os contatos Introversos ainda eram proibitivos aos oriundos

do tempo de Norson e Jordana Miller por ainda não terem formação

tecnológica e moral adequadas ao procedimento, sendo vedado a eles

apenas incialmente a ponte com o futuro até que se tornasse o presente

deles conforme dito por Dominic.

- Eles foram aniquilados por seres de alguma dimensão

desconhecida. – respondeu Mazzaliel – Vejam.

- Talvez o mito de Thule seja verdadeiro. – disse Norson a ele.

Na tela a imagem de um homem que não era conhecido pela

TEMPUS, Welton Wodahs onde passava instruções para Guilherme

Símil e um negro chamado Raphael Crowell quando algo adentrou o

lugar fazendo a luz oscilar, nisso ao ver o vídeo Follet o reconhece


como um dos que lhe torturavam. Nos papéis finalmente Dayane

identificou o nome preciso daquela agência temporal cujo nome era a

Unternehmen Zeit onde seus agentes eram chamados Os Skulls

zeitliche que usavam capacetes com símbolos semelhantes a da SS,

mas ao invés de ser uma caveira com asas era com um tridente.

- Eles são mais agressivos que nossos velhos conhecidos

bugmans, mas acho que se associaram. – disse ela quando parou para

ver o vídeo.

A Tela mostrava um movimento atípico dos soldados, os

Skulls zeitliche em súbito medo ao fundo enquanto Guilherme falava

olhando para trás. Eles começaram atirar de um lado a outro, mas

estranhamente o chão parecia oscilar e ecos deles, de seus

movimentos, pareciam gradualmente se mesclar ao cenário submarino

daquela base secreta, quando Guilherme abandonou aquilo e saiu

correndo para se transportar a outra dimensão longe daquilo.

- Agora explicasse o porque do que vemos aqui. – respondeu

Follet.

Dayane porém abriu outro vídeo e este era exatamente aquele

em que Guilherme ameaçava seu reflexo gêmeo, Norson. Norson por

sua vez ao ver aquele vídeo teve uma sensação de estranheza ímpar

como se ele tivesse feito algo que não lembrava. Dayane vendo a

reação dele mudou o vídeo a outro onde um ser nunca visto antes

parecia lhes dirigir a palavra soltando crepitações ecoantes e

discrepantes.

- É um ser de múltiplas dimensões. – disse Dayane –

Impressionante! Pensávamos que existiam apenas como mito de uma

ressonância onde os Seths tem uma religião própria. Segundo eles,

estes criavam efeitos similares ao de sincronidade temporal descrita

por Carl Jung e Jacques Bergier, eventos sem causalidade o que talvez

pode ter tirado a estabilidade do sistema aqui presente.


- Foram estes seres então que aparentemente invadiram aqui

por algum motivo. – deduziu Follet.

- Caso não se domine tal tecnologia de poder energético

temporal, virtualmente infinito pode desencadear uma série de eventos

aparentemente aleatórios de sincronidade de eventos. A sincronidade

tem explicação com a teoria dos chineses do tempo, antecipando o

entrelaçamento quântico a nível macro pela inexistência do espaço. –

completou Dayane fazendo Follet sorrir para ela como se tivesse

ficado mais interessado nela do que no que era dito.

Porém, naquele momento um som veio de um dos aposentos

da base submarina, fazendo todos voltarem suas atenções a uma

entrada a lugares ainda não visitados por eles. Os soldados levantaram

suas armas e seguirem em frente tomando as posições de formação

militar para se assegurarem de qualquer eventual ataque. Mas no

fundo, no final do corredor, numa sala aberta viram um homem negro

correr agachado para um canto do lugar, e os homens de Dayane

adentraram o lugar dando voz para que se rendesse, mas ele ignorou.

Os homens então caminharam em formação acenando uns aos

outros para verificarem as demais portas ao longo do corredor quando

ao chegarem até a sala aberta vira um negro calvo com cara de ódio

que ao vê-los virou uma mesa. O líder do grupo vendo que estavam

sem armas foi para cima dele para imobiliza-lo babando palavras de

violência e xingamentos, sem qualquer autocontrole lançava

maldições a esmo enquanto se debatia como um louco ao ver Follet se

aproximar. O reconhecendo disse que aquela então vítima era o louco

ao ver que fora reconhecido por Follet. Em seguida ele começou então

a falar palavras sem nexo como "eu sou o coração do mundo!" quando

o amordaçaram para que não o mordessem como um cão danado. O

estado lastimável daquele pálido esboço humano aparentava mais um

animal selvagem indomável e por isso digno de ser enjaulado para

sempre. Aquele homem era Raphael Crowell.


- Não sabia que nazistas agora tinham negros em seu grupo -

comentou Norson ao ver o sujeito lançar um olhar furioso sobre Follet

Goldberg como quem estivesse possesso.

- O dia que a verdade não vencer, então estaremos sob

domínio da ilusão. – respondeu Follet ao ver isto, mas o sujeito se

debateu mais uma vez e disse.

- Você é uma mentira que nunca existiu, você é uma ilusão

que deveria ser deletada do universo! Eu sou o guardião da vontade,

que é a verdade!

- Se sou mentiroso mesmo em tudo o quanto digo, porque

tomam minhas palavras como se fossem as suas? – Respondeu Follet

perguntando.

Ainda que a despeito da fúria incontrolável, não como a de um

homem injustiçado num desabafo por naturalmente ter sentimentos,

aquele sujeito fora detido e induzido o coma nele para que não

machucasse quaisquer um dos presentes ou a si próprio.

- As mesmas mentiras confundem fatos com metáforas

distorcidas como quem escreve, cozinhasse, mas eles não comem

livros. – respondeu Dayane adentrando o lugar com pastas não. –

Estes homens quebraram ao menos uns 10 Protocolos de Segurança

Temporal e Dimensional, e temos aqui evidências para dar uma boa

sentença a eles. Sem falar nos crimes de sincronismo ao forçar as

forças entrópicas a criar eventos aleatórios paralelos e negativos para

minar o continuo de origem da linearidade e assim furtar a origem.

- Porém, isso não os detém. – disse Mazzaliel interrompendo-

a – Algo me diz que estão pouco se importando com os 37 Protocolos

de Segurança Temporal e Dimensional.

- Porém, agora temos alguns planos deles como agenda do que

planejam fazer. Eles conseguiram ir um pouco atrás no passado, creio

que tenham associação não somente com a bug’s time como de um

velho conhecido nosso, Designnium. – respondeu ela. – Eles querem

atingir as 15 dimensões.


- Como você soube disso? – retrucou Norson – O que são as

quinze dimensões?

- São as bases estruturais das mil dimensões, a dimensões

ressoantes centrais – respondeu Mazzaliel – Como aquela metáfora

que lhe disse. Um destas onde não houve as duas Grandes Guerras

mundial, nem os atentados do 11/9 por e simplesmente porque o

World Trade Center nunca fora construído.

- Há uma dimensão assim? – retrucou Norson curioso – Creio

que o mundo seja muito diferente do que é o nosso!

- Muito diferente, uma quase paraíso terreno, onde os setianos

se estabeleceram e não são perseguidos, e a verdade e igualdade são

reinantes. Na verdade alguns acreditam ser uma das bases do Império

do Tempo, mas são apenas especulações. – respondeu Mazzaliel.

- O fato é que se atingirem essa dimensão e as demais podem

mudar toda estrutura de continuidade das mil dimensões.

- Mas pensei que apenas alterações temporais ocorressem com

mudanças no passado! – respondeu Norson.

- Não, como disse, são como espelhos onde escolhe aqui

alteram escolhas também laterais temporalmente, são sincronismos

temporais paralelos, afinal se você mover-se diante do espelho

alterasse seu reflexo. – respondeu Dayane Conrad. – O que ao julgar

por estes arquivos vejo, é que eles planejam organizar todas essas

dimensões a sua vontade, numa ordem multidimensional similarmente

ao que Designnium tentou, mas alterando o passado.

Dayane então parou diante das pastas e abriu enquanto o

sujeito detido era carregado agora silencioso pelos soldados

temporais. Com seus cabelos loiros, quase esbranquiçados, possuía

uma beleza exótica mas formidável ainda que sua posição de

autoridade criasse temor por ser rígida nos cumprimentos dos códigos

da TEMPUS. Naquele momento com os documentos em mãos, virou a

pasta para Norson onde desenhos mostravam esquemas de

entrelaçamento das dimensões que já haviam invadido e dominado,

assim como da dimensão de onde vieram originalmente.


- Acreditamos que encontrei o mito de uma subdimensão onde

os nazistas não somente venceram a II Guerra como dominaram a

tecnologia e engenharia temporal, de modo que se associaram a eles

para tentar dominar as demais variáveis, esta é a fonte de onde veem

eles. Eles tem um predileção por tudo o quanto é primitivo e arcaico,

da submissão, a se sacrificarem para estes, fazendo lembrar o

confronto com Chronos há alguns meses. – disse Dayane e então virou

a página. - Através de um tipo de HAARP temporal cujas frequências

varam outras ressonâncias-dimensões, eles tentarão proclamar uma

Nova Ordem Temporal em que se tentará suplantar todas as demais

dimensões em sua origem. E esse Projeto Netuno é parte dele.

- Você quer dizer que há outras bases como estas? – disse

Mazzaliel.

- Não estou certa disso, tenho que ler tudo. – respondeu

Dayane assentindo que seus homens atravessassem o vortex

dimensional e continuou – mas creio por estas gravuras – mostrou ela

– que há estações espelhadas desta em outras dimensões neste mesmo

lugar para se tentar criar um vinculo interdimensional. Vou para a

base Marchal, onde estudarei, mas vocês já tem o próximo alvo.

- Qual? – indagou Norson ao lado dela agora olhando-a

diretamente.

- Rio de Janeiro, 2007, em sua própria dimensão. – respondeu

ela – Por causa disso aqui – mostrou ela num papel com uma foto e

perguntou - você conhece esse homem?

- É o homem que eu vi no dia que mataram o ultraterrestre. –

respondeu intrigado – Como que...

- Bateu com sua descrição mental. Ele foi enviado para este

ponto do multiverso, onde justamente acredito que está o livro das Mil

Palavras. – Concluiu ela e virando-se para Mazzaliel continuou –

Agora é substancial que vocês se dirijam para lá e peguem este livro

antes deles, pois se os crononazistas pegar terão todo o mapa do

multiverso para atingirem suas bases. Pois a nossa dimensão é uma

das quinze dimensões, e se tiverem a localização das demais então

estamos em apuros.


Mazzaliel como bom subordinado ao ver a integridade da

ordem mediante seu treinamento aceitou de imediato a missão ao ver

Norson concordar com ele ainda que sem dados bastantes para isto.

Porém, como procedimento comum o envio em casos de urgência de

cronologos em missões eram vitais ainda que sem detalhes precisos

que eram passados no percurso, pois da base Marchal, poderia passar

dois dias planejando e estudando tudo até contatar eles e estabelecer o

vinculo de timestream. Assim eles fizeram direto do Projeto Netuno e

ao se transladarem o vórtice os engoliu desaparecendo diante dos

olhos da equipe deles.

Rio de Janeiro, 15 de abril de 2007, Centro do Rio.

O fluxo de carros era intenso quando a boca do wormhole abriu-se

próximo a Bibioteca Nacional. Com o empuxo do vórtice como ponte

a encontrar duas realidades diferentes, viram-se eles em meio na rua

quando aquele mundo se materializou diante de seus olhos e eles

diante dos olhos dum grupo de pessoas. Por um falha de calculo ele os

lançou em meio a pista que com a tontura comum dos rompimentos

temporais, saíram cambaleando ao se esquivar de um carro que quase

os atropelou freando bruscamente diante deles e parando o trânsito. Os

dois foram para a calçada e atordoados ficaram parados por uns 6

segundos diante dos olhos curiosos que notaram o surgimento súbito e

inexplicável deles.

- Falha no translocamento dimensional. – respondeu Mazzaliel

olhando o visor – Vazamento de alteração temporal, droga! Eles nos

viram, logo alteramos.

- E agora? – perguntou Norson ainda pálido pela viagem.

Mazzaliel fez com a mão para aguardar enquanto olhava o

monitor e Norson colocava as mãos na cabeça tonto. Mazzaliel acenou

com a cabeça, estava recebendo instruções e atualizações da base

central, Marchal, e então virou-se para Norson que ainda não sabia

manusear o seu equipamento e disse.


- Dayane e a equipe já pesquisou todos documentos, eles tem

toda operação e informações prontas. A eventualidade de parir mais

uma dimensão com nossa explanação parece não ter sido absorvida na

linha central, mas antes acho que desviamos esta das quinze

dimensões.

- Você quer dizer que o simples fato de sermos vistos, criou

uma dimensão diferente? – indagou Norson.

- Sim, vamos virar notícia, e abrirão um comitê de

investigação de alienígenas por nossa causa. – respondeu Mazzaliel

desta vez em tom irônico. – Acho que somos aliens para eles, e

algumas câmeras filmaram a aparição. – Disse Mazzaliel enquanto

Norson via as pessoas se reunirem próximas a eles comentando sobre

sua aparição e então Norson deu um sorrisinho sem graça e lhes

acenou. – Isso não altera o objetivo, as informações buscadas são as

mesmas e o assassino dimensional está aqui.

Uma senhora se aproximou de Norson com um sorriso se

destacando dos demais na pequena multidão que se formava e disse.

- Vocês estão bem? – perguntou ela – Como vocês fizeram

aquilo.

- Era uma tubulação da Cedae quebrada senhora. – respondeu

Norson de modo irônico, mas nisso outros homens lhe apontavam

indagando-se uns aos outros e os dois cortaram entre eles que abriram

caminhou com um misto de curiosidade e temor.

Os dois foram até a entrada dos escritórios da Biblioteca

Nacional no Palácio Capanema, enquanto algumas pessoas tiravam

fotos deles fazendo lembrar Norson do futuro onde ele havia se

tornado celebridade com o Projeto Mirror, mas nisto Norson

perguntou.

- O que vamos fazer aqui?

- Viemos procurar uma jornalista que tem informações sobre o

livro, curiosamente investigou casos de OVNIs da Operação Prato, em


que constatamos ser seres de outra dimensão que perderam partes de

seu equipamento de Expondenciação Dimensional no nordeste do

Brasil.

- Mas o que é isso? – perguntou novamente Norson.

- Um equipamento de geração de moto-perpetuo dimensional,

por isso testaram alguns habitantes por temerem contaminação. Mas

vamos ao foco. – completou ele se identificando e pegando crachás

para subir. Ao chegarem ao elevador enquanto aguardava, Mazzaliel

virou-se para Norson e continuou - Alice Morris, o nome dela é Alice

Morris, ela esta fazendo uma reportagem sobre livros malditos e

nunca publicados.

- Que tipo de jornalista ela é? – indagou Norson ao ver o

elevador se abrir e Mazzaliel agradecer a senhora que lá dentro estava.

- Jornalista de mistérios, trabalhou para o Jornal do Brasil até

não ser mais impresso, mas constantemente propunha temas

investigativos controversos, demais para a mentalidade limitada desse

tempo. – completou Norson.

- Como o que? – indagou Norson.

- Conspirações, e teorias marginalizadas pela ciência vigente,

coisas que lembre Koldiak.

O elevador se abriu no décimo segundo andar onde haviam

dois homens e uma senhora com papéis. Estavam preenchendo um

formulário para registrar seus trabalhos enquanto a atendente

perguntava pra elas se haviam pago o valor estipulado para o registro.

Os dois caminharam e Mazzaliel viu a jornalista ao compara-la com a

foto no visor. Era uma senhora que a despeito da idade era muito

aprumada, sorridente estava com uma prancheta diante de um dos

funcionários entrevistando-o, quando se aproximou Mazzaliel com um

sorriso.

- Me perdoe atrapalhar, a senhora é Alice Morris?

- Sim?

- Sou um fã de seu trabalho, e das teorias que formulou, uma

pena que a mídia oficial não lhe dê espaço. – continuou Mazzaliel. –


Mas por acaso vocês não notaram por aqui, um homem caucasiano de

meia idade, com óculos quadrado e de cabelo loiro vir a vocês?

- Na verdade sim. – respondeu a funcionária. – Ele veio

perguntar se podia entrar e ver os livros registrados. Mas assim como

disse a Alice somente funcionários tem acesso.

- Se for o que penso, ele me abordou na entrada do prédio. –

disse Alice. – Sujeito esquisito, dizia-se ser um herói e que mudaria a

verdade a um novo tipo de entendimento. Então me perguntou sobre

uma matéria escrita sobre a lenda de um livro que dava informações

sobre como encontrar dimensões temporais. – completou ela olhando

as anotações. – Justamente o que queria procurar aqui.

- Acho que é ele mesmo. – disse Mazzaliel e agora sério

continuou – Mas posso afirmar que não é o herói que afirma ser, mas

posso afirmar que ele quer furtar o registro que está aqui.

- Aqui temos segurança, somente funcionários tem acesso. –

respondeu a mulher que estava com Alice. – depois do horário de

funcionamento ninguém entra ou sai tirando nós, está tudo

documentado e numerado um desfalque nós descobriremos, e as

folhas são assinadas pelo autor.

Quando a funcionária completou porém, eles ouviram um

grito e os seguranças foram até lá a passos largos assim como Norson

e Mazzaliel quando viram uma mulher caída ao chão. O segurança se

abaixou e viu que ela havia falecido, e numa das mãos havia um galho

de espinhos como aquele encontrado na vítima dimensional no tempo

de Norson. Naquele momento sem nada dizerem Mazzaliel apenas

trocou olhares com ele confirmando a suspeita, era o mesmo homicida

crononazista.


VII

As Mil Palavras

"O I Ching constituí de certo modo uma flecha perpendicular ao eixo

do tempo, e mostra entre as diversas bifurcações do tempo aquele que

convém escolher."


azziel percebeu que aquele lugar em pouco tempo estaria

cheio de policiais, e com o alarde de sua entrada nas

mediações temiam ser indagados pelo súbito aparecimento

como tendo relação com o assassinado, ainda que de certo modo

tivesse indiretamente. Ao notarem as alterações consequentes duma

dimensão já alterada, viram que os efeitos perpendiculares ao

sincronismo levaram a eventos inusitados como a União de Países

Latinos nos próximos anos, e que o homicida dimensional com o

nome agora visto, era ninguém menos que Saul Strix, filho de

Designnium o qual confirmando a hipótese de Dayane Conrad de que

ele tinha envolvimento com os crononazistas da subdimensão

mencionada nos documentos do Projeto Netuno.

Naturalmente que agora fazia total sentido o fato de Netuno

comportar tal ideia, pois para eles com o tridente se romperia as

dimensões paralelas por ondulações de interferência, de modo que

mesmo aquelas ali resultadas já eram sentidas noutras dimensões com

ecos até mesmo na dimensão deles, as ondulações com a menor das

alterações estavam crescendo e eles tinham que deter aquele maníaco

e impedir que aquele conhecimento das Mil Dimensões chegasse a

eles, pois poderiam atingir muitas outras dimensões que se quer tinha

conhecimento. Mazzaliel então disse a funcionária, a verdade, uma

vez que o impacto das alterações já haviam sido feitas, e que o

assassino era Saul Strix que queria furtar o livro. Naturalmente que

naquele dia a movimentação da perícia não permitiu que o homem

voltasse, mas Norson e Mazzaliel foram impedidos de entrar sob a

M


promessa de que sendo investigadores – pois o eram ainda que não

daquele tempo – deixariam ver os registros no dia seguinte.

Alice vendo o conhecimento deles propôs que eles fossem a

seu domicilio onde consequentemente ao ver o visor, Mazzaliel soube

que seria onde passariam a noite conversando sobre mistérios de

universo e que por troca de informações ele revelaria alguns segredos

a Alice Morris, e assim foram eles.

Ao chegar em seu domicílio Alice fora recebido por muitos

latidos de cachorros que ela havia resgatado das ruas. Voluntaria em

auxilio de animais ela ainda possuía dois gatos muito carinhosos e

amigos, mas as aves que possuía as soltaram, pois considerava uma

penalização lastimável a eles.

- Alguns acreditam ser donos de cachorros, mas não os

possuem, apenas são seus responsáveis, pois é o cachorro que nos

escolhe por dono, não nós a ele. – disse ela afanando um colie que em

seguida colocou suas patas na barriga de Mazzaliel o deixando sem

jeito. – Não faça isso diamante! – retrucou ela.

Todos eles entraram após o coral de latidos de comemoração

daquela matilha de rejeitados pelos insensíveis sob o louvor do

retorno de sua dona amada, e eles foram direito ao escritório dela ao

lado do quarto quando ela lhes preparou refresco de manga dando uma

sensação incomum de já vi a eles, e levando Mazzaliel a consultar seu

visor de monitoração quântica e temporal a confirmar possível

convergência síncrona mediante o rompimento casual de um dos 37

protocolos originais.

- É impressionante, mas com as intervenções apareceram até

mesmo algumas criações humanas associadas ao número 37 de nossos

protocolos, naturalmente não os seguindo em seus valores éticos. –

disse Mazzaliel a Norson – Símiles, ecos de um original

contraditoriamente a si mesmo em essência.

- Não aceite imitações – respondeu Norson sorrindo ao pegar

o refresco sob o sorriso de Alice.


- Sim, mas até mesmo no passado associaram os 37 protocolos

a Ordo Christianistas Ad Ventus, ainda que sua hierarquia fosse

formada por combinações dos 32 ventos, em concordância com o I

Ching. – completou Mazzaliel dando em seguida um gole.

- Do que vocês estão falando. – interrompeu Alice sentando-se

e pegando um gato.

- Particularidades, nada a ser dito em praça pública como

alguns que fazem com o conhecimento alheio. – respondeu Mazzaliel.

- Perdoe a sinceridade de meu amigo. – disse Norson meio

sem graça o cutucando e então virou-se para ela e disse ao ver uma

foto de uma mulher esquisita. – Compreendo que seu trabalho é muito

bom, como conseguiu tais informações, com que fonte?

- Sobre essa foto é da mulher misteriosa. Bom, uma história

longa e embaraçosa para as autoridades.

Norson Gresno olhou para seu relógio e então para Mazzaliel

e disse.

- Acho que temos tempo. – respondeu sentando-se numa

cadeira próxima.

- Aconteceu na época da Operação Prato, que a despeito do

nome nada tem haver com comida.

- Ouvi dizer, sobre OVNIS! – respondeu Norson sorrindo e

olhando para Mazzaliel, pois ele havia comentado sobre no momento

que chegaram naquele tempo.

- Uma mulher misteriosa com documentos de outro pais

aparentemente comprou uma ilha no litoral onde estava acontecendo

as aparições de OVNIs investigada por militares, o problema é que ela

levava homens todos os dias para ilha e eles desapareciam do nada,

levando os moradores diversas vezes a denunciar, as autoridades, pois

diziam até mesmo que andava nua e comprava quilos de peixe do qual

nunca foram encontrados se quer uma espinha.

Mazzaliel então pegou a foto que ao longe mostrava a mulher

e sorriu para Norson.


- Na verdade o nome dela é Dayane Conrad, em 1996 ela fora

capturada em segredo na Rússia, mas ela realizava na verdade uma

monitoração de atividade intertemporal no Brasil, nestas regiões na

década de 1970. Ao ser encontrada na Rússia e ter seus pertences

mexidos descobriram que possuía conhecimentos que superava

qualquer livro cientifico daquele tempo. – disse Mazzaliel sorrindo e

continuou - oficialmente negado pelo governo e classificado como

confidencial apenas não se tornou um incidente maior porque os

conterrâneos da Ordem dos Ventos interviram ainda que

posteriormente tivessem sido confundidos com a máfia da Rússia. –

completou Mazzaliel fazendo Alice ficar estática diante daquilo e após

uns dez segundos perguntar. – Naturalmente que a máfia russa é

apenas uma coincidência síncrona com seu símbolo comum, a rosa

dos ventos.

- Como você tem ciência disso? O que ela queria?

- Porque na verdade minha fonte é o futuro, literalmente. –

respondeu Mazzaliel levantando a manga de sua roupa e mostrando o

visor de monitoração temporal e alterações quânticas de incerteza a

fazendo se debruçar sobre. - Ela investigava uma fissura temporal no

espaço que apenas por duas horas, às 14:27 surgia no hemisfério sul,

pois apesar de tais fissuras serem no espaço sideral permitindo que

seja encontrada apenas em períodos específicos do ano quando a Terra

as cruza, o núcleo terrestre é como um imã natural a tais eventuais

fissuras e ela se manifestou na década de 70, no Brasil, o que

justamente os Ufos procuravam. Houveram outros casos como em

Bermudas, e até mesmo engolindo uma cidade no passado chamada

Loogaroo.

- Vocês são tipo os homens de preto? – perguntou ela de olhos

arregalados, assustada. – O que querem comigo ao contar isso?

- Homens de negro, fora na verdade uma seita antiga que

buscava furtar e esconder conhecimentos do tempo na Alexandria a se

perpetuar ainda hoje, mais como mito popular do que realidade. –

respondeu Mazzaliel. – Precisamos de você para conseguir localizar o

livro, a informação nele sobre dimensões ressoantes são verídicas


apesar de colocadas sem aparente nexo no contexto de ficção

científica.

- Linguagem comum a alguns escritores que queriam

transmitir conhecimentos ressoantes ou do futuro, como Júlio Verne. –

concluiu Norson que virou-se para Mazzaliel e completou pra ele – li

isso num artigo da Revista Time de 2052.

– O mito do livro e seu conhecimento então é verídico. Estive

com ele uma vez nas mãos. Mas o que essa gerigonça faz? –

perguntou ela olhando para o pulso de Mazzaliel.

- A Pulseira é um visor de comunicação temporal e

dimensional e de monitoramento de alterações temporais e de

incerteza quântica mas nos prendendo ao futuro de onde viemos. –

respondeu ele – Assim como ao falar isso pra você neste momento

está criando ondulações que num efeito borboleta nos levará ao futuro

você fundará uma ONG de estudo de efeitos magnéticos na

atmosférica por considerar ter alguma relação com o romper do

tempo, mas está enganada, as alterações magnéticas são apenas

consequentes, não causa.

- Bom, talvez isso explique porque os anjos e OVINs sempre

aparecem as margens de rios muitas vezes – respondeu ela em tom

irônico.

- Apesar de alguns relacionar a água ao tempo, este elemento

natural apenas é mais acessível ao fluir do romper temporal, como um

condutor muito mais propicio ao mesmo. – respondeu ele – Tirando

isso e seu comportamento de função de onda não tem nada haver com

o tempo.

- Vocês então são do futuro. – concluiu ela olhando para eles

em tom de curiosidade.

- Sou de 2055 e Mazzaliel, de algumas décadas mais a frente.

– disse Norson.

- Na verdade fui resgatado de ser morto em 254 a.C. numa

revolta de judeus no oriente médio. – Mazzaliel.

- Isso não fazia ideia. Sério? – disse Norson agora surpreso e

tendo o aceno positivo de Mazzaliel e Alice paralisada diante deles.


- Muitos dos cronologos vieram de outros tempos. Pensei que

soubesse disso. Assim como o Brasil sem Norson não teria sido a

metade do que é, ainda que sem causalidade aparente e naturalmente

nunca reconhecida.

- Tipo? – disse Alice sentindo-se como se tivesse entrado pela

toca do coelho.

- O Brasil não seria tão cristão, e não teria saído da ditadura. –

respondeu Mazzaliel sob o olhar intrigado de Norson.

- Ah... – respondeu ela em tom irônico. – Isso mesmo antes

dele nascer.

- Na verdade porque nas ressonâncias temporais as influencia

não somente é em direção ao futuro, mas lateral e ao passado criando

um feedback temporal de paradoxo que ainda sutil se auto completa a

conceber-se como destino e aplicável a um tipo de evolução a

justificar o design inteligente como um planejamento natural, na

realidade temporal.

- A previsão do tempo de vocês deve ser muito perfeita. –

concluiu ela.

- Na verdade não fazemos previsões muito longas porque ao

conhece-la podemos alterar, o principio do efeito borboleta presente. –

disse Mazzaliel. – Houve um caso que previmos um furacão com dois

anos de antecedência, mas se tornou um tufão do outro lado do mundo

que matou muito mais do que previsto anteriormente, pois não

possuíamos ainda o conceito da ancora temporal. Por isso a injustiça e

a amoralidade não compromete o universo, mas sempre levará a atos

que o comprometerá.

- O que naturalmente justifica os Protocolos de Segurança

Temporal e Dimensional que você está rompendo neste momento. –

ironizou Norson a seu colega.

- Uma concessão permitida diretamente por Dayane como

diretora do CEET. – respondeu ele.

Um papo animado se seguiu noite a dentro com histórias de

encontros inusitados de Mazzaliel através dos tempos, como relatos de

aparições de Alice Morris, muitos explicados pelo sincero


temponauta. Mais tarde sem segredos, eles beberam algumas bebidas

e Mazzaliel ficou relaxado como nunca havia visto Norson Gresno de

modo que parecia agora quase confidenciar sobre seu passado sofrido

no Oriente Médio e seu impacto ao ser levado para o futuro tão

distante para ele. Entre um gole confidente e outro o papo transcorria

surpreendendo a todos.

- A bebida aqui é muito boa – disse Mazzaliel a Aline – Mas

no futuro existe uma bebida muito rara chamada Kairion, 500 anos, é

uma bebida singular feita com um tipo de cactus que somente existe

na dimensão oculum que ao ser fermentado por um tipo igualmente

raro de mofo sob a aceleração temporal o resultado é um paladar

ímpar em doses igualmente impares. Herbet Stoneset costuma atribuir

virtudes de percepção do tempo de kairos, por isso recebeu este nome.

– disse Mazzaliel – ainda que acredite ser mito apenas. Presente raro

apenas a ser degustado a membros da TEMPUS, e somente tomei uma

vez, na formatura de Oficiais Temporais.

- Quando você me levará para essa degustação singular? –

sugeriu Norson.

- Gostaria também de ir. – lembrou Aline Morris. – Agora que

conheço seus segredos...

Mazzaliel parou de beber e olhou para seu visor e em seguida

para ela que disse.

- Isso parece ser mais eficiente que jogo de búzios.

- Não tanto – respondeu ele – conhecimento é poder, e

conhecer o futuro implica muda-lo ainda que inconscientemente.

- Principio básico da incerteza de Heinsenberg. Por isso o

secretismo. – completou Norson. – Afim de proteger o futuro até o

acontecido ser revelado.

- O mais curioso – continuou Mazzaliel ao continuar vendo o

visor. - É que as alterações descobriram uma dimensão

diametralmente oposta a qual pertencemos como literalmente


espelhada, aparentemente refletida em curva de uma simetria

complementar.

- Sobre aquela teoria da ancora do destino a criar flutuações? –

perguntou Norson.

- Sim. Perfeitamente, descobriram ser o lado oposto desta mas

ainda não compreendemos como seu “reflexo” invertido fora ecoar do

outro lado da curva de vibrações da corda do destino.

Aline Morris ficou completamente perdida naquele papo que

sucedia, pois com fome de conhecimento e da verdade mediante

aquela tecnologia, Mazzaliel agora fazia demonstrações de previsões a

curto espaço de tempo para impressiona-la, como prevendo o

movimento dos cães e até mesmo o que ela falaria como reação ao

dito por ele. Aquilo bastou para Aline que mergulhada na ideia de

uma teoria tão complexa e incrível a explicar o universo levou Norson

a perguntar a base do futuro a possibilidade de leva-la pra lá.

Quando menos se percebeu ante a liberdade que agora

possuíam mediante a concessão do CEET no futuro, Mazzaliel

relaxado adormeceu ali enquanto Norson deitou-se nas poltronas com

os gatos dela já familiarizados com a presença deles, e despertaram ao

amanhecer que tranquilos fizeram seu dejejum mas ao ligar a Tv

viram-se numa das reportagens principais com destaque a sua aparição

“do nada” deixando Aline agora convencida de quem eram os homem,

e seguiram a Biblioteca Nacional.

Ao chegarem lá foram recebidos com o receio ao descobrirem

a notícia da aparição súbita deles, pois duas pessoas os reconheceram

o que dificultou um pouco para que a funcionária consentisse sua

entrada, mas conseguiram ainda que com certa relutância. Lá dentro

ao procurarem por certo tempo encontraram, quando Aline Morris o

reconheceu. Mazzaliel conhecendo as regras e leis do período e época

naturalmente soube que não poderia levar o livro, mas sim apenas ter

um exemplar xerocado onde se via o nome do autor Follet Goldberg e

Heidrun Adail.

O livro das 'Mil Palavras', um texto que ao se separar

palavras-chave tinham apenas uma sucessão de palavras sem aparente


qualquer relação como Ofir, diamante, Onix, nulus, Abadon e

inúmeras outras. Todas dimensões de mesmo nível padrão, as

dimensões inferiores estavam numa outra camada. As dimensões dos

imperionautas que com conhecimento de dimensões mais elevadas de

onde vem ultraterrestres e os conhecidos extraterrestres e

possivelmente o ataque daqueles seres multidimensionais. Norson

ficou intrigado com as observações feitas a cada dimensão onde se leu

as características de sua dimensão do qual a ruptura estaria no final do

XIX. Norson virou página por página onde o resumo de cada uma das

dimensões resultava num livro de muitas páginas do qual a demora

para xerocar era estressante. Mas entre um manuseio e outro viu uma

lista das consideradas dimensões centrais o qual eles pertenciam como

parte de quinze do qual outras cruzavam criando um entrelaçado de

imagem pouco possível de se definir na mente.

“Garnierita, esmeralda, rubi, sardônia, ofir, nefrita, Diamante,

Elixir, alexandrita, variscita, idocrácio, lazurita, lazulita,

esfênio, zunita, ouro, ágata, uranio, thulita, onix, rodolita,

esperança, crononite, afeição, chronomorphico, pax, nulus,

especulum, mirror, akator, oculum, neuroversus, sonho,

espelho, alfa, beta, gama, zeta, omega, efeso, esmirra, pérgamo,

tiatiro, sardes, filadélfia, laoddiceia, machado, lança, flecha,

mirror, simetric, box, jaspe, Sophie, Cratos, Hydra...”

Apenas algumas destas dimensões na primeira sessão do livro

determinava uma série de ramificações ainda que de algum modo se

cruzava mas que seria possível se quantificar uma imagem parcial

apenas com recursos de um computador.

- Menciona-se que as dimensões cujos nomes são de gemas

seriam relacionado a gemas com propriedades particulares com

identificação de cada uma destas. – disse Mazzaliel fascinado com o

livro.


- Correto – respondeu Aline – já vi isso antes, numa das

definições diz que cada uma possuí uma gema própria com qualidades

singulares, são 12 pedras ao todo.

- Mas o que elas fariam caso reunidas? – indagou Norson

intrigado.

- Segredos que acho que nem John Roberts poderia responder.

A propósito esse é o nome dele, Heidrun Adail, que usou nos tempos

medievais quando ele fundou a Ordo Christianistas Ad Ventus. – disse

Mazzaliel. – Porém o que mais é de interesse nisso, é a definição do

quebra-cabeças, o lugar onde podemos decifrar as mil dimensões.

- Deduzível que mil palavras sugere uma imagem. –

respondeu Aline Morris sendo assentida por Mazzaliel. – Para onde

seus arqui-inimigos crononazistas vão?

- São estas as quinze dimensões. – respondeu Mazzaliel – Eles

atacarão a Garnierita, esmeralda, rubi, sardônia, ofir, nefrita,

Diamante, Elixir, alexandrita, variscita, idocrácio, lazurita, lazulita,

esfênio e zunita. Vou transmitir esses dados a base do futuro com suas

coordenadas para localizarem onde estarão invadido.

Mazzaliel assim o fez, e por alguns minutos não obteve

resposta pelo fato do vinculo temporal do futuro estar constante para

assegurar que distorções temporais ainda maiores não ocorressem pela

ancora do tempo. Nisso Norson encontra algo que poderia resolver o

impasse para onde ir e localizar o lugar a definir a imagem proposta

nas ‘Mil palavras’.

- Olhe a descrição dessa dimensão. – disse ele – Aqui diz que

“a dimensão Uno converge o conhecimento inerente a toda flutuação

temporal, quer lateral, futura ou do passado a biblioteca dos renegados

do tempo, onde a face do multiverso é mostrada com um sorriso.”

- Intrigante. – disse Mazzaliel se curvando sobre o livro assim

como Aline, porém, naquele momento Mazzaliel recebeu a resposta

do futuro.


Dayane Conrad diretamente identificou que naquele momento

estavam invadindo a dimensão Elixir indicando que de alguma forma

o homicida temporal havia pego ao menos uma cópia do livro.

Mazzaliel acrescentou as informações sobre a dimensão ‘Uno’ com as

equivalentes coordenadas multidimensionais e em poucos instantes ela

respondeu num tom vibrante “você descobriu uma dimensão secreta!”

Naturalmente que o mérito fosse completamente dos autores do qual

os meios para escreve-lo poderia ter sido com auxilio de Rupert mais

ainda não esclarecido.

A euforia não era maior dada a situação de agravamento da

expansão dos crononazistas a submeter as dimensões onde iam

criando transtornos visíveis a base do futuro ainda por que tivessem

conhecimento apurado sobre muitas das múltiplas dimensões algumas

somente descobriam quando alterações quantitativas eram refletidas

até eles.

- Vamos preparar um esquadrão de assalto e proteção

temporal para a base Elixir, porém com suas coordenadas sentimos

ecos de uma outra invasão simultânea, na dimensão Philadélfia. –

disse Dayane Conrad no visor de Mazzaliel.

- A Mulher misteriosa é a do visor? – perguntou Aline Morris

a Mazzaliel.

- Sim. – respondeu ele ainda concentrado naquilo enquanto

Norson observava se alguém aparecia.

- Mazzaliel, descobrimos que a dimensão Philadélfia é uma

variável onde o projeto de mesmo nome deu certo, porém, ao

conseguirem abrir o portal os crononazistas entraram! – disse Dayane.

– Isso está saindo de controle. Aparentemente o assassino dimensional

atuou simultaneamente em três dimensões paralelas onde na segunda

pegou o livro que vocês estão segurando. Não temos pessoal

suficiente para enviar simultaneamente. Mas preciso que vocês vão

mais longe na investigação das Mil Palavras, vá até a dimensão ‘Uno’,

estamos ajustando os wormholes para lhe enviarem.

- Temos uma companheira acordada, ela pode nos seguir? –

perguntou Mazzaliel no jargão dos viajantes temporais.


- Não, eventuais contatos faremos com ela posteriormente,

estamos tendo dificuldades de organização por aqui no futuro.

Finalizando. – completou Dayane desligando o visor ao completar e

mensagem.

- Lamento, mas infelizmente ficamos por aqui Aline. – disse

Norson – Não tenho permissão para leva-la para onde vamos, mas

prometo não lhe deixar só.

Norson Gresno abraçou sua mais nova amiga e em seguida

despediram-se seguindo para fora do prédio a procura de um lugar

mais reservado para o translado. Aline ficou sentindo-se uma criança

diante deles ao segui-los e assistir eles abrindo e atravessando o

vórtice onde desapareceram diante de seus olhos.

Dimensão Philadélfia, 1972 costa da Flórida.

Sob aplausos um navio ancorou no porto da Flórida ao ser anunciado

com sucesso o que antes era uma arma secreta, uma maneira de criar

invisibilidade aos navios mas que ao conseguir estranhamente

diminuir o tempo descobriu-se nos anos seguintes um modo de rompe-

lo similarmente ao Projeto Mirror. Com aprimoração deste porém,

eles seguiram o caminho lateral ao tempo conseguindo abrir uma

janela temporal para as dimensões tangentes e naquele momento

diante de cientistas e generais uma demonstração seria feita ali, no

porto onde estava ancorado o navio.

Sob o comendo do coronel fora ligado um reator aperfeiçoado

no interior do navio onde trabalhavam arduamente para mantê-lo

ainda que de modo primitivo para seu tempo. O que seguiu fora uma

nevoa que inicialmente entorpecia a visão dos espectadores

importantes, de alto calão militar. O navio então ficou invisível, e sob

os aplausos entusiasmados dos homens de patente viu-se suceder um

súbito fluxo de energia a mexer com todas as bússolas e

consequentemente quaisquer equipamentos eletrônicos.

Tão logo uma discrepância temporal fora igualmente sentida

quando de repente uma espécie de rasgo dimensional surgiu saindo do

navio ao chão do porto. Inicialmente embebido de névoa não tornava


nada visível, porém, tão logo alguns vultos se viram fazendo agora um

silêncio fúnebre entre os homens graduados. As sombras aos montes

gradualmente tomavam forma quando o que se viu era surgir dela Saul

Strix e ao lado Guilherme Símil que ao parar diante da plateia agora

atônita não esboçou quaisquer reações. Ao lado deles dezenas de

soldados em fileira igualmente surgiram e quando um comandante

resolveu se levantar ordenando a seus soldados a reagirem viu no

quepe deles a suástica com o tridente de Netuno numa variação do

uniforme nazista comum.

Os soldados de Saul abriram fogo sem dó, e fulminantemente

os generais caiam um a um como peças de domínio e mesmo os

soldados deles ao tentarem reagir fuzilados sumariamente enquanto

Saul Strix observava o portal agora se fechando, mas aberto o bastante

para que todos saíssem.


VII

Ampulheta da Mentira

"The Times they are a changing"

Bob dylon

aul Strix tinha em mãos uma ampulheta enquanto observava a

chacina inerte enquanto os sangue daqueles homens eram

vertidos no chão daquele porto nunca antes alcançado, o

nazismo a tantos anos aparentemente vencido surgiu como do nada a

ser uma fênix a se erguer de cinzas dimensionais. A ampulheta o qual

como uma tradição besta e pessoal deste ao torturar sempre suas

vítimas, porém, era como se cada grão de areia que caísse uma

mentira a se esgotar no arsenal até que a hora da verdade chegar com

o fim de sua contagem, pois quando as mentiras se esgotarem restará

apenas a verdade, naquele momento os homens da TEMPUS corriam

não contra o relógio, mas a atingir o Relógio de Kairos que saltava

alarmes multidimensionais da replicação de ecos dos crononazistas se

espalhando por todo multiverso o invadindo como uma infestação a

procurar suplantar toda origem e verdade.

Uma vez findo o massacre, Saul Strix caminhou entre os

mortos e pisando sobre o general parecia querer usa-lo como tapete

como se aquilo fosse a sina de que havia os subjugado. Guilherme

Símil sorria de modo sádico ao contemplar miolos e vísceras

espalhadas pelo chão as pisando quando resolveram entrar no navio

após todos soldados terem baixado a guarda. USS Vertigo era o nome

da fragata criada no desvio temporal exclusivamente para o Projeto ali

realizado. Saul Strix com uma capa vermelha parecia emergido do

inferno como se tais portas tivessem sido abertas a ele e ao entrar no

comando e encontrar um dos cientistas que com pastas e registros

tentava fugir fora parado por Guilherme e Saul lhe falou.

- Tudo o quanto você descobriu e criou agora é nosso, sou eu

o Rei vermelho, e você uma sujeira que quero limpar, queimem

S


provas e evidências, a verdade é o que eu ditar, pois a lei é minha

vontade, e a minha vontade é a lei. Não importam as regras, valores e

éticas humanas que nos prendem longe de nossa vontade no

multiverso, pois a única constante nele ante o abismo do vazio onde é

construído é o medo e os famintos, inferiores como você não devem

receber nada pelo que descobriu ou criou, mas pagar por isso, pois

você nasceu apenas para ser explorado e subjugado como toda forma

de vida apenas para acabar junto a todos os menores e mais fracos.

- Quem são vocês? De onde vieram? – disse o cientista

quando trouxeram outro, um alemão ex-nazista que ficou igualmente

surpreso diante daquilo.

- Somos a Fênix de Hitler, somos seu eco da vitória como seu

grito no abismo! – respondeu Saul Strix ao homem que pálido de

medo viu tudo de suas mãos serem tirados e então seguiu Saul - Onde

descobriu isso? Adoremos esse lugar e descartemos seu autor, tá bom?

Certifique-se se ele tem algo mais de valor e depois o mate, se exposto

inventem algo como 'rato' ou 'cachorro' pois ele tem que ser nosso

inimigo a quem podemos massacrar, se quiserem fazer uma festinha

antes com ele, fiquem a vontade. - completou Saul Strix que apontou

uma arma para um soldado que chorava a atirou sem dó - Agora

acabou, vamos terminem logo isso, temos muito a pilhar ainda, a não

ser como traças com a mesma pretensão de destruir a verdade.

- Hei Saul – disse Guilherme com uma espécie de tablete nas

mãos. – Sua versão na dimensão Elixir disse que estão sendo atacados,

do futuro!

- Imaginava que isso fosse acontecer cedo ou tarde, os

ultraterrestres me contaram. – disse ele – siga com a missão, nossos

ecos não podem para de multiplicar.

Saul Strix então após ver a chachina pega uma garrafa de água

e a bebe inteira e então arrota diante dos falecidos com um sorriso de

deboche. Em pouco tempo eles tomaram o controle do pais naquela

variável e tão logo os Estados Unidos se tornou um país a subjugar os

vizinhos e igualmente invadi-lo e aniquilar qualquer um que não

quisesse se submeter a ser explorado por eles, e os Skulls Zeitliche


escolhiam quem vivia ou deveria ser morto, e quem deveria se doar

em infindáveis sacrifícios onde tudo seu era tirado e lhe era velada a

extrema maldade sem direito a qualquer defesa. Num discurso o

malévolo Saul Strix disse a estes: “abandonem sua fé, vocês agora nos

pertence e somente quando acabarmos os descartaremos.”

Mas a ampulheta da mentira estava a escoar e areia que por

ela caia a passar pois nenhum mal o é para sempre, ainda que não se

soubesse qual a resolução para aquela moléstia crescente.

***

Na base do futuro, Dayane Conrad ao lado de Herbet Stoneset

havia conseguido algum êxito ao impedir a invasão de outra

dimensão, mas ficou surpreso ao constatar que ao matarem Saul Strix,

era apenas uma de suas inúmeras versões que se multiplicavam

dimensionalmente a cada interferência que concebia uma nova

dimensão.

- Sempre mais um desses boçais surge quando os matamos e o

impedimos de subjugar a todos a sua volta! – disse Herbet Stoneset a

Dayane.

- Senhor, a dimensão Philadélfia está dominada,

estabeleceram lá sua Nova Ordem e aparentemente estão

exterminando africanos. – disse um dos cientistas a Herbet Stoneset.

- Preciso de estatísticas o quanto se espalharam pelo

multiverso? – indagou Herbet coçando sua barba branca.

- Quase 1/3 das dimensões e se espalhando rapidamente como

um tumor. – respondeu o homem. – Estamos recebendo reflexões

múltiplas de dimensões que se quer pensávamos existir, esse número

pode ser maior. – concluiu.

- Ótimo quero tudo registrado o que acontece aqui. Dayane

vamos a uma reunião urgente temos que traçar um plano antes de o

multiverso ressoante se torna sabe-se Deus o que. – disse Herbet a

Dayane que prontamente concordou.


Dimensão Uno, biblioteca secreta do tempo, ano desconhecido,

localização: África.

Uma enorme edificação se erguia rochosa e imponente como parte de

um morro cortado por vegetação espessa. Dentre as rochas esculpidas

com rosto de vários homens, surgiu o vortex trazendo Norson e

Mazzaliel a existência daquele universo. Tontos como de praxe pela

translocação temporal, desta vez o enjoo derrubou Mazzaliel que fez

ele fazer leituras sobre si próprio para averiguar suas condições físicas

e mentais. Porém, nisso Norson reconheceu uma das faces, era a de

John Roberts envelhecido, e em seguida inúmeros rostos em meio a

vegetação num vale impossível de se atingir por trilha ou caminhada.

Mas tão logo em meio a nevoa Norson viu a entrada como de uma

caverna esculpida rocha a dentro e por lá seguiram.

A Dimensão Uno recebeu esse nome porque tem atributos

singulares a quaisquer outras, ela materializa uma versão derivada

duma escolha única nunca tomada em qualquer dimensão e como

vertente tomou um rumo diferente de tudo a tocar uma concepção

singular da verdade, onde curiosamente converge conhecimentos

ressonantes.

O lugar era de incrível e formidável beleza, uma obra única

encravada nas rochas do qual as tênues luzes de seu visor apenas

mostrava parcialmente o quão magnifico era. Longe de quaisquer

mãos amorais ou aos nativos aparentemente fora construída

remotamente de modo inatingível geograficamente por seres de outra

dimensão. Um obra ainda sem aparente autor ainda que tributasse a

todos os autores que ao adentrar no centro desta uma sucessão de

estantes com livros, e pergaminhos se estendiam de modo que seria

necessário uma vida inteira para ler todos os manuscritos ali presentes.

Porém, naquele momento, Norson viu um vulto a se mover lentamente

por entre aqueles livros se esgueirando como se fosse uma tênue

sombra a procurar algo.

- Quem está ai? – indagou Norson enquanto Mazzaliel ainda

tonto pegou seu visor e procurou monitorar de onde vinha o ser.


- Seja o que for também não é da dimensão que estamos. –

respondeu ele ao amigo.

Naquele momento a sombra sumiu o levando a procurar por

onde estava antes quando veio pelas costas e lhe atingiu Norson.

Mazzaliel ao ver aquilo tentou ativar o anulador de cognição em vão,

mas Norson ainda que ferido segui-o e empurrou e o agarrou

empurrando-o contra uma série de livros na borda de um corredor. Era

o mesmo homicida que deixava sua assinatura com espinhos nas

vítimas. O homem com um sorriso sádico parecia pouco se importar

ao ser detido ali e disse.

- Vocês deveriam ser anulados, não adianta me impedir, meus

ecos os subjugarão!

Naquele momento ele se moveu e tirando uma arma de seu

bolso apontou para Norson que em desespero virou para ele e o atirou

contra si mesmo. O homem então com o impacto do disparo expeliu

sangue pela boca e se enfraqueceu de súbito enquanto agora sedia seu

esforço nos braços de Norson, Mazzaliel veio ao socorro de Norson e

vendo a situação verificou o ferimento dele, mas num último suspiro

disse como palavras de maldição a expressão todo seu ódio.

- Somos como uma Hydra, a cada cabeça cortada numa

dimensão surgem duas noutras duas dimensões. Inclusive esta!

O Homem apagou naquele lugar e decaído do pedestal da

violência que impunha a quem pisava sentiram os dois viajantes

dimensionais um gélido ar se tornar a seu redor. Mazzaliel olhou para

o visor para notar que havia alguma discrepância incomum a

aparentemente saltar mais de uma dimensão quando um vulto surgiu

fazendo ondulações, até mesmo as rochas o qual era forjado aquele

lugar.

- São aqueles seres multidimensionais! – disse Mazzaliel.


- O que fazemos para impedir? – respondeu Norson.

Sentindo-se impotentes para impedir aquela manifestação que

como um demônio se materializava a dar-se contornos razoáveis a de

um humanoide diante deles. Uma luz tremule, emitia onde uma voz

ecoou pelo lugar ao ver eles diversos ecos do mesmo ser sobre si

mesmo se sobrepondo.

- Somos o presente infinito, o lateral infindo e quem são vocês

para impedir nossos planos?

- O que vocês querem? De onde vieram? – perguntou Norson

Gresno ao constatar que armas não o impediam.

- Cale-se! – gritou ele fazendo saltar suas formas para aos

lados e sua voz que ecoava como se fossem muitas vozes simultâneas

numa só continuou – O trono da eternidade é nosso! Os crononazistas

nos servem, são apenas nossos batedores! Nós que falamos a eles

durante a II Grande Guerra. Abandonem sua fé, não há esperança para

vocês, mesmo suas famílias lhe serão um fardo!

- O maligno nunca vencerá! – disse Norson que sentia o gélido

ar naquele momento pensou em Deus, pois sentia-se como se aquele

ser demoníaco quisesse alcançar um poder de Deus que já

demonstrava sinais dimensionais.

Todavia tão súbito o quando surgiu desapareceu fazendo o

lugar mergulhar num silêncio tão fúnebre quanto antes a ouvir eles

apenas os próprios passos. Norson então revistou o corpo do assassino

dimensional falecido numa poça de seu próprio sangue, porém, nada

achou com ele. Norson então levantando-se viu a seu redor sem ter

ideia por onde começariam a procurar fosse o que fosse a explicar a

imagem das “Mil Palavras”. Caminharam eles então até uma espécie

de cúpula central rodeada de livros quando Norson achou uma espécie

de computador do qual os teclados estavam em latim e aparentemente

hebraico.


- Imperionautas. – disse Mazzaliel – Preza a lenda que

costumam criar monumentos secretos através dos tempos, dimensões

e até em outros planetas, são setianistas dos mais evoluídos e

aparentemente prestam um quase culto a memória como signo de

eternidade

Mazzaliel que era instruído em latim contemplou o teclado e

tão breve conseguiu identificar suas funções e assim numa só tecla

conseguiu acender uma iluminação suave, mas que revelou toda

beleza interior daquele monumento ao conhecimento. Um monitor

holográfico se acendeu mostrando uma espécie de mapa do complexo

de livros e uma série de documentos virtuais sensíveis ao toque.

- Impressionante! Observe isso, aqui tem a história de tudo! –

disse Mazzaliel ao observar o monitor – Qualquer coisa em qualquer

dimensão, a origem de cada conhecimento que aqui veio parar.

- Conhecimento vale ouro! – respondeu Norson estático diante

daquilo quando Mazzaliel abriu uma imagem onde um homem com

elmo de ouro começava a falar, era um homem conhecido por ele.

- Conheço esse homem, é Apocon Stoneset! Realmente é ele,

mas observe seu nome é mostrado como Fo-Hi. – disse Mazzaliel.

- Conheço a lenda. O Imperador imortal. – retrucou Norson –

O que ele está dizendo? – perguntou Norson.

- Sobre a construção desse monumento. – respondeu. – Porque

reuniram os livros aqui. Livros que eram malditos.

- I Ching fora deixado cifrado por Fo-Hi, poucos chegaram

perto de decifra-lo realmente, e este fora um membro da irmandade

dos ventos. A este personagem hipoteticamente imortal é atribuído

uma civilização não do espaço, mas tempo. – respondeu Mazzaliel.

- O mais perto de chegar da compreensão destas ramificações

temporais e pontos de convergência fora o duque Wen que estudou na

prisão os trigramas do Imperador imortal. – disse Norson

demonstrando conhecimento sobre o assunto.

- O I Ching é um mapa de navegação por realidades

alternadas, ensina atalhos e rumos no tempo, mas em parte


impossíveis ante aos da mesma linha que seguem caminhos opostos

como quem remassem em sentido contrário, os opositores do tempo. –

concluiu Mazzaliel de modo entusiástico. – Os Imperionautas parecer

ser muito rigorosos com registros temporais acredito que por motivos

óbvios.

A tela então se apagou e um som tipo de sininhos tocou

ecoando por todo lugar como um convite de boas vindas a eles ao um

sensor aparentemente ler a presença deles ali.

- Acho que é um convite. – disse Norson. – Talvez o

computador identifique quem somos.

- Sim, mostrou na tela a dimensão de onde viemos e

aparentemente consegue ler nossas intensões. – respondeu Mazzaliel

enquanto agora Norson seguia a uma fileira de livros quando viu o

primeiro e o pegou.

- Conheço esse livro! – disse com o livro nas mãos. - Crônicas

de Akakor de Karl Brugger.

Porém, Mazzaliel estava concentrado em outro exemplar, o

Manuscrito de Voynich

- Desconfiava que esse livro é de uma dimensão ressoante, -

disse ele o pegando. - apesar de ser datado do século XVI vem de um

dos desvios temporais mais antigos e utópicos, numa versão em que

Caim não matou Abel, Seth não tem tanta importância e não surgiram

os nefelins. A sucessão de eventos que levaram até o livro fora a não

existência do diluvio e uma versão harmoniosa de Babel não destruída

por Deus. Porém, uma seita de Abeelitas surge, sendo responsável

pelo livro.

- Olhe isso – disse Norson pegando outro livro. - O livro

secreto de Nikola Tesla onde aparentemente seu experimento

encontrou energia de outras dimensões e onde relata um teste feito

com o 'die glocke' com um supostamente viajante do tempo. - disse ele

lendo sua sinopse.


- No futuro estamos formando o cânon tempestal de

'Manuscritos dos Tempos', eles ainda procuram rastros de 'Primeiro

Seth' e 'Sabedoria dos Tempos'. Mas acho que encontrei ele aqui!

- O que seriam capazes de fazer por esse conhecimento? –

perguntou Norson.

- Livros não matam pessoas, mas sim pessoas matam por

livros. – respondeu colocando o livro no lugar de antes e continuou

olhando por toda aquela fileira. – Observe a organização não é

somente por período, mas dimensão.

- Livro de cálculos simbólicos numa matemática sem

demonstração – disse Norson olhando os demais livros. - A história do

livro ‘A Filosofia da Viagem no Tempo’ de Roberta Sparrow com

prefácio de Outubro de 1944, fala sobre a existência do universo

primário o qual não vivemos.

- Uma das dimensões mais antigas que se tem conhecimento,

surgiu antes da Terra. – disse Mazzaliel completando o que Norson

disse. - Há dimensões que surgem naturalmente, as elementares a

nível quântico, e as por consciência ante o conhecimento prévio do

tempo, mas estas mil por intervenções. Se o I Ching estiver correto ele

pode ter padrões que comprovem a caótica e o aleatório aparente no

universo, dando uma maior compreensão da sorte e o caos.

- Quantos lugares como este existem por ai? – perguntou

Norson de outra fileira de livros.

- O multiverso não é um lugar, mas há lugares neles, lugares

secretos do qual o tempo é a dimensão mãe de onde todos vem. –

respondeu seu parceiro temporal ecoando pelo lugar.

- Sabedoria dos Tempos, conhece esse? – indagou Norson,

mas sendo ignorado por Mazzaliel que disse com um livro em suas

mãos.

- No ano de 999 d.C. um profeta em meio a ideias

apocalípticas tem um lúdico vislumbre do futuro o qual vivemos,

porém, terá de se esforçar para conseguir manter o tempo em seu

curso enquanto é perseguido por homens esquisitos que tentam a todo

custo sabotar o destino e furtar conhecimentos para se exaltarem. –


disse Norson e prosseguiu – Esse livro nunca havia sido encontrado

antes, ‘Vislumbres Findos’.

Ao longo de longos minutos eles caminharam entretidos pelos

corredores com fileiras de livros quando Norson notou que o

computador aparentemente registrava todos seus movimentos lá

dentro e todos livros que por eles eram pegos, talvez para impedir

furtos proibitivos. Naquele Norson lembrou novamente a que vieram,

procurar o vislumbre da imagem das “Mil Palavras”. Uma imagem

que sintetize todo esse conhecimento, na realidade é o mosaico.

- Não há quaisquer indícios da imagem mosaico das

dimensões. – disse Norson, mas realmente feliz naquele paraíso de

conhecimento enquanto segurava o livro ‘Homem do Castelo Alto’ de

Philip K.Dick. – Talvez esse livro dê alguma ideia sobre de onde

vieram os crononazistas. – Repercutiu ele consigo mesmo.


VIII

Mosaico dimensinal

"Do mesmo modo que um homem no deserto ou no mar pode ao

despertar circunvagar o horizonte e atentar segundo os quatro pontos

cardeais, norte, sul, leste e oeste, para tentar vislumbrar uma

caravana ou uma vela, um sacerdote maia podia circunvagar seis

direções do tempo, ver sua cor nesse momento, concluir se era boa ou

má e entrever eventos situados à perpendicular do eixo do tempo."


aquele momento Mazzaliel porém passou por ele em passos

largos quando notou algo no chão de pedras que

aparentemente formava um desenho. Norson o observou

quando contemplou que num segundo andar Mazzaliel subia por uma

escada brilhosa em tons dourados. Quando Mazzaliel lá de cima se

debruçou disse um “ual” tão significativo que fez Norson largar todos

os livros e ir até ele. E o que viram era incrível e aparentemente reagia

com sua observação exatamente como o principio da incerteza

propunha fazendo hologramas crepitarem projetados sobre a gravura

em pedra no chão, aquele era o mosaico que procuravam na cúpula

central onde uma sucessão de nomes descritos no livro as ‘Mil

Palavras’ a surgiam e para sua surpresa formava um rosto humanoide!

- O tempo todo diante de nós! Incrível – disse Mazzaliel

extasiado com a descoberta enquanto agora abria o exemplar do livro

em suas mãos e procurava as quinze dimensões que reagiam com seu

simples pensamento.

- Aquele computador lê nossos cérebros. – disse Norson

concluindo o óbvio – O tempo todo está a interagir com agente como

um ser senciente. Parece que confia em nós, a índole a sinceridade. –

concluiu.

- De quem é esse rosto? Deus? – perguntou Mazzaliel

introspectivo. - São sistemas de dimensões entrelaçadas.

N


Aquilo não por menos formava um corpo de conhecimento

multidimensional o qual o termo sintetizava justamente a relação de

sistemas, dando sentido ao termo onisofia. As palavras formam mais

que um mapa com suas posições no multiverso, mas um mosaico onde

o inicio e fim acronologicamente nunca fica claro pelas intervenções

não lineares, estando intimamente relacionadas umas as demais,

formando um rosto do qual as mil palavras literalmente correspondem

a uma imagem, um rosto calvo com uma barbicha cujos traços cripto

históricos demonstram uma identidade não conhecida provavelmente

pela injustiça dos maus, sugere-se a associação do nome 'ruperter'

ainda que poderia variar a cada versão tal com relação a de uma

corruptela do termo 'ruptura' neste caso da linha original, ou seria

Rupert como resultado das rupturas de um universo homogêneo.

Sugeriu-se até mesmo ser um "deus" deste multiverso, o seu autor

onde os limites desse mapa são seu inicio e fim e tal é parte integrante

da mesma figura como sua própria identidade ou parte de seu ser

mental. No livro detalhasse coordenadas de desvios originais

determinados por Kairos, suas características individuais que destoem

dos demais, bem como diferenças principais e originais ante o ponto

de ruptura.

- Talvez o autor do conhecimento disto. – disse Norson – ou o

responsável por diversas dimensões.

- Probabilidade destas dimensões serem interligadas não

somente diretamente mas aparentemente 15 dimensões matrizes que

influenciam as demais, as primeiras e suas bases dos quais todo o mais

estaria arruinado em cinzas, como num jogo de espelhos, porém,

mutuamente interagente num infinito feedback reflexivo. – disse

Mazzaliel vendo o livro e continuou – E se esse rosto for de um

homem que interagindo multidimensionalmente refletiu as demais

dimensões de modo que somos seu fruto indireto.

Naquele momento porém, partes em vermelho parecia saltar

no mosaico piscando como se fosse um alarme e com o mero pensar


deles surgiram nomes em português e inglês mostrando o que era

aquilo, pontos de anomalia, intervenções de Cronos e da invasão

crononazista, dando uma visão total e detalha que flutuava diante do

chão revelando segredos enquanto partes daquele rosto-mosaico

parecia gradualmente se distorcer com o surgimento de outras

dimensões no maravilhoso, não universo, mas multiverso.

- Vocês enfrentaram Cronos? – perguntou Norson. – O

detiveram?

- Chronos ainda que possa viajar no tempo, está detido no

espaço mundano, e por isso sua manifestação ocorre apenas em três

lugares distintos do espaço e tempo. – respondeu Mazzaliel - Criou

uma vala espacial para tentar escapar de volta ao leito primordial do

Tempo chamado por Kairos, por uma manifestação da anomalia neste

local que gerou uma fusão espaço-temporal sobrepondo dimensões e

podendo acabar criando um efeito similar ao de uma bomba negra.

Supomos que Chronos manifestou-se aos maias passando alguns dos

segredos sobre os ciclos temporais detidos no espaço que desejava

transpassar. E criaram o Bonampak.

- São seis as dimensões dominadas por Maias! – disse Norson

apontando para um lado do mosaico onde reagiu ao dito por ele

mostrando as equivalentes dimensões.

- Uma dimensão dominada por maias não deve ser nada

agradável. – repercutiu Mazzaliel. – Mas aparentemente encontramos

de onde vêm os seres multiversicos. ‘A Vala’. – completou ele

apontando para um ponto onde um nome saltava na projeção

“Sadiclision”.

Norson pensou e a seguir um texto surgiu na projeção dando

informações sobre a dimensão. Um lugar da anomalia onde tudo dá

errado e por isso é considerado amaldiçoado, bichos falecem, coisas

quebram, somente há morte e a mesma destruição causada por

sincronismos negativos. Conhecido como Jardim do Abismo parecia,

não obstante criar aminésicos como quem devorasse memórias e

conhecimentos, na verdade por ecoar o vazio pelo tempo tornando as


lembranças destes perdidas e tendo simbiose ligada a anomalia. O

lugar começa por uma entrada vortex no Saara.

Ao ver todo aquele conhecimento Mazzaliel agora parecia

nervosamente relacionar os itens no visor a ser transmitidas as

informações a base do futuro onde toda missão era monitorada

constantemente em timestream. Alguns segundos se seguiram sob o

silêncio dele quando veio uma resposta no monitor acendendo o

agradecimento pelo sucesso da missão onde tudo registrado indicava o

que eles agora fariam quando Mazzaliel disse consigo mesmo.

- Acho que serei promovido depois desta. Bônus esperem-me!

– disse ele consigo mesmo.

- Mazzaliel, seu trabalho é realmente sensacional.

- Não se tema não existe nada que nós não recompensemos,

seu nome é citado como honorário de missão, devidamente registrado

e com prémios do futuro. – disse Mazzaliel com um sorriso na certeza

que serviam livremente pessoas cujo ímpeto de justiça era imparcial e

impecável. Melhor que eles apenas os Imperionautas.

Porém, naquele momento a luz do biblioteca secreta do tempo

se intensificou e um alarme soou por 7 segundos e parou tão súbito

quanto começou. Em seguida no meio da cúpula surgiu a passos

largos Dominic Kaspar encaminhado por Dayane Conrad para dar

seguimento a operação.

- Bom te ver Dominic. – respondeu Norson lá de cima com

um sorriso de felicidade ao vê-lo. – Mas acho que está atrapalhando

nossa visão.

Dominic olhou para baixo e notou que estava atravessando

hologramas e então com um igual sorriso passou até as escadas e

subiu para acompanhar os cavalheiros quando uma voz de mulher

disse ecoando por toda construção.


- “Dominic Kaspar, dimensão diamante, integridade moral

confirmada. Bem-vindo.”

- O que é isso? – perguntou Dominic ao ouvir a voz.

- O computador central, ele faz leituras de todas intensões e

histórico de todos que entram aqui. Por isso que não teve aparente

reação quando o homicida multidimencional invadiu. – completou

Norson.

- Impressionante a tecnologia. – respondeu Dominic.

- Aparentemente suplanta nosso e-Quantic Brain, trabalha

interagindo diretamente com leituras de todas as dimensões

conhecidas e que surgem a todo instante. – Quase onisciente, não

existe “nada” para ele, qualquer coisa é algo.

- Demônio de Laplace. – respondeu Dominic. – A ciência

imperionauta tocou a perfeição. Ao ficar ciente de que uma ruptura

original no universo criou o multiverso. – deduziu Dominic -

determina-se que o evento de categoria 8 é a formação do próprio

universo, ainda que relacionada a um único homem. A não ser que

esse mosaico seja uma definição de que o Multiverso é o pensamento

de Deus, e assim tal figura o seja.

- Ou Adão? – retrucou Mazzaliel. – O Primeiro dos homens

que pelo engano se desviou do plano divino criando a ruptura original

o qual todo o mais se sucedeu.

- Há algum sentido, assim como do outro lado do espelho,

quem se desvia do plano de desvio é quem se torna o herói ao plano

divino. – repercutiu Dominic. – A complexidade surge da

simplicidade, de meras escolhas que se fragmentam dualmente, pelo

‘sim’ e ‘não’, naturalmente com intensidade do consciente.

- Consciência reflete, o ego não, porque o espelho mais

complexo do universo é a mente do ser humano, o próprio cérebro de

modo que a reflexão dos crononazistas ao multiplicar-se no multiverso

não são por si só, mas da interação do consciente alheio, de suas

vítimas derrotadas covardemente, como a se alimentar de nossos

sentimentos. – completou Norson o raciocínio de Dominic.

- Estamos alinhados na mesma frequência de dedução,

prezado.


- O Porque do ego é a vontade, mas a vontade do universo é o

porque. – respondeu Norson.

- Para deter essa moléstia que se multiplica pelo multiverso

temos que ir a sua fonte enquanto não se torne uma anomalia anulando

a si mesma em sua origem. Sadiclision. – disse Dominic - Minhas

instruções de Marchal são para conter a falha que vem de lá a se

espalhar por todo multiverso em ecos infindos.

Todavia por uma fração de pensamento de Dominic como

centelha aparentemente criou toda uma reação da máquina alterando o

mosaico sobre as pedras no interior daquele morro a uma imagem

diferente, a gravura de uma rosa dos ventos revelada em contraponto

ao rosto indicava as direções das dimensões e tanto ao toque quanto ao

pensamento mostrava suas informações e características específicas

onde o lugar nada era a não ser consequência da interação temporal

ressonante e curiosamente descobriram um modo pelo relógio de

Kairos verificar um tempo sobre cronológico onde havia horas

próprias.

- A Construção desse monumento certamente deu muito

trabalho. Quantas histórias que agente nunca soube? – disse Dominic

de modo introspectivo.

- Porque a imagem se alterou? – indagou Mazzaliel. – Alguém

pensou em algo.

- Pensei sobre o multiverso fora do planeta Terra. – respondeu

Norson Gresno.

Naquele momento todo presentes ficaram em silêncio até que

então um deles disse impressionado.

- Se o mosaico anterior era apenas deste mundo, essa imagem

que sobrepõe a gravura de pedra é de todo multiverso a partir da

Terra? – se perguntou Dominic.

- Acho que sim. Aquele ponto ali no canto reagiu quando

pensei em Terra. – respondeu Mazzaliel. – Aparentemente ainda que a


maioria das dimensões ressoantes fluam da Terra, a uma margem de

todo cosmos que se sobrepõe dimensionalmente.

- Acho que isso indica mais planetas habitados. – concluiu

Norson.

- Preciso estabelecer conexão com este Ultracomputador para

transmitir esses dados a TEMPUS. Por lá a situação está quase sem

controle.

Marchal, base da TEMPUS no Futuro.

Os dados o tempo todo se alteravam e se alternavam dando um

enorme trabalho ao computador central a conseguir processar todo

aquele fluxo de informação de realidades ressoantes não somente

pelas operações em andamento como pelas intervenções invasivas dos

crononazistas. O trabalho em excesso fez com que pessoal da reserva

fosse chamado enquanto duas equipes foram enviadas a linhas

ressoantes para tentar conter o avanço crononazistas a subjugar estes

como a um arrastão no mar. Com o combate em andamento as baixas

o tempo todo vinham a eles em alarmes enquanto as demais bases nos

três tempos passados em conexão continua pareciam cooperar em vão.

O sistema ficou tão sobrecarregado que mesmo o e-

QuanticBrain não conseguia dar conta de tantas informações fluentes

a se alternarem tão continuamente, e então simplesmente uma

dimensão foi anulada da existência enquanto a anomalia detectada

parecia ser mover aleatoriamente sobre o multiverso como se

alimentasse daquilo a devorar as tais dimensões engolidas a

inexistência. Naquele momento detectaram mais nove dimensões

surgirem em pontos diferentes enquanto os dados da dimensão Uno

eram transferidos por Dominic ao conseguir estabelecer vinculo com

aquele computador multidimensional. Os dados eram necessários para

se conseguir estabelecer uma melhor resolução das posições de

interação das dimensões, pois ela eram apenas precedidas por suas

interações ressoantes a se sobrepor e algumas vezes até mesmo

cruzarem em pontos diferentes de sua linha temporal.

Dayane com um dos fundadores da TEMPUS, Herbet

Stoneset procuravam aparentemente em vão coordenar os esforços


para organizar toda aquela informação que o tempo todo se

embaralhava numa tela holográfica que ocupava toda parte de trás do

Centro de Operações Temporais. Assim surgiu uma dimensão onde os

Estados Unidos invadem o Brasil para roubas suas reservas naturais

iniciando a III Grande Guerra Mundial quando a Rússia e a China

partiram para defende-lo e levando a consequente destruição de

Whashigton por três ataques nucleares. Ao lado desta uma outra

dimensão surgiu aparentemente a cortando, onde o qual uma seita

chamada Irmandade do Espinho havia dominado o mundo e

exterminado a maior parte da humanidade se apropriando de todos

seus pertences num julgamento sumário destes que defendiam direitos

e igualdade.

Numa imagem ao lado surgia os dados de uma dimensão o

qual metade dos Estados Unidos é espanhol, e o neto de Pedro

Mendendez Aviles governador direto de uma capital na Flórida.

Naquele momento porém, pulou da tela a imagem de outra dimensão

de onde surgiam tantas alterações que começaram a fazer soar alarmes

dentro do próprio Centro de Operações Temporais. A dimensão

idêntica a deles, mas diametralmente oposta, espelhada.

Na dimensão Uno os viajantes enquanto Dominic ao

conseguir estabelecer o vinculo de conexão com o computador central

transmitia dos dados ao futuro via a imagem do mosaico sofrer

visíveis alterações como a se imagem dele literalmente falando mais

que por mil palavras gradualmente ficasse desfigurada, como se o

rosto de tal mosaico estivesse sendo socado e consequentemente se

contorcendo. Mazzaliel e Norson estavam a contemplar em tempo real

as interações introdimensionais em todas direções ressoando-se

mutuamente como se a imagem apresentada do rosto estivesse

distorcida numa poça d’água ainda que naturalmente aquilo fosse mais

do que mera água.

- Uma equipe suplementar da TEMPUS fora formada, mas

não estão dando conta do fluxo de informações. – disse Dominic –

Antes mesmo que registrados os dados eles se alteram, como se


estivessem tentando atingir a origem das realidades em sua linearidade

e verdades comuns a estas.

- Nunca vi dano tão grande, nem mesmo com a anomalia. –

respondeu Mazzaliel – Veja aquele lado, os crononazistas estão se

perpetuando como mato!

Na Base Marchal alguns abalos foram sentidos, como se

estivessem sob bombardeio mas de linhas vizinhas a deles.

Continuamente os dados agora foram atualizados sobre a própria

dimensão deles que sofriam visíveis alterações em sua entropia por

um aparente vinculo de sincronismo sem causalidade espacial, mas

temporal.

Por uma hipervia que cortava a cidade sobre uma floresta,

carros pararam ao notar que aparentemente alguns acidentes sem

explicação começaram a acontecer simultaneamente por todo canto,

falhas em máquinas, conexões, pessoas caindo, mas aquilo era apenas

o inicio pois logo uns começaram a sentir oscilações temporais e

discrepâncias na contagem de tempo comum a linha temporal criando

as falhas de conexão e divergências de fuso assim como incialmente

de segundos indo parar a minutos de diferenças numa fração de

poucos quilômetros. O Fenômeno incomum era registrado em todo

planeta de modo que sucedia a mudanças climáticas súbitas a previsão

do tempo e dificultado a conexão da base Marchal com seus vínculos

temporais em inúmeras quedas nas conexões.

- Herbet. – disse Dayane – Antes de cair acho que localizei um

dos pontos de onde vem o fluxo que está sobrepondo esta linha

temporal, confirmando o que disse Dominic. A dimensão chamada

Sadiclision.

- Reestabeleça o vinculo temporal com a base do Brasil e peça

a eles para mandarem monitores temporais. – respondeu Herbet

movendo seus braços sobre os hologramas numa tentativa

praticamente vã de organizar as informações e continuou – concentre

os dados na ‘Caixa de Memórias’ caso alterações na continuidade


desta linha seja atingida, e a envie para a dimensão o qual fora

programado para proteger as memórias.

- Acho que estamos conseguindo êxito na dimensão Mirror. –

respondeu Dayane – A invasão está sendo controlada por nós!

Dayane Conrad focada nos seus objetivos tão nobres e

imparciais de defender o equilíbrio do universo parecia, no entanto,

gradualmente faze-la se estressar de tal modo com a situação que as

vezes pensou que perderia não somente o controle como entraria num

colapso psicológico. Porém, firme e integra como era fazia valer todas

as disposições a despeito de que a mulher não era o sexo frágil, mas

sim o contrário.


IX

Simetric Mirror

"Com efeito, o tempo evidentemente lhes interessa mais que o espaço.

Algumas de suas teorias, as quais datam de mais de três mil anos,

mas que sábios chineses no ponto extremo da modernidade retornam

atualmente, afirmam que o espaço não existe e que os objetos podem

atuar uns sobre os outros a distância absolutamente fantásticas.


oncebe-se que assim como no universo a tudo sucede a

simetria, similarmente a dimensão Mirror, reflete da moral a

imoralidade, do certo ao errado, e a lógica e a ilógica sucedem

como uma espécie de símiles opostos, mas que sobretudo se

submetem essencialmente a um sentido comum que vara a todas

direções, como se o universo assim como a consciência fosse capaz de

refletir sobre suas ações a buscar o equilíbrio entre todas as coisas

existentes, ao contrário da oposição anuladora, assim como o presente

o passado, e o futuro o presente. Filosofar é refletir, assim como a

empatia reflete o amor, mas o psicopata é um espelho danificado que

anula, pois a este o ato de vencer significa acabar e destruir o vencido,

como era Saul Strix e seus homens.

Um exemplo comum é a dos vampiros, eles não são capazes

de se enxergar no espelho pois o ato de ter consciência implica

enxergar-se fora do próprio ego, refletir sobre si mesmo, mas o ego vê

apenas de dentro de si próprio, mesmo o excêntrico vê melhor. São

como máquinas num corpo humano e assim possuindo apenas

necessidades fisiológicas não sentimentais.

No universo tudo são perspectivas, que assim como as vezes

olhar para o espelho mediante uma perspectiva é olhar o passado que

observa de volta e com ele os fantasmas da escravidão e tudo que é

primitivo. Esses eram os Crononazistas que apesar de vir do paralelo

traziam consigo todas as mazelas passadas somadas numa síntese do

C


mal que o mundo tinha de vencer. Pois este a quem se acha o espelho

só inverte a verdade!

Naquele momento alguns agentes ficaram felizes ao ficar

ciente da vitória iminente, porém, ainda não impedia as demais

dimensões onde ecos dos crononazistas faziam a mesma coisa, e uma

vez dominada os resultados eram sempre os mesmos, extermínio e

subjugamento dos que julgavam inferiores e por simplesmente

resistirem. O que preocupava eles eram as dimensões bases que ainda

fora de serem anuladas, as 15 dimensões eram atacadas diversas

vezes, mas curiosamente ao ter uma destas anuladas uma outra a

recriou como se um neurônio estivesse recuperando as informações

destas a se auto completarem mutualmente em sua linha de

continuidade temporal.

- Impressionante, a multiverso parece se regenerar. – disse

Dayane num misto de surpresa e alivio.

Naquele momento, porém um sinal bipou na tela diretamente

da dimensão Mirror. Um dos cientistas virou-se para Dayane alertando

o contato e assim sucedeu com sua permissão ainda que tudo fosse

devidamente registrado como provas até que Saul Strix fosse

finalmente pego e detido viesse a julgamento em sua dimensão

mediante os 37 Protocolos de Segurança Dimensional e Temporal.

- Agente Rodrigo, Dayane. - disse o homem com visível

interferência temporal onde os dados pareciam as vezes se misturar

temporalmente. – detivemos Saul Strix, mas creio que surgiu outra

dimensão símile a esta onde eles no passado a dominaram e o

conhecimento das viagens dimensionais e temporais mudando a

verdade. Aguardo instruções.

Direto da dimensão Mirror os agentes da TEMPUS seguiam o

protocolo de urgência antes que aquilo se tornasse um evento de

Categoria 8 enquanto libertava diversos escravos intelectuais e sexuais

de Saul Strix que iam ser fuzilados por eles ao chegarem, pois a


exceção era lei e a lei exceção, e então o agente Rodrigo ouviu a

resposta de Dayane igualmente defasada.

- Compreende? É um eco.... Saul Strix... não tem... – o áudio

cruzou o final com o começo e então continuou - Você não tem Saul

Strix, é um eco! Compreende? – respondeu Dayane Conrad. – Ele está

na dimensão Sadiclision de onde está sendo... ecoantes...

perpetuações...gerada as demais perpetuações ecoantes.

- O áudio está entrelaçado não linearmente. – disse Rodrigo. –

Estou tendo dificuldades para compreender. Finalizando a

transmissão.

Os engasgos temporais eram como uma falha na continuidade

do mesmo provocada pelas influências introversianas que estava a

varrer todo continuo entrelaçado. Na dimensão Mirror incrivelmente

semelhante a Diamante realmente estava resignada a compreender o

que acontecia uma vez que os eventos de súbita invasão de assalto

crononazistas simplesmente fizeram eles serem submetidos

covardemente sem qualquer modo de defender-se e com a divergência

consequente corromper mais aquela linha noutra onde os cidadãos

agora eram propriedade de um governo privado assim como tudo no

mundo.

Aparentemente a dimensão ao tempo da base Marchal tinha as

mesmas proporções temporais da dimensão diamante onde a vitória da

moralidade tornaram possível estabilizar um governo internacional de

valores transcendentes a todas fronteiras em igualdade imparcial. Os

resultados a florescerem como frutos comuns desta dimensão que a

exemplo do dia 25 de abril segredos de todo tempo da humanidade

eram revelados ao humanidade só não se tornaram reais por causa da

invasão que dividiu inicialmente a humanidade em dois, uma minoria

que possuía todos diretos sobre os demais que lhes serviam até serem

descartados e reciclados organicamente.

Uma vez conseguindo deter o fluxo na dimensão Mirror a

impedindo, os incidentes síncronos a dimensão diamante

gradualmente começaram a se estabilizar, quando Herbet Stoneset por


fim de voz de comando para seguir com a Operação Ressonância indo

a dimensão Sadiclision a fim de localizar ‘A Vala’ e fecha-la como

sendo uma fenda introdimensional dentro do multiverso. Uma equipe

fora para lá transladada ao estabelecem conexão ainda que a

instabilidade na rede de wormholes tornasse a viagem insegura, mas a

aguardarem Dominic, Mazzaliel e Norson para localizar o centro de

fluxo negativo.

Dimensão Sadiclision, tempo local, 11:29, dia 24 de Março de 2011.

A anomalia surge no Saara. O sol escaldante movia moinhos de vento

quentes que arrastava areia em meio à aridez daquele vazio infindo

cheio de dunas onde o que não era ilusão derivada do calor no solo

eram criaturas que pareciam fugir delas mesmas ante tal penumbra,

lugar quase abiótico. Naquele mar de areia não importava a direção,

pois a todo lugar parecia chegar a lugar algum mas apenas a variações

do mesmo onde ao dia o extremo calor e a noite a gélida temperatura

caia a outro extremo tornando-se viável a "vida" apenas a quase

extremófilos. Quando surgiram naquele lugar Mazzaliel e Norson

sentiram não somente o impacto das alterações dimensionais como do

clima ameno da biblioteca secreta aquele vazio de aridez onde

independente de onde quisesse chegar o resultado sempre seria o

mesmo, morte.

Porém, um pouco adiante havia uma Chronoship, nave de

transporte introdimensional da TEMPUS os aguardando onde

imediatamente embarcaram pois se fossem transladados diretamente

para 'A Vala' eles perderiam o controle. As coordenadas naquele

mundo onde a África divida geologicamente levavam a um ponto do

Brasil, no Rio de Janeiro onde estava a fissura chamada 'A Vala' de

onde convergiam não somente a falha nas reflexões enviando

crepitações infinitas a outras dimensões e do qual estas os

Crononazistas se utilizavam para multiplicar todas suas ações

reflexivamente de modo crescente e todas variáveis. De fato era para

todos efeitos como um espelho quebrado do qual ao se fragmentar

seus cacos criaram inúmeras variações de um só reflexo a ecoarem

assim pesperctivamente a outras dimensões.


O Rio de Janeiro estava devastado por causa da fissura

localizada na Baixada Fluminente onde um bairro inteiro fora

engolido pela dita 'A Vala'. A ideia do Espelho Simétrico que era o

multiverso dera margem a uma anomalia fragmentária que engolia

tudo a sua volta por suas reflexões síncronas lateralmente. Assim que

a equipe se aproximava do ponto sinais evidentes e crescentes eram

sentidos com mau funcionamento de equipamentos e conexão com a

dimensão diamante eram falhas e a base onde o Projeto Mirror era

realizado originalmente nesta dimensão não existia no nordeste. 'As

Caveiras do Tempos', como os nativos conheciam, estavam

empenhadas em subjugar a humanidade e estavam concentrada no

lugar onde junto as ressonâncias manifestava-se, a raiz da moléstia

introdimensional.

A Operação Ressonância chegava enfim a seu alvo, e para

contemplar a situação, Norson viu como o Rio devastado se quer tinha

o lugar onde era seu lar e os escritórios precursores da TEMPUS como

se todo seu trabalho tivesse sido apagado da existência.

Quando a chronoship pousou não havia vento ou quaisquer

sinais de vida apenas um lugar desolado e arruinado onde eventuais

sismos de ondulação dimensional eram sentidos, era como um deserto

do espaço em que a cada metro seguido em direção a 'A Vala' se fazia

sentir mesmo em suas mentes com pensamentos discrepantes, segundo

Dayane pelo fato das ressonâncias ecoarem também em seus

conscientes em variações ecoadas destas. Os soldados temporais ao

desembarcar seguiam firmes, mas tão logo se viu o sinal da fadiga

mental e cognitiva deles em razão disso. Não obstante seus

equipamentos em constantes falhas levavam Norson a um estado de

desorientação comum a Dominic e Mazzaliel como se sua consciência

estivesse se dissipando pouco a pouco ainda que fossem mentes

criativas das melhores.

- Após este amontoado de entulho estaremos diante do evento

discrepante de iminente evento categoria 7. - disse Dominic diante de

um prédio arruinado aos homens, os entulhos parecia se fundir uns aos

outros. - Apenas 19 metros de distância, vamos!


Ao contornarem o obstáculo os homens da TEMPUS se

depararam com uma enorme vala dando juz ao seu nome 'A Vala' por

se estender ao longo de aproximadamente 3 quilômetros e meio a

frente e cuja profundidade seus equipamentos não eram capazes de

medir simplesmente porque seu interior parecia estar o tempo todo

oscilando dimensionalmente dando medidas discrepantes. Mas

sobretudo no seu centro, subindo da vala, havia o evento em si que a

havia criado como se saísse do chão. Aquilo era semelhante a um

vortex, mas que semelhante a um espelho fragmentado o tempo todo

se alternava fundindo cacos e partes de si mesmo uns sobre os outros.

- Essa é a falha introdimensional. - disse Dominc a Norson

que contemplava assustado - Aparentemente converge a todas

dimensões onde cada fragmento oscilante é parte de uma.

- Mas onde estão os crononazistas que a está utilizando? -

perguntou Mazzaliel.

Naquele momento notaram eles que embaçado, vindo do meio

da fissura, havia uma espécie de ponte do qual aparentemente homens

atravessavam como em fila. Dominic fez leituras quando dela vieram

ventos intensos e quentes o preocupado mas confirmando que eram os

Crononazistas, servis homens da vilania o qual se dizia tudo o quanto

era de mais malévolo e injusto, de pilhagens, saques, escravidão,

estupros e toda sorte e violência, e nos fragmentos via-se a imagem

deles refletidas centenas de vezes em si mesma criando ecos que

pensavam, num mosaico mutante de espelhos fundidos como versões

discrepantes de uma só verdade.

Mas um soldados nisso caiu completamente apagado, não

resistiu a convergência negativa introdimensional. Dominic e

Mazzaliel fizeram leituras dele mas literalmente havia entrado num

coma similar a narcose temporal. Então um soldado permaneceu com

ele e os demais seguiram em frente.


Aparentemente as leis físicas estavam prestes a igualmente

falhar naquele lugar onde tudo de mal acontecia sucetivamente ante

um forte vento quente que os assustava.

- Todas possibilidades ocorrerem é impossível, pois o

universo tem infinitas possibilidade em dimensões finitas, somente

num multiverso ocorreria. O caos assim é resultado da intercessão de

dimensões finitas com infinitas possibilidades. - disse Dominic a

Norson e continuou - Mas isso aqui parece aparentemente suplantar a

diversidade do multiverso, o oposto da ruptura!

Naquele momento um abalo forte se sentiu oscilando o espaço

local e mostrando ressonância deles mesmos caminhando quando um

dos crononazistas os viram e sinalizou para os demais. Norson virou-

se ao ver que armados lhe apontavam para atirar, mas ecos

premonitórios os permitiram desviar-se a tempo.

Saul Strix surgiu do meio daquilo abrindo os braços como se

fosse um deus e gritando palavras de ordem para que os pegassem, e

assim seguiram nove homens saindo da ponte e se escondendo atrás

de pedras a atirar sobre eles.

Os hábeis soldados da TEMPUS apenas mandaram ondas de

anulação de consciência os fazendo apagarem e ao ver isso Saul

lançou sua mão sobre mais soldados o fazendo sair da ponte quando a

convergência agora parecia emanar tipos de luzes oscilantes quando

ecos de vozes se ouviam lá de dentro e os crononazistas atiravam sem

cessar sobre eles e os demais entraram na convergência. O embate se

seguiu por longos minutos, pois estes pareciam estar com isolamento

de cognição para impedir a narcose temporal paralela que fluía de

dentro da fissura dimensional.

Temendo não haver tempo bastante, pois sinais de

atualizações de dados vinha constantemente a informar sobre os ecos e

ressonâncias, Dominic pegou o que havia lhe sido passado durante a

viagem na Chronoship, uma bomba negra para se fechar a fenda e

impedir que eles atravessassem interrompendo seus ecos dimensionais

como que impedindo de estarem no espelho. Dominic então assim o


fez ao acionar o mecanismo de envio desta bomba que diante dos

olhos de Saul Strix apenas acompanhou sem nada poder fazer.

Quando a bomba negra, que possuía esse nome por

simplesmente implodir dimensionalmente de modo controlado parte

daquela dimensão, e quando a bomba adentrou a fissura as luzes

misteriosamente cessaram sucedendo a um silêncio súbito que eclodiu

seguido um ruído surdo e oco como se aquilo estivesse engolindo a si

próprio num evento de categoria 6. Saul Strix gritou batendo no peito

quando oscilações surgiram no local sucedendo aos seres

multidimensionais que emergiram com grunhidos ecoantes como se

agonizassem e dissessem em coro um deles.

- Saul, você falhou!

Em segundos o lugar parou se oscilar e o vento quente cessou

enquanto os soldados restantes dele assustados fugiram para outro

lugar. Saul Strix então vendo Dominic e seus homens se aproximarem

pegou uma arma para tentar lhes atingir, mas ao ver-se isolado assim

como fazia com suas vítimas como Follet Goldberg que era seu "cão"

fez-se de vítima e disse.

- Vocês tem que conhecer o outro lado da história, nosso

ponto de vista. São dois lados do mesmo espelho!

- O ponto de vista oposto do certo sempre será o errado! -

completou Dominic. - Pois o contrário de moralidade sempre será a

amoralidade. Impedindo quem impede, nada mais será impedido. -

completou levantando a arma de tonteio, pois ele estava com isolante

de consciência.

- Você tem que ver além do certo e errado! - disse ele. -

Estamos acima disto!

- Não reflito a maldade dos outros, sou melhor que isso, sou

original, eles me refletem e apenas fingem refletir a maldade que são

em mim. Mas será que gostaria também de ser tratado igualmente

como cão? - disse Norson para ele - Cadê meu eco Guilherme Símil?


- Você tinha que ser um párea como Follet! Mas Guilherme

como eco era melhor que você, ele é você refletido, vindo aqui o

anulou! - respondeu Saul ao ver-se cercado como faziam com suas

vítimas e agora detido.

- Com autoridade cedida pela TEMPUS lhe detenho por

cometer inúmeros crimes contra os 37 protocolos de segurança

temporal e dimensional. - disse Dominic enquanto dois soldados o

prendia - Tudo aqui está sendo registrado como evidências a um

julgamento na dimensão diamante mediante a lei temporal.

A Vala enfim havia sido fechada naquela dimensão como a

falha e imediatamente o sinal parou de oscilar dimensionalmente

permitindo contato com base Marchal no futuro onde antes mesmo

que Dominic dissesse que a Operação Ressonância fora um sucesso

ele recebeu as congratulações do próprio Herbet Stoneset, as

ondulações se estabilizaram ao comum mediante a caótica ressoante e

temporal. Os homens seguiram até a Chronoship que ao decolar um

vortex estável abriu-se lentamente os transladando em segurança ao

tempo de partida na dimensão Diamante.

***

Das simetrias como reflexões surgem os fractais como sinais

em flocos de neve não somente de que o tamanho não importa, mas

onde os ecos são sentidos e materializados em formas escalares.

Assim como ele fenômeno de curvatura dimensional convergia a

ressoar espelhadamente em todas dimensões como fractais uma vez

interrompida a fonte que iniciava o efeito em cascata os ecos

cessaram.

Multidões nas dimensões agora invadidas sentiam-se livres de

súbito ao verem os crononazistas ao contemplarem a si próprios

desaparecerem gradualmente como sombras dissipadas por uma luz

agradável e precisa como do alto, o mesmo sucedeu as seguintes onde

o efeito igualmente como ondas ia normalizando cada uma das

dimensões antes invadidas, permitindo que os soldados retornassem a


sua base de origem na base Marchal do futuro sendo recebidos com

aplausos com seus atos heroicos de proteger a integridade do

multiverso arriscada a se arruinar.

O agente de assalto temporal que havia apagado no incidente

da dimensão Sadiclision fora classificado com uma nova variação de

chronopatia similar a narcose temporal onde um estado de confusão

mental teve dificuldades de distinguir a realidade em que estavam,

mas devidamente tratado de modo que aposentou-se por invalidez e ao

se mudar para o tempo de Norson Gresno tornou-se um proeminente

artista do Sentido Perdido o qual se refere a oitava nota musical.

Norson certamente ao retornar a sua dimensão e tempo havia

transcorrido apenas 10 horas após ter deixado sua mulher e filha para

ir ao trabalho. Exausto pelos dias de operação ainda que seus

conterrâneos isso não reparassem Norson recebeu o pedido de

algumas folgas de longos dias diretamente do futuro deixando o

pessoal de recursos humanos um pouco confusos sobre a discrepância

temporal, porém, vendo eles que verdadeiros milagres científicos

aconteciam diariamente assim seguiram o procedimento liberando-o

para o seio de sua família. Pegou seu carro silenciosamente ao passar

pelas lojas de comercial futuro e seguiu pela via enquanto a noite caia

naquele lugar tropical tão harmonioso. Ficou pensando consigo

mesmo como poderia haver dimensões são extensas sobre aquelas e

que gente tão má fazia atos tão imorais para arruinar os poderes

constituídos e a linearidade, Norson então estacionou seu carro e

entrou em seu lar sendo recebido por sua mulher que lhe disse

naturalmente.

- Você está atrasado 10 minutos! – resmungou ela colocando o

jantar na mesa e continuou – Sua popular pontualidade está se

perdendo?

- Impedi a corrupção do multiverso. – disse ele com semblante

cansado mais revigorado espiritualmente.

- Em apenas 10 horas após sair daqui? Impossível! – retrucou

ela rindo ao ver sua filha sentar-se a cadeira ao lado do pai.


- Impossível é apenas uma palavra em mil. – disse ele sorrindo

para mulher que colocava a refeição diante dele.

Norson Gresno relatou tudo o quando aconteceu “naquele dia”

o qual na verdade esteve fora em sua perspectiva a vários dias

viajando a pontos distintos do tempo com Dominic e o novato

Mazzaliel. Sua filha e sua mulher inicialmente se recusaram acreditar

pois sua visão temporal era inicialmente apenas da ponte temporal do

futuro, a base Marchal, mas mediante as coisas que ele relatou ao

longo daquela noite as duas gradualmente se renderam as historias

dele tendo uma filha impressionada como uma criança ao ouvir o livro

Alice no pais do espelho. Ao terminar todo seu relato, Norson

levantou-se e seguiu a banheiro quando encontrou no chão a moeda

por ele utilizada no começo do Projeto Mirror. Norson a pegou nas

suas mãos movendo suas duas faces e sorriu consigo próprio. Parou

ele então diante do espelho e viu a moeda no reflexo em suas mãos de

modo introspectivo refletindo sobre si próprio em silêncio.

Certamente que Norson lembrou de todos seus anos passados

o levando no dia seguinte a viajar até a Amazônia onde um dia fora

realizado o Projeto Mirror ao deitar-se na cama ao lado de sua mulher

e pegar aquela flor que um certo John Roberts lhe teria dado, agora

murcha. Aproveitando sua folga levou a base sua filha tão intrigada

com as aventuras temporais do pai ainda que com dúvidas de sua

veracidade.

A filha ficou impressionada com o lugar o qual havia visitado

apenas quando era jovem demais para lembrar dos detalhes. Recebida

pelos oficiais que ainda trabalhavam no lugar orientaram os dois por

um tur até o lugar onde tudo aconteceu, o galpão dos espelhos, onde

as pás ao se moverem anulavam o tempo rompendo-o ao passado e

futuro.

Os dois subiram os degraus para seu centro e a filha teve seus

olhos a brilhar ao tocar com as mãos aquelas pás que refletiam sua

afeição como as dimensões que seu pai disse ter encontrado. Nisso

surgiu seu colega Enzo que sorrindo interrompeu a celebração em

família.


- O bom filho ao lar torna. – respondeu ele sorrindo

cordialmente para seu então chefe.

- Bom vê-lo Enzo! – respondeu Norson vendo sua filha parar

para contemplar os dois.

- Nostalgias ecoam no tempo? – retrucou Enzo o abraçando –

Pois estou cheio dela!

- Naturalmente não é o único. – riu o amigo Norson quando

Enzo apontou para sua filha e disse.

- Sua filha? Deus, como cresceu! – exclamou vendo a jovem

sorrir para ele por educação.

Os dois conversaram por algum tempo naquele lugar agora

deserto, sobretudo o que Norson se envolveu da noite para o dia,

literalmente, a mudar toda sua compreensão do universo, algo que

seus conterrâneos estavam provando em doses homeopáticas ao longo

daqueles anos.

Todavia um alarme naquele momento soou chamando atenção

deles. Enzo se dirigiu até o painel a notar que havia captado alguma

discrepância temporal o que não lhe fazia qualquer sentido em vista

que todo maquinário estava desligado. A filha dele então

repentinamente cambaleou sentindo náuseas, levando Norson a

lembrar aquele sintoma mediante alterações temporais.

Olhou sério para seu então colega de projeto e disse que algo

estava acontecendo quando sentiu algo balançar as estruturas da

edificação sucedendo o mesmo mal estar aos dois. A jovem filha de

Norson agarrou o braço do pai perguntando o que estava acontecendo

e ele abraçou enquanto Enzo procurava ativar o maquinário para

averiguar o que acontecia.

- Algo está criando oscilações não somente temporais – disse

Enzo e continuou – mas também dimensionais.

- São seres do multiverso. – disse Norson olhando para ele.

- O que é isto? – perguntou ele assustado a seu antigo chefe.


Antes que Norson respondesse viu uma distorção visível criar

flutuações na visão deles diante das pás de locomoção temporal e

então surgir a silhueta que como um vulto defasou-se em vários ecos e

ressonâncias. Seus olhos avermelhados pareciam indicar que estava

furioso e virando-se para Norson fez com que o pai empurrasse a filha

para longe dele temendo que aquele ser voltasse contra ela também.

- Maldito Norson. – disse o ser ecoando como uma multidão

de vozes ao mesmo tempo assustando Enzo que apertou o alarme

chamando os militares. – Nos impediu, mas não vencerá a guerra!

- O que vocês querem? – perguntou Norson.

- Que você suma! – respondeu o ser fazendo algo ser colocado

no chão do lugar quando seus pés o tocaram.

Norson olhou e ficou confuso diante daquilo, mas o ser então

levantou-se e numa profusão de ecos se embaralhou e desapareceu

diante de seus olhos como se absorvido literalmente no ar. Enzo viu os

militares adentrar pela porta armados até os dentes perguntando o que

havia acontecido e vendo apenas a jovem ir até eles assustada pedindo

para proteger seu pai. Norson e Enzo se aproximaram do artefato no

solo e viram se tratar de algo com contador que era familiar a Norson,

uma bomba negra capaz de gerar um evento de fissão temporal

categoria 6.

- Como assim fissão temporal nível 6? – retrucou Enzo sem

compreender.

- Tecnologia do futuro, Enzo, e está ativada. – respondeu ele

vendo que o contador estava em cinco minutos e 26.

- Como se desativa essa coisa? – retrucou Enzo assustado

enquanto os militares pararam a sua volta.

- Não faço ideia! – nunca usei essa tecnologia, apenas vi os

agentes do futuro usarem para selar uma falha dimensional. – Talvez

se pudéssemos jogar a bomba noutra dimensão.

- Não podemos utilizar o maquinário a transpassar o tempo

sem permissão da TEMPUS, lembra? – retrucou Enzo.


O Tempo agora estava em 4 minutos e 24 segundos em

números num visor vermelho que os assustaram ainda mais. Nisso

Norson olhou para o painel e em seguida as pás do experimento e teve

uma ideia.

- Espere, não podemos voltar no tempo, mas podemos para-lo

num campo-bolha parando o contador e impedindo um evento de

singularidade nível 6. – responde ele.

Sem pensar duas vezes Enzo fez exatamente o que Norson

sugeriu diante dos militares na esperança de que ganhasse tempo até

que algum agente surgisse ou fosse avisado. Norson levou

cuidadosamente a bomba até o centro das pás e em seguida Enzo a

ativou como nos bons tempos. O movimento das pás sucederam-se ao

procedimento padrão enquanto por segurança as portas eram fechadas

com sua filha do lado de fora observando tudo por uma janela ao lado

de dois guardas. O campo de tempo criou a bolha temporal e fez

desaparecer a visão do artefato apenas a invisibilidade, e a

monitoração interior confirmou, o contador estava paralisado em 1

minutos e 36 segundos.

- Tempo zero! – disse Enzo. – está preso no lugar e no tempo.

Norson pegou o comunicador cronophone que havia sido

deixado com ele para casos de emergência, e sem pestanejar Norson o

acionou sendo atendido por Mazzaliel que sorriu para ele e disse que

não precisava se quer ter avisado.

Dois minutos depois Mazzaliel e Dominic surgiram pelas

portas passando pelos militares com as credenciais que tinha do futuro

ao contrário do primeiro contato ali realizado por eles. Sem conversar

Dominic fora direto ao painel e colocou coordenadas no equipamento.

- Para onde enviaram o artefato? – perguntou Enzo assustado.


- O alcance desse equipamento é limitado pelo controle de

energia. – respondeu Dominic – Porém, estamos orientado ao futuro

de onde será desativado corretamente.

- 1 minuto e 36 segundos dá tempo? – retrucou Enzo tendo um

aceno positivo de Dominic que em seguida viu as pás romperem o

tempo engolindo a bomba, e disse – O tempo é apenas uma questão de

tempo.

Uma vez passado o incidente, mais dois agentes do futuro

vieram a realizar leituras de residuais dimensionais que eventualmente

aqueles seres deixavam onde quer que cruzassem. Ainda que tivesse

ficado comprovado que o encontro tido por Norson de fato era com

um daqueles seres Norson viu-se impotente diante da visão de que os

topologos da TEMPUS pouco poderiam fazer para impedir quaisquer

aparecimentos vindouros do mesmo, pois ainda não tinham

conhecimento para lidar com aquele tipo de forma de vida

transcendente das dimensões temporais.

No dia seguinte ao susto reportagens revelavam o suposto

encontro com entidades ultraterrestres e o que mais esconderia Norson

sobre o caso uma vez que havia desaparecido por longas horas dias

antes. A ponte temporal virou então margem para especulações e

pelos traficantes de informações até que Dayane Conrad pessoalmente

revelou a maior parte do ocorrido a humanidade num pronunciamento

temporal oficial ao tempo de Norson revelando a trama de Saul Strix.

Saul Strix fora levado num tribunal onde mediante todas

evidências e fatos apesar de comprovado seus laços sanguíneos com

um antigo conhecido da TEMPUS como do mesmo viés sanguíneo

dos setianos fora tratado como dissidente temporal ao quebrar mais 20

Protocolos de Segurança Temporal e Dimensional arriscando as linhas

de continuidade do multiverso. Vendo-se que não tinha saída a não ser

confessar seus atentados dimensionais ele procurou aliviar sua pena

entregando alguns envolvidos do tempo de Norson que haviam

lideranças norte-americanas e europeias que encabeçavam o consórcio

negro para tentarem furtar o domínio da tecnologia para fins egoístas e


assim aplicando o plano de Saul de dominar o multiverso

reflexivamente.

Com conhecimento de seu pai Designnium, Saul Strix

conseguiu do passado ter acesso a retornar ao futuro onde seu pai

havia deixado encaminhado um esboço de tecnologia temporal aos

nazistas durante a II Grande Guerra de modo que apesar de não terem

vencido ilicitamente com conhecimento furtado por intervenção de

dois agentes da TEMPUS Saul localizou criando um desvio dando

continuidade onde seu pai parou e criando uma vertente temporal que

levou a distúrbios sentidos pelos agentes da base temporal do Brasil

que com associação de Chronos os engoliram.

Naquela dimensão onde seu pai havia permanecido, Saul

liderou secretamente os primeiros crononazistas a fundarem o Projeto

Netuno utilizando-se de escravos intelectuais e cientistas sequestrados

das nações vencidas após a sucessão de pilhagens efetuadas com o fim

da II Grande Guerra. Hitler sentindo que havia algo secretamente

sendo tramado temeu que seu poder fosse tirado e então mandou

matar Saul Strix num complô ao perceber que seus projetos secretos

nem mesmo ele tinha conhecimento.

Todavia Saul Strix tinha planos mais profundos do que

simplesmente ser dono de um III Reich global, mas a partir daquele

mundo criar sua própria Nova Ordem Multidimensional onde seria

mais que um ditador do mundo, mas um deus no multiverso. Todavia

para isso ele precisaria do auxilio de uma entidade que a muito não

via, Chronos que após um combate com os cronologos da TEMPUS se

viu enfraquecido mas que lhe ofereceu em troca de vingar-lhe

conhecimentos derivados dos seres multiversais que tinha que ser

liberados por uma fenda dimensional para que canalizasse o poder da

fenda a amplificar o poder de Chronos quando completo o

procedimento.

Fiel a Chronos, Saul fez aquele pacto secreto em troca deste

conhecimento para que lhe orientasse até os livros que dessem o mapa

do multiverso para localizar a fenda a ser aberta com uma fissão

dimensional. Utilizando-se de seus contatos da dimensão diamante

Saul viu sua oportunidade ficar próxima de acontecer quando um dos


seus assassinos dimensionais se apossou do livro das ‘Mil Palavras’

uma vez que parecia infrutífera as tentativas de escravização com

Follet Goldberg o qual seria autor e mesmo as intervenções de Norson

e Mazzaliel não os impediram.

Porém, Saul Strix como extremamente ganancioso e amoral

não conhecia as intensões dos seres multiversícos que ao verem nisso

a chance de se libertarem começaram a exterminar alguns

crononazistas se alimentando de suas ressonâncias como na base

submarina do Projeto Netuno, os enganadores estavam sendo

enganados como a si próprios num jogo de espelhos onde um usava o

outro a se descartarem mutuamente até que na investida final os

agentes da TEMPUS conseguiram impedir que seu objetivo fosse

atingido destituindo todos ecos em sua fonte da dimensão Sadiclision

onde a anomalia estava materializada com auxilio do Consórcio Negro

de americanos e europeus que traficaram do futuro secretamente uma

bomba de fissão evento 6 para abrir a fenda.

Quando o esquema fora revelado o escândalo que sucedeu

criou uma efeito peculiarmente similar a cascata de reflexos na

dimensão diamantes, onde políticos, autoridades, artistas e até alguns

cientistas tiveram seus nomes revelados a público e seus delitos

comprovados não somente a legislação de seu tempo como ante os 37

Protocolos de Segurança Temporal e Dimensional levando a um dos

maiores julgamentos do século XXI envolvendo a tecnologia e ciência

temporal onde lavagem de dinheiro, escravidão e homicídios foram

gradualmente revelados o que paradoxalmente mediante a ponte

temporal levou o comitê de Norson em seu tempo a formular os

propriamente ditos 37 Protocolos.


X

A Sombra de Deus

"Quando As Portas da Percepção se abrirem, veremos tudo com é,

Infinito"

Jim Morrison

Base Marchal, 10 anos antes da Operação Ressonâncias

Fora o fato de que aquele lugar mesmo nos dias mais cotidianos eram

imponente aquele dia era um dia diferente dos demais, em meio o

Centro de Operações Temporais, homens vestido de galã caminhavam

com taças de champagne e outras bebidas incomuns ao tempo de

Norson quando Herbet Stoneset interrompeu uma música ambiente

para pronunciar algo que estavam inaugurando naquele dia como parte

do complexo de treinamento espelhado dos novatos oficiais. Naquele

momento Norson surgiu em trajes de galã e viu Follet Goldberg

segurando um copo de bebida nas mãos e sorriu para ele ao vê-lo.

- Bom ver meu libertador o qual tenho por gratidão a

fidelidade. – Sorriu ele tendo ao seu lado Aline Morris que estava

vislumbrada com todo aquele lugar.

- Não tivesse discernimento diria que morri e estou no paraíso.

– disse ela o cumprimentado – Obrigado por realizarem meu sonho,

não tenho palavras pra definir.

Palavras, aquilo lembrava algo a Norson quando antes que

dissesse algo surgiu Enzo Foxx igualmente extasiado diante do

ambiente com uma garrafa nas mãos, a raríssima bebida kairion do

qual Enzo parecia se embriagar enquanto todos começaram a se mover

em direção ao corredor das memórias.

- Essa bebida realmente é algo excepcional. – disse Aline

Morris – Mas me diga mais sobre esse conceito sobre a Matéria

Espelhada? – continuou ela a seu agora amigo Enzo Foxx.


- Disseram que aquele homem – disse Enzo apontando para

um agente temporal chamado John Octavios que conversava

animadamente com Dayane Conrad. – encontrou uma dimensão onde

viram um reflexo temporal da Terra. Dizem que ele sobreviveu a uma

narcose temporal muito intensa.

Naquele momento todos agentes de todas as bases temporais

de outros tempos reunidos pararam num ponto do corredor logo atrás

de Hebert Stoneset que recebeu um quadro coberto por um pano e

chamou Follet Goldberg a seu lado. Hebert entregou o quadro nas

mãos de Follet que ao tirar viu-se uma foto dele próprio que o fez

sorrir e seus olhos brilharem quando Hebert disse.

- Aqui uma singela homenagem a memória daquele que muito

fez e inspirou a nós. Injustiçado por anos agora eternizado em

memórias, senhoras e senhores, este é Follet Goldberg! – concluiu

Hebert sob aplausos dos agentes ao longo daquele corredor com fotos

dos principais membros e personagens histórias a ciência temporal e

dimensional.

Naquele momento surgiu um jovem John Roberts ao lado dele

para o estranhar do mesmo. Ao lado de um japonês o homem o

cumprimentou entusiasticamente com congratulações pelos feitos,

ideias e descobertas, enquanto Hebert prosseguiu.

- A Memória é a verdadeira justiça aos atos e obras destes

pelos tempos, como nesse corredor o percurso do tempo linear, mas

não para ser findo, mas rompe-lo a eternidade! Verdade é definição,

passando disso é apenas circundante, pois no mais verdade é

verossimilidade e ética. Memória da verdade e Tempo duas coisas que

nunca podem faltar, senhores e senhoras!

Follet Goldberg que viveu por anos sob um jugo maldito de

um homem serviu viu-se cumprimentado por aquele cuja semelhança


lembrava seu algoz Guilherme Símil. Norson apertou-lhe a mão

firmemente e virando-se para o sujeito a seu lado perguntou.

- Quem é ele?

- Me perdoe. – disse Follet Goldberg – Esse é John Roberts.

Ao vê-lo Norson cerrou a visão estranhando, mas sem notar

quaisquer esboços de reconhecimento do dito homem apenas o

cumprimentou perguntando.

- Porque me olha como se visse um fantasma? – indagou John

Roberts.

- Talvez porque eu conheça rugas suas que você desconhece. –

respondeu Norson sorrindo.

- Sobre esses mistérios, melhor deixar que o tempo me diga ao

tempo certo. Seja o que for. – respondeu John Robert com suas

afeições joviais como pouco mais que um garoto aparentemente

desajeitado e disse para Follet. – Acho que temos que conversar sobre

um certo livro o qual parte de sua memória é justificada, 'As Mil

palavras', mas quando você me encontrar não me lembrarei de você.

- Quando quiser. – respondeu Follet Goldberg sorrindo

quando todos tornaram a caminhar pelo recinto.

Do lado oposto, Jordana Miller linda de morrer com um

longo vestido de seda encontra Dayane Conrad ao seu lado e vira-se

para ela e diz.

- Lembro que um pouco mais adiante no seu tempo, você me

mostrou aquela mesma foto hoje preenchida por Follet vazia – disse

Jornada a Dayane.

- A memória é algo intrigante não? – respondeu Dayane a ela

com uma pergunta – quem poderia conceber que talvez aquilo fosse

um eco?


Naquele momento todos veem uma enorme porta abrir-se

diante deles revelando inúmeros reflexo deles próprios num complexo

de espelhos onde ao lado oposto estavam em fileiras diversos oficiais

da TEMPUS em formatura. Hebert Stoneset tomou a frente enquanto

aqueles homens apenas os aguardavam e disse ao público.

- No atual tempo em poder em mim investido inauguro esse

complexo de treinamento espelhado na sede da TEMPUS, Marchal –

Hebert então virou-se para Norson e Dominic que parou ao lado dele e

Follet e seguiu olhando-os - Baseado no mosaico da dimensão uno

descoberto por nossos amigos e agentes temporais Norson Gresno,

Dominic Kaspar e Mazzaliel a comprovarmos o óbvio. O Tempo não

pertence agente, mas sim nós a eternidade.

Todos presentes aplaudiram entusiasticamente quando surgiu

o japonês que antes estava ao lado de John Roberts, um perito em

desenvolvimento de tecnologia dimensional e temporal, Nashiro

Nakamura. O jovem apertou a mão deles entusiasticamente assim

como de Follet Goldberg e disse.

- Impressionante a descoberta, eu mesmo desenvolvi o

desenho desse complexo inspirado na face das mil palavras. – disse

ele sorrindo.

- Vi sua foto no corredor das memórias. – disse Follet

entusiasmado.

- Sim, estou do lado de Leonel Lennox que não pode

comparecer hoje. Trabalhamos juntos em dois projetos e

desenvolvemos equipamentos de controle de moto-perpetuo. –

respondeu ele sorrindo.

Naquele momento, porém, silêncio se fez quando os

chronologos aos começaram a fazer o juramento aos 37 protocolos de

segurança temporal/dimensional em coro diante de todos. Ao fim

todos presentes aplaudiram quando começaram a servir petiscos de

comidas naquele tempo extintas.


Após a confraternização, Jordana Miller fora para o exterior

onde a Chronoship utilizada no futuro da Operação Ressonância

estava ao lado de uma fonte jogando moedas enquanto contemplava

ela girando até o fundo da mesma quando interrompendo o silêncio

surgiu Norson Gresno.

- Duro acreditar em sortilégio após isso tudo não? – disse ele

sorrindo.

- Imagino se estaria criando uma dimensão alternada ao jogar

essas moedas. – disse ela com certa ironia ao ver as ondulações na

água.

- Fez um pedido? – perguntou Norson pegando outra moeda e

a jogando igualmente vendo como um objeto tão pequeno criava tão

grandes ondulações e prosseguiu. - A medida que o círculo da onda do

tempo se amplia surge novas dimensões na curva e o mosaico se

amplia e se torna gradativamente mais complexo. Não existem

problemas nas escolhas do rumo que se toma, mas sim em subverter

as opções já tomadas numa mesma dimensão.

- As mil palavras, meu caro, sob este aspecto é tal imagem em

sua totalidade, onde cada palavra representa uma das mil dimensões

catalogadas na época – disse Dominic se aproximando repentinamente

ao lado dos dois os interrompendo. – O tempo entre nós está cada vez

nos aproximando mais. – completou Dominic. – Nakamura, descobriu

por uma decodificação quântica que o mapa dimensional se encaixa

com designações derivadas do I Ching em suas 1000 palavras.

Combinações, inúmeras delas. Impressionante não?

- O que acontece então? – perguntou Norson ao seu colega

temporal.

- Sigilo temporal mediante os 37 Protocolos de Segurança. –

respondeu Dominic de modo irônico – Ao menos isso me rendeu uma

promoção assim como o status de vocês. Se soubéssemos disso antes

teríamos detectada a primeira anomalia que a principio pensaram se

tratar de um buraco negro, porém, esta literalmente parece liquefazer

as leis da universo sugando e anulando a informação.


- Fiquei ciente que vão fechar a ponte temporal. – disse

Norson a Dominic.

- Com toda a reviravolta que tivemos temos que reavaliar os

procedimentos, a criação do marco temporal dos 37 protocolos por um

comitê intertemporal vai começar em breve em sua linearidade. –

completou Dominic. - As pontes com os imortais foram cortadas.

Quando o futuro chegar a vocês não será mais necessário pontes para

eles. Mas existem mais pontes continuas e a um ao futuro ainda mais

distante onde mantenho o sigilo mediante algumas destas

informações.

- Os cronomitas de fato foram detidos? – perguntou Jordana

Miller a ele mudando de assunto.

- Aqueles imbecis pregavam a extinção da consciência pela

lógica do ego. – continuou Norson.

- O que nos arrisca agora não são eles. Os Crononazistas é

gente que gosta de posar com uma moral que não possuí, dizer que faz

o que não faz, e fazer alegações incríveis sem provas incríveis. Os

mesmos que no passado quis dizer que fomos insignificantes, mas

gastam muita energia para nos diminuir, anular e apagar, que dizem

que não temos nada, mas não sua inveja e ganância.

- O que lhes preocupa afinal? – disse Jornada intrigada.

- Um pequeno grupo com o fim do mundo, partiu – disse

Dominic para eles - para uma das pouquíssimas variáveis ressoantes

onde o mundo não acabou, evacuaram para um versão o onde ser

humano auto evolui a seres quase celestiais.

- O Império do Tempo. – concluiu Norson tendo a

concordância de Dominic.

- Apenas mais quatro pessoas nesse tempo tem ciência de tal

informação, e duas destas pessoas são vocês dois agora. Porém, nesse

momento em ligação com o nossa dimensão eles começaram a sofrer

de um mal de origem quântica que acreditamos ter relação com os

mesmos seres ultraterrestres do atentado em seu tempo. – concluiu

Dominic. – fui recrutado por pelos Imperionautas com uma ponte

secreta com eles para investigar, Norson. Há uma forma de vida


temporal e não material que comunica-se por sentimentos e melodias

combatem os multidimensionais que são a esperança deles.

- O que podemos fazer para impedir? – disse Jordana Miller a

Dominic.

- Proteger a linearidade até que os contate novamente para

maiores informações. – respondeu Dominic - Impostores tem feito

alegações sem comprovações mediante os 37 Protocolos para tentar

atribuir culpas a alguns dos criadores da ciência temporal, isso é

comum a estes. Mas este mal é aparentemente de alguma alteração nas

bases quânticas do universo que acreditamos ter relação com o que

chamamos de Sombra de Deus.

- O que é isso? – indagou Norson e prosseguiu – Aqueles

homo nulus?

- Na verdade um evento de eternidade, categoria 8 ainda que

não comprovado, mas algo que indica a movimentação inteligente de

algo transcendente a todo multiverso o qual atribuímos ser apenas uma

sombra de Deus.

- Como Platão observando de dentro da caverna. – concluiu

Norson tendo um sorriso por resposta de Dominic.

- Os Imperionautas recentemente contataram um homem que a

muito o pessoal da TEMPUS considerava perdido junto a sua equipe,

Ferdinando Pires. – disse Dominic – Segundo eles Ferdinando teria

indo a partir do centro do universo viajar não somente a outros

mundos, mas hipoteticamente encontrado o que eles acreditam ser

Deus. Algo está acontecendo em dimensões que ainda não podemos

acessar ou conhecer, neste momento temos duas equipes trabalhando

na biblioteca da Dimensão Uno, no entanto, algumas informações não

posso fornecer a eles. – Dominic parou então diante da fonte vendo as

ondulações sutis e seguiu - Há muitas outras dimensões não físicas,

algumas o qual acreditamos que transite a espiritualidade num

coletivo. Porém, nos como verdadeiros cientistas temos por obrigação

distinguir ambos aspectos ainda que possa se cruzar.

- Fico muito feliz em fazer parte de tal engenhoso projeto e

agência – disse Norson a ele.


- Certo meus prezados, temos uma festa lá dentro quase uma

segunda inauguração de Marchal, vencer as mazelas, discriminações e

injustiças fora apenas o começo, temos o infinito a desbravar! Até!

Naquele momento Dominic Kaspar se afastou dele se

despedindo dos colegas e acenando com a mão e armado com um

sorriso cordial e afetuoso, o homem que antes envolto numa aura de

mistério na verdade era o mais simples dos homens àqueles que em

poucos anos passaram de primitivos a pessoas cuja compreensão e

consciência ampliaram-se em direção a infinito numa expansão sem

volta e deixando Norson com a sensação súbita de nostalgia com

aquele cavalheiro cordial dos tempos o qual teve o privilégio de cruzar

seu destino o enriquecendo em histórias e em espírito assim como ao

lado de Mazzaliel que curtia uma noite justa com seus amigos

mediante tantos feitos e histórias.

A concepção da onipresença de Deus não é meramente

espacial atrelado ao 'agora', mas temporal em todos os tempos a

demonstrar a perfeição de um desígnio do qual a prova é a afirmação

que é o mesmo Deus ontem, hoje e eternamente. Outro ponto de uma

teoria teísta recorrente nos corredores da TEMPUS que apesar de não

oficialmente aceita como ciência que comprovava era o fato de que

para Deus 1000 anos eram como um dia dando uma visão mais precisa

não meramente relativística, mas a explicar a feitura do mundo em '7

dias', sete cujo desígnio se expressa justamente de modo transcendente

ao tempo do 'agora'. De modo que ainda alguns dos seus tivessem ido

ao que acreditavam ser o Éden fortaleceram suas crenças mediante tal

criação de um Criador soberano, onde até mesmo dois relatos de John

Roberts levavam a Compreender que alguns seres aparentemente

angélicos poderiam pelo tempo transitar. Naturalmente que os relatos

foram documentados, mas que por ausência de evidências que as

confirmasse ou negasse os manteve apenas como provas do incógnito

no horizonte do infinito onde viviam aqueles que antes tão

perseguidos fizeram germinar a semente da verdadeira ciência a tocar

o existencialismo e o infinito.


Norson e Jordana dormiram aquela noite na base Marchal

conhecendo os aposentos confortáveis de seus funcionários e onde

após longas conversas com Hebert Stoneset um cavalheiro de

conhecimento excepcional compartilharam o dito chá da flor de mil

pétalas que de fato lhe fez alterar a percepção, Stoneset contou a

história da planta novamente que mesmo sendo conhecida a Norson

ele não se cansava de ouvir. Naquele momento uma Tv holográfica

fora ligada e ambos contemplaram o noticiário onde anunciava pela

manhã o fechamento da Ponte Temporal ao Futuro, aquilo deu certa

angústia ao íntimo de Norson num misto de nostalgia e mistério como

apaixonado pela beleza de toda aquela ciência.

Jordana por sua vez assistia ao noticiário igualmente com os

olhos brilhantes como uma criança diante de um brinquedo novo

quando o repórter anunciou na sessão de esportes a notícias de um

campeonato internacional de intromentais. O nome esquisito era dado

a uma prática onde os atletas realizavam esforços não somente físicos

mais mentais utilizando-se dos dois hemisférios do cérebro que atua

espelhadamente nos lados oposto do corpo, num jogo psíquico de

coordenação de uma reflexão interior como é a própria consciência

onde este poderia refletir seus pensamentos entrelaçados ao dos

competidores no corpo dos mesmos.

As tarefas complexas físicas em graus crescentes estipulavam

ao vencedor não somente o autodomínio, mas a influência de sua

mente aos demais onde o mais influente vencia os concorrentes. John

Roberts que estava deitado ao lado disse que o pessoal da TEMPUS

tinha um modelo domestico daquele equipamento e poderia testa-lo

caso quisessem.

Cercados de lendas atemporais ao cronológico, Jordana tirou

fotos, pegou autógrafos e conversou tudo que poderia lembrar e

imaginar com aqueles agentes onde casos de atuações em vários

tempos que ao ser contatas a ela lhe tirou risos e perplexidade de

como a história era apenas um pálido símile da verdade. Na tela

holográfica cujas figuras saltavam sobre os espectadores ali presentes,

Jordana parou para assistir uma reportagem onde Dayane teve

participação vital para revelar mais uma descoberta de alguns dos


seres que viviam no multiverso, Norfeni, Filho de Chronos do qual no

futuro seria o mesmo responsável por uma luz esquisita como anuncio

do fim daquele mundo formidável por ser emitidas por uma fissão

similar a de matéria com anti-matéria de um universo sombra - ou

subversos - saltando a várias dimensões simultaneamente como

projeção o que tinha justamente relação com a teoria temorosa

crescente nos bastidores da TEMPUS, a da Sombra de Deus.

Ao mudar a tela enquanto Norson parecia concentrado a

conversar com John Octavios viu-se uma entrevista com Rupert

Stoneset pai de um famoso cronologo presente. Velho ele relatou

como auxiliou encontrar livros perdidos do cânon tempestal numa

missão feita por Dominic, Rupert cujo dom peculiar de conhecer

pessoas com características incomuns, como os setianos que o próprio

o era.

A verdade é que naquele momento não somente os livros

perdidos dos tempos de diversos pontos do mundo e tempo eram

catalogados como os encontrados na biblioteca secreta da Dimensão

Uno eram levados para serem protegidos num complexo de um silo

nas mediações do deserto onde atualmente morava o velho e

aposentado Rupert – o qual a figura era igualmente estampada no

Corredor das Memórias -, e onde estes livros seriam protegidos assim

como os dados de suas procedências e origens.

Após aquele encontrou Norson, Enzo e Jordana seguiram a

seu tempo onde naturalmente seus causos igualmente repercutiram em

entrevistas, autógrafos de modo que tiveram uma vida muito boa e

agradável por seus feitos e que Norson com o transcorrer dos anos

aguardou ansioso o dia que seu tempo se tornasse naquele futuro o

qual um dia participou com os cidadãos e agentes a transcorrer pelo

tempo protegendo o multiverso de ser arruinado.

Século XII, em algum lugar do Oriente Médio

Diante de uma colina verdejante e cortada por ventos agradáveis a

mover a vegetação com maestria uma simples casas de madeira se

erguia tendo uma chaminé a exalar uma suave fumaça de seu interior.

A seu entorno algumas crianças brincavam quando surgiu um homem,


Follet Goldberg que agora instruído na ciência temporal prática o qual

auxiliou a instruir na teoria resolveu visitar um homem jovem que lá

residia, John Roberts. Follet sentindo-se tonto pelo translocamento

temporal subiu a colina com certa dificuldade e ao chegar no topo sua

testa suada quase brilhou a Roberts que cortava lenha em seu exterior.

Naturalmente que ao vê-lo o sorriso de reconhecimento de John

Robert não fora inicialmente correspondido por nunca tê-lo visto

antes, mas estranhamente uma sensação de que Robert havia o visto

antes permitiu que apenas olhasse para seus filhos ao invés de pedir

para entrarem mediante visitas estranhas.

- Me perdoe. – disse Follet a ele – Você me disse que não me

reconheceria. – continuou Follet sorrindo e ofegante – É meu primeiro

elo, acho que você compreende destas coisas não?

Roberts largou o machado e olhou para o pulso de Follet e viu

a pulseira que um amigo dele usava, John Octavios e assim ele cerrou

a visão, mas em seguida sorriu estendendo a mão para a porta de seu

lar. Follet prontamente entrou e a primeira coisa que fez fora pedir

água pelo efeito comum que as viagens temporais provocavam nos

viajantes.

Uma senhorita muito simpática, que era a mulher de Roberts

atendeu prontamente o pedido quando viu sobre uma mesa vários

papéis e manuscritos e uma armadura medieval. Roberts era uma

espécie de exilado temporal pela TEMPUS após se tornar um agente

honorário da agência num caso peculiar onde chegou até mesmo ser

escravo dos templários e afim de monitorar os progressos da Ordem

dos Ventos por ele criada.

- Noto que tem obtido sucesso com a Ordo Christianistas ad

Ventus. Isso é incrível pra mim, acredite – disse Follet ao ver o

símbolo da ordem por ele fundada sobre a mesa e na armadura.

- Pedi para Octavios me notificar de visitas atemporais. O que

lhe trás aqui? – disse Roberts.


- Você completou Tratactus Ad Tempus, lhe proponho agora

conhecimentos para escrever 'As Mil Palavras' identificações não

somente de pontos do tempo de sua linha temporal, mas de todas

variáveis conhecidas. – respondeu Follet.

John Roberts tirou um chapéu que tinha sobre a cabeça e

sentou-se numa cadeira quando um dos filhos veio até ele lhe abraçar.

Robert olhou então para Follet e lhe sorriu e disse.

- Onde você tem os conhecimentos? – indagou Roberts.

Follet Goldberg sorriu e apenas apontou para sua mente e teve

um aceno positivo de Roberts que então disse a sua mulher.

- Aanji, meu amigo visitante vai ficar por aqui alguns dias,

certo?

A jovem senhorita de ímpar exuberância assentiu da cozinha

para os dois cavalheiros e então Follet Goldberg sentiu-se subitamente

em casa como poucas vezes se sentiu em sua vida, como peregrino

sendo perseguido e até escravizado assim como seu agora amigo

Roberts.

- Tenha imaginação e criatividade sem limites, mas apenas a

moralidade por limitação. – disse Roberts a Follet que lhe sorriu. - Um

mundo sem variáveis não somente é previsível mesmo, como sem fé e

liberdade, pois estas coisas são direitos, e o destino não se faz sem

variáveis, mas do triunfo sobre o caos. – disse Roberts pegando papéis

numa estante e uma caneta tinteiro e continuou - Pois a variação

somos nós diante do espelho fazendo uma reflexão, somente aos que

possuem consciência, pois refletir é refletir em nossas mentes e

corações com afeição, é ver o mundo fora do eixo do ego e

compreender que sem nosso reflexo não temos alma, assim como o

reflexo sem o original apenas é um eco do vazio.


- Conheço isso perfeitamente John. – disse Follet feliz ao

sentar-se ao seu lado e começar a escrever os papéis.

Vamos escrever um livro? Eu entro com os versos e você com

as verbas, porque o poeta dos versos alheios é um vampiro que sente

com a alma do autor! É como dar para quem é rico mesmo, como

salgar mais a água dor mar, como alimentar e aumentar abismos, para

em troca receber sua esmola, a humilhação, ela é a esmola do

dissocial. Mas quem aquece o paraíso com lenha no inferno merece o

purgatório, não como aquele caso onde o calor humano de sua lareira

transmitia o paraíso.

O fato é que com os dias Follet mergulhou tão intensamente

no projeto ao lado de Roberts que ficou com a barba por fazer. Os dias

se passaram e ela cresceu de modo que com o finalizar do projeto,

semanas mais tarde ele fora alertado por Roberts fazer a barba, e assim

o fez. Follet, porém, fez mais raspou a cabeça e deixou apenas uma

estreita barbicha no queixo e quanto olhou-se no espelho ficou

assustado com a própria imagem. Roberts aproximou-se com o livro

das ‘Mil Palavras’ nas mãos e então Follet virou-se para ele e disse.

- Espetacular! Acho que esse livro ficou a minha cara, ou eu a

cara dele?

Naturalmente que Roberts não compreendeu o que ele disse,

afinal eram mil palavras ainda que elas valessem por uma imagem, a

de seu rosto, como o espetacular fosse o especular espelhar de sua

face. Follet após os longos dias agradeceu a hospitalidade do

cavalheiro não sem antes ir numa das reuniões da Ordem dos Ventos e

sugerir algumas ideias onde fora recebidas de bom grado pelos cordial

e honrados homens, então ele partiu ao futuro e não mais se ouviu

falar, aquele homem incomum o qual a eternidade possuía e ele

possuía a eternidade por identidade.

Preza a lenda que o universo impossível dentre aqueles

descritos nas ‘Mil palavras’ surgiu com ao impedir que uma pequena

criatura fosse pisada, sua perpetuação seguiu um curso completamente


diferente do normal onde no futuro ao encontrar outra dimensão ela

passou a ter cinco dimensões ao invés das três habituais mais o tempo,

o que rendeu o nome de Impossível por nela haver inúmeros objetos

impossíveis do qual segundo rumores ao se levar as 12 pedras das 12

dimensões centrais levaria a uma revelação ao oniverso de fora dele

onde enfim habitara o que alguns acreditam ser O Legislador de todas

as leis que governam o multiverso ainda que num passado remoto ele

tenha habitado a Terra. Fosse o que fosse aquilo deu origem a um

ditado muito comum entre os oficias da TEMPUS em treinamento:

quem não respeita a menor das criaturas não é digna de ser maior que

ela.

Assim era Follet Goldberg uma pequena criatura que como

um detalhe no multiverso soava como um fractal até sua forma atual,

um presente deste em simbiose onde os detalhes fariam as maiores

diferenças e que o individuo como ecos refletiriam e seriam refletidos

por ele. Nunca se soube se Follet Golberg era de fato um deus ou um

fractal deste no universo a ensinar justamente valores comuns a

individualidade onde até mesmo a menor das peças pode ter a maior

da influências. Robert ficou intrigado com a possibilidade ao

encontrar seu amigo no futuro, de que Follet fosse um reflexo de Deus

ou o contrário, o multiverso e refletisse como no jogo de espelhos

mediante influências, mas a ideia era justamente isso, um paradoxo.


Appendix


"Um leitor vive mil vidas antes de morrer, o homem que nunca lê vive

apenas uma."

George R.R.Martin

História apresentada é original e suas inspirações e fontes

quando não mencionadas no próprio texto estão nos apêndices

do mesmo, se trata de ficção e qualquer semelhança com a

realidade é meramente ilustrativa as propostas teóricas metafóricas do

autor ante a compreensão de valores morais. Não sou o que dizem e

nunca se comprova, sou o somatório do que produzo e faço, a

resultante do passado como presente. Imagem vem do imaginar, pois a

imaginação essencialmente é uma visualização interna de algo, por

isso compartilha-se o mesmo radical, pois vejo o que penso

internamente, e penso o que vejo, somos espelhos a refletir o externo

ante o interno, e o interno ante o externo. Não se compreende fora das

distorções do mau como um espelho torno, nada há de refletir como

exatamente é, assim como lentes dum óculos que são os maus

sentimentos que entorpecem o julgamento e a moralidade, a exemplo

da ganância.

A ideia do texto surgiu numa tarde de conversa com Marco

Palito sobre um conto que havia escrito, 'Através do Espelho' no livro

'Crônicas do Tempo' e com ascendências em 'Alice no pais do

Espelho'. A reflexão com conversas são proveitosas, pois uma

perspectiva de fora pode mostrar um ponto não observado antes como

sendo espelhos diante de espelhos a se refletir mutuamente ideias.

Naturalmente que não somente do dialogo consigo mesmo, pois a

consciência se interage com o universo como forma de procurar

compreender o porque. Meus livros são meus combates de ideias.

A concepção de bibliotecas secretas como da dimensão uno

vem de argumentos como a do cemitério de livros do livro de Carlos

Ruiz Zafon que é uma inspiração por minha paixão por livros e seus

conhecimentos similarmente o visto em 'O nome da Rosa' de Umberto

Eco. Os conceitos do projeto Mirror e suas pás espelhadas apesar de

ter algumas semelhanças com 'Linha do Tempo' do autor Michael

A


Chrinton é mais relacionada a concepção das camuflagens do que com

este mas com uma fórmula temporal não explícita no mesmo.

As concepções de portais dimensionais tem respaldo bíblico

onde até mesmo mencionado no livro de Apocalipse que os demonstra

como abertos no solo de onde sairão gafanhotos e tanto o mais, a

própria concepção das bestas são de proveniência de aparentes portais,

no mar e na terra ganhando atributos de equivalência destes. Alguns

filmes intrigantes fazem menções a estes como 'O Nevoeiro' baseado

no livro de Stephen King, 'É o fim' e 'Pacific Rim' de Guilherme Del

Toro. Um caso intrigante, todavia, ocorreu de fato em 2000 no Golfo

de Áden quando um aparente vortex abriu nos céus deixando os

moradores em pânico, chamando atenção da mídia na época mas sem

qualquer resposta ao caso. Naturalmente que a teoria da interação

fluídica entre todas essas dimensões ondulares são criação da minha

Relatividade Ressoante Ondular ®, assim como os demais conceitos a

estas vinculados de modo entrelaçado como da ancora temporal ®, a

Ordo Christianistas Ad Ventus ®, e o evolucionismo bio-quântico ®.

Interpretações do I Ching

A visão filosófica e pessoal do autor sobre a milenar obra atribuída a

Fo-Hi associada a concepções do filoversismo e mesmo a bíblia

propõe que o I Ching não é ciência, nem religião ainda que

posteriormente tenha ganhado contornos esotéricos com ideologias

como a do 'ying e yang', ainda assim é inquestionável como o I Ching

influência a ciência, especificamente a tecnologia da informática a

exemplo do código binário. Pondera justamente o aspecto dual do

universo a formular composições inerente s suas combinações tal

como um programa de computador, ainda que por não ser religiosa,

mas filosófica não leve em consideração intervenções sobrenaturais

mas valores morais aplicáveis ao cotidiano tornando real como um

placebo ao ser aplicado na sugestão de orientações assim as

influenciando. Como numa encruzilhada onde cada rumo levará a um

destino e consequente conclusão, pode alterar o destino e orientar a

guiar-se por ele.


A observância dos elementos da natureza como a água

trouxeram o I Ching assim como inspirou Sun Tzu numa ímpar

estratégia ainda que rígida, moral e repleta de valores refletidos, pois

ao contrário daqueles que se inspiram, os selvagens em seus instintos

se igualam a eles ainda que a sobrevivência nos seja comum, pois o

verdadeiro ímpeto é descobrir com suas propriedades e movimentos a

exemplo do kung fu e da anatomia como um Da Vinci. Nisto nota-se a

verdadeira humanidade por aqueles que buscam humanizar tudo a seu

entorno ante semelhanças, não animalizar os demais por diferenças.

Ao observar a natureza constatamos que a superioridade e

inferioridade são existentes mas nunca relacionadas necessariamente a

força ou tamanho a não ser ante o comportamento destes seres antes

os algozes na perpetua relação entre presa e predadores. Assim

notamos o nivelamento ainda que coexistente do I Ching pois ainda

que compreenda as interações como elementares (água, ar, terra, fogo)

e natural tal procura uma visão homogênea sem grandes abismos ou

acepções do qual cada qual tem um papel a zelar.

O I Ching teria surgido em 1143 a.C. ainda que não tenha

consenso sobre isto. Aprimorado pelo duque Wen quando

encarcerado, este analisou os trigramas de suposta autoria de Fo-hi o

que resultou nos atuais 64 hexagramas. O que se segue posteriormente

é que ele ao ser solto moveu uma guerra vitorioso contra o imperador

ainda que após os quinze anos de duração não viveu para ser coroado

em vida, mas após morto. O trabalho com o I Ching seguiu sob a

tutela de seu Tan após sua morte por quarenta anos levando

finalmente a primeira publicação sob o nome de 'O Livro das

Mutações'. O título relacionado justamente a adaptabilidade mediante

as variações ramificadas do tempo ter por principio comum defendido

por físicos como Everet, Wheeeler e Cooper que postulam: "A cada

ponto do seu percurso, o tempo se separa em ramificações diferentes

das quais podemos dispor à vontade".

Um dos nomes atuais mais importantes a estuda-lo fora o

psicólogo Carl Jung do qual advém a ideia do sincronismo como uma

alternância a teoria do caos sem relação direta e priorizada ao tempo,

afinal o livro preza a conquista do Tempo pelo homem. Naturalmente


concebe-se que a cerne, a própria ideologia do I Ching mesclasse com

a filosofia antiga do Imperador Imortal (Fo-Hi) como da inexistência

do espaço e um tempo não cronológico muito similar a concepção de

kairos a exemplo do império do tempo.

Ainda que seus conselhos sábios e virtuosos sejam

transcendentes a qualquer religião por uma moralidade comum e

aparentemente universal não consegui ver aplicação de "sortilégio"

sendo que uma 'caixinha de promessas' bíblicas consiga tirar algo

mais relacionado ao solicito e o momento. Todavia mais que

conselhos sábios o I Ching fora a base para a formulação de batalhas

como a de Pearl Harbor por Blofeld e hipoteticamente todo desenrolar

da guerra sino-indiana de 1962, assim como nos EUA é algumas vezes

utilizados por médicos para auxiliar no diagnóstico de doenças.

Curiosamente a história do livro cruza-se não somente com a

lenda de Fo-Hi em suas origens aparentemente contraditórias - ora

dizem ter vindo do céu com extraterrestres, outro por uma virgem

engravidada a beira de um rio - mas com a da própria alquimia do qual

teria sido parte dos avanços promovidos por Fo-Hi no período assim

como da pólvora. Naturalmente que a alquimia chinesa da época

diferencia-se da medieval europeia, não tem uma origem comum a

ambas, todavia a luta dos chineses contra os chamados 'sacos vazios'

são emblemáticas - ou metafóricas - as sombras(?) e somente vencidas

por Fo-Hi. Sendo ou não verídico os postulados históricos e culturais

me servem de inspiração filosófica para todos os livros de ‘corpus ad

ventus’.

A ciência da maldade

Não existe ciência que use fantasia, pois seria ciência de fantasia. Nas

cinco características da ciência subversiva apresentam sempre

adulteração, na concepção, método, pesquisa, resultado e fonte.

Alguns casos de aplicação naturalmente tem que ser aprovado nas três

anteriores, ainda que efeitos colaterais possam ser omitidos

comumente e consequente os resultados, e não comum as fontes

adulteradas como a exemplo do autor o qual vos escreve. Comum a

estes incorrer o manual de falácias como guia comum, mas com


variações próprias dele a exemplo da Falácia ad abdom, similar a

falácia do dragão na garagem, mas aqui ao inverso anulando o alvo de

desafeto, não aplicando existência ao que se anula. Ainda que alguns

afirmem que tal dimensão não existe seus reflexos são sentidos pois

somente algo existente pode criar reflexos.

Durante muitos séculos vítima de si mesma, a maldade levou

o homem a refletir sobre tal concepção em disparates comuns a

natureza ainda que tal ideia apenas se exprimisse exclusivamente aos

homens. A religião culpava aos demônios e a filosofia as escolhas,

mas a ciência capturou um fundo de anaturalidade comum a anomalias

ou a um pensamento estritamente gélido, não emocional. Mesmo o

autor tentou apurar inúmeras características comum a estes, mas sendo

incapaz de se chegar a uma definição ainda que comumente

classificado como psicopatia, a moralidade não é exclusividade cristã.

Assim crendo que a maldade era essencialmente a indefinição.

Todavia persistia os sentimentos maus que sobrepujavam a bondade

quando racional, de modo que ao pesquisarem descobriram que a

mente da maldade tinha conceitos essencialmente negativos e

pessimistas ainda que retratados sobre suas vítimas. Suas fantasias

egoístas eram meios de escapar de tal realidade a submetendo numa

ideia de 'mato' ou 'morro', não 'sim' ou 'não', ignorando por completo o

livre-arbítrio inclusive de suas vítimas e fundamentada numa visão de

contrastes onde somente se concebia vencedor criando perdedores. Ou

seja acreditando na existências de opostos como se não houvesse

construção sem destruir.

Assim o mau era simplista, na verdade tão complexo quanto

uma ameba pois o 'sim' e 'não' não tinha importância ante uma

concepção de fatalismo como resultantes. Deste modo pela primeira

vez se criou um método científico de se estudar a maldade antes

limitada apenas a religião e a filosofia, mas dando maior profundidade

na concepção psiquiátrica da psicopatia. Naturalmente que gurus da

filosofia associaram a maldade do ego a elementariedade do universo

numa matemática moral onde o mal sempre equivalia ao negativo,

aquilo que subtraí e anula o que não deixa de ser verdade, algo que

todavia não era novidade. Porém, ambas mentes - tanto a dos bons


quanto a dos maus - viviam um disparate distorcido de realidade, uma

onde a visão do futuro para os bons era uma utopia como um sonho, e

a do mau, um pesadelo despótico as suas vítimas dominado por suas

vontades. E como negativo a maldade visava apenas anular a bondade

numa visão de 'acabar' perpetuo, de modo conclusivo igual a uma

doença infecciosa que nos definha, algo que a maldade fez durante

séculos matando mais que qualquer pandemia.

Talvez, lá no fundo, o mal não queira discriminar, mas tendo a

necessidade mórbida é de torna-lo igual a ele, vazio, como o abismo

de onde veio, diminuindo-me e transferindo seus dolos e delitos numa

vã tentativa de identificação doentia e nociva para que ele então na

realidade se vingue é de si mesmo, a ecoar sempre a mesma coisa em

sucessão pôs o vazio ecoa a mesmice em atos.

Classificação de eventos

- Evento nível 1: metafísico pré-existente.

- Evento nível 2: velocidade, materialização, realização

- Evento nível 3: da fissão espacial ou atômica

- Evento nível 4: de natureza transcendental ao tempo

cronológico

- Evento nível 5: Transcendente dimensional (paralelo ou

temporal)

- Evento nível 6: de fissão temporal (ex: bomba negra)

- Evento nível 7: de eco temporal e destino

- Evento nível 8: de natureza eterna podendo ecoar e ressoar a

todas dimensões do tempo (unknow: sem registros de

ocorrência confirmada).

Os 37 Protocolos de Segurança Temporal e dimensional

Atribuído a Apocon em cooperação do CEET e Herbet Stoneset são

uma série de regulamentos éticos e morais de como se deve proceder

nas abordagens temporais em missões de campo. Estipulando em

semelhança complementar ao manual da CEET este propõe na

realidade leis de legislem sobre as viagens no tempo sob domínio

regulador majoritária da TEMPUS como órgão oficial desta ciência, a


única autorizada a tais viagens mediante o CEET. Porém, provou-se

que algumas vezes alguns critérios falhavam pelo fato de criar

algumas anomalias a exemplo da Lei um responsável por um tipo de

bóson temporal conforme o incidente da ZT de Londres (Crônicas

Atemporais), círculo de reis.

0 – Lei Zero da singularidade: respeitar a linearidade de todos

eventos em sua reatividade natural, procurando harmonizar de modo

auto-completativo todas as nuances como elos quando paradoxos,

procurando estabelecer a uniderecionalidade dos eventos atribuídos as

missões de campo. Toda e qualquer forma de negação a está será

criminalizada e julgada de acordo com os critérios vigentes da CEET

e dos seguintes protocolos.

1 – Da linearidade da agência: Uma vez estipulando-se ligação

continua a outro tempo, a ZT (Zona Temporal) deverá criar seu campo

de eventos lineares próprios a fim de não transtornar-se a si própria do

qual com sua cronologia própria deverá ser respeitada em legalidade a

salvo casos julgados pela CEET, pertinentes a segredos não oriundos a

mesma.

2 – Da Linearidade individual: Cada individuo quer temponautas ou

agente de base deverá essencialmente ter sua linearidade cronológica

pessoal respeitada, não se passando conhecimentos adiantados diante

da mesma evitando lapsos temporais. Especificamente Chronologos e

temponautas é expressamente próprio informações futuras sobre o

desfecho de suas missões ou mesmo de sua vida pessoal.

3 – Dos encontros consigo mesmo: Mediante consenso pelo CEET

do artigo 35 do código temporal mediante a Convenção do Tempo de

2076 fica expressamente proibido quaisquer tentativas de encontros

consigo mesmo sobrepondo sua própria existência mediante a lei

avançada a termodinâmica que propõe que não se pode viver duas

vezes o mesmo tempo, de modo que somente estarão aptos agentes

que não são oriundos a tal tempo para missão em campo.


4 – Das missões no Tempo: Toda e qualquer missão, quer de

observação, observação avançada ou de intervenção temporal deverá

ser aprovada pela CEET antes de qualquer prática da mesma de modo

que fica-se sujeito a penalização sua eventualidade não permitida e

sem prévio planeamento.

5 – Das missões de observação temporal: Fica-se claro que as

Missões de Observação Temporal (MOT) deverão ser planejadas e

estudadas detalhadamente seus impactos assim como assinaturas

quânticas antes da realização da mesma mediante aprovação do

CEET. Somente é permitido o uso da Sonda Temporal para

observação de eventos inerentes ao relativo tempo.

6 – Das Missões de observação Temporal Avançada: Somente

mediante a provação do CEET ante a inevitabilidade de que se é

necessário o envio de um Chronologo, crononauta ou Temponauta

para se observar eventos relativos a dado tempo sob o fato de que uma

sonda (MOT) não seria o bastante. Mediante detalhado estudo

temporal e devidamente portando a tecnologia de isolamento mediante

constante monitoração temporal paralela a fim de evitar quaisquer

impactos no tempo visitado.

7 – Das Intervenções Temporais: Mediante aprovação avançada do

CEET e devidamente monitorada por um supervisor em base mediante

timestream a missão será permitida após um exame de MOT para

analisar impactos e mudanças necessárias no tempo visitado mediante

o protocolo 3.

7b – Somente será permitida tais Intervenções Temporais para

correção temporal, conclusão de elo paradoxal, ou investigação de

linhas ressoantes mediante desvios controlados pela TEMPUS, que

não quebrem quaisquer protocolos de segurança temporal assim como

delitos mediante o tempo o qual é oriundo. Quaisquer outros casos ou


exceções deverão ser analisados anteriormente pela CEET, do qual

fora este critério deverá ser considerado crime.

8 – Do Turismo Temporal: Mediante casos contratados por

magnatas oriundos do tempo da TEMPUS, missões analisadas e

estudas previamente pela CEET com o objetivo de entreter serão

aceitas mediante um montante de manutenção e salário dos

equivalentes funcionários envolvidos assim como quaisquer despejas.

Tal missão deverá vitalmente ser realizada mediante a rígida norma da

CEET e seus 37 protocolos mediante o acompanhamento de um

Chronologo designado e sob tempos de intervenção limitado e

distante: áreas temporais longínquas cujos momentos posteriores serão

destruídas por eventos desastrosos, cataclismos e tragédias como

vulcões, terremotos, queda de meteoros e maremotos a fim de proteger

qualquer possível interação temporal futura.

8b – O Turista temporal tem por direito escolher também visita as

bases temporais criadas pela TEMPUS ao longo dos tempos, tal como

a visita ao Restaurante Temporal onde será servido a cozinha do

Tempo, sediada no período de 10 anos nas mediações onde um dia

será o Flamengo, no rio de Janeiro, casos de espetáculos com

celebridades mortas deverão ser analisadas pelo CEET.

9 – Do Resort Temporal: Os pontos de descanso e turismo temporal

serão exclusivos a Chronologos e turistas temporais mediante o

agendamento e consulta temporal podendo ser efetivada apenas uma

duas vezes em períodos diferentes da mesma em sua carreira

conforme o Protocolo 3.

10 – Da Documentação em timestream: Fica-se claro que a

permissão de exibição em timestream assim como de quaisquer dados

pertinentes aos documentários temporais poderão ser exibidos apenas

no tempo oriundo a origem da TEMPUS mediante o Protocolo 37,

assim como qualquer sinal pirata do mesmo será considerado crime

mediante a legislação temporal tanto quanto a do tempo oriundo e


mediante a tecnologia adequada para a sofisticada transmissão do

mesmo.

11 – Legitimação Temporal: Todo e qualquer caso, ato, informação

e conhecimento do qual a origem seja comprovada deverá ser

respeitada em sua linearidade de tempo oriundo não sendo aceito

quaisquer documentos que tente legitimar falsamente uma outra

origem ou que tente tirar a qualidade da mesma de acordo com o

protocolo zero. Os casos em que a origem é desconhecida será tratada

por anomalia caindo na malha fina da CEET e seus envolvidos

investigados, assim como as que tente tirar sua qualidade

criminalizados penalmente.

11b – Em casos de furto de informação comprovadamente mediante

detalhada investigação documental ante o oriundo de outro tempo, o

caso deverá ser analisado e julgado pelo CEET e os atos abusivos

qualificados mediante o protocolo 37.

12 – Da incidência de Dopplers: Todo caso de doppler, quer de

indivíduos, atos e conhecimentos assim como de origens duplas,

deverão ser relatados diretamente a CEET e investigados pelo mesmo

a fim de que fora o caso de mundos ressoantes sejam sanados,

corrigidos e anulados (permitindo apenas a permanência do objeto

original) impedindo lapsos temporais e paradoxos negativos e que

possam comprometer a lei de termodinâmica avançada.

13 – Da Igualdade: Todo e qualquer caso interno e em campo em que

o agente temporal procure submeter um equivalente ou mesmo

oriundo temporal, tirando vantagem de seu conhecimento, posição,

status e poder deverá ser afastado do cargo e suspenso mediante

concessão da CEET assim como qualquer ato de insubordinação

injustificada mediante a hierarquia ou abuso hierárquico contra os

demais protocolos e contra o direito e liberdade do individuo, sendo

concernente ao protocolo 13.


14 – Da Lei de todos Tempos: A Tempus considera todo e qualquer

individuo portador dos mesmos direitos indistintamente ao tempo em

que vive e é oriundo todo tipo de atitude que diminua, humilha, ou

agrida de qualquer forma os direitos destes serão considerados

criminosos ainda que em caso de oriundos de dado tempo não sofra

suas penalizações.

15 – Do recrutamento, seleção e aprovação de temponautas: agentes temporais deverão ser recrutados, quer oriundos do tempo da

TEMPUS em sua sede, tanto quanto de outros tempos mediante a

analise de seu perfil a salvo exceções em que completem elos

temporais em paradoxos. Estes deverão ser necessariamente da linha

de Seth a salvo exceções estudadas pela CEET e submetidos a uma

bateria de exames psicológicos, físicos e morais a fim de aceitar-se

apenas o perfil adequado ao ofício, sendo vedada a entrada de

quaisquer que possuam TPA (Transtorno de Personalidade

Antissocial) a salvo exceções determinadas pela CEET, mesmo este

tendo o gene setiano miscigenado.

15b – Mediante o protocolo 16 somente poderão ser recrutados

agentes em que em seu tempo seriam mortos de modo que não

deixem pistas da interferência temporal mediante o protocolo 7

e 7b.

15c – O treinamento deverá ser estipulado conforme a norma da

CEET não sendo passível que quaisquer agentes viagem

temporalmente em campo sem tais, a salvo exceções estipuladas

pela CEET em consensão temporária de viagem temporal

(CTVT) sendo permitida apenas mediante orientação de um

Chronologos.

16 – Da Proteção Setiana e exilados temporais: Mediante

investigações que indicam que a anomalia tende a anular os seths

todos os recursos quando necessários devem ser desviados aos

mesmos independente do tempo, a fim de protege-los e resguardar a


linhagem-mãe ante a linha temporal. Em casos de alteração de

consciência conforme o protoloco 20 e 20b estes poderão ser

acolhidos assim como quaisquer outros que ao serem mortos podem

colocar em risco a linha temporal vigente de algum modo. Tais

deverão ser direcionados a base do futuro onde seus casos serão

analisados pela CEET podendo ser integrados ao corpo de membros e

funcionários da TEMPUS mediante o protocolo 15.

17 - Da proteção e investigação de lugares secretos do Tempo: Mediante o estudo e busca por lugares inatingíveis do tempo, quer

ressoantes ou da linha temporal vigente devem ser resguardadas

quaisquer interferências de entidades temporais hipoteticamente

superiores e igualmente relatadas diretamente a CEET assim como a

localização de quaisquer entradas naturais (brechas do tempo ou

wormholes naturais) a estes pontos desconhecidos do Tempo.

18 – Dos bugmans e outros seres anômalos: Toda e qualquer

visualização pelo Chronologo ou temponauta de um transgressor

temporal deverá ser relatado imediatamente e diretamente a CEET por

considerar risco de anomalia iminente assim como de transgressão

temporal, assim como de qualquer ser aberrante a legislação do tempo

ou aos protocolos de segurança temporal. Sendo humanos segue-se o

protocolo 36, sendo não humano sujeita-se a este desde que não

interfira nos demais protocolos.

19 – Da Anomalia: Será considerado anomalia tudo o quanto difere

as leis naturais assim como da termodinâmica avançada e o protocolo

zero, como ponto de singularidade negativa que tende a se aglutinar a

fenômenos similares. O encontro com um dos pontos de sua entrada,

uma das origens (pois normalmente apresenta muitas origens pela

essencial existência de uma central) assim como os que dela fazem

parte deverão ser direta e imediatamente relatados a CEET e amostras

colidas. Os agentes que isto fizer será premiado e reconhecido

mediante o protocolo 24 de benefícios temporais.


20 – De criminosos do Tempo: Todos e quaisquer que cometam o

dolo temporal em contradição a estes protocolos, quer por intervenção

de consciência, ato ou informação deliberadamente quer direta ou

indiretamente, e uma vez comprovado mediante investigação da

CEET, deverá o individuo ser encaminhado e julgado mediante as leis

vigentes do tempo da TEMPUS em sua sede, de maneira pública e

transparente a população oriunda, e este ser penalizado de acordo com

o delito cometido. A captura destes deverá ser de acordo com o

protocolo 36.

21 – Da intervenção Temporal por consciência: Mediante

tecnologia experimental todo tipo de manifestação de consciência

divergente quer induzida ou acidental, temporalmente lateral

(marginal ressoante) ou passadinha ou futurista, ou provocada por

narcose temporal deverá ser analisada pela CEET e o paciente quando

comprovada a deficiência tratado.

21b – Em caso de paciente de outro tempo ou linha temporal de modo

que ponha em risco a mesma, este deverá ser abordado mediante o

protocolo 7 e mediante a decisão da CEET podendo ser tratado ou

exilado no tempo futuro quando de acordo com o protocolo 16.

22 – Da Comunicação Temporal: Mediante o protocolo 37 o

cumprimento de linearidade temporal sob o escoro dos protocolos um,

dois e três devem ser respeitadas e feitas sob vedamento temporal

impedindo quaisquer vazamentos fora do tempo em que é oriundo de

modo que gerem anomalias como a dos protocolos 11 e 12. Tais

deverão ser realizadas exclusivamente para interesses da missão em

campo em questão e gravadas tanto em base quando em memória

interna do equipamento de campo para registros de analise posterior.

Toda a comunicação deverá ser realizada de modo claro e breve, sem

duplos sentidos, sarcasmo, indiretas ou quaisquer outros subjetivismos

podendo o comunicante ser advertido administrativamente pela CEET.


23 – Da âncora Temporal: Mediante estudos experimentais da

TEMPUS pedidos de âncora temporal que se qualifiquem com a

ligação de um objeto ou ser de modo temporal numa linha de tempo a

influir nos eventos numa só direção, deverão ser analisados como

exceção aos 37 Protocolos mediante a CEET, por considerar-se um

tipo de engenharia temporal ainda não plenamente desenvolvida pela

mesma, ainda que o vinculo de conexão em livestream com o passado

estabelece isso, mas não a casos em que objetos sejam assim

colocados a orientar um fluxo específico a um futuro preestabelecido.

24 – Dos benefícios e prémios temporais: Em conformidade com a

lei 25.786 do tempo da TEMPUS todos que possuem deveres deverão

ter direitos proporcionais, assim como a responsabilidade do cargo

oferecido pela TEMPUS sob vigilância de corregedoria da CEET, de

modo que fora o equivalente salário em medida de seu dom utilizado,

deverão ter prémios e pontuação mediante o cumprimento dos 37

protocolos de segurança temporal, especificamente a das notificações

diretas a CEET mediante a seus equivalentes protocolos. Sendo estes

pontos acumulados e usados a critério do possuidor.

23b – O Temponauta tem o direito de gastar seus pontos mediante a

seu critério, podendo ser os seguintes benefícios a seres escolhidos:

- Pedido de investigação temporal: o temponauta poderá se valer de

uma detalhada pesquisa de sua linhagem assim como de eventos quer

em sua infância ou de algum descendente mediante a pontuação

alcançada necessária. Tais informações desde que não sendo

classificadas pela CEET (mediante um dos protocolos de informação)

podem ser publicadas no tempo da TEMPUS.

- Férias Temporais (vedado apenas a Chronologos): Estes podem

optar mediante pontuação equivalente viajar a pontos temporais de

turismo estipulados pela TEMPUS e aceito pela CEET assim como o

resort temporal.


- Solicitação de captura temporal: Mediante pontuação adequada o

agente poderá pedir a captura de ser ou objeto de algum tempo desde

que siga as áreas de turismo temporal do protocolo 8 e 8b. Tais

deverão passar pela verificação de segurança do tempo da TEMPUS

em caso de contaminação de quaisquer tipos. A permissão de adoção

de animal doutro tempo, quer extinto ou não, deverá ser realizado

junto a órgãos governamentais deste tempo.

- Pedido de viagem ressoante ou ao futuro: Mediante a pontuação

máxima o temponauta poderá solicitar uma viagem de férias ou visita

a um tempo futuro ou mesmo ressoante desde que não altere e anule

um dos protocolos.

25 – Protocolos de conduta moral e da verdade: Mediante a ética

temporal a CEET como representante presente da corregedoria da

TEMPUS indefere no caso da ausência de compromisso factual,

empírico, objetivo e moral de seus agentes quer de campo ou de

serviço interno apresentando conduta sem transparência a fim de

resguardar de quaisquer conflagração de conspiração ou trama oculta

na eminência de que no presente tempo o sigilo protetivo não mais se

faz necessário por se vencido os males governamentais e industriais.

Sendo estes compromissados com a verdade mediante a lei da

transparência 25.887 de 2072 estipulados que todos os segredos

devem ser revelados - a salvo os considerados privacidade individual

não delituosa - quer do passado ou de mundo ressoante, no dia da

verdade: 25 de julho do tempo oriundo da TEMPUS, tendo seu status

de sigilo apenas pertinente e abrangente ao passado mediante os

demais protocolos.

26 – Do Abandono de base, agente ou de missão: O agente

independente de seu grau ou hierarquia, quer de serviço interno ou de

campo temporal, tem por obrigação finalizar os serviços e destruir

quaisquer materiais, informações que não sejam do tempo oriundo,

assim como a vedação de campo temporal para evitar quaisquer fugas

de informação, objeto ou conhecimento através do tempo, sendo estes


majoritariamente avisados a CEET e caso não possível deixado sob

prova cifrada ao futuro, quer carta ou quaisquer outro meio de

transmissão de mensagem desde que codificada. Nenhum agente

deverá ser abandonado e em caso de ocorrer desaparecimento

investigado assim como oriundos, sendo aplicável o protocolo 19

quando encontrado.

27 – Da Criação de desvios e realidades alternativas: Não está

autorizado sob qualquer proposta a salvo casos de exceção

previamente aprovados pelo CEET a criação de quaisquer desvios

temporais cujos propósitos sejam de atingir certo conhecimento ou

pessoa, por não ser considerado seguro mediante a linha vigente e ser

uma ciência plenamente experimental podendo contradizer outros

protocolos.

28 – Dos contatos desconhecidos: Todo e qualquer contato com

entidade quer supostamente extraterrestre ou ultraterrestre não descrito

no protocolo 17, 18 e 19 devem ser imediatamente de igual modo

relatado diretamente a CEET, se possível no momento do caso.

Leituras preliminares deverão ser feitas e passadas diretamente a

mesma e qualquer tipo de contato físico evitado.

29 – Da quarentena – Após todas as incursões temporais,

especificamente tempos desconhecidos os temponautas e cronologos

devem ser submetidos a uma detalhada varredura física, mental e

psicológica a fim de atestar as condições do mesmo para futuras

missões e se mediante algum contato conforme os protocolos 17, 28,

18 e 19 ocorrer ser resguardado numa quarentena. Caso apresente

quaisquer sintomas quer de narcose temporal ou doenças

desconhecidas este deverá ser encaminhado a um dos hospitais

quânticos no tempo oriundo da TEMPUS em sua sede mediante o

plano de saúde dos membros da TEMPUS e seu caso investigado

detalhadamente pela CEET em semelhança ao protocolo 21.


30 – Do seguro, plano de saúde e aposentadoria: Todo o membro

da TEMPUS assim como da CEET tem o direito a seguir carreira

mediante sua condição física e genealógica se aposentando de acordo

com as normas comuns do tempo oriundo da TEMPUS em sua sede.

Os chronologos e temponautas tem o direito a aposentadoria integral

após 15 anos de serviço em campo caso este assim deseje, tendo

direito integral a plano de saúde e seguro em caso de morte a ser dado

aos seus contemplados.

31 – Do Julgamento de hipóteses: Toda e qualquer teoria e plano

temporal deverá ser irremediavelmente composta pelo coerente

julgamento silogista e ockanista dedutivo na ausência de comprovação

direta e empírica do teorizado, negando-se qualquer tipo de falácias e

o ato de ignorar fatos que possam mostrar outro caminho.

Contradizendo estes estatutos tal poderá se enquadrar no protocolo 25.

Todas as teorias devem ser apresentadas a CEET e deverão

essencialmente responder as perguntas ‘como’, porque’ e ‘pra que’ ou

ao menos ligar o mínimo de duas destas perguntas amarrando fatos

sem aparente explicação.

32 – Dos guardiões honorários temporais: Mediante a absorção ante

a linha temporal vigente considerar-se-á mediante constante

verificação de segurança temporal, permitido a transferência

hereditária de conhecimentos pertinentes a viagem no tempo de

qualquer natureza, assim como a revelação a membros da Ordo

Christianistas Ad Tempus sob juramente de sigilo a fim de resguardar

os demais protocolos de Segurança Temporal, podendo seu

descumprimento está suscetível as sansões da CEET conforme os

mesmos protocolos como o 37. Os portadores de tais conhecimentos

tem por obrigação zelar pelo destino da linha temporal oriunda

mediante o Tratactus Ad Venuts.

33 – Das Correções Temporais: Mediante o protocolo 7 de

intervenção temporal correções do tempo somente serão permitidas

mediante sua assimilação a linha vigente constatadamente, de modo a


corresponder o fechamento de um elo de paradoxo, não sendo

permitido para isto qualquer abuso de recursos como iludir, enganar e

sobrepujar quaisquer dos oriundos temporais envolvidos, utilizando-se

da tecnologia ou conhecimento da TEMPUS. Tais casos de abusos

deverão ser relatados e julgados pela CEET de acordo com os demais

protocolos.

34 – Da legitimação de autoridade: Toda hierarquia deve ser

respeitada mediante o período e local de atuação do mesmo membro

da TEMPUS e CEET, desde que não quebre um destes protocolos,

especificamente o protocolo 13. Quaisquer pessoas ou membros que

considera-se com maiores conhecimentos deverão ser respeitados e

ouvidos como superiores independente de sua linha temporal ou

tempo oriundo desde que não conflitando com os demais protocolos.

35 – Do plano Temporal: Todo planejamento quer de campo ou

mesmo de linearidade dos protocolos 1 e 2 deverá apresentar começo,

meio e fim, quer de operações de bases temporais ou de missões de

campo, sendo estes obedecidas a risca e qualquer rompimento do

mesmo ser minunciosamente estudado pela CEET. Todo e qualquer

posto temporal avançado deve ter um plano de término das atividades

a salvo as concessões dos protocolos 26 e 32, sendo o 26

pressupostamente considerado por ato hediondo.

36 – Da captura de delituosos e adversários: Quaisquer adversários

e ou delituosos destes protocolos capturados pelo rompimento destes,

quer, em linha temporal presente, passada ou ressoante deverá ser

encaminhado para a sede da TEMPUS em seu tempo oriundo e tratado

de acordo com as normas de conduta deste tempo. Este deverá ter seu

perigo neutralizado e sendo vedado o uso de força apenas quando

necessário e sempre proporcional, sendo sujeito aos protocolos 18.

37 – Do sigilo de informação e tecnológico: Todo e qualquer furto de

informação, conhecimento, ciência a outro tempo assim como passado

a romper os protocolos 0, 1, 2 e 3 que não sendo permitido pela CEET


serão considerados crime temporal inafiançável, assim como o furto

da origem de qualquer tempo o qual é oriundo categorizado do mesmo

modo, tal como furto de autoria, origem e quaisquer que considere-se

contra o detrimento da lei avançada da termodinâmica estipulada de

acordo com o protocolo 11, e investigado a incidência do protocolo

21.


Agradecimentos

Então defino este livro como um tributo àqueles que se é

possível sociabilizar, do qual espera-se gratidão, respeito como

moedas de troca comum ante a verdade, aos que lutam contra a

discriminação e a desigualdade e toda distorção da verdade inerente a

estes. Aos que preservam, ou procuraram preservar, a família e os

valores comuns a sociedade aberta e livre. A estes meu carinho e

retribuição, coisa que o mau nunca será capaz. É a Deus quem

agradeço pelo presente dos dons e capacitação que incorre em mim

não em crendices infrutíferas a não ser da mesmice sob fachada de

justiça, mas apenas aos próprios olhos.

Gerson Machado de Avillez – 2014

as duas faces do espelho® - rl.art.br · temporalmente no futuro. – disse norson colocando o...

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