as condições de trabalho da equipe de enfermagem em...
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As condições de trabalho da equipe de enfermagem em
hospitais de pequeno porte
Victor Morais Lemos1 Prof. Dr. Jurandyr do Nascimento Silva Júnior2
RESUMO O presente artigo, de caráter qualitativo, inserido na área da enfermagem do trabalho, tem como tema o trabalho da equipe de enfermagem nos hospitais de pequeno porte. Tal tema justifica-se, levando-se em consideração que o trabalho faz parte da vida social e particular de todo ser humano e que através dele é que o sujeito poderá encontrar condições de sobrevivência em nossa cultura. Assim, o trabalho deve ser lugar de satisfação, de motivação e produção. Sabendo-se que as condições laborativas em um hospital de qualquer porte são condições difíceis e estressantes, dada sua própria natureza organizacional, constitucional e de clientela, interessa-nos investigar, além de refletir e discutir, como tais condições interferem na saúde física e mental da equipe de enfermagem que atua nesses hospitais, particularmente, nos HPPs. Com isso, foi possível mostrar o quanto a realidade hospitalar de trabalho prejudica a saúde desses trabalhadores e como seria possível criar condições favoráveis para que esse quadro possa ser mudado, com situações de turnos de trabalho maiores, com redução de carga horária, uma equipe maior e mais flexível em suas atividades, salários compatíveis à realidade de mercado, além de outras tantas questões que possam promover saúde dentro de uma perspectiva biopsicossocial. Unitermos: Enfermagem; saúde; hospitais
SUMMARY
This article, qualitative, inserted in the nursing area of work has as its theme the work of nursing staff in small hospitals. This theme is justified, taking into account that the work is part of social life and especially of every human being, and through it is that the subject can find conditions for survival in our culture. Thus, the work should be a place of satisfaction, motivation and production. Knowing that the working conditions in a hospital of any size are difficult and stressful conditions, given its very nature organizational, constitutional and clientele, we are interested in investigating, and reflect and discuss how these conditions affect physical and mental health nursing staff that works in these hospitals, particularly in ODHs. Thus, it was possible to show how the reality of hospital work affect the health of 1 Graduado em Enfermagem (UNIFESO), pós-graduando em Enfermagem do Trabalho (FACREDENTOR).
Enfermeiro do Hospital São Salvador (Além Paraíba). 2 Doutor em Psicologia pela UFRJ, pesquisador do grupo de pesquisas CLINP (Clínica Psicanalítica) pela
UFRJ/CNPq, professor da Fundação Educacional de Além Paraíba (FEAP), coordenador de Monografia nos
cursos de Direito, Enfermagem, Educação Física e Ciências Biológicas da FEAP, Psicólogo Clínico da
Secretaria Municipal de Sapucaia/ RJ e Sumidouro/RJ.
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workers and how you could create favorable conditions for this situation can be changed with cases of major shifts, reducing workload, a larger team and more flexible in their activities, wages compatible with market reality, and many other issues that may promote health within a biopsychosocial perspective.
Key Words: Nursing, health, hospitals
1. INTRODUÇÃO
O tema que norteia o presente artigo, inserido no campo da enfermagem do trabalho,
diz respeito a um problema complexo que perpassa as atividades laborativas das equipes
de enfermagem nos hospitais de pequeno porte (HPP), a saber, as condições relativas à
qualidade de vida no trabalho e na saúde destes profissionais de enfermagem, quando
inseridos no contexto hospitalar.
Esse tema mostra sua importância para uma reflexão e uma discussão mais
detalhada, uma vez que é sabido que a qualidade do ambiente de trabalho, tanto do ponto
de vista manifesto, quanto de suas particularidades latentes, reflete diretamente no
desempenho das funções dos profissionais que atuam em uma determinada organização.
Em se tratando do ambiente de trabalho hospitalar, onde a função da equipe de
enfermagem é fundamental, um ambiente que leva em conta a qualidade de vida de seus
profissionais, viabiliza uma melhoria subjetiva no sujeito a ponto de ele desempenhar melhor
suas tarefas com motivação e satisfação. Isso implica uma melhor qualidade no atendimento
aos usuários, clientes estes para os quais se destina toda a função e a própria existência do
hospital, como lugar de cuidado, tratamento e cura.
O interesse pelo tema surgiu a partir de nossas vivências enquanto pós-
graduandos,3 onde pode-se perceber que, na prática, muitas equipes de enfermagem
exercem suas funções nos hospitais com baixas condições de trabalho, o que, muitas
vezes, pode levar a problemas de saúde, tanto do ponto de vista físico, quanto o
psicológico.
Assim sendo, tal estudo justifica-se uma vez constatada a importância da qualidade
de vida da equipe de enfermagem em sua jornada de trabalho num hospital de pequeno
porte. Tal qualidade de vida pode ser exemplificada como condições de trabalho mais
humanizadas, menos insalubres, jornadas de trabalho menos estressantes, maior
segurança no cotidiano hospitalar, entre outros aspectos ligados à tranqüilidade e bem estar
dos trabalhadores de enfermagem nesse contexto.
3 Pós-graduação em Enfermagem do Trabalho, pela FacRedentor.
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Assim, propõe-se como problema de pesquisa: como as condições de trabalho da
equipe de enfermagem em hospitais de pequeno porte influenciam em sua saúde física e
mental, e como essa influência repercute no atendimento aos usuários?
Como hipótese de trabalho, pretende-se sustentar que uma vez considerado o
hospital, tanto de pequeno, quanto de médio ou grande porte, como um lugar insalubre e de
condições de trabalho estressantes, simplesmente por sua constituição organizacional e
também ergonômica, é comum a equipe de enfermagem sofrer impactos direto em sua
saúde física e mental, podendo levar as mais diversas doenças, tais como adquiridas por
contaminação, ou por esgotamento físico ou psicológico, como burnout, depressão,
ansiedades etc. Tais doenças irá refletir na qualidade de vida de toda a equipe de
enfermagem, assim como no atendimento aos clientes que mais que qualquer outro
necessitam de um cuidado acolhedor e humanizado.
Os objetivos a serem alcançados como tal pesquisa dividem-se em geral e
específicos. Como objetivo geral, foi proposto analisar as condições de trabalho da equipe
de enfermagem no hospital de pequeno porte e suas implicações na qualidade de vida dos
componentes da equipe e na qualidade do trabalho oferecido a partir disso. Como objetivos
específicos, conceituar e definir saúde na contemporaneidade identificando fatores que
interferem na qualidade de vida em saúde para a equipe de enfermagem. Além disso, refletir
e discutir sobre os fatores no ambiente de trabalho hospitalar que interferem na saúde da
equipe de enfermagem, assim como, propor melhorias nessas condições de trabalho para
que haja satisfação, motivação de toda a equipe e, fundamentalmente, saúde.
Para tentar responder à questão de pesquisa e sustentar a hipótese, assim como
alcançar os objetivos propostos, percorreu-se um caminho metodológico, cuja abordagem
fora qualitativa, num desenvolvimento descritivo dos fenômenos estudados, com
informações não quantificáveis, apesar de demonstrar-se, em alguns momentos dados
estatísticos, como sustentação para a argumentação, a reflexão, a interpretação e a
discussão do tema apresentado. As fontes de pesquisa constituíram-se em levantamento
bibliográfico, com revisão da literatura, através de livros, periódicos, artigos e sites da
internet.
Assim, o texto foi desenvolvido a partir de uma definição e do desenvolvimento do
entendimento do que poderia ser um hospital de pequeno porte, que é um dos aspectos de
nosso objeto de interesse e estudo. Procurou-se, então, investigar qual seria o papel da
equipe de enfermagem nesses hospitais de pequeno porte, passando à questão da
qualidade de vida, tanto no trabalho, quanto na saúde de um modo geral, para culminar-se
nos prejuízos que um local problemático e complexo como um hospital pode causar à saúde
tanto física quanto mental para a equipe de enfermagem em um hospital de pequeno porte.
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Como conclusão, apontou-se a relação entre condições insalubres de trabalho no
hospital, a qualidade de vida da equipe de enfermagem e suas conseqüências para a saúde
e a reflexão que isso causa no atendimento ao usuário final. É possível verificar que
preocupando-se com as condições de trabalho no ambiente hospitalar, tornando-o menos
estressante, mais interessante e criativo, com propostas que possam incluir os profissionais
da equipe num processo de construção contínua em busca da saúde e da melhoria da
qualidade de vida de todos, pode tornar esses mesmos profissionais mais satisfeitos com
seu trabalho, mais motivados, mais interessados e com uma produtividade e desempenho
muito melhorado. Com isso, pode-se demonstrar a importância da melhoria da assistência
prestada aos pacientes/clientes garantindo uma assistência mais qualificada e a diminuição
da taxa de absenteísmo onde se tem boas condições de trabalho.
2. HOSPITAIS DE PEQUENO PORTE NO BRASIL
Os hospitais comuns, não necessariamente os de pequeno porte, são considerados
estabelecimentos com pelo menos cinco leitos. Tais leitos estão destinados à internação de
pacientes, a fim de garantir um atendimento básico constituído de diagnósticos e
tratamentos, condizentes às necessidades de cada caso. Além disso, eles possuem uma
equipe clínica organizada, capaz de prestar assistência permanente com a intervenção
médica e de enfermagem (OPAS, 2008).
Com tudo isso, leva-se em conta, ainda, em sua definição, a existência de serviços
de enfermagem e atendimento terapêutico direto ao paciente, durante 24 horas. Possuem
também a disponibilidade de serviços de laboratório e radiologia, serviços de cirurgia e/ou
parto, bem como registros médicos organizados para a rápida observação e
acompanhamento dos casos.
No entanto, a definição apresentada acima não se encontra necessariamente
centrada no número de leitos de um hospital, mas sim nas atividades desenvolvidas nesta
organização. Assim, um hospital pode ser desde uma unidade de atendimento e tratamento
que possui em torno de dez leitos, mas com poucas estruturas de diagnóstico, até um
complexo de muitos leitos, contando com diversas especialidades e com tecnologia
avançada. (idem, ibidem).
A Portaria nº. 2.224, de 05 de dezembro de 2002, do Gabinete do Ministro da Saúde,
que estabelece o Sistema de Classificação Hospitalar do Sistema Único de Saúde divide os
hospitais brasileiros em quatro tipos, de acordo com uma série de parâmetros, entre os
quais, seu número de leitos. Segundo o ato normativo, os hospitais são classificados como
podendo ser de pequeno porte (os quais possuem menos de 49 leitos), médio porte (de 50 a
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149 leitos), grande porte (de 150 a 499 leitos) e porte especial (acima de 500 leitos)
(BRASIL, 2002).
Apesar de ter sido revogada em 10 de março de 2004 pela Portaria n. 350 do
Gabinete do Ministro da Saúde, esta classificação ainda permanece como referência para a
definição dos tipos de estabelecimentos hospitalares (BRASIL, 2004). Uma vez que não
existe outra classificação em relação ao porte hospitalar, este artigo utilizará os mesmos
parâmetros de número de leitos para caracterizar os hospitais de pequeno porte, para os
quais será utilizada a abreviatura HPP.
Pode-se afirmar que os HPPs são, atualmente, vistos como elementos estratégicos
para a reformulação do modelo de atenção do Sistema Único de Saúde - SUS, tanto por sua
elevada participação no sistema, já que representam 62% dos estabelecimentos
hospitalares do sistema de saúde brasileiro, quanto pelo novo papel que deles se espera,
uma vez consolidada a atenção básica através do Programa de Saúde da Família - PSF.
Este segmento hospitalar4 passou a ser objeto de política pública específica,
consubstanciada na Portaria GM/MS No. 1.044, de 2004, que institui a Política Nacional
para os Hospitais de Pequeno Porte. (UGÁ; LOPEZ, 2007)
Ugá e Lopez (ibidem) publicaram um estudo em que avaliavam os HPPs no Brasil.
Esse estudo analisou a distribuição geográfica5, a natureza jurídica do estabelecimento, o
tipo de unidade sanitária e produção de serviços, em 2005. Os vinte e um hospitais de até
cinqüenta leitos representavam então 62% das unidades hospitalares e 18% dos leitos
existentes no sistema de saúde brasileiro. Setenta e oito por cento (78%) dos HPPs
realizavam internações para o SUS. Os 4.705 HPPs se distribuíam em 2.943 municípios
brasileiros, sendo a maior parte (83%) localizada em municípios classificados como de
interior e de até 30.000 habitantes. Os hospitais que apresentam de um (01) a trinta (30)
leitos representam 48% dos HPP do país. Quanto à natureza jurídica, 57% dos HPPs são
privados e sem fins lucrativos, embora a maior parte receba financiamento somente do
Sistema Único de Saúde.
Em estudo publicado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
a respeito dos hospitais filantrópicos no Brasil (PORTELA et al., 2002), observa-se que o
setor filantrópico está situado fundamentalmente em municípios pequenos e de interior. Dos
hospitais filantrópicos, 76,8% deles apresentavam menos de 100 leitos, enquanto que
43,5% tinham menos de 50 leitos.
O que se observou, em nossa pesquisa, é que mais de 60% dos hospitais brasileiros
apresentam menos de 50 leitos, sendo que a média de leitos por hospital é de 64. Os
4 Mais especificamente, os estabelecimentos com até trinta leitos localizados em regiões sanitárias com menos de
30.000 habitantes 5 Por macrorregiões e por municípios segundo porte populacional
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hospitais sob gestão municipal são os menores, com uma média de 36 leitos, em
contraposição aos maiores, sob gestão federal, com uma média de 118 leitos. Desde a
década de 1970 o número de hospitais brasileiros vem aumentando, mas principalmente por
conta de HPPs. Entre 1976 e 2002, o setor público inaugurou 1.620 hospitais, mas
acrescentou somente 27.000 leitos ao sistema, em uma média de 17 leitos por hospital.
Além disso, os HPPs são os hospitais que têm por característica apresentarem baixa
complexidade tecnológica (LA FORGIA; COUTTOLENC, 2008).
Em relação à saúde financeira dos HPPs, os mesmos autores citados acima (idem,
ibidem) afirmam que estes seguem um curso de endividamento progressivo, por
apresentarem custos maiores que suas receitas. Isto decorre do fato da maior parte dos
HPPs ser financiada pelo SUS, que não remunera adequadamente as atividades e
procedimentos de baixa complexidade, realizadas por estes hospitais. Estes autores (idem,
ibidem) ainda mostram que os HPPs recebem, em média, somente 25% do custo de seus
procedimentos. Em termos de complexidade assistencial, 44,9% eram hospitais de clínica
básica, sem leitos de terapia intensiva. Estes achados se repetem nos estudos posteriores
(UGA; LOPEZ, 2007 e LA FORGIA; COUTTOLENC, 2008).
Segundo a Confederação das Santas Casas de Misericórdia, Hospitais e Entidades
Filantrópicas (LEAL; MORGADO, 2008), há no Brasil 2.100 hospitais filantrópicos que
atendem cerca de 40% das internações do SUS. Segundo a mesma fonte (idem, ibidem),
56% dessas instituições são os únicos hospitais existentes em municípios no interior, ou
seja, há mais de mil municípios do país nos quais a única unidade hospitalar é uma entidade
filantrópica. O mesmo estudo (idem, ibidem) mostra que muitas dessas instituições
atravessam dificuldades financeiras, inclusive de realização de investimentos, pelo fato,
dentre outros, de muitas destas serem pequenos hospitais e de sua gestão poder ser
considerada pouco profissionalizada e especializada.
3. O PAPEL DA EQUIPE DE ENFERMAGEM NO HOSPITAL DE
PEQUENO PORTE
O hospital, de maneira geral, é reconhecido como um ambiente insalubre, penoso e
perigoso para os que ali trabalham. Esta definição pode ser também aplicada aos HPPs.
Apesar de sua característica fundamental como local de atendimento e tratamento das mais
vaiadas doenças e mazelas do ser humano, estudos apontam o hospital como local
privilegiado para o adoecimento, além dos riscos de acidentes e doenças de ordem física,
aos quais os trabalhadores hospitalares estão expostos. O sofrimento psíquico é também
bastante comum e parece estar em crescimento, diante da alta pressão social e psicológica
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a que está submetida toda a equipe de enfermagem, tanto nos hospitais em geral quanto
nos de pequeno porte (ELIAS; NAVARRO, 2006).
Com a evolução dos processos de tratamento e cura, tanto na medicina quanto nas
tecnologias ligadas à saúde, o hospital deixou de ser um lugar para onde as pessoas eram
levadas para esperar pela morte e se transformou em espaço de tratamento. O hospital
carrega o ônus da dor, da doença e da morte desde sua criação. O processo de trabalho
hospitalar, realizado por toda sua equipe, é setorializado e parece reproduzir as mesmas
características da organização do trabalho considerado industrial. Tal situação pode levar a
produção de trabalhadores em saúde, ora compromissados, ora desesperançados. Ele
freqüentemente repete a lógica do trabalho taylorizado, muitas vezes oculto pelo discurso do
“trabalho em equipe” (SILVA, 1998). A incorporação de novas tecnologias não significa,
nesse setor, o “alívio da labuta humana” (idem, ibidem), ao contrário, o setor é,
essencialmente, de trabalho intensivo. Por esse trabalho responde toda equipe de
enfermagem, tanto em uma situação mais complexa, como nos hospitais de grande porte,
quanto nos hospitais de pequeno porte (HPPs).
Segundo Pires (2000), o trabalho em saúde é um trabalho essencial para a vida
humana e é parte do setor de serviços, tanto ambulatorial quanto hospitalar. É um trabalho
da esfera da produção não-material, que se completa no ato da sua realização. Porém é
sabido que ele não tem como resultado um produto material, independente do processo de
produção. O produto é indissociável do processo que o produz: é a própria realização da
atividade.
Tal trabalho, especificamente ao que se refere ao contexto hospitalar, apresenta
características que lhe são próprias, tais como: atividades ininterruptas, apesar de haver
diferenciação entre os diferentes serviços, turnos e dias da semana. Existe a concentração
do maior contingente de atividades no período da manhã e há uma predominância de
trabalhadores do sexo feminino, principalmente no setor de enfermagem. É lugar comum o
fato de a enfermagem representar a maior força de trabalho do hospital, sua equipe é
formada por enfermeiros de formação de nível superior, técnicos de enfermagem e
auxiliares de enfermagem. Esta equipe possui ferramentas e matérias primas fundamentais
para um trabalho em equipe, por exemplo: materiais, rotinas, protocolos de atenção, etc
(PEÑA et al., 2006).
Existe claramente uma divisão de trabalho feita por tal equipe. Essa divisão
fundamenta-se na prestação de cuidados integrais, cujas atividades são ampliadas, o que
possibilita uma visão mais global das necessidades dos pacientes e cuidados funcionais
mais afinados com essas necessidades. Esses cuidados são desenvolvidos através de
tarefas de acordo com os níveis de complexidade e de competência profissional. Assim, “o
enfermeiro de nível superior detém controle do processo de trabalho da enfermagem, aos
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demais trabalhadores dessa equipe, cabe o papel de executores de tarefas delegadas”
(PIRES, 1999).
A equipe de enfermagem, tanto no hospital de grande porte quanto no HPP, é
responsável pelo cuidado direto aos pacientes e cabe ao enfermeiro, além de prestar o
cuidado, desenvolver as ações administrativas, de pesquisa e ensino. As ações
administrativas visam criar condições materiais e de pessoal para que o processo de cuidar
se desenvolva. Essas ações são realizadas com a finalidade de organizar e controlar o
processo de trabalho, conseqüentemente, favorecendo a ação do cuidado para permitir o
tratamento e a cura. As atividades assistenciais de atenção e cuidados são aquelas que
incluem a prestação de cuidados decorrentes de avaliações realizadas pelos enfermeiros
tais como higiene e conforto dos pacientes ou delegadas pelos médicos, como a
administração de medicamentos. Essas devem ser realizadas pela equipe de enfermagem.
Nesse sentido, são consideradas atribuições do enfermeiro nos hospitais, quer de grande,
médio ou pequeno porte. Tais atribuições, funções e as próprias condições em que o
trabalho do enfermeiro é realizado nos hospitais, parecem refletir diretamente no que se
considerou denominar qualidade de vida.
4. QUALIDADE DE VIDA
4.1. Definição de qualidade de vida
A expressão qualidade de vida, apesar de vaga, pode ser definida, segundo Kaplan
(1994 apud WEINBERG, 2008, p. 426) como “a capacidade comportamental da pessoa, ou
ser capaz de ‘fazer o que tem que ser feito’ e viver tempo suficiente para fazê-lo”. Além
disso, de acordo com o mesmo autor (idem, ibidem), a qualidade de vida diz respeito mais
ao espírito e as condições psicológicas e subjetivas que a riqueza ou satisfações objetivas,
e “também tem sido definida como grau com que os indivíduos são capazes de satisfazer as
necessidades psicofisiológicas” (idem, ibidem).
Fazendo uma relação entre a prática de exercícios no trabalho e a qualidade de vida,
este autor, citando Thogersen-Ntoumani, Fox e Ntoumanis (2005), afirma: “A qualidade de
vida foi estudada no local de trabalho e foi verificado que um programa de exercícios
regulares pode aumentar o sentimento de satisfação na vida, satisfação no trabalho e auto
conceito do empregado.” (WEINBERG, 2008, p. 426).
Fazendo um histórico de forma sucinta, a qualidade de vida começou a ser estudada
como programas de qualidade total dentro das empresas. Neste sentido, ela pode ser
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definida também como o tempo de trânsito e as condições de tráfego entre o local de
trabalho e de moradia.
Do ponto de vista da saúde, a qualidade de vida está associada à qualidade dos
serviços médico-hospitalares, à ausência de efeitos colaterais de medicamentos de uso
crônico, à presença de áreas verdes nas grandes cidades, as condições de lazer e conforto,
cultura e educação. Assim, a qualidade de vida pode ser definida como sensação íntima de
conforto, bem-estar ou felicidade no desempenho de funções físicas, intelectuais e psíquicas
dentro da realidade da sua família, do seu trabalho e dos valores da comunidade à qual
pertence. (PIROLO: CHAVES,2002).
4.2. Qualidade de vida em saúde
No campo da saúde, é comum encontrarmos profissionais e teóricos afirmando que
saúde não é meramente ausência de doença, mas qualidade de vida. Por mais correta que
tal afirmativa possa ser, ela acaba por se tornar um sentido vazio e mostra a dificuldade que
os profissionais de saúde têm de construir uma definição que sustente um sentido teórico e
epistemológico fora do marco referencial do sistema médico que, sem dúvida, domina a
reflexão e a prática do campo da saúde em geral. Porém, não se pode negar que fazer tal
afirmativa, qual seja, que o conceito de saúde mantém relações com a noção de qualidade
de vida, é um avanço no pensamento, uma vez que manifesta o mal-estar com o
reducionismo biomédico que sempre teve seu lugar hegemônico no campo da saúde.
Ao que parece, a área médica já incorporou o tema qualidade de vida na sua prática
profissional. No entanto, ao se apropriar do termo, acaba por utilizá-lo, em seu referencial
clínico, para designar o movimento em que, a partir de situações de lesões físicas ou
biológicas, se oferecem indicações técnicas de melhorias nas condições de vida dos
enfermos. A expressão assim utilizada é qualidade de vida em saúde. Nesse campo de
reflexão, a noção de saúde torna-se totalmente funcional e tem, como contrapartida, o seu
contrário: a doença em causa, evidenciando uma visão medicalizada do tema. Os
instrumentos utilizados para medir esta qualidade de vida são notadamente bioestatísticos,
psicométricos e econômicos, fundamentados em uma lógica de custo-benefício. Além disso,
as técnicas criadas para medir tal qualidade de vida não levam em conta o contexto
histórico, psicológico, social e cultural da amostra a ser pesquisada.
Diversos autores vêm discutindo que a saúde não se limita ao bem estar físico. A
definição de saúde como ausência de doença torna-se limitada e inadequada. Em seu
documento de criação, a Organização Mundial de Saúde definiu saúde como “um estado de
completo bem estar físico, mental e social, e não simplesmente ausência de doenças ou
enfermidades” (STRAUB, 2005, p. 23). Tal definição contempla o estado positivo e
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multidimensional da saúde e envolve três domínios: saúde física, psicológica e social (idem,
ibidem).
Segundo este autor:
A saúde física, é claro, implica ter um corpo vigoroso e livre de doenças, com bom desempenho cardiovascular, sentidos agussados, sistema imunológico vital e a capacidade de resistir a ferimentos físicos. Ela também envolve hábitos relacionados com estilo de vida que aumentem a saúde física. Entre estes, estão seguir uma dieta nutritiva, fazer exercícios regularmente e dormir bem; evitar o uso de tabaco e outras drogas; praticar sexo seguro e minimizar a exposição a produtos químicos tóxicos. A saúde psicológica significa ser capaz de pensar de forma clara, ter boa auto-estima e um senso geral de bem estar. Ela inclui a criatividade, as habilidades de resolução de problemas [...] e a estabilidade emocional. Ela também é caracterizada pela auto-aceitação, abertura a novas idéias e uma “tenacidade” geral na personalidade. A saúde social envolve ter boas habilidades interpessoais, relacionamentos significativos com amigos e família, e apoio social em épocas de crise. Ela também está relacionada com fatores socioculturais em saúde, como o status socioeconômico, a educação, a etnicidade, a cultura e o gênero. (idem, ibidem, p. 23).
Seguindo essa linha de raciocínio, é possível verificar que a qualidade de vida na
saúde envolve todos esses aspectos que se influenciam mutuamente. Nesse sentido, as
tendências sociais e históricas criaram a necessidade de um modelo novo e mais amplo,
tanto para definição de saúde quanto para a de doença. Assim, a qualidade de vida na
saúde envolve perspectivas do curso de vida, sociocultural e de gênero. Entende-se por
perspectiva do curso de vida “a perspectiva teórica concentrada em aspectos da saúde e da
doença relacionados com a idade” (idem, ibidem, p.39); por perspectiva sociocultural, à
forma como os fatores sociais e culturais participam na promoção da saúde e da doença
(idem, ibidem) e por perspectiva de gênero os problemas de saúde específicos de cada
gênero e os problemas que homens e mulheres encontram nos próprios serviços de saúde
(idem, ibidem).
Toda essa discussão envolve não só a noção de saúde na qual participam as
condições biológicas, psicológicas e sociais de cada sujeito, homem ou mulher, além da
forma como os recursos à saúde são oferecidos, quer através dos serviços dos diversos
profissionais implicados nessas áreas, quer dos próprios dispositivos organizacionais que
deveriam cumprir essa função, tanto do ponto de vista federal, estadual e municipal, na
esfera pública, quanto do ponto de vista da esfera privada. Nesse contexto, aparece a
qualidade de vida em saúde dos profissionais que compõem a equipe de enfermagem nos
hospitais e, sobretudo, campo de nosso interesse, nos HPPs.
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5. QUALIDADE DE VIDA DA EQUIPE DE ENFERMAGEM NO HPP
A qualidade de vida em geral e em saúde da equipe de enfermagem no HPP está
relacionada, inicialmente, à busca de satisfação no trabalho. Além disso, há uma
preocupação, por parte desta mesma equipe, em tentar reduzir o esforço físico e mental o
qual está submetida devido a sua prática profissional cotidiana.
Nesse sentido, é possível que as difíceis condições de trabalho e de vida possam
estar relacionadas com a ocorrência de transtornos mentais, como a ansiedade e a
depressão, freqüentes entre as equipes de enfermagem (AQUINO, 1996). Na literatura
especializada cresce o número de comunicações referentes a agravos psíquicos, a
medicalizações e a suicídios de médicos, enfermeiros e porteiros de hospitais (PITTA,
1991).
A ideologia que perpassa a profissão, desde sua origem, significa abnegação,
obediência, dedicação (MELO, 1986). Tal ideologia frequentemente entra em conflito com o
modo de produção capitalista, o qual visa o lucro, em função da exploração da força de
trabalho. Por outro lado, a função, tradicionalmente caritativa das práticas hospitalares, que
beira à religiosidade, parecem se manter até os dias atuais. Isso pode originar ambigüidade
entre o assistencialismo produzido a partir dessa ideologia caritativa e as regras típicas da
organização capitalista do trabalho, de exploração e expropriação da força de trabalho
alheio.
Em se tratando de um trabalho inserido no contexto ideológico e econômico do
capitalismo, as atividades dos profissionais de saúde mantêm-se atreladas a este modo de
produção, porém o conflito com sua posição ideológica se mantém, o que pode ser fator de
tensão. Esse sentimento de tensão pode aparecer inclusive, nesse contexto capitalista,
devido às prolongadas jornadas de trabalho, ao número limitado de profissionais e ao
desgaste psicoemocional nas tarefas realizadas em ambiente hospitalar (GUIMARÃES,
1999).
O ambiente hospitalar, em geral, apresenta aspectos muito específicos como a
excessiva carga de trabalho, o contato direto com situações limite, o elevado nível de tensão
e os altos riscos para si e para os outros, representados pela exposição a agentes
patogênicos, a condição de trabalho insalubre e a pressão psicológica. A necessidade de
funcionamento do hospital, traduzida em regimes e turnos e plantões, leva à ocorrência de
uma dupla e longa jornada de trabalho, comum entre os trabalhadores da saúde,
principalmente quando seus salários são insuficientes para a manutenção de suas
condições de vida diária. Essa prática aumenta a ação dos fatores que, por si só, danificam
suas integridades física e psíquica (PITTA, 1991).
Assim, o ambiente hospitalar apresenta peculiaridades na organização e distribuição
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do trabalho. Reúne diversos profissionais que estão direta ou indiretamente ligados à
assistência aos pacientes. Nessa linha de raciocínio, o primeiro grupo é composto por
profissionais de enfermagem e médicos, o segundo, por trabalhadores com diferentes
qualificações que desenvolvem atividades não-específicas do trabalho em saúde, porém,
possui grande influência nessa assistência. Pode, ainda, haver a incorporação de novos
trabalhadores no espaço hospitalar, em função da complexidade das atividades
estabelecidas nesse local de trabalho. Nesse sentido, o trabalho realizado nos hospitais,
tanto nos pequenos quanto nos grandes hospitais, é, majoritariamente, um trabalho coletivo.
Ele é composto por diversos profissionais, cujo propósito é o desenvolvimento de atividades
destinadas a atingir o produto final que é a assistência ao paciente (PIRES, 1999).
O trabalho em equipe exige uma atividade articulada entre seus membros e também
entre esses e os que recebem seus cuidados. Com isso, o contexto hospitalar estabelece
uma rede de relações sociais que é produzida e reproduzida pelas várias estratégias dos
profissionais e dos pacientes. Nesse espaço, ficam concentrados tanto os recursos
humanos quanto os materiais, os quais são capazes de dar forma ao processo de cuidar.
Apesar dessa rede de relações, há no hospital, uma linha divisória que coloca, de um lado,
os que cuidam diretamente dos doentes e, do outro, os que dão sustentação ao processo de
cuidar. Os profissionais atuam de forma complementar, porém nem sempre o trabalho se
desenvolve de forma harmoniosa. Segundo Pires (2000, p. 89), “o trabalho é
compartimentalizado, cada grupo profissional se organiza e presta parte da assistência de
saúde separado dos demais, muitas vezes duplicando esforços”. Ainda segundo esse autor
(ibidem) esse tipo de atividade laborativa designa um modo de produzir que emerge com a
divisão manufatureira do trabalho e encontra-se no trabalho industrial, no setor de serviços e
também no trabalho assistencial em saúde.
A organização hospitalar apresenta características que lhe são muito peculiares, tais
como: atividades ininterruptas, apesar da diferenciação entre os diversos serviços, turnos e
dias da semana. Nota-se que existe uma concentração do maior contingente de atividades
no período da manhã e há uma predominância de trabalhadores do sexo feminino,
principalmente na enfermagem.
A equipe de enfermagem, em suas condições de trabalho, sempre está exposta a
situações de risco e ambientes insalubres, tanto no sentido material quanto subjetivo. É
notório, em nossa realidade, sobretudo no ambiente hospitalar, estes profissionais estarem
submetidas a condições precárias de trabalho e à baixa qualidade de vida, sendo, nesse
sentido, expostos a situações nas quais a manutenção da saúde pode ficar sensivelmente
prejudicada, tanto a saúde física quanto sua saúde mental. Tais condições inadequadas de
trabalho acabam por implicar diretamente na qualidade do atendimento prestado aos
usuários, os quais desconhecem a realidade do trabalho da equipe de enfermagem,
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podendo ficar, assim, mal atendidos, mas que necessitam de um atendimento humanizado e
de qualidade.
Diversos estudos então mostram o quanto a equipe de enfermagem que atua nos
hospitais fica exposta a condições de trabalho estressantes que, uma vez somadas às
condições de vida, pode contribuir para o aparecimento de doenças as mais variadas. Se a
saúde só é possível a partir da possibilidade real de cuidar de si e de usufruir a vida, numa
abordagem ideológica biopsicossocial, esse fato parece se constituir em uma meta difícil de
ser alcançado por quem trabalha nos hospitais.
Outro aspecto notório e inevitável para a equipe de enfermagem no hospital é a
sobrecarga de trabalho, a qual não se restringe às suas atividades de cuidado e atenção ao
doente, podendo ir muito mais além. Assim, é a equipe de enfermagem a responsável pelo
cuidado direto aos pacientes. Cabe ao enfermeiro, além de prestar o cuidado, desenvolver
ações e funções administrativas. Tais ações e funções administrativas visam criar condições
materiais e de pessoal para que o processo de cuidado se desenvolva. Essas ações são
realizadas com a finalidade de organizar e controlar o processo de trabalho,
conseqüentemente favorecendo a ação do cuidado para permitir o tratamento. As atividades
assistenciais de cuidado são aquelas que incluem a prestação de cuidados decorrentes de
avaliações realizadas pelos enfermeiros, tais como higiene e conforto dos pacientes ou,
delegadas pelos médicos, como a administração de medicamentos. Tais atividades, no
entanto, envolvem toda a equipe de enfermagem. Sobre as ações delegadas pelos
médicos, Almeida e Rocha (1997, p. 20) afirmam que “esta subordinação do trabalho de
enfermagem não se dá em relação ao profissional médico, mas ao trabalho médico”. Tal
afirmativa se coloca como um dado importante para a reflexão.
É importante enfatizar o fato de se perceber que a equipe de enfermagem enfrenta,
em sua grande maioria, condições de trabalho geralmente insatisfatórias. Os profissionais
submetem-se ao trabalho em ambientes hospitalares cuja hierarquia é verticalizada de
forma verticalizada. Sujeitam-se a jornadas duplas pela necessidade de melhorar a renda
familiar e, conseqüentemente, a sua vida fora do trabalho, além de trabalharem em
ambientes intensamente insalubres.
O espaço hospitalar é também um local onde se concentram pacientes acometidos
por diferentes problemas de saúde, cujo sofrimento é notório, o que exige uma assistência
de diversas categorias de trabalhadores. Os profissionais de enfermagem, sendo a maioria
nessas organizações hospitalares, além de estarem expostos a cargas psíquicas que
solicitam um preparo adequado e um suporte para o desenvolvimento das atividades
cotidianas, ainda são os que mais enfrentam as piores condições de trabalho (PITTA, 2003).
É a relação com o doente que se torna o eixo dos cuidados (COLLIÈRE, 1989). Este
é, simultaneamente, o meio de conhecer o doente e de compreender o que ele tem, ao
19
mesmo tempo em que detém em si própria um valor terapêutico. Para essa autora (idem,
ibidem), a base do trabalho da enfermagem está nas relações entre a pessoa que trata e a
que é tratada. Nesse sentido, é primordial conhecer o outro, estar atento para além de suas
necessidades visíveis, o que comumente se denomina de empatia. Para que este seja um
trabalho viável é necessário dedicação, criatividade, reflexão e questionamento.
Nesse contexto, um tanto quanto desanimador, pode-se afirmar que se o trabalho no
hospital se constituir em uma privação das necessidades básicas dos profissionais da
equipe de enfermagem, este não se realizará na sua totalidade, podendo, muito
frequentemente, ser fonte de adoecimento de toda uma equipe de profissionais em saúde
quando, na verdade, deveria ser uma fonte de estímulo para o desenvolvimento de
multiplicadores do cuidado.
6. PREJUIZOS À SAÚDE FÍSICO E MENTAL DA EQUIPE DE
ENFERMAGEM NOS HPPs
Toda essa discussão apresentada até aqui nos leva e refletir sobre os prejuízos
sofridos pelos trabalhadores em saúde nos hospitais, particularmente nos HPPs, tanto em
relação a sua saúde física quanto a sua saúde mental. Assim, apresentamos alguns desses
prejuízos.
6.1. Prejuízos físicos
Entende-se por lesões por esforço repetitivo (LER) “uma síndrome relacionada ao
trabalho, caracterizada pela ocorrência de vários sintomas concomitantes ou não, tais como:
dor, parestesia, sensação de peso, fadiga, de aparecimento insidioso” (BRASIL, 2003).
É uma patologia que envolve muitos profissionais, apresentando etiologia multifatorial. Em
geral, os profissionais acometidos apresentam dor e desconforto em diferentes regiões do
corpo; porém os sintomas de LER, não se limitam a sintomas musculares, podendo
acometer também sintomas comum como distúrbio do sono, ansiedade, depressão, fadiga,
vertigem, dor de cabeça e síndrome do cólon irritável. Esta patologia deve ter ações
preventivas e terapêuticas adequadas, indicando a importância da clareza do diagnóstico
precoce para que especialistas como fisioterapeutas e demais profissionais da saúde
possam intervir positivamente em sua conduta.
Quanto aos distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT),
podem ser definidos como um conjunto de doenças que atinge principalmente os
membros superiores, dentre as quais as mais comuns são: a tenossinovite, a tendinite e a
20
epicondilite. Apesar dos aspectos comuns, essas duas síndromes apresentam implicações
legais, preventivas e terapêuticas bastante diferenciadas, o que indica a necessidade do
diagnóstico diferencial acertado para que medidas preventivas e terapêuticas adequadas
possam ser estabelecidas de forma a nortear a atuação dos profissionais da área da
saúde em geral e de fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais, em particular.
Os pacientes acometidos por LER e DORT, em situações mais graves, ao
procurarem acompanhamento psicoterápico, mostram-se bastante prejudicados do ponto
de vista psicoemocional, em um estado de estagnação mental e afetiva, além de um
embotamento tamanho que mal conseguem levar adiante um diálogo. Quando há perda
ou afastamento do trabalho, o luto por esta perda que procuram elaborar parece
esvaziar sua saúde mental de tal forma que resta uma pobreza representativa e uma
imobilidade psíquica, acompanhada de muita dor física.
Estudos mostram que o Governo brasileiro gasta, anualmente, com as doenças
relacionadas ao trabalho e com os acidentes, cerca de 20 bilhões de reais e as empresas
aproximadamente 12,5 bilhões. As LER respondem por 80 a 90% dos casos de doenças
profissionais registrados na Previdência Social, nos últimos anos e são as principais
responsáveis pelo aumento significativo na incidência destas doenças verificado no país a
partir de 1993. (O’NEILL, 2001, p. 9).
6.2. Prejuízos biológico
Dentre os prejuízos que podem acometer a equipe de enfermagem, do ponto de
vista físico, podem ser considerados de maior risco, a exposição a agentes patogênicos, que
podem levar à contaminação, além da exposição a material pérfuro-cortante. Os ferimentos
com material pérfuro-cortantes são capazes de transmitir mais de 20 tipos de patógenos
diferentes (DESTRA et al., 2004), sendo que, entre eles, os agentes infecciosos mais
envolvidos são os vírus causadores de:
• Imunodeficiência Humana (HIV)
• Hepatite tipo B (VHB)
• Hepatite tipo C (VHC)
A gravidade da lesão, seu tamanho, a presença e a quantidade de sangue
envolvidos, além das condições de saúde do paciente atendido, são fatores importantes que
estão diretamente envolvidos nos riscos de infecção ocupacional da equipe de enfermagem.
Além disso, deve-se levar em conta que a função do profissional, o tempo de trabalho e a
21
aderência às precauções padrão são fatores que interferem diretamente na ocorrência de
leves e graves acidentes.
� HIV
A transmissão do HIV pode se dar, principalmente, das seguintes formas:
• relação sexual;
• transfusão de sangue ou de produtos sangüíneos contaminados;
• leite materno;
• uso de seringas e agulhas contaminadas;
• acidente ocupacional. (idem, ibidem)
O período de transmissibilidade poderá ocorrer em todas as fases da infecção. O
risco médio de aquisição de HIV, após um acidente pérfuro-cortante, é de 0,3% e de 0,09%,
quando em exposição de mucosa (idem, ibidem). A transmissão do HIV é ainda possível
mesmo de indivíduos com carga viral indetectável, já que o teste detecta somente vírus
livres no plasma e há células com infecção latente que podem perfeitamente transmitir a
doença.
� Hepatite tipo B (VHB)
Esta é classificada como uma doença sexualmente transmissível. No entanto, pode
ser transmitida, também, através do uso de seringas contaminadas e materiais contendo
sangue. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS, 2003), dois bilhões de
pessoas infectaram-se em algum momento da vida, sendo que destas, trezentos milhões
evoluíram para doença crônica. O vírus permanece ativo fora do organismo, em sangue
seco, na temperatura ambiente, por até uma semana, porém ele é inativado pelas técnicas
rotineiras de desinfecção e esterilização. As formas agudas graves ocorrem em cerca de 1%
dos casos, e aproximadamente, 10% evoluem de forma crônica. Porém, apenas 1 a 2%
evoluem para hepatite crônica ativa. (DESTRA et al., 2004)
O leite materno, a bile, o líquor, as fezes, as secreções de nasofaringe, a saliva, o
sêmen, o suor e o líquido sinovial são substratos onde se encontram os antígenos da
hepatite tipo B (AgHBs). A quantidade de AgHBs nos fluidos corporais pode ser de 100 a
1000 vezes maior que a concentração de partículas virais infecciosas propriamente ditas,
tornando outros fluidos que não o sangue, veículos pouco eficazes de transmissão. (idem,
ibidem)
� Hepatite tipo C (VHC)
22
A transmissão acontece por transfusão de sangue e hemoderivados. O risco médio
de aquisição deste tipo de hepatite, após ferimento pérfuro-cortante, é de 1,8%, variando de
0 a 7% - de acordo com o tipo de exposição e a carga viral do paciente-fonte. (idem,
ibidem).
6.3. Prejuízos psicológicos
Dentre os prejuízos que podem acometer a equipe de enfermagem, do ponto de
vista psicológico, estão o estresse e o burnout. O estresse é considerado um conjunto de
reações orgânicas e psíquicas na busca de adaptação que o corpo emite quando é exposto
a qualquer estímulo que perturbe o equilíbrio do organismo (GOLDBERG, 1980).
Em seu sentido mais amplo, o estresse é uma sobrecarga dos recursos do corpo a
fim de responder a alguma circunstância ambiental. Clinicamente, o estudo do estresse
baseia-se nos casos mais extremos dessa resposta. Na essência, a reação de estresse é
uma mobilização das defesas do corpo, um antiquado mecanismo bioquímico de
sobrevivência que foi aperfeiçoado no decurso do processo evolutivo, permitindo aos seres
humanos adaptar-se a fatos hostis ou ameaçadores (idem, ibidem).
A noção de estresse é tirada da psicologia experimental, em particular e da patologia
experimental em geral. Este termo compreende, na sua acepção mais ampla, toda agressão
ao organismo, de origem externa ou interna, que venha perturbar o equilíbrio homeostático:
esta agressão pode ser puramente física, como é o caso dos diferentes estímulos
nociceptivos (temperatura, ruído) ou por agentes traumáticos, infecciosos ou tóxicos;
podendo dizer respeito, também, aos níveis mais elevados de integração sensorial e
cognitiva, quando a alteração afeta o sistema de relação do animal (ou do sujeito de
observação) com o seu meio (JEAMMET et. al, 1982).
A Organização Mundial de Saúde afirma que o estresse é uma “epidemia global’
(2003), pois, no contemporâneo, as pessoas vivem um tempo de grandes exigências e num
movimento acelerado da produção e das informações. São constantemente chamadas a
lidar com novas situações e num desenrolar apressado e constante. As pessoas cada vez
mais se veêm diante de inúmeras situações às quais precisam adaptar-se, sejam às
pressões externas (família, meio social, trabalho, escola ou meio ambiente) ou internas
(responsabilidades, obrigações, autocrítica, dificuldades fisiológicas e psicológicas).
O estresse prejudicial ou nocivo à saúde é a permanência e constante reação do
organismo aos acontecimentos inesperados que causam sintomas físicos, emocionais e
mentais. Segundo Goldberg (1980, p.109) quando o esforço e o desgaste é excessivo,
começa o estresse prejudicial, ocorrendo as seguintes alterações físicas: a adrenalina
23
começa a fluir; uma taxa maior de açúcar é liberada na corrente sangüínea; aceleração nos
batimentos cardíacos e elevação da pressão sangüínea; a respiração torna-se mais
acelerada; os músculos ficam tensos, preparando o corpo para a ação; surge a perspiração
e um constante estado de alerta.
Por outro lado, quanto ao burnout, este é considerado um esgotamento profissional.
É definido como uma síndrome psicológica decorrente da tensão emocional crônica no
trabalho. Tal síndrome é constituída por: exaustão emocional, desumanização ou cinismo e
decepção, denominada também diminuição da realização pessoal ou ineficácia (MASLACH;
SCHAUFELI; LEITER, 2001 e TAMAYO, 2008a apud TAMAYO, 2008b)
De acordo com esses autores, a exaustão emocional diz respeito a um sentimento
de fadiga e esgotamento energético, que esvazia os recursos emocionais do indivíduo. Esse
componente do burnout retrata o aspecto de estresse individual da síndrome. Já a
desumanização, componente interpessoal do burnout, engloba as atitudes negativas de
dureza, indiferença e distanciamento excessivo manifestas pelos profissionais no
relacionamento com os usuários dos seus serviços. A decepção, por sua vez, relaciona-se a
um sentimento de incompetência e a percepção de um desempenho insatisfatório no
trabalho, retratando o aspecto de auto-avaliação do burnout (idem, ibidem).
Abordagens recentes do burnout (MASLACH; LEITER, 1997 apud TAMAYO, 2008b)
explicam essa síndrome a partir de novas interpretações da noção de desajuste indivíduo-
trabalho. Esses autores sustentam que a distância ou o desajuste entre a pessoa e o seu
trabalho incrementam a probabilidade de desenvolvimento do burnout.
7. CONCLUSÃO
Levando-se em consideração o significado que o trabalho tem nas vidas das pessoas
e o quanto um bom ambiente organizacional influencia na qualidade de vida destas
pessoas, uma reflexão sobre a relação entre trabalho e qualidade de vida se torne
importante. Em nosso estudo, percebemos que não há como separar o lado humano das
pessoas do lado profissional, uma vez que o ser humano é singular em sua subjetividade e
dotado de habilidades e capacidades individuais próprias; tais habilidades e capacidades no
entanto, podem ser alteradas, em termos de saúde ou doença, dependendo das condições
do meio em que ele se insere.
Particularmente, no tocante às condições de trabalho da equipe de enfermagem nos
HPPs, torna-se importante apontar que investir na equipe é a melhor forma de criar um
ambiente produtivo dentro dessas organizações. Isso não significa simplismente em
aumentar os salários. É notório que as equipes de enfermagem nos HPPs procuram bem
24
estar geral no local de trabalho, uma vez que este o lugar em que passa maior parte do seu
tempo. No entanto esse bem estar é muito mais complexo e abrangente do que se possa
imaginar: ele envolve a saúde física e mental, a posibilidade de desenvolvimento
profissional, um bom clima organizacional, a satisfação pessoal, a remuneração global, em
termos de salários e benefícios, além da qualidade de vida em geral. Para se conseguir tal
objetivo, é fundamental que a organização e o empregador tenham uma visão holística dos
membros que compõem sua equipe de enfermagem.
O trabalho, em nossa cultura, é considerado uma das coisas mais importante na
vida do homem e é nele que grande parte de sua vida é passada. Para maioria das pessoas
o trabalho não representa uma opção, mais sim uma necessidade, portanto, em relação a
equipe de enfermagem, é de grande importância capacitar, treinar e instrumentalizar esses
profissionais, além de vê-los como pessoas em suas individualidades e subjetividades, afim
de que seu trabalho não se torne mais uma tarefa árdua e pesada em suas vidas. Nesse
sentido, o trabalho é considerado indesejado, justamente porque ele se configura, na
maioria das vezes e das organizações como uma tarefa totalmente fragmentada e sem
sentido, burocratizada, repleta de normas e rotinas, cheia de exigências e conflitos com a
vida social e familiar.
Assim, é importante que as organizações hospitalares identifiquem como prioridade
as condições de trabalho oferecidas a suas equipes de enfermagem, considerando que tal
desatenção pode levar os membros dessa equipe ao adoecimento, físico e mental, e, por
conseguinte a inúmeras conseqüências e prejuízos ao consumidor final desse trabalho, ou
seja os usuários dos ambientes hospitalares, além de prejuízo a própria organização
hospitalar.
Torna-se importante, nesse contexto a análise da qualidade de vida desses
trabalhadores das equipes de enfermagem, tendo em vista as transformações do processo
de globalização que tem direcionado pensamento dos trabalhadores de um modo geral para
exigências das empresas quanto a produção e, consequentemente, os lucros, o deixa os
trabalhadores preocupados, inseguros e insatisfeitos. Quanto as condições de trabalho, uma
vez inadequadas, pode-se notar o prejuízo dos trabalhadores em relação a sua saúde tanto
física quanto psicológica,
Uma alternativa para mudança dessas condições de trabalho considerada
inadequadas está na educação permanente em serviços de saúde, que representa o
planejamento e a elaboração de um projeto de intervenção direta tanto em relação aos
sujeitos, ou seja, aos trabalhadores, quanto a organização considerando o processo de
execução de tarefas no trabalho, a cultura institucional e a gestão. Para se alcançar o
objetivo esperado, uma série de estratégias pode ser incorporada ao planejamento da
educação permanente, considerando sua viabilidade, oportunidade e eficácia. Uma
25
crescente atenção tem sido prestada as necessidades de renda dos profissionais, assim
com cuidados médicos e outros serviços por parte das organizações que buscam uma
melhor qualidade de vida no trabalho e na saúde.
Deve-se ressaltar que inserido no processo de qualidade de vida no trabalho está o
fator motivacional como parte fundamental para o sucesso de tais atividades voltadas para
melhoria de vida no ambiente de trabalho. Pode-se numerar como fatores que influenciam,
decisivamente a motivação humana: trabalho em grupo, reconhecimento, segurança e
integração ao grupo, necessidades fisiológicas, necessidade de segurança material,
necessidades sociais, necessidades do ego e necessidade de auto-realização. (SANTOS,
2010).
A busca de compreensão e reflexão sobre as relações entre trabalho e saúde da
equipe de enfermagem, e como essa relação repercute na atenção e cuidados a saúde
prestada aos usuários, foi o foco de nossa pesquisa. A possibilidade de mudanças nas
condições de trabalho e no próprio ambiente organizacional em direção à humanização e a
participação dos trabalhadores de saúde num processo menos burocratizado de atenção e
cuidados, é condição significativa para a melhoria da relação entre trabalho e saúde.
Entende-se que quanto maior o planejamento, maior a possibilidade de ser
executado um bom trabalho e maior é a chance de se obter sucesso. A gestão democrática
é um outro item a se levado em consideração, pois uma boa gestão ocorre desde a seleção
dos funcionários para cada tipo de tarefa, até o interesse em saber a opnião desse
funcionários para cada tipo de trabalho que realiza dentro da organização, isso torna-se
particularmente importante para a equipe de enfermagem no HPP.
O ambiente físico seguro e confortável é outro item a ser considerado, além de ser
um fator que tem se destacado de forma bastante significativa. Além disso, como condição
de qualidade de vida no trabalho e na saúde, verifica-se a importância das condições de
trabalho capaz de gerar satisfação, oportunidade de crescimento e desenvolvimento pessoal
e profissional, além da motivação, pois o funcionário motivado além de gerar maior
produtividade para a organização, é um funcionário menos estressado e desgastado. Assim,
tais práticas representa um esforça para a melhoria das condições de trabalho da equipe de
enfermagem nos HPPs, ou seja, torna-se um movimento pela melhoria da qualidade de vida
no trabalho, o que por conseguinte, repercute na qualidade de vida na saúde e na qualidade
de vida em geral.
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