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7VOL. 19 - N 03 - SETEMBRO 2009
de medicamentos a base de substncias sujeita a controle
especial. Como este documento fica retido nas farmcias, a
receita comum ser o comprovante do paciente como do-
cumento de aquisio e porte do medicamento sujeito ao
controle especial (Andrade & Groppo, 2006).
O objetivo deste trabalho procurar responder algumas
das mais frequentes dvidas dos cirurgies-dentistas, em
relao s normas de receiturio e de notificao de receita.
1. Quais medicamentos o cirurgio-dentista pode
prescrever?
Qualquer um, desde que para uso odontolgico.
2. Quais so os tipos de receitas?
As receitas so de dois tipos: a Receita comum, em-
pregada na prescrio das especialidades farmacuticas ou
quando se deseja selecionar frmacos ou outras substnci-
as, quantidades e formas farmacuticas para manipulao
em farmcias. O segundo tipo a Receita de Controle Espe-
cial, criada para substituir a antiga Receita Carbonada. uti-
lizada na prescrio de medicamentos a base de substnci-
as sujeitas a controle especial, de acordo com a Portaria 344/
98, de 12 de maio de 1998, da Secretaria de Vigilncia Sani-
NORMAS PARA A PRESCRIO DE MEDICAMENTOS EMODONTOLOGIAGuidelines of prescription drugs in dentistry
Myrella Lessio Castro1, Luciana Salles Branco-de-Almeida1, Gilson Cesar Nobre Franco2, Pedro Luiz Rosalen3, Eduardo Diasde Andrade3, Karina Cogo2
1 Aluna de Doutorado em Odontologia - rea de Farmacologia, Anestesiologia e Teraputica, daFaculdade de Odontologia de Piracicaba/UNICAMP
2 Professor de Ps-Graduao em Odontologia, Departamento de Biologia Odontolgica / Unitau
3 Professor Titular da rea de Farmacologia, Anestesiologia e Teraputica, da Faculdade de
Odontologia de Piracicaba/UNICAMP
Recebimento: 20/07/09 - Correo: 14/08/09 - Aceite: 31/08/09
INTRODUO
Toda e qualquer indicao do uso de medicamentos a
um paciente deve ser feita na forma de receita em talonrio
prprio de receiturio. A principal justificativa para esta prti-
ca de que a receita orienta a dosagem e a posologia ade-
quada da medicao, garantindo ao paciente os benefcios
de sua administrao. Alm disso, a receita limita a
automedicao, que poder induzir ao hbito ou vcio, per-
mite ao prescritor incluir precaues ou
orientaes adicionais, servindo ainda como instrumento
legal nos casos do uso indevido de medicamentos, pelo pa-
ciente (Andrade & Groppo, 2006).
Por sua vez, a notificao de receita o documento que,
acompanhado da receita comum, autoriza a dispensao
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tria, rgo subordinado ao Ministrio da Sade.
Para ter acesso ao texto completo desta Portaria (e
posteriores atualizaes), acessar o site http://
www.anvisa.gov.br/legis/portarias.
3. O que deve conter a receita comum?A receita comum, a mais rotineiramente empregada
pelo cirurgio-dentista, deve ser feita em talonrio prprio,
escrita de prprio punho ou informatizada, contendo os se-
guintes dados:
1. Identificao do profissional: nome, endereo, CEP e
nmero de inscrio no Conselho Regional de Odontologia;
2. Nome e endereo do paciente;
3. Forma de uso do medicamento - O medicamento
de uso interno quando for deglutido, como o caso dos
comprimidos, cpsulas, drgeas, solues gotas, suspen-
ses, xaropes, etc. Todas as demais formas farmacuticas
so de uso externo (comprimidos sublinguais, colutrios,
pomadas, cremes, supositrios e solues injetveis).
4. Nome do medicamento, que pode ser o da droga de
referncia ou o nome genrico da substncia ativa; a con-
centrao (quando esta no for padro) e a quantidade (ex.:
2 caixas, 1 frasco, 2 ampolas, ou ainda 10 comprimidos, 12
cpsulas, etc., quando o medicamento puder ser fracionado).
5. Posologia, com informaes de como empregar a
medicao, especificando as doses, intervalos entre as mes-
mas e tempo de durao do tratamento. A receita ainda
poder conter observaes ou precaues com relao ao
uso da medicao, como, por exemplo, no ingerir bebidas
alcolicas durante o tratamento, no ingerir com leite, no
deglutir a soluo, etc.
6. Data e assinatura do profissional, de prprio punho,
ou carimbo contendo o nmero de inscrio do CRO, caso o
cabealho da receita no traga a identificao do prescritor.
Figura 1. Exemplos de receita comum
Figura 2- Modelo de receita de controle especial segundo as normas da Portaria n 344/98 daANVISA.
Nome Genrico Classe teraputica Indicao em odontologia
Amitriptilina Antidepressivo Controle da dor crnica da ATM
Buspirona Ansioltico Sedao em adultos
Codena Analgsico de ao central Controle da dor
Hidrato de cloral - xarope Hipntico-sedativo Sedao em crianas
Levomepromazina Neurolptico Sedao em crianas
Tramadol Analgsico de ao central Controle da dor
Tabela 1
LISTA DOS FRMACOS SUJEITOS A RECEITA DE CONTROLE ESPECIAL, COM A INDICAO PARA USO EM ODONTOLOGIA (ADAPTADO DE ANDRADE, 2006)
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Figura 3- Modelo de Notificao de Receita tipo B, de acordo com a Portaria n 344/98 daANVISA.
A figura 1 exemplifica o preenchimento de uma receita
comum.
4. Quais medicamentos devem ser prescritos por
meio da Receita de Controle Especial?
O receiturio de controle especial deve ser de preferen-
cialmente na cor branca, devendo conter todos os itens j
descritos para o preenchimento da receita comum. Entre-
tanto, por tratar-se de substncias de uso controlado, a re-
ceita deve ser retida pelo farmacutico, devendo portanto
ser emitida pelo CD em duas vias (1 via: farmcia ou droga-
ria e 2 via: paciente). Na primeira via, o farmacutico ir
informar os dados da farmcia e escrever as dados do com-
prador no verso da receita retida.
Esta receita tem validade de 30 dias, a partir da data de
sua emisso, e a quantidade mxima que pode ser prescrita
para 60 dias de tratamento, o que praticamente no se
aplica odontologia. Cada receita poder conter no mxi-
mo trs medicamentos diferentes. A Tabela 1 traz os princi-
pais frmacos de eventual uso odontolgico, sujeitos re-
ceita de controle especial.
O modelo da receita de controle especial, segundo as
normas da Portaria n 344/98, pode ser obtido no site da
ANVISA, para posterior impresso (Figura 2).
5. Quais drogas de uso odontolgico esto sujei-
tas notificao de receita?
Nome genrico Droga de referncia
Alprazolam FRONTAL
Bromazepam LEXOTAN
Cloxazolam OLCADIL
Diazepam VALIUM
Lorazepam LORAX
Midazolam DORMONID
Tabela 2
DROGAS DE USO ODONTOLGICO, CONTIDAS NA LISTA B1 DA PORTARIA 344/98 E
SUJEITAS A NOTIFICAO DE RECEITA DO TIPO B
O cirurgio-dentista poder receitar drogas contidas na
lista B1 da Portaria 344/98 (psicotrpicos), desde que para
uso odontolgico, devendo a receita comum ir acompanha-
da da Notificao de Receita do Tipo B, de cor azul, com
validade de 30 dias. Na prtica odontolgica, esta conduta
se aplica quase que exclusivamente prescrio
de ansiolticos do grupo dos benzodiazepnicos, cujos
principais representantes esto relacionados na Tabela 2.
A figura 3 ilustra o preenchimento de uma receita do Tipo B.
6. Como obter a notificao de receita do tipo B?
A Notificao de Receita do tipo B um documento
personalizado e intransfervel. Portanto, o cirurgio-dentista
dever comparecer ao Escritrio da Vigilncia Sanitria (VISA)
do Municpio onde trabalha, munido dos seguintes docu-
mentos:
1. Carteira do Conselho de Classe;
2. Comprovante de pagamento da anuidade do Con-
selho de Classe;
3. RG e CPF;
4. Comprovante de endereo comercial e residencial;
5. Alvar de sade atualizado (no caso de pessoa jur-
dica);
6. O profissional munido com a autorizao da impres-
so pela Vigilncia Sanitria dever providenciar a requisio
da impresso do talonrio de notificao de receita tipo B
em uma grfica autorizada, seguindo o modelo presente na
Portaria n. 344/98.
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REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
1. Armonia PL; Tortamano N., Como Prescrever em Odontologia: Marcas
e Genricos, 6 Ed. So Paulo: Santos Editora; 2004.p.11-26.
2. Andrade ED, Groppo FC. Normas de receiturio. In: Andrade ED.
Teraputica Medicamentosa em Odontologia, 2 Ed. So Paulo: Artes
Medicas; 2006. P.109-115.
3. Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria (ANVISA) Portaria n 344 de
12 de maio de 1998. Disponvel em: http://www.anvisa.gov.br/legis/
portarias/344_98.htm.
4. Conselho Federal de Farmcia (CFF) Resoluo n 357 de 2001.
Disponvel em: http://www.crfsp.org.br - menu resolues CFF.
5. Conselho Federal de Odontologia (CFO)- Lei 5.081 de 1966. Regula o
exerccio da Odontologia. Dirio Oficial, Braslia Disponvel em http://
www.cfo.org.br/legislao.
6. Conselho Federal de Odontologia. Resoluo 179 de 19/12/1991.
Cdigo de tica Odontolgica: Dirio Oficial, Braslia Disponvel em
http://www.cfo.org.br/legislao.
Endereo para correspondncia:
Karina Cogo
Rua Expedicionrio Ernesto Pereira, 110 Centro
CEP: 12020-330 Taubat SP
Fone/Fax: 55-12-3625-4149 / 3632-4968
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