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  • 7/30/2019 artigo Poos inteligentes

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    Bo l e tim t cni co da Produo de Pe t r l eo , R i o de Jane i ro - vo l ume 1 , n 2 , p . 273-292

    Poos inteligentes na Petrobras/Intelligent wells in Petrobras

    S Manoel Feliciano da Silva Junior S Hardy Leonardo da Cunha Pereira Pinto S Ronaldo Gonalves Izetti

    This work presents the concept of the intelligent well, its components,

    application in Petrobras and benefits. A well is called intelligent if, and only

    if, it adds value to the project during its life cycle. Monitoring of production

    parameters elements and/or flow control devices are used for this purpose.

    Subsurface monitoring gained strength in the early nineties with the

    increase of the reliability and improvement of metrological parameters of the

    sensors. This has accelerated the development of using optical technology,more robust for hostile environments such as downhole conditions.

    Petrobras is investing in the development of optical sensors, with important

    results, such as low cost sensors for applications in onshore fields. Flow con-

    trols main components, the valves, are presented as well as the automation

    of the operation, trying to demystify the hydraulic power units normally

    used in intelligent wells; which usually present a higher level of automation,

    resulting in more efficient use of human and material resources. The inte-

    gration of these components with other completion equipment, such as theartificial lift systems and the sand control, is also presented.

    (Expanded abstract available at the end of the paper).

    Este trabalho apresenta o conceito de poo inteligente, seus compo-

    nentes, sua aplicao na Petrobras e os benefcios esperados. Um poo

    denominado inteligente se, e somente se, maximiza o valor agregado do

    projeto durante seu ciclo de vida. Para isto, ele se vale de elementos de

    monitorao de parmetros de produo e/ou de dispositivos para controlede fluxo. A monitorao de subsuperfcie ganhou fora desde os anos 90,

    com o aumento da confiabilidade e com a melhoria dos parmetros

    metrolgicos dos sensores. Isto impulsionou o desenvolvimento de sen-

    sores que utilizavam tecnologia ptica mais robusta para ambientes hostis,

    PALAVRAS-CHAVE:

    completao inteligente

    campo inteligente

    poo inteligente sensor a fibra ptica

    sensor permanente

    vlvulas de fundo

    controle de fluxo

    unidades hidrulicas automatizadas

    KEYWORDS:

    intelligent completion

    intelligent field

    intelligent well

    fiber optic sensor

    downhole sensor

    downhole valve

    flow control

    automated hydraulic power unit

    resumo

    abstract

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    Poos intel igentes na Petrobras Si lva Junior et a l .

    como nas condies de fundo de poo. A Petrobras teminvestido bastante no desenvolvimento de sensores p-

    ticos e apresenta resultados bastante importantes, co-

    mo, por exemplo, os sensores de baixo custo voltados

    para aplicaes em campos terrestres. O controle de flu-

    xo apresentado tanto nos seus componentes princi-

    pais, as vlvulas, como na automao de sua operao.

    Desmistifica-se as unidades hidrulicas normalmente

    utilizadas em poos inteligentes, que apresentam ummaior grau de automao, tendo com o resultado uma

    utilizao mais eficiente de recursos humanos e mate-

    riais. A integrao destes componentes com outros ele-

    mentos da completao, como a elevao artificial e a

    conteno de areia, tambm so apresentados.

    o que poointe l igente?Equipar uma completao com sensores de fundo

    e dispositivos de controle de fluxo remoto, permitindo

    acesso informao em tempo real e decises mais

    geis (CERA DOFF)*, corresponde definio de com-

    pletao inteligente aceita pela Petrobras. Um pooequipado com componentes inteligentes denomina-

    do poo inteligente se, e somente se, maximiza o valor

    agregado do projeto durante o seu ciclo de vida

    (SHELL)**.

    * Definio de completao inteligente do Digital Oil

    Field of the Future da Cambridge Energy Research

    Associates.** Definio de poo inteligente da Royal Dutch Shell.

    e lementos de umpoo inte l igentesensores permanentes

    Embora os sistemas de monitorao permanente

    em poos de leo e gs tenham iniciado seu uso no

    final dos anos 60, foi apenas no incio dos anos 90,

    quando sua confiabilidade atingiu nveis aceitveis, quehouve adoo expressiva por parte dos operadores.

    Vale ressaltar que no s aconteceu um aumento na

    confiabilidade como tambm uma melhoria significati-

    va dos parmetros metrolgicos. Os responsveis por

    essa evoluo foram: a utilizao de cristal de quartzo

    no elemento sensor e a melhoria da robustez da eletr-

    nica embarcada (Baker et al. 1995).

    No final dos anos 90, outra tecnologia, a dos senso-res a fibra ptica, surgiu com a viso de aumento da

    confiabilidade e de facilidade da atualizao tecnolgi-

    ca (OPTICAL..., 2006). Atualmente, os sensores a fibra p-

    tica possuem uma adoo crescente, principalmente em

    poos de gs de alta vazo e em poos high pressure/

    high temperature (HP/HT). A Petrobras investiu bastan-

    te nessa tecnologia para expandir seu universo de apli-

    caes e conta hoje com solues de baixo custo paracampos maduros oriundas do desenvolvimento da tec-

    nologia de redes de Bragg em parceria com a Pontifcia

    Universidade Catlica do Rio de Janeiro (PUC-Rio).

    Hoje quase todas as grandes companhias de servio

    possuem sensores a fibra ptica seja por meio de desen-

    volvimento prprio ou por meio de aquisies. Dentre

    os produtos disponveis no mercado, podem-se destacar:

    sensor de presso e temperatura (P/T);

    sensor de vazo monofsica e multifsica;

    sensores distribudos e quase distribudos

    de temperatura;

    acelermetros para ssmica de poo.

    Os mais utilizados so o distribudo de temperatura e

    o P/T. Na tabela 1 feita uma anlise comparativa das prin-

    cipais caractersticas dos sensores P/T eletrnicos e pticos.

    Em um poo inteligente, os sensores tm um papel

    relevante, pois por eles se obtm, em tempo real, a per-

    cepo do processo de produo. Atualmente, tem sido

    aceita pela Petrobras a classificao dos sensores em:

    pontuais;

    distribudos;

    quase distribudos.

    Os sensores pontuais so aqueles que possuem ape-

    nas um ponto de leitura da varivel de processo esco-

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    lhida para monitorao. Normalmente, essa varivel a

    presso obtida em uma profundidade prxima ao reser-

    vatrio ou no intervalo de interesse. Um exemplo desses

    sensores opermanent downhole gauge (PDG).

    Os sensores quase distribudos permitem a moni-

    torao da varivel de processo em diversos pontos de

    um reservatrio ou em um intervalo de interesse, com

    sensores numa densidade elevada (> 100). Desta for-

    ma, uma completao em trs intervalos, com um sen-

    sor de presso em cada intervalo, no pode ser carac-

    terizada como um sistema quase distribudo devido

    baixa densidade de sensores.

    Os sensores distribudos so aqueles que permitem

    a monitorao de uma varivel de processo com umaresoluo espacial to pequena quanto se queira. Um

    exemplo desses sensores o distributed temperature

    sensing (DTS).

    packers

    Tm como funo principal isolar hidraulicamente

    cada zona produtora ou injetora do poo a ser contro-

    lada e monitorada permitindo, assim, o controle seleti-

    vo destas zonas. Alm deste isolamento hidrulico, o

    packersuperior da coluna de completao inteligente

    tambm possui as funes de ancorar a coluna e de

    promover a primeira barreira de segurana do anular,

    funes bsicas dospackers de produo.

    Por ter o objetivo especfico de isolamento, ospack-

    ers de completao inteligente podem apresentar

    tanto os mecanismos de ancoragem (cunhas) e isola-

    mento (borrachas) como tambm apenas o mecanismode isolamento. Estes packers permitem seu uso mlti-

    plo, pois, devido falta do mecanismo de ancoragem,

    no requerem trao extra para sua recuperao,

    Tabela 1 - Comparao entre as principais caractersticas dos sensores P/T eletrnicos e pticos.

    Tabel 1 - Comparison between the characteristics of electronic and optical P/T sensors.

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    podendo inclusive ser desassentados e recuperados por

    meio de ferramenta de atuao mecnica secundria.

    Mecanicamente, ospackers utilizados para comple-

    tao inteligente se diferenciam dospackers convencio-

    nais por apresentarem orifcios de passagem, tambm

    conhecidos como penetraes, que permitem a passa-

    gem das linhas de controle: hidrulicas, eltricas ou pti-

    cas. Nestes orifcios so instalados conectores para a ve-

    dao entre cada linha de controle e opacker. O nme-ro de penetraes uma caracterstica do projeto de

    cadapackere deve constar de sua especificao no pro-

    jeto de completao. Existem no mercadopackers com

    quatro a nove passagens para linhas de controle.

    Outra caracterstica importante dospackers estudados

    se refere necessidade da no-movimentao relativa de

    seus componentes durante o assentamento. O objetivo

    dessa no-movimentao evitar a transmisso de tenso slinhas de controle e tambm o risco de rompimento destas.

    vlvulas

    Os dispositivos de fundo de poo que garantem a

    monitorao e o controle individual, simultneo, remo-

    to e em tempo real das diversas zonas do poo con-

    ceito primrio dos sistemas de completao inteligente so os sensores dos parmetros do poo e as vlvulas

    inteligentes de controle de subsuperfcie.

    As vlvulas de controle de fluxo podem ser classifi-

    cadas segundo seu mecanismo de atuao ou seu tipo

    de controle do fluxo.

    Modos de acionamento:

    hidrulico;

    eltrico;

    multiplexado (comando eltrico e

    acionamento hidrulico).

    Tipos de controle de fluxo:

    abre-fecha (on-off);

    multiposio;

    variao contnua.

    As vlvulas de acionamento hidrulico so as mais

    comuns. O acionamento se faz por meio de um pisto

    balanceado que faz a camisa deslizante (sliding sleeve)

    se deslocar obstruindo total ou parcialmente os orifcios

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    Poos intel igentes na Petrobras Si lva Junior et a l .

    de acesso da vlvula. Em vlvulas infinitamente vari-

    veis, faz-se necessrio o uso de um sensor de posicio-

    namento. Em vlvulas multiposio, normal que exista

    um indexador que limite o curso da vlvula conforme o

    ciclo de movimentao atravs de um came mecnico

    (por exemplo, oJ-slotda Baker Oil Tools). ou que exista

    algum dispositivo que, alm de fornecer a presso ne-

    cessria, apenas desloque para a vlvula um volume

    controlado fazendo com que esta se mova em passos(por exemplo, a Accupulse da WellDynamics).

    O acionamento requer, ento, duas linhas hidrulicas

    por vlvula, o que pode causar complicaes na instalao

    devido ao aumento do dimetro da completao. Para

    reduzir este problema, uma soluo comumente adotada

    pelos fabricantes para vlvulas on-offe multiposio a

    conexo de todas as linhas de fechamento em uma linha

    hidrulica comum. Utiliza-se uma lgica bastante simplespara acionamento, que se vale do fato do uso de pistes

    balanceados. A movimentao no sentido de abertura

    obtida ao pressurizar a linha de abertura da vlvula e

    acompanhar o retorno do fluido pela linha de fechamen-

    to comum. Na movimentao no sentido do fechamento

    de uma vlvula, primeiramente pressuriza-se a linha de

    abertura de todas as vlvulas que se deseja manter nesta

    posio e em seguida, pressuriza-se a linha de fechamen-to comum. As vlvulas que forem mantidas pressurizadas

    no se movero, pois apresentaro presso diferencial

    entre suas tomadas igual zero (ou prximo disso),

    enquanto as demais iro se mover no sentido do

    fechamento, acionadas pela linha comum.

    Nas vlvulas de acionamento eltrico, o deslocamen-

    to do mecanismo de controle da vlvula (choke) feito

    pela atuao de um motor eltrico. Tais vlvulas reque-

    rem apenas uma nica linha de acionamento eltrica que

    envia um sinal eltrico decodificado pelas vlvulas, o que

    as torna propcias para uso em instalaes com restrio

    de passagem pelo suspensor da coluna (tubing hanger).

    As vlvulas de acionamento multiplexada so as

    mais complexas. O comando da vlvula feito eletrica-

    mente e decodificado no mdulo de comando de cada

    vlvula, permitindo o acionamento hidrulico do seu

    mecanismo de controle. Desta forma, um sistema multi-

    plexado com mltiplas vlvulas requer apenas duas linhas

    de controle hidrulico e uma linha eltrica que tambm

    pode ser compartilhada com o sistema de monitorao.

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    Hoje em dia, os sistemas hidrulicos diretos so osmais usados por serem mais econmicos em relao

    aos eltricos e aos multiplexados.

    Quanto ao tipo de controle de fluxo, as vlvulas do

    tipo abre-fecha (on-off) possuem apenas um estgio de

    atuao que cicla a vlvula entre as posies totalmen-

    te aberta e totalmente fechada.

    As vlvulas do tipo multiposio se caracterizam por

    possuir diversos estgios de abertura, tendo uma varia-o discreta de quatro a doze posies, a depender do

    projeto da vlvula. Neste tipo de controle, a cada acio-

    namento da vlvula, seu mecanismo de controle muda

    uma posio seqencialmente. Isto permite o aumento

    progressivo da rea aberta ao fluxo at a posio total-

    mente aberta, retornando no prximo estgio a posi-

    o totalmente fechada.

    Nas vlvulas de variao contnua possvel o incre-mento infinitesimal do sistema de controle de fluxo

    (choke) a cada acionamento. Isto permite qualquer

    abertura percentual da mxima rea aberta ao fluxo

    que ocorre na posio totalmente aberta.

    Os orifcios das vlvulas podem apresentar diferentes

    geometrias, desenhadas de acordo com parmetros

    como: tipo da vlvula, vazo esperada, regime de escoa-

    mento, etc. As geometrias mais comuns so furos circu-lares e rasgos alongados. Os furos circulares so mais

    comuns em vlvulas abre-fecha e multiposio, caso em

    Figura 1 - Exemplosde geometrias de

    vlvulas de comple-tao inteligente (a)orifcios circulares e(b) rasgos elpticos.

    Figure 1 - Examplesof intelligentcompletion valve

    orifice geometries:(a) circular and(b) slotted.

    Figura 2 - Variao de inflow performance

    relationship (IPR) a partir da variao daabertura da vlvula. Azul: IPR do poo; Roxo:

    curva de perda de carga no tubo; Verde:

    presso diferencial entre IPR e perda decarga; demais curvas: perda de carga navlvula para diversos valores de choke(Konopczynski e Ajayi, 2004).

    Figure 2 - Valve choke variation and inflowperformance relationship (IPR) variationrelationship. Blue: IPR; Purple: tubing

    performance curve (TPC); Green: pressuredifferential; other: valve performance curves

    at several choking values (Konopyczynskie Ajayi, 2004).

    que, para cada posio, apenas um conjunto de furospermite a passagem de fluido. O dimetro dos furos

    calculado a partir dos parmetros de produo ou inje-

    o, sendo feito sob medida para o poo. As vlvulas

    com rasgos alongados podem ser desenhadas para qual-

    quer tipo de operao. A vazo vai ser funo da posio

    do rasgo em relao janela, permitindo at mesmo

    uma vlvula com choke infinitamente varivel (fig. 1).

    As vlvulas de fundo de poo com controle de fluxo(multiposio ou variao contnua) apresentam curvas

    de vazo do tipo igual percentagem, ou seja, aquela

    que, para cada deslocamento, corresponde uma igual

    variao na percentagem do fluxo (fig. 2).

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    bastante simples, executa ento a seqncia de aciona-mento das solenides necessrias, conforme a lgica

    projetada pelo fornecedor dos equipamentos para a

    movimentao de vlvulas. Aps a estabilizao da

    presso nas linhas desejadas, o CLP aguarda um tempo

    determinado antes de ventil-las, adequado ao que

    esperado para o trmino da movimentao.

    Em alguns projetos de automatizao da HPU, onde

    se deseja assegurar que houve a movimentao dasvlvulas, a linha de controle que estiver despressurizada

    (linha de abertura no caso de um fechamento e vice-

    versa) conectada a um pequeno tanque onde o CLP

    verifica o volume de retorno. Tal volume deve estar em

    um intervalo compatvel com o esperado pelo desloca-

    mento do pisto para a operao solicitada, aps o

    tempo esperado.

    Alguns fabricantes incluem tambm a anlise davazo de retorno para determinar o momento em que a

    vlvula parou de se mover, antes de medir o volume de

    retorno, seja pelo processamento desta ou pela medio

    direta em um tanque de retorno. A medio desta vazo,

    que muito pequena, bastante complexa, aumentan-

    do demasiadamente o custo da unidade.

    Uma HPU totalmente automtica pode incluir tam-

    bm a funcionalidade de comando remoto. O CLP po-de ser utilizado para implementar um protocolo de co-

    municao e os mesmos comandos, disponibilizados

    localmente, serem disponibilizados para atuao pelo

    sistema supervisrio da plataforma. Dados importantes

    para manuteno tambm podem ser exteriorizados

    desta forma, simplificando o processo de diagnstico

    de problemas (fig. 3).

    Uma opo, para quando o custo a premissa fun-

    damental, a utilizao de uma unidade itinerante:

    montada em umskidou em um caminho. A unidade

    seria provida de mangueiras com conectores de engate

    rpido que seriam conectadas diretamente nas toma-

    das existentes no adaptador de sada da cabea de pro-

    duo e a movimentao das vlvulas seria feita direta-

    mente por esta unidade. A vantagem deste processo

    principalmente econmica, uma vez que uma unidade

    pode ser utilizada para vrios poos, j que as movi-mentaes de vlvulas no so freqentes.

    Existem vrios fatores que podem adicionar uma

    complexidade operacional indesejvel ao processo e

    Alm do perfil de vazo da vlvula, necessrio es-pecificar, durante a sua seleo, a presso mxima de ope-

    rao e a presso mxima diferencial. A presso mxima

    de operao especifica a maior presso qual a vlvula

    totalmente fechada pode ser submetida sem sofrer per-

    da de estanqueidade ou dano ao selo, situao existente

    durante intervenes, por exemplo, no assentamento de

    packers e testes de estanqueidade do equipamento de pro-

    duo. A presso mxima diferencial especifica a maiorpresso entre coluna e anular qual a vlvula pode ser

    submetida para operar normalmente sua abertura, con-

    dio encontrada durante a operao normal do poo.

    unidade de controle remoto

    Para movimentar vlvulas de acionamento hidruli-

    co, necessrio se utilizar uma unidade de potnciahidrulica (hydraulic power unit- HPU). Basicamente, a

    unidade hidrulica tem a funo de pressurizar um flui-

    do at um determinado nvel que varia de acordo com

    o fabricante (o normal que seja em torno de 5 000 psi).

    Para isto ela utiliza uma bomba hidrulica e distribui

    esta presso nas linhas de controle atravs de um con-

    junto de vlvulas (manifold). A bomba pode ser aciona-

    da eltrica ou pneumaticamente, de acordo com adisponibilidade da infra-estrutura. Por exemplo, se no

    existir um suprimento de ar comprimido no local de

    instalao (caso comum em poos onshore), para o

    caso onde a bomba pneumtica, ser necessria tam-

    bm a existncia de um compressor, o que aumenta a

    probabilidade de falha devido ao acrscimo da comple-

    xidade do sistema.

    Uma vez atingido o nvel de presso, o operador

    manobra as vlvulas necessrias na unidade, de acordo

    com o procedimento descrito pelo fabricante do siste-

    ma, para que haja o deslocamento das vlvulas de con-

    trole de fluxo de subsuperfcie. Em algumas unidades

    hidrulicas, possvel utilizar pequenos acumuladores

    para uma maior estabilizao da presso de sada.

    A fim de simplificar a operao, a unidade hidruli-

    ca pode ser construda para uma operao inteira-

    mente automtica, incluindo um controle de aciona-mento da bomba a partir da sua presso de sada e uti-

    lizando vlvulas solenides para acionar as linhas de

    controle. Um controlador lgico programvel (CLP),

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    mente hostil (altas salinidade e acidez), os cabos devem

    apresentar tambm uma proteo mecnica contra cho-

    ques e arrastamentos contra o revestimento que pos-

    sam ocorrer durante a instalao e posteriores inter-

    venes. Existem diversas formas de proteo mecni-

    ca, porm as mais comuns so a armadura de ao e o

    uso de um tubo de ao inoxidvel similar ao de instru-

    mentao, em geral com 1/4 de dimetro, mas po-

    dendo variar conforme a caracterstica do cabo.

    Atualmente, novos materiais esto sendo utilizados

    para a confeco dos tubos de proteo, entre eles ao

    com liga de nquel, polmeros e ligas de alumnio (por

    exemplo, duralumnio), de acordo com a especificidadedo ambiente onde este cabo permanecer. Do lado de

    fora da proteo mecnica, a utilizao de um revesti-

    mento polimrico oferece proteo adicional contra

    possvel que esta opo comprometa, em longo prazo,

    o benefcio econmico previsto. Alguns desses fatores

    so: a necessidade de se deslocar o equipamento para

    as manobras, a necessidade de se preencher as linhas

    com fluido (flushing), o risco de contaminao do flui-

    do hidrulico nas operaes de conexo e desconexo

    e a necessidade de se manter um registro acurado da

    posio corrente das vlvulas de todos os poos inteli-

    gentes do campo.

    cabos, conectores, penetradorese clamps

    Os cabos utilizados para os sistemas de monitora-

    o so peas fundamentais no sucesso da instalao.

    Alm de serem protegidos contra o ambiente quimica-

    Figura 3 - Diagrama simplificado para acionamento de vlvulas de completao inteligente em uma unidade hidrulica.

    Figure 3 - Simplified diagram of a hydraulic power unit for intelligent completion valves.

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    Poos intel igentes na Petrobras Si lva Junior et a l .

    ataques qumicos alm de absorver parte dos choques.Para aumentar a sustentao, cabos de armadura po-

    dem ser encapsulados lado a lado com o cabo principal

    no revestimento polimrico (fig. 4).

    Os cabos pticos so similares aos eltricos no que

    se refere proteo mecnica e ao revestimento poli-

    mrico. O cabo composto por duas ou trs fibras

    (multimodo, monomodo ou combinao destas), por

    um elemento de Kevlar para auxiliar a sustentao e atrao e tambm por um preenchimento para manter

    todo este ncleo sem retirar completamente sua mobili-

    dade. Os materiais do preenchimento do encapamen-

    to individual de cada fibra, assim como o da prpria

    fibra ptica dependem fortemente da temperatura

    qual o cabo ser submetido. No caso especfico da fibra

    ptica, a presena de hidrognio, advindo principal-

    mente da gua produzida, combinada com calor podelevar a um efeito chamado escurecimento por hidrog-

    nio (hydrogen darkening oushadowing).

    Durante a descida, o cabo necessita ser fixado co-

    luna de produo. Para tanto, inicialmente utilizaram-

    se cintas metlicas que, todavia, tendem a se romper

    nas intervenes. comum que este rompimento deixe

    muito material no poo e oferea risco de acunhar

    equipamentos, o que, em completao inteligente, um problema de maior importncia, devido comple-

    xidade da composio da coluna. Alm disso, em pon-

    tos onde ocorre um aumento de dimetro, tal como

    nas luvas, o cabo passa a ser muito mais danificado por

    se aproximar do revestimento. Assim, a utilizao de

    clamps se faz necessria. Estes so dispositivos que se

    prendem coluna fixando o cabo a esta, protegendo-

    o de eventuais choques com o revestimento. Apesar de

    mais caros do que cintas metlicas, os clamps so ainda

    bastante baratos e se apresentam como uma soluo

    melhor para a descida de cabos por apresentarem

    menor risco de se soltarem (fig. 5).

    Durante sua fabricao, os cabos pticos podem ser

    incorporados a flatpacks hbridos (ptico e hidrulico,

    eltrico e hidrulico, etc.), simplificando o procedimen-to de descida pela reduo do nmero de linhas indi-

    viduais a serem fixadas coluna de produo.

    Para conexo do sensor ao cabo, em geral so utili-

    zados conectores do tipo seco, ou seja, que no momen-

    to da conexo e da desconexo esto na superfcie.

    Estes conectores so, normalmente, montados na ex-

    tremidade do cabo e ligados ao sensor no momento de

    prend-lo ao mandril.

    No caso do uso de sensores a fibra ptica em ambien-

    tes onde a condio de trabalho seja menos severa

    Figura 4 - Exemplos de cabos utilizados

    em monitorao de fundo de poo

    (Baker et al. 1995).

    Figure 4 - Downhole cable examples

    (Baker et al. 1995).

    Figura 5 - Protetor de cabo (clamp) do tipo

    cross-coupling (Baker et al. 1995).

    Figure 5 - Cross-coupling clamp(Baker et al. 1995).

  • 7/30/2019 artigo Poos inteligentes

    9/20

    281

    Bo l e tim t cni co da Produo de Pe t r l eo , R i o de Jane iro - vo l ume 1 , n 2 , p . 273-292

    (poos terrestres, por exemplo), podem ser utilizadosconectores comuns usados em comunicao, com uma

    proteo mecnica externa. Esta condio, no entanto,

    est longe de ser a ideal para a maioria dos casos. Em

    poos com completao inteligente em mltiplos inter-

    valos, sero necessrios conectores secos, que sero

    montados na superfcie, para interligar os sensores

    entre as zonas durante a descida da coluna.

    Um penetrador necessrio para que o sinal possaatravessar o suspensor de coluna, impedindo a passa-

    gem de presso. Trata-se basicamente de um compo-

    nente onde h conectores em ambos os lados, com um

    condutor (ou fibra ptica) passando atravs dele, e com

    vedaes em ambos os lados para garantir a estanquei-

    dade at sua presso nominal (fig. 6).

    No caso da utilizao em completao subsea,

    indispensvel o uso de conectores molhados na mon-tagem da rvore de natal. Estes conectores permitem,

    por meio de uma barreira de presso, a conexo e a

    desconexo em ambiente submerso sem o risco de

    contato dos ferrolhos (peas responsveis pelo contato)

    com o ambiente.

    Em conectores com especificaes para guas pro-fundas, indispensvel que seja utilizada uma cmara de

    compensao de presso no lugar da barreira. No sus-

    pensor de coluna, um conector macho fica espera pelo

    lado fmea que est montado na rvore de natal. In-

    ternamente, este conector interligado com o dispositi-

    vo de sada da cabea de produo, disponibilizando um

    conector para o cabo que vai para a plataforma (fig. 7).

    Para conectores e penetradores eltricos, j existem

    solues qualificadas pela Petrobras, com larga utiliza-

    o. Os conectores pticos secos, disponveis por diver-

    sos fabricantes, j esto em processo de qualificao na

    companhia. Os conectores molhados ainda esto em

    fase inicial de desenvolvimento, visto que nenhuma

    soluo comercial apresenta a cmara de compensao

    de presso especificada pela Petrobras, baseada nos

    histricos de confiabilidade de conectores eltricos.

    sistema de superviso

    As informaes de monitorao dos poos devem

    ser apresentadas para os operadores de forma clara,

    em tempo real e com confiabilidade de informao e,

    Figura 6 - Diagrama mostrando a utilizaode penetradores e conectores secos para asada do cabo de sinais de monitorao e o

    controle pela cabea de produo. (Baker etal. 1995).

    Figure 6 - Penetrators and dry-mate connec-tors used for exit of monitoring and controlsignal cables through the wellhead (Baker et

    al. 1995).

    Figura 7 - Utilizaode conectoresmolhados emrvores de natal

    subsea(Baker et al. 1995).

    Figure 7 - Wet-mateconnectors used

    for subseachristmas trees(Baker et al. 1995).

  • 7/30/2019 artigo Poos inteligentes

    10/20

    para tanto, um sistema supervisrio deve ser utilizado.Este supervisrio pode ser uma das solues de merca-

    do j existentes tal como o iFix, o Case, o InTouch (utili-

    zados pelo rgo de Explorao e Produo da Compa-

    nhia, entre outros) ou as de desenvolvimento interno

    como o SCP, feito pela Unidade de Negcio de Explo-

    rao e Produo da Bahia (UN-BA) ou o Sisal, desen-

    volvido pela Unidade de Negcio de Explorao e Pro-

    duo do Rio Grande do Norte e Cear (UN-RNCE). Assolues internas visam obter alternativas de mais bai-

    xo custo de propriedade e simplicidade nos processos

    de atualizao e modificao. Devido diversidade de

    fabricantes e equipamentos que pode ser envolvida em

    um poo inteligente, imprescindvel que a conectivi-

    dade entre os equipamentos seja levada em conta em

    todas as fases do projeto (fig. 8). A escolha de equipa-

    mentos que se comuniquem utilizando protocolosabertos, de grande difuso na indstria, e a minimiza-

    o do nmero destes utilizados em um mesmo cam-

    po, alm de simplificar a conectividade, minimiza custo

    por meio da reduo da necessidade de equipamentos

    de compatibilizao de protocolos (bridges).

    O advento do gerenciamento digital integrado de

    campos de petrleo (GeDIg) veio a acrescentar a neces-

    sidade de interoperabilidade dos sistemas supervisrios

    com outros sistemas, sejam eles historiadores ou apli-

    caes especficas. Para tanto, faz-se necessria a com-

    282

    Poos intel igentes na Petrobras Si lva Junior et a l .

    patibilidade com os protocolos Open Standard forProcess Control(OPC), Object Linking and Embedding

    for Database (OLE DB) e futuramente com o Production

    Markup Language (Prodml).

    in tegrao com

    outros e lementosda completaoA completao inteligente pode ser usada isolada-

    mente ou em conjunto com outras tcnicas de com-

    pletao como, por exemplo, em poos com conteno

    de areia, com sistemas de elevao artificial, poos

    multilaterais, etc. Nestes casos fundamental um pro-jeto detalhado das interfaces para que os sistemas per-

    maneam operacionais e confiveis.

    Em poos com conteno de areia, a completao

    inteligente fica limitada ao controle de apenas duas

    zonas. Isto acontece devido ao restrito espao interno

    que inviabiliza o posicionamento das vlvulas dentro

    das telas de conteno. Nestes casos, utiliza-se o artif-

    cio de se incluir uma rea polida, entre os dois sistemas

    de conteno de areia, que promova a vedao da

    extremidade de uma coluna, de pequeno dimetro,

    Figura 8 - Integrao entre os sistemassupervisrios e historiadores, conformeprevisto pelo GeDIg.

    (Silva Junior et al. 2005).

    Figure 8 - Supervisory and historian systemsintegration, as proposed by GeDIg.(Silva Junior et al. 2005).

  • 7/30/2019 artigo Poos inteligentes

    11/20

    concntrica ao sistema de conteno de areia. Na partesuperior da coluna de completao utilizam-se duas

    vlvulas inteligentes que controlaro o fluxo de cada

    zona, sendo que a vlvula inferior possui uma camisa

    externa (shroud) para possibilitar o controle do fluxo da

    zona inferior atravs da coluna de pequeno dimetro.

    A vlvula superior convencional e regula o fluxo da

    zona superior por meio do anular entre a coluna de

    pequeno dimetro e os tubos telados (fig. 9).A aplicao de completao inteligente em poos

    equipados com sistemas de elevao artificial notada-

    mente poos equipados com bombeio centrfugo sub-

    merso (BCS), onde a freqncia de troca dos sistemas

    de bombeio requer intervenes freqentes com recu-

    perao da coluna de produo fica comprometida. A

    complexidade operacional e elevados custos associados

    constante recuperao, reparo e reinstalao do sis-tema de completao inteligente, originalmente proje-

    tado para instalaes permanentes ao longo da vida til

    do poo, so aspectos a desfavorecer a sua utilizao.

    Para compatibilizar os sistemas de completao

    inteligente com os sistemas de elevao artificial, ne-

    cessrio o desenvolvimento de ferramentas ou projetos

    de completao que permitam interveno na coluna

    superior que contm o sistema de bombeio indepen-

    dentemente da parte inferior com o sistema de comple-

    tao inteligente.

    Em poos equipados com bombeio mecnico, utili-

    zam-se bombas insertveis que permitem manuteno

    freqente, sem a necessidade de retirada da coluna

    com o sistema de completao inteligente.

    J os sistemas de gas liftno interferem na com-

    posio do projeto de completao inteligente, sendo,

    portanto, o mtodo de elevao artificial mais com-

    patvel com o uso de completao inteligente.

    Os sistemas de bombeio centrfugo submerso (BCS)

    constituem o pior cenrio para o uso de completao

    inteligente por necessitarem de manuteno freqente

    com troca do conjunto. No caso de no se usar ferra-

    mentas especiais de desconexo, a retirada do sistema

    de completao inteligente inevitvel.

    A ferramenta de desconexo molhada (WetDesconection Tool - WDT) pode possuir conexes hi-

    drulicas, eltricas ou pticas, individualmente ou com-

    binadas entre si. Isto depende do tipo de acionamento

    283

    Bo l e tim t cni co da Produo de Pe t r l eo , R i o de Jane iro - vo l ume 1 , n 2 , p . 273-292

    Figura 9 -Completaointeligente em

    poos equipadoscomgravel pack.

    Figure 9 -Intelligent

    completion inwells equippedwith gravel pack.

  • 7/30/2019 artigo Poos inteligentes

    12/20

    284

    Poos intel igentes na Petrobras Si lva Junior et a l .

    dos sistemas de controle (eltricos, hidrulicos ou mis-tos) e de monitorao (eltricos ou pticos) com o qual

    ir operar.

    Um dos principais problemas para o custo elevado

    dos elementos dos poos inteligentes em aplicaes

    offshore a falta de compatibilidade entre os sistemas

    subsea e os sistemas inteligentes. Os resultados so

    sempre projetos especiais cujos custos iniciais so ele-

    vados e apresentam pouca flexibilidade devido de-pendncia de um fabricante especfico. A criao do

    intelligent well interface standardization (IWIS) (Going

    et al. c2006) surgiu da iniciativa de fabricantes e opera-

    dores de reverter esse quadro criando uma padroniza-

    o para as interfaces entre os sistemassubsea e os sis-

    temas inteligentes.

    O IWIS trata da padronizao das interfaces fsicas,

    alimentao, comunicao e testes dos poos inteli-gentes, cujos resultados so parte da ISO 13628, parte

    6 (subsea production control systems).

    completaointe l igente naPetrobrasaplicaes em poos submarinos

    A primeira instalao de um sistema de completaointeligente em um poo submarino da Petrobras ocor-

    reu em agosto de 2003 no poo injetor 8-MLS-67HA-

    RJS da Unidade de Negcio de Explorao e Produo

    do Rio de Janeiro (UN-Rio). Nesta oportunidade, foi des-

    cido um conjunto totalmente eltrico da Baker para via-

    bilizar a injeo de gua seletivamente em duas zonas

    por meio de vlvulas de controle de subsuperfcie eltri-

    cas com variao contnua de choke (fig. 10).Aps a instalao do sistema de completao, foi

    testado e qualificado o sistema SCRAMS da Well-

    Figura 10 - Esquema de completao do poo injetor 8-MLS-67HA-RJS.

    Figure 10 - Intelligent completion schematic for injector well 8-MLS-67HA-RJS.

  • 7/30/2019 artigo Poos inteligentes

    13/20

    285

    Bo l e tim t cni co da Produo de Pe t r l eo , R i o de Jane iro - vo l ume 1 , n 2 , p . 273-292

    Dynamics no poo injetor 8-RO-35D-RJS do Campo deRoncador, na UN-Rio. Este poo est localizado a

    14,5 km do floating production storage and offloading

    (FPSO) Brasil, em LDA de 1 890 m, o que tornou a apli-

    cao atpica e desafiadora. O desafio poder ser expli-

    cado porque, a esta distncia, sistemas de controle

    hidrulicos diretos no so adequados, devido demo-

    ra na resposta do comando e ao grande risco de falhas

    por entupimentos da linha de controle. Desta forma,optou-se por usar o sistema multiplexado da Well-

    Dynamics com vlvulas de variao contnua de choke.

    Estas vlvulas so acionadas hidraulicamente por meio

    de um mdulo de controle eltrico multiplexado (SAM

    Tool) que controlam seletivamente a injeo de gua

    em duas zonas distintas. Para minimizar os efeitos da

    distncia nos sinais do sistema de monitorao e con-

    trole, foi utilizado um cnister na rvore de natal mo-lhada (ANM) para amplificar os sinais entre a unidade

    de produo e o poo (fig. 11).

    Posteriormente, foi realizada a terceira instalao de

    completao inteligente em poo submarino no poo

    produtor 7-BI-21H-RJS do Campo de Bicudo da

    Unidade de Negcio de Explorao e Produo da Ba-cia de Campos (UN-BC). Este sistema foi composto por

    apenas uma vlvula hidrulica on-offcom a finalidade

    de prevenir a produo prematura de gs proveniente

    da zona superior, impedindo assim o aumento descon-

    trolado da RGO. Este poo possui um trecho horizontal

    de 1 150 m com conteno de areia e, pela primeira

    vez, foi usado um sensor duplo de presso e tempera-

    tura do tipo Harvest da QuantX (fig. 12)

    Figura 11 - Esquema de completao dopoo injetor 8-RO-35D-RJS.

    Figure 11 - Intelligent completion schematic

    for injector well 8-RO-35D-RJS.

    Figura 12 - Esquema de completao dopoo produtor 7-BI-21H-RJS.

    Figure 12 - Intelligent completion schematic

    for producer well 7-BI-21H-RJS.

  • 7/30/2019 artigo Poos inteligentes

    14/20

    286

    Poos intel igentes na Petrobras Si lva Junior et a l .

    aplicaes em poos terrestresO primeiro piloto de campo inteligente da Petrobras

    foi instalado no Campo de Carmpolis (SE) sendo cons-

    titudo por seis poos produtores inteligentes e um

    poo injetor inteligente. Os poos foram completados

    com trs intervalos isolados por packers, com monito-

    rao ptica de presso e de temperatura em cada um

    deles e, no caso dos produtores, um sensor de pressoe temperatura foi colocado acima do packerde pro-

    duo para otimizao da elevao artificial (no caso,

    bombeio mecnico). O poo produtor utiliza vlvulas

    de controle de fluxo do tipo abre-fecha (on-off), en-

    quanto os injetores utilizam vlvulas multiposio, com

    seis posies intermedirias (choke); todos os sistemas

    foram fornecidos com unidades hidrulicas totalmente

    Tabela 2 - Poos inteligentes instalados em Carmpolis (SE).

    Tabela 2 - Intelligent wells in Carmpolis (SE).

    automticas e com operao remota (Pereira Pinto etal. c2006). Para os poos, foi escolhido o protocolo de

    comunicao Modbus e a utilizao de rede Ethernet

    por serem padres abertos e bastante utilizados na

    indstria. Rdios Ethernet de 34 Mbps de alta disponi-

    bilidade fornecem uma capacidade de trfego imensa-

    mente superior necessria, possibilitando testes de

    maior complexidade e um maior nmero de disposi-

    tivos por poo (tabela 2).Um dos objetivos do primeiro piloto de campo inte-

    ligente instalado em Carmpolis avaliar as diversas

    tecnologias existentes. Para a monitorao ptica, fo-

    ram escolhidos os sensores pticos P/T desenvolvidos

    pela Petrobras conjuntamente com a PUC-Rio, exceto

    no poo 7-CP-976-SE, onde foram testados os sensores

    e os sistemas de superfcie da Weatherford. Alm disso,

  • 7/30/2019 artigo Poos inteligentes

    15/20

    287

    Bo l e tim t cni co da Produo de Pe t r l eo , R i o de Jane iro - vo l ume 1 , n 2 , p . 273-292

    neste poo tambm foi testada a unidade hydraulicallycontrolled addressing unit(HCAU) que chaveia as linhas

    hidrulicas entre as vlvulas minimizando o seu nmero.

    No poo 7-CP-130-SE, foram testados packers de

    isolamento da Welldynamics que no apresentam me-

    canismos para ancoragem. Neste e tambm no 7-CP-

    1316D-SE foram testados os equipamentos de comple-

    tao inteligente de baixo custo para poos com reves-

    timento de 5 1/2, um dos principais resultados desteprojeto.

    No poo 7-CP-1527D-SE, a preocupao com a

    trao necessria para o desassentamento dospackers

    levou ao uso de uma vlvula encamisada, acima de um

    packerpermanente que isola o intervalo inferior. Para a

    monitorao deste intervalo, um sensor denominado

    2P2T (duas presses e duas temperaturas) foi utilizado,

    medindo a presso da zona inferior por meio de umtubo capilar.

    Devido ao alto ndice de intervenes para substitui-

    o de bombas no campo, o que seria um grande pro-

    blema dado o grau de complexidade da coluna instala-

    da, optou-se pela instalao de uma bomba insertvel

    acima da completao inteligente. Um estudo de seis

    meses foi conduzido anteriormente em outro poo, uti-

    lizando monitorao ptica e posicionando a bomba em

    duas diferentes profundidades. Isto provou que a dife-

    rena de produo entre as duas posies de instalao

    da bomba era desprezvel (Silva Junior et al. 2005).

    conc lusesOs benefcios esperados pela utilizao de poos

    inteligentes se refletem em vrios aspectos. O primeiroe mais evidente quanto otimizao da produo. A

    monitorao permanente, associada a um controle de

    fluxo, permite uma otimizao do gerenciamento de

    reservatrios. Testes de formao podem ser feitos com

    muito mais simplicidade, uma vez que se tem controle

    sobre o fluxo seletivo.

    Testes de interferncia podem ser feitos coordena-

    damente com poos produtores e injetores, fornecen-do dados mais precisos para a elaborao e o aperfei-

    oamento dos modelos de reservatrios. Por meio dos

    dados obtidos, pode-se avaliar a produo de gua e

    agir de forma a reduzir o seu volume. reduzida tam-bm a necessidade de tratamento de gua para descar-

    te ou reinjeo, seja pela restrio na produo, seja

    pela mudana do perfil de injeo (Glandt, 2003). A mo-

    nitorao da injeo de vapor permite a avaliao con-

    tnua do processo, levando a uma maior eficincia.

    A monitorao de temperatura distribuda pode ser

    utilizada para otimizao dogas liftpor meio da anli-

    se da abertura das vlvulas pela variao da tempera-tura. Para mtodos de bombeio mecnico ou eltrico

    submerso, a monitorao permanente de presso per-

    mite um aumento da eficincia do mtodo por meio de

    um ajuste automtico dos parmetros de bombeio.

    Os dados de superfcie e subsuperfcie, obtidos com

    a monitorao na completao inteligente, podem ser

    utilizados para se tentar uma deteco antecipada de

    falhas (early fault prediction) dos equipamentos ou doprocesso. Uma vez que uma massa significativa de da-

    dos seja coletada, incluindo diversas situaes normais

    e anormais de poo devidamente registradas pela

    operao podem ser usadas tcnicas avanadas de

    processamento de sinais para que sejam detectadas

    assinaturas precedendo os eventos; entre estas tcni-

    cas, tem-se o data mining e o uso de redes neurais e de

    filtragem adaptativa. Um trabalho como este se encon-

    tra em desenvolvimento para os dados obtidos no pilo-

    to de campo inteligente de Carmpolis.

    A monitorao de parmetros do campo, no ape-

    nas de produo, mas tambm de diagnsticos dos

    equipamentos, permite uma melhor utilizao dos

    recursos, tanto humanos quanto materiais. Tradicio-

    nalmente, feita uma ronda para verificar problemas

    no campo, que quando constatados, necessitam ser

    diagnosticados e endereados a uma equipe especficapara os reparos. Com uma monitorao on-line, diver-

    sas falhas podem ser diagnosticadas em pouco tempo

    e, associada ao conhecimento do equipamento exis-

    tente, a equipe certa pode ser deslocada para a soluo

    de problemas. Isto evita o deslocamento desnecessrio

    de equipes, otimizando a utilizao de recursos

    humanos e materiais.

    Utilizando-se as tcnicas de predio de falhas, umprograma de manuteno de carter tanto preditivo

    quanto preventivo pode ser adotado de forma a mini-

    mizar as paradas de produo, maximizando o retorno.

  • 7/30/2019 artigo Poos inteligentes

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    referncias bibliogrficas

    288

    Poos intel igentes na Petrobras Si lva Junior et a l .

    Um campo com vrios poos inteligentes pode ser pro-jetado para permitir seu gerenciamento integrado. Isto

    pode acontecer por meio da monitorao dos parme-

    tros de produo e injeo dos poos e de sua anlise

    conjunta bem como a anlise dos dados de manuten-

    o, como paradas e intervenes. Desta forma, um

    melhor planejamento da produo pode ser feito, de

    forma a buscar um ponto timo.

    O ponto que deve ser considerado quando se anali-sa os componentes das tecnologias inteligentes o

    cenrio de aplicao. Como toda ferramenta, ela no

    adequada a qualquer cenrio. Uma avaliao, no ape-

    nas econmica, mas de valor agregado deve ser utiliza-

    da quando os componentes inteligentes so especifica-

    dos. Um bom exemplo o caso dos campos maduros

    terrestres no Brasil que possuem uma grande distribui-

    o geogrfica associada baixa produtividade indivi-

    dual dos poos; nesses cenrios o oramento tem umpeso significativo. Deve-se avaliar o impacto operacio-

    nal das mudanas e tambm o valor individual de cada

    ferramenta para o processo produtivo, devido ao volu-

    me. O desenvolvimento de ferramentas que permitam

    fazer uma avaliao econmica associada quantifica-

    o do valor agregado ao processo dos componentes

    inteligentes hoje uma necessidade. Esforos internos

    e externos empresa esto sendo despendidos nessesentido com o objetivo claro de corroborar decises na

    escolha de componentes inteligentes tentando respon-

    der as perguntas sobre o que, onde e quando utilizar.

  • 7/30/2019 artigo Poos inteligentes

    17/20

    289

    Bo le tim t cn ico da P roduo de Pe t r l eo , R io de J ane i r o - vo lume 1, n 2 , p . 273-292

    Manoel Feliciano da Silva Junior

    S Centro de Pesquisas da Petrobras (Cenpes)S Gerncia de Tecnologia e Engenharia dePoos

    e-mail: [email protected]

    Manoel Feliciano da Silva Junior engenheiro eletrnico, formadopela Universidade Federal de Pernambuco - UFPE (1989) e Mestre emEngenharia Mecnica pela PUC-Rio (2004). Ingressou na Petrobrasem 1990, como engenheiro de equipamentos, tendo trabalhado emdiversas unidades da Petrobras na Aquisio Geofsica Terrestre. Desde1999, trabalha no Centro de Pesquisas da Petrobras, onde atualmentedesenvolve tecnologias para o Gerenciamento Digital Integrado de

    Campos de Petrleo (GeDIg), na gerncia de Tecnologia de Engenhariade Poo.

    autores

    Ronaldo Gonalves Izetti

    S E&P Engenharia de ProduoS Gerncia de Completao e Avaliao

    e-mail: [email protected]

    Ronaldo Gonalves Izetti engenheiro de petrleo da Petrobras,tendo se graduado originariamente em Engenharia Eltrica pelo IME em1980. Ingressou na Petrobras em 1983, tendo trabalhado em diversasunidades da empresa como engenheiro de produo na rea de Enge-nharia de Poo com especialidade em Completao de Poos. Em 1993foi transferido para a sede da empresa, no Rio de Janeiro onde tem tra-balhado desde ento em projetos de tecnologia de poo com nfase em

    completao. Em 2000 se graduou como Mestre em Engenharia deProduo pela PUC-Rio.

    Hardy Leonardo da Cunha Pereira Pinto

    S Centro de Pesquisas da Petrobras (Cenpes)S Gerncia de Tecnologia e Engenharia dePoos

    e-mail: [email protected]

    Hardy Leonardo da Cunha Pereira Pinto engenheiro eletrnico,formado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ (1995) eMestre em Engenharia Eltrica pela Coordenao dos Programas dePs-graduao em Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janei-ro - COPPE-UFRJ (1999). Ingressou na Petrobras em 2004, como enge-nheiro de equipamentos. Desde 2005, trabalha no Centro de Pesquisasda Petrobras, no desenvolvimento de tecnologias para Gerenciamento

    Digital Integrado de Campos de Petrleo (GeDIg), na gerncia de Tecno-logia de Engenharia de Poo.

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    Poos intel igentes na Petrobras Si lva Junior et a l .

    expanded abst rac t

    The definition of Intelligent Completion, according

    to CERA DOFF and accepted by Petrobras, is to equip

    the completion with downhole sensors and remotely

    actuated flow control devices, allowing access to real

    time information and support more agile decisions. Awell equipped with intelligent elements is an

    Intelligent Well if, and only if, it adds value to the proj-

    ect during its lifecycle. It is the definition of Intelligent

    Well according to Shell and accepted by Petrobras.

    The use of permanent downhole monitoring sys-

    tems in oil and gas wells was started in the late sixties,

    but it was only in the early nineties, when the reliabil-

    ity reached acceptable levels, that it was largely adopt-ed by the operators. The improvement in the metro-

    logical parameters was also a large contributing for

    the increase in reliability. The use of quartz sensors and

    the improvement in the robustness of the electronic

    sensors were responsible for this evolution. In the late

    nineties, fiber optic sensors started being used,

    focused on the reliability improvement and the sim-

    plicity of technological updating. These sensors have

    been a significant application in high flow gas wells

    and in HP/HT wells (high pressure and high tempera-

    ture). Petrobras has invested significantly in this tech-

    nology for onshore fields and low cost applications.

    Among the sensors available in the market, the

    Distributed Temperature Sensor (DTS) and the Pressure

    and Temperature sensor (P&T) are the most used. In an

    intelligent well, sensing plays a major role since it gives

    a real time perception of the production process.

    Intelligent completion packers are used to provide

    hydraulic isolation of each zone allowing selective con-

    trol of the intervals; the uppermost completion packer is

    also responsible for anchoring the tubing and providing

    the first safety barrier for the annulus, the same basic

    functions of the regular production packer. Besides this,

    there are packers solely for isolation purposes, which

    have only the isolating material with no anchoring,reducing the force needed for unsetting them and

    allowing a large number of isolation intervals. The intel-

    ligent completion packers also have passages for the

    control and monitoring lines, known as penetrations;

    typically an intelligent completion packer presents four

    to nine penetrations. During the setting procedures, the

    intelligent completion packer must not have any relative

    movement of its components so it does not transmit anytension to control or monitoring lines.

    The flow control valves are responsible for allowing

    selective control of production or injection. They can be

    actuated hydraulically, electrically or a combination of

    both (multiplexed). The most common type is the

    hydraulically actuated, in which a balanced piston is

    used to shift a sliding sleeve to restrict the passage

    through the valve. Usually, it uses one opening controlline for each valve and a common close control line for

    the system, to reduce the number of hydraulic lines

    installed. In electrically actuated valves, an electrical

    motor is responsible for the shifting of the sleeve. The

    motors are actuated using one single electrical line, for

    all motors, that supplies also the addressing informa-

    tion which is decoded in the valve. This makes this kind

    of valve appropriate for wells where there are restric-

    tions to the number of penetrations on the wellhead or

    the tubing hanger. The valves can also be classified

    according to the flow control they provide as on-off,

    multiposition and infinitely variable. The on-off valves

    only provide the selectivity by allowing or cutting the

    flow. The multiposition valves provide several steps of

    choking, and are designed accordingly to the flow rate

    expected in the well. They can use an index system to

    restrict the course and provide the choking or an exter-nal device that provides a very controlled volume of

    hydraulic fluid in each shifting. The infinitely variable

    valves are more complex since they require sensors to

    give feedback on their position so that it is possible to

    adjust the correct choking. There are also several

    geometries for the valve orifices, but the most common

    are circular and elliptical slots, which are used in on-

    off/multiposition and infinitely variable respectively. Themain parameters on specifying intelligent completion

    valves are the flow range, the maximum pressure and

    the maximum differential pressure.

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    Bo l e tim t cni co da Produo de Pe t r l eo , R i o de Jane iro - vo l ume 1 , n 2 , p . 273-292

    expanded abst ract

    When using hydraulically actuated valves, a

    Hydraulical Power Unit (HPU) is needed. It is basically

    constituted of a pump, which can be pneumatic or elec-

    trically actuated, and a manifold that is to be manipu-

    lated according to a logic determined by the maker ofthe system. This logic can be placed in a Programmable

    Logic Controller (PLC) that actuates solenoid valves on

    the manifold, making the entire procedure transparent

    to the operator, giving also the ability to remotely oper-

    ate the HPU. To verify the shifting, the intelligent com-

    pletion HPUs usually have a small tank to verify the vol-

    ume of fluid returned, after the pressures supplied to

    the valves have stabilized. Some HPUs also measure theflow rate of the returned fluid, but this process is much

    more complicated and significantly increases the costs,

    without adding many benefits.

    The cables used for monitoring and control have to

    be protected against the chemically hostile environ-

    ment, such as downhole condition and mechanical

    shocks during intervention procedures. Generally, the

    conductor medium (electrical or optical) are encapsu-

    lated in a 1/4 metallic tubing to offer mechanical

    resistance and coated with a polymeric material to pro-

    tect against chemical attacks. Cable protectors (clamps)

    are used to hold the cable to the production tubing and

    to offer extra protection to it near the couplings, where

    the diameter of the tubing is increased. Dry-mate con-

    nectors are used to connect the cable to sensors or to

    another cable. To pass the signal through the tubing

    hanger and wellhead, devices called feed throughs areused to ensure that there is no pressure communica-

    tion. In subsea trees or downhole, wet-mate connec-

    tors are used in seawater environments or in the pres-

    ence of production fluids. There is a range of electrical

    connectors, both dry and wet-mate, and feed throughs

    qualified and in use in Petrobras; optical dry-mate con-

    nectors and feed throughs are already in qualification

    process, while optical wet-mate connectors that matchPetrobras specifications are still in development.

    The data gathered by the sensors needs to be pre-

    sented to the operators in real-time, which can be done

    by using a supervisory. It is also very important that the

    connectivity of all equipment allows the integration of

    all data. The use of open standards and protocols

    reduce connectivity and integration issues.

    Intelligent completion can be used together withother completion techniques like sand control and arti-

    ficial lift, but in these cases an interface project is cru-

    cial to ensure the reliability of the system. Specific com-

    pletion tools or projects are used to integrate artificial

    lift systems with intelligent completion, allowing the

    intervention of the upper tubing (containing the lift sys-

    tem) to be independent from the lower tubing (con-

    taining all the intelligent completion tools). These toolsinclude a wet disconnect tool (WDT), which is the most

    practical solution for completions using ESP (Electrical

    Submersible Pump). Electric-Hydraulic and Optical-

    Hydraulic WDT tools are currently being developed by

    Petrobras with its service companies.

    There are several aspect benefits of the use of intel-

    ligent wells. The permanent monitoring allows an opti-

    mization of the reservoir management. The selectivity

    achieved by flow control allows that formation and

    interference tests can be done in a simpler way, obtain-

    ing more precise data for updating reservoir models.

    Obtained data can also be used to minimize water pro-

    duction, reducing the processing for reinjection and

    disposal, thus reducing the size of the plant. The dis-

    tributed temperature monitoring can be used to opti-

    mize and evaluate steam injection and gas lift.

    Monitoring the pressure and temperature of the pumpinflow allows automatic adjustment of pumping

    parameters.

    Surface or subsurface data can be used for early

    fault prediction of process and equipment, through

    pattern recognition techniques such as neural net-

    works and data mining. Real time monitoring allows

    precise fault diagnostics, allowing better use of human

    and material resources.As any tool, an economic and added value evalua-

    tion must be used to estimate all the benefits. The oper-

    ational impact of the equipment must also be evaluat-

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    Poos intel igentes na Petrobras Si lva Junior et a l .

    expanded abst ract

    ed, due to their quantity and complexity. There are sev-

    eral efforts inside and outside Petrobras to create analy-

    sis tools to support intelligent completion projects, help-

    ing to choose the most appropriate solution.